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GUIA DEFINITIVO

DO BLOCO K
Daniele Pires Falcão
DANIELE PIRES FALCÃO

GUIA DEFINITIVO
DO BLOCO K
1° edição

Curitiba, 2022
Direção editorial: Elisabete Ranciaro
Coordenação editorial: Andressa Werle
Preparação: Cindy Luiz
Revisão: Cindy Luiz
Diagramação: Bruno Fortunato
Capa: Bruno Fortunato

Comissão técnica:
Mariana Carneiro Borges (Coordenadora SP II)
Monique de Almeida Santos (Analista Técnica Fiscal)
Elisabete Ranciaro (Diretora Fiscal)

Ficha catalográfica

Falcão, Daniele Pires

F178 Guia definitivo do Bloco K/ Daniele Pires Falcão. 1. ed.

Curitiba: ECONET, 2022.

21 p.

1. Bloco K. 2. Sped. 3. Icms. 4. Ipi. 5. Auditoria fiscal. I.

T.

CDD: 657.45

Ficha Catalográfica Elaborada por Maria Luzia Fernandes Bertholino dos Santos – CRB9/986

Econet Editora
Todos os direitos estão reservados à Econet Editora
Empresarial Ltda
R. Gago Coutinho, 553 - Bacacheri
Curitiba - PR, 82510-230
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http://www.econeteditora.com.br/
DANIELE PIRES FALCÃO

GUIA DEFINITIVO
DO BLOCO K
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 5
O que é o Bloco K? 6
Legislação aplicada 6
Diferença entre o Bloco K e o Bloco H 7
Quem está obrigado a entregar o Bloco K? 8
Empresas fabricantes de produtos NT (não tributados) 10
Mas o que é considerado estabelecimento industrial? 10
Prazo e forma de entrega do Bloco 12
Restrita 13
Completa 13
Entrega sem movimento 13
Principais registros do Bloco K 14
Registro K200 14
Registro K220 15
Registro K280 18
Simples Nacional 18
Dispensa do Livro físico no estabelecimento 18
Penalidades pela falta de entrega ou entrega em atraso 19
Mudanças para 2022 19
Registro 0210 19
O Bloco K será extinto? 20
Mudanças para 2023 20
Entrega Simplificada 21
Como será realizada a entrega? 21
Quais estabelecimentos podem realizar a entrega
simplificada? 21
Quem já realizou a entrega completa poderá realizar a
entrega simplificada? 22
INTRODUÇÃO

O Bloco K é um mecanismo de suma importância tanto para a fis-


calização do fisco estadual e federal quanto para a organização.

E por qual motivo é importante para a organização?

O controle correto de estoque permite à organização o cálculo do


giro das mercadorias/insumos e aperfeiçoar o processo interno
em vários setores. Com isso, aumenta-se a confiabilidade e até
mesmo o lucro do estabelecimento.

Vamos, agora, entender como funciona esse registro?

*Este material apresenta atualizações com a norma e legislação


vigente em 11/07/2022, podendo estar sujeito a mudanças em de-
corrência de alterações legais.

5
O QUE É O BLOCO K?

O Bloco K é a versão digital do Livro de Controle da Produção e do


Estoque e se destina a prestar informações mensais da produção
e do respectivo consumo de insumos, bem como o estoque escri-
turado relativo aos estabelecimentos industriais ou a eles equipa-
rados pela legislação federal e pelos atacadistas.

LEGISLAÇÃO APLICADA
Em termos de legislação, indica-se o Convênio s/nº de 1970 que
instituiu o Livro do Controle da Produção e do Estoque, o § 7º da
cláusula terceira do Ajuste SINIEF nº 02/2009, o Regulamento do
ICMS, o Regulamento do IPI e as Instruções Normativas RFB nº
1.652/2016 e 1.672/2016.

6
DIFERENÇA ENTRE O BLOCO K E O BLOCO H

É muito comum surgirem dúvidas entre o Bloco K e o Bloco H.


Afinal, qual é a principal diferença entre os dois blocos?

