Hidrogênio verde Tributação Energia elétrica

O bilionário Andrew STF restringe o Eletrobras disputará

Forrest discute com aproveitamento de leilão de transmissão
autoridades do país créditos de ICMS na e quer aumentar sua
investimento de cadeia de produtos presença no mercado
US$ 2 bi no Ceará B3 para exportação E1 livre, diz Monteiro B4
Quinta-feira, 9 de novembro de 2023
Ano 24 | Número 5874 | R$ 6,00

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www.valor.com.br

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Traga sua empresa para o maior evento
de negócios bilaterais entre Brasil e China

Um grande encontro de Quatro dias com 40 empresários e

empresários e autoridades
para fomentar a parceria que
gerou mais de US$ 150 Bilhões
em negócios em 2022
investidores chineses, além de 100
executivos e governantes brasileiros,
em visitas e painéis que vão aprofundar
os temas prioritários na relação
comercial mais importante do país:

• Agronegócio
10 a 13 de janeiro de 2024 • Mineração
• Infraestrutura e mobilidade
Shenzhein – Hong Kong • Tecnologia
• Energias renováveis
• Alimentos e commodities
• Indústria automobilística
UMA PARCERIA DO LIDE,
MAIOR PLATAFORMA DE
RELACIONAMENTO CORPORATIVO,

E VALOR ECONÔMICO,
O MAIS INFLUENTE VEÍCULO DE
NEGÓCIOS DO BRASIL.

Para mais informações

samuel.sabbag@edglobo.com.br
vivianSalaro@grupodoria.com.br
Hidrogênio verde
O bilionário Andrew
Forrest discute com
autoridades do país
investimento de
US$ 2 bi no Ceará B3
Quinta-feira, 9 de novembro de 2023
Ano 24 | Número 5874 | R$ 6,00
www.valor.com.br
CasaCivildefende
0,5%doPIBcomo
déficitmáximo
Renan Truffi, Marcelo Ribeiro e
Raphael Di Cunto
De Brasília
O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT-
BA), defensor da revisão da meta fiscal
para 2024, trabalha com teto de no máxi-
mo 0,5% do PIB para o déficit primário no
próximo ano. A ideia é que seja apresen-
tada emenda nesse sentido ao projeto de
Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)
até o dia 16. A Casa Civil rechaça a inten-
ção de parlamentares do PT de propor
um déficit de até 1% do PIB.
Já a Fazenda continua firme na disposi-
ção de zerar o déficit. Após reunião com a
cúpula da Câmara, foi destravada a discus-
são da MP das subvenções a investimentos,
com a qual o governo espera arrecadar
R$ 35 bilhões em 2024. Páginas A6 e A10
Petrobras carrega o Ibovespa e
impede queda do índice no ano
Liane Thedim, Matheus Prado e Augusto Decker
Do Rio e de São Paulo
Desde o rali entre abril e julho, que per-
mitiu ganhos de mais de 20%, o Ibovespa
amargou quedas significativas até outu-
bro, acompanhando a piora do cenário
externo. No entanto, sustentado pelas
ações de Petrobras, o principal índice da
bolsa brasileira ainda subia 3,1% no ano,
até 31 de outubro. Sem as ações da estatal,
que avançaram 64% (ON) e 76% (PN) no
Estatal deve registrar queda anual
de 23% na receita do 3º trimestre
Kariny Leal e Fábio Couto
Do Rio
A Petrobras deve apresentar bom de-
sempenho operacional no 3 o trimestre,
segundo bancos e casas de análise. Mas
o recuo de 10,7% no preço do petróleo
tipo Brent em relação a igual período
de 2022 deve reduzir os resultados fi-
nanceiros na comparação anual. A
Destaques
Braskem: Adnoc faz oferta de R$ 10,5 bi
A Empresa Nacional de Petróleo de Abu
Dhabi (Adnoc) apresentou nova proposta
de compra da Braskem, no valor de R$ 10,5
bilhões. A oferta prevê a formação de bloco
de controle com a Petrobras e contempla a
Novonor como minoritária. B7
Remessa Conforme no STF
Entidades representativas do setor de cal-
çados e couros apresentaram ao Supremo
Tribunal Federal (STF) uma ação direta de
inconstitucionalidade contra o programa
Remessa Conforme e a isenção para im-
portações no valor de até US$ 50. E1
Indicadores
Ibovespa 8/nov/23 -0,08 % R$ 23,6 bi
Selic (meta) 8/nov/23
Selic (taxa efetiva) 8/nov/23
Dólar comercial (BC) 8/nov/23
Dólar comercial (mercado) 8/nov/23
Dólar turismo (mercado) 8/nov/23
Euro comercial (BC) 8/nov/23
Euro comercial (mercado) 8/nov/23
Euro turismo (mercado) 8/nov/23
Tributação Energia elétrica
STF restringe o Eletrobras disputará
aproveitamento de leilão de transmissão
créditos de ICMS na e quer aumentar sua
cadeia de produtos presença no mercado
para exportação E1 livre, diz Monteiro B4
Em sessão histórica, Senado
aprova a reforma tributária
Congresso Matéria terá de passar por nova análise na Câmara; expectativa do
governo e de líderes do Legislativo é que o texto seja promulgado ainda neste ano
Julia Lindner e Caetano Tonet texto seja promulgado ainda neste ano. versos governadores, principalmente do nômico (Cide) na Zona Franca de Manaus.
De Brasília Foram 53 votos favoráveis e 24 con- Sul e Sudeste, que o teriam procurado para A equipe econômica estima que a ver-
trários ao projeto, e muitas concessões reclamar do resultado. Além disso, a sinali- são original do parecer de Braga, antes
Em uma sessão histórica, o Senado para redução de alíquotas pelo relator zação de Lira de que a reforma poderia ser das modificações feitas nesta semana, te-
aprovou a proposta de emenda à Consti- do parecer, Eduardo Braga (MDB-AM), “fatiada” é vista como um empecilho. ria a alíquota padrão do IVA de até 27,5%.
tuição (PEC) 45, a reforma tributária. até instantes antes da votação. A reta fi- A reforma tributária unifica três tribu- Não há ainda um cálculo sobre a nova
Após anos de tentativas fracassadas, pre- nal da articulação contou com o reforço tos federais IPI, PIS e Cofins, que serão versão. O valor final será estipulado pela
valeceu o acordo para uma reforma que até do presidente Lula, que reuniu sena- substituídos pelo CBS. Já o ICMS (estadual) regulamentação da PEC. Páginas A8 e A9
busca simplificar a cobrança de tributos, dores no Palácio do Planalto no início e o ISS (municipal), serão unidos para ori-
acabar com a guerra fiscal e promover da semana. A oposição votou contra. ginar o IBS. Além disso, a proposta cria um • Lu Aiko Otta: Aprovação é comemorada,
o crescimento econômico do país. A Odesafioagoraseráaarticulaçãodama- Imposto Seletivo cobrado sobre produtos mas o desafio ainda é muito grande. A8
matéria ainda terá de passar por nova téria na Câmara. O presidente da Casa, Ar- nocivos à saúde, como cigarros e bebidas
análise na Câmara. A expectativa do go- thur Lira (PP-AL), disse a aliados que a ver- alcoólicas, e substituiu o IPI por uma Con- • César Felício: Clima conflagrado no Senado
verno e de líderes do Legislativo é que o são aprovada no Senado desagradou a di- tribuição de Intervenção no Domínio Eco- tornou a tramitação mais complexa. A9
Vida própria
período, o Ibovespa teria caído 3,19%,
conforme cálculos da plataforma de in-
formações financeiras Comdinheiro.
Segundo analistas, a piora do cenário
externo e as incertezas em relação à polí-
tica fiscal brasileira levaram o investidor a
vender ações ligadas ao mercado domés-
tico e migrar para papéis mais líquidos,
como os da Petrobras. “Foi uma espécie
de ‘rouba-monte’, porque não tem fluxo
na bolsa”, diz Enrico Cozzolino, sócio da
Levante Investimentos. Página C1
companhia divulga seu balanço hoje.
A média das projeções aponta receita
ANNA CAROLINA NEGRI/VALOR
líquida de R$ 130,65 bilhões. Se o núme-
ro se confirmar, representará recuo de
23,2% em relação aos R$ 170 bilhões al-
cançados no 3 o trimestre de 2022. O lu-
cro antes de juros, impostos, depreciação
e amortização deve ficar em R$ 68,1 bi-
lhões, queda de 25,5% em relação ao mes- A Raia Drogasil vai segregar a Needs, marca própria que tem em seu portfólio cerca de 50 categorias de produtos — de soro fisiológico a fraldas e
mo período do ano passado. Página B6 cosméticos —, diz Renata Mascarenhas. Uma das cinco maiores operações do gênero no país, a Needs faturou R$ 1 bilhão nos últimos 12 meses. Pág. B1
Uma outra China
Bolsa impõe Planeta teve
sanções à calor recorde
Americanas em outubro
Juliana Schincariol Kenza Bryan, Steven Bernard
Do Rio e Justine Williams
Financial times, de Londres
A Americanas não poderá usar o selo
do Novo Mercado, nível máximo de go- É quase certo que 2023 será o ano
vernança corporativa da B3, até que cum- mais quente da história, depois dos re-
pra uma série de exigências em relação às cordes de calor alcançados no mês pas-
suas demonstrações contábeis e divulgue sado. A agência de observação Coperni-
o relatório do comitê independente cria- cus European Earth disse que as tempe-
do para investigar a fraude na companhia. raturas em outubro ficaram 0,85°C aci-
A medida, determinada pela bolsa — a
primeira decisão formal de uma autorida-
ma da média de longo prazo para o
mês, mais que o dobro do aumento de
de do mercado financeiro —, é inédita e setembro e a maior alta já registrada.
agrava a crise reputacional da varejista. A sucessão de recordes de calor mostra
12,25% ao ano Além disso, 22 administradores da que o mundo está perto de romper a meta
GREG BEADLE/WORLD ECONOMIC FORUM
12,17% ao ano
empresa foram multados por infrações estabelecida no Acordo de Paris, em 2015,
4,8849/4,8855
4,9065/4,9071
ao regulamento do segmento de lista- de limitar o aumento das temperaturas
4,9151/5,0951 gem, em um total de R$ 6,237 milhões. médias a 1,5°C, ou pelo menos inferiores a
5,2288/5,2314 Os nomes incluem conselheiros de ad- 2°C, em relação à era pré-industrial.
5,2507/5,2513 ministração como Beto Sicupira, um dos “Dispostos de forma tão nítida, os nú-
5,2829/5,4629
acionistas de referência da companhia, e meros de 2023 sobre as temperaturas do
o ex-presidente Miguel Gutierrez, além ar, dos mares, o gelo marinho e o resto pa-
de ex-diretores e membros do comitê de recem saídos de um filme de Hollywood”,
auditoria. Ainda cabe recurso à diretoria A China se prepara para uma nova era, com líderes de uma geração de filhos únicos, ultraqualificados diz David Reay, climatologista da Universi-
colegiada da bolsa. Página B8 e com valores diferentes, que adoram consumir, diz Keyu Jin, da London School of Economics. Pág. A18 dade de Edimburgo. Página A13
A2 | Valor | Quinta-feira, 9 de novembro de 2023
Brasil
O recuo dos
EUA em
comércio
eletrônico
Assis Moreira
Demografia Novos dados do IBGE
indicam que faixa etária foi a que
mais cresceu desde o Censo 2010
Pessoascom
maisde60
anossão15,8%
dosbrasileiros
Alessandra Saraiva
Do Rio
O Instituto Brasileiro de Geo-
grafia e Estatística (IBGE) divul-
gou novo recorte do Censo De-
mográfico 2022, que comprova
fatia maior de idosos no país. Ne-
le, a parcela de pessoas com 60
anos ou mais de idade atingiu
15,8% da população. O resultado
representa aumento de quase
46% em relação ao Censo de 2010,
quando a população acima de 60
anos eram 10,85% dos brasileiros.
O estudo é um complemento
das informações divulgadas an-
teriormente, em outubro, sobre
mesmo tema. Na ocasião, o insti-
tuto divulgou detalhamento de
população idosa de 65 anos ou
mais. Essa faixa representa 10,9%
da população no Censo 2022.
No levantamento anterior, em
2010, eram 7,4%.
No novo estudo, o “índice de
envelhecimento” da população
brasileira disparou, pelo recorte
de 60 anos ou mais de idade. Es-
se indicador representa número
de idosos em relação a grupo de
100 crianças de zero a 14 anos.
Portanto, quanto maior o valor
do indicador, mais envelhecida
é a população.
No estudo anterior, que consi-
derou a faixa de 65 anos ou mais
de idade, esse índice foi de 55,2,
ou seja: 55 idosos para cada 100
crianças. No entanto, a levar em
Índice de empresas citadas em textos nesta edição
Adium B2 BTG Pactual B6, C5
Amazon B2 BV A4
Amazonboi B10 Casa Arca B2
Americanas C4 Claro A6
Ativa Investimentos B6 Cogna B8
B3 C6 Comdinheiro C1
Barry-Wehmiller B2 Comerc B4
Binance C2 Coopercitrus B9
Brazil Airports B1 Credipronto B5
E
m janeiro de 2019, no
Fórum Mundial de
Economia, em Davos
(Suíça), o termo
“splinternet” fazia
parte do debate. O temor era de
que, em vez da internet global
única que existe hoje, poderia
surgir um número de redes
nacionais ou regionais
incapazes de falar umas com as
outras, operando com
tecnologias incompatíveis.
Foi nesse cenário que um grupo
de mais de 70 países, liderado pela
Austrália, conseguiu convencer a
China a participar da retomada de
negociações para criar um
conjunto de regras para o
comércio eletrônico e fluxos de
dados transfronteiriços, na
Organização Mundial do
Comércio (OMC). A Índia ficou
fora. O Brasil e outros vários
emergentes entraram na
iniciativa. Os australianos queriam
fechar um acordo ainda em 2019.
O então governo de Donald
Trump defendeu um acordo
bastante ambicioso. Propôs que
as regras para o comércio
eletrônico deveriam permitir livre
fluxo de dados transfronteiriços e
proibir requerimentos nacionais
para localização de dados e
revisão de código-fonte de
softwares, e com isso apoiar
operações globais de suas big tech
conta universo de pessoas de 60
anos ou mais de idade, esse índi-
ce foi de 80. Ou seja: existem 80
idosos para cada grupo de 100
crianças no país. Em 2010 o indi-
cador estava em 44,8 para a faixa
de 60 anos ou mais de idade.
No novo levantamento, os
pesquisadores do IBGE detalha-
ram que a população acima de
60 anos ou mais era de 32,1 mi-
lhões no Censo 2022, alta de
56% ante 2010. Dessa população
total, 17,9 milhões (55,7%) eram
mulheres, e 14,2 milhões
(44,3%), homens. Isso em um
universo em que o total da po-
pulação, em todas faixas etárias,
era de 203,1 milhões.
Outro aspecto delineado no
novo recorte foi a evolução da
faixa etária dos 60 anos. Pessoas
com idade entre 65 e 69 anos
mostraram maior crescimento
populacional entre Censos de
2010 e o de 2022, com aumento
de 63%. O segundo contingente a
apresentar maior salto, no mes-
mo período, foi o de 70 a 74 anos,
de 57% — seguido por grupo de
80 anos ou mais (aumento de
56%); contingente de 60 anos a
64 anos (alta de 53%); e o de 75
anos a 79 anos (alta de 50%).
As maiores proporções de pes-
soas com 60 anos ou mais entre
as grandes regiões foram detec-
tadas no Sudeste e no Sul. Essas
duas regiões tinham 17,6% do to-
tal do contingente populacional
CSU C5
Dexco B7
Eataly B1
Eletrobras B4
Enel A6
Faculdade Santa
Marcelina B2
Fairfax Seguros B2
Franklin Templeton C1
sem restrições ou limitações.
O argumento de países
ocidentais tem sido de que os
fluxos de dados transfronteiriços
são centrais para o comércio
internacional e inovação e se
tornarão crescentemente
importantes, na medida em que a
economia digital continua a
crescer e amadurecer.
Mas o impasse sobre esses três
temas politicamente sensíveis se
manteve. O que houve foi um
aumento de medidas
governamentais que proíbem ou
impedem a transferência
internacional de dados, em
resposta a mudanças em
prioridades econômicas
domésticas, tensões geopolíticas,
preocupações com segurança
nacional, além dos efeitos de
tecnologias emergentes como
Inteligência Artificial (IA).
Agora,ogovernodeJoeBiden
acabadefazerumrecuohistórico
napolíticacomercialamericana:
anunciounaOMCquenãomaisse
engajaránanegociaçãosobrefluxo
dedata,localizaçãodedadose
código-fonte,equebuscará“policy
space”pararepensarcomércio
eletrônico.Dizquerer“equilibraro
direitoderegularnointeresse
públicoeanecessidadedetratar
comportamentosanticompetitivos
naeconomiadigital”.
A decisão de Biden
Pochmann: “Marco etário é crucial para definição dos direitos e benefícios conferidos a essa parcela da sociedade”
acima de 60 anos.
A segunda maior fatia foi re-
gistrada no Nordeste (14,5%), se-
guido por Centro-Oeste (13,2%) e
Norte (10,4%).
No estudo com recorte de 65
anos ou mais idade do Censo, vei-
culado em outubro, Sul e Sudeste
já mostravam as proporções
mais elevadas, nessa categoria.
O IBGE também revelou as
maiores proporções de pessoas
idosas por Estados. Rio Grande do
Sul, Rio de Janeiro e Minas Gerais
apresentaram maiores percen-
tuais de população de 60 anos ou
mais de idade, respectivamente
de 20,2%, de 18,8%, e de 17,8%.
Na apresentação da nova pu-
blicação, o presidente do IBGE,
Marcio Pochmann, explicou, por
escrito, as razões para novo le-
vantamento, disponível no site
do instituto. Ele esclareceu que o
recorte de 65 anos ou mais de
idade, usado na publicação ante-
rior, denominada “Censo Demo-
gráfico 2022: População por ida-
de e sexo” anunciada em outu-
Frialto B10
Itaú B5
Frigol B10
J.P. Morgan Asset
Frigorífico Redentor B10
Goldman Sachs B6 Management C6
Hedge Investments C6 JBS B10
Huawei A18 Kroton B8
Ibmec- B2 LCA Consultores A5
iFood B2 Levante Investimentos C1
Inter Asset C1, C6 Liasa B4
surpreendeu os parceiros
globalmente e irritou empresas
nos EUA. Nesta semana, uma
ampla coalizão de mais de 40
grandes grupos empresariais
americanos pediu para Biden
reverter a decisão e continuar a ser
um “líder global” em comércio
digital. Acham que só a China
ganha, com espaço para avançar
sua própria concepção de
comércio eletrônico.
Para Victor do Prado, ex-diretor
do Comitê de negociações
comerciais da OMC e hoje sênior
fellow do Centro Brasileiro de
Relações Internacionais (Cebri), a
decisão dos EUA de retirar as
propostas e não mais negociar
regras sobre fluxo de dados,
localização de servidores de
internet e código-fonte na OMC
traduz um evidente retrocesso da
liderança dos EUA nas
negociações sobre normas
internacionais. A retirada
americana abre espaço para uma
fragmentação no fluxo de dados
no mundo e uma potencial
regionalização da internet. Ou
seja, trata-se de mais um exemplo
da tendência de unilateralismo na
definição de normas. Os EUA
querem ter as mãos
completamente livres para revidar
iniciativas da China nessa área, e
poder bloquear o fluxo de dados
de e para a segunda maior
bro, “não se refere à definição de
idoso conforme o Estatuto da
Pessoa Idosa”.
No estatuto, são considerados
idosos no Brasil pessoas a partir
de 60 anos de idade.
Pochmann destacou a impor-
tância do Estatuto do Idoso, em
sua análise. “No contexto brasi-
leiro, o Estatuto da Pessoa Idosa,
promulgado em 2003, represen-
ta um importante marco legal
que visa garantir os direitos e a
dignidade das pessoas idosas, re-
conhecendo a sua importância
Dados do novo
estudo podem ser
usados para melhor
mapeamento de
políticas públicas
nessa faixa etária
Marcio Pochmann
Lopes B5
Marfrig B10
Masterboi B10
Mercúrio Alimentos B10
Minerva B10
MIT B2
Movida B1
MRV&Co B7
economia do mundo. No fundo,
faz parte de um contexto maior de
fragmentação e isolacionismo,
acrescenta ele.
O Brasil nunca definiu
claramente sua posição sobre
esses três temas, insistindo que
discussões internas continuavam.
Mas, para Victor, o Brasil teria
interesse em regras claras sobre
fluxo de dados, localização de
servidores e código-fonte. A
economia do futuro é toda
baseada nisso — inclusive na
agricultura. É só pensar nos
satélites que examinam solos,
dirigem máquinas colheitadeiras,
na necessidade de rastreamento
para determinar a origem de
carnes e vegetais. Tudo isso se faz
com fluxo de dados na internet. O
Brasil teria interesse em
estabilidade e previsibilidade
nessas áreas — sem ter que, no
futuro, ser eventualmente
obrigado a escolher entre um
sistema americano ou um sistema
chinês.
Depoisdeseurecuo,Washington
buscaumacordoatéofimdoano
na“partefácil”paraeventual
consensodasnegociaçõesna
OMC,envolvendotemascomo
proteçãoaoconsumidoron-line;
assinaturaseautenticação
eletrônicas;spam,dados
governamentaisabertos;contratos
eletrônicos;transparência;
MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL
na sociedade”, comentou o presi-
dente do IBGE.
Outro aspecto mencionado
por ele em sua apresentação do
estudo é o fato de que o contin-
gente de idosos cresce em todo o
mundo devido a avanços signifi-
cativos na medicina e ao aumen-
to da expectativa de vida. “Este
marco etário é crucial para a de-
finição dos direitos e benefícios
conferidos a essa parcela da so-
ciedade, visto que reconhece as
particularidades e desafios que
acompanham o processo de en-
velhecimento”, escreveu o presi-
dente do IBGE.
Além disso, no entendimento
do presidente do instituto, os da-
dos do novo estudo podem ser
usados para melhor mapeamen-
to de políticas públicas para essa
faixa etária. “O Censo Demográfi-
co vem atualizar as característi-
cas dessa parcela da população,
fornecendo dados valiosos que
orientam políticas públicas, pro-
gramas sociais e estratégias de
cuidados de saúde”, disse.
Petrobras B6 SulAmérica C6
Polo Capital C6 Tendências A5
Rabobank B9 TIM A6
RBR C6 Totvs B1
Saber B8 Trígono C1
Safra B6 Trix Capital C6
Santos Brasil B3 Uber B2
Starbucks B1 UBS BB B6
segurançacibernética;acesso
abertoàinternet;estruturasde
transaçõeseletrônicas;
faturamentoeletrônico.
Porém, nem isso é certo. Por
exemplo, a discussão para tornar
permanente a moratória em
transmissão eletrônica está
congelada. A China está em cima
do muro, e a Indonésia e Turquia
não a aceitam. Sem a moratória,
os 164 países-membros da OMC
estarão livres para impor tarifas
de importação sobre aplicativos
de mensagens, chamadas de
vídeo e fluxos de dados. Os países
poderiam impor tarifas sobre
qualquer download de software,
filmes, música, e-books.
Enquanto isso, o Brasil
contrapõe-se a argumentos de
que fragmentação impede
avanços na OMC. Contra essa
visão usada por vários
protecionistas, o país aponta
amplo apoio para um pacote para
negociação na agricultura na
conferência ministerial de
fevereiro em Abu Dhabi, desde
que envolvendo os mais
diferentes temas, desde acesso a
mercado, corte de subsídios como
também solução para estoques
públicos de alimentos e outros.
Assis Moreira é correspondente em
Genebra e escreve quinzenalmente
E-mail assis.moreira@valor.com.br
Suspeitos
deintegrar
Hezbollah
sãoalvodaPF
Isadora Peron
De Brasília
A Polícia Federal (PF) defla-
grou, nesta quarta-feira (8), a
“Operação Trapiche”, que mirou
supostos integrantes do grupo
radical Hezbollah e teve como
objetivo evitar ataques terroris-
tas no Brasil.
Segundo o Valor apurou, o ob-
jetivo dos extremistas era atacar
prédios da comunidade judaica
no país. Duas pessoas foram pre-
sas. Também foram cumpridos
11 mandados de busca e apreen-
são, nos Estados de Minas Gerais
e São Paulo e no Distrito Federal.
A conta oficial no X (antigo
Twitter) do gabinete do primei-
ro-ministro de Israel, Benjamin
Netanyahu, afirmou que a ope-
ração em território brasileiro
contou com o apoio de agentes
do serviço de inteligência do
país, o Mossad. Autoridades dos
Estados Unidos também partici-
param das investigações.
Segundo a publicação, tratava-
se de uma “rede extensa que ope-
rava em outros países”. “O Mos-
sad agradece aos serviços de se-
gurança brasileiros pela prisão
de uma célula terrorista que era
operada pelo Hezbollah para
realizar um ataque a alvos israe-
lenses e judeus no Brasil.”
O governo de Israel disse ainda
que o Hezbollah usa como “pano
de fundo a guerra em Gaza con-
tra a organização terrorista Ha-
mas” para continuar a operar em
todo o mundo novos ataques a
alvos judeus e ocidentais. “O
Mossad está trabalhando, e vai
continuar a trabalhar, para frus-
trar esses ataques sempre que ne-
cessário, através de vários méto-
dos”, concluiu.
Segundo informações da PF, os
envolvidos devem responder por
crimes previstos na Lei de Terro-
rismo e as penas podem chegar a
15 anos e 6 meses de prisão.
Unifesp B2
Vale C1
Vasta B8
VG Research C1
Vibra B4
Vivo A6
XP Investimentos A5
 Quinta-feira, 9 de novembro de 2023 | Valor | A3

4 DORMS.
OPÇÃO 3 SUÍTES
194M² 1 DORM.

3 SUÍTES 147 M² STUDIO

PÉ-DIREITO
3 OU 2 VAGAS DEMARCADAS DE 3,70 M
A4 | Valor | Quinta-feira, 9 de novembro de 2023
Brasil
Conjuntura Alta de 0,6% em setembro vem acima
do esperado por analistas e gera otimismo para
desempenho positivo do setor no fim do ano
Varejo surpreende,
mas não altera
cenário para o PIB
Rafael Vazquez e
Lucianne Carneiro
De São Paulo e Rio
O comércio varejista teve um
desempenho acima do esperado
em setembro. O volume de ven-
das no varejo restrito teve alta de
0,6% ante agosto, na série com
ajuste sazonal, segundo a Pesqui-
sa Mensal do Comércio (PMC),
divulgada ontem pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatís-
tica (IBGE). Em comparação com
o mesmo mês do ano passado, o
crescimento foi de 3,3%. Ambos
os resultados superaram bastan-
te as medianas das projeções
captadas pelo Valor Data, que
apontavam queda mensal de
0,1% e alta de 2% na comparação
com setembro do ano passado.
Com o resultado, o varejo res-
trito agora acumula alta de 1,8%
até setembro. Embora haja con-
senso entre os economistas ou-
vidos pela reportagem de que a
surpresa em setembro não mu-
da o panorama negativo das ex-
pectativas para o resultado do
PIB do terceiro trimestre, gera a
esperança no setor de que o de-
sempenho no fim do ano se
mantenha positivo.
A queda da taxa de desempre-
go, que começou o ano em 9,3% e
já estava em 7,7% em setembro,
junto com a inflação mais contro-
lada neste ano justificam o oti-
mismo, segundo o assessor eco-
nômico da FecomércioSP Gui-
lherme Dietze.“A recuperação do
mercado de trabalho e a inflação
mais baixa permitem um poder
de compra maior e possibilitam
crescimento mais elevado em su-
permercados, farmácias e assim
por diante”, afirma Dietze. “Além
disso, o crédito continua farto,
por mais caro que esteja. Isso tem
Commodities e alimentos ganham Revisado, crescimento
força, e IGP-DI acelera em outubro de 2021 fica menor
Alessandra Saraiva
Do Rio
A inflação apurada pelo Índice
Geral de Preços – Disponibilida-
de Interna (IGP-DI) acelerou de
0,45% para 0,51% de setembro
para outubro. Foi a maior taxa
desde junho de 2022 (0,62%), in-
formou ontem a Fundação Getu-
lio Vargas (FGV).
Commodities e alimentos
mais caros, respectivamente no
atacado e no varejo, levaram ao
resultado segundo André Braz,
economista da fundação respon-
sável pelo indicador. Porém, pa-
ra ele, a taxa anual do IGP-DI de-
ve encerrar negativa pela primei-
ra vez em seis anos, mesmo com
o arranque inflacionário no
quarto trimestre de 2023. Até
outubro, o indicador acumula
quedas de 4,40% no ano e de
4,27% em 12 meses.
Sobre o desempenho do indica-
dor em outubro, Braz destacou
que mais uma vez a aceleração de
Curtas
Garantias honradas
O governo federal pagou em
outubro R$ 885,2 milhões em
garantias de empréstimos con-
tratados por Estados e municí-
pios, mas que não foram honra-
dos, conforme divulgado nesta
quarta-feira, 8, pelo Tesouro
Nacional. Ao todo, foram hon-
rados empréstimos de quatro
Estados e um município: Rio de
Janeiro (R$ 444,5 milhões), Rio
Grande do Sul (R$ 59,8 mi-
propiciado um aumento fora da
curva, por exemplo, de eletrodo-
mésticos e veículos”, observa.
Entre as categorias, na compa-
ração entre setembro e agosto, a
maior alta foi em móveis e eletro-
domésticos, que cresceu 2,1%, fa-
to incomum em meio ao patamar
elevado da taxa de juros. Dietze
explica, porém, que a massa
maior de empregados e renda no
país mantêm esse subsetor ativo,
mesmo que seja mais dependen-
te de um crédito ainda caro.
O cenário desperta otimismo,
na visão do economista da Feco-
mercioSP, devido à injeção de ren-
da que virá em novembro e dezem-
bro com os depósitos do 13 o salá-
rio. “Estamos vendo um cenário
promissor para Black Friday e Na-
tal. A variável fundamental do nos-
so termômetro é o 13 o. E, como es-
tamos falando de um número
muito superior de pessoas empre-
gadas com carteira assinada em re-
lação a 2022, isso nos leva a crer
que essa injeção do 13 o salário de-
ve movimentar bastante o comér-
cio no fim do ano”, prevê Dietze.
“Temos emprego, inflação mais
baixa, sobretudo deflação em ali-
mentos, aumento do poder de
compra e crédito disponível para
“É um resultado
ainda muito
beneficiado pelos
setores de
alimentação, tanto
supermercados
quanto o atacarejo”
Carlos Lopes
preços no atacado impulsionou
taxa mais alta do IGP-DI. O Índice
de Preços ao Produtor Amplo
(IPA), que representa o segmento,
aumentou de 0,51% em setembro
para 0,57%. Contribuíram para o
resultado altas em preços de com-
modities no atacado, como bovi-
nos (8,3%); minério de ferro
(2,8%), e cana-de-açúcar (2,3%).
“Temos notado recuperação
de preços de algumas commodi-
ties nos últimos tempos. A cana
deve continuar subindo e bovi-
nos também” afirmou ele.
O avanço nos preços atacadis-
tas ocorreu juntamente com ace-
leração de preços no varejo. A in-
flação captada pelo Índice de
Preços ao Consumidor (IPC) sal-
4,4%
é a alta do IGP-DI no
ano até outubro
lhões), Minas Gerais (R$ 304
milhões), Goiás (R$ 76,6 mi-
lhões) e Santanópolis, na Bahia
(R$ 123 mil). Com o resultado
de outubro, o governo federal
pagou R$ 9,71 bilhões em ga-
rantias de Estados nos dez pri-
meiros meses deste ano. Dessa
quantia, o Rio de Janeiro foi
responsável por 32,87%, segui-
do por Minas Gerais (29,67%),
Rio Grande do Sul 11,46%) e
Goiás (7,91%).
abrir os carnês, mesmo que mais
caro do que o desejado. É uma boa
combinação”, conclui.
No varejo ampliado, que inclui
as vendas de veículos e motos,
partes e peças, material de cons-
trução e atacarejo, o volume de
vendas subiu 0,2% na passagem
entre agosto e setembro, já des-
contados os efeitos sazonais. No
entanto, o IBGE fez forte revisão
no desempenho de agosto. A que-
da de 1,3% foi revista para alta de
0,6%. Na comparação com setem-
bro de 2022, o volume de vendas
do varejo ampliado subiu 2,9%.
Por outro lado, nenhum eco-
nomista acredita que a surpresa
positiva de setembro altere o pa-
norama mais negativo para o re-
sultado do terceiro trimestre do
PIB, que será divulgado no come-
ço do mês que vem. O varejo res-
trito cresceu 0,8% no terceiro tri-
mestre ante o segundo e o varejo
ampliado ficou estável na mes-
ma base de comparação.
Além disso, conforme indicou
gerente de pesquisa do IBGE,
Cristiano Santos, os produtos
alimentícios, que puxaram a alta
de 1,6% do setor de supermerca-
dos, garantiram o bom desem-
penho do setor.
O economista do banco BV
Carlos Lopes também chama a
atenção para esse elemento. “É
um resultado ainda muito bene-
ficiado pelos setores de alimen-
tação, tanto supermercados
quanto o atacarejo de alimenta-
ção, que têm pesos bem relevan-
tes no índice, ainda mais num
momento em que as condições
de trabalho e renda estão melho-
res do que as condições de crédi-
to, o que ajuda esse varejo mais
essencial e prejudica o varejo
mais dependente do crédito e
com tíquetes médios maiores.”
tou de 0,27% para 0,45% de se-
tembro para outubro.
“Tivemos problemas de oferta
de alimentos in natura devido a
problemas climáticos” explicou.
Esses itens ficaram mais caros e
deram fim à deflação no grupo
alimentação dentro do varejo
(de -0,64% para 0,05%). Isso foi
fundamental para taxa maior do
IPC, detalhou ele.
O avanço no varejo foi tão in-
tenso que acelerou o núcleo da
inflação varejista, usado para
mensurar tendências e que pas-
sou de 0,26% para 0,30%, de se-
tembro para outubro.
Para o técnico, esses fatores, a
pressionarem atacado e varejo,
devem perdurar no próximo
mês — mas sem conduzir à des-
controle inflacionário. Ele proje-
ta aumento em torno de 0,5% pa-
ra IGP-DI de novembro.
Mesmo com os aumentos de
outubro, o especialista reiterou
projeção de queda para taxa
anual do IGP-DI em torno de 4%.
Hedge no BNDES
O BNDES vem trabalhando com
o Ministério da Fazenda na criação
um mecanismo de proteção cam-
bial (ou “hedge”) para “investi-
mentos prioritários de longo pra-
zo”, ligados à pauta de sustentabi-
lidade. A afirmação foi feita ontem
pelo presidente do banco de fo-
mento, Aloizio Mercadante. “Para
um investimento de longo prazo
você dá uma garantia que, a partir
de um determinado valor, a Fazen-
Varejo volta ao campo positivo
Comércio restrito teve resultados mensais perto da estabilidade em 2023
Variação ante mês anterior (em %)
Varejo restrito Varejo ampliado (inclui veículos, material de construção e atacado de alimentos)
5 4,5
4
2 1,4
0,7
1 0,4
0,1
0
-0,6 -0,6
-1
-2
set/22 out/22 nov/22
Desempenho por segmento no mês de setembro
Variação ante mês anterior (em %)
Varejo restrito
Varejo ampliado
Combustíveis e lubrificantes
Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo
Tecidos, vestuário e calçados
Móveis e eletrodomésticos
Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria
Livros, jornais, revistas e papelaria
Equipamentos e material para escritório, informatica e comunicação
Outros artigos de uso pessoal e doméstico
Veículos e motos, partes e peças
Atacado e varejo de material de construção
Fonte: IBGE
Guilherme Dietze: mercado de trabalho e inflação permitem poder de compra maior
Do Rio
O Instituto Brasileiro de Geo-
grafia e Estatística (IBGE) revisou
o resultado do Produto Interno
Bruto (PIB) de 2021 de uma alta
de 5% divulgada anteriormente
para um crescimento de 4,8%.
Com isso, o valor do PIB foi de R$ 9
trilhões naquele ano e o PIB per
capita, de R$ 42.247,52. O aumen-
to de 4,8% do PIB em 2021 veio
após retração de 3,3% em 2020, o
primeiro ano da pandemia.
Os números são parte da revi-
são rotineira do Sistema de Con-
tas Nacionais do IBGE, que incor-
pora novas pesquisas e fontes ex-
ternas ao instituto.
A revisão foi puxada princi-
palmente pela incorporação de
novos dados sobre as atividades
de serviços. O crescimento dos
serviços foi revisado de 5,2% para
4,8%, com destaque para a revi-
são na atividade transporte, ar-
mazenagem e correio (de 12,9%
para 6,5%). Já o aumento da in-
da garante [a reposição de perdas
causadas por variação cambial]”,
disse no Brasil Investment Forum
(BIF) 2023, realizado pela Agência
Brasileira de Promoção de Expor-
tações e Investimentos (Apex) em
Brasília. Segundo o presidente do
BNDES, “com uma pequena fração
de reservas você alavanca esse pro-
cesso” e “atrai muitos investimen-
tos externos”. Mercadante afir-
mou que a “discussão precisa ser
amadurecida”, mas disse que deve
3,9
1,3
0,5 0,7
0,2
-0,1
-2,8
dez/22 jan/23 fev/23 mar/23
0,6
0,2
-1,7
-1,1
0,4
-1,1
-0,1
-0,9
-0,9
CHRISTIAN PARENTE/DIVULGAÇÃO
dústria foi modificado para ci-
ma, de 4,8% para 5%, enquanto o
desempenho da agropecuária
foi revisado de 0,3% para 0%.
“A retomada dos serviços pre-
senciais paralisados em 2020, in-
cluindo viagens e entretenimento,
explicam parte do crescimento
[do PIB em 2021]. Outra parte de-
veu-se ao crescimento de determi-
nados segmentos da indústria, co-
mo o de veículos e máquinas e
equipamentos, e ao crescimento
da construção”, diz Cristiano Mar-
tins, gerente de bens e serviços de
Contas Nacionais do IBGE.
Em 2021, as despesas de consu-
mo final, que englobam o consu-
mo das famílias, governos e insti-
tuições sem fins de lucro, cresce-
ram 3,3%, após terem caído 4,4%
em 2020. A despesa de consumo
final do governo, que engloba as
despesas com bens e serviços ofe-
recidos pelo governo à coletivida-
de, avançou 4,2%. Já o consumo
das famílias, que representa 60,1%
do PIB, cresceu 2,9%. (LC)
haver “alguma inovação” até o fim
deste ano. “É um mecanismo ino-
vador. Como é inovador, sempre
gera alguma insegurança, algum
risco”, reconheceu. Mas disse que
sera uma inovação muito promis-
sora se o Brasil “der mais seguran-
ça aos investidores estrangeiros
para fazer a transição climática, a
descarbonização, a indústria lim-
pa, o reflorestamento, e definir-
mos que esses projetos terão uma
proteção cambial de longo prazo”.
0,8 0,7 0,6 0,6
0,2 0,2
0 -0,1
-0,6 -0,7
-0,9
-2,8
abr/23 mai/23 jun/23 jul/23 ago/23 set/23
1,6
2,1
-2
-2,0 -1,5 -1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5
Indústria
recua na
maior parte
do país
Lucianne Carneiro
Do Rio
Com avanço de 0,1% em setem-
bro, a indústria brasileira teve
queda disseminada do ponto de
vista regional, com perdas em
nove dos 15 locais pesquisados
pelo Instituto Brasileiro de Geo-
grafia e Estatística (IBGE) em se-
tembro. A variação de 0,1% é clas-
sificada pelo instituto como esta-
bilidade estatística, por estar
dentro da margem de erro da
Pesquisa Industrial Mensal Re-
gional (PIM Regional).
Principal parque industrial do
país, São Paulo registrou retração
de 1,1% de sua produção e foi
principal pressão para baixo no
resultado nacional. A indústria
paulista foi afetada negativa-
mente pelos setores de alimentos
e de veículos automotores.
Já as perdas mais intensas fo-
ram registradas em Pernambuco
(-12,8%), Amazonas (-6,1%), Rio
Grande do Sul (-5,4%) e região
Nordeste (-5,2%). A região Nor-
deste é classificada como um dos
15 locais pesquisados pelo IBGE.
A queda de 12,8% em Pernam-
buco foi a mais intensa desde
abril de 2020 (-18,4%), no perío-
do mais intenso de isolamento
social da pandemia. A indústria
local foi influenciada pelo setor
de derivados de petróleo e de veí-
culos automotores.
“Vale ressaltar que a taxa de se-
tembro foi a quarta taxa negativa
consecutiva, sendo que nesses
quatros meses foi acumulada
uma perda de 17,5%. A taxa de se-
tembro é a mais intensa negati-
vamente para a indústria per-
nambucana desde abril de 2020,
o pior patamar da história da in-
dústria nacional”, diz o analista
da pesquisa, Bernardo Almeida.
Os demais resultados negativos
foram em Espírito Santo (-4,8%),
Mato Grosso (-4,3%), Bahia (-3%) e
Santa Catarina (-0,2%). A produção
ficou estável (0%) em Minas Gerais.
Ao comentar o resultado da in-
dústria, Almeida destaca seu com-
portamento “gradual e modera-
do”. “Observamos um arrefeci-
mento na produção, ocasionado
por fatores como os juros eleva-
dos, o que leva ao encarecimento
do crédito e diminuição da linha
de crédito e diminui as decisões
de investimentos por parte dos
produtores. Fatores esses que
também ocasionam uma cautela
na tomada de decisão na parte das
famílias, afetando o consumo.”
Cinco dos 15 locais tiveram
aumento da produção em se-
tembro, ante agosto. A maior in-
fluência positiva veio do Pará,
onde a produção avançou 16,1%
após perda acumulada de 14,1%
nos meses de junho, julho e
agosto. As demais altas foram
nos Estados do Rio de Janeiro
(3,1%), Ceará (2,2%), Paraná
(1,8%) e Goiás (1,2%).

