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br
Enel decide vender
distribuidora no Ceará
e sair de Argentina,
Peru e Romênia B3
Receita flexibiliza a
troca de bens arrolados
como garantia em
disputas tributárias E1
Destaques
Bancos no setor de benefícios
A abertura do segmento de vale-refeição e
alimentação em 2023 trará oportunidades
para instituições financeiras reforçarem sua
atuação no setor de benefícios. Com volume
estimado em R$ 150 bilhões após a mudan-
ça regulatória, o segmento já é interessante,
mas também representa uma forma de am-
pliar o relacionamento com as empresas. C1
IMC negocia venda de postos
A IMC, que opera as redes Frango Assado,
Pizza Hut e KFC no país, negocia a venda de
seus 18 postos de combustíveis, com recei-
ta de quase R$ 300 milhões neste ano, até
setembro. O Valor apurou que há interesse
da Rede Duque, que avaliou o negócio em
R$ 130 milhões, mas a IMC também con-
versa com outros interessados. B4
STF redicustirá rescisória tributária
O Supremo Tribunal Federal recomeçara a
julgar da estaca zero, presencialmente, a
possibilidade de que ações tributárias tran-
sitadas em julgado (encerradas) possam ser
reabertas (ação rescisória) se houver mu-
dança da jurisprudência no STF. O julga-
mento, que ocorria no plenário virtual, já ti-
nha maioria contra os contribuintes. E1
Para OCDE, país deve crescer 2,8%
A OCDE projeta que a economia brasileira
vai desacelerar de 2,8% neste ano para 1,2%
em 2023 e recomenda ao presidente eleito
que acabe logo com incertezas sobre gastos
públicos. As projeções indicam crescimento
de 2,2% para a economia global neste ano,
abaixo dos 3% estimados em setembro. Em
2023, a expansão global deve ser de 2,7%. A4
Itaú reúne quatro unidades
Com a promoção de Carlos Augusto Sala-
monde para CEO de nova diretoria de inves-
timentos globais, o Itaú Unibanco reuniu
quatro áreas antes fragmentadas, totalizan-
do R$ 1,1 trilhão: a gestora de recursos, o nú-
cleo multimesas, a divisão de soluções de
portfólio — que centraliza os mandatos dis-
cricionários — e a área de fundos de fundos,
para fazer a conexão disso tudo com o “pri-
vate banking” e o público institucional. C6
Venda de figurinhas da Copa dispara
O frisson entre os colecionadores provo-
cou uma corrida às bancas de jornais
atrás do álbum de figurinhas da Copa.
Segundo a Cielo, a receita das bancas
aumentou 347% na semana que suce-
deu ao lançamento do álbum, em rela-
ção a igual período de 2021. Segundo
associação do setor, as vendas supera-
ram as da Copa de 2018, na Rússia. B8
Coamo antecipa R$ 220 milhões
Maior cooperativa agrícola da América
Latina, a paranaense Coamo, com sede
em Campo Mourão, aprovou a distribui-
ção antecipada de R$ 220 milhões em
sobras (lucros) a seus 30,6 mil associa-
dos. O dinheiro estará disponível no dia
5 de dezembro. O montante total ainda
dependerá dos resultados nestas últi-
mas semanas do ano. B10
Ideias
Daniela Chiaretti
Não haver uma mensagem clara contra
o uso de combustíveis fósseis foi o fra-
casso de Sharm El-Sheikh. Prática ESG
Winston Fritsch e Amanda Schutze
Brasil poderá ter o menor custo de produ-
ção de hidrogênio verde no mundo e man-
ter a liderança, no mínimo, até 2050. A16
Indicadores
Ibovespa 22/nov/22 -0,65 % R$ 28,0 bi
Selic (meta) 22/nov/22 13,75% ao ano
Selic (taxa efetiva) 22/nov/22 13,65% ao ano
Dólar comercial (BC) 22/nov/22 5,3333/5,3339
Dólar comercial (mercado) 22/nov/22 5,3756/5,3762
Dólar turismo (mercado) 22/nov/22 5,3841/5,5641
Euro comercial (BC) 22/nov/22 5,4842/5,4859
Euro comercial (mercado) 22/nov/22 5,5342/5,5348
Euro turismo (mercado) 22/nov/22 5,5672/5,7472
Erasmo Carlos, um
dos maiores nomes do
rock nacional, morre
aos 81 anos A2
Empresas vão bem no 3 tri
com impulso da atividade
Felipe Laurence e Victoria Netto
De São Paulo
As companhias de capital aberto tive-
ram, em geral, bons resultados no tercei-
ro trimestre, beneficiando-se da ativida-
de econômica mais forte do que se espe-
rava no período. Nos próximos meses,
porém, crescem os riscos de desacelera-
ção, devido à persistência da inflação e de
incertezas sobre a trajetória dos juros.
Segundo levantamento do Valor Data
com 408 empresas não financeiras de capi-
tal aberto, o lucro líquido no terceiro tri-
mestre caiu 31% na comparação com o
mesmo período de 2021, mas cresceu 15%
emrelaçãoaosegundotrimestredesteano.
Já as receitas de vendas avançaram 15% na
Os Steinbruch
fecham acordo
sobre disputa
Mônica Scaramuzzo e Felipe Laurance
De São Paulo
Quase cinco anos após tornar pública
uma disputa societária, a família Stein-
bruch chegou a um acordo sobre as par-
ticipações dos primos Léo e Clarice — re-
presentados pela holding CFL — e Benja-
min, Ricardo e Elizabeth, do lado da hol-
ding Rio Purus, na CSN. As ações da
siderúrgica terminaram o pregão em alta
de 3,52% com o encerramento do litígio.
Avaliada em R$ 19,1 bilhões, a holding
CFL terá participação direta na siderúrgi-
ca de 10,25% pelo acordo, que precisa ser
SILVIA ZAMBONI/VALOR
aprovado pelo Cade. Esse ramo da famí-
lia Steinbruch, contudo, não poderá ven-
der sua fatia de uma vez, se o negócio for
aprovado pelo órgão antitruste. Em nota,
a CSN disse que será beneficiada em sua
governança pela estabilidade e previsibi-
lidade resultantes do acordo. Página B2
Importaçãodebaixovalorcresce116%
Marta Watanabe
De São Paulo
Reflexo de novos hábitos de consumo
do brasileiro, as importações de peque-
no valor, que incluem encomendas in-
ternacionais por e-commerce, somaram
US$ 8,49 bilhões até setembro, mais que
Quarta-feira, 23 de novembro de 2022 | Ano 23 | Número 5631 | R$ 5,00
base anual, somando R$ 931,2 bilhões no
trimestre,5%acimadotrimestreanterior.A
amostra exclui Petrobras e Vale.
“Nossa percepção dos resultados foi
positiva, melhor que o esperado”, diz
Emy Shayo Cherman, estrategista de
ações para Brasil e América Latina do
J.P. Morgan. Segundo ela, o mercado vi-
nha com expectativas mais baixas, mas
o PIB, que deve mostrar algum cresci-
mento no terceiro trimestre — em vez
de contração, como inicialmente previs-
to —, ajudou a superar as projeções.
Os principais destaques positivos foram
os setores de óleo e gás e de papel e celulo-
se. A maioria dos segmentos, contudo,
apresentou resultados díspares no terceiro
trimestre, segundo Jennie Li, estrategista
Apoio ao empreendedorismo
Jaqueline Amorim, CEO do G10 Bank, criado na comunidade de Paraisópolis, em São Paulo,
para oferecer crédito a empreendedores. “Nossa taxa de inadimplência é zero”. Prática ESG
o dobro dos US$ 3,92 bilhões registra-
dos em igual período do ano passado.
Em 12 meses, o valor dessas compras
menores, contabilizadas pelo Banco
Central, chega a US$ 10,24 bilhões.
Também com avanço, mas com valores
maisbaixos,asexportaçõesdepequenova-
lor somaram US$ 2,89 bilhões de janeiro
o
da XP. “Não vimos nenhum setor em que
todas as empresas tiveram resultado posi-
tivo ou negativo; dependeu muito das cir-
cunstâncias em que elas estão inseridas.”
As construtoras tiveram números acima do
esperado, enquanto as quedas do minério
de ferro e do aço, afetados pela China, pres-
sionaram as siderúrgicas. Os juros mais al-
tos fizeram um estrago considerável nos
balanços das empresas de consumo.
Os custos de produção ainda estão
em níveis elevados, apesar de menores
do que no segundo trimestre, quando
havia o impacto mais forte da guerra
entre Rússia e Ucrânia. O aumento de
21% em relação ao mesmo período de
2021 foi maior que o avanço da receita e
levou parte dos lucros. Página B1
até setembro, quase 90% mais que o
US$ 1,53 bilhão de igual período de 2021.
São consideradas de pequeno valor ope-
rações com bens via facilitadoras de paga-
mentos, incluindo encomendas que che-
gam e saem do país pelos Correios, em que
a importação por pessoa física é limitada a
US$ 3 mil por operação. Página A4
Debate sobre
âncora fiscal
fica para 2023
João Valadares, Matheus Schuch e
Raphael Di Cunto
De Brasília
Com a indicação de que o Congresso
não dará aval à retirada do Bolsa Famí-
lia do teto de gastos por tempo indeter-
minado, o vice-presidente eleito, Ge-
raldo Alckmin (PSB), disse na terça-fei-
ra que a PEC da transição terá um dis-
positivo que obriga a revisão da regra
fiscal por projeto de lei complementar.
A ideia é deixar o debate sobre a nova
âncora para 2023, dada a necessidade
de acelerar a tramitação das mudanças
no Orçamento do próximo ano.
Alckmin defendeu uma flexibiliza-
ção do mecanismo, combinando o teto
com uma avaliação da evolução da dívi-
da pública e do resultado primário (que
exclui despesas com juros). O presiden-
te do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-
MG), explicitou o que antes se afirmava
somente nos bastidores: não haverá
apoio à retirada permanente do Bolsa
Família do teto de gastos. Página A8
PEC da Transição
é um ‘desastre’,
afirma Pastore
Alex Ribeiro
De São Paulo
Para o ex-presidente do Banco Central
Affonso Celso Pastore, a PEC da Transi-
ção, elaborada pela equipe do presidente
eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, “é um de-
sastre” e poderá levar a um rápido au-
mento da dívida pública nos próximos
anos. “Estamos falando de R$ 198 bilhões
[fora do teto de gastos] para este ano e,
sem discutir o arcabouço fiscal, de mais
R$ 175 bilhões nos anos seguintes. Isso
vai provocar um aumento da dívida para
90% do PIB. Dívidas desse tamanho são
insustentáveis”, afirmou. Página A18
Covid avança
na China e afeta
mais a economia
Associated Press, de Pequim
Nas últimas três semanas, mais de
253 mil novos casos de covid-19 foram
detectados na China e, com a entrada
em vigor de mais medidas de isola-
mento, cresce o temor de que a desace-
leração na atividade chinesa prejudi-
que ainda mais o comércio internacio-
nal. A fraqueza da demanda do consu-
midor e das fábricas na 2 a maior
economia do mundo pode afetar pro-
dutores globais de matérias-primas, de
alimentos e componentes. Restrições
nos portos chineses também atrapa-
lham o comércio mundial. Página A15
LIVE do
Às 12 horas no www.valor.globo.com
Valor
Social
Quarta, 23/11 - Maryza Macedo,
coordenadora de conteúdo canais Globo
e Globoplay e AD Jr, head de Marketing
da Trace Brasil, palestrante, consultor
em racismo estrutural, comunicólogo
e apresentador
Quinta, 24/11 - Renato Nogueira,
escritor, doutor em Filosofia pela UFRJ e
professor de Filosofia da Universidade
Federal Rural do Rio de Janeiro e Anna
Cristina Almeida, gerente de marca -
estratégia e branding na Globo, escritora,
palestrante e doutoranda em História
A2 | Valor | Quarta-feira, 23 de novembro de 2022
Brasil
Umachanceparaa
AméricaLatina
Lu Aiko Otta
O
desmonte do
Superministério da
Economia no
próximo governo é
dado como certo,
mas há detalhes ainda não
decididos que poderão
influenciar o nível de
atratividade do Brasil para
investimentos estrangeiros. Por
exemplo: o que será feito do
Programa de Parcerias de
Investimentos (PPI), que hoje
administra uma carteira de
R$ 901 bilhões em projetos de
concessões, privatizações e
Parcerias Público-Privadas
(PPPs) federais, além de alguns
projetos de responsabilidade
de Estados e municípios.
Reunindo empreendimentos
em áreas como rodovias,
ferrovias, portos, energia
elétrica, óleo e gás, mobilidade
urbana, iluminação pública e
até gestão de parques
nacionais, o PPI tem um perfil
parecido com o antigo
Programa de Aceleração do
Crescimento (PAC), que deverá
ser retomado no próximo
governo. Portanto, um possível
destino é o Ministério do
Planejamento, especula-se.
Um primeiro olhar do time da
transição na carteira do PPI
indicou que, no geral, os
projetos devem seguir seu curso.
Com exceções. Por exemplo, a
desestatização da administração
do porto de Santos (SP)
merecerá uma avaliação mais
cuidadosa. Será recomendado
ao futuro governo que tire do
radar a privatização dos
Correios, segundo informou o
ex-ministro das Comunicações
Paulo Bernardo.
Energia barata atrai
investimentos
estrangeiros
Além disso, a transição pediu
ao Ministério das Cidades o
adiamento do leilão do metrô
de Belo Horizonte, marcado
para o dia 22 de dezembro.
Integrante do grupo de
Cidades, o ex-governador de
São Paulo Márcio França disse
que o contrato do metrô será
homologado pelo próximo
governo. Assim, é possível que
essa situação traga alguma
insegurança aos interessados,
comentou. O senador Jean Paul
Prates (PT-RN) pediu para a
Petrobras suspender seus
desinvestimentos.
Apesar disso, as parcerias
devem avançar. Estimativa
recente elaborada pela
Secretaria de Política Econômica
(SPE) do Ministério da Economia
apontou que, no que vem, os
contratos de concessão já
assinados resultarão em
investimentos de R$ 82 bilhões.
Até 2025, serão R$ 416,3 bilhões.
Esses números
impressionantes são olhados
com alguma desconfiança pela
equipe de transição. Há
dúvidas, por exemplo, se as
autorizações para a construção
de ferrovias sairão do papel nos
volumes e no prazo previstos.
O avanço do capital privado
em infraestrutura, processo que
se vê em amadurecimento no
Brasil, é uma tendência na
região e deverá ganhar força na
gestão de Ilan Goldfajn à frente
do Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BID), que
começa no próximo dia 19.
Essa foi uma linha de sua
plataforma ao cargo. Seria uma
forma de fazer com que o
capital do banco, insuficiente
para atender às demandas por
financiamento de toda a região,
possa ter um alcance maior. A
atuação do BID Invest, braço
financeiro da instituição, deve
ser reforçada.
Nesse ponto, o programa de
Ilan coincidiu com o desejo dos
Estados Unidos, donos da maior
fatia de capital do BID: aumentar
a participação privada no
desenvolvimento regional.
Isso ocorre num momento
em que parece haver uma
conspiração do universo para
que a América Latina e o Caribe
se tornem a bola da vez na
recepção de investimentos
estrangeiros.
Ao apresentar a candidatura
brasileira à presidência do BID
em outubro passado, em almoço
com representantes de outros
países no banco, o ministro da
Economia, Paulo Guedes, disse
que a instituição deveria
viabilizar projetos como a
ferrovia Bioceânica, que atravessa
o Brasil e o Peru para ligar o
Atlântico ao Pacífico, e Vaca
Muerta, que traria gás natural da
Argentina para o Brasil.
A integração regional passou
a figurar nas falas de Guedes
depois que os Estados Unidos,
abalados pela ruptura das
cadeias internacionais de
fornecimento durante a
pandemia, adotaram a ideia do
“nearshoring”. Os países ricos
concluíram que não devem
mais depender de
componentes produzidos do
outro lado do mundo.
Assim, foi criada uma
oportunidade de
desenvolvimento para a
América Latina e o Caribe. No
entanto, esses países precisam
ter infraestrutura eficiente.
A pandemia e o
“nearshoring” vieram
acompanhados de outra
mudança na cena mundial. A
guerra entre Rússia e Ucrânia
colocou a Europa diante da
insegurança energética e
alimentar.
Guedes costuma repetir que a
costa brasileira é capaz de gerar
energia equivalente a “50
Itaipus”. Essa energia eólica
abundante, limpa e barata é a
ideal para produzir hidrogênio
verde, que pode ser
transportado para suprir a
carência europeia.
Mas a oportunidade é mais
ampla do que isso, acredita o
vice-presidente de Setor
Privado do Banco de
Desenvolvimento da América
Latina (CAF), Jorge Arbache. A
lógica do “nearshoring”, diz ele,
tem relação com mão de obra
barata. Na sua visão, a
vantagem regional é maior do
que essa.
“Powershoring” foi a
expressão que ele cunhou para
descrever o que chama de
“driver do século XXI”. É a busca
por energia segura, verde e
barata que dará as cartas dos
investimentos privados nos
próximos anos, acredita.
Fábricas europeias e japonesas
querem realocar sua produção
para perto das boas fontes de
energia. É a partir dessa
tendência que os países da
região poderão montar novas
plataformas de atração de
investimentos diretos
estrangeiros.
Novamente, será preciso uma
boa infraestrutura logística,
sobretudo de portos, para
receber esses
empreendimentos. Além de um
bom ambiente de negócios,
com regulações que garantam a
produção de energia com
segurança e previsibilidade.
Embora haja muitos fatores a
favor do aumento de
investimentos no Brasil e na
região, há perigos à frente. A
começar pelo risco de recessão
nos países ricos. Isso nubla o
horizonte de crescimento
econômico e torna difíceis as
decisões de investimento.
Nesse cenário, não convém
ao Brasil agregar dificuldades a
si mesmo. Não é hora de flertar
com irresponsabilidade na
gestão pública, muito menos
com ruptura institucional.
Lu Aiko Otta é repórter. Hoje,
excepcionalmente, Daniel Rittner não
escreve
Erasmo Carlos, o “Gigante Gentil”
do rock nacional, morre aos 81 anos
Memória
De São Paulo
Morreu nesta terça-feira, 22,
aos 81 anos, o cantor e composi-
tor Erasmo Carlos. Erasmo estava
internado no Hospital Barra D'Or,
na Barra da Tijuca, na Zona Oeste
do Rio de Janeiro. Deixa a esposa,
Fernanda Passos, e três filhos. Foi
casado antes com Narinha, até
1991. Narinha morreu em 1995.
No dia 2, o artista comemorou a
alta após duas semanas de interna-
ção para tratar uma síndrome ede-
migênica — doença causada por
problemas cardíacos e renais que
desequilibra a bioquímica do or-
ganismo. Em crise, voltou a ser
hospitalizado na segunda, 21.
“Ressuscitei no Dia de Finados e
tive alta do hospital! Obrigado a
Deus, a todos que cuidaram de
mim, rezaram por mim e torceram
pela minha recuperação… Essa fo-
to com a Fernanda traduz como es-
tamos felizes”, postou o cantor na
ocasião, citando a mulher.
Autor de mais de 600 músicas
e de clássicos como “Sentado à
Beira do Caminho”, “Minha Fama
de Mau”, “Mulher”, “Quero que
tudo vá para o inferno”, “Mesmo
que seja eu” e “É proibido fumar”,
o artista deixa uma legião de fãs e
amigos que fez pela estrada.
Nasceu no bairro da Tijuca, no
Rio, em 5 de junho de 1941. Na ju-
ventude foi amigo de expoentes da
MPB, como Tim Maia e Jorge Ben
Jor (na época só Jorge Ben).
Na adolescência, gostava de se
reunir com a turma no Bar do Di-
vino, na Rua do Matoso. Foi nessa
época em que ele conheceu Ro-
berto Carlos, durante um concer-
to de Bill Haley no Maracanãzi-
nho. Esse encontro é apontado
como o episódio que abriu os
olhos de Erasmo para começar
seu próprio grupo musical.
Antes, Erasmo Esteves, seu no-
Uma das instituições da música brasileira
Cadão Volpato
Para o Valor, de Nova York
Tivemos nossos próprios Len-
non e McCartney, e eles eram
Roberto e Erasmo Carlos. Tanto
quanto as canções dos Beatles,
as músicas da dupla brasileira
pontuaram nossas vidas por
mais de meio século. Eram tão
naturais que pareciam nascer
por geração espontânea.
Quem cresceu ao som da Jo-
vem Guarda e depois enveredou
pelos terrenos mais complexos
das relações amorosas sabe que
bastava escutar uma música
composta por Roberto e Erasmo
para acreditar que ela havia sido
feita de encomenda para você.
O Brasil romântico não existi-
ria sem esse cancioneiro dos
dois, e também o Brasil que já foi
jovem um dia não existiria sem
aquele universo cabeludo e
transgressor — ainda que carre-
gado de inocência — que a Jovem
Guarda de Roberto e Erasmo
trouxe para o país na infância da
Índice de empresas citadas em textos nesta edição
A. C. Pastore & Associados Bradesco C1
A18 BRCG A4
Abercrombie & Fitch C2 BTG Pactual H4
Abrelpe H8 Caju C1
Accenture H2 Cetenco Engenharia B3
Ace Capital C6 Chevron C2
Alelo C1 Citrosuco B10
Algarve Capital C6 Coamo B10
Ambev B1 Copel B3
Americanas B1, H5 Correios A2, A4
Azul B6 Crown Packaging H3
Banco do Brasil C1, C2 CUFA H4
Banco Inter A4 Cutrale B10
BB Investimentos B1 Dell H10
Ben C1 Delta B6
Best Buy C2 Edenred Brasil C1
Bloomberg A16 Eletrobras B1, B3
BlueLine C6 Eletrolux H8
Boeing B3 elo C1
Boomera-Ambipar H8 Embraer B3
Fama de mau: da Tijuca para o mundo, Erasmo Carlos tornou-se ícone e legou à música brasileira mais de 600 canções
me de batismo, passou por outros
grupos, como os Snakes, forma-
ção que foi dissolvida em 1961.
Sem acreditar que conseguiria
seguir sozinho na música, decidiu,
então, trabalhar como assistente
do apresentador e produtor Carlos
Imperial. Considerado “descobri-
dor” de vários talentos, Imperial o
ajudou a se enturmar com os jo-
vens artistas da época e a encon-
trar seu lugar em outras bandas.
Erasmo tornou-se vocalista do
grupo Renato & Seus Blue Caps.
Ele mesmo lutou para conseguir
a contratação do conjunto por
uma gravadora e fez sucesso em
uma faixa ao lado de Roberto
Carlos. Foi o início de uma longa
amizade e também de uma par-
ceria que rendeu mais 500 can-
ditadura, no começo dos anos de
1960. O outro lado do Tropicalis-
mo e da canção de protesto.
Erasmo era o suburbano da Tiju-
ca, o amigo de Tim Maia, o bri-
guento dos fins de semana, o gi-
gante de bom coração que alimen-
tava a fama de mau, mas compu-
nha com Roberto aquelas melo-
dias românticas que andavam pe-
lo fio da navalha da cafonice e nin-
guém se importava — porque sem-
pre haveria um momento em sua
vida em que Roberto e Erasmo fa-
riam sentido e tocariam para você.
Juntos, como Lennon e McCart-
ney, os dois eram complementa-
res. Seus papéis nas composições
se diluíam, era difícil descobrir
onde estavam impressas as mar-
cas de um e de outro. Mas as car-
reiras de Roberto e Erasmo sem-
pre foram muito diferentes. O
que os uniu no começo foi o rock
de Elvis, as versões roqueiras tipo
“Splish Splash” cantadas por Ro-
berto. Foi com o passar do tempo
que a dupla aprendeu a compor
seus próprios sucessos, embora
Enel B3, H2
Energisa B3
Eneva B3
Equatorial B3
Ernst & Young H10
Exxon Mobil C2
Falconi Capital C6
Favela Brasil Xpress H5
Favela Holding H4
Fipecafi H1
FTX C6
G10 Favelas H4
Gazprom A15
Genesis C6
GEO B10
Gerando Falcões H4
Globo A6
Google H5
Grupo Opersan H3
Grupo Pão de Açúcar B1
GUSTAVO MIRANDA/AGÊNCIA O GLOBO
ções. Em 1977, Roberto compôs a estilos musicais mais importan-
música “Amigo”, uma homena- tes do Brasil na época: bossa no-
gem a Erasmo, a quem chamava, va e MPB.
na canção de “meu amigo de fé, Voltou a morar no Rio de Janei-
meu irmão camarada”. ro após gravar “Aquarela do Bra-
Gostava de contar que o “Car- sil”, em 1969. Em 1985, esteve na
los” do nome artístico era uma primeira edição do Rock in Rio.
homenagem a seus dois princi- Em 2001, lançou seu 22 o álbum
pais amigos e responsáveis por da carreira, “Pra Falar de Amor”,
sua ascensão na carreira artística: quando completou 60 anos. No
Roberto e Imperial. Também fi- ano seguinte completou 40 anos
cou conhecido pelos apelidos de de estrada na música. Comemorou
“Tremendão” e “Gigante Gentil”. 50 anos de carreira com uma festa
Nos anos 60 a dupla Roberto e no Theatro Municipal do Rio.
Erasmo já se destacava como os Cantou e se apresentou com no-
principais compositores da Jo- mes como Chico Buarque, Lulu
vem Guarda ao som do iê-iê-iê. Santos, Zeca Pagodinho, Skank,
Sob influência do pop britânico Los Hermanos, Djavan, Adriana
dos Beatles, Erasmo se mudou Calcanhotto, Marisa Monte, Frejat,
para São Paulo. Com o tempo, Marisa e Milton Nascimento. (Com
tornou-se um ícone de dois dos agências e informações do G1)
vivesse vidas bem separadas. mo admirava e que tanto influen-
Erasmo e sua fama de mau tran- ciou Roberto no princípio de car-
sitaram com mais facilidade por reira. Ou seja, também de bossa
outros terrenos. Quando fez “Co- nova o rock e o romantismo de
queiro Verde”, um hino de malan- Roberto e Erasmo se nutriram.
dragem tijucana dos anos 1970, Erasmo deixa também um le-
estava tocando nas mesmas cordas gado de modéstia, uma moeda
de Jorge Ben Jor, além de evocar o bastante rara. Do gigante bri-
papel de musa de sua mulher Nari- guento da Tijuca e do Tremendão
nha e enfiar o jornal “O Pasquim” da Jovem Guarda sobrou um ve-
num sucesso de rádio. Ele sempre lho roqueiro com pinta de boa
foi um ótimo letrista, e talvez isso gente, engraçado, capaz de unir
venha à tona com mais força agora mundos opostos como o da re-
que não o temos mais por perto — beldia juvenil e o do romantismo
ele, que junto de Roberto, com o de motel, e que também era ca-
qual compartilhava o “Carlos” sen- paz de falar de feminismo e de
do “Esteves” na vida real, foi e con- ecologia quando ainda nem
tinuará sendo uma das institui- eram assuntos mobilizadores.
ções da música brasileira. Erasmo fez isso com o estilo sim-
Em 1969, ele compôs, com o ve- ples e direto que marcou suas le-
lho parceiro, “Sentado à Beira do tras e músicas desde o princípio.
Caminho”, uma música que pare- A trilha de nossas vidas comuns
ce pertencer só a ele, mesmo com ficou muito mais pobre com o de-
o sucesso mundial da versão ita- saparecimento do outro lado de
liana cantada por Ornella Vanoni Roberto. Precisamos ficar atentos:
em 1970. Quem a ouve com Eras- nossos velhos ídolos estão na faixa
mo percebe que a voz sussurrada dos 80 anos. A morte de Erasmo si-
lembra o canto em surdina de naliza o fim de muitas infâncias e
João Gilberto, o artista que Eras- muitas juventudes do Brasil.
Hapvida B4 NJSC Naftogaz A15 Slum H4
iFood H5 NotreDame Intermédica B4 So+ma Vantagens H8
IMC B4 Nubank C1 Sodexo C1, H10
International Paper B1 Oanda C2 Sou+Favela H4
Itaú BBA B1 Oracle H4 StoneX B10
Itaú Unibanco C1, C6 Outdoor Social B7 Stora Enso B1
J.P. Morgan B1, H4 P&G H4 SulAmérica Investimentos C2
JGP C6 PagSeguro C2
Korn Ferry B1 Petrobras A2, A9, B1, C2
Sylvamo B1
Tenax C6
Latam B6 Pink Farms B9
Tendências Consultoria A4
Lincros H2 QuintoAndar B3
Ticket C1
Lojas Renner H10 Raízen B4
Louis Dreyfus Company B10 Recicleiros H8 UBS BB C2
Magazine Luiza B1, H5 Rede Duque B4 Unigel H8
Malwee H3 RK Partners C6 Urban Systems H1
Mercado Livre H5, H6 S&P Global B2 Vale B1
Mercado Pago C1 Sabesp H3 Via B1, H5
Vinland C6
Mobly B9 Safras & Mercado B10
Moody’s C1 Santander C1, H2 Visa C1
Move3 H2 SLC B9 Z1 A6
 Quarta-feira, 23 de novembro de 2022 | Valor | A3

O segundo
bilhão a gente
também não
esquece
Em 2021, comemoramos nosso primeiro bilhão de faturamento anual.
Em 2022, repetir esse resultado era mais desafiador, e, mesmo em um
cenário de juros altos, eleições e Copa do Mundo, a PATRIANI, mais
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2021 2022
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A4 | Valor | Quarta-feira, 23 de novembro de 2022
Brasil
Comércio exterior Compras diretas de consumidores no
exterior dobram em 9 meses sobre igual período de 2021
E-commerce pesa na
balança com US$ 10 bi
de importação por ano
Marta Watanabe
De São Paulo
Reflexo dos novos hábitos de
consumo do brasileiro, as impor-
tações de pequeno valor, que in-
cluem as encomendas internacio-
nais que chegam via e-commerce,
somaram US$ 8,49 bilhões até se-
tembro deste ano, mais que o do-
bro dos US$ 3,92 bilhões em igual
período do ano passado. Em 12
meses, o valor dessas compras me-
nores, contabilizadas pelo Banco
Central (BC), chega a US$ 10,24 bi-
lhões. Também com avanço, mas
com valores absolutos mais bai-
xos, as exportações de pequeno va-
lor registradas pelo BC atingiram
US$ 2,89 bilhões no acumulado de
janeiro até setembro deste ano,
quase o dobro do US$ 1,53 bilhão
de iguais meses de 2021.
Ao lado das compras externas
de criptoativos, as importações de
pequeno valor devem, apontam
economistas, fazer diferença
maior este ano no ajuste que o
Banco Central faz a partir dos valo-
res de exportação e importação de
bens apurados pela Secretaria de
Comércio Exterior (Secex/ME). O
resultado desse ajuste é o saldo de
balança comercial a ser considera-
do para o balanço de pagamentos.
Desde 2018 esse ajuste do BC
tem sido de déficit, com redução
portanto, dos saldos apurados
pela Secex. Mesmo com o avanço
Incerteza fiscal tem de ser resolvida, defende OCDE
Assis Moreira
De Genebra
A Organização para Coopera-
ção e Desenvolvimento Econô-
mico (OCDE) projeta que o cres-
cimento da economia brasileira
desacelerará de 2,8% neste ano
para 1,2% no ano que vem e re-
comenda ao presidente eleito
que acabe logo incertezas sobre
a evolução dos gastos públicos.
As novas projeções da OCDE
apontam crescimento mundial
de 3,1% neste ano (a estimativa
era de 3% em setembro), caindo
para 2,2% no ano que vem e vol-
tando a subir ligeiramente para
2,7% em 2024.
No caso do Brasil, a entidade
vê melhora, porque em setembro
previa crescimento de 2,5% para
este ano e de 0,8% para 2023.
O fato é que no primeiro ano
do novo governo Lula o cresci-
Governo nunca passou ‘tão apertado’, diz Colnago
Estevão Taiar
De Brasília
O governo federal “nunca pas-
sou tão apertado assim” em ter-
mos financeiros em um fim de
ano, como mostra o baixo pata-
mar das despesas discricionárias.
Ainda assim, os serviços essen-
ciais serão preservados até 31 de
dezembro. A avaliação é do se-
cretário especial de Tesouro e Or-
çamento do Ministério da Econo-
mia, Esteves Colnago.
“Será muito apertado, muito di-
fícil [a prestação de serviços até o
fim do ano]”, disse em entrevista
coletiva para comentar o Relatório
Bimestral de Avaliação de Receitas
e Despesas relativo ao quinto bi-
mestre, divulgado ontem. “Haverá
alguma falta pontual [de recur-
sos], mas entendemos que conse-
guimos chegar no fim do ano.”
Despesas discricionárias são
aquelas que podem ser cortadas
ou bloqueadas mais facilmente,
como custeio e investimentos, pa-
ra cumprir o teto de gastos. Segun-
do Colnago, os gastos discricioná-
rios precisam estar pelo menos um
pouco abaixo de R$ 80 bilhões
das importações de criptomoe-
das e de encomendas de peque-
no valor, porém, dizem econo-
mistas, o saldo da balança co-
mercial deste ano após ajuste do
BC ainda deverá ser robusto.
O BC considera como importa-
ções ou exportações de pequeno
valor a comercialização de bens via
facilitadoras de pagamentos, in-
cluindo encomendas internacio-
nais que chegam e saem do país
pelos Correios ou por courier. Os
valores para registro no balanço de
pagamentos do BC é feito com ba-
se em informações de contratos de
câmbio. Pelos Correios, a importa-
ção comum por pessoa física é li-
mitada a US$ 3 mil por operação.
Rafaela Vitória, economista-
chefe do Banco Inter, projeta para
2022 superávit comercial entre
US$ 50 bilhões e US$ 55 bilhões,
pelo critério do BC. Ela lembra que
até o ano passado, o impacto
maior nesse ajuste feito pela auto-
ridade monetária vinha das opera-
ções relacionadas ao Repetro, regi-
me aduaneiro destinado para
compra e venda de equipamentos
para exportação de petróleo. Em
2021, as importações do Repetro
registradas pelo Banco Central so-
maram US$ 15,06 bilhões de janei-
ro a setembro. Neste ano, também
até setembro, foi US$ 1,8 bilhão de
importações do Repetro.
Em 2022, destaca Rafaela, essa
conciliação feita pelo Banco Cen-
mento será menor, por uma série
de fatores O cenário global é um
desses fatores. A menor deman-
da global influencia um exporta-
dor de commodities como o Bra-
sil. O ganho nos termos nos ter-
mos de troca (a relação entre os
preços de exportação e importa-
ção), por exemplo, deve se ate-
nuar em 2023 e 2024, com preços
de commodities flutuantes.
“Também há outras forças, co-
mo a alta inflação, que está pe-
sando sobre os gastos das famí-
lias, o crédito mais caro e os salá-
rios, que não têm crescido no
mesmo ritmo da inflação”, diz o
economista Jens Arnold, chefe da
divisão na OCDE que acompanha
a situação brasileira.
De toda maneira, o consumo
das famílias, investimentos pri-
vados e exportações continuarão
a ser os principais motores do
crescimento, embora se projete
anuais para que a máquina públi-
ca funcione normalmente. Atual-
mente, estão em cerca de R$ 85 bi-
lhões. Só no relatório de ontem fo-
ram bloqueados R$ 5,7 bilhões pa-
ra cumprir o teto de gastos. Assim,
o contingenciamento total, soma-
do ao de bimestres anteriores, al-
cançou R$ 15,4 bilhões.
“A gente teve algumas surpre-
sas no Congresso”, disse o secre-
tário. Ele citou como exemplos a
criação do piso dos agentes co-
munitários de saúde e a Lei Paulo
Gustavo, que sozinha tem impac-
to fiscal de R$ 3,8 bilhões.
“Em um Orçamento engessado,
no qual as discricionárias são mui-
to baixas, a criação de obrigações é
muito difícil. Não há muito espaço
para ficar carregando naquele
exercício uma obrigação que é
criada”, disse
Um terceiro ponto foi o cresci-
mento de aproximadamente
R$ 15 bilhões dos benefícios pre-
videnciários, montante acima
das projeções do Ministério da
Economia. “É uma despesa obri-
gatória que aumenta de uma ho-
ra para a outra”, afirmou.
Mas, de acordo com o secretário,
tral passou a ficar sob maior in-
fluência dos criptoativos e im-
portações e exportações de pe-
queno valor, numa tendência
que deve se manter não somente
até o fim do ano como também
para os próximos períodos.
As importações de pequeno va-
lor, avalia a economista, refletem
uma mudança de hábito do consu-
midor, que após a pandemia ficou
mais à vontade para o varejo on-li-
ne com plataformas internacio-
nais que, por meio da tecnologia,
deram mais acesso a fornecedores
de fora. “É como uma pequena
abertura comercial ao consumi-
dor brasileiro”, avalia, que aderiu a
essas compras internacionais mes-
mo com câmbio não tão favorável,
após desvalorização de cerca de
30% do real em relação ao dólar
nos últimos dois anos.
“O Repetro vai ficando menos
relevante enquanto novos temas
estão surgindo [no ajuste da ba-
lança do BC]”, diz o economista Li-
vio Ribeiro, pesquisador do Insti-
tuto Brasileiro de Economia da
Fundação Getulio Vargas (FGV
Ibre) e sócio da consultoria BRCG.
“Há uma tendência consolidada
de maior importância dos criptoa-
tivos e das importações e exporta-
ções de pequeno valor que fica
progressivamente mais clara.”
As projeções de Ribeiro são de
superávit comercial em 2022,
pelo critério Secex, de US$ 57 bi-
Jens Arnold, da OCDE: menor demanda global vai afetar PIB do país em 2023
um avanço trimestral das expor-
tações menor. Os gastos das fa-
mílias são impulsionados por
maiores transferências sociais e
dezembro concede “alguma flexi-
bilidade”, que não existe nos pri-
meiros meses do ano, para gerir o
Orçamento. Ele destacou, por
exemplo, que a tendência é que
haja um Relatório Bimestral de
Avaliação de Receitas e Despesas
extemporâneo no dia 12 do mês
que vem. Segundo Colnago, áreas
como a emissão de passaporte e os
serviços de caminhões pipa terão
seus orçamentos reforçados.
No caso específico da emissão
de passaportes, o reforço deve ser
de R$ 74 milhões, segundo o secre-
tário de Orçamento Federal, Arios-
to Culau. Seriam R$ 37 milhões por
meio de remanejamento realizado
pela Junta de Execução Orçamen-
tária (JEO) nos próximos dias e
R$ 37 milhões por meio de Projeto
de Lei do Congresso Nacional
(PLN) em dezembro.
Independentemente dos blo-
queios e da gestão orçamentária
dos últimos meses, o Ministério da
Economia revisou para cima no re-
latório a sua projeção para o supe-
rávit primário do governo central
de 2022. A projeção passou de
R$ 13,5 bilhões para R$ 23,3 bi-
lhões, puxada pela alta nas estima-
Rafaela Vitória: importações de pequeno valor refletem mudança de hábito do consumidor
Pequenos valores fazem mais diferença
Exportações e importações de pequeno valor* - em US$ milhões
10000
9.000
8.000
7000
6000
5.000
4.000
3.000
2.000
700
1.000
0 comerciais internacionais de pe-
49
-1.000
2016
Fonte: Banco Central. * Via encomendas internacionais e operações por meio de facilitadora de pagamentos
lhões. O ajuste do BC, estima, de-
ve ficar em torno de um déficit
de US$ 17 bilhões, levando a um
superávit comercial pela autori-
dade monetária de cerca de
US$ 40 bilhões. Nesse ajuste, a
tendência das criptomoedas e
das operações de pequeno valor
veio para ficar, diz, numa mu-
dança estrutural para a conta de
conciliação feita habitualmente
pelo Banco Central. “Ficou para
trás o período em que o ajuste
do BC se limitava a US$ 2 bilhões
ou US$ 3 bilhões.”
um vigoroso crescimento do em-
prego, mas que também será
abrandado no próximo ano. O
investimento privado continua-
tivas das receitas de exploração na-
tural (elevação de R$ 3,5 bilhões) e
dividendos e participações (R$ 6,2
bilhões). A última vez em que o go-
verno central, que leva em conta
Tesouro Nacional, Previdência e
Banco Central, registrou superávit
foi em 2013.
Mas Colnago disse que, apesar
da estimativa oficial estar em um
patamar menor, o Ministério da
Economia continua acreditando
que será possível ter resultado pri-
mário positivo próximo de R$ 40
bilhões no fim do ano. A melhora
do resultado primário não abre es-
paço, no entanto, para o desblo-
queio de despesas, já que elas são
contingenciadas para cumprir o
teto de gastos e independem do
desempenho da arrecadação.
Em sentido oposto, o Ministério
da Economia revisou para baixo a
sua projeção para a dívida bruta
do governo geral (DBGG) no fim
deste ano, principal indicador de
endividamento público, por causa
de uma estimativa maior para o
crescimento do Produto Interno
Bruto (PIB). A estimativa para a
DBGG passou de 75,8% para 74,3%,
sempre em relação ao PIB.
Exportações
3.473
2.034
1.040
418
2018 2020
Ribeiro lembra que a importa-
ção de criptoativos tende a pesar
na conciliação do BC porque a ex-
portação desses valores é pratica-
mente nula. Pelos dados oficiais,
a exportação de criptomoedas so-
mou apenas US$ 113 milhões em
12 meses encerrados até setem-
bro enquanto as importações
desses ativos atingiu US$ 6,97 bi-
lhões pelo mesmo critério. Já as
importações de pequeno valor,
explica Ribeiro, têm como con-
trapartida valores de exportações
na mesma categoria que, embora
DIVULGAÇÃO
rá a aumentar com a melhoria
dos negócios confiança.
A expectativa é que a política
monetária permanecerá restriti-
va, com a atual taxa Selic de
13,75% inalterada até meados de
2023. “Pensamos que provavel-
mente a taxa vai demorar nesse
nível por mais algum tempo até
que seja claro que a inflação este-
ja numa trajetória muito firme
de queda e as expectativas este-
jam bem ancoradas’’, disse.
Na área fiscal, o importante vai
ser o que o governo Lula fará, ao
assumir em janeiro. Para o eco-
nomista da OCDE, certo mesmo é
que “incerteza no cenário fiscal
nunca ajuda no crescimento, nos
investimentos. É importante res-
peitar um direcionamento para
o fiscal e isso pode incluir um for-
te componente social”.
Para Arnold, é positivo que o
componente social seja prioridade
Gasto projetado com Previdência
cresce R$ 23 bi e pressiona contas
Análise
Edna Simão
Brasília
Novamente as despesas decor-
rentes de pagamento de aposenta-
dorias e pensões cresceram acima
do estimado, causando desespero
da equipe econômica, que precisa
administrar a pressão por mais
gastos. A discrepância entre o que
era projetado inicialmente na peça
orçamentária para despesas com
benefício previdenciário e o espe-
rado até agora para o ano já chega
a R$ 23,5 bilhões.
A justificativa para o aumento é
a redução das filas de concessão do
benefício. Se por um lado é uma
boa notícia liberar uma quantida-
de maior de aposentadorias e pen-
sões e, consequentemente, dimi-
nuir a espera, por outro dificulta o
cálculo mais preciso das estimati-
vas de despesas. Nos meses em que
as regras de distanciamento social
eram mais apertadas para minimi-
zar os efeitos da pandemia, as
agências do INSS ficaram fechadas,
DIVULGAÇÃO
menores, são suficientes para di-
luir o efeito dessas compras exter-
nas no ajuste do BC.
Pelos dados do Banco Central,
Importações
em 12 meses até setembro o ajuste
8.494 na balança comercial é de déficit
de US$ 16,04 bilhões, sendo total
de US$ 13,5 bilhões de saldo nega-
tivo correspondente ao efeito lí-
quido — exportações menos im-
2.892
portações — dos criptoativos
(US$ 6,86 bilhões) e das transações
queno valor (US$ 6,64 bilhões).
JanSet/2022
A evolução das criptomoedas e
das importações de pequeno valor
tem levado a constantes revisões
da projeção para o saldo da balan-
ça do BC, diz Silvio Campos Neto,
da Tendências consultoria. Ele res-
salta que os dois novos fenôme-
nos, porém, estão em consonância
com fatores econômicos e são me-
nos aleatórios que as operações do
Repetro, mais ligadas a ajustes de
contabilização após uma mudan-
ça no incentivo fiscal. A Tendências
projeta superávit comercial para
2022 de US$ 58 bilhões pelo crité-
rio Secex, com saldo positivo de
US$ 40,2 bilhões pelo critério do
Banco Central.
do novo governo, notando que es-
sa é uma das recomendações per-
sistentes da OCDE para o Brasil.
“Temos falado que seria uma boa
ideia aumentar o orçamento do
Bolsa Família. Ao mesmo tempo, o
Brasil tem bastante ineficiências
no gasto público. Essa ineficiência
é problemática, mas também sig-
nifica que há bom espaço para
controlar gastar sem afetar despe-
sas bem direcionadas”.
O importante, reitera ele, “é re-
duzir a incerteza sobre o desenvol-
vimento das contas públicas, com-
patibilizando com ajuda para fa-
mílias vulneráveis. É bem melhor
ter uma política fiscal bem direcio-
nada do que dar subsídios para to-
dos”. A OCDE tem insistido que re-
duzir a rigidez do Orçamento e li-
mitar gastos obrigatórios melho-
raria a eficiência das despesas.
Mais OCDE na página A15
e a fila para análise de processos ul-
trapassou a marca de 1 milhão.
A redução do ritmo de conces-
são diminuiu as despesas com be-
nefício em 2021. Neste ano, no en-
tanto, o movimento é contrário.
Com volume maior de benefícios
concedidos, essa despesa subiu
fortemente. Somente em setem-
bro e outubro, a estimativa de gas-
to com aposentadoria e pensão te-
ve um acréscimo de R$ 2,3 bilhões
em comparação aos dois meses an-
teriores, passando de R$ 795,263
bilhões para R$ 797,611 bilhões.
Segundo o relatório bimestral
de receitas e despesas, divulgado
pelo Ministério da Economia, a ex-
pectativa de um aumento das des-
pesas previdenciárias em R$ 2,3 bi-
lhões no bimestre foi uma das jus-
tificativas dadas para o bloqueio
adicional de R$ 5,7 bilhões de re-
cursos do Orçamento deste ano.
Com o orçamento restrito, a equi-
pe econômica explicou que o au-
mento gasto será compensado por
“cortes” em emendas de bancada,
principalmente, o que deve causar
chiadeira entre os parlamentares.
 Quarta-feira, 23 de novembro de 2022 | Valor | A5

Brasil
Atividade econômica Atualize suas contas
Indicadores agregados Variação dos indicadores no período
out/22 set/22 ago/22 jul/22 jun/22 mai/22 abr/22 mar/22 fev/22 jan/22 Em % Em R$
Indústria* Mês TR (1) Poupança (2) Poupança (3) TBF (1) Selic (4) TJLP TLP FGTS (5) CUB/SP UPC Salário mínimo
abr/21 0,0000 0,5000 0,1590 0,2404 0,21 0,3763 0,2312 0,2466 1,41 23,54 1.100,00
Produção física industrial (IBGE - %)
mai/21 0,0000 0,5000 0,1590 0,2737 0,27 0,3888 0,2620 0,2466 2,23 23,54 1.100,00
Total - -0,7 -0,7 0,5 -0,4 0,4 0,1 0,6 0,7 -1,9
jun/21 0,0000 0,5000 0,2019 0,2891 0,31 0,3763 0,2839 0,2466 3,00 23,54 1.100,00
Indústria de transformação - -1,3 -0,3 0,3 -0,3 1,0 0,0 0,8 0,3 -1,6
jul/21 0,0000 0,5000 0,2446 0,3798 0,36 0,4111 0,2952 0,2466 0,96 23,54 1.100,00
Indústrias extrativas - 1,8 -3,1 2,1 2,5 -5,8 0,3 0,7 5,8 -5,5
ago/21 0,0000 0,5000 0,2446 0,4248 0,43 0,4111 0,2992 0,2466 0,53 23,54 1.100,00
Bens de capital - -0,5 5,8 -3,2 -1,6 6,6 -7,0 8,1 2,3 -8,6
set/21 0,0000 0,5000 0,3012 0,4221 0,44 0,3978 0,3234 0,2466 0,70 23,54 1.100,00
Bens intermediários - -1,1 -1,7 2,0 -0,7 -1,0 0,6 0,8 2,2 -1,8
Bens de consumo - -0,8 -1,1 0,9 0,1 0,3 2,6 -3,1 0,2 -1,4
out/21 0,0000 0,5000 0,3575 0,5046 0,49 0,4473 0,3483 0,2466 0,00 23,54 1.100,00
Faturamento real (CNI - %) - -0,2 1,4 1,2 1,5 0,8 -0,2 1,1 0,5 1,4 nov/21 0,0000 0,5000 0,4412 0,5927 0,59 0,4329 0,3771 0,2466 0,24 23,54 1.100,00
Horas trabalhadas na produção (CNI - %) - -1,1 2,4 -0,1 1,0 0,6 -2,3 -0,1 1,4 0,0 dez/21 0,0488 0,5490 0,4902 0,7191 0,77 0,4473 0,4026 0,2955 0,22 23,54 1.100,00
Comércio jan/22 0,0605 0,5608 0,5608 0,7609 0,73 0,5096 0,4146 0,3073 0,35 23,55 1.212,00
Receita nominal de vendas no varejo - Brasil (IBGE - %) *(2) - 0,2 -0,3 -1,7 0,5 -0,1 0,1 7,5 2,5 2,2
fev/22 0,0000 0,5000 0,5000 0,7272 0,76 0,4601 0,4249 0,2466 0,18 23,55 1.212,00
Volume de vendas no varejo - Brasil (IBGE - %) *(2) - 1,1 0,1 -0,3 -1,8 0,2 0,6 1,4 1,3 2,2 mar/22 0,0971 0,5976 0,5976 0,8678 0,93 0,5096 0,4265 0,3440 0,25 23,55 1.212,00
Consultas ao usecheque (ACSP - %) (1) ** - 23,6 61,4 97,2 114,1 424,1 44,2 109,3 14,6 18,2 abr/22 0,0555 0,5558 0,5558 0,8159 0,83 0,5513 0,4416 0,3023 0,71 23,59 1.212,00
Consultas ao sistema de proteção ao crédito (ACSP - %) (1) ** - -17,0 -11,1 -5,6 7,8 127,2 -29,0 45,0 -4,3 6,4 mai/22 0,1663 0,6671 0,6671 0,9776 1,03 0,5697 0,4424 0,4133 4,13 23,59 1.212,00
Mercado de trabalho jun/22 0,1484 0,6491 0,6491 0,9496 1,02 0,5513 0,4472 0,3954 2,22 23,59 1.212,00
jul/22 0,1631 0,6639 0,6639 0,9844 1,03 0,5851 0,4456 0,4101 0,73 23,67 1.212,00
Taxa de desocupação (Pnad/IBGE - em %) - 8,7 8,9 9,1 9,3 9,8 10,5 11,1 11,2 11,2
ago/22 0,2409 0,7421 0,7421 1,0929 1,17 0,5851 0,4630 0,4881 -0,01 23,67 1.212,00
Indicador Coincidente de Desemprego - (FGV/IBRE) (3)* - - - - - - - - - -
set/22 0,1805 0,6814 0,6814 1,0020 1,07 0,5662 0,4670 0,4276 -0,06 23,67 1.212,00
Emprego industrial (CNI - %)* - -0,4 -0,1 0,4 0,6 0,1 -0,2 -0,4 -0,1 0,2
out/22 0,1494 0,6501 0,6501 0,9506 1,02 0,6005 0,4702 0,3964 0,04 23,81 1.212,00
Indicador Antecedente de Emprego - (FGV/IBRE) (3)* -4,0 1,5 1,2 -0,8 1,0 1,4 4,5 -0,1 -1,4 -5,3
nov/22 0,1507 0,6515 0,6515 0,9519 1,02 0,5811 0,4614 0,3977 - 23,81 1.212,00
Balança comercial (US$ milhões)
2022 1,42 7,14 7,14 10,55 11,14 6,24 5,02 4,21 8,78 1,15 10,18
Exportações 27.299 28.952 30.714 29.877 32.794 29.694 28.952 29.398 23.512 19.790 Em 12 meses * 1,47 7,73 7,67 11,35 12,00 6,71 5,44 4,51 9,27 1,15 10,18
Importações 23.378 24.960 26.687 24.497 23.861 24.694 20.764 21.806 18.876 19.819 2021 0,05 6,22 2,99 4,40 4,42 4,87 3,50 3,05 14,00 0,00 5,26
Saldo 3.921 3.991 4.027 5.380 8.933 5.000 8.188 7.592 4.637 -30
Fontes: Banco Central, CEF, Sinduscon e Ministério da Fazenda. Elaboração: Valor Data * Até o último mês de referência
Fontes: IBGE, CNI, FGV, FIRJAN, ACSP, SECEX/MDIC. Elaboração: Valor Data (1) Na capital SP. (2) Nova série com índice base 2014 = 100. (3) Var. em pts. * Metodologia com ajuste sazonal. (1) Taxa do período iniciado no 1º dia do mês. (2) Rendimento no 1º dia no mês seguinte para depósitos até 03/05/12 (3) Rendimento no 1º dia no mês seguinte para depósitos a partir de
** Variação em 12 meses. 04/05/12; Lei nº 12.703/2012 (4) Taxa efetiva; para novembro projetada. (5) Crédito no dia 10 do mês seguinte (TR + Juros de 3% ao ano)