De forma resumida, apresentam-se as seguintes diferenças:

Bloco K

É um bloco que informa mensalmente a quantidade do esto-


que final escriturado do período de apuração. Sendo infor-
mado apenas de forma QUANTITATIVA, sem qualquer infor-
mação de valor.

Bloco H

É um bloco que visa informar o inventário físico do estabele-


cimento, podendo ser declarado de forma mensal, trimes-
tral ou anual, de acordo com as mercadorias existentes no
estoque. Nesse livro, são informados os VALORES MONETÁ-
RIOS, como valor unitário e valor total.

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QUEM ESTÁ OBRIGADO A ENTREGAR
O BLOCO K?
Existe uma relação dos estabelecimentos obrigados a realizar a
entrega.

Essa indicação pode ser verificada no §7º da cláusula terceira do


Ajuste SINIEF nº 02/2009.

Quadro 1 — Cronograma de entrega do Bloco K

Escrituração simplificada (Registros K200 e K280)

Inicio CNAE Atividades Faturamento

01.12.2016 Divisões 11 e 122 Indústrias de bebidas e indústrias do fumo


Igual ou superior a
01.01.2017 Divisões 10 a 32 Indústrias de transformação em geral
R$ 300 milhões
Igual ou superior a
01.01.2018 Divisões 10 a 32 Indústrias de transformação em geral
R$ 78 milhões

Divisões 10 a 32 Indústrias de transformação em geral

01.01.2019 Grupos 462 a 469 Atacadistas

Equiparados a industriais

Escrituração completa

Inicio CNAE Atividades Faturamento

Divisão 11 Indústrias de bebidas Superior a


01.01.2019
Divisão 12 Indústrias de fumo R$ 4,8 milhões
Indústrias de automóveis,
Grupo 291
caminhões e utilitários
Igual ou superior a
01.01.2019 Grupo 292 Indústrias de caminhões e ônibus
R$ 300 milhões

Grupo 293 Indústrias de cabines, carrocerias e reboques


Indústrias de máquinas, aparelhos
Divisão 27
e materiais elétricos
Indústrias de outros equipamentos de Igual ou superior a
01.01.2020
transporte, exceto veículos R$ 300 milhões
Divisão 30
(ex.: embarcações, aviões)

Continua

8
Inicio CNAE Atividades Faturamento

Indústrias de produtos de minerais


Divisão 23 não metálicos

Indústrias de peças e acessórios Igual ou superior a


01.01.2023 Grupo 294
automotivos R$ 300 milhões

Indústrias de recuperação de motores


Grupo 295
para veículos

Divisão 13 Indústrias de produtos têxteis

Indústrias de artigos do vestuário


Divisão 14
e acessórios
Indústrias de couros, artefatos de couro,
Divisão 15
artigos para viagem e calçados

Divisão 16 Indústrias de produtos de madeira

Indústrias de celulose, papel e


Divisão 17
produtos de papel

Divisão 18 Indústrias de impressão

Indústrias de produtos de borracha


Divisão 22 Igual ou superior a
e de material plástico
Indústrias de equipamentos de informática, R$ 300 milhões
Divisão 26
produtos eletrônicos e ópticos
01.01.2024
Divisão 28 Indústrias de máquinas e equipamentos

Divisão 31 Indústrias de móveis

Divisão 32 Indústrias de produtos diversos (artigos


de joalheria, bijuteria e semelhantes;
instrumentos musicais; artefatos para
pesca e esporte; brinquedos e jogos
recreativos; instrumentos e materiais para
uso médico e odontológico e de artigos
ópticos; outros produtos diversos)

Divisão 10 Indústrias de produtos alimentícios

Indústrias de coque, de produtos derivados


Divisão 19
do petróleo e de biocombustíveis

Divisão 20 Indústrias de produtos químicos


Igual ou superior a R$
01.01.2025 Indústrias de produtos farmoquímicos
Divisão 21 300 milhões
e farmacêuticos

Divisão 24 Indústrias de metalurgia

Indústrias de produtos de metal, exceto


Divisão 25
máquinas e equipamentos

Fonte: Econet Editora


9
A obrigatoriedade de entrega do Bloco K ocorre independente-
mente do CNAE do estabelecimento, seja ele primário ou secun-
dário.