Brasil
Conjuntura Instrumentos financeiros agregados representavam 8%
da renda no segundo trimestre, aponta levantamento do Cemec/Fipe
Comempregoaquecidoejuro
A
alto,famíliasretomampoupança
Marcelo Osakabe
De São Paulo
A combinação de um mercado
de trabalho aquecido e forte ex-
pansão da massa salarial com uma
alta taxa básica de juros recuperou
a capacidade de poupança agrega-
da das famílias brasileiras. Depois
de cair a 2,9% no segundo trimes-
tre do ano passado, o coeficiente
de poupança voltou a se recuperar
e chegou a 8% no segundo trimes-
tre deste ano, em um processo que
também pode ter sido ajudado pe-
la maior popularização de instru-
mentos financeiros, como o CDB e
as letras de crédito.
O cálculo é do Centro de Estu-
dos de Mercado de Capitais da
Fundação Instituto de Pesquisa
Econômica (Cemec/Fipe), a partir
das estimativas de renda disponí-
vel para a pessoa física e do fluxo
de poupança das famílias, que
agrega dados da caderneta de
poupança e outros ativos financei-
ros, como renda fixa ou ações. Do
primeiro trimestre de 2019 até o
segundo de 2023, as famílias brasi-
leiras acumularam R$ 759,8 bi-
lhões usando esses instrumentos.
A maior parte desta reserva —
cerca de R$ 500 bilhões — foi cria-
da entre 2020 e 2021. Naquele pe-
ríodo, mudanças no padrão de
consumo motivadas pela pande-
mia da covid-19 e Auxílio Emer-
gencial fizeram a capacidade do
brasileiro poupar dar um salto. No
primeiro trimestre de 2021, o bra-
sileiro chegou a economizar
R$ 19,3 para cada R$ 100 que rece-
bia — entre 2017 e 2019, essa pro-
porção oscilou perto de zero.
“Na pandemia, as pessoas passa-
ram a poupar mais por dois fato-
res: forte redução das oportunida-
des de consumo, algo mais cir-
cunstancial, e precaução — já que
não se sabia quanto tempo aquela
situação poderia durar”, explica
Carlos Antonio Rocca, coordena-
dor do Cemec-Fipe. “Na medida
em que foi se dissipando a pande-
mia, esse fator circunstancial foi
desaparecendo, mas talvez tenha
permanecido esse fator precaucio-
nal, as pessoas se acostumaram a
poupar um pouco mais”, opina.
Retrato semelhante aparece em
outros indicadores de poupança
agregada. Como o indicador ofi-
cial vem das Contas Nacionais, que
o IBGE divulga com dois anos de
atraso, cada casa constrói o seu. No
cálculo feito pela LCA Consultores,
a poupança das famílias acumula-
va, em agosto, R$ 560 bilhões aci-
ma do que seria esperado em rela-
ção à tendência pré-pandemia.
“Entre os fatores que destaco, es-
tão o mercado de trabalho forte,
que elevou a massa de renda e per-
Verba global para enfrentar crise climática bate US$ 1 tri
Murillo Camarotto
De Brasília
O volume de recursos públicos
e privados direcionados a proje-
tos de mitigação e adaptação às
mudanças climáticas superou
pela primeira vez o patamar de
US$ 1 trilhão, mostrou o último
relatório da Climate Policy Initia-
tive (CPI), organização interna-
cional sem fins lucrativos espe-
cializada em análise de políticas
públicas e finanças climáticas.
De acordo com o documento, o
fluxo de aportes alcançou uma
média de US$ 1,3 trilhão nos
anos de 2021 e 2022.
O número é quase o dobro da
média registrada em 2019 e 2020,
de US$ 653 bilhões. Uma parte im-
portante deste crescimento (28%),
no entanto, deve-se à maior dispo-
nibilidade de dados e a algumas
melhorias na metodologia do le-
vantamento. Apesar da alta, a con-
sultoria alerta para a grande dis-
tância que os valores ainda repre-
sentam em relação às necessidades
atuais e futuras do planeta.
“Embora cruzar o limite de
US$ 1 trilhão seja, inegavelmente,
Novamente em alta
Capacidade de poupar se recupera e ajuda acúmulo
Relação entre fluxo de poupança financeira e renda disponível, em %*
20
15
10
5 o PIB, da mesma forma que ocor-
1,1
0 Isso ocorre justamente porque
Dez/17
Poupança agregada, estoques selecionados, em R$ trilhões**
Poupança Agregada Tendência Pré Pandemia
5,6
5,0
4,4
3,8
3,3
3,2
Dez/17
Fonte: Cemec-Fipe e LCA Consultores, com dados do BCB, CVM, Susep, B3, Ambima e Tesouro Nacional
*4 trimestres móveis **CDB, Caderneta de Poupança, Previdência Privada, LCA, LCI, CRA, CRI e Tesouro Direto
mitiu que as famílias tivessem
maior espaço no orçamento para
poupar, e a Selic alta, que torna a
poupança uma opção mais atraen-
te”, diz Michael Burt, responsável
pelo indicador. “É o elemento mais
importante, não apenas porque a
rentabilidade é maior, mas tam-
bém porque o financiamento de
bens duráveis, como veículos e
imóveis, ficou mais caro, o que
atrasa decisões de consumo.”
Burt ressalta ainda a crescente
financeirização das famílias. “Os
bancos digitais cresceram muito
nos últimos anos, e muitos deles
têm produtos que ligam o depósi-
to do correntista a instrumentos fi-
nanceiros, como o CDB. Essa maior
financeirização acaba contribuin-
do para aumentar o investimento
em renda fixa. Houve também
aprimoramentos do mercado de
capitais, como letras de crédito
imobiliário (LCI) e agrícola (LCA),
que cresceram bastante.”
No indicador construído pela
Tendências, a poupança agrega-
da das famílias teve crescimento
real de 14% em julho de 2023, na
comparação com igual mês do
ano anterior. Entre os instrumen-
tos, destaque para a alta real de
24,3% das letras financeiras, se-
guida do Tesouro Direto (19,6%) e
previdência privada (11,2%).
“Tal dinâmica favorece o con-
sumo de bens duráveis e serviços,
pensando nos rendimentos fi-
nanceiros desses investimentos
uma boa notícia, é importante en-
fatizar que isso representa apenas
1% do PIB global”, disse a diretora-
geral da consultoria, Barbara Bu-
chner. “Todos os atores devem ace-
lerar os investimentos agora para
reduzir significativamente os cus-
tos econômicos e sociais futuros,
mas não se trata apenas de custos
— há imensas oportunidades para
as empresas buscarem caminhos
de baixo carbono e resilientes ao
clima", ela completou.
O desequilíbrio na distribui-
ção das alocações também é des-
tacado no relatório. As ações de
mitigação ao aquecimento glo-
bal concentram a maior parte do
dinheiro, com fatia de 88% do to-
tal alocado em 2021 e 2022, ou
US$ 1,15 trilhão. Os aportes em
projetos nos setores de energia e
transportes, grandes emissores
de gases do efeito estufa, repre-
4%
foram destinados
à América Latina
19,3
-1,7
Set/19 Mar/21
4,4
4,2
3,8
Fev/20 Mar/22
no curto e longo prazo”, afirma a
economista Isabela Tavares.
Vale destacar que estes são da-
dos agregados, que não levam em
consideração as diferentes capaci-
dades de poupar entre os estratos
de renda. Essa análise, dizem eco-
nomistas, é mais difícil de fazer,
por causa da escassez de informa-
ções. Ainda assim, é consenso que
são os mais ricos, com maior capa-
cidade de poupar, que historica-
mente acumulam reservas.
Uma forma aproximada de
acompanhar o que ocorre com as
finanças das famílias mais po-
bres, no entanto, é olhar o desem-
penho da caderneta de poupan-
ça, instrumento mais antigo e co-
nhecido da população em geral.
No levantamento da Tendên-
cias, os recursos em caderneta caí-
ram 7,1% em julho, na comparação
interanual. Vale notar, no entanto,
que parte desses recursos pode ter
migrado para outros instrumen-
tos financeiros, que oferecem ren-
dimentos mais atrativos.
Dados mais recentes do Fundo
Garantidor de Créditos (FGC) tam-
bém sugerem que a baixa renda
não tem acumulado reservas. Em
junho de 2023, as contas com até
R$ 5 mil somaram R$ 152,2 bi-
lhões, ou 3,66% do subtotal elegí-
vel à garantia do FGC, que cobre
depósitos até R$ 250 mil. No mes-
mo mês do ano anterior, esse mon-
tante era de R$ 146 bilhões, ou
4,11% do total. As contas com até
sentam 73% do total de alocações
em medidas de mitigação.
Já as ações de adaptação “con-
tinuam atrasadas”, segundo o
documento. Ainda assim, esta
rubrica que inclui, por exemplo,
investimentos em gestão da
água, atingiu um recorde de
US$ 63 bilhões em alocações, alta
de 28% em relação ao período an-
terior. O levantamento estima,
contudo, que seriam necessários
pelo menos US$ 212 bilhões por
ano até 2030 somente para os
países em desenvolvimento.
“O setor privado precisa inten-
sificar os esforços de adaptação.
Cada dólar investido em adapta-
ção poderia proporcionar bene-
fícios econômicos líquidos na
faixa de US$ 2 a US$ 10 na forma
de redução de riscos e perdas, au-
mento da produtividade e inova-
ção”, diz o documento da CPI.
A distribuição geográfica das fi-
nanças climáticas é outro desafio,
com os países desenvolvidos con-
centrando a maior parte dos recur-
sos, especialmente aqueles oriun-
dos de fontes privadas. A América
Latina, por exemplo, responde por
apenas 4% das alocações totais no
R$ 5 mil representam cerca de 90%
do universo garantido pelo fundo.
No cálculo da XP Investimen-
tos, restam algo entre R$ 80 bi-
lhões a R$ 90 bilhões da poupan-
ça acumulada pelas famílias na
pandemia, estimada em R$ 400
bilhões. No entanto, na avaliação
do Rodolfo Margato, esses recur-
8,0 sos não devem se transformar em
consumo e ajudar a impulsionar
reu após a reabertura.
esses recursos remanescentes es-
Jun/23 tão nas mãos das famílias de
maior renda. “São pessoas que
também têm maior acesso a ins-
trumentos financeiros, então
não necessariamente o aperto
5,4 das condições econômicas vai
empurrar o uso daquela poupan-
ça circunstancial. Para as famílias
mais pobres, não há muito mais
4,4
poupança a ser utilizada”, diz.
Avaliação semelhante faz Sil-
via Matos, do Instituto Brasileiro
de Economia da Fundação Getu-
lio Vargas (FGV Ibre). Em seus
Ago/23
cálculos, a capacidade de pou-
pança em 12 meses se recuperou
a 7,5% em agosto, após ter tocado
4% em meados de 2022.
Esse patamar, observa, signifi-
ca uma normalização em relação
à média que observada antes da
pandemia. “Estamos mais próxi-
mos de uma normalização. Acre-
dito que a poupança acumulada
na pandemia já foi consumida, o
que ajuda a explicar aquele con-
sumo mais forte que o esperado
nos últimos anos”, afirma.
Olhando adiante, a economista
vê mais motivos para que os brasi-
leiros continuem poupando que o
contrário. “A Selic ainda deve se
manter em patamares altos. As
nossas sondagens mostram queda
de confiança, algo que começou
com os setores econômicos e agora
chegou também ao consumidor.
Nessa situação, aqueles que têm
condição de poupar vão esfriar o
ímpeto de consumo.”
Mesmo sem esse empurrão, no
entanto, Margato não vê o consu-
mo agregado das famílias virar
negativo, apesar da desacelera-
ção recente. Em sua avaliação,
movimento é fruto da acomoda-
ção do mercado de trabalho e de
patamares ainda altos do com-
prometimento de renda com dí-
vidas financeiras — segundo da-
dos do Banco Central, as famílias
separam 28,5% para pagar seus
boletos, 5,5 pontos percentuais
acima da média pré-pandemia.
Por outro lado, 2024 deve trazer
condições financeiras menos res-
tritivas e inflação controlada. “O
pior momento do balanço finan-
ceiro apertado ficou para trás”, diz.
período analisado, acima de toda a
África e o Oriente Médio, que rece-
beram 3,7%. Puxada pela China, a
região da Ásia-Pacífico teve 43%,
mais do que Estados Unidos, Cana-
dá e Europa Ocidental somados.
“Os fluxos continuaram a ficar
aquém das necessidades, princi-
palmente nas economias em de-
senvolvimento e de baixa ren-
da”, diz o relatório. “Os dez paí-
ses mais afetados pelas mudan-
ças climáticas entre 2000 e 2019
receberam apenas US$ 23 bi-
lhões; menos de 2% do total de
financiamento climático.”
Os governos ainda respondem
pela maior fatia dos investimen-
tos climáticos (51%), apesar do
crescimento observado nas fon-
tes privadas. A maior parte desta
alta, segundo o documento, foi
puxada pelo consumo das famí-
lias em países desenvolvidos.
“Essa é a maior fatia que as famí-
lias tiveram no financiamento pri-
vado desde que a CPI iniciou seu
monitoramento, há mais de uma
década. Isso foi impulsionado pre-
dominantemente pelas vendas de
veículos elétricos, que dobraram
em relação a 2020-2021.”
Quinta-feira, 9 de novembro de 2023
REFORMA TRIBUTÁRIA AVANÇA,
TRAZ MELHORIAS, MAS AINDA
PREJUDICA SETOR DE SERVIÇOS
Comissão de Consti-
tuição e Justiça (CCJ)
do Senado Federal
aprovou, na terça-feira,
o texto-base da proposta
de emenda constitucional
(PEC 45/2019) que institui
uma reforma no sistema
tributário brasileiro. Para a
Confederação Nacional do
Comércio de Bens, Servi-
ços e Turismo (CNC), hou-
ve avanços na proposta. No
entanto, as empresas do
setor de serviços seguem
recebendo um tratamento
desarrazoado que, a persis-
tir no texto final, vai resul-
tar em uma oneração com
potencial de inviabilizar
os negócios, prejudicando
investimentos e, conse-
quentemente, a geração de
empregos e renda.
Segundo cálculos da CNC,
o setor de serviços terá um
aumento de até 200% na
carga tributária, e o comér-
cio vai ter uma alta de até
40%, considerando uma
alíquota de IVA de 27,5%,
segundo a última divulga-
ção do governo. O impacto
mencionado pode ser muito
maior caso as projeções
mais pessimistas do merca-
MOSTRA SESC DE CINEMA
IMPULSIONA SETOR DE
AUDIOVISUAL NO PAÍS
U
m dos principais ca-
nais de incentivo ao
cinema independente
do Brasil, a Mostra Sesc
de Cinema, exibe, neste
mês, 34 obras seleciona-
das em sua sexta edição.
São 10 longas-metragens,
um média e 23 curtas, que
comp õe m o Pa nor a m a
Nacional, sendo 10 obras
referentes ao Panorama In-
fantojuvenil. As produções
podem ser conferidas gra-
tuitamente pelo site sesc.
com.br/mostradecinema
até o dia 30 de novembro.
Lançada em 2017, a Mostra
vem dando visibilidade a
O filme de animação Geração Alpha é uma das 34 obras selecionadas
VENCEDORES DAS COMPETIÇÕES
SENAC DE EDUCAÇÃO
PROFISSIONALVÃOÀFRANÇA
O
dia 28 de outubro foi
de pódio na Praça do
Papa, em Vitória (ES),
onde ocorreram as Compe-
tições Senac de Educação
Profissional. De 24 a 27 de
outubro, 61 participantes
de 21 estados e do Distrito
Fede r al t r ava r a m u ma
disputa acirrada em provas
que simulavam situações
do dia a dia de sete ocupa-
TRABALHO A FAVOR DO BRASIL
Acesse o site afavordobrasil.cnc.org.br e conheça as ações que o Sistema
Comércio vem realizando para ajudar o País a superar a crise.
www.portaldocomercio.org.br.
| Valor | A5
do se confirmem, com uma
alíquota final de até 39%.
O instrumento mais cor-
reto do ponto de vista de
equidade, de acordo com
a CNC, seria determinar
travas de arrecadação se-
torial, sem gerar peso para
um setor específico, e ainda
a trava global, incluindo to-
dos os impostos, de forma
a permitir que o governo
garanta a sua arrecadação
sem aumentar a carga tri-
butária total.
A Confederação defende,
ainda, a Emenda do Empre-
go, que propõe descontos
no IVA para empresas com
maiores custos de folha de
pagamento, o que beneficia
todos os setores e incentiva
a formalização e a geração
de novas vagas de emprego
no País.
A CNC seguirá empenhada
em contribuir para o aper-
feiçoamento da proposta,
para que o Brasil possa
contar com um sistema
tributário mais simples,
justo e racional, que ajude o
País a superar os impasses
que impedem o seu pleno
desenvolvimento.
produções brasileiras que
não encontram espaço nos
circuitos comerciais de
cinema, além de contribuir
para o avanço no setor de
audiovisual, que já regis-
trou um aumento de 82%
no público, em relação a
2022, segundo a Agên-
cia Nacional do Cinema
(Ancine). Na edição deste
ano, foram regist radas
1.575 inscrições, prove-
nientes de 23 estados e do
Distrito Federal, que foram
avaliadas por profissionais
do Sesc e especialistas
convidados.
Divulgação
ções do comércio de bens,
serviços e turismo.
Os medalhistas de ouro
serão os representantes do
Brasil na 47ª WorldSkills
C o m p e t it io n , a m a io r
competição de educação
prof issional do mundo,
a ser realizada de 10 a 15
de setembro de 2024, em
Lyon, na França.
A6 | Valor | Quinta-feira, 9 de novembro de 2023
Brasil
Contas públicas Ideia é conter
sinalização de parlamentares que
querem definir déficit em até 1%
Casa Civil
estuda fixar
limite de 0,5%
do PIB para
meta fiscal
Renan Truffi e Fabio Murakawa
De Brasília
Principal defensora da revisão
da meta fiscal, a Casa Civil trabalha
com um “teto” de no máximo 0,5%
do Produto Interno Bruto (PIB) de
déficit para 2024. Segundo fontes
da pasta, a ideia é que o governo
apresente até dia 16 de novembro
uma emenda na Comissão Mista
de Orçamento (CMO) que não ul-
trapasse esse valor. O percentual é
relevante porque, desde que o go-
verno aceitou alterar a meta zero,
os parlamentares começaram a es-
calar possíveis alternativas, che-
gando, inclusive, a 1% do PIB, ideia
que é rechaçada pela Casa Civil.
Como mostrou o Valor, um
dos deputados que pretendem
apresentar uma proposta desse
tipo é Lindbergh Farias (PT-RJ). A
estratégia do parlamentar petis-
ta, na verdade, é protocolar duas
emendas à LDO: uma com a mu-
dança da meta para um déficit
primário de 0,75% do Produto In-
terno Bruto (PIB) e outra de 1%.
O Ministério da Fazenda é con-
tra. Apesar da movimentação, a
equipe econômica segue defen-
dendo a proposta de zerar o défi-
cit no ano que vem.
No Palácio do Planalto, o movi-
mento para que haja a revisão da
Energia e telefonia ainda falham 5 dias após temporal
Rafael Bitencourt
De Brasília
Passados cinco dias da forte
tempestade que atingiu o Estado
de São Paulo, parte do funciona-
mento das redes de energia e de
comunicação móvel (celular) ain-
da não havia voltado ao normal.
Até a tarde desta quarta-feira, 8, as
agências reguladoras registravam
falhas ou instabilidade na entrega
dos serviços à população.
A Agência Nacional de Teleco-
municações (Anatel) listou 26
municípios do Estado com “algu-
ma afetação”— indisponibilida-
de ou instabilidade — na rede de
celular das grandes prestadoras
(Vivo, TIM e Claro). A agência
monitora a rede em 51 cidades.
Os dados refletem o status de
operação do serviço às 17 horas
de terça-feira, informação conso-
OBJETO: SELEÇÃO DE EMPRESA PARA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE MANUTENÇÃO PREDIAL BÁSICA NOS IMÓVEIS OCUPADOS PELA CÂMARA
MUNICIPAL DE FORTALEZA, TENDO COMO OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA O FORNECIMENTO DE MATERIAIS/PEÇAS, INCLUINDO MÃO DE OBRA,
DESLOCAMENTOS, FERRAMENTAS E INSTRUMENTOS TÉCNICOS ADEQUADOS, POR UM PERÍODO DE 12 (DOZE) MESES, CONFORME
ESPECIFICAÇÕES CONTIDAS NO EDITAL E EM SEUS ANEXOS.
TIPO DE LICITAÇÃO: MENOR PREÇO (POR MEIO DO MAIOR DESCONTO PERCENTUAL).
O Pregoeiro comunica aos interessados que do dia 09 de novembro de 2023, a partir das 14h (horário de Brasília), a 22 de novembro
de 2023 até às 10h (horário de Brasília) estará recebendo as propostas de preços referentes a este pregão, no endereço eletrônico
www.bb.com.br ou diretamente em www.licitacoes-e.com.br. A abertura das propostas acontecerá no dia 22 de novembro de 2023, às
10h (horário de Brasília) e o início da sessão de disputa de lances ocorrerá a partir das 10h30min (horário de Brasília) do dia 22 de
novembro de 2023. O Edital poderá ser obtido no endereço eletrônico acima mencionado e ainda estará disponível gratuitamente nos sítios:
transparencia.cmfor.ce.gov.br/#licitacoes e https://municipios-licitacoes.tce.ce.gov.br/. Mais informações sobre o Edital nos telefones (85)
3444-8314 e (85) 3444-8426.
Fortaleza, 08 de novembro de 2023.
meta fiscal é capitaneado, princi-
palmente, pelo ministro da Casa
Civil, Rui Costa. A pessoas próxi-
mas ele defende que o déficit fi-
que dentro da faixa entre 0,25% e
0,5% do PIB, sendo este o “teto”.
Em meio a esse cenário, o pre-
sidente Luiz Inácio Lula da Silva
admitiu ontem que a União, Es-
tados e municípios enfrentam
uma “crise de arrecadação”.
Apesar disso, ele prometeu
que prefeitos e governadores não
ficarão sem recursos durante o
seu mandato.
“Mandamos um projeto de lei
[para o Congresso] nessa crise de
arrecadação que estamos tendo.
Não vamos permitir que ne-
nhum prefeito receba menos [re-
cursos] do que recebeu em 2022.
Também vamos repor [a receita]
para que os governadores pos-
sam governar”, disse, durante
evento no Palácio.
Por outro lado, o presidente
mandou um recado aos deputa-
dos e senadores ao pedir que eles
“não joguem dinheiro fora” com
emendas parlamentares direcio-
nadas para obras que não são es-
tratégicas para o país. Na avalia-
ção do presidente, “é importante”
que seu governo “discuta mais”
com os congressistas para que es-
ses recursos fiquem concentra-
lidada na manhã desta quarta.
De acordo com a Anatel, três
cidades estavam com 50% do ser-
viço de telefonia celular afetado
na terça-feira. Ontem, só o muni-
cípio São Lourenço da Serra esta-
va nesta situação, com afetação
“total” de metade da rede da TIM
e “parcial” de metade das opera-
ções da Vivo. O serviço da Claro
seguia “sem afetação”. Porém,
entrou na lista Juquitiba, com
Anatel constata
três cidades com
mais de 50% do
serviço de celular
ainda prejudicado
pelas chuvas
AVISO DE CONVOCAÇÃO
PROCESSO: PREGÃO ELETRÔNICO Nº 05/2023.
ORIGEM: CÂMARA MUNICIPAL DE FORTALEZA - CMF.
Júlio Norberto de Holanda Aguiar
PREGOEIRO DA CMF
Rui Costa: defesa que déficit fique dentro da faixa de 0,25% a 0,5% do PIB
dos em “obras de envergadura”.
“É importante discutir com os
parlamentares [sobre emendas].
Não se pode jogar dinheiro fora.
Precisamos concentrar esforços
em obras de envergadura”, de-
fendeu o presidente diante de
uma plateia formada basicamen-
te por deputados e senadores.
O recado tem como pano de
fundo a estratégia do Palácio do
Planalto de tentar complemen-
tar os recursos para obras com
essas mesmas emendas.
Lula falou sobre o assunto ao
assinar a ordem de serviço da du-
plicação da BR-423, no trecho de
43,1 quilômetros entre as cidades
pernambucanas de São Caetano e
Lajedo. A rodovia faz a ligação
dos Estados de Pernambuco, Ala-
goas e Bahia. Todo o empreendi-
mento está incluído no Novo PAC
e tem um investimento público
previsto de R$ 554 milhões.
O presidente disse que seu go-
verno pretende voltar a investir
na chamada Transnordestina,
ferrovia brasileira projetada, ori-
comprometimento “parcial” de
76% da rede móvel da Vivo.
Ainda segundo a Anatel, seis
municípios apresentavam pro-
blemas em proporção igual ou
superior a 20% na rede das pres-
tadoras. São eles, além de São
Lourenço da Serra e Juquitiba:
Capela do Alto (20% na rede da
Vivo), Cotia (40% na TIM e 13% na
Vivo), Itararé (27% na Vivo) e Jari-
nu (22% na Vivo).
Apesar de informar que 26 ci-
dades estão com “alguma afeta-
ção” na rede móvel, a Anatel indi-
ca que os demais municípios do
grupo de 51 cidades monitora-
das também contavam com um
comprometimento “parcial” me-
nor, inferior a 10%. Este foi o caso
da capital, com afetação parcial
de 1% na rede da Claro, 2% na Vi-
vo e 5% na rede da TIM.
A Anatel tem reforçado que a
JOSÉ CRUZ/AGÊNCIA BRASIL
ginalmente, para ligar o Porto
de Pecém, no Ceará, até o cerra-
do do Piauí. Sobre isso, Lula
acrescentou que não pretende
privilegiar um Estado em detri-
mento de outros, mas lembrou
que a região do Nordeste precisa
de mais atenção.
“Eu não quero tirar nada de
nenhuma região. Eu quero ape-
nas repor aquilo que nunca deve-
riam ter tirado do Nordeste, que
é o direito à decência. Vamos re-
tomar a Transnordestina, que
tem, pra mim, um valor muito
simbólico”, explicou.
“Vamos fazer isso [Transnor-
destina] até Pecém, até Suape”,
emendou. Outra bandeira histó-
rica do PT que deve voltar às prio-
ridades, segundo Lula, é a trans-
posição do rio São Francisco, cuja
obra integra o chamado Novo
Programa de Aceleração do Cres-
cimento (PAC). “A transposição
era algo que o próprio dom Pe-
dro II [imperador do Brasil], que-
ria fazer. E muita gente era con-
tra [a ideia]”, acrescentou.
falta de energia nas residências
compromete o serviço de banda
larga fixa, que depende de mo-
dems e roteadores ligados à rede
elétrica das distribuidoras.
No caso do fornecimento de
energia, a Agência Nacional de
Energia Elétrica (Aneel) infor-
mou, na tarde de ontem, que
quase 13 mil clientes (12.918
unidades consumidoras) da Enel
Distribuição São Paulo permane-
ciam sem eletricidade até as 9 ho-
ras. Estes consumidores estavam
sem luz desde a última sexta-fei-
ra (3), quando as fortes chuvas e
ventos atingiram a infraestrutu-
ra de prestação de serviço das
empresas no Estado.
Com os números apurados na
manhã de ontem, a Aneel infor-
mou que 99,45% dos clientes da
Enel SP atingidos tiveram o servi-
ço normalizado. No fim de sema-
na, a companhia reconheceu que
2,1 milhões de clientes foram im-
pactados pela falta de luz, de um
total de 8,2 milhões.
No balanço de ontem, a Aneel
indicou que apenas 0,97% do to-
tal de clientes da Enel SP ficou
sem energia por mais de 24 ho-
ras. Esse grupo soma 69.976 con-
sumidores, o que inclui os quase
13 mil que ainda estavam até on-
tem sem o serviço.
O blecaute da última sexta-fei-
ra atingiu 4,1 milhões de unida-
des, entre residências e estabele-
cimentos comerciais no Estado.
Na segunda-feira, o Ministério
da Justiça avisou que a Secretaria
Nacional do Consumidor (Sena-
con) notificaria a concessionária
para prestar esclarecimentos so-
bre a dificuldade de restabelecer
o serviço. Muitos clientes, além
de requerer ressarcimento por
danos a equipamentos, querem
cobrar pelos prejuízos com a per-
da de produtos perecíveis ou fe-
chamento do comércio.
Déficit no BC vira
superávit nas
contas do Tesouro
Larissa Garcia
De Brasília
As contas do governo central
em setembro tiveram resultado
muito diferente entre o cálculo do
Tesouro Nacional e o do Banco
Central. No mês, pela metodologia
da autoridade monetária, houve
déficit primário de R$ 16,5 bilhões
e, pela métrica do governo, um su-
perávit de R$ 11,55 bilhões.
O chefe do departamento de
estatísticas do BC, Fernando Ro-
cha, afirmou ontem, quando fo-
ram divulgados os números da
autarquia, que a discrepância de
R$ 28,1 bilhões entre os resulta-
dos primários apurados pelo Te-
souro Nacional e pela autoridade
monetária em setembro é “alta-
mente incomum”. Segundo ele, a
diferença se deve à incorporação
de recursos “abandonados” por
mais de 20 anos do PIS/Pasep,
que são contabilizados como re-
ceita primária pelo governo, mas
não no manual do BC.
O governo central inclui o re-
sultado da Previdência e Tesou-
ro, além da própria autoridade
monetária. “O BC faz o cálculo
abaixo da linha e o Tesouro faz
acima da linha”, ressaltou Rocha.
A metodologia “acima da linha”
contabiliza as receitas e as despe-
sas do setor público. Já a “abaixo
da linha” considera mudanças
no estoque da dívida líquida, in-
cluindo fontes de financiamento
domésticas e externas. Ele desta-
cou que a operação de incorpo-
ração desses recursos, que res-
pondem por R$ 26 bilhões dos
R$ 28,1 bilhões de discrepância,
foi feita em 4 de setembro.
“A diferença é que [o montan-
te] foi classificado de formas dife-
rentes, essa é a origem da discre-
pância. Isso seguiu determinação
da emenda 126 de 2022, que de-
fine que as contas do PIS/Pasep
cujos recursos não tenham sido
reclamados em 20 anos serão en-
cerrados e que sejam considera-
Dino cria grupo para
‘seguir’ dinheiro do crime
Caio Sartori
Do Rio
O ministro da Justiça e Seguran-
ça Pública, Flávio Dino, assinou
nesta quarta-feira (8), no Rio, um
acordo para criar o Comitê Inte-
grado de Investigação Financeira e
Recuperação de Ativos (Ciifra). A
ideia é adotar, com uma força-ta-
refa dentro da Polícia Civil, a lógi-
ca de seguir o dinheiro das organi-
zações criminosas, especialmente
das “narcomilícias”.
“É um escárnio, um absurdo,
inaceitável que os industriais da
morte estejam com mansões em
Angra dos Reis, avião, helicóptero.
Isso é um tapa na cara dos cida-
dãos honestos do país”, disse.
Na mesma cerimônia, o minis-
tro anunciou que será assinado
hoje, em Brasília, o tratado de
constituição da Ameripol, espécie
de Interpol das Américas. O grupo
existe desde 2007 como organis-
mo de cooperação policial inter-
nacional e agora será reconhecido
como organismo internacional.
“É um mecanismo muito im-
portante em face da transnaciona-
lização do crime organizado.”
Dino esteve no Palácio Guana-
bara, sede do governo do Rio, para
entregar viaturas para a Polícia Mi-
litar, além de assinar o acordo de
criação do Ciifra.
“A nossa proposta é levantar os
CNPJs nas áreas mais conflagra-
das, fazer um rastreamento na Se-
cretaria de Fazenda junto com o
Coaf para ver disparidades no fa-
turamento. Também é importante
identificar CNPJs ligados a crimi-
nosos já conhecidos”, apontou, ao
dos abandonados e apropriados
pelo Tesouro”, explicou, pon-
tuando que não há previsão no
manual do BC de contabilizar no
resultado primário.
Sem esse valor, o resultado
do Tesouro teria sido de déficit
de R$ 14,4 bilhões, de acordo
com o técnico do BC. O chefe de
departamento explicou, contu-
do, que para o cumprimento da
meta fiscal do governo vale o
número divulgado pela autori-
dade monetária.
Pela metodologia do BC, as con-
tas públicas permaneceram em
trajetória de deterioração. O setor
público consolidado, que além do
governo geral engloba Estados,
municípios e estatais, apresentou
déficit primário de R$ 18,1 bi-
lhões. No mesmo mês do ano pas-
sado, o resultado havia sido supe-
ravitário em R$ 10,7 bilhões. Em
12 meses, o rombo nas contas pú-
blicas soma R$ 101,9 bilhões, o
equivalente a 0,97% do Produto
Interno Bruto (PIB).
Apenas em gastos com juros
para se financiar, o governo de-
sembolsou R$ 81,7 bilhões em
setembro e R$ 699,7 bilhões, ou
6,65% do PIB. Já o resultado pri-
mário, que inclui os encargos
com a dívida, ficou em
R$ 99,785 bilhões no mês e
R$ 801,618 bilhões (7,62% do
PIB) em 12 meses.
Com isso, a dívida bruta dos
governo somou R$ 7,8 trilhões
em setembro, o equivalente a
74,4% do PIB. Em relação ao mês
anterior, houve alta de 0,1 ponto
percentual. De acordo com o BC,
a variação mensal é explicada
principalmente pelos juros apro-
priados, que contribuiu para au-
mentar em 0,6 ponto percentual
o montante pelo efeito da desva-
lorização cambial de 1,7% no pe-
ríodo, que puxou o endivida-
mento em 0,1 ponto para cima. A
dívida líquida, por sua vez, subiu
0,2 ponto percentual em relação
ao PIB e ficou em 60,0%.
lado de Dino, o governador Cláu-
dio Castro (PL).
As idas ao Rio de Dino e do se-
cretário-executivo da pasta, Ricar-
do Cappelli, têm sido frequentes.
O histórico problema de seguran-
ça pública num Estado em que o
crime organizado e polícias prota-
gonizam constantes embates se
somou recentemente a episódios
de repercussão nacional, como a
morte de médicos num quiosque
da orla e a rebelião de criminosos
que botaram fogo em ônibus da
cidade. Antes, a descoberta de
uma espécie de centro de treina-
mento de criminosos na Maré, zo-
na norte, também atraiu a atenção
de autoridades de Brasília.
O governo vem anunciando
ajuda financeira e de estrutura nas
agendas com Castro. Além do Rio,
locais como a Bahia têm desponta-
do como foco de atenção do go-
verno Lula no contexto de crise na-
cional de segurança.
Uma das medidas anunciadas
nas últimas semanas para o Rio,
que também abarca São Paulo, foi
o uso das Forças Armadas nos por-
tos e aeroportos. A vigência dessa
operação de Garantia da Lei e da
Ordem (GLO) vai até maio de 2024.
“Acreditamos que a GLO fecha
corredores logísticos. Claro que
haverá outros, mas isso implica
em desestabilização de redes já es-
tabelecidas. E evidentemente as
polícias estão atentas a isso”, afir-
mou Dino. “O presidente Lula con-
cordou com a GLO porque com-
preende que é um elemento de
uma estratégia geral. Não existe a
possibilidade de enfrentar uma
quadrilha com um tiro só.”
Quinta-feira, 9 de novembro de 2023 | Valor | A7
A8 | Valor | Quinta-feira, 9 de novembro de 2023
Política
Congresso Votação em dois turnos registrou o mesmo placar, 53 votos a favor e 24 contrários
Senado aprova PEC da reforma tributária;
texto terá que voltar para análise da Câmara
Julia Lindner e Caetano Tonet
De Brasília
Em sessão histórica, o Senado
Federal aprovou a proposta de
emenda à Constituição (PEC) da
reforma tributária. Após décadas
de tentativas fracassadas, prevale-
ceu o acordo para um texto que
busca simplificar a cobrança de tri-
butos, levar ao fim da guerra fiscal,
atrair investimentos e promover o
crescimento econômico. A matéria
ainda passará por nova análise na
Câmara. A expectativa do governo
e de líderes do Legislativo é que o
texto seja promulgado este ano.
O resultado da votação, que teve
53 votos favoráveis e 24 contrários
nos dois turnos, ficou dentro do
esperado pelo governo. A reta final
da articulação contou com o refor-
ço do presidente Luiz Inácio Lula
da Silva, que reuniu senadores no
Palácio do Planalto no início da se-
mana e também garantiu que pre-
feitos e governadores não ficarão
sem recursos, mesmo com a “crise
de arrecadação” no país.
Já o relator da matéria, Eduar-
do Braga (MDB-AM), fez diversas
concessões até instantes antes da
votação. Ontem, ele acolheu su-
gestão para que o setor de even-
tos também seja beneficiado pe-
la alíquota reduzida de 60%.
“Escrevemos hoje uma nova pá-
gina da nossa história. Demos mais
um passo importante para entre-
garmos ao país um novo sistema de
tributos sobre o consumo, simplifi-
cador e com uma trava para impe-
dir aumentos de impostos para o
contribuinte”, declarou Braga.
O ministro da Fazenda, Fer-
nando Haddad, comemorou o
resultado e destacou que o país
sai de um sistema tributário nota
2 para “7,5, com louvor”.
“Nós estamos saindo de um sis-
tema tributário nota 2, não para
um sistema tributário nota 10,
porque teve muita discussão e
acordo para chegar a esse resulta-
do, mas essa PEC certamente mere-
ce nota 7,5, com louvor", afirmou o
ministro, que criticou a polariza-
ção em torno do projeto.
O PL do ex-presidente Jair Bol-
sonaro votou em peso contra a
reforma, que também teve a opo-
sição do Republicanos e de parte
do PP e do Podemos.
A proposta unifica os tributos
IPI, PIS e Cofins (federais), ICMS (es-
tadual) e ISS (municipal). No lugar
deles, serão criados dois Impostos
sobre Valor Agregado (IVA Dual) —
um gerenciado pela União (CBS), e
outro por estados e municípios
(IBS), além de um Imposto Seletivo,
sobre produtos nocivos à saúde,
como cigarros e bebidas alcoólicas.
Também prevê a substituição do IPI
por uma Contribuição de Interven-
ção no Domínio Econômico (Cide)
na Zona Franca de Manaus.
A equipe econômica fez uma es-
timativa de que a versão original
do parecer, antes das modificações
feitas nesta semana, teria a alíquo-
ta padrão do IVA de até 27,5%. Não
há ainda um cálculo sobre a nova
versão. O valor final deverá estipu-
lado na regulamentação da PEC.
Feito histórico, mas ainda é cedo para comemorar
Análise
Lu Aiko Otta
Brasília
Apontada há quase quatro dé-
cadas como prioritária para ele-
var a produtividade do país, a
Proposta de Emenda à Consti-
tuição (PEC) 45, da reforma tri-
butária, foi aprovada nessa
quarta-feira (8), em dois turnos,
no Senado Federal. Ainda há eta-
pas de tramitação a cumprir no
Congresso Nacional, mas tra-
ta-se de um feito histórico.
Porém, longe de causar eufo-
ria, a conclusão dessa etapa ape-
nas descortina os grandes desa-
fios que há pela frente. O princi-
pal deles é a insegurança quanto
à carga tributária.
Pelo lado positivo, a reforma
Votação no Senado: ao longo da tramitação, o relator abriu exceções para diversos segmentos e estabeleceu alíquota reduzida de 60% para alguns setores
O que muda
Texto prevê simplificação, desoneração da cesta básica, cashback e cobrança no local de destino
Número de impostos
Cumulatividade
Regras da desoneração da
cesta básica
Sistema de cashback
Local da cobrança
Fonte: Parecer do senador Eduardo Braga à proposta de reforma tributária
Otextotambémestabelecequeos
impostos passarão a ser cobrados no
destino final, e não mais na origem.
O intuito é acabar com a guerra fis-
cal entre os estados. Há previsão de
um período de transição para a ado-
ção do novo sistema será entre 2026
e 2032. A partir de 2033, os tributos
atuais serão extintos.
Os itens da cesta básica nacio-
nal que terão alíquota zero serão
limitados. A escolha dos produ-
tos selecionados ocorrerá por lei
complementar. Haverá, ainda,
uma cesta básica estendida com
alíquota reduzida de 60%.
Ao longo da tramitação no Se-
nado, o relator abriu exceções para
diversos segmentos. Ele também
estabeleceu alíquota reduzida de
60% para produtos e insumos
agropecuários, medicamentos,
produtos de cuidados básicos à
saúde menstrual e serviços de
transporte coletivo.
Também foi incluída redução
de 30% para profissionais libe-
rais, como advogados, engenhei-
ros, médicos e dentistas.
Em outra frente, Braga acatou
uma emenda que equipara a re-
muneração dos servidores de car-
reira dos fiscos municipais e esta-
duais ao teto praticado pela União
(R$ 41.650,92). Ele cedeu em outro
ponto e aceitou a criação de um re-
gime específico para operações
com microgeração e minigeração
vai alinhar o sistema brasileiro
ao padrão internacional. Isso não
é pouca coisa, pois vai favorecer a
atração de investimentos. O Bra-
sil tem o sétimo pior sistema tri-
butário do mundo, segundo ran-
king do Banco Mundial.
Os impactos econômicos não
serão vistos de imediato. Virão
com o tempo, apontam estudos.
O Instituto Econômico de Pes-
quisa Aplicada (Ipea) calculou
que a economia brasileira cresce-
rá 2,39% mais com o novo siste-
ma, comparando com o atual, no
período até 2032. Estudo de Dé-
bora Freire, atual subsecretária
de Política Fiscal do Ministério da
Fazenda, aponta que no longo
prazo todos os setores serão be-
neficiados com a reforma.
A Organização para a Coope-
ração e Desenvolvimento Econô-
ROQUE DE SÁ/AGÊNCIA SENADO
distribuída de energia elétrica.
O relatório aprovado traz a
obrigatoriedade de cashback —
sistema em que parte do dinhei-
ro pago é devolvido — para famí-
lias de baixa renda na aquisição
do gás de botijão e na conta de
luz. Os detalhes serão definidos
por meio de lei complementar,
mas Braga sugere a devolução no
momento da cobrança.
Com a aprovação da matéria,
haverá a criação do Imposto Sele-
tivo para alguns segmentos, en-
tre eles o de armas e munições,
salvo quando destinadas à admi-
nistração pública. O relator ex-
cluiu os setores de energia elétri-
ca e telecomunicações.
Foi introduzida uma alíquota
de 1% incidente sobre a extração
de recursos naturais não renová-
veis, incluindo minério e petró-
leo, em um imposto seletivo. O
regramento será feito por lei
complementar.
No Senado, Braga também
ampliou o Fundo Nacional do
Desenvolvimento Regional (FN-
DR) dos R$ 40 bilhões ao ano
aprovados na Câmara para R$ 60
bilhões ao ano. O aumento será
progressivo, começando por R$ 8
bi ao ano em 2029 até chegar ao
valor total a partir de 2043.
Como é hoje Como fica A pressão por mudanças ocor-
reu por parte de governadores e
Impostos federais: PIS, Cofins, IPI IVA Dual - Imposto federal: CBS e Imposto estadual/municipal: IBS empresários ao longo de todo o
Imposto estadual e municipal: ICMS e ISS Imposto Seletivo dia. Representantes da Volkswa-
Cobrança cumulativa (em cascata) Cobrança não cumulativa (impostos pagos são creditados ao longo da cadeia) gen e da General Motors, por
Lista de produtos têm alíquota zero Cesta Básica Nacional levará em conta diferenças regionais para definir produtos desonerados exemplo, abordaram senadores
pedindo ajustes. O objetivo era
de PIS/Cofins em todo o país Alguns produtos poderão ter alíquota reduzida em 60% + cashback (Cesta Básica estendida)
tentar barrar os trechos que pror-
Não previsto no sistema atual Prevê devolução de impostos a consumidores de baixa renda na conta de luz e botijão de gás
rogam o prazo de incentivos para
Origem (local de produção) Destino (local de consumo) montadoras do Norte, Nordeste e
Centro-Oeste até 2032.
A reportagem presenciou o
momento em que o grupo con-
Fora do padrão versou com o líder do União Bra-
Lista de produtos e serviços que terão redução em relação à alíquota básica sil, Efraim Filho (PB), mas ele não
quis se comprometer. O trecho
Redução de 60%: acabou mantido, por acordo.
Setor de eventos O governador do Rio de Janeiro,
Serviços de educação Cláudio Castro, também procurou
Serviços de saúde Braga para pedir que ele incluísse a
Dispositivos médicos
autorização para os Estados cria-
rem uma contribuição sobre pro-
Dispositivos de acessibilidade para pessoas com deficiência
dutos primários e semielaborados.
Medicamentos
A arrecadação seria destinada para
Produtos de cuidados básicos à saúde menstrual amortização de dívidas dos entes.
Serviços de transporte coletivo de passageiros rodoviários e metroviário de caráter urbano, semiurbano e metropolitano A solicitação não foi acatada.
Alimentos destinados a consumo humano e sucos naturais sem adição de açúcares e conservantes A mudança de posição de lide-
Produtos de higiene pessoal e limpeza majoritariamente consumidos por famílias de baixa renda ranças do PP e do Republicanos
Produtos agropecuários, aquícolas, pesqueiros, florestais e extrativistas vegetais in natura contra a matéria surpreendeu o
Insumos agropecuários e aquícolas governo durante a votação dessa
Produções artísticas, culturais, jornalísticas e audiovisuais nacionais, atividades desportivas e comunicação institucional quarta. Os dois partidos recente-
Bens e serviços relacionados à soberania e segurança nacional, segurança da informação e segurança cibernética;
mente ganharam relevantes car-
gos na gestão Lula.
Redução de 30% O desafio agora será a articulação
Previsão de alíquota reduzida em 30% para a prestação de serviços de profissão intelectual, de natureza científica, literária ou da matéria na Câmara. O presidente
artística, desde que sejam submetidas a fiscalização por conselho profissional. Medida deve beneficiar profissionais liberais como da Casa, Arthur Lira (PP-AL), relatou
médicos, dentistas, advogados e engenheiros. a aliados que a versão aprovada no
Senado desagradou diversos gover-
Possibilidade de alíquota zero (definida através de lei complementar) para: nadores, que o teriam procuraram
Dispositivos médicos e medicamentos para reclamar do resultado.
Dispositivos de acessibilidade para pessoas com deficiência Além disso, a sinalização de Li-
Produtos de cuidados básicos à saúde menstrual ra de que a reforma poderia ser
Produtos hortícolas, frutas e ovos “fatiada” é vista como um empeci-
Aquisição de medicamentos e dispositivos médicos adquiridos pela administração pública e por entidades de assistência sem fins lucrativos lho por senadores. Pessoas próxi-
Serviços de educação de ensino superior no âmbito do Prouni mas ao presidente do Senado, Ro-
Entidades de Inovação, Ciência e Tecnologia (ICT) sem fins lucrativos drigo Pacheco (PSD-MG), garan-
Automóveis de passageiros adquiridos por pessoas com deficiência, pessoas com transtorno do espectro autista ou por taxistas tem que ele quer manter a inte-
Serviços de transporte público coletivo de passageiros rodoviário e metroviário de caráter urbano, semiurbano e metropolitano; gralidade do texto. (Colaboraram
Atividades de reabilitação urbana de zonas históricas e de áreas críticas de recuperação e reconversão urbanística Jéssica Sant’Ana, Marcelo Ribeiro,
Fonte: Parecer do senador Eduardo Braga à proposta de reforma tributária Renan Truffi e Fabio Murakawa)
mico (OCDE) diz que a reforma mara dos Deputados já havia tituição 45 ainda não concluiu Os inúmeros penduricalhos
aproximará o sistema brasileiro provocado sua elevação para sua tramitação. Aprovada em que entraram na reforma duran-
das melhores práticas do mun- perto de 27%. O relatório aprova- dois turnos no Senado, retornará te sua passagem no Senado refle-
do. Além disso, haverá impactos do na Comissão de Constituição à Câmara dos Deputados para tem a dificuldade do governo em
significativos na produtividade e e Justiça (CCJ) do Senado puxou a análise das alterações. Novas mu- conseguir os votos para sua apro-
no crescimento econômico, des- alíquota para 27,5%. Porém, mais danças poderão ser feitas, e aí o vação. Não por acaso, Appy ava-
taca o organismo. exceções foram incluídas antes texto retornará para o Senado. liou que a condução política feita
Nada disso, porém, será visto da votação no plenário. O presidente da Câmara dos pelo relator da proposta, Eduar-
de imediato. No momento, há Ainda assim, conforma-se o Deputados, Arthur Lira (PP-AL), do Braga (MDB-AM) merece nota
dúvidas básicas. Como, por governo, o nível de taxação atual disse que ainda neste ano serão acima de 9.
exemplo, qual será a alíquota do é da ordem de 34%. Após a vota- promulgados os trechos da re- A reforma tributária passou
Imposto sobre o Valor Agregado ção na CCJ, o secretário extraor- forma sobre os quais há consen- com seu centro preservado e um
(IVA), a ser formado pelos novos dinário da Reforma Tributária, so. Os pontos de divergência se- mundo de problemas no entor-
Imposto sobre Bens e Serviços Bernard Appy, avaliou que a pro- rão analisados posteriormente, no. Os próximos dias e meses
(IBS) e a Contribuição sobre Bens posta da reforma havia sido 70% em separado. Ele teria falado exigirão muito trabalho para
e Serviços (CBS). preservada. com o presidente do Senado, corrigir os excessos e esclarecer
É sabido que cada regime tri- Outro ponto explorado pela Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a dúvidas.
butário favorecido criado na re- oposição é a transição entre o sis- respeito.
forma tem como consequência a tema atual e o novo. Será feita aos Em 2024, será hora de aprovar
elevação da alíquota-padrão do poucos e só terminará em 2033. as leis complementares que deta- valor.com.br
IVA. Sem exceções, a alíquota se- Durante dez anos, serão dois sis- lharão o novo sistema. Há quem Maria Cristina Fernandes volta a
ria de cerca de 22%. O texto da re- temas coexistindo. diga que essa será a verdadeira escrever no dia 23 de novembro
forma tributária que saiu da Câ- A Proposta de Emenda à Cons- reforma tributária. www.valor.com.br

Política
Congresso Texto inicial restringia benefícios a
carros híbridos e elétricos; fábricas instaladas no
Nordeste e Centro-Oeste terão imposto reduzido
Adendos mantêm
incentivos para
veículos a combustão
Marli Olmos
De São Paulo
Entre as emendas apresenta-
das de última hora no texto da re-
forma tributária, o acréscimo de
três parágrafos no artigo 19 es-
tende e amplia, até 2032, incenti-
vos fiscais para fábricas do setor
automotivo instaladas no Nor-
deste e Centro-Oeste. O texto ini-
cialmente discutido no Senado
restringia o benefício a carros hí-
bridos e elétricos. Mas os adendos
mantiveram impostos reduzidos
também para veículos a combus-
tão produzidos nessas regiões, re-
petindo, em grande parte, o for-
mato do programa criado em
1997 e que envolve renúncia fis-
cal de R$ 5 bilhões por ano.
O texto foi aprovado no Sena-
do. Mas ainda vai voltar a ser
apreciado pelos deputados. O as-
sunto movimentou o setor du-
rante o dia. General Motors,
Toyota e Volkswagen, que con-
centram a produção no Sul e Su-
deste, se juntaram para publicar
nas edições de três grandes jor-
nais (Valor, “O Estado de S.Paulo”
e “Folha de S.Paulo”) uma carta
pedindo a retirada dos três pará-
grafos do texto. O alvo principal
das três gigantes é uma fábrica
da líder do setor, a Stellantis, lo-
calizada em Pernambuco.
Clima conflagrado no Senado
tornou tramitação mais complexa
Análise
César Felício
Brasília
O clima conflagrado que vigora
no Senado há quase dois meses,
desde a votação do marco tempo-
ral no STF, fez com que a atenção
do governo em relação à tramita-
ção na Casa da reforma tributária
tenha sido redobrada. Não é corri-
queiro nessa nova passagem pelo
Planalto do presidente Luiz Inácio
Lula da Silva se reunir com parla-
mentares para tratar de uma vota-
ção importante, e chama a atenção
a quantidade de emendas acata-
das pelo relator da proposta, sena-
dor Eduardo Braga (MDB-AM).
Foi uma média de uma a cada
três sugestões enviadas pelos sena-
dores. A preocupação com o resul-
tado pode ter motivado a base go-
vernista no Senado a aceitar mais
modificações em relação ao texto
do se previa inicialmente.
A reforma tributária foi aprova-
da em primeiro e segundo turnos
por 53 votos a 24, ou apenas quatro
a mais que o necessário. Foram tan-
tas as modificações feitas por Braga
que não se pode um caminho mais
tortuoso para que a PEC tenha
Ao longo dos anos, a discussão
em torno do programa de incen-
tivos, sempre dividiu o setor en-
tre o grupo de montadoras com
fábricas no Sul e Sudeste e as que
investiram em linhas mais dis-
tantes do principal centro de
consumo do país.
Enquanto todos os carros
eram a combustão, movidos a
gasolina ou etanol, o tema era
tratado como briga entre as
montadoras instaladas no Sul e
Sudeste e as do Nordeste e Cen-
tro-Oeste.
Mas a discussão passou tam-
bém a envolver o rumo que o país
vai tomar em relação à eletrifica-
ção, uma tecnologia que está re-
volucionando o mundo do auto-
móvel para atender à causa am-
biental. O governo federal não se
posiciona claramente em relação
à criação de uma política nacio-
nal de incentivos à eletrificação.
Por isso, nos últimos meses, o
lobby das montadoras se con-
“Não estamos nos
anos 1990, quando
fazia sentido a
descentralização”
Moisés Selerges
chancela nas duas casas e seja enca-
minhada para a promulgação.
“Essa reforma ainda vai ser mui-
to debatida pelo Congresso. Na Câ-
mara certamente vão propor alte-
rações e o texto certamente vai vol-
tar para o Senado Federal”, disse da
tribuna o vice-líder do governo, se-
nador Weverton Rocha (PDT-MA),
pondo em dúvida portanto a facti-
bilidade do “fatiamento da refor-
ma” sugerido na terça-feira pelo
presidente da Câmara dos Deputa-
dos, Arthur Lira (PP-AL).
O alagoano disse que a Câmara
poderia avalizar somente o que já
foi aprovado pelas duas Casas, dei-
xando todas as mudanças feitas pe-
los senadores para um exame pos-
terior. Ocorre que a promulgação
de uma emenda constitucional é
feita pelo Congresso Nacional, cujo
presidente é Rodrigo Pacheco
(PSD-MG), também presidente do
Senado. O histórico de fatiamento é
ruim: apenas para ficar em um
exemplo recente, a Câmara não deu
seguimento à “emenda paralela” da
reforma da Previdência aprovada
pelo Senado no governo Bolsonaro.
Um sinal claro de que a reforma
tributária ainda é uma obra em
aberto foi o jogo de pressões em re-
lação ao artigo 19 da PEC, o que
centrou no Congresso.
O tema ganhou visibilidade
quando a chinesa BYD decidiu se
instalar na Bahia. Era consenso —
no governo e, de certa forma, até
entre montadoras — que a che-
gada de uma nova empresa no
Nordeste, disposta a produzir
carros híbridos e elétricos, deve-
ria envolver benefícios fiscais.
Surgiu a ideia de direcionar o
benefício do Nordeste e Centro-
Oeste para a eletrificação. O texto
que estava em discussão no Sena-
do até terça-feira mantinha os
benefícios nessas regiões desde
que os novos veículos ali produ-
zidos fossem equipados com a
nova tecnologia. Ou seja, híbri-
dos ou 100% elétricos.
As montadoras que reclamam
do que chamam de excesso de in-
centivos para as empresas do se-
tor instaladas no Nordeste acata-
ram a ideia. Mas o grupo se revol-
tou quando, pouco antes da lei-
tura do texto que foi inicialmen-
te aprovado na Comissão de
Constituição e Justiça do Senado,
foram incluídas as emendas que
“esticam” o incentivo fiscal para
carros flex (movidos a etanol ou
gasolina) a combustão.
Na carta que publicaram em
conjunto, GM, Volks e Toyota
destacaram que os adendos “re-
presentam um retrocesso do
prorroga até 2032 incentivos fis-
cais concedidos para o setor auto-
motivo nas regiões Centro-Oeste,
Nordeste e Norte. Estes incentivos
tinham previsão para caducar em
2025. A prorrogação permite a
concessão de benefícios até a novos
empreendimentos, o que prorroga
por algum tempo em menor escala
a guerra fiscal. Pernambuco em pe-
so desceu ao Senado, a começar da
governadora Raquel Lyra (PSB). Do
outro lado, lá estava o governador
do Rio de Janeiro, Cláudio Castro
(PL). Representantes da Volkswa-
gen abordaram senadores durante
a sessão buscando convencê-los a
não endossar o artigo. Na Câmara
essa prorrogação estava prevista no
parecer do relator Aguinaldo Ri-
beiro (PP-PB) e foi derrubada em
destaque por um único voto.
Outro lobby bem sucedido foi o
dos Estados da Amazônia Ocidental
(no caso Roraima, Rondônia e Acre)
e Amapá. Diminutos em população,
estes quatro Estados contam com 12
senadores.Elesganharamumfundo
específico, a ser instituído por lei
complementar, na companhia do
Amazonas, em função da Zona Fran-
ca de Manaus. A negociação foi feita
em plenário, na votação dos desta-
ques depois do primeiro turno.
Entre emendas de última hora, está a que estende a carros a combustão incentivos que inicialmente beneficiariam elétricos
ponto de vista tecnológico, e
ambiental, além de uma renún-
cia fiscal prejudicial ao desen-
volvimento do país”.
“A mudança sugere um retro-
cesso que mantém a discrepân-
cia fiscal no setor automotivo
brasileiro — o que não é o espíri-
to da reforma tributária, que visa
trazer mais transparência e a me-
lhorar o ambiente de negócios
no país”, destacou, mais tarde,
Fabio Rua, vice-presidente de re-
lações governamentais da GM
América Latina.
Para o diretor de assuntos go-
vernamentais da Toyota, Roberto
Braun, a reforma em si é positiva
porque aumenta a competitivi-
dade. “Mas a reforma tem a opor-
tunidade de evitar as exceções e a
continuidade de incentivos que
distorcem”, disse.
Para Braun, apesar de “não tra-
zer plena isonomia”, o texto ori-
ginal “era razoável” por restrin-
gir os incentivos a novas tecnolo-
Para governadores do Sul e Sudeste,
‘jabutis’ incentivam guerra fiscal
Jéssica Sant’Ana e Caio Sartori
De Brasília e do Rio
Os governadores do Sul e do
Sudeste avaliaram nessa quarta-
feira que o texto da reforma tribu-
tária apresentado pelo senador
Eduardo Braga (MDB-AM) inseriu
“jabutis” de última hora que am-
pliaram a desigualdade de trata-
mento com os Estados do Norte e
Nordeste. Na avaliação deles, o
texto virou, na prática, um incen-
tivo à guerra fiscal. Por isso, o gru-
po posicionou-se contra a pro-
posta de emenda da Constituição
(PEC), na forma do substitutivo
apresentado pelo relator.
“Do jeito que está o texto, ele
desconstrói o equilíbrio que foi
feito na Câmara. A reforma tribu-
tária tem como uma das suas
missões acabar com a guerra fis-
cal. Esse novo relatório aumenta
a guerra fiscal e divide as regiões,
isso é muito ruim”, afirmou Rati-
nho Júnior (PSD), governador do
Paraná e presidente do Consórcio
de Integração dos Estados do Sul
e do Sudeste do Brasil (Cosud),
antes da votação no Senado.
O governador Eduardo Leite
(PSDB), do Rio Grande do Sul, ci-
tou três mudanças inseridas por
Quinta-feira, 9 de novembro de 2023
gias. “O novo texto trouxe novos
parágrafos, que voltam a incluir
os carros com motores só a com-
bustão. Trata-se de uma tecnolo-
gia que já existia e que não agre-
ga nada para a sociedade”, desta-
cou o executivo.
A Volkswagen ainda não se
pronunciou. Por meio de por-
ta-voz, a Stellantis disse que
por enquanto não comentaria
o assunto.
Embora a Stellantis seja o foco
dos concorrentes contrários à ex-
tensão do programa, em escala
menor, também são beneficia-
das pelos incentivos CAOA Che-
ry, com unidade em Anápolis
(GO), e o grupo HPE (Mitsubishi
e Suzuki), em Catalão (GO).
O programa de incentivos che-
gou a ser questionado pelo Tri-
bunal de Contas da União (TCU).
Relatório do tribunal questionou
o programa tanto sob o ponto de
vista do impacto no desenvolvi-
mento econômico regional co-
Braga que, na avaliação do gru-
po, criam desequilíbrio entre as
regiões do país. A primeira foi a
prorrogação do prazo de incen-
tivos fiscais para montadoras do
Norte, Nordeste e Centro-Oeste
até 2032, sete anos a mais do que
o previsto atualmente. “Isso gera
desequilíbrio concorrencial que
afeta investimentos nos nossos
Estados”, disse Leite.
O segundo foi a criação de
uma nova Contribuição de Inter-
venção no Domínio Econômico
(Cide) para manter a competiti-
vidade dos produtos da Zona
Franca de Manaus. Os similares
feitos fora da região terão de pa-
gar essa contribuição, o que, se-
gundo Leite, vai gerar encareci-
mento dos produtos feitos no
Sul e no Sudeste.
Na avaliação do governador
Claudio Castro (PL), a reforma
“claramente incentiva que as em-
presas saiam” do Rio de Janeiro. “A
proposta de reforma é justamente
acabar com a guerra fiscal, mas in-
felizmente entrou no texto uma
colaboração para a guerra fiscal.
Acho que isso é a antítese da ideia
de se reformar”, criticou.
O terceiro ponto de preocupa-
ção do grupo é a retirada de atri-
| Valor | A9
DIVULGAÇÃO
mo pela “ ausência de governan-
ça pública”. Segundo o relatório,
cada emprego criado em Per-
nambuco custa R$ 34 mil por
mês aos cofres públicos.
Para Moisés Selerges, presi-
dente do Sindicato dos Metalúr-
gicos do ABC, não havia lógica
em incluir incentivos fiscais para
empresas instaladas em determi-
nada região no projeto de lei so-
bre a reforma tributária. O diri-
gente questiona o benefício.
“Não estamos no final dos
anos 1990, quando fazia todo o
sentido estimular a descentrali-
zação da indústria para além da
região Sudeste. O momento é
outro. Trata-se agora de dar su-
porte à transição para um novo
patamar de desenvolvimento in-
dustrial, ligado à descarboniza-
ção, à inovação e renovação de
frotas veiculares no país, à na-
cionalização de componentes
estratégicos, a novas fontes de
energia”, destaca.
buições do Conselho Federativo,
que passará a ser apenas um ór-
gão gestor. “Questionamos tam-
bém a retirada do poder do Con-
selho Federativo, deixando para
o Congresso decidir política tri-
butária. O Congresso não é res-
ponsável pela arrecadação e pe-
las contas dos Estados”, argu-
mentou Leite.
Ele acrescentou que o texto
aprovado na Câmara era mais
“palatável” ao Sul e ao Sudeste.
“A reforma era mais palatável
quando saiu da Câmara. As mu-
danças que foram feitas pelo re-
lator Eduardo Braga pioram as
condições para os Estados do Sul
e do Sudeste”, resumiu o gover-
nador. “Estamos vendo inserção
de jabutis de última hora que
acabam deformando a intenção
da reforma”, completou o gover-
nador do Paraná.
Castro acrescentou que o Co-
sud não foi contrário à amplia-
ção do fundo da reforma tributá-
ria que beneficia o Norte, Nor-
deste e Centro-Oeste, em troca
da retirada de incentivos fiscais.
Leite lembrou que, no Sul e no
Sudeste, não há incentivos espe-
cíficos para desenvolvimento
econômico.
A10 | Valor | Quinta-feira, 9 de novembro de 2023
Política
Congresso Reunião destrava
debate sobre a proposta, mas há
muitas resistência à aprovação
Câmara
negociará
com Haddad
ajustes à MP
da subvenção
Marcelo Ribeiro e Raphael Di Cunto
De Brasília
Uma reunião nessa quarta-fei-
ra entre o ministro da Fazenda,
Fernando Haddad, o presidente
da Câmara dos Deputados, Ar-
thur Lira (PP-AL), e líderes parti-
dários destravou a discussão so-
bre a medida provisória (MP) das
subvenções a investimentos, com
a qual o governo espera arreca-
dar R$ 35 bilhões em 2024. Legis-
lativo e Executivo tentarão nego-
ciar agora texto que tenha apoio
suficiente para ser aprovado.
Lira e aliados definiram que a
proposta precisa de três ajustes
principais: estabelecer, na lei, o
Comissão destina R$ 5 bilhões para fundão eleitoral
De Brasília
A Comissão Mista de Orça-
mento (CMO) cortou nesta quar-
ta-feira R$ 4 bilhões das emen-
das de bancadas estaduais para
destinar ao “fundão eleitoral”.
Com isso, os partidos podem ter
pelo menos R$ 5 bilhões de di-
nheiro público para gastar nas
campanhas de candidatos a ve-
reador e prefeito no próximo
ano, fora o valor que será recebi-
do do fundo partidário.
Uma instrução normativa foi
aprovada para reduzir em R$
4,02 bilhões o valor das emendas
LulapretendeindicarnomesparaPGReSTFatéofimdoano
Isadora Peron e Andrea Jubé
De Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula
da Silva (PT) sinalizou recente-
mente a interlocutores que pre-
tende indicar, ainda neste ano,
tanto o novo procurador-geral
da República quanto o nome
que vai assumir a vaga aberta no
Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo o Valor apurou com
fontes do Palácio do Planalto, o
petista não pretende deixar para
2024 essas escolhas, apesar de
ainda não ter batido o martelo
sobre o assunto.
Após um hiato, Lula voltou a
sondar nomes para comandar o
que é custeio e o que é investi-
mento para que não fique a car-
go da Receita Federal decidir; tra-
tar “adequadamente” o passivo
dos últimos cinco anos, com pos-
sibilidade de parcelamento de
eventuais cobranças sobre as em-
presas; e bloquear brechas de so-
negação dos impostos e má utili-
zação dos incentivos tributários.
O encontro entre Haddad e os
deputados durou cerca de duas
horas. O ministro explicou o
ponto de vista do governo sobre
a importância da proposta, argu-
mentou que o país perderá deze-
nas de bilhões em arrecadação se
não for votada e apelou a que seja
aprovada na forma de MP até de-
de bancadas. Esses dispositivos
deveriam ser destinados pelo
conjunto de deputados e sena-
dores de cada Estado para obras
estruturantes e metade para cus-
teio ou investimentos em saúde.
A reserva busca atender a arti-
gos da lei que criou o fundo e da
Lei de Diretrizes Orçamentárias
(LDO) que dizem que parte des-
sas emendas custeariam aumen-
tos no fundo eleitoral. O corte,
porém, pode ser temporário, já
que os congressistas discutem ti-
rar o dinheiro de outro lugar
porque essas emendas se torna-
ram de pagamento obrigatório
Ministério Público Federal
(MPF). Na semana passada, o pe-
tista encontrou-se com o sub-
procurador Aurélio Rios. Tam-
bém é esperado que ele receba
Luiz Augusto dos Santos Lima.
Desde a saída de Augusto
Aras, no fim de setembro, a sub-
procuradora Elizeta Maria Ra-
mos cumpre um mandato tam-
pão até que o novo PGR seja es-
colhido. A PGR já teve chefes
temporários em outras ocasiões,
mas a interinidade atual, de
mais de 40 dias, é um recorde.
A procura por alternativas pa-
ra comandar a PGR foi retomada
após Lula se encontrar com os
dois nomes favoritos, mas não
Arthur Lira: para o presidente da Câmara, o governo precisa, primeiro, convencer sobre o conteúdo do projeto para então negociar a forma
zembro para garantir a cobrança
já a partir de janeiro. Se for utili-
zado um projeto de lei, afirmou,
o princípio da noventena só per-
mitirá a tributação das empresas
a partir de abril, o que diminuirá
a receita esperada em 25%.
Lira precisou deixar a reunião
antes do fim, o encontro se esva-
“O que não
podemos
é quebrar
contratos”
Elmar Nascimento
desde a aprovação desta lei, em
2017, e eles não querem perder
agora recursos que seriam desti-
nados a aliados políticos.
Relator do projeto de Lei Orça-
mentária Anual (LOA) de 2024, o
deputado Luiz Carlos Motta (PL-
SP) afirmou que a instrução nor-
mativa é uma “reserva” do valor.
“Estamos simplesmente fazendo
reserva desta diferença para ser
discutida futuramente. Se o di-
nheiro for tirado de outro lugar,
ou for menor, voltarão esses re-
cursos para as emendas”, disse.
Em 2018, primeiro ano do
fundo eleitoral, foram destina-
sair convencido das reuniões.
Em meados de setembro, o pre-
sidente esteve com o vice-procu-
rador-geral eleitoral Paulo Go-
net, que tem o apoio dos minis-
tros Gilmar Mendes e Alexandre
de Moraes, e o subprocurador
Antônio Bigonha, candidato
que conta com o aval do PT.
Presidente voltou a
sondar potenciais
candidatos à vaga
na Procuradoria-
Geral da República
ziou aos poucos e acabou sem re-
solução. “O impasse continua”,
disse o deputado Luís Carlos Hau-
ly (Pode-PR). “A decisão do STJ
[Superior Tribunal de Justiça] não
está clara nem para o contribuin-
te nem para o governo”, afirmou,
sobre o julgamento que permitiu
à União excluir do abatimento do
imposto de renda os gastos das
empresas com custeio.
Parte dos parlamentares disse
que o debate não avançou por-
que ficou numa discussão sobre
“quem está certo e quem está er-
rado” na briga entre empresas e
governo. Numa segunda reunião
à tarde, só com alguns aliados de
Lira, os deputados decidiram ne-
dos R$ 2 bilhões com esta finali-
dade. Os valores aumentaram
eleição a eleição, até chegarem a
R$ 4,9 bilhões no ano passado.
Com a reserva feita nessa quarta-
feira pela CMO, o valor saltaria
dos R$ 993 milhões previstos no
projeto de lei orçamentária
anual (LOA) para R$ 5 bilhões.
Além disso, os partidos ainda
receberam mais R$ 1 bilhão ano
passado do fundo partidário,
também abastecido com dinhei-
ro público. Para 2024, serão
R$ 1,2 bilhão nessa rubrica.
A deputada Adriana Ventura
(Novo-SP) afirmou que o valor é
Os nomes que surgiram nas
últimas semanas também pos-
suem suas conexões. Rios é da
ala progressista da PGR e é
bem-visto entre petistas graú-
dos. O subprocurador tem uma
forte atuação em temas ligados
ao meio ambiente e em defesa
aos povos indígenas. Ele, no
entanto, ocupou um cargo im-
portante na gestão de Rodrigo
Janot, apesar de manter um
tom crítico em relação à Opera-
ção Lava-Jato.
Luiz Augusto, por sua vez,
conta com o apoio do ex-presi-
dente José Sarney (MDB). Apesar
de ter feito carreira em Brasília,
ele cresceu no Maranhão, Estado
gociar com a Fazenda a constru-
ção de um texto de consenso.
Uma nova reunião com a Fa-
zenda pode ocorrer na próxima
semana, mas isso ainda não está
certo porque o Congresso não te-
rá atividades devido ao feriado
na quarta-feira. Também não es-
tá decidido se o encaminhamen-
to será pela MP ou por meio de
projeto de lei. Lira repetiu que o
governo precisa, primeiro, con-
vencer sobre o conteúdo do pro-
jeto para então negociar a forma.
Líder do União Brasil, o deputa-
do Elmar Nascimento (BA) afir-
mou que os parlamentares devem
ouvir também as empresas para
entender o impacto da proposta.
“absurdo” e superior ao destina-
do a áreas mais importantes. “A
gente precisa aprender a fazer
campanha mais barata. Todo
mundo fala que democracia cus-
ta caro. Custa caro, vírgula, mas
podemos fazer campanha mais
barata”, disse. “R$ 5 bilhões é
uma aberração”, declarou.
Ela, contudo, foi a única parla-
mentar a registrar voto contra a
instrução normativa na CMO, e
nenhum outro partido além do
Novo defendeu a rejeição.
Se a retirada de recursos das
emendas estaduais para o fundo
eleitoral dor confirmada, o di-
de origem do líder emedebista.
O subprocurador tem uma forte
atuação na área econômica e o
discurso de que o Ministério Pú-
blico Federal tem que atuar co-
mo um facilitador para destra-
var obras de infraestrutura, a
partir de tentativas de concilia-
ção entre as partes. Ele fez parte
da equipe de Aras, quando coor-
denou a câmara que trata de
questões da defesa do consumi-
dor e da ordem econômica.
Já em relação ao Supremo, Lula
continua sem ceder aos apelos da
militância para que indique uma
mulher para a vaga de Rosa We-
ber, que deixou a Corte em outu-
bro, quando completou 75 anos.
MARINA RAMOS/CÂMARA DOS DEPUTADOS
“Não podemos é quebrar contra-
tos. Quem investiu com base na
promessa dos incentivos não pode
ser prejudicado”, disse. Para ele, o
governo reclama que os governa-
dores concedem incentivos que re-
duzem a base de cálculo do impos-
to de renda, mas faz o mesmo ao
mexer em impostos compartilha-
dos com Estados e municípios.
Um complicador para a vota-
ção da proposta é o calendário: a
Câmara se dedicará nos próximos
dias à reforma tributária e à Lei de
Diretrizes Orçamentárias (LDO),
em que serão tratados temas que
opõe o governo e Congresso, co-
mo o valor das emendas parla-
mentares e do fundo eleitoral.
nheiro destinado para as campa-
nhas a vereador e prefeito sairá
de recursos para saúde, educa-
ção e investimentos. No Orça-
mento de 2024, essas emendas
representariam R$ 12,5 bilhões,
mas agora serão R$ 8,5 bilhões.
Além disso, há R$ 25,1 bilhões
para as emendas individuais de
cada parlamentar no Orçamento
e os congressistas querem criar
ainda uma “emenda de bancada
partidária” e tornar obrigatório o
pagamento das emendas das co-
missões temáticas do Legislativo,
de modo a aumentar o controle
sobre o Orçamento. (RDC e MR )
Hoje, há apenas uma mulher en-
tre os quadros do Tribunal, a mi-
nistra Cármen Lúcia.
Os nomes mais cotados per-
manecem os mesmos: o advoga-
do-geral da União, Jorge Mes-
sias; o ministro da Justiça, Flávio
Dino; e o presidente do Tribunal
de Contas da União (TCU), Bru-
no Dantas.
Nos bastidores, aponta-se que
Dino perdeu o favoritismo para
ocupar uma cadeira no STF neste
momento, porque Lula está con-
tando com ele para executar o
pacote de segurança pública
lançado na última semana pelo
Planalto. A área é considerada
um gargalo pelo governo.
Quinta-feira, 9 de novembro de 2023 | Valor | A11
A12 | Valor | Quinta-feira, 9 de novembro de 2023

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 Quinta-feira, 9 de novembro de 2023 | Valor | A13

Política

Judiciário Raul Araújo, que tem

ALEJANDRO ZAMBRANA/SECOM/TSE

dado sentenças favoráveis ao

ex-presidente, será o corregedor

Benedito
Gonçalves, que
votou contra
Bolsonaro,
deixa o TSE
Isadora Peron e Luísa Martins Em junho, quando a primeira
De Brasília ação do tipo foi analisada pelo TSE,
Benedito fez um duro voto contra Benedito Gonçalves: ministro foi responsável por submeter ao plenário ações pedindo a inelegibilidade de Bolsonaro; duas resultaram em condenação
Responsável por conduzir as Bolsonaro e acusou o ex-chefe do
ações que levaram à inelegibilida- Executivo de disseminar “fake Araújo divergiu e votou pela absol- em uma ação movida pelo PT, regedor decidir sobre as provas locadas em votação no plenário
de do ex-presidente Jair Bolsonaro news” sobre as urnas eletrônicas vição da dupla. Nos dois julga- que também tratava dos eventos testemunhais que serão colhidas — algo que só foi possível devido
(PL), o ministro Benedito Gonçal- durante uma reunião com embai- mentos, ele ficou vencido ao lado de 7 de setembro. no processo. a esse entrosamento entre Bene-
ves deixará o Tribunal Superior xadores realizada no ano passado. de Kassio Nunes Marques, que foi Esse processo não foi julgado Também ficará sob a batuta de dito e Moraes.
Eleitoral (TSE) nesta quinta-feira e Para ele, os reiterados ataques indicado por Bolsonaro ao Supre- em conjunto com os demais na Araújo uma das ações mais robus- No passado, esse tipo de ação
passará o bastão de corregedor- perpetrados pelo ex-presidente mo Tribunal Federal (STF). semana passada, porque outras tas apresentadas pelo PT no ano demorava anos para ser votada.
geral eleitoral para Raul Araújo, contra o sistema eleitoral repre- Ainda durante a sua gestão, 15 pessoas também são investi- passado, com foco na dissemina- Esse foi o caso da ação movida
que tem adotado posições favorá- sentaram um “flerte perigoso com Benedito levou a plenário outras gadas, entre elas o senador Ha- ção de “fake news”. A coligação do contra a chapa da ex-presidente
veis ao ex-mandatário. o golpismo”. O placar para tornar três ações que questionavam o milton Mourão, que era vice-pre- agora presidente Luiz Inácio Lula Dilma Rousseff e Michel Temer
O cargo de corregedor é preen- o ex-presidente inelegível foi 5 a 2. uso, por Bolsonaro, dos Palácios sidente da República, e o empre- da Silva acusou Bolsonaro, seus fi- durante a campanha de 2014. O
chido pelo ministro do Superior Ao se manifestar, porém, do Planalto e da Alvorada para sário Luciano Hang. lhos e aliados de utilizarem de um caso só foi levado a julgamento
Tribunal de Justiça (STJ) que este- Araújo disse que não via “sufi- atos de campanha em 2022. Nes- Em despacho de segunda-fei- “ecossistema de desinformação” em meados de 2017, após o im-
ja no TSE há mais tempo. Cabe a ciente gravidade" nos fatos apre- ses processos, o ex-presidente ra, contudo, Benedito decidiu para tentar ganhar a eleição. peachment da petista. Na época,
ele relatar todas as ações de in- sentados contra Bolsonaro e vo- não foi condenado. aplicar o que já havia sido decidi- O novo corregedor também a chapa foi absolvida pelo TSE.
vestigação judicial eleitoral (Ai- tou para absolvê-lo. A poucos dias de deixar o car- do pelo plenário e antecipou a herdará duas ações que miram Com a saída de Benedito, abre
jes), que além da inelegibilidade Os dois ministros adotaram go, o ministro continua despa- condenação para os dois inte- Lula. Em outubro, o TSE rejeitou, uma vaga de ministro titular no
podem levar à cassação de uma posições antagônicas novamente chando nos casos envolvendo o grantes da chapa presidencial — por unanimidade, outras duas TSE para mais um integrante do
chapa eleita. Nesses casos não há no julgamento concluído na se- ex-presidente. Ele voltou a con- o caso dos demais investigados Aijes apresentadas pela coliga- STJ. Quem entra é a ministra Maria
sorteio, os processos são encami- mana passada, quando foram denar Bolsonaro e Braga Netto ainda precisará ser analisado. ção Bolsonaro que pediam a cas- Isabel Galotti — ela já atuava como
nhados diretamente ao gabinete analisadas as ações que acusavam Apesar dos esforços do atual sação da chapa do petista. substituta, mas agora será “pro-
do ministro que ocupa o cargo. Bolsonaro e o seu vice, Walter corregedor, Araújo ainda terá que Na saída do cargo, Benedito de- movida”, com mandato até 2025.
Àfrentedacorregedoriadesdese- Braga Netto, de transformar em Ministra Maria atuar em pelo menos dez Aijes que ve ser homenageado pelos colegas Durante a campanha eleitoral,
tembro do ano passado, Benedito ato de campanha as comemora- miram Bolsonaro e seus aliados. na sessão do TSE desta quinta-fei- como juíza da propaganda, ela
foi o responsável por submeter ao ções do Bicentenário da Indepen- Isabel Galotti Uma delas é ação que trata do ra. Durante o seu mandato, ele concedeu uma série de liminares
plenário as ações que condenaram
Bolsonaro a oito anos de inelegibili-
dência, durante o feriado de 7 de
setembro do ano passado.
assumirá vaga discurso feito pelo ex-presidente
na 77 a Assembleia Geral da ONU
atuou alinhado ao presidente da
corte, Alexandre de Moraes.
a favor de Bolsonaro. Nos basti-
dores da corte, isso é considera-
dade. Ao todo, três casos contra o ex-
presidente foram julgados, e houve
Mais uma vez, enquanto a maio-
ria dos ministros votou pela con-
de titular na no ano passado. Em um despa-
cho nessa segunda-feira, Benedi-
Um dos pontos que chamou a
atenção foi a rapidez com que as
do um indicativo de que sua
atuação será mais alinhada às de
condenação em dois deles. denação dos então candidatos, Corte até 2025 to disse que caberá ao novo cor- Aijes contra Bolsonaro foram co- Araújo e Nunes Marques.