Produção e investimento Inflação Dívida e necessidades de financiamento

Variação no período Variação no período (em %) Valores em R$ bilhões - no setor público
Indicadores 2º Tri/22 1º Tri/22 2022 (1) 2021 2020 2019 Dívida líquida do setor público set/22 ago/22 set/21
Acumulado em Número índice
PIB (R$ bilhões) * 2.404 2.249 9.126 8.679 7.610 7.389 Valor % do PIB Valor % do PIB Valor % do PIB
PIB (US$ bilhões) ** 502 431 1.762 1.609 1.448 1.873 nov/22 out/22 2022 2021 12 meses nov/22 out/22 dez/21 nov/21
Dívida líquida total 5.487,5 58,28 5.435,6 58,25 4.895,5 58,05
Taxa de Variação Real (%) 1,2 1,1 2,6 4,6 -3,3 1,2 IBGE
(-) Ajuste patrimonial + privatização 5,3 0,06 7,4 0,08 9,8 0,12
Agropecuária 0,5 -0,9 -5,5 -0,2 4,2 0,4 IPCA - 0,59 4,70 10,06 6,47 - 6.407,93 6.120,04 6.075,69
(-) Ajuste metodológico s/ dívida* -768,0 -8,16 -761,5 -8,16 -953,9 -11,31
Indústria 2,2 0,6 0,1 4,5 -3,0 -0,7 INPC - 0,47 4,81 10,16 6,46 - 6.634,98 6.330,59 6.284,71
Dívida fiscal líquida 6.250,3 66,38 6.189,7 66,33 5.839,6 69,25
Serviços 1,3 1,1 4,3 4,7 -3,7 1,5 IPCA-15 - 0,16 4,80 10,42 6,85 - 6.280,52 5.992,99 5.946,61
Formação Bruta de Capital Fixo (%) 4,8 -3,0 3,5 17,2 -1,7 4,0 IPCA-E - - 4,63 10,42 7,96 - - 5.992,99 5.946,61 Divisão entre dívida interna e externa
Investimento (% do PIB) 18,7 18,7 18,9 19,2 16,6 15,5 Dívida interna líquida 6.263,3 66,52 6.234,9 66,81 5.871,6 69,63
FGV
Fontes: IBGE e Banco Central. Elaboração: Valor Data Dívida externa líquida -775,9 -8,24 -799,3 -8,57 -976,1 -11,57
IGP-DI - -0,62 4,89 17,74 5,59 - 1.141,73 1.088,49 1.075,02
* Valores correntes. ** Banco Central. (1) 2º trim de 2022, nos últimos 12 meses
Núcleo do IPC-DI - 0,30 5,57 4,96 6,58 - - - - Divisão entre as esferas do governo
IPA-DI - -1,04 4,82 20,64 5,20 - 1.377,40 1.314,07 1.294,11 Governo Federal e Banco Central 4.604,3 48,90 4.568,7 48,96 3.969,4 47,07
IPA-Agro - -1,79 4,71 18,80 4,51 - 2.039,47 1.947,79 1.918,16 Governos Estaduais 791,6 8,41 781,1 8,37 795,0 9,43
Contrib. previdenciária* IR na fonte IPA-Ind. - -0,73 4,87 21,39 5,49 - 1.133,37 1.080,78 1.064,38 Governos Municipais 36,2 0,38 32,2 0,35 74,2 0,88
Empregados e avulsos** Faixas de contribuição IPC-DI - 0,69 3,33 9,34 5,05 - 702,01 679,39 675,52 Empresas Estatais 55,4 0,59 53,6 0,57 56,8 0,67
INCC-DI - 0,12 8,79 13,85 9,90 - 1.046,90 962,32 959,00
Salário de Base de calculo Aliquota Parcela a deduzir Necessidades de financiamento do setor público set/22 ago/22 set/21
IGP-M - -0,97 5,58 17,78 6,52 - 1.162,39 1.100,99 1.091,48
em R$ em % IR - em R$ Fluxos acumulados em 12 meses Valor % do PIB Valor % do PIB Valor % do PIB
contribuições em R$ Alíquotas em % (1) IPA-M - -1,44 5,77 20,57 6,46 - 1.420,10 1.342,67 1.330,07
Até 1.212,00 7,50 Até 1.903,98 - - IPC-M - 0,50 3,18 9,32 5,01 - 685,45 664,32 658,82 Total nominal 410,6 4,36 392,0 4,20 404,6 4,80
De 1.212,01 a 2.427,35 9,00 De 1.903,99 até 2.826,65 7,5 142,80 INCC-M - 0,04 8,96 14,03 10,06 - 1.046,96 960,89 957,98 Governo Federal** 403,1 4,28 420,7 4,51 508,4 6,03
De 2.427,36 até 3.641,03 12,00 De 2.826,66 até 3.751,05 15,0 354,80 IGP-10 -0,59 -1,04 5,70 17,30 5,55 1.181,32 1.188,36 1.117,64 1.119,19 Banco Central 37,3 0,40 17,5 0,19 -46,3 -0,55
De 3.641,04 até 7.087,22 14,00 De 3.751,06 até 4.664,68 22,5 636,13 IPA-10 -0,98 -1,44 5,76 19,72 5,22 1.449,93 1.464,30 1.370,95 1.377,95 Governo regional -31,4 -0,33 -45,4 -0,49 -58,7 -0,70
Empregador doméstico 8,00 Acima de 4.664,68 27,5 869,36 IPC-10 0,67 0,17 3,80 9,63 4,92 692,90 688,27 667,53 660,42 Total primário -181,4 -1,93 -183,5 -1,97 52,9 0,63
Fonte: Previdência Social. Elaboração: Valor Data *Competên- INCC-10 0,19 0,01 9,16 14,20 9,75 1.034,89 1.032,95 948,04 942,97 Governo Federal -336,7 -3,58 -323,3 -3,46 -91,7 -1,09
Fonte: Secretaria da Receita Federal
cia nov/22. **Inclusive empregado doméstico. (1) Para fins de Elaboração: Valor Data Banco Central 0,4 0,00 0,5 0,01 0,6 0,01
FIPE
recolhimento ao INSS Obs. Desconto por dependente: R$ 189,59 Governo regional -96,7 -1,03 -106,8 -1,14 -93,8 -1,11
IPC - 0,45 6,24 9,73 7,62 - 648,09 610,00 606,53
Fonte: Banco Central. Elaboração: Valor Data * Interna e externa.** Inclui INSS. Obs.: Sem Petrobras e Eletrobras.
DIEESE
ICV* - - - - 3,07 - - - -
Principais receitas tributárias Obs.: IPCA-E no 3º trimestre = -0,97%, IGP-M 2ª prévia nov/22 = -0,55% e IPC-FIPE = 2ª quadrissemana nov/22 = 0,50%
Valores em R$ bilhões Fontes: FGV, IBGE, FIPE e DIEESE. Elaboração: Valor Data *Índice em 2020 até fevereiro Resultado fiscal do governo central
Valores em R$ bilhões a preços de setembro*
Discriminação Janeiro-setembro Var. setembro Var.
Discriminação Janeiro-setembro Var. setembro Var.
2022 2021 % 2022 2021 % Imposto de Renda Pessoa Física 2022 2021 % 2022 2021 %
Receita Federal
Imposto de renda total 523,7 410,7 27,51 48,2 40,2 19,87
Pagamento das quotas - 2022 Receita total 1.731,8 1.520,1 13,93 177,8 162,7 9,26
Receita Adm. Pela RFB** 1.040,9 960,2 8,40 103,2 103,8 -0,54
Imposto de renda pessoa física 45,6 43,7 4,49 4,6 5,0 -8,33 Arrecadaçao Líquida para o RGPS 379,5 354,9 6,93 43,8 42,3 3,44
Imposto de renda pessoa jurídica 241,9 184,2 31,28 18,7 15,8 18,64 No prazo legal
Receitas Não Adm. Pela RFB 311,5 205,1 51,87 30,7 16,6 85,45
Imposto de renda retido na fonte 236,2 182,8 29,24 24,9 19,4 28,15 Quota Vencimento Valor da quota Valor dos juros Valor total
Transferências a Estados e Municípios 337,9 279,8 20,74 31,3 25,1 24,97
Imposto sobre produtos industrializados 48,5 53,9 -10,06 5,5 6,7 -17,51 (Campo 7 do DARF) (Campo 9 do DARF) (Campo 10 do DARF)
Receita líquida total 1.394,0 1.240,3 12,39 146,4 137,6 6,39
Imposto sobre operações financeiras 43,5 33,4 30,32 5,0 4,3 16,35 1ª ou única 31/05/2022 - Campo 7 Despesa Total 1.358,0 1.328,7 2,20 135,5 137,0 -1,11
Imposto de importação 44,1 45,8 -3,78 5,3 5,3 0,78 2ª 30/06/2022 1,00% Benefícios Precidenciários 612,3 604,5 1,28 61,8 58,3 5,99
Cide-combustíveis 1,4 1,2 12,37 0,0 0,2 -99,44 3ª 29/07/2022 2,02% + Pessoal e Encargos Sociais 247,1 266,5 -7,29 25,5 26,8 -4,76
Contribuição para Finsocial (Cofins) 234,1 207,6 12,79 25,4 25,0 1,47 4ª 31/08/2022 Valor da declaração 3,05% Campo 8 Outras Despesas Obrigatórias 222,1 266,4 -16,64 22,1 28,5 -22,53
CSLL 127,0 93,1 36,34 9,7 8,4 15,27 5ª 30/09/2022 4,22% Despesas Poder Exec. Sujeitas à Prog. Financeira 276,6 191,3 44,59 26,1 23,4 11,48
PIS/Pasep 65,4 58,4 12,04 7,1 7,1 0,07 Resul. Primário do Gov. Central (1) 36,0 -88,5 - 11,0 0,6 1.632,17
6ª 31/10/2022 5,29% +
Outras receitas 543,1 444,7 22,14 60,1 51,9 15,74 Discriminação set/22 ago/22 set/21
7ª 30/11/2022 6,31% Campo 9
Total 1.630,8 1.348,8 20,91 166,3 149,1 11,53 Valor Var. % Valor Var. % Valor Var. %
8ª 30/12/2022 -
ago/22 jul/22 ago/21
Pagamento com atraso Ajustes metodológicos -0,2 19,16 -0,2 - -0,3 -14,94
Valor Var. %* Valor Var. %* Valor Var. %* Discrepância estatística 0,4 -49,39 0,8 - 0,4 -
Multa (campo 08) - sobre o valor do campo 7 aplicar 0,33% por dia de atraso, a partir do primeiro dia após o vencimento até
ICMS - Brasil 56,8 -3,78 59,1 -0,64 58,1 4,80 Result. Primário do Gov. Central (2) 11,1 - -49,6 - 0,8 -
o limite de 20%; Juros (campo 09) - aplicar os juros equivalentes à taxa Selic acumulada mensalmente, calculados a partir
set/22 ago/22 set/21 de junho/22 até o mês anterior ao do pagamento e de 1% no mês de pagamento; Total (campo 10) - informar a soma dos Juros Noniminais -63,8 125,60 -28,3 -20,97 -54,9 18,69
Valor Var. %* Valor Var. %* Valor Var. %* valores dos campos 7, 8 e 9. Fonte: Receita Federal do Brasil. Elaboração: Valor Data. Result. Nominal do Gov. Central -52,6 -32,41 -77,9 388,91 -54,1 -7,11
INSS 43,8 0,03 43,8 2,49 39,5 4,05 Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional. Elaboração: Valor Data
Fonte: Receita Federal, Previdência Social, Secretaria da Fazenda. Elaboração: Valor Data * sobre o mês anterior Mais informações: valor.globo.com/valor-data/, ibge.gov.br e fipe.org.br * Deflator: IPCA ** Somando Incentivos fiscais (1) Acima da linha. (2) Abaixo da linha

O Sistema Comércio joga junto com

você e com a sua empresa, defendendo
seus interesses, fortalecendo o meio de
campo com os seus colaboradores e
atacando as dores que impactam o
desenvolvimento do comércio de bens,
serviços e turismo. Porque quando todo
mundo veste a camisa, a vitória é certa.
A6 | Valor | Quarta-feira, 23 de novembro de 2022
Brasil
Live do Valor Especialistas defendem
preparo profissional e diversidade
Menos racismo
em tecnologia
exige mais
negros na área
Rodrigo Carro
Do Rio
A luta contra o racismo e pela
diversidade no segmento de tec-
nologia passa não só pela inclu-
são de profissionais com diferen-
tes origens, gêneros e experiên-
cias, mas também pela própria
formação técnica dessas pessoas.
Tanto a inclusão racial como o
próprio conteúdo técnico ofere-
cido na formação dos profissio-
nais de tecnologia da informa-
ção estiveram no centro das dis-
cussões na Live Valor Social reali-
zada ontem, cujo tema foi “O pa-
pel dos dados e algoritmos na
pauta antirracista.”
Utilizados no desenvolvimen-
to de programas de computador,
algoritmos são sequências de ins-
truções e regras que, realizadas
de forma sistemática, permitem a
resolução de um problema ou a
execução de determinada tarefa.
Por vezes, vieses discriminatórios
dos desenvolvedores de software
acabam por contaminar as tecno-
logias desenvolvidas.
“Óbvio que existem soluções
tecnológicas [para combater a
discriminação], também. Temos
como criar tecnologias para eli-
Acompanhe tudo
sobre o prêmio em:
autoesporte carro do ano
LEO PINHEIRO/VALOR
minar vieses, para ter um mundo
mais ético, mas passa muito por
termos diversidade dentro do
ambiente da tecnologia. Se tiver-
mos mais pessoas pretas fazendo
esse tipo de coisa, há uma tendên-
cia de diminuir esse tipo de pro-
blema”, argumentou Ana Caroli-
na Caliópio, gestora de produtos
de dados na área de Big Data e In-
teligência Artificial da Globo.
Porém, contratar pessoas que
espelhem a diversidade pretendi-
da por muitas corporações está
longe de ser tarefa trivial, ressaltou
a gestora. “Levei mais de um ano
para entrevistar uma engenheira.
Eu entrevistava pessoas quase to- Raphaela Silva e Ana Caliópio acreditam empresas que não priorizam políticas de igualdade e inclusão vão ficar para trás, já que a tendência é irreversível
dos os dias e [...] não apareciam
currículos de mulheres ”, lembrou “Em geral, existe muito essa vieses raciais e sociais que resul- mulo à inclusão e à diversidade e Números apresentados na dis-
Caliópio, referindo-se a sua expe- preocupação do ensino técnico, tam em softwares falhos. “São pelo respeito às diferenças tendem cussão, a partir de estudos publi-
riência inicial na área de tecnolo- que é muito complexo. Ensinar pessoas que fazem a tecnologia. a perder espaço, inclusive em ter- cados, indicam que a diversidade
gia, quando participava de proces- tecnologia é coisa complexa, di- Se vemos a tecnologia desempe- mos de resultados financeiros. racial e a de gênero podem mul-
sos de recrutamento e seleção. fícil, desafiadora. E tem mais esse nhando papéis que não são be- “É um caminho sem volta, me tiplicar os lucros de empresas.
O acesso ao ensino tecnológico agravante: focamos tanto no de- néficos para a sociedade, é culpa desculpe quem está incomoda- “Não é só uma questão de jus-
é, por si só, uma barreira à diversi- senvolvimento técnico dessas de pessoas que não estão agindo do”, ironizou Caliópio. Embora tiça social”, disse a gestora Ana
dade dentro do setor, mas tam- pessoas que é deixado um pouco corretamente por trás”, argu- destaque como positivo o fato de Caliópio. “As empresas que não
bém é preciso analisar criticamen- de lado na formação delas quais mentou durante a live, que é par- haver cada vez mais profissionais se adequarem, não forem mais
te o conteúdo dos cursos para evi- as diretrizes que elas estão se- te de uma série de três encontros pretos em posições de liderança justas, mais diversas, vão ficar
tar que reproduzam preconceitos guindo para resolver proble- virtuais programados para a se- no universo corporativo, Ra- para trás”, concluiu.
latentes na sociedade, ressaltou mas”, disse Raphaela. mana da consciência negra. phaela Silva ressaltou que ainda A live foi promovida pelo Valor
outra participante da live, Raphae- Para além da discussão tecno- Na visão de ambas as partici- vai demorar para corporações Social — área de responsabilida-
la Silva, coordenadora de Marca lógica, Ana Caliópio destacou o pantes, empresas cuja atuação não sofrerem perdas significativas de social da Globo — em conjun-
Empregadora da fintech Z1. elemento humano por trás de for pautada por diretrizes de estí- por ignorarem essas diretrizes. to com o Valor Econômico.
Já estamos
esquentando
os motores
Vem aí mais uma edição do Carro do Ano, a premiação
mais importante da indústria automobilística brasileira.
01 DE DEZEMBRO São 13 categorias que reconhecem a excelência dos
fabricantes que atuam no mercado nacional.
REALIZAÇÃO
 Quarta-feira, 23 de novembro de 2022 | Valor | A7

Política
Congresso Bloco pensa em embutir despesas na PEC
PAULO SÉRGIO/CÂMARA DOS DEPUTADOS

de Transição ou mudar a LDO para fazer ‘pedalada’

Centrão manobra
para liberar gastos de
R$ 17 bilhões este ano
Raphael Di Cunto, Vandson Lima,
Matheus Schuch e Larissa Garcia
De Brasília
Deputados e senadores do
Centrão e integrantes do gover-
no Bolsonaro (PL) traçaram duas
estratégias para tentar desblo-
quear o pagamento de emendas
parlamentares e de despesas dos
ministérios na reta final deste
ano. A estimativa é conseguir li-
berar até R$ 17 bilhões ainda em
2022 com “manobras fiscais”.
O governo está com parte de
seus recursos contingenciados
por causa do crescimento das
despesas obrigatórias com Previ-
dência e pela determinação, por
ordem do Supremo Tribunal Fe-
deral (STF), de destinar R$ 3,8 bi-
lhões para a cultura por meio da
Lei Paulo Gustavo em 2022. À tar-
de, ainda foi feito bloqueio adi-
cional, que elevou o contingen-
ciamento a R$ 15,4 bilhões.
Isso fez com que parte dos re-
cursos discricionários dos minis-
térios (classificados como RP2 na
terminologia orçamentária) es-
tejam bloqueados. Também es-
tão congelados R$ 7,7 bilhões em
“emendas de relator”, conheci-
das como orçamento secreto,
destinadas pelos parlamentares
para suas bases eleitorais. São
duas as alternativas já em nego-
ciação para desbloquear esses re-
cursos neste fim de ano.
Uma delas é ajudar a aprovar a
proposta de emenda constitucio-
nal (PEC) da Transição, que ex-
cluirá os pagamentos do Auxílio
Brasil do teto de gastos, liberan-
do espaço para mais despesas. A
PEC, se aprovada até dezembro,
teria efeito imediato, segundo a
interpretação de parte dos técni-
cos. Por isso, os benefícios pagos
ainda este ano, após a promulga-
ção, poderiam ficar fora do teto.
Na versão mais “otimista”, seriam
liberados até R$ 12 bilhões em
dezembro para outros gastos.
A outra negociação é aprovar
no Congresso um projeto de lei
orçamentária (PLN 39) para mu-
dar a Lei de Diretrizes Orçamen-
tárias (LDO) de forma a não ser
preciso cancelar despesas para
cumprir o limite do teto de gas-
tos, caso haja ajuste de caixa.
O PLN promove ainda altera-
ções no cronograma de execução
mensal das despesas obrigató-
rias, o que poderia se converter
em uma “pedalada” para 2023.
“Propõe-se a inclusão de novo
parágrafo ao art. 61, de forma a
possibilitar ao Poder Executivo
alterar os cronogramas de paga-
mentos das despesas obrigató-
rias [...] e, permitir que no fecha-
mento do exercício, a parcela
não empenhada de despesas
obrigatórias seja utilizada para
abertura de créditos”, diz o pare-
cer do deputado AJ Albuquerque
(PP-CE) — mas que, segundo par-
lamentares, foi confeccionado
pelo governo.
A proposta está na Comissão
Mista de Orçamento (CMO) e se-
ria aprovada ontem, mas desen-
tendimento sobre como gastar
os valores liberados causou di-
vergência e o adiamento da vota-
ção. O PT também protestou con-
tra a possibilidade de empurrar
parte das despesas do atual go-
verno para o próximo ano.
A expectativa no começo do
dia era que o projeto pudesse
desbloquear cerca de R$ 10 bi-
lhões, atendendo as demandas
dos parlamentares e dos ministé-
rios. Técnicos do governo alerta-
ram, contudo, que o valor é bem
menor, de apenas R$ 3,8 bilhões,
referentes à Lei Paulo Gustavo. “O
PLN é uma iniciativa do Congres-
so. No nosso entendimento, o es- AJ Albuquerque: relator de PLN fez parecer para mudar cronograma de pagamento de despesas obrigatórias
paço que abre no PLN que lá está
é exclusivamente da lei Paulo mentário e o financeiro, que aju- parlamentares falem que há con- res extras indicadas pelos inte-
Gustavo, de R$ 3,8 bi. Não tem da a evitar o “empoçamento” de dições de desbloquear cerca de grantes da Comissão de Orça-
outra abertura ali, mas um maior recursos no final do ano por cau- R$ 5 bilhões com o PLN (na práti- mento (R$ 400 milhões).
disciplinamento do que deveria sa de uma redação mal escrita do ca, cortando os recursos da cultu- Já os ministros pressionam o
estar no teto de gastos", disse o teto. “Mas tem partes que a gente ra e enviando para outras áreas). presidente Jair Bolsonaro (PL) a
secretário especial de Tesouro e precisa avaliar um pouco melhor, Independentemente do nú- utilizar esses recursos de final de
Orçamento, Esteves Colnago. em especial a parte dos restos a mero, porém, a divisão dos recur- ano só com as despesas discricio-
Ele destacou que o projeto foi pagar. Entendemos a importân- sos causou confusão. O presiden- nárias do Executivo. Eles argu-
construído pelos parlamentares e cia, mas gostaríamos de reduzir o te da Câmara, Arthur Lira (PP- mentam que o governo já não
disse que “é difícil falar” que o Mi- estoque, o texto vai no sentido de AL), e parte de seus aliados que- tem mais projetos para aprovar e
nistério da Economia tem opi- preservar esse estoque”, afirmou. rem o pagamento das emendas que quitar o “orçamento secreto”
nião formada sobre o projeto. Se- Essa divergência de entendi- de relator. Integrantes da CMO, pode levar a uma “bronca” do Tri-
gundo ele, há pontos positivos, mento com os técnicos da Econo- por outro lado, exigiram o paga- bunal de Contas da União (TCU)
como a diferenciação entre orça- mia reduziu o espaço, embora os mento das emendas parlamenta- no julgamento das contas dele.

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A8 | Valor | Quarta-feira, 23 de novembro de 2022

Política
Poderes Pacheco sinaliza que Senado veta exclusão
MARCELLO CASAL JR/AGÊNCIA BRASIL

permanente de Auxílio Brasil do teto de gastos

Nova âncora fiscal

será proposta só em
2023, diz Alckmin
Matheus Schuch, João e uma revisão”, observou. “A lógica de se ter um prazo in-
Valadares, Vandson Lima e “O ideal era fazer uma combi- definido, ou seja, determinar a re-
Raphael Di Cunto nação entre o teto, com a evolu- tirada do Bolsa Família do teto de
De Brasília ção da curva da dívida e o resulta- gastos integralmente, já está cla-
do primário. Se faz uma compo- ro que não encontra ressonância
Diante da sinalização de que o sição das três coisas.” no Congresso Nacional”, disse.
Congresso não dará aval à retira- Na sequência, o coordenador A fala de Pacheco esfria as pre-
da do Auxílio Brasil do teto de dos grupos temáticos da transi- tensões do futuro governo, apon-
gastos por tempo indetermina- ção e ex-ministro Aloizio Merca- tando um cenário de certa resis-
do, o vice-presidente eleito Ge- dante esclareceu que, para que tência aos termos colocados na
raldo Alckmin (PSB) afirmou on- haja a discussão, é preciso incluir proposta da PEC.
tem que a PEC da Transição con- novamente esse dispositivo na Para destravar as negociações
tará com dispositivo que obriga a Constituição. De acordo com o pela aprovação do texto, o sena-
revisão do teto de gastos por pro- petista, a Emenda 95, que criou o dor Jaques Wagner (PT-BA) deve
jeto de lei complementar. teto de gastos, continha esta pre- assumir a interlocução entre o
Ele disse que devido à necessi- visão, mas ela teria sido retirada governo eleito e o Congresso Na- Alckmin: “O ideal era fazer uma combinação entre o teto, com a evolução da curva da dívida e o resultado primário”
dade de acelerar a tramitação da pelo atual governo na chamada cional, especialmente as articula-
proposta de emenda constitucio- PEC dos Precatórios. ções no Senado, Casa que iniciará necessidade de implantação do tro anos. Líder do PSD, o senador cutir a PEC. A lista dos presentes,
nal para a ampliação do Orçamen- As declarações foram feitas em a apreciação do texto. programa Bolsa família em R$ Nelsinho Trad (MS) disse que o porém, causou polêmica nos
to, o debate sobre a nova âncora meio às negociações entre o go- Segundo apurou o Valor, a re- 600 e, ao mesmo tempo, preser- ideal seria aprovar a retirada do corredores da Câmara e críticas
fiscal seria feito apenas em 2023. verno eleito e o Congresso para a clamação de senadores sobre a di- var ao máximo possível o teto de teto em 2023 e, ao fim do prazo, à falta de uma articulação políti-
Alckmin defendeu que haja aprovação da PEC da Transição: o ficuldade de interlocução com a gastos públicos”, pontuou. o Congresso fazer uma nova ava- ca mais coordenada.
uma flexibilização do teto de que antes era dito nos bastidores, equipe de transição ampliou a Com a regra do teto sendo liação da situação — o que pode- O líder do PP na Câmara, André
gastos, combinando o dispositi- foi externado pelo presidente do preocupação do governo eleito contestada pela futura gestão, ria acontecer a cada ano. Fufuca (MA), diz não ter recebido
vo com a avaliação da evolução Senado, Rodrigo Pacheco (PSD- com a tramitação da PEC. Ele é con- Pacheco concordou que uma “A questão de se dar um che- convite. O do Republicanos foi fei-
da curva da dívida e o resultado MG). Ele avaliou que a proposta siderado habilidoso e, por estar no possibilidade é resolver agora a que em branco de quatro anos, to ao presidente do partido, depu-
primário. “[Uma nova âncora de excepcionalização do Auxílio meio do mandato, com mais trân- questão do Bolsa Família, mas ter isso não passa dentro do PSD. A tado Marcos Pereira (SP), e não ao
fiscal] vai ter que ser discutida, Brasil, que voltará a se chamar sito entre os parlamentares que compromisso em formular uma gente quer ver se esse período se líder da bancada, Vinícius Carva-
porque a partir de 2026 a Bolsa Família, da regra do teto de analisarão a PEC do que o senador nova âncora fiscal futuramente. reduz pelo menos para um ano, lho (SP) — que, por causa disso,
emenda constitucional propõe gastos públicos de forma perma- eleito Wellington Dias (PT-PI). A bancada do PSD no Senado para que a gente possa, acompa- não iria. Já o do PSDB vai, mas disse
a revisão. Haverá uma discussão nente não terá apoio. Pacheco entende, contudo, já decidiu que é contrária à ex- nhando ano a ano, com a respon- que mais para ouvir. À tarde, a ban-
que está claro que o Congresso cepcionalização do Bolsa Famí- sabilidade fiscal”, disse. cada se reunirá e a tendência é se
tem compromisso na manuten- lia de forma permanente e sina- Alckmin receberá líderes de posicionar contra gastos superio-
Oi S.A. - Em Recuperação Judicial ção do benefício social em R$ 600 liza objeção até mesmo com a partidos no Congresso na ma- res a R$ 80 bilhões. (Colaboraram
CNPJ/ME: 76.535.764/0001-43 - NIRE 33 3 0029520-8 mensais. “Temos que conciliar a diminuição do prazo para qua- nhã desta quarta-feira para dis- Marcelo Ribeiro e Renan Truffi)
COMPANHIA ABERTA
EDITAL DE SEGUNDA CONVOCAÇÃO
ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA

Guedes nega ‘herança maldita’ e diz

Tendo em vista não ter sido atingido o quórum de instalação da Assembleia Geral
Extraordinária convocada para o dia 18 de novembro de 2022, às 11h (“AGE”), o Conselho de
Administração da Oi S.A. - Em Recuperação Judicial (“Companhia”) convoca os Acionistas a Secretaria de
se reunirem em Assembleia Geral Extraordinária , a realizar-se, em segunda convocação, no Saúde Pública

que deixará superávit do setor público

dia 01 de dezembro de 2022, às 11h (“AGE Segunda Convocação”), de forma exclusivamente
digital, nos termos do art. 5º, §2º, inciso I e do art. 28, §§2º e 3º, da Resolução CVM nº 81,
de 29 de março de 2022 (“Resolução CVM 81”), por meio da plataforma digital Ten Meetings
(“Plataforma Digital”), a fim de deliberarem sobre as seguintes matérias:
(1) Aprovação da proposta de grupamento da totalidade das ações ordinárias e preferenciais AVISO DE SUSPENSÃO DA
de emissão da Companhia, ambas na proporção de 50 ações de cada espécie para 1 ação ABERTURA DO PREGÃO
da mesma espécie;
ELETRÔNICO SRP Estevão Taiar e Larissa Garcia além de merenda escolar e Farmá- do que quando assumiu, sempre
(2) Aprovação da alteração do artigo 5º do Estatuto Social da Companhia para refletir o
grupamento, bem como de ajuste de referências do parágrafo 4º do artigo 35 e do parágrafo Nº 066/SESPA/2022 De Brasília cia Popular. Isso tudo cabe em uma em relação ao Produto Interno
3º do artigo 38 do Estatuto Social da Companhia; A Pregoeira/SESPA comunica aos
(3) Ratificação da nomeação e contratação da empresa especializada Meden Consultoria interessados no PREGÃO ELETRÔNICO SRP PEC relativamente simples e bem Bruto (PIB). Guedes ainda chamou
Empresarial Ltda. (“Meden”), como responsável pela elaboração dos laudos de avaliação, Nº 066/SESPA/2022, cujo objeto é Registro O ministro da Economia, Paulo formulada”, disse na apresentação atenção para as transferências da
a valor contábil, dos patrimônios líquidos da BrT Card Serviços Financeiros Ltda. (“BrT de Preços para eventual e futura aquisição de
Card”), da Paggo Administradora Ltda. (“Paggo Administradora”) e da Bérgamo Participações Equipamentos Médicos Hospitalares, listados Guedes, afirmou ontem que uma do Relatório Bimestral de Avalia- União para governos regionais du-
Anexo II (do Termo de Referência), com a
Ltda. (“Bergamo” e, quando em conjunto com a BrT Card e Paggo Administradora, todas
finalidade de implantar e renovar o parque Proposta de Emenda à Constitui- ção de Receitas e Despesas relativo rante a pandemia.
sociedades 100% controladas, direta ou indiretamente, pela Companhia, denominadas
“Incorporadas”), a serem incorporados ao patrimônio líquido da Companhia (em conjunto, os
tecnológico das EAS - Estabelecimentos de
Assistência à Saúde do Estado do Pará - das
ção (PEC) “relativamente simples e ao quinto bimestre deste ano. “Estávamos prontos para termi-
“Laudos de Avaliação”);
(4) Aprovação dos Laudos de Avaliação elaborados pela Meden, para fins da incorporação
unidades de saúde descritas no Anexo I (do bem formulada” poderia manter o O governo do presidente eleito nar [o primeiro mandato], caiu ou-
Termo de Referência), por intermédio da
das Incorporadas pela Companhia; SESPA - Secretária Estadual de Saúde. Com Auxílio Brasil em R$ 600 e reforçar Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem tro pequeno meteoro”, disse, sem
(5) Aprovação dos Protocolos e Justificação de Incorporação da BrT Card (“Protocolo validade de 12 (doze) meses, de acordo com
BrT Card”), da Paggo Administradora (“Protocolo Paggo”) e da Bérgamo pela Companhia as especificações e quantidades constantes parte dos programas sociais. sido criticado por diversos espe- explicar qual seria o novo “meteo-
(“Protocolo Bérgamo”), incluindo todos os seus anexos (em conjunto, “Protocolos e no Termo de Referência, que integra este “Eu tenho certeza de que se ti- cialistas em contas públicas por ro” fiscal. “Não adianta chegar ago-
Justificação de Incorporação”), os quais estabelecem os termos e condições da incorporação Edital, que foi suspensa a abertura marcada
das Incorporadas; para o dia 23/11/2022 às 09h00min (Horário véssemos ganhado a eleição, [a causa da PEC da Transição, que tem ra e falar: é tudo furo de teto, é tudo
(6) Aprovação das propostas de incorporação da BrT Card e da Paggo Administradora pela de Brasília) no site: Portal de Compras do
Companhia, nos termos do Protocolo BrT Card e do Protocolo Paggo, respectivamente; Governo Federal – UASG: 925856, por proposta para financiar o Auxílio impacto fiscal de pelo menos R$ igual. Não. Um teto mal construí-
(7) Aprovação da proposta de incorporação da Bérgamo pela Companhia, com eficácia a motivo de retificação do Edital. Outrossim, de R$ 600 seria] imposto sobre lu- 198 bilhões por ano. O texto coloca do exige reparos”, afirmou em ou-
partir de 02 de janeiro de 2023, nos termos do Protocolo Bérgamo; e informamos que posteriormente será
(8) Autorização para que os administradores da Companhia pratiquem todos os atos divulgada nova data de abertura do referido cros e dividendos. Está aqui a fonte parte desse montante fora do teto tro momento, defendendo-se de
certame.
necessários à efetivação das Incorporações.
INSTRUÇÕES GERAIS: Belém (PA), 22 de novembro de 2022. permanente dos R$ 200 a mais do de gastos por tempo indetermina- afirmações de que teria furado o
1. A documentação e as informações relativas às matérias que serão deliberadas na AGE THEANA ANGEL PERDIGAO MONTEIRO Auxílio Brasil, sem impacto fiscal, do e não apresenta o arcabouço arcabouço fiscal nos últimos anos.
Segunda Convocação estão à disposição dos Acionistas na sede da Companhia, no “Manual PREGOEIRA/CPL/SESPA
para Participação e Proposta da Administração”, na página de Relações com Investidores da para substituir o próprio teto. “Não é chegar, dar um chute, gritar
Companhia (https://ri.oi.com.br/), assim como no site da Comissão de Valores Mobiliários Na reta final de sua gestão, Gue- ‘fogo no salão’ e está tudo bem.”
(https://www.gov.br/cvm/pt-br), na forma da Resolução CVM 81 e da regulamentação da B3
S.A. - Brasil, Bolsa, Balcão (“B3”) (https://www.b3.com.br/pt_br/). PREGÃO ELETRÔNICO BINACIONAL des aproveitou o evento de ontem Alguns especialistas alertam, no
2. Os titulares de ações preferenciais terão direito a voto em todas as matérias sujeitas à
deliberação e constantes da Ordem do Dia da assembleia ora convocada, conforme art. 12,
EF 1946-22 para rebater críticas de que a pasta entanto, que o custo fiscal de me-
§3º, do Estatuto Social da Companhia e art. 111, §1º, da Lei 6.404/76, e votarão sempre em estaria deixando uma “herança didas adotadas pelo governo do
conjunto com as ações ordinárias. Objeto: Aquisição de roda aço inox AISI 410 mm para reposição de estoque da ITAIPU,
PARTICIPAÇÃO DOS ACIONISTAS: em Foz do Iguaçu-PR.
maldita” nas contas públicas para presidente Jair Bolsonaro (PL) me-
3. Nos termos do parágrafo único do artigo 49 da Resolução CVM nº 81, as instruções de voto
Condição de participação: empresa legalmente estabelecida no Brasil ou no
o próximo governo. ses antes das eleições deste ano, co-
recebidas por meio dos boletins de voto à distância (“BVD”) enviados pelos Acionistas por
ocasião da primeira convocação da AGE serão consideradas normalmente. Paraguai. “[Teremos o] segundo superávit mo a PEC das Bondades, tem custo
4. A participação dos acionistas na AGE Segunda Convocação via Plataforma Digital poderá
se dar pessoalmente ou por procurador devidamente constituído, nos termos do art. 126 da
Caderno de bases e condições: disponível nos sites do setor público consolidado, fiscal elevado e sequer estão total-
https://compras.itaipu.gov.br e https://compras.itaipu.gov.py.
Lei das S.A. e o art. 28, §§2º e 3º da Resolução CVM 81, caso em que o Acionista poderá: após sete anos de déficit. É uma he- mente contemplados na proposta
(i) simplesmente participar da AGE Segunda Convocação, tenha ou não enviado o BVD Recebimento das Propostas: até as 9h (horário de Brasília) de 6 de dezembro de
por ocasião da primeira convocação da AGE; ou (ii) participar e votar na AGE Segunda 2022.
rança maldita?”, disse. de Orçamento para 2023. Econo-
Convocação, observando-se que, se o acionista já tiver enviado o BVD e quiser votar via Ele também destacou que, de mistas ainda destacam o risco que
Plataforma Digital, suas instruções de voto recebidas por meio de BVD serão desconsideradas.
A.1. Acesso à Assembleia Digital Daniele Tassi Simioni Gemael Samuel Valiente Claverol acordo com as projeções do Minis- as mudanças nas regras de paga-
5. Os Acionistas ou respectivos procuradores que desejarem participar da AGE Segunda Superintendente de Compras Superintendente-adjunto de Compras tério da Economia, pela primeira mentos dos precatórios, também
Convocação via Plataforma Digital poderão utilizar o cadastro validado por ocasião da
primeira convocação da AGE. vez um governo terminará o man- realizadas pela gestão atual, repre-
6. Aqueles que não tiverem se cadastrado por ocasião da primeira convocação da AGE ou
que tiveram seu cadastro indeferido deverão acessar o site específico da assembleia, no dato com as despesas primárias e a sentam para as contas públicas no
endereço https://tenmeetings.com.br/assembleia/portal_/#/?id=34D5BA00C00B, preencher dívida pública em patamar menor futuro.
seu cadastro e anexar todos os documentos necessários para sua habilitação para A Comp panhia de Saneamento do Paraná - SANEPAR torna público que requereu ao Instituto Água e
participação e/ou voto na AGE Segunda Convocação, conforme detalhado abaixo e na Terra - IAT a renovação da Licença de Operação – RLO nº 5151 do seguinte empreendimento: ETE João
Proposta da Administração, até o dia 29 de novembro de 2022 (“Credenciamento”). Paulo II. Endereço: Rua Joaquim F. Luiz S/N. Conjunto Habitacional João Paulo II. Município: União da
7. Informações detalhadas sobre o acesso à Plataforma Digital e regras de conduta a serem Vitória/PR. Validade: 19/06/2023.

Curtas
adotadas na AGE Segunda Convocação constam do Manual para participação e Proposta
da Administração, disponível nos websites indicados no item 1 das Instruções Gerais acima.
8. A participação na AGE Segunda Convocação via Plataforma Digital estará restrita aos SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE - SESA
Acionistas, seus representantes ou procuradores, conforme o caso, que (i) tiverem seu
cadastro validado por ocasião da AGE, ou (ii) realizarem o Credenciamento, na forma e prazo
indicados no Manual para participação e Proposta da Administração, e, em quaisquer dos Publicação de Edital - 1ª DEVOLUÇÃO DE PRAZO
casos, que ingressarem na Plataforma Digital até o momento da abertura dos trabalhos da
Assembleia. O Estado do Paraná, por intermédio da Comissão Permanente de Licitação/CPL, da Secretaria de Indicações aprovadas 1 de Mello Filho ao cargo do Conse-
9. A Companhia ressalta que será de responsabilidade exclusiva do acionista assegurar a Estado da Saúde/SESA, comunica a todos interessados, a publicação do edital PE-1502/2022/D/ O plenário do Senado aprovou lho Nacional de Justiça (CNJ), com
compatibilidade de seus equipamentos com a utilização da plataforma digital “Ten Meetings”. SESA, o qual poderá ser acessado nos sites: http://www.licitacoes-e.com.br identificador nº 974710,
A Companhia não se responsabilizará por quaisquer dificuldades de viabilização e/ou de e http://www.administracao.pr.gov.br/compras identificador nº 1502/2022, e os autos do processo
nesta terça-feira duas indicações 57 votos a favor e 3 abstenções.
manutenção de conexão e de utilização da Plataforma Digital que não estejam sob controle na CPL, Av. Prefeito Lothário Meissner, nº 350, Curitiba - Paraná, telefone (41) 3360-6745. Protocolo para o cargo de ministro do Su-
da Companhia.
A.2. Documentos Exigidos nº 19.260.535-0. Objeto prestação de serviços contínuos de Lavanderia Hospitalar com locação de perior Tribunal de Justiça (STJ). O MDB
10. O Acionista deverá apresentar o comprovante de titularidade de ações de emissão enxoval que permita a rastreabilidade por RFID, para atender a demanda das unidades do Hospital
da Oi expedido na data do credenciamento para participação, pela instituição financeira de Infectologia e Retaguarda Clinica (HIRC) e Hospital Regional da Lapa São Sebastião (HRLSS), juiz federal Messod Azulay Neto O MDB indicou cinco deputados
escrituradora ou agente de custódia, bem como serão exigidos os seguintes documentos integrantes do Complexo Hospitalar do Trabalhador - CHT. Valor máximo total R$ 3.572.280,00. recebeu aval de 61 senadores, federais para acompanhar os traba-
para o Credenciamento dos Acionistas: Abertura dia 09/12/2022, às 09h00. Ato de autorização Exmo. Sr. Secretário de Estado da Saúde Dr.
(i) quando Pessoa Jurídica: cópias do Instrumento de Constituição ou Estatuto Social ou com nenhum voto contrário e 2 lhos da equipe de transição após pe-
Carlos Alberto Gebrim Preto (Beto Preto), em 18/10/2022, conforme Despacho nº 6191/2022.
Contrato Social, ata de eleição de Conselho de Administração (quando houver) e ata de
Leandro Pereira – Pregoeiro. Curitiba, 23 de novembro de 2022. abstenções. Também juiz federal, dido da presidente do PT, deputada
eleição de Diretoria que contenham a eleição do(s) representante(s) legal(is) presente(s) à
AGE Segunda Convocação; Paulo Sérgio Domingues rece- Gleisi Hoffmann (PR). Eles se soma-
(ii) quando Pessoa Física: cópias do documento de identidade e CPF do Acionista; e INSTITUTO PARANAENSE DE beu 57 votos favoráveis e 2 con- rão a outros integrantes do partido
(iii) quando Fundo de Investimento: cópias do regulamento do Fundo e cópia do Estatuto
DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - FUNDEPAR trários, além de 3 abstenções.
Social ou Contrato Social do administrador do Fundo, bem como ata de eleição do(s) que já vinham participando formal-
representante(s) legal(is) presente(s) à AGE Segunda Convocação.
11. Além dos documentos indicados em (i), (ii) e (iii), conforme o caso, quando o Acionista AVISO DE LICITAÇÃO mente das equipes, como a senado-
for representado por procurador, deverá encaminhar juntamente com tais documentos
o respectivo mandato, com poderes especiais, bem como as cópias do documento de
SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇOS Indicações aprovadas 2 ra Simone Tebet (MS). Os convites
identidade e ata de eleição do(s) representante(s) legal(is) que assinou(aram) o mandato PREGÃO ELETRÔNICO Nº 2330/2022 – GMS/FUNDEPAR Também foram aprovadas a juí- partiram do presidente nacional do
que comprovem os poderes de representação, além do documento de identidade e CPF do
procurador presente. PROTOCOLO Nº 19.617.221-1 OBJETO: Registro de Preços para futura e eventual aquisição de za trabalhista Liana Chaib para o MDB, o deputado Baleia Rossi (SP), e
12. A Oi não exigirá o cumprimento de formalidades de reconhecimento de firmas, ovos de galinha destinados ao Programa Nacional de Alimentação Escolar, Colégios Estaduais cargo de ministra do Tribunal Su- serão oficializados pelo vice-presi-
autenticação, apostilamento e tradução juramentada da referida documentação.
A.3 Confirmação do Credenciamento Agrícolas e Florestal e demais estabelecimentos de ensino vinculados à Secretaria de Estado da perior do Trabalho (TST), com 60 dente eleito Geraldo Alckmin (PSB).
13. Após envio de todos os documentos para habilitação, o Acionista ou procurador, conforme Educação e do Esporte do Paraná. DATA E HORÁRIO DA DISPUTA: 07 de dezembro de 2022, votos favoráveis, 2 contrários e 2 Os indicados são: Hildo Rocha (MA)
o caso, receberá a confirmação do Credenciamento para participação na AGE Segunda às 09:00 (nove horas) por meio de sistema eletrônico do Banco do Brasil. VALOR MÁXIMO:
Convocação. Caso o Acionista não receba a confirmação do Credenciamento, deverá entrar
R$ 27.580.000,00 (vinte e sete milhões e quinhentos e oitenta mil reais). RETIRADA DO
abstenções; e as reconduções de para Cidades; José Priante (PA) na
em contato enviando e-mail para invest@oi.net.br, com até 3 (três) horas de antecedência do
horário de início da AGE Segunda Convocação. Nos termos do art. 6º, §3º da Resolução CVM EDITAL E DOS ELEMENTOS TÉCNICOS INSTRUTORES: encontram-se à disposição no portal Engels Augusto Muniz ao cargo do Infraestrutura, Newton Cardoso Ju-
81, não será admitido o acesso à Plataforma Digital de Acionistas que não apresentarem os www.licitacoes-e.com.br – PREGÃO ELETRÔNICO DO BANCO DO BRASIL, pesquisa avançada Conselho Nacional do Ministério nior (MG) no Desenvolvimento Re-
documentos de participação necessários no prazo aqui previsto e conforme detalhado no
“Manual para Participação e Proposta da Administração”.
(INSTITUTO PARANAENSE DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL). Também no portal www. Público (CNMP), com 59 votos fa- gional, Dulce Miranda (TO) no De-
comprasparana.pr.gov.br no link: Licitações ao vivo. Informações: (41) 3250-8286 ou (41)
Rio de Janeiro, 22 de novembro de 2022
Eleazar de Carvalho Filho
voráveis, 3 contrários e 2 absten- senvolvimento Social e Valtenir Pe-
3250-8302. DATA: 21/11/2022. Comissão Permanente de Licitação
Presidente do Conselho de Administração ções, e de Luiz Fernando Bandeira reira (MT) na Justiça.
 Quarta-feira, 23 de novembro de 2022 | Valor | A9

Política
Executivo Segundo Alckmin, não há dificuldade de composição e grupo terá civis e integrantes das Forças Armadas

Nomes para a Defesa podem sair hoje

Matheus Schuch
e João Valadares
De Brasília
O vice-presidente eleito Ge-
raldo Alckmin (PSB) assegurou
que o grupo técnico da Defesa,
único ainda não anunciado na
transição de governo, terá os in-
tegrantes oficializados nesta
quarta-feira. O aval à equipe se-
rá dado pelo presidente eleito
Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A
equipe, porém, pretendia discu-
tir pessoalmente o tema com
Lula, o que ficou indefinido
diante da recomendação médi-
ca de que o petista, que passou
por cirurgia, poupe sua voz.
“Temos esboço de nomes da
Defesa e devemos anunciar ama-
nhã [quarta-feira], no máximo
quinta”, disse Alckmin. “É preciso
cumprir o plano de governo, ter
nomes civis e das Forças Arma-
das. Defesa é estratégica, extre-
mamente relevante, estamos
amadurecendo propostas".
O vice-presidente argumen-
tou que, apesar da demora, não
há dificuldade na composição.
“Está praticamente equaliza-
do”, sublinhou.
Sobre a previsão para o
anúncio de ministros, Alckmin
reiterou que a presença na
transição não significa assento
na Esplanada. Na pasta da De-
fesa, o petista deverá escolher
um civil, conforme antecipou
na campanha eleitoral.
“O presidente Lula tem 40 dias
para ir anunciando ministros.
Quando fui governador anunciei
primeiro secretário um mês e
meio depois”, exemplificou.
O vice-presidente falou à im-
prensa após anunciar os nomes
dos parlamentares federais que
irão compor a transição de go-
verno. Indicados por 14 parti-
dos, eles acompanharão os gru-
pos técnicos, auxiliando na arti-
culação política e apontando so-
luções legislativas para os proje-
tos, por exemplo.
O contato com o atual governo
para o avanço da transição inten-
sificou-se nesta semana. A maio-
ria das solicitações, explicou Al-
ckmin, tem sido endereçada à
Casa Civil. Mas também já estão
sendo realizadas reuniões dire-
tas entre as equipes temáticas e
ministros de Jair Bolsonaro.
Além de Alckmin, estavam
presentes na entrevista os ex-
ministros Aloizio Mercadante e
Gleisi Hoffmann, parlamenta-
res e assessores.
Em sua segunda semana de
atividade, a equipe de transição
também já começa a conhecer
melhor a situação deixada pelo
atual governo nas diversas áreas.
Após a primeira reunião com o
atual ministro do Desenvolvi-
mento Regional, Daniel Ferreira,
por exemplo, o coordenador do
grupo técnico que trata da área
na transição de governo, senador
Randolfe Rodrigues (Rede-AP),
disse que a União não terá ne-
nhuma capacidade de investi-
mento na área a partir de janeiro
e classificou a situação como
“dramática” e “caótica”.
“Em janeiro, a União não te-
rá capacidade nenhuma de in-
vestimento em Desenvolvimen-
to Regional. Para eventualida-
des de Defesa Civil que geral-
mente ocorrem em janeiro,
não há dotação orçamentária”,
disse Randolfe.
Segundo Randolfe, o proble-
ma é que os recursos da pasta
não estão direcionados a obras
do ministério, e sim fragmen-
tados nas emendas de relator,
também conhecidas como or-
çamento secreto.
“A distribuição de recursos nes-
ta área cria uma ausência de sin-
tonia sobre a execução orçamen-
tária. Tem quase R$ 2 bilhões des-
tinados à Codevasf e faltam recur-
sos para Defesa Civil”, pontuou.
O senador fazia referência à
Companhia de Desenvolvimento
dos Vales do São Francisco e do
Parnaíba, que passou a ser utili-
zada para intermediar obras com
recursos indicados por emendas
parlamentares.
Nesta quarta-feira, o Conselho
Político da transição, formado
por líderes ou presidentes de
partidos aliados se reunirá pela
terceira vez. Também haverá ex-
tensa agenda de grupos técnicos.
O grupo da saúde, que nesta ter-
ça-feira esteve com o presidente
do Tribunal de Contas da União
(TCU), ministro Bruno Dantas,
para pedir apoio da Corte no
diagnóstico da área, fará a pri-
meira reunião com o ministro da
Saúde, Marcelo Queiroga, na se-
de do ministério. Uma das priori-
dades é tratar do abastecimento
de insumos e vacinas.