Na hipótese em que o contribuinte possua o CNAE que se enqua-


dre na obrigatoriedade do Bloco K, deve-se prestar informações
no referido bloco (mesmo que não exerça a atividade), tendo em
vista que não há qualquer dispensa para entrega.

EMPRESAS FABRICANTES DE PRODUTOS


NT (NÃO TRIBUTADOS)

Conforme observado anteriormente, via de regra, os estabeleci-


mentos industriais são obrigados à Escrituração Fiscal Digital
(EFD) do Registro de Controle da Produção e do Estoque (RCPE)

MAS O QUE É CONSIDERADO


ESTABELECIMENTO INDUSTRIAL?

Tem-se por estabelecimentos industriais aqueles que possuem


qualquer dos processos que caracterizam uma industrialização,
segundo a legislação de IPI e de ICMS, e cujos produtos resultan-
tes sejam tributados pelo ICMS ou IPI, mesmo que de alíquota
zero ou isentos, conforme dispõe o artigo 8º do RIPI.

Entretanto, antes de definir se o estabelecimento está dispensado


da entrega do Bloco K, deverá ser verificado se o produto em ques-
tão não possui incidência do ICMS.

10
Para exemplificar, pode-se considerar a seguinte situação:

1 A mineração é uma atividade extrativa e não se considera


industrialização, portanto o estabelecimento minerador não está
obrigado ao Bloco K, seja pela legislação do ICMS, seja pela legisla-
ção do IPI.

Assim, não há obrigatoriedade de entrega do Bloco K em âmbito


federal e nem em âmbito estadual.

2 Já, por exemplo, na atividade de refino de petróleo, são obtidos


produtos imunes ao IPI, mas que são tributados pelo ICMS, logo
estes contribuintes estariam obrigados à entrega do Bloco K, pela
SEFAZ do domicílio do contribuinte.

Assim, se não houver dispensa do estado onde o contribuinte está


localizado, em âmbito estadual, haverá a obrigatoriedade de en-
trega do referido Bloco em virtude do Convênio s/nº de 1970.

11
Exemplo:

petróleo é:

não sim

Entrega Não entrega


pelo ICMS

PRAZO E FORMA DE ENTREGA DO BLOCO


Muito se questiona se existe algum prazo nacional para a entrega
do Bloco K, bem como se a entrega de fato tem que ocorrer de
forma mensal.

A entrega do Bloco K deverá ser realizada mensalmente, e como o


Bloco K é entregue dentro da EFD-ICMS/IPI, a data de entrega de-
penderá do estado onde o estabelecimento está localizado.

Além do prazo de entrega, é importante citar que o contribuinte


deverá analisar se fará a sua entrega de forma restrita ou comple-
ta.

Pois bem, mas qual seria a diferença entre a entrega restrita e a


completa?

12
RESTRITA
A entrega RESTRITA representa a informação do saldo final relati-
vo à produção e aos estoques apurados no último dia informado
no K100 (período de apuração) apenas por meio da apresentação
do Registro K200 (estoque escriturado), sem precisar detalhar
cada uma das movimentações ocorridas no estabelecimento.

COMPLETA
Já a entrega COMPLETA, na prática, é a escrituração e a demons-
tração a cada movimentação, ou seja, é a demonstração de cada
uma das Ordens de Produção (OP) ou das Ordens de Serviço (OS)
emitidas, em que deverão ser declaradas a fim de informar:

a) a PRODUÇÃO(K230/K250/K291/K301);
b) o CONSUMO (K235/K255/K292/K302);
c) o REPROCESSAMENTO/REPARO (K260/K265);
d) a DESMONTAGEM (K210/K215);
e) as OUTRAS MOVIMENTAÇÕES INTERNAS (K220); e
f) as CORREÇÕES DE APONTAMENTOS (K270/K275/K280).

ENTREGA SEM MOVIMENTO


Conforme visto, a entrega do Bloco K é mensal. Mas e se o estabe-
lecimento não possuir movimentação em determinado período?
Ainda assim, deve ser entregue a obrigação?

A resposta é sim! Deve ser feita a entrega do Bloco K.