Atividade econômica Atualize suas contas

Indicadores agregados Variação dos indicadores no período
out/23 set/23 ago/23 jul/23 jun/23 mai/23 abr/23 mar/23 fev/23 jan/23 Em % Em R$
Índice de atividade econômica - IBC-Br (%) (1) - - -0,77 0,42 0,22 -1,85 1,05 -0,22 3,14 0,17 Mês TR (1) Poupança (2) Poupança (3) TBF (1) Selic (4) TJLP TLP FGTS (5) CUB/SP UPC Salário mínimo
Indústria (1) abr/22 0,0555 0,5558 0,5558 0,8159 0,83 0,5513 0,4416 0,3023 0,71 23,59 1.212,00
mai/22 0,1663 0,6671 0,6671 0,9776 1,03 0,5697 0,4424 0,4133 4,13 23,59 1.212,00
Produção física industrial (IBGE - %) jun/22 0,1484 0,6491 0,6491 0,9496 1,02 0,5513 0,4472 0,3954 2,22 23,59 1.212,00
Total - 0,1 0,2 -0,3 0,0 0,4 -0,6 1,1 -0,2 -0,3
jul/22 0,1631 0,6639 0,6639 0,9844 1,03 0,5851 0,4456 0,4101 0,73 23,67 1.212,00
Indústria de transformação - -0,3 1,1 -0,4 -0,3 0,0 -0,7 1,4 -0,4 -0,8
ago/22 0,2409 0,7421 0,7421 1,0929 1,17 0,5851 0,4630 0,4881 -0,01 23,67 1.212,00
Indústrias extrativas - 5,6 -4,2 -1,4 2,9 1,3 -0,7 0,3 4,4 3,1
set/22 0,1805 0,6814 0,6814 1,0020 1,07 0,5662 0,4670 0,4276 -0,06 23,67 1.212,00
Bens de capital - -2,2 4,5 -7,3 -2,5 4,5 -11,9 8,6 0,1 -4,4
out/22 0,1494 0,6501 0,6501 0,9506 1,02 0,6005 0,4702 0,3964 0,04 23,81 1.212,00
Bens intermediários - 0,3 -0,5 -0,5 -0,3 -0,1 0,2 1,1 0,3 -0,8
nov/22 0,1507 0,6515 0,6515 0,9519 1,02 0,5811 0,4614 0,3977 0,15 23,81 1.212,00
Bens de consumo - -1,0 1,7 1,5 0,3 -0,6 1,4 -1,2 -0,2 0,2
dez/22 0,2072 0,7082 0,7082 1,0489 1,12 0,6005 0,4670 0,4543 0,17 23,81 1.212,00
Faturamento real (CNI - %) - -0,5 1,1 -2,2 1,5 -0,1 -1,5 0,8 0,6 -1,1
jan/23 0,2081 0,7091 0,7091 1,0398 1,12 0,6142 0,4812 0,4552 -0,06 23,93 1.302,00
Horas trabalhadas na produção (CNI - %) - -1,0 0,0 -0,4 0,0 0,4 -1,2 1,0 -1,1 0,1
fev/23 0,0830 0,5834 0,5834 0,8536 0,92 0,5546 0,4931 0,3298 0,00 23,93 1.302,00
Comércio
mar/23 0,2392 0,7404 0,7404 1,0912 1,17 0,6142 0,4986 0,4864 -0,18 23,93 1.302,00
Receita nominal de vendas no varejo - Brasil (IBGE - %) (1)(2) - 1,0 0,7 1,0 0,7 -2,1 -1,5 3,1 -0,8 3,1
abr/23 0,0821 0,5825 0,5825 0,8527 0,92 0,5873 0,4907 0,3289 0,29 24,06 1.302,00
Volume de vendas no varejo - Brasil (IBGE - %) (1)(2) - 0,6 -0,1 0,7 0,2 -0,6 0,0 0,7 -0,1 3,9
mai/23 0,2147 0,7158 0,7158 1,0465 1,12 0,6070 0,4812 0,4619 1,44 24,06 1.320,00
Serviços
jun/23 0,1799 0,6808 0,6808 1,0014 1,07 0,5873 0,4622 0,4270 0,64 24,06 1.320,00
Receita nominal de serviços - Brasil (IBGE - %) (1) - - -0,2 0,2 0,2 -0,1 -1,0 1,5 1,6 -0,6 jul/23 0,1581 0,6589 0,6589 0,9694 1,07 0,5843 0,4464 0,4051 0,09 24,17 1.320,00
Volume de serviços - Brasil (IBGE - %) (1) - - -0,9 0,4 0,2 1,5 -1,7 1,1 0,9 -3,4 ago/23 0,2160 0,7171 0,7171 1,0578 1,14 0,5843 0,4321 0,4632 0,05 24,17 1.320,00
Mercado de trabalho set/23 0,1130 0,6136 0,6136 0,9039 0,97 0,5654 0,4194 0,3599 -0,05 24,17 1.320,00
Taxa de desocupação (Pnad/IBGE - em %) - 7,7 7,8 7,9 8,0 8,3 8,5 8,8 8,6 8,4 out/23 0,1056 0,6061 0,6061 0,8964 1,00 0,5478 0,4186 0,3525 -0,05 24,29 1.320,00
Emprego industrial (CNI - %) (1) - -0,1 -0,2 0,1 0,1 -0,2 0,3 0,0 -0,4 0,4 nov/23 0,0775 0,5779 0,5779 0,8481 0,92 0,5301 0,4337 0,3243 - 24,29 1.320,00
Indicador Antecedente de Emprego - (FGV/IBRE) (1)(3) -1,4 -0,5 -1,1 1,2 2,2 -0,4 -1,4 1,7 0,8 -0,8 2023 1,69 7,42 7,42 11,08 12,04 6,56 5,17 4,48 2,19 2,02 8,91
Balança comercial (US$ milhões) Em 12 meses * 1,90 8,19 8,19 12,25 13,30 7,20 5,67 4,96 2,51 2,02 8,91
Exportações 29.484 28.431 31.059 28.306 29.582 32.659 27.078 32.810 20.241 22.821 2022 1,63 7,90 7,90 11,71 12,39 6,88 5,51 4,68 9,12 1,15 10,18
Importações 20.525 19.527 21.473 20.093 19.534 21.700 19.149 22.072 17.674 20.512 Fontes: Banco Central, CEF, Sinduscon e Ministério da Fazenda. Elaboração: Valor Data * Até o último mês de referência
Saldo 8.959 8.904 9.586 8.213 10.048 10.959 7.929 10.738 2.567 2.310 (1) Taxa do período iniciado no 1º dia do mês. (2) Rendimento no 1º dia no mês seguinte para depósitos até 03/05/12 (3) Rendimento no 1º dia no mês seguinte para depósitos a partir de
Fontes: Banco Central, CNI, FGV, IBGE e SECEX/MDIC. Elaboração: Valor Data (1) Metodologia com ajuste sazonal. (2) Nova série com índice base 2014 = 100. (3) Var. em pts 04/05/12; Lei nº 12.703/2012 (4) Taxa efetiva; para novembro projetada. (5) Crédito no dia 10 do mês seguinte (TR + Juros de 3% ao ano)

Produção e investimento Inflação Dívida e necessidades de financiamento

Variação no período Variação no período (em %) Valores em R$ bilhões - no setor público
Indicadores 2º Tri/23 1º Tri/23 2023 (1) 2022 2021(2) 2020 Dívida líquida do setor público ago/23 jul/23 ago/22
Acumulado em Número índice
PIB (R$ bilhões) * 2.651 2.557 10.335 9.915 9.012 7.610 Valor % do PIB Valor % do PIB Valor % do PIB
PIB (US$ bilhões) ** 545 491 2.027 1.920 - 1.476 out/23 set/23 2023 2022 12 meses out/23 set/23 dez/22 out/22
Dívida líquida total 6.256,1 59,83 6.186,2 59,53 5.435,6 56,92
Taxa de Variação Real (%) 0,9 1,8 3,2 2,9 4,8 -3,3 IBGE
(-) Ajuste patrimonial + privatização 3,4 0,03 2,3 0,02 7,4 0,08
Agropecuária -0,9 21,0 11,2 -1,7 0,0 4,2 IPCA - 0,26 3,50 5,79 5,19 - 6.700,66 6.474,09 6.407,93
(-) Ajuste metodológico s/ dívida* -699,4 -6,69 -661,7 -6,37 -761,5 -7,97
Indústria 0,9 0,1 2,2 1,6 5,0 -3,0 INPC - 0,11 2,91 5,93 4,51 - 6.901,51 6.706,15 6.634,98
Dívida fiscal líquida 6.952,1 66,49 6.845,5 65,88 6.189,7 64,81
Serviços 0,6 0,6 3,3 4,2 4,8 -3,7 IPCA-15 0,21 0,35 3,96 5,90 5,05 6.597,68 6.583,85 6.346,64 6.280,52
Formação Bruta de Capital Fixo (%) 0,1 -3,4 1,7 0,9 12,9 -1,7 IPCA-E - 0,35 3,74 5,90 5,00 - 6.583,85 6.346,64 6.280,52 Divisão entre dívida interna e externa
Investimento (% do PIB) 17,2 17,7 18,3 18,8 17,9 16,6 Dívida interna líquida 6.935,3 66,33 6.838,3 65,81 6.234,9 65,28
FGV
Fontes: IBGE e Banco Central. Elaboração: Valor Data Dívida externa líquida -679,2 -6,50 -652,1 -6,28 -799,3 -8,37
IGP-DI 0,51 0,45 -4,40 5,03 -4,27 1.092,97 1.087,42 1.143,23 1.141,73
* Valores correntes. ** Banco Central. (1) 2º trim de 2023, nos últimos 12 meses. (2) Dados revisados
Núcleo do IPC-DI 0,30 0,26 2,80 6,16 3,37 - - - - Divisão entre as esferas do governo
IPA-DI 0,57 0,51 -7,25 4,70 -7,35 1.276,14 1.268,88 1.375,86 1.377,40 Governo Federal e Banco Central 5.315,4 50,83 5.256,5 50,59 4.568,7 47,84
IPA-Agro 0,32 -2,24 -15,08 3,38 -16,16 1.709,99 1.704,49 2.013,57 2.039,47 Governos Estaduais 834,5 7,98 823,9 7,93 781,1 8,18
Contrib. previdenciária* IR na fonte IPA-Ind. 0,66 1,52 -4,13 5,24 -3,79 1.090,42 1.083,28 1.137,41 1.133,37 Governos Municipais 45,5 0,43 45,1 0,43 32,2 0,34
Empregados e avulsos** Faixas de contribuição IPC-DI 0,45 0,27 2,97 4,28 3,92 729,56 726,26 708,49 702,01 Empresas Estatais 60,8 0,58 60,7 0,58 53,6 0,56
INCC-DI 0,20 0,34 3,10 9,28 3,57 1.084,24 1.082,10 1.051,63 1.046,90
Salário de Base de cálculo* Alíquota Parcela a deduzir Necessidades de financiamento do setor público ago/23 jul/23 ago/22
IGP-M 0,50 0,37 -4,46 5,45 -4,57 1.109,24 1.103,74 1.161,01 1.162,39
em R$ em % IR - em R$ Fluxos acumulados em 12 meses Valor % do PIB Valor % do PIB Valor % do PIB
contribuições em R$ Alíquotas em % (1) IPA-M 0,60 0,41 -7,16 5,27 -7,60 1.312,13 1.304,27 1.413,36 1.420,10
Até 1.320,00 7,50 Até 2.112,00 0,0 0,00 IPC-M 0,27 0,27 2,82 4,30 3,94 712,45 710,56 692,88 685,45 Total nominal 762,5 7,29 721,8 6,95 392,0 4,10
De 1.320,01 até 2.571,29 9,00 De 2.112,01 até 2.826,65 7,5 158,40 INCC-M 0,20 0,24 2,95 9,40 3,37 1.082,25 1.080,07 1.051,25 1.046,96 Governo Federal** 588,5 5,63 590,1 5,68 420,7 4,41
De 2.571,30 até 3.856,94 12,00 De 2.826,66 até 3.751,05 15,0 370,40 IGP-10 0,52 0,18 -4,65 6,08 -4,88 1.130,39 1.124,56 1.185,56 1.188,36 Banco Central 71,1 0,68 46,6 0,45 17,5 0,18
De 3.856,95 até 7.507,49 14,00 De 3.751,06 até 4.664,68 22,5 651,73 IPA-10 0,61 0,23 -7,33 6,08 -7,96 1.347,72 1.339,54 1.454,37 1.464,30 Governo regional 96,5 0,92 79,1 0,76 -45,4 -0,48
Empregador doméstico 8,00 Acima de 4.664,68 27,5 884,96 IPC-10 0,25 0,02 2,80 4,40 4,10 716,48 714,68 696,93 688,27 Total primário 73,1 0,70 80,5 0,77 -183,5 -1,92
Fonte: Previdência Social. Elaboração: Valor Data *Competên- INCC-10 0,36 0,18 2,84 9,55 3,41 1.068,15 1.064,31 1.038,60 1.032,95 Governo Federal -204,8 -1,96 -189,4 -1,82 -323,3 -3,39
Fonte: Receita Federal. Elaboração: Valor Data
cia out/23. **Inclusive empregado doméstico. (1) Para fins de *Valores consideram o desconto simplificado de R$ 528,00 Banco Central 0,5 0,00 0,4 0,00 0,5 0,01
FIPE
recolhimento ao INSS Obs. Desconto por dependente: R$ 189,59 Governo regional 2,3 0,02 -13,7 -0,13 -106,8 -1,12
IPC 0,30 0,29 2,31 7,32 3,35 669,79 667,80 654,64 648,09
Fonte: Banco Central. Elaboração: Valor Data * Interna e externa.** Inclui INSS. Obs.: Sem Petrobras e Eletrobras.
DIEESE
ICV* - - - - 3,07 - - - -
Principais receitas tributárias Obs.: IPCA-E no 3º trimestre = 0,56%, IGP-M 2ª prévia out/23 0,64% e IPC-FIPE 3ª quadrissemana out/23 0,23%
Valores em R$ bilhões Fontes: FGV, IBGE, FIPE e DIEESE. Elaboração: Valor Data *Índice em 2020 até fevereiro Resultado fiscal do governo central
Valores em R$ bilhões a preços de setembro*
Discriminação Janeiro-setembro Var. setembro Var.
Discriminação Janeiro-setembro Var. setembro Var.
2023 2022 % 2023 2022 % Imposto de Renda Pessoa Física 2023 2022 % 2023 2022 %
Receita Federal
Imposto de renda total 552,5 523,7 5,50 49,5 48,2 2,74
Pagamento das quotas - 2023 Receita total 1.741,6 1.821,5 -4,39 201,3 186,9 7,70
Receita Adm. Pela RFB** 1.072,9 1.094,9 -2,01 107,6 108,6 -0,95
Imposto de renda pessoa física 45,9 45,6 0,64 4,5 4,6 -1,76 Arrecadaçao Líquida para o RGPS 422,8 399,1 5,92 48,5 46,1 5,23
Imposto de renda pessoa jurídica 231,8 241,9 -4,16 16,4 18,7 -12,51 No prazo legal
Receitas Não Adm. Pela RFB 246,0 327,5 -24,89 45,3 32,3 40,29
Imposto de renda retido na fonte 274,8 236,2 16,32 28,6 24,9 15,07 Quota Vencimento Valor da quota Valor dos juros Valor total
Transferências a Estados e Municípios 331,6 355,6 -6,74 31,1 33,1 -6,03
Imposto sobre produtos industrializados 44,8 48,5 -7,66 5,3 5,5 -4,17 (Campo 7 do DARF) (Campo 9 do DARF) (Campo 10 do DARF)
Receita líquida total 1.410,0 1.465,9 -3,82 170,2 153,8 10,66
Imposto sobre operações financeiras 45,1 43,5 3,67 5,4 5,0 8,37 1ª ou única 31/05/2023 - Campo 7 Despesa Total 1.502,6 1.428,1 5,22 158,7 142,3 11,49
Imposto de importação 40,7 44,1 -7,71 4,7 5,3 -12,63 2ª 30/06/2023 1,00% Benefícios Precidenciários 673,8 644,0 4,62 69,6 65,0 7,06
Cide-combustíveis 0,6 1,4 -57,85 0,3 0,0 22.785,62 3ª 31/07/2023 2,07% + Pessoal e Encargos Sociais 255,7 259,9 -1,58 27,5 26,9 2,24
Contribuição para Finsocial (Cofins) 246,1 234,1 5,12 28,9 25,4 13,92 4ª 31/08/2023 Valor da declaração 3,14% Campo 8 Outras Despesas Obrigatórias 222,8 233,5 -4,59 20,5 23,1 -11,15
CSLL 120,3 127,0 -5,26 8,8 9,7 -8,97 5ª 29/09/2023 4,28% Despesas Poder Exec. Sujeitas à Prog. Financeira 350,3 290,7 20,51 41,1 27,4 50,19
PIS/Pasep 68,2 65,4 4,30 7,9 7,1 11,07 Resul. Primário do Gov. Central (1) -92,6 37,9 - 11,5 11,5 0,39
6ª 31/10/2023 5,25% +
Outras receitas 573,5 543,1 5,59 63,6 60,1 5,81 Discriminação ago/23 jul/23 ago/22
7ª 30/11/2023 6,25% Campo 9
Total 1.691,8 1.630,8 3,74 174,3 166,3 4,83 Valor Var. % Valor Var. % Valor Var. %
8ª 28/12/2023
ago/23 jul/23 ago/22
Pagamento com atraso Ajustes metodológicos -0,2 - 1,4 - -0,2 -
Valor Var. %* Valor Var. %* Valor Var. %* Discrepância estatística 0,7 -65,70 2,1 - 0,8 -
Multa (campo 08) - sobre o valor do campo 7 aplicar 0,33% por dia de atraso, a partir do primeiro dia após o vencimento até
ICMS - Brasil 59,7 2,34 58,3 0,63 56,9 -3,78 Result. Primário do Gov. Central (2) -26,2 -19,57 -32,6 -30,21 -52,2 -
o limite de 20%; Juros (campo 09) - aplicar os juros equivalentes à taxa Selic acumulada mensalmente, calculados a partir
set/23 ago/23 set/22 de junho/23 até o mês anterior ao do pagamento e de 1% no mês de pagamento; Total (campo 10) - informar a soma dos Juros Noniminais -75,0 101,56 -37,2 11,11 -29,7 -20,97
Valor Var. %* Valor Var. %* Valor Var. %* valores dos campos 7, 8 e 9. Fonte: Receita Federal do Brasil. Elaboração: Valor Data Result. Nominal do Gov. Central -101,3 44,98 -69,9 -12,96 -81,9 388,91
INSS 48,5 2,07 47,5 0,11 43,8 0,03 Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional. Elaboração: Valor Data
Fonte: Receita Federal, Previdência Social, Secretaria da Fazenda. Elaboração: Valor Data * sobre o mês anterior Mais informações: valor.globo.com/valor-data/, ibge.gov.br e fipe.org.br * Deflator: IPCA ** Somando Incentivos fiscais (1) Acima da linha. (2) Abaixo da linha
A14 | Valor | Quinta-feira, 9 de novembro de 2023

Internacional

Constituinte Pesquisas apontam alta rejeição ao texto finalizado e

apresentado nesta semana, que irá a referendo em 17 de dezembro Aborto leva democratas
a vitórias estaduais que
Nova Carta conservadora do dão novo vigor a Biden
Chile enfrenta forte oposição Lauren Fedor
Financial Times, de Miami

O Partido Democrata de Joe Bi-

Marcos de Moura e Souza
De São Paulo
O Chile se prepara novamente
para votar um novo projeto de
Constituição para substituir a Car-
ta em vigor desde a ditadura do ge-
neral Augusto Pinochet. Pesquisas
indicam que os eleitores estão pro-
pensos a rejeitar o novo texto.
Em setembro do ano passado, a
maioria dos eleitores disse “não” a
uma proposta vista como forte-
mente alinhada a bandeiras da es-
querda. A nova versão, apresenta-
da na terça-feira pelo Conselho
Constitucional, foi na direção
oposta e ganhou um teor conser-
vador em vários pontos sensíveis
para a sociedade chilena.
Um referendo está marcado pa-
ra ocorrer em 17 de dezembro. Pes-
quisas mostram uma alta rejeição
ao atual projeto, mas as campa-
nhas a favor e contra a proposta
ainda não começaram e alguns
analistas apontam que parte dos
eleitores tende a acabar apoiando
a nova Carta, sob a percepção de
que se trata de um texto melhor do
que a Constituição de Pinochet,
aprovada em 1981.
Se a maioria dos eleitores de fato
rejeitar a nova versão, o presidente
esquerdista do Chile, Gabriel Bo-
ric, já indicou que não promoverá
um terceiro processo constituinte.
Ele está em seu segundo ano de
mandato, que vai até 2026.
Beatriz Hevia, a advogada direi-
tista que presidiu o Conselho
Constitucional, afirma que a reda-
ção do projeto levou em conta o
que definiu como “inquietudes de
/ESTEBAN FELIX/AP
Boric marcou referendo para dezembro
todos os setores” e que ideias caras
à esquerda foram incorporadas.
Segundo ela, o texto abre o ca-
minho para que o país vire uma
página e ponha fim ao clima de
incerteza institucional e política
associado às dúvidas sobre que
Constituição regerá o Chile.
O socialista Alejandro Kohler,
integrante do Conselho Consti-
tucional, resume assim as críticas
ao projeto que será votado em
pouco mais de um mês: “exclu-
dente, dogmático e que não dá
conta da diversidade que carac-
teriza o nosso país”.
Um dos trechos polêmicos
menciona que “a lei protege a vi-
de de quem está para nascer”, o
que abriu uma discussão sobre se
essas palavras poderão levar a
uma reversão no direito ao abor-
to e comprometimento em polí-
ticas de acesso ao métodos con-
traceptivos. As regras atuais per-
mitem a interrupção da gravidez
em casos de estupro, de risco de
vida da mãe e em casos em que os
médicos afirmam que feto não te-
rá como sobreviver fora do útero.
Outro ponto controverso, e que
também agrada a ala conservado-
ra, diz respeito à imigração. A pro-
posta de Constituição estabelece
que qualquer estrangeiro que en-
tre clandestinamente no Chile seja
expulso o mais rápido possível. Bo-
livianos, venezuelanos, haitianos
são alguns dos grupos de imigran-
tes que têm buscado o Chile, movi-
mento recebido com críticas por
alguns segmentos.
Criticado pela esquerda e
aplaudido pela direita, o projeto
mantém o papel destacado do
setor privado nos setores de edu-
cação e saúde. E também divide
opiniões ao dar ao Banco Central
status de instituição autônoma.
Uma pesquisa feita pela Cadem
divulgada esta semana, mostrou
que apenas 35% dos eleitores estão
dispostos a votar a favor da pro-
posta, que 50% dizem que vão vo-
tar contra e que 15% ainda não to-
maram uma posição.
O analista Juan Carlos Ei-
chholz, sócio CLA Consulting,
aposta que à medida que as cam-
panhas avançarem a tendência é
que o apoio ao projeto aumente,
mas que ainda parece mais pro-
vável sua rejeição.
E se isso realmente ocorrer, a
expectativa é, segundo ele, que
debate político se volte para ou-
tros temas mais prementes. Um
deles, reformas e medidas para
deter a inflação e reverter o de-
semprego em alta. Outro ponto:
lidar de forma mais efetiva com a
criminalidade, que de forma
crescente é tema de preocupação
dos chilenos.
“Nos próximos dois anos, o go-
verno tem de se dedicar a gover-
nar com foco nesses dois temas,
mais do que transformações de
fundo”, diz Eichholz. Ele também
avalia que no caso do rechaço ao
novo texto, o clamor por uma no-
va Constituição continuará pre-
sente em muitos setores e a ten-
dência é que volte a mobilizar
chilenos após o governo Boric.
Alexis Cortés, que participou
do processo constitucional e pro-
fessor da Universidad Alberto
Hurtado. Ele também entende
que o texto deverá ter um apoio
maior do que mostram as pes-
quisas atuais, mas que as proba-
bilidades maiores são de rejei-
ção. Ele critica a proposta como
tendo um viés excessivamente de
direita e explica porque na visão
da esquerda e da centro-esquer-
da é preferível a manutenção de
uma Constituição aprovada na
ditadura em vez da nova versão.
“Se o voto contra ganhar, conti-
nuaremos com o texto atual, que é
da ditadura militar, mas que foi re-
formado em aspectos substanciais
pelo presidente Ricardo Lagos
(2000-2006) e por governos recen-
tes. O texto é criticado por sua ori-
gem, mas, atualmente, é mais fácil
de ser mudado”, diz ele, afirmando
que a proposta em jogo tornaria
alterações mais difíceis.
den foi vitorioso em uma série de
eleições locais e estaduais nos EUA,
dando um impulso ao presidente
no momento em que ele enfrenta
uma queda nos índices de aprova-
ção antes da luta pela reeleição.
O apoio dos eleitores ao direito
ao aborto, uma questão funda-
mental para os democratas, aju-
dou o partido a ter sucesso em vá-
rias disputas eleitorais na terça-fei-
ra, um ano antes das eleições presi-
denciais em que Biden deverá ten-
tar um segundo mandato.
O governador democrata Andy
Beshear foi reeleito no Kentucky,
enquanto os eleitores de Ohio
apoiaram um referendo para pre-
servar o direito ao aborto na Cons-
tituição estadual. Na Virgínia, os
eleitores castigaram o governador
republicano Glenn Youngkin ao
devolver aos democratas o contro-
le da legislatura do estado.
Os resultados — juntamente
com as vitórias democratas nas
eleições locais na Pensilvânia na
terça-feira — impulsionarão um
partido que tem lutado com um
declínio de Biden nos números das
pesquisas de intenção de voto.
A um ano das eleições presi-
denciais, uma pesquisa “New
York Times/Siena College” mos-
trou no fim de semana Biden per-
“Eleitores votam.
Pesquisas não.
Vamos vencer no
ano que vem”
Joe Biden
dendo para o ex-presidente repu-
blicano Donald Trump em cinco
dos seis estados indecisos que
provavelmente irão determinar o
resultado das eleições.
Os números geraram preocupa-
ção nos democratas, que a portas
fechadas se preocupam com a ida-
de de Biden e sua aparente fraque-
za eleitoral. Biden desqualificou as
pesquisas eleitorais em uma pos-
tagem em rede social na terça-fei-
ra, afirmando: “Esta noite, em todo
o país a democracia venceu e o Ma-
ga [o movimento “Make America
Great Again”, liderado por Trump]
perdeu. Os eleitores votam. As pes-
quisas não. Agora, vamos vencer
no ano que vem”.
No Kentucky, Beshear garantiu
um segundo mandato em um es-
tado republicano onde Trump der-
rotou Biden por uma margem de
26 pontos percentuais em 2020.
Segundo a Casa Branca, Biden li-
gou para Beshear para parabenizá-
lo. Os eleitores de Ohio — um esta-
do cada vez mais republicano, on-
de Trump venceu por 8 pontos per-
centuais em 2020 — apoiaram es-
magadoramente a votação que
formalizou o direito ao aborto na
constituição do estado.
O referendo ocorreu depois que
o governador republicano, Mike
DeWine, sancionou o chamado
projeto de lei “Heartbeat” (batida
do coração), proibindo o aborto
após seis semanas de gravidez,
quando muitas mulheres ainda
nem sabem que estão grávidas.
O aborto também teve um pa-
pel na decisão dos resultados na
Virgínia, onde Youngkin, o gover-
nador republicano, tentou traçar
um caminho mais moderado para
promover uma proibição aos
abortos após 15 semanas de gravi-
dez, com algumas exceções.

EM SÃO PAULO A INOVAÇÃO ACONTECE

EM SÃO PAULO O ENTRETENIMENTO ACONTECE
EM SÃO PAULO OS NEGÓCIOS ACONTECEM
EM SÃO PAULO A METRÓPOLE ACONTECE

TUDO ACONTECE EM SÃO PAULO

ACESSE E SAIBA
MAIS SOBRE A
NOVA PLATAFORMA
ACONTECE EM
SÃO PAULO

Um movimento Apoio

Internacional
Clima Outubro foi um mês ‘excepcional’ de recordes sucessivos de
temperaturas elevadas, muito acima da média dos últimos 30 anos
Ano de 2023 caminha para ser
o mais quente já registrado
Kenza Bryan, Steven Bernard
e Justine Williams
Financial times, de Londres
É quase certo que a Terra experi-
mentará em 2023 seu ano mais
quente depois de outubro ter que-
brado os recordes de temperatura,
alertou ontem a agência de obser-
vação Copernicus European Earth.
A temperatura média global
para outubro foi 0,4ºC acima do
recorde anterior para o mês, esta-
belecido em 2019, 0,85ºC mais
quente do que a média de 1991 a
2020 e 1,7ºC mais quente do que
uma estimativa dos níveis pré-in-
dustriais entre 1850 e 1900, reve-
la uma análise da Copernicus Eu-
ropean Earth, que é financiada
pela União Europeia. O outubro
“excepcional” seguiu-se a quatro
meses de temperaturas globais
recordes, disse Samantha Bur-
gess, vice-diretora da Copernicus.
“A diferença entre a temperatu-
ra deste mês de outubro e a tempe-
ratura média de outubro dos últi-
mos 30 anos é extraordinariamen-
te grande, muito maior do que a
anomalia de qualquer outro ano
que bateu recordes”, disse Carlo
Buontempo, diretor do Coperni-
cus. Serviço de Mudanças Climáti-
cas. “Já estamos em território des-
conhecido. Já estamos vivenciando
um clima que nunca vimos na nos-
sa vida ou na nossa história.”
Essa sucessão de recordes de
calor mostra que o mundo está
cada vez mais perto da meta esta-
belecida no Acordo de Paris em
2015, de limitar o aumento das
Mundo ainda produz combustíveis fósseis demais
Daniela Chiaretti
De São Paulo
Os governos planejam produzir
110% mais combustíveis fósseis
em 2030, o que torna impraticável
a meta de limitar o aquecimento a
1,5°C. Essa projeção também seria
69% a mais do que deveria ser a
trajetória compatível com um au-
mento de 2°C no fim do século. No
planejamento atual dos governos,
as metas do Acordo de Paris serão
quebradas pela queima de carvão,
petróleo e gás.
Os dados são do Production
Gap Report 2023, quarto ano do
relatório feito pelo Programa das
Nações Unidas para o Meio Am-
biente (Pnuma). A edição lançada
ontem foi feita com institutos co-
mo o Stockholm Environment Ins-
titute (SEI), Climate Analytics, 3EG
e International Institute for Sustai-
nable Development . A série atua-
liza os planos dos governos desde
2021 e analisa os caminhos de re-
dução ou aumento de produção
de combustíveis fósseis.
AL continuará a aumentar sua emissões de CO2
Pedro Borg
De São Paulo
Países da América Latina e Cari-
be deverão aumentar as emissões
de CO2 na produção de energia
nas próximas décadas, mesmo
sendo uma das regiões de maior
potencial para ampliar a oferta de
energias renováveis, diz a Agência
Internacional de Energia (AIE).
No primeiro estudo focado na
América Latina e Caribe, a AIE diz
que a região “pode liderar o novo
setor global de energia”, mas prevê
que a emissão de gases de efeito
estufa para a produção de energia
na região vai aumentar 2% até
2030 e cerca de 11% até 2050.
“A região pode desempenhar
um grande papel na nova econo-
mia energética global. Com recur-
sos naturais incríveis e um com-
promisso de longa data com as
energias renováveis, os países já
têm uma vantagem inicial nas
transições seguras e sustentáveis
para energias limpas”, disse o dire-
Temperatura recorde em outubro
Anomalias na temperatura global, em ºC
1 Anomalia recorde de 0,85º C
0,5
0
-0,5
-1
1940 1950 1960 1970
temperaturas médias a 1,5°C ou
menos de 2°C, desde a era indus-
trial. Este ano está até agora
1,43ºC mais quente do que a mé-
dia pré-industrial.
“Dispostos de forma tão nítida,
os números de 2023 sobre as tem-
peraturas do ar, dos mares, o gelo
marinho e o resto parecem saídos
de um filme de Hollywood”, diz
David Reay, climatologista da Uni-
versidade de Edimburgo. “Se nos-
sos atuais esforços globais para en-
frentar as mudanças climáticas
fossem um filme, ele se chamaria
‘Desastre Infernal’.”
Tanto novembro como de-
zembro teriam de ser significati-
vamente mais frios do que a mé-
dia para que 2023 não seja o ano
mais quente já registrado, se-
gundo Buontempo, algo que a
agência não espera. “Seria neces-
sário que fosse algo incrivel-
mente grande, como uma gran-
de erupção vulcânica, para real-
O relatório evidencia a contra-
dição entre a promessa de 151 go-
vernos nacionais, de terem se
comprometido a atingir emissões
líquidas zero, e das últimas previ-
sões sugerirem que a demanda
global de carvão, petróleo e gás
atingirá o pico nesta década. A
conta, contudo, não fecha.
“Os planos governamentais le-
variam a um aumento na produ-
ção global de carvão até 2030 e na
produção global de petróleo e gás
até pelo menos 2050”, diz o estu-
do. A lacuna entre a produção de
combustíveis fósseis e os objetivos
de conter o aquecimento da tem-
peratura e a crise do clima aumen-
ta ao longo do tempo.
“Expandir uso de
combustíveis fósseis
ameaça o futuro da
humanidade”
Inger Andersen
tor-executivo da AIE, Fatih Birol.
Apesar disso, a AIE estima que
a participação de fontes de ener-
gia alternativa no mix energético
da região deve passar de 28% em
2022 para 40% em 2050.
Ante as metas atuais da região
para transição energética, o uso de
combustíveis fósseis no consumo
de energia da América Latina e Ca-
ribe deve diminuir em ritmo lento,
passando dos atuais 67% para 63%
em 2030 e 54% em 2050.
Caso as metas de transição ener-
gética firmadas pelos países sejam
cumpridas — 16 nações da região
prometeram zerar as emissões de
gases de efeito estufa até 2050 — o
pico de consumo de combustíveis
fósseis seria atingido entre 2023 e
2030, e até 2050 o consumo de de-
rivados do petróleo e gás cairia.
Segundo a entidade, caso as
metas estabelecidas sejam cum-
pridas, as novas demandas de
energia poderão ser atendidas por
fontes renováveis, fazendo com
que os países da região possam
acima da média de long prazo*
1980 1990 2000 2010 2020
mente mudar isso”.
O calor é em grande parte pro-
vocado pelos gases com efeito de
estufa liberados pela queima de
combustíveis fósseis, mas o fenó-
meno climático natural El Niño
também está aumentando as
temperaturas, exacerbando as já
elevadas temperaturas da super-
fície do mar.
Outro relatório também divul-
gado ontem mostra que os gover-
nos ao redor do mundo planejam
produzir mais que o dobro da
quantidade de combustíveis fós-
seis até 2030, do que seria consis-
tente com o limite ao aquecimento
a 1,5°C (leia o texto abaixo).
Os cenários mais recentes traça-
dos pela Agência Internacional de
Energia (AIE) sugerem que a de-
manda global por petróleo cairia
quase pela metade até 2050 se os
governos prosseguirem com suas
promessas sobre a energia limpa.
“Nosso planeta continua pas-
“Os governos estão dobrando
a produção de combustíveis fós-
seis, o que significa um proble-
ma duplo para as pessoas e o pla-
neta”, disse o secretário-geral da
ONU, António Guterres, comen-
tando o relatório. “Não podemos
enfrentar a catástrofe climática
sem atacar sua causa principal: a
dependência dos combustíveis
fósseis. A COP 28 deve enviar um
sinal claro de que a era do com-
bustível fóssil está chegando ao
fim inevitável. Precisamos de
compromissos confiáveis para
aumentar as energias renová-
veis, eliminar gradualmente os
combustíveis fósseis e aumentar
a eficiência energética, garantin-
do ao mesmo tempo uma transi-
ção justa e equitativa.”
O relatório de 126 páginas mos-
tra uma análise mais profunda de
20 países grandes produtores de
petróleo, o Brasil entre eles. “Esses
perfis mostram que a maioria des-
ses governos continua a fornecer
apoio político e financeiro signifi-
cativo para a produção de com-
vender até 2 milhões de barris de
petróleo por dia em 2030, “diversi-
ficando o fornecimento global e
aumento a arrecadação” dos Esta-
dos latino-americanos.
“A região deve continuar usan-
do combustíveis fósseis para aten-
der grande parte de suas necessi-
dades energéticas, especialmente
para o transporte rodoviário, en-
quanto o avanço em transições pa-
ra energia limpa deve permanecer
limitado”, disse a AIE em relatório.
O estudo destaca que a região
parte de uma posição de vanta-
gem em relação a outras partes do
globo, já que conta com 60% de
energia produzida de fontes reno-
váveis, o dobro da média mundial.
“O relatório especial é um
marco no nosso trabalho com os
países latino-americanos e espe-
ramos continuar a colaboração
regional e bilateral inspirados na
análise, que estabelece um cami-
nho claro para seus objetivos
energéticos”, disse Birol.
A AIE diz ainda que caso os paí-
sando por marcos infelizes em
sua história meteorológica”, diz
Akshay Deoras, meteorologista
da Universidade de Reading. Os
recordes de temperatura estão
“sendo quebrados por uma mar-
gem enorme”, observa ele.
Outubro também marcou o
sexto mês consecutivo em que a
extensão do gelo marinho na An-
tártica atingiu níveis recordes de
baixa para a época do ano.
As anomalias na temperatura
do mar causadas pelo fenômeno
climático El Niño, que continua
aquecendo o Oceano Pacífico, es-
tão menores do que as registra-
das nesta época do ano durante
padrões similares em 1997 e
2015, disse a Copernicus.
Uma série de eventos climáti-
cos extremos acompanhou as al-
tas temperaturas. No mês passa-
do, um surto incomum de incên-
dios florestais assolou partes do
norte da Austrália. A Copernicus
disse que o número e a intensida-
de dos incêndios estiveram “sig-
nificativamente acima” da média
de 20 anos na Austrália Ociden-
tal e no Território Setentrional.
Ao mesmo tempo, as tempesta-
des Babet no norte da Europa e Ali-
ne, em Portugal e Espanha, ajuda-
ram a elevar os níveis de chuvas
acima da média na maior parte da
Europa. Foi também um período
mais úmido do que a média em
partes da América do Norte e Chi-
na, enquanto um furacão de inten-
sidade recorde atingiu a costa do
México no mês passado. (Com
agências internacionais)
bustíveis fósseis”, diz o texto.
Embora ainda não tenha atuali-
zado a NDC brasileira, que foi en-
viada à Convenção da ONU sobre
Mudança do Clima na semana
passada, o capítulo dedicado ao
país lembra que a Petrobras decla-
rou que a empresa que rumar para
a transição energética e irá liderar
a energia renovável no país. Um
gráfico mostra a produção históri-
ca (2005-2022) e projetada de pe-
tróleo e gás no Brasil, com dados
para 2023-2032 do Plano Decenal
de Expansão de Energia e proje-
ções para 2033-2050 do Plano Na-
cional de Energia 2050. A linha de
exploração de petróleo no gráfico,
conforme a projeção, mostra a for-
te intenção de expandir a fonte.
“Os planos dos governos para
expandir a produção de com-
bustíveis fósseis estão prejudi-
cando a transição energética ne-
cessária para atingir emissões lí-
quidas zero, colocando em dúvi-
da o futuro da humanidade”, dis-
se Inger Andersen, diretora-exe-
cutiva do PNUMA.
ses latino-americanos cumpris-
sem os compromissos climáticos
que assumiram, a transição seria
muito mais rápida e as energias re-
nováveis representariam mais de
70% da geração de eletricidade em
2030 e mais de 90% em 2050.
O estudo diz ainda que a região
precisa cumprir quatro metas pa-
ra atingir a redução de emissão
dos gases de efeito estufa: acelerar
a adoção de fontes de energia re-
novável, promover eletrificação de
indústria e transporte, impulsio-
nar eficiência de produção de
energia renovável e ampliar acesso
a soluções limpas para cozinhar.
“O relatório conclui que a rique-
za de recursos e de experiência em
desenvolvê-los da América Latina
e do Caribe poderiam garantir
contribuições para a segurança
energética global e transições para
energia limpa junto com os paco-
tes certos de políticas, além de ge-
rar grandes benefícios para as eco-
nomias locais após uma década de
crescimento lento”, disse a AIE.
Quinta-feira, 9 de novembro de 2023
Multidão de palestinos foge a pé do norte para o sul da Faixa de Gaza
EUA querem Cisjordânia
e Gaza unificadas sob a
AP após o fim do Hamas
Agências internacionais
O secretário de Estado dos EUA,
Antony Blinken, apresentou on-
tem um plano para o pós-guerra
na Faixa de Gaza, segundo o qual o
enclave deveria ser unificado com
a Cisjordânia sob a administração
da Autoridade Palestina. A decla-
ração se deu um dia depois de o
premiê israelense, Benjamin Neta-
nyahu, ter dito que Israel assumi-
ria a administração de Gaza por
“um período indeterminado”,
após o fim da guerra com o grupo
terrorista Hamas.
No encontro de ministros de Re-
lações Exteriores do G7 (grupo das
sete maiores economias ricas) no
Japão, Blinken reiterou a posição
do governo de Joe Biden de que Is-
rael não deveria reocupar Gaza
após a guerra — embora tenha dei-
xado aberta a possibilidade de os
israelenses exercerem um papel na
administração da segurança por
um “período de transição”.
“O plano deve incluir um gover-
no liderado pelos palestinos e uma
Faixa de Gaza unificada com a Cis-
jordânia sob a Autoridade Palesti-
na”, disse Blinken. “Isso deve in-
cluir um mecanismo sustentado
para a reconstrução em Gaza e um
caminho para que israelenses e pa-
lestinos vivam lado a lado em Esta-
dos próprios, com medidas iguais
de segurança, liberdade, oportuni-
dades e dignidade.”
Israel prometeu erradicar o Ha-
mas, que controla Gaza desde
2007, depois dos ataques lançados
pelo grupo terrorista contra o ter-
ritório israelense em 7 de outubro.
Segundo Israel, os atentado deixa-
ram 1.400 mortos e o Hamas levou
para a Faixa de Gaza pelo menos
240 reféns. Funcionários palesti-
nos dizem, por seu lado, que a res-
posta israelense já causou a morte
de mais de 10,5 mil pessoas — nú-
meros que não puderam ser verifi-
cados por fontes independentes.
A Autoridade Palestina, ou AP, é
dominada pelo Fatah — uma fac-
ção laica da Organização de Liber-
tação da Palestina (OLP) —, que ad-
ministra partes da Cisjordânia.
Mas a AP, que é presidida por Mah-
mud Abbas, de 87 anos, é politica-
mente frágil e carece de credibili-
dade entre muitos palestinos. O
Hamas, baseado no fundamenta-
lismo religioso, expulsou os mem-
bros do Fatah de Gaza há 16 anos.
Funcionários e especialistas
árabes alertaram que não é rea-
lista esperar que a AP se mova fa-
cilmente para Gaza e substitua o
Hamas — ainda que Israel consi-
Curtas
Ativos russo congelados
O presidente russo, Vladimir
Putin, assinou ontem um decre-
to que permite aos investidores
ocidentais trocar os seus ativos
retidos na Rússia por ativos rus-
sos congelados no exterior após
a invasão da Ucrânia. O ministro
das Finanças da Rússia disse que
o decreto visa desbloquear 100
bilhões de rublos, pouco mais de
US$ 1 bilhão, congelados no ex-
terior. No entanto, as autorida-
des ocidentais afirmaram que
não aceitarão negociações sobre
a potencial troca de ativos.
| Valor | A15
HATEM MOUSSA/AP
ga derrotar o grupo terrorista,
que está profundamente enrai-
zado na sociedade palestina.
Combatendo “no coração de
Gaza”, segundo líderes de Israel,
soldados israelenses abriram on-
tem uma janela de quatro horas
de pausa nos ataques para per-
mitir que pelo menos 15 mil civis
se deslocassem do norte para o
sul do enclave. Na véspera, as Na-
ções Unidas estimavam que pelo
menos 300 mil não combatentes
permaneciam na Cidade de Ga-
za, em meio aos combates. Antes
da guerra, 650 mil pessoas vi-
viam na capital do enclave.
A Faixa de Gaza é uma das re-
giões mais densamente povoa-
das do planeta — onde cerca de
2,3 milhões de pessoas se con-
centram em uma área de aproxi-
madamente 360 mil km2.
A ONU descreveu a situação
dos que permanecem na Cidade
de Gaza e em outras partes do
norte da faixa como “cada vez
mais terrível”.
“Plano deve incluir
governo unificado
da Autoridade
Palestina”
Antony Blinken
Washington e seus aliados têm
pressionado Israel a concordar
com pausas mais longas nas
ofensivas e o estabelecimento de
corredores humanitários para
permitir a movimentação dos ci-
vis. Os israelenses, por outro la-
do, alegam que a suspensão das
operações por mais tempo daria
chance para que combatentes do
Hamas escapem e se reagrupem
por meio da extensa rede de tú-
neis sob o território.
Israel disse ontem que seus ata-
ques aéreos a Gaza mataram um
importante líder e fabricante de
armas do Hamas, a quem chamou
de Mahsein Abu Zina. Anterior-
mente, disse que as suas tropas ti-
nham fechado totalmente o cerco
à Cidade de Gaza, que considera o
“centro nervoso do Hamas”.
O Catar anunciou ontem que es-
tá mediando as negociações para
conseguir garantir a libertação de
10 a 15 civis sequestrados pelo Ha-
mas — em troca de uma trégua de
cinco dias para que o enclave seja
abastecido com água potável, ali-
mentos e combustível suficiente
para manter funcionando gerado-
res de energia em hospitais.
Varejo na zona do euro
As vendas no varejo na zona do
euro caíram pelo terceiro mês
consecutivo em setembro, à medi-
da que os consumidores continua-
ram a controlar os gastos em res-
posta ao aumento das taxas de ju-
ro, à inflação elevada e à estagna-
ção do crescimento econômico. A
queda de 0,3% foi ligeiramente
maior do que a projeção de 0,2 %
dos economistas em pesquisa da
Reuters. O Eurostat, escritório de
estatística da UE, disse que o declí-
nio mensal levou a queda anual
nas vendas de bens para 2,9%.
A16 | Valor | Quinta-feira, 9 de novembro de 2023

Opinião

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reconhecimento crescente desses riscos, há ainda um em relação ao lado oposto. Sucursal de Brasília Multiplataformas Correspondente
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caminho longo a ser percorrido até que se avance rumo Outra ameaça grave do uso mal-intencionado da IA é Fernando Exman
(luciana.alencar@valor.com.br) Assis Moreira (Genebra)
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a um acordo internacional sobre o tema. O perigo ampliar enormemente o controle do Estado e de algumas Sucursal do Rio Editora Valor Online (assis.moreira@valor.com.br)
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concreto é o de a tecnologia correr muito mais poucas empresas sobre os cidadãos. A capacidade Francisco Góes
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rapidamente do que a vontade política. gigantesca de processamento em tempo real da IA Editora do Núcleo de
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mas pouco mais do que isso. A União Europeia (UE) Por fim, há o perigo mais grave, que é o de a IA ganhar patrick.cruz@valor.com.br (daniela.chiaretti@valor.com.br) NOVA GLOBO RURAL
Editora de Finanças
está preparando a sua própria regulação. EUA e autonomia e vontade própria e deixar de obedecer aos Talita Moreira
Fernanda Guimarães Editor-executivo:
Cassiano Ribeiro
(fernanda.guimaraes@
Reino Unido anunciaram na semana passada a criação humanos, o que ameaçaria a própria existência da (talita.moreira@valor.com.br) valor.com.br) cassianor@edglobo.com.br
de agências nacionais de segurança para IA. humanidade. Na conferência em Londres, o premiê
Há muitas ameaças em potencial relacionadas à IA. A mais britânico, Rishi Sunak, afirmou que a IA pode se tornar um Valor PRO / Diretor de Negócios Digitais Tarcísio J. Beceveli Jr. (tarcisio.junior@valor.com.br)
Para assinar o serviço em tempo real Valor PRO: falecom@valor.com.br ou 0800-003-1232
simples, mas talvez mais premente, é o que se chama em risco para a humanidade na escala de uma pandemia
inglês de “deep fake” (falso profundo), a produção com uso ou de uma guerra nuclear. O empresário americano Elon Filiado ao IVC (Instituto Verificador de Comunicação) e à ANJ (Associação Nacional de Jornais)
de IA de imagens, áudios e vídeos falsos, mas realistas ao Musk, que logo lançará uma ferramenta para concorrer Valor Econômico Av. 9 de Julho, 5229 – Jd. Paulista – CEP 01407-907 – São Paulo - SP. Telefone 0 xx 11 3767 1000

ponto de serem indistinguíveis dos verdadeiros, a não ser
por análises técnicas sofisticadas. Essa ferramenta pode ser
usada num sem número de fraudes. Pode, por exemplo, criar
imagens de pessoas em situação de sequestro-relâmpago
com pedido imediato de resgate. Pode abalar a reputação de
pessoas, empresas ou produtos, por meio de “deep fakes”
constrangedores. Pode ser usado com finalidades políticas.
Certamente veremos políticos fazendo e dizendo coisas que
eles na realidade nunca fizeram ou disseram.
Essas são todas ameaças graves às nossas vidas pessoais, às
nossas sociedades, aos negócios e à estabilidade política e
democrática. Qual será o efeito da disseminação de um
vídeo falso mostrando um líder político numa situação
ilegal ou moralmente condenável? O desmentido por
uma perícia técnica poderá levar dias ou semanas.
com o ChatGPT, disse na semana passada que a IA é “uma Departamentos de Publicidade Impressa e On-line
SP: Telefone 0 xx 11 3767-7955, RJ 0 xx 21 3521 1414, DF 0 xx 61 3717 3333.
das maiores ameaças à humanidade”. Legal SP 0 xx 3767 1323
Já houve apelos de especialistas por uma moratória (pouco Redação 0 xx 11 3767 1000. Endereço eletrônico www.valor.com.br
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disposição e a capacidade dos governos de regulá-los. Atendimento ao Assinante. Tel: 0800 7018888. Carga tributária aproximada: 3,65%

.
Ainda que o foco não seja esse, muitas vezes a receita com o tributo é relevante. Por Bráulio Borges e Marcelo Baird

ImpostoSeletivopode promoverasaúdeeaproteçãoambiental
A
reforma tributária, em
discussão no Congres-
so Nacional, tem sus-
citado importantes
debates. A maior parte deles gi-
ra em torno da sugestão de
uma alíquota-padrão máxima
do novo “IVA” (CBS + IBS) e do
papel do Comitê Gestor para
governança dos tributos. Nas
últimas semanas, no entanto, a
proposta de criação do Impos-
to Seletivo (IS) vem recebendo
cada vez mais atenção. O tribu-
to, inédito no Brasil, deverá in-
cidir sobre bens e serviços pre-
judiciais à saúde e ao meio am-
biente, como, por exemplo, ta-
baco, bebidas alcoólicas, ali-
mentos ultraprocessados, agro-
tóxicos e combustíveis fósseis.
Diversos setores econômicos
vêm criticando a criação do Im-
posto Seletivo (“excise tax”, em
inglês). Reação que pode ser ob-
servada na apresentação de
emendas pedindo a supressão
da medida, como a que foi pro-
posta pelo senador Rogério Ma-
rinho (PL/RN), ou ainda, a redu-
ção do escopo, como a sugestão
do senador Hamilton Mourão
(Republicanos/RS), isentando
espumantes e vinhos.
Dezenas de países já adotam o
IS como política pública. O Banco
Mundial e a Organização Mun-
dial da Saúde (OMS) defendem a
estratégia como recurso para de-
sestimular o consumo de produ-
tos nocivos. Além disso, a medida
pode ser interpretada como uma
indenização à sociedade. Afinal,
o uso desses artigos gera aumen-
to de gastos públicos com saúde
e impactos socioeconômicos ne-
gativos decorrentes da poluição
ambiental e das mudanças cli-
máticas causadas pela emissão
de ga-ses de efeito estufa, dentre
outros efeitos deletérios.
No Brasil, a redução do núme-
ro de fumantes depois da sobre-
taxação do tabaco ilustra a eficá-
cia da medida. Mesmo assim, to-
do ano, perdemos quase 162 mil
vidas e gastamos R$ 50 bilhões
com o tratamento de doenças
relacionadas ao hábito de fu-
mar. Quando consideramos
gastos indiretos que afetam a
economia, como a perda da
produtividade, chegamos a
R$ 92 bilhões, segundo o Insti-
tuto de Efectividad Clínica y
Sanitaria (IECS). Ou seja, um
montante equivalente a sete
vezes o valor da arrecadação
fiscal total do setor, que gira
torno de R$ 13 bilhões.
Evidentemente, temos que le-
var em consideração os riscos de
uma alíquota do IS muito elevada,
“confiscatória.” Cuidado necessá-
rio para não estimular a informa-
lidade, a evasão fiscal e o merca-
do ilegal, situações que reduzi-
riam a efetividade da medida.
Em 2019, no Brasil, a arrecada-
ção de “excise taxes” equivaleu a
0,9% do PIB, bem abaixo dos pou-
co mais de 2% registrado em paí-
ses com PIB per capita semelhan-
te. Ao longo dos anos 2000, esses
tributos chegaram a responder
por 1,5% do nosso PIB. Mas, na dé-
cada passada, ocorreu uma que-
da considerável dessas receitas,
sobretudo em consequência da
redução da Contribuição de In-
tervenção no Domínio Econômi-
co (Cide) sobre os combustíveis.
Além de ter ido na contramão
do mundo, é importante notar
que, como política pública, o IS
faz ainda mais sentido hoje do
que no passado. Principalmente,
quando se leva em conta a urgên-
cia crescente da agenda de miti-
gação das mudanças climáticas
globais, bem como a elevação ex-
pressiva do percentual de obesi-
dade no Brasil nas últimas duas
décadas -—de 12,2% da popula-
ção de mais de 20 anos em
2002/03 para 26,8% em 2019.
A base de incidência desses ti-
pos de tributo no Brasil se mostra
defasada e fora de sintonia com o
que vem sendo praticado no res-
to do mundo. Depois das sucessi-
vas reduções de alíquota dos
combustíveis fósseis, nos distan-
ciamos ainda mais do que seria a
tributação compatível com o
chamado Custo Social do Carbo-
no. Da mesma forma, seguimos
na contramão de países que já
tributam de forma mais rigorosa
itens como sacolas plásticas, be-
bidas açucaradas e alimentos ul-
traprocessados. Enquanto o Bra-
sil concede incentivos fiscais à in-
dústria de refrigerantes, um total
de 60 países e regiões já tributam
mais gravosamente bebidas e/ou
alimentos não saudáveis.
Ainda que o objetivo do IS não
seja esse, muitas vezes, a arreca-
dação desse tipo de tributo se
mostra relevante. Sobretudo
quando alcança produtos pouco
inelásticos a preço, no curto e
médio prazo, como os combustí-
veis. Independentemente de ser
ou não utilizado como recurso
arrecadatório, trata-se de tribu-
tação favorável à sociedade, que
DANIEL KIRSCH/PIXABAY
mento da própria transição ener-
gética (no caso do IS do tipo “car-
bon tax”) e compensação ao SUS
pelos custos com tratamento.
A reforma tributária em dis-
cussão no âmbito da PEC
45/2019 proporciona ao país a
oportunidade de constitucio-
nalizar o Imposto Seletivo, fa-
vorecendo a promoção da saú-
de e a proteção ao meio am-
biente. O relatório apresentado
pelo senador Eduardo Braga
(MDB-AM) em 25 de outubro
manteve a previsão do IS, o que
foi muito positivo, mas cedeu a
pressões ao manter uma trava
ao seletivo, que pode impedir
que agrotóxicos ou ultrapro-
cessados sejam sobretaxados.
O IS deve ser adotado como
política de Estado e não do go-
verno de turno. Para tanto, o
Congresso deve aprovar um se-
letivo sem travas. Depois, será
necessário que a sociedade ci-
vil esteja atenta à fase de regu-
lamentação, para garantir que
todos os produtos nocivos se-
jam contemplados e minimi-
zar o risco de reduções oportu-
nistas em períodos eleitorais,
algo observado com frequên-
proporciona ganhos de bem-es- cia no Brasil — principalmente
tar ao longo do tempo. E, embora envolvendo combustíveis.
se trate de tributação sobre o Com o Imposto Seletivo bem
consumo, a medida tem caráter implementado, poderemos sal-
progressivo, uma vez que as po- var vidas humanas e o planeta,
pulações mais vulneráveis são as estratégia alinhada ao que o Bra-
que mais sofrem com as conse- sil vem se comprometendo no
quências negativas do uso des- âmbito dos Objetivos de Desen-
ses bens, que geram internalida- volvimento Sustentável (ODS) da
des e externalidades negativas. ONU. A adoção do Imposto Sele-
O IS também pode gerar um tivo é, portanto, um jogo de ga-
efeito triplamente positivo: re- nha-ganha para o Brasil.
dução dos gastos públicos com
saúde pela diminuição do consu- Bráulio Borges é economista da LCA e
mo desses produtos; redução da pesquisador do FGV Ibre.
alíquota-padrão do novo IVA Marcelo Baird é cientista político e
(IBS+CBS) a partir das receitas coordenador de advocacy da ACT
geradas pelo novo IS; financia- Promoção da Saúde.