Declarações de equipe
WESLEY AMARAL/CÂMARA DOS DEPUTADOS

afetam papéis da Petrobras

Rafael Bitencourt, Matheus
Schuch e Rafael Walendorff
De Brasília
Integrantes da equipe de tran-
sição do governo eleito pediram
ao ministro das Minas e Energia
Adolfo Sachsida que seja inter-
rompido qualquer processo de
venda de ativos pela Petrobras. A
visita do ex-presidente da Empre-
sa de Pesquisa Energética (EPE),
Mauricio Tolmasquim, e do sena-
dor Jean Paul Prates (PT-RN) foi a
primeira interação técnica, que
serviu para garantir que nenhu-
ma medida de “caráter estrutu-
ral” seja tomada nos últimos dias
de mandato.
As ações da Petrobras desvalo-
rizaram ao longo da terça-feira,
com reflexos no Ibovespa. Os pa-
péis vinham em queda pela ma-
nhã, após revisão por analistas
do preço-alvo da companhia pa-
ra baixo e caíram ainda mais lo-
go após as declarações dos inte-
grantes da equipe de transição.
As falas mal recebidas pelo
mercado incluíram a sinalização
de que a política de preços da Pe-
trobras, impactada pela volatili-
dade do preço internacional do
barril de petróleo e do dólar, se-
guirá diretriz do novo governo.
“Não é a Petrobras que, no nos-
so entender e no entendimento
do próprio presidente Lula, bai-
xa a política de preços no Brasil”,
disse o senador, que coordena o
subgrupo de petróleo, gás e bio-
combustíveis e é cotado para a
presidência da petroleira.
“Quem faz a política de preços,
tanto dos combustíveis quanto
das tarifas de eletricidade, por
uma questão de política setorial,
é o governo”, reforçou Prates, ao
deixar a sede do ministério.
No Centro Cultural Banco do
Brasil (CCBB), onde foi montada
a estrutura da transição de gover-
no, Tolmasquim, coordenador
do grupo de energia, disse que
em breve será marcada uma
agenda da equipe de transição
com o presidente da Petrobras,
Caio Paes de Andrade.
Depois da reunião com a equi-
pe do novo governo, Sachsida
disse, no Twitter, que pouco po-
deria fazer em relação à compa-
nhia. “Não interfiro em pessoas
jurídicas de direito privado. Res-
peito todas as opiniões, mas, no
que se refere à Petrobras, o máxi-
mo que faço é agendar reunião
de equipe de transição com o co-
mando da empresa”, disse.
Tolmasquim garantiu que ne-
nhuma decisão está sendo tomada,
por enquanto, sobre preço de com-
bustíveis: “De antemão, não está se
discutindo nada relacionado aos
preços. Estamos muito focados em
analisar a situação atual e em não
tomar medidas agora, que caberão
ao próximo ministro.”
Prates afirmou que Sachsida se
colocou “extremamente recepti-
vo e colaborativo” com a equipe
do novo governo. Sobre a necessi-
dade de interromper a venda de
ativos da Petrobras, o parlamen-
tar citou como processos mais
críticos aqueles que envolvem re-
finarias ainda não vendidas, pré-
dios de representação regional e
infraestrutura de escoamento de
gás natural. Ele citou o exemplo
do Gasoduto Bolívia-Brasil, da
TBG, que demandaria negociação
externa com países vizinhos.
Sobre o corte nos tributos so-
bre os combustíveis, Prates afir-
mou que a renovação da lei com-
plementar que zerou a cobrança
de PIS/Cofins até o final deste ano
será tratada com a equipe econô-
mica. “O impacto a gente sabe
que é bem menor que do ICMS,
mas precisa ser avaliado à luz da
macroeconomia”, explicou o se-
nador, fazendo referência à redu-
ção do imposto estadual.
O Valor apurou que o grupo Prates: “Não é a Petrobras que, no nosso entender e no do presidente Lula, baixa a política de preços no Brasil”
técnico da transição de governo
vai analisar a criação da Secretaria
de Energias Renováveis (SER) no
Ministério de Minas e Energia, pa-
ra reunir as políticas para todas as
fontes de energia renovável.
A proposta de mudança no or-
ganograma do ministério veio
da constatação de que as ações
voltadas para setores importan-
tes para a garantir a transição
energética estarem “dispersas”
na estrutura do órgão. Se for real-
mente criada, a nova secretaria
contará com três departamen-
tos: Energias da Natureza, com
coordenação-geral para energia
eólica e solar; de Bioenergia, com
coordenações para biodiesel e
etanol; e de Novas Fontes Reno-
váveis e Eficiência Energética.
Ver também página C2

Advogado de Lula deve ocupar cargo

relevante no futuro governo
Marcelo Ribeiro, Andrea Jubé e
Luísa Martins
De Brasília
Cotado para uma vaga no Su-
premo Tribunal Federal (STF), o
advogado Cristiano Zanin Mar-
tins, que representou o presi-
dente eleito Luiz Inácio Lula da
Silva (PT) em todas as ações judi-
ciais às quais o petista respon-
deu, deve assumir um cargo de
relevo no futuro governo. Zanin
pode assumir a Subchefia para
Assuntos Jurídicos (SAJ), vincu-
lada ao Palácio do Planalto, ou a
Secretaria Nacional de Justiça do
Ministério da Justiça e Seguran-
ça Pública (MJ).
Atualmente, o advogado de
Lula despacha no gabinete de
transição. Ele integra o grupo te-
mático da Justiça e Segurança Pú-
blica, onde está coordenando os
debates sobre cooperação jurídi-
ca internacional. O Valor ouviu
de fontes do governo de transi-
ção que Zanin é o nome mais
lembrado para assumir a SAJ,
uma das funções mais próximas
do presidente da República na
estrutura do Planalto.
Isso porque o titular da Sub-
chefia atua como advogado do
chefe do Executivo, responsável
pelos decretos e demais atos as-
sinados pelo presidente, e ge-
ralmente em linha direta com o
ministro-chefe da Advocacia-
Geral da União (AGU).
Se Zanin vier a assumir a SAJ,
é provável que o órgão volte ao
formato original, vinculado di-
retamente ao gabinete presi-
dencial. Atualmente, a Subche-
fia está ligada à Secretaria-Geral
da Presidência.
Nos últimos anos, a SAJ trans-
formou-se em um trampolim pa-
ra os postulantes a uma cadeira
no Supremo Tribunal Federal. O
decano da Corte, ministro Gil-
mar Mendes, desempenhou a
função no governo Fernando
Henrique Cardoso antes de ser
nomeado para o tribunal consti-
tucional. Da mesma forma, o mi-
nistro Antonio Dias Toffoli foi
subchefe para Assuntos Jurídicos
nos primeiros anos da gestão Lu-
la. Depois da SAJ, tanto Mendes
quanto Toffoli foram designados
para a chefia da AGU.
Na gestão de Dilma Rousseff,
coube ao advogado Beto Vas-
concelos desempenhar a função
de subchefe de Assuntos Jurídi-
cos. Depois ele foi designado
para a Secretaria Nacional de
Justiça, um destino que tam-
bém é cogitado para Zanin.
Em 2023, Lula será responsá-
vel pela nomeação de dois nomes
ao STF, em função das aposenta-
dorias dos ministros Ricardo
Lewandowski e Rosa Weber,
atual presidente do colegiado.
O Valor apurou com fontes
do entorno do presidente eleito
e do gabinete de transição que,
embora o nome de Zanin seja o
mais cotado, o convite para um
desses cargos ainda não foi for-
mulado ao advogado. Procura-
do, Zanin preferiu não comen-
tar os rumores sobre sua indica-
ção para o palácio ou para o Mi-
nistério da Justiça.
Lula tem uma relação de con-
fiança extrema com Zanin, que
é casado com a advogada Wa-
leska Teixeira, que subscreveu a
defesa do petista ao lado do
marido. Ela é filha do advogado
Roberto Teixeira, amigo de Lula
há mais de 40 anos. Lula reco-
nhece em Zanin o defensor que
obteve a anulação de seus pro-
cessos junto ao STF, pela incom-
petência do juízo de Curitiba
para julgá-lo, e pela parcialida-
de do então juiz Sergio Moro,
hoje senador eleito pelo Paraná.
Mas além do sucesso obtido
na defesa judicial, Lula é grato a
Zanin por não tentar convencê-
lo a aceitar o acordo que lhe foi
oferecido no ano de sua prisão,
em 2018, para que ele cumpris-
se a pena em regime domiciliar
e usasse tornozeleira eletrônica.
A prerrogativa foi articulada
pelo ex-ministro do STF Sepúl-
veda Pertence com alguns inte-
grantes da Corte. Lula recusou a
oferta, contrariando Sepúlveda,
e parte do colegiado.
A10 | Valor | Quarta-feira, 23 de novembro de 2022

Política
Congresso Presidente da Câmara contabiliza adesões de Republicanos, PDT, PV, União Brasil, além de PL, PP e PSD

Lira empilha apoios e espera anúncio do PT

MARINA RAMOS/CÂMARA DOS DEPUTADOS
Raphael Di Cunto e Marcelo Ribeiro apoio a ele rapidamente para ra garantir a estabilidade que a Ca-
De Brasília mostrar força e demover possí- sa precisa para votar projetos im-
veis adversários. O discurso é de portantes nos próximos dois anos”.
Favoritíssimo à reeleição, o pre- que é preciso negociar, desde já, O movimento acaba com os rumo-
sidente da Câmara dos Deputados, os espaços que cada sigla ocupa- res de que o presidente da legenda,
Arthur Lira (PP-AL), empilhou rá na futura composição da Casa. o deputado Marcos Pereira (SP),
apoios à sua candidatura esta se- A distribuição das comissões poderia concorrer contra ele com
mana. Recebeu na terça-feira a ocorre de acordo com o tamanho apoio do futuro governo Lula (PT).
adesão de Republicanos, PDT e PV, de cada partido, mas as siglas po- A sigla espera, por outro lado,
terá nesta quarta o anúncio de dem se juntar em blocos para ocu- que Lira cumpra a promessa de
aliança com o União Brasil e aguar- parem espaços maiores. Os princi- ajudar a eleger o deputado Jho-
da até quinta um compromisso pais focos de disputa são posições natan de Jesus (RR) ministro do
formal do PT de embarcar no bloco na Mesa Diretora e as presidências Tribunal de Contas da União
partidário que lhe dará sustenta- das comissões Mista de Orçamen- (TCU). Integrantes do partido di-
ção. Além disso, já conta com a fi- to (CMO), de Constituição e Justiça zem que isso sequer entrou na
delidade do PP, seu partido, do PL, (CCJ) e de Finanças e Tributação. nova rodada de negociações por-
sigla do presidente Jair Bolsonaro, O apoio mais aguardado é do PT que é um compromisso prévio. A
e do PSD. Isso tudo mais de dois do presidente eleito Luiz Inácio Lu- tendência é que a eleição para o
meses antes da eleição, que ocorre- la da Silva. Já é consenso na sigla TCU só ocorra em 2023. O PSD,
rá em 1 o de janeiro. que não vale a pena repetir o “caso que também disputa a vaga, en-
“Está caminhando para ele ser Eduardo Cunha”, quando o parti- caminhou o apoio a ele há cerca
candidato único, fora alguns do resolveu enfrentar o favorito na de duas semanas num jantar.
prováveis avulsos que disputam disputa, perdeu e viu um adversá- Lira também recebeu o apoio
para marcar posição para fora da rio atrapalhar as pautas do gover- dos deputados do PDT, um dos
Câmara”, disse o líder de um par- no e abrir o impeachment da ex- partidos da futura base de Lula.
tido que não declarará, por en- presidente Dilma Rousseff (PT). Na Lira: presidente da Câmara está em intensa programação para garantir adesões e espera apoio do PT à sua reeleição “Ele é um presidente da Câmara
quanto, apoio à reeleição de Lira. segunda-feira, o líder do PT na Câ- forte e pode ajudar na aprovação
Na avaliação dele, ao fechar mara, Reginaldo Lopes (MG), e o terça-feira para selar esse apoio, que faz parte da federação, con- maior bancada, presida a comis- de propostas importantes para o
aliança com o presidente da Câ- vice-presidente do partido, depu- foi cancelada. A versão oficial é tudo, recebeu Lira em um jantar são e decida os relatores e quando governo”, disse o líder da sigla,
mara, o PT também caminha pa- tado José Guimarães (CE), foram de que queriam evitar discussões ontem e indicou apoio. os projetos serão pautados. André Figueiredo (CE). Hoje será
ra ter uma base sólida na Casa. comunicar a Lira essa posição. sobre a proposta de emenda O PT espera ficar com a CCJ ou O primeiro apoio público à can- a vez do União Brasil, terceiro
O assunto foi tratado pelo pre- Uma reunião da bancada do constitucional (PEC) da Transi- que o colegiado, o mais importan- didatura do deputado do PP ocor- maior partido da Câmara. À tar-
sidente da Câmara em almoço PT, junto com PCdoB e PV, que fa- ção, mas que a adesão ao bloco te da Câmara, por onde passam to- reu ontem, com a bancada do Re- de, o PSDB também fará um en-
com aliados. Lira tenta conven- zem parte da federação com os de Lira ocorrerá até amanhã “ou, das as PECs, seja presidido por um publicanos divulgando nota para contro e está “99%” encaminha-
cer os partidos a declararem petistas, marcada para a noite de no máximo, terça-feira”. O PV, aliado. O temor é que o PL, com a dizer que ele “reúne condições pa- do para apoiar Lira.

BR MALLS PARTICIPAÇÕES S.A.

CNPJ nº 06.977.745/0001-91 - NIRE 33.3.0028170-3 - COMPANHIA ABERTA
Ata de Reunião do Conselho de Administração realizada no dia 29 de abril de 2022. Data, Horário e Local: No dia 29 de abril de
2022, às 08:00 horas, realizada por conferência, conforme previsto no art. 17, § 4º, do estatuto social da BR Malls Participações
Ruralistas e governo eleito mantêm distância
S.A. (“brMalls” ou “Companhia”). Convocação: Realizada a convocação em caráter extraordinário, nos termos do estatuto social da
Companhia. Presença: Presente os seguintes membros do Conselho de Administração da Companhia: Srs. João Roberto Gonçalves Raphael Di Cunto ditivo para boa parte do setor “se- Alckmin (PSB) chegou a figurar em rural já enfrenta riscos naturais e
Teixeira, José Afonso Alves Castanheira, Luiz Alberto Quinta, Mauro Rodrigues da Cunha e Silvio José Genesini Junior. Mesa: Presi-
dente: José Afonso Alves Castanheira. Secretária: Cláudia da Rosa Côrtes de Lacerda. Deliberações: Em continuação à reunião do
e Rafael Walendorff guir em frente” e iniciar o diálogo um dos primeiros convites que cir- de mercado e que não merece ser
Conselho de Administração realizada em 13 de abril de 2022, o Conselho de Administração deliberou pela aprovação dos seguintes
documentos: (i) Mapa de Riscos 2022 e (ii) Política de Transações com Partes Relacionadas, ressaltando que tais documentos foram
De Brasília com o governo eleito. cularam, mas também não apare- sobrecarregada por riscos insti-
discutidos e recomendados pelo Comitê de Auditoria Estatutário. Encerramento: Nada mais havendo a ser tratado, lavrou-se a ata, Embora alguns dos parlamen- ceu no encontro, bem como presi- tucionais “inventados pela ação
que foi aprovada e assinada por todos os presentes, tendo sido aprovado que a divulgação da mesma deve excluir os assuntos confi-
denciais. Assinaturas: Mesa: Presidente: José Afonso Alves Castanheira. Secretária: Cláudia da Rosa Côrtes de Lacerda. Conselheiros: O encontro de recepção dos tares reeleitos que estavam pre- dentes de partidos e membros do política”. “O fantasma das inva-
Srs. João Roberto Gonçalves Teixeira, José Afonso Alves Castanheira, Luiz Alberto Quinta, Mauro Rodrigues da Cunha e Silvio José
Genesini Junior. Rio de Janeiro, 29 de abril de 2022. Cláudia da Rosa Côrtes de Lacerda - Secretária. novos parlamentares eleitos sentes pretendam aderir ao go- Supremo Tribunal Federal (STF). A sões de terra, tratados com bene-
POLÍTICA DE GESTÃO DE CONFLITO DE INTERESSE E TRANSAÇÕES COM PARTES RELACIONADAS: 1 OBJETIVO: • Estabelecer diretrizes que
deverão ser observadas na administração de conflitos de interesse real, potencial ou aparente, e particularmente em transações com partes promovido pela bancada rura- verno do PT, os novatos que cir- ausência de Bolsonaro, recluso volência pelas autoridades pú-
relacionadas. • Reforçar o compromisso da brMalls em conduzir seus negócios com os mais altos padrões de integridade, legalidade e
transparência, além de observar as melhores práticas de mercado. 2 ABRANGÊNCIA: Esta Política aplica-se a todos os colaboradores da
lista em Brasília ontem mostrou cularam pelo evento eram todos desde a derrota na eleição, não blicas, parece insinuar-se nova-
brMalls, incluindo diretores estatutários, membros do Conselho de Administração e dos comitês de assessoramento e do Conselho Fiscal. 3 que o afastamento desses con- bolsonaristas, como Zé Trovão chegou a ser surpresa, apesar de mente no horizonte. Onde a pro-
DEFINIÇÕES: brMalls ou Companhia: é a própria BR Malls Participações S/A, suas empresas controladas, as coligadas e as entidades de
Shoppings administrados e/ou de propriedade direta ou indireta da brMalls. Colaboradores: são todos os funcionários, diretores estatutá- gressistas e de boa parte das en- (PL-SC) e Marcos Pollon (PL-MS). ser figurinha carimbada nos even- priedade privada não é respeita-
rios, membros do Conselho de Administração e dos comitês de assessoramento e do Conselho Fiscal, prestadores de serviços da brMalls.
Condições de Mercado: São padrões de mercado: (i) Competitividade (preços, taxas, prazos e condições compatíveis com as demais prati- tidades do agronegócio do go- O único integrante da equipe de tos anteriores do agronegócio. da, não há produção rural”, afir-
cados no mercado, se aplicável e possível); (ii) Conformidade (pertinência dos termos do respectivo contrato com as necessidades da com-
panhia, bem como adequado controle de segurança e informação); e (iii) Transparência (adequada divulgação das condições e aplicação). verno eleito ainda persiste. transição presente no encontro O presidente da Confederação mou. “O próximo Congresso vai
Conflito de interesse: Ocorre quando o interesse particular de Colaborador se contrapõe aos interesses da brMalls. Nessas situações, os
interesses particulares ou alheios aos da Companhia, podem influenciar inapropriadamente no juízo de valor ou no desempenho transparen- “Estamos muito preocupados ontem foi Evandro Gussi, ex-depu- da Agricultura e Pecuária do Bra- transformar-se num campo de
te dos envolvidos. Um exemplo de conflito de interesses é quando uma pessoa se encontra envolvida em processo decisório em que ela tenha
o poder de influenciar o resultado, assegurando uma vantagem indevida para si, algum familiar ou terceiros, ou ainda que possa interferir
com cenário atual do nosso país. tado e presidente da União da In- sil (CNA), João Martins, fez um batalha em que o próprio desti-
na sua capacidade de julgamento isento. O conflito de interesse pode ser: (i) real: é uma situação em que existe, de fato, um conflito de in- A eleição terminou, mas boa par- dústria da Cana (Unica), que não discurso mais duro e afirmou que no da agricultura e da pecuária
teresse; (ii) potencial: uma situação que pode evoluir e se tornar um conflito de interesse real; (iii) aparente: uma situação em que uma
pessoa poderia razoavelmente concluir que o envolvido não agiu com a imparcialidade ou integridade no cumprimento de sua obrigação para te da sociedade brasileira não discursou. Nem mesmo membros o setor agropecuário vive “cons- estará sendo decidido”, disse.
com a Companhia. O conflito existe mesmo nas situações em que nenhum ato prejudicial tenha sido materializado, pois um aparente confli-
to de interesses é capaz de enfraquecer a confiança ou credibilidade da brMalls ou do envolvido. São exemplos de conflitos de interesses já quer crer e acha que ainda tem da FPA que já fazem a interlocução tantes riscos político e ideológi- A posição mais dura de Mar-
estabelecidos em nosso Código de Ética: (i) o desenvolvimento de atividades paralelas e (ii) as relações de parentesco e relacionamentos
afetivos. Em qualquer hipótese, deve ser observado o disposto no Código para se esclarecer situações envolvendo tais assuntos. Também algo por acontecer”, resumiu o com Lula, como o deputado Neri co” e que os parlamentares da tins já é vista por alguns como
outras tantas situações podem gerar conflitos de interesses real, potencial ou aparente, devendo os envolvidos avaliarem se estão agindo no
melhor interesse da brMalls. Dentre as diversas situações que podem gerar conflito de interesse, vale destacar a realização de transação com
presidente da Frente Parlamen- Geller (PP-MT), estavam no evento. bancada ruralista devem “conti- barreira para a continuidade de-
partes relacionadas que será detalhada nessa política. Montante Relevante: Transações de valor igual ou superior a R$ 5.000.000,00
(cinco milhões de reais), oriundas de uma única operação ou uma série de operações sucessivas com o mesmo fim. Montante Não Relevan-
tar da Agropecuária (FPA), depu- Um parlamentar confidenciou nuar resistindo diante dos novos le na presidência da CNA. A ideia
te: Transações de valor inferior a R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais), oriundas de uma única operação ou uma série de operações tado Sérgio Souza (MDB-PR) ao que a ausência do deputado Neri tempos que se avizinham”. de colocar “sangue novo” no co-
sucessivas com o mesmo fim. Transações Isentas: São as Transações com Partes Relacionadas entre a BrMalls e suas controladas, coliga-
das ou entidades de seus ativos meramente operacionais, tais como: (i) contratos de empréstimos ou adiantamentos (mútuos); (ii) avais, discursar. Ele minimizou as posi- Geller (PP-MT) e do senador Carlos Em agosto, João Martins defen- mando da entidade não estaria
fianças e quais outras formas de garantias; e (iii) patrocínios e doações. Tais transações serão aprovadas pela administração conforme
definido pela governança da Companhia. Transação(ões) com Parte(s) Relacionada(s): São consideradas Transações com Partes Relacio- ções ideológicas e disse que o Fávaro (PSD-MT) no palco e no deu a reeleição de Bolsonaro e ata- descartada, mas não é confirma-
nadas a transferência de recursos, bens, direitos, serviços ou obrigações entre, de um lado, a brMalls, e, de outro lado, uma Parte Relacio-
nada, independentemente de ser cobrado ou não um preço em contrapartida. São exemplos de transações mais comuns: (i) compras ou grupo tem pauta própria, ligada evento, dois postulantes ao cargo cou Lula. Na ocasião, o dirigente da pelas lideranças do setor. Can-
vendas de produtos e serviços; (ii) contratos de empréstimos ou adiantamentos (mútuos); (iii) avais, fianças e quais outras formas de ga-
rantias; e (iv) patrocínios e doações. Partes Relacionadas: significa, em relação à Companhia, as pessoas que se enquadrem na definição
ao setor, independentemente do de ministro, foi estratégica para disse que o setor não aceitava mais didato à presidente da confede-
estabelecida pelo Pronunciamento Técnico CPC nº 5 (R1) do Comitê de Pronunciamentos Contábeis e por esta Política: (a) qualquer pessoa
física e/ou Membro Próximo da Família da referida pessoa física que: (i) detenha o Controle pleno ou compartilhado da Companhia ou em
resultado da eleição. não parecer que a bancada está como presidente da República al- ração na próxima eleição, em
suas Controladas; (ii) seja uma Pessoa Chave da Administração da Companhia ou de sua Controladora ou de suas Controladas; e/ou (b) A FPA apoiou oficialmente a ree- apoiando publicamente qualquer guém que foi condenado e preso 2025, José Mário Schreiner
qualquer entidade, ainda que despersonificada que: (i) a Companhia ou suas Controladas, ainda que o Controle seja compartilhado; e/ou
(ii) seja Coligada da Companhia; (iii) seja Controlada, de modo pleno ou compartilhado, por qualquer Pessoa que se encaixe nas hipóteses leição do presidente Jair Bolsonaro um dos nomes nessa briga — deci- como ladrão. Sem baixar o tom, ele (MDB) poderia antecipar a che-
previstas no item (a); e/ou (iv) estiver sob Influência Significativa ou tiver como Pessoa Chave da sua Administração ou de sua Controladora
uma Pessoa que se encaixe na hipótese prevista no item (a)(i); (v) forneça serviços de Pessoal Chave da Administração da Companhia ou de (PL), derrotado no segundo turno. são que ainda não foi tomada pelo falou ontem para uma plateia ami- gada ao cargo. Atualmente, ele é
suas Controladas. No contexto desta Política, não são Partes Relacionadas da Companhia: (i) entidades que apenas tenham administrador
ou outra Pessoa Chave da Administração em comum com a Companhia ou com suas Controladas; e (ii) a Pessoa que compartilhar o Contro- A maioria dos parlamentares é li- grupo. Executivos de entidades de gável e criticou ideias em debate presidente da Federação de Agri-
le de uma Controlada em conjunto com a Companhia. Pessoal Chave da Administração: É a alta administração da Companhia, ou seja, os
membros do Conselho de Administração, do Conselho Fiscal, dos Comitês de Assessoramento e Diretores Estatutários, os Diretores Adjuntos
gada ao atual presidente e tem si- produtores criticaram a falta de pelo governo eleito, como a de di- cultura e Pecuária de Goiás
e os Superintendentes de Shopping. Membros Próximos da Família: para fins desta Política, são membros da família aqueles que, em razão
do vínculo, possam exercer influência no Pessoal Chave da Administração, inclusive, necessariamente: (a) os filhos da Pessoa, cônjuge ou
do pressionada pelas bases eleito- projeções sobre devido à ausência vidir o Ministério da Agricultura, (Faeg), vice-presidente da CNA e
companheiro(a); (b) os filhos do cônjuge da Pessoa ou de companheiro(a); e (c) dependentes da Pessoa, de seu cônjuge ou companheiro(a). rais para apoiar o discurso de que desses interlocutores ou de outros supostos incentivos à invasão de deputado federal (mas decidiu
Legislação Aplicável: (i) Lei 6404 de 1976; (ii) Pronunciamento Técnico CPC 05 (R1); (iii) Deliberação nº 642 da Comissão de Valores Mobi-
liários de 7 de outubro de 2010. 4 PROCEDIMENTOS PARA SITUAÇÕES ENVOLVENDO CONFLITO DE INTERESSE: 4.1. Os colaboradores, ao se houve fraude — não há provas de nomes com voz no futuro Ministé- terras e iniciativas legislativas que não concorrer à reeleição justa-
depararem com uma situação envolvendo conflitos de interesses, seja real, potencial ou aparente devem imediatamente reportá-la, conforme
item 7.3, devendo ausentar-se das tratativas, negociações e/ou discussões sobre o tema, conforme o caso, e abster-se da tomada de decisão que isso tenha ocorrido — na vota- rio da Agricultura. tentam taxar produtos do campo. mente para se dedicar à disputa
até receber retorno com orientações sobre o caso através da área de Compliance. 4.2. Os diretores estatutários, membros do Conselho de
Administração, membros do Conselho Fiscal ou membros dos Comitês de Assessoramento da Companhia devem manifestar seu conflito de ção . Essa pressão ainda é um impe- O vice-presidente eleito Geraldo Martins disse que a produção pelo comando da instituição).
interesses, em correspondência específica ou nas correspondentes reuniões de seus órgãos, constando em ata o respectivo conflito de inte-

Empresários da saúde
resse potencial, sua ausência das discussões sobre o tema, ainda que parcial, e abstenção na tomada de decisão ou da emissão de opinião.
4.2.1. Por deliberação da maioria dos Membros Conselho de Administração, membros do Conselho Fiscal ou membros dos Comitês de Asses-
soramento da Companhia, conforme o caso, poderá o Membro indicado como em situação de conflito de interesse, explanar sua opinião, vi-
sando subsidiar o colegiado na tomada de decisão envolvendo o tema objeto do conflito. 4.2.2. Na hipótese de algum membro de Conselho
de Administração, membro do Conselho Fiscal ou membro de Comitê, que possa ter conflito de interesse, real, potencial ou aparente não BR MALLS PARTICIPAÇÕES S.A.
manifestar seu status, poderá qualquer outro acionista ou membro do órgão ao qual pertence reportar tal situação, seguindo-se no que

reúnem-se com transição

CNPJ nº 06.977.745/0001-91 - NIRE 33.3.0028170-3 - COMPANHIA ABERTA
couber o disposto no item 4.2 acima. Sem prejuízo disso, poderá tal situação ser considerada violação à presente política, passível de medi- Ata da Reunião do Conselho de Administração realizada no dia 25 de abril de 2022. I. Data, Horário e Local: no dia 25 de abril de
da corretiva estabelecidas na Política de Gestão das Consequências. 5. PROCEDIMENTOS PARA CELEBRAÇÃO DE TRANSAÇÕES COM PARTES 2022, às 18:00 horas, realizada por conferência, conforme previsto no art. 17, § 4º, do estatuto social da BR Malls Participações S.A.
RELACIONADAS OU ENVOLVENDO CONFLITO DE INTERESSE: 5.1. São expressamente vetadas Transações com Partes Relacionadas ou com (“brMalls” ou “Companhia”). II. Convocação: realizada a convocação em caráter extraordinário, nos termos do estatuto social da
potencial conflito de interesses realizadas em condições que não sejam as Condições de Mercado. A Companhia, portanto, poderá realizar Companhia. III. Presença: Srs. João Roberto Gonçalves Teixeira, José Afonso Alves Castanheira, Luiz Alberto Quinta, Mauro Rodrigues da
operações com partes relacionadas ou com potencial conflito de interesses desde que realizadas com transparência e obedecendo Condições Cunha e Silvio José Genesini Junior. IV. Mesa: Presidente: Sr. José Afonso Alves Castanheira. Secretária: Sra. Cláudia da Rosa Côrtes de
de Mercado para a situação, de acordo com a legislação aplicável, as normas internas da Companhia, e melhores práticas de governança Lacerda. V. Ordem do dia: Medidas a serem tomadas para retenção de talentos sob a luz da proposta não solicitada de combinação de
corporativa. 5.2. As Transações com Partes Relacionadas devem ser sempre formalizadas por escrito, detalhando-se as suas características negócios publicada pela Aliansce Sonae Shopping Centers S.A.. VI. Deliberações: Os conselheiros foram informados do forte aumento João Valadares duto Interno Bruto (PIB) do país
principais (direitos, responsabilidades, qualidade, preços, encargos, prazos), bem como levar em consideração o custo de seu monitoramen- no risco de perda de talentos da Companhia, tendo em vista as incertezas criadas pela proposta não solicitada de combinação de negó-
to, que inexiste no caso de transação com parte não relacionada. 5.3. Todas as transações com Partes Relacionadas envolvendo Montante cios, na forma de incorporação das ações da Companhia pela Aliansce Sonae Shopping Centers S.A. divulgada em 04/01/2022 e altera- e Fabio Murakawa e emprega 15% da mão de obra
Não Relevante, quando identificadas ou formalizadas, devem ser aprovadas pela Diretoria Financeira e Jurídica, observado que, em havendo da em 14/03/2022 e em 18/04/2022 (“Incorporação de Ações ALSO”). O turnover dos funcionários da companhia atingiu até março
potencial conflito de interesses pelas pessoas que exercem esses cargos, tal conflito deve ser declarado e um novo diretor estatutário deverá 6,9%. Especificamente em cargos de liderança, este número atingiu 8,5%, quando a meta para todo o ano de 2022 é de 11%. Adicio- De Brasília brasileira. “É um mercado gigan-
aprovar a transação. Em havendo a maioria da diretoria estatutária em situação de conflito, a decisão deve ser do Conselho de Administra- nalmente, somente no mês de abril, já solicitaram desligamento 4 colaboradores da companhia (beneficiários do Plano de ILP), incluin-
ção. 5.4. As Transações com Partes Relacionadas envolvendo Montante Relevante, deverão ser submetidas à aprovação do Conselho de Ad- do o superintendente do maior shopping da brMalls. Diante desta realidade, e do risco de continuidade de perda de talentos por conta tesco porque tem o Sistema Úni-
ministração, observada a recomendação do Comitê de Auditoria. 5.5. São vedadas as seguintes Transações com Partes Relacionadas ou em
que tenha sido identificado potencial conflito de interesse com Pessoal Chave da Administração nas seguintes hipóteses: a. Concessão de
da incerteza gerada pela potencial combinação de negócios, o Conselho de Administração tomou as seguintes decisões: 1. Interpreta-
ção das consequências de eventual Combinação de Negócios nos termos propostos por ALSO sobre os Planos de Ações (Perfor-
A equipe de transição do presi- co de Saúde (SUS) que compra e
empréstimos para Pessoal Chave da Administração, bem como seus respectivos familiares. b. Aquelas realizadas em condições que não
sejam as Condições de Mercado ou em prejuízo da Companhia. 6 DIVULGAÇÃO DE TRANSAÇÕES COM PARTES RELACIONADAS: 6.1. Nos ter-
mance, Matching e Ações Restritas): a. Considerando o poder/dever do Conselho de Administração de interpretar as consequências de dente eleito Luiz Inácio Lula da atende 170 milhões de pessoas
uma Combinação de Negócios sob a luz das Cláusulas 11.1. e 11.1.1. do Plano de Performance Shares, Cláusulas 10.1. e 10.1.1. do
mos das determinações do artigo 247 da Lei n° 6.404/76, da Deliberação da CVM n° 642/10, a Companhia deverá divulgar, as transações Plano de Matching e Cláusulas 10.1. e 10.1.2 do Plano de Ações Restritas; b. Considerando a inexistência, dentro do modelo de combi- Silva (PT) trabalha na formatação exclusivamente e ainda o setor
com Partes Relacionadas, observando também a relevância qualitativa e quantitativa das operações (conforme CPC 26 e CPC 004) forne- nação de negócios proposto por Aliansce Sonae, de sucessão legal da brMalls pela entidade que incorporar as suas ações; c. Conside-
cendo detalhes suficientes para identificação das Partes Relacionadas e de quaisquer condições essenciais, permitindo aos acionistas a rando, ainda dentro deste modelo, a ausência de negociabilidade das ações da brMalls, decorrente da consumação da Incorporação das de um complexo econômico e in- privado que tem na faixa de
possibilidade de fiscalizar e acompanhar os atos da Companhia. 6.2. Além de tal divulgação, a Companhia deverá observar, ainda, as regras suas ações por outra, o que frustraria as finalidades dos Planos de reter e alinhar os interesses dos colaboradores aos dos acionistas;
expedidas pela CVM e promover a divulgação de transação com partes relacionadas ao mercado, nos termos estabelecidos no Regulamento d. Considerando a urgência de serem adotadas medidas para a manutenção do curso normal dos negócios em relação ao capital huma- dustrial da saúde para turbinar o 50 milhões de associados aos
do Novo Mercado de Governança Corporativa da BM&FBOVESPA. 7 COMUNICAÇÕES: 7.1. Para cumprimento das diretrizes estabelecidas na
presente política, o Formulário para identificação de Conflito de Interesses e Transações com Partes Relacionadas (anexo I), deverá ser
no da Companhia, inclusive, em vista do aumento da perda de talentos e dificuldade de reposição dado o cenário de incerteza de conti-
nuidade da brMalls e dos correspondentes cargos, evidenciada nos dados discutidos na abertura da reunião; e. Considerando a legítima
sistema produtivo de bens e ser- planos de saúde”, disse.
apresentado nas seguintes ocasiões: a. No início de seu processo de admissão na brMalls, seja como colaborador ou administrador; b.
Quando identificar uma situação real ou de potencial conflito de interesses; c. Quando for requerido pela área de Compliance. 7.2. Para início
expectativa dos participantes dos Planos de receber as ações que lhes foram concedidas nos termos dos contratos de outorga celebrados
no âmbito dos Planos (“Contratos”); f. Considerando a existência de riscos de os mesmos pleitearem em juízo eventuais prejuízos decor-
viços ligados ao setor. Durante o encontro, um dos
do monitoramento das Transações com Partes Relacionadas o Pessoal Chave da Administração deverá encaminhar à área de Compliance,
em até 30 (trinta) dias do início da vigência da presente política, o nome e CPF dos Membros Próximos de sua Família. 7.2.1. Anualmente, a
rentes da realização da Combinação de Negócios; g. Considerando o parecer emitido por Spinelli Advogados em 02.02.2022; h. Conside- A ideia é traçar estratégias de representantes avaliou que a ze-
rando a recomendação do Comitê de Pessoas e Remuneração, no sentido de que é fundamental a tomada de uma decisão, em vista da
área de Compliance solicitará ao Pessoal Chave da Administração a atualização das informações exigidas no item 7.2. 7.2.2. O novo membro vulnerável situação em que se encontra a Companhia com risco iminente de perda de seus principais executivos; O Conselho de Admi- interligação das áreas industriais ragem da alíquota do imposto de
que integre o Pessoal Chave da Administração deverá, em 30 (trinta) dias de sua posse enviar os dados elencados no item 7.2 à área de nistração deliberou que a consumação de uma transação nos moldes propostos por ALSO enseja a hipótese de aceleração automática
Compliance. 7.2.3. Qualquer de alteração ou inclusão de nome e CPF dos Membros Próximos de sua Família do Pessoal Chave da Adminis- dos Planos, conforme as cláusulas citadas em (a) acima, incluindo para o 8º Programa de Performance Shares e o 3º Programa de Ma- para produção de medicamen- importação para produtos médi-
tração deverá ser imediatamente comunicado à área de Compliance. 7.3. Caso seja identificada uma situação de conflito de interesses (real, tching Shares (“Contratos”), aplicado o fator de performance de 100% no caso do Plano de Performance Shares, conforme estipulado
potencial ou aparente), o envolvido deverá relatar ao seu gestor ou no Canal Confidencial (www.canalconfidencial.com.br/brmalls ou 0800 nas mesmas cláusulas. Adicionalmente, deliberou que a Aceleração dos Planos ocorrerá quando da obtenção das autorizações societá- tos, insumo farmacêutico ativo cos e hospitalares necessária ao
777 0784), conforme o caso. Por sua vez, os terceiros que se sentirem prejudicados poderão utilizar-se dos mesmos canais para relatar si-
tuação envolvendo conflitos de interesses. 7.4. As situações relatadas através do Canal Confidencial ou Formulário para identificação de
rias de brMalls, e das outras companhias envolvidas na eventual transação no sentido de aprovar o Protocolo e Justificação da Incorpo-
ração das Ações. Não obstante, o recebimento das respectivas ações pelos Participantes deve ficar suspensivamente condicionado à
(IFA) e equipamentos de prote- combate da covid-19, medida
Conflito de Interesses e Transações com Partes Relacionadas serão armazenadas, zelando pelo sigilo dos envolvidos e levados ao conheci-
mento do Comitê de Ética para registro e deliberação. 7.5. A área interna da Companhia, responsável pela operação com uma potencial
satisfação total das condições precedentes da Incorporação de Ações previstas em seu protocolo e justificação (“Data de Efetivação”)
para que os Participantes, tendo recebido as ações, recebam o tratamento acordado para os demais acionistas da brMalls. Os Partici-
ção, entre outros materiais, com emergencial para suprir a carên-
parte relacionada, deve acionar a área de Compliance que, por sua vez, submeterá a matéria ao Comitê de Ética, sendo ele responsável por
deliberar e classificar as operações conforme avaliação de seus riscos. 7.6. As comunicações de violação a presente política serão encami-
pantes que solicitarem o seu desligamento ou renunciarem aos seus cargos antes da Data de Efetivação não farão jus ao recebimento o objetivo de potencializar a ino- cia do mercado nacional na pan-
das ações decorrentes da Aceleração, aplicando-se as regras de desligamento voluntário previstas nos Planos. Por outro lado, na hipó-
nhadas a Auditoria Interna da Companhia que apurará as possíveis irregularidades e recomendará ao Comitê de Ética, quando necessário, tese de desligamento ou destituição sem justa causa por iniciativa da Companhia, os Participantes permanecerão fazendo jus ao rece- vação e produção na área. demia, prejudicou, por exemplo,
a adoção da gestão de consequência aos envolvidos. 8. GESTÃO DA CONSEQUÊNCIA: 8.1. O descumprimento de tais diretrizes será avaliado bimento das ações decorrentes da Aceleração. A Aceleração dos Planos não importa em aumento do número máximo de ações concedi-
pelo Comitê de Ética ou Conselho de Administração, conforme o caso, e é passível de sanções previstas na Política de Gestão da Consequ- das aos Participantes, sendo que o valor correspondente às ações destinadas aos diretores estatutários deverá ser incluído ou ratificado O tema foi debatido pelo gru- empresas brasileiras que produ-
ência disponível em nosso Portal de Políticas. 9 RESPONSABILIDADES: Conselho de Administração: • Aprovar a presente política e suas no valor global de remuneração da administração aprovado pela assembleia geral, nos termos do art. 152 da Lei nº 6.404/1976. 2.
revisões, conforme Política de Gestão de Instrumentos Normativos; • Deliberar sobre Transações com Partes Relacionadas envolvendo Plano de Retenção de Executivos – Severance Package: Considerando, além dos fatores anteriores: a. O histórico da Companhia de po técnico da transição na saúde ziam máscaras.
Montante Relevante (c.5.4) e Transações com Partes Relacionadas envolvendo Montante Não Relevante, quando existir de conflito de interes-
se dos diretores estatuários (c.5.3); • Assegurar que a divulgação das transações com partes relacionadas nos termos da regulamentação
prover compensação pecuniária aos seus executivos – notadamente diretores estatutários e não estatutários – nos casos de desliga-
mento. b. As conclusões do estudo das práticas de mercado preparado pela consultoria independente Mercer elaborado em conjunto com
na manhã desta terça-feira (22). Diante do quadro, há uma
expedida pela CVM; • Monitorar, através do Comitê de Auditoria, o sistema de controles internos para assegurar a eficácia desta Política.
Comitê de Auditoria: • Avaliar e monitorar a presente Política e suas revisões, e apresentar recomendação ao Conselho de Administração
o Comitê de Pessoas e Remuneração. c. A importância de motivar e compensar os talentos da Companhia a permanecerem na Compa- Participaram do encontro no preocupação que, em caso de
nhia mesmo diante das incertezas geradas pela Combinação de Negócios, notadamente o risco de desligamento involuntário. O Conse-
quanto à sua aprovação. Adicionalmente, a seu critério, e sempre que julgar necessário para o embasamento de sua análise, o Comitê de lho de Administração decidiu autorizar a Diretoria a celebrar, individualmente com cada Diretor Estatutário ou Não Estatutário, Contra- Centro Cultural Banco do Brasil uma nova onda, o Brasil nova-
Auditoria poderá solicitar a elaboração de laudos de avaliação independentes para subsidiar sua recomendação; • Suportar o Conselho de tos de Retenção de Talentos e não Competição, com as seguintes características: a. Pagamento de indenização em caso de destituição
Administração no monitoramento do sistema de controles internos, para assegurar a eficácia desta política, reportando suas conclusões ao ou desligamento involuntário da Companhia ou da companhia resultante de Reorganização Societária, sem justa causa, a contar da (CCBB), em Brasília, representan- mente não consiga fornecer de
referido Conselho; • Opinar sobre as Transações com Partes Relacionadas que serão submetidas ao Conselho de Administração; • Avaliar e presente data até 12 (doze) meses após a data da consumação da eventual transação (ou seja, data que as ações da brMalls deixarem
opinar sobre o relatório semestral das Transações com Partes Relacionadas elaborado pela Controladoria. Pessoas Chave da Administração: de ser negociadas), nos seguintes valores: i. Diretores Estatutários: 1,0 salário por ano trabalhado para os diretores estatutários. ii. tes de farmacêuticas, de indús- maneira satisfatória equipamen-
• Fornecer as informações necessárias para o cadastro de partes relacionadas. Tesouraria: • Criar e operar os controles internos que asse-
gurem que as transações da brMalls com as Partes Relacionadas sejam identificadas e tratadas nos termos desta Política; • Elaborar rela-
Diretores Não Estatutários: 0,5 salário por ano trabalhado para os diretores não estatutários. iii. Os valores são calculados com base no
último salário mensal fixo pago antes da decisão do desligamento. iv. O período de trabalho deve ser contado, no máximo, desde a
trias de dispositivos médicos, as- tos necessários para enfrentar
tório semestral das Transações com Partes Relacionadas (Montantes Relevantes, Montantes Não Relevantes e Isentas), incluindo para os
casos de Transações de Montantes Relevantes e Não Relevantes aprovadas pelo Conselho de Administração, descrição de suas característi-
criação da brMalls, ou seja, Dezembro de 2006. b. Condicionamento de tal pagamento à obrigação de não competição e não solicitação
por 12 (doze) meses, a contar da data do desligamento. c. Em atendimento ao art. 152 da Lei nº 6.404/1976, todos os valores relativos
sociações ligadas à produção na novas ondas da doença.
cas principais (direitos, responsabilidades, qualidade, preços, encargos, prazos), bem como histórico da verificação que a transação se deu
em Condições de Mercado. Gestores: • Difundir e garantir que sua equipe conheça e entenda esta Política, sendo exemplo no comportamen-
ao Severance Package destinados aos diretores estatutários deverão ser incluídos no valor de remuneração global da administração área de tecnologia e membros de A equipe de transição infor-
aprovado ou ratificado pela assembleia geral, conforme aplicável. d. extensão ao beneficiário e dependentes de plano de saúde equiva-
to ético para ela, demais colaboradores, lojistas e fornecedores da brMalls. Colaboradores: • Observar e cumprir as diretrizes desta Política; lente por 12 meses, a contar do desligamento nas condições citadas; e. outplacement por 6 meses através de consultoria especializada; instituições técnicas, como o Ins- mou que, a partir do diagnóstico
• Reportar qualquer transação que esteja no escopo da presente Política; Compliance: • Manter o cadastro atualizado com a identificação f. Pagamento dos incentivos de curto e longo prazo do corrente ano, com proporcionalidade sobre os meses trabalhados. Caso o desliga-
do Pessoal Chave da Administração, bem como de suas respectivas Partes Relacionadas; • Garantir a atualização e comunicação sobre esta mento ocorra após 01 de outubro, o pagamento do incentivo de curto prazo daquele ano será integral. g. Os benefícios aqui definidos não tituto Butantan e a Fundação que está sendo feito, trabalha pa-
política e suas versões; • Disseminar a cultura de controle sobre tema por meio de: a) Promoção de treinamentos acerca da importância do serão devidos em caso de desligamento motivado por violação do Código de Ética da brMalls. Deliberações finais: VII. A Diretoria da
cumprimento dos valores éticos da Companhia e dessa política, mencionando a necessidade do cadastro do Pessoal Chave da Administração Companhia fica, desde já, autorizada a tomar todas as medidas necessárias para a efetivação das deliberações ora aprovadas. Isso Oswaldo Cruz (Fiocruz). ra desenhar uma política pública
ser consultado pelas áreas responsáveis por transações e contratos de compra, de venda, de parceria ou de associação, antes da sua con-
clusão, para verificar o seu eventual enquadramento como uma Transação com Parte Relacionada; b) Atualização periódica desta política;
inclui a correta e completa divulgação aos acionistas a respeito dos efeitos da Incorporação de Ações ALSO sobre os Planos, quando da
efetiva celebração de protocolo e justificação ou instrumento equivalente e convocação de assembleia geral para a sua aprovação, bem
O senador Humberto Costa de Estado que tenha interseção
c) Análise e submissão ao Comitê de Ética dos casos de violação dessa política, garantindo posteriormente o cumprimento das deliberações
adotadas. Comitê de Ética: • Avaliar os casos de violação das diretrizes dessa política e deliberar sanções conforme estabelecido na Políti-
como dos valores, termos e condições do Severance Package, a partir da presente data, concedido aos executivos da Companhia. Encer-
ramento: nada mais havendo a ser tratado, lavrou-se a ata a que se refere esta Reunião do Conselho de Administração, que foi aprova-
(PT-PE), um dos coordenadores na economia para transformar a
ca de Gestão da Consequência. Auditoria Interna: • Avaliar regularmente a eficácia desta Política dentro de seus planos anuais de trabalho,
recomendando ações de melhoria; • Monitorar as denúncias recebidas no Canal de Denúncias relativas a situações previstas nesta Política.
da e assinada por todos os presentes. Assinaturas: Mesa: Presidente: Sr. José Afonso Alves Castanheira. Secretária: Sra. Cláudia da Rosa da equipe técnica, destaca que o saúde em um dos principais in-
Côrtes de Lacerda. Conselheiros: Srs. João Roberto Gonçalves Teixeira, José Afonso Alves Castanheira, Luiz Alberto Quinta, Mauro Rodri-
10. DISPOSIÇÕES GERAIS: 10.1. Esta política foi aprovada pelo Conselho de Administração em 29/04/2022 entrou em vigor na data da sua gues da Cunha e Silvio José Genesini Junior. Rio de Janeiro, 25 de abril de 2022. João Roberto Gonçalves Teixeira; José Afonso Alves setor da saúde, juntando serviço dutores de geração de emprego,
publicação e deverá ser revisada no prazo máximo de 05 (cinco) anos de sua aprovação. Jucerja em 28/07/22 sob o nº 5020799. Jorge Paulo Castanheira; Luiz Alberto Quinta; Mauro Rodrigues da Cunha; Silvio José Genesini Junior; Cláudia da Rosa Cortes de Lacerda - Secretária.
Magdaleno Filho - Secretário Geral. Jucerja em 21/07/22 sob o nº 5009852. Jorge Paulo Magdaleno Filho - Secretário Geral. e indústria, representa 9% do Pro- renda e riqueza para o país.
 Quarta-feira, 23 de novembro de 2022 | Valor | A11