Segundo o Guia Prático da EFD-ICMS/IPI, na hipótese do o estabe-


lecimento não possuir quantidade de mercadoria no estoque,
13
independentemente de ter havido movimentação, quando o es-
tabelecimento for realizar a entrega da obrigação acessória, o Re-
gistro K200 (estoque escriturado) que se refere ao saldo de esto-
que deverá ficar sem preenchimento.

E por que sem preenchimento?

Porque, na hipótese de não ser realizada a informação de quanti-


dade no registro K200 (estoque escriturado), é subentendido que
a quantidade do estoque é igual a zero.

PRINCIPAIS REGISTROS DO BLOCO K


REGISTRO K200

h)

14
Estoque final = estoque inicial + entradas / produção /
movimentação interna – saída / consumo / movimentação interna.

Para ficar mais fácil o entendimento, considera-se o seguinte ce-


nário:

Mês de apuração: 02/2022


Estoque inicial 31/01/2022: 100
Produto (caneta) adquiridos no mês de apuração: 2.000
Produto vendido no mês de apuração: 2.058
Estoque final: 42 (100 + 2.000 - 2.058)

IMPORTANTE!

Deverá existir um registro K200 (estoque escriturado) para cada


produto existente no estoque do estabelecimento. Ou seja, se o
estabelecimento possuir 10 mil produtos distintos, deverá haver 10
mil registros K200.

15
Em virtude de dúvidas geradas sobre quando poderão ocorrer as
movimentações internas, ressalta-se que, no Guia Prático da EFD,
foram incluídos os seguintes exemplos:

Exemplo 1

Reclassificação de um produto em outro código em função


do cliente a que se destina:

O contribuinte aponta a quantidade produzida de deter-


minado produto, por exemplo, código 1. Este produto,
quando destinado a determinado cliente, recebe uma
outra codificação, código 2. Neste caso, há a necessidade
de controle do estoque por cliente. Assim, o contribuinte
deverá fazer um registro K220, dando saída no estoque do
produto 1 e entrada no estoque do produto 2.

Produto Cliente Código


1 A L001

Preencher
o K220

Produto Cliente Código


1 B LA032

16
Exemplo 2

Reclassificação de um produto em função do controle de


qualidade: quando o produto não conforme não perma-
necerá com o mesmo código, por exemplo: venda como
produto com defeito ou subproduto; consumo em outra
fase de produção.

Caso o produto não conforme tiver como destino o repro-


cessamento, onde o produto reprocessado permanecerá
com o mesmo código do produto a ser reprocessado,
deverá ser escriturado no Registro K260 (Reprocessamen-
to/Reparo de Produto/Insumo).

A camiseta gera um
produto, e seus retalhos
podem gerar um
subproduto

Código
Código
produto
subproduto
acabado

ATENÇÃO!

Os estabelecimentos que realizam a entrega restrita devem informar


apenas os registros K200 (estoque escriturado) e K280 (correção de
apontamento – estoque escriturado). No entanto, caso realizem
movimentação interna, deverão demonstrar tais movimentações no
registro K220 (Outras Movimentações Internas entre Mercadorias).
17
REGISTRO K280

O registro K280 é utilizado para escriturar correção de aponta-


mento de estoque escriturado de período de apuração anterior,
escriturado no Registro K200 (estoque escriturado).

Essa correção de apontamento tem que ocorrer, obrigatoriamen-


te, entre o levantamento de dois inventários (Campo 02 do Regis-
tro H005), uma vez que a contagem do estoque permite identifi-
car eventual necessidade de correção de apontamento.

SIMPLES NACIONAL

Os contribuintes optantes pelo Simples Nacional estão dispensa-


dos de apresentarem o Bloco K, tendo em vista que o Livro Contro-
le da Produção e do Estoque não é um Livro obrigatório para os es-
tabelecimentos enquadrados nesse regime, conforme determina
o artigo 63 da Resolução CGSN nº 140/2018.

DISPENSA DO LIVRO FÍSICO NO


ESTABELECIMENTO

De acordo com o disposto no § 10 da cláusula terceira do Ajuste


SINIEF nº 002/2009, somente a escrituração completa do Bloco K
na EFD desobriga a escrituração do Livro modelo 3, previsto no
Convênio s/n° de 1970.