Opinião
Descarbonização e comércio
Jorge Arbache
E inovação”.
m breve haverá mais
uma COP que, uma vez
mais, tratará do cumpri-
mento do Acordo de Pa-
ris para limitar o aumento da
temperatura média do planeta
a até 1,5C. Esses esforços são
mais do que necessários, afinal,
a despeito de a temperatura
média do planeta estar subindo
mais rapidamente do que o
previsto e de haver evidências
inequívocas de associação entre
mudanças do clima e aumento
da intensidade dos eventos cli-
máticos extremos, não se vê, até
o momento, o senso de urgên-
cia que a situação requer.
Vemos, isto sim, grande e cres-
cente atenção às oportunidades de
negócios associadas à mudança do
clima e políticas que miram inte-
resses locais, quando o tema trans-
cende fronteiras e requer coopera-
ção e ações coordenadas e coleti-
vas. A modo de exemplo, mais de
85% dos novos projetos de energia
verde se concentram em alguns
poucos países desenvolvidos e na
China, como se fora possível se
salvar sozinho, enquanto países
em desenvolvimento enfrentam
grandes dificuldades de acesso a
Aplicado criteriosamente, ele pode ser benéfico sem prejudicar outros países. Por Dani Rodrik
Nacionalismo da maneira certa
C
om os EUA na lideran-
ça, o mundo parece en-
trar em uma nova era
de nacionalismo eco-
nômico, uma vez que muitos paí-
ses estão priorizando suas agen-
das social e econômica internas e
as agendas ambientais, em detri-
mento do livre comércio e do
multilateralismo. Embora a
abordagem do presidente Joe Bi-
den seja mais comedida e aberta
à cooperação do que a de Do-
nald Trump, ela provoca preocu-
pações entre os liberais econô-
micos, que veem ecos de um re-
torno ao protecionismo e à au-
tarquia ao estilo dos anos 30.
Mas o “nacionalismo econômi-
co” é uma daquelas expressões as-
sustadoras que os liberais econô-
micos usam para desacreditar prá-
ticas de que não gostam. Assim co-
mo acontece com qualquer rótulo
ideologicamente carregado, ele es-
conde mais do que revela. Afinal, o
nacionalismo econômico assume
muitas formas, algumas prejudi-
ciais e outras benéficas. Além dis-
so, alguns dos principais teóricos
do nacionalismo econômico, co-
mo Alexander Hamilton e Friedri-
ch List, eram liberais políticos.
Embora o nacionalismo econô-
mico possa sair pela culatra quando
levado a extremos, o mesmo pode
ocorrer com o liberalismo econômi-
co. Quando aplicado criteriosamen-
te na busca de objetivos internos le-
gítimos — como a construção de for-
ça econômica e o reforço de um sen-
timento de propósito nacional —,
ele pode ser benéfico sem necessa-
riamente prejudicar outros países.
O nacionalismo econômico en-
quadra a economia principalmen-
te em termos de nação, tal como o
nacionalismo político faz com o
sistema político. A economia exis-
te principalmente para servir a na-
ção, assim como o Estado-nação
persegue o interesse nacional.
Nenhuma das formulações tem
muito conteúdo até começarmos a
definir o que significa “servir a na-
ção” e “interesse nacional”. O foco na
economia nacional pode ser benig-
noecompatívelcomgraus significa-
tivos de abertura ao comércio e às fi-
nanças internacionais. Segundo a
teoriaeconômicaconvencional,édo
interesse de um país adotar o livre
comércio. Um governo que busca a
autarquia abandonará os benefícios
da especialização, perderá oportu-
financiamentos e tecnologias pa-
ra a adaptação e mitigação.
Embora os esforços de países
avançados e da China para avan-
çar com a transição energética
sejam importantes, afinal, são
eles os maiores emissores de ga-
ses de efeito estufa, ainda serão
necessárias várias décadas para
que as respectivas matrizes elé-
tricas sejam carbono-neutras. A
preocupação aumenta ainda
mais quando testemunhamos
atrasos e flexibilizações nas
metas e nas políticas ambien-
tais de vários países avançados
e quando também testemu-
nhamos crescente onda popu-
lar de oposição às políticas de
descarbonização. Este tema es-
tá se tornando tão complexo e
divisivo que já até faz parte de
campanhas eleitorais e já até
está levando empresas a revisa-
rem planos de investimentos
verdes naquelas economias.
Para preservar o planeta, será
preciso lançar mão de um arsenal
mais amplo de instrumentos, e
um deles é o comércio internacio-
nal. De fato, a interconexão eco-
nômica entre países oferece
oportunidades únicas para a des-
carbonização. Considere o de, “compliance” e descarboni-
“powershoring”. A América Lati-
na e Caribe (ALC) têm a matriz
energética elétrica mais verde do
mundo e vários países já têm ma-
trizes praticamente verdes ou
bastante verdes, resultado de
vantagens comparativas ambien-
tais, grandes esforços prévios de
investimentos em energias reno-
váveis e do desenvolvimento de
tecnologias e cadeias de valor de
biocombustíveis e outras tecno-
Se os Estados Unidos
agirem como um
valentão, impondo
suas preferências
políticas aos outros e
tentando minar o
desenvolvimento
tecnológico de seus
rivais, eles causarão
muitos danos ao resto
do mundo e poucos
benefícios a si próprios
logias sustentáveis. Tudo isto co-
loca a região numa posição pri-
vilegiada de “time-to-market” e
de estruturas de custo atrativas
para produzir manufaturas ver-
des. Além disto, políticos e a po-
pulação em geral apoiam políti-
cas de sustentabilidade.
Pense nos casos do aço verde e
do combustível de aviação susten-
tável (SAF). Países da ALC dispõem
de minério de ferro de alta quali-
dade, amplos recursos hídricos e
energia renovável para produção
de hidrogênio verde (H2V), ele-
mentos requeridos para a produ-
ção do aço limpo, insumo crítico
para esverdear muitas cadeias de
produção mundo afora. Países da
região também já dispõem da
biomassa e outras condições ne-
cessárias para produzir SAF de
maneira bastante competitiva.
Ao acolher cadeias industriais
intensivas em energia e acelerar a
oferta de manufaturados verdes
para o mundo, o “powershoring”
reduz os custos e os prazos da
descarbonização, ajuda no en-
frentamento das resistências às
políticas ambientais em países
avançados e atende aos interesses
corporativos de competitivida-
zação. Assim, o “powershoring”
promove a eficiência enquanto
atende aos interesses de todos.
Mas há outros canais por meio
dos quais o comércio internacio-
nal pode acelerar a descarboniza-
ção. O comércio encoraja a disse-
minação de tecnologias mais lim-
pas e inovadoras, facilita o acesso
às tecnologias de energias renová-
veis, promove a eficiência energé-
tica por meio da troca de conheci-
nidades em tecnologias de ponta e
perderá o acesso ao capital externo.
Conforme argumenta o historia-
dor Marvin Suesse, o nacionalismo
econômico oscila, portanto, entre
dois impulsos algo contraditórios: a
tentação de restringir o intercâmbio
econômico com outros países, a fim
de promover a independência na-
cional; e o desejo de expandir os la-
ços internacionais ao serviço do
crescimento econômico nacional.
Ninguém combinou melhor es-
ses impulsos do que os Estados “de-
senvolvimentistas” do leste da Ásia.
Japão, Coreia do Sul, Taiwan e, mais
espetacularmente, a China, confia-
ram em uma combinação de políti-
cas que encorajam a integração eco-
nômica global e protegem seletiva-
mente setores essenciais. Cada um
moldou seu próprio futuro através
de uma vasta gama de políticas in-
dustriais — crédito direto, subsídios,
barreiras tarifárias e não tarifárias —
que os ajudaram a desenvolver no-
vas competências econômicas.
Esses não eram apenas projetos
econômicos. Eram projetos nacio-
nais de renovação, destinados a al-
cançar o Ocidente. Como afirma a
cientista política Elizabeth Thurbon,
da Universidade de New South Wa-
les, e seus coautores, as autoridades
com mentalidade desenvolvimen-
tista “veem a capacidade fabril local,
a autonomia tecnológica e a compe-
titividade das exportações como as
basesfundamentaisdalegitimidade
politica interna, da segurança nacio-
nal, do status internacional e do
prestígio, e assim estipulam um pa-
mentos e produtos inovadores e
estimula cadeias de suprimentos
mais verdes. O comércio interna-
cional também premia, via mer-
cado, países que buscam liderar
investimentos e tecnologias de
práticas sustentáveis, estimulan-
do uma corrida global por novas
soluções. O mercado global de
créditos de carbono e de serviços
ambientais também estimula a
descarbonização e a preservação.
E o comércio internacional pode
funcionar como plataforma de
colaborações e parcerias.
O comércio talvez seja a
agenda com abordagem
mais holística para
a promoção da
descarbonização
Mas, a despeito dos evidentes
benefícios do comércio para a
descarbonização, há desafios. Po-
líticas protecionistas, de discrimi-
nação e de subsídios na área verde
implementadas por países avan-
çados já vêm causando profundas
distorções nos sistemas de preço e
na alocação de recursos e investi-
mentos, alienando principalmen-
te países em desenvolvimento.
Igualmente, políticas que levam à
virtual paralização do sistema de
soluções de controvérsias e outros
marcos institucionais no âmbito
da OMC também limitam a con-
tribuição do comércio para a des-
carbonização. Outro grande desa-
fio é a imposição unilateral, por
parte de países avançados, de re-
gras, padrões, certificações e ou-
tros mecanismos e barreiras não
pel central para o Estado na promo-
ção desses objetivos através de inter-
venções estratégicas no mercado”.
Ninguém pode negar o sucesso
desses países. Seu rápido crescimen-
to tirou centenas de milhões de pes-
soas da pobreza e elevou alguns de-
les à condição de economias avança-
das em menos de duas gerações. A
China se tornou não só uma po-
tência econômica, como o princi-
pal rival geopolítico do Ocidente.
A ascensão dramática de cada
país foi alvo de acusações de que ele
não estava sendo aberto o suficiente
e não proporcionava um acesso sufi-
ciente aos seus mercados. Os subsí-
dios governamentais generalizados
—paraaço,automóveis,célulassola-
res etc. — muitas vezes minaram as
posições competitivas das empresas
estrangeiras e provocaram a ira de
seus governos. Mesmo assim, no ge-
ral, o nacionalismo econômico do
leste da Ásia foi uma benção para o
restodomundo.Mesmocombarrei-
ras comerciais aqui e ali, os merca-
dos aquecidos que ele criou para os
parceiros comerciais foram muito
maiores do que qualquer outra es-
tratégia econômica alternativa teria
produzido. Além disso, os subsídios,
pela lógica dos próprios liberais eco-
nômicos, foram uma dádiva para
outros países,porqueajudarama re-
duzir os preços aos consumidores.
É certo que o avanço das exporta-
ções da China criou dificuldades im-
portantes para as economias avan-
çadas. O “choque da China” levou a
perdas de empregos a longo prazo
nas regiões mais expostas à concor-
Quinta-feira, 9 de novembro de 2023
tarifárias que neutralizam vanta-
gens comparativas e competitivas
ambientais, em especial de países
da ALC. A falta de uma arbitragem
internacional imparcial e equili-
brada para determinar e monito-
rar padrões, normas e barreiras
não tarifárias na área verde pesa
contra converter a agenda de des-
carbonização numa agenda inclu-
siva e de empoderamento coleti-
vo. Um outro desafio é a imensa
desigualdade no acesso a tecnolo-
gias sustentáveis e a financiamen-
tos e garantias para viabilizar in-
vestimentos verdes em países em
desenvolvimento. Finalmente, é
essencial que haja coerência e
equilíbrio entre políticas ambien-
tais, comerciais e de desenvolvi-
mento econômico e social de for-
ma a que a descarbonização leve
em conta as imensas diferenças e
necessidades entre países.
O comércio talvez seja a agen-
da com abordagem mais holísti-
ca para a promoção da descarbo-
nização. Afinal de contas, o co-
mércio acelera os tempos e reduz
os custos da transição e ainda
combina a agenda climática com
agendas de interesse nacional,
de transição verde e justa e de in-
teresses corporativos. Portanto,
não é exagero considerar o co-
mércio como sendo um dos mais
poderosos catalisadores nas lu-
tas contra as mudanças climáti-
cas e contra as resistências às po-
líticas de sustentabilidade.
Jorge Arbache é vice-presidente de
setor privado do Banco de
Desenvolvimento da América Latina e
Caribe (CAF) e escreve mensalmente às
quintas feiras neste espaço.
rência chinesa, aumentando o apoio
político aos populistas autoritários
de direita tanto nos EUA como na
Europa. Mas se alguém tem mais
culpa são os governos ocidentais,
por não terem conseguido gerir
apropriadamente o comércio com a
China (ao não liberalizarem o seu
comércio mais lentamente, por
exemplo). Enquanto a China conse-
guia um desempenho de exporta-
ção excepcionalmente forte, esses
governos se agarravam a uma fé ex-
cessiva no liberalismo econômico.
É claro que o nacionalismo eco-
nômico não se saiu bem em todos os
lugares. Governos demais se envol-
veram em um dirigismo excessivo,
estimularam empresas ineficientes
por tempo demais e fecharam suas
economias de forma demasiada-
mente indiscriminada. Quando os
governos cometem esses erros, é
principalmente o seu próprio povo
que paga o preço. O nacionalismo
econômico que dá errado é uma po-
litica de empobrecer a si mesmo, e
não de empobrecer o vizinho.
O desenvolvimento do leste asiá-
tico é uma lição para o mundo de
hoje. Se o nacionalismo econômico
nos EUA se concentrar na criação de
uma economia interna forte e inclu-
siva, ele fará muito bem — mesmo
quando viola alguns dos princípios
do liberalismo econômico. Outros
países acabarão se beneficiando de
uma economia americana mais sau-
dável e uma sociedade mais coesa, e
deverão ter pouco do que reclamar.
Como Suesse mostra, o naciona-
lismo econômico geralmente é uma
resposta ao fato de ter sido deixado
para trás por outros países. Aqui, a
experiência atual dos EUA é um
pouco diferente. Embora outros te-
nham avançado, especialmente a
China, os EUA continuam sendo o
país mais poderoso do mundo.
O risco, então, é que o nacionalis-
mo econômico americano vá além
da construção de uma sociedade
melhor e da descoberta de um pro-
pósito interno. Se os EUA agirem co-
mo um valentão, impondo suas pre-
ferências políticas aos outros e ten-
tando minar o desenvolvimento tec-
nológico de seus rivais, eles causarão
muitos danos ao resto do mundo e
poucos benefícios a si próprios.
Dani Rodrik , professor de economia
política internacional na Harvard
Kennedy School, é presidente da
International Economic Association.
| Valor | A17
Frase do dia
“A China
passará de
uma sociedade
baseada na
produção para
uma sociedade
baseada na
De Keyu Jin, da London School of
Economics, ao Valor
Cartas de
Leitores
Trump
Mais lamentável que as mano-
bras de Donald Trump para re-
tornar ao poder é a credibilida-
de de grande parte do povo
americano em sua competência
para exercer o supremo cargo
nacional. Um povo cuja riqueza
é egressa dos expedientes esta-
tais hábeis, empregados sobre-
tudo na Segunda Guerra Mun-
dial e é hoje a grande potência
mundial, posto que desafiada
pelo avanço chinês. Não deixa
de demonstrar seu valor, mas
não se pode olvidar o Vietnã, o
Iraque, o Afeganistão e a impo-
sição solerte do consumismo so-
bre as economias mundiais. A
história gera a intuição de que
não há impérios eternos; daí seu
sentimento de autodefesa, en-
carnado na liderança do mais
tosco materialismo predatório.
Amadeu Garrido de Paula
amadeugarridoadv@uol.com.br
Crise na Espanha
Os antagonismos entre esquer-
da e direita tornaram-se irrecon-
ciliáveis na Espanha. A polariza-
ção política e a radicalização
ideológica estão no ponto de
maior tensão desde a Guerra Ci-
vil Espanhola (1936/1939). Nos
últimos dias, violentos protestos
do Vox (partido de extrema-di-
reita) têm ocorrido em frente à
sede do Partido Socialista
(PSOE) na capital do país. Agora,
as manifestações convocadas
pelo Partido Popular, para 12 de
novembro, em todo o país, mar-
cam uma postura de bloqueio
total contra a investidura do pri-
meiro-ministro Pedro Sanchez
para formar um novo governo.
Caso não haja votação no parla-
mento até o dia 27 de novem-
bro, a Espanha teria obrigatoria-
mente que convocar a sexta elei-
ção legislativa em seis anos para
o 14 de janeiro do próximo ano.
Para isso ocorrer, diante do es-
tado de ânimo dos manifestan-
tes de direita contra o projeto de
anistia proposto pela esquerda
para os independentistas da Ca-
talunha, não se pode descartar
violentos protestos em frente ao
Congresso, em Madri, ou mesmo
a tentativa de invasão do prédio
ou do plenário do parlamento.
Luiz Roberto da Costa Jr.
lrcostajr@uol.com.br
Orçamento
A Lei de Diretrizes Orçamentárias
(LDO) como norma que ajuda o
governo a priorizar os investi-
mentos e o orienta como o recur-
so disponível deverá ser gasto,
tem um suporte bíblico: "Qual de
vocês, se quiser construir uma
torre, primeiro não se assenta e
calcula o preço, para ver se tem
dinheiro suficiente para comple-
tá-la?” (Lucas, 14:28).
Jorge de Jesus Longato
longatojorge@gmail.com
Reforma tributária
A Reforma Tributária que está
sendo aprovada pelo Congresso
Nacional, deverá fazer uma pro-
funda mudança na economia.
impostos que serão unificados,
em dois grandes grupos, moder-
nizando assim o atual regime.
José de Anchieta Nobre de Almeida
Correspondências para
Av. 9 de Julho, 5229 - Jardim
Paulista - CEP 01407-907 - São
Paulo - SP, ou para
cartas@valor.com.br, com nome,
endereço e telefone. Os textos
poderão ser editados.
 A18 | Valor | Quinta-feira, 9 de novembro de 2023
China Filhos da elite do país
privilegiam inovação em lugar
de crescimento, diz Keyu Jin
Novageração
dechineses
rejeitafocono
crescimentoa
qualquercusto
Marsílea Gombata
De São Paulo
A China se prepara para uma
nova era, com líderes vindos de
uma geração de filhos únicos ul-
tra qualificados, com valores di-
ferentes, educados no Ocidente e
que adoram consumir — muito
distinto da geração de seus pais,
que passaram por enormes tur-
bulências econômicas, são pou-
padores e avessos ao risco. Nessa
nova era, o crescimento econô-
mico não será a grande preocu-
pação, afirma a economista chi-
nesa Keyu Jin, professora da Lon-
don School of Economics, que
adota o padrão ocidental de no-
me seguido de sobrenome em
sua identificação.
“Creio que no futuro a China se
dirige para algum ponto em que
dependerá muito mais dos merca-
dos e do setor privado do que do
Estado, o que foi útil no passado,
mas se tornará mais obstrutivo no
futuro”, afirma Jin ao Valor.
Apesar de organismos inter-
nacionais e entidades de direitos
humanos, como as Nações Uni-
das e a Anistia Internacional, de-
nunciarem a prisão de centenas
de pessoas todos os anos por in-
fringirem leis que reprimem a li-
berdade de expressão, de reu-
nião e de associação, a economis-
ta relativiza o que chama de visão
“ocidental” sobre o controle e au-
toritarismo do governo chinês.
“Se olharmos pesquisas, vemos
que coisas totalmente intolerá-
veis aos olhos ocidentais são es-
peradas e até normais na China.”
Jin, que será uma das palestran-
tes, hoje, na 14 edição do evento
Macro Vision, do Itaú BBA, é dou-
tora pela Universidade Harvard e
filha de Jin Liqun, ex-vice-ministro
das Finanças chinês, e está à frente
do Banco Asiático de Investimento
em Infraestrutura. Seguem os
principais trechos da entrevista:
Valor: Em seu livro “The New
China Playbook: Beyond Socialism
and Capitalism”, a senhora diz que
a China está entrando em uma nova
era, cada vez mais moldada por
uma geração jovem. Será uma Chi-
na diferente do que é hoje?
Keyu Jin: A nova era para a Chi-
na significa, antes de tudo, atores
diferentes, uma nova geração de
filhos únicos altamente qualifi-
cados, que têm valores muito di-
ferentes, mente aberta, foram
educados no Ocidente, adoram
consumir e têm ótimo estilo de
vida, muito diferente da geração
de seus pais, que passaram por
enormes turbulências, econômi-
cas, psicológicas, eram poupado-
res e não consumidores, avessos
ao risco e conservadores.
Esses novos líderes da nova era
da China não estão tão focados
no crescimento astronômico [da
economia], mas estão tentando
encontrar algo entre o socialis-
mo e o capitalismo, eliminando o
capitalismo americano de extre-
ma desigualdade. Tentam definir
o modelo de uma nova era na
qual o crescimento não é a única
coisa que importa, mas também
uma gama de objetivos sociais.
Valor: A senhora diz que a China
Varejo funciona sob um modelo único de
centralização política e descentrali-
Gestora RBR zação econômica. Quais problemas
esse modelo pode trazer?
compra fatia do Jin:A China tem esse modelo
Eldorado e cria único de centralização política e
descentralização econômica. A au-
divisão de sência de qualquer um deles não
teria feito ele funcionar como foi
shoppings na China. E foi [como] a China con-
seguiu mobilizar e coordenar a ní-
B8 vel macro e implementar a nível
local. Se você observar a distribui-
ção dos unicórnios de tecnologia
na China, realmente eles estão em
todo o país, e não apenas em Pe-
quim e Xangai. E isso vem de uma
dinâmica de competição em que
governos locais fornecem ajuda
aos empreendedores privados.
Esses são pontos fortes. Mas
também existem desvantagens
significativas e que poderão ser
ainda mais no futuro. A elevada
proporção da dívida em relação ao
PIB também é consequência do
modelo de economia política em
que os governos locais levam
adiante atividades econômicas ex-
tras à custa de muito empréstimo.
Essa nova era já não se baseia
em uma simples medida do PIB,
mas em uma métrica mais ampla
de prosperidade comum, estabi-
lidade social, proteção ambiental
e também PIB. Creio que no futu-
ro a China se dirige para algum
ponto em que dependerá muito
mais dos mercados e do setor pri-
vado do que do Estado, o que foi
útil no passado, mas se tornará
mais obstrutivo no futuro.
Valor: O que seria estabilidade
social na China?
Jin: Estabilidade social no sen-
tido de dar oportunidades às pes-
soas, dar a elas esperança de que a
próxima geração terá condições
melhores. E segurança, que os
chineses mostraram em diversas
pesquisas internacionais ser mais
importante do que outras coisas
como liberdade e autonomia.
A estabilidade social é necessá-
ria no futuro próximo porque a
China ainda tem 1 bilhão de pes-
soas que vivem com menos de US$
300 por mês. [Oferecer isso] será
fonte de legitimidade e estabilida-
de social no futuro. Não podemos
pensar na China como um país de
renda alta ou média-alta como um
todo. Pequim e Xangai atingiram
níveis de renda equivalentes à da
Coreia do Sul, enquanto a renda
em regiões do centro e oeste do
país, estão mais próximas de paí-
ses menos desenvolvidos.
Valor: Essa nova geração forçará
a um novo tipo de governo?
Jin:A nova geração olha para o
mundo exterior e não encontra
muita inspiração nas democracias
e sociedades do Ocidente. Penso
que há pouca vontade de realmen-
te reformar o sistema na China.
Mas talvez [seja preciso] mu-
dar alguns aspectos e recalibrar.
Não espero uma mudança drásti-
ca porque a China promoveu um
equilíbrio único, adequado às
suas condições. Não necessaria-
mente seguindo o modelo oci-
dental, mas muito próximo da
economia de mercado, um mo-
delo diferente que leva em conta
a sua história e cultura.
Valor: Há hoje na China um nível
de controle e autoritarismo, inacei-
tável para os países ocidentais. Por
que isso é tolerado na China?
Jin:A maneira como vemos a re-
lação com a autoridade é muito di-
ferente em comparação com o Oci-
dente. Essa linha tênue entre defe-
rência a uma autoridade e o exercí-
cio do livre arbítrio é algo com o
qual os chineses sempre tiveram
que conviver ou aprender a equili-
brar, desde quando se é jovem,
com a família e com professores,
entre a crianças e os pais.
Se olharmos pesquisas, vemos
que coisas totalmente intolerá-
veis aos olhos ocidentais são es-
peradas e até normais na China.
Na verdade, os chineses esperam
e até querem que o governo inter-
venha, mesmo que isso signifique
interferência em sua vida cotidia-
na. Isso seria totalmente incom-
preensível no Ocidente.
Keyu Jin, filha de ex-vice-ministro das Finanças e doutora por Harvard, diz que prosperidade deve ir além do PIB
“Novos líderes
De fato, há mais controle na Chi-
na, mas as pessoas não veem isso
buscam algo
necessariamente da mesma forma
que um cidadão ocidental. E, ape-
entre o
sar desse controle, há um debate
cívico muito dinâmico nas redes
socialismo e o
sociais [na China]. Com exceção de
alguns tópicos, há discussões va-
capitalismo,
riadas que vão da coordenação de
protestos à crítica ao governo.
eliminando o
Há mais regras e vigilância,
mas se você conversar com um
capitalismo
chinês comum, não acho que ele
se sinta infeliz como os ociden-
americano,
tais o descreveriam. Na verdade,
pesquisas mostram que os chine-
que causa da
ses são menos infelizes que as
pessoas que vivem no Ocidente.
desigualdade”
Valor: Olhando para a disputa
entre EUA e China, como dois países
Keyu Jin
tão diferentes, que competem entre
si, podem chegar a um consenso?
Jin: Gostaria de enfatizar que há
mais semelhanças nos objetivos e
expectativas dos dois países e nas
motivações e desejos de seus povos
do que acreditamos. Pense em to-
das as colaborações científicas en-
tre as duas maiores economias do
mundo, com os melhores pesqui-
sadores em tecnologia de ponta,
medicina e biotecnologia, sem fa-
lar em mudanças climáticas e cola-
borações contra o terrorismo.
Por que desperdiçar essa cola-
boração preciosa? Só porque eles
não se comunicam bem, não ex-
pressam seus interesses com o
outro lado? Não se justifica, seja
pelo potencial perdido, mas tam-
bém pelas possíveis calamidades
que poderiam ocorrer no mundo
louco em que vivemos hoje.
O novo celular da Huawei que
usa chips semicondutores produ-
zidos na China, por exemplo, é
um tapa na cara no que diz res-
peito a controles de exportação,
apesar do debate sobre o quão
sustentável é e em qual escala. Es-
se é o início de uma jornada mui-
to agressiva em direção a maior
inovação e tecnologias de ponta e
ao fato de que não se pode con-
trolar fluxos tecnológicos, de co-
nhecimento, de equipamentos
nessa economia global.
Valor: Podemos esperar um con-
flito militar entre China e EUA?
Jin: No curto prazo, os desafios
internos da China serão sobre esta-
bilidade — a China se tornará um
país e uma sociedade muito mais
complexos, e haverá muito mais
coisas com as quais terá [de lidar]
para satisfazer os cidadãos, não
apenas em relação à segurança
econômica e ao meio ambiente,
mas também quando se trata de
um senso de identidade, de um
propósito. Os EUA, por sua vez,
têm muitas coisas para resolver.
Acho que ambos não querem ar-
riscar um erro de cálculo. Portanto,
no curto prazo apostaria mais na
paz do que no conflito. No longo
prazo, não creio que esses dois paí-
ses tenham uma diferença tão fun-
damental em valores e pontos de
vista que leve a um conflito.
Valor: Quais os principais im-
pactos de movimentos como resho-
ring e nearshoring para a China?
Jin: É lamentável que muitos
governos usem isso como descul-
pa para se esconder atrás de um
protecionismo velado, que é o que
está acontecendo. A China se bene-
ficiou muito da globalização, mas
acredita que outros países devem
se beneficiar dela, especialmente
os em desenvolvimento. [Esses
movimentos] impulsionarão mui-
GREG BEADLE/DIVULGAÇÃO
to mais a cooperação sul-sul, por-
que o ambiente geopolítico é mais
favorável, e o comércio regional na
Ásia. Muitos outros países sentem
que não podem depender só da
China como fornecedor interme-
diário, mas, de novo, essa depen-
dência pode coexistir com a visão
de globalização e não necessaria-
mente ser uma contradição.
Valor: Em um artigo à revista
“Times”, a senhora disse que o setor
de tecnologia dos EUA precisa da
China. Por quê?
Jin: Um dos princípios básicos
da teoria econômica é que a com-
petição impulsiona a inovação. Se
você está confortavelmente senta-
do em sua cadeira, não será moti-
vado a mudar. A concorrência in-
ternacional também é importante.
Veja o exemplo EUA-Japão. EUA e
Japão competiam muito na déca-
da de 1980. E o Japão ultrapassou
os EUA em semicondutores. E isso
nos levou a mudanças importan-
tes em termos de inovação.
Também estamos vendo isso
com a China. O fato de os veículos
elétricos chineses serem tão com-
petitivos e tão bons está levando os
europeus a fazer mais. Os fabrican-
tes chineses de baterias estão pres-
sionando os americanos e o gover-
no alemão a quererem fazer mais.
Valor: Quais os principais riscos
para a economia chinesa hoje?
Jin: Não concordo com a visão
ocidental de que a China chega ao
seu pico demográfico, e o envelhe-
cimento significa um declínio per-
manente na economia chinesa.
Penso que o principal problema
reside na capacidade de levar re-
formas adiante. Ainda há muitas
reformas a serem implementadas,
incluindo em relação ao fato de
não haver fluxo de mão de obra
entre as regiões sem causar grande
desigualdade geográfica, à má alo-
cação de recursos e ao sistema fi-
nanceiro, tão crítico em uma era
impulsionada pela inovação.
Muitos dos desafios econômi-
cos de curto prazo são mais cíclicos
que estruturais. O fato de durante
a pandemia e no pós-pandemia
não ter havido um grande estímu-
lo para apoiar as famílias, ter ocor-
rido queda na confiança devido à
grande incerteza no ambiente ma-
croeconômico são questões mais
cíclicas. As questões realmente es-
truturais são reformas e mudanças
nos incentivos para governos lo-
cais, dado o alto nível da dívida.
Valor: O que significa para o
mundo uma desaceleração chine-
sa? Para fornecedores de commodi-
ties como o Brasil seria alerta de que
se deve depender menos da China?
Jin: Primeiramente, eu não de-
pendo sempre de uma fonte, como
princípio. Porque a demanda ex-
terna, seja China ou de outro lugar,
está sujeita a muitas flutuações e
crescentes riscos geopolíticos. A
China é super importante, contri-
buiu para um terço do crescimen-
to global nos últimos 10 anos, e
uma desaceleração significativa
pesará sobre a economia mundial.
O problema é que estamos nos
escondendo atrás desse véu do
protecionismo, usando a seguran-
ça nacional como desculpa, e
quem sofre são as pessoas. O que a
redução do comércio entre os EUA
e a China está fazendo? Apenas
desviando o comércio para o Viet-
nã e o México. E os custos de inova-
ção vão subir por causa desses mo-
vimentos de desacoplamento.
Construção Governança
Venda de materiais Comitê de
de acabamento cai Minoritários black
november
e afeta resultado da da Petrobras é
Dexco, diz Oliveira, contra mudança
presidente B7 no estatuto B6
Valor B
Quinta-feira, 9 de novembro de 2023

VarejoRótulos próprios têm mais relevância nas

ANNA CAROLINA NEGRI/VALOR

farmácias — cresceram 57% entre julho de 2022

e julho deste ano, segundo a NielsenIQ

Marca própria da
Raia Drogasil, Needs
já fatura R$ 1 bilhão
Ana Luiza Carvalho e
Mônica Scaramuzzo
De São Paulo
Na Raia Drogasil, a estratégia
da rede farmacêutica não estará
restrita à expansão de unidades,
mas também à independência de
sua principal marca própria. A
Needs, que abarca uma categoria
de 50 produtos, entre eles, cuida-
dos da pele, fraldas e primeiros
socorros, responde por quase
R$ 1 bilhão de receita (nos últi-
mos 12 meses até outubro), vai
ganhar “voz própria”, diz Renata
Mascarenhas, diretora de marcas
próprias da RD.
No Brasil, sobretudo no varejo
de alimentos, as marcas próprias
estão associadas a linhas de com-
bate, com preços mais competiti-
vos que as líderes do mercado.
Em momentos de recessão, o con-
sumidor não pensa duas vezes
antes de trocar a marca do produ-
to para equilibrar o orçamento.
A varejista começou a perce-
ber o potencial da Needs, criada
há dez anos, e resolveu apostar
em projeto solo para a “mega-
brand”, como é tratada no grupo.
Na reunião com investidores que
será realizada hoje (9), a RD quer
apresentar a relevância desse ne-
gócio e explicar que as marcas
próprias têm um papel de renta-
bilização na companhia.
“Dentro da Raia Drogasil, a
marca tem sua vida própria, com
proposta de valor muito clara in-
dependentemente do posiciona-
mento das bandeiras. A Needs é
eficiente, sem ser rebuscada”, diz
Mascarenhas. A rede tem cinco
marcas próprias, que faturam
R$ 1,2 bilhão — Needs responde
por pouco mais de 80%. O grupo
conta também com a Nutrigood,
voltada a alimentação saudável;
Natz, focada em suplementos e
vitaminas; a Caretech, de equipa-
mentos de saúde como termôme-
tro e medidor de pressão, além de
produtos Raia e Drogasil.
Dados da consultoria IQVIA
mostram que em julho de 2023 a
marca Needs estava em quarto lu-
gar em vendas no varejo no seg-
mento saúde do consumidor, atrás
da Pumpers, Rexona e Dorflex.
Uma pesquisa da NielsenIQ
aponta que o varejo farmacêutico
é o canal onde as marcas próprias
têm mais relevância no Brasil: elas
cresceram 57% entre julho de 2022
e julho deste ano, e foram respon-
sáveis por 8% do crescimento do
canal de farmácias. Um dos dife-
renciais são os menores preços em
R$ 1,2
é a receita de 5
bi
marcas da empresa
relação a produtos de conglome-
rados multinacionais —a Nielse-
nIQ aponta que a marca própria é,
em média, 30% mais barata.
“Neste contexto, marca pró-
pria se consolida como uma al-
ternativa de preço mais baixo,
mantendo o atributo de exclusi-
vidade com menor desembolso”,
diz Gabriel Lescher Fagundes,
executivo de Insights sobre In-
dústria da NielsenIQ.
Essa diferença de valores tem
apoiado a estratégia de cresci-
mento da Pague Menos, que tam-
bém conta com um portfólio am-
plo de marcas próprias, de itens “Marcas próprias em qualidade, tecnologia, embala- pação das marcas próprias, esses
de primeiros socorros a vitami- gens e sustentabilidade”, diz a só- rótulos são um referencial de segu-
nas e suplementos. O diretor fi- têm um papel na cia da EY e líder do segmento de rança para compra de produtos
nanceiro da Pague Menos, Luiz
Novais, diz que a categoria tem
rentabilidade” Consumo, Produtos e Varejo para
América Latina, Cristiane Amaral.
mais caros e elaborados.”
De olho nesse mercado, as com-
boa penetração entre as classes D Renata A consultoria Kantar aponta panhias também têm ido além dos
e E, predominantes nos bairros que as marcas próprias respon- itens de baixo valor agregado e in-
em que a companhia mantém Mascarenhas dem por 0,1% do volume de vendas vestido em produtos diferencia-
suas operações. “A renda desse do varejo como um todo no Brasil. dos e tecnologias proprietárias. De
público tem sofrido e cada vez Em países da Europa, a fatia chega acordo com a Pague Menos, o pro-
mais eles buscam um produto res preços em detrimento da a 50%. As estratégias para empla- tetor solar da rede é campeão de
que tenha uma faixa de preço qualidade, o que prejudica o al- car os produtos próprios incluem vendas no Nordeste. Os dermocos-
menor, mas com boa qualidade.” cance de novos clientes. posição de destaque nos pontos de méticos também estão no radar da
Novais diz que um dos diferen- “A forma como produtos de venda, campanhas de comunica- Raia Drogasil. De acordo com o e-
ciais competitivos das marcas pró- marcas próprias ou exclusivas co- ção com os consumidores e, o cha- commerce da Droga Raia, o prote-
prias é o menor investimento em meçaram no Brasil, com uma visi- mariz mais conhecido, preços tor solar é o quarto item da Needs
marketing ante os demais rótulos. bilidade de produtos de baixa mais competitivos. mais vendido, após hastes flexíveis
Por outro lado, as varejistas qualidade tem mudado com o “A marca própria pode ser meio de algodão e lenços umedecidos.
brasileiras têm um longo cami-
nho a percorrer na comunicação
com o consumidor. A EY aponta
passar do tempo, mas ainda traz
resquícios no momento de decisão
do consumidor. Por isso, marcas
de acesso para produtos mais ela-
borados”, diz o diretor de análises
avançadas da divisão Worldpanel
Um hidratante facial recém-lança-
do já disputa o top 10 de vendas.
Para a NielsenIQ, esse movi-
que as marcas próprias ainda próprias ou exclusivas precisam da Kantar, Rafael Couto. Segundo mento destaca as tendências de
carregam um estigma de meno- manter ou acelerar investimentos ele, em países com maior partici- consumo nas farmácias.

Destaques
Starbucks e os credores
Cerca de uma semana depois da
operadora da Starbucks, a South-
Rock Capital, ter entrado com um
pedido de recuperação judicial,
alegando dívidas de R$ 1,8 bilhão,
a Justiça antecipou parcialmente
os efeitos da proteção contra a co-
brança de credores, conforme de-
cisão proferida pelo juiz Leonardo
Fernandes dos Santos, da 1ª Vara
de Falências de São Paulo. Além da
Starbucks, outras marcas como
Eataly e Brazil Airports também
estão inclusas no pedido de recu-
peração judicial. (Fernanda Gui-
marães, de São Paulo)

Ganhos da Totvs
A Totvs registrou um lucro líquido
atribuído aos acionistas controla-
dores de R$ 428 milhões no tercei-
ro trimestre, quase três vezes o re-
portado no mesmo intervalo do
ano anterior (alta de 187%). A re-
ceita líquida da companhia au-
mentou 18% em um ano, alcan-
çando R$ 1,15 bilhão entre julho e
setembro de 2023. O lucro antes
de juros, impostos, depreciação e
amortização (Ebitda) ajustado
cresceu 18%, para R$ 295 milhões.

Prejuízo da Movida
A Movida registrou prejuízo líqui-
do de R$ 65,7 milhões no terceiro
trimestre, frente ao lucro líquido
de R$ 93,7 milhões apresentado
um ano antes. Segundo a empresa,
o balanço teve impacto pelo au-
mento de despesas financeiras ele-
vação das taxas de juros.
B2 | Valor | Quinta-feira, 9 de novembro de 2023
Empresas Carreira
RH Com clássicos da literatura e títulos modernos,
ação promove conexão entre as pessoas, estimula
o trabalho em equipe, a resiliência e a motivação
Clubes de leitura
ajudam executivos
a discutir gestão
Jacilio Saraiva
Para o Valor, de São Paulo
Os clubes de leituras corpora-
tivos estão dando um passo à
frente. Depois de promoverem
debates on-line entre executivos
durante o confinamento provo-
cado pela covid-19, agora orga-
nizam mentorias sobre gestão e
liderança, baseadas em títulos li-
dos pelas equipes, com encon-
tros híbridos ou presenciais. Para
as empresas que adotam as ativi-
dades, a intenção é gerar mais co-
nexões entre os funcionários e
estimular o trabalho em equipe,
além de discutir temas como re-
siliência, carreira e motivação.
Na Adium, grupo farmacêuti-
co com presença em 18 países e
700 funcionários no Brasil, a
ideia, iniciada em 2021, foi bati-
zada de laboratório de leitura e já
percorreu obras como “A festa de
Babette”, da dinamarquesa Karen
Blixen (1885-1962) e o “O conto
da ilha desconhecida”, do portu-
guês José Saramago (1922-2010).
De acordo com Alexandre Se-
raphim, gerente geral da
Adium no Brasil e idealizador
da iniciativa na companhia, o
número de participantes, todos
da liderança, passou de 36 em
2021 para 58 no ano passado e
chegou a 72 executivos, até se-
tembro. “Em 2024, vamos am-
pliar a participação focando
nos novos colaboradores”, diz.
O clube de leitura da empresa
Livro escolhido deve ter potencial de gerar reflexão
De São Paulo
Convencer os executivos a le-
rem os textos propostos é o pri-
meiro passo para que iniciativas
de mentorias baseadas em cria-
ções literárias entreguem resul-
tados. “Às vezes, alguns não se
envolvem com a obra”, diz o his-
toriador e professor Dante Gal-
lian, que organiza “laborató-
rios” de leitura em universida-
des e empresas há 20 anos.
Mas a afeição total pelas his-
tórias, muitas vezes escritas há
séculos, não determina o suces-
so da empreitada, lembra. “Par-
ticipantes relatam que não gos-
tam do livro, mas reconhecem
nas páginas uma experiência de
autodescoberta”, garante.
Cuidado, a IA
pode assumir
o papel da
liderança
Rumo certo
Claudio Garcia
conta com o apoio de uma bi-
blioteca com cerca de 1,5 mil
opções, entre volumes físicos,
digitais e audiolivros. O espaço
conta com curadores que reno-
vam o acervo e recomendam
novidades com base nos inte-
resses dos times, explica.
Um dos clássicos revisitados
nas mentorias é “O velho e o
mar”, do americano Ernest He-
mingway (1899-1961), que
acompanha um pescador que se
lança sozinho ao mar, luta pela
sobrevivência e passa dias sem
pescar, até conseguir fisgar um
espadarte de 500 quilos. Mas aca-
ba perdendo o peixe após ata-
ques de tubarões e retorna à cos-
ta apenas com uma carcaça.
Seraphim diz que o enredo é
analisado pelos gestores a fim de
avaliar se o personagem pode ser
considerado um empreendedor
de sucesso. “A leitura remete a va-
lores como coragem, resiliência
e autoconhecimento, elementos
“Leitorescorporativos
sedãomelhorcom
livrosque,semdeixar
deseremdensos,são
maiscurtos[pelafalta
detempo]”
Dante Gallian
Na opinião do especialista, as
leituras dirigidas devem evitar
uma abordagem empresarial ou
técnica demais (veja sugestões de tí-
tulos na tabela ao lado). “O impor-
tante é a maneira como a obra vai
impactar os leitores”, explica.
Na prática, a atividade começa
com a proposição de um título
com potencial de suscitar refle-
xões. Os executivos leem a suges-
tão em um prazo determinado,
até a sessão de mentoria — indi-
vidual ou coletiva — conduzida
por pares da empresa ou consul-
tores externos. A orientação dos
especialistas é escolher tomos
com menos de 300 páginas ou
até contos curtos, por conta da
falta de tempo dos executivos. Os
debates podem ser semanais e
S
e vocês têm dúvidas
sobre como será a
nossa relação com a
inteligência
artificial, vocês
precisam conhecer a história
da Eliza, um simples programa
conversacional (o que
chamamos de bot) criado a
partir de processamento
natural de linguagem.
Eliza simulava um
psicoterapeuta que faz
perguntas formuladas com
base nas palavras usadas pelo
próprio paciente. O criador da
Eliza, Joseph Weizenbaum,
pesquisador do MIT, ficou
assustado porque pessoas
estavam atribuindo reações
emocionais ao programa,
incluindo sua secretária,
que um dia quis ter uma
conversa sozinha com Eliza
em uma sala isolada.
Eliza foi criada em 1964,
muitos anos antes de o
computador pessoal se tornar
algo “familiar”. Desde então,
vimos crianças se desesperando
nos anos 90 pela morte dos seus
tamagotchis — “bicho” virtual
de estimação, do tamanho de
um chaveiro, que requeria
fundamentais no enfrentamen-
to dos desafios cotidianos das
corporações”, assegura.
O gestor explica que o método
dos “laboratórios” de leitura con-
siste em três encontros com gru-
pos de 10 a 15 funcionários, após
a leitura dos livros. Podem come-
çar a distância e serem finaliza-
dos com uma reunião presencial.
“Um dos efeitos mais importan-
tes que identificamos na ação é
o fortalecimento da empatia,
com mais estímulo à colabora-
ção e ao trabalho em equipe.”
A próxima obra a ser “mento-
rada” deve ser “A tempestade”, do
inglês William Shakespeare
(1564-1616), com integrantes do
comitê executivo. A peça, que
tem como cenário uma ilha habi-
tada por um feiticeiro em busca
de vingança, é repleta de revira-
voltas que abordam questões co-
mo liberdade e perdão. “É uma
história de superação, sabedoria
e reconciliação, com reflexões so-
bre o exercício da liderança.”
O gerente geral da Adium diz
que a escolha das obras é feita pe-
la área de recursos humanos, em
conjunto com a equipe da Casa
Arca, empresa especializada em
organizar atividades de leitura
em grandes organizações.
De acordo com o historiador
Dante Gallian, professor da Uni-
versidade Federal de São Paulo
(Unifesp) e sócio-fundador da
Casa Arca, os leitores “corporati-
vos” se dão melhor com livros
Biblioteca dirigida
8 sugestões de livros e temas de mentorias para executivos
Livro
A festa de Babette
A morte de Ivan Ilitch
A organização dos bichos
Como fazer amigos e
influenciar pessoas
Macbeth
O velho e o mar
Quem sabe faz a hora!
Rei Lear
Fonte: empresas; professores Dante Gallian, Francisco Malta e Priscila Lima Pio
com até quatro encontros por li-
vro, quando os participantes po-
dem falar como o enredo “acen-
deu” questionamentos. Muitos
já conseguem fazer uma cone-
xão entre o que leram e o que vi-
atenção regular de seus donos
— e adultos preocupados por
xingarem a Alexa, a assistente
virtual da Amazon, por estarem
dando mal exemplo aos filhos.
Antropomorfização é um
subproduto do nosso processo
evolutivo. Quando era difícil
distinguir uma rocha escura
de um urso, durante a noite,
acreditar que era um urso
ampliava nossas chances de
sobrevivência. Pesquisadores
acreditam que ao longo de
milhões de anos situações
semelhantes nos levaram a
exagerar características
humanas em animais, objetos,
deuses, etc. A tecnologia
tornará a antropomorfização
dos objetos algo bem real.
Com o rápido advento da IA
generativa e sua integração
com assistentes eletrônicos
(Siri, Alexa, Google, etc),
conversaremos com objetos de
forma bem mais frequente e
não só muito melhor do que
com a Eliza, mas, em breve,
melhor do que com muita
gente. Assim como uma rocha,
a IA não sente nem
compreende — mas será
impossível sermos inertes
Alexandre Seraphim, gerente geral da Adium no Brasil, diz que as leituras em conjunto fortalecem empatia e colaboração
que, sem deixar de serem densos,
são mais curtos. “Levamos em
consideração a falta de tempo
dos executivos”, explica. Clássi-
cos menos volumosos ou contos
podem ser lidos de forma tran-
quila e, a partir daí, iniciamos os
encontros, diz. “As reuniões po-
dem ser semanais e com duração
de uma hora e meia, quando con-
vidamos os participantes a con-
tarem suas histórias de leitura,
privilegiando a maneira com que
cada livro despertou questiona-
mentos”, detalha Gallian.
Na opinião de Isabel Alves Aze-
vedo, chief human resources offi-
cer (diretora de RH) da segurado-
ra Fairfax Seguros (FF), empresa
com 320 funcionários que acaba
de iniciar um programa trimes-
tral de leituras e mentorias, a
proposta é incentivar conexões e
a formação de lideranças.
O primeiro assunto na mesa é
inspirado em “Todos são impor-
tantes — O extraordinário poder
das empresas que cuidam das
Autor Tema para mentorias
Karen Blixen Trabalho em equipe
Liev Tolstói Relação entre trabalho e
vida pessoal
Leonardo Vils Motivação
Dale Carnegie Relacionamentos interpessoais
William Shakespeare Competição
Ernest Hemingway Resiliência
Mário Sérgio Cortella Planejamento de carreira
William Shakespeare Sucessão
vem no momento, na rotina pro-
fissional ou pessoal, diz Gallian.
Pesquisas feitas pelo especia-
lista indicam que rodas de con-
versas sistemáticas também fun-
cionam como ferramentas de
emocionalmente a ela.
As implicações são imensas.
Além de servir como uma
inteligência ampliada, a IA
preencherá muito aspectos
corriqueiros das nossas vidas.
Imagine a indústria da saúde.
Uma amiga, professora de
uma escola de negócios,
recentemente relatou que
dados mostram que muitos
indivíduos já consultam mais
os seus assistentes virtuais
sobre sua saúde do que buscam
médicos, com suas consultas
cada vez mais curtas,
pressionados por um sistema
de saúde cada vez mais caro.
Se, por um lado, o acesso
indiscriminado a dicas de
saúde representa riscos
enormes, quando se parte
de soluções bem pensadas,
ele pode representar
oportunidades ainda maiores
para uma população que está
vivendo cada vez mais e tem
dificuldades de encontrar
profissionais de saúde,
cuidadores e companhias.
Já existem pesquisas que
mostram impactos relevantes
de robôs sociais na redução de
ansiedade, solidão e aumento da
pessoas como gente e não como
ativos”, de Bob Chapman, CEO da
multinacional americana de tec-
nologia Barry-Wehmiller, e Raj
Sisodia, autor de vários títulos
sobre gestão de negócios, como a
série “Capitalismo consciente”.
“O programa é aberto a todos
os colaboradores, mas o público-
alvo são coordenadores, superin-
tendentes, gerentes e diretores,
que terão atividades individuais
e coletivas”, explica Azevedo. O
grupo de líderes representa 20%
da equipe da companhia. Cada
mentoria pode levar até quatro
semanas, uma hora por semana,
no horário do expediente.
Os mentores orientam os fun-
cionários, enquanto leem juntos e
discutem as ligações entre o livro e
experiências pessoais, diz Azeve-
do. Em uma segunda fase, as tur-
mas apresentam sugestões de no-
vas obras e, após uma votação, es-
colhem o assunto das próximas
sessões. “As mentorias são coorde-
nadas pelas lideranças e, depen-
formação de leitores. “O que traz
contribuições do ponto de vista
da inovação, da criatividade e na
saúde mental dos funcionários.”
Na avaliação de Francisco Mal-
ta, professor de roteiro do Ibmec-
RJ, é importante considerar a di-
versidade, incluindo homens e
mulheres de todas as idades nas
salas de leitura; e evitar tramas que
possam gerar polêmicas, como
questões religiosas ou políticas.
“O ideal é escolher um livro de
tema universal, ligado às rela-
ções interpessoais”, diz. Formar
grupos de WhatsApp para am-
pliar as discussões e receber di-
cas de lançamentos também é
uma prática usada para engajar
os funcionários, lembra Malta.
Priscila Lima Pio, professora
qualidade de vida de idosos. Sem
contar que são super confiáveis
para lembrar de medicamentos,
estimular atividades físicas
e monitorar condições de
saúde. Isso antes mesmo do
advento da IA generativa.
A realidade para gestão e
mesmo sobre o que entendemos
como organização dificilmente
será a mesma. Ao mesmo tempo
que a lista das características
“humanas que jamais serão
substituídas por máquinas” fica
rapidamente menor, pesquisas
do MIT mostram que será cada
vez mais difícil identificar
quem produzirá o que e com
quem estamos interagindo.
Se imaginarmos que em
empresas como Uber, Amazon e
iFood, entre várias outras,
milhões de trabalhadores já
recebem instruções diretas de
algoritmos, não fica difícil
imaginar que, em uma realidade
ainda se estruturando, liderança,
um conceito abstrato, ainda é
uma área em total redefinição.
Concluindo: apertem os cintos.
Claudio Garcia é presidente da Outthinker
Networks e ensina gestão global na
Universidade de Nova York
ANA PAULA PAIVA/VALOR
dendo do tema, podem ser condu-
zidas pelo head de RH ou o CEO.”
O projeto começou a partir da
criação de um espaço de leitura,
com empréstimo de livros, den-
tro da empresa, em agosto. O lo-
cal conta com mais de 100
exemplares, doados pelos em-
pregados, como “Shackleton,
uma lição de coragem — A incrí-
vel saga de dedicação e heroís-
mo do grande explorador da
Antártida”, da dupla Margot
Morrell e Stephanie Capparell.
A proposta é colaborar para
uma cultura de desenvolvimento,
assegura a diretora. “Não apren-
demos apenas com os livros, mas
sobre as pessoas da organização.”
Em setembro, a adesão dos ti-
mes ao núcleo literário da FF Segu-
ros marcava 10% da folha. “A meta
para o primeiro semestre de 2024
é subir para 25%”, afirma Azevedo.
Nessa linha, foi desenhado um pla-
no de fidelidade para os visitantes,
que poderão trocar pontos por
mais livros, cursos e viagens.
do curso de gestão de recursos
humanos na Faculdade Santa
Marcelina, sugere que a mento-
ria seja feita fora da empresa.
“Ambientes despojados, como
uma cafeteria, deixam o men-
torado à vontade e a ação mais
acolhedora”, explica.
O apoio da alta gestão nas
orientações de leituras estimula
a curiosidade dos times e pode
garantir vida longa às iniciati-
vas, segundo os professores.
“Como dizia Henry Fayol
[1841-1925], criador da teoria
clássica da administração], o
exemplo é de cima para baixo”,
afirma Pio. “Quando vejo o
meu líder envolvido em uma
atividade, a vontade é de que-
rer participar também.” (JS)
Vaivém
Stela Campos
Dow
Sabine Rossi é a nova diretora
de sustentabilidade para o negó-
cio de embalagens e especialida-
des plásticas (P&SP) na América
Latina da Dow. Ela substitui Ca-
rolina Mantilla, agora diretora
global de marketing.
Sem Parar
Daniel Campos é o novo dire-
tor de pessoas do Sem Parar e
Sem Parar Empresas.
Hospital Oswaldo Cruz
Haggeas da Silveira Fernandes
é o novo diretor-executivo médi-
co do Hospital Alemão Oswaldo
Cruz. Ele tem passagens pelo
Hospital Albert Einstein, United
Health Group e BP.
E-mail: vaivem@valor.com.br
valor.com.br
Acompanhe a movimentação de
executivos também no site
www.valor.com.br/carreira

Empresas Infraestrutura
Santos Brasil deve
Energia Empresário quer sentir o “entusiasmo do governo” com H2V
Magnata do minério vem ao país ter volume até 7%
para discutir hidrogênio verde menor em 2023
Marina Falcão
Do Recife
O bilionário australiano An-
drew Forrest, fundador e presi-
dente do conselho da minerado-
ra Fortescue, desembarca nesta
quinta-feira (9) em Brasília para
discutir com deputados e minis-
tros a regulação do setor de hi-
drogênio verde (H2V). Quarta
maior mineradora do mundo, a
companhia tem projeto de uma
planta de hidrogênio verde no
Ceará, estimado em US$ 2 bi-
lhões (cerca de R$ 10 bilhões).
“Queremos ter confiança na se-
gurança de longo prazo para rea-
lizar investimento desse porte no
país”, disse Forrest ao Valor.
O empresário, conhecido co-
mo Twiggy no mundo dos negó-
cios, afirmou que o objetivo da vi-
sita é “averiguar o entusiasmo do
governo brasileiro” em relação ao
desenvolvimento da produção
local de hidrogênio limpo. O H2V
deve ser demandando nas próxi-
mas décadas para cumprimento
de metas de redução de emissão
de carbono nos países, em seg-
mentos que vão da siderurgia a
produção de fertilizantes.
Segundo Forrest, por ter uma
matriz energética renovável, o
Brasil é um dos países mais pro-
missores para ser produtor e ex-
portador de H2V. No entanto, pa-
ra que a equação dos projetos fe-
che, é preciso que o custo da
energia — que é 70% do custo fi-
nal do H2V — seja “o mais barato
possível”, considerando tanto a
produção como a transmissão.
Esta semana, o governo brasilei-
ro apresentou uma proposta de
marco legal para o setor de hidro-
Andrew Forrest quer discutir regulação e ter confiança jurídica para investir
gênio de baixo carbono, sugerin-
do uso de debêntures incentivadas
para financiar os projetos e a inclu-
são no Regime Especial de Incenti-
vos para Desenvolvimento da In-
fraestrutura (Reidi). Na minuta do
projeto, contudo, não foram colo-
cados incentivos regulatórios e fis-
cais mais robustos, com era espe-
rado pelo setor. “O governo precisa
ser um motor econômico. Falar em
subsídio (para H2V) é um erro, na
verdade é um multiplicador de
empregos”, disse Forrest.
Há pelo menos 30 memoran-
dos de entendimento assinados
DIVULGAÇÃO
entre grandes empresas brasilei-
ras e multinacionais com Estados
do Nordeste para instalação de
plantas de hidrogênio verde. O
Ceará reúne a maior parte dos
acordos, pois o Porto do Pecém,
localizado na região metropolita-
na de Fortaleza, já funciona com
uma Zona de Processamento de
Exportação (ZPE) e tem parceria
com o Porto de Roterdã, que seria
a porta de entrada do combustí-
vel na Europa. Ao que tudo indica,
o H2V será transportado por na-
vios sob a forma de amônia verde.
O projeto de H2V da Fortescue
US$ 2 bi
é o aporte do projeto
previsto no Ceará
no Pecém é um dos mais avança-
dos no Brasil e já dispõe de licen-
ça ambiental concedida pela go-
verno do Ceará. O H2V é produzi-
do a partir de um processo cha-
mado eletrólise da água, com uso
de fontes de energia renováveis.
No caso da planta da mineradora
australiana, seria usada água
dessalinizada do oceano, expli-
cou Forrest. O empresário deve
seguir para Fortaleza após as reu-
niões em Brasília de hoje.
A Fortescue tem outras plan-
tas de H2V sendo estudadas nos
Estados Unidos, Noruega, Aus-
trália e Quênia. Forrest disse que
está confiante que a unidade
brasileira será uma das primei-
ras a se viabilizar. A ideia é que a
unidade comece a ser efetiva-
mente construída em 2025 e en-
tre em operação em 2027/2028
(1,2 GW) e em 2029 (1,1 GW).
Na fase de construção, a planta
poderá empregar 5 mil pessoas.
Além da matriz de energia limpa
eólica, solar e hidráulica desenvol-
vida, o Brasil conta com uma in-
fraestrutura de comercialização de
energia amadurecida, aponta Se-
bastian Delgui, gerente regional
de relações governamentais e co-
munidades da Fortescue na Amé-
rica Latina. Segundo o executivo,
há uma boa “musculatura” na ca-
deia de fornecedores e mão-de-
obra especializada em energia re-
novável, no Nordeste.
Quinta-feira, 9 de novembro de 2023
Portos
Taís Hirata
De São Paulo
A Santos Brasil prevê encerrar
2023 com uma queda na movi-
mentação de contêineres entre
5% e 7%, em comparação com o
ano passado. Apesar da retração,
os dados indicam retomada dos
volumes a partir de outubro, o
que já gera previsão de cresci-
mento em 2024, segundo o dire-
tor financeiro, Daniel Dorea.
No terceiro trimestre deste
ano, a empresa teve queda de
9,9% na movimentação de con-
têineres, que somou 322.382
unidades nos cais operados. “A
partir do quarto trimestre, os vo-
lumes, na comparação anual, já
devem voltar a crescer. Este ano
tem apresentado certa volatili-
dade. Há uma recuperação, mas
que não foi suficiente para recu-
perar toda a perda do primeiro
semestre, que foi grande”, disse.
Em 2024, a estimativa é que os
volumes do Porto de Santos,
principal ativo da empresa, au-
mentem entre 3% e 3,5%.
Apesar da sequência de tri-
mestres com retração no fluxo
de contêineres, a Santos Brasil
manteve seus resultados finan-
ceiros positivos. No terceiro tri-
mestre deste ano, o lucro líqui-
do foi de R$ 139 milhões, alta de
31,2% na comparação com o
mesmo período de 2022.
O Ebitda (lucro antes de juros,
impostos, depreciação e amorti-
zação, na sigla em inglês) cresceu
18,9% em relação ao ano passa-
do, chegando a R$ 139 milhões. A
receita líquida da empresa teve
| Valor | B3
aumento anual de 2,3%, para
R$ 533,7 milhões, no trimestre.
A melhora dos resultados se
deu principalmente pelos reajus-
tes contratuais dos preços cobra-
dos, assim como pela gestão de
gastos, segundo Dorea. No tercei-
ro trimestre, os custos operacio-
nais da empresa caíram 7,6%, na
comparação anual, somando
R$ 265,4 milhões. As despesas su-
biram 1,5%, para R$ 73,2 milhões.
A dívida líquida do grupo se-
gue negativa em R$ 147,3 mi-
lhões, contra saldo também ne-
gativo em R$ 427,9 milhões no
mesmo período de 2022 — cená-
rio decorrente da oferta subse-
quente de ações realizada no fim
de 2021, na qual foram levanta-
dos R$ 790 milhões. A alavanca-
gem, medida pela relação entre
dívida e Ebitda pró-forma, segue
negativa em 0,23 vezes.
“Hoje nosso plano de alocação
de capital segue três vertentes: in-
vestimentos nos ativos existentes;
a remuneração do capital do
acionista, pelo pagamento de di-
videndos e juros sobre capital
próprio; e possíveis novas opor-
tunidades”, afirma Dorea. Os no-
vos projetos em estudo, que po-
dem ser leilões ou aquisições, se-
guem concentrados nos segmen-
tos de contêineres, logística inte-
grada ou granéis líquidos, diz ele.
“Há uma retomada,
mas não suficiente
para recuperar as
perdas do ano”
Daniel Dorea
B4 | Valor | Quinta-feira, 9 de novembro de 2023

Empresas Infraestrutura

Energia Presidente da Eletrobras afirma que foco está em modernizar ativos de geração e transmissão

‘Não esperem grandes aquisições’, diz Monteiro

FABIO RODRIGUES-POZZEBOM/ AGÊNCIA BRASIL
Fábio Couto melhorias busca aumentar a tando aos poucos a energia das hi-
Do Rio confiabilidade da geração e da drelétricas que estarão sendo “des-
transmissão, de modo que se cotizadas” nos próximos anos. Se-
A Eletrobras está se preparan- chegue a níveis compatíveis para gundo ele, a empresa não tem
do para participar do leilão de li- empresas do porte da Eletrobras, pressa para concluir esse processo.
nhas de transmissão previsto pa- na visão do regulador do setor. A descotização é a reversão de
ra ser realizado em 15 de dezem- Monteiro disse também que a um modelo de remuneração das
bro. No entanto, não se deve es- empresa tem atualmente 250 hidrelétricas que foi estabelecido
perar por grandes aquisições pe- clientes no mercado livre, ambien- na renovação dos contratos de
la companhia no certame, afir- te em que os consumidores podem concessão, em 2013. Na época, o
mou o presidente da elétrica, escolher o fornecedor da eletrici- governo estabeleceu um preço
Ivan Monteiro. O motivo, segun- dade, dentro da estratégia de re- mais baixo da energia gerada por
do ele, é que a empresa prioriza a forçar atuação na comercialização essas usinas, para remunerar os
modernização dos ativos de ge- de energia. Antes, a empresa pos- custos de operação e manutenção.
ração e transmissão, alvo do au- suía 30 clientes na sua carteira e, Esse custo foi dividido pelas distri-
mento recente de investimentos. afirma, “pretende ter muito mais”. buidoras, por meio de cotas.
Foi a primeira fala de Monteiro Com a privatização da Eletro-
desde que assumiu a presidência bras, as hidrelétricas tiveram ou-
da Eletrobras, em meados de agos- “Nós estamos tra renovação das concessões: a
to. Ele participou de teleconferên- empresa pagou bônus de outor-
cia com analistas para comentar os tranquilos [para ga pelas usinas e passou a ter o di-
resultados do terceiro trimestre,
quando a empresa registrou lucro
recontratar reito de negociar a energia no
mercado livre, ambiente em que
líquido de R$ 1,48 bilhão, rever- energia das usinas” os consumidores podem escolher
tendo prejuízo de R$ 14,5 milhões o fornecedor da eletricidade, re-
um ano antes. A receita líquida su- Eduardo Haiama vertendo o modelo de cotas em
biu 9% no trimestre, frente a igual vigor. A descotização se dá em rit-
período em 2022, para R$ 8,749 bi- mo da ordem de 20% da energia
lhões, enquanto o lucro antes de A companhia estuda montar por ano, iniciado a partir de 2023.
juros, impostos, depreciação e uma mesa de comercialização de “Estamos tranquilos [para recon-
amortização (Ebitda, na sigla em energia elétrica em São Paulo, tratar energia]”, disse Haiama.
inglês) foi de R$ 4,81 bilhões, alta dentro da estratégia de ampliar a O preço médio da energia co- Monteiro, presidente da Eletrobras, diz que empresa tem 250 clientes no mercado livre de energia e pretende ter mais
de 99% na comparação anual. presença no mercado livre. “Te- mercializada pela Eletrobras no tri-
O leilão vai negociar 11 empre-
endimentos agrupados em três lo-
tes, com extensão de 3 mil quilô-
mos negociações com clientes da
siderurgia, mineração e papel e
celulose”, disse Monteiro.
mestre caiu porque a empresa per-
deu alguns clientes para o mercado
livre, exigindo reposição de contra-
Em sociedade com a Vibra, Comerc
metros e previsão de investimen-
tos da ordem de R$ 21,7 bilhões.
Monteiro disse que a agenda
O vice-presidente financeiro e
de relações com investidores da
companhia, Eduardo Haiama, dis-
tos. A energia foi recontratada para
período entre2024 e 2027,a preços
de mercado, pouco abaixo do valor
inaugura megausina solar em MG
de investimentos em reforços e se que a Eletrobras está recontra- líquido pago por esses clientes.
Robson Rodrigues sa, produtora de silício metálico A Comerc divide seus planos
De São Paulo para exportação. Essa energia en- futuros entre as verticais de gera-
tra na modalidade de autoprodu- ção de grande porte (centraliza-
Marfrig Global Foods S.A. A Comerc está colocando em ção, segmento em que o consumi- da) e geração distribuída. Dorf
Companhia Aberta – CNPJ/ME nº 03.853.896/0001-40 – NIRE 35.300.341.031 operação uma usina solar com dor passa a deter uma participa- conta que, em 2021, a empresa
Ata da Reunião do Conselho de Administração realizada em 06 de novembro de 2023 capacidade instalada de 662 me- ção acionária na usina e recebe ou- decidiu incorporar uma platafor-
Data, Hora e Local: Reunião do Conselho de Administração da Marfrig Global Foods S.A. (“Companhia”) localizada na Avenida Queiroz Filho, nº 1.560, Bloco 5, Torre Sabiá,
3º andar, Sala 301, bairro Vila Hamburguesa, CEP 05.319-000, na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, realizada por videoconferência em 06 de novembro de 2023.
gawatt-pico (MWp) em socieda- torga para produzir energia elétri- ma de renováveis, incluindo ge-
Convocação e Presença: Dispensada a convocação considerando a presença, via conferência telefônica, de todos os Conselheiros da Companhia. Mesa: Presidente: de coma Vibra. O investimento ca destinada a seu uso exclusivo. ração e desde então vem acumu-
Sr. Marcos Antonio Molina dos Santos; Secretário: Sr. Heraldo Geres. Ordem do Dia: Deliberar sobre os seguintes assuntos: (i) a aprovação dos termos e condições da 14ª
(décima quarta) emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações, da espécie quirografária, em série única da Companhia, no valor total de
total no Complexo Fotovoltaico Outra vantagem é que a em- lando energizações de projetos.
R$ 500.000.000,00 (quinhentos milhões de reais) (“Emissão” e “Debêntures”, respectivamente), com as características previstas nas deliberações descritas abaixo, nos de Hélio Valgas, um dos maiores presa ainda deixa de pagar al- A geração de grande porte cen-
termos do artigo 59, §1º da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, conforme alterada (“Lei das Sociedades por Ações”), que serão objeto de oferta pública de distribuição,
nos termos da Lei nº 6.385, de 7 dezembro de 1976, conforme alterada (“Lei do Mercado de Valores Mobiliários”), da Resolução da Comissão de Valores Mobiliários (“CVM”)
do país, soma R$ 2 bilhões. guns encargos. Por outro lado, tralizada da empresa já atingiu
nº 160, de 13 de julho de 2023, conforme alterada (“Resolução CVM 160”), das demais disposições legais e regulamentares aplicáveis (“Oferta”); (ii) a celebração, pela Localizado no município de como os custos do sistema per- 1.681 MW pós-implantação do
Companhia, de todos e quaisquer instrumentos necessários à implementação e à realização da Emissão, bem como de eventuais aditamentos que se façam necessários
à Emissão, incluindo, mas não se limitando, aos seguintes contratos e eventuais aditamentos: (a) o “Instrumento Particular de Escritura da 14ª (Décima Quarta) Emissão Várzea da Palma, a 300 quilôme- manecem os mesmos, o montan- Hélio Valgas, com 1.178 MWp de
de Debêntures Simples, Não Conversíveis em Ações, da Espécie Quirografária, em Série Única, para Distribuição Pública, em Rito de Registro Automático, da Marfrig tros de Belo Horizonte, o com- te acaba sendo rateado pelos ou- geração solar e 280 MW de gera-
Global Foods S.A.” (“Escritura de Emissão”), a ser celebrado entre a Companhia e o agente fiduciário das Debêntures; (b) o “Contrato de Coordenação, Colocação e
Distribuição Pública com Esforços Restritos, sob o Regime de Garantia Firme de Colocação, de Debêntures Simples, Não Conversíveis em Ações, da Espécie Quirografária, plexo ocupa uma área de 1.497 tros consumidores. ção eólica. Além disso, projetos
em Série Única, da 14ª (Décima Quarta) Emissão da Marfrig Global Foods S.A.” (“Contrato de Distribuição”), a ser celebrado entre a Companhia e a instituição intermediária hectares, com mais de 1,2 mi- Ao Valor, o CEO da Comerc, importantes, como Paracatu
da Oferta (“Coordenador Líder”); e (c) os contratos com prestadores de serviço necessários à Emissão, e eventuais documentos relacionados aos contratos necessários à
Emissão, incluindo aditamentos; e (iii) a autorização à Diretoria da Companhia ou eventuais procuradores para praticar todo e qualquer ato e assinar todo e qualquer lhão de módulos fotovoltaicos. Andre Dorf, diz que o aporte da (267 MWp) e Várzea (118 MWp),
documento necessário à implementação e à realização da Emissão e da Oferta e a formalização das matérias tratadas nos itens (i) e (ii) acima, incluindo celebrar Embora ainda não esteja ope- usina envolve os custos com ar- estão em andamento, com previ-
aditamentos, além de formalizar e efetivar a contratação do agente fiduciário, dos assessores legais e dos prestadores de serviços necessários à implementação da
Emissão e da Oferta, tais como o escriturador, o agente de liquidação e/ou banco liquidante, conforme aplicável, dentre outros, podendo, para tanto, negociar e assinar os rando em sua capacidade total, a rendamento, equipamento, lo- são de conclusão no fim de 2023
respectivos instrumentos de contratação e eventuais alterações em aditamentos, bem como a ratificação dos atos praticados até o momento. Deliberações: Após detidos planta de Hélio Valgas já foi gística, montagem, subestação e e 2024, respectivamente.
exames e debates das matérias constantes da ordem do dia, os membros do Conselho de Administração deliberaram, por unanimidade de votos dos presentes: (I) Autorizar,
nos termos do artigo 59, §1º da Lei das Sociedades por Ações, bem como dos incisos IlI e XVIII do artigo 19 do estatuto social da Companhia, a Emissão e a celebração energizada em agosto de 2023, linhas de transmissão. Já na geração distribuída, a em-
pela Companhia, na qualidade de emissora das Debêntures, da Escritura de Emissão, com as seguintes características e condições principais, as quais serão detalhadas
e reguladas no âmbito da Escritura de Emissão e eventuais aditamentos: (a) Valor Total da Emissão: O valor total da Emissão será de R$ 500.000.000,00 (quinhentos
gerando 119 GWh de energia. “O capex teve parte em equity e presa detém capacidade total de
milhões de reais) na Data de Emissão (conforme abaixo definida); (b) Número da Emissão: A 14ª (décima quarta) emissão de debêntures da Companhia; (c) Número de Quando estiver funcionando a parte em captação. Temos uma de- 223 MWp. Até 2025, a Comerc al-
Séries: A Emissão poderá ser realizada em série única; (d) Quantidade: Serão emitidas 500.000.000 (quinhentos milhões) de Debêntures, na Data de Emissão, totalizando
R$ 500.000.000,00 (quinhentos milhões de reais); (e) Destinação de Recursos: Os recursos líquidos captados pela Companhia por meio das Debêntures serão utilizados
pleno vapor, a usina terá a capa- bênture de 16 anos que foi emiti- meja construir mais 150 usinas de
para capital de giro da gestão ordinária dos negócios da Companhia; (f) Valor Nominal Unitário: O valor nominal unitário das Debêntures será de R$ 1,00 (um real) na Data cidade de produzir energia para da ano passado. Concomitante geração distribuída, aumentando
de Emissão (“Valor Nominal Unitário”); (g) Data de Emissão: A ser definida na Escritura de Emissão (“Data de Emissão”); (h) Data de Início da Rentabilidade: Para todos os
fins e efeitos legais, a data de início da rentabilidade será a primeira Data de Integralização das Debêntures (conforme abaixo definida) (“Data de Início da Rentabilidade”);
atender a 800 mil residências ou com a emissão de debêntures, fize- sua capacidade para 450 MWp.
(i) Forma, Conversibilidade e Comprovação de Titularidade das Debêntures: As Debêntures serão emitidas sob a forma nominativa e escritural, sem a emissão de cautelas cerca de 3 milhões de pessoas. mos um swap dessa dívida para Com novos planos e inaugura-
ou certificados, sendo que, para todos os fins de direito, a titularidade das Debêntures será comprovada pelo extrato de conta de depósito emitido pelo escriturador, na
qualidade de responsável pela escrituração das Debêntures, e, adicionalmente, com relação às Debêntures que estiverem custodiadas eletronicamente na B3, conforme o
A energia está quase toda desti- dólar, já que atende bem os expor- ção do Complexo de Hélio Valgas,
caso, será expedido por esta extrato em nome do Debenturista, que servirá como comprovante de titularidade de tais Debêntures; (j) Espécie: As Debêntures serão da nada a abastecer uma grande em- tadores que tem sua receita em Minas Gerais está se tornando refe-
espécie quirografária, nos termos do artigo 58 da Lei das Sociedades por Ações. Por serem da espécie quirografária e por não possuírem garantia real, as Debêntures não
oferecem privilégio algum sobre os ativos da Companhia. Dessa forma, em caso de falência da Companhia, o crédito dos debenturistas junto a Companhia concorre em presa intensiva em energia, a Lia- dólar”, explica o executivo. rência na geração de energia solar.
igualdade de condições com os demais credores sem privilégio ou prioridade estabelecido em lei; (k) Prazo de Vigência e Data de Vencimento: Observado o disposto na
Escritura de Emissão o vencimento final das Debêntures ocorrerá ao término do prazo de 5 (cinco) anos a contar da Data de Emissão (“Data de Vencimento”), ressalvadas
as hipóteses de vencimento antecipado das obrigações decorrentes das Debêntures, de resgate antecipado total, nos termos da Escritura de Emissão; (l) Forma e Preço