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A12 | Valor | Quarta-feira, 23 de novembro de 2022
Política
ComLula,oretornoda
diplomaciapresidencial
Fernando Exman
A
vitória de Luiz
Inácio Lula da Silva
recoloca em foco a
chamada
diplomacia
presidencial.
É aquela modalidade de
diplomacia conduzida pessoal
e diretamente pelo chefe de
Estado, a qual ganhou peso nos
mandatos do ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso e,
sob Lula entre 2003 e 2010,
recebeu potentes esteroides
anabolizantes. Agora, é dado
como certo que Lula buscará
novo protagonismo
internacional. A dúvida que
permanece, sobretudo diante
do mistério sobre quem será o
ministro da área, é como
encaixará o Itamaraty e o futuro
chanceler nos seus planos.
Intelectual reconhecido
internacionalmente, FHC
valeu-se da experiência que
acumulou quando esteve à
frente do Itamaraty para
projetar-se no exterior. Depois
de eleito presidente, com ajuda
da chancelaria, construiu uma
intensa agenda que acabou
sendo alvo de críticas e piadas,
como se tais visitas não
demonstrassem o prestígio
político do Brasil no exterior ou
ajudassem na abertura de
mercados.
Lula chegou à Presidência
com bom trânsito entre
lideranças de esquerda em
outros países, devido à rede de
contatos internacionais que
construiu durante sua carreira
sindical. Sua biografia singular,
de operário e retirante que
chegara ao topo do poder,
ampliou a audiência. É possível
dizer que Lula imprimiu,
também com ajuda
fundamental do Itamaraty, uma
política externa com grande
ativismo. Com ela, estendeu a
atuação brasileira para locais
onde o país até então pouco se
arriscara, como o Irã.
Perfil do chanceler
vai apontar rumo da
política externa
Mas o petista tampouco foi
poupado. Quando adquiriu em
2004 uma nova aeronave
presidencial, por exemplo, o
avião logo foi batizado pela
oposição de “AeroLula”. Em
outros casos, como a tentativa
de mediar o conflito entre
israelenses e palestinos, foi
acusado de ter uma ambição
desmedida.
Nos últimos anos, o
instrumento da diplomacia
presidencial foi perdendo peso.
Compreensível: Dilma Rousseff
e Michel Temer não tiveram a
mesma aptidão dos
antecessores. Nem o charme.
Jair Bolsonaro, por sua vez,
estreou o governo com uma
política externa que tinha entre
suas diretrizes transformar o
Brasil em pária. No fim de março
de 2021, em meio a uma crise
com o Congresso, substituiu o
ministro das Relações Exteriores
na tentativa de fazer uma
correção de rota. A situação
melhorou, sim, mas um passivo
considerável já estava dado.
Tanto que Lula colocou entre
suas prioridades sinalizar logo de
cara, em caso de vitória, que o
reposicionamento do Brasil na
cena internacional seria uma de
suas maiores prioridades.
E assim foi feito. No dia 30 de
outubro, enquanto o presidente
eleito recebia telefonemas de
líderes estrangeiros e lia a
manifestação de outros nas redes
sociais felicitando-o pelo triunfo
no segundo turno, articulava-se o
seu retorno ao palco
internacional em grande estilo.
Diante dos danos à imagem
do Brasil por causa da recente
política ambiental, decidiu-se
que sua estreia seria justamente
na cúpula do clima que se
realizaria dali a alguns dias no
Egito, a COP27. Uma ampla
agenda de reuniões bilaterais
também era formulada, na qual
foram incluídos representantes
das Nações Unidas e de
parceiros estratégicos.
Antes de retornar ao Brasil,
Lula fez escala em Portugal. Foi
uma saída estratégica.
Fora do país, o presidente
eleito evitou perguntas sobre a
escolha de ministros.
Conseguiu dar destaque ao
discurso sobre seus planos para
promover a defesa dos povos
originários e do meio
ambiente, à medida em que sua
equipe assumia o desgaste das
negociações com o Congresso
sobre a PEC da Transição.
Algo semelhante ocorreu em
2002. Durante o período de
transição, Lula viajou para os
Estados Unidos para encontrar
o então presidente americano,
George W. Bush.
Havia tensão no ar de ambos
os lados. Àquela altura, não era
possível prever como se dariam
as relações bilaterais de dois
países conduzidos por
presidentes tão diferentes do
ponto de vista ideológico. O
americano era visto pela
esquerda brasileira como
alguém de extrema direita, ao
passo em que o brasileiro vinha
sendo chamado de comunista
por setores políticos dos EUA.
Mas o clima logo mudou.
Testemunhas do encontro
contam como se deu a
distensão. Bush recebeu Lula de
pé com importantes assessores,
afirmando que os dois
mostrariam como era possível
duas pessoas tão diferentes
fazerem negócios. Segundo
relatos, Lula colocou em prática
sua tática para encantar
desconhecidos: segurou o
braço do interlocutor, mirou-o
olho no olho e manteve o papo
em tom ameno. Estabeleceu-se,
assim, uma improvável relação
de confiança.
Nem mesmo um pedido para
que Lula não se opusesse
publicamente contra a guerra
dos Estados Unidos contra o
Iraque atrapalhou a reunião.
Bush retribuiu quando, após o
escândalo do mensalão,
desembarcou em Brasília para
dividir a mesa com Lula em um
churrasco na Granja do Torto. O
gesto foi visto como uma
demonstração de apoio ao
petista num momento difícil de
seu primeiro mandato.
O caso é relatado por quem
quer explicar como o fator
pessoal, a diplomacia
presidencial, pode influenciar as
relações exteriores e a política
doméstica dos países envolvidos.
É possível argumentar que os
quatro anos do governo
Bolsonaro foram marcados
pela pandemia, e isso pode até
ter atrapalhado a agenda
internacional do atual
presidente. Mas, o fato é que
Bolsonaro comprovou a tese
existente entre funcionários do
Ministério das Relações
Exteriores segundo a qual a
diplomacia presidencial, no
Brasil, tem um caráter errático.
Com um ministro ideológico
no início do mandato, perdeu
tempo precioso e prejudicou os
interesses nacionais.
Interlocutores de Lula dão
como certo que o presidente
eleito deverá dar novo
dinamismo à agenda
internacional elaborada a
partir do Palácio do Planalto.
Mas esta sempre dependeu, e
continuará dependendo, da
estrutura do Itamaraty e das
viagens preparatórias
realizadas pelo chanceler.
O perfil do ministro irá
sinalizar se Lula pretende colocar
a pasta a serviço do Estado, de sua
própria reputação ou do PT.
Fernando Exman é chefe da redação,
em Brasília. Escreve às quartas-feiras
E-mail fernando.exman@valor.com.br
Moraes questiona pedido do PL de
anular votos de quase 280 mil urnas
Luísa Martins e Fabio Murakawa
De Brasília
O presidente do Tribunal Supe-
rior Eleitoral (TSE), ministro Ale-
xandre de Moraes, disse que as ur-
nas questionadas sem provas pelo
PL, partido do presidente Jair Bol-
sonaro, foram as mesmas utiliza-
das no primeiro e segundo turnos.
A afirmação, em resposta à repre-
sentação feita pela sigla pedindo a
anulação dos votos de quase 280
mil urnas, coloca a legenda em
uma situação delicada. Isso por-
que no primeiro turno o PL elegeu
a maior bancada no Congresso Na-
cional para a próxima legislatura,
com 99 deputados e 14 senadores.
Moraes determinou que o parti-
do esclareça se quer continuar
com o pedido. “Sob pena de inde-
ferimento da inicial, deve a autora
aditar a petição inicial para que o
pedido abranja ambos os turnos
das eleições, no prazo de 24 horas.
Publique-se com urgência”, escre-
veu Moraes, em despacho assina-
do minutos depois de o relatório
ser protocolado no TSE.
Embasado em um relatório de
um instituto que já é investigado
por “fake news”, o PL pediu à Cor-
te que invalide os votos computa-
dos em 279.336 urnas eletrônicas
usadas no segundo turno, por um
suposto “mau funcionamento”.
Segundo o relatório, o pedido de
recontagem, que não deve pros-
perar por falta de lastro técnico,
daria a reeleição a Bolsonaro, e
não a vitória ao presidente eleito
Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Na representação, o PL anexou
auditoria segundo a qual apenas
as urnas do modelo de 2020
(40,82% do total) teriam gerado
“arquivos idôneos”. As demais —
dos modelos de 2009, 2010,
2011, 2013 e 2015 — teriam apre-
sentado supostas “inconsistên-
cias graves e insanáveis” e não
poderiam ser levadas em conta
pelo TSE, segundo o partido. A re-
totalização, aponta ainda o rela-
tório, resultaria em 51,05% dos
votos válidos para Bolsonaro,
contra 48,95% para Lula.
O Tribunal de Contas da União
(TCU)etodasasmissõesinternacio-
nais de observação eleitoral atesta-
ram a confiabilidade do processo
Presidente do TSE reúne-se com PMs
De Brasília
O presidente do Tribunal Supe-
rior Eleitoral (TSE), ministro Alexan-
dre de Moraes, convidou represen-
tantes das Polícias Militares (PMs) de
todos os Estados e do Distrito Fede-
ral para uma reunião em Brasília
nesta quarta-feira. No encontro, o
ministro pretende apresentar um
balanço do segundo turno das elei-
ções, agradecer aos comandantes-
geraispelacolaboraçãoe abrir cami-
Equipe de Tarcísio conta com evangélicos e bolsonaristas
André Guilherme Vieira
De São Paulo
O governador eleito de São
Paulo, Tarcísio de Freitas (Repu-
blicanos), escolheu nomes bolso-
naristas, contemplou o segmen-
to evangélico e abrigou indica-
ções do PSD na composição dos
105 integrantes de sua equipe de
transição, anunciada ontem.
O grupo foi dividido em 9 eixos
temáticos: Coordenação Geral;
Agricultura e Abastecimento; De-
senvolvimento Social, Mulheres e
Direitos de Pessoas Com Deficiên-
cia (PDC); Educação, Cultura e Es-
porte; Gestão, Desenvolvimento
Econômico, Ciência, Tecnologia e
Finanças; Meio Ambiente, Habita-
ção e Infraestrutura; Saúde; Segu-
rança Pública e Administração Pe-
nitenciária e Turismo.
Coordenador da equipe de
transição para o governo de São
Paulo, o ex-assessor especial do
Ministério da Economia Guilher-
me Afif Domingos (PSD) afirmou
que a lista conta com pessoas que
podem assumir o secretariado a
partir de janeiro. Afif disse que os
nomes dos futuros secretários
Moraes:ministro deu prazo de 24 horas para PL responder a questionamento
eleitoral brasileiro tanto no primei-
ro turno quanto no segundo. O re-
sultado também foi reconhecido
por diversos países logo depois de
declarado pelo TSE. As urnas eletrô-
nicassãoutilizadaspelaJustiçaElei-
toral desde 1996, sem nunca ter ha-
vido indícios de fraude.
O relatório do PL foi elaborado
pelo Instituto Voto Legal (IVL),
que já é investigado tanto pela
corregedoria-geral da Justiça
Eleitoral quanto pelo Supremo
Tribunal Federal (STF), no âmbito
do inquérito das “fake news”.
Contratado pelo partido, o insti-
tuto é suspeito de agir delibera-
damente para desacreditar o TSE
e tumultuar o pleito, a partir de
dados apresentados “sem apro-
fundamento” e baseados em um
“quadro especulativo”, conforme
escreveu o corregedor-geral, mi-
nistro Benedito Gonçalves.
Nos bastidores do TSE e do Su-
premo, a percepção é de que a si-
tuação se repete — portanto,
também deverá ser investigada.
nho para futuras novas parcerias en-
tre as PMs e a Justiça Eleitoral.
As forças estaduais já haviam se
reunido com Moraes em agosto,
logo depois que ele assumiu o TSE.
Na ocasião, o ministro relatou
preocupação com eventuais mo-
tins durante as eleições, mas foi
tranquilizado pelos comandantes.
Após o primeiro turno, o presi-
dente do TSE chamou os represen-
tantes das PMs novamente. Na oca-
sião, elogiou os policiais pela
começarão a ser anunciados ain-
da esta semana. O único nome
confirmado, por enquanto, é o
do secretário da Educação do Pa-
raná, Renato Feder, para a pasta
análoga em São Paulo.
“Tem indicações não só de par-
tidos, mas também de campa-
nha. Para efeito de escolha de no-
mes de secretários, os partidos
vão participar, sim, mas vão indi-
car nomes para o critério técnico
do governador”, disse Afif, que
ressaltou que “não existe portei-
ra fechada” nas indicações de cu-
nho político-partidário.
A relação traz nomes que já
têm sido especulados como pos-
síveis secretários no futuro go-
verno, como o do deputado fede-
ral Capitão Derrite (PL-SP), para a
Secretaria de Segurança Pública.
Marcelo Branco, ex-secretário
municipal de Transportes ligado
ao ex-prefeito paulistano e presi-
dente nacional do PSD, Gilberto
Kassab, para Transportes Metro-
politanos. O ex-deputado Eleu-
ses Paiva para a Saúde.
Prima em segundo grau do
presidente Jair Bolsonaro (PL)
por parte de pai, a deputada esta-
ROSINEI COUTINHO/SCO/STF
O entendimento é o de que, por
trás da alegação de um suposto
problema nos “logs” das urnas, a
verdadeira intenção do partido
foi manter inflamada a militân-
cia bolsonarista que continua a
obstruir as rodovias em protesto
contra o resultado das eleições.
Desde o segundo turno, o presi-
dente diminuiu sua participação
nas redes sociais e segue recluso no
Palácio da Alvorada. Ontem, Bol-
sonaro recebeu o coordenador do
IVL, Carlos Rocha, pouco antes de a
representação ser ajuizada no TSE.
Presidente do PL, Valdemar
Costa Neto preparou uma entre-
vista coletiva para anunciar o re-
sultado do relatório. “Confesso
que fiquei surpreso. Esse relató-
rio não expressa a opinião do PL.
Mas é resultado de estudos lide-
rados por especialistas gradua-
dos em algumas das melhores
universidades do mundo”. Se-
gundo ele, os especialistas do TSE
devem “estudar” os dados.
Rocha também se manifestou
“atuação forte, presente e discreta,
sem truculência e muito compatí-
vel com a festa da democracia”.
A reunião desta quarta foi cha-
mada para encerrar o ciclo eleito-
ral de 2022. O convite foi enviado
aos comandantes-gerais em 8 de
novembro. O TSE não divulgou a
lista de quem confirmou presença.
Nesta segunda-feira, a Polícia
Rodoviária Federal enviou a Mo-
raes uma lista de mais de 6,8 mil
veículos identificados em todo o
dual Valeria Bolsonaro (PL) tam-
bém consta da lista na área de
Educação, que traz ainda a futura
primeira-dama Cristiane Freitas
designada para atuar no eixo do
Desenvolvimento Social.
O segmento Educação, Cultura
e Esportes apresenta dois nomes
identificados com o bolsonaris-
mo: o da ex-atleta Maurren Mag-
gi e o do presidente do Instituto
Brasileiro de Museus e membro
do Conselho Consultivo do Patri-
mônio Cultural do Iphan, Pedro
Machado Mastrobuono.
A área da Agricultura também
traz nomes ligados ao bolsonaris-
mo: o do deputado estadual Frede-
rico D’ Avila — que ofendeu o Papa
Francisco e o arcebispo de Apareci-
da, Dom Orlando Brantes, em ou-
tubro de 2021, e Ricardo Mello
Araujo, coronel da PM presidente
da Companhia de Entrepostos e
Armazéns Gerais de São Paulo
(Ceagesp).
O pastor evangélico e deputa-
do federal Cezinha da Madureira
(PSD-SP) está no grupo de Desen-
volvimento Social, ao lado do
bolsonarista Filipe Sabará, do ve-
reador paulistano Gilberto Nas-
e disse que o relatório tem um
viés colaborativo: “Gostaríamos
de interagir construtivamente
com o TSE”. O advogado do PL,
Marcelo Bessa, que assina a peti-
ção protocolada na Corte, admi-
tiu não ser possível atestar que
houve fraude na eleição, apenas
uma “possibilidade de fragilida-
de” nas urnas. Advogado de Bol-
sonaro durante a campanha elei-
toral, o ex-ministro do TSE Tarcí-
sio Vieira de Carvalho Neto não
assina o documento.
De acordo com técnicos do TSE
ouvidos pelo Valor, os “logs” não
são um critério eficaz para a veri-
ficação da integridade dos siste-
mas eleitorais. Todas as urnas —
das mais antigas às mais moder-
nas — passaram pelas mesmas
mais de dez etapas de inspeção.
Essas análises foram realizadas
interna e externamente, envol-
vendo especialistas das mais di-
versas áreas e entidades.
O advogado Fernando Neisser,
membro da Academia Brasileira
de Direito Eleitoral e Político
(Abradep), afirma que a repre-
sentação não tem fundamento
jurídico. “O arquivo de log não
precisa ter número próprio de
identificação, basta que a urna
tenha, como tem. O fato de que
as urnas mais modernas incluí-
ram novos mecanismos de segu-
rança não torna as urnas antigas
inseguras”, destaca.
A Transparência Eleitoral Bra-
sil acompanhou todo o processo
eleitoral e entende ser impossível
questionar apenas uma parte das
urnas utilizadas, e ainda restrin-
gir o pedido ao segundo turno.
“As urnas passaram pelos mes-
mos procedimentos de auditoria
e foram utilizadas nos dois tur-
nos”, diz Ana Claudia Santano,
coordenadora da organização.
Para o advogado Cristiano Vile-
la, mestre e doutor em Direito
Constitucional, o pedido feito pelo
PL carece de fundamentação técni-
ca e jurídica. “Os elementos trazi-
dos são muito fracos e não são ca-
pazes de colocar em xeque a fide-
dignidade do processo eleitoral”,
apontou ele, que foi integrante da
comissão de observadores das elei-
ções gerais do Chile, em 2021, e da
Colômbia, neste ano.
Brasil por participação na obstru-
ção das rodovias. O ministro deve
analisar as informações e começar
a aplicar as multas por descumpri-
mento de ordem judicial. O Supre-
mo apura as empresas e as pessoas
que prestam apoio material, logís-
tico e financeiro aos manifestantes.
Moraes já afirmou haver "elemen-
tos informativos que identificam
pessoas jurídicas e físicas que, ilici-
tamente, vêm financiando a ocor-
rência de atos criminosos". (LM)
cimento Junior (PSC), da deputa-
da federal eleita por São Paulo Si-
mone Marquetto (MDB) e da de-
putada federal bolsonarista Ro-
sana Valle (PL-SP).
O economista e ex-assessor do
ministro da Economia Paulo
Guedes, Samuel Kinoshita, atua-
rá no eixo Gestão, Desenvolvi-
mento Econômico, Ciência e Tec-
nologia e Finanças, assim como o
candidato a governador do Novo
derrotado no primeiro turno da
eleição, Vinicius Poit
Além de Afif, coordenam o
grupo de transição a engenheira
Priscila Perdicaris, a assessora de
comunicação Lais Vita e o econo-
mista superintendente do Comi-
tê Paraolímpico Brasileiro Nel-
son Hervey Costa.
Sem falar em valores, Tarcísio
afirmou nesta terça-feira que o
investimento no Estado será me-
nor em 2023.
“Até porque, por exemplo, você
teve a reversão de descontos para
aposentados, R$ 2,5 bilhões de im-
pacto, isso vai sair de onde? Sai da-
quele recurso livre para investi-
mentos. Então essas adequações e
ajustes nós vamos ter de fazer”.
 Quarta-feira, 23 de novembro de 2022 | Valor | A13

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A14 | Valor | Quarta-feira, 23 de novembro de 2022
Política
Entrevista Governador reeleito de Minas apoiou
Bolsonaro no 2 o turno e fez duras críticas ao PT
Zema muda o tom e
diz esperar relação
‘republicana’ com Lula
Cibelle Bouças
De Belo Horizonte
O governador reeleito de Mi-
nas Gerais, Romeu Zema (Novo),
mudou o tom em relação ao go-
verno do presidente eleito Luiz
Inácio Lula da Silva (PT). Durante
o segundo turno das eleições, o
governador apoiou a campanha
do presidente Jair Bolsonaro (PL)
e fez duras críticas em relação ao
PT. Zema afirmou em diferentes
ocasiões que todo mineiro deve-
ria ser “PTfóbico” e que o governo
petista gera “tragédia e caos”.
Passada a eleição, o interesse é
estabelecer uma relação “republi-
cana, boa, transparente” com o go-
verno Lula. “Não vou ficar atacan-
do, mandando pedra, que não é o
meu estilo”, disse o governador.
Reeleito em primeiro turno com
56% dos votos válidos em Minas
Gerais, Zema é considerado um
dos nomes da direita para concor-
rer à Presidência da República em
2026, caso faça uma boa gestão.
Para seu segundo mandato, o go-
vernador buscou alianças com ou-
tros partidos para garantir maioria
na Assembleia Legislativa, condi-
ção necessária para aprovação de
projetos, como as privatizações e o
Regime de Recuperação Fiscal.
Sobre seu futuro na política, Ze-
ma desconversa. “Eu não tenho bo-
la de cristal, vamos ter que conver-
sar sobre isso daqui há três anos,
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aproximadamente”, disse.
A seguir os principais pontos
da entrevista ao Valor:
Valor: Após fazer muitas críticas
ao PT no segundo turno das eleições,
que tipo de relação o senhor espera ter
com o governo Lula a partir de 2023?
Romeu Zema: Vai ser uma rela-
ção republicana, boa, transpa-
rente. A não ser que eles não
queiram. Não vou ficar atacando,
mandando pedra, que não é o
meu estilo. Mas nós vamos tam-
bém reclamar. Qualquer coisa in-
devida, que venha a prejudicar
Minas Gerais, não vamos concor-
dar de forma nenhuma.
Valor: O senhor afirmou a uma
rádio local na semana passada que
vê Lula como uma interrogação e
uma preocupação. Por quê?
Zema: A preocupação é pelo
passado. Nós já sabemos o que
aconteceu em governos federais
no passado. Essa é a fonte de
preocupação. E interrogação é,
será que serviu de aprendizado?
Porque eles vão ter um acompa-
nhamento, estarão sob um escru-
tínio muito maior agora pela Câ-
mara, pelo Senado. Espero que o
desempenho seja melhor do que
aquele que nós assistimos de
2003 até 2016.
Valor: Após a eleição, o senhor
manteve contato com Bolsonaro?
Zema: O presidente depois da
eleição tem se mantido distante,
@sigavidadebicho
me parece que ele está tratando
de um problema de saúde. Não
tive mais contato com ele.
Valor: Após o segundo mandato,
o senhor avalia se candidatar à Pre-
sidência da República?
Zema: Eu não sou político de
carreira. Há cinco anos eu estava
à frente da minha empresa. Vim
disputar o governo muito mais
porque acreditava e ainda acre-
dito no projeto do Partido Novo,
do que por ter grandes preten-
sões políticas. Meu foco é fazer
uma gestão excelente. Eu não te-
nho bola de cristal, vamos ter que
conversar sobre isso daqui a três
anos, aproximadamente. Eu sou
muito prático e não gosto de fi-
car pensando em suposições. Eu
falo que a minha situação é igual
a de um estudante que está pres-
tando vestibular: ele precisa ralar
e focar nos estudos, e não ficar
pensando em festa de formatura.
E essa pergunta está muito mais
para festa de formatura do que
para me ajudar a passar no vesti-
bular. Então, vamos focar aqui
em Minas e deixar isso aí mais pa-
ra frente.
Valor: Há rumores de que o se-
nhor trocaria o Novo pelo PL. Há ne-
gociações nesse sentido?
Zema: Não. Eu estive com o
Valdemar Costa Neto [presidente
do PL] uma vez, alguns anos
atrás. Não há nenhum tipo de
conversa e não há nenhuma von-
Zema sobre a relação com o governo eleito: “Não vou ficar atacando, mandando pedra, que não é o meu estilo”
tade da minha parte de deixar
um partido onde eu tenho uma
certa segurança e conforto.
Valor: O Partido Novo não atin-
giu a cláusula de barreira e terá que
se fundir com outra legenda. Como
fica o futuro do partido?
Zema: Eu sei que essas conver-
sas de fusão, ou de aliança, ou de
algum trabalho em conjunto es-
tão sendo conduzidas pelo presi-
dente do partido, Eduardo Ribei-
ro. O que eu vi de concreto é que
o partido já vai ter alterações
profundas para disputar as pró-
ximas eleições municipais, mu-
dando por completo a forma de
atuar, o processo seletivo, etc. O
partido foi constituído e dirigido
por pessoas que não tinham vi-
vência política e chegaram à con-
clusão agora que algumas posi-
ções precisam serem alteradas.
Então, o partido está entrando
numa nova fase. Eu estou muito
otimista com essas mudanças.
Valor: Para seu segundo manda-
to em Minas, as privatizações de es-
tatais continuam nos planos?
Zema: Está nos planos, sim.
Nós precisamos que essas empre-
sas tenham uma gestão mais efi-
ciente. Se a Cemig fosse uma em-
presa já privatizada não teria fal-
ta de energia elétrica no Estado.
Pior do que deixar o Estado sem
investimentos foi ter direciona-
do o dinheiro para investimen-
tos desastrosos, como a Light, Be-
lo Monte, Santo Antônio e Reno-
va, que no conjunto vão repre-
sentar um prejuízo superior a R$
13 bilhões. Queremos que a em-
presa passe a ser uma empresa
com condição de fazer grandes
investimentos, e não é com um
controlador sem recursos como
o Estado que você vai conseguir
levar os investimentos adiante.
Valor: Lula disse em campanha
ser contra as privatizações. O se-
nhor vê risco de o governo federal
interferir nesses processos?
Zema: Essas privatizações de-
pendem de nós e da Assembleia
Legislativa. Então eu acho que
não haverá interferência que
chegue a afetar o processo aqui.
Vamos fazer tudo com transpa-
rência em benefício do consumi-
dor. Vai ficar muito ruim para
eles [governo federal] se nós fa-
larmos aqui ‘olha, o novo conces-
sionário da Cemig vai reduzir a
conta de luz. Então vocês não
querem que reduza a conta de
luz para o consumidor?’
Valor: O leilão de concessão do
Metrô de BH vai ter feito neste ano?
Zema: O Metrô vai ter o leilão
agora no dia 9 de dezembro, to-
talizando investimentos de R$
3,2 bilhões. Desse valor R$ 400
milhões do Estado de Minas. Tal-
vez seja a maior obra de Belo Ho-
rizonte das últimas décadas.
Valor: Quais são os planos de in-
vestimento do Estado na sua segun-
da gestão?
Zema: O nosso segundo gover-
no vai ser um governo comple-
mentar ao primeiro. Nós temos
muitos projetos já iniciados ou
planejados que vão acontecer
nesse segundo governo, lem-
brando que há quatro anos atrás
nós não tínhamos nada em anda-
mento em Minas Gerais. Neste
momento nós já temos a defini-
ção de seis hospitais regionais
que serão construídos, obras que
foram abandonadas há sete anos
pelo governo passado. Nós va-
mos continuar com a recupera-
ção das rodovias. Nesse primeiro
mandato foram 2.500 quilôme-
tros já recuperados com asfalto
novo e no segundo governo que-
remos bater um acumulado de
10 mil quilômetros, de forma
que as rodovias de Minas passem
por uma melhoria substancial.
Temos o Rodoanel, que nós já ti-
vemos o leilão, com investimen-
to de R$ 3 bilhões por parte do
Estado e mais R$ 2 bilhões por
parte do concessionário, talvez a
maior obra em décadas aqui em
Minas Gerais.
Valor: O Orçamento do Estado
para 2023 tem previsão de déficit
de R$ 3,6 bilhões, contra R$ 11,2 bi-
lhões em 2022, com queda de recei-
ta e despesa. Como o senhor preten-
de reequilibrar as contas?
Zema: Nós estamos com a pre-
visão de receita menor principal-
mente devido à redução do ICMS
sobre combustíveis e em teleco-
municações. E o que nós temos
feito é a receita de sempre, é en-
xugar gastos. É tentar fazer mais
com menos em todos os senti-
dos. Nós temos sempre usado
aqui o orçamento base zero, para
que tudo seja sempre questiona-
do. E eu mesmo como governa-
dor dou a minha contribuição
aqui. Não tenho nenhum privilé-
gio, nenhum tipo de gasto que
não seja aquele que é o essencial.
“
Meu foco é fazer
uma gestão
excelente.
Vamos ter
que conversar
sobre 2026
daqui a
três anos”
Valor: Como está a discussão
com a Assembleia Legislativa do
projeto de adesão ao Regime de Re-
cuperação Fiscal?
Zema: Nós estamos em tratati-
vas com o atual presidente da As-
sembleia Legislativa [Agostinho
Patrus, do PV], e muito provavel-
mente nós devemos ter um des-
fecho desse caso nos próximos
dias. Nós temos aí votações im-
portantes para este ano.
Valor: Na Assembleia, das cadei-
ras de deputados, 25 foram renova-
das. Como avalia que será a relação
com o Legislativo?
Zema: Vai ter uma melhora na-
tural por vários motivos. Primei-
ro, há quatro anos atrás eu fui
eleito governador sem nenhuma
aliança. Este ano nós tivemos
aliança com mais de dez parti-
dos. Há quatro anos elegemos
apenas três deputados do Novo.
Este ano elegemos mais de 40. Is-
so já nos dá uma maioria, sem
considerar outros que devem fi-
car na nossa base. E o nosso gran-
de obstáculo nesse primeiro go-
verno não foram nem os deputa-
dos. Foi a mesa diretora, que se-
quer avaliou os projetos que nós
enviamos. Com outra mesa dire-
tora nós vamos ter uma situação
muito diferente.
Valor: Haverá mudanças no se-
cretariado do governo?
Zema: Em Educação nós tive-
mos uma mudança recente, mas
nós vamos manter os secretários.
[A secretária de Educação, Julia
Sant’Anna, renunciou em agosto
e foi substituída por Igor Alva-
SILVIA ZAMBONI/VALOR
renga, que era subsecretário de
Articulação Educacional]. Está
tudo funcionando, está tudo en-
caminhado, não vemos nenhu-
ma necessidade de mudança.
Valor: Quais são os seus planos
na área de educação?
Zema: Na área da educação
nós já reformamos 1.400 escolas.
Queremos reformar mais 2 mil
escolas. Estamos trocando todo o
mobiliário e todos os equipa-
mentos de informática das 3.600
escolas que o Estado tem. E ado-
tando diversas ações como ex-
pansão do ensino médio em tem-
po integral, que já foi multiplica-
do até o momento por sete em
número de alunos. Eram 13 mil,
nós já temos hoje mais de 90 mil
alunos e esse número vai conti-
nuar crescendo. E vamos ampliar
o Trilhas de Futuro, que é um dos
projetos nos quais nós mais acre-
ditamos, que é curso técnico. Até
o momento há 130 mil alunos
beneficiados com cursos de dois
anos em escolas privadas e com
auxílio alimentação e transporte.
Então a educação em Minas vai
sofrer um avanço muito expressi-
vo nesses quatro anos.
Valor: Na área de segurança pú-
blica o senhor tem planos?
Zema: Avanços na segurança
vão continuar. Nós temos equi-
pado melhor nossas forças de se-
gurança. Nesse momento nós es-
tamos fazendo a migração do si-
nal analógico para o sinal digital
das comunicações. Já que o ana-
lógico qualquer amador conse-
gue interceptar o que policiais
podem estar conversando. Eu di-
ria que está tudo praticamente
planejado para que nos próxi-
mos quatro anos as entregas
ocorram. Muitas estradas serão
ainda recuperadas, as escolas,
então está tudo de certa maneira
mapeado. A situação está muito
diferente de quatro anos atrás.
Valor: De 2019 até agora, o Esta-
do atraiu R$ 260 bilhões em investi-
mentos privados, um recorde. Essa
atratividade vai se manter?
Zema: Na área de investimen-
tos muita coisa já aconteceu e vai
continuar acontecendo. Nós va-
mos, muito provavelmente, con-
cluir esses quatro anos com R$
270 bilhões de investimentos
atraídos. Eu já pedi ao secretário
de Desenvolvimento Econômico
[Fernando Passalio] que fizesse
uma análise. Eu penso que não
vai ser nem R$ 150 bilhões, nem
R$ 300 bilhões. Vai ser aí um nú-
mero intermediário na próxima
gestão, mas com certeza algo aí
como R$ 50 bilhões por ano é al-
go factível. E na geração de em-
pregos nesse segundo governo
eu quero romper a barreira de 1
milhão de empregos gerados. Já
geramos até o momento mais de
meio milhão de empregos. E te-
remos as grandes obras estrutu-
rantes do Estado.
Valor: Em relação à repactuação
do acordo de reparação dos danos
causados pelo rompimento da bar-
ragem da Samarco, em Mariana, há
perspectiva de uma solução?
Zema: O acordo está bem
avançado. Espírito Santo, Minas e
União estão aí, junto com as em-
presas [Samarco e as sócias Vale e
BHP], tentando ver se encerra-
mos isso em uma ou duas sema-
nas. Pode ser que a qualquer mo-
mento a gente tenha essa notícia.
Tem uma equipe que está acom-
panhando toda essa construção.

Internacional
Pandemia Novas restrições ameaçam afetar de novo as cadeias de suprimento
Ação anticovid da China eleva
temor com economia global
Joe McDonald
Associated Press, de Pequim
Nas últimas três semanas, mais
de 253 mil casos de covid-19 foram
detectados na China, segundo da-
dos divulgados ontem pelo gover-
no, que também mostram um au-
mento na média diária. Isso au-
menta a pressão sobre as autorida-
des empenhadas em atenuar os
danos econômicos afrouxando os
controles que deixam milhões de
pessoas confinadas em suas casas.
O Partido Comunista chinês,
que governa o país, havia se com-
prometido no início do mês a flexi-
bilizar os controles para reduzir o
impacto de sua estratégia de tole-
rância zero à covid. No entanto, a
nova onda de casos coloca isso em
xeque, já que leva grandes cidades,
como Pequim, a isolar distritos po-
pulosos, fechar lojas e escritórios e
ordenar fábricas a isolarem fun-
cionários do contato externo.
Isso alimenta temores de que
uma desaceleração na atividade
econômica chinesa possa preju-
dicar ainda mais o já enfraqueci-
do comércio internacional.
A média da semana passada,
de 22,2 mil casos diários, é o do-
bro da semana anterior, segundo
a agência estatal China News Ser-
vice (CNS), citando dados do
Centro Nacional de Controle e
Prevenção de Doenças.
“Algumas províncias estão en-
frentando a situação mais grave e
complexa dos últimos três anos”,
disse o porta-voz do órgão, Hu
Xiang, segundo a CNS.
Os números de casos na China
são menores que os dos EUA e ou-
tros grandes países. Mas enquanto
outros governos relaxam os con-
Ucrânia luta contra frio e escuro
BERNAT ARMANGUE/AP PHOTO
Rússia ameaça cortar fluxo restante de gás à Europa
Agências internacionais
A Rússia ameaçou ontem res-
tringir o fornecimento de gás para
a Europa Ocidental através do úni-
co gasoduto que ainda conecta as
regiões, alertando que pode redu-
zir os fluxos através da Ucrânia a
partir da próxima semana. A
ameaça russa ocorre justamente
quando temperaturas mais baixas
levam a Europa a começar a usar
suas reservas de gás.
Curtas
Terremoto na Indonésia
O número de mortos no terre-
moto registrado na ilha de Java,
na Indonésia, subiu para 268,
afirmou o governo local. A cifra
inclui muitas crianças, que esta-
vam na escola na hora do tre-
mor e morreram após os prédios
das instituições desabarem. Ou-
tras 151 pessoas ainda estão de-
saparecidas. Mais de mil pessoas
ficaram feridas e 58 mil tiveram
de ser deslocadas.
troles, como sobre as viagens, e
tentam conviver com o vírus, o PC
chinês mantém uma política de
“covid zero”, que prevê o isolamen-
to de todos os casos.
Ontem, o governo chinês divul-
gou que foram detectados 28.127
casos em 24 horas, incluindo
25.902 sem sintomas. Cerca de 30%
dos casos, ou 9.022, estavam na
província de Guangdong, o cora-
ção industrial das adjacências de
Hong Kong, voltado à exportação.
Na segunda-feira, os mercados
de ações internacionais fecharam
em queda, com a preocupação
com os controles chineses contra a
covid se somando à inquietação
com a perspectiva de mais aperto
monetário nos EUA para conter a
inflação. Ontem as ações exibiam
desempenhos variados.
Os investidores estão “preocu-
pados com uma queda na deman-
da como resultado de uma econo-
mia chinesa com menos mobilida-
de, em meio a receios de que have-
rá mais lockdowns relacionados à
covid”, disse Fawad Razaqzada, da
consultoria StoneX, em relatório.
A China tem o maior país co-
merciante do mundo e é o princi-
pal mercado para seus vizinhos
asiáticos. A fraqueza na demanda
do consumidor ou das fábricas
chinesas pode prejudicar os pro-
dutores globais de matérias-pri-
mas como o petróleo, de chips de
computador e de outros compo-
nentes industriais, assim como de
alimentos e bens de consumo. Res-
trições que afetem a atividade nos
portos chineses também podem
atrapalhar o comércio global.
Hu, do Centro Nacional de Con-
trole e Prevenção de Doenças, disse
que as autoridades estão viajando
A estatal russa Gazprom acusou
a Ucrânia de retirar gás destinado
à Moldávia dos dutos que atraves-
sam o país e alertou que pode re-
duzir o fornecimento a partir de
segunda-feira. A Gazprom não de-
talhou quanto gás pode ser corta-
do e não ficou claro como os clien-
tes europeus seriam afetados.
A empresa estatal de energia
ucraniana NJSC Naftogaz rejei-
tou a alegação da Gazprom, di-
zendo que todos os volumes para
Confiança na zona do euro
A confiança do consumidor
da zona do euro continuou a me-
lhorar em novembro, subindo
para -23,9 na prévia do mês, de-
pois de fechar outubro a -27,6 e
setembro em -28,8, segundo da-
dos divulgados ontem pela Co-
missão Europeia. O dado veio
melhor que o consenso projeta-
do por economistas consultados
pelo “The Wall Street Journal”,
que previa uma leitura de -26,6.
pela China para realizar videocon-
ferências e garantir o cumprimen-
to de uma lista de 20 mudanças
nos controles contra a covid-19
anunciadas em 11 de novembro.
Elas incluem a redução da quaren-
tena para as pessoas que chegam à
China de sete para cinco dias e
uma definição menos ampla para
o que conta como contato próxi-
mo de uma pessoa infectada.
Apesar disso, na segunda-feira,
Guangzhou (Cantão), a capital de
Guangdong, suspendeu o acesso
ao distrito de Baiyun, de 3,7 mi-
lhões de habitantes. Moradores de
algumas áreas de Shijiazhuang, ci-
dade de 11 milhões de pessoas a
sudoeste de Pequim, foram ins-
truídos a ficar em casa enquanto
são realizados testes em massa.
Na comparação anual, o cres-
cimento econômico nos três me-
ses encerrados em setembro ace-
lerou-se para 3,9%, acima dos
2,2% do primeiro semestre. Mas a
atividade já começa a recuar.
Em outubro, os gastos no varejo
caíram 0,5% em comparação a
igual mês de 2021, abaixo dos 2,5%
de setembro, depois que algumas
cidades voltaram a impor contro-
les contra a covid-19. As importa-
ções caíram 0,3%, sinal da fraca de-
manda do consumidor. Em setem-
bro, haviam aumentado 6,7%.
As exportações chinesas enco-
lheram 0,7% em outubro, depois
de a demanda dos consumidores
americanos e europeus ter sido
afetada pelas decisões de banco
centrais dos EUA e de outros países
de promover fortes aumentos nos
juros para reduzir as taxas de infla-
ção mais altas em décadas.
Empresários e economistas ve-
em o abrandamento nas medidas
a Moldávia estavam sendo trans-
feridos integralmente.
A notícia da ameaça russa fez os
preços do gás de referência euro-
peu subirem cerca de 4%, mas de-
pois reduziram a alta para em tor-
no de 1,5%. Ainda assim, os preços
encontram-se cerca de 180% acima
dos níveis registrados em igual pe-
ríodo do ano passado.
Embora o fluxo de gás russo pa-
ra a Moldávia seja pequeno, qual-
quer perda de suprimentos através
Irã anuncia que vai ampliar
enriquecimento de urânio
Agências internacionais
O Irã está enriquecendo urânio
com até 60% de pureza, próximo
ao grau necessário para uso em ar-
mas nucleares, pela primeira vez
em sua usina subterrânea de For-
dow, segundo a Agência Interna-
cional de Energia Atômica (AIEA),
que confirmou anúncio feito mais
contra a covid-19 como um passo
para suspender os controles que
isolam a China do resto do mundo.
Mas também dizem que a política
de “covid zero” pode permanecer
até o segundo semestre de 2023.
Na província de Sichuan, o go-
verno da capital Chengdu anun-
ciou ontem que conduzirá testes
em massa de hoje até domingo. A
medida visa detectar rapidamente
os infectados, interromper a ca-
deia de transmissão e conter o rá-
pido aumento da epidemia.
Fábricas em Shijiazhuang, capi-
tal da província de Hebei, foram
instruídas a operar sob “regime de
circuito fechado”, um termo para
funcionários que passam a morar
em seus locais de trabalho. Isso au-
menta os custos com alimentação
e espaço para alojamento.
Os empresários mostram pessi-
mismo quanto ao trimestre atual,
de acordo com uma pesquisa reali-
zada por pesquisadores da Univer-
sidade de Pequim e uma firma fi-
nanceira, o Ant Group. Um “índice
de confiança” baseado nas respos-
tas de 20.180 empresários caiu pa-
ra o nível mais baixo desde o início
de 2021, segundo a firma.
O PC chinês precisa vacinar mi-
lhões de idosos antes de suspender
os controles que impedem a entra-
da da maioria dos visitantes es-
trangeiros, de acordo com econo-
mistas e especialistas em saúde.
“Achamos que o país ainda não
está pronto para se abrir”, disse
Louis Loo, da Oxford Economics,
em relatório. “Prevemos que as au-
toridades chinesas continuarão
ajustando os controles contra a co-
vid nos próximos meses, rumando
posteriormente a uma reabertura
mais ampla e abrangente”.
Ataques russos reduziram pela
metade a capacidade de energia do
país e os ucranianos se preparam para
um inverno sombrio. Os danos
causados por ataques russos são
“colossais”, segundo a operadora de
rede elétrica da Ucrânia. O presidente
Volodymyr Zelenskiy fez um apelo aos
ucranianos para economizar energia,
enquanto a Organização Mundial de
Saúde (OMS) alertou para um
desastre humanitário. Autoridades
disseram que milhões de ucranianos,
inclusive na capital Kiev, podem
enfrentar cortes de energia até o final
de março devido aos ataques com
mísseis. As temperaturas foram
excepcionalmente amenas na Ucrânia
neste outono, mas estão começando a
cair abaixo de zero e devem cair para
-20°C ou até menos em algumas áreas
durante os meses de inverno. Na foto,
médicos enfrentam condições
precárias em hospital de Kherson, no
sul da Ucrânia.
da Ucrânia pode desestabilizar os
mercados de energia. Muitos na
Europa temem que o problema
com a Moldávia possa ser o início
de uma paralisação completa do
fluxo de gás russo, uma vez que
Moscou tem usado disputas con-
tratuais e regulatórias para justifi-
car suas ações. Em setembro, a Rús-
sia cortou o fluxo do gasoduto
Nord Stream para a Alemanha, ci-
tando problemas técnicos causa-
dos pelas sanções ocidentais.
cedo pela mídia estatal iraniana.
Além disso, o Irã também plane-
ja uma expansão maciça de sua ca-
pacidade de enriquecimento, aler-
tou a AIEA, órgão ligado à ONU.
Segundo a mídia estatal irania-
na, o aumento no enriquecimento
de urânio é uma retaliação à reso-
lução recente da AIEA que criticou
a falta de cooperação do Irã.
Quarta-feira, 23 de novembro de 2022
Comércio de bens no
G20 tem primeira
queda em dois anos
Assis Moreira
De Genebra
O comércio de mercadorias
dos países do G20, grupo das
principais economias globais
que inclui o Brasil, caiu pela pri-
meira vez em dois anos no tercei-
ro trimestre de 2022, com o cres-
cimento do comércio de serviços
desacelerando ainda mais, se-
gundo levantamento da Organi-
zação para Cooperação e Desen-
volvimento Econômico (OCDE).
Medidas em dólares, as exporta-
ções dos países do G20 caíram 1,3%
e as importações diminuíram
1,1%, refletindo uma demanda
global que começou a diminuir e
recuo da maioria dos preços das
mercadorias de seus picos.
Após vários trimestres de cresci-
mento sustentado, os principais
produtores de commodities no
G20 registraram queda nas expor-
tações de mercadorias, refletindo
em parte uma desaceleração na
demanda e a queda dos preços.
Em termos de valor, as expor-
tações caíram 4% no Brasil, 8,8%
na Argentina, 11,9% na Índia,
7,2% na Austrália, 6,7% na África
do Sul e 3,3% no Canadá.
As exportações brasileiras no
terceiro trimestre foram US$ 3,5
bilhões menores do que no tri-
mestre anterior, mas ainda fo-
ram US$ 11,3 bilhões maiores na
comparação com o terceiro tri-
mestre de 2021.
Em outro relatório, sobre as
perspectivas econômicas, a OCDE
projeta desaceleração das exporta-
ções brasileiras, dominadas por
commodities, em 2023, em meio à
persistente desaceleração global.
“É muito cedo para tirar quais-
quer conclusões concretas, en-
tretanto estes últimos dados so-
bre o comércio de mercadorias
OCDE descarta recessão
global, mas prevê uma
expansão fraca em 2023
De Genebra
A Organização para Coopera-
ção e Desenvolvimento Econômi-
co (OCDE) descarta uma recessão
global, mas aponta uma desacele-
ração significativa do crescimento
econômico em 2023, assim como
uma inflação ainda alta, embora
em declínio, em muitos países.
“Os riscos continuam a ser signi-
ficativos”, alertou ontem seu eco-
nomista-chefe, Alvaro Pereira, na
divulgação da versão atualizada
das perspectivas econômicas. A
projeção agora é de que o cresci-
mento global diminuirá de 3,1%
neste ano para 2,2% em 2023. Para
2024, estima-se uma taxa relativa-
mente modesta de 2,7%.
A Ásia será o principal motor
do crescimento em 2023 e 2024,
enquanto a Europa, a América do
Norte e a América do Sul “verão
um crescimento muito baixo”.
Uma inflação mais alta e um
crescimento mais baixo são o pre-
ço alto que a economia global está
pagando pela guerra da Rússia
contra a Ucrânia, diz Pereira. Em-
bora os preços já estivessem subin-
do no rastro da pandemia e das
restrições relacionadas à cadeias
de abastecimentos, a inflação dis-
parou e se tornou muito mais di-
fundida em torno do mundo após
a invasão da Rússia, acrescentou.
Pereira nota que, como conse-
quência do aumento inesperado
dos preços, os salários reais estão
caindo em muitos países, cortan-
do o poder aquisitivo e prejudi-
cando as pessoas em todos os luga-
res. “Se a inflação não for contida,
estes problemas só vão piorar. O
combate à inflação tem que ser
nossa principal prioridade política
neste momento”, afirmou.
Para a OCDE, a estratégia dos
bancos centrais de aumentar as ta-
xas de juros para conter a inflação
começa a dar frutos. E exemplifica
com o caso do Brasil, onde “o Ban-
co Central moveu-se rapidamente,
e a inflação começou a diminuir
nos últimos meses”. Nota que, nos
EUA, os últimos dados também
parecem sugerir algum progresso
| Valor | A15
do G20 merece um monitora-
mento adicional, já que a econo-
mia global enfrenta múltiplos
ventos contrários, incluindo o
aperto monetário, a diminuição
dos preços das commodities e o
resfriamento da demanda”, disse
o diretor de estatística da OCDE,
Paul Schreyer, em comunicado.
A OCDE diz que a queda dos
preços do petróleo enfraqueceu
as exportações de mercadorias
na América do Norte no terceiro
trimestre de 2022, com os EUA e
o México registrando crescimen-
to positivo, mas mais lento. Na
União Europeia (UE), as exporta-
ções e importações de mercado-
rias diminuíram em 1,5% e 0,7%,
respectivamente.
O comércio de bens permane-
ceu fraco no Leste Asiático, ape-
sar do aumento das vendas de
eletrônicos e máquinas. As ex-
portações caíram 0,3% no Japão e
1% na Coreia do Sul, mas cresce-
ram 0,7% na China.
O comércio de serviços do G20
desacelerou ainda mais no ter-
ceiro trimestre de 2022, em ter-
mos de valor. O crescimento das
exportações declinou 0,3% e as
importações aumentaram 1,7%.
O crescimento do comércio de
serviços desacelerou acentuada-
mente na América do Norte. Na
Europa, o setor de serviços regis-
trou quedas nas exportações e au-
mento nas importações.
As exportações alemãs também
caíram, com a diminuição dos ser-
viços intelectuais, de telecomuni-
cações e outros comerciais, en-
quanto as importações aumenta-
ram. Na China, as exportações de
serviços se recuperaram, impulsio-
nadas por maiores vendas de servi-
ços comerciais, de informática e de
propriedade intelectual, enquanto
as importações diminuíram 0,4%.
Estimativas para o PIB
Variação anual, em %
2022 2023
Mundo 3,1 2,2
Arábia Saudita 9,8 5
Índia 6,6 5,7
Turquia 5,3 3
Indonésia 5,3 4,7
Espanha 4,7 1,3
Argentina 4,4 0,5
Reino Unido 4,4 -0,4
Austrália 4 1,9
Itália 3,7 0,2
China 3,3 4,6
Zona do euro 3,3 0,5
Canadá 3,2 1
Brasil 2,8 1,2
Coreia do Sul 2,7 1,8
França 2,6 0,6
México 2,5 1,6
EUA 1,8 0,5
Alemanha 1,8 -0,3
África do Sul 1,7 1,1
Japão 1,6 1,8
Rússia -3,9 -5,6
Fonte: OCDE
na luta contra a inflação. Mas a alta
de juros deve continuar em países
onde a inflação continua alta.
Para a OCDE, na luta contra o
aumento dos preços, é também es-
sencial que a política fiscal traba-
lhe em conjunto com a política
monetária. Avalia que opções fis-
cais que aumentam as pressões in-
flacionárias resultarão em taxas de
juros ainda mais elevadas para
controlar a inflação.
Para Pereira, nesses tempos difí-
ceis e incertos, a política tem mais
uma vez um papel crucial a desem-
penhar: “Um maior aperto da polí-
tica monetária é essencial para
combater a inflação, e estímulos
fiscais devem se tornar mais dire-
cionados e temporários”. Ele tam-
bém destacou que acelerar investi-
mentos em fontes e tecnologias de
energia limpa será crucial para ga-
rantir a segurança energética, as-
sim como o foco nas políticas es-
truturais permitirá as autoridades
promover emprego e produtivida-
de. “Está em nossas mãos superar
esta crise”, acrescentou. (AM)
A16 | Valor | Quarta-feira, 23 de novembro de 2022

Opinião
ALBRECHT FIETZ/PIXABAY

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
PRESIDENTE: João Roberto Marinho
VICE-PRESIDENTES: José Roberto Marinho - Roberto Irineu Marinho

é uma publicação da Editora Globo S/A

DIRETOR GERAL: Frederic Zoghaib Kachar

DIRETORA DE REDAÇÃO: Maria Fernanda Delmas

Princípios editoriais do Grupo Globo: http://glo.bo/pri_edit

Acordo sobre o ICMS é mais

um desafio na área fiscal
E
ncontrar uma saída para viabilizar sobre como as perdas seriam calculadas. Os
o pagamento de R$ 600 do Auxílio governadores recorreram ao STF, onde o
Emergencial a partir do próximo ministro Gilmar Mendes criou uma comissão
ano não é a única pressão fiscal no especial para discutir o assunto, que tinha
horizonte do presidente eleito Luiz como deadline 4 de novembro. O prazo foi
Inácio Lula da Silva. Outro problema prorrogado a pedido da Advocacia-Geral da
igualmente importante, herdado do governo União (AGU) para 2 de dezembro. Há outras
Bolsonaro, será resolver com os Estados a ações no STF a respeito do tema, sob relatoria de
questão do ICMS incidente sobre Rosa Weber e André Mendonça.
combustíveis, energia elétrica e Independentemente do resultado dessas
telecomunicação. ações, alguns Estados conseguiram na Justiça
O imposto foi cortado por decisão federal a liminar para suspender o pagamento de suas
partir de julho para reduzir a inflação e tentar dívidas junto ao governo federal como
melhorar as chances de Jair Bolsonaro nas compensação, de forma que está havendo
urnas pouco antes das eleições presidenciais. repercussão também nos cofres da União. São
Houve mudanças também em base de cálculo. eles Acre, Alagoas, Maranhão, Minas Gerais,
Com esses objetivos, o governo federal Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e São Transição trará mais crescimento com distribuição de
estabeleceu em lei que o ICMS incidente sobre Paulo que, desse modo, já estariam
itens considerados essenciais, não poderia recuperando suas perdas. renda no NE. Por Winston Fritsch e Amanda Schutze
superar os 17% a 18%. Se a medida não trouxe o Com o pedido de prorrogação das discussões

O setor elétrico na transição

resultado esperado na votação, foi importante na comissão, a AGU parece querer jogar o
para reduzir o ímpeto da inflação, que se problema para o próximo governo. Qualquer
mantinha em dois dígitos no acumulado em 12 que seja, o desfecho da discussão vai realmente
meses e agora deve fechar o ano abaixo de 6%. cair no colo do presidente eleito, Luiz Inácio
Relatório Focus divulgado ontem trouxe a
previsão de uma taxa de 5,88%.
Por isso, parece fora de cogitação a volta às
alíquotas anteriores, que chegavam a superar
Lula da Silva, que tem outros problemas na área
que afetam diretamente a arrecadação, como a
isenção de tributos federais PIS e Cofins sobre
combustíveis, conta pouco acima de R$ 50
para o baixo carbono
É
os 30% no caso de combustíveis em alguns bilhões, que o Planalto tem que decidir se vai consenso que a eletrifi- maior que isso. E ainda temos a solar de pequeno porte com no-
Estados, como no Rio de Janeiro. O ICMS manter ou não. cação com matriz ener- crescente oferta eficiente de usi- va regulação permitindo ao con-
sempre foi um instrumento fácil para os O debate ocorre em momento de mudança gética limpa é o cami- nas de biomassa. sumidor brasileiro gerar sua pró-
Estados aumentarem suas receitas e também de cenário, que deve afetar os cálculos do nho fundamental e ine- Em um mundo cada vez mais pria energia elétrica a partir de
para políticas de incentivo fiscal. É importante impacto do corte do ICMS sobre os bens vitável na transição ao baixo car- sedento por produtos de baixa fontes renováveis e fornecer o ex-
fonte de arrecadação, bancando programas de essenciais. Os Estados vêm de dois anos de bons bono. O último World Energy pegada de carbono, haverá de- cedente para a rede de distribui-
saúde e educação, e irriga em parte também os resultados fiscais, favorecidos pelas Outlook da prestigiosa Interna- manda para este grande aumen- ção de sua localidade.
cofres municipais por meio de repasses. Por transferências de recursos federais durante a cional Energy Agency (IEA), re- to da produção de energia verde O planejamento e a operação,
isso, o problema não deveria ter sido resolvido pandemia e pela redução de despesas nesse centemente publicado, confir- para a produção de hidrogênio, tradicionalmente focado na
ma isso com números quase ina- o petróleo do futuro. Em 2030, quantidade gerada e consumida
arbitrariamente. período, com a suspensão de contratações e
creditáveis. Segundo a IEA, a ele- de acordo com a Bloomberg, o no sistema centralizado, terá sua
As estimativas do impacto do corte do ICMS reajustes salariais, além da surpresa com o
tricidade deverá passar de 10% Brasil poderá ser o país de me- complexidade ampliada com a
nas contas estaduais são variáveis. De acordo crescimento econômico deste ano. O aumento da oferta mundial de energia em nor custo de produção de hidro- entrada do “prosumidor”, o que
com o Comitê Nacional de Secretários da da inflação também ajudou, com as receitas 2021 para 40% em 2030 e 70% gênio verde no mundo e mante- requer redes de transporte mais
Fazenda dos Estados e Distrito Federal correndo na frente das despesas. em 2050. Esse choque se dará rá a liderança competitiva até, modernas incluindo caracterís-
(Comsefaz), a perda aos cofres estaduais pode No entanto, o quadro certamente será com a oferta de renováveis, cujo no mínimo, 2050. ticas como bi-direcionalidade,
chegar a R$ 125 bilhões em 12 meses, sendo diferente no próximo ano. A perspectiva é de crescimento de capacidade O destino desse hidrogênio se- flexibilidade, digitalização e au-
pouco mais de 40% representados pelos desaceleração da economia doméstica e anual quadruplicará — de 290 rá duplo. Parte será produzido tomatização.
combustíveis. Cálculos da Instituição Fiscal internacional, o que deve contribuir para GW para 1200 GW por ano — perto de portos para exportação Neste contexto, a gestão do sis-
Independente (IFI) mostraram uma queda de reduzir a arrecadação e dificultar ainda mais o entre 2021 e 2030, e a transfor- em formas de produção de baixo tema planejado pelos regulado-
6,5% na arrecadação de ICMS no terceiro cumprimento dos compromissos mação tecnológica do setor elé- custo de produção e transporte res do início do século — um sis-
trico o tornará o primeiro setor reconvertíveis em hidrogênio no tema hidrotérmico com ênfase
trimestre na comparação com o igual período constitucionais dos Estados. Há quem defenda
da economia mundial a atingir a porto de destino. Outra parte se- na hidroeletricidade com as tér-
de 2021, equivalente a R$ 12,1 bilhões, que uma solução no âmbito da esperada reforma
neutralidade de carbono. rá destinada a grandes projetos micas operando de forma com-
daria perto de R$ 50 bilhões se repetido ao tributária, com o objetivo de aliviar a carga dos É consenso também que, do para o mercado nacional, usan- plementar no grid nacional in-
longo de quatro trimestres. consumidores e simplificar a tributação. Mas ponto de vista da geração, este do o hidrogênio como insumo terligado — com as usinas hidre-
O governo Bolsonaro chegou a prometer esse é outro assunto espinhoso, de agenda mais passo será mais simples para o energético e/ou diretamente nos létricas despachadas em função
uma compensação, mas não houve acordo incerta ainda. Brasil que — apesar de haver se processos de produção de enor- das condições hidrológicas vi-
movido na última década na di- me importância para o cresci- gentes, terá que ser modificada.
reção contrária, aumentando a mento econômico e para o co- A gestão das hidrelétricas e das
Editor-executivo Marcos de Moura e Souza Editor de S.A. Correspondente internacional participação de não renováveis — mércio exterior do Brasil. outras fontes térmicas de energia
de Opinião (marcos.souza@valor.com.br) Nelson Niero Assis Moreira (Genebra) já possui matriz elétrica com 82% firme terá que se voltar crescen-
José Roberto Campos Maria Cristina Fernandes (nelson.niero@valor.com.br) (assis.moreira@valor.com.br) de renováveis, muito acima da temente para a estabilização da
(jose.campos@valor.com.br) (mcristina.fernandes@valor.com.br) Editora de Carreiras Correspondentes nacionais
média mundial de 27%.
Brasil poderá ser o país oferta intermitente das novas
Editores-executivos
Catherine Vieira
Marli Olmos
(marli.olmos@valor.com.br)
Stela Campos Cibelle Bouças (Belo Horizonte)
(cibelle.boucas@valor.com.br) Entretanto, isso não quer dizer de menor custo de fontes “verdes” que suprirão a
(stela.campos@valor.com.br)
(catherine.vieira@valor.com.br) Mônica Scaramuzzo Editor de Cultura Marina Falcão (Recife) que o Setor Elétrico Brasileiro produção de hidrogênio maior parte do crescimento da
Fernando Torres (monica.scaramuzzo@valor.com.br) Hilton Hida (marina.falcao@valor.com.br)
(SEB) não vá se transformar co- verde no mundo e manter oferta de eletricidade no SEB.
(fernando.torres@valor.com.br) Editor de Brasil (hilton.hida@valor.com.br) mo o do mundo e enfrentar sé- Em resumo, o Brasil será parte
Robinson Borges
(robinson.borges@valor.com.br)
Eduardo Belo
Editor de Legislação
VALOR INVESTE rios desafios durante a transição liderança competitiva importante da transformação do
(eduardo.belo@valor.com.br)
& Tributos
Sergio Lamucci Editor de Política
Arthur Carlos Rosa
Editora ao baixo carbono. Ao contrário. sistema energético global e terá
(sergio.lamucci@valor.com.br) César Felício Daniele Camba
(arthur.rosa@valor.com.br) (daniele.camba@valor.com.br)
Exatamente porque o país tem A rede de transmissão deverá que se preparar para isso. O desa-
Zinia Baeta (cesar.felicio@valor.com.br)
(zinia.baeta@valor.com.br) Editor de Internacional
Editor de Arte/ Fotografia abundantes fontes naturais de ser modificada. Como o hidrogê- fio será, como em todo mundo,
Sucursal de Brasília Humberto Saccomandi
Silas Botelho Neto energia renovável, o SEB deve nio ainda é um produto de logís- rever o modelo regulatório para
(silas.botelho@valor.com.br) PIPELINE
Fernando Exman (humberto.saccomandi@valor.com.br)
Editora Valor Online Editora passar por grande transforma- tica difícil, a energia elétrica lim- prover segurança de suprimento
(fernando.exman@valor.com.br) Editora de Tendências
Sucursal do Rio Paula Cleto Maria Luíza Filgueiras ção na próxima década. Isso de- pa deverá ser suprida no ponto e modicidade tarifária, enquanto
& Consumo e Tecnologia
Francisco Góes Cynthia Malta (paula.cleto@valor.com.br) (maria.filgueiras@valor.com.br) verá ocorrer pela simples opera- de fabricação do gás, demandan- descarbonizamos o SEB e, princi-
(francisco.goes@valor.com.br) (cynthia.malta@valor.com.br) Editora Valor PRO ção das forças de mercado que já do a construção de novas linhas palmente, expandimos e moder-
Roberta Costa
Repórteres Especiais Editor de Indústria COLUNA DE ECONOMIA impulsionam a descarbonização de transmissão de alta voltagem nizamos a rede para tirar vanta-
Adriana Mattos e Infraestrutura roberta.costa@valor.com.br
(adriana.mattos@valor.com.br) Coordenador Valor Data
E POLÍTICA em escala global, provocando a dedicadas para atender grandes gem de nossa eficiência relativa
Ivo Ribeiro Cristiano Romero
Alex Ribeiro (Brasília) (ivo.ribeiro@valor.com.br) William Volpato (cristiano.romero@valor.com.br)
expansão da capacidade de gera- cargas no ponto de uso. Também na produção de energia limpa.
(alex.ribeiro@valor.com.br) Editor de Agronegócios (william.volpato@valor.com.br) ção de energia renovável de for- a produção eólica offshore exigi- Mas no Brasil a transição ofe-
Daniela Chiaretti Fernando Lopes Editores de Projetos Especiais ma cada vez mais barata e o cres- rá a construção de mais linhas de recerá também uma oportuni-
(daniela.chiaretti@valor.com.br) (fernando.lopes@valor.com.br) Célia Rosemblum VALOR INTERNATIONAL
Daniel Rittner (Brasília) Editora de Finanças Editor
cimento da produção associada alta voltagem ligadas aos pontos dade única de crescimento com
(celia.rosemblum@valor.com.br)
(daniel.rittner@valor.com.br) Talita Moreira Tania Nogueira Alvares Samuel Rodrigues de hidrogênio verde. de geração no litoral. distribuição de renda pelo de-
João Rosa (joao.rosa@valor.com.br) (talita.moreira@valor.com.br) (tania.nogueira@valor.com.br) (samuel.rodrigues@valor.com.br) A provável grande expansão As mudanças provocadas pela senvolvimento que provocará na
Valor PRO / Diretor de Negócios Digitais Tarcísio J. Beceveli Jr. (tarcisio.junior@valor.com.br) da geração limpa no Brasil é evi- expansão de geração limpa efi- região Nordeste, onde por seus
Para assinar o serviço em tempo real Valor PRO: falecom@valor.com.br ou 0800-003-1232 dente pelo lado da oferta. Como ciente devem também aprofun- recursos de energias eólica e so-
Filiado ao IVC (Instituto Verificador de Comunicação) e à ANJ (Associação Nacional de Jornais) apontado pelo Plano Decenal de dar tendências recentes, conti- lar, se localizará o centro desta
Valor Econômico Av. 9 de Julho, 5229 – Jardim Paulista – CEP 01407-907 – São Paulo - SP – Telefone 0 xx 11 3767 1000 Energia 2050, o potencial de pro- nuando a exigir rápida adapta- nova revolução.
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dução de energia renovável no ção do sistema elétrico. O novo
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Redação 0 xx 11 3767 1000. Endereço eletrônico www.valor.com.br Brasil pode ser igual a 17 vezes a ambiente de progressiva liberda- Winston Fritsch é PhD em Economia
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Sucursal do Rio de Janeiro Rua Marques de Pombal, 25 – Nível 2 – Bairro: Cidade Nova – Rio de Janeiro/RJ – CEP 20230-240 Apenas como um exemplo, se a ção, permitiu forte crescimento Secretário de Política Econômica do
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demanda total por energia elé- da energia eólica, principalmen- Ministério da Fazenda (governo
BA/SE/PB/PE e Região Norte MG/ES - PR - SEC - Soluções RS - SC - Marcucci &
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Representação Tel./Fax: (31) Comercialização Tel./Fax: (51) Tel./Fax: (48) anos (o que implica uma taxa de mentando a importância dessa Advisor do Climate Policy Initiative
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crescimento do PIB de cerca de geração intermitente para o (CPI/PUC-Rio)
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3,5% ao ano) sem nenhum ganho atendimento do mercado. Amanda Schutze é doutora em
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de antecedência GW de capacidade de geração. no controle e eficiência do siste- Coordenadora de Políticas Públicas da
Preço de nova assinatura anual (impresso + digital) para as regiões Sul e Sudeste: R$ 1.618,80 ou R$ 134,90 mensais. Somente as energias eólica e so- ma. Exemplo marcante disso foi área de Energia do Climate Policy
Demais localidades, consultar o Atendimento ao Assinante. Tel: 0800 7018888. Carga tributária aproximada: 3,65% lar tem potencial várias vezes a grande expansão da geração Initiative (CPI/PUC-Rio)