Isso quer dizer que, se o estabelecimento realiza a entrega restrita,


esse deverá manter o livro físico em seu estabelecimento.

18
PENALIDADES PELA FALTA DE ENTREGA OU
ENTREGA EM ATRASO
Federal: De acordo com a nova redação do artigo 12 da Lei nº
8.218/1991, a inobservância do disposto no artigo precedente acar-
retará a imposição das seguintes penalidades:

multa equivalente a 0,5% do valor da receita bruta da pessoa jurí-


dica no período a que se refere a escrituração aos que não atende-
rem aos requisitos para a apresentação dos registros e respectivos
arquivos;

b) multa equivalente a 5% sobre o valor da operação correspon-


dente, limitada a 1% do valor da receita bruta da pessoa jurídica no
período a que se refere a escrituração, aos que omitirem ou pres-
tarem incorretamente as informações referentes aos registros e
respectivos arquivos;

c) multa equivalente a 0,02% por dia de atraso, calculada sobre a


receita bruta da pessoa jurídica no período a que se refere a escri-
turação, limitada a 1% desta, aos que não cumprirem o prazo esta-
belecido para apresentação dos registros e respectivos arquivos.

MUDANÇAS PARA 2022


O Ato COTEPE nº 62/2021 estabeleceu o novo leiaute da EFD-I-
CMS/IPI e foi disponibilizada uma nova versão do Guia Prático da
EFD-ICMS/IPI, com vigência a partir de janeiro/2022, e entre várias
alterações realizadas para o novo leiaute, a única alteração que im-
pactou o Bloco K foi a extinção do registro 0210.

REGISTRO 0210

O registro 0210 refere-se ao consumo específico padronizado de


insumos/componentes, mais conhecido como relação insumo-
-produto ou lista técnica. Surge quando se decide fazer um produ-
to em seu projeto, independentemente desse produto ser estoca-
do ou não.

Desde janeiro de 2018, a obrigatoriedade da apresentação deste

19
registro era a critério de cada UF, caso existisse produção e consu-
mo nos registros K230/K235 e K250/K255.

Entretanto, para o exercício de 2022, esse registro não deve ser


informado, visto que foi extinto.

O BLOCO K SERÁ EXTINTO?

A Medida Provisória n° 881/2019 (MP da Liberdade Econômica) foi


convertida na Lei n°13.874/2019, e em seu artigo 16 foi aprovado o
texto de que o Bloco K será SUBSTITUÍDO por um SISTEMA SIM-
PLIFICADO.

Ou seja, haverá a substituição da obrigação acessória, mas não a


extinção de tal informação.

No dia 08/10/2021, houve a publicação do Ajuste SINIEF nº 25/2021,


e este ajuste trouxe a indicação de que os estabelecimentos que
estariam obrigados à entrega do Bloco K, a partir de 2022, terão o
início da obrigatoriedade postergada, visando à implementação
de uma obrigação acessória substituta, que será simplificada.

MUDANÇAS PARA 2023


E depois de toda essa informação, haverá mais alguma mudança
para o ano de 2023?

De acordo com o Guia Prático da EFD-ICMS/IPI, versão 3.0.9, a


partir de janeiro de 2023, passará a valer o registro K010, que se
refere à informação sobre o tipo de leiaute da entrega (simplifica-
do / completo).

20
ENTREGA SIMPLIFICADA
A entrega será realizada dentro da EFD?

COMO SERÁ REALIZADA A ENTREGA?


A entrega será realizada dentro da EFD-ICMS/IPI, e quando o esta-
belecimento for informar o Bloco K, no registro K010, aparecerá o
indicador do tipo de leiaute utilizado, conforme demonstrado
abaixo:

Quadro 2 — Indicador de leiaute para entrega do arquivo

N° Campo Atividades Tipo Tam Dee Obrig

01 REG Texto fixo contendo ”K010” C 004 - O

Indicador de tipo de leiaute


adotado:

0 - Leiaute simplificado
02 IND_TP_LEIAUTE C 001* - O
1 - Leiaute simplificado

2 - Leiaute restrito aos saldos


de estoques

Fonte: Guia prático da EFD-ICMS/IPI

QUAIS ESTABELECIMENTOS PODEM


REALIZAR A ENTREGA SIMPLIFICADA?
Se o estabelecimento realizar a entrega simplificada, no indicador
de tipo de leiaute, deverá indicar o número 0. Já na hipótese de
realizar a entrega completa, deverá indicar o número 1.