Movimento falimentar
de Subscrição e Integralização: As Debêntures serão subscritas, a qualquer momento, a partir da data de início de distribuição, conforme informada no Anúncio de Início,
durante o Período de Distribuição, sendo que as Debêntures serão integralizadas à vista, em moeda corrente nacional, no ato da subscrição, de acordo com as normas de
liquidação e procedimentos estabelecidos pela B3, sendo permitida a subscrição e integralização com ágio ou deságio, desde que aplicado igualitariamente a todas as
Debêntures integralizadas em uma mesma data. Na Data de Início da Rentabilidade, as Debêntures serão integralizadas pelo seu Valor Nominal Unitário. Caso qualquer
Debênture venha a ser integralizada em data diversa e posterior à Data de Início da Rentabilidade, a integralização deverá considerar o Valor Nominal Unitário das Requerido: Harc do Brasil Comercial Eireli - sidencial Capuano, Birigui/sp - Vara/Comarca: Va-
Debêntures acrescido da Remuneração das Debêntures, calculado pro rata temporis a partir da Data de Início da Rentabilidade até a data de sua efetiva integralização Falências Requeridas CNPJ: 21.632.821/0001-10 - Endereço: Rua ra Regional Empresarial e de Conflitos Relaciona-
(cada uma, uma “Data de Integralização”); (m) Aquisição Facultativa: A Companhia poderá, a seu exclusivo critério, condicionado ao aceite do respectivo debenturista
Requerido: Promo2go Comunicação e Marke- Ipueiras, S/nº, Bairro Vila Bela - Requerente: Se- dos À Arbitragem Das 2ª, 5ª e 8ª Rajs/SP
vendedor e observado o disposto no artigo 55, parágrafo 3º, da Lei das Sociedades por Ações, na Resolução da CVM nº 77, de 29 de março de 2022 e na regulamentação
aplicável da CVM, a qualquer momento, adquirir Debêntures no mercado secundário: (i) por valor igual ou inferior ao saldo do Valor Nominal Unitário, conforme o caso,
ting Eireli - CNPJ: 16.882.034/0001-97 - En- bastião José Soares - Vara/Comarca: 2a Vara de Empresa: Uniesp S/A - CNPJ: 19.347.410/0001-
acrescido da Remuneração das Debêntures, devendo tal fato constar do relatório da administração e das demonstrações financeiras da Companhia, ou (ii) por valor superior dereço: Rua Iris Memberg, 302, Galpão 01, Bair- Falências e Recuperações Judiciais de São Pau- 31 - Endereço: Rodovia Wilquem Manoel Neves,
ao saldo do Valor Nominal Unitário, acrescido da Remuneração das Debêntures; (n) Amortização do Principal das Debêntures: Sem prejuízo dos pagamentos decorrentes ro Vila Jovina - Requerente: Coppmet Comércio lo/SP - Observação: Falta de interesse de agir. Km 03, S/nº, Recanto Bela Vista, Olímpia/sp - Va-
de eventual vencimento antecipado das obrigações decorrentes, de resgate antecipado total ou de amortização extraordinária das Debêntures, o saldo do Valor Nominal e Proteção de Metais Eireli - Vara/Comarca: 1a Requerido: Heftos Óleo e Gás Construções S/A ra/Comarca: Vara Regional Empresarial e de
Unitário das Debêntures será amortizado em parcelas semestrais, a partir do 13º (décimo terceiro) mês a contar da Data de Emissão das Debêntures, inclusive, sendo o Vara de Cotia/SP - CNPJ: 34.125.700/0001-24 - Endereço: Av. Das Conflitos Relacionados À Arbitragem Das 2ª, 5ª
primeiro pagamento devido em dezembro de 2024, e o último na Data de Vencimento, nos termos e datas previstos na Escritura de Emissão; (o) Amortização Extraordinária Nações Unidas, 12901, 21º Andar, Cjto. 2102, Se- e 8ª Rajs/SP
Facultativa das Debêntures: A Companhia poderá, a partir da data a serem previstas na Escritura de Emissão, observados os termos e condições estabelecidos na Escritura Falências Decretadas tor Parte D, Edifício Torre Norte, Bairro Brooklin
de Emissão, realizar a amortização extraordinária das Debêntures, limitada a 98% (noventa e oito por cento) do Valor Nominal Unitário ou do saldo do Valor Nominal Unitário Empresa: Grin Mobilidade Ltda. - CNPJ: Paulista -Requerente: Pafer Comércio eRepresen- Recuperação Judicial Deferida
(“Amortização Extraordinária Facultativa”). Por ocasião da Amortização Extraordinária Facultativa, os Debenturistas farão jus ao recebimento de parcela do Valor Nominal 30.099.297/0001-55 - Endereço: Rua Tabapuã, tações Ltda. - Vara/Comarca: 2a Vara de Falências Empresa: Modal Rodoviário Brasil Logística e
Unitário ou do saldo do Valor Nominal Unitário das Debêntures (conforme o caso), acrescido da Remuneração, calculada pro rata temporis desde a Data de Início da 743, 4º Andar, Bairro Itaim Bibi - Administrador Ju- e Recuperações Judiciais de São Paulo/SP - Ob- Transportes Ltda. - CNPJ: 38.011.693/0001-
Rentabilidade ou a Data de Pagamento da Remuneração imediatamente anterior, conforme o caso, e Encargos Moratórios (“Valor Amortização Extraordinária Facultativa”) servação: Desistência homologada. 90 - Endereço: Av. Caminho de Goiás, 222, Gal-
dicial: A Própria Administradora Judicial da Recu-
e dos seguintes prêmios, conforme o caso, calculados sobre o Valor Amortização Extraordinária Facultativa: (1) 0,65% flat ao ano, entre as datas previstas na Escritura de pão 02, Bairro Dos Fernandes, Jundiaí/sp - Ad-
peração Judicial Rescindida, Dra. Daniela Tapxure Requerido: Puro Osso Indústria e Comércio de
Emissão, para o período compreendido entre a Data de Emissão e o ano de 2024 (2) 0,55% flat ao ano, entre as datas previstas na Escritura de Emissão, para os anos de
Severino-Vara/Comarca:1aVaradeFalênciaseRe- Artigos Para Animais Ltda. - CNPJ: ministrador Judicial: Lacm Sia Administração
2024 a 2025; (3) prêmio de 0,45% flat ao ano, entre as datas previstas na Escritura de Emissão, para os anos de 2025 a 2026; (4) prêmio de 0,35% flat ao ano, entre as
datas previstas na Escritura de Emissão, para os anos de 2026 e 2027; (5) 0,25% flat ao ano, entre as datas previstas na Escritura de Emissão, para os anos de 2027 e a cuperaçõesJudiciaisdeSãoPaulo/SP-Observação: 08.589.266/0001-23 - Requerente: Cotrinco Co- Judicial Sociedade Individual de Advocacia, Re-
Data de Vencimento. Os demais termos e condições para a Amortização Extraordinária Facultativa das Debêntures estarão descritos na Escritura de Emissão; (p) Resgate Recuperação judicial convolada em falência. operativa Dos Trabalhadores Na Indústria de Cou- presentada Pelo Dr. Luiz Antonio Caldeira Miret-
Antecipado Facultativo Total das Debêntures: A Companhia poderá, a qualquer tempo, a seu exclusivo critério, realizar o resgate antecipado total das Debêntures (“Resgate Empresa: Sung Ho Paulo Kang ME - CNPJ: ro - Vara/Comarca: Vara Cível de Ibiporã/PR - Ob- ti - Vara/Comarca: 1a Vara Regional de Compe-
Antecipado Facultativo”), mediante o pagamento do Valor Nominal Unitário ou do saldo do Valor Nominal Unitário (conforme o caso), acrescido da Remuneração, calculada 05.648.898/0001-22 - Endereço: Rua Silva Te- servação: Falta de interesse de agir. tência Empresarial e de Conflitos Relacionados
pro rata temporis desde a Data de Início da Rentabilidade ou a Data de Pagamento da Remuneração imediatamente anterior, conforme o caso, de Encargos Moratórios les, 866, Bairro do Brás - Administrador Judicial: Requerido: Teka Plast Comércio de Embalagens À Arbitragem Das 4ª e 10ª Rajs/SP
(“Valor Resgate Antecipado das Debêntures”) e dos seguintes prêmios, conforme o caso, calculados sobre o Valor Resgate Antecipado das Debêntures: (1) 0,65% flat ao Laspro Consultores Ltda., Representada Pelo Dr. Ltda. - CNPJ: 15.650.150/0001-18 - Endereço: Rua Empresa: Multimodal Rodoviário Brasil
ano, entre as datas previstas na Escritura de Emissão, para o período compreendido entre a Data de Emissão e o ano de 2024; (2) 0,55% flat ao ano, entre as datas Oreste Nestor de Souza Laspro - Vara/Comarca: Nicola Mestrino 141, Bairro Vila Zilda - Requerente: Transportes Ltda. - CNPJ: 13.882.334/0001-
previstas na Escritura de Emissão, para os anos de 2024 a 2025; (3) prêmio de 0,45% flat ao ano, entre as datas previstas na Escritura de Emissão, para os anos de 2025 2a Vara de Falências e Recuperações Judiciais de Cmf Fundo de Investimento em Direitos Creditórios 88 - Endereço: Av. Caminho de Goiás, 222, Gal-
a 2026; (4) prêmio de 0,35% flat ao ano, entre as datas previstas na Escritura de Emissão, para os anos de 2026 e 2027; (5) 0,25% flat ao ano, entre as datas previstas na Não Padronizados Multissetorial Lp - Vara/Comar- pão 02, Bairro Dos Fernandes, Jundiaí/sp - Ad-
São Paulo/SP
Escritura de Emissão, para os anos de 2027 e a Data de Vencimento. Os demais termos e condições para o Resgate Antecipado Facultativo das Debêntures estarão ca:2aVaradeFalênciaseRecuperaçõesJudiciaisde ministrador Judicial: Lacm Sia Administração
descritos na Escritura de Emissão; (q) Oferta de Resgate Antecipado: A Companhia poderá, a qualquer momento e a seu exclusivo critério, realizar oferta de Resgate
Empresa: Yellow Soluções em Mobilidade Lt-
da. - CNPJ: 28.387.822/0001-96 - Endereço: São Paulo/SP - Observação: Homologado acordo Judicial Sociedade Individual de Advocacia, Re-
Antecipado total das debêntures (“Oferta de Resgate Antecipado”). A Oferta de Resgate Antecipado será endereçada a todos os debenturistas, sem distinção, assegurada
Rua Tabapuã, 743, 4º Andar, Bairro Itaim Bibi - celebrado entre as partes. presentada Pelo Dr. Luiz Antonio Caldeira Miret-
a igualdade de condições a todos os debenturistas para aceitar o resgate antecipado das Debêntures de que forem titulares, de acordo com os termos e condições previstos
abaixo e da legislação aplicável, incluindo, mas não se limitando, a Lei das Sociedades por Ações. Os termos e condições para a realização de Oferta de Resgate Administrador Judicial: A Própria Administra- Requerido: Tudo Tranquilo Comércio de Arti- ti - Vara/Comarca: 1a Vara Regional de Compe-
Antecipado estarão previstos na Escritura de Emissão; (r) Repactuação Programada: As Debêntures não serão objeto de repactuação programada; (s) Atualização dora Judicial da Recuperação Judicial Rescindi- gos do Vestuário e Acessórios Ltda. - CNPJ: tência Empresarial e de Conflitos Relacionados
Monetária: O Valor Nominal Unitário das Debêntures ou o saldo do Valor Nominal Unitário das Debêntures, conforme o caso, não será atualizado mensalmente; da, Dra. Daniela Tapxure Severino - Vara/Comar- 26.569.671/0001-61 - Endereço: Av. José Maria À Arbitragem Das 4ª e 10ª Rajs/SP
(t) Remuneração das Debêntures: Sobre o Valor Nominal Unitário ou o saldo do Valor Nominal Unitário das Debêntures, conforme o caso, incidirão juros remuneratórios ca: 1a Vara de Falências e Recuperações Judiciais Fernandes, 983, 1º Andar, Bairro Parque Novo Empresa: Plana Empreendimentos Ltda. -
correspondentes à variação acumulada de 100% (cem por cento) das taxas médias diárias do DI - Depósitos Interfinanceiros de um dia “over extra-grupo”, expressas na de São Paulo/SP - Observação: Recuperação ju- Mundo - Requerente: Gordon And Smith Confec- CNPJ: 07.445.171/0001-73 - Endereço: Rua São
forma percentual ao ano, base 252 (duzentos e cinquenta e dois) Dias Úteis, calculadas e divulgadas diariamente pela B3 S.A. - Brasil, Bolsa, Balcão (“B3”), no informativo dicial convolada em falência. ção, Comércio e Serviços de Serigrafia Ltda. - Va- Domingos, 220, Térreo - Administrador Judicial:
diário disponível em sua página na Internet (http://www.b3.com.br) (“Taxa DI”), acrescida de um spread sobretaxa de 2,00% (dois inteiros por cento) ao ano, base ra/Comarca: 2a Vara de Falências e Recuperações Deloitte Touche Tohmatsu Consultores Ltda., Re-
252 (duzentos e cinquenta e dois) Dias Úteis (“Remuneração das Debêntures”), calculada de forma exponencial e cumulativa pro rata temporis por Dias Úteis decorridos, Processos de Falência Extintos Judiciais de São Paulo/SP - Observação: Homo- presentada Pela Dr. Daniela Piha - Vara/Comarca:
incidentes sobre o Valor Nominal Unitário das Debêntures (ou sobre o saldo do Valor Nominal Unitário das Debêntures), desde a Data de Início da Rentabilidade, ou Data logado acordo celebrado entre as partes. 3a Vara de Maringá/PR
de Pagamento da Remuneração das Debêntures (conforme definido abaixo) imediatamente anterior (inclusive) até a data de pagamento da Remuneração em questão, data
Requerido: Bonnaire Comercial Empreendimen-
de vencimento antecipado em decorrência de um Evento de Vencimento Antecipado (conforme definido abaixo) ou data de um eventual resgate antecipado ou amortização tos Imobiliários Ltda. - CNPJ: 09.258.979/0001- Reformas de Sentença de Falência Recuperações Judiciais Indeferidas
extraordinária das Debêntures, o que ocorrer primeiro. O cálculo da Remuneração das Debêntures obedecerá a fórmula prevista na Escritura de Emissão; (u) Pagamento 77 - Requerente: Roberto Silva Arcanjo - Vara/Co-
marca: 2a Vara de Falências e Recuperações Judi- Empresa: M a Sampaio Comércio de Peças de Empresa: Brt Vigilância Eireli - CNPJ:
da Remuneração das Debêntures: O pagamento efetivo da Remuneração das Debêntures será feito: (i) sempre nos meses de junho e dezembro, sendo o primeiro
ciais de São Paulo/SP - Observação: Homologado Veículos Ltda. - CNPJ: 02.605.978/0001-02 - En- 34.594.506/0001-98 - Endereço: Rua Cornélio
pagamento em junho de 2024 e o último na Data de Vencimento, conforme datas indicadas na Escritura de Emissão; ou (ii) na data da liquidação antecipada resultante do
vencimento antecipado das Debêntures em razão da ocorrência de um dos Eventos de Vencimento Antecipado (conforme definido abaixo); e/ou (iii) na data em que ocorrer acordo celebrado entre as partes. dereço: Rua José Maria Miranda, 559, Centro, Su- Procópio, 294, Bairro Aurora, Londrina/pr - Va-
o resgate antecipado ou amortização extraordinária das Debêntures, conforme previsto e nas datas indicadas na Escritura de Emissão (cada uma dessas datas, uma “Data Requerido: Bonnaire Mall Empreendimentos maré/sp - Requerente: Fundo de Investimento em ra/Comarca: 2a Vara de Falências e Recupera-
de Pagamento da Remuneração”). O pagamento da Remuneração das Debêntures será feito pela Companhia aos debenturistas, de acordo com as normas e procedimentos Imobiliários Ltda. - CNPJ: 09.585.010/0001- Direitos Creditórios da Indústria Êxodus Institucio- ções Judiciais de Curitiba/PR - Observação: Face
da B3; (v) Colocação: As Debêntures serão objeto de distribuição pública, sob rito de registro automático de distribuição, nos termos do artigo, 26, inciso V, alínea “a” da 00 - Endereço: Av. Das Nações Unidas, 14401, Stb nal - Vara/Comarca: 1a Vara Regional de Compe- não instruir a petição inicial com a documenta-
Resolução CVM 160, sob regime de garantia firme de colocação, pelo Coordenador Líder, nos termos do Contrato de Distribuição; (w) Encargos Moratórios: Sem prejuízo 5, Bloco 01, Cjto. 53, Sala 01, Bairro Vila Gertrudes tência Empresarial e de Conflitos Relacionados À ção pertinente.
da Atualização Monetária e da Remuneração das Debêntures, ocorrendo atraso imputável à Companhia no pagamento de qualquer quantia devida aos debenturistas, o
- Requerente: Roberto Silva Arcanjo - Vara/Co- Arbitragem Das 4ª e 10ª Rajs/SP - Observação: Ho- Empresa: Geseg Grupo Especial de Seguran-
valor em atraso ficará sujeito, independentemente de aviso, interpelação ou notificação judicial ou extrajudicial, a: (i) multa moratória convencional, irredutível e de natureza mologado o acordo celebrado entre as partes, foi ça Ltda. - CNPJ: 12.512.290/0001-31 - Ende-
não compensatória, de 2% (dois por cento) sobre o valor devido e não pago; e (ii) juros de mora calculados pro rata temporis desde a data do inadimplemento até a data
marca: 2a Vara de Falências e Recuperações Ju-
revogada a sentença de quebra da requerida. reço: Rua Professora Doracy Cezzarino, 276,
do efetivo pagamento, à taxa de 1% (um por cento) ao mês sobre o montante devido e não pago, além das despesas incorridas para cobrança; (x) Vencimento Antecipado: diciais de São Paulo/SP - Observação: Homologa-
Bairro Portão - Vara/Comarca: 2a Vara de Fa-
As Debêntures e todas as obrigações constantes da Escritura de Emissão serão consideradas antecipadamente vencidas e exigíveis, observados os termos da Escritura do acordo celebrado entre as partes. Recuperação Judicial Requerida lências e Recuperações Judiciais de Curitiba/PR
de Emissão, na ocorrência de qualquer dos casos apontados na Escritura de Emissão, observados os eventuais prazos de cura, quando aplicáveis; e (y) Demais Termos e Requerido: Bonnaire Residencial Empreendi-
Empresa: Services Administração Educacio- - Observação: Face não instruir a petição inicial
Condições: os demais termos e condições da Emissão seguirão previstos na Escritura de Emissão. (II) A celebração, pela Companhia, de todos e quaisquer instrumentos mentos Imobiliários S/A - CNPJ:
nalLtda.-CNPJ:17.205.241/0001-70-Endereço: com a documentação pertinente.
necessários à implementação e à realização da Emissão e da Oferta e a formalização das matérias tratadas nos itens à Emissão, à Oferta, incluindo, mas não se limitando, 09.259.333/0001-04 - Requerente: Roberto Silva
aos seguintes contratos e eventuais aditamentos: (a) a Escritura de Emissão; (b) o Contrato de Distribuição; e (c) contratos com prestadores de serviço necessários à Rua Conselheiro Crispiniano, 102, Bairro Repúbli- Empresa: Gna Serviços de Limpeza Ltda. -
Arcanjo - Vara/Comarca: 2a Vara de Falências e Re-
Emissão, e eventuais documentos relacionados aos contratos necessários à Emissão, incluindo aditamentos. (III) Por fim, autorizar quaisquer medidas que precisem ser ca, São Paulo/sp - Vara/Comarca: Vara Regional CNPJ: 34.351.785/0001-69 - Endereço: Av. Higie-
cuperaçõesJudiciaisdeSãoPaulo/SP-Observação:
tomadas e/ou ratificar quaisquer negociações ou medidas realizadas e/ou que venham a ser realizadas pela Diretoria da Companhia ou eventuais procuradores devidamente Empresarial e de Conflitos Relacionados À Arbi- nópolis, 1601, Loja 08, Mezanino, Bairro Jardim
Homologado acordo celebrado entre as partes.
constituídos nos termos do estatuto social da Companhia, com relação a todos os termos e condições aplicáveis à Oferta e à Emissão, bem como autorizar a Diretoria da tragem Das 2ª, 5ª e 8ª Rajs/SP Higienópolis, Londrina/pr - Vara/Comarca: 2a Va-
Requerido: Expresso Corte Indústria e Serviços
Companhia e seus eventuais procuradores a praticar todos e quaisquer atos e a celebrar todos e quaisquer documentos necessários à Emissão e à Oferta, que ainda não Empresa: Sociedade Administradora e Gestão ra de Falências e Recuperações Judiciais de Cu-
Siderúrgicos Ltda. - CNPJ: 18.171.268/0001-51 -
tenham sido praticados ou celebrados, conforme o caso, incluindo, mas não se limitando a procurações, aditamentos aos referidos instrumentos e demais instrumentos Patrimonial Ltda. - CNPJ: 06.120.096/0001-08 ritiba/PR - Observação: Face não instruir a petição
relacionados. Encerramento: Nada mais havendo a ser tratado, lavrou-se a presente ata que, após lida e aprovada, foi assinada por todos os Conselheiros presentes. Endereço: Av. Assis Ribeiro, 5100, Bairro Vila Silvia - Endereço: Rua João Scanhuela, 133, Sala A, Re- inicial com a documentação pertinente.
Assinaturas: Mesa: Presidente: Marcos Antônio Molina dos Santos; Secretário: Heraldo Geres. Membros do Conselho de Administração: Marcos Antonio Molina dos -Requerente:Nova FátimaComérciode Ferro eAço
Santos - Presidente do Conselho de Administração, Alain Emilie Henry Martinet, Antonio dos Santos Maciel Neto, Herculano Aníbal Alves, Marcia Aparecida Pascoal Marçal Ltda. - Vara/Comarca: 2a Vara de Falências e Re-
dos Santos, Roberto Silva Waack e Rodrigo Marçal Filho. Certifico que a presente é cópia fiel da ata lavrada em livro próprio. São Paulo, 06 de novembro de 2023. cuperaçõesJudiciaisdeSãoPaulo/SP-Observação:
Heraldo Geres - Secretário. Falta de interesse de agir. Hoje, excepcionalmente, deixamos de publicar a Agenda tributária.
 Quinta-feira, 9 de novembro de 2023 | Valor | B5

Empresas Indústria

Com operação
Veículos Locadoras embalam o ritmo das linhas de montagem

Venda de carros aumenta, enxuta, Lopes

mas consumidores somem aumenta lucro
Marli Olmos
De São Paulo
Desde 2014, a venda direta de
carros das montadoras para pes-
soas jurídicas, principalmente
locadoras, tem se mantido está-
vel, em torno da média de um mi-
lhão de unidades por ano. Mas
enquanto há uma década a parti-
cipação dessa modalidade repre-
sentava 29% do mercado, hoje
chega à metade das vendas.
“O que aconteceu é que o vare-
jo perdeu força nesse período, em
consequência, sobretudo dos ju-
ros mais elevados”, disse, na quar-
ta-feira (8), o presidente da Asso-
ciação Nacional dos Fabricantes
de Veículos Automotores (Anfa-
vea), Márcio de Lima Leite, duran-
te a apresentação dos resultados
do setor. Segundo ele, 77% dos
pedidos de crédito têm sido recu-
sados pelos bancos. “O mercado
consumidor tem que ter acesso
ao crédito”, destaca o dirigente.
Desde então, os automóveis fi-
caram também mais sofistica-
dos, e mais caros, o que explica,
em parte, a menor participação
do varejo nesse mercado.
A demanda das locadoras, que
se intensificou depois da pande-
mia, ajudou a indústria a alcançar
bons números no mercado inter-
no neste ano. Outubro foi o segun-
do melhor mês em vendas de veí-
culos até agora. Foram licenciados
217,8 mil carros, comerciais leves,
caminhões e ônibus, o que repre-
sentou aumento de 20,4% em rela-
ção ao mesmo mês do ano passa-
do. Segundo a Anfavea, a venda di-
reta chegou a representar 51% dos
licenciamentos no mês passado.
A média diária de emplacamen-
Leite, da Anfavea: “O mercado consumidor tem que ter acesso ao crédito”
tos alcançou 10,4 mil veículos, o
que, segundo cálculos da indús-
tria, se aproxima das médias regis-
tradas antes da pandemia.
O melhor mês do ano foi julho,
quando as vendas foram eleva-
das ainda como reflexo do pro-
grama de incentivos fiscais, lan-
çado em junho e que reduziu
preços de carros de até R$ 120
mil. Naquele momento, a venda
direta foi interrompida por de-
terminação do governo.
O mercado total de veículos
acumula, até outubro 1,84 mi-
lhão de veículos. Isso represen-
SILVIA ZAMBONI/VALOR
tou avanço de 9,7% na compara-
ção com o resultado do mesmo
período em 2022.
Um dos destaques do setor au-
tomotivo este ano tem sido o avan-
ço das vendas de carros eletrifica-
dos. Em outubro, modelos híbri-
dos e elétricos representaram 4,6%
do mercado de veículos leves. Há
um ano a participação desse tipo
de carro estava em 2,7%.
A participação ainda é peque-
na. Mas a tendência de cresci-
mento se confirma a cada mês.
Em outubro, foram licenciados
9,6 mil eletrificados (7,2 mil hí-
bridos e 2,4 mil 100% elétricos),
crescimento de 114% em relação
ao mesmo mês do ano passado.
Nesta sexta-feira, haverá reu-
nião da Câmara de Comércio Ex-
terior (Camex) para definir sobre
o aumento do Imposto de Impor-
tação para modelos híbridos e
elétricos. As alíquotas variam de
zero a 4%, dependendo do tipo
de veículo. Os 100% elétricos são
isentos desde 2016.
Para a Associação Brasileira
do Veículo Elétrico (ABVE), o au-
mento do tributo deveria acon-
tecer depois de definidas as re-
gras do Mobilidade Verde (Mo-
Ver), o novo nome do Rota 2030,
programa federal que definirá
novas regras de controle de
emissões e de segurança dos veí-
culos, além de incentivos para
pesquisa e desenvolvimento.
Ao contrário do que acontece
no mercado interno, os fabrican-
tes de veículos não têm motivos
para comemorar os resultados
da produção. Com 199,8 mil uni-
dades, os volumes caíram 3,1%
no mês passado na comparação
com outubro de 2022.
No acumulado de janeiro a ou-
tubro — 1,95 milhão de veículos
— o total produzido também fi-
cou abaixo do volume registrado
em igual período de 2022. Isso
representa queda de 0,6%.
A retração se deve, sobretudo,
ao desempenho do setor no mer-
cado externo. A Anfavea calcula
que se não fosse a queda de 26,9%
nas vendas ao exterior até outubro,
a produção acumulada nos dez
meses do ano estaria acima de 2
milhões de unidades. “Teríamos
um crescimento razoável em rela-
ção ao ano passado”, destaca Leite.
Imóveis
Ana Luiza Tieghi
De São Paulo
A imobiliária Lopes registrou
no terceiro trimestre lucro líqui-
do consolidado de R$ 19,8 mi-
lhões, alta de 395% sobre o mes-
mo período do ano passado. O
lucro antes de juros, impostos,
depreciação e amortização (Ebit-
da) foi de R$ 17 milhões, incre-
mento de 9% no mesmo período.
Matheus Fabrício, diretor-exe-
cutivo de relações com investido-
res do grupo Lopes, afirma que
esse foi o terceiro melhor trimes-
tre da companhia em 10 anos.
A melhora nesses resultados fi-
nanceiros veio à custa de otimi-
zação operacional, explica o exe-
cutivo. A Lopes começou a atuar
com franquias em 2016 e em
2019 investiu em automação de
processos os R$ 150 milhões cap-
tados em um follow-on.
Segundo Fabrício, com essas
mudanças, a Lopes passou de 1,5
mil funcionários em 2012 para
361. Ao mesmo tempo, o número
de intermediações de compra e
venda por colaborador subiu de
13 para 39. As despesas recorren-
tes da companhia no trimestre
somaram R$ 27,7 milhões, 25%
menos do que há um ano.
“Mercado está
desafiador, mas
enxergamos que já
passou o pior ”
Matheus Fabrício
O grupo intermediou R$ 2,6
bilhões em vendas no trimestre,
4% mais do que no mesmo pe-
ríodo de 2022. Já o número de
lançamentos com participação
da Lopes caiu 40% no período,
para 5,9 mil unidades.
Conhecida pela atuação nos
lançamentos, a Lopes tem inves-
tido mais no mercado secundá-
rio, de imóveis usados. Entre as
franquias, metade já atua na
área, afirma o executivo.
O próprio crescimento das
franquias tem sido mais tímido:
houve apenas uma nova unidade
no trimestre. Há hoje 178 fran-
quias. Segundo Fabrício, o ritmo
menor se deve a mais critérios de
renovação, mas a expansão deve
continuar. A Lopes identificou
300 cidades no país em que po-
deria atuar nesse segmento e ain-
da está presente em apenas 90.
As franquias respondem por
20% da receita do grupo. Outros
40% vêm da equipe própria de
corretores. O restante se origina
na CrediPronto, joint-venture
com o Itaú, que atua na conces-
são de crédito imobiliário.
A CrediPronto originou R$ 670
milhões em financiamento no
trimestre, queda de 33% na base
anual. Fabrício afirma que isso se
deve às políticas mais restritas do
Itaú para a concessão, devido aos
juros elevados para financia-
mento e escassez de funding.
A expectativa é que esse mer-
cado melhore a partir do segun-
do trimestre de 2024, quando a
queda da Selic deve chegar ao
crédito imobiliário, na visão de
Fabrício. “O mercado está em
momento desafiador, mas enxer-
gamos que já passou o pior”, diz.

“ Há mais de uma década, a BB Seguros tem sido parceira do Hospital

Pequeno Príncipe. Com a mesma nobre missão de cuidar de pessoas,
nosso compromisso com essa instituição é igualmente intenso.

”
O Pequeno Príncipe é referência no atendimento pediátrico e,
juntos, salvamos vidas.

Amauri Vasconcelos – Presidente da Brasilseg, uma empresa BB Seguros

O incentivo fiscal permite que empresas e cidadãos destinem parte do seu Imposto de Renda a projetos
relevantes, possibilitando que eles participem ativamente do processo de transformação e melhoria da sociedade.

No Pequeno Príncipe – maior hospital pediátrico do Brasil e instituição filantrópica com 60% dos seus atendimentos
voltados a pacientes do SUS –, os investimentos sociais colaboram para a manutenção de atendimentos em saúde
com excelência técnico-científica e humanização, beneficiando milhares de crianças e adolescentes de todo o país.

Investimentos como o feito pela BB Seguros – empresa líder no ranking de seguradoras brasileiras – são essenciais
para promover um impacto positivo nos indicadores de saúde. Apoiadora do Hospital Pequeno Príncipe há
mais de dez anos, a empresa tem contribuído para o desenvolvimento de pesquisas científicas voltadas à saúde
infantojuvenil, para a promoção de diagnósticos mais precisos e tratamentos mais efetivos e para a formação
continuada de profissionais de saúde.

Se a sua empresa é tributada pelo lucro real e está recolhendo imposto, entre em contato conosco e faça
como a BB Seguros: ajude a transformar e salvar a vida de milhares de crianças e adolescentes de todo o país.

(41) 2108-3874 I doeifpj@hpp.org.br I doepequenoprincipe.org.br

B6 | Valor | Quinta-feira, 9 de novembro de 2023

Empresas Indústria

Resultados Consenso de analistas indica receita de R$ 130,6 bi de julho a setembro Projeções para resultados

Petrobras deve registrar queda anual de

Produção e Brent devem ajudar no 3° tri

Lucro líquido (em R$ bilhões)

UBS BB 25,9

o
BTG Pactual 24,1

23% na receita no 3 tri, estimam bancos

Safra 28,8
Ativa Investimentos 27,5
Média R$26,6 bilhões

Receita líquida (em R$ bilhões)

Kariny Leal
Do Rio
A Petrobras deve apresentar boa
performance operacional no ter-
ceiro trimestre, segundo bancos e
casas de análise ouvidos pelo Va-
lor. Mas o recuo do petróleo tipo
Brent de 10,7% no terceiro trimes-
tre em relação a igual período de
2022, conforme cálculo do Valor
Data, deverá reduzir os resultados
financeiros na comparação anual.
A estatal divulga o resultado do ter-
ceiro trimestre nesta quinta-feira
bilhões no terceiro trimestre deste
ano, queda de 25,5% em relação ao
mesmo trimestre do ano passado. A
média do lucro líquido de julho a se-
tembro, segundo os bancos ouvidos,
ficou em R$ 26,6 bilhões, queda de
42,1% sobre igual período de 2022.
O Instituto de Estudos Estratégi-
cos de Petróleo, Gás Natural e Bio-
combustíveis (Ineep) ressalta que,
na comparação anual, é esperado
recuo nos resultados da Petrobras,
com queda do Brent. “Na compa-
ração com mesmo trimestre de
2022, o menor patamar dos preços
Brent, a média das projeções é de
alta de 14,8% na receita líquida an-
te o trimestre anterior, quando a
empresa obteve R$ 113,8 bilhões. A
média do lucro líquido esperado
pelos bancos para o terceiro tri-
mestre cai 7,63%, a se confirmar o
número, ante R$ 28,8 bilhões do se-
gundo trimestre. Já o Ebitda no ter-
ceiro trimestre sobe cerca de 20%,
pela média das projeções, em rela-
ção ao trimestre anterior, quando
ficou em R$ 56,7 bilhões.
a consumidores — vão garantir
bons resultados. O banco estima
receita líquida de R$ 125,7 bilhões;
lucro líquido de R$ 24,1 bilhões; e
Ebitda ajustado de R$ 67,9 bilhões.
O UBS BB destaca a alta taxa de
utilização das refinarias pela Pe-
trobras no terceiro trimestre. “As
taxas de utilização de refinarias
mais elevadas resultaram em me-
nores importações, enquanto a
maior produção de petróleo levou
ao aumento nas exportações”, diz
o relatório. O banco espera registre
receita líquida de R$ 132 bilhões;
manutenções. As exportações de UBS BB 132
petróleo no terceiro trimestre fo- BTG Pactual 125,7
ram de 599 mil barris por dia, alta Safra 129,8
de 65% frente a igual período de
Ativa Investimentos 135,1
2022. O fator de utilização total
Média R$130,6 bilhões
das refinarias no terceiro trimestre
de 2023 foi de 96%, alta de oito
Ebitda (em R$ bilhões)
pontos percentuais frente a igual
período do ano passado. Segundo UBS BB 71,6
a companhia, é o maior resultado BTG Pactual 67,9
trimestral no refino desde 2014. Safra 66,4
O Safra calcula que a Petrobras Ativa Investimentos 66,5
terá receita líquida de R$ 129,8 bi-
Média R$68,1 bilhões
lhões; lucro líquido de R$ 28,8 bi-
lhões; e Ebitda de R$ 66,4 bilhões. *Fontes: BTG Pactual, Safra, UBS BB e Ativa Investimentos

(9) após fechamento do mercado.
A média das projeções de qua-
tro instituições financeiras compi-
ladas por este jornal apontam re-
ceita líquida de R$ 130,65 bilhões
entre julho e setembro de 2023. Se
o número se confirmar, vai repre-
sentar recuo de 23,2% em relação
aos R$ 170 bilhões de receita obti-
dos no terceiro trimestre de 2022.
As projeções para o lucro antes de
juros, impostos, depreciação e
amortização (Ebitda, na sigla em in-
glês) ficaram, em média, em R$ 68,1
do petróleo internacional e dos
derivados no mercado interno li-
mitou a expansão das receitas da
companhia”, diz o diretor técnico
do Ineep, Mahatma dos Santos.
A média do Brent no terceiro tri-
mestre de 2022 foi de US$ 95,51, en-
quanto no mesmo período de 2023
caiu para US$ 85,29. Já no segundo
trimestre deste ano, foi de US$ 77,6.
Na comparação trimestral em
2023, os números da Petrobras me-
lhoram. Com a alta do segundo pa-
ra o terceiro trimestre de 10% do
Na comparação lucro líquido de R$ 25,9 bilhões; e
Ebitda de R$ 71,6 bilhões.
trimestral em A produção de petróleo, gás na-
2023, os números tural e líquido de gás natural subiu
8,8% no terceiro trimestre em rela-
da estatal ção a igual período de 2022, a 2,88
milhões de barris de óleo equiva-
melhoram lente por dia (boe/dia), segundo o
relatório de produção divulgado
em 26 de outubro.
Para o BTG Pactual, a alta trimes- Na ocasião, a estatal disse que o
tral do Brent, o aumento da produ- resultado se deu pelo melhor de-
ção e das vendas da Petrobras — sempenho operacional do pré-sal
combinada a preços mais elevados e de menos perdas por paradas e
A Ativa Investimentos estima re-
ceita líquida de R$ 135,1 bilhões;
lucro líquido de R$ 27,5 bilhões; e
Ebitda de R$ 66,5 bilhões.
Ainda sobre o resultado, o paga-
mento de dividendos divide opi-
niões sobre se haverá remunera-
ção extraordinária ou se a estatal
se manterá dentro da regra previs-
ta em estatuto, de 45% do fluxo de
caixa livre. O debate se dá pela pos-
sibilidade de criação da reserva de
remuneração, que prevê a destina-
ção de 70% do lucro líquido ajusta-
do. A questão será votada na As-
sembleia Geral Extraordinária
(AGE), no dia 30 de novembro.
Outro fator no radar dos analis-
tas é a divulgação do plano estraté-
gico, válido para o período 2024-
2028 e que deve ser apresentado
no fim de novembro. Segundo o
Goldman Sachs, é estimado um ca-
pex de US$ 90 bilhões, acima dos
US$ 78 bilhões do plano atual.
Ver mais na página C1

Minoritários da petroleira são contrários a mudar estatuto da companhia

Fábio Couto
Do Rio
O Comitê de Minoritários da Pe-
trobras (Comin) manifestou-se
contrário à proposta de exclusão
de trecho do estatuto social da
empresa que trata de indicações
políticas e não recomendou ao
conselho a aprovação do tema, de
acordo com ata de reunião do gru-
po ocorrida no dia 10 de outubro.
O Comin é presidido pelo con-
selheiro Marcelo Gasparino. São
quatro os conselheiros minoritá-
rios da companhia: Gasparino,
Marcelo Mesquita, Francisco Pe-
tros e João José Abdalla. Deles, ape-
nas Abdalla não integra o Comin,
que é chamado a se manifestar em
caso de propostas a serem debati-
das em assembleias de acionistas.
A proposta de alteração do es-
tatuto social da companhia é um
dos temas da Assembleia Geral
Extraordinária (AGE), que será
realizada no dia 30 de novembro.
A proposta prevê a exclusão de
um parágrafo inteiro do estatuto
social, que reproduz integral-
mente trechos que fazem parte
da Lei das Estatais (13.303/2016).
Na Lei, o trecho teve vigência sus-
pensa por liminar do então mi-
nistro do Supremo Tribunal Fe-
deral (STF) Ricardo Lewandosky.
Segundo a ata, Gasparino afir-
mou ser preocupante que a pro-
posta do estatuto social da Petro-
bras seja baseada em uma decisão
liminar, “medida judicial de efeito
precário”, e que pode ser revertida
a qualquer momento. O docu-
mento ressalta que o departamen-
to jurídico da Petrobras não tinha
posicionamento ou avaliação das
chances de reversão ou confirma-
ção da liminar.
Gasparino disse entender que,
nessa linha, as vedações deveriam
permanecer no texto do estatuto.
Já o conselheiro Marcelo Mesquita,
de acordo com a ata do Comim,
afirmou ser contra a exclusão do
parágrafo por entender que se tra-
ta de uma decisão “açodada”,
diante da possibilidade de rever-
são da decisão judicial.
Para Mesquita, o estatuto é o
principal instrumento de gover-
nança da companhia, fazendo
frente a quaisquer partidos políti-
cos e decisões governamentais que
a envolvam, “devendo ser perene e
perdurar pelos vários ciclos políti-
cos a que a companhia estiver su-
jeita, não podendo ser alterado pa-
ra atender a vontades políticas.”
Francisco Petros não participou
da reunião e se manifestou por es-
crito de forma prévia, sugerindo
que fosse utilizada a expressão “e
em outras normas brasileiras con-
cernentes ao tema” na redação do
estatuto social em substituição à
expressão “na lei 13.303”, com al-
terações ou eliminações necessá-
rias no parágrafo em debate.

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 Quinta-feira, 9 de novembro de 2023 | Valor | B7

Empresas Indústria

Petroquímica Pela nova proposta, Novonor fica com 3% e há espaço para Petrobras no bloco de controle

Adnoc faz oferta de R$ 10,5 bi pela Braskem

Stella Fontes e
Mônica Scaramuzzo
De São Paulo
A Empresa Nacional de Petróleo
de Abu Dhabi (Adnoc) apresentou
ontem uma nova proposta de
compra do controle da Braskem,
por R$ 10,5 bilhões, melhorando
as condições em relação à oferta
anterior, feita junto com a gestora
americana Apollo. O Valor apurou
que o novo modelo pode levar a
um consenso entre os bancos cre-
dores da Novonor e a Petrobras.
Pela nova proposta, a antiga
Odebrecht terá uma fatia de 3%
no capital da petroquímica. Há
espaço ainda para acomodar as
ambições mais recentes da esta-
tal, de seguir como sócia da Bras-
kem participando do bloco de
controle, disseram fontes com co-
nhecimento do assunto, que ava-
liam que há chances reais de a
venda finalmente deslanchar.
A proposta não vinculante pe-
lo controle da Braskem prevê um
preço de R$ 37,29 por ação e a Ad-
noc almeja compor o bloco de
controle com a Petrobras, segun-
da maior acionista da petroquí-
mica. A estatal árabe também es-
tá disposta a lançar uma oferta
pelas ações detidas por minoritá-
rios, ao mesmo preço oferecido à
Novonor, disseram essas pessoas.
Segundo as fontes, a proposta
A oferta prevê
pagamento de
50% em dinheiro e
50% por meio de
títulos (notes)
não vinculante foi levada ontem
à tarde à Novonor e aos bancos
credores — Bradesco, Itaú Uni-
banco, Santander, Banco do Bra-
sil e Banco Nacional de Desenvol-
vimento Econômico e Social (BN-
DES) —, contemplando a fatia de
38,3% do capital total da Bras-
kem detida pela antiga Odebre-
cht. Por essas ações, que estão nas
mãos das instituições financeiras
como garantia a dívidas de quase
R$ 15 bilhões, a Adnoc prevê de-
sembolsar os R$ 10,5 bilhões.
A oferta prevê pagamento de
50% em dinheiro e 50% por meio
de títulos (notes) com prazo de
sete anos e taxa anual de 7,25%,
em dólar. Nos três primeiros
anos, os juros são adicionados ao
principal e, a partir do quarto
ano, se inicia o pagamento do cu-
pom anual. Ao fim da operação,
disseram essas fontes, a Adnoc
terá 35,3% do capital total da
Braskem, já que a Novonor ficará
com uma participação de 3%.
A não permanência da Novonor
no negócio foi um dos principais
obstáculos à aceitação da primeira
proposta da Adnoc, feita em parce-
ria com a Apollo, que saiu das ne-
gociações, além do preço. Pela es-
trutura de pagamento anterior, o
preço por ação, quando trazido a
valor presente, era bem inferior as
R$ 47 oferecidos. A proposta ini-
cial também não contemplava a
permanência da Petrobras na Bras-
kem, com os 36,1% do capital total
que já detém.
Os credores da Novonor vão
começar a discutir a nova pro-
posta da Adnoc nos próximos
dias, afirmou uma das fontes a
par do assunto. “É um avanço e
um bom momento para discutir
o assunto. Vejo que há um movi-
mento de convergência de inte-
resse muito grande para que [a
venda] se resolva”, disse.
Segundo essa fonte, na Petro-
bras há uma expectativa para
que o tema Braskem seja solucio-
nado também logo, uma vez que
a petroleira precisa definir seus
planos de investimentos.
Na visão da Adnoc, que inicial-
mente estava na disputa em par-
ceria com a gestora americana
Apollo, a permanência da Petro-
bras na petroquímica brasileira é
estratégica e dará suporte aos
próximos passos de crescimento
7,25%
é a taxa anual em
dólar dos títulos
da Braskem, conforme outra fon-
te. “É o primeiro passo de uma
aliança maior em mercados in-
ternacionais”, afirmou.
Além disso, a presença da estatal
como sócia fortalece a agenda
“verde” da Braskem, na avaliação
dos árabes, que veem o Brasil mui-
to bem posicionado para liderar o
processo de transição energética.
De acordo com essa fonte, a petro-
química é vista pela Adnoc, uma
gigante em óleo e químicos com
posição de liderança na Ásia, na
Europa e na África, como platafor-
ma de crescimento nas Américas.
Se a proposta avançar, a Adnoc
conduzirá uma “due diligence” e,
então, apresentará a oferta vincu-
lante, o que só deve ocorrer em
2024. Procurada, a Adnoc e Novo-
nor não comentam o assunto. A
Petrobras não retornou até o fe-
chamento desta edição.

Dexco enfrenta mercado ainda fraco em acabamentos

SILVIA ZAMBONI/VALOR

Balanço fatores como a queda da taxa de

Ana Luiza Tieghi
De São Paulo
O aumento de lucro líquido da
Dexco no terceiro trimestre, de
93% sobre o mesmo período de
2022 e de 97% sobre o segundo
trimestre deste ano, não conta
todo o momento da companhia
de acabamentos para construção
e painéis de madeira.
Houve o reconhecimento de
uma ação tributária que impactou
no resultado, explica o diretor-
executivo financeiro, Francisco Se-
meraro. O lucro líquido recorrente
foi de R$ 94,8 milhões, alta anual
de 6% e queda de 42% no trimestre.
Enquanto o mercado de madei-
ra se mantém resiliente, segundo
Antonio Joaquim de Oliveira, pre-
juros e a reforma tributária.
“Não acredito em recuperação
acintosa”, pondera, “vai recupe-
rar devagar”. A queda de juros,
especialmente, tem renovado o
otimismo na construção civil e
nos materiais de construção.
Enquanto a melhora não vem,
a Dexco paralisou no fim de ju-
lho uma fábrica de revestimen-
tos cerâmicos em Criciúma (SC).
Já havia paralisado outra fábrica,
em Queimados (RJ), em junho, e
uma terceira no fim de 2022.
“Reduzimos uma quantidade
enorme de postos de trabalho”,
afirmou Raul Guaragna, vice-
presidente de acabamentos para
construção civil, em evento para
investidores nesta quarta (8).
Ele contou que a Dexco tinha a
opção de avançar “dramaticamen-
uma nova fábrica de revestimen-
tos cerâmicos, em Botucatu (SP),
prevista para abril ou maio. De
acordo com Oliveira, a produção
ali terá um custo menor e mais
diferenciais oferecidos por inves-
timentos em tecnologia.
“Há esforço para fazer um resul-
tado melhor em 2024 mesmo sem
depender de grande avanço de
mercado”, disse. Segundo ele, é
preciso ter um desempenho muito
melhor em Deca e revestimentos.
O presidente destacou ainda
que a Dexco passa pela fase final
do seu ciclo de investimentos,
iniciado em 2021, e por isso teve
seu balanço impactado mais for-
temente pela taxa de juros. O
plano prevê R$ 1,8 bilhão em in- O presidente da Dexco, Antonio Joaquim de Oliveira, prevê melhora de demanda no quarto trimestre e em 2024
vestimentos até 2025.
Em madeira, apesar da queda
de 8,5% em volume expedido, so-

sidente da Dexco, o mercado para
revestimentos continuou difícil no
trimestre, e mais do que o anteci-
pado pela companhia. “Espera-
mos um quarto trimestre melhor,
porque tem uma puxada tradicio-
nal nesse momento”, afirma.
O segmento de revestimentos
cerâmicos teve vendas 18% me-
nores em volume do que no se-
gundo trimestre deste ano. Na
Deca, área de louças e metais sa-
nitários, a queda foi de 23%.
Segundo Oliveira, o próximo
ano deverá ser melhor, devido a
te” em participação de mercado, o
que geraria uma destruição de
preço difícil de recuperar, ou de
manter os preços e fazer esses ajus-
tes. “Entramos em 2024 com a
musculatura que queremos ter”.
A companhia está finalizando
18%
foi a queda de venda
de revestimentos
smzto.com.br
bre o segundo trimestre, o vice-
presidente da área, Henrique
Haddad, enxerga estabilidade e
que “o pior do ponto de vista de
consumo já passou”. Em relação
ao terceiro período de 2022,
houve alta de 1,5% no volume.
A Dexco tem vendido madeira
excedente de suas florestas para
terceiros, mas Haddad destaca
que essas vendas não foram ex-
pressivas no trimestre, o que se-
ria positivo. “[Vender madeira] é
bom para compensar resultado,
mas não é o nosso negócio”.

MRV&Co reverte lucro e tem O PRINCIPAL PRIVATE EQUITY

o
prejuízo líquido no 3 tri
Construção
De São Paulo
O grupo MRV&Co reportou pre-
juízo líquido atribuível aos contro-
ladores de R$ 136,5 milhões no ter-
ceiro trimestre. A empresa havia
registrado lucro de R$ 181 milhões
no segundo trimestre deste ano e
de R$ 1,6 milhão no terceiro tri-
mestre do ano passado.
O MRV&Co abrange as opera-
ções de incorporação brasileira,
com as marcas MRV e Sensia, a
loteadora Urba, a incorporadora
para renda Luggo e a subsidiária
americana Resia. Todas as verti-
cais tiveram prejuízo líquido no
período: Luggo e Resia, que
constroem prédios residenciais
para serem locados e vendidos,
não tiveram vendas no trimes-
tre, o que fez com que só regis-
trassem despesas, explica Ricar-
do Paixão, diretor-executivo fi-
nanceiro do grupo. Na Urba, um
distrato de terreno trouxe im-
pacto não-recorrente, afirma.
A receita líquida da MRV&Co
cresceu 16,4% na base anual, pa-
ra R$ 1,97 bilhão, maior valor da
história da companhia. A mar-
gem bruta também cresceu, em
4 pontos percentuais, para
23,3%. O ganho de margem
ocorreu porque foi possível au-
mentar o preço das unidades
acima da inflação, afirma Pai-
xão. Na incorporação nacional,
o ticket médio subiu 25,6% em
um ano, para R$ 309 mil.
A margem bruta de novas ven-
das na incorporação, que inclui
apenas os lançamentos, foi de
32,5% no trimestre, alta de 0,8
ponto percentual sobre o segun-
do período. “Está bem mais pró-
ximo do que enxergamos como
um patamar estabilizado”, afir-
ma. A margem bruta da incorpo-
ração foi de 23,4%, aumento de
4,5 pontos em um ano.
O ganho de preço, que ajudou
a empresa a incrementar suas
margens, deve continuar acima
da inflação nos próximos tri-
mestres, segundo o executivo,
mas de forma mais lenta.
O segmento de incorporação
nacional também foi responsá-
vel por prejuízo líquido atribuí-
vel aos controladores de R$ 87,6
milhões, ante lucro de R$ 61 mi-
lhões há um ano. Na versão ajus-
tada, que exclui efeitos de swap
Os juros elevados
nos EUA dificulta
a venda dos
projetos e afeta
a rentabilidade
DE FRANQUIAS DO BRASIL
ESTÁ EM FESTA
de ações, marcações a mercado e
ganhos e perdas não recorrentes,
houve lucro de R$ 22,2 milhões. A SMZTO atingiu o marco de 5.000 unidades
Paixão diz que a empresa per-
deu R$ 35 milhões em operação de
franqueadas pelo mundo. Mas, muito mais do que isso,
equity swap, outros R$ 55 milhões são milhares de sonhos que se tornaram realidade.
em swap de dívida, de IPCA para
CDI, e mais R$ 20 milhões com a Ideias e projetos que, ao saírem do papel,
venda de um terreno em Curitiba,
que teve o zoneamento trocado de
transformaram e continuam transformando
residencial para comercial. caminhos e trajetórias.
Foi firmada uma meta para
que a Resia não tenha mais quei- Aos nossos sócios, franqueados e colaboradores,
ma de caixa em 2024. O segmen- nosso muito obrigado.
to queimou R$ 433 milhões no
terceiro trimestre, ante R$ 969
milhões no mesmo período de
Através do franchising, seguimos juntos fortalecendo
2022. A Resia reportou ainda marcas, expandindo soluções e construindo negócios
prejuízo líquido de R$ 14 mi- sólidos, que geram valor de ponta a ponta.
lhões, ante R$ 51 milhões há um
ano. “Temos que vender empre-
endimentos em montante sufi-
ciente para bancar as obras em
construção”, afirma Paixão. “Se
não chegar nisso, não começa-
mos outras obras”.
Os juros elevados no mercado
americano têm dificultado a
venda dos projetos e afetado a
rentabilidade para a MRV&Co.
Ainda assim, é esperado que a
empresa venda um projeto ain-
da neste quarto trimestre.
A Luggo também deve ter ven-
das ainda no quarto trimestre,
afirma Paixão. “Devemos ter Lug-
go, Resia e MRV [incorporação]
apresentando lucro”, diz. (ALT)
B8 | Valor | Quinta-feira, 9 de novembro de 2023
Empresas Serviços&Tecnologia
GovernançaA bolsa multou 22 administradores da varejista em R$ 6,237 milhões
por infringir o regulamento do segmento mais alto de listagem
B3 determina que Americanas não
poderá usar selo do Novo Mercado
Juliana Schincariol
Do Rio
A Americanas não poderá usar
o selo do Novo Mercado, nível
máximo de governança corporati-
va da B3, em uma decisão inédita
da bolsa, que agrava a crise repu-
tacional da varejista envolvida em
uma fraude contábil tida como a
maior da história do país. Além
disso, 22 administradores da
companhia foram multados por
infrações ao regulamento do seg-
mento de listagem, em um total
de R$ 6,237 milhões. Os nomes in-
cluem conselheiros de adminis-
tração como Carlos Alberto Sicu-
pira, que também é um dos acio-
nistas de referência da empresa, o
ex-presidente Miguel Gutierrez,
além de ex- diretores e membros
do comitê de auditoria.
As infrações são relacionadas à
falta de efetividade de estrutura de
fiscalização e controle da America-
RBR compra fatia
do Eldorado por
R$ 110 milhões
Varejo
Liane Thedim
Do Rio
A RBR Asset, gestora de recur-
sos independente com R$ 8,3 bi-
lhões sob gestão, está compran-
do 4,32% do Shopping Eldorado,
por R$ 110 milhões. Essa fatia era
da Gazit Brasil, gestora e desen-
volvedora de shoppings do G-Ci-
ty. O grupo multinacional se des-
fez da participação em setembro,
com a venda para a família Verís-
simo, sócia majoritária do em-
preendimento, em transação de
R$ 93 milhões, segundo informa-
ções de mercado.
Inaugurado em setembro de
1981, o Eldorado, terceiro shop-
ping a ser instalado em São Paulo,
está entre os mais rentáveis do Es-
tado. A gestora comprou 8,64%
das cotas do Fundo de Investi-
mento Imobiliário — FII Eldora-
do, que detém 50% do shopping e
é administrado pela Rio Bravo In-
vestimentos, asset independente
fundada pelo ex-presidente do
Banco Central, Gustavo Franco.
A aquisição foi feita por meio
do fundo RBR Alpha (RBRF11) e
do RBR Malls, veículo exclusivo
dedicado a investimentos neste
segmento. Atualmente, o RBR Al-
pha, fundo multiestratégia lista-
do em bolsa, tem patrimônio lí-
quido aproximado de R$ 1,5 bi-
Hapvida deixa praças que Lucro da Cogna cresce 40% no 3º tri
não têm rede própria
Saúde
De São Paulo
A Hapvida interrompeu a venda
de planos de saúde em praças on-
de não possui rede própria. Entre
elas, estão praças do Sul e Sudeste
como Florianópolis e Rio de Janei-
ro — regiões que eram atendidas
pela NotreDame Intermédica, que
oferta produtos com redes vertica-
lizada e própria. No terceiro tri-
mestre, foram cancelados cerca de
60 mil contratos nessas praças.
A operadora tem 8,9 milhões
de usuários de planos de saúde. A
companhia encerrou o terceiro
trimestre com 90 mil beneficiá-
rios a menos, sendo que 30 mil
são referentes a demissões em
empresas que são suas clientes.
A taxa de sinistralidade — indi-
cador acompanhado com lupa no
nas. Desde que o caso veio à tona
em janeiro deste ano, essa é a pri-
meira decisão formal. Na Comis-
são de Valores Mobiliários (CVM),
há processos sancionadores ins-
taurados, mas casos mais comple-
xos estão sendo investigados em
inquéritos administrativos, e não
há prazo para serem concluídos.
Cabe recurso à diretoria colegia-
da da bolsa. O prazo para isso é de
15 dias corrido. A Americanas dis-
se ao Valor que vai recorrer.
Se confirmada, a decisão se
mantém em vigor até que a em-
presa reverta quatro pontos. A
Americanas precisa divulgar o re-
latório do comitê independente
criado para investigar a fraude na
companhia e apresentar uma de-
monstração financeira com rela-
tório do auditor sem ressalvas.
Também deve apresentar um rela-
tório de recomendações dos audi-
tores para o aprimoramento dos
controles internos informando
. ANA PAULA PAIVA/VALOR
lhão e mais de 108 mil cotistas.
Com a compra, a RBR está for-
malizando a criação de sua divi-
são de shoppings, que será lide-
rada pelo sócio Franklin Tanioka.
A aquisição se soma à primeira
transação feita pelo fundo, em
setembro de 2023, de uma fatia
do Plaza Sul Shopping por R$ 60
milhões. A ideia é expandir o RBR
Malls, hoje com patrimônio lí-
quido de R$ 80 milhões, a R$ 1 bi-
lhão nos próximos anos.
O foco, por enquanto, é captar
R$ 100 milhões de investidores
profissionais nos próximos me-
ses e, depois, chegar ao varejo por
meio de uma oferta pública na
B3. Ricardo Almendra, CEO da
gestora, frisa, porém, que a em-
presa não tem pressa nesse cresci-
mento: “Só queremos shoppings
dominantes, performados, que
comprovadamente têm prepon-
derância em uma região, e priori-
tariamente fatias minoritárias.”
Tanioka explica que a gestora
decidiu criar a nova divisão por-
que o setor se mostra resiliente,
saindo da pandemia mais forte do
que entrou. “No começo, o risco
era grande, com as portas fechadas
e especialistas falando em cresci-
mento do comércio eletrônico e
perda de relevância do varejo físi-
co, mas vimos que o segmento está
mais forte do que antes.”
Segundo ele, a gestora está ava-
liando oportunidades com poten-
setor — ficou em 71,9%, melhora
de 1,1 ponto percentual (pp)
quando comparado há um ano e
de 2 pontos percentuais em rela-
ção ao segundo trimestre. “Conse-
guimos melhorar a sinistralidade.
Normalmente, há uma variação de
0,3 ponto percentual entre o se-
gundo e terceiro trimestres”, disse
Jorge Pinheiro, presidente da Hap-
vida. A companhia aplicou um rea-
juste entre 14,5% e 15% nos gran-
des contratos corporativos e de
20% a 22% nos planos PME.
A receita líquida subiu 8,9%, pa-
ra R$ 6,8 bilhões. O lucro líquido
ajustado caiu 61,5%, para R$ 261
milhões. O lucro antes de juros,
impostos, depreciação e amortiza-
ção (Ebitda) ajustado subiu 46,9%,
para R$ 742 milhões. A margem
subiu 2,8 pontos percentuais para
10,8%. Desse ganho, 2 pp vieram
da melhora da sinistralidade. (BK)
que não há deficiências significa-
tivas e atualizar todas as demons-
trações financeiras pendentes.
O trabalho da B3, conduzido pe-
la diretoria de emissores, começou
em janeiro, após a Americanas di-
vulgar a fraude que resultou no pe-
dido de recuperação judicial. Para-
lelamente, a Americanas foi ex-
cluída do Ibovespa e de outros 13
índices da B3.
Segundo a decisão, o caso não se
trata de “meras falhas pontuais”,
como apontado pela defesa. O en-
tendimento foi de que as estrutu-
ras de fiscalização e controle da
Americanas deveriam, ter identifi-
cado e atuado prontamente.
Com relação ao argumento de
que os membros do conselho e do
comitê de auditoria teriam o “di-
reito de confiar” nas informações
apresentadas pela diretoria e ou-
tras áreas, a respeito de dados fi-
nanceiros e riscos, a B3 entendeu
que ocupar cargos dessa natureza
“Estaremos
próximos ao
conselho, mas não
como gestores”
Ricardo Almendra
cial de retorno em todo o país e já
tem outras negociações em está-
gio avançado. “A gente vem inves-
tindo em shoppings, tanto em
ações quanto em FIIs. Para essas
aquisições, estamos em negocia-
Educação
Beth Koike
De São Paulo
A Cogna, maior grupo de educa-
ção do país, registrou um lucro an-
tes de juros, impostos, depreciação
e amortização (Ebitda, na sigla em
inglês) ajustado de R$ 345,8 mi-
lhões no terceiro trimestre, o que
representa um avanço de 40,7% so-
bre o mesmo período de 2022. A
margem do respectivo indicador
subiu 4,1 pontos percentuais, para
27,2%. O resultado veio acima das
projeções do mercado, que esti-
mava um Ebitda na casa dos
R$ 290 milhões.
A geração de caixa operacio-
nal, após investimentos, cresceu
36% para R$ 254,7 milhões no
acumulado de julho a setembro.
“Novamente, tivemos bom de-
sempenho nas nossas três linhas
de negócios: ensino superior, edu-
demandam “zelo e diligência, sob
pena de responsabilização”. A sen-
tença da B3 diz que essas instân-
cias não devem basear sua análise
exclusivamente na confiança —
devem “confiar desconfiando”.
A decisão diz ainda que ques-
tionamentos pontuais do comitê
de auditoria sobre a existência do
risco sacado, sem investigações
aprofundadas ou coleta de docu-
mentos, não são suficientes para o
cumprimento do dever de dili-
gência esperado do comitê de au-
ditoria de uma empresa listada no
Novo Mercado. “Limitar-se a ques-
tionamentos protocolares e rela-
tos da diretoria, deixando de exer-
cer sua função supervisora da efi-
cácia dos controles internos,
transforma o comitê de auditoria
em mero espectador da compa-
nhia”, diz a sentença.
Esse tipo de suspensão tornou-
se possível a partir de 2018, após a
revisão das regras do Novo Merca-
ções com perfil parecido com as do
Plaza Sul e do Eldorado.”
Atualmente, a RBR tem seis
áreas. No setor imobiliário es-
tão R$ 8,1 bilhões do total sob
gestão. Ele é subdividido em es-
critórios e logística, shoppings,
crédito imobiliário, o multies-
tratégia (basicamente o RBR Al-
pha e alguns fundos exclusi-
vos), desenvolvimento imobi-
liário (compra de terrenos e
construção de prédios) e in-
fraestrutura. Desde 2018, a ges-
tora tem fundos que investem
no setor imobiliário dos EUA. O
cação básica e PNLD [programa
de livros didáticos para o gover-
no]. Considerando que no acu-
mulado dos nove meses nossa ge-
ração de caixa foi de R$ 652,7 mi-
lhões, faz sentido acreditar que
vamos atingir o guidance de R$ 1
bilhão em 2024”, disse Roberto
Valério, CEO da Cogna.
A receita da companhia regis-
trou aumento de 19%, para R$ 1,2
bilhão no trimestre. Desse volume,
R$ 830 milhões vieram da Kroton,
braço de ensino superior da Cog-
na; R$ 258 milhões da Vasta (edu-
cação básica); e R$ 186 milhões da
Saber (livros didáticos).
O prejuízo ajustado (por amor-
tização de intangíveis) caiu 70%,
para R$ 44 milhões. O prejuízo
contábil teve redução de 51%, para
R$ 102,5 milhões. O indicador é
impactado por resultado financei-
ro negativo em R$ 268 milhões. Já a
alavancagem da Cogna caiu de
2,15 para 1,88 vez o Ebitda.
do. A B3 prepara uma nova mu-
dança das regras e ouvirá o merca-
do em uma audiência pública. En-
tre as sugestões de mudanças que
serão apresentadas pela bolsa, es-
tão questões relacionadas ao caso
Americanas. Apesar da suspensão,
a empresa continua sujeita às re-
gras do segmento de listagem.
As maiores multas individuais
aplicadas foram de R$ 395.099,00 -
valor máximo permitido pelas re-
gras da bolsa. E foi aplicada em
pessoas que ocupavam mais de um
cargo na companhia, caso do ex-
presidente, que também era con-
selheiro de administração. Para
quem não possuía cargos duplica-
dos, a penalidade foi de R$
263.399,33, correspondente a dois
terços da maior penalidade.
Procurado, Sicupira não se
manifestou até o fechamento
desta edição. O ex-presidente
Miguel Gutierrez não comen-
tou o assunto.
RBR Alpha aloca recursos em
outros fundos imobiliários.
No Eldorado, a ideia é acompa-
nhar a administração sem interferir.
“Estaremos próximos ao conselho,
com participação consultiva, mas
não como gestores. A gestão de um
shopping não demanda inteligên-
cia imobiliária, e sim de varejo. So-
mos especialistas em tijolo e não em
varejo”, diz Almendra, que destaca
que o retorno esperado com esses
ativos é de IPCA mais 9% ao ano.
A reportagem completa está no
Pipeline, site de negócios do Valor
A Kroton encerrou o terceiro
trimestre com 1 milhão de alu-
nos, alta de 6,9%. Deste total, 67%
estão em cursos em que a maior
parte do conteúdo didático é mi-
nistrado de forma on-line.
Apesar da concorrência acir-
rada no mercado de cursos a dis-
tância, a Kroton conseguiu au-
mentar o volume de novos alu-
nos e o valor das mensalidades
de calouros. Nos cursos 100%
on-line, o número de matrículas
subiu 5,9% e a receita cresceu
15,3%. Na modalidade semipre-
sencial (com a maior parte do
conteúdo digital), houve alta de
11,4% no volume de alunos e de
13,2% no faturamento.
Na graduação presencial
(com pequena parte de conteú-
do on-line), o número de novas
matrículas subiu 13% e a receita,
28%. Já no presencial, houve
queda de 15% e 9,6%, no volume
e receita, respectivamente.
Casas Bahia
tem pior
prejuízo
desde 2019
Desempenho
Silvia Rosa
De São Paulo
A Casas Bahia quadruplicou o
prejuízo em relação ao mesmo pe-
ríodo do ano passado e registrou
um resultado negativo de R$ 836
milhões no terceiro trimestre, im-
pactado pelos custos do plano de
reestruturação. É quase R$ 150 mi-
lhões a mais de prejuízo do que
projetava a corretora Genial, por
exemplo, numa estimativa que já
era mais pessimista que a média
do mercado, no relatório divulga-
do nesta semana. É o segundo pior
resultado trimestral da compa-
nhia, depois das perdas contábeis
do quatro trimestre de 2019.
Ao mercado, a companhia tenta
transmitir a mensagem de que o
pior passou. A expectativa da vare-
jista é que o plano de reestrutura-
ção seja concluído até o fim do
ano, para virar 2024 com a casa ar-
rumada, afirma o CEO do grupo,
Renato Franklin, ao Pipeline.
Desde que assumiu como CEO,
em maio, Franklin vem liderando
uma série de ajustes na empresa, co-
mo redução das despesas com mar-
keting, fechamento de 6 mil vagas e
de 38 lojas só no último trimestre, o
que deve trazer uma economia de
R$ 370 milhões por ano. “Esperamos
ver a captura total dos benefícios
dessas medidas do plano de trans-
formação e um balanço limpo no se-
gundo semestre de 2024, mas pode-
mos até antecipar”, diz o CEO.
A companhia fez também uma
redução de estoque de mercado-
rias de R$ 1,5 bilhão em relação ao
mesmo período do ano passado e
de R$ 780 milhões frente ao segun-
do trimestre. O grupo reduziu o es-
toque de produtos de baixo giro,
como modelos de eletrodomésti-
cos de linhas passadas, com sal-
dões, e migrou categorias com
margens negativas e tíquetes mé-
dio baixos, como materiais de lim-
peza e bebidas, para venda exclusi-
va no marketplace (3P).
Apesar da mudança no estoque,
Franklindiz que a empresa tem o vo-
lume adequado para a Black Friday.
“Antes, havia um desconto muito
grande porque tinha que aproveitar
a BlackFridaypara a queimade esto-
ques e hoje o varejo como um todo
está mais racional”, disse.
As medidas trouxeram um au-
mento de custos que impactou os
resultados, diz o CEO, levando a
um Ebitda negativo de R$ 66 mi-
lhões no trimestre. Sem essas des-
pesas, o prejuízo teria sido de
R$ 376 milhões no terceiro trimes-
tre e o Ebitda teria ficado positivo
em R$ 354 milhões. Para melhorar
a estrutura de capital, a varejista le-
vantou R$ 622 milhões em uma
oferta subsequente de ações em se-
tembro, captou R$ 500 milhões
com bancos já no quarto trimestre
e realizou a monetização de R$ 663
milhões com ativos tributários.
Agora, está estruturando um fun-
do de recebíveis (FIDC), inicial-
mente de R$ 600 milhões.
O fundo pode chegar a R$ 1,5 bi-
lhão e a companhia aportará 20%
em cotas subordinadas, que são as
primeiras a absorver as perdas em
caso de inadimplência. O FIDC será
usado para financiar o crediário,
substituindo o crédito bancário. O
grupo espera liberar até R$ 1,5 bi-
lhão em crédito comprometido
com os bancos, referente a opera-
ções de Crédito Direto ao Consu-
midor com Interveniência; com o
crescimento do FIDC, essa libera-
ção pode chegar a até R$ 5,4 bi-
lhões, afirma Franklin.
A dívida bancária respondia por
84% da dívida financeira da em-
presa, que encerrou o trimestre em
R$ 10,7 bilhões. Desse total, R$ 5,5
bilhões são de operação de crediá-
rio. Na dívida consolidada, R$ 1,9
bilhão é de curto prazo e a Casas
Bahia tinha, ao fim do terceiro tri-
mestre, caixa de R$ 2,8 bilhões.
Este texto foi originalmente
publicado pelo Pipeline, o site de
negócios do Valor Econômico