Opinião
Investimento e prioridade
Ana Inoue
T governo”.
odos os anos, o Dia da
Consciência Negra mar-
ca um chamado à refle-
xão sobre o que temos
feito para combater as desigual-
dades raciais em todos seus as-
pectos e quais oportunidades te-
mos criado para garantir a todos
uma perspectiva de futuro digna.
A conclusão é que a busca pela
equidade racial deve ser um
compromisso diário, constante,
para que se fortaleça e promova
as mudanças necessárias. Temos
que compreender o racismo co-
mo uma doença letal, que deve-
mos combater todos os dias ou
sucumbiremos.
Não é exagero: temos um país
em que a maioria da população
é negra e no qual o racismo pro-
move a exclusão desta maioria.
Não tem como dar certo. Ou se-
ja, essa doença vai continuar im-
pedindo o país de atingir a ple-
nitude que almejamos. Mas po-
demos mudar isso!
Neste ano, em que as equipes de
transição dos governos estaduais e
federal já dão os primeiros passos
Processo não é rápido e políticos e governos deveriam acelerá-lo. Por Martin Wolf
Mercado pode fazer a transição verde
I
ndependentemente dos
demais erros da econo-
mia, seu ponto de partida
está correto: as pessoas
realmente reagem a incentivos.
Suponhamos que fontes renová-
veis gerem as tecnologias domi-
nantes para o abastecimento de
energia; suponhamos, em resu-
mo, que seja mais lucrativo usar
fontes solares ou outras fontes
renováveis de energia do que
combustíveis fósseis. As forças
do mercado, então, impulsiona-
riam a transformação das econo-
mias em direção da proteção ao
clima por si mesmas.
Poderia, mesmo assim, ser ne-
cessário reduzir os custos do ca-
pital em países emergentes e em
desenvolvimento. Poderia, mes-
mo assim, ser necessário acelerar
a transferência de tecnologia.
Mas o vento dos lucros lhes seria
favorável. É esse o mundo em que
vivemos? Se não for, como pode-
ríamos criá-lo?
Comecemos com uma premissa
simples: se algo for lucrativo, aca-
bará sendo feito. Os gestores de
ativos poderão se desvencilhar de
ações de empresas de combustí-
veis fósseis e os bancos poderão se
recusar a financiá-las. Alguns in-
vestidores poderão se recusar a
controlar ou a financiar empresas
que fazem coisas que eles conside-
rem ruins. Meu colega colunista,
Stuart Kirk, tem razão em pensar
que alguma outra pessoa virá en-
tão controlar e financiar essas em-
presas, desde que sejam lucrativas.
Esses agentes podem ser gover-
nos e empresas estrangeiros ou en-
tidades privadas internas. A regu-
lamentação poderá coibir algu-
mas atividades. Mas a resistência
política tende a dificultar a adoção
dessa regulamentação — pense-
mos na discussão em torno da pro-
dução de combustíveis fósseis nos
EUA. Além disso, as empresas pe-
trolíferas vão defender seus inte-
resses, como demonstraram na
COP27 no Egito. Se alguém duvida
do quanto é difícil interromper
um ramo de atividade lucrativo,
basta que dê uma rápida olhada
na história da proibição às drogas.
O quanto, então, estamos pró-
ximos de tornar as fontes renová-
veis a tecnologia dominante para
o fornecimento de energia? A
resposta é a de que fizemos avan-
ços notáveis. Mas eles não são su-
ficientemente acelerados para
serem transformadores dentro
do prazo relevante, um prazo
dos próximos quatro anos, preci-
samos perguntar o que está previs-
to para as juventudes e, dentro de-
las, para as juventudes negras.
Sobre elas, será que sabemos o
que fazem, criam e transformam?
Conseguimos, enxergá-las e tam-
bém admirá-las? Há muitas ações
potentes acontecendo cotidiana-
mente que nos sinalizam possibili-
dades e caminhos abertos por es-
tas juventudes. Precisamos estar
atentos. Exemplo disso é um proje-
to desenvolvido pelo Geledés —
Instituto da Mulher Negra, que
destacou as aprendizagens e de-
senvolvimento promovidos por
coletivos de hip hop. Atualmente,
o Geledés, a partir desta experiên-
cia, tem avaliado como as práticas
culturais dentro do espaço escolar
desenvolvem habilidades e enga-
jam jovens, principalmente os gru-
pos discriminados, gerando resul-
tados surpreendentes em seus
aprendizados e em suas vidas.
Outro exemplo é o programa de
bolsas e mentoria aos cotistas ne-
gros de diferentes universidades,
desenvolvido pelo CEERT (Centro
de Estudos das Relações de Traba-
lho e Desigualdades), que conse-
guiu obter a incrível marca de zero
evasão destes jovens em seus cur-
sos de ensino superior.
Com todas as adversidades, te-
mos jovens negros e negras, en-
tre muitas atividades, empreen-
dendo, empregando pessoas,
ocupando cargos altos em em-
presas, produzindo cultura e ar-
te, dando aulas em universidades
brasileiras e internacionais. Mar-
Apesar do ceticismo
sobre empresas que, em
busca de lucro, tentem
alcançar objetivos
morais, as mudanças
desejadas estão pelo
menos alinhadas ao que
os mercados estão
dizendo: pode-se colher
bons resultados
financeiros com ações
pautadas pela ética
celle Soares Santos, uma referên-
cia na astrofísica, premiada co-
mo cientista e professora da Uni-
versidade de Michigan, é um
exemplo do que são capazes as
juventudes negras. São campeãs
em furar os cercos da exclusão e
lidar com adversidades!
Quanto de inteligência, criati-
vidade, resiliência, paciência e
múltiplas capacidades são ativa-
das e necessárias para isso? Há
muitos outros exemplos, que nos
mostram onde pode chegar esta
juventude negra que, acima de
tudo, sobrevive por saber lidar
com situações complexas, como
é o enfrentamento do racismo.
Isso é ouro em pó. Ainda são, pro-
porcionalmente, poucos, pois o
racismo é uma doença grave. Mas
podemos vir a ter muito mais
gente como estes exemplos, se
dermos as oportunidades para
todos e todas. Esta é a cura.
É também neste momento va-
lioso de transição e novas perspec-
tivas para a nação que uma política
de inclusão produtiva das nossas
juventudes deve ser contemplada
no orçamento (não há política pú-
blica sem investimento adequado
ao que se espera) e nas primeiras
ações do novo governo (é urgen-
te!). É neste momento que o Brasil
pode promover um salto na inclu-
são produtiva das juventudes e, es-
pecificamente, das juventudes ne-
gras que somam 61% da popula-
ção de 15 a 29 anos (Atlas da Juven-
tude) e acumulam, nos indicado-
res sociais e em suas vidas, as mar-
cas dessa ausência do Estado. Res-
que se tornou cada vez mais cur-
to em decorrência das últimas
décadas de adiamentos.
A boa notícia é que, como mos-
tra a Agência Internacional de
Energia Renovável, ocorreu desde
2010 uma queda drástica do fator
conhecido como “custo nivelado”
[uma medida do custo líquido mé-
dio atual da geração de energia
elétrica por um gerador ao longo
de sua vida útil] da energia elétrica
gerada a partir de fontes renová-
veis. Isso se confirma no caso da eó-
lica captada em terra e em al-
to-mar, e mais ainda no caso da
energia solar voltaica. Os custos es-
tão agora na extremidade inferior
da faixa de variação para a geração
por meio de combustíveis fósseis
ou são até inferiores a estes. Isso é
potencialmente transformador.
A má notícia é que essa queda
dos custos não foi suficientemente
transformadora na velocidade su-
ficiente. De fato, aumentou a parti-
cipação das fontes renováveis na
geração de energia elétrica. Na
União Europeia (UE) ela alcançou
25% em 2021. Mas, no mundo co-
mo um todo, elas respondem por
apenas 13%. Por outro lado, o total
das emissões geradas por todas as
fontes não caiu. Mas, para que o li-
mite de 1,5°C sobreviva, o total das
emissões tem de cair acentuada-
mente até 2030, principalmente
na geração de energia elétrica.
Para que isso aconteça, tem de
haver uma enorme expansão do
uso do que a Agência Interna-
cional de Energia (AIE) chama
de “fontes de baixas emissões”, o
grosso delas gerado por fontes
salto duas delas: desemprego e
evasão escolar.
A taxa de desemprego da popu-
lação ativa geral, segundo o IBGE
(2 o trimestre de 2022) é de 9,3%.
Entre a população negra geral ela
sobe para quase 11% (pretos e par-
dos). Já na faixa etária de 15 a 29
anos o índice é mais de 18%.
A evasão escolar: 72% dos es-
tudantes de 14 a 29 anos, que
deixaram de frequentar a esco-
la, eram pretos e pardos, se-
gundo a Pnad Contínua 2019.
Exorbitantes 72%!!
A educação, trabalho
digno e renda das
juventudes estarão
previstos no nosso
orçamento?
A Educação Profissional e Tec-
nológica (EPT) é parte potente da
solução! Mas, entre vários pon-
tos, será preciso democratizar
seu acesso e alinhá-la à estratégia
de desenvolvimento do país, de
cada estado e de cada território.
Para alcançar mais jovens, há
um prazo se esgotando, previsto
no Plano Nacional de Educação:
2024. Cumprimos aproximada-
mente 40% da meta de triplicar o
número de matrículas da EPT. Te-
mos que agir!
Para que a EPT jogue a favor do
desenvolvimento do país, uma Po-
lítica Nacional para esse tema deve
ser priorizada, com institucionali-
zação e regulamentação de seu to-
renováveis, enquanto o uso ple-
no de combustíveis fósseis cai
em um terço. É bom lembrar
que isto tem de ocorrer nos pró-
ximos oito anos.
Não aconteceu nada em Sharm
el-Sheikh capaz de sugerir que isso
seja provável. Os motivos do ajuste
relativamente lento às fontes reno-
váveis até agora, apesar de elas te-
rem se tornado mais competitivas,
são muitos: o excedente de capaci-
dade instalada de custo marginal
baixo, não apenas em geração de
energia elétrica como também em
calefação, transportes e indústria;
os custos de uma transição acele-
rada para alternativas; a resistên-
cia à perda do nível de atividade e
do nível de emprego na produção,
refino e distribuição; a resistência
à construção de parques de capta-
ção de energia solar e eólica; a re-
sistência em fazer os investimen-
tos necessários em integração de
sistemas; e as dificuldades em arti-
cular financiamento para países
emergentes e em desenvolvimen-
to, mas também para famílias em
quase todos os países. Adiar tudo é
pura inércia.
Com o crescente impulso dado
pelas forças de mercado na direção
certa, a questão é como acelerá-las.
É por isso que, apesar do ceticismo
em torno de tentativas de fazer
com que empresas em busca de lu-
cro tentem alcançar objetivos mo-
rais, fico satisfeito com o fato de es-
sas mudanças desejadas estarem,
pelo menos, alinhadas ao que os
mercados estão dizendo com to-
das as letras: pode-se esperar co-
lher bons resultados financeiros
Quarta-feira, 23 de novembro de 2022
do (por exemplo, há gargalos nor-
mativos que emperram a qualifi-
cação para o trabalho como parte
da formação integral dos jovens).
Temos que acertar!
E, sobretudo, é fundamental
prever e fortalecer mecanismos de
financiamento da política de for-
mação profissional, que destinem
recursos para a EPT, como o Fun-
deb e o novo Pronatec, que teve sua
verba diminuída ao longo dos
anos: de R$ 4 bilhões em 2015 para
R$ 4 milhões no orçamento previs-
to para o Ministério da Educação
em 2023. Para todo o Brasil.
Além disso, uma política públi-
ca de formação profissional envol-
ve várias outras, como a recompo-
sição da aprendizagem pós-pan-
demia, a interface com as mudan-
ças em curso em todos os estados
no Ensino Médio (e o Itinerário de
Formação Técnica e Profissional), o
Enem, a avaliação da EPT, o Plano
Nacional de Educação.
Um país justo e mais igualitá-
rio se faz com compromisso e
olhar para as especificidades de
seu povo. Todas as juventudes de-
vem ser visíveis. As juventudes
negras devem ser visíveis. E na
política pública, a visibilidade se
traduz por orçamento. A educa-
ção, trabalho digno e renda das
juventudes estarão previstos no
nosso orçamento?
Ana Inoue é superintendente do Itaú
Educação e Trabalho, frente da Fundação
Itaú com foco em educação profissional,
juventudes e sua inclusão no mundo do
trabalho
com ações pautadas pela ética.
Além disso, como argumenta o
Panorama Energético Mundial da
AIE, a par de ficarem cada vez mais
baratas, as fontes energéticas re-
nováveis elevam a segurança do
abastecimento de energia. Sem
dúvida, o vento e o sol vão variar ao
longo do dia e de acordo com as es-
tações. Mas Vladimir Putin não
conseguirá barrar sua incidência.
Para China, Europa e Índia, só para
citar só três grandes participantes,
o argumento a favor da segurança
de abastecimento das fontes reno-
váveis é incontestável.
Em linhas gerais, cinco mudan-
ças de política pública precisam
ser feitas ou fortalecidas: aumen-
tar o investimento em pesquisa;
aumentar os subsídios canaliza-
dos para a aplicação de novas tec-
nologias, com o objetivo de acele-
rar a aprendizagem de cada uma
paralelamente à prática efetiva,
bem como acelerar o investimento
em tecnologias complementares;
suspender os subsídios canaliza-
dos para os combustíveis fósseis,
que totalizaram US$ 700 bilhões
em 2021, a não ser para a captura e
armazenagem de carbono; lançar
a precificação do carbono sob uma
das várias formas possíveis, talvez
sob a forma de evitar quedas po-
tenciais dos preços da energia ao
envidar os esforços necessários pa-
ra promover sua plena absorção
pelo mercado; e eliminar o risco
do financiamento, principalmente
aos países em desenvolvimento.
Nada disso é novo. Mas a polí-
tica, sim, pode ser. Sem dúvida, o
mundo falou muito mais do que
fez. Sem dúvida, ele está muito
atrás do que precisa estar. E sem
dúvida, o mercado não vai gerar
a transição necessária com a ra-
pidez suficiente. Mas existe agora
uma probabilidade significativa
de gerar energia segura, garanti-
da, limpa e barata para todos.
Além disso, essa possibilidade
poderá gerar um surto de cresci-
mento dos investimentos globais
que absorveria a poupança exce-
dente por um período prolonga-
do. A transição energética deverá
deixar de significar um suplício
resignado para sempre, para pas-
sar a significar uma oportunida-
de que os políticos podem vender
com sucesso. Eles deveriam se es-
forçar mais para promovê-la.
(Tradução de Rachel Warszawski)
Martin Wolf é editor e principal analista
de economia do Financial Times
| Valor | A17
Frase do dia
“Não é a
Petrobras que
define política
de preço [de
combustíveis].
Isso vai se dar
dentro do
Do senador Jean Paul Prates
(PT), da equipe de transição
Cartas de
Leitores
Lula
Louve-se a inteligência e a perspi-
cácia da colunista Maria Clara R.
M. do Prado que, em sua coluna de
22/11, no Valor, colocou o dedo
na ferida: querem imputar a Lula
uma culpa que não lhe pertence.
Ao longo de quatro anos, o atual
presidente, com apoio de seu Pos-
to Ipiranga, foi tratado com uma
leniência nunca vista, diante de
tantas barbaridades cometidas.
Lula nem assumiu e já colo-
cam sobre seus ombros uma
pressão virulenta em relação à
questão fiscal. E pior: fazem
questão de não levar em conta
oito anos de mandato com su-
perávit primário, grau de inves-
timento e otras cositas. A im-
prensa de modo geral precisa
sair da bolha mercadista. Como
disse o ex-ministro Delfim Neto,
o importante é a quitanda abrir
diariamente com berinjela para
vender e troco no caixa. Os mer-
cadistas da Faria Lima só estão
preocupados em como ganhar
dinheiro fomentando o IPO da
quitanda, para depois vendê-la a
um grande grupo que vai fe-
chá-la.
Ethevaldo Pontes
edpto@hotmail.com
●
Lula certamente seguirá orienta-
ção médica e ficará uma semana
sem discursar, poupando a voz
após a cirurgia a que foi subme-
tido no Sírio Libanês (natural-
mente). A equipe da transição
agradece pois durante este curto
período, poderá trabalhar de
modo mais construtivo, livre dos
ruídos inconvenientes que o pre-
sidente eleito insiste em reverbe-
rar, interferindo nos ritmos das
decisões e projetos.
Paulo Roberto Gotaç
pgotac@gmail.com
Salários pífios
A reforma trabalhista pôs por
terra um século de direito do tra-
balho e mudanças sindicais que-
braram as pernas das entidades
sindicais. O resultado está es-
tampado na matéria do Valor de
22/11, A 2. Dois terços dos traba-
lhadores brasileiros ganham
“até” dois salários mínimos. Do
total de pessoas ocupadas no
país (97,5 milhões), 65,5 milhões
mourejam nesse estado crítico.
“Até”, o que significa, pela amos-
tragem da Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios (Pnad),
que o referencial pode significar
“salário máximo”.
Não é preciso ser economista
para classificar nosso país num
estado de miserabilidade. Para
os discursos políticos, basta o ín-
dice de empregos. Pouco impor-
ta a renda. E a acalentada discus-
são sobre os salvadores R$ 600
na campanha política, de auxílio
estatal, revela o pântano social
aonde aportamos. Os salários
precisam ser dignos — razoáveis
— para se construir uma nação, e
os sindicatos de trabalhadores,
fortes, para assegurá-los, arran-
cando do patamar consagrado
no art. 8º da Constituição Fede-
ral. É emergencial uma verdadei-
ra reforma trabalhista no Brasil.
Amadeu Garrido de Paula
amadeugarridoadv@uol.com.br
Correspondências para
Av. 9 de Julho, 5229 - Jardim
Paulista - CEP 01407-907 - São
Paulo - SP, ou para
cartas@valor.com.br, com nome,
endereço e telefone. Os textos
poderão ser editados.
A18 | Valor | Quarta-feira, 23 de novembro de 2022
Especial
Entrevista Para economista, proposta atual vai
fazer dívida disparar, eleva juro e reduz crescimento
‘PEC é irresponsável
e insustentável’,
afirma Pastore
Alex Ribeiro
De São Paulo
O ex-presidente do Banco Cen-
tral Affonso Celso Pastore diz que
a PEC da Transição proposta ao
Congresso pela equipe do presi-
dente eleito Luiz Inácio Lula da
Silva “é um desastre” e poderá le-
var a um rápido aumento da dívi-
da pública nos próximos anos.
“Se você tiver esse tipo de polí-
tica fiscal que está aí proposta,
não há banco central que consi-
ga segurar a inflação. Ela vai para
cima”, afirma o economista, que
é sócio da consultoria A. C. Pasto-
re & Associados. “Você cai num
extremo de dominância [fiscal].”
Pastore diz que seria natural
uma PEC de Transição que reti-
rasse do teto de gastos algo como
R$ 110 bilhões, para permitir a
continuidade do pagamento do
Bolsa Família de R$ 600, o benefí-
cio de R$ 150 por filho dentro
desse programa e para fazer um
ajuste no limite de despesa, que
ficou mais apertado porque ele
será corrigido por uma inflação
menor do que se esperava.
Mas, afirma, a exceção deveria
valer apenas por um ano, para dar
tempo de a nova equipe econômi-
ca traçar em detalhes a sua estraté-
gia fiscal e fazer uma proposta pa-
ra criar uma nova âncora das con-
tas públicas, seja uma teto de gas-
tos modificado, seja outra solução.
“Estamos falando de R$ 198 bi-
lhões para este ano e estamos fa-
lando, sem discutir o arcabouço
fiscal, de mais R$ 175 bilhões nos
anos seguintes”, afirma. “Isso vai
provocar um aumento da dívida
para 90% do PIB. Dívidas desse ta-
manho são insustentáveis.”
O ex-presidente do BC faz um
apelo ao futuro governo Lula pa-
ra refletir sobre a proposta. “O
que precisa aqui é esfriar a cabe-
ça”, defende. “Governo, esfrie a
cabeça, use a velha teoria econô-
mica, as evidências empíricas e
dimensione o tipo de política fis-
cal que seja factível.”
Para ele, não há contradição
em ter uma política fiscal susten-
tável ao lado de uma política so-
cial responsável, num país de
renda média com uma grande
parcela da população na extrema
pobreza. Quem critica a falta de
comprometimento fiscal da pro-
posta apresentada pela equipe
de transição, argumenta, não é
contra as políticas sociais de
transferência de renda.
“Claro que tem que criar opor-
tunidades de emprego, de mobi-
lidade social para que essa parce-
la da população saia da extrema
pobreza e vá para os estratos
mais desenvolvidos da socieda-
de”, afirma. “Isso, no entanto,
atua no longo prazo. No longo
prazo, como dizia Keynes, estare-
mos mortos. Temos que olhar pa-
ra o curto prazo.”
Para Pastore, o presidente Lula
vai pegar pela frente um ambien-
te econômico bem menos favorá-
vel do que encontrou a partir de
2003, quando a economia foi be-
neficiada pela alta das commodi-
ties e por um longo período de
desvalorização do dólar.
O quadro fiscal, afirma, é mais
desfavorável do que aquele que
herdou do governo Fernando
Henrique, quando havia superá-
vits primários consistentes. O re-
sultado positivo de 2022, afirma,
se deve ao aumento temporário
de arrecadação, gerado pela sur-
presa inflacionária. O governo
atual usou parcialmente esse di-
nheiro na expansão de gastos,
que agora estão se tornando per-
manentes. “Boa parte desse supe-
rávit que foi gerado não é um su-
perávit estrutural.”
Pastore acha que os planos fis-
cais do novo governo poderiam
levar o Banco Central a, no míni-
mo, manter os juros altos por
mais tempo. “A taxa neutra não
vais ser mais 4%, vai subir.” Adi-
cionalmente, a incerteza está
pressionando a taxa de câmbio, o
que pode exigir mais juros para
manter a inflação sob controle.
A seguir, os principais trechos
da entrevista.
Valor: O presidente eleito Lula
vai pegar uma situação diferente da
que encontrou em 2003?
Affonso Celso Pastore: Do ponto
de vista externo, a situação em
2003 era extremamente favorável
a gerar um ciclo de crescimento
econômico muito forte. E, do pon-
to de vista fiscal, ele herdou um ar-
cabouço fiscal do ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso que
gerava superávits primários e re-
duzia a relação dívida/PIB. Com is-
so, tirava os prêmios de risco, per-
mitia reduzir taxas de juros, que se
somava a um crescimento externo
para turbinar o crescimento eco-
nômico. O que temos agora é o
contrário disso.
Valor: Quais são as diferenças?
Pastore: Temos uma situação
externa desfavorável, na qual o
mundo vai desacelerar muito
fortemente em 2023. Isso reper-
cute desacelerando o crescimen-
to brasileiro. E, do ponto de vista
fiscal, o arcabouço fiscal tem que
ser substituído. Estamos com
uma relação entre dívida e PIB
extremamente alta, que impede
que você faça aumentos de gas-
tos que piorem ainda mais a si-
tuação. Se piorar mais, aumen-
tam ainda mais os prêmios de ris-
co, sobem mais as taxas de juros,
atuando fortemente na direção
de desacelerar o crescimento
econômico. A condição é oposta,
portanto, da anterior.
“
Governo, esfrie
a cabeça, use a
velha teoria
econômica e
dimensione o
tipo de política
fiscal que
seja factível”
Valor: Como está o ambiente pa-
ra as commodities?
Pastore: As commodities têm
os seus preços fixados em dóla-
res. Isso faz com que um período
de fortalecimento do dólar redu-
za os preços de commodities. En-
tre 2002 e 2012, tivemos o maior
ciclo de enfraquecimento do dó-
lar. Nesses últimos 50 anos, nun-
ca aconteceu um enfraqueci-
mento da magnitude daquele.
Somado ao crescimento da Chi-
na, turbinou o aumento de pre-
ços de commodities e, conse-
quentemente, turbinou o ganho
de relação de troca do Brasil.
Agora estamos assistindo a uma
coisa inversa. Os Estados Unidos
entraram numa política monetá-
ria extremamente restritiva, da
qual não vão sair tão cedo. O dó-
lar está se fortalecendo relativa-
mente a todas as moedas do
mundo e atua, tudo mais cons-
tante, na direção de baixar pre-
ços de commodities. As únicas
commodities que estão se com-
portando melhor são os alimen-
tos, em decorrência de dois cho-
ques de oferta, a seca que atingiu
fortemente a Europa e China e o
controle dos embarques da Ucrâ-
nia, por causa da guerra com a
Rússia. Quando você soma esses
dois choques, os preços em dóla-
res de commodities alimentos
estão relativamente estáveis.
Agora, os preços das outras com-
modities estão em queda. Ou se-
ja, não há perdas de relação de
troca no Brasil, mas também não
há ganhos. Portanto não há co-
mo favorecer uma valorização do
câmbio real, a não ser que entras-
sem capitais aqui no Brasil. A en-
trada de capitais está diretamen-
te ligada à existência ou não de
um arcabouço fiscal bem feito
que tire o risco. Não tem o arca-
bouço fiscal e não tem a situação
internacional, e o Banco Central
não tem feito segredo de que a
taxa de juros deve permanecer
alta por um extenso período
de tempo. Isso tudo limita o cres-
cimento.
Valor: Teremos um superávit pri-
mário neste ano. Isso não significa
que Lula terá um ponto de partida
mais favorável?
Pastore: Esse é um ponto que
deve ser olhado com o devido
cuidado. Tivemos uma inflação
mundial com elevações de pre-
ços de commodities, que são
muito importantes para deter-
minar quanto você tem de recei-
ta tributária. O FMI publicou um
estudo no seu Monitor Fiscal de
outubro que mostra o quanto te-
ria caído a dívida de países como
Brasil, Estados Unidos, Reino
Unido e muitos outros se não ti-
vessem aumentado os gastos, se
eles só tivessem se beneficiado
desse choque que aumentou re-
ceitas para baixar a dívida. No ca-
so brasileiro, a dívida deveria ter
caído 16,4 pontos de porcenta-
gem do PIB. Ela não caiu isso, ela
caiu só 10 pontos de porcenta-
gem. Ela caiu menos do que cai-
ria pelo grande aumento de re-
ceita. O governo aumentou gas-
tos. A Lei de Responsabilidade
Fiscal, que foi aprovada em 2001,
tem o espírito, um princípio, que
diz que, se você quiser fazer um
aumento permanente de gastos,
tem que ter uma fonte perma-
nente de ganho de receitas. Você
só transforma em aumento per-
manente de gastos aqueles que
foram aumentos permanentes
de receita. O aumento de receita
que está aí é um aumento de uma
surpresa inflacionária, como de
forma simplificada o FMI cha-
mou. Talvez não seja o melhor
nome, mas vamos usá-lo. Essa é
uma surpresa que gerou um ga-
nho para um ano, para dois anos,
mas que depois desaparece. Com
isso, você gerou um aumentos
permanentes de despesa.
Valor: Então esse superávit pri-
mário não é para valer?
Pastore: Boa parte desse supe-
rávit que foi gerado não é um su-
perávit estrutural. É um superávit
conjuntural que dependeu de
um conjunto de situações, da
surpresa inflacionária. Isso não
aconteceu só no Brasil, aconte-
ceu em vários países. Não diria
que é fictício, nos sentido de que
não existiu. Ele existiu. É fictício
no sentido de que não é sustentá-
vel. Agora, o que acontece de-
pois? A despesa tem que voltar
para o normal. Só que o que esta-
mos discutindo agora é transfor-
mar aquele aumento de despesa
que aconteceu lá atrás em au-
mento permanente de despesa.
Quer dizer, esses R$ 198 bilhões
[de gastos acima do teto] que es-
tão na PEC de Transição, nessa
proposta para 2023, e os R$ 175
bilhões que estão para os três
anos subsequentes, são aumen-
tos permanentes. Quando você
vai para uma projeção de dívida/
PIB, você terá em 2023 um au-
mento de 5 pontos percentuais.
Valor: O sr. tem falado do conflito
da política fiscal e monetária. Que
conflito é esse?
Pastore: Uma política fiscal ex-
pansionista estreita o hiato do
PIB. Política monetária restritiva
alarga o hiato do PIB. Para trazer
essa inflação para baixo, você
precisa alargar o hiato do PIB. Ou
você tem que subir a taxa de de-
semprego, o que é a mesma coisa.
Temos visto o Banco Central, nas
atas e no Relatório de Inflação,
dizer que suspeita que o hiato do
PIB está mais estreito do que ima-
ginava. Quando o Banco Central
diz isso, ele está no fundo dizen-
do que a inflação está caindo me-
nos porque economia está mais
aquecida e, por isso, teve que co-
Affonso Celso Pastore: PEC da Transição proposta por equipe de Lula é um desastre e vai levar a rápido aumento da dívida
locar a política monetária no
campo restritivo. Nós estamos
hoje com a taxa de juros real aci-
ma da taxa neutra. Agora, a taxa
neutra não é um constante da na-
tureza. A taxa neutra é a taxa que
iguala PIB atual a PIB potencial.
Quando você produz uma ex-
pansão fiscal que coloca o PIB
atual igual ou maior do que o PIB
potencial, a taxa de juro real que
coloca isso em equilíbrio passa a
ser uma taxa maior. A taxa neutra
de juros não é constante. Quanto
mais o governo gasta, maior a ta-
xa de juro real de equilíbrio da
economia. Se não quiser olhar a
teoria econômica, olha as evi-
dências empíricas no Brasil. Nos
anos em que o Brasil tinha disci-
plina fiscal menor, quando não
tinha, como quando a presidente
[Dilma] Rousseff acabou com o
superávit primário, a taxa de juro
real de mercado era mais alta.
Quando o Brasil veio adquirindo
disciplina fiscal, a taxa de juro
real de mercado foi caindo.
Valor: Como está a situação
atual?
Pastore: O [presidente do Ban-
co Central, Roberto] Campos Ne-
to, em uma palestra, se referiu a
aumentos de gastos permanen-
tes e aumentos de gastos transi-
tórios. Um aumento transitório
de gastos produz uma perturba-
ção transitória sobre a taxa neu-
tra e sobre a inflação. Um aumen-
to permanente eleva a taxa neu-
tra. Vou lhe dizer o seguinte: a es-
timativa deles é que a taxa neutra
é 4%. Eu acho que a neutra pode
ter sido 4%. Se continuarmos
com o impulso fiscal positivo, es-
sa taxa neutra vai para 4,2%, 4,4%,
4,5%, 4,7% e vai subindo. À medi-
da que sobe a taxa neutra, para
trazer a inflação para a meta você
tem que deixar a taxa de juros
real mais alta por mais tempo.
Valor: Isso já está afetando a po-
lítica monetária do Banco Central?
Pastore: O mercado chegou
quase a um consenso de que os
13,75% de Selic são suficiente-
mente restritivos para trazer a
inflação para a meta, porém só
em 2024. Ou seja, é restritiva o
suficiente, admitindo que esteja
com um cenário benigno de po-
lítica fiscal. Digamos, desde que
o governo não vá aumentar o
gasto, não vá furar o teto. Ou, se
estourar o teto, estoure só nesse
[próximo] ano, para poder aco-
modar a transição, depois o gas-
to volta para o teto. Nesse cená-
rio, a Selic ficaria nos 13,75% até
a metade de 2023 e cairia na se-
gunda metade de 2023, gradual-
mente. Suponha agora que eles
aprovem essa PEC que está lá,
que é um cenário fiscal extrema-
mente expansionista. Não tenho
dúvida de que você vai ter vários
efeitos negativos. Primeiro, essa
taxa neutra não vai ser mais 4%,
vai subir. Você vai precisar, no
mínimo, deixar a taxa real de ju-
ro mais alta por mais tempo.
Quer dizer, vai deixar no campo
restritivo, ou no campo mais res-
tritivo por mais tempo. Segun-
do, os prêmios de risco não apa-
recem num ativo só, aparecem
em todos. O que está claro, à me-
dida que for para o cenário não
benigno fiscal, o câmbio vai fi-
car mais depreciado, e fica mais
duro para a inflação cair. Se a ta-
xa de juros já teria que ficar alta
por mais tempo, com um câm-
bio mais depreciado ela vai ficar
mais alta por um tempo ainda
mais longo. Vai trazer a taxa de
crescimento econômico para
baixo, não para cima.
“
Se você tiver
esse tipo de
política fiscal
que está aí
proposta, não
há BC que
consiga segurar
a inflação”
Valor: Qual é o problema com a
PEC de Transição proposta?
Pastore: Para pagar os R$ 600
de Bolsa Família, você precisava
de R$ 52 bilhões. Para incluir fa-
mílias de mais de dois filhos, pre-
cisava de mais R$ 16 bilhões. Pre-
cisa mais para corrigir um erro
do teto de gastos. Quando o Or-
çamento foi mandado ao Con-
gresso, o limite nominal de gas-
tos foi calculado com a inflação
de 7,2%, mas no fim vai dar perto
de 6%. Seria preciso tirar R$ 110
bilhões fora do teto em 2023 pa-
ra dar tempo de o novo time eco-
nômico entrar e fazer uma pro-
posta de qual será o arcabouço
fiscal, se é teto de gastos ou não.
Mas [na proposta do futuro go-
verno] estamos falando de
R$ 198 bilhões para 2023 e esta-
mos falando, sem discutir o arca-
bouço fiscal, de mais R$ 175 bi-
lhões nos anos seguintes. Esse
que é um desastre. Isso vai provo-
car um aumento da dívida para
90% do PIB. Dívidas desse tama-
nho são insustentáveis. Nem com
um Banco Central politicamente
independente é possível contro-
lar a inflação com essa expansão
fiscal. O Thomas Sargent, que ga-
nhou o prêmio Nobel de Econo-
mia [em 2011], escreveu numa
carta endereçada ao ministro da
Fazenda do Brasil que países que
têm políticas fiscais permanente-
mente expansionistas são países
em que a inflação é sempre, e em
todos os lugares, um fenômeno
fiscal. A inflação deixa de ser um
WERTHER SANTANA/ESTADÃO CONTEÚDO/AE
fenômeno monetário. Cito essa
frase num paper recente para
não usar a expressão que as pes-
soas passaram a não gostar mais,
que se chama dominância fiscal.
Se você tiver esse tipo de política
fiscal que está aí proposta, não há
banco central que consiga segu-
rar a inflação. Ela vai para cima.
Você cai num extremo de domi-
nância. O que precisa aqui é es-
friar a cabeça. Governo, esfrie a
cabeça, use a velha teoria econô-
mica, as evidencias empíricas e
dimensione o tipo de política fis-
cal que seja factível .
Valor: Como ficam os gastos na
área social?
Pastore: Tem um artigo do
[economista] Marcos Mendes ex-
celente publicado na “Folha”. Ele
mostra que a responsabilidade
fiscal não tem nada contra a res-
ponsabilidade social. Você pode
ter responsabilidade social e cui-
dar da pobreza sem violar a res-
ponsabilidade fiscal. E ele explica
direitinho, fazendo contas. Não
tenho dúvida de que é possível
fazer isso. Quem está criticando o
governo por seguir um caminho
fiscal não sustentável não é um
sujeito que, em vez do coração,
tem uma pedra dentro do peito,
que não olha para a pobreza. Vo-
cê tem que olhar para a pobreza.
Um país que tem a renda per ca-
pita do Brasil e que tem um nível
de pobreza extrema, como nós
temos, tem que fazer transferên-
cia de renda. Claro que tem que
criar oportunidades de emprego,
de mobilidade social para que es-
sa parcela da população saia da
extrema pobreza e vá para os es-
tratos mais desenvolvidos da so-
ciedade. Isso, no entanto, atua no
longo prazo. No longo prazo, co-
mo dizia Keynes, estaremos mor-
tos. Temos que olhar para o curto
prazo. Agora, a transferência de
renda cabe dentro de um Orça-
mento fiscalmente responsável.
que atenda às restrições. Esta
proposta que está na PEC não é
fiscalmente responsável. É fiscal-
mente irresponsável. Ela é insus-
tentável. A obrigação do governo
é olhar como ele muda isso.
Valor: É possível ter uma PEC
desse tamanho que aumente os gas-
tos e, ao mesmo tempo, ganhar a
confiança dos mercados.
Pastore: Ou você aumenta im-
posto ou controla gasto. Isso vai
ter credibilidade. O mercado vai
olhar para a trajetória de dívida,
e vamos saber se tem confiança
ou não. Precisa saber o detalhe
do pacote que vem.
Valor: É possível ter uma solução
com aumentos de impostos?
Pastore: Tudo é possível, des-
de que faça direito . Não sei o
que vão propor. Sei o que propu-
seram. O que propuseram é um
desastre.
 Quarta-feira, 23 de novembro de 2022 | B1

Empresas
Publicidade descobre
poder de negócios da
favela, conta Emilia
Rabello, fundadora
da Outdoor Social B7

Balanços Números no geral não decepcionaram, mas desaceleração e juros preocupam

Atividade melhor que esperada

Destaques
Petrobras investe na Revap
A Petrobras anunciou na ter-
ça-feira (22) investimento de
R$ 260 milhões na modernização
da Refinaria Henrique Lage (Re-
vap), em São José dos Campos
(SP), para produção de diesel.
Com isso, a empresa deve dobrar
o fornecimento do combustível,
que é mais moderno e sustentá-
vel, dos atuais 44 mil barris/dia
para 85 mil barris/dia. O investi-
mento visa adaptar uma das Uni-
dades de Hidrotratamento de
Diesel da Revap (a U-272D, que
atualmente produz S500) para a
produção do diesel S-10. O proje-
to, acrescenta a companhia, está
em fase de detalhamento técnico
e deve ser licitado em breve. A
conclusão das obras de adequa-
ção da unidade está prevista para
o segundo semestre de 2025.
Salários na Eletrobras
A assembleia geral extraordiná-
ria (AGE) da Eletrobras que será
realizada em 22 de dezembro
prevê reajuste da ordem de 130%
na remuneração da administra-
ção da empresa, retroativo a
abril deste ano, de acordo com a
proposta da administração. De
acordo com a proposta, a Eletro-
bras pagaria R$ 35,9 milhões a
diretores, conselheiros de admi-
nistração, conselheiros fiscais e
integrantes de comitês estatutá-
rios de assessoramento ao conse-
lho, relativos ao período entre
abril deste ano e março de 2023.
Em comunicado, a empresa jus-
tificou que não há reajuste desde
2015. Em abril, o valor total
aprovado para pagamento foi de
R$ 15,441 milhões. Segundo a
Eletrobras, a mudança no mon-
tante relativo ao período vigente
se deu por causa da mudança no
sustenta resultados no trimestre
Felipe Laurence e Victoria Netto
De São Paulo
As companhias de capital
aberto pegaram carona na ativi-
dade econômica melhor que a
esperada no terceiro trimestre e
entregaram resultados, no geral,
considerados bons por analistas
de investimentos. No entanto, a
persistência da inflação e incer-
tezas sobre os juros aumenta os
riscos de desaceleração para os
próximos meses.
De acordo com levantamento
elaborado pelo Valor Data com
408 empresas não financeiras de
capital aberto (sem Petrobras e
Vale), o lucro líquido cai 31% na
comparação anual e cresce 15%
em relação ao segundo trimes-
tre. As receitas de venda avança-
ram 15% em um ano, somando
cerca de R$ 931,2 bilhões no tri-
mestre, e 5% sobre junho.
Os custos de produção, apesar
de menores quando compara-
dos com o segundo trimestre —
com o reflexo da invasão da
Ucrânia pela Rússia —, ainda es-
tão em patamares elevados. O
aumento de 21% (ver tabela ao la-
do) foi maior que o avanço da re-
ceita e levou parte dos lucros.
“No geral, nossa percepção
dos resultados foi positiva, me-
lhor que o esperado”, diz Emy
Shayo Cherman, estrategista de
ações para Brasil e América Lati-
na do J.P. Morgan. Segundo ela, o
mercado vinha com expectativas
baixas, mas um Produto Interno
Bruto (PIB) que deve mostrar
crescimento no terceiro trimes-
tre, ante estimativa inicial de
contração, ajudou os números a
superarem projeções.
Os principais destaques posi-
tivos da temporada foram os se-
tores de óleo e gás e papel e ce-
lulose. “A Petrobras trouxe recei-
ta acima do consenso, mesmo
com o Brent abaixo do registra-
do no trimestre anterior”, diz o
gerente da equipe de analistas
Aperto continua
Dados das companhias abertas no terceiro trimestre (em R$ bilhões)
3º trim./22 3º trim./21
[A] [B]
Receita líquida 931,2 808,5
Custo de produtos/serviços -719,0 -595,8
Lucro bruto 212,2 212,7
Despesas/receitas operacionais -111,8 -96,1
Lucro operacional (ebit) 100,4 116,6
Despesas financeiras líquidas -50,7 -51,5
Lucro líquido (atribuído) 1
38,7 55,0
Custos e margens 3º trim./22 3º trim./21
[A] [B]
Custos (em % da receita líquida) 77,2 73,7
Margem bruta (em % da receita líquida) 22,8 26,3
Margem ebit (em % da receita líquida) 10,8 14,4
Margem líquida (em % da receita líquida)1 4,2 6,8
Fontes: CVM e Valor PRO. Elaboração: Valor Data. * Dados somados de 408 empresas não financeiras com informações disponíveis em 16/11/2022 (exceto Petrobras e Vale). 1 Atribuído aos
acionistas da empresa controladora
de mercado do BB Investimen- e do aço, puxados pela China,
tos, Victor Penna. Para ele, o se- pressionou os números de Vale e
tor deve continuar forte no das siderúrgicas.
quarto trimestre, já que a de- Shayo, do J.P. Morgan, nota
manda e a oferta seguem aperta- que a melhor atividade da eco-
das, o que seria suficiente para nomia brasileira se traduziu
segurar preços altos do petróleo. principalmente em serviços, com
Há expectativa com a polêmi- o consumo decepcionando, evi-
ca em torno do pagamento de di- denciado pelos números de em-
videndos da estatal, com as ten- presas do varejo. “As expectativas
tativas do governo eleito de bar- estavam irreais e houve uma su-
rar o pagamento na Justiça. Na perestimação por parte do mer-
teleconferência de resultados, o cado”, diz. Ela destaca que o con-
diretor financeiro e de relação sumo discricionário, principal-
com investidores, Rodrigo Araú- mente, foi afetado pela corrosão
jo Alves, destacou que o caixa da da renda da população.
empresa está perto do ponto óti- Os juros em patamares mais
mo de US$ 8 bilhões e que a dívi- altos, ainda com efeito pratica-
da está “estável, controlada” em mente nulo no cômputo geral da
torno de US$ 65 bilhões. amostra, fizeram um estrago
A maioria dos setores apre- considerável nos balanços das
sentou resultados díspares du- empresas de consumo, como
rante o terceiro trimestre, diz atestam os comentários dos exe-
Jennie Li, estrategista da XP. cutivos e os números alarmantes
“Não vimos nenhum em que to- na linha do resultado financeiro
das as empresas tiveram resulta- — a alta nos juros aumenta os
do positivo ou negativo, depen- custos das dívidas, que estão
deu muito das circunstâncias maiores porque as empresas se
em que elas estavam inseridas.” capitalizaram nos últimos anos.
As construtoras tiveram nú- Mas não é só. O efeito deleté-
meros acima do esperado pelo rio dos juros aparece também
mercado, enquanto a maior des- nas vendas. A inadimplência ele-
valorização no minério de ferro vada prejudicou o resultado de
2º trim./22 Variação %
[C] [A] / [B] [A] / [C]
887,4 15,2
-675,2 20,7
212,3 -0,3
-105,4 16,3
106,9 -13,9
-68,6 -1,5
33,8 -29,7
2º trim./22 Variação - em pontos
[C] [A] - [B] [A] - [C]
76,1 3,5
23,9 -3,5
12,0 -3,6
3,8 -2,7
varejistas como Americanas, Ma-
gazine Luiza e Via. O diretor fi-
nanceiro e de relações com in-
vestidores do Magazine Luiza,
Roberto Bellissimo, afirmou em
teleconferência que a redução
de concessão de novos cartões é
uma das ferramentas para en-
frentar a alta da inadimplência.
O resultado financeiro da
Americanas, que ficou negativo
em R$ 612,3 milhões, mais que
dobrou em relação ao resultado
negativo do terceiro trimestre
de 2021. A companhia atribui os
números à alta de juros no pe-
ríodo, o que levou ao prejuízo lí-
quido de R$ 211,5 milhões, e à
queda de 19,6% nas vendas de
eletrônicos, por serem produtos
de maior tíquete médio e que
dependem de crédito.
No caso do Grupo Pão de Açú-
car, muitas lojas conseguiram re-
passar parcialmente a inflação,
mas em regiões onde a competi-
ção é mais acirrada, principal-
mente com a bandeira do merca-
do Extra nas periferias de São
Paulo e do Rio de Janeiro, o repas-
se é mais difícil, afirmou o dire-
tor-presidente Marcelo Pimentel,
na teleconferência de resultados.
Os investimentos relacionados à
qualidade de frutas e legumes ti-
veram impacto inicial, mas o gru-
po não conseguiu repassar a in-
flação direta nesses produtos.
“Se as incertezas fiscais e polí-
4,9
ticas continuarem, o Banco Cen-
6,5
tral pode ter que voltar a au-
0,0
mentar juros, o que vai pressio-
6,1
nar ainda mais o resultado fi-
-6,1
nanceiro das empresas”, diz Li.
-26,1
Ela nota que as grandes empre-
14,5
sas de capital aberto ainda têm
maneiras de proteger as mar-
gens, sendo mais resilientes, o
1,1 que reduz riscos de liquidez.
-1,1 “Esse aumento [de despesas fi-
-1,3 nanceiras] é problemático para
0,3 a empresa quando ela não é ca-
pitalizada e tem queima de cai-
xa”, afirma Victor Natal, estrate-
gista do Itaú BBA para pessoas
físicas. Ele diz que é natural as
despesas financeiras das compa-
nhias aumentarem e que estão
acostumadas com isso em meio
ao histórico do Brasil de juros al-
tos. “Acredito que já tenhamos
passado pelo pior em relação a
isso”, afirma Natal.
Para o quarto trimestre, os
bancos acreditam que a tendên-
cia de desaceleração deva ficar
mais em evidência, mesmo com
o período sendo o melhor para
empresas de consumo, que ha-
bitualmente ganham impulso
nas promoções da Black Friday e
nas festas de fim de ano. “As ven-
das devem aumentar na compa-
ração com o terceiro trimestre,
mas na anual ainda serão fra-
cas”, diz Natal, do Itaú BBA.
Na opinião de Penna, do BB In-
vestimentos, o fato de ser um
quarto trimestre atípico, com a
Copa do Mundo, deve impulsio-
nar os números de consumo,
principalmente de bebidas. “A
Ambev pode ser beneficiada no
segmento ‘fora de casa’, com au-
mento de consumo em bares e
restaurantes”, comenta. O poder
de compra dos consumidores é
um ponto para se ficar atento.”

Brasil vira plataforma de

modelo de remuneração, a partir . SILVIA ZAMBONI/VALOR
de estudo feito pela empresa de
consultoria Korn Ferry, frente ao
contexto da Eletrobras privatiza-

exportação da Sylvamo
da. O presidente da Eletrobras,
Wilson Ferreira Jr, por exemplo,
passaria a receber um salário de
R$ 300 mil mensais, contra os
atuais R$ 52,4 mil.