Como pode ser observado, até o presente momento, não haverá


uma obrigação acessória separada da EFD-ICMS/IPI.

21
QUEM JÁ REALIZOU A ENTREGA COMPLETA
PODERÁ REALIZAR A ENTREGA SIMPLIFICADA?
Para estabelecer se quem já realiza a entrega da escrituração
completa poderá realizar a entrega simplificada, deve-se observar
o seguinte:

Quando houve a publicação do Ajuste SINIEF nº 25/2021,


ficou definido que:

a) os estabelecimentos que estariam obrigados à entrega do


Bloco K no ano de 2022 tiveram o início de obrigatoriedade
postergado, visando à implementação de uma obrigação
acessória substituta, mais simplificada; e

b) os demais estabelecimentos, que já estão no cronograma


da entrega da escrituração do Bloco K, permanecem reali-
zando a entrega do arquivo normalmente, entretanto, pode-
rão utilizar a sistemática simplificada quando ela estiver dis-
ponível.

Logo, se no decorrer do ano não ocorrer a publicação de uma


outra disposição acerca do assunto, os estabelecimentos que reali-
zam a entrega completa do Bloco K poderão passar a realizar a en-
trega simplificada.

Por fim, mas não menos importante, deve ficar claro para os
contribuintes que a utilização do leiaute simplificado desobri-
ga a informação de alguns registros que são obrigatórios para
os estabelecimentos que realizam a escrituração completa do
Bloco K.
22
ANEXO

Disposições a cerca da publicação do Ajuste SINIEF 025/202 2

No dia 06.07.22 houve a publicação do Ajuste SINIEF 25/2022, alte-


rando a redação das alíneas “d” e “e” do inciso I do § 7º da clausula
terceira do Ajuste SINIEF 02/2009.

Com essa publicação houve as seguintes alterações, sendo a obri-


gatoriedade de escrituração do Bloco K, a partir:

a) de 1° de janeiro de 2023, relativo à escrituração completa, para


os estabelecimentos industriais classificados na divisão 23 e nos
grupos 294 e 295 da CNAE;

b) de 1° de janeiro de 2024, relativo à escrituração completa do


Bloco K, para os estabelecimentos industriais classificados nas
divisões 13, 14, 15, 16, 17, 18, 22, 26, 28, 31 e 32 da CNAE;”

Houve ainda a inclusão da alínea “f” e do inciso I do § 7º da clausula


terceira no Ajuste SINIEF 02/2009, que dispõe da obrigatoriedade
de escrituração do Bloco K:

a) a partir de 1° de janeiro de 2025, referente à escrituração com-


pleta, para os estabelecimentos industriais classificados nas divi-
sões 10, 19, 20, 21, 24 e 25 da CNAE.

Conforme o §13 da clausula terceira do Ajuste SINIEF nº 02/2009, a


obrigatoriedade da escrituração completa do Bloco K, que esta
prevista nas alíneas “b”, “c”, “d”, “e” e “f”, do inciso I do § 7° da referi-
da cláusula, poderá, a partir de 1° de janeiro de 2023, ser atendida
pela escrituração simplificada, que esta indicada no parágrafo
único do artigo 16 da Lei n° 13.874/2019.
ANEXO

Sendo que, ainda que o estabelecimento realize a entrega da obri-


gação simplificada, esta entrega implica na guarda da informação
da escrituração completa do Bloco K que poderá ser exigida em
procedimentos de fiscalização e por força de regimes especiais.

Mas fique atento!!!

As atualizações trazidas pelo Ajuste SINIEF nº 25/2022, promove-


rão tais alterações no Ajuste SINIEF nº 02/2009, apenas a partir de
01/01/2023.

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