Agronegócios
Frigoríficos Ganho líquido teve pequeno recuo, de 0,3%, para R$ 141
milhões, mas companhia prevê melhora das condições de mercado
Queda dos preços da carne
pressiona lucro da Minerva
Nayara Figueiredo
De São Paulo
No terceiro trimestre deste ano,
a Minerva Foods registrou queda
tanto da receita por cabeça de ga-
do quanto do custo por cabeça, o
que se refletiu na virtual estabili-
dade de seus ganhos no período.
Em comparação com o mesmo in-
tervalo de 2022, o lucro líquido
da empresa teve pequena queda,
de 0,3%, para R$ 141 milhões.
Segundo balanço financeiro
divulgado ontem, no terceiro tri-
mestre, o lucro antes de juros,
impostos, depreciação e amorti-
zação (Ebitda, na sigla em inglês)
da companhia, a maior exporta-
dora de carne bovina da América
do Sul, caiu 11,5% em relação ao
mesmo período do ano passado,
para R$ 713,7 milhões. A receita
líquida, por sua vez, diminuiu
16,2%, para R$ 7,07 bilhões.
A margem Ebitda da Minerva,
em contrapartida, subiu 0,5 pon-
to percentual e chegou a 10,1%
no terceiro trimestre. “O preço
da matéria-prima caiu mais do
que o preço de venda, o que au-
mentou nossa margem Ebitda”,
disse o diretor financeiro da
companhia, Edison Ticle, em vi-
deoconferência com jornalistas.
O principal destaque do trimes-
tre, acrescentou ele, foi a geração
de caixa livre, de R$ 608,1 mi-
lhões. “Isso ajudou a manter a
alavancagem estável”, afirmou.
A alavancagem líquida do pe-
ríodo, medida por meio do múlti-
plo de dívida líquida por Ebitda
“A gente vê em
China uma gradual
recuperação e um
otimismo maior”
Fernando Queiroz
dos últimos 12 meses, encerrou o
trimestre em 2,8 vezes. O indica-
dor ficou estável em relação ao
trimestre anterior e subiu 0,6
ponto no comparativo anual —
mesmo após a recente aquisição
de 16 plantas de abate e de um
centro de distribuição da Marfrig,
em um acordo de R$ 7,5 bilhões.
Em análise sobre as perspecti-
CAROL CARQUEJEIRO/VALOR
vas de mercado, o CEO da Miner-
va, Fernando Galletti de Queiroz,
disse acreditar que a recuperação
gradativa da economia chinesa e
a baixa oferta de gado nos Esta-
dos Unidos devem favorecer a
venda de carne bovina do Hemis-
fério Sul. “Sobre a China, a gente
vê uma gradual recuperação e
um otimismo maior”, disse ele. A
China é o principal comprador
da proteína do Brasil, e o baixo
patamar de preços pagos pelos
chineses afetou as receitas de to-
do o setor ao longo do ano.
Sobre os Estados Unidos,
maior concorrente do Brasil no
comércio global, Galletti disse
que os norte-americanos passam
por um período duro de oferta
de gado, que deve demorar a se
encerrar. “O abate de matrizes foi
muito grande nos EUA. Isso fez
com que gradualmente seus vo-
lumes (de gado) se reduzissem, e
esse volume está sendo ocupado
pelo Hemisfério Sul, pontuou.
Por outro lado, os Estados Uni-
dos estão em vias de aprovar a
entrada da carne produzida no
Paraguai, o que configuraria
mais uma via de exportação de
produtos para a Minerva. Houve
ainda a abertura da China para o
embarque de carne bovina pro-
duzida na Colômbia, onde a em-
presa também está presente.
Para a Argentina, outro país
em que a companhia opera, a
percepção do CEO é de que, in-
dependentemente do resultado
das eleições presidenciais neste
mês, há uma necessidade de
moeda forte. “Então, as exporta-
ções serão a grande tendência
para a Argentina”, avaliou.
No mercado brasileiro, do
ponto de vista do consumo,
Queiroz afirmou que há indica-
dores de que a demanda interna
por carne bovina está em um
momento positivo e deve per-
manecer assim “pelo menos nos
próximos dois trimestres”. “So-
bre preço de gado, a gente olha
como está o mercado, estável
para os próximos 12 meses”,
afirmou o diretor financeiro da
Minerva, Edison Ticle. “Mas, in-
dependentemente do preço do
gado, a gente vê com muito oti-
mismo o setor para o curto e
médio prazo”, completou.
Quinta-feira, 9 de novembro de 2023
Por
Cresce a produtividade
da SLC Agrícola, que
lucra R$ 167 milhões
Balanço
Raphael Salomão
De São Paulo
A SLC Agrícola encerrou o ter-
ceiro trimestre com lucro líquido
de R$ 167,2 milhões, de acordo
com o balanço que a companhia
publicou ontem. No mesmo pe-
ríodo do ano passado, ela teve
prejuízo de R$ 78,3 milhões.
Segundo o diretor financeiro e
de relações com investidores da
empresa, Ivo Brum, o resultado po-
sitivo deveu-se, em parte, ao au-
mento de produtividade na safra
2022/23. “Neste ano, produzimos
muito mais milho e algodão. Boa
parte da explicação do resultado
vem disso”, disse ele ao Valor.
A melhoria de rendimento
ocorreu mesmo com a diminui-
ção das aplicações de fertilizan-
tes. Em um quadro de custos ele-
vados, a empresa apoiou-se nas
reservas de nutrientes no solo e
adquiriu 80% do pacote de fertili-
zantes de que precisava. “O mer-
cado estava um pouco receoso
com isso, mas nossa análise se
comprovou [acertada]”, explicou.
valor.com.br
Estratégia
Fundo sustentável
da Coopercitrus
A Coopercitrus lançou, em parceria
com o Rabobank, um fundo de
recebíveis de R$ 750 milhões
atrelado a metas sustentáveis.
valor.com.br/agro
| Valor | B9
A receita líquida da companhia
no terceiro trimestre, de R$ 1,64
bilhão, foi 21,8% maior que a do
mesmo período de 2022. E o Ebit-
da ajustado, por sua vez, cresceu
25,5% na mesma base de compa-
ração, para R$ 491,9 milhões.
Já o fluxo de caixa da empresa
foi de R$ 580,4 milhões no inter-
valo entre julho e setembro, ou
70,4% a mais do que no mesmo
período de 2022. “Foi bem posi-
tivo, e começa a reverter o cená-
rio do acumulado do ano”, afir-
mou o executivo. De janeiro a se-
tembro, o fluxo de caixa está ne-
gativo em R$ 248,2 milhões.
Nos nove primeiros meses des-
te ano, o lucro líquido da SLC foi
de R$ 1,09 bilhão, o que represen-
tou uma queda de 9,4% em rela-
ção ao mesmo período de 2022,
quando os ganhos somaram da
empresa somaram R$ 1,2 bilhão.
Também no intervalo entre ja-
neiro e setembro, a margem lí-
quida da companhia foi de 22,2%
no ano passado e de 20,5% em
2023. “No ano, dá o efeito das
margens, que caíram porque
preços ficaram menores que os
do ano passado”, disse Brum.
Comércio
Cai a receita dos
embarques de frango
O volume das exportações de
carne de frango cresceu 2% em
outubro, mês em que a receita
caiu 12%, segundo a ABPA.
valor.com.br/agro
 B10 | Valor | Quinta-feira, 9 de novembro de 2023
Estudo Indicador Radar Verde, que avaliou 132 empresas na região, mostrou um
nível pequeno de rastreabilidade dos fornecedores indiretos do gado para abate
Frigoríficos instalados na Amazônia
têm baixo controle da cadeia pecuária
Nayara Figueiredo
De São Paulo
Apesar dos esforços dos frigo-
ríficos nos últimos anos para mo-
nitorar a origem do gado bovino
vendido pelos fornecedores dire-
tos, o baixo nível de rastreabili-
dade dos indiretos ainda preju-
dica o nível de controle da indús-
tria na área da Amazônia Legal. É
o que mostra o estudo do indica-
dor Radar Verde, sinalizando que
92% dos frigoríficos que atuam
na região têm controle muito
baixo da cadeia pecuária.
Criado em 2022, o Radar Verde é
um indicador público e indepen-
dente de transparência e controle
da cadeia de produção e comercia-
lização de carne bovina no Brasil.
Ele avalia as iniciativas das empre-
sas que indiquem seu grau de
comprometimento com a garantia
de que a carne que compram e
vendem não está ligada ao desma-
tamento da Amazônia Legal.
O levantamento identificou 132
frigoríficos com plantas na Ama-
zônia que têm registros de Serviço
de Inspeção Estadual (SIE) e de Ser-
viço de Inspeção Federal (SIF). Os
gigantes JBS, Marfrig, Minerva e
Frigol estão entre as empresas ana-
lisadas. A pesquisa também in-
Por cluiu companhias do varejo.
“Nesse indicador, o frigorífico
Marfrig e o varejista Grupo Pão de
Açúcar (GPA) são os únicos que
demonstraram ter controle inter-
mediário da cadeia, conforme a
classe de pontuação utilizada pe-
lo Radar Verde” diz o estudo.
Isso significa que a Marfrig foi o
frigorífico com melhor desempe-
nho no chamado ‘Grau de Trans-
parência Pública’, medida que ava-
lia se as informações disponibili-
zadas nos sites das empresas ma-
peadas revelam a política de con-
trole do desmatamento na cadeia
da carne e se sua eficácia é compro-
vada por meio de auditoria inde-
pendente realizada pela empresa.
Segundo os dados, a Marfrig
tem controle muito alto dos forne-
cedores diretos, muito baixo dos
indiretos, mas o grau de exposição
ao risco de desmatamento não es-
tá entre os maiores. Com isso, a no-
ta final para a empresa é um nível
de controle intermediário.
Nenhuma empresa analisada
Lei antidesmate da União Europeia Tradings anunciam
pode afetar 20% da soja da Amazônia investimento de US$ 10 bi
Ambiente
Rafael Walendorff
De Brasília
A lei antidesmatamento da
União Europeia poderá afetar cer-
ca de 20% da soja e da carne bovina
produzidas na Amazônia e no Cer-
rado brasileiros atualmente, cujas
áreas ainda registram desmata-
mento ilegal desde 2021.
O principal impacto, no entan-
to, deverá ser aos produtores rurais
que não conseguirão comprovar a
legalidade de suas atividades para
cumprir as exigências do bloco pa-
ra venda dessas e outras commodi-
ties, como couro, café, óleo de pal-
ma, madeira, cacau e borracha.
É o que afirmou Raoni Rajão,
diretor do Departamento de Polí-
ticas de Controle do Desmata-
mento e Queimadas do Ministé-
rio do Meio Ambiente, durante
evento da Associação Brasileira
das Indústrias de Óleos Vegetais
(Abiove) ontem em Brasília. Para
ele, o país precisa implementar
um sistema integrado de dados já
disponíveis para fazer a compro-
Balanço vação dessa legalidade e poupar
os produtores de novos gastos.
Queda do preço A União Europeia quer criar um
sistema próprio de monitoramen-
da carne fez to por satélite para investigar a
lucro da Minerva procedência das commodities im-
portadas. Rajão diz que o Brasil
ter leve baixa tem condições de cumprir as re-
gras e comprovar as informações
no terceiro com o cruzamento de dados do
Cadastro Ambiental Rural (CAR),
trimestre base fiscal e sistema sanitário.
As commodities agropecuárias
B9 na mira da legislação europeia re-
Avaliação
Muito alto Intermediário
Controle sobre
fornecedores diretos
Frigol Muito alto
JBS Muito alto
Marfrig Muito alto
Minerva Muito alto
Fonte: Estudo Radar Verde
foi avaliada com alto nível de
controle na nota final.
“A transparência é uma presta-
ção de contas das empresas frigorí-
ficas e varejistas para os consumi-
dores e investidores. Saber o status
do setor com relação ao controle
de fornecedores é fundamental
para compreendermos a evolução
do Brasil na busca por eliminar o
desmatamento da cadeia da pe-
cuária”, afirma Alexandre Mansur,
coordenador do Radar Verde e di-
retor de projetos do Instituto O
Mundo Que Queremos (IOMQQ).
A categoria ‘Grau de Exposição
ao Risco de Desmatamento’ é ba-
seada em informações sobre a
zona de compra de cada planta
frigorífica e sua sobreposição
com desmatamento ocorrido,
áreas embargadas e risco de des-
matamento futuro. A metodolo-
gia foi desenvolvida pelo Institu-
to do Homem e Meio Ambiente
da Amazônia (Imazon).
“Esse indicador demonstra a ex-
tensão das áreas sob risco de des-
matamento onde os frigoríficos
atuam. Para cada empresa frigorí-
O ministro Carlos
Fávaro e o
vice-presidente
Geraldo Alckmin no
evento da Abiove
presentam 34% do comércio brasi-
leiro com o bloco, quase US$ 17,5
bilhões. A norma impede importa-
dores do velho continente de com-
prar produtos provenientes de
áreas desmatadas, de forma legal
ou ilegal, até dezembro de 2020.
A soja produzida no bioma
amazônico já está enquadrada na
lei europeia, disse Rajão, por conta
da Moratória da Soja, acordo pri-
vado que impede a compra de
grãos cultivados em áreas desma-
tadas após 2008. No Cerrado, ape-
nas 1% da oleaginosa seria impac-
tada. No caso do café, 99% das
áreas produtoras em Minas Gerais
também atendem às exigências. O
desafio é a comprovação.
O discurso do governo está ali-
Resultados do indicador Radar Verde sobre controle da cadeia pecuária
Baixo Muito baixo
Controle sobre
fornecedores indiretos
Frigol Muito baixo
JBS Muito baixo
Marfrig Muito baixo
Minerva Muito baixo
fica há uma zona potencial de
compra de gado e um risco que é
calculado”, afirma Ritaumaria Pe-
reira, coordenadora do Radar Ver-
de, pesquisadora adjunta e direto-
ra-executiva do Imazon.
Os frigoríficos com maior
Grau de Exposição ao Risco de
Desmatamento são: JBS, Frialto,
Frigo Manaus, Masterboi, Miner-
va, Mercúrio Alimentos, Rio Beef
Frigorífico, Amazonboi, Frig e
Frigorífico Redentor.
A JBS, por exemplo, atua em
uma área de 9,66 milhões de hec-
tares que se enquadram na cate-
goria de risco de desmatamento
na área da Amazônia Legal, de
acordo com os dados. O controle
de fornecedores diretos da em-
presa é considerado muito alto, o
de indiretos é visto como baixo, e
a nota final é um grau de contro-
le baixo sobre a cadeia.
No caso da Minerva, as avalia-
ções do Radar Verde são seme-
lhantes às da JBS, porém, a área
com risco de desmatamento é
menor, de 3,22 milhões de hecta-
res. O quadro de avaliações tam-
GUILHERME MARTIMON/MAPA
nhado em impedir imposições eu-
ropeias ao setor produtivo por
meio da lei antidesmatamento. O
país não descarta recorrer à Orga-
nização Mundial do Comércio
(OMC) contra o regulamento e
quer encontrar equilíbrio para a
questão nas discussões do acordo
entre Mercosul e União Europeia.
“Essas metas são muito mais no
tom de protecionismo econômico
do que de legislação ambiental. A
política internacional brasileira
não vai aceitar isso no acordo, o
Brasil não vai se deixar intimidar”,
disse o ministro da Agricultura,
Carlos Fávaro, após o evento.
O vice-presidente da República
e ministro do Desenvolvimento,
Indústria, Comércio e Serviços, Ge-
raldo Alckmin, disse que o Brasil
não concorda com as regras e que é
preciso evitar que “questões prote-
cionistas” dificultem o comércio
justo entre países.
valor.com.br
Veja a íntegra de texto sobre a Lei
Antidesmatamento da UE em
www.valor.com.br/agro
Grau de exposição ao risco de
desmatamento (milhões de hectares)
9,66
3,22
1,86 2,5
Frigol
Frigol JBS
JBS Marfrig
Marfrig Minerva
Minerva
bém se repete para a Frigol, mas
com 1,86 milhão de hectares cita-
dos no grau de exposição sob ris-
co de desmatamento, resultado
considerado um dos melhores da
categoria sobre o desmatamento.
Paulo Barreto, coordenador
do Radar Verde e pesquisador as-
sociado do Imazon, lembra que a
pecuária bovina ainda é a princi-
pal atividade responsável pelo
desmatamento na Amazônia Le-
gal, ocupando cerca de 90% da
área desmatada. Mais de 90% do
desmatamento é ilegal.
O Radar Verde é uma realização
do instituto IOMQQ e do Imazon.
Procuradas, a JBS e a Marfrig
não quiseram comentar. A Mi-
nerva e a Frigol não responde-
ram. Em nota, a associação de ex-
portadores de carne, Abiec, disse
que “a metodologia utilizada no
estudo chega a uma conclusão
simplista e imprecisa de exposi-
ção de risco de desmatamento
sem levar em conta políticas cor-
porativas, sistemas de gestão de
compras sustentáveis e bloqueio
de fornecedores”.
em encontro com Lula
Biocombustíveis
Rafael Walendorff e
Fabio Murakawa
De Brasília
Executivos das principais tra-
dings agrícolas que atuam no
país, como Cargill, Bunge, ADM,
Cofco, Amaggi e LDC (Louis Drey-
fus), reuniram-se ontem com o
presidente da República, Luiz
Inácio Lula da Silva, e anunciaram
investimentos de US$ 10 bilhões
no país nos próximos anos. Os
aportes serão destinados princi-
palmente à área de esmagamen-
to de soja e produção de biocom-
bustíveis, como biodiesel.
A diretoria da Associação Brasi-
leira das Indústrias de Óleos Vege-
tais (Abiove) também participou
do encontro no Palácio do Planal-
to, que teve ainda a presença dos
ministros da Casa Civil, Rui Costa, e
da Agricultura, Carlos Fávaro.
“Eles vieram falar da impor-
tância do programa de biocom-
bustíveis e que estão preparados
para aumentar a mistura do bio-
diesel ao diesel”, afirmou Carlos
Fávaro, após a reunião.
Atualmente, a mistura de bio-
diesel está em 12%. Deverá subir
para 13% no ano que vem. Em
2025, atingirá 14% e, em 2026, a
previsão é que chegará aos 15%.
O governo federal avalia a pos-
sibilidade de antecipar o crono-
grama para atender à demanda
das empresas esmagadoras de
soja, mas enfrenta resistências,
Nota final para
controle da cadeia
Frigol Baixo
JBS Baixo
Marfrig Intermediário
Minerva Baixo
BRENNO CARVALHO / AGÊNCIA O GLOBO
Pastagens
O governo federal pretende lançar
ainda neste mês o programa para
conversão de pastagens
degradadas. Divulgado desde o
início do ano, em missões do
Ministério da Agricultura ao redor
do mundo, a medida pretende
captar recursos internacionais para
serem emprestados em
financiamentos aos produtores
rurais. O potencial anunciado é de
recuperar 40 milhões de hectares
de pastagens degradadas em dez
anos. A intenção é levantar US$ 140
bilhões nesse período, que serão
financiados pelo Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES) e pelo Banco do
Brasil, com juros compatíveis e
longo prazo para reembolso. O
presidente Luiz Inácio Lula da Silva
quer anunciar o programa no
próximo dia 22 de novembro. Os
detalhes do programa ainda estão
sendo definidos pelas equipes do
Ministério da Agricultura e dos
bancos federais. (RW)
principalmente da Petrobras,
afirmaram fontes do setor de
biocombustíveis.
Segundo Fávaro, além do bio-
diesel, as tradings também vão in-
vestir na produção de etanol de
milho e de cana-de-açúcar.
O ministro afirmou que a
Abiove também agradeceu pela
postura do governo brasileiro na
questão ambiental. “Eles tiveram
muita dificuldade, nos últimos
anos, em dar explicação com o
aumento do desmatamento e a
inoperância do Governo Federal
no combate ao desmatamento.
Nesses dez meses, eles percebe-
ram o reflexo da melhoria da po-
lítica comercial deles, tendo faci-
lidade em não precisar explicar a
origem de cada tonelada de soja
produzida no Brasil, graças à res-
ponsabilidade deste governo”,
disse Fávaro.
Executivos das multinacionais
presentes ao encontro, como da
chinesa Cofco, também anuncia-
ram investimentos no programa
de conversão de pastagens de-
gradadas em áreas produtivas,
que será lançado no próximo dia
22 de novembro pelo governo,
confirmou Fávaro.
Na reunião, segundo infor-
mou o Ministério da Agricultura,
as empresas também trataram
de investimento em infraestrutu-
ra logística, como já vem sendo
feito em terminais portuários, e
de possíveis aportes em ferrovias.
O projeto da Ferrogrão foi men-
cionado, segundo a Pasta.
Bancos
BTG Pactual, de
Sallouti, registrou
novos recordes de
lucro e receita no
terceiro trimestre C5
Valor C
Quinta-feira, 9 de novembro de 2023
Ações Piora externa e volta das incertezas fiscais locais levaram
investidores a vender papéis ligados ao cenário doméstico
Com alta de mais de 60% no
ano, Petrobras ‘carrega’ a bolsa
Liane Thedim, Matheus Prado e
Augusto Decker
Do Rio e de São Paulo
A bolsa brasileira teve um respi-
ro nos últimos dias, embalada pela
perspectiva de que o ciclo de aper-
to monetário nos EUA tenha che-
gado ao fim. No entanto, há dúvi-
das sobre a sustentabilidade do
movimento e se ele será suficiente
para reverter um ano difícil. O Ibo-
vespa subiu 3,1% do início de janei-
ro até o fim de outubro, num de-
sempenho que só foi possível gra-
ças às ações da Petrobras. Sem os
papéis da petrolífera, que avança-
ram 64% (ON) e 76% (PN) no perío-
do, o principal índice da bolsa teria
acumulado queda de 3,19%, se-
gundo a plataforma de informa-
ções financeiras Comdinheiro.
Desde o rali entre abril e julho,
que permitiu ganhos de mais de
20%, o Ibovespa amargou quedas
significativas, acompanhando a
piora do cenário externo. Além da
deterioração do quadro interna-
cional, a volta das incertezas fiscais
locais e a alta do petróleo levaram
os investidores a vender ações liga-
das ao cenário doméstico, muitas
delas “small caps” (de pouco volu-
me e pouca liquidez), e migrar pa-
ra ações consideradas mais líqui-
das, como Petrobras e bancos. Para
se ter uma ideia, a relação entre o
Índice de Small Caps (SMLL) e o
Ibovespa estava no menor nível
desde maio de 2010, segundo da-
dos compilados pelo Valor Data.
“Foi uma espécie de ‘rouba-
monte’ porque não tem fluxo na
bolsa. O estrangeiro está muito
retraído diante desse cenário de-
safiador”, diz Enrico Cozzolino,
sócio e chefe da área de análise
da Levante Investimentos.
Até outubro, a movimentação
de investidores externos na B3 está
80% abaixo do registrado no ano
passado, quando bateu recorde e
superou os R$ 110 bilhões (in-
cluindo participação em ofertas
subsequentes de ações, ou “follow-
ons”). Para Cozzolino, o excessivo
peso de Petrobras no Ibovespa
(cerca de 14% do índice) “gera uma
falsa ilusão de que o quadro não
está tão ruim.” Depois de subir até
13,54% em maio, o SMLL caiu
7,40% só em outubro e, no ano, re-
cua 2,7%. “De todas as 116 empre-
Abecs é contra limitar parcelado sem juros
Álvaro Campos
De São Paulo
O presidente da Associação Bra-
sileira das Empresas de Cartões de
Crédito e Serviços (Abecs), Gian-
carlo Greco, afirmou que em reu-
nião coordenada pelo Banco Cen-
tral, na terça-feira, a entidade se
manifestou contra limitar o parce-
lado sem juros (PSJ) no cartão a 12
vezes, como havia sido discutido
em encontro anterior. A posição
pegou alguns participantes do
mercado de surpresa, já que as
maiores adquirentes do país são
controladas pelos bancos — Rede
(Itaú), Cielo (Banco do Brasil e Bra-
desco) e Getnet (Santander).
“Nós apresentamos proposta
que fala sobre algumas mudanças
estruturais, aperfeiçoamento do
A evolução do Ibovespa e das ações da Petrobras
Confira as variações acumuladas ao longo do ano - Em %
Ibovespa sem
Petrobras
Ibovespa Petrobras PN
(PETR4)
100
80
60 -2,63
-3,06
40
-6,45
20
-6,67
0 5,40
02/01
/23
Fonte: Plataforma Comdinheiro
sas que compõem o índice, apenas
16 avançam no mês”, frisa.
De acordo com Luan Alves,
analista-chefe da VG Research, o
ano começou com muito pessi-
mismo em relação à Petrobras
com a entrada do novo governo.
No entanto, a maior parte dos te-
mores não se concretizou, afirma:
a empresa acabou mantendo, na
prática, a paridade internacional
na política de preços, fez reajus-
tes, pagou dividendos, sustentou
seu plano de investimentos e
avançou na discussão sobre a ba-
cia amazônica. Além disso, o pre-
ço do petróleo ganhou impulso
com a guerra no Oriente Médio e
hoje está perto de US$ 80 o barril.
“Está difícil brigar com a gera-
ção de caixa da companhia”, diz
Fabio Spinola, CEO da Apex Capi-
tal. Ele lembra que a produtivida-
de da exploração nos campos de
pré-sal tem sido melhor que a es-
perada, levando a um volume de
caixa relevante que dá espaço para
dividendos extraordinários. “Hoje
o Brasil está pendurado na Petro-
bras. O dividendo é muito expres-
sivo para as contas fiscais e a arre-
cadação de impostos também.”
Rafael Cota Maciel, gestor de ren-
da variável da Inter Asset, afirma
que, mesmo em janelas maiores,
como dois ou três anos, as ações da
estatal se destacam. No ano passa-
do, os papéis subiram cerca de 45%.
É uma alta relevante mas a influên-
cia na alta do Ibovespa (4,7%) foi di-
vidida com outros papéis, sobretu-
do dos setores financeiro e elétrico,
além de Vale. “Mesmo assim, boa
parcelado sem juros. Mas colocar
limitações ao parcelado sem juros
fere o princípio do não tabela-
mento, da livre concorrência”, co-
mentou Greco em entrevista cole-
tiva para divulgar os números do
setor no terceiro trimestre.
Sobre a proposta de um teto pa-
ra a tarifa de intercâmbio (“inter-
change”) no cartão de crédito, ele
afirmou que essa possibilidade na
realidade nunca esteve na mesa de
discussão, porque, na sua visão, is-
so não tem nada a ver com juros.
“O interchange faz parte de uma
consolidação de proposta de valor,
mas não tem relação com taxa de
juros. Para mim, isso está meio
fora de discussão. Mas é claro que
algumas associações dizem que
talvez tenha de se olhar pra isso.”
Ele também afirmou que a su-
Petrobras ON
(PETR3)
55,56
49,50
9,74
21/06
parte dos fundos locais segue não
enxergando assimetria positiva nos
riscos da companhia e não conse-
guiu aproveitar a alta do papel. E,
neste momento, quem não tem Pe-
trobras na carteira dificilmente está
conseguindo superar o Ibovespa”,
avalia. Alves, da VG Research, con-
corda: “A Petrobras até agora foi a
estrela da bolsa e o maior calcanhar
de aquiles da Faria Lima porque
pouca gente pegou a escalada.”
Frederico Sampaio, diretor de
investimentos da Franklin Tem-
pleton no Brasil, conta que já teve
posição mais forte na estatal, mas
hoje está mais cauteloso depois
do que chama de “quebra de pila-
res” recente, com duas mudanças
aprovadas pelo conselho de ad-
ministração e que ainda serão
submetidas a assembleia geral ex-
traordinária. A primeira cria uma
reserva de remuneração de capi-
tal: a cada trimestre, o conselho
poderia ou não reter os dividen-
dos que excederem 45% do fluxo
de caixa livre (o valor que sobra
no caixa após os investimentos).
“Foi uma espécie de
‘rouba-monte’
porque não tem
fluxo na bolsa. O
estrangeiro está
muito retraído”
Enrico Cozzolino
gestão da Abecs foi reduzir o prazo
do rotativo de 30 para cinco dias,
para abarcar somente o chamado
“atraso curto”, de quem não pagou
a conta porque esqueceu ou não
teve tempo. Após esses cinco dias,
o cliente seria encaminhado para
um parcelamento. “Acho que isso
ajudaria muito a reduzir os juros.”
Greco afirmou que o clima da
reunião no BC foi muito “proposi-
tivo”, que agora as entidades de-
vem trocar estudos e um novo en-
contro deve ser marcado em algu-
mas semanas, no máximo 30 dias.
Uma fonte do setor diz que, na es-
sência, houve uma decisão da
Abecs de que a Lei 14.690 (que
criou o Desenrola e estabeleceu
um teto de 100% no rotativo do
cartão caso não haja uma proposta
alternativa) não daria as condições
Investimentos
Gestores veem
oportunidades
de ganhos
em fundos
imobiliários C6
76,14
64,07
3,11
-3,19
31/10
A outra acaba com restrições às
indicações para conselhos de ad-
ministração e diretoria de empre-
sas públicas ou sociedades de eco-
nomia mista previstas na Lei das
Estatais, de 2016, entre elas minis-
tros e secretários estaduais e mu-
nicipais. Elas estão suspensas por
decisão provisória, de março des-
te ano, do então ministro do Su-
premo Tribunal Federal Ricardo
Lewandowski. “A guerra entre Is-
rael e Hamas é um novo evento
geopolítico importante que pres-
siona o petróleo, mas a questão é
o que acontece com a governança
da empresa, que claramente está
piorando”, diz Sampaio.
Com o pessimismo em relação à
Petrobras no início do ano, quan-
do o rali começou em abril, as
apostas estavam centradas nas
ações ligadas ao mercado domés-
tico, com a aprovação do arcabou-
ço fiscal e os sinais de que a infla-
ção seguiria para perto da meta,
permitindo cortes de juros. A par-
tir de agosto, quando o quadro
macroeconômico dos Estados
Unidos piorou e a maré virou,
aconteceu a guinada defensiva. Na
última semana, o comunicado do
Federal Reserve deu alívio aos mer-
cados, ao afirmar que o efeito total
do aperto monetário já adotado
ainda será sentido, mas ainda não
se sabe até onde vai esse otimismo.
“O juro da T-note [título público
americano] de dez anos se aproxi-
mou de 5%, e isso limita a capaci-
dade do Brasil de cortar juros, por
mais que haja espaço e que o Ban-
co Central tenha iniciado o ciclo”,
legais para uma discussão sobre
impor limites de prazo ou tabela-
mento do parcelado sem juros. “É
claro que os grandes bancos pos-
suem peso na decisão. Mas é tão
evidente que a proposta de limitar
o PSJ não é um consenso e não
atende todas as partes do negócio
de cartões, que a Abecs não pode-
ria se posicionar de outra forma.”
Ontem, a Abecs informou que
os pagamentos por aproximação
somaram R$ 256,5 bilhões no ter-
ceiro trimestre de 2023, cresci-
mento de 66,3% sobre o mesmo
período do ano passado. Pela pri-
meira vez, o pagamento usando a
chamada tecnologia NFC (“near
field communication”) é a maior
parte das transações (52,3%). Há
um ano, esse índice era de 38,4%
e, dois anos atrás, de 19,6%.
Balanço
Banco do Brasil
registrou lucro
líquido ajustado
de R$ 8,785 bi
no trimestre C4
Ações da Petrobras foram alvo de desconfiança no início do ano
avalia Sampaio, da Franklin Tem-
pleton. No início do ciclo de cortes,
o mercado apostava que a Selic iria
para a casa dos 9% e hoje as previ-
sões estão acima disso. Juros al-
tos aqui sufocam o caixa das em-
presas e o consumo e, nos EUA,
drenam recursos de emergentes.
Cozzolino, da Levante, alerta pa-
ra possíveis exageros nessa mu-
dança nos últimos meses: “Tem
que estar atento, porque muitas
vezes o mercado exagera e erra. De
Magalu e Casas Bahia, por exem-
plo, está exigindo muito prêmio
de risco”, diz. De acordo com Spi-
nola, da Apex, para voltar à média
dos últimos 15 anos, as small caps
têm que subir 40%. Ele afirma que
está “comprando tempo”, reduzin-
do posições em nomes mais cícli-
cos para esperar maior clareza do
cenário internacional e fiscal. “Há
oportunidades a bons preços mas
tem que ter calma e tentar errar
pouco para atravessar esse ciclo.”
Já Werner Roger, sócio-funda-
dor e gestor da Trígono, vê o dó-
lar como hedge natural para mo-
mentos como este. “Temos quase
metade da carteira em empresas
com receita dolarizada ou com
atividade relevante no exterior”,
explica. Também papéis pouco
alavancados e bons pagadores de
dividendos estão no foco, afirma.
Maciel, da Inter Asset, destaca
que o índice SMLL tem exposição
grande a empresas de crescimen-
to, que têm múltiplos mais altos e
fluxo de caixa concentrado no lon-
go prazo, o que aumenta a sensibi-
lidade aos juros. “Já vimos, no se-
A expectativa da Abecs é que o
patamar de pagamentos por apro-
ximação chegue a 56% do total ain-
da em 2023. O número de transa-
ções por aproximação ficou em
4,5 bilhões, aumento de 55,2%.
Uma pesquisa do Datafolha en-
comendada pela entidade mostra
que 60% já realizaram pagamentos
por aproximação. Desse total, 35%
dizem usar sempre, 13% de vez em
quando e 11% raramente. No geral,
87% consideram comodidade e ra-
pidez como principais benefícios.
A pesquisa também mostra que
essa tecnologia é usada por todas
as idades, com maior adoção entre
os jovens. Na faixa entre 18 e 24
anos, 81% já usaram, enquanto en-
tre aqueles acima de 60 anos o ín-
dice cai a 35%. O método mais co-
mum é o cartão (81%), mas 26%
LEO PINHEIRO/VALOR
gundo trimestre, o SMLL superan-
do a performance do Ibovespa.
Mas a volta desse cenário depende
de muitos fatores exógenos.”
A mesma ponderação faz Isabel
Lemos, gestora de renda variável
do Fator. Ela diz que, ao comparar
o valor das ações com indicadores
como relação preço e lucro e ex-
pectativa de fluxo de caixa, se veem
papéis com desconto. “Há ações
com preços atraentes, mas é preci-
so cautela porque a avaliação parte
do princípio de que teremos juros
mais baixos e melhora fiscal.”
Embora haja dúvidas sobre qual
será a Selic, Sampaio, da Franklin
Templeton, diz que os cortes de ju-
ros continuarão, então tendem a
beneficiar as companhias sensíveis
a esse movimento. O gestor opta
por setores que têm algum tipo de
“vento a favor” do governo, como a
construção civil de baixa renda. E
também destaca ações de consu-
mo. “Vemos coisas muito baratas.
Existe uma dicotomia entre os pre-
ços e o fluxo de notícias no setor,
mas esse valuation está muito con-
vidativo. É algo para estar de olho.”
O setor de “utilities” (companhias
de serviços públicos) também es-
tá no radar. “É é mais imune a
momentos de intempérie, além
de ser pagador de dividendos.”
Mesmo com tantos desafios, Co-
zzolino, da Levante, não vê cenário
de nervosismo para 2024. “Apa-
rentemente pior de que está não fi-
ca. As empresas estão discutindo
como melhorar estrutura de dívi-
da, reduzir custo. Acabou o tempo
de esperar o cenário melhorar.”
Aproximação
Tecnologia tem sido mais usada
41%
Não usam
35%
Usam
sempre
ou quase
sempre
13%
11% Usam de vez
Usam raramente em quando
Fonte: Abecs/DataFolha
usam o celular e 1%, smartwatches.
O volume transacionado com
cartões de crédito, débito e pré-
pagos totalizou R$ 939 bilhões no
terceiro trimestre, um crescimen-
to de 9,2% na comparação com
igual período do ano anterior.
Com isso, o valor transacionado
no ano somou R$ 2,7 trilhões, alta
de 10,1% sobre o ano anterior.
C2 | Valor | Quinta-feira, 9 de novembro de 2023
Finanças
Ibovespa
Em pontos
119.177
120
119
118
117
116
115
114.060
114
113
112
18/out/23
Fontes: B3 e Valor PRO. Elaboração: Valor Data
Mercados Rendimentos dos Treasuries recuaram e influenciaram taxas locais;
Ibovespa teve leve baixa e terminou aos 119.177 pontos, enquanto dólar subiu
Juros globais têm novo dia de alívio
Arthur Cagliari, Gabriel Caldeira,
Matheus Prado e Victor Rezende
De São Paulo
As taxas de juros globais volta-
ram a ter uma sessão de alívio,
principalmente após leilões de
Treasuries com boa demanda. As
taxas locais foram influenciadas,
ainda, pela queda do petróleo e
pela surpresa de economistas
com dados inflacionários abaixo
do consenso no Chile, em uma fa-
se em que as duas economias vi-
vem momentos semelhantes.
A taxa da T-note de dez anos se
ajustou em baixa, a 4,497%, de
4,568%, e a do T-bond de 30 anos
caiu ainda mais, de 4,729% a
4,617%. Localmente, a taxa do con-
trato de Depósito Interfinanceiro
(DI) para janeiro de 2026 recuou
de 10,605% para 10,56%; e a do DI
Open finance
não é uma
agenda fácil,
diz Damaso
Rita Azevedo
De São Paulo
O diretor de regulação do Banco
Central (BC), Otávio Damaso, disse
que o “open finance não é uma
agenda fácil” porque “o incum-
bente não quer que você comparti-
lhe as informações”. Mas afirmou
que há grandes avanços nas dis-
cussões envolvendo esse modelo
de sistema financeiro aberto, que
possibilita o compartilhamento
de informações dos brasileiros
entre diferentes instituições.
Segundo Damaso, até mesmo
para a criação do Pix, o sistema de
pagamentos instantâneos, o Ban-
co Central precisou travar “brigas
do bem”, já que parte do mercado
não se mostrou favorável à cria-
ção do instrumento. “Era o BC
contra o resto do sistema. Nin-
guém queria o Pix, o adquirente
não queria o Pix. Era algo que
simplificava para a sociedade,
mas desafiava os incumbentes.”
Damaso disse ainda que, no
início, nenhum banco queria co-
locar o símbolo do Pix nos seus
aplicativos. “Vejo que o open fi-
nance terá uma jornada mais len-
ta [que a do Pix], mas não tenho
dúvida de que isso vai trazer mui-
to benefício para os clientes.”
Durante painel no evento Inno-
vation Xperience Conference, so-
bre tecnologia e empreendedoris-
mo, Damaso afirmou que o open
finance traz muitos benefícios pa-
ra os brasileiros. “Um exemplo é o
do cheque especial. Pela própria
característica dele, você não tem
concorrência entre os bancos. É
um crédito atrelado à conta (...).
Agora, com o open finance e o
compartilhamento de informa-
ções, vamos criar concorrência
até para o cheque especial.”
Para os administradores de
empresas, o open finance é útil
para conseguir unificar em ape-
nas um aplicativo as informa-
ções de diversas contas em ban-
cos, exemplificou Damaso.
Outras iniciativas que têm o
potencial de transformar o siste-
ma financeiro brasileiro são as
ligadas à “tokenização” de ati-
vos, segundo Damaso. O diretor
disse que atualmente o Banco
Central não tem uma agenda es-
pecífica nem trabalha em uma
regulação específica, mas que
“abriu as portas” para conhe-
cer o que o sistema financeiro
está pensando sobre o tema.
Bolsas internacionais
Variações no dia 8/nov/23 - em %
Dow Jones -0,12
S&P 500 0,10
queda de
Euronext 100
0,19
0,08%
DAX 0,51
CAC-40 0,69
Nikkei-225 -0,33
8/nov
SSE Composite -0,16
para janeiro de 2027 passou de
10,755% para 10,66%. O dólar en-
cerrou o dia a R$ 4,9071, em alta de
0,66%, e o Ibovespa teve leve queda
de 0,08%, aos 119.177 pontos.
Os juros americanos se manti-
veram no centro das atenções
dos investidores. A expectativa
era a de que comentários do
presidente do Federal Reserve
(Fed), Jerome Powell, pudessem
alterar a rota dos Treasuries, mas
o chefe da autarquia americana
não fez declarações sobre políti-
ca monetária, o que desfez o
tom mais cauteloso dos agentes.
As taxas americanas passaram
então a recuar com força, princi-
palmente após leilões com boa
demanda de investidores.
Os negócios também foram in-
fluenciados por uma nova rodada
de queda dos preços do petróleo,
. abrir um novo cenário de de-
DeputadodefendeCPIemcaso
Binanceenovoprojeto‘cripto’
Ricardo Bomfim
De São Paulo
Presidente da recém-encerra-
da Comissão Parlamentar de In-
quérito (CPI) das pirâmides fi-
nanceiras, o deputado Aureo Ri-
beiro (Solidariedade-RJ) afirma
que está conversando com o pre-
sidente da Câmara, Arthur Lira
(PP-AL), para aprovar novos pro-
jetos de lei de criptoativos ainda
este ano. A CPI terminou com a
redação de quatro propostas,
três relacionadas ao mercado de
criptoativos e uma que trata de
programas de milhagem. Além
de renovar o arcabouço legal do
setor, a comissão aumentou a
pressão regulatória contra a Bi-
nance, que recebeu um pedido
de indiciamento e teve questio-
namentos em relação ao projeto
de adquirir a corretora Sim;paul.
“Os três PLs que tratam de crip-
to podem ser aprovados ainda es-
te ano, enquanto o de milhas fica-
ria para 2024”, afirmou Ribeiro ao
Valor. O deputado diz que espera
uma boa recepção por parte de Li-
ra, apesar de restarem menos de
dois meses até o fim de 2023.
As novas propostas preten-
dem complementar o Marco Le-
gal dos Criptoativos, aprovado
pelo Congresso em 2022, que
institui responsabilidades civis e
criminais para empresas que tra-
balham com ativos virtuais. Nas
novas propostas de legislação,
serão incluídos dispositivos co-
mo a introdução de uma penali-
dade a quem criar ou promover
pirâmides com criptoativos e
também traz de volta o polêmico
tema da segregação patrimonial.
No Marco dos Criptoativos, o
Senado havia incluído a segrega-
ção, que impede que as correto-
ras de criptomoedas mantenham
os saldos dos clientes como parte
‘Mudar a meta fiscal agora vai gerar incerteza’
Larissa Garcia
De Brasília
O presidente do Banco Cen-
tral (BC), Roberto Campos Neto,
afirmou que mudar a meta fiscal
agora “vai gerar incerteza” e que
os agentes financeiros vão pen-
sar que o objetivo “foi abando-
nado”, o que pode ter um custo
para a economia. “O mercado,
Juros
DI-Over futuro - em % ao ano
Jan/2025 Jan/2026
11,08
10,98
10,96
18/out/23
com o contrato mais líquido do
Brent fechando abaixo de US$ 80.
Além disso, as surpresas baixistas
na inflação de outubro do Chile
geraram fortes ajustes na curva de
juros chilena, o que também teve
reflexos, mesmo que pontuais, nos
juros brasileiros e no câmbio.
“São dois novos elementos para
monitorar”, observa o responsável
pela área de mercados da tesoura-
ria do Santander Brasil, Sandro
Mazerino Sobral, em comentário
que circulou nas mesas de opera-
ção. “Isso desencadeou novas
R$ 4,90
foi o nível de
fechamento do dólar
de seus próprios balanços. No en-
tanto, a Câmara derrubou a obri-
gação. Segundo Aureo Ribeiro, o
tema tem mais consenso agora,
com deputados e senadores de-
fendendo a necessidade das cor-
retoras segregarem o patrimônio
dos clientes. “Está pacificado,
porque tivemos a possibilidade
de aprofundar as discussões. O
banco tem um Fundo Garantidor.
Temos que trazer a mesma segu-
rança para os clientes que transa-
cionam com ativos digitais.”
Para o presidente da CPI, práti-
cas comuns no setor como o uso de
uma conta ônibus (juntando de-
pósitos de todos os clientes) são
ruins por dificultarem a identifica-
ção de clientes e a quantidade de
dinheiro que têm em ativos digi-
tais. “Facilita que ele receba dinhei-
ro de diversos lugares. Se não for
reportada de maneira clara ao BC
pode ter dinheiro do tráfico, de
milícia e de jogo entrando ali.”
Nesse ponto, Aureo comentou
o pedido de indiciamento da Bi-
nance, maior corretora de cripto-
moedas do mundo, no relatório
final da comissão. O deputado
negou que haja uma “persegui-
ção” contra a “exchange” e lem-
brou que ela não enfrenta ques-
tionamentos regulatórios só no
Brasil. “A Binance tem problemas
em várias jurisdições no mundo
inteiro. Seria estranho se só no
Brasil ela não tivesse”, diz.
A Binance saiu do Canadá este
ano após o endurecimento das
“Está pacificada a
segregação
patrimonial após
várias discussões”
Aureo Ribeiro
em meio à incerteza, tende a au-
mentar o prêmio de risco. No
BC, é importante como o fiscal
afeta as variáveis do nosso cená-
rio. Não é uma relação mecânica
[fiscal e monetário]”, disse, em
inglês, em evento do Valor Ca-
pital Group, em Nova York.
Campos repetiu que o Brasil
passa por uma “desancoragem
gêmea” nas expectativas fiscais e
Dólar comercial
Cotação de venda - em R$/US$
5,0539
10,79
10,80
10,58
27/out 8/nov 18/out/23
apostas de que a autoridade mo-
netária chilena irá acelerar o ritmo
de corte de juros e, portanto, teve
impacto no peso chileno, que está
caindo cerca de 1,8%, a maior que-
da entre todas as moedas globais”,
nota. Ele se diz bastante “confian-
te” de que há novos elementos que
apontam para um abrandamento
da economia global. “E os preços
das commodities são um bom
termômetro disso”, enfatiza.
Em revisão de cenário, a XP cor-
tou sua projeção para o dólar no
fim do ano, de R$ 5,10 para R$ 4,90,
ao notar que o alívio nas taxas dos
Treasuries deu apoio a uma recu-
peração dos ativos, como as moe-
das de mercados emergentes.
“Os chamados fundamentos
econômicos sugerem que a taxa de
câmbio estrutural (valor justo) no
Brasil estaria entre R$ 4,50 por dó-
regras para operação de correto-
ras de criptomoedas, suspendeu
em outubro o acesso à sua plata-
forma por novos usuários no
Reino Unido por uma questão
burocrática com sua parceira na
região e sofre processo judicial
movido pela SEC (a Comissão de
Valores Mobiliários dos EUA),
acusada de má gestão do dinhei-
ro de clientes e de ofertar valores
mobiliários não registrados.
Quando confrontada sobre es-
ses casos, a Binance pontua que, da
mesma forma como enfrenta pro-
blemas em alguns lugares, tam-
bém tem aprovações e licenças de
funcionamento em 18 jurisdições,
incluindo França, Itália, Espanha,
Suécia e Dubai. A exchange tam-
bém sustenta que desde o início
tem cooperado ativamente com as
autoridades, tanto da SEC quanto
da CPI brasileira. Afirma ainda que
se tornou alvo, sem nenhuma
comprovação de más práticas, por
sua posição de liderança no mun-
do das criptomoedas, algo que in-
comodaria concorrentes locais e
bancos de Wall Street. Por fim, a Bi-
nance argumenta que o Brasil não
tem ainda uma regulação, uma vez
que o BC não disciplinou de ma-
neira infralegal o marco do setor.
No Brasil, a exchange tenta se
tornar uma instituição financeira
por meio da compra da corretora
Sim;paul, operação sob análise do
BC. O relatório final da CPI das pi-
râmides recomendou que a Binan-
ce não receba a autorização para
concluir a aquisição por questões
sobre compliance, algo que gerou
protestos de executivos da exchan-
ge internacional. Para eles, a aqui-
sição da Sim;paul tornaria a Binan-
ce uma instituição regulada pelo
BC, e isso serviria justamente para
atrair o escrutínio das autoridades
brasileiras e torná-la mais transpa-
rente e capaz de atuar em confor-
de inflação. “Se o mercado não
acredita na meta fiscal também
não acredita na meta de inflação,
esses fatores andam juntos.”
O presidente do BC disse que
brincava que o país tinha um teto
de gastos, regime fiscal anterior,
mas que “o piso estava ficando
mais alto”. “Em algum momento
tivemos que ajustar o sistema; veio
o arcabouço fiscal. Agora há a dis-
alta de
0,66%
4,9071 em relação
ao real
8/nov
lar e R$ 5,00 por dólar. A nosso ver,
a maior resiliência do câmbio em
comparação a outros ativos finan-
ceiros no mês passado (como ren-
da fixa e ações) reflete, em certa
medida, o bom desempenho de al-
guns daqueles fundamentos”, diz
Rodolfo Margato. Ele cita a robus-
tez do balanço de pagamentos, so-
bretudo via fluxos comerciais, que
“parece ter papel protagonista”.
Assim, a XP continua a projetar o
dólar a R$ 4,85 no fim de 2024.
Margato lembra, porém, que o
ambiente internacional “conti-
nua bastante incerto” e dá ênfase
aos riscos fiscais, que voltaram a
ganhar espaço diante de uma al-
teração das metas fiscais vista co-
mo “provável” pela XP. Os agen-
tes seguem atentos às discussões
fiscais enquanto aguardam a de-
finição sobre a meta de 2024.
GILMAR FÉLIX/AGÊNCIA CÂMARA
Ribeiro: Binance precisa atender o BC
midade com o regramento local.
“Se a Binance comprovar tudo
o que o BC pede na documenta-
ção a compra pode ser aprova-
da”, responde Aureo aos argu-
mentos da corretora de cripto-
moedas. “O processo não está ca-
minhando bem, só por isso foi re-
comendada a rejeição”, disse.
O deputado questiona ainda a
operação da corretora no Brasil
do ponto de vista de suas rela-
ções com o Fisco. “Por que as ou-
tras pagam impostos e a Binance,
não?”. Durante seu depoimento
à CPI, o diretor-geral da Binance
no Brasil, Guilherme Haddad Na-
zar, disse que a empresa não re-
colhe impostos sobre as transa-
ções com criptomoedas dos
clientes, porque estas ocorrerem
fora do Brasil. Todavia, ele entrou
em uma discussão com o deputa-
do do Solidariedade para expli-
car como isso era possível se a
corretora oferece depósitos e sa-
ques em real a seus clientes brasi-
leiros. Na ocasião, Aureo questio-
nou se a corretora pagava o ga-
nho de capital de um usuário
com o saldo de outro ou se trazia
dinheiro do exterior sem pagar
imposto para fazer isso.
Ao Valor, a Binance informou
que faz transferências interna-
cionais de recursos por meio de
instituições financeiras autori-
zada, com o pagamento dos im-
postos cabíveis na operação.
cussão de mudar a meta [para o re-
sultado primário]”, disse. “O Brasil
tem um histórico [de problema]
fiscal, temos dívidas mais altas
que outros países emergentes.”
Ele repetiu que os países emer-
gentes precisam fazer “melhor o
dever de casa” em função do
aperto de liquidez global com as
taxas de juros mais elevadas.
“No Brasil, tivemos histórico
Índice de Renda Fixa Valor
Base = 100 em 31/12/99
2.014,74
2.003,39
1.993,76
18/out/23 27/out 8/nov
‘Brasil
precisa
alavancar a
poupança’
Estevão Taiar
De Brasília
O ministro da Fazenda, Fer-
nando Haddad, disse acreditar
que o novo marco regulatório
do setor de seguros poderá ser
aprovado em caráter definitivo
pela Câmara dos Deputados ain-
da neste ano ou “no mais tardar,
no começo do ano que vem”.
Mas o ministro pediu que os
acordos realizados a respeito do
tema até aqui sejam cumpridos.
“Eu não perderia essa oportu-
nidade, convido vocês a fazerem
uma reflexão”, disse a represen-
tantes do setor ontem no III
Congresso Internacional de Di-
reito do Seguro, realizado no
Superior Tribunal de Justiça
(STJ). “Isso [novo marco] vai
senvolvimento dessa indústria.”
Segundo Haddad, o senador
Jader Barbalho (MDB-PA), re-
lator do texto no Senado, tem
em mãos um parecer que mos-
tra o “entendimento” entre as
diversas partes “depois de me-
ses de negociação”. Porém, o
ministro da Fazenda reconhe-
ceu que “teve gente que ficou
desconfortável com o acordo”
e que “as seguradoras estran-
geiras estão apreensivas”.
“Queremos trazer as segura-
doras estrangeiras para o Brasil.
Entendemos os problemas en-
volvidos na fixação de uma sede
no Brasil. Há questões tributá-
rias a serem enfrentadas”, afir-
mou. Segundo ele, será aberta
“uma rodada de negociação”
com essas companhias. Partici-
param das negociações tanto
representantes da parte regula-
da, como a Confederação Na-
cional das Seguradoras (CN-
Seg), quanto da parte regula-
dora, a Superintendência de
Seguros Privados (Susep).
“O que pior pode acontecer é
aquele jogo que, depois que vo-
cê faz um acordo, o acordo não é
cumprido”, disse. Na avaliação
do ministro, o projeto “é a maior
contribuição que podemos dar
no curto prazo para essa indús-
tria”. Atualmente, setores como
o agronegócio estão “muito
preocupados” por causa das “si-
tuações dramáticas” ligadas às
mudanças do clima e observa-
das neste ano em todo o país.
Em prazos mais longos, o
mercado de seguros no Brasil
tem 50% do seu potencial e “ta-
manho menor do que deveria
em relação a nossos pares”. As-
sim, “se daqui a cinco, dez anos
percebermos que algum dispo-
sitivo não trouxe os efeitos dese-
jados”, será possível fazer os
“aperfeiçoamentos” necessários.
“Quero crer que isso [o proje-
to] também pode elevar o mer-
cado de capitais em um segundo
momento”, disse. “O Brasil preci-
sa alavancar a poupança.” A ex-
pectativa do ministro é que as
discussões no Senado aconte-
çam “nas próximas semanas”.
de inflação, pensamos que fa-
zer mais e mais rápido [na polí-
tica monetária] geraria menos
custo [à atividade]”, lembrou.
Em relação à atividade econô-
mica, ele ressaltou que o Brasil
teve surpresas positivas no cres-
cimento, e que a agricultura teve
muita participação. “Mas para o
próximo ano muita gente espera
crescimento menor”, afirmou.
 Quinta-feira, 9 de novembro de 2023 | Valor | C3

84 / 92 / 98 / 162 m2
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C4 | Valor | Quinta-feira, 9 de novembro de 2023

Finanças

Balanço Resultado foi afetado pelo caso Americanas, que impulsionou as provisões e a inadimplência
o
BB tem lucro de R$ 8,8 bi no 3 trimestre
Álvaro Campos e Mariana Ribeiro serviços cresceram 5%”, afirmou o +15,2% em 12 meses) e de capital De acordo com o banco, a recei- plência foi de 5,02%, ante 5,27% H (que requer 100%), com im-
De São Paulo BB. A instituição, no entanto, de giro (+1,6% no trimestre e +2,9% ta financeira com operações de na comparação trimestral e pacto de R$ 507,4 milhões.
apontou que houve alta de em 12 meses). Já em agro, de julho crédito teve alta trimestral de 2,4% 5,25% na anual. Em pessoa jurí- As receitas de prestação de
O Banco do Brasil (BB) regis- 101,2% nas despesas com provi- a setembro, ou seja, no primeiro e anual de 19,2%, para R$ 34,430 dica, foi de 3,04%, ante 2,58% serviços somaram R$ 8,670 bi-
trou lucro líquido ajustado de sões para devedores duvidosos trimestre de atuação no Plano Sa- bilhões. Por sua vez, o resultado em junho e 1,47% um ano an- lhões, aumento de 4,6% na
R$ 8,785 bilhões no terceiro tri- (PDD) e de 8% nas despesas admi- fra 2023/2024, o banco desembol- de tesouraria totalizou R$ 13,063 tes. Segundo o banco, sem con- comparação com o trimestre
mestre de 2023, estável em rela- nistrativas, “impulsionadas pelos sou R$ 68,8 bilhões, um crescimen- bilhões, com altas de 12,3% e de siderar uma grande empresa anterior e de 1,7% em 12 meses.
ção ao trimestre anterior e 4,5% investimentos em tecnologia”. to de 8,2% em relação ao mesmo 28,6%, respectivamente. que entrou em recuperação ju- As despesas administrativas to-
maior que o registrado em igual A carteira de crédito ampliada período da safra anterior. “Na comparação com o trimes- dicial em janeiro — leia-se talizaram R$ 9,174 bilhões, au-
período do ano passado. O ga- do banco atingiu R$ 1,066 trilhão A margem financeira atingiu tre anterior, destaque para a ex- Americanas — a inadimplência mento de 1,5% e 9,2%, na mes-
nho ficou abaixo da projeção de em setembro, alta de 2% no com- R$ 23,680 bilhões no terceiro tri- pansão de 5% das receitas finan- de PJ teria ficado em de 2,49%. ma base de comparação.
analistas consultados pelo Va- parativo trimestral e de 10% em mestre, com alta de 3,5% na com- ceiras (2,4% em operações de cré- No agronegócio o indicador O retorno sobre patrimônio
lor, de R$ 9,003 bilhões. 12 meses. O portfólio de pessoa paração com os três meses ime- dito e 12,3% em tesouraria), bene- de operações em atraso subiu pa- líquido (ROE) ficou em 21,3% no
Esperava-se um novo recorde de física atingiu R$ 304 bilhões, com diatamente anteriores e de 21,1% ficiadas pelo crescimento da car- ra, 0,71%, ante 0,58% em junho e terceiro trimestre, estável em re-
resultado, mas os números acaba- alta de 0,7% no trimestre e 7,9% em relação ao mesmo período do teira de crédito e dos títulos e va- 0,47% em setembro de 2022. lação ao segundo e levemente
ram sendo turvados pelo caso em um ano. Em pessoas jurídicas, ano passado. Esse resultado de- lores mobiliários. Ainda, obser- As despesas com PDD amplia- inferior aos 21,9% do mesmo pe-
Americanas, que afetou tanto pro- o saldo de operações somava R$ correu tanto das operações de vou-se crescimento de 6,5% nas das atingiram R$ 7,516 bi- ríodo de 2022. O índice de Basi-
visões como inadimplência. O 371 bilhões no fim do trimestre, crédito quanto da tesouraria. despesas financeiras, influencia- lhões, com alta trimestral de leia era de 16,24% em setembro,
banco estatal foi menos conserva- com queda de 0,1% em relação a das pelo aumento de 8,5% na cap- 4,7% e anual de 66,4%. O índice ante 15,72% em junho e 16,72%
dor que rivais como Itaú Unibanco junho e alta de 4,7% frente a se- tação comercial”, disse o banco. de cobertura ficou em 199,1%, em setembro do ano passado.
e Bradesco, que provisionaram tembro do ano passado. A cartei- No acumulado dos No acumulado dos nove pri- de 201,3% e 234,9%. Nas demonstrações financei-
100% da exposição à varejista no ra de agronegócios totalizou meiros meses do ano, a mar- Novamente, a Americanas pe- ras, o BB renovou e revisou seus
balanço do quarto trimestre de R$ 340 bilhões, com avanços de nove primeiros gem do BB cresceu 30,4% em sou. Segundo o BB, “houve pro- compromissos de sustentabili-
2022 e teve de fazer ajustes agora.
“A performance nos nove pri-
5,7% e 18,9%, respectivamente.
Segundo o BB, a carteira de pes-
meses do ano, a relação ao mesmo período de
2022 e supera a projeção for-
visionamento adicional de ope-
rações de empresa do segmen-
dade, que estabelecem objeti-
vos em quatro frentes de atua-
meiros meses do ano é reflexo do soa física foi influenciada, princi- margem do BB necida pelo banco para 2023, to ‘large corporate’ que entrou ção. O BB assumiu o compro-
crescimento da margem finan- palmente, pelo desempenho do que vai de alta de 22% a 26%. com pedido de recuperação ju- misso de atingir uma carteira
ceira bruta (+30,4%), decorrente crédito consignado (+2% no tri- cresceu 30,4% em O BB fechou setembro com dicial em janeiro de 2023”. O de R$ 500 bilhões em crédito
dos bons resultados da carteira
de crédito e dos títulos e valores
mestre e +8,90% em 12 meses). Nas
operações com empresas, destaca- relação ao mesmo inadimplência de 2,81%, ante
2,73% em junho e 2,34% em se-
banco passou essas operações
do patamar de risco G, que na
sustentável, dos quais R$ 200
bilhões em agricultura, além
mobiliários alocados em tesoura-
ria. As receitas de prestação de
ram-se as operações de investi-
mento (+8,1% no trimestre e
período de 2022 tembro do ano anterior.
Em pessoa física, a inadim-
escala do Banco Central exige
provisionamento de 70%, para
de R$ 30 bilhões em financia-
mento a energias renováveis.