Inda mostra crescimento
O mercado da distribuição de aços
planos — vendas no varejo — en-
cerrou outubro com 310 mil tone-
ladas comercializadas, alta de 5,7%
na comparação com o mesmo mês
do ano passado, segundo o Insti-
tuto Nacional dos Distribuidores
de aço (Inda). Em relação a setem-
bro, houve retração de 4,2% nas
vendas do mês passado. No acu-
mulado do ano o setor registrou
alta de 4,5%, alcançando 4,28 mi-
lhões de toneladas. Diante do ce-
nário de demanda por produtos
siderúrgicos do país, as empresas
da rede vêm adotando certa caute-
la nas compras de material para
reposição. O volume de janeiro a
outubro subiu apenas 0,3%, so-
mando 3,2 milhões de toneladas.
Em outubro, cresceu 10,6% sobre
um ano atrás, mas decresceu 4,8%
na comparação com o mês passa-
do. A previsão para novembro é de
queda de 8% nas vendas, ante ou-
tubro, com 285 mil toneladas, e li-
geira alta sobre um ano atrás.
Índice
Indústria B2 e B3
Serviços&Tecnologia B4 e B6
Tendências&Consumo B7 e B8
Agenda tributária B8
Movimento falimentar B8
Agronegócios B9 e B10
Papel
Stella Fontes
De São Paulo
Com pouco mais de um ano
de listagem na Bolsa de Nova
York (Nyse) e atuação indepen-
dente, a Sylvamo, que nasceu da
cisão dos ativos de papéis de im-
primir e escrever da Internatio-
nal Paper (IP) no mundo e é do-
na das marcas Chamex e Chame-
quinho, encontrou uma de suas
fortalezas na operação do Brasil.
Responsável por cerca de 40%
do resultado e pela melhor mar-
gem da empresa, o país se consoli-
dou como plataforma de exporta-
ção para mercados maduros e com
indústria papeleira desenvolvida,
incluindo EUA e Europa, graças à
competitividade dos papéis pro-
duzidos nas fábricas locais.
No país, diz o presidente da Syl-
vamo Brasil e vice-presidente sê-
nior para América Latina, Rodrigo
Davoli, a vantagem competitiva
começa nas florestas de eucalipto,
mais produtivas e de ciclo mais
curto, e se sustenta com a produ-
ção integrada de celulose e papel.
“O Brasil tem relevância grande
no negócio e continua sendo ex-
tremamente estratégico”, afirma o
executivo. No terceiro trimestre, as
vendas líquidas na América Latina,
atendida pelas fábricas de Mogi
Guaçu (SP), Luiz Antônio (SP) e
Três Lagoas (MS) — única que não
tem produção integrada de celulo-
se —, somaram US$ 270 milhões,
35% acima do registrado um ano
antes. A margem Ebitda ajustada
ficou em 27%, contra 18% na Euro-
pa e 20% na América do Norte.
Em 12 meses até setembro, a
operação brasileira teve receitas
de mais de US$ 1 bilhão e produ-
ziu pouco mais de 1 milhão de to-
neladas de papel. Cerca de meta-
de desse volume foi absorvido pe-
lo mercado interno e a outra me-
tade, exportada, prioritariamen-
te para América Latina, manten-
do o mix visto há alguns anos.
Sob a estrutura da Sylvamo,
olhar para o Brasil como exporta-
dor viável poderia ajudar a viabili-
zar um antigo plano, de construir a
segunda máquina de papel em Três
Lagoas. Questionado sobre o proje-
to, Davoli diz que a companhia está
sempre atenta às oportunidades.
“Pensando no Brasil como plata-
forma exportadora, pode ser que
em algum momento [a empresa]
tenha de falar em expansão de ca-
pacidade. O Brasil é o lugar se tiver
que tomar decisão de expansão.”
O mercado latino-americano de
papéis de imprimir e escrever foi
um dos mais afetados pela pande-
mia e a demanda chegou a recuar
30% no primeiro ano. Já houve re-
cuperação e o Brasil está perto de
retomar os níveis pré-covid. De ja-
neiro a setembro, segundo a In-
dústria Brasileira de Árvores (Ibá),
a produção nacional recuou 4,1%
em base anual, para 1,65 milhão
de toneladas. As vendas domésti-
cas ficaram estáveis em 1 milhão
de toneladas e as exportações cres-
ceram 6,1%, a 683 mil toneladas.
A Sylvamo cresceu acima de mé-
dia do mercado brasileiro, confor-
me Davoli, assim como nas demais
regiões em que está presente. “O
terceiro trimestre foi bastante pa-
recido com o segundo trimestre.
Tivemos uma parada importante
[para manutenção] na fábrica de
Mogi Guaçu com impacto nos re-
sultados, mas o negócio de papel é
extremamente resiliente”, conta. Davoli, presidente na AL: “O Brasil tem relevância grande e é muito estratégico”
Neste momento, a operação
brasileira vê oportunidades em tica e frete, em particular para o co- seja de demanda sólida no Brasil,
projetos de redução de custo com mércio exterior. “Logística inter- não está claro como será a dinâ-
alto retorno, incluindo expansão nacional foi tema complexo e pe- mica fora do país. Gestão adequa-
marginal de capacidade produti- sou demais nas margens. Vemos si- da de custos deve seguir como
va. Há ainda possibilidades em au- nais de melhora, mas pouco ainda prioridade na Sylvamo, cuja es-
tomação e modernização, em li- para a América Latina”, explica. tratégia tem sido tentar repassar
nha com a estratégia de disciplina Do lado da demanda, há reto- ao máximo a pressão nessa linha.
financeira. Juntos, esses projetos mada em diferentes áreas, espe- Globalmente, a Sylvamo teve
somam cerca de US$ 10 milhões cialmente em educação, responsá- vendas líquidas de US$ 2,7 bilhões
em investimentos. A empresa é lí- vel por 30% do consumo de papéis até setembro. Em outubro, con-
der de mercado em papel cortado, de imprimir e escrever na América cluiu a venda de unidade na Rússia
com participação de 53%. Era 50%. Latina. Há expansão ainda em ou- por US$ 420 milhões — a decisão
De maneira geral, indica o exe- tras aplicações, como etiquetas de de venda foi tomada por causa da
cutivo, o avanço da inflação tem si- comércio eletrônico ou papéis tér- invasão da Ucrânia — e anunciou a
do a principal preocupação da in- micos, cuja base é o papel offset. compra da fábrica de papel não re-
dústria de papéis e uma das pres- Olhando para 2023, o cenário é vestido de Nymolla, na Suécia, da
sões mais relevantes veio de logís- de cautela. Embora a percepção Stora Enso, por US$ 150 milhões.
B2 | Valor | Quarta-feira, 23 de novembro de 2022
Empresas | Indústria
Disputa societária Holding CFL, dos
primos de Benjamin, terá 10% da CSN
Família
Steinbruch
encerra
longo litígio
Mônica Scaramuzzo,
Felipe Laurance e Ivo Ribeiro
De São Paulo
Quase cinco anos após tornar
pública uma disputa societária, a
família Steinbruch informou on-
tem, por meio de um fato rele-
vante, que chegou a um acordo a
respeito das participações dos
primos Léo e Clarice, representa-
dos pela holding CFL, e Benja-
min, Ricardo e Elizabeth, do lado
da holding Rio Purus, na Compa-
nhia Siderúrgica Nacional (CSN).
As ações ordinárias da siderúrgi-
ca fecharam em alta de 3,52%, a
R$ 14,42, com o fim do litígio.
O acordo deixa um gosto
amargo para Léo e Clarice, uma
vez que Benjamin Steinbruch,
presidente da CSN, manterá o seu
poder e influência em uma das
maiores siderúrgicas do país. O
valor de mercado da companhia
encerrou ontem em R$ 19,1 bi-
lhões, segundo o Valor Data.
A holding CFL Participações pas-
sa a ter uma participação direta de
10,25% na siderúrgica, com o acor-
do divulgado nesta terça-feira (22),
mas que ainda precisa ser aprova-
do pelo Conselho Administrativo
de Defesa Econômica (Cade). Esse
ramo da família Steinbruch, contu-
do, não poderá vender sua fatia de
uma vez, quando o negócio for
aprovado pelo órgão antitruste.
Há um impedimento para o iní-
cio da venda dessas ações, meca-
nismo conhecido no mercado fi-
nanceiro como “lock-up”, de nove
meses. Após esse período, a hol-
ding CFL poderá se desfazer aos
poucos dos papéis, apurou o Valor
com fontes a par do assunto.
A siderúrgica dos Steinbruch
tem como principal acionista a Vi-
cunha Aços, que detém 50,2% do
capital votante da CSN. Por sua vez,
a Vicunha Aços é 100% controlada
pela Vicunha Steel, que tem dois
sócios: a Rio Purus, com 60%, e a
CFL, com os 40% restantes.
Nos termos do acordo divul-
Curtas
Venda de pneus cresce
As vendas de pneus registraram
alta de 3,7% em outubro ante se-
tembro, segundo números divul-
gados pela Anip (Associação Na-
cional da Indústria de Pneumáti-
cos) na terça-feira (22). O avanço
foi reflexo da alta de 4,6% nas ven-
das para montadoras e de 3,4% pa-
ra o mercado de reposição. Segun-
do a associação, a maior retração
Comodesenvolverculturaempresarialnosmodeloshíbridos?
Gestão
Flávia Camanho
N
a minha visão, a
identidade de uma
empresa não é seu
produto, mas sim
sua cultura. Uma
empresa com cultura forte é
capaz de construir produtos,
gado ontem, a CFL vai sair da es-
trutura da Vicunha Aços, que
pertencerá integralmente à Rio
Purus — representada por Benja-
min, Ricardo e Elizabeth. Nesse
novo desenho, a Vicunha Aços
passa a deter 40,9% das ações da
siderúrgica. A Rio Iaco Participa-
ções, controlada da Rio Purus,
continua a deter participação
equivalente a 3,45% da CSN.
Pelo entendimento entre os
dois ramos da família, a CFL
também se comprometerá a
acompanhar o voto da Vicunha
Aços em decisões sobre compo-
sição do conselho da CSN.
Os dois ramos familiares tam-
bém são maiores acionistas da
Vicunha Têxtil, além do Banco
Fibra, diversos empreendimen-
tos imobiliários e do agronegó-
cio. O Valor apurou que há ne-
gociações em curso entre CFL e
Rio Purus para definir como será
a divisão desses negócios.
Há seis meses, os primos en-
tenderam que precisavam bai-
xar a guarda e começaram a de-
senhar o acordo que foi anun-
ciado ontem, segundo fontes a
par do assunto. A disputa fami-
liar estava gerando apreensão
entre os diversos acionistas do
grupo, que expressavam preocu-
pação em relação à governança
corporativa de uma das maiores
siderúrgicas do Brasil.
Em 2021, Benjamin Steinbru-
ch decidiu levar a CSN Mineração
à bolsa (B3). Os planos do empre-
sário também são de abrir o capi-
tal da CSN Cimentos, que fez im-
portantes movimentos de conso-
lidação para expandir no setor.
A confiança dos investidores,
contudo, depende de uma
maior transparência entre os
acionista da companhia — e a
disputa societária entre os dois
ramos era uma questão impor-
tante a ser resolvida.
Em comunicado ao mercado,
a CSN informou que “a compa-
nhia acredita que a reforçada es-
do mês ficou para o segmento de
carga, com 5,1% de queda nas ven-
das totais e 8,4% de recuo nas ven-
das para o mercado de reposição.
A associação diz que a queda é
atribuída, em parte, “à concorrên-
cia desleal dos pneus importados,
que tiveram alíquota de importa-
ção zerada pelo governo federal,
em janeiro de 2021”. No acumula-
do do ano até outubro o setor cres-
oferecer serviços e transformar
a realidade, com soluções para
aprimorar nosso ecossistema.
Porém, não basta juntar um
bando de seres humanos e
remunerar por uma atividade,
para que as pessoas trabalhem
juntas, é necessário que exista
um alinhamento, um conjunto
de elementos, crenças, valores e
normas, que irão guiar e
alinhar os comportamentos em
torno do propósito, se
tornando colaboradores de
uma organização.
Até aqui, o diagnóstico é
bastante óbvio, mas não tão
simples de executar.
O desafio maior está em
transmitir esse conjunto de
valores e crenças para que essa
“cola organizacional” seja
sustentável e possa gerar frutos.
O ramo da família do empresário Benjamin Steinbruch, presidente da CSN, chegou a um acordo com seus primos sobre a participação acionária deles na siderúrgica
tabilidade e previsibilidade em
sua governança resultantes do
acordo de reestruturação patri-
monial beneficiam a todos os
seus acionistas” da empresa.
Após o entendimento de que
os primos teriam de chegar a
um consenso, o advogado José
Henrique Longo, do escritório
PLKC, passou a intermediar as
conversas com o aval de Léo e de
Benjamin Steinbruch desde o
início do primeiro semestre, de
acordo com fontes próximas.
Com o aval entre as partes e
com as mudanças que foram
acertadas na estrutura de con-
trole da CSN, um novo acordo de
acionistas foi assinado por 10
anos entre a Vicunha Aços e a
subsidiária da CFL. A Vicunha
Aços terá o direito de preferên-
cia para compra dos papéis da
CFL. Representantes da holding
também se comprometem a
acompanhar voto da Vicunha
Aços em decisões sobre compo-
sição do conselho da CSN.
Foi o desentendimento sobre
os rumos do conselho da CSN e
de outros negócios da família
que tornou pública a disputa
entre os primos em janeiro de
2018. À época, Benjamin Stein-
bruch disse que não reconhece-
ria mais o acordo de acionistas
do grupo e não aceitou as indi-
cações feitas por Clarice no con-
selho das companhias dos Stein-
bruch. Em março daquele ano,
Clarice e Léo entraram na Justiça
pedindo a dissolução das socie-
dades que os ramos da família
têm nas empresas do grupo.
ce 0,3% quando comparado com o
mesmo período de 2021, com re-
cuperação das vendas para mon-
tadoras. “A importação de pneus
de carga continua afetando o re-
sultado da indústria nacional. É
uma competição desleal e que po-
de trazer mais impactos no ano
que vem caso o governo não reveja
a alíquota zero”, diz Klaus Curt
Müller, presidente da Anip.
Quem irá fazer este papel?
Posso garantir que a forma mais
efetiva de se transmitir cultura
está no comportamento
consistente das lideranças. Se
uma organização tem líderes
que demonstram as mesmas
premissas e conceitos na
gestão, o famoso ditado “a
palavra convence, mas o
exemplo arrasta” acontece de
verdade.
Então, se está comigo até
aqui, entende que uma gestão
bem-feita de um time de líderes
propicia para as empresas
culturas sólidas.
Para fechar este caminho e
entrar no desafio que
proponho no título deste
artigo, há mais um ingrediente
importante: o “exemplo que
arrasta, na maioria das vezes,
Antes de a disputa se tornar
pública, o ramo da família repre-
sentado pela CFL já tinha tentado
iniciar um processo de desmem-
bramento das empresas, mas ha-
via um impasse sobre quanto va-
leria participação deles nos di-
versos negócios do grupo.
Em assembleia extraordiná-
ria, realizada ontem, o conselho
de administração da CSN apro-
vou o pagamento de R$ 1,56 bi-
lhão em dividendos intermediá-
rios. Esse pagamento será efe-
tuado no dia 2 de dezembro.
Neste mesmo dia, a CSN vai de-
positar a última parcela dos di-
videndos aprovados em abril, no
valor de R$ 452,2 milhões.
Nos dividendos que deverão
ser aprovados para 2023, os
acionistas da CFL deverão rece-
ber o valor correspondente à
participação que passaram a de-
ter na siderúrgica, de 10,25%, de
acordo com as fontes.
Procurados, Paulo Lazzareschi
e Caio Bolina, advogados da Rio
Purus, confirmam o acordo con-
cluído entre os dois ramos da fa-
mília, mas reforçaram que a vi-
gência dessa nova estrutura so-
mente deverá ser efetivada após
o Cade aprovar a operação.
Os advogados José Henrique
Longo e Fernanda Ferrari, do
PLKC Advogados, que também
atuaram na negociação, não co-
mentaram o assunto.
A defesa da CFL, representada
pelos escritórios Thomaz Bastos,
Waisberg, Kurzweil Advogados e
Cescon Barrieu, não retornou os
pedidos de entrevista.
Minério volta a cair
Os preços do minério de ferro
apagaram na terça-feira (22) os
ganhos registrados na última se-
mana e caíram abaixo de US$ 95
por tonelada no mercado à vis-
ta, em meio ao avanço dos casos
de covid-19 na China e à elimi-
nação do imposto de exporta-
ção sobre o minério de baixo
teor, na Índia, o que deve se re-
não é transmitido de forma
consciente. Não se pensa “agora
vou dar um exemplo que irá
ensinar meu time.”
Este acontece no “bom dia”
que é dado pela manhã a todos
os funcionários, nas pequenas
posturas antes de uma reunião,
no papel que é encontrado pelo
caminho e retirado do chão.
Todo esse preâmbulo foi feito
para chegar neste ponto: como
desenvolver tudo isso em um
ambiente híbrido, onde temos
um grupo presente no
escritório da empresa e pessoas
em casa, em outro país, em
outro fuso horário.
Sem dúvida, é um desafio dos
novos tempos.
O primeiro ponto e mais
importante é trazer este debate
para o time de liderança
Contexto
O conglomerado da família Steinbruch
foi criado nos anos 1960 pelos irmãos
Mendel (pai de Benjamin, Ricardo e
Elisabeth), que morreu em 1993, e Eliezer
(pai de Clarice, Léo e Fabio). Os
Steinbruch também foram sócios do
empresário Jacks Rabinovich, que se
desfez de sua participação em 2005.
Os desentendimentos entre os
herdeiros da família Steinbruch
ganharam força com a morte de Eliezer,
em 2008. O acordo de acionistas entre os
dois ramos da família foi firmado em
1994, após a morte de Mendel.
O contrato estabelecia que 60% do
capital da Vicunha e da CSN seriam de
propriedade de Mendel e seus herdeiros
e 40% da família de Eliezer. Nos demais
negócios, a divisão seria de 55% para
Mendel e 45% para Eliezer.
Esse modelo perdurou algum tempo,
até que as brigas entre os primos
afloraram, envolvendo principalmente a
gestão e representação no conselho de
administração da CSN.
A CSN, siderúrgica de aços planos
localizada em Volta Redonda (RJ), foi
criada em abril de 1941 pelo presidente
Getúlio Vargas. Após muitos embates, e
muitas greves, foi privatizada em 1993.
Ao deixar de ser estatal, tornou-se,
ao longo das últimas três décadas, no
ativo de maior visibilidade e relevância
entre todos os negócios dos Steinbruch.
No processo de privatização, o
consórcio liderado pelo grupo Vicunha,
sob o comando de Benjamin Steinbruch
e seu pai, junto com o sócio Rabinovich,
arrematou a empresa que era um
símbolo da siderurgia brasileira.
O consórcio tinha como parceiros da
fletir em maior oferta da com-
modity. Segundo o site Mysteel,
que cita dados da Cisa, associa-
ção que reúne o setor siderúrgi-
co na China, a produção de aço
bruto no país recuou 2,1% nos
dez primeiros dias de novem-
bro, a 1,99 milhão de toneladas
diárias, o menor nível desde
meados de agosto. No norte da
China, que é a maior consumi-
e esclarecer que não estamos
falando de um time só e por
isso, não existe uma única
ação, neste caso, “one size does
not fit all”.
A gestão do ambiente
híbrido exige uma gama de
ações que consideram os
diferentes contextos. Os
critérios devem ser revistos e
adaptados. Talvez a presença
deva ser solicitada em
momentos importantes como o
da integração de um novo
funcionário. As reuniões devem
ter uma abertura que considere
os presentes ao vivo e os
presentes virtuais.
A minha grande mensagem é
que, sim, é possível desenvolver
cultura em modelos híbridos,
desde que se saiba que os
recursos para tal devem ser
CLAUDIO BELLI/VALOR
Vicunha — uma empresa tradicional do
ramo têxtil — o fundo de pensão Previ e
o banco Bradesco, entre outros grupos,
que anos depois saíram do bloco de
controle da empresa via um processo
de “descruzamento societário”. Todos
eram acionistas da Vale, privatizada em
1997 sob a liderança da CSN. Após
desentendimentos, os Steinbruch e
Rabinovich ficaram com a siderúrgica e
os demais sócios com a mineradora.
Desde 1993, até os dias de hoje, a CSN
passou por muitas mudanças, indo além
do aço. Começa uma nova era, com
modernização da instalações, emissão de
ADRs de nível I e ações no nivel II na
Bolsa de Nova York, investe na geração de
energia, em ferrovias (Transnordestina e
MRS), em embalagens de aço, na
fabricação de aços galvanizados para o
setor automotivo e para a construção civil
e na mineração de estanho.
Em 2001, a empresa inicia o plano
de internacionalização, com aquisições
de siderúrgicas nos Estados Unidos e
em Portugal. Em 2012, comprou a
SWT, de aços longos, na Alemanha.
A partir de 2007, a CSN dá partida ao
projeto de ser a quinta maior mineradora
de ferro do mundo, explorando a rica
jazida Casa de Pedra, em Minas Gerais.
Cria a Namisa, que depois se tornaria a
CSN Mineração, vindo a abrir o capital na
B3 em fevereiro do ano passado.
Outro passo relevante foi a entrada
no setor de cimento, com uma fábrica
em Volta Redonda, em 2009. No ano
passado, chegou a posição de segunda
maior cimenteira do país ao comprar os
ativos da LafargeHolcim, logo após
assumir a Cimento Elizabeth.
dora mundial da matéria-prima,
o minério com teor de 62% de
ferro recuou de 2%, a US$ 94,20
por tonelada, segundo índice
Platts, da S&P Global Commodi-
ty Insights. Com isso, a valoriza-
ção acumulada pela commodity
em novembro foi reduzida a
18,5%. Em 2022, a principal ma-
téria-prima do aço exibe desva-
lorização de quase 21%.
diversificados.
O líder deve assumir uma
estratégia de gestão
considerando que esta deve
funcionar nos dois ambientes
— presencial e virtual —
simultaneamente. Um exemplo
simples: garantir que as
principais comunicações não
aconteçam em duas etapas:
uma ao vivo e outra no virtual.
Todos têm que receber a
informação ao mesmo tempo.
A grande chave para esse
processo é entender que neste
modelo a confiança é uma
ferramenta fundamental e deve
ser conscientemente
construída.
Flávia Camanhos é conselheira, mentora e
especialista em desenvolvimento humano
E-mail Flavia@flux-institute.com

Empresas | Indústria
Energia Plano de desinvestimentos pretende alienar cerca de € 21 bilhões em ativos no mundo
Enel decide vender distribuidora
no Ceará e sair do Peru e Argentina
Robson Rodrigues
De São Paulo
O reposicionamento geográfico
do grupo italiano Enel, anunciado
nesta terça-feira (22), tem basica-
mente três pilares: sair de merca-
dos não estratégicos na América
do Sul e Europa, vender ativos para
reduzir dívida líquida e investir pe-
sado em energias renováveis.
No Brasil, a principal decisão foi
a de colocar à venda o controle das
operações de distribuição de ener-
gia no Ceará (antiga Coelce) para
focar nas cidades de São Paulo e
Rio de Janeiro. Fora do país, os pla-
nos incluem a saída dos mercados
de Peru, Argentina e Romênia.
As mudanças foram divulgadas
durante evento realizado pela
companhia para atualizar seu pla-
no de investimentos e a estratégia
para o período de 2023 a 2025. O
programa de desinvestimentos
pretende alienar cerca de € 21 bi-
lhões em ativos, contribuindo para
a redução da dívida líquida do gru-
po, hoje em aproximadamente
€ 69 bilhões. Segundo o presidente
global da companhia, Francesco
Starace, o plano de desinvestimen-
to global é um componente inte-
gral no conjunto de medidas para
remodelar o grupo.
“Vamos seguir o reposiciona-
mento estratégico deste ano, nos
desfazendo de ativos e deixando
de atuar em regiões que não estão
mais alinhadas com os planos da
companhia. Em 2023, vendere-
mos ativos como de geração a
gás, incluindo [a distribuidora
do] Ceará, no Brasil. E vamos sair
da Romênia, Peru e Argentina”,
disse o presidente da Enel.
A concessionária cearense aten-
de 4,7 milhões de clientes em uma
região em expansão. No terceiro
trimestre de 2023, a distribuidora
lucrou R$ 80,3 milhões. A reação
do mercado foi positiva, como
sempre acontece após anúncios
desse tipo, e as ações da elétrica fe-
charam com alta de 14,86%, cota-
das em R$ 42,50, entre as maiores
altas no mercado do dia.
Ainda não foram iniciadas me-
didas por parte da Enel para efe-
tivar a mudança no controle na
companhia, mas alguns nomes
aparecem como potenciais com-
pradores por já terem mostrado
interesse na distribuição de ener-
gia. O Valor adiantou, por exem-
plo, que a Copel , privatizada, te-
ria interesse, entre outras coisas,
em fazer aquisições no segmento
de distribuição fora do Paraná.
Outros grupos já demonstraram
interesse em crescer neste merca-
do — bastante regulado e com re-
torno atraente — como a Equato-
rial e a Energisa.
Questionado sobre como será a
venda e os próximos passos no
Brasil, o executivo não deu muitos
detalhes, apenas ressaltou que
quer se concentrar em São Paulo e
Rio de Janeiro. Os mercados estão
entre os maiores do Brasil e juntos
somam cerca de 11 milhões de
clientes. “O Brasil tem uma área
enorme, queremos focar onde a
maioria do nosso conteúdo digital
e capacidades estão, que são as
grandes áreas metropolitanas.”
O movimento não é novo para
a empresa. Em setembro, a Equa-
torial adquiriu por R$ 1,57 bilhão
a Enel Distribuição Goiás (antiga
Celg-D). Em agosto, a empresa
vendeu a usina termelétrica a gás
TermoFortaleza (326 MW) por
R$ 431 milhões para a Eneva.
Segundo Starace, os negócios
vão se concentrar na Itália, Espa-
nha, Estados Unidos, Brasil, Chile e
Colômbia, considerados os princi-
pais mercados. O plano prevê in-
vestimentos de € 37 bilhões entre
2023 e 2025. Especificamente no
Brasil, o objetivo é atuar em mode-
los de negócio integrados de ener-
gias renováveis e eletrificação.
O executivo destaca ainda o ob-
jetivo de sair das atividades inten-
sivas em carbono e atingir emis-
sões zero em 2040. Até 2025, a em-
presa pretende adicionar 21 GW
em capacidade renovável, sendo
19 GW nos seis principais países de
atuação, o que, segundo Starace,
confirma o compromisso com as
metas do Acordo de Paris.
Starace, presidente mundial da Enel: Venda do ativo no Ceará vai possibilitar se concentrar nos mercados de distribuição do Rio de Janeiro e de São Paulo
QuintoAndar lança área e serviços
para proprietários profissionais
. nologias da Marinha, da Força Aé-
Imóveis
Ana Luiza Tieghi
De São Paulo
A plataforma QuintoAndar
lança nesta quarta-feira (23)
uma área em seu site destinada
especificamente para usuários
que tenham cinco ou mais imó-
veis listados com a companhia.
Esse tipo de cliente passará a se
chamar “Proprietário Multi” e te-
rá acesso a serviços exclusivos pa-
ra sua categoria, como um execu-
tivo de contas para assessorá-lo.
“É como um assessor de investi-
mento ou financeiro, que pode
ajudar essa pessoa a ter maior
rentabilidade, tranquilidade e
segurança no portfólio que está
na plataforma”, afirma Fernando
Oporto, diretor de operações em
aluguel do QuintoAndar.
Utilizando a base de dados da
companhia, o executivo de con-
tas pode, por exemplo, sugerir a
colocação de um armário embu-
tido no quarto ou outras adap-
tações que se mostram rentáveis
para a locação.
Esse profissional também terá
a função de indicar oportunida-
des de investimento imobiliário
dentro da rede do QuintoAndar,
se ligando com a área de com-
pra e venda de imóveis.
A empresa passa a oferecer
ainda um atendimento comer-
cial e de suporte exclusivo para
esses clientes, separado dos de-
mais proprietários.
Os clientes classificados como
Multi podem ser pessoas físicas
ou empresas que tenham vários
imóveis listados, como constru-
toras e incorporadoras.
Segundo Oporto, esse tipo de
companhia integra o portfólio
da proptech por ter necessidade
de rentabilizar o estoque pronto
que possui, enquanto este não é
vendido. “Já temos clientes pes-
soa jurídica que usam nosso alu-
guel como um negócio secundá-
rio”, afirma o diretor.
Incorporadoras também estão
fazendo parcerias com propte-
chs especializadas em locação de
curto e médio prazo para renta-
bilizar o estoque, que tem ten-
dência de alta na cidade de São
Paulo para os próximos anos. O
QuintoAndar só trabalha com lo-
cação tradicional, de 30 meses.
Imobiliárias não são o foco do
Proprietário Multi, mas apenas
os donos diretos dos imóveis. De
acordo com Oporto, as imobiliá-
Quarta-feira, 23 de novembro de 2022
ANA PAULA PAIVA/VALOR
rias são inseridas no setor de
compra e venda da plataforma.
O QuintoAndar não informa
qual é a participação dos Pro-
prietários Multi no total de clien-
tes que listam seus imóveis na
empresa, mas Oporto afirma que
eles já ocupam um “lugar rele-
vante”. A companhia espera que
esse segmento tenha uma alta de
15% no portfólio nos próximos
seis meses, com a implementa-
ção do novo sistema. “Todo mês
esses Proprietários Multi cres-
cem 3% na plataforma”, diz.
Esse é o segundo serviço para
locação que a proptech lança
neste ano. No fim de agosto, o
QuintoAndar passou a permitir
anúncios de imóveis que terão a
locação administrada direta-
mente pelo proprietário, e não
pela própria companhia.
| Valor | B3
Ação civil
tenta barrar
contratações
pela Boeing
Defesa
Stella Fontes
De São Paulo
O avanço da Boeing sobre en-
genheiros que formam a elite da
indústria aeroespacial e de defe-
sa brasileira foi parar na Justiça.
Nesta terça-feira (22), duas enti-
dades do setor deram início a
uma ação civil pública para im-
pedir que a fabricante de aviões
americana siga recrutando “en-
genheiros altamente capacita-
dos” que trabalham em empre-
sas estratégicas da Base Indus-
trial de Defesa (BID) do país.
Em um ano, as entidades esti-
mam que a Boeing tenha levado
mais de 200 engenheiros de ou-
tras empresas para seu centro, no
mais “agudo movimento de eva-
são de conhecimento que essa in-
dústria já vivenciou”, segundo re-
presentantes da Associação Brasi-
leira das Indústrias de Materiais
de Defesa e Segurança (Abimde) e
a Associação das Indústrias Ae-
roespaciais do Brasil (Aiab).
Na ação proposta na 3 a Vara Fe-
deral de São José dos Campos, as
entidades alertam que a investida
da companhia americana coloca
em risco a sobrevivência de empre-
sas do setor e ameaça a soberania
nacional. O objetivo é interromper
as “contratações sistemáticas que
deixam um rastro de ações preda-
tórias nas empresas da BID do país,
até que sejam discutidas alternati-
vas que possam garantir a preser-
vação da soberania nacional”.
Com a iniciativa, a intenção é
também trazer a companhia
americana para o centro do deba-
te, assim como Ministério da De-
fesa e Advocacia-Geral da União
(AGU). “São centenas de enge-
nheiros, mas o centro da questão
não é quantitativo. É qualitativo.
Essa é a diferença em relação a
outros processos de evasão”, diz o
presidente da Aiab, Julio Shidara.
“A Aiab defende a livre concor-
rência e o livre mercado. Mas tais
princípios não são absolutos. De-
vem se sujeitar a imperativos
constitucionais como a sobera-
nia nacional”, acrescenta.
Até agora, dez das mais impor-
tantes empresas do setor de defesa
tiveram engenheiros contratados
pela Boeing e algumas perderam
cerca de 70% da equipe de áreas es-
pecíficas e essenciais para o negó-
cio, conforme as entidades.
No caso da Embraer, a situação
seria mais preocupante dado o
acesso que a Boeing teve a “infor-
mações proprietárias” no período
de negociação para compra da
aviação comercial da brasileira,
que não prosperou. Embraer e
Boeing levaram o conflito à arbi-
tragem e ainda não há desfecho.
“As pessoas podem decidir para
onde ir, mas a ordem econômica é
gerida também por soberania. Co-
mo a gente trata nesse caso? A gen-
te pede que o Judiciário equilibre a
balança entre soberania e liberda-
de de iniciativa”, afirma o presi-
dente da Abimde, Roberto Gallo.
Na avaliação das entidades, o
movimento da Boeing traz dese-
quilíbrio ao mercado e representa
ameaça porque as empresas que
compõem a BID “têm como objeti-
vo a constante atualização das tec-
rea e do Exército”. “As empresas
que estão sendo assediadas são as
que proveem tecnologia que man-
tém a capacidade de defesa das
Forças Armadas”, ressalta.
Procurada, a Boeing não co-
mentou o assunto.
Curta
Eletrobras e Cetenco
A Eletrobras pagou R$ 387,5 mi-
lhões à Cetenco Engenharia, cum-
prindo o acordo judicial. O paga-
mento encerra processo judicial,
movido pela Cetenco, em tramita-
ção desde 1994. A pendência se re-
fere ao atraso no pagamento de fa-
turas emitidas entre 1979 e 1983
para a construção do sistema da
usina hidrelétrica Tucuruí (PR).
B4 | Valor | Quarta-feira, 23 de novembro de 2022
Empresas | Serviços&Tecnologia
Varejo Rede Duque oferece R$ 130 milhões pelo negócio da dona do Frango Assado, estimado em R$ 180 milhões
IMCnegociavendade18postosdegasolina
Adriana Mattos
De São Paulo
A IMC, que opera as redes
Frango Assado, Pizza Hut e KFC
no país, negocia a venda de seus
18 postos de combustível, negó-
cio com receita de quase R$ 300
milhões neste ano, até setembro.
O Valor apurou que já há interes-
se da Rede Duque, que avaliou o
negócio em R$ 130 milhões, mas
a companhia vem conversando
com outros interessados, bus-
cando melhor valor pelos ativos
Segundo fontes, a busca seria
por valor por posto na faixa de R$
10 milhões, totalizando uma ope-
ração de R$ 180 milhões, dentro da
estratégia de reforçar caixa, desa-
lavancando a empresa, com a me-
lhora de sua estrutura de capital, e
Machado, co-CEO da Hapvida: projeto ambiental é uma de suas prioridades
simplificação da carteira de suas
marcas em operação.
Ainda haveria outro caminho
possível, de a empresa aportar os
ativos dos postos num acordo com
algum operador, que colocaria o
capital. Desde 2021, a IMC tem
parceria com a Raízen, para insta-
lar restaurantes nos postos Shell.
Em setembro, a IMC registrava
um caixa de R$ 305 milhões, em li-
nha com a dívida líquida de R$ 305
milhões, e índice de alavancagem
em 2,5 vezes, leve redução de 0,2
sobre o trimestre anterior e 0,5
abaixo do limite de três vezes, esti-
pulado pelos “covenants” no pe-
ríodo. Covenants são indicadores
financeiros que precisam ser res-
peitados, sob pena de antecipação
de vencimentos de dívidas por
parte de credores.
SILVIA COSTANTI / VALOR
Acesse e assista
à live na íntegra
A IMC vem se desfazendo de ne-
gócios há alguns meses, em parte
por resultados abaixo do esperado
e pela possibilidade de simplificar
o negócio, investindo no “core” do
grupo. Ao Valor , em agosto, Ale-
xandre Santoro, CEO do grupo,
disse que não há grande preocupa-
ção com o patamar de endivida-
mento, mas no cenário de incerte-
zas econômicas e juro alto, a entra-
da de novos recursos no caixa dei-
xa a IMC mais “confortável”.
Faz parte desse movimento a
possível venda da rede Olive Gar-
den em 2023, apurou o Valor. A
IMC considera vender boa parte
de suas marcas, como Olive Gar-
den, Batata Inglesa e Brunella,
mantendo as marcas mais fortes
como Frango Assado, Pizza Hut e
KFC. A IMC tem 562 lojas, entre
Irlau Machado vai deixar a Hapvida
Saúde
Beth Koike
De São Paulo
A Hapvida informou nesta ter-
ça-feira a saída de Irlau Machado
do comando do grupo de saúde a
partir de janeiro. A iniciativa cau-
sou surpresa por ter sido anuncia-
da antes do previsto e coloca ques-
tionamentos sobre a integração
entre Hapvida e NotreDame Inter-
médica, que ainda está em anda-
mento. O executivo divide a presi-
dência com Jorge Pinheiro desde
que as duas maiores operadoras de
planos de saúde verticalizadas se
juntaram, em dezembro.
Ontem, as ações da Hapvida fe-
charam com queda de 3,57% — a
ELETRIFICAÇÃO É O CAMINHO PARA
REDUZIR EMISSÕES POLUENTES NO
TRANSPORTE E LOGÍSTICA?
O Valor Econômico realizou uma live especial com a participação de
especialistas sobre a eletrificação de veículos como uma alternativa
sustentável e viável para os setores de transporte e logística.
Confira o que foi discutido na live e descubra quais são as principais
tendências, os obstáculos e as oportunidades de mercado.
Naiara
Bertão
Editora do Projeto
Prática ESG do
Valor e O Globo
REALIZAÇÃO
próprias e franquias, no Brasil e
no exterior.
No caso da Olive Garden, essa
negociação deve ganhar mais for-
ça após o encerramento do proces-
so de venda dos postos de gasolina
e após a entrada de recursos de ou-
tras negociações já anunciadas.
Em 25 de agosto foi aprovada a
venda integral de sua fatia na sub-
sidiária indireta International
Meal Company F&B Panamá para a
Excelencia y Superación. Foram
vendidos nove pontos e o direito
de licenciamento da marca Carl’s
Jr. no Panamá. A alienação foi con-
cluída em 4 de outubro, com o re-
cebimento de US$ 873 mil.
Depois disso, em 16 de setem-
bro, foi firmado acordo com a In-
flight Holdings Cayman para a
venda de participação da subsidiá-
maior desvalorização entre as
empresas de saúde listadas na B3.
Na época do anúncio da fusão, a
companhia informou que Macha-
do e Pinheiro permaneceriam co-
mo co-CEOS durante dois anos pa-
ra tocar a integração e manter o
plano de expansão inorgânico de
cada uma das operadoras.
Apesar de ambas atuarem co-
mo planos de saúde verticaliza-
dos, a cultura das empresas é
bem diferente. A Hapvida é um
grupo familiar com forte presen-
ça no Nordeste. Já a Intermédica
tinha mais o perfil de “corpora-
tion”, com a Bain Capital sendo a
principal acionista, e atuação
predominante em São Paulo.
Nessa praça, é difícil ter uma rede
verticalizada nos mesmos pata-
Antonio Marcus
Filosa Quintella
CEO da Stellantis Professor da FGV
na América do Sul e especialista
em Transportes
PATROCÍNIO
ria indireta IMC Caribbean Hol-
ding Corp., acionista de uma em-
presa que opera concessões em
terminais do aeroporto interna-
cional do Panamá, por US$ 40 mi-
lhões. A conclusão da venda está
prevista para ocorrer nos próxi-
mos dias, apurou o Valor.
Procurada, a IMC informa, em
nota, que “deu passos importantes
na estratégia de simplificação do
negócio com as recentes vendas
das operações do Carl’s Jr e do Ae-
roporto no Panamá”. Informa que
“a companhia segue analisando
alternativas que contribuam para
esta estratégia e afirma que no mo-
mento não há qualquer decisão
em relação a venda de outros ati-
vos de seu portfólio”. Após publi-
cação da informação pelo Valor,
nesta terça-feira, a Comissão de Va-
mares do Nordeste e, consequen-
temente, o controle das margens
de rentabilidade é diferente.
O executivo permanece até o
dia 21 de janeiro e, a partir de en-
tão, a companhia volta a ser co-
mandada exclusivamente pela fa-
mília Pinheiro, que detém 36,3%
das ações e é o maior controlador
da operadora, que encerrou o ter-
ceiro trimestre com 9 milhões de
usuários de convênio médico, o
equivalente a 18% desse setor.
Machado é um dos executivos
mais conceituados no setor de
saúde, com destaque para o seu
trabalho de transformação e ex-
pansão da Intermédica, vendida
para a Bain Capital em 2014. En-
tre aquele ano e 2021, a receita
anual da operadora saltou de
Rodrigo
Figueiredo
VP de
Sustentabilidade
e Suprimentos
da Ambev
lores Mobiliários (CVM) questio-
nou a IMC, que confirmou que não
há decisão tomada ainda. A venda
de ativos faz parte de um acordo
com debenturistas da IMC.
Em 10 de outubro foi realizada a
assembleia geral de debenturistas
para aprovar um “waiver” (renún-
cia), autorizando a vendas de ati-
vos da empresa até o limite de
R$ 500 milhões pelo período de 18
meses. As negociações em anda-
mento já seriam parte desse pro-
cesso de definição desse limite de
até R$ 500 milhões.
Como contrapartida, os deben-
turistas solicitaram algumas ga-
rantias. Entre elas, 42,5% do valor
das vendas deve ser alocado em
uma conta para ser utilizada ape-
nas no pagamento de juros e
amortização das debêntures.
cerca de R$ 2 bilhões para quase
R$ 10 bilhões.
Entre os analistas de bancos que
acompanham a companhia, foi
praticamente unânime a opinião
de que a saída de Machado era es-
perada, mas neste momento foi re-
cebida com ressalvas. O Itaú BBA
destacou em seu relatório que o
ideal era mantê-lo como membro
do conselho de administração e
que há o risco do executivo ingres-
sar em algum grupo concorrente.
Ainda não há informações ofi-
ciais sobre o próximo destino
profissional do executivo. Segun-
do fontes, no próximo ano, Ma-
chado deve se dedicar mais ao
projeto de proteção ambiental
que tem há vários anos em parce-
ria com sua esposa.
 Quarta-feira, 23 de novembro de 2022 | Valor | B5

HOJE
9h

WEBINAR
POR UM FUTURO DIGNO DE ESCOLHA:
O MUNDO PÓS-COP 27 E OS PRÓXIMOS DESAFIOS
A COP 27 chegou ao fim, reunião mais importante das
Nações Unidades de combate à emergência climática,
mas vários assuntos mostraram-se urgentes para se
discutir e colocar em prática pelo mundo. Neste webinar
especial, vamos explorar os principais desfechos e
aprendizados coletivos da conferência em temas-chave
para o enfrentamento da crise do século, e as coalizões e
novas parcerias que surgiram para acelerar a transição
rumo à economia de baixo carbono. Não perca.

MESAS DO WEBINAR

JORNADA DE
O AVANÇO DAS TRANSIÇÃO
DESCARBONIZAÇÃO
EMPRESAS NA ENERGÉTICA
(INICIATIVAS COM O
CONFERÊNCIA E A ECONOMIA DE
ECOSSISTEMA, PARCERIAS,
DO CLIMA BAIXO CARBONO
PLANO NETZERO)

E MUITO MAIS.

PARTICIPE!ACOMPANHEAOVIVOEM:

PARCEIROS APOIO REALIZAÇÃO

B6 | Valor | Quarta-feira, 23 de novembro de 2022
Empresas | Serviços&Tecnologia
Aviação Primeira rota criada em parceria vai ligar
São Paulo e Los Angeles em três voos semanais diretos
Latam e Delta
iniciam operação
de joint venture
Cristian Favaro
De São Paulo
Depois de conquistar em ou-
tubro as aprovações regulatórias
necessárias para sua joint ventu-
re, Latam e Delta começam a
vender nesta quarta-feira passa-
gens para a primeira rota inter-
nacional da parceria. O trecho
vai ligar São Paulo e Los Angeles,
nos Estados Unidos, com três
frequências semanais a partir de
julho de 2023.
As duas companhias aéreas já
tinham um acordo de comparti-
lhamento de voos (codeshare)
firmado em 2020 e agora avan-
çam mais um passo com a joint
venture. “No codeshare nós ven-
demos de forma compartilhada
rotas já existentes. Em uma joint
venture, a gente desenha as rotas.
Eu estive em Atlanta com eles e
discutimos a conectividade com
a malha no Brasil”, disse Aline
Mafra, diretora de vendas e mar-
keting da Latam Brasil. “A Costa
Oeste dos Estados Unidos já era
um desejo da Latam. Juntar forças
é o que fez o projeto ser viável.”
Com duração de 12 horas, o
voo direto entre São Paulo e Los
Angeles vai reduzir em aproxima-
damente quatro horas o tempo
total de deslocamento. A rota vai
usar o Boeing 777, que acomoda
até 410 passageiros. Atualmente,
a Latam só opera voos diretos pa-
Aqui o investidor tem mais informação.
Acompanhe os principais indicadores e conteúdos
empresariais da Aliansce Sonae, líder na administração
de shoppings no Brasil.
ra Los Angeles a partir de Santia-
go, no Chile, e Lima, no Peru.
As parcerias têm sido uma ja-
nela importante para atravessar
a turbulência da pandemia, que
deixou muitas empresas em si-
tuação financeiras delicada e
provocou a entrada do Grupo La-
tam em recuperação judicial nos
Estados Unidos — processo en-
cerrado em novembro.
A aprovação final da joint ven-
ture da chilena com a Delta saiu no
início de outubro, após o veredicto
do Departamento de Transportes
dos Estados Unidos. No Brasil, o si-
nal verde do Conselho Adminis-
trativo de Defesa Econômica (Ca-
de) veio no início de 2021.
Danillo Barbizan, gerente de
vendas Brasil da Delta Air Lines,
contou que antes de 2019 a Delta
chegou a operar um voo direto en-
tre Los Angeles e São Paulo, com
três frequências diárias, mas a ope-
ração não se mostrou sustentável
na época diante da falta de conec-
tividade com outras cidades brasi-
leiras. “Los Angeles é um aeroporto
muito importante para nós”, afir-
mou. A possibilidade de conexão
com os 53 destinos da Latam den-
tro do Brasil fez o projeto voltar.
A aprovação para a parceria e a
retomada da demanda depois do
caos provocado pela pandemia
estão levando a Delta a aumentar
sua oferta de voos na América La-
tina. A empresa vai elevar de três
Acesse o
Valor Empresas 360
frequências semanais para um
voo diário a ligação entre Santia-
go e Estados Unidos. Já Lima vai
ganhar um reforço ao se conectar
aos EUA com um avião maior (o
A350). “Juntas, essas duas am-
pliações vão trazer 3 mil assentos
a mais”, disse Barbizan.
No fim de outubro, a empresa
ampliou de três voos por semana
para um voo diário a ligação en-
tre São Paulo e Nova York. Em de-
zembro, de forma sazonal, o gru-
po vai elevar de um voo (nível an-
tes da pandemia) para dois voos
por dia a ligação entre Atlanta e
Guarulhos. Também no último
mês do ano a empresa passará a
ofertar Rio-Atlanta, em um voo
diário sazonal até início de abril.
Já a Latam deve recuperar até
80% da sua capacidade interna-
cional no Brasil neste mês de no-
vembro, na comparação com o
mesmo mês de 2019. No lado do-
méstico brasileiro, a operação já
atingiu 97% do pré-pandemia.
A operação da joint venture
vem em um momento importan-
te para a Latam, que atravessou
os últimos 20 meses em meio a
um processo de recuperação ju-
dicial nos Estados Unidos bas-
tante tumultuado. Entre idas e
vindas com credores e uma abor-
dagem da Azul para tentar com-
prar o negócio da chilena, o gru-
po saiu da recuperação judicial
no início de novembro.
Aline Mafra, da Latam: “A Costa Oeste dos EUA já era um desejo da Latam”
A nova divisão acionária da La-
tam ainda está em elaboração —
depende da conversão de bônus
dos credores em ações.
Caso os acionistas da compa-
nhia (a família Cueto, Delta e Qatar
Airways) resolvam converter 100%
dos bônus que têm direito (cená-
rio provável), eles vão ficar com
cerca de 27% da empresa. Os credo-
res vão ter aproximadamente 67%,
sendo os fundos Sixth Street, Stra-
tegic Value Partners e Sculptor Ca-
pital os de maior representativida-
de. O remanescente, 4%, ficará com
pequenos credores.
Parcerias e fusões estão em alta
no setor. Gol e American Airlines
estreitaram laços e agora a ameri-
cana detém 5% da brasileira. Em
SILVIA ZAMBONI/VALOR
outro movimento, acionistas da
Gol e da colombiana Avianca bus-
cam criar a holding Abra.
Diante do cenário, a Azul vi-
nha sendo questionada pelo
mercado se ampliaria sua parce-
ria com a United (que tem 8% de
participação na brasileira), cuja
exclusividade do codeshare em
vigor se encerra em fevereiro.
No último dia 10, o presidente
da Azul, John Rodgerson, disse
que a empresa não pretende re-
novar a exclusividade. Segundo
ele, esse tipo de contrato fecha
portas para acordos com outras
companhias que podem ser mais
interessantes — como a amplia-
ção dos laços com a também
americana JetBlue.
Reino Unido
investiga
Apple e dona
do Google
Big Techs
Dow Jones, de Barcelona
A Autoridade de Competição e
Mercados do Reino Unido (CMA,
na sigla em inglês) abriu uma in-
vestigação sobre jogos eletrônicos
em nuvem e navegação de internet
por celulares após estudo mostrar
que a Apple e a Alphabet, dona do
Google, têm um duopólio de fato.
O regulador britânico lançou a
investigação após o lançamento
do Mobile Ecosystem Market Stu-
dy, que mostrou que as duas Big
Techs americanas atuam como um
duopólio em sistemas móveis que
as permite exercer controle de sis-
temas operacionais, lojas de apli-
cativos e navegadores de internet.
De acordo com a CMA, 97% de
toda a navegação em dispositivos
móveis no Reino Unido em 2021
ocorreu pelos programas da Apple
ou do Google. Desenvolvedores
britânicos afirmam que a atual si-
tuação não permite inovações.
Uma consulta mostrou que
86% dos respondentes apoiam a
investigação para ver como Ap-
ple e Google dominam o merca-
do e como a fabricante do iPhone
restringe jogos eletrônicos em
nuvem na App Store.
“Nós vamos continuar a conver-
sar com a CMA para explicar como
nosso modelo de negócios promo-
ve competição e escolha, garantin-
do proteção à privacidade e segu-
rança de dados”, diz a Apple. A Al-
phabet não respondeu a pedidos
para comentar o assunto.
“Planejamos investigar se as
preocupações que ouvimos têm
mérito e criar meios para garantir
competitividade e inovação nesses
setores”, diz Sarah Cardell, da CMA.
 Quarta-feira, 23 de novembro de 2022 | Valor | B7

Empresas | Tendências&Consumo
Impacto social Mesmo com alta da pobreza, potencial de consumo atrai oportunidades em comunidades

Favela impulsiona negócio de publicidade DIVULGAÇÃO

Lucianne Carneiro
Do Rio
A perda de poder de compra e
o aumento da pobreza têm ofus-
cado a importância da classe mé-
dia baixa como força de consu-
mo nos últimos anos, mas seu pa-
pel continua significativo. Prova
disso é a atuação da Outdoor So-
cial, empresa de comunicação
multiplataforma que atua em co-
munidades e periferias brasilei-
ras. A Outdoor Social teve origem
no nicho de mídia externa, ainda
hoje seu principal negócio.
A companhia faz o meio de
campo entre agências e anun-
ciantes, como Havaianas, Guara-
ná Antarctica, Casas Bahia e Col-
gate, e os moradores das comu-
nidades, que alugam suas facha-
das para anunciar os produtos.
Para isso, conta com a parceria de
150 coordenadores em todo o
país, que fazem o mapeamento
dos locais de fluxo em cada co-
munidade e negociam a remune-
ração para o uso das casas.
“Nossa empresa cresceu mui-
to em dez anos, sem dinheiro ex-
terno, sem investidor. Quem in-
vestiu foi o próprio mercado,
diante do potencial de consumo
das comunidades. Começamos
em 2012, a efervescência era
grande com a classe C e também
Potencial de consumo
Dados das comunidades no Brasil
6.239 favelas
11,3 milhões de pessoas
3,88 milhões domicílios
R$ 3.036,23 de renda média familiar
R$ 167,208 bilhões de potencial de
consumo anual
População das favelas, segundo
classe de consumo
31%
Classe E
4%
Classe D
Fonte: Outdoor Social Inteligência
pegamos o início das UPPs [Uni-
dades de Polícia Pacificadora]
no Rio, onde começamos”, afir-
ma a fundadora da Outdoor So-
cial, Emilia Rabello.
Ela admite que a realidade hoje
é diferente do que era há dez anos,
mas destaca que o potencial de
consumo das favelas é alto e não
deve ser desprezado pelas marcas.
Pelos cálculos da Outdoor Social
Inteligência, o potencial de consu-
mo anual é de R$ 167,2 bilhões. O
número considera um total de
6.239 favelas em todo o país, com
11,3 milhões de pessoas e uma
renda média familiar de R$
3.036,23. O Outdoor Inteligência é
o braço de pesquisa da empresa,
que usa informações de Serasa,
companhias de cartão de crédito e
Pesquisa de Orçamentos Familia-
res (POF), do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE).
“Apesar do aumento da pobreza
e da fome, a gente tem um público
consumidor forte nas comunida-
des e periferias, principalmente
quando se fala das 15 maiores fa-
18%
Classe A/B
velas do Brasil. Há uma envergadu-
ra econômica da favela, trabalha-
dores e empreendedores com po-
der de consumo. É muito dinheiro
47% por ano”, diz. É esse potencial de
Classe C
consumo que motiva os negócios
fechados pela Outdoor Social, que
prevê encerrar 2022 com um cres-
cimento de 50%, para perto de R$
20 milhões. Em 2023, o plano é do-
brar de tamanho. A empresa tem
diversificado a atuação e agora in-
veste também no braço da pesqui-
sa em comunidades via Outdoor
Social Inteligência — caminho já
adotado pelo Instituto Data Popu-
lar, por exemplo.
Outras linhas de atuação são os
pontos de wi-fi patrocinados em
comunidades, que são financia-
dos também pelos anunciantes, e
a formação de grupos de pessoas
para trabalhos específicos, como
revendedores de planos de saúde
ou de produtos de beleza.
Emilia Rabello, da Outdoor Social: empresas olham mais para iniciativas ESG
Em alguns meses, será lançada
uma plataforma em que clientes e
parceiros poderão ter acesso aos
dados de forma direta, com possi-
bilidade de cruzamento das infor-
mações de acordo com cada co-
munidade ou Estado, por exem-
plo. Para ficar mais clara a diversifi-
cação de negócios, após dez anos, a
Outdoor Social vai inclusive mu-
dar de nome, ainda sob sigilo.
“Deixamos de ser uma empre-
sa só de mídia externa e fazemos
uma série de coisas, há muitos ne-
gócios diferentes. É um momento
de virada e o nome vai mudar pa-
ra mostrar essa mudança de posi-
cionamento”, diz Rabello.
A atuação da Outdoor Social se-
gue a lógica dos negócios de im-
pacto social: empresas com propó-
sito e foco na resolução de proble-
mas coletivos, mas que dão lucro e
atraem investimentos. “Os mora-
dores dessas comunidades são in-
cluídos na cadeia do negócio. A
empresa gera emprego e renda pa-
ra pessoas que precisam e estão
dentro da comunidade. É um tra-
balho coletivo”, observa.
Este ano, o negócio gerou uma
renda de R$ 3 milhões, com im-
pacto na vida de 12 mil morado-
res nas principais comunidades
do país. Para 2023, a expectativa
é alcançar 15 mil pessoas, com
movimentação de R$ 4 milhões.
Rabello destaca que, se o poder
de consumo das favelas diminuiu,
há um aumento das atenções do
mercado para iniciativas sociais,
com o avanço da agenda ESG (sigla
em inglês para questões ambien-
tais, sociais e de governança).
“O mercado olha para iniciati-
vas ESG com muito mais valor do
que via antes. As empresas estão
mais dispostas a trazer impacto
social junto com suas ações”, diz.

Nas comunidades, 55% vão gastar mais de R$ 50 com comida para ver a Copa
Do Rio
Pesquisa da Outdoor Social
Inteligência com moradores de
12 das maiores favelas do país
mostra que 55% pretendem gas-
tar mais de R$ 50 com alimenta-
ção e bebidas para assistir aos
jogos do Brasil na Copa.
Do total de entrevistados, 32%
estimaram gastos entre R$ 50 e
R$ 100 em cada jogo da seleção,
enquanto 14% revelaram inten-
ção de desembolsar entre R$ 100
e R$ 200. Uma parcela menor
(9%) disse querer dispender mais
de R$ 200. Para quase metade
(44%) dos entrevistados, o gasto
médio ficará limitado a R$ 50 por
jogo do Brasil.
Bebida alcoólica (47%) é o item
mais comprado por quem assiste
aos jogos em casa, seguida por
aperitivos como biscoitos, salga-
dinhos, bolachas (29%), itens pa-
ra churrasco (26%), bebida não
alcoólica (25%) e itens para ou-
tros tipos de pratos/comida (6%).
Um quinto dos entrevistados dis-
se que não vai comprar nada.
“Tem características dentro da
favela que precisam ser confron-
tadas ou confirmadas. E é o que a
gente consegue fazer com essas
pesquisas. Nesse levantamento
da Copa, por exemplo, uma pri-
meira expectativa seria de que o
prato da Copa seria o churrasco,
e não vai ser, vai ser o salgadi-
nho”, afirma a fundadora da Out-
door Social, Emilia Rabello.
Entre as bebidas alcoólicas, a
cerveja lidera a preferência, cita-
da por 90% dos entrevistados, se-
guida por cachaça (18%), uísque
(14%), ice (14%), vodka (11%) e
gim (11%). Entre os itens de
churrasco, a liderança é da lin-
guiça, mencionada por todos os
entrevistados, seguida por carne
de boi (77%), frango (64%), car-
ne de porco (61%), pão de alho
(44%) e queijo coalho (20%).
“Os dados ajudam a mostram
o potencial e as preferências dos
moradores das favelas. Com es-
sas informações, as marcas po-
dem pensar melhor suas estraté-
gias para aproveitar o mercado
consumidor”, diz Rabello. (LC)

FÓRUM

INTELIGÊNCIA
ARTIFICIAL
PRESENTE E FUTURO
30/11 | 14H
A Inteligência Artificial evolui a cada dia. Com crescente capacidade de processamento e aprendizado, a IA é ferramenta fundamental
no desenvolvimento econômico, social e ambiental dos países, estando inserida no processo de tomada de decisão de praticamente todos
os setores da sociedade. O Brasil não pode ficar fora desse debate. Neste fórum, vamos discutir o potencial e os caminhos que podemos
seguir para o desenvolvimento da IA no país. Não perca.

IGOR CALVET LUÍS AUGUSTO BRAGGIO THIAGO BAJUR GIBRAM RAUL BRUNO JORGE SOARES DORA KAUFMAN
Presidente Quality, Manufacturing & Lean CEO Arkmeds AI Specialist, CEO and Gerente da Unidade de Escritora e professora
da ABDI Manager da MWM Motores Diesel Founder na Technium Difusão de Tecnologias da PUC e Colunista Época
da ABDI Negócios.

RAFAEL ALVES KARINE PERSET ANDERSON SOARES IVONE IVASSAKI MEDIADOR:

Head of Digital Enterprise Head do Observatório Coordenador do Centro Apps & Data & IA BERNARDO MELLO FRANCO
and MindSphere BR de IA da OCDE de Excelência em IA da UFG Practice Leader - Consult Colunista O Globo
na Siemens

Transmissão Patrocínio Realização

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inscreva-se.
B8 | Valor | Quarta-feira, 23 de novembro de 2022
Empresas | Tendências&Consumo
Futebol Vendas agora desaceleram, mas faturamento
feito em 90 dias equivale ao de um ano inteiro
Bancas têm novo
filão com figurinhas
da Copa do Mundo
CATAR
2022
Paula Martini
Do Rio
Na casa da jornalista Carolina
Ercolin, em São Paulo, a Copa do
Mundo chegou com uma tarefa
em dobro: completar dois álbuns
de figurinha, dos filhos Benício e
Bernardo, de 10 e 8 anos. Com a
ajuda dos pais, que percorreram
pontos de troca com as crianças e
se articularam com outros adul-
tos, a tarefa foi concluída, com su-
cesso, no mês passado.
“O Benício pediu de aniversá-
rio figurinha da Copa para todos
os amigos e parentes. A rede de
trocas também foi mais profis-
sional, com os postos de troca e
as bancas bem estruturados.
Aqui no prédio, criamos um gru-
po de pais para ajudar as crianças
com as trocas. Tudo isso aliviou
um pouco os nossos gastos”, con-
ta a mãe das crianças.
O frisson entre colecionado-
res de todas as idades provocou
uma corrida às bancas que, no
início das vendas, sofreram com
a escassez de pacotinhos. O pre-
sidente da Federação Nacional
de Distribuidores e Vendedores
de Jornais e Revistas (Fenavejor),
José Antônio Mantovani, afirma
que as vendas nas bancas supe-
raram as da Copa do Mundo de
2018, na Rússia.
Com pouca oferta, argentinos formam longas filas para completar álbum
Do Rio
Além de amargar uma derrota
para a Arábia Saudita em sua es-
treia na Copa, nesta terça-feira, os
argentinos enfrentam outro pro-
blema envolvendo o mundial do
Catar. Com falta de figurinhas, está
mais difícil completar o álbum do
torneio deste ano.
O problema começou em agos-
to, quando o álbum foi lançado, e
continua, mesmo após o governo
Musk perde US$ 100 milhões, mas ainda é o mais rico
Bilionários
Folhapress
A fortuna do bilionário Elon
Musk acumula perdas de mais de
US$ 100 bilhões em 2022, segundo
o Bloomberg Billionaires Index.
Mesmo assim, o novo dono do
Twitter continua sendo a pessoa
mais rica do mundo, com patrimô-
nio estimado em US$ 170 bilhões.
Movimento falimentar
Falências Requeridas
Requerido: Cartaplast Indústria e Comércio de
Embalagens Ltda. Ou Cartaplast do Brasil Eireli
- CNPJ: 67.467.845/0001-62 - Endereço: Rua Dr.
José Luiz Vieira Coutinho, 331, Bairro Jardim Pai-
neiras - Requerente: Verdant Plásticos Eireli - Va-
ra/Comarca: 1a Vara de Avaré/SP
Requerido: Paranapanema S/A - CNPJ:
60.398.369/0001-26 - Endereço: Rua Felipe Ca-
marão, 500, Centro - Requerente: Premium Rece-
bíveis I Multissetorial Fundo de Investimento em
Direitos Creditórios - Vara/Comarca: 8a Vara de
Santo André/SP
Processos de Falência Extintos
Requerido: Alfer Indústria de Produtos Alimen-
tícios Ltda. - CNPJ: 24.620.232/0001-00 - Ende-
reço: Rua José Rosso, 383, Bairro Vila Saul - Reque-
rente: Indústria e Comércio de Laticínios Lutécia Lt-
da. - Vara/Comarca: 2a Vara de Santa Cruz do Rio
Pardo/SP - Observação: Homologado acordo cele-
brado entre as partes.
Requerido: Bloom Wine Importação e Comércio
de Vinhos Ltda. Ou Veroni Importação e Comér-
cio de Vinhos Ltda. - CNPJ: 32.039.634/0002-25 -
Endereço: Av. Brigadeiro Faria Lima, 2369, Anexos
2369 e 2355, Cjto. 1102, Bairro Jardim Paulistano -
Requerente:8h8LogísticaeServiçosEireli-Vara/Co-
marca: 1a Vara de Falências e Recuperações Judiciais
de São Paulo/SP - Observação: Homologado acordo
celebrado entre as partes.
Recuperação Judicial Deferida
Empresa: Andreia Negri Bernardt & Companhia
Ltda. - CNPJ: 13.987.644/0001-67 - Endereço: Rua
Marechal Floriano Peixoto, S/nº, Sala 02, Bairro Ge-
túlio Vargas - Administrador Judicial: M. Marques
“A gente não tem acesso aos nú-
meros, mas já sabe que vendeu
mais em volume de figurinhas e
em valores. Em valor, nem se fala,
porque há quatro anos um envelo-
pe era R$ 2 e hoje é R$ 4, o dobro do
preço. Quando você fala de figuri-
nha, a banca ainda é o lugar mais
lembrado pelo consumidor. É
aquele hábito que você não vai
mudar de repente”, diz.
Procurada pelo Valor, a Panini,
fabricante do álbum, informou
que não divulga números de tira-
gem, vendas ou distribuição do ál-
bum da Copa e as figurinhas.
Mas um levantamento feito pela
Cielo, líder do mercado de paga-
mento por maquininhas no país,
dá uma dimensão do faturamento.
Segundo a empresa, a receita das
bancas chegou a aumentar 347%
entre 22 e 27 de agosto, semana
que sucedeu o lançamento oficial
do álbum. A comparação é com o
mesmo período do ano passado.
“A gente não consegue marcar
com precisão que o aumento foi
causado pelo álbum, mas o pró-
prio número é um alarme por si
só. Além disso, quando a pessoa
vai em busca de uma figurinha,
aumenta o fluxo de clientes e,
consequentemente, a compra de
outros produtos na banca”, diz o
chefe de inteligência da Cielo,
Felipe Baran.
Entre os jornaleiros, a sensação
agora é de “ressaca”, com o movi-
mento bem menor depois de um
período de vendas desenfreadas.
“A queda é abrupta. É como ven-
argentino ter fechado acordo com
a Panini, editora italiana que pu-
blica o álbum.
A escassez provocou uma es-
pécie de caça ao tesouro por pon-
tos de venda nas ruas de Buenos
Aires. “Durante as primeiras se-
manas você simplesmente não
achava figurinha e começou uma
corrida alucinada pela cidade.” O
relato é do jornalista brasileiro
Gustavo Mehl, que mora em Bue-
nos Aires com o filho de 9 anos .
Ao todo, a fortuna de Musk já
encolheu US$ 101 bilhões desde o
início do ano até esta terça-feira
(22), de acordo com a última atua-
lização da Bloomberg. O prejuízo
vem principalmente da queda no
valor de mercado das empresas
nas quais ele tem participação.
É o maior recuo individual entre
os bilionários do ranking, à frente
das perdas de Mark Zuckerberg,
dono da Meta, de US$ 83,5 bilhões,
Sociedade Individual de Advocacia, Representada
Pelo Dr. Marcio Roberto Marques - Vara/Comarca:
Vara Cível de Laranjeiras do Sul/PR
Empresa: Bmw Participações Ltda. - CNPJ:
37.994.669/0001-56 - Endereço: Av. Presidente
Castelo Branco, 66, Loja 106, Centro, Rio Bonito/rj
- Administrador Judicial: Matuch de Carvalho Ad-
vogados Associados, Representada Pelo Dr. Murilo
Matuch de Carvalho - Vara/Comarca: 3a Vara de
Nova Iguaçu/RJ
Empresa: Injetrio Indústria de Plástico Ltda. -
CNPJ: 11.414.575/0001-77 - Endereço: Rua Profes-
sor Eduardo Vianna, 175, Galpão 03, Bairro Carolina
- Administrador Judicial: Matuch de Carvalho Ad-
vogados Associados, Representada Pelo Dr. Murilo
Matuch de Carvalho - Vara/Comarca: 3a Vara de
Nova Iguaçu/RJ
Empresa: Prática Estampa Importação e Expor-
taçãoLtda.-CNPJ:07.921.445/0001-53-Endereço:
Rua Marechal Floriano Peixoto, S/nº, Blocos 13 e 14,
Quinhão 1, Bairro Getúlio Vargas - Administrador Ju-
dicial: M. Marques Sociedade Individual de Advoca-
cia, Representada Pelo Dr. Marcio Roberto Marques -
Vara/Comarca: Vara Cível de Laranjeiras do Sul/PR
Empresa: Resin Plásticos Ltda. - CNPJ:
09.594.388/0001-70 - Endereço: Rua Edimar Pas-
sos Faria, 65, Bairro Nova Macuco, Macuco/rj - Ad-
ministrador Judicial: Matuch de Carvalho Advoga-
dos Associados, Representada Pelo Dr. Murilo Ma-
tuch de Carvalho - Vara/Comarca: 3a Vara de Nova
Iguaçu/RJ
Empresa: Riopet Embalagens S/A - CNPJ:
00.771.482/0001-83 - Endereço: Rua Professor
Eduardo Vianna, 175, Galpão 01, Bairro Carolina -
Administrador Judicial: Matuch de Carvalho Advo-
gados Associados, Representada Pelo Dr. Murilo
Matuch de Carvalho - Vara/Comarca: 3a Vara de
Nova Iguaçu/RJ
LÉO PINHEIRO/VALOR
der 5 milhões de pacotinhos por
dia e, de repente, vender 1 mi-
lhão. E é muito rápido, de um dia
para o outro”, explica Mantovani.
Os números da Cielo mostram
que o crescimento das bancas
continuou alto nas semanas se-
guintes ao lançamento do ál-
bum, mas com menos intensida-
de desde o início de outubro. A
explicação, dizem os vendedores,
é que agora muitos álbuns estão
completos e os colecionadores Luiz Igor Cabral é gerente de quatro bancas na zona sul do Rio: “Foi o maior movimento dos últimos quatro anos”
preferem investir na troca das fi-
gurinhas repetidas em vez de rinhas nos centros de distribuição
comprar mais pacotinhos. Faturamento das bancas porque o distribuidor estava com
“No auge, chegamos a vender Variação das vendas em relação à semana equivalente em 2021 (%) medo de ser vítima de roubo de
entre 1.500 e 2 mil pacotes por se- carga. A dinâmica atrapalhou o
400
mana em cada banca. Normal- processo”, conta Luiz Igor.
347,11 Lançamento do álbum da Copa
mente, o que mais vendemos são A Panini não se pronunciou so-
cigarros e cervejas. Mas, com o ál- 300 262,78 bre as queixas das bancas de jornal
bum e as figurinhas, o segmento e revistas. Em nota enviada ao Va-
saltou para 35% das vendas. Foi, 200 161,5 lor em 22 de agosto, a empresa
sem dúvida, o maior movimento 136,5 atribuiu os problemas de abasteci-
82,95
dos últimos quatro anos, mas já mento aos “desafios logísticos” de
100
caiu bastante”, afirma Luiz Igor Ca- 12,77 124,95 um “país de dimensões continen-
bral, de 26 anos, gerente de quatro 3,65 tais” como o Brasil.
bancas na zona sul do Rio. 0
Donos de bancas dizem que os
Apesar do bom momento pro- 1ª semana 2ª semana 3ª semana 4ª semana 5ª semana 1ª semana 2ª semana 3ª semana
próximos meses serão de menos
Agosto Setembro
vocado pela Copa, a falta de cro- aperto, mesmo com as baixas pro-
mos gerou reclamações de consu- Fonte: Cielo
vocadas por festas de fim de ano e
midores em várias partes do país e férias escolares. “Em 90 dias a ban-
comprometeu o lucro das bancas, nhas, foi uma forma de não perder ne Luiza, Lojas Americanas e Ca- ca de jornal faturou o equivalente
que poderia ter sido ainda maior. os meus clientes ”, diz o presidente sas Bahia, que passaram a comer- ao ano inteiro. Eu, por exemplo,
“Historicamente 70% das ven- da Fenavejor. cializar os produtos licenciados ganhei em outubro o dobro de ja-
das ocorrem nos primeiros 30 a 40 O representante da categoria neste ano, e a oferta por e-com- neiro a setembro. É o suficiente pa-
dias de venda. Nesse contexto, ficar avalia que a produção da Panini merce. No Rio, a segurança públi- ra me manter pelos próximos três
dez dias sem o produto já é muita não deu conta de abastecer as ca, problema crônico do Estado, meses”, comemora Mantovani.
coisa. Eu cheguei a comprar paco- bancas e redes de varejo. De olho foi um fator a mais na vida de co- O aumento das vendas neste
tinhos direto nas lojas enquanto na tendência do mercado, a fa- merciantes e colecionadores. ano dá fôlego a um negócio que, a
não recebia do distribuidor. Mes- bricante ampliou a parceria com “ Por um período, as próprias exemplo de outros, sofreu com a
mo sem lucro com essas figuri- grandes varejistas, como Magazi- bancas tiveram que retirar as figu- pandemia e procura se adaptar .
Com poucos pacotinhos na pra- por aqui”, diz Mehl. A Argentina é começaram a vender figurinhas e “kioscos”. “ É um momento históri-
ça, os envelopes com preço sugeri- um dos 15 países da América Lati- concentraram a produção devido co com o favoritismo da nossa sele-
do de 150 pesos, cerca de R$ 5,35, na atendidos pela unidade da Pa- ao maior poder de compra. Além ção e a despedida de [Lionel] Messi
chegam a ser anunciados por 180 a nini instalada no Brasil. disso, os 60 distribuidores oficiais das Copas. Esperamos que a de-
250 pesos em lojas de rua. “Mas até Os “kioscos”, ou quiosques, venderam os adesivos diretamen- manda continue em dezembro e
os lugares que aumentaram o pre- equivalentes às bancas de jornais te para o consumidor final e aca- em janeiro, com vendas em lojas
ço, restringiram o número de pa- no Brasil, são os pontos de venda baram não entregando para nós”, locais e nos quiosques”, disse Pala-
cotes a cinco por pessoa. E isso tradicionais. O sindicato da cate- afirma o vice-presidente da enti- cios antes do jogo de ontem.
acontece até hoje, a situação nun- goria, que representa 120 mil esta- dade, Adrián Palacios. Procurada, a assessoria da Pani-
ca melhorou. Mesmo com a crise e belecimentos argentinos, atribui a Para tentar driblar a concorrên- ni Brasil informou que só respon-
a inflação, o portenho faz filas que falta das figurinhas à distribuição cia e atender aos aficcionados, o de a perguntas sobre o Brasil. A re-
rodam o quarteirão para comprar para outros pontos de venda. sindicato negociou a compra dire- presentação na Argentina não foi
as figurinhas quando elas chegam “Este ano, os supermercados ta de 15 mil pacotes por dia pelos localizada pela reportagem. (PM)
Curta
e por Changpeng Zhao, CEO da Bi- Elon Musk também se preocu- Prejuízo da HP comparativa, para US$ 14,8 bi-
nance, de US$ 81,9 bilhões. pa com o Twitter, empresa que A fabricante de computadores lhões. Apesar da queda, o resulta-
Segundo a Bloomberg, a grande comprou em outubro por US$ 44 e impressoras HP registrou pre- do ficou melhor que o previsto
responsável pelas perdas recentes bilhões. Sua gestão já está cerca- juízo de US$ 2 milhões no quarto por analistas consultados pela
de Musk é a fabricante de carros da por polêmicas. Em menos de trimestre fiscal deste ano, rever- FactSet, que esperavam US$ 14,69
elétricos Tesla, da qual o bilionário um mês, ele foi responsável por tendo o lucro de R$ 3,1 bilhões bilhões. A receita líquida de siste-
é cofundador. A empresa, que res- demissões em massa, funções apurados no mesmo período do mas pessoais foi de US$ 10,3 bi-
ponde pela maior parte da fortuna implementadas e desativadas em ano passado. A última linha do lhões, queda de 13% ante o ano
do empresário, tem sofrido com as pouco tempo e ainda deu um ul- balanço foi afetada em grande anterior, com margem operacio-
novas restrições da China, seu timato aos funcionários: ou eles parte por custos de um acordo le- nal de 4,5%. A receita líquida do
maior mercado fora dos EUA, para se dedicam totalmente ou po- gal, segundo a companhia. A re- consumidor caiu 25% e a receita
conter o avanço da covid-19. dem deixar seus cargos. ceita caiu 11% na mesma base líquida comercial encolheu 6%.
Agenda Tributária
Mês de Novembro de 2022
Data de vencimento: data em que se encerra o prazo legal para pagamento dos tributos administrados pela Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil.
Data de Código Período de Apuração Data de Código Período de Apuração
Vencimento Tributos Darf*/GPS** do Fato Gerador (FG) Vencimento Tributos Darf*/GPS** do Fato Gerador (FG)
Diária Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF)
Rendimentos do Trabalho
Reclamatória Trabalhista - CEI
Reclamatória Trabalhista - CEI - pagamento exclusivo para outras
2801**
2810**
”
”
Tributação exclusiva sobre remuneração indireta 2063* FG ocorrido no mesmo dia entidades (Sesc, Sesi, Senai, etc.)
Rendimentos de Residentes ou Domiciliados no Exterior Reclamatória Trabalhista - CNPJ 2909** ”
Royalties e Assistência Técnica - Residentes no Exterior 0422* FG ocorrido no mesmo dia Reclamatória Trabalhista - CNPJ - pagamento exclusivo para outras 2917** ”
Renda e proventos de qualquer natureza 0473* ” entidades (Sesc, Sesi, Senai, etc.)
Juros e Comissões em Geral - Residentes no Exterior 0481* ”
Obras Audiovisuais, Cinematográficas e Videofônicas (L8685/93) - 5192* ”
23 Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF)
Rendimentos de Capital
Residentes no Exterior Títulos de renda fixa - Pessoa Física 8053* 11 a 20/novembro/2022
Fretes internacionais - Residentes no Exterior 9412* ”
Remuneração de direitos 9427* ”
Títulos de renda fixa - Pessoa Jurídica 3426* ”
Fundo de Investimento - Renda Fixa 6800* ”
Previdência privada e Fapi 9466* ” Fundo de Investimento em Ações 6813* ”
Aluguel e arrendamento 9478* ”
Outros Rendimentos
Operações de swap
Day-Trade - Operações em Bolsas
5273*
8468*
”
”
Pagamento a beneficiário não identificado 5217* FG ocorrido no mesmo dia Ganhos líquidos em operações em bolsas e assemelhados 5557* ”
Juros remuneratórios do capital próprio (art. 9º da Lei nº 9.249/95) 5706* ”
Diária Imposto sobre a Exportação (IE) 0107* Exportação, cujo registro da
Fundos de Investimento Imobiliário - Resgate de quotas 5232* ”
declaração para despacho aduaneiro
tenha se verificado 15 dias antes. Demais rendimentos de capital 0924* ”
Tributação Exclusiva - Art. 2º da Lei nº 12.431/2011 3699* ”
Diária Cide - Combustíveis - Importação - Lei nº 10.336/01
Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico incidente sobre a 9438* Importação, cujo registro da
Ganho de Capital - Integralização de Cotas com Ativos (art. 1ª da Lei nº
13.043/2014)
5029* ”
importação de petróleo e seus derivados, gás natural, exceto sob a forma declaração tenha se verificado no Empréstimo de Ativos - Fundos de Investimento (art. 8ª da Lei nº 5035* ”
liquefeita, e seus derivados, e álcool etílico combustível. mesmo dia. 13.043/2014)
Diária Contribuição para o PIS/Pasep Rendimentos de Residentes ou Domiciliados no Exterior
Importação de serviços (Lei nº 10.865/04) 5434* FG ocorrido no mesmo dia Aplicações Financeiras - Fundos/Entidades de Investimento Coletivo 5286* 11 a 20/novembro/2022
Aplicações em Fundos de Conversão de Débitos 0490* ”
Diária Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins)
Importação de serviços (Lei nº 10.865/04) 5442* FG ocorrido no mesmo dia Externos/Lucros/Bonificações/Dividendos
Juros remuneratórios de capital próprio 9453* ”
Diário (até 2 dias úteis Associação Desportiva que mantém Equipe de Futebol Profissional - 2550** Data da realização do evento (2 dias Outros Rendimentos
após a realização do Receita Bruta de Espetáculos Desportivos - CNPJ - Retenção e úteis anteriores ao vencimento) Prêmios obtidos em concursos e sorteios 0916* 11 a 20/novembro/2022
evento) recolhimento efetuado por entidade promotora do espetáculo (federação Prêmios obtidos em bingos 8673* ”
ou confederação), em seu próprio nome. Multas e vantagens 9385* ”
Diário (até 2 dias úteis Pagamento de parcelamento de clube de futebol - CNPJ - (5% da receita 4316** Data da realização do evento (2 dias 23 Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou Relativas a
após a realização do bruta destinada ao clube de futebol) úteis anteriores ao vencimento)
evento)
Títulos ou Valores Mobiliários (IOF)
Operações de Crédito - Pessoa Jurídica 1150* 11 a 20/novembro/2022
Até o 2º dia útil após a Contribuição do Plano de Seguridade Social Servidor Público (CPSS) Operações de Crédito - Pessoa Física 7893* ”
data do pagamento das
remunerações dos
Operações de Câmbio - Entrada de moeda 4290* ”
Operações de Câmbio - Saída de moeda 5220* ”
servidores públicos Aplicações Financeiras 6854* ”
CPSS - Servidor Civil Licenciado/Afastado, sem remuneração 1684* Outubro/2022
Factoring (art. 58 da Lei nº 9.532/97)
Seguros
6895*
3467*
”
”
Data de vencimento do
tributo na época da Ouro, Ativo Financeiro 4028* ”
ocorrência do fato Fonte: Secretaria da Receita Federal
gerador (vide art. 10 do
ADE Corat nº 14, de 2022) Reclamatória Trabalhista - NIT/PIS/Pasep 1708** Mês da prestação do serviço Obs.: Em caso de feriados estaduais e municipais, os vencimentos deverão ser antecipados ou prorrogados de acordo com a legislação de regência

Agronegócios
Investimento Com rodada de R$ 15 milhões, startup que produz hortaliças em fazendas verticais ampliará a oferta
A fazenda rosa cresceu: Pink Farms atrai a SLC
Luiz Henrique Mendes
De São Paulo
Quando Geraldo Maia e os irmãos
Mateus e Rafael Delalibera trabalha-
vam na Mobly, acostumaram-se a
compartilhar a hora do almoço para
um brainstorming. Os três queriam
empreender fora do mundo digital,
mas não sabiam o que fazer. Mas a
ideia estava ali mesmo, no prato.
Enquanto startups digitaliza-
vam da experiência bancária à
imobiliária, o estalo para inovar no
campo veio quando Mateus desco-
briu a incursão de americanos e ja-
poneses na produção de folhosas
no meio da cidade — em fazendas
verticais iluminadas por um rosa
que não passa despercebido.
A Pink Farms, então, foi criada
como pioneira na produção de fo-
lhas em fazendas urbanas verticais
no Brasil. “Quando olhamos a luz
rosa, identificamos um potencial
de venda absurdo. Você consegue
comunicar com quem quiser. É
um fator sexy pelo qual todos se
interessaram”, lembra Maia.
Agora, o negócio está prestes
a multiplicar por dez sua capaci-
dade de produção. A Pink Farms
está concluindo uma rodada sé-
rie A de R$ 15 milhões atraindo
a SLC, maior companhia de pro-
dução agrícola do país. A SLC
Ventures, braço de investimen-
tos do grupo gaúcho, será um
dos principais investidores.
“Nós plantamos commodities e
eles plantam hortaliça. Um na ter-
ra e outro em sistemas hidropôni-
cos em fazendas verticais”, disse
Carlos Eduardo Aranha, o executi-
vo responsável pela SLC Ventures,
que vislumbra um futuro em que
as sementes de grãos também po-
Com a rodada de R$ 15 milhões, a Pink Farms vai construir uma fazenda vertical de grande porte — a primeira da startup em escala exclusivamente comercial
derão ser multiplicadas com a tec-
nologia da Pink Farms.
Para a SLC, o investimento —
de valor exato não divulgado —
é apenas o segundo do braço de
inovação. A SLC Ventures conta
com R$ 50 milhões para investir
em startups em cinco anos, com
tíquete médio que vai de R$ 1
milhão a R$ 5 milhões. A Aegro
foi outra agtech que recebeu in-
vestimento do grupo.
A rodada da Pink Farms come-
çou a ser negociada há alguns
meses e deve ser concluída até
dezembro, trazendo de investi-
dores de varejo a grandes corpo-
rações como a SLC, passando pe-
los fundos de venture capital.
Desde julho, a Pink Farms está
com uma rodada de R$ 5 milhões
aberta na SMU Investimentos. A
captação na plataforma de
crowdfunding se encerra nesta
semana e a meta deve ser atingi-
da. Além dos investidores de va-
rejo, a startup vai completar os
R$ 15 milhões do série A com o
aporte da SLC Ventures e de ou-
tros fundos que ainda não tive-
ram o nome divulgado. Todos en-
tram no mesmo valuation de
R$ 60 milhões (pré-money).
Desde que foi fundada, a Pink
Farms fez algumas rodadas meno-
res, captando R$ 8,8 milhões. Para
tirar a ideia do papel, os fundado-
res colocaram R$ 150 mil do pró-
prio bolso para testar a viabilidade
da alface produzida em um sala de
50 metros quadrados. Os testes fo-
ram promissores, e a Pink Farms
saiu à caça de investidores para fa-
zer a validação comercial. SP Ven-
tures, gestora especializada no
agro, e Capital Lab toparam e, em
2019, investiram R$ 2 milhões.
De lá para cá, a Pink Farms le-
vantou mais R$ 6,8 milhões, o que
incluiu aportes da Grão VC, de an-
jos como Christophe Allain (da Jas-
mine) e de investidores que aplica-
ram na rodada de R$ 4,8 milhões
feita pela plataforma de crowd-
funding SMU Investimentos.
O capital levantando até agora
ajudou o time liderado por Maia,
Quarta-feira, 23 de novembro de 2022
DIVULGAÇÃO
que é o CEO da Pink Farms, a tornar
o produto competitivo e chegar a
algumas lojas de redes como Carre-
four e GPA. Mas a fazenda vertical
na Vila Leopoldina, bairro da zona
oeste de São Paulo, ficou pequena
para as ambições da startup.
Com a série A, a companhia che-
gou agora no que pode ser seu tur-
ning point em termos de escala.
Com a rodada de R$ 15 milhões, a
Pink Farms vai construir uma fa-
zenda vertical de grande porte — a
primeira da startup em escala ex-
clusivamente comercial. Se na Vila
Leopoldina a Pink Farms consegue
produzir 3 toneladas por mês, o
que é um volume muito pequeno
para atender grandes varejistas, na
| Valor | B9
nova unidade a capacidade salta
para algo mais de 30 toneladas.
A escala também trará uma
vantagem de preço. Atualmente,
as folhas da Pink Farms chegaram
a um preço intermediário entre o
produto tradicional e o orgânico.
Hoje, uma alface pronta para
consumo sai algo entre R$ 8,50 e
R$ 9,00. Mas a nova fazenda redu-
zirá os custos de produção. Só a
economia de energia, com a uso
do mercado livre, representará
uma economia de 40%.
Na competição com as folho-
sas convencionais, a Pink Farms
também sai em vantagem. Sua
colheita leva 28 a 40 dias, mais
rápida que a da produção con-
vencional (de 60 a 90 dias), e com
benefícios ambientais — o uso de
água é reduzido em 95% e o de
fertilizantes, em 60%. Não há
agrotóxico na produção.
A localização da fazenda verti-
cal ainda não está definida, mas
deve ficar entre as cidades a 10
quilômetros da Vila Leopoldina,
em cidades como Barueri, Caja-
mar, Osasco ou Guarulhos. A ideia
é inaugurar a fazenda em março e
atingir a capacidade total até
agosto de 2023. Com a nova fábri-
ca, a Pink Farms espera chegar ao
breakeven. O faturamento pode
alcançar R$ 20 milhões.
A diversificação da produção
também está no radar, para incluir
cogumelos, morangos e outras
berries. Conforme o cronograma,
a Pink Farms deixará de ser apenas
uma produtora de folhas em 2023.
A expansão nacional deve ocorrer
a partir do ano seguinte, com a es-
truturação de dívidas para erguer
fazendas verticais para atender ci-
dades como Rio e Brasília.
Este texto foi originalmente
publicado pelo Pipeline, o site de
negócios do Valor Econômico
B10 | Quarta-feira, 23 de novembro de 2022
Agronegócios
Resultados Montante de R$ 220 milhões estará disponível
no dia 5; receita deve alcançar até R$ 28 bilhões neste ano
Apesar de quebra da
soja, Coamo antecipa
sobras a cooperados
Fernando Lopes
De São Paulo
Maior cooperativa agrícola da
América Latina, a paranaense Coa-
mo, com sede em Campo Mourão,
aprovou ontem a antecipação da
distribuição de R$ 220 milhões em
sobras (lucros) a seus 30,6 mil as-
sociados. O dinheiro estará dispo-
nível no dia 5 de dezembro.
Embora este venha sendo um
ano difícil, principalmente por
causa da quebra da safra de soja
na região Sul e em parte de Mato
Grosso do Sul, a Coamo vai encer-
rar 2022 com resultado positivo.
As sobras totais, entretanto, ain-
da dependem das últimas sema-
nas do ano e não foram definidas.
Em 2021, as sobras totaliza-
Possível aumento de oferta em 2023 Reino
tarifa incidente sobre
continua a frear altas do café em NY as importações de suco
Cenários
Érica Polo
De São Paulo
O café arábica teve uma valori-
zação significativa, de quase 3%,
no pregão de ontem na bolsa de
Nova York, ancorado sobretudo
em efeitos negativos do clima so-
bre as safras do Brasil e Colôm-
bia, os dois maiores fornecedores
globais da variedade. Mas, no
acumulado de 2022, quando as
lavouras dos principais países
produtores do grão amargaram
perdas produtivas sérias, o recuo
dos preços já está perto de 30%.
Ontem, o café arábica encerrou
o dia cotado a US$ 1,647 por li-
bra-peso. Desde o último pregão
do ano passado, a queda é de
27,12%, e, em 12 meses, de quase
29%, segundo o Valor Data. O de-
clínio acentuado é recente, desta-
cam analistas, e pode ser explica-
do por um conjunto de fatores
que incluem, mais uma vez, o cli-
ma. Sobre o rumo das cotações, a
única certeza dos especialistas,
por ora, é a volatilidade.
“O café está em patamar menor
mesmo com o aperto na oferta
porque o mercado já olha para
Geo usará biogás para fabricar bioquerosene de aviação
Bioenergia
Camila Souza Ramos
De São Paulo
Um projeto da Geo Biogás &
Tech recebeu apoio da Finep pa-
ra testar uma nova forma de
produção de bioquerosene de
aviação (SAF, na sigla em inglês).
A empresa construirá uma plan-
ta-piloto de produção do com-
bustível renovável a partir do
biogás, rota ainda não explora-
da comercialmente no mundo.
A companhia aposta que o bio-
gás deverá ser a fonte mais compe-
titiva de produção de SAF na corri-
da global pela descarbonização do
transporte de aviação. O CORSIA,
programa da Organização da
Aviação Civil Internacional (OACI)
de redução de emissões, prevê que
as empresas aéreas deverão redu-
ram R$ 1,8 bilhão, o que repre-
sentou um aumento de 65,4% na
comparação com o ano anterior.
Segundo José Aroldo Gallassini,
presidente do conselho de admi-
nistração da Coamo, a receita do
grupo, que foi de R$ 24,7 bilhões
em 2021, deverá alcançar entre R$
26 bilhões e R$ 28 bilhões no ano.
Ou seja, nessa frente, um novo re-
corde já está garantido.
E esse recorde virá, em boa me-
dida, graças aos elevados preços da
soja, carro-chefe da cooperativa.
Isso porque, por causa da seca em
sua área de atuação — Paraná, San-
ta Catarina e Mato Grosso do Sul —,
o volume recebido este ano res-
tringiu-se a 52 milhões de sacas de
60 quilos, bem abaixo das 100 mi-
lhões previstas no plantio.
Unido suspende
Café em NY
Em centavos de US$/libra
Mês a mês*
250
218
186
154
122
101,00
90
Jun/20
Fonte: Dow Jones Newswires. Elaboração: Valor Data. *Mercado futuro, segunda posição.
2023”, diz Gil Barabach, analista
da Safras & Mercado. Ele lembra
que o retorno das chuvas ajuda as
floradas. Ainda que as recentes
quedas de chuvas de granizo pos-
sam ter afetado lavouras minei-
ras — o que contribuiu para a alta
dos preços na sessão de ontem — ,
ainda há uma perspectiva de au-
mento da oferta no ciclo futuro
em comparação com o atual.
O analista Fernando Maximi-
zir as emissões de carbono em 15%
a partir de 2024. E a Associação In-
ternacional de Transportes Aéreos
(Iata) estima que 65% da mitigação
virá do uso de SAF.
A maior parte das plantas que
estão em operação e construção
para produzir SAF ao redor do
mundo utilizam como matéria-
prima resíduos orgânicos e
óleos vegetais, como de palma e
de soja, e algumas iniciativas de-
vem começar agora a utilizar
etanol. A produção de SAF a par-
tir de biogás seria pioneira.
Segundo Alessandro Garde-
mann, CEO da Geo Biogás & Tech,
o metano, que pode ser produzi-
do a partir de biomassa da agro-
pecuária, custa atualmente entre
US$ 12 e US$ 15 o BTU, enquanto
o etanol custa o equivalente a
US$ 20 o BTU. A planta-piloto da
companhia deverá testar a viabi-
Mas, segundo Gallassini, uma
lição importante prevaleceu: os
cooperados pagaram R$ 129 mi-
lhões em prêmios para contratar
seguro rural na safra 2022/23, e,
com a quebra — que também
atingiu o milho —, receberam R$
836 milhões em indenizações.
“Como sementes, fertilizantes e
defensivos, o seguro tem que ser
considerado um insumo”, afirmou
ao Valor. Segundo Gallassini, o au-
mento dos preços sobretudo de
fertilizantes e defensivos também
impulsionou a receita da Coamo
nessa frente e colaborou para o
crescimento previsto para 2022.
A cooperativa também conti-
nuou a investir em sua expansão,
com a construção de novos en-
trepostos de recebimento de
Dia a dia*
179
176,95
173
164,70
167
161
155
149
164,70 2/Nov/22 22/Nov/22
Variações - em %
Dia 2,68
No mês -5,37
No ano -27,12
22/Nov/22 12 meses -28,79
liano, da consultoria StoneX,
pontua que o grão oscilou em um
intervalo de US$ 2 a US$ 2,40 por
libra-peso ao longo deste ano,
tendo ficado abaixo de US$ 2 por
libra-peso apenas em setembro,
quando o clima ficou mais favo-
rável para as lavouras no Brasil.
Com uma safra possivelmente
maior do que a atual em 2023 e a
preocupação com os efeitos que a
retração da economia global pode
lidade financeira de um projeto
de SAF a partir do biogás.
O executivo calcula que, se to-
do o potencial de biogás — a
partir dos resíduos agroindus-
triais e urbanos — que existe
atualmente no Brasil fosse dire-
cionado para a fabricação do
bioquerosene de aviação, o país
poderia produzir 30 bilhões de
litros do combustível renovável.
O volume cobriria com folga to-
da a demanda nacional por que-
rosene de aviação, que girava em
torno de 7 bilhões de litros ao
ano antes da pandemia, e ainda
atenderia o mercado externo.
Para atingir as metas internacio-
nais, a Iata estima que será preciso
produzir 449 bilhões de litros de
SAF ao ano, mas a execução ainda
está muito atrasada. Segundo a en-
tidade, os investimentos que estão
em curso hoje no mundo devem
José Aroldo Gallassini, presidente do conselho da Coamo: contratação de seguro rural foi vital na safra 2022/23
grãos em Mato Grosso do Sul e
em uma nova fábrica de ração,
que deverá estar concluída no
primeiro trimestre de 2023.
Atualmente, a Coamo conta
com mais de 100 unidades de
recebimento de grãos em quase
80 municípios nos três Estados
em que atua. A soja é o principal
ter sobre o consumo da bebida —
que ainda não retornou a níveis
pré-pandêmicos —, continua Ma-
ximiliano, os fundos especulativos
acabaram liquidando posições,
movimento que também empur-
rou as cotações para baixo.
Segundo ele, o volume de li-
quidação de posições compra-
das entre 6 de setembro e a se-
mana passada foi significativo.
“Fundos reduzem posição em
ativos de risco quando há incer-
tezas no cenário econômico”,
continua o analista da StoneX.
O aumento dos juros e dos
preços dos fretes marítimos, re-
flexo dos problemas da econo-
mia global, afetou a demanda
de importadores, reiterou
Eduardo Carvalhaes, analista es-
pecializado do Escritório Carva-
lhaes. “Ficou mais caro formar
estoques de café”, afirma.
Segundo Carvalhaes, o produ-
tor não teve lucro. Quem travou
parte da safra antecipadamente
vendeu o café por preços mais
baixos do que na época de picos
de cotações. “E mesmo vendendo
a preços mais altos, tem menos
café e alta de custos”, diz. Ele reite-
ra que não há informação oficial
sobre estoques de café no país.
levar a capacidade instalada glo-
bal de 125 milhões de litros para 5
bilhões de litros anuais.
“Nossa rota é a cara do potencial
do Brasil, a biomassa é específica
do Brasil. O país tem a responsabi-
lidade de liderar esse exemplo, que
não tem lá fora”, defende Garde-
mann. Uma vez provada a viabili-
dade econômica do biogás no SAF,
a companhia espera atrair investi-
dores interessados em construir
plantas em escala comercial.
A planta-piloto da GEO será er-
guida em Tamboara (PR) e terá
capacidade para produzir 660 li-
tros por dia. A construção de-
mandará um investimento de
R$ 15 milhões, a ser feito com re-
cursos da Finep e da própria Geo.
O projeto será executado em con-
junto com a Universidade Esta-
dual de Maringá (UEM). A planta
deve começar a operar em 2024.
produto agrícola recebido, se-
guida por milho, trigo e café.
Parte desses produtos é indus-
trializada em dois parques fabris.
Um deles, situado em Campo
Mourão, conta com fábricas de
processamento de soja, produção
de margarina e óleo de soja refi-
nado, moinhos de trigo, fiação de
Comércio
De São Paulo
O governo britânico anunciou,
na semana passada, a suspensão
da tarifa incidente sobre a impor-
tação de sucos concentrados e
prontos para beber entre 1 o de ja-
neiro de 2023 e 31 de dezembro de
2024. A decisão deverá beneficiar
os embarques de suco de laranja
brasileiro para o Reino Unido.
Embora valha para sucos de to-
das as origens, o Brasil domina as
exportações globais de suco de la-
ranja. Sem a taxa de 12,2%, a Asso-
ciação Nacional dos Exportadores
de Sucos Cítricos (CitrusBR) acre-
dita que será possível que o país no
mínimo mantenha as vendas das
últimas três safras e economize
aproximadamente US$ 5 milhões
nos dois anos de isenção tarifária.
Em 2019/20, 2020/21 e 2021/22,
os embarques brasileiros de suco de
laranja para o Reino Unidos soma-
ram, em média, 15 mil toneladas e
renderam US$ 22,5 milhões por ci-
clo, de acordo com dados da Citrus-
BR, que representa Citrosuco, Cutra-
le e Louis Dreyfus Company, que li-
deram as exportações mundiais.
No primeiro trimestre desta sa-
fra 2022/23, encerrado em setem-
bro, as exportações do país alcan-
çaram 276,2 mil toneladas, ou
US$ 520 milhões. A União Euro-
peia, principal destino das ven-
das, foi responsável por importa-
valor.com.br
Tributos
Paraná adia debate
sobre taxação do agro
Deputados estaduais do Paraná
adiaram a discussão sobre o
projeto de lei que prevê a criação
de um fundo de infraestrutura
logística a partir da cobrança de
impostos sobre produtos
agropecuários no Estado. O
governador Ratinho Júnior pediu
ontem ao presidente da
Assembleia Legislativa do Estado,
Ademar Traiano (PSD), para
suspender o debate e votação da
proposta. (Rafael Walendorff)
valor.com.br/agro
CLAUDIO BELLI/VALOR
algodão e torrefação e moagem
de café — e é também o local de
construção da fábrica de ração.
O outro complexo está locali-
zado em Dourados (MS), onde há
processamento de soja, produ-
ção de farelo e óleo de soja e uma
refinaria. No total, a Coamo tem
mais de 8,5 mil funcionários.
ções de 181 mil toneladas no pe-
ríodo, ou US$ 351,2 milhões.
Apesar da pequena participa-
ção nas exportações totais do Bra-
sil, o Reino Unido é o terceiro prin-
cipal mercado consumidor de su-
co de laranja da Europa, atrás de
Alemanha e França. Daí o poten-
cial de crescimento, embora a ofer-
ta brasileira nesta safra 2022/23 es-
teja apertada após problemas cli-
máticos nos últimos anos.
“Sabíamos que haveria uma jane-
la para a revisão de uma série de tari-
fas por causa da saída do Reino Uni-
do da UE e que existia uma chance
real de conseguirmos essa isenção,
porque não há produção de suco de
laranja local e não fazia sentido pe-
nalizar o consumidor com uma so-
bretaxa que apenas encarece o pro-
duto”, afirma o diretor-executivo da
CitrusBR, Ibiapaba Netto, em nota.
Na mesma nota, Tatiana Cam-
pos, diretora de relações institu-
cionais da CitrusBR — que condu-
ziu as tratativas para a suspensão
da tarifa, em parceria com a Asso-
ciação Britânica de Bebidas e com
apoio da embaixada do Brasil em
Londres —, diz que questões liga-
das à sustentabilidade da produ-
ção também pesaram para a deci-
são anunciada pelo Reino Unido.
Segundo ela, áreas de preser-
vação relacionadas a pomares da
laranja e manejo de polinizado-
res, entre outros aspectos, foram
usados como argumentos no pe-
dido de desoneração. (FL)
Biodiesel
Ministério queria B12
a partir de janeiro
O ministro da Agricultura,
Marcos Montes, afirmou ontem
que votou contra a resolução do
Conselho Nacional de Política
Energética (CNPE) que manteve
a mistura de biodiesel ao diesel
em 10% até março de 2023. A
proposta do Ministério era elevar
o teor para 12% a partir de
janeiro. Parlamentares já têm se
movimentado em Brasília para
tentar revogar a decisão no
Congresso Nacional. (RW)
valor.com.br/agro