Finanças Indicadores

IMA - Índices de Mercado Anbima Custo do dinheiro TR, Poupança e TBF Índice de Renda Fixa Valor
Em 08/11/23 Em % no período Variações % no período Base = 100 em 31/12/99
Valor Var. no Var. no Var. no Há No fim de Há Há Período TR Poupança * Poupança ** TBF 08/11/23 07/11/23 06/11/23 03/11/23 01/11/23 31/10/23
Índice Referência do índice dia % mês % ano % Taxas referenciais 08/11/23 07/11/23 1 semana outubro 1 mês 12 meses 22/10 a 22/11 0,0822 0,5826 0,5826 0,8528 Índice 2.014,74 2.012,98 2.009,50 2.010,95 2.005,53 2.000,27
IRF-M 1* 14.959,8714420 0,05 0,27 11,42 Selic - meta ao ano 12,25 12,25 12,75 12,75 12,75 13,75 23/10 a 23/11 0,1048 0,6053 0,6053 0,8956 Var. no dia 0,09% 0,17% -0,07% 0,27% 0,26% 0,06%
IRF-M 1+** 19.239,8668030 0,13 1,23 14,35 Selic - taxa over ao ano 12,15 12,15 12,65 12,65 12,65 13,65 24/10 a 24/11 0,1045 0,6050 0,6050 0,8953 Var. no mês 0,72% 0,64% 0,46% 0,53% 0,26% 0,45%
IRF-M Total 17.415,8308790 0,11 0,93 13,09 Selic - taxa over ao mês 1,3654 1,3654 1,4184 1,4184 1,4184 1,5236 25/10 a 25/11 0,1041 0,6046 0,6046 0,8949 Var. no ano 12,54% 12,44% 12,24% 12,32% 12,02% 11,73%
IMA-B 5*** 8.740,0916610 0,07 0,57 9,17 Selic - taxa efetiva ao ano 12,17 12,17 12,65 12,65 12,65 13,65 26/10 a 26/11 0,0811 0,5815 0,5815 0,8517 Fonte: Valor PRO. Elaboração: Valor Data
IMA-B 5+**** 10.967,3006580 0,54 1,57 12,72 Selic - taxa efetiva ao mês 0,9160 0,9160 0,9498 0,9976 0,9976 1,0207 27/10 a 27/11 0,0476 0,5478 0,5478 0,8080
IMA-B Total 9.497,1100950 0,31 1,08 11,25 CDI - taxa over ao ano 12,15 12,15 12,65 12,65 12,65 13,65 28/10 a 28/11 0,0471 0,5473 0,5473 0,8075
IMA-S Total 6.289,3965810 0,04 0,23 11,46 CDI - taxa over ao mês 1,3654 1,3654 1,4184 1,4184 1,4184 1,5236 29/10 a 29/11 0,0795 0,5779 0,5779 0,8501
IMA-Geral Total 7.732,8134280 0,14 0,68 11,67
Fonte: Anbima. Elaboração: Valor Data. * Prazo menor ou igual a 1 ano ** Prazo maior que 1 ano *** Prazo menor ou igual a 5 anos **** Prazo
CDI - taxa efetiva ao ano 12,17 12,17 12,65 12,65 12,65 13,65 30/10 a 30/11
31/10 a 01/12
0,1019
0,1080
0,5779
0,5779
0,5779
0,5779
0,8927
0,8888
Câmbio
CDI - taxa efetiva ao mês 0,9160 0,9160 0,9498 0,9976 0,9976 1,0207
maior que 5 anos 01/11 a 01/12 0,0775 0,5779 0,5779 0,8481
CDB Pré - taxa bruta ao ano - - - - - 13,88
02/11 a 02/12 0,0749 0,5753 0,5753 0,8455 Em 08/11/23
CDB Pré - taxa bruta ao mês - - - - - 1,0892 Em US$ * Em R$ **
03/11 a 03/12 0,0749 0,5753 0,5753 0,8455
CDB Pós - taxa bruta ao ano - - - - - 12,57 Moeda Compra Venda Compra Venda
Crédito CDB Pós - taxa bruta ao mês - - - - - 0,9917
04/11 a 04/12
05/11 a 05/12
0,0424
0,0745
0,5426
0,5749
0,5426
0,5749
0,8027
0,8451 Baht (Tailândia) 35,5000 35,5300 0,13750 0,13760
Taxa de juros de referência - B3 06/11 a 06/12 0,1067 0,6072 0,6072 0,8875 Balboa (Panamá) 1,0000 1,0000 4,8849 4,8855
Taxas - em % no período TJ3 - 3 meses (em % ao ano) 11,82 11,84 11,90 11,93 12,18 13,70 07/11 a 07/12 0,1066 0,6071 0,6071 0,8874 Bolívar Soberano (Venezuela) 35,0662 35,1541 0,1390000 0,1393000
Há 1 No fim de Há 1 Há 12 TJ6 - 6 meses (em % ao ano) 11,42 11,43 11,50 11,58 11,72 13,73 Boliviano (Bolívia) 6,8600 7,0100 0,6968 0,7122
Fonte:BancoCentral.Elaboração:ValorData.*Depósitosaté03/05/12**Depósitos
Linhas - pessoa jurídica 24/10 23/10 semana setembro mês meses Taxas referenciais de Swap - B3 Colon (Costa Rica) 531,2500 535,9500 0,009115 0,009196
a partir de 04/05/12; Lei nº 12.703/2012
Capital de giro pré até 365 dias - a.a. 35,48 33,28 37,07 26,82 28,48 30,79 DI x Pré-30 - taxa efetiva ao ano 12,09 12,10 12,18 12,21 12,56 13,66 Coroa (Dinamarca) 6,9660 6,9670 0,7011 0,7013
Capital de giro pré sup. 365 dias - a.a. 24,70 23,84 29,81 23,22 24,69 27,09 DI x Pré-60 - taxa efetiva ao ano 11,97 11,98 12,03 12,05 12,34 13,68 Coroa (Islândia) 140,6000 140,9300 0,03466 0,03475
Conta garantida pré - a.a.
Desconto de duplicata pré - a.a.
45,18
27,35
45,53
27,71
44,72
27,22
43,03
24,80
45,02
27,82
49,53
26,81
DI x Pré-90 - taxa efetiva ao ano 11,84 11,86 11,91 11,94 12,19 13,70 B3 - Brasil, Bolsa, Balcão Coroa (Noruega)
Coroa (Rep. Tcheca)
11,1939
22,9780
11,1960
22,9880
0,4363
0,2125
0,4364
0,2126
DI x Pré-120 - taxa efetiva ao ano 11,68 11,69 11,76 11,80 12,04 13,72
Vendor pré - a.a. 18,23 17,41 17,78 16,79 17,63 18,93 Coroa (Suécia) 10,8874 10,8904 0,4486 0,4487
Capital de giro flut. até 365 dias - a.a. 19,06 18,17 19,81 19,78 17,50 22,08
DI x Pré-180 - taxa efetiva ao ano 11,40 11,43 11,51 11,59 11,73 13,73 Índices de ações em 08/11/23 Dinar (Argélia) 134,7916 135,3816 0,03608 0,03624
Capital de giro flut. sup. 365 dias - a.a. 18,51 18,73 18,05 18,37 17,95 19,96 DI x Pré-360 - taxa efetiva ao ano 10,88 10,89 11,03 11,15 11,00 13,26
No No No Em 12 Dinar (Kuwait) 0,3088 0,3089 15,8139 15,8209
Conta garantida pós - a.a. 26,17 26,84 27,27 26,94 27,24 27,54 Fontes: Banco Central, B3 e Valor PRO. Elaboração: Valor Data
Índice dia mês ano meses Dinar (Líbia) 4,8593 4,8816 1,0007 1,0054
ACC pós - a.a. 8,94 9,42 8,43 8,67 9,14 7,09 Direitos Especiais de Saque *** 1,3166 1,3166 6,4315 6,4322
Factoring - a.m. 3,45 3,44 3,43 3,46 3,46 3,70 Variação % em reais
Dirham (Emirados Árabes Unidos) 3,6729 3,6731 1,3299 1,3301
Fontes: Banco Central, Anfac e Valor PRO. Elaboração: Valor Data Mercado futuro Ibovespa 119.177 -0,08 5,33 8,60 2,60 Dirham (Marrocos) 10,1876 10,1926 0,4793 0,4796
IBrX 50.116 -0,12 5,24 7,67 1,64 Dólar (Austrália)*** 0,6413 0,6418 3,1327 3,1355
Em 08/11/23 IBrX 50 19.726 -0,27 4,74 6,60 1,35 Dólar (Bahamas) 1,0000 1,0000 4,8849 4,8855
Juros externos PU de Taxa efetiva - Contratos Cotação - em % ao ano
IEE
SMLL
85.436
2.088
-0,63
0,04
6,09
6,83
8,59
3,93
2,96
-9,52
Dólar (Belize) 1,9982 2,0332 2,4026 2,4450
DI de 1 dia ajuste em % ao ano negociados Mínimo Máximo Último Dólar (Canadá) 1,3797 1,3801 3,5395 3,5410
ISE 3.333 0,04 8,06 5,55 -8,60 Dólar (Cayman) 0,8250 0,8350 5,8502 5,9218
Empréstimos - em % ao ano Vencimento em dez/23 99.274,43 12,153 13.704 12,150 12,154 12,154 IMOB 878 -0,29 8,39 33,09 10,12 Dólar (Cingapura) 1,3553 1,3561 3,6022 3,6047
Há 1 No fim de Há 1 Há 12 Vencimento em jan/24 98.394,05 12,000 73.614 12,000 12,006 12,002 IDIV 8.093 -0,10 5,54 13,12 10,84 Dólar (EUA) 1,0000 1,0000 4,8849 4,8855
08/11/23 07/11/23 semana outubro mês meses Vencimento em fev/24 97.449,61 11,879 4.847 11,876 11,886 11,876 Dólar (Hong Kong) 7,8165 7,8167 0,6249 0,6250
IFIX 3.174 0,04 0,59 10,71 6,40
SOFR - empréstimos interbancários em dólar * Vencimento em mar/24 96.673,00 11,710 6.364 11,710 11,725 11,710 Dólar (Nova Zelândia)*** 0,5918 0,5922 2,8909 2,8932
Atual - 5,3200 5,3200 5,3500 5,3100 3,7800 Vencimento em abr/24 95.871,72 11,575 261.422 11,570 11,590 11,575 Variação % em dólares Dólar (Trinidad e Tobago) 6,7493 6,8260 0,7156 0,7239
1 mês - 5,3220 5,3213 5,3200 5,3187 3,1689 Vencimento em mai/24 95.012,47 11,443 2.393 11,435 11,450 11,450 Ibovespa 24.394 -0,46 9,04 15,99 8,66 Euro (Comunidade Européia)*** 1,0704 1,0708 5,2288 5,2314
3 meses - 5,3417 5,3402 5,3397 5,2858 2,7203 Vencimento em jun/24 94.223,34 11,305 2.285 11,305 11,325 11,320 IBrX 10.258 -0,50 8,94 14,99 7,65 Florim (Antilhas Holandesas) 1,7845 1,8200 2,6840 2,7377
6 meses - 5,2670 5,2580 5,2564 5,1847 2,0328
Vencimento em jul/24 93.476,47 11,210 270.433 11,205 11,245 11,210 IBrX 50 4.038 -0,65 8,42 13,85 7,35 Franco (Suíça) 0,8985 0,8986 5,4361 5,4374
€STR - empréstimos interbancários em euro **
Vencimento em ago/24 92.632,45 11,114 805 11,115 11,135 11,130 IEE 17.488 -1,01 9,83 15,97 9,05 Guarani (Paraguai) 7436,7200 7451,9600 0,0006555 0,0006569
Atual - 3,9020 3,9000 3,8820 3,9000 1,4000
Vencimento em set/24 91.840,59 11,030 108 11,030 11,055 11,055 SMLL 427 -0,34 10,60 11,00 -4,17 Hryvnia (Ucrânia) 36,0200 36,0500 0,1355 0,1356
1 mês - 3,9078 3,9072 3,9062 3,8088 0,7964
Vencimento em out/24 91.099,95 10,953 72.209 10,945 11,000 10,955 ISE 682 -0,34 11,86 12,73 -3,19 Iene (Japão) 150,8300 150,8600 0,03238 0,03239
3 meses - 3,7997 3,7807 3,7753 3,6501 0,4076
IMOB 180 -0,67 12,21 42,14 16,63 Lev (Bulgária) 1,8264 1,8273 2,6733 2,6749
6 meses - 3,5575 3,5339 3,5190 3,3984 -0,0610 Ajuste Var. no Contratos Cotação - R$/US$ 1.000,00
1 ano - 2,8875 2,8431 2,8340 2,6223 -0,3142 IDIV 1.656 -0,48 9,26 20,82 17,39 Libra (Egito) 30,8500 30,9500 0,1578 0,1584
Dólar comercial do dia dia em % negociados Mínimo Máximo Último
Euribor *** IFIX 650 -0,34 4,13 18,24 12,69 Libra (Líbano) 15000,0000 15060,0000 0,000324 0,000326
Vencimento em dez/23 4.918,57 0,79 204.685 4.883,00 4.929,00 4.919,00 Libra (Síria) 13000,0000 13003,0000 0,00038 0,00038
1 mês - 3,850 3,893 3,876 3,871 1,415 Vencimento em jan/24 4.933,63 - 0 0,00 0,00 0,00 Fontes: B3, Banco Central e Valor PRO. Elaboração: Valor Data
3 meses - 3,966 3,953 3,972 3,980 1,791 Libra Esterlina (Grã Bretanha)*** 1,2285 1,2289 6,0011 6,0038
Vencimento em fev/24 4.953,18 - 0 0,00 0,00 0,00 Naira (Nigéria) 802,8000 803,8000 0,00608 0,00609
6 meses - 4,072 4,081 4,092 4,129 2,316
Vencimento em mar/24 4.964,71 - 0 0,00 0,00 0,00 Lira (Turquia) 28,4857 28,4894 0,1715 0,1715
1 ano -
Taxas referenciais no mercado norte-americano
4,028 4,044 4,052 4,187 2,846
Vencimento em abr/24 4.980,05 - 0 0,00 0,00 0,00 Prêmio de risco do EMBI+* Novo Dólar (Taiwan) 32,2160 32,2460 0,15150 0,15160
Prime Rate 8,50 8,50 8,50 8,50 8,50 7,00 Ajuste Var. no Contratos Cotação - R$/€ 1.000,00 Novo Sol (Peru) 3,7755 3,8054 1,2837 1,2940
Federal Funds 5,50 5,50 5,50 5,50 5,50 4,00 Euro do dia dia em % negociados Mínimo Máximo Último Spread em pontos base ** Peso (Argentina) 350,0000 350,0500 0,01395 0,01396
Taxa de Desconto 5,50 5,50 5,50 5,50 5,50 4,00 País Spread Variação - em pontos Peso (Chile) 896,2000 897,5000 0,005443 0,005451
Vencimento em dez/23 5.271,70 - 0 0,00 0,00 0,00 Peso (Colômbia) 4071,3500 4075,1300 0,001199 0,001200
T-Bill (1 mês) 5,37 5,38 5,39 5,40 5,42 3,54 Vencimento em jan/24 5.295,31 - 0 0,00 0,00 0,00 08/11/23 07/11/23 No dia No mês No ano
T-Bill (3 meses) 5,42 5,43 5,46 5,48 5,51 4,18 Geral 400 397 3,0 -1,0 25,0 Peso (Cuba) 24,0000 24,0000 0,2035 0,2036
Vencimento em fev/24 5.322,97 - 0 0,00 0,00 0,00 Peso (Filipinas) 55,9210 55,9410 0,08732 0,08736
T-Bill (6 meses) 5,49 5,49 5,54 5,57 5,58 4,60 África do Sul 401 397 4,0 3,0 8,0
T-Note (2 anos) 4,94 4,91 4,92 5,09 5,08 4,66 Ajuste Var. no Contratos Cotação - pontos do índice Argentina 2.459 2.488 -29,0 -117,0 263,0 Peso (México) 17,4733 17,4838 0,2794 0,2796
T-Note (5 anos) 4,52 4,53 4,62 4,85 4,76 4,31 Ibovespa do dia dia em % negociados Mínimo Máximo Último Brasil 207 202 5,0 12,0 -49,0 Peso (Rep. Dominicana) 56,6300 56,9200 0,08582 0,08627
T-Note (10 anos) 4,50 4,57 4,71 4,94 4,79 4,15 Vencimento em dez/23 120.300 -0,21 93.895 119.655 121.235 120.360 Colômbia 318 315 3,0 -3,0 -42,0 Peso (Uruguai) 39,9200 39,9500 0,12230 0,12240
T-Bond (30 anos) 4,61 4,73 4,90 5,10 4,97 4,29 Vencimento em fev/24 122.263 - 0 0 0 0 Filipinas 92 86 6,0 10,0 17,0 Rande (África do Sul) 18,4622 18,4648 0,2646 0,2646
Fontes: ECB, EMMI, FRBNY e Valor PRO. Elaboração: Valor Data * Taxa baseada em transações de empréstimos overnight garantidos por títulos do México 185 187 -2,0 -1,0 -18,0 Rial (Arábia Saudita) 3,7511 3,7513 1,3022 1,3024
Vencimento em abr/24 124.286 - 0 0 0 0 Peru 130 127 3,0 8,0 -17,0
Tesouro EUA. ** A taxa reflete os custos de empréstimos overnight sem garantia. ***Taxas da BBA e da Federação Bancária da União Europeia Rial (Irã) 42000,0000 42005,0000 0,0001163 0,0001163
Fontes: B3 e Valor PRO. Elaboração: Valor Data Turquia 345 341 4,0 -10,0 -68,0 Ringgit (Malásia) 4,6800 4,6870 1,0422 1,0439
Venezuela 18.021 17.445 576,0 801,0 -26.899,0 Rublo (Rússia) 91,8455 91,8545 0,05318 0,05319
Fonte:JPMorgan.Elaboração:ValorData.*CalculadopeloJPMorgan.**Sobreotítulo Rúpia (Índia) 83,2163 83,2313 0,05869 0,05871
Evolução das aplicações financeiras Indicadores do mercado do tesouro americano Rúpia (Indonésia) 15645,0000 15655,0000 0,0003120 0,0003123
Rúpia (Paquistão) 284,5000 285,5000 0,01711 0,01717
Rentabilidade no período em % Shekel (Israel) 3,8342 3,8380 1,2728 1,2742
Mês Acumulado Em 08/11/23 Reservas internacionais Won (Coréia do Sul) 1310,5500 1311,2900 0,003725 0,003728
Renda Fixa nov/23* out/23 set/23 ago/23 jul/23 jun/23 Ano* 12 meses** Variações % Yuan Renminbi (China) 7,2800 7,2808 0,6709 0,6711
Selic 0,23 1,00 0,97 1,14 1,07 1,07 11,28 13,41 Indicador Compra Venda No dia No mês No ano 12 meses Zloty (Polônia) 4,1514 4,1529 1,1763 1,1768
CDI 0,23 1,00 0,97 1,14 1,07 1,07 11,28 13,41 Dólar (Ptax - BC) - (R$/US$) 4,8849 4,8855 0,38 -3,40 -6,37 -5,58
Liquidez Internacional *, em US$ milhões
Fim de período Diário Cotações Em R$(1)
CDB (1) - 0,99 0,86 0,84 0,80 0,86 9,07 10,98 Dólar Comercial (mercado) - (R$/US$) 4,9065 4,9071 0,66 -2,65 -7,03 -4,63 Ouro Spot (2) Paridade (3) Compra Venda
Poupança (2) 0,58 0,61 0,61 0,72 0,66 0,68 7,42 8,26 Dólar Turismo (R$/US$) 4,9151 5,0951 0,56 -2,83 -6,98 -4,64 mar/23 345.620 26/10/23 339.578
Poupança (3) 0,58 0,61 0,61 0,72 0,66 0,68 7,42 8,26 Euro (BC) - (R$/€) 5,2288 5,2314 0,58 -2,13 -6,07 0,41 Dólar Ouro 1955,15 0,01591 307,0333 307,0710
abr/23 347.725 27/10/23 340.273
IRF-M 0,93 0,37 0,17 0,76 0,89 2,12 13,09 12,95 Euro Comercial (mercado) - (R$/€) 5,2507 5,2513 0,73 -1,54 -6,81 1,34 Fonte: Banco Central do Brasil. Elaboração: Valor Data
IMA-B 1,08 -0,66 -0,95 -0,38 0,81 2,39 11,25 8,97 Euro Turismo (R$/€) 5,2829 5,4629 0,65 -1,92 -6,86 1,28 mai/23 344.489 30/10/23 340.394 * Cotações em unidades monetárias por dólar. ** Cotações em reais por unidade monetária. *** Moedas do tipo
IMA-S 0,23 0,96 1,00 1,18 1,06 1,14 11,46 13,57 Euro (BC) - (US$/€) 1,0704 1,0708 0,20 1,32 0,32 6,35 jun/23 343.620 31/10/23 340.247 B (cotadas em dólar por unidade monetária). (1) Por grama. (2) US$ por onça. (3) Grama por US$. Observações:
Renda Variável Ouro* jul/23 345.476 01/11/23 340.792 As taxas acima deverão ser utilizadas somente para coberturas específicas de acordo com a legislação vigente.
Ibovespa 5,33 -2,94 0,71 -5,09 3,27 9,00 8,60 -2,49 ago/23 344.177 03/11/23 343.883 As contratações acima referidas devem ser realizadas junto às regionais de câmbio do Rio e de São Paulo. O lote
Índice Small Cap 6,83 -7,40 -2,84 -7,43 3,12 8,17 3,93 -16,24 B3 (R$/g) ** - 286,000 0,35 -3,12 -5,30 3,25 set/23 340.324 06/11/23 343.426 mínimo operacional, exclusivamente para efeito das operações contratadas junto à mesa de operações do Banco
IBrX 50 4,74 -2,99 1,21 -4,76 3,70 8,77 6,60 -2,99 Nova York (US$/onça troy) - 1.949,96 -0,96 -1,70 6,94 13,94 out/23 340.247 07/11/23 343.275 Central em Brasília, foi fixado para hoje em US$ 1.000.000. Nota: em 29/03/10, o Banco Central do Brasil
ISE 8,06 -6,61 -1,84 -7,55 1,27 9,00 5,55 -16,38 Londres (US$/onça troy) - 1.960,10 -0,39 -1,88 8,15 17,32
Fonte: Banco Central. Elaboração: Valor Data. *Agrega, aos valores do conceito Caixa, passou a divulgar, para a maior parte das moedas presentes na tabela, as cotações com até quatro casas
IMOB 8,39 -6,09 -3,14 -7,65 5,15 9,62 33,09 -1,63 Fontes: Banco Central, B3 e Valor PRO. Elaboração: Valor Data. * Última cotação. ** Contrato = 250g haveres como títulos de exportação e outros de médio e longo prazos decimais, padronizando-as aos parâmetros internacionais
IDIV 5,54 -3,15 1,32 -2,83 2,84 8,78 13,12 6,28
IFIX 0,59 -1,97 0,20 0,49 1,33 4,71 10,71 5,49
Dólar Ptax (BC) -3,40 1,00 1,74 3,80 -1,61 -5,43 -6,37 -3,79
Dólar Comercial (mercado) -2,65 0,28 1,55 4,68 -1,25 -5,60 -7,03 -2,42 Índices de ações Valor-Coppead Bolsas de valores internacionais
Euro (BC) (4) -2,13 0,85 -0,66 2,11 -0,71 -3,06 -6,07 2,84
Euro Comercial (mercado) (4) -1,54 0,37 -1,00 3,24 -0,49 -3,66 -6,81 4,48 Em 12 meses
Ouro B3 -3,12 -0,99 -2,57 4,08 -0,17 -6,21 -5,30 8,93 Em pontos Variações % Menor Maior
Inflação No fim de Variação - em % País Cidade Índice 08/11/23 07/11/23 No dia No mês No ano Em 12 meses índice índice
IPCA (5) - 0,28 0,26 0,23 0,12 -0,08 3,79 4,86 Índice 08/11/23 07/11/23 out/23 dez/22 dia mês Ano Américas
IGP-M - 0,50 0,37 -0,14 -0,72 -1,93 -4,46 -4,57
Valor-Coppead Performance 151.386,53 151.432,37 140.834,82 154.559,59 -0,03 7,49 -2,05 EUA Nova York Dow Jones 34.112,27 34.152,60 -0,12 3,21 2,91 2,87 31.819,14 35.630,68
Fontes: Anbima, BC, B3, IBGE e Valor PRO . Elaboração: Valor Data. * Rendimento até o dia 08/nov/23. ** Até out/23. (1) rendimento bruto
do 1º dia útil do mês (2) rentabilidade do 1º dia do mês - depósitos até 03/05/12. (3) rentabilidade do 1º dia do mês - depósitos a partir de Valor-Coppead Mínima Variância 84.151,45 84.034,80 79.770,11 80.469,68 0,14 5,49 4,58 EUA Nova York Nasdaq-100 15.313,24 15.296,02 0,11 6,27 39,98 38,46 10.679,35 15.841,35
04/05/12. (4) Variação sobre o Real. (5) expectativa de 0,28% para o mês de outubro Fonte: Valor PRO. Elaboração: Valor Data EUA Nova York Nasdaq Composite 13.650,41 13.639,86 0,08 6,22 30,42 28,58 10.213,29 14.358,02
EUA Nova York S&P 500 4.382,78 4.378,38 0,10 4,51 14,15 14,49 3.748,57 4.588,96
Canadá Toronto S&P/TSX 19.530,21 19.575,59 -0,23 3,48 0,75 -0,66 18.737,39 20.767,38
Fundos de Investimento Captações de recursos no exterior
México
Colômbia
Cidade do México
Bogotá
IPC
COLCAP
51.016,30
1.098,62
51.209,85
1.093,71
-0,38
0,45
3,98
0,96
5,27
-14,58
0,25
-12,30
48.197,88
1.046,70
55.534,68
1.342,91
Venezuela Caracas IBVC 58.985,82 60.154,72 -1,94 0,32 181,59 542,57 9.179,70 63.455,81
Análise diária da indústria - em 03/11/23 Últimas operações realizadas no mercado internacional * Chile Santiago IPSA** 5.647,95 5.650,77 -0,05 4,45 7,34 4,47 5.091,47 6.432,76
Patrimônio Rentabilidade nominal - % Estimativa da captação líquida - R$ milhões Peru Lima S&P/BVL General** 21.660,59 21.590,29 0,33 -0,72 1,55 -1,37 20.986,59 23.806,19
Data Data Valor Cupom/ Spread
líquido em em 12 em 12 Argentina Buenos Aires Merval 584.969,66 611.207,41 -4,29 1,00 189,47 295,45 143.091,48 823.683,05
de do Prazo US$ Custo Retorno pontos-
Categorias R$ milhões (1) no dia no mês 2023 meses no dia no mês no ano meses Europa, Oriente Médio e África
Renda Fixa 3.116.102,62 15.277,82 21.164,91 -21.689,67 -155.178,76 Emissor/Tomador liquidação vencimento meses milhões em % em % base **
RF Indexados (2) 150.078,35 0,26 0,51 9,87 10,44 -92,85 -38,55 -6.124,15 -13.249,10 Azul 20/07/23 20/07/28 60 800 11,93 12,25 830,0 Euro - Euronext 100 1.310,55 1.308,06 0,19 1,91 6,41 7,08 3.266,52 3.699,96
RF Duração Baixa Soberano (2) 617.849,19 0,04 0,09 10,38 12,49 22.516,92 21.138,64 45.731,98 12.920,18 Embraer 28/07/23 28/07/30 120 750 7,0 6,9754 308,5 Alemanha Frankfurt DAX-30 15.229,60 15.152,64 0,51 2,83 9,38 11,26 13.666,32 16.469,75
RF Duração Baixa Grau de Invest. (2) 733.578,31 0,06 0,11 10,81 13,13 -6.749,36 1.257,22 -48.218,26 -63.189,43 JBS 12/09/23 15/03/34 126 1.600 6,75 6,768 250,3 França Paris CAC-40 7.034,16 6.986,23 0,69 2,16 8,66 9,20 6.430,57 7.577,00
RF Duração Média Grau de Invest. (2) 97.401,48 0,06 0,05 10,22 12,46 79,77 31,57 -4.212,54 -6.139,45 JBS 12/09/23 15/11/53 362 900 7,25 7,287 291,5 Itália Milão FTSE MIB 28.433,33 28.395,90 0,13 2,49 19,94 20,00 23.683,54 29.644,71
RF Duração Alta Grau de Invest. (2) 160.986,64 0,08 0,16 8,08 8,96 -304,54 266,84 -5.623,04 -7.478,19 Minerva 13/09/23 13/09/33 120 900 8,875 - - Bélgica Bruxelas BEL-20 3.456,59 3.462,94 -0,18 2,97 -6,61 -4,80 3.290,68 3.954,16
RF Duração Livre Soberano (2) 221.395,54 0,09 0,18 10,23 11,93 -262,37 -1.140,48 -3.758,58 -20.070,32 Braskem 14/09/23 14/09/30 84 850 8,75 - - Dinamarca Copenhague OMX 20 2.224,79 2.188,43 1,66 4,33 21,22 29,61 1.696,26 2.247,27
RF Duração Livre Grau de Invest. (2) 638.366,04 0,08 0,14 10,38 12,29 -140,69 -503,08 -30.780,09 -76.540,13 Minerva (1) 14/09/23 13/09/33 120 100 8,875 - - Espanha Madri IBEX-35 9.283,80 9.235,90 0,52 2,96 12,82 16,06 7.998,90 9.694,70
RF Duração Livre Crédito Livre (2) 250.229,19 0,09 0,23 10,78 12,32 -893,01 638,39 30.177,61 30.830,74 Grécia Atenas ASE General 1.227,27 1.228,87 -0,13 2,86 31,99 38,28 883,28 1.345,95
Fontes: Instituições e agências internacionais. Elaboração: Valor Data. * Atualizada em 08/11/23. ** Sobre o título do Tesouro americano de Holanda Amsterdã AEX 734,64 735,74 -0,15 2,23 6,62 7,41 677,26 794,27
Ações 530.565,10 -253,41 -313,92 -28.359,47 6.901,14 mesmo prazo. (1) Oferta adicional/Notas adiconais
Ações Indexados (2) 10.749,06 2,63 4,33 7,14 0,06 -29,60 -7,57 402,86 531,15 Hungria Budapeste BUX 57.283,77 57.271,67 0,02 2,23 30,80 30,66 40.771,24 58.020,37
Ações Índice Ativo (2) 35.939,62 3,03 4,48 6,33 -2,94 15,93 33,99 -1.806,14 -2.478,54 Polônia Varsóvia WIG 71.542,19 72.266,70 -1,00 -0,06 24,50 34,16 53.294,45 72.823,52
Ações Livre 204.581,16 2,94 4,26 10,20 -0,19 -215,92 -244,22 -18.813,69 -23.114,61 Portugal Lisboa PSI-20 6.231,32 6.227,35 0,06 -0,41 8,82 7,99 5.689,36 6.401,81
Fechados de Ações 105.699,89 1,28 2,04 -0,96 -13,17 0,00 0,00 16.415,63 57.847,43 ADR - Índices Rússia Moscou RTS* 1.113,03 1.107,20 0,53 3,07 14,67 -2,63 906,71 1.170,05
Multimercados 1.702.550,19 -962,82 -194,21 -69.217,16 -82.906,21 Suécia Estocolmo OMX 2.114,32 2.116,06 -0,08 1,86 3,47 3,85 2.033,12 2.322,64
Multimercados Macro 178.277,07 0,45 0,78 4,99 4,75 -514,60 -637,70 -26.466,11 -29.042,06 Em 08/11/23 Suíça Zurique SMI 10.595,06 10.571,03 0,23 1,96 -1,25 -2,14 10.323,71 11.595,25
Multimercados Livre 643.143,58 0,28 0,45 7,13 7,03 -318,52 -197,23 -5.139,85 -3.852,61 Turquia Istambul BIST 100 7.860,88 7.844,80 0,20 4,62 42,69 80,28 4.360,28 8.513,54
Multimercados Juros e Moedas 56.403,11 0,10 0,17 10,55 12,53 -55,04 -86,20 -13.010,66 -15.657,46 Em Variação - em % Israel Tel Aviv TA-125 1.733,79 1.745,77 -0,69 4,57 -4,39 -10,71 1.608,42 1.990,89
Multimercados Invest. no Exterior (2) 747.030,02 0,15 0,19 5,03 5,62 -39,20 778,15 -16.150,35 -21.789,77 Índice 08/11/23 07/11/23 31/10/23 30/12/22 08/11/22 dia mês ano 12 meses África do Sul Joanesburgo All Share 72.465,63 71.572,99 1,25 4,04 -0,80 5,01 69.011,45 80.791,36
Cambial 5.949,54 -1,63 -2,71 -2,84 1,55 21,53 -56,09 -1.893,91 -1.979,86 S&P BNY 153,21 154,08 148,93 141,56 129,97 -0,57 2,87 8,22 17,88 Ásia e Pacífico
Previdência 1.315.765,51 138,89 97,69 11.694,83 13.666,53 S&P BNY Emergentes 284,44 285,92 271,67 271,49 248,72 -0,52 4,70 4,77 14,36 Japão Tóquio Nikkei-225 32.166,48 32.271,82 -0,33 4,24 23,27 15,41 25.716,86 33.753,33
ETF 37.799,31 -34,54 -106,70 -3.028,89 -2.803,87 S&P BNY América Latina 198,52 200,56 187,80 181,83 191,85 -1,02 5,71 9,18 3,48 Austrália Sidney All Ordinaries 7.198,40 7.176,60 0,30 3,31 -0,32 0,68 6.960,20 7.771,80
Demais Tipos 1.813.275,18 1.203,56 -535,29 -20.196,09 -37.045,14 S&P BNY Brasil 209,38 211,36 197,10 190,33 202,58 -0,94 6,23 10,01 3,36 China Shenzhen SZSE Composite 1.920,84 1.918,22 0,14 2,47 -2,77 -4,90 1.776,71 2.190,54
Total Fundos de Investimentos 6.708.732,28 14.187,46 20.591,69 -112.494,27 -222.301,04 S&P BNY México 288,07 291,36 272,74 246,74 255,44 -1,13 5,62 16,75 12,78 China Xangai SSE Composite 3.052,37 3.057,27 -0,16 1,11 -1,19 -0,40 2.939,29 3.395,00
Total Fundos Estruturados (3) 1.407.161,01 1.808,02 2.905,65 61.357,60 48.375,90
S&P BNY Argentina 116,72 119,48 114,06 106,49 88,07 -2,31 2,33 9,61 32,53 Coréia do Sul Seul KOSPI 2.421,62 2.443,96 -0,91 6,31 8,28 0,94 2.218,68 2.667,07
Total Fundos Off Shore (4) 44.340,78 - - - -
S&P BNY Chile 141,70 143,01 137,41 171,62 194,04 -0,91 3,12 -17,43 -26,97 Hong Kong Hong Kong Hang Seng 17.568,46 17.670,16 -0,58 2,66 -11,19 6,11 16.081,04 22.688,90
Total Geral 8.160.234,07 15.995,48 23.497,34 -51.136,67 -173.925,14
Fonte: ANBIMA. (1) PL e captação líquida de cada tipo exclui os Fundos em Cotas, evitando dupla contagem. (2) Para os tipos que iniciaram em S&P BNY Índia 2.588,07 2.590,98 2.564,21 2.841,98 2.877,97 -0,11 0,93 -8,93 -10,07 Índia Bombaim S&P BSE Sensex 64.975,61 64.942,40 0,05 1,72 6,80 6,20 57.527,10 67.838,63
01/10/2015, as rentabilidades do ano e 12 meses foram estimadas com base na amostra atual de fundos. (3) FIDC, FII, FIP e FMIEE. (4) PL dos S&P BNY Ásia 175,11 177,27 169,94 162,47 143,93 -1,22 3,04 7,78 21,66 Indonésia Jacarta JCI 6.804,11 6.843,79 -0,58 0,77 -0,68 -3,49 6.565,73 7.089,21
tipos imobiliários e Off-Shore referentes ao mês de setembro de 2023 * Rentabilidade sem período completo.Obs.: Fundos de Investimentos S&P BNY China 325,96 326,73 313,34 338,39 266,94 -0,24 4,03 -3,67 22,11 Tailândia Bangcoc SET 1.411,77 1.408,30 0,25 2,17 -15,39 -13,53 1.371,22 1.691,41
regidos pela ICVM 555/14, ICVM 522/12, ICVM 409/04, ICVM 359/02 e ICVM 141/91. Dados sujeitos a retificação em razão da re- S&P BNY Rússia 296,68 304,45 284,03 221,34 172,55 -2,55 4,45 34,04 71,94 Taiwan Taipé TAIEX 16.740,83 16.684,95 0,33 4,62 18,41 25,42 13.347,76 17.334,98
presentatividade da amostra ou cadastramento de novos fundos. PL de cada tipo considera, adicionalmente, a estimativa dos fundos que não S&P BNY Turquia 20,96 19,83 18,52 20,63 17,14 5,71 13,20 1,62 22,26 Fontes: Valor PRO, Bolsas de Bangcoc, Bogotá, Bombaim, Budapeste, Istambul, Jacarta, Joanesburgo, Lima, Madrid, Moscou e Zurique. Elaboração: Valor Data
informaram o PL na data de emissão do relatório Fonte: S&P BNY Mellon. Elaboração: Valor Data * Índice expresso em dólares
 Quinta-feira, 9 de novembro de 2023 | Valor | C5

Finanças

Balanço Resultado é puxado por áreas de gestão de recursos e de patrimônio, além

de melhora em banco de investimento, com recorde de receita em emissão de dívida
BTG tem lucro recorde de R$ 2,7 bi no tri
Mariana Ribeiro
De São Paulo
O BTG Pactual registrou novos
recordes de lucro e receita no
terceiro trimestre, puxados pe-
los desempenhos das áreas de
gestão de recursos e de patrimô-
nio e um resultado acima do es-
perado por analistas de merca-
do na frente de banco de inves-
timentos. A rentabilidade subiu
e o banco acelerou as conces-
sões para pequenas e médias
empresas, depois de um perío-
do de retração nas operações.
O lucro líquido ajustado ficou
em R$ 2,73 bilhões no período de
julho a setembro, com alta de 6,2%
sobre o trimestre anterior e de
18,8% sobre mesmo período do
ano passado. A receita total ficou
em R$ 5,66 bilhões, com aumento
trimestral de 4% e anual de 19%.
A área de crédito a empresas te-
ve receita recorde de R$ 1,32 bi-
lhão, com alta de 3% no trimestre
e de 41% em um ano. O portfólio
de crédito somou R$ 160,6 bi-
lhões, avanço de 4,4% no trimes-
tre e 23,8% em um ano. No trimes-
tre, o banco decidiu voltar a au-
mentar sua exposição a pequenas
e médias empresas (PMEs). Do to-
tal da carteira, R$ 17,7 bilhões (ou
11%) são referentes a PMEs, um
aumento trimestral de 18,3%.
O CFO do BTG, Renato Cohn,
afirmou que o banco pretende
continuar esse movimento de ex-
pansão. A ideia é que a carteira de
PMEs volte ao menos aos pata-
mares registrados no fim do ano
passado, antes de a instituição
colocar o pé no freio nas conces-
sões na esteira do caso America-
nas. No quarto trimestre de 2022,
a carteira pra PMEs estava em
R$ 22,7 bilhões. Pode ser, no
entanto, que leve mais alguns
trimestres até que esse objetivo
seja atingido, acrescentou.
Em um ano fraco para o mer-
cado de capitais, a área de banco
de investimentos mostrou resul-
tados melhores no terceiro tri-
mestre. A receita atingiu R$ 590
milhões, alta trimestral de 93% e
anual de 12%. O desempenho foi
puxado pela oferta de dívida, que
bateu recorde de receitas.
As receitas de fusões e aquisi-
ções (M&A), por sua vez, melho-
raram no trimestre, ainda que
sigam em patamares baixos, e a
instituição espera continuidade
desse processo à medida que há
um forte “pipeline” à frente,
afirmou Cohn. Já a área de
emissões de ações segue fraca.
A área de gestão de recursos (as-
set management) teve receita re-
corde de R$ 467 milhões, cresci-
mento trimestral de 9% e anual de
15%. Já na gestão de patrimônio e
no banco de varejo (“wealth mana-
gement & consumer banking”), as
receitas atingiram também o valor
máximo de R$ 792 milhões, avan-
ço de 9% e 21%, respectivamente.
Em “sales & trading” (área que
inclui corretagem e operações
de mercado), a receita foi de
R$ 1,456 bilhão, aumento de 5%
na comparação anual. Em rela-
ção ao trimestre anterior, houve
queda de 23%. Sobre esse recuo,
Cohn afirmou que os três meses
anteriores é que tinham sido
“excepcionais”, mas que a ten-
dência continua positiva.
R$ 5,7 bi
foi a receita total
do banco no tri
No período, o retorno ajusta-
do sobre o patrimônio (ROAE)
foi de 23,2%, de 22,7% no segun-
do trimestre e 22% no terceiro tri-
mestre de 2022. Segundo o ban-
co, é o maior nível desde 2015.
Ao ser questionado sobre ren-
tabilidade futura, Roberto Sallou-
ti, CEO do BTG Pactual, afirmou
que há dois movimentos. De um
lado, o banco espera continuar
entregando maior alavancagem
operacional, mas, de outro, há um
efeito negativo da queda da taxa
de juros. A jornalistas, Cohn disse
acreditar que o crescimento das
receitas da instituição será mais
do que suficiente para compensar
o efeito negativo da queda da taxa
de juros sobre a rentabilidade.
“Estamos trabalhando para is-
so e achamos que dá”, disse. “Os
juros já começaram a cair e mes-
mo assim conseguimos aumen-
tar o nosso retorno”, acrescentou.
O CFO afirmou que uma queda
muito rápida da Selic dificultaria
o cumprimento desse objetivo,
mas que não é o que está aconte-
cendo. Para 2023, o BTG projeta
alta do ROE em relação ao ano
passado, quando foi de 20,8%.
A captação líquida de clientes
CSU ganha
R$ 23,7 mi
no 3 o tri,
alta de 28,4%
(“net new money”, no jargão
em inglês) foi de R$ 59 bilhões Mariana Ribeiro
de julho a setembro, ligeira- De São Paulo
mente abaixo dos R$ 61 bi-
lhões obtidos no segundo tri- A CSU Digital registrou lucro lí-
mestre. O total de recursos de quido de R$ 23,695 milhões no
terceiros atingiu R$ 1,47 tri- terceiro trimestre, uma alta anual
lhão, aumento anual de 25,5%. de 28,4%. O resultado é recorde. A
Com a perspectiva de conti- receita líquida somou R$ 132,356
nuidade da queda da taxa bási- milhões, queda anual de 2,9%.
ca de juros, as vantagens com- Na CSU Pays, divisão que englo-
petitivas da instituição ficam ba as soluções de serviços finan-
ainda mais fortes e diferentes ceiros, meios de pagamentos, fi-
linhas de receita devem se be- delidade, incentivos e “banking as
neficiar nesse cenário, de acor- a service” (BaaS), as receitas cres-
do com Cohn. É esperada algu- ceram 1,8%, para R$ 84,896 mi-
ma migração de investimentos lhões. Já na CSU DX, dedicada à
para renda variável, mas, com experiência digital, houve queda
uma previsão de Selic ainda na de 10,3%, para R$ 47,460 milhões.
casa de 10% ao ano, esse movi- Diretor de relações com investi-
mento não deve ser tão intenso. dores, Pedro Alvarenga diz que,
Analistas do Bank of America mesmo com a queda nas receitas, o
(BofA) afirmaram que o lucro do aumento do lucro é explicado pela
BTG no trimestre veio 6% acima evolução tecnológica da compa-
do esperado pela instituição, re- nhia, que se reflete em ganhos de
fletindo resultados acima do es- eficiência. Ele destaca que as divi-
perado em banco de investimen- sões têm dinâmicas diferentes. A
to, gestão de ativos e participa- unidade de pagamentos segue em
ções. O Goldman Sachs disse que
as receitas mostram um “mix”
mais saudável, impulsionadas
crescimento. Já a área de DX passa
por um processo de transforma-
ção digital que reduz as receitas no
por banco de investimento e ges- curto prazo, mas também os cus-
tão de recursos e patrimônio. tos, o que melhora a margem.

Americanas S.A. - Em Recuperação Judicial
Companhia Aberta
CNPJ/MF n° 00.776.574/0006-60 - NIRE 3330029074-5
Extrato da Ata da Reunião do Conselho de Administração da Americanas S.A. - Em
Recuperação Judicial (“Companhia”) realizada em 12 de junho de 2023. “1. Data, Hora e Local:
Em 12 de junho de 2023, às 13 horas, por conferência telefônica, na forma autorizada pelo Estatuto
Social da Companhia. 2. Convocação e presenças: Dispensada a convocação, face a presença
e assinatura da totalidade dos Conselheiros, a saber: Eduardo Saggioro Garcia, Carlos Alberto da
Veiga Sicupira, Cláudio Moniz Barreto Garcia, Paulo Alberto Lemann, Pierre Moreau, Sidney Victor
da Costa Breyer e Vanessa Claro Lopes. Também presentes os integrantes do Comitê de Auditoria
Mauro Muratório Not e Eduardo Seixas, além do Diretor-Presidente Leonardo Coelho Pereira e a
Diretora Financeira e de Relações com Investidores Camille Loyo Faria, além do Diretor Jurídico e de
Compliance, Fábio Fernandes Medeiros. Também presentes os assessores jurídicos da Companhia
dos escritórios Vilardi Advogados e BMA Advogados. 3. Composição da Mesa: Presidente: Eduardo
Saggioro Garcia; Secretário: Fábio Fernandes Medeiros. 4. Ordem do dia e Deliberações: (…) Diante
do relatório apresentado pelos assessores jurídicos e dos documentos apresentados envolvendo a
ocorrência de fraudes contábeis, os conselheiros decidiram, por unanimidade: I. Aprovar a destituição
imediata dos diretores afastados Anna Saicali e Marcio Cruz, por justa causa. (…) 5. Encerramento:
Nada mais havendo a tratar e ninguém fazendo uso da palavra, foram os trabalhos encerrados,
lavrando-se a presente Ata que, lida e achada conforme, é assinada pelos Conselheiros presentes.”
Atesto que a deliberação descrita acima foi extraída da Ata da Reunião do Conselho de Administração
da Americanas S.A. - Em Recuperação Judicial realizada em 12 de junho de 2023. Rio de Janeiro,
12 de junho de 2023. Fábio Fernandes Medeiros - Secretário. JUCERJA nº 5562908 em 05/07/2023.
AGÊNCIA REGULADORA DE
SERVIÇOS PÚBLICOS
DELEGADOS DO PARANÁ - AGEPAR
CONSULTA PÚBLICA Nº 009/2023-AGEPAR
A Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados do Paraná – Agepar, no uso de suas
atribuições, e nos termos da Lei Complementar Estadual nº 222/2020 (art. 45 e sus parágrafos),
comunica aos interessados a abertura, a partir das 08h do dia 13 de novembro de 2023,
de CONSULTA PÚBLICA, que ficará aberta até às 20h do dia 27 de novembro de 2023, nos
termos da excepcionalidade prevista no parágrafo 2º do art. 45 da Lei Complementar Estadual
nº 222/2020, conforme deliberação do Conselho Diretor/AGEPAR na REUNIÃO nº 28/2023 –
ORDINÁRIA (Convocação nº 28/2023), realizada em 7 de novembro de 2023, destinada a obter
contribuições, sugestões propostas, críticas e demais manifestações pertinentes, por quaisquer
interessados, a respeito da “proposta de Agenda Regulatória da Agepar para o ano de 2024”,
consoante as informações contidas no processo administrativo de protocolo nº 21.258.968-3.
O objeto da consulta pública, bem como demais informações relativas à sua realização, estarão
disponíveis no sítio eletrônico da Agência, na aba Participação Social – Consultas Públicas
– Consultas Públicas em Andamento (disponível em https://www.agepar.pr.gov.br/Pagina/
Consultas-Públicas) – Consulta Pública nº 9/2023.
Curitiba/PR, 08 de novembro de 2023.
(assinado nos termos do Art. 38 do DE nº 7304/2021)
Reinhold Stephanes - Diretor-Presidente
EDITAL DE CONVOCAÇÃO PARA ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA
A Diretoria da ASSOCIAÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS DA SIAS – AFUSI, com sede na Rua do Carmo, nº 11, 6º
andar – Centro – Rio de Janeiro/RJ, no uso das atribuições que lhe são conferidas e nos termos dos arts. 20, §
1º, inciso IV e 25, ambos do Estatuto Social, pelo presente EDITAL, convoca todos os associados da AFUSI para
participarem da Assembleia Geral Extraordinária, que terá a seguinte ordem do dia:
1 – Apreciar e decidir acerca da proposta de alteração do Estatuto Social da Associação dos Funcionários da SIAS – AFUSI.
A Assembleia Geral Extraordinária será realizada por videoconferência no dia 29/11/2023, em primeira convocação
às 14h, com quórum mínimo de 2/3 (dois terços) de seus associados, e em segunda convocação às 14h30, com
quórum mínimo de 1/3 (um terço) de seus associados. Os associados que estiverem impedidos de participar da
Assembleia virtual poderão designar representante, mediante procuração por instrumento particular.
Rio de Janeiro, 09 de novembro de 2023. Carlos Augusto Cardoso Ribeiro - Diretor-Presidente da AFUSI
PREGÃO ELETRÔNICO BINACIONAL
EF 1597A-23
Objeto: contratação dos serviços de suporte técnico especializado local e remoto para a
infraestrutura Domino, Notes e iNotes.
Condição de Participação: empresa legalmente estabelecida no Brasil ou no Paraguai.
Caderno de Bases e Condições: disponível nos sites https://compras.itaipu.gov.br ou
https://compras.itaipu.gov.py.
Recebimento das Propostas: até às 9h (horário de Brasília) de 21 de novembro de 2023.
Daniele Tassi Simioni Gemael Bruno Arnaldo Hug de Belmont V.
Superintendente de Compras Superintendente Adjunto de Compras
DECLARAÇÃO DE PROPÓSITO
RONALDO FABIANO BAETA GUIMARÃES JUNIOR, inscrito no CPF/MF sob o nº 922.919.377-15
GUILHERME BERNERT MIKSZA, inscrito no CPF/MF sob o nº 066.747.519-28
MARCOS ANTONIO APARECIDO DO CARMO, inscrito no CPF/MF sob o nº 310.403.458-32
CARLOS GUTIERRE, inscrito no CPF/MF sob o nº 043.064.549-08
DECLARAM, nos termos do art. 6º do Regulamento Anexo II à Resolução nº 4.122, de 2 de
agosto de 2012, sua intenção de exercer cargos de administração na RIZ INVESTIMENTOS
DISTRIBUIDORA DE TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS LTDA.
ESCLARECEM que eventuais objeções à presente declaração, acompanhadas da documentação
comprobatória, devem ser apresentadas diretamente ao Banco Central do Brasil, por meio do
Protocolo Digital, na forma especificada abaixo, no prazo de quinze dias contados da divulgação,
por aquela Autarquia, de comunicado público acerca desta, observado que os declarantes podem,
na forma da legislação em vigor, ter direito a vistas do processo respectivo.
Protocolo Digital (disponível na página do Banco Central do Brasil na internet)
Selecionar, no campo “Assunto”: Autorizações e Licenciamentos para Instituições Supervisionadas
e para Integrantes do SPB
Selecionar, no campo “Destino”: o componente do Departamento de Organização do Sistema
Financeiro - DEORF mencionado abaixo
BANCO CENTRAL DO BRASIL
Departamento de Organização do Sistema Financeiro (DEORF)
Gerência-Técnica em São Paulo III (GTSP3)
Processo nº 202393
São Paulo, 07 de novembro de 2023
RIZ INVESTIMENTOS DISTRIBUIDORA DE TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS LTDA.

EDITAL DE LEILÃO PÚBLICO DE VENDA DE IMÓVEIS – DECORRENTES DA ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA EM GARANTIA.

FIGUEIRAS EMPREENDIMENTOS E SERVIÇOS LTDA, com sede na cidade do Rio de Janeiro/RJ, à Rua São José, 20, sala 201,
Centro, inscrito no CNPJ sob o n° 92.891.027/0001-30, credor fiduciário, leva ao conhecimento dos interessados que fará realizar
licitação, sob a modalidade LEILÃO PÚBLICO, pela internet, por intermédio do LEILOEIRO OFICIAL, regularmente matriculado na
Junta Comercial do Rio de Janeiro, Mauricio Kronemberg Hartmann, n° 0217, para alienação do imóvel recebido em garantia, nos
contratos inadimplentes de Alienação Fiduciária, celebrado com emitente e fiduciante, Marcelo Uderman, CPF: 625.853.207-15 e
Deborah Birmarcker , CPF: 628.654.127-68, pela maior oferta, observado o preço mínimo, no estado de ocupação e conservação em
que se encontra, conforme disposições legais vigentes, em especial pela Lei 9514/97 e alterações, pelo Decreto 21981/32 e condições
estabelecidas neste Edital e seus anexos. 1. DO LOCAL, DATA E HORÁRIOS DO LEILÃO - A primeira sessão do leilão será
realizada às 15h:00 do dia 20/11/2023; caso não haja lance válido, será realizado a segunda sessão do leilão, ás 15h:00 do dia
22/11/2023 quando será aceito lance mínimo igual ao valor atualizado pelo SEFAZ. Leiloeiro Oficial: Maurício Kronemberg Hartmann,
registrado na Junta Comercial do Estado do Rio de Janeiro sob o n° 0217. Exclusivamente pela internet no site: www.mklance.com.br 2.
DO OBJETO - Imóveis recebidos em garantia de Alienação Fiduciária, nos contratos inadimplentes, relacionados e descritos neste
presente Edital, que tem garantia vinculada a propriedade fiduciária dos imóveis situados na Av. Maria Teresa, n° 75, na Freguesia de
Campo Grande, Rio de Janeiro/RJ, no Centro Comercial Business Completo, conforme segue abaixo:

2 1 Descrição do Imóvel:

Imóvel Matrícula INSCRIÇÃO Valor 1° Leilão em 20/11/2023 Valor 2° Leilão em 22/11/2023

Lote 01 Lojas
Loja A 4323 Loja a - 3260498-5 R$ 2.724.020,55 R$ 1.895.702,99
Loja B 4324 Loja b - 32604977 R$ 2.953.315,21 R$ 1.639.783,09
Loja C 4325 Loja c - 32604969 R$ 3.466.935,24 R$ 1.535.519,42
R$ 9.144.271,00 R$ 5.071.005,50
Lote 02 Salas
Sala 618 10428 (SL 618) - 32606527 R$ 195.317,38 R$ 113.742,18
Sala 619 10422 (SL 619) - 32606535 R$ 187.504,68 R$ 113.742,18
Sala 620 10426 (SL 620) - 32606543 R$ 187.504,68 R$ 113.742,18
Sala 621 4326 (SL 621) - 32606550 R$ 171.879,29 R$ 101.555,52
Sala 622 4327 (SL 622) - 32606568 R$ 210.942,77 R$ 128.636,99
Sala 623 4328 (SL 623) - 32606576 R$ 210.942,77 R$ 128.636,99
Sala 624 4329 (SL 624) - 32606584 R$ 179.691,99 R$ 106.971,81
Sala 625 10423 (SL 625) - 32606592 R$ 187.504,68 R$ 111.034,03
Sala 626 10427 (SL 626) - 32606600 R$ 187.504,68 R$ 111.034,03
Sala 627 10424 (SL 627) - 32606618 R$ 187.504,68 R$ 112.388,11
R$ 1.906.297,60 R$ 1.141.484,02

3. DO PREÇO MÍNIMO DOS LANCES - 1° LEILÃO: 20/11/2023, com início às 15h:00min (horário de Brasília/DF), com lance mínimo
igual ou superior conforme segue: Lote 01 com lance acima de R$ 9.144.271,00 (nove milhões, cento e quarenta e quatro mil,
duzentos e setenta e um reais); Lote 02 com lance acima de R$ 1.906.297,60 (milhão, novecentos e seis mil, duzentos e noventa
e sete reais e sessenta centavos). – Os lances poderão ser oferecidos desde o momento do lançamento dos lotes no site do leiloeiro,
até o horário de encerramento. Caso não haja licitante em primeiro leilão, o leilão permanecerá em aberto até a data do 2° leilão:2°
LEILÃO: 22/11/2023 com início às 15h:00min (horário de Brasília/DF), arrematando quem maior lance oferecer, sendo considerado
como lance mínimo o valor igual ou superior ao valor conforme segue: Lote 01 com lance acima de R$ 5.071.005,50 (cinco milhões,
setenta e um mil , cinco reais e cinquenta centavos); Lote 02 com lance acima de R$ 1.141.484,02 (milhão, cento e quarenta e um
mil, quatrocentos e oitenta e quatro reais e dois centavos). – Nos termos do art. 17, parágrafo 2° da Lei 9547/97. O presente Edital
de Leilão tem a sua publicação conforme art. 27, §10 da Lei 9514/97, introduzido pela Lei 14.620 de 2023. Informações sobre o leilão
podem ser obtidas com o leiloeiro público oficial, Maurício Kronemberg, pelo e-mail: contato@mauriciokronemberg.com.br , pelos
telefones (21)2242-0999 ou (21)97990-2997 ou direto no escritório do leiloeiro à Rua Uruguaiana 10, Conj. 1505, Centro, Rio de
Janeiro/RJ. Para dirimir qualquer questão que decorra direta ou indiretamente deste Edital, fica eleito o foro da Seção Judiciária do Rio
de Janeiro/RJ. Rio de Janeiro/RJ, 18 de outubro de 2023.
C6 | Valor | Quinta-feira, 9 de novembro de 2023
Investimentos Apesar da virada negativa do Ifix
em outubro, especialistas veem oportunidades
em todas as categorias de fundos imobiliários
Volatilidade recente
dos FIIs não abala
confiança de gestores
Sérgio Tauhata
De São Paulo
Mesmo com a virada negativa
do mercado de fundos imobiliá-
rios em outubro, os gestores
continuam otimistas e veem
oportunidades de ganhos em to-
das as categorias de FIIs. Segun-
do especialistas ouvidos pelo Va-
lor, as perspectivas para o fim
do ano e o começo de 2024 são
positivas. Em outubro, o Índice
de Fundos Imobiliários da B3
(Ifix), depois de uma sequência
de seis meses em alta, virou pa-
ra o território negativo e fechou
com uma queda de 1,97%.
Apesar de os cenários externo
e interno terem se tornado mais
incertos, os especialistas são unâ-
nimes em apontar a existência de
um momento favorável de entra-
da em todas as categorias de fun-
dos imobiliários, que voltaram a
negociar com descontos. Segun-
do levantamento da Trix Capital,
no fim de setembro os veículos
da carteira do Ifix negociavam
com desconto médio de 8%, na
comparação entre o valor de
mercado e o valor patrimonial.
Algumas categorias de FIIs,
porém, apresentam variações
negativas ainda mais expressi-
vas. O segmento de lajes corpo-
rativas no Ifix, por exemplo, exi-
bia um desconto médio de 18%,
enquanto o de renda urbana
apresentava diferença média de
12% nessa mesma métrica.
Duas categorias, shoppings e
logística, por outro lado, exibiam
valor de mercado superior ao pa-
trimonial. Os FIIs especializados
em centro de compras e entrete-
nimento negociavam no merca-
do secundário 6% acima do valor
patrimonial médio, enquanto as
carteiras de galpões se mostrava
5% maior do que o valor contá-
bil dos ativos nos portfólios.
Para os gestores, dentro de
uma perspectiva de médio e lon-
go prazos, o momento é muito in-
teressante para alocações na clas-
se, com perspectiva de capturar
uma valorização futura de cotas e
elevação do “dividend yield”, ou
seja, o retorno com dividendos
mensais. “De forma geral, o mer-
cado está interessante, tem opor-
tunidades e, mesmo tendo subi-
do de forma tão forte nos últimos
Perspectivas
para
mercados
emergentes
em 2024
Palavra do
gestor
Marina Valentini
seis meses, ainda tem prêmio
significativo [a ser capturado
por investidores]”, afirma o ges-
tor de Real Estate da SulAmérica
Investimentos, Paulo Castro.
No segmento de fundos de pa-
pel, um dos mais populares da
indústria de FIIs, o dividend yield
ainda se mantém atrativo. Se-
gundo a sócia da Polo Capital, Ni-
cole Vieira, “o DY dos fundos de
papel ainda estão com desconto,
muitos andaram [no recente rali
do setor], mas ainda tem fundos
com descontos relevantes”.
A gestora da Polo afirma que a
média ponderada do retorno
com dividendos dos fundos de
papel, que alocam recursos em
certificados de recebíveis imobi-
liários (CRI), dentro do Ifix al-
cança 16,3% nos últimos 12 me-
ses até outubro. “Quando acres-
centamos o benefício da isenção
de imposto de renda sobre a dis-
tribuição de dividendos, esta-
mos falando de um prêmio em
relação a NTN-B 2027 [título pú-
blico atrelado a inflação com
vencimento em 2027] de 4,9
pontos percentuais”, afirma.
Em um cenário de queda de ju-
ros, “enxergo caminho ainda dis-
tante até estreitar o nível de des-
conto [em relação à NTN-B]”. De
acordo com Vieira, o momento é
favorável para o investidor con-
seguir assegurar um DY ainda
significativo e se posicionar para
um eventual ganho de capital no
médio e longo prazos. “Mas é
preciso ressaltar que vai haver
volatilidade no meio do cami-
nho e o investidor não pode se as-
sustar com isso”, acrescenta.
Neste ano até 8 de novembro, o
Ifix acumula ganho de 10,72%.
Apesar da queda recente, o avanço
do Ifix supera em quase três vezes a
alta do Ibovespa, principal índice
de ações da B3, no mesmo interva-
lo. O sinal amarelo para o setor, no
entanto, acendeu-se em outubro,
que quebrou a sequência de altas
do referencial diante do acúmulo
de fatores adversos. “A volatilidade
do mercado tem muito a ver com
precificação de diversas incertezas
diferentes”, diz o sócio e gestor da
RBR, Bruno Nardo.
“No mês passado, o que pesou
mais foram os juros longos ame-
ricanos subindo, com a falta de
clareza sobre quanto tempo as
D
epois de vários
anos difíceis, as
ações de mercados
emergentes
enfrentaram
novamente um cenário
desafiador em 2023. O índice
MSCI Emerging Markets
subiu 1,8% no acumulado do
ano e, apesar dessa melhora
bem-vinda após dois anos
de retornos negativos,
apresenta um desempenho
inferior aos índices de ações
de mercados desenvolvidos.
Os mercados emergentes
tiveram alguns obstáculos em
2023, como uma recuperação
econômica chinesa fraca, taxas
de juros “altas por mais tempo”
em mercados desenvolvidos,
um dólar mais forte do que
o esperado e um sentimento
geral de aversão ao risco.
Com os “yields” globais ainda
elevados, as tensões geopolíticas
e um ambiente macro incerto,
não é claro se os emergentes
estão fora de perigo.
No entanto, existem
alguns fatores que nos fazem
acreditar que 2024 poderá ser
mais favorável para emergentes:
fundamentos macroeconômicos,
motores do crescimento a
longo prazo, “valuations”
dos mercados acionários e
perspectivas para as moedas.
A diferença entre o
taxas vão ficar nessa magnitude e
se há espaço para subir ainda
mais”, diz o gestor. “No entanto,
houve também um recuo do oti-
mismo do mercado em relação
ao ciclo de juro local. O relatório
Focus [do Banco Central] chegou
a mostrar, no momento mais po-
sitivo, uma perspectiva de taxa
terminal da Selic em 8,75% e
agora sinaliza algo entre 10,5% e
11%. Esse lado macroeconômico
vem trazendo essa maior volati-
lidade para as cotas dos FIIs.”
O diretor de investimentos
imobiliários da Inter Asset, Da-
niel Viana, cita que, além do fator
externo, há um componente lo-
cal relacionado ao impasse polí-
tico em projetos importantes pa-
ra o equilíbrio fiscal. “Se essa
agenda [de projetos para aumen-
tar a receita] avançar [no Con-
gresso] vamos ter mais espaço
para um desempenho melhor
dos ativos de risco”, afirma. “Mui-
to do que aconteceu em outubro
é a falta de avanço de agendas
importantes para o [equilíbrio]
fiscal do ano que vem”, avalia.
Um ponto que “azedou” os
mercados nas últimas semanas
foi uma perspectiva mais negati-
va sobre o rumo da consolidação
fiscal do governo. “O pano de
fundo nesse desalinhamento é a
percepção de que não vai ser na-
da fácil segurar o fiscal”, afirma
o sócio-fundador da Hedge In-
vestments, André Freitas.
Apesar das incertezas, nos pró-
ximos meses, principalmente no
início de 2024, a tendência seria
de uma recuperação dos merca-
dos diante do aprofundamento
do ciclo de cortes de juros, afir-
ma Vieira, da Polo. “A perspecti-
va de queda de juros tende a ter
um impacto positivo para ativos
de risco. O Ifix, historicamente,
tem alta quando ocorre um ciclo
de queda da Selic”, afirma.
“A taxação de
fundos fechados
pode trazer
migração de
recursos para FIIs”
André Freitas
crescimento econômico dos
mercados emergentes e
mercados desenvolvidos é um
motor importante do
desempenho relativo dos
emergentes e fundamental
também para atrair fluxos.
Embora a diferença tenha
diminuído em 2023 devido a
uma recuperação lenta na China,
combinada com surpresas
positivas no crescimento dos
Estados Unidos, ela poderá
aumentar novamente em 2024.
Para os desenvolvidos,
espera-se que o crescimento
esfrie à medida que vários
mercados, como os EUA, a
Europa e o Japão, sintam o
impacto cumulativo dos
aumentos das taxas de juros.
Em vários mercados
emergentes, a redução da
inflação permitiu que alguns
bancos centrais começassem
a reduzir suas taxas de juros.
Estes juros mais baixos em
2024 poderão apoiar o
crescimento. Além disso, as
medidas de estabilização do
crescimento na China poderão
resultar no aumento da
confiança e na recuperação
econômica mais rápida em
2024, o que impulsionaria
os mercados emergentes.
A longo prazo, as principais
tendências estruturais para os
mercados emergentes
Nicole Vieira, da Polo: “Momento é favorável para o investidor assegurar um ‘dividend yield’ ainda significativo”
IFIX
Variação mensal, em %
6,0
4,5
3,52
3,0
1,5
0 guéis apontem valorização patri-
-0,45
-1,5
-1,60 -1,69
-3,0
Jan/23 Fev/23 Mar/23 Abr/23 Mai/23 Jun/23 Jul/23 Ago/23 Set/23 Out/23 Nov/23*
Fontes: B3 e Valor PRO. Elaboração: Valor Data. *Até o dia 08
Freitas, da Hedge, acredita em
melhora do cenário macroeco-
nômico no Brasil nos próximos
meses, o que tende a trazer im-
pulso para o setor de FIIs. “O ce-
nário pode trazer um alívio e per-
mitir ao BC vir com discurso mais
‘dovish’ [inclinado ao afrouxa-
mento monetário], ancorando-
se no fato de que a inflação para
frente tende a apontar uma que-
da maior. Com isso, pode haver
espaço para previsão de queda
de juros maior em 2024.”
Sobre as incertezas fiscais, o só-
cio da Hedge lembra que já não es-
tá no radar dos analistas uma pers-
pectiva de que o governo consiga
cumprir a meta de déficit primário
zero no ano que vem. “Ninguém
acredita no zero. Temos visto proje-
ções de [déficit de] 0,4% a 0,8% [do
PIB]. A questão é que, com isso, fi-
cou-se entendido que, eventual-
mente, o governo poderia segurar
gastos para conseguir o déficit ze-
ro. De todo modo, não cumprir a
meta vai disparar gatilhos previs-
tos [no arcabouço] e ser um freio
adicional [a ampliação de gastos].”
O gestor enxerga ainda possi-
bilidade de a curva de juros fu-
tura do DI [depósito interfinan-
ceiro] com vencimento em 2025
apontar de novo para o patamar
de juros de 9,5%. Esse ambiente
permanecem intactas.
Espera-se que o crescimento
econômico mais acelerado nos
mercados emergentes aumente
significativamente o seu PIB per
capita, os níveis de consumo
e o lucro das empresas.
Este é particularmente o
caso na Ásia emergente, onde
milhões de pessoas poderão ser
acrescentadas às classes média
e alta até 2030. As tendências
demográficas e de urbanização
favoráveis também contribuirão
para o crescimento do consumo.
Nos seus Long Term Capital
Market Assumptions 2024, o
J.P. Morgan Asset Management
prevê que as ações dos
mercados emergentes
superarão o desempenho de
mercados desenvolvidos em
um horizonte de dez a 15
anos, estimando retornos
anualizados de 10,1% para
as ações de emergentes, em
comparação com 8,4% para
as ações dos desenvolvidos.
Além do crescimento do
consumo, existem outras
tendências que podem
impulsionar os mercados
emergentes, como a crescente
demanda por matérias-primas.
As minas da América do
Sul detêm cerca de 34% do
cobre mundial e 36% do lítio
mundial, enquanto a Indonésia
e as Filipinas produzem 42%
5,43
4,71
1,33
0,49 0,20 0,59
-1,97
“deve produzir uma melhor da
expectativa para renda variável
e os fundos imobiliários”.
O sócio da Trix Capital, Gabriel
Barbosa, também partilha de ex-
pectativas favoráveis no médio
prazo. “Existe espaço para os FIIs se
valorizarem. Isso vai se dar ao lon-
go do ciclo de corte da Selic. Nosso
cenário base ainda é o de que a
economia dos EUA vai sentir o efei-
to dos juros elevados, com arrefe-
cimento significativo da inflação.
Com isso, o BC brasileiro vai conse-
guir diminuir a Selic ao patamar
de um dígito [no fim de 2024].”
Para Vieira, da Polo, “estamos
em um momento de volatilida-
de, mas no cenário local vejo ma-
nutenção do corte de juros e te-
mos bastante gordura para con-
seguir reduzir as taxas”. Além
disso, “conforme o desconto [na
negociação de cotas dos FIIs] se
estreite é esperado volume maior
de ofertas [primárias], o que aju-
da a impulsionar o mercado”.
Conforme Nardo, da RBR, “no
momento em que o juro começa
a voltar a patamares mais razoá-
veis, vemos investidores de volta
a classe de ativos”. Segundo o
gestor, “a expectativa é de cresci-
mento da geração de caixa e de
dividendos dos fundos [ao lon-
go do ciclo de queda da Selic]”.
do níquel mundial, todos
insumos essenciais para
tecnologias de energia limpa.
Uma população global
crescente também significa
uma demanda maior por
alimentos. A OCDE estima que a
balança comercial agrícola da
América Latina atinja US$ 73
bilhões até 2029, a maior para
qualquer região do mundo.
Ainda, o entusiasmo pela
inteligência artificial também
beneficia mercados como
Taiwan e Coreia do Sul, que
produzem aproximadamente
67% dos semicondutores
mais avançados do mundo.
Outra tendência de longo
prazo a se considerar é uma
mudança global na cadeia de
produção, com algumas
empresas se concentrando no
“nearshoring” e “friendshoring”
da sua produção para países
como Índia, Vietnã e México.
A perspectiva das moedas
também é importante, dado
que as ações dos mercados
emergentes normalmente
apresentam desempenho
superior e atraem maiores
fluxos quando o dólar está
enfraquecendo. Embora o
dólar tenha se fortalecido no
acumulado do ano, mantemos
uma perspectiva mais fraca para
a moeda no longo prazo. Além
disso, os valuations descontados
LEO PINHEIRO/VALOR
O especialista cita ainda um fa-
tor técnico que pode ajudar com
impulso extra na atratividade dos
fundos. “Majoritariamente a revi-
são do valor patrimonial dos fun-
dos ocorre em dezembro. Os lau-
dos [de valor de ativos, como edifí-
cios e lajes] são atualizados e nossa
expectativa é que os ativos que
apresentaram crescimento de alu-
monial. Isso tende a contribuir pa-
ra valorização adicional dos FIIs.”
Barbosa, da Trix, reforça essa
percepção. “Esse momento de
corte de juros influencia muito o
valor patrimonial, porque a
maioria dos ativos físicos dos
fundos são avaliados pelo méto-
do do fluxo de caixa descontado.
Com a queda de juros, o avalia-
dor tende a usar uma taxa de
desconto menor e o valor do pa-
trimônio tende a aumentar.”
A eventual aprovação da lei de
taxação de fundos fechados tam-
bém adiciona um fator de incre-
mento de fluxo para os FIIs, na opi-
nião de Freitas, da Hedge. O sócio
da gestora explica que, com a nova
legislação, aprovada na Câmara e
atualmente em avaliação no Sena-
do, há uma perspectiva de migra-
ção de parte dos recursos de veícu-
los exclusivos para instrumentos
de investimento com isenção de
IR, caso dos fundos imobiliários.
“Muito provavelmente uma par-
cela de recursos que estão dentro
de fundos exclusivos vai para [ins-
trumentos] incentivados. São pa-
péis com benefício de isenção à
pessoa física como Fiagros, FIIs, de-
bêntures incentivadas e fundos de
infraestrutura. Esse movimento
ajuda a consolidar um fluxo de re-
cursos para o mercado de fundos
imobiliários no futuro próximo.”
.com
Leia reportagens sobre investimentos
e finanças pessoais no site
www.valorinveste.com
dos mercados emergentes
atualmente oferecem um
ponto de entrada atrativo para
investidores de longo prazo.
Embora estes fatores
apresentem um quadro melhor
para os mercados emergentes
em 2024 e no longo prazo,
existem vários riscos cíclicos
que devemos monitorizar,
como elevadas taxas de juros
e os yields globais ainda altos,
a baixa liquidez, um dólar
forte e o aumento das tensões
geopolíticas. Recomendamos
investir por meio de uma
gestão ativa com foco em
empresas que irão se beneficiar
dos temas estruturais e
cíclicos dos mercados
emergentes: mudanças
na cadeia de produção,
demanda de semicondutores,
inclusão financeira, boom
de commodities e o crescente
mercado consumidor.
Marina Valentini é estrategista de
mercados globais da J.P. Morgan Asset
Management
E-mail
marina.valentini@jpmorgan.com
Este artigo reflete as opiniões do autor, e
não do jornal Valor Econômico. O jornal não
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Supremo
Ministros derrubam
separação judicial e
facilitam processo
de divórcio
valor.globo.com/legislacao
Valor E
Quinta-feira, 9 de novembro de 2023
STF impede uso total de créditos de ICMS por exportador
Beatriz Olivon
De Brasília
O Supremo Tribunal Federal
(STF) impediu o uso amplo de cré-
ditos de ICMS da cadeia de produ-
ção de mercadorias destinadas à
exportação. A decisão, por maio-
ria de votos e de repercussão ge-
ral, atende a pedido dos Estados,
deixando de fora créditos do im-
posto estadual decorrentes de
compras de bens destinados ao
uso e consumo da empresa.
A discussão é importante para
os governos estaduais. Em docu-
mento enviado ao Supremo, o
Estado de Santa Catarina, que é
parte do julgamento, estima que
a perda de arrecadação decor-
rente da permissão para obten-
ção de créditos em relação aos
.
Tributário Decisão foi tomada ontem pela 1ª Seção do STJ e
uniformiza entendimento das turmas de direito público
Entidade assistencial deve reter
IRRF em remessa ao exterior
Joice Bacelo
De São Paulo
Entidades assistenciais, mes-
mo beneficiadas por imunidade
tributária, têm o dever de reter e
pagar Imposto de Renda (IRRF)
sobre juros remetidos ao exte-
rior. Esse entendimento foi pro-
ferido ontem pela 1ª Seção do
Superior Tribunal de Justiça (STJ)
— que uniformiza a posição a ser
adotada nas turmas de direito
público da Corte.
Os ministros analisaram um
recurso envolvendo a Sociedade
Vicente Pallotti, sem fins lucrati-
vos. A entidade exerce atividade
gráfica. Realizou a importação de
máquinas e, em razão do alto va-
lor dos equipamentos, optou pe-
lo pagamento a prazo. Daí a inci-
dência de juros e consequente en-
vio desses valores ao exterior.
O placar fechou em seis a um,
prevalecendo o voto da relatora,
a ministra Regina Helena Costa,
que classificou o dever de reten-
ção e pagamento do imposto co-
mo uma obrigação acessória. “A
imunidade, obviamente, só al-
cança a obrigação tributária
principal”, afirmou ao votar.
Esse tema começou a ser julga-
do pelos ministros em setembro
do ano passado e vinha, desde lá,
rolando de voto-vista em voto-
. FELLIPE SAMPAIO/SCO/STF
Cármen Lúcia: questão sob sua relatoria
bens de uso e consumo das em-
presas que fabricam mercado-
rias destinadas ao exterior é da
ordem de R$ 228 milhões por
ano. No Estado do Rio Grande
do Sul, R$ 220 milhões anuais.
No recurso, o Estado de Santa
Catarina questionou a interpre-
tação de que a Emenda Constitu-
cional (EC) nº 42, de 2003, conce-
deu imunidade tributária plena
e irrestrita para as exportações.
Alegou que cabe a lei comple-
mentar disciplinar o regime de
compensação do tributo e que a
EC 42 assegurou a manutenção e
o aproveitamento dos créditos já
autorizados pela Lei Comple-
mentar nº 87, de 1996.
O julgamento foi realizado no
Plenário Virtual. Os ministros
analisaram se o direito ao crédito
vista (EREsp 1480918).
A Sociedade Vicente Pallotti
tentava, na Seção, reverter deci-
são da 2ª Turma da Corte, que já
havia entendido pela tributação.
O argumento, no processo, era
de que entidades beneficentes
que remetem valores ao exterior
a título de juros teriam imuni-
dade tributária e, por esse moti-
vo, não poderiam ser cobradas
pela Receita Federal.
No ano passado, quando as
discussões foram abertas,
Amanda Costa, advogada da en-
tidade, enfatizou aos ministros
do STJ que os equipamentos im-
portados são indispensáveis pa-
ra a atividade gráfica e os recur-
sos gerados são convertidos in-
tegralmente na sociedade — que
não distribui lucros, participa-
ções ou dividendos.
Já o procurador da Fazenda
Nacional Sandro Soares afirmou,
também em sustentação oral,
que o contribuinte, nesse caso, é
o destinatário do valor no exte-
rior e que ele não é alcançado pe-
la imunidade tributária.
Frisou, no entanto, ser possí-
vel reputar a obrigação de reten-
ção e recolhimento do imposto
a quem não é contribuinte, nes-
se caso, a entidade beneficente.
A ministra Regina Helena já
havia se posicionado, no ano pas-
Setor de calçados questiona Remessa Conforme
Beatriz Olivon e Jessica Sant’ana
De Brasília
O Supremo Tribunal Federal (STF)
poderá se manifestar sobre o Pro-
grama Remessa Conforme, que ze-
rou a alíquota do Imposto de Impor-
tação incidente sobre compras in-
ternacionais de até US$ 50. A Asso-
ciação Brasileira das Indústrias de
Calçados (Abicalçados) e a Associa-
ção Brasileira de Empresas de Com-
ponentes para Couro, Calçados e Ar-
tefatos (Assintecal) questionaram a
validade da medida.
A ação está sob a relatoria da
ministra Cármen Lúcia (ADI
7503). As associações pedem li-
de ICMS decorrente da aquisição
de bens de uso e consumo em-
pregados na elaboração de pro-
dutos destinados à exportação
foi assegurado pela EC nº 42, in-
dependentemente de regula-
mentação infraconstitucional.
Prevaleceu no julgamento o
voto do ministro Gilmar Mendes.
Ele afirma que a própria Consti-
tuição, no artigo 155, estabelece
que cabe a lei complementar dis-
ciplinar o regime de compensa-
ção do imposto. E que o disposi-
tivo deve abarcar tanto as situa-
ções de creditamento exclusiva-
mente interno quanto de merca-
dorias destinadas ao exterior.
Ainda segundo o ministro, a
exposição de motivos da EC 42
determina que a transição para o
novo modelo do ICMS será defi-
sado, pela obrigação de a entida-
de reter e pagar o tributo. Ontem,
ela apresentou uma ratificação,
confirmando o seu voto e escla-
recendo alguns pontos que gera-
ram divergência entre os demais
ministros da 1ª Seção.
Para Regina Helena, o retentor
de tributos é simples fonte paga-
dora. Não atua no lugar do con-
tribuinte. “Se traduz no cumpri-
mento de obrigação acessória a
qual pode ser atribuída à entida-
de imune”, frisou a ministra,
acrescentando que estava aco-
lhendo integralmente o posicio-
namento da Fazenda Nacional
sobre o tema.
Três ministros que participa-
ram do julgamento — Gurgel de
Faria, Benedito Gonçalves e Fran-
cisco Falcão — acompanharam
integralmente o voto da relatora
Regina Helena Costa.
Outros dois, o ministro Her-
man Benjamin, e a ministra Assu-
sete Magalhães, concordaram
com a conclusão da relatora do
caso: a entidade, mesmo imune,
deve reter e pagar o imposto. Mas
por um caminho diferente do
adotado pelos demais.
Eles haviam participado do
julgamento da 2ª Turma que de-
cidiu contra a entidade e repeti-
ram a argumentação utilizada
naquela ocasião. Para Herman
minar contra o programa. Não
há previsão de quando a questão
será julgada.
O Programa Remessa Confor-
me entrou em vigor oficialmen-
te no dia 1º de agosto. Foi criado
pelo Ministério da Fazenda com
o objetivo de trazer os e-com-
merces estrangeiros para a con-
formidade, já que grande parte
das remessas internacionais en-
trava no país sem declaração e
sem pagar impostos.
Como o programa é voluntá-
rio, o governo isentou de alíquo-
ta de importação (de 60%) as
compras feitas nos sites das em-
presas que decidiram aderir. Foi
Entenda
Reforma tributária
não acaba com
direito à herança
valor.globo.com/
legislacao
nida por lei complementar. “O
princípio internacional da não
exportação de tributos, apesar de
servir como norte para confecção
das normas internas, não há de
se sobrepor ao texto constitucio-
nal”, afirma ele, em seu voto.
As imunidades relacionadas à
exportação que são albergadas
pela Constituição, acrescenta
Gilmar Mendes em seu voto, tra-
zem como princípio norteador a
ideia de não exportar tributos,
mas, mesmo assim, essa lógica
não dispensa a edição de regras
específicas que confiram clareza
quanto ao seu alcance.
O voto de Gilmar Mendes foi
seguido pelos ministros Alexan-
dre de Moraes, Luís Roberto Bar-
roso, Cristiano Zanin, Luiz Fux e
Nunes Marques. Os demais inte-
Benjamin e Assusete Magalhães,
a entidade que adquiriu o equi-
pamento e está domiciliada no
Brasil “é sujeito passivo tributá-
rio na condição de responsável
tributário por substituição”.
Consideraram que o entendi-
mento da ministra Regina Helena
Costa, de que, nesse caso, a enti-
dade atua como mero agente de
retenção do tributo, poderia levar
à conclusão diversa, ou seja, pela
impossibilidade da cobrança.
A divergência de fundamenta-
ção gerou debate acalorado e to-
mou boa parte do tempo do jul-
gamento na tarde de ontem. Para
chegar à conclusão, frisou aos co-
legas a relatora, é preciso definir
a natureza jurídica da figura do
retentor.
“Não quer dizer que o retentor
não tem responsabilidade. Nun-
ca se disse isso. Mas ele não é res-
ponsável por substituição, uma
figura diferente, que tem uma
porção de outros reflexos. Então,
para ser coerente, se adotar en-
tendimento pela responsabilida-
de tributária por substituição,
tem que concluir com o ministro
Mauro”, acrescentou Regina He-
lena durante as discussões.
O ministro Mauro Campbell
Marques, a quem a relatora se re-
feriu, foi o único a votar contra a
possibilidade de entidades imu-
uma forma de incentivar a ade-
são ao programa — e deu certo.
Todos os grandes marketpla-
ces estrangeiros já aderiram
(Aliexpress, Amazon, Shein, Sho-
pee, por exemplo). O consumi-
dor paga 17% de ICMS, valor que
é embutido no carrinho de com-
pra. Algumas empresas, porém,
têm dado isenção dessa taxa ao
consumidor.
O Ministério da Fazenda tem pro-
metido estabelecer um novo per-
centual para a alíquota do Imposto
de Importação, diante das reclama-
ções do varejo e da indústria nacio-
nal. Alegam competição desleal. Po-
rém, até o momento, houve apenas
Cade
Sessões suspensas
por falta de
conselheiros
valor.globo.com/
legislacao
& Tributos SP
grantes da Corte haviam acompa-
nhado o voto do relator, ministro
Dias Toffoli, e ficaram vencidos.
De acordo com a advogada
Bárbara Bach, sócia do escritório
Lira Advogados, o placar indica
como a questão divide os julga-
dores. Para ela, o entendimento
da maioria é de que o princípio
internacional da não exportação
de tributos seria um “mero nor-
te”, o que requer um olhar atento
para os próximos julgamentos
de matérias relacionadas à tribu-
tação de exportações.
No julgamento, foi sugerida a
seguinte tese de repercussão ge-
ral: “A imunidade a que se refere
o artigo 155, § 2º, X, “a”, CF/88,
não alcança, nas operações de ex-
portação, o aproveitamento de
créditos de ICMS decorrentes de
nes serem obrigadas a reter e pa-
gar o imposto. “Dá maior efetivi-
dade à imunidade constitucional
que lhe foi conferida”, ele disse
ao defender o seu ponto de vista.
“Com a tributação, o custo do fi-
nanciamento para a entidade
imune irá aumentar”, concluiu.
promessas. Integrantes da equipe
econômica alegam que a Receita Fe-
deral precisa estudar os dados do
programa para fixar uma alíquota
equilibrada a todos.
Para as representantes do setor
calçadista, o Ministério da Fazen-
da, que editou a portaria, não tem
competência para alterar discri-
cionariamente as alíquotas do Im-
posto de Importação. As duas asso-
ciações também alegaram no Su-
premo que a medida fere o princí-
pio da isonomia tributária, espe-
cialmente em relação à indústria e
ao varejo nacional, já que não se
trata de isenção ou outro benefício
fiscal condicionado.
Opinião Jurídica
Segurança
cibernética nos
conselhos de
administração
E2
aquisições de bens destinados ao
ativo fixo e uso e consumo da em-
presa, que depende de lei com-
plementar para sua efetivação”.
Apesar de o voto vencedor ci-
tar "ativo fixo" na tese, o tema jul-
gado refere-se, originalmente,
apenas à aquisição de bens de
uso e de consumo empregados
na elaboração de produtos desti-
nados à exportação, alertam es-
pecialistas. Os créditos de ICMS
decorrentes de aquisições de
bens destinados ao ativo fixo da
empresa estavam sendo discuti-
dos em outro processo que tam-
bém estava em julgamento, mas
foi suspenso por destaque do mi-
nistro Luís Roberto Barroso (RE
662976) depois de seis votos. Ne-
les, os ministros pedem o cance-
lamento da matéria.
EMERSON LEAL/STJ
“Retentor de tributos
é simples fonte
pagadora. Não atua
no lugar do
contribuinte”
Regina H. Costa
Ainda segundo o pedido feito
pelas representantes do setor ao
STF, a exceção prevista para as re-
messas postais internacionais en-
tre pessoas naturais de mercado-
rias que não excedam US$ 50, que
são isentas do Imposto de Impor-
tação e demais tributos aduanei-
ros, está resultando em “ostensiva
e generalizada fraude tributária”.
De acordo com as entidades, o
comércio internacional passou a
declarar pessoa física como re-
metente, subfaturando artificial-
mente o preço de venda para
burlar os controles aduaneiros,
com reflexo na arrecadação fede-
ral. (Colaborou Luísa Martins)
E2 | Valor | São Paulo | Quinta-feira, 9 de novembro de 2023

Legislação&Tributos SP

Segurança
A
meaças a sobrevivência e avaliação de riscos e ameaças com o mercado e autoridades, pessoais. Em tempos de graves
cibernéticas competitividade das empresas. cibernéticas, especifiquem os com segurança regulatória e ataques e golpes digitais, é
representam risco É pauta organizacional e cargos de gestão ou comitês sem exposição, é outro desafio importante que executivos
cibernéticanos contínuo e
crescente para
cogente nos conselhos de
administração, e não apenas
responsáveis pelo tema e
divulguem a experiência no
de extrema relevância para o
conselho avaliar. A troca de
estejam engajados em proteger
sua própria presença e segurança

conselhosde
empresas, investidores, clientes técnica, conforme pontos de assunto desses administradores e experiências e informações de digital, e da sua família.
e nações. O tema vai muito além atenção elencados a seguir, membros do comitê. inteligência entre organizações Por fim, o conselho deve
da proteção de dados pessoais e desenvolvidos em conjunto Não é por acaso que algumas é crucial para antever ameaças, cobrar o acompanhamento de

administração segredos de negócios

corporativos, pois ataques
cibernéticos podem travar
com Álvaro Teófilo (professor
da FIA e do IBGC).
O conselho deve assumir
empresas também estão
começando a vincular o bônus
dos executivos às métricas de
impactos e adotar medidas
preventivas, e ainda mais
fundamental para ter
tendências regulatórias digitais
para ajudar as empresas a
responderem mais rapidamente
organizações e países. Os papel de protagonista no segurança cibernética. acesso a dados relevantes de a um desafiador ambiente legal.
incidentes e modelo de desenvolvimento da cultura de Ainda, revisitar a estratégia últimos incidentes e lições Segurança cibernética, proteção
Opinião Jurídica operação dos criminosos são cibersegurança: uma de cibersegurança é crucial aprendidas de terceiros de dados e inteligência artificial
cada vez mais complexos, mensagem poderosa pode ser para as empresas, incluindo E mais, o conselho ética e responsável são medidas
transnacionais, profissionais, transmitida para a empresa analisar a senioridade da deve estar atento a análise de fundamentais para a inovação
Rony Vainzof constantes e com potencial com a visão de que segurança equipe, capacidade riscos cibernéticos e resiliência empresarial responsável.
lesivo devastador. cibernética é um risco operacional, modelo de gestão na cadeia de suprimentos e Assim, os conselhos de
A grande maioria dos líderes estratégico, mais do que e a maturidade atual. Essa terceirização, avaliando administração devem se
mundiais (86%) e dos tecnológico. análise deve também quais são os fornecedores mais concentrar em avaliar e assumir
especialistas em segurança Também é preciso criar a considerar o risco da “ameaça críticos e como um ataque riscos certos, reputação,
cibernética (93%) acreditam que cultura de cyber judgment. interna”, amplamente cibernético contra esses terceiros competitividade e
as próximas “trincheiras” serão Cada pessoa dentro da empresa subestimada e objeto de pode afetar seus negócios ou continuidade de negócios. A
virtuais, incluindo tentativas de deve ser responsável exploração por criminosos. dados pessoais de seus clientes. complexidade das novas
interrupção de serviços críticos individualmente por suas Outra prática importante a ser Quanto ao seguro cibernético, tecnologias, a digitalização das
(Global Cybersecurity Outlook, decisões, avaliando os riscos endereçada pelos conselhos é o conselho deve sempre estar empresas, a profissionalização
2023). Os custos globais com o cibernéticos nelas existentes. exigir simulações de crises atento e cobrar a revisão das dos criminosos e a regulação
cibercrime chegarão a US$ 10,5 Outra premissa é elevar o cibernéticas: empresas que apólices que ajudam as exigem o acréscimo do tema
trilhões anualmente até 2025, conhecimento e simulam incidentes, avaliando o organizações a responderem de cyber como agenda obrigatória
número maior que o de danos responsabilidades sobre o tema processo de resposta já existente, forma mais célere e minimizar e madura nos conselhos.
por desastres naturais e mais no próprio board. Apesar de 77% fortalecem significativamente danos financeiros no caso de
lucrativo do que o comércio dos membros do conselho sua capacidade de atuar de forma incidentes. Esses seguros, Rony Vainzof é sócio fundador do VLK
global de todas as principais acreditarem que segurança mais adequada em um cenário usualmente, incluem Advogados, professor da FIA e do IBGC
drogas ilegais combinadas cibernética é uma das prioridades real. Um plano de resposta excludentes de pagamento,
(Cybersecurity Ventures). do conselho, pouco menos de 2% adequado e equipe treinada traz, como no caso de dolo, culpa Este artigo reflete as opiniões do autor,
A IBM aponta o custo deles têm experiência relevante em média, US$ 2,66 milhões a exclusiva da vítima ou erro no e não do jornal Valor Econômico.
médio de US$ 4,45 milhões no tema (Microsoft Securiry, menos de prejuízo no caso de questionário prévio de risk O jornal não se responsabiliza e nem
por incidente envolvendo 2023). A Securities and Exchange ataques cibernéticos (IBM, 2022). assessment. pode ser responsabilizado pelas
dados pessoais (2023). Commission (EUA) passou a Capacidade de gerar e trocar Os membros do conselho informações acima ou por prejuízos
Ou seja, segurança exigir que empresas divulguem o experiências, inteligência e também devem entender como de qualquer natureza em decorrência
cibernética é fundamental para papel da administração na pontos de vulnerabilidades proteger seus ativos digitais do uso dessas informações

LEILÃO DE ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA

FERNANDO JOSE CERELLO G. PEREIRA, leiloeiro oficial inscrito na JUCESP n° 844, com escritório à Al. Santos, 787, Jardim Paulista, devidamente autorizado pelo Credor Fiduciário
AVISO DE PREGÃO ELETRÔNICO
M.A.R. KORINTO DESENVOLVIMENTO IMOBILIÁRIO LTDA., com sede administrativa na Avenida Doutor Cardoso de Melo, nº 1.340 – Conjunto 21, São Paulo/SP, CEP: 04548-004,
A CDHU comunica às empresas interessadas a abertura da seguinte licitação:
CNPJ/MF sob nº 10.308.681/0001-03, nos termos da Escritura de Venda e Compra com Alienação Fiduciária em Garantia no qual figura como Devedor Fiduciante LUIZ CESAR BUENO,
brasileiro, solteiro, maior, técnico de enfermagem, portador da Cédula de Identidade RG nº 9.351.241 SSP/PR, inscrito no CPF/MF sob nº 048.017.679-58, residente e domiciliado na
Rua Cesar Vallejo, nº 100 – Apartamento 2.513, São Paulo/SP, CEP: 05685-000, levará a PÚBLICO LEILÃO de modo Presencial (no endereço abaixo) e On-line (www.megaleiloes. P.G 31.48.018 – Pregão Eletrônico 018/2023 – Contratação de empresa especializada na
com.br), nos termos da Lei nº 9.514/97, artigo 27 e parágrafos, no dia 17/11/2023 às 11:00 horas, à Alameda Santos, 787, 13º andar, Cj. 132 - Jardim Paulista em São Paulo/SP, em prestação de Serviço Telefônico Fixo Comutado – STFC, destinado ao tráfego de chamadas
PRIMEIRO PÚBLICO LEILÃO, com lance mínimo igual ou superior a R$ 420.000,000 (quatrocentos e vinte mil reais), o imóvel abaixo descrito, com a propriedade consolidada em
locais e de longa distância (LDN – Nacional e LDI - Internacional) entre a rede pública e as
nome do Credor Fiduciário: IMÓVEL DA MATRÍCULA N° 263.389 DO 15º OFICIAL DE REGISTRO DE IMÓVEIS DA COMARCA DE SÃO PAULO/SP: Imóvel em São Paulo/SP:
Apartamento nº 2.513, localizado no 24º Pavimento ou 25º andar do Condomínio Viz Ponte Estaiada, situado na Rua Cesar Vallejo, nº 100 – Bairro Real Parque, com a área privativa Unidades Administrativas da CDHU.
e 35,300m²; a área de uso comum de 42,595m² (incluindo o direito ao uso de 01 (uma) vaga de estacionamento indeterminada, localizada na garagem coletiva do condomínio), e
Início do prazo para envio da proposta eletrônica: 10/11/2023 – Abertura: 24/11/2023 às 09h –
área total de 77,895m², equivalente ao coeficiente de proporcionalidade e fração ideal de 0,002976 no terreno e nas partes de propriedade de uso comum do condomínio. Cadastro
Municipal nº 300.114.0339-7. Obs.: (i) Imóvel ocupado, sendo a desocupação por conta do Comprador. Caso não haja licitante em primeiro leilão, fica desde já designado o dia OC: 253101250952023OC00021.
23/11/2023, no mesmo horário e local, para realização do SEGUNDO LEILÃO, com lance mínimo igual ou superior a R$ 292.069,40 (duzentos e noventa e um dois mil, sessen- A abertura da sessão pública de processamento do Pregão Eletrônico será realizada por
ta e nove reais e quarenta centavos). Os interessados em participar do leilão de modo on-line, deverão se cadastrar no site www.megaleiloes.com.br e se habilitar acessando a intermédio do Sistema Pregão Eletrônico de Contratação – BEC/SP; www.bec.sp.gov.br. O
página deste leilão, clicando na opção HABILITE-SE, com antecedência de até 01 (uma) hora, antes do início do leilão presencial, não sendo aceitas habilitações após esse prazo.
edital estará disponível nos sítios www.bec.sp.gov.br e www.cdhu.sp.gov.br.
O envio de lances on-line se dará exclusivamente através do www.megaleiloes.com.br, respeitado o lance inicial e o incremento mínimo estabelecido, em igualdade de condições
com os participantes presentes no auditório do leilão de modo presencial, na disputa pelo lote do leilão. A venda será efetuada em caráter “ad corpus” e no estado de conservação
em que o imóvel se encontra, e eventual irregularidade ou necessidade de averbação de construção, ampliação ou reforma, será objeto de regularização e os encargos junto aos
órgãos competentes por conta do adquirente. O(s) devedor(es) fiduciante(s) será(ão) comunicado(s) na forma do parágrafo 2º-A do art. 27 da lei 9.514/97, incluído pela lei 13.465 de
11/07/2017, das datas, horários e locais da realização dos leilões fiduciários, mediante correspondência dirigida aos endereços constantes do contrato, inclusive ao endereço eletrônico,
podendo o(s) fiduciante(s) adquirir sem concorrência de terceiros, o imóvel outrora entregue em garantia, exercendo o seu direito de preferência em 1º ou 2º leilão, pelo valor da dívida,
acrescida dos encargos e despesas, conforme estabelecido no parágrafo 2º-B do mesmo artigo, ainda que, outros interessados já tenham efetuado lances, para o respectivo lote do
leilão. O arrematante pagará no ato, à vista, o valor total da arrematação e a comissão do leiloeiro, correspondente a 5% sobre o valor de arremate. O edital completo encontra-se
disponível no site do leiloeiro www.megaleiloes.com.br, o qual o participante declara ter lido e concordado com os seus termos e condições ali estabelecido. O horário mencionado
neste edital, no site do leiloeiro, catálogos ou em qualquer outro veículo de comunicação, consideram o horário oficial de Brasília/DF. As demais condições obedecerão ao que re-
gula o Decreto n° 21.981 de 19 de outubro de 1.932, com as alterações introduzidas pelo Decreto n° 22.427 de 1° de fevereiro de 1.933, que regula a profissão de Leiloeiro Oficial.
41ª Vara Cível do Foro Central da Capital/SP
EDITAL DE 1º E 2º LEILÃO e de intimação da executada MARIA ALICE
DE ALMEIDA PIRES, inscrita no CPF/MF sob o nº 225.874.278-19;
bem como seu cônjuge, se casada for; e do ocupante do bem WANDERLEY DOS REIS CÂNDIDO. O
Dr. Regis de Castilho Barbosa Filho, MM. Juiz de Direito da 41ª Vara Cível do Foro Central da Capital/
SP, na forma da lei, FAZ SABER, aos que o presente Edital de 1º e 2º Leilão do bem imóvel, virem ou
dele conhecimento tiverem e interessar possa, que por este Juízo processam-se os autos do Cumpri-
mento de Sentença ajuizado por CARLOS ALBERTO NICOLETTI em face de MARIA ALICE DE ALMEIDA
PIRES - Processo nº 1083305-02.2013.8.26.0100/01 - Controle nº 2023/2013, e que foi designada a
venda do bem descrito abaixo, de acordo com as regras expostas a seguir: DO IMÓVEL - O imóvel será
vendido em caráter “AD CORPUS” e no estado em que se encontra, sem garantia, constituindo ônus da
parte interessada verificar suas condições antes das datas designadas para as alienações judiciais ele-
trônicas. DA PUBLICAÇÃO DO EDITAL - O edital será publicado na rede mundial de computadores, no
sítio do Leiloeiro www.megaleiloes.com.br, em conformidade com o disposto no art. 887, § 2º, do CPC,
inclusive as fotos e a descrição detalhada do imóvel a ser apregoado. DA VISITAÇÃO - Os interessados
em vistoriar o bem deverão enviar solicitação por escrito ao e-mail visitacao@megaleiloes.com.br.
Cumpre esclarecer que cabe ao responsável pela guarda do bem autorizar o ingresso dos interessados,
sendo que a visitação nem sempre será possível, pois alguns bens estão em posse do executado. Inde-
pendente da realização da visita, a arrematação será por conta e risco do interessado. DO LEILÃO - O
Leilão será realizado por MEIO ELETRÔNICO, através do Portal www.megaleiloes.com.br, o 1º Leilão
terá início no dia 24/11/2023 às 15:00 h e se encerrará dia 27/11/2023 às 15:00 h onde somente serão
aceitos lances iguais ou superiores ao valor da avaliação; não havendo lance igual ou superior ao valor
da avaliação, seguir-se-á sem interrupção o 2º Leilão, que terá início no dia 27/11/2023 às 15:01 h e
se encerrará no dia 18/12/2023 às 15:00 h, onde serão aceitos lances com no mínimo 50% (cinquenta
por cento) do valor da avaliação. DO CONDUTOR DO LEILÃO – O Leilão será conduzido pelo Leiloeiro
Oficial Sr. Fernando José Cerello Gonçalves Pereira, matriculado na Junta Comercial do Estado de São
Paulo – JUCESP sob o nº 844. DO VALOR MÍNIMO DE VENDA DO BEM – No 2º Leilão, o valor mínimo
para a venda do bem corresponderá a 50% (cinquenta por cento) do valor da avaliação judicial, que
será atualizada até a data da alienação judicial. DOS LANCES – Os lances poderão ser ofertados pela
Internet, através do Portal www.megaleiloes.com.br. DOS DÉBITOS – Eventuais ônus sobre o imóvel
correrão por conta do arrematante, exceto eventuais débitos de ITR e demais taxas e impostos que
serão sub-rogados no valor da arrematação nos termos do Art. 130, “caput” e parágrafo único, do CTN,
bem como os débitos de condomínio (propter rem) que também serão sub-rogados no preço da arre-
matação, conforme Artigo nº 908, § 1°, CPC. DO PAGAMENTO - O arrematante deverá efetuar o paga-
mento do preço do bem arrematado, no prazo de até 24h (vinte e quatro horas) após o encerramento
do leilão através de guia de depósito judicial em favor do Juízo responsável, sob pena de se desfazer a
arrematação. DA PROPOSTA - Os interessados na aquisição do bem de forma parcelada, deverão apre-
sentar proposta enviando de forma detalhada sua intenção no e-mail proposta@megaleiloes.com.br
(Art. 895, I e II, CPC). As referidas propostas serão apresentadas ao M.M Juízo respectivo, caso o leilão
se encerre negativo. No entanto caso o leilão se encerre positivo, as propostas apresentadas serão
desconsideradas, vez que o pagamento à vista prevalece sob o pagamento parcelado. Em resumo o
interessado em adquirir o bem realizando o pagamento à vista, deve confirmar o lance em leilão, já
aquele que tem a intenção de realizar o pagamento de forma parcelada, deve enviar sua proposta por
e-mail, ficando ciente das referidas condições do Artigo 895§ 7º, CPC. Por fim, a apresentação de pro-
posta não suspende o leilão (Art. 895, § 6º, CPC), devendo ser analisada pelo M.M Juízo respectivo que
decidirá pela opção mais vantajosa para a resolução da lide. PENALIDADES PELO DESCUMPRIMENTO
DAS PROPOSTAS - Em caso de atraso no pagamento de qualquer das prestações, incidirá multa de dez
porr cento sobre a soma da parcela inadimpllida com as parcelas vincendas; O inadimplemento autoriza
o exequente a pedir a resolução da arre o ou pro e fac rrematante, a execuçãão do
val e n s u ec deu a
arrr ar nte eiro, a
títuu e is (cin c bre de ão do
imó . mi nã e ao ar-
remmatante em nenhuma hip lvo se e i ão judicial ou por
razzões alheias à vontade do arrematante e, deeduuzidaas as deespessass inncorridaas. DO PAGAMENTO DA
COMISSÃO - O pagamento da comissão do Leiloeiro deverá ser realizado em até 24h (vinte e quatro
horas) a contar do encerramento do leilão, através de guia de depósito que será enviada por e-mail.
Todas as regras e condições do Leilão estão disponíveis no Portal www.megaleiloes.com.br, no
Código de Processo Civil e Resolução nº 236 do CNJ. Por qualquer motivo caso a intimação pessoal do
executado não se realizar por meio de seus advogados ou pelo endereço constante dos autos, será in-
timado através do próprio edital de leilão nos termos do art. 889, I, do CPC. RELAÇÃO DO BEM: MATRÍ-
CULA Nº 44.173 DO 2º CARTÓRIO DE REGISTRO DE IMÓVEIS DA COMARCA DE MOGI DAS CRUZES/
SP - IMÓVEL: Uma gleba de terras, contendo nessa área três casas para empregados, dois fornos de
olaria e uma jazida da mica, com a área total de 348.451,00 m2, situada com frente para a Estrada
Municipal, que sai do Km 9,5 da Estrada de Rodagem Mogi-Casa Grande e sai no Km 11,5 da Estrada
de Rodagem Mogi-Capela do Ribeirão, Bairros do Cocuera e Caputera, neste Município e Comarca, com
as seguintes divisas: começa numa touça de bambus, a margem da Estrada acima referida e segue
acompanhando a mesma numa extensão de 145,40 m; daí deflete à direita e segue com rumo 60º00’NW,
numa extensão de 211,40m e confrontando com propriedade de Antônio Celso Lerário Iervolino; daí
deflete à esquerda e segue com rumo SW 38º00’, numa extensão de 284,80 m até atingir a divisa com
terras do Prof. Sadajiro Abe; daí deflete à direita e segue confrontando com o Prof. Sadajiro Abe; numa
extensão de 114,00 m até uma cova; daí deflete à direita e segue na distância de 1.005,00 m confron-
tando com a família Cardoso de Siqueira ou sucessores até uma cova no espigão; daí deflete à direita e
segue na distância de 345,70 m confrontando com Kento Kurubayashi até uma árvore de Passuaré; daí
desde por espigão na distância de 223,15 m confrontando com Inocencio da Cruz ou sucessores, até
uma cova; daí desde na distância de 66,00m até uma touça de bambus, ponto inicial da presente des-
crição. Consta no laudo de avaliação às fls. 182 que o imóvel está ocupado pelo Sr. Wanderley dos Reis
Cândido e sua família. E às fls. 183 que existe no terreno uma casa padrão proletário, térrea, com área
de 62,30m2, com três dormitórios, uma sala, uma cozinha e dois banheiros. Consta nas Av. 1 e 2
desta matrícula que foram instituídas em favor de Furnas Centrais Elétricas S/A, as servidões de pas-
sagem com áreas de 1,1000ha e 1,0913ha. Consta na Av. 5 desta matrícula a penhora exequenda do
imóvel objeto desta matrícula, sendo nomeada depositária a executada. INCRA nº 638.234.038.130-2.
Valor da Avaliação do Imóvel: R$ 5.624.000,00 (cinco milhões, seiscentos e vinte e quatro mil re-
ais) para Setembro de 2019, que será atualizado até a data da alienação conforme tabela de atua-
lização monetária do TJ/SP. Débito desta ação às fls.409 no valor de R$ 200.226,04 (novembro/2022).
São Paulo, 27 de outubro de 2023.
Eu, _____________________, diretora/diretor, conferi.
Dr. Regis de Castilho Barbosa Filho
Juiz de Direito
OPEA SECURITIZADORA S.A. - CNPJ nº 02.773.542/0001-22
EDITAL DE CONVOCAÇÃO - ASSEMBLEIA ESPECIAL DE TITULARES DOS CERTIFICADOS DE RECEBÍVEIS
IMOBILIÁRIOS DA 422ª SÉRIE DA 1ª EMISSÃO (IF 21L0666509) DA OPEA SECURITIZADORA S.A.
Ficam convocados os Srs. titulares dos Certificados de Recebíveis Imobiliários da 422ª Série da 1ª Emissão da Opea Se-
curitizadora S.A., inscrita no CNPJ sob o nº 02.773.542/0001-22 (“Titulares dos CRI”, “CRI” e “Emissora”, respectiva-
mente), nos termos do Termo de Securitização de Créditos Imobiliários dos Certificados de Recebíveis Imobiliários da
422ª Série da 1ª Emissão da Opea Securitizadora S.A, celebrado em 09 de dezembro de 2021, conforme aditado (“Ter-
mo de Securitização”), a reunirem-se em Assembleia Especial de Titulares dos CRI (“Assembleia”), a realizar-se no dia
28 de novembro de 2023, às 10:00 horas, de forma exclusivamente digital, por meio da plataforma Microsoft Teams,
sendo o acesso disponibilizado pela Emissora individualmente para os Titulares dos CRI devidamente habilitados, nos
termos deste Edital de Convocação, conforme a Resolução da Comissão de Valores Mobiliários (“CVM”) nº 60, de 23
de dezembro de 2021 (“Resolução CVM 60”), a fim de deliberar sobre as seguintes matérias da Ordem do Dia: (i) A não
declaração do vencimento antecipado dos Créditos Imobiliários e, consequentemente, do resgate dos CRI, nos termos
da Cláusula 6.2, item (i) do Termo de Securitização, em razão da verificação do Evento de Aceleração de Pagamento Não
Automático, previsto na Cláusula 3.2, item (i), dos Contratos de Alienação Fiduciária de Imóveis, caracterizado pelo des-
cumprimento da obrigação não pecuniária de envio, pela Fiduciante à Emissora, dos Laudos de Avaliação, para verifica-
ção do LTV; (ii) Caso aprovado o item (i) da Ordem do Dia, com a consequente não declaração do vencimento anteci-
pado dos Créditos Imobiliários e do não resgaste dos CRI, a concessão de prazo adicional até 10 (dez) dias, contados da
aprovação da referida matéria, se aplicável, para envio, pela Fiduciante à Emissora dos Laudos de Avaliação, encerran-
do-se, portanto, em 08 de dezembro de 2023. As matérias acima indicadas deverão ser consideradas pelos Titulares dos
CRI de forma independente no âmbito da Assembleia, de modo que a não deliberação ou a não aprovação a respeito
de qualquer uma delas, não implicará automaticamente a não deliberação ou não aprovação de qualquer das demais
matérias constantes da ordem do dia. A Assembleia será realizada de forma exclusivamente digital, por meio da plata-
forma Microsoft Teams e seu conteúdo será gravado pela Emissora. O acesso à plataforma será disponibilizado pela
Emissora individualmente para os Titulares dos CRI que enviarem à Emissora e ao Agente Fiduciário, por correio eletrô-
nico para ri@opeacapital.com, agentefiduciario@vortx.com.br e nxa@vortx.com.br, identificando no título do e-mail a
operação (CRI 422ª Série da 1ª Emissão - IF 21L0666509), a confirmação de sua participação na Assembleia, acompa-
nhada dos Documentos de Representação (conforme abaixo definidos) impreterivelmente em até 2 (dois) dias antes da
realização da Assembleia. Para os fins da Assembleia, considera-se “Documentos de Representação”: a) participan-
te pessoa física: cópia digitalizada de documento de identidade do Titular dos CRI; caso representado por procura-
dor, também deverá ser enviada cópia digitalizada da respectiva procuração com firma reconhecida ou assinatura ele-
trônica com certificado digital, com poderes específicos para sua representação na Assembleia e outorgada há menos
de 1 (um) ano, acompanhada do documento de identidade do procurador; e b) demais participantes: cópia digitali-
zada do estatuto/contrato social (ou documento equivalente), acompanhado de documento societário que comprove a
representação legal do Titular dos CRI (i.e. ata de eleição da diretoria) e cópia digitalizada de documento de identidade
do representante legal; caso representado por procurador, também deverá ser enviada cópia digitalizada da respectiva
procuração com firma reconhecida ou assinatura eletrônica com certificado digital, com poderes específicos para sua re-
presentação na Assembleia e outorgada há menos de 1 (um) ano, acompanhada do documento de identidade do pro-
curador. Para o caso de envio de procuração acompanhada de manifestação de voto, será de responsabilidade exclusi-
va do outorgado a manifestação de voto de acordo com as instruções do outorgante. Não havendo margem para a Emis-
sora ou o Agente Fiduciário interpretar o sentido do voto em caso de divergência entre a redação da ordem do dia do
edital e da manifestação de voto. Os Titulares dos CRI poderão optar por exercer seu direito de voto, sem a necessidade
de ingressar na videoconferência, enviando à Emissora e ao Agente Fiduciário a correspondente manifestação de voto
à distância, nos correios eletrônicos ri@opeacapital.com, agentefiduciario@vortx.com.br e nxa@vortx.com.br, respecti-
vamente, conforme modelo de Manifestação de Voto à Distância anexo à Proposta da Administração, disponibilizada
pela Emissora na mesma data de divulgação deste Edital de Convocação em seu website (www.opeacapital.com) e no
website da CVM. A manifestação de voto deverá estar devidamente preenchida e assinada pelo Titular dos CRI ou por
seu procurador, conforme aplicável e acompanhada dos Documentos de Representação, bem como de declaração a res-
peito da existência ou não de conflito de interesse entre o Titular dos CRI com as matérias das Ordens do Dia, demais
partes da operação e entre partes relacionadas, conforme definição prevista na legislação pertinente, em especial a Re-
solução CVM 94/2022 - Pronunciamento Técnico CPC 05. A ausência da declaração inviabilizará o respectivo cômputo
do voto. Os votos recebidos até o início da Assembleia por meio da Manifestação de Voto à Distância serão computa-
dos como presença para fins de apuração de quórum e as deliberações serão tomadas pelos votos dos presentes na pla-
taforma digital, observados os quóruns previstos no Termo de Securitização. Contudo, em caso de envio da manifesta-
ção de voto de forma prévia pelo Titular dos CRI ou por seu procurador com a posterior participação na Assembleia via
acesso à plataforma, o Titular dos CRI, caso queira, poderá votar na Assembleia, caso em que o voto anteriormente en-
viado deverá ser desconsiderado. Os termos ora utilizados iniciados em letras maiúsculas que não estiverem aqui defi-
nidos têm o significado que lhes foi atribuído nos Documentos da Operação. São Paulo, 07 de novembro de 2023.
Opea Securitizadora S.A. - Nome: Flávia Palacios Mendonça Bailune - Cargo: Diretora de Relações com Investidores
CCR S.A.
CNPJ/MF Nº. 02.846.056/0001-97 - NIRE Nº. 35.300.158.334 - COMPANHIA ABERTA
ATA DE REUNIÃO DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO REALIZADA EM 25 DE OUTUBRO DE 2023
1. DATA, HORA E LOCAL: Em 25 de outubro de 2023, às 10h00, na sede social da Companhia, localiza-
da na Avenida Chedid Jafet, nº. 222, Bloco B, 4º Andar, bairro Vila Olímpia, CEP 04.551-065, São Paulo/SP.
2. PRESENÇA: Presente a totalidade dos membros do Conselho de Administração da Companhia, junta-
mente com os demais membros da Diretoria Executiva da Companhia presentes à reunião. 3. MESA: Pre-
sidente: Ana Maria Marcondes Penido Sant’Anna e Secretário: Pedro Paulo Archer Sutter. 4. ORDEM DO
DIA: Deliberar sobre: (i) a aprovação da POL 017 – Política do Sistema de Gestão de Compliance da Com-
panhia (“POL 017”); e (ii) a celebração, por suas controladas indiretas Concessionária do Bloco Central
S.A (“Bloco Central”) e Concessionária do Bloco Sul S.A (“Bloco Sul”), do 1º aditivo ao Contrato de Cons-
trução sob a Modalidade Administração com PMG, firmado com a HTB Engenharia e Construção S.A.
(“HTB”). 5. DELIBERAÇÕES: Os Senhores Conselheiros, examinadas as matérias constantes da ordem
do dia, após debates e discussões, conforme previsto no artigo 17 do Estatuto Social da Companhia e res-
pectivos incisos, deliberaram: (i) aprovar, por unanimidade de votos dos membros presentes, a POL 017,
conforme minuta, termos e condições apresentados nesta reunião; (ii) aprovar, por unanimidade de vo-
tos dos membros presentes, a celebração, por suas controladas indiretas Bloco Central e Bloco Sul, do 1º
aditivo ao Contrato de Construção sob a Modalidade Administração com PMG, firmado com a HTB, con-
forme termos e condições apresentados nesta reunião. Os membros do Conselho de Administração da
Companhia autorizam a Diretoria Executiva da Companhia a praticar todos os atos necessários para a
efetivação das deliberações acima, bem como a adoção, junto aos órgãos governamentais e entidades
privadas, das providências que se fizerem necessárias à efetivação das medidas aprovadas nesta reunião.
6. ENCERRAMENTO: Nada mais havendo a tratar, foi encerrada a reunião, da qual foi lavrada a presen-
te ata, que, após lida e aprovada, é assinada por todos os presentes, sendo que a certidão desta ata será
assinada digitalmente, de acordo com previsto no parágrafo 1º do artigo 10 da MP 2.200-2/2001 e na alí-
nea “c”, do §1º do artigo 5º, da Lei nº 14.063/2020, e levada a registro perante a Junta Comercial com-
petente. São Paulo/SP, 25 de outubro de 2023. Assinaturas: Ana Maria Marcondes Penido Sant’Anna,
Presidente da Mesa e Pedro Paulo Archer Sutter, Secretário. Conselheiros: (1) Ana Maria Marcondes Pe-
nido Sant’Anna; (2) Adalberto de Moraes Schettert; (3) Claudio Borin Guedes Palaia; (4) Eduardo Bunker
Gentil; (5) Eliane Aleixo Lustosa de Andrade; (6) João Henrique Batista de Souza Schmidt; (7) José Gui-
marães Monforte; (8) Luiz Carlos Cavalcanti Dutra Junior; (9) Mateus Gomes Ferreira; (10) Roberto Egy-
dio Setubal; e (11) Vicente Furletti Assis. Certifico que a presente é cópia fiel do original lavrado em Livro
próprio. Ana Maria Marcondes Penido Sant’Anna - Presidente da Mesa - Assinado com Certificado Digital
ICP Brasil, Pedro Paulo Archer Sutter - Secretário - Assinado com Certificado Digital ICP Brasil. JUCESP nº
425.712/23-0 em 06.11.2023. Maria Cristina Frei - Secretária Geral.
CCR S.A.
CNPJ/MF Nº. 02.846.056/0001-97 - NIRE Nº. 35.300.158.334 - COMPANHIA ABERTA
ATA DE REUNIÃO DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO REALIZADA EM 25 DE OUTUBRO DE 2023
1. DATA, HORA E LOCAL: Em 25 de outubro de 2023, às 11h30, na sede social da Companhia, localizada na Aveni-
da Chedid Jafet, nº. 222, Bloco B, 4º Andar, bairro Vila Olímpia, CEP 04.551-065, São Paulo/SP. 2. PRESENÇA: Presen-
te a totalidade dos membros do Conselho de Administração da Companhia, juntamente com os demais membros da
Diretoria Executiva da Companhia presentes à reunião. 3. MESA: Presidente: Ana Maria Marcondes Penido Sant’Anna.
Secretário: Pedro Paulo Archer Sutter. 4. ORDEM DO DIA: Deliberar sobre a distribuição de dividendos intermediários
do exercício de 2023. 5. DELIBERAÇÕES: Os Senhores Conselheiros, examinada a matéria constante da ordem do dia,
após debates e discussões, por unanimidade de votos e sem quaisquer restrições, conforme atribuição prevista no ar-
tigo 30 do Estatuto Social da Companhia e recomendação do Comitê de Estratégia, deliberaram aprovar a distribuição
de dividendos intermediários de 2023 no valor total de R$ 316.198.578,18 (trezentos e dezesseis milhões, cento e no-
venta e oito mil, quinhentos e setenta e oito reais e dezoito centavos), correspondentes a R$ 0,15677311202 por ação
ordinária em circulação, à conta da totalidade do saldo da conta de Reserva de Lucros a Realizar conforme deliberado
na Assembleia Geral Ordinária e Extraordinária realizada em 19 de abril de 2023. Os dividendos, ora aprovados, serão
pagos com base na composição acionária de 30 de outubro de 2023, sendo que as ações da Companhia serão nego-
ciadas “ex-dividendos” a partir de 31 de outubro de 2023. O pagamento dos dividendos será realizado em 30 de no-
vembro de 2023, tudo conforme termos e condições apresentados nesta reunião. 6. ENCERRAMENTO: Nada mais ha-
vendo a tratar, foi encerrada a reunião, da qual foi lavrada a presente ata, que, após lida e aprovada, é assinada por
todos os presentes, sendo que a certidão desta ata será assinada digitalmente, de acordo com previsto no parágrafo
1º do artigo 10 da MP 2.200-2/2001 e na alínea “c”, do §1º do artigo 5º, da Lei nº 14.063/2020, e levada a registro pe-
rante a Junta Comercial competente. São Paulo/SP, 25 de outubro de 2023. Assinaturas: Ana Maria Marcondes Peni-
do Sant’Anna, Presidente da Mesa e Pedro Paulo Archer Sutter, Secretário. Conselheiros: (1) Ana Maria Marcondes
Penido Sant’Anna; (2) Adalberto de Moraes Schettert; (3) Claudio Borin Guedes Palaia; (4) Eduardo Bunker Gentil; (5)
Eliane Aleixo Lustosa de Andrade; (6) João Henrique Batista de Souza Schmidt; (7) José Guimarães Monforte; (8) Luiz
Carlos Cavalcanti Dutra Junior; (9) Mateus Gomes Ferreira; (10) Roberto Egydio Setubal; e (11) Vicente Furletti Assis.
Certifico que a presente é cópia fiel do original lavrado em Livro próprio. Ana Maria Marcondes Penido Sant’Anna -
Presidente da Mesa - Assinado com Certificado Digital ICP Brasil, Pedro Paulo Archer Sutter - Secretário - Assinado
com Certificado Digital ICP Brasil. JUCESP nº 425.414/23-1 em 06.11.2023. Maria Cristina Frei - Secretária Geral.
 São Paulo | Quinta-feira, 9 de novembro de 2023 | Valor | E3

SÃO
PAULO
GOVERNO
DO ESTADO

COMUNICADO
DESPACHO DO SENHOR COORDENADOR DE SAÚDE - COORDENADORIA DE
ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA EM 07/11/2023
PROCESSO: SEI 024.00114138/2023-11
INTERESSADO: COORDENADORIA DE ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA.
ASSUNTO: AQUISIÇÃO DE MEDICAMENTOS - PROGRAMA DO COMPONENTE
ESPECIALIZADO.
PREGÃO ELETRÔNICO: 145/2023
Trata-se de procedimento licitatório a ser realizado na modalidade Pregão, na forma
Eletrônica, destinado a PREGÃO ELETRÔNICO, objetivando a AQUISIÇÃO DE
MEDICAMENTOS para o atendimento do programa do componente especializado.
Conforme proposto na informação, às fls. retro, AUTORIZO a reapresentação do edital,
sob a oferta de compras nº 090201000012023OC00180, com reabertura do prazo para
as 09:00 horas do dia 24/11/2023 e início de recebimento de propostas para o dia
10/11/2023, permanecendo inalterada as demais condições do edital.

PR IA
O
•B IM
R
AS EX
IL I A T•
• FI A N

Companhia de Processamento de Dados

do Estado de São Paulo - PRODESP
CNPJ 62.577.929/0001-35
ERRATA
Na publicação veiculada em 08/11/2023, referente ao AVISO DE MODIFICAÇÃO DO
EDITAL E PRORROGAÇÃO DE DATA, do Pregão Eletrônico nº 077/2023, onde se lê:
“sessão pública prorrogada para o dia 28/11/2021”; leia-se: “sessão pública
prorrogada para o dia 28/11/2023”.

Secretaria de Gestão e
Governo Digital

LOG-IN LOGÍSTICA INTERMODAL S.A.

SÃO PDG COMPANHIA SECURITIZADORA
PAULO CNPJ/MF 09.538.973/0001-53 - NIRE 35300490231
Edital de 2ª Convocação para Assembleia Especial deTitulares dos Certificados de Recebíveis Imobiliários da 7ª Série da 3ª Emis-
GOVERNO
DO ESTADO são da PDG Companhia Securitizadora (“AGT”, “CRI”, “Emissão”, “Titulares dos CRI” e “Securitizadora” respectivamente). Pentágono S.A.
Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários (“Agente Fiduciário”), na qualidade de representante da comunhão dos Titulares de CRI
emitidas através do Termo de Securitização da Emissão (“TS”), em decorrência da decisão exarada em 18/09/ 2023, nos autos da ação
COMUNICADO nº 1114078-78.2023.8.26.0100, que tramita perante a 44ª Vara Cível do Foro Central da Comarca de São Paulo - SP (“Ação Judicial”) para
que, entre outros temas da decisão: tomasse ciência da decisão judicial determinando a suspensão dos atos de excussão das garantias
GABINETE DO COORDENADOR fiduciárias dos CRI da Emissão de forma que este, vem pelo presente, convocar os Titulares de CRI para se reunirem em AGT, a
Processo nº: SEI 024.00148246/2023-89 ser realizada, em primeira convocação, no próximo dia 20/11/2023, às 11h, de modo exclusivamente digital, por meio da plata-
Pregão Eletrônico nº: 165/2023 forma eletrônica Microsoft Teams, com link de acesso a ser encaminhado pelo Agente Fiduciário aos Titulares de CRI habilitados, nos
Oferta de Compra: 090201000012023OC00179 termos da Lei nº 6.404, de 15/12/1976 (“Lei das S.A.”), e da Resolução da Comissão de Valores Mobiliários (“CVM”) nº 60, de 23/12/2021
Interessado: Coordenadoria de Assistência Farmacêutica. (“Resolução 60 CVM”), para examinar e deliberar as seguintes matérias da Ordem do Dia: 1) Ratificação de todos os atos judiciais
e/ou extrajudiciais necessários tomados pelo Agente Fiduciário em defesa dos interesses da comunhão dos Titulares de CRI, em razão
Assunto: AQUISIÇÃO DE MEDICAMENTOS PARA O ATENDIMENTO DO PROGRAMA da Ação Judicial até a data da AGT; 2) Aprovação da contratação de assessor legal, para atuar na defesa judicial e/ou extrajudicial dos
DO COMPONENTE BÁSICO PARA O ATENDIMENTO DO PROGRAMA DOSE CERTA. interesses dos Titulares de CRI da Emissão (“Assessor Legal Integral”), conforme cotações de escopo integral a serem apresentadas pelo
Acha-se aberta na Secretaria de Estado da Saúde, a licitação na modalidade Pregão Agente Fiduciário e disponibilizadas através do e-mail contencioso@pentagonotrustee.com.br, com até 07 (sete) dias de antecedências
Eletrônico nº 165/2023, referente ao processo SEI 024.00148246/2023-89, objetivando a da deliberação em AGT; e 3) Aprovação para que o Agente Fiduciário tome todas as medidas necessárias indicadas pelo Assessor Legal,
sem necessidade de prévia deliberação, desde que não importem em possível sucumbência, ou renúncia de direitos dos Titulares de CRI.
AQUISIÇÃO DE MEDICAMENTOS PARA O ATENDIMENTO DO PROGRAMA DO Informações Gerais: Informações adicionais sobre a AGT e as matérias constantes da Ordem do Dia podem ser obtidas junto ao Agente
COMPONENTE BÁSICO PARA O ATENDIMENTO DO PROGRAMA DOSE CERTA. Fiduciário (por meio do endereço eletrônico contencioso@pentagonotrustee.com.br). A AGT será realizada através do sistema eletrônico
A realização do Pregão será por intermédio do Sistema Eletrônico de Contratações Microsoft Teams, com link de acesso a ser disponibilizado pelo Agente Fiduciário, via correio eletrônico (e-mail), àqueles Titulares de CRI
denominado “Bolsa Eletrônica de Compras do Governo do Estado de São Paulo”, cuja que enviarem, para o endereço eletrônico contencioso@pentagonotrustee.com.br, preferencialmente, até 2 (dois) dias antes da data de
realização da AGT, observado o disposto na Resolução 60 CVM, os seguintes documentos: (i) quando pessoa física: cópia digitalizada
abertura está marcada para o dia 24/11/2023 às 09:00 horas. de documento de identidade válido com foto do debenturista (Carteira de Identidade Registro Geral (RG), Carteira Nacional de Habilitação
Os interessados em participar do certame deverão acessar a partir de 10/11/2023 o site (CNH), passaporte, carteiras de identidade expedidas pelos conselhos profissionais e carteiras funcionais expedidas pelos órgãos da
www.bec.sp.gov.br, mediante a obtenção de senha de acesso ao sistema e credenciamento Administração Pública, desde que contenham foto de seu titular); (ii) quando pessoa jurídica: (a) último estatuto social ou contrato social
consolidado, devidamente registrado na junta comercial competente; (b) documentos societários que comprovem a representação legal
de seus representantes.
do debenturista; e (c) documento de identidade válido com foto do representante legal; (iii) quando fundo de investimento: (a) último
O Edital da presente licitação encontra-se disponível no endereço eletrônico regulamento consolidado do fundo; (b) estatuto ou contrato social do seu administrador ou gestor, conforme o caso, observada a política
www.bec.sp.gov.br ou www.bec.fazenda.sp.gov.br de voto do fundo e documentos societários que comprovem os poderes de representação em AGT; e (c) documento de identidade válido
com foto do representante legal; (iv) caso qualquer dos Titulares de CRI indicados nos itens (i) a (iii) acima venha a ser representado
por procurador, além dos respectivos documentos indicados acima, deverá encaminhar procuração com poderes específicos para sua
representação na AGT. Ressalta-se que os Titulares de CRI poderão participar da AGT ainda que não realizem o depósito prévio referido
acima, bastando a apresentação de tais documentos, por meio dos e-mails informados acima, até o horário de abertura da AGT. O Agente
Fiduciário não se responsabilizará por eventuais falhas de conexão ou problemas operacionais de acesso ou equipamentos dos Titulares
de CRI. Rio de Janeiro, 09 de novembro de 2023. Pentágono S.A. Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários.
Companhia Aberta - CNPJ/ME nº 42.278.291/0001-24 - NIRE 3.330.026.074-9
Edital de Convocação - Assembleia Geral Extraordinária
Nos termos do artigo 124 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 (“Lei das S.A.”) e dos artigos 4º a
6º da Resolução CVM nº 81/22, convocamos os senhores acionistas da Log-In - Logística Intermodal S.A.
(“Log-In” ou “Companhia”) a se reunirem em Assembleia Geral Extraordinária (“Assembleia” ou “AGE”), a
ser realizada no dia 30 de novembro de 2023, às 14:00 horas, de forma exclusivamente digital, por meio
da plataforma “Zoom”, a fim de deliberar sobre a seguinte ordem do dia: (i) alterar o número de membros
do Conselho de Administração da Companhia para o mandato em curso, que se estenderá até a
Assembleia Geral Ordinária que deliberar sobre as demonstrações financeiras do exercício social
encerrado em 31 de dezembro de 2024, de 6 (seis) para 7 (sete) membros; (ii) eleger um novo membro
para o Conselho de Administração, para ocupar a vaga criada em virtude da eventual aprovação da
deliberação referida no item “i” acima; e (iii) alterar a redação do artigo 18 do Estatuto Social da
Companhia com a finalidade de reformular a estrutura da Diretoria Executiva, que deverá passar a ser
composta por até 11 (onze) membros, dentre os quais um será designado Presidente e dois serão
designados Vice-Presidentes, ficando os demais 8 (oito) cargos de Diretores Executivos, sem designação
específica. Instruções gerais: O Manual de Participação na AGE contendo a Proposta da Administração
para a Assembleia, orientações para participação na Assembleia e todos os demais documentos
pertinentes às matérias da ordem do dia da Assembleia encontra-se disponível para consulta na sede da
Log-In, nos sites da Comissão deValores Mobiliários - CVM (www.gov.br/cvm) e da B3 S.A.- Brasil, Bolsa, Balcão
(www.b3.com.br) e no site de relações com investidores da Companhia (https://ri.loginlogistica.com.br/).
A Companhia esclarece que os dados para participar da AGE por meio da plataforma “Zoom” serão
encaminhados aos acionistas que manifestarem a sua intenção de fazê-lo por e-mail enviado ao
endereço ri@loginlogistica.com.br com antecedência mínima de 2 (dois) dias em relação à data de
realização da Assembleia - ou seja, até 28 de novembro de 2023 (inclusive). Para tanto, no mesmo prazo,
o acionista (ou seu representante) deverá encaminhar documentação que comprove a identidade do
acionista ou de seu representante (se for o caso) e os poderes de representação do acionista na
Assembleia (se for o caso). Além disso, até às 10 horas do dia 30 de novembro de 2023 o acionista
(ou seu representante) deverá encaminhar comprovante de titularidade das ações de emissão da
Companhia emitido pela entidade competente com, no máximo, 3 (três) dias de antecedência em relação
à data da AGE - ou seja, não anterior a de 27 de novembro de 2023 (inclusive). Eleição de membro para
o Conselho de Administração: Esclarecemos que a eleição do novo membro do Conselho de
Administração da Companhia ocorrerá pelo sistema majoritário.
Rio de Janeiro, 9 de novembro de 2023
Julian Roger Crispin Thomas
Presidente do Conselho de Administração
E4 | Valor | São Paulo | Quinta-feira, 9 de novembro de 2023

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