Finanças
Destaques
Transações de pagamento
O Banco Central divulgou ontem
que as transações de pagamento
cresceram 40% em 2021 quando
comparadas a 2020, totalizando
58,8 bilhões de operações. O
montante financeiro, por sua vez,
subiu 27% no volume transacio-
nado, totalizando R$ 76,9 tri-
lhões. As estatísticas não contem-
plam dados de transações de pa-
gamento utilizando dinheiro
(em espécie). “O crescimento da
quantidade total de transações
(excluídas aquelas em espécie)
observado em 2021, em compa-
ração ao ano anterior, se deu,
principalmente, pela adoção ace-
lerada do uso do Pix pela socieda-
de, como nova alternativa para
efetuar seus pagamentos”, assi-
nalou a autoridade monetária no
comunicado. De acordo com o
BC, também houve alta no mer-
cado de cartões, que manteve
crescimento nas modalidades de
crédito (34%), débito (18%), e
pré-pago (213%). O Banco Cen-
tral também identificou “um dis-
creto crescimento” no débito di-
reto (9%) e do boleto (9%), bem
como uma redução no uso do
cheque, transferências interban-
cárias e intrabancárias.
Índice de Renda Fixa Valor
Base = 100 em 31/dez/99
1.774,0
1.767,2
1.760,4
1.753,6
1.746,8
1.740,0
7/Out
2022
Variações
No dia
No mês
No ano
Fonte: Valor PRO. Elaboração: Valor Data
Regulação e inovação
O diretor de regulação do Banco
Central (BC), Otavio Damaso, afir-
mou ontem que a autoridade mo-
netária está “100% aberta” a ajus-
tar a regulação para fomentar a
inovação. “Naturalmente quere-
mos fomentar a inovação com
prudência”, complementou Da-
maso em palestra no evento SYNC
2022, promovido pela Federação
Nacional das Associações dos Ser-
vidores do Banco Central (Fenas-
bac). O diretor ressaltou que o
ajuste no arcabouço regulatório
tem sido feito não só pelo BC, mas
também pelo Conselho Monetário
Nacional (CMN) e pelo Congresso.
Além disso, ele afirmou que o BC
abriu diálogo nos últimos anos
com “entes não regulados”, como
a sociedade e o setor produtivo.
“Olhando para frente, temos uma
grande agenda que começa a se
abrir, que é uma economia tokeni-
zada”, destacou. Segundo ele, a di-
gitalização dos serviços financei-
ros traz redução de custos e mais
transparência. “A CBDC [moeda
digital emitida pelo BC] vai ser o
link entre as finanças tradicionais
e finanças descentralizadas”, pon-
tuou. (Larissa Garcia)
Estatísticas de crédito
O Banco Central alterou o horário
de divulgação das estatísticas mo-
netárias e de crédito de novem-
bro em função do jogo da seleção
brasileira na Copa do Mundo na
próxima segunda-feira. O docu-
mento será publicado às 9h e a
entrevista coletiva virtual será
realizada às 10h. Antes, a divulga-
ção estava prevista para as 9h30 e
a coletiva para as 11h. (LG)
Serviços Bancos e fintechs veem no
setor espaço para atender empresas
Instituições
financeiras
apostam em
benefícios
Álvaro Campos e Mariana Ribeiro
De São Paulo
A abertura do segmento de va-
le-refeição e alimentação, que
ocorrerá a partir de maio de
2023, deve aumentar a competi-
ção no setor, mas também trará
mais oportunidades para bancos
e outras instituições financeiras
reforçarem sua atuação no setor
de benefícios. Com um volume
estimado de R$ 150 bilhões após
essa mudança regulatória, o seg-
mento por si só já é interessante,
mas para os bancos também re-
presenta uma forma de aumen-
tar o relacionamento com em-
presas — incluindo de pequeno
porte — e potencializar as vendas
cruzadas de produtos e serviços.
Bradesco e Banco do Brasil
(BB) atuam nesse nicho através
da Alelo, que faz parte da EloPar,
e agora a Elo também começará
a operar no arranjo aberto. O
Santander criou a Ben em 2019 e
o Itaú Unibanco comprou uma
fatia na Ticket no mesmo ano.
Assim já como ocorre com
cartões de crédito, o mundo dos
vales de benefício será dividido
entre arranjo aberto e fechado.
No arranjo fechado, que é o mo-
delo tradicional desse mercado,
emissão, credenciamento e a
bandeira do cartão são todos fei-
tos pela mesma empresa. Os va-
1.746,95 lores, por sua vez, são usados na
22/Nov rede credenciada. Hoje, esse
2022 mercado é dominado por Alelo,
Sodexo e Ticket, que detêm uma
-0,11% fatia de quase 80%. O restante é
-1,33% pulverizado em quase 180 em-
7,36%
presas locais e regionais.
O grosso do mercado está nos
serviços de alimentação e refei-
ção, que podem ser oferecidos ao
trabalhador com benefício fiscal
para as empresas, por meio do
Programa de Alimentação do
Trabalhador (PAT), ou sem. Há,
porém, diversos outros tipos de
benefícios que podem ser oferta-
dos, como vale-cultura, farmácia,
combustível, entre outros.
No arranjo aberto, emissão, cre-
denciamento e bandeira são feitos
por instituições diferentes. Mais
recentemente, startups de benefí-
cios começaram a atuar por meio
desse modelo “bandeirado”, que
expande a rede de aceitação. A
partir de maio, o arranjo aberto
poderá oferecer para as empresas
o mesmo benefício fiscal que o
fechado no âmbito do PAT.
Márcio Alencar, diretor de estra-
tégia digital, marketing e negócios
Calotededívidaespeculativavaidobrar,dizMoody’s
Sérgio Tauhata
De São Paulo
Os “defaults” de empresas de
grau especulativo vão dobrar em
2023 e ficar acima da média de
longo prazo, afirma a Moody’s
em relatório. De acordo com a
agência de classificação de riscos,
a taxa de calotes de títulos de dí-
vida de grau especulativo vai
quase dobrar nos próximos 12
meses, para 4,3%, comparado a
2,3% vistos em setembro de 2022.
Esse indicador estaria acima da
média de longo prazo, de 4,1%.
da Alelo, afirma que hoje a compa-
nhia tem uma fatia de 30% no PAT,
ou R$ 40 bilhões, e mais R$ 6 bi-
lhões no seu ecossistema em ou-
tros benefícios, que já operam em
um modelo de arranjo aberto. Ele
diz que, com as mudanças regu-
latórias, essa relação 85%/15% en-
tre arranjo fechado e aberto ten-
de a mudar e chegar a um equilí-
brio no médio a longo prazo.
“Não é porque em maio come-
ça o arranjo aberto no PAT que vai
haver uma migração em massa.
Será algo gradual. Temos relacio-
namentos de longo prazo com os
RHs das empresas, para nossos
mais de 1 milhão de lojistas já
oferecemos uma série de outros
serviços financeiros, e o cliente fi-
nal já é muito bem atendido aqui.
Ele não vai simplesmente mudar
da noite para o dia”, afirma.
De qualquer forma, a Alelo já
testa um modelo de benefício
flexível, em parceria com a Elo, e
deve lançá-lo no início de 2023.
Pedro Cardoso, diretor de novos
negócios da Elo, diz que desde o
decreto 10.854, editado em no-
vembro de 2021 e que previa um
prazo de 18 meses para a entra-
da em vigor do arranjo aberto
no PAT, a companhia vinha estu-
dando entrar nesse segmento.
“Temos um dos maiores arranjos
de pagamentos do Brasil, com
mais de 8 milhões de estabeleci-
mentos credenciados e 45 mi-
lhões de cartões emitidos. Então
começamos a estudar como usar
essa rede para estruturar um
produto de benefícios, endere-
çando uma oportunidade de
mercado bastante interessante.”
Como no arranjo aberto a Elo é
a bandeira e a Alelo é a emissora,
elas estarão juntas e não compe-
tindo diretamente entre si. No
entanto, uma eventual expansão
dessa parceria pode acabar cani-
balizando o mercado de arranjo
fechado da Alelo. “Não há confli-
to, há espaço para colaboração.
Vai ficar a critério da empresa
contratar o que é melhor para
seu funcionário, o arranjo fecha-
do ou o aberto”, diz Alencar.
O Mercado Pago entrou em be-
nefícios há pouco mais de três
meses. O diretor sênior de banco
digital da companhia, Ignacio
Estivariz, diz que, assim como fez
com a conta digital, a companhia
percebeu que poderia moderni-
zar esse segmento. Em parceria
com a Visa, o mesmo cartão é uti-
lizado para a função débito e be-
nefícios. No aplicativo, há espé-
Na avaliação dos especialistas,
a elevação de taxas de juros vai
criar pressões para companhias
com ratings baixos. “A deteriora-
ção da qualidade de crédito vai
aumentar as vulnerabilidades
em meio às incertezas sobre aces-
so a capital. Mas, talvez, a liqui-
dez acumulada e o vencimento
limitado de dívidas nos próxi-
mos um a dois anos possa ganhar
algum tempo para essas compa-
nhias antes do impacto total das
subidas de juros ser sentido.”
A emissão global de dívida
por empresas não financeiras,
Sob Carlos Augusto
Salamonde, diretoria
de investimentos
globais do Itaú reúne
quatro unidades C6
Estivariz, do Mercado Pago: assim como fez com a conta digital, a companhia percebeu que poderia modernizar esse segmento
cies de subcontas, já que o bene-
fício de refeição, por exemplo, só
pode ser utilizado em restauran-
tes. “Para a empresa, facilita ter a
gestão de todos os benefícios em
um só cartão, e o cliente ainda
tem todos os benefícios da con-
ta gratuita do Mercado Pago.”
Estivariz afirma que o Merca-
do Pago tem atualmente 35 mi-
lhões de usuários no Brasil e ava-
lia que, em tese, esse é o mercado
potencial do produto de benefí-
cios. Segundo ele, o interesse
principal da fintech no serviço
não é a tarifa de intercâmbio do
cartão, mas as oportunidades
que o segmento oferece. “Esta-
mos sempre analisando onde a
tecnologia pode trazer um dife-
rencial, onde a experiência atual
não é muito boa. Agora, estamos
nesse processo de falar com os
RHs, trazer as empresas. Isso
sem falar nos benefícios de in-
clusão financeira, já que muitas
vezes o cartão de benefícios é o
primeiro passo nesse caminho.”
A partir de maio, o arranjo
aberto poderá oferecer
para as empresas o
mesmo benefício fiscal
no PAT que o fechado
O executivo cita o exemplo de
da empresa de embalagens Rub-
beron, de Manaus (AM), cujos
funcionários ainda recebiam va-
les de papel, que eram aceitos
em um único restaurante. Após
o acordo com o Mercado Pago,
diz, o processo foi digitalizado.
Marco Garcia, dono da Rubbe-
ron, afirma que muitos dos seus
colaboradores tiveram acesso a
um cartão de débito ou crédito pe-
la primeira vez por meio do Merca-
do Pago. A reação positiva dos fun-
cionários se espalhou pela região,
e despertou o interesse de outros
empresários, que procuraram Gar-
cia para saber mais detalhes.
A Ticket, marca da Edenred
Brasil, possui um portfólio am-
plo de benefícios. Além dos va-
les-alimentação e refeição, traba-
lha com soluções para transpor-
te, cultura, incentivos e recom-
pensas, antecipação salarial, saú-
por outro lado, vai acelerar em
2023 na comparação com este
ano. A agência diz esperar que
os volumes globais de “emissões
de título ‘high yield’ e emprésti-
mos para financiar aquisições
sejam mais elevados [em 2023]
na comparação com este ano”.
Segundo a Moody’s, 2022 cami-
nha para ser o ano mais fraco em
emissões desde 2008, que marcou
o início da crise financeira. Os vo-
lumes de emissões no mercado in-
ternacional nos últimos nove me-
ses caíram 69% na comparação
anual, para US$ 406 bilhões.
Quarta-feira, 23 de novembro de 2022
de, bem-estar, educação e home
office. No fim de 2021, a marca
lançou a Ticket Vantagens, que
oferece uma série de benefícios
aos usuários, como um market-
place com produtos seleciona-
dos, clube de descontos com
cashbacks e acesso a uma plata-
forma de educação corporativa.
“Os constantes incrementos
no portfólio fazem parte da es-
tratégia da marca de investir
em relacionamento e digitaliza-
ção. As soluções reforçam a
transformação digital da mar-
ca, respeitando a legislação tra-
balhista e acordos sindicais”,
afirma a empresa em resposta a
questionamentos do Valor.
Em 2019, o Itaú adquiriu uma
participação de 11% na Ticket,
que segue independente, tendo
a Edenred como sua controlado-
ra e gestora. De acordo com a
empresa, a parceria possibilitou
que o banco ampliasse seu port-
fólio de soluções de RH ofereci-
das a clientes corporativos. “Ao
mesmo tempo, o novo canal de
distribuição fortalece a organi-
zação de vendas já existente da
Ticket e chega para apoiar no
constante crescimento da mar-
ca no mercado brasileiro.”
A entrada do modelo de ar-
ranjo aberto no PAT será impor-
tante para que as novatas no
mercado consigam acessar tam-
bém os RHs de grandes compa-
nhias. Isso porque o benefício
fiscal do programa é aplicável às
empresas que apuram os seus
tributos com base no chamado
lucro real. “Com a abertura do
mercado, empresas maiores po-
dem passar a considerar novas
ofertantes”, diz Karen Fletcher,
líder do departamento jurídico
da Caju, startup fundada em
2020 que concentra benefícios
em um cartão de crédito de ban-
deira Visa. Hoje, 13 mil empre-
sas, com cerca de 400 mil usuá-
rios, utilizam o cartão da Caju.
Outras mudanças que devem
aumentar a competição no setor
são a proibição do bônus dado
aos RHs das empresas contra-
tantes pelas emissoras dos car-
tões alimentação (o chamado
“rebate”), que acaba aumentan-
do a taxa cobrada de restauran-
Em 2023, as captações pela
empresas tendem a ser impulsio-
nadas por “modesta necessidade
de refinanciamento, que espera-
mos ser limitada na primeira
metade do ano, mas que aumen-
te progressivamente conforme o
ano avance”. A Moody’s também
mantém expectativa de aumento
de transações de aquisições por
private equity, financiadas por
meio de emissão de dívida.
A visão da agência para a ativi-
dade global ficou mais nebulosa.
“A economia [global] está à beira
de uma retração em meio a uma
| C1
DIVULGAÇÃO
tes e supermercados, e do pós-
pagamento (prazo para que os
RHs quitem o valor do benefício
contratado), diz Fletcher. “Paras
as entrantes, era muito difícil
competir em pé de igualdade
com empresas que tinham con-
dições para oferecer tanto no
prazo para pagamento quanto
em descontos agressivos.”
As mudanças nas regras dos
vales foram feitas por meio de
um decreto do final de 2021 e de
uma medida provisória aprova-
da neste ano. As discussões não
foram simples. Houve muito de-
bate, por exemplo, sobre a liber-
dade para o usuário trocar a ges-
tora do seu cartão de benefícios.
Essa portabilidade, inclusive, po-
de precisar se adiada, já que en-
frenta resistência. Fontes do se-
tor comentam que a operaciona-
lização do procedimento não é
simples e há dúvidas regulatórias
sobre como isso será feito.
Para que a portabilidade fun-
cione, será necessária regula-
mentação do governo para defi-
nir, por exemplo, qual será o ór-
gão gestor desse cadastro, se o
Banco Central, o Ministério da
Economia ou o Ministério do Tra-
balho. A Associação Brasileira
das Empresas de Benefícios ao
Trabalhador (ABBT) tem atuado
nas discussões com o governo,
assim como a Zetta, associação
fundada por Mercado Pago e
Nubank e que representa tam-
bém outras fintechs. A transição
para o governo Lula, no entanto,
atrasa um pouco as conversas.
Com a chegada do arranjo aber-
to, é provável ainda que haja uma
consolidação no mercado e em-
presas locais acabem sendo com-
pradas ou mesmo fechadas se não
conseguirem se adaptar às novida-
des, que exigem investimentos em
tecnologia. Um obstáculo é que as
líderes de mercado já possuem
participação muito grande e, entre
as companhias menores, muitas
não têm os padrões de governança
exigidos pelos grandes grupos, o
que torna uma eventual operação
de aquisição mais complexa.
Procurados, BB e Bradesco
preferiram se manifestar somen-
te via Alelo. Itaú, Sodexo e San-
tander não se pronunciaram.
inflação persistente, taxas de juros
mais elevadas e mercados finan-
ceiros voláteis. Nós esperamos que
o crescimento econômico dos paí-
ses do G-20 desacelere para 1,3%
em 2023, significativamente mais
baixo que os 2,1% da nossa estima-
tiva anterior e ainda mais baixo
que os 2,5% de avanço esperados
para este ano, como resultado de
uma recessão na Europa e um cres-
cimento mais lento nos EUA.”
A Moody’s também reduziu a
estimativa de crescimento da
China para 4% em 2023, ante
4,8% da expectativa anterior.
C2 | Valor | Quarta-feira, 23 de novembro de 2022
Finanças
Ibovespa
Em pontos
116.037
109.036
109.775
31/out 10/nov 22/nov
2022
Fontes: B3 e Valor PRO. Elaboração: Valor Data
Ativos Juros e dólar sobem enquanto bolsa cai; Petrobras opera com forte volatilidade
Mercados voltam ao campo
negativo com política e fiscal
Augusto Decker, Gabriel Roca,
Igor Sodré e Matheus Prado
De São Paulo
Após um início de sessão com
tom positivo, as indefinições po-
líticas e fiscais voltaram a ter im-
pacto negativo no mercado, e os
ativos locais encerraram o pre-
gão de ontem no vermelho. O de-
sempenho negativo das ações da
Petrobras pesou na bolsa ao lon-
go da sessão, que foi marcada,
ainda, por uma insatisfação re-
novada dos agentes financeiros
com a possibilidade de indicação
do ex-ministro Fernando Had-
dad ao comando do Ministério
da Fazenda no próximo governo.
O dólar encerrou o dia em alta
firme contra o real, de 1,24%, cota-
do a R$ 5,3762, e o Ibovespa regis-
trou queda de 0,65%, aos 109.036
pontos. A taxa do contrato de De-
pósito Interfinanceiro (DI) para
janeiro de 2024 subiu de 14,255%
do ajuste anterior para 14,355%; e
Wall Street avança com apoio de varejo e energia
Arthur Cagliari e Daniel Gateno
De São Paulo
Com o discurso de integrantes
do Federal Reserve (Fed, o banco
central dos EUA) tornando-se re-
petitivo, e na ausência de novos da-
dos econômicos para alterar o ru-
mo das negociações, os três princi-
pais índices acionários de Wall
Street encerraram a sessão de on-
tem em alta. O que ajudou a man-
ter o resultado positivo foram os
balanços trimestrais de empresas
varejistas e a recuperação do setor
de energia, em sessão marcada pe-
lo avanço dos preços do petróleo.
No fim da sessão, o índice
Dow Jones fechou em alta de
. lhões a R$ 92 bilhões, mas os exe-
PresidentedoBC
alemãodefendealta
‘robusta’dejuros
Bloomberg
O Banco Central Europeu
(BCE) se prepara para outro au-
mento “robusto” da taxa de juros
no próximo mês, embora ainda
seja prematuro definir o tama-
nho, de acordo com o presidente
do Bundesbank, Joachim Nagel.
Os dados de inflação esperados
antes da reunião do Conselho do
BCE, que acontece entre os dias
14 e 15 de dezembro, e as novas
projeções econômicas até 2025
serão fundamentais para deter-
minar se um terceiro aumento se-
guido de 0,75 ponto percentual é
necessário para enfrentar a infla-
ção recorde, ou se um passo de
0,50 ponto é suficiente, disse o
presidente do banco central ale-
mão a jornalistas em Frankfurt.
De qualquer forma, os esforços
do BCE no lado dos juros devem
ser complementados por uma re-
dução no estoque de títulos com-
prados como estímulo durante
as crises recentes a partir do iní-
cio do próximo ano, afirmou.
“Preciso olhar os números de
Bolsas internacionais
Variações no dia 22/Nov/22 - em %
1,36
Ibovespa 1,18
fecha
pregão com
0,72
queda de
0,65% 0,29
Dow S&P- Euronext DAX
Jones 500 100
a do DI para janeiro de 2027 sal-
tou de 13,25% para 13,425%.
A incerteza política teve impacto
relevante no comportamento dos
papéis da Petrobras. Ao longo da
sessão, as ações da estatal chega-
ram a perder mais de 4%, mas fe-
charam próximas da estabilidade,
com as ordinárias em alta de 0,15%
e as preferenciais em queda de
0,81%. O senador Jean Paul Prates
(PT-RN), indicado pelo governo de
transição para conduzir os traba-
lhos do subgrupo de petróleo, gás
natural e biocombustíveis, afirmou
que o ministro de Minas e Energia,
Adolfo Sachsida, se comprometeu
a sustar ou suspender decisões es-
truturais e estratégicas da compa-
nhia até a mudança de governo —
entre essas, a venda de ativos.
Na segunda-feira, o UBS BB re-
baixou a recomendação da ação da
empresa de “compra” para “venda”
e cortou o preço-alvo em mais de
50% — de R$ 47 para R$ 22. Analis-
tas do banco afirmaram que falta
1,18%, a 34.098,10 pontos, en-
quanto o S&P 500 avançou
1,36%, a 4.003,58 pontos, e o
Nasdaq exibiu ganhos de 1,36%,
a 11.174,41 pontos. Entre os on-
ze índices setoriais do S&P 500,
o melhor desempenho ficou
com o segmento de energia, em
alta de 3,18%. As ações da Exxon
Mobil subiram 2,98%, enquanto
as da Chevron ganharam 2,61%.
O melhor desempenho das
ações do setor de energia ocor-
reu em uma sessão marcada pela
recuperação dos preços do pe-
tróleo. Os contratos mais líqui-
dos do Brent (referência global) e
WTI (referência americana) ha-
viam sido penalizados na sessão
dezembro — seria muito precipita-
do me comprometer com o tama-
nho do próximo aumento da taxa”,
disse Nagel. “Começamos de for-
ma robusta e teremos que ser ro-
bustos novamente em dezembro,
sempre dependentes de dados.”
Discussões sobre o tamanho
exato da próxima alta dos juros
do BCE “não são realmente úteis”
neste momento, disse Nagel, se-
gundo o qual um aumento de
0,50 ponto também seria “forte”.
Após o aperto monetário mais
intenso de sua história, o BCE en-
tra em uma nova fase, que se tor-
na mais complexa. Autoridades
devem pesar as ações adotadas
até o momento, já que a zona do
euro, com 19 países, busca evitar
uma recessão. Também avaliarão
o efeito do recente alívio nos cus-
tos de energia e terão que levar
em consideração as medidas para
reduzir o balanço patrimonial.
A presidente do BCE, Christine
Lagarde, já prometeu que a insti-
tuição definirá em dezembro os
“princípios-chave” para desfazer
seu maior programa de títulos, o
Juros
DI-Over futuro - % ao ano
12,92
0,35
0,61
0,13 11,71
CAC- Nikkei- Xangai 31/out
40 225 SE 2022
clareza sobre o futuro da compa-
nhia no novo governo e que medi-
das adotadas desde 2016 podem
ser revertidas. Há também especu-
lações no mercado sobre quem
ocupará a presidência da estatal,
com nomes ventilados sendo vistos
com cautela pelos investidores.
Ao Valor, o chefe de renda va-
riável de um banco estrangeiro
avaliou que é preciso esperar pa-
ra entender quais serão, de fato,
as mudanças na estrutura da
companhia. “O mercado tem
consciência de que deve haver al-
guma piora nos resultados apre-
sentados a partir do próximo
ano. Ao mesmo tempo, existem
estruturas de governança que
protegem essas empresas. Eu
acho que não dá para ignorar Pe-
trobras e Banco do Brasil quando
recuam tanto quanto agora.”
De forma geral, as questões po-
líticas domésticas seguem como
o principal gatilho para a movi-
mentação dos ativos locais. Após
anterior, em meio a relatos de
que a Organização dos Países Ex-
portadores de Petróleo e seus
aliados (Opep+) iria expandir
seu volume de produção. A infor-
mação, no entanto, foi desmenti-
da pelos membros do cartel.
Ontem, os comentários de in-
tegrantes do Fed soaram mais
repetitivos e tiveram menor im-
pacto no mercado. A presidente
da distrital do Fed de Cleveland,
Loretta Mester, disse que a redu-
ção da inflação continua sendo
o foco da autoridade monetá-
ria. Já a chefe do Fed de Kansas
City, Esther George, apontou
que um mercado de trabalho
mais estável e menos apertado
Nagel, do Bundesbank: discussões sobre o tamanho exato da próxima alta de juros ‘não são realmente úteis’ no momento
APP. Nagel disse que pressionará
por uma decisão para iniciar o
processo, conhecido como aper-
to quantitativo (QT, em inglês),
no início do próximo ano.
É importante “que essa redu-
ção no balanço ocorra de forma
gradual e de forma que os mer-
cados possam avaliá-la”, expli-
cou. “Posso imaginar que títulos
com vencimento sob o APP sim-
plesmente não sejam substituí-
dos, mas essa é uma decisão que
tomaremos em nossa reunião de
dezembro. Vejo um bom apoio
no Conselho do BCE”, disse.
Dólar comercial
Cotação de venda - R$/US$
Jan/2024 Jan/2025
14,38
13,63
13,05
3 5
13,69 5,1654
10/nov 22/nov 31/out
2022
reação inicial bastante negativa
dos mercados à minuta da PEC da
Transição apresentada pelo go-
verno eleito, propostas alternati-
vas, que preveem um menor
montante de recursos fora do te-
to de gastos e com um prazo de
tempo delimitado, passaram a
ser debatidas no Congresso.
Assim, o início do pregão de
ontem foi marcado por certo oti-
mismo. O movimento, contudo,
foi revertido com rumores de que
Haddad continua favorito para
assumir o Ministério da Fazenda.
O nome que irá comandar a eco-
nomia no futuro governo e a com-
posição da equipe são aguarda-
dos com ansiedade pelos agentes,
na tentativa de avaliar qual será a
postura da gestão petista sobre os
gastos públicos e qual abordagem
deve ser adotada para a condução
da economia nos próximos anos.
“O desafio fiscal do próximo
mandato presidencial é tamanho
que um choque exógeno de credi-
pode permitir que a elevação de
preços perca alguma força.
“A última rodada de discursos
de integrantes do Fed não nos
ensinou nada de novo”, disse
Edward Moya, analista sênior da
Oanda, em nota. “Investidores
estão atentos à próxima ata [do
Comitê Federal de Mercado
Aberto do Fed], mas ela já está
datada e provavelmente mostra-
rá que muitos membros do Fed
têm um caminho de taxa ainda
indefinido, já que a inflação é
uma fera difícil de dominar.”
O que também ajudou na re-
cuperação dos indicadores fo-
ram os resultados trimestrais de
companhias ligadas ao setor va-
Questionado se a velocidade
do QT pode se transformar em
moeda de troca ao decidir sobre
o tamanho dos próximos au-
mentos dos juros, Nagel afirmou:
“Para mim, é importante que a
redução do balanço comece”.
Ao mesmo tempo, o presidente
do BC alemão não quis sinalizar
um pico para as taxas porque a in-
flação da zona do euro — em
10,6% — está muito longe da meta
de 2%, e as perspectivas são muito
incertas. Nagel ressaltou que no-
vas projeções das equipes dos
bancos centrais da área do euro e
Dólar
comercial
5,3942 5,3762 encerra
165.340
o dia em
alta de
1,24%
em relação
ao real
10/nov 22/nov
bilidade é fundamental. E um
choque pode ser a indicação de
nomes com credibilidade prévia,
pois sinaliza um compromisso
com o desenho de nova âncora
fiscal que garanta a sustentabili-
dade fiscal de médio prazo. Nesse
sentido, os nomes serão lidos co-
mo sinalizações das linhas gerais
das políticas a serem adotadas de
2023 em diante”, dizem analistas
da SulAmérica Investimentos.
No fim do dia, os ativos também
reagiram negativamente ao anún-
cio de que o PL, partido do presi-
dente Jair Bolsonaro, pediu ao Tri-
bunal Superior Eleitoral (TSE) que
invalide os votos computados em
279.336 urnas eletrônicas usadas
no segundo turno, com base em
um relatório feito por um instituto
que é investigado por “fake news”.
“Isso traz incertezas e, caso se pro-
longue, traz de volta a pauta de ter-
ceiro turno, ruptura, algo que o
mercado não gosta”, diz um gestor
que não quis ser identificado.
rejista. A companhia forte em
produtos eletrônicos Best Buy
mostrou em seu relatório trimes-
tral que os lucros e as vendas caí-
ram no período de julho a setem-
bro, mas os resultados não foram
tão ruins quanto o esperado pe-
los investidores. Diante disso, as
ações da empresa subiram
12,78%. A Abercrombie & Fitch,
por sua vez, avançava 21,42%
depois que a varejista superou
as projeções de receita e entre-
gou um lucro ajustado estreito
contra uma perda esperada.
Na sessão, o rendimento do
Treasury de dez anos fechou em
queda, a 3,758%, de 3,833% do
encerramento de segunda-feira.
ALEX KRAUS/BLOOMBERG
do BCE serão interessantes de se-
rem analisadas, mesmo que indi-
cadores atuais do mercado pos-
sam oferecer orientação melhor.
“As previsões para 2025 certa-
mente devem ser tratadas com
cautela”, disse. “Mas o interessante,
claro, são as perspectivas para o
próximo ano e 2024, especialmen-
te os desvios da previsão de setem-
bro. Esse é o fator decisivo para
mim.” Nagel afirmou que a infla-
ção na Alemanha, a maior econo-
mia da região, provavelmente fica-
rá em uma média acima de 8,5% es-
te ano e chegará a 7% em 2023.
Índices de ações Valor-Coppead
Em pontos
Performance Mínima Variância
156.173
154.523
86.986 81.463 80.526
31/out 10/nov 22/nov
2022
PagSeguro
tem lucro
de R$ 411 mi
no 3 o tri
Mariana Ribeiro
De São Paulo
A PagSeguro encerrou o tercei-
ro trimestre com aumento de re-
ceita e recuperação do “take rate”
(taxa cobrada a cada transação),
na esteira dos ajustes de preços
que vêm sendo realizados. Os vo-
lumes de pagamentos processa-
dos (TPV) cresceram, mas fica-
ram ligeiramente abaixo do que
havia sido projetado pela pró-
pria companhia. Além disso,
houve queda na base de clientes
da adquirência. Após a divulga-
ção, as ações operavam em queda
de mais de 7% no “after market”.
A companhia teve lucro líquido
ajustado de R$ 411 milhões no ter-
ceiro trimestre, queda de 2% na
comparação com igual período do
ano anterior. O resultado superou
as projeções que haviam sido di-
vulgadas pela empresa no trimes-
tre anterior, de R$ 400 milhões a
R$ 410 milhões. Pelo critério con-
tábil, houve lucro de R$ 380 mi-
lhões, alta anual de 18% e recorde
para o período. A receita total ficou
em R$ 4,04 bilhões, alta de 45%.
A empresa informou ainda que
espera registrar lucro líquido ajus-
tado de R$ 1,57 bilhão a R$ 1,6 bi-
lhão em 2022, o que representaria
alta de 10% a 12% sobre o ano pas-
sado. Para o lucro contábil, por sua
vez, a expectativa é a de que o re-
sultado fique entre R$ 1,45 bilhão
e R$ 1,48 bilhão, alta de 24% a 27%.
Se confirmados, serão valores re-
cordes, afirma Eric Oliveira, diretor
de RI e ESG da companhia.
“Conseguimos entregar um
lucro bastante saudável no ter-
ceiro trimestre principalmente
pela estratégia de reprecificação
que adotamos, não somente na
adquirência, no pré-pagamento,
mas também nas concessões de
crédito”, disse Oliveira ao Valor.
O volume total processado
(TPV) na área de pagamentos ficou
em R$ 90,3 bilhões no período, au-
mento anual de 35%. As previsões
da companhia iam de R$ 91 bi-
cutivos destacam que a credencia-
dora cresceu mais do que os con-
correntes no período. “Fomos o
maior ganhador de participação
do mercado em relação ao final de
2021”, diz Oliveira. Já em serviços
financeiros, foram processados
R$ 105,1 bilhões, avanço de 79%.
A companhia encerrou o tercei-
ro trimestre com 7,3 milhões de
comerciantes ativos na adquirên-
cia, queda anual de 5%. CEO da
companhia, Alexandre Magnani
afirma que o recuo é explicado pe-
la maior seletividade na aquisição
de clientes, com menos subsídios a
“maquininhas” e busca por rela-
ções mais rentáveis. “Consideran-
do clientes que faturam acima de
R$ 3 mil, a gente cresceu 15% ano
contra ano. A queda é em clientes
de faturamento muito baixo.” No
PagBank, os usuários ativos soma-
ram 15,8 milhões, avanço de 29%.
A PagSeguro fez um novo mo-
vimento de reprecificação de
produtos no início do terceiro
trimestre e segue monitorando
as condições de mercado, afir-
mou Magnani. De acordo com
ele, o ajuste de preços permitiu o
aumento do “take rate” líquido,
que ficou em 2,59%, contra 2,51%
no segundo trimestre, e não le-
vou a maior perda de clientes.
A companhia vem focando a
concessão de crédito em produ-
tos com garantia. No período, a
carteira de crédito atingiu R$ 2,7
bilhões, aumento anual de 71%.
No ano passado, 5% da carteira
era de produtos colateralizados.
Agora, esse percentual é de 35%.
Quarta-feira, 23 de novembro de 2022 | Valor | C3
C4 | Valor | Quarta-feira, 23 de novembro de 2022

Finanças
Renda fixa Instituições dos EUA enfrentam momento em que investidores têm optado por ficar de fora do mercado

Bancos tentam se livrar de dívida arriscada

Eric Platt e Harriet Clarfelt mercados permanece instável e os da fabricante de autopeças Tenne- rar os bônus da contabilidade. dinheiro barato que fluiu nos pri- vancados também diminuíram
Financial Times, de Nova York temores crescentes de uma reces- co, por US$ 7,1 bilhões, depois que Mesmo depois que as ofertas de bô- meiros meses de 2022, estimulan- dramaticamente depois de um
são significam que muitos negó- grandes descontos e rendimentos nus e empréstimos forem concluí- do o entusiasmo por negócios e o excelente 2021. E a dívida que
Os bancos de Wall Street estão cios continuam arriscados demais de dois dígitos não atraíram cre- das, os bancos ficarão com bilhões refinanciamento de dívidas exis- conseguiu atrair investidores
usando o derretimento dos mer- para os investidores, embora ou- dores. Semanas antes, uma oferta de dólares em dívida da Nielsen. tentes à medida que as taxas de ju- nos últimos dois meses tendeu a
cados de dívida corporativa para tros comecem a ser realizados. de dívida de US$ 3,9 bilhões para Outros negócios com dívidas, ros se aproximavam de zero. ter as classificações “B” e “BB”,
se desfazer de bilhões de dólares Peter Gleysteen, presidente- financiar a aquisição do grupo de especialmente os não atrelados a Mas desde então os bônus e as com os tomadores frequente-
em empréstimos atrelados a arris- executivo da gestora de ativos telecomunicações Brightspeed pe- novas aquisições alavancadas, fo- ações estão sob forte pressão, so- mente tendo que oferecer prote-
cadas aquisições de private equity, AGL Credit Management, diz que la Apollo foi abandonada. ram realizados. Executivos do frendo um golpe da inflação alta e ções maiores aos investidores
mas muitos ainda estão incorren- as incertezas na economia mun- Mas os bancos tiveram sorte em Goldman Sachs que subscreveram do aumento das taxas. Por sua vez, nos documentos das ofertas.
do em perdas para fechar os negó- dial “levaram os investidores a aumentar o interesse em ofertas de um empréstimo de US$ 1,7 bilhão aumentaram os temores de que o Adam Abbas, chefe adjunto de
cios com os investidores. parar, olhar e prestar atenção... dívida de companhias com classi- para a Fórmula 1 conseguiram ga- Fed e seus pares globais apertem a renda fixa da Harris Associates,
Uma venda de títulos de dívida Há muito capital disponível, mas ficações de crédito melhores, in- rantir custos de empréstimos me- política monetária levando a uma diz que os mercados estão “efeti-
este mês, atrelados à aquisição da ele não está sendo colocado para cluindo aquelas avaliadas por in- nores que os esperados para a desaceleração econômica prolon- vamente” fechados para as com-
companhia de avaliação de au- trabalhar da maneira usual.” vestidores como mais bem prepa- companhia, depois que investido- gada, enquanto se esforçam para panhias com classificação “CCC”
diência de TV Nielsen, ofereceu Os negócios com bônus e em- radas para suportar uma desacele- res lançaram grandes ordens. conter a rápida alta dos preços. que tentam vender títulos de dívi-
um alívio para credores que in- préstimos a que os bancos estão ração econômica. Os bancos con- A companhia, que tem uma Uma recessão poderia significar a da, levantando o espectro de “um
cluem o Bank of America e o Bar- presos foram firmados no ano pas- seguiram se livrar de US$ 2 bilhões classificação “BB” da S&P Global, redução dos gastos com consumo, ciclo natural de inadimplência”.
clays, que estão desesperados pa- sado ou no começo deste ano, an- em dívidas pendentes ligadas ao emitiu o empréstimo com um ren- no momento em que as empresas A coordenação de vendas de
ra resolver negócios “pendentes” tes que os mercados fossem sacu- “takeover” de US$ 16 bilhões da dimento de cerca de 7,9%, pagan- enfrentam uma escalada dramáti- dívidas corporativas vem se mos-
que se acumularam em seus ba- didos pelo aumento dos custos das Nielsen, e se encontram nos está- do 3,25 pontos percentuais acima ca dos custos dos empréstimos, trando altamente lucrativa para
lanços este ano por causa de uma dívidas. Os bancos se comprome- gios finais da venda de um outro de importante referencial para es- que já bloqueou efetivamente os bancos em períodos aqueci-
falta de apetite dos investidores. teram a financiar as aquisições em empréstimo de US$ 1,75 bilhão li- se tipo de dívida. Quando os ban- muitos dos mercados de capitais. dos de realização de negócios,
O mercado de US$ 3,2 trilhões termos bem mais generosos do gado ao negócio. O empréstimo queiros começaram a comerciali- As vendas de bônus dos EUA quando há muitos compradores
de bônus corporativos de risco e que uma empresa poderia encon- está obtendo uma demanda sólida zar o empréstimo, esperava-se que com classificação “junk” caíram es- interessados e vendedores no
empréstimos alavancados come- trar nos mercados atualmente. e deverá ser finalizado ainda nesta o rendimento chegasse a até 8,5%. te ano para os menores níveis des- mercado. Mas ela se tornou uma
çou a se recuperar nas últimas se- Na semana passada, credores li- semana, segundo algumas fontes. O clima mais hesitante nos mer- de a crise financeira de 2008, ge- grande dor de cabeça e um dre-
manas, depois de uma longa cal- derados pelo Citigroup e BofA No entanto, a dívida da Nielsen cados de crédito representa uma rando recursos de apenas US$ 101 no aos cofres dos próprios ban-
maria, preparando o caminho pa- abandonaram parte de uma pla- trouxe rendimentos impressio- mudança em relação aos primei- bilhões, segundo dados da Refini- cos, uma vez que os investidores
ra os bancos considerarem a venda nejada venda de dívida de US$ 2,4 nantes para os potenciais investi- ros meses do ano. Estímulos do tiv. No ano passado, as emissões vêm optando por ficar de fora do
de algumas dívidas para os investi- bilhões para financiar a aquisição dores, com os bancos oferecendo banco central no auge da pande- somaram US$ 464 bilhões. mercado este ano por temerem
dores. No entanto, a confiança nos pela Apollo Global Management grandes descontos para ajudar a ti- mia desencadearam uma era de As vendas de empréstimos ala- mais volatilidade pela frente.

Finanças | Indicadores
IMA - Índices de Mercado Anbima Custo do dinheiro TR, Poupança e TBF Índice de Renda Fixa Valor
Em 22/11/22 Em % no período Variações % no período Base = 100 em 31/12/99
Valor Var. no Var. no Var. no Há No fim de Há Há Período TR Poupança * Poupança ** TBF 22/11/22 21/11/22 18/11/22 17/11/22 16/11/22 14/11/22
Índice Referência do índice dia % mês % ano % Taxas referenciais 22/11/22 21/11/22 1 semana outubro 1 mês 12 meses 05/11 a 05/12 0,1133 0,6139 0,6139 0,9042 Índice 1.746,95 1.748,84 1.744,99 1.747,08 1.749,64 1.755,51
IRF-M 1* 13.222,1751740 0,04 0,57 10,31 Selic - meta ao ano 13,75 13,75 13,75 13,75 13,75 7,75 06/11 a 06/12 0,1508 0,6516 0,6516 0,9520 Var. no dia -0,11% 0,22% -0,12% -0,15% -0,33% 0,31%
IRF-M 1+** 16.268,1159510 -0,31 -3,14 3,85 Selic - taxa over ao ano 13,65 13,65 13,65 13,65 13,65 7,65 07/11 a 07/12 0,1784 0,6793 0,6793 0,9999 Var. no mês -1,33% -1,22% -1,44% -1,32% -1,17% -0,84%
IRF-M Total 14.980,0132030 -0,19 -1,94 5,85 Selic - taxa over ao mês 1,5236 1,5236 1,5236 1,5236 1,5236 0,8777 08/11 a 08/12 0,1790 0,6799 0,6799 1,0005 Var. no ano 7,36% 7,48% 7,24% 7,37% 7,53% 7,89%
IMA-B 5*** 7.884,5481670 -0,32 -0,92 8,12 Selic - taxa efetiva ao ano 13,65 13,65 13,65 13,65 13,65 7,65 09/11 a 09/12 0,1792 0,6801 0,6801 1,0007 Fonte: Valor PRO. Elaboração: Valor Data
IMA-B 5+**** 9.544,1028400 -0,71 -4,21 1,33 Selic - taxa efetiva ao mês 1,0207 1,0207 1,0207 1,0207 1,0207 0,5868 10/11 a 10/12 0,1787 0,6796 0,6796 1,0002
IMA-B Total 8.389,7484600 -0,52 -2,69 4,54 CDI - taxa over ao ano 13,65 13,65 13,65 13,65 13,65 7,65 11/11 a 11/12 0,1441 0,6448 0,6448 0,9553
IMA-S Total 5.564,5574300 0,05 0,71 11,18 CDI - taxa over ao mês 1,5236 1,5236 1,5236 1,5236 1,5236 0,8777 12/11 a 12/12 0,1164 0,6170 0,6170 0,9073
IMA-Geral Total 6.802,3417290 -0,21 -1,07 7,72
Fonte: Anbima. Elaboração: Valor Data. * Prazo menor ou igual a 1 ano ** Prazo maior que 1 ano *** Prazo menor ou igual a 5 anos **** Prazo
CDI - taxa efetiva ao ano 13,65 13,65 13,65 13,65 13,65 7,65 13/11 a 13/12
14/11 a 14/12
0,1441
0,1819
0,6448
0,6828
0,6448
0,6828
0,9553
1,0034
Câmbio
CDI - taxa efetiva ao mês 1,0207 1,0207 1,0207 1,0207 1,0207 0,5868
maior que 5 anos 15/11 a 15/12 0,1818 0,6827 0,6827 1,0033
CDB Pré - taxa bruta ao ano - - - 11,98 12,74 9,11
16/11 a 16/12 0,2095 0,7105 0,7105 1,0513 Em 22/11/22
CDB Pré - taxa bruta ao mês - - - 0,9471 1,0044 0,7291 Em US$ * Em R$ **
17/11 a 17/12 0,2112 0,7123 0,7123 1,0530
CDB Pós - taxa bruta ao ano - - - 12,34 12,91 8,23 Moeda Compra Venda Compra Venda
Crédito CDB Pós - taxa bruta ao mês - - - 0,9747 1,0171 0,6615
18/11 a 18/12
19/11 a 19/12
0,1825
0,1438
0,6834
0,6445
0,6834
0,6445
1,0040
0,9550 Baht (Tailândia) 36,1200 36,1600 0,14750 0,14770
Taxa de juros de referência - B3 20/11 a 20/12 0,1816 0,6825 0,6825 1,0031 Balboa (Panamá) 1,0000 1,0000 5,3333 5,3339
Taxas - em % no período TJ3 - 3 meses (em % ao ano) 13,80 13,79 13,76 13,68 13,68 9,46 21/11 a 21/12 0,2093 0,7103 0,7103 1,0511 Bolívar Soberano (Venezuela) 9,9538 9,9787 0,5345000 0,5359000
Há 1 No fim de Há 1 Há 12 TJ6 - 6 meses (em % ao ano) 14,06 14,02 13,88 13,69 13,67 10,99 Boliviano (Bolívia) 6,8500 7,0000 0,7619 0,7787
Fonte:BancoCentral.Elaboração:ValorData.*Depósitosaté03/05/12**Depósitos
Linhas - pessoa jurídica 07/11/22 04/11/22 semana outubro mês meses Taxas referenciais de Swap - B3 Colon (Costa Rica) 605,1000 608,7000 0,008762 0,008815
a partir de 04/05/12; Lei nº 12.703/2012
Capital de giro pré até 365 dias - a.a. 29,14 27,91 30,75 30,75 34,61 26,09 DI x Pré-30 - taxa efetiva ao ano 13,69 13,69 13,69 13,65 13,67 8,53 Coroa (Dinamarca) 7,2313 7,2323 0,7374 0,7376
Capital de giro pré sup. 365 dias - a.a. 25,14 24,94 24,18 24,18 26,53 24,72 DI x Pré-60 - taxa efetiva ao ano 13,73 13,72 13,72 13,67 13,68 8,88 Coroa (Islândia) 142,1600 142,5000 0,03743 0,03752
Conta garantida pré - a.a.
Desconto de duplicata pré - a.a.
48,43
27,22
47,70
26,85
48,70
26,77
48,70
26,77
46,91
27,39
36,75
21,25
DI x Pré-90 - taxa efetiva ao ano 13,80 13,79 13,76 13,68 13,68 9,45 B3 - Brasil, Bolsa, Balcão Coroa (Noruega)
Coroa (Rep. Tcheca)
10,1360
23,6920
10,1390
23,7020
0,5260
0,2250
0,5262
0,2251
DI x Pré-120 - taxa efetiva ao ano 13,90 13,86 13,78 13,69 13,69 10,03
Vendor pré - a.a. 17,92 18,22 18,36 18,36 18,23 15,14 Coroa (Suécia) 10,6699 10,6728 0,4997 0,4999
Capital de giro flut. até 365 dias - a.a. 19,98 19,98 22,04 22,04 20,23 17,97
DI x Pré-180 - taxa efetiva ao ano 14,09 14,02 13,88 13,69 13,68 11,00 Índices de ações em 22/11/22 Dinar (Argélia) 138,4680 139,8520 0,03814 0,03852
Capital de giro flut. sup. 365 dias - a.a. 18,25 18,73 18,85 18,85 18,53 18,88 DI x Pré-360 - taxa efetiva ao ano 14,36 14,25 13,81 13,15 13,14 12,21
No No No Em 12 Dinar (Kuwait) 0,3078 0,3084 17,2935 17,3291
Conta garantida pós - a.a. 27,54 27,84 27,75 27,75 27,35 23,14 Fontes: Banco Central, B3 e Valor PRO. Elaboração: Valor Data
Índice dia mês ano meses Dinar (Líbia) 4,9089 4,9312 1,0815 1,0866
ACC pós - a.a. 7,31 7,34 7,48 7,48 7,30 2,93 Direitos Especiais de Saque *** 1,3073 1,3073 6,9722 6,9730
Factoring - a.m. 3,64 3,64 3,66 3,66 3,67 3,68 Variação % em reais
Dirham (Emirados Árabes Unidos) 3,6729 3,6732 1,4519 1,4522
Fontes: Banco Central, Anfac e Valor PRO. Elaboração: Valor Data Mercado futuro Ibovespa 109.036 -0,65 -6,03 4,02 6,77 Dirham (Marrocos) 10,7528 10,7548 0,4959 0,4960
IBrX 46.275 -0,65 -6,20 3,41 6,60 Dólar (Austrália)*** 0,6635 0,6640 3,5386 3,5417
Em 22/11/22 IBrX 50 18.308 -0,61 -5,70 4,60 8,99 Dólar (Bahamas) 1,0000 1,0000 5,3333 5,3339
Juros externos PU de Taxa efetiva - Contratos Cotação - em % ao ano
IEE
SMLL
80.309
2.049
-0,15
-1,71
-4,02
-12,17
5,25
-13,35
7,45
-13,18
Dólar (Belize) 1,9982 2,0332 2,6231 2,6694
DI de 1 dia ajuste em % ao ano negociados Mínimo Máximo Último Dólar (Canadá) 1,3394 1,3398 3,9807 3,9823
ISE 3.313 -1,35 -10,18 -9,73 -8,05 Dólar (Cayman) 0,8250 0,8350 6,3872 6,4653
Empréstimos - em % ao ano Vencimento em dez/22 99.644,94 13,661 15.596 13,656 13,664 13,660 IMOB 680 -2,34 -17,30 -6,02 -4,40 Dólar (Cingapura) 1,3791 1,3796 3,8658 3,8677
Há 1 No fim de Há 1 Há 12 Vencimento em jan/23 98.534,32 13,690 316.682 13,682 13,696 13,686 IDIV 7.032 -0,12 -2,53 10,73 12,77 Dólar (EUA) 1,0000 1,0000 5,3333 5,3339
22/11/22 21/11/22 semana outubro mês meses Vencimento em fev/23 97.430,70 13,725 6.420 13,730 13,740 13,740 Dólar (Hong Kong) 7,8163 7,8165 0,6823 0,6824
IFIX 2.866 -0,05 -4,18 2,20 11,04
Libor - empréstimos interbancários em dólar * Vencimento em mar/23 96.516,74 13,824 10.380 13,800 13,845 13,800 Dólar (Nova Zelândia)*** 0,6143 0,6147 3,2762 3,2787
1 mês 4,0161 3,9790 3,9036 3,7677 3,5856 0,0924 Vencimento em abr/23 95.356,53 13,910 129.563 13,855 13,935 13,900 Variação % em dólares Dólar (Trinidad e Tobago) 6,7492 6,8260 0,7813 0,7903
3 meses 4,6987 4,6919 4,6497 4,4396 4,3584 0,1696 Vencimento em mai/23 94.440,64 14,001 2.118 13,975 14,030 14,000 Ibovespa 20.442 -0,80 -7,39 8,83 11,78 Euro (Comunidade Européia)*** 1,0283 1,0285 5,4842 5,4859
6 meses 5,1621 5,1716 5,0850 4,9309 4,8750 0,2439 Vencimento em jun/23 93.329,55 14,087 341 14,050 14,140 14,050 IBrX 8.676 -0,80 -7,55 8,19 11,60 Florim (Antilhas Holandesas) 1,7845 1,8200 2,9304 2,9890
9 meses - - - - - -
Vencimento em jul/23 92.259,59 14,190 427.968 14,080 14,220 14,180 IBrX 50 3.432 -0,76 -7,06 9,44 14,10 Franco (Suíça) 0,9525 0,9527 5,5981 5,5999
1 ano 5,5789 5,5659 5,4601 5,3690 5,4756 0,4256
Vencimento em ago/23 91.217,45 14,240 1.080 14,155 14,285 14,285 IEE 15.056 -0,30 -5,40 10,11 12,49 Guarani (Paraguai) 7171,0000 7223,0000 0,0007384 0,0007438
Euro Libor - empréstimos interbancários em euro *
Vencimento em set/23 90.078,80 14,300 1.406 14,280 14,320 14,310 SMLL 384 -1,83 -13,44 -9,36 -9,11 Hryvnia (Ucrânia) 36,9290 36,9340 0,1444 0,1444
1 mês - - - - - -0,5740
Vencimento em out/23 89.098,12 14,345 46.469 14,170 14,395 14,320 ISE 621 -1,49 -11,49 -5,55 -3,74 Iene (Japão) 141,3400 141,3700 0,03773 0,03774
3 meses - - - - - -0,5794
IMOB 127 -2,45 -18,57 -1,74 0,13 Kuna (Croácia) 7,3330 7,3380 0,7268 0,7274
6 meses - - - - - -0,5480 Ajuste Var. no Contratos Cotação - R$/US$ 1.000,00
1 ano - - - - - -0,4917 IDIV 1.318 -0,26 -3,93 15,86 18,07 Libra (Egito) 24,4600 24,5600 0,2172 0,2181
Dólar comercial do dia dia em % negociados Mínimo Máximo Último
Euribor ** IFIX 537 -0,18 -5,56 6,94 16,25 Libra (Líbano) 1505,5000 1518,5000 0,003512 0,003543
Vencimento em dez/22 5.369,36 0,91 237.440 5.291,00 5.407,50 5.370,00 Libra (Síria) 2511,0000 2514,0000 0,00212 0,00212
1 mês - 1,400 1,414 1,208 0,983 -0,560 Vencimento em jan/23 5.403,66 0,91 135 5.401,00 5.401,00 5.401,00 Fontes: B3, Banco Central e Valor PRO. Elaboração: Valor Data
3 meses - 1,817 1,795 1,641 1,543 -0,564 Libra Esterlina (Grã Bretanha)*** 1,1878 1,1881 6,3349 6,3372
Vencimento em fev/23 5.435,69 - 0 0,00 0,00 0,00 Naira (Nigéria) 442,6300 443,6300 0,01202 0,01205
6 meses - 2,327 2,300 2,034 2,107 -0,528
Vencimento em mar/23 5.460,52 - 0 0,00 0,00 0,00 Lira (Turquia) 18,6019 18,6071 0,2866 0,2867
1 ano -
Taxas referenciais no mercado norte-americano
2,835 2,852 2,567 2,778 -0,495
Vencimento em abr/23 5.495,74 - 0 0,00 0,00 0,00 Prêmio de risco do EMBI+* Novo Dólar (Taiwan) 31,1460 31,1760 0,17110 0,17130
Prime Rate 7,00 7,00 7,00 6,25 6,25 3,25 Ajuste Var. no Contratos Cotação - R$/€ 1.000,00 Novo Sol (Peru) 3,8318 3,8616 1,3811 1,3920
Federal Funds 4,00 4,00 4,00 3,25 3,25 0,25 Euro do dia dia em % negociados Mínimo Máximo Último Spread em pontos base ** Peso (Argentina) 164,5200 164,5400 0,03241 0,03242
Taxa de Desconto 4,00 4,00 4,00 3,25 3,25 0,25 País Spread Variação - em pontos Peso (Chile) 930,1000 931,1000 0,005728 0,005735
Vencimento em dez/22 5.537,80 1,59 20 5.502,50 5.511,50 5.511,50 Peso (Colômbia) 4901,9100 4911,9100 0,001086 0,001088
T-Bill (1 mês) 3,86 3,86 3,65 3,57 3,38 0,07 Vencimento em jan/23 5.588,77 - 0 0,00 0,00 0,00 21/11/22 18/11/22 No dia No mês No ano
T-Bill (3 meses) 4,22 4,25 4,20 4,08 3,99 0,05 Geral 406 406 0,0 -45,0 20,0 Peso (Cuba) 24,0000 24,0000 0,2222 0,2222
Vencimento em fev/23 5.634,81 - 0 0,00 0,00 0,00 Peso (Filipinas) 57,3600 57,3800 0,09295 0,09299
T-Bill (6 meses) 4,71 4,69 4,53 4,51 4,44 0,08 África do Sul 418 418 0,0 -39,0 70,0
T-Note (2 anos) 4,52 4,52 4,32 4,41 4,50 0,63 Ajuste Var. no Contratos Cotação - pontos do índice Argentina 2.425 2.440 -15,0 -199,0 737,0 Peso (México) 19,4623 19,4728 0,2739 0,2741
T-Note (5 anos) 3,94 3,95 3,89 4,19 4,35 1,33 Ibovespa do dia dia em % negociados Mínimo Máximo Último Brasil 268 271 -3,0 -2,0 -58,0 Peso (Rep. Dominicana) 54,1400 54,6200 0,09764 0,09852
T-Note (10 anos) 3,76 3,82 3,77 4,02 4,23 1,63 Vencimento em dez/22 109.452 -1,12 191.095 108.575 111.435 109.600 Colômbia 381 385 -4,0 -61,0 29,0 Peso (Uruguai) 39,5300 39,5700 0,13480 0,13490
T-Bond (30 anos) 3,83 3,90 3,95 4,15 4,34 1,96 Vencimento em fev/23 111.748 - 0 0 0 0 Filipinas 110 110 0,0 -14,0 19,0 Rande (África do Sul) 17,2755 17,2833 0,3086 0,3088
Fontes: EMMI e Valor PRO. Elaboração: Valor Data * Taxa da British Bankers Association com base em informações de 16 bancos ** Taxas da México 194 198 -4,0 -40,0 -19,0 Rial (Arábia Saudita) 3,7580 3,7590 1,4188 1,4193
Vencimento em abr/23 113.728 - 0 0 0 0 Peru 153 157 -4,0 -34,0 13,0
BBA e da Federação Bancária da União Europeia Rial (Irã) 42000,0000 42000,0000 0,0001270 0,0001270
Fontes: B3 e Valor PRO. Elaboração: Valor Data Turquia 467 462 5,0 -44,0 -111,0 Ringgit (Malásia) 4,5750 4,5850 1,1632 1,1659
Venezuela 37.894 37.660 234,0 -6.886,0 -20.609,0 Rublo (Rússia) 60,6500 60,6800 0,08789 0,08795
Fonte:JPMorgan.Elaboração:ValorData.*CalculadopeloJPMorgan.**Sobreotítulo Rúpia (Índia) 81,6590 81,7140 0,06527 0,06532
Evolução das aplicações financeiras Indicadores do mercado do tesouro americano Rúpia (Indonésia) 15695,0000 15699,0000 0,0003397 0,0003398
Rúpia (Paquistão) 223,7500 225,0000 0,02370 0,02384
Rentabilidade no período em % Shekel (Israel) 3,4698 3,4721 1,5360 1,5372
Mês Acumulado Em 22/11/22 Reservas internacionais Won (Coréia do Sul) 1353,7000 1354,9700 0,003936 0,003940
Renda Fixa nov/22* out/22 set/22 ago/22 jul/22 jun/22 Ano* 12 meses** Variações % Yuan Renminbi (China) 7,1388 7,1410 0,7469 0,7472
Selic 0,71 1,02 1,07 1,17 1,03 1,02 10,80 11,52 Indicador Compra Venda No dia No mês No ano 12 meses Zloty (Polônia) 4,5754 4,5774 1,1651 1,1658
CDI 0,71 1,02 1,07 1,17 1,03 1,02 10,80 11,52 Dólar (Ptax - BC) - (R$/US$) 5,3333 5,3339 0,15 1,46 -4,42 -4,48
Liquidez Internacional *, em US$ milhões
Fim de período Diário Cotações Em R$(1)
CDB (1) 0,95 0,83 0,90 0,86 1,00 0,83 9,48 9,97 Dólar Comercial (mercado) - (R$/US$) 5,3756 5,3762 1,24 4,08 -3,56 -3,88 Ouro Spot (2) Paridade (3) Compra Venda
Poupança (2) 0,65 0,65 0,68 0,74 0,66 0,65 7,14 7,57 Dólar Turismo (R$/US$) 5,3841 5,5641 0,81 3,23 -3,76 -4,36 mar/22 353.669 09/11/22 329.962
Poupança (3) 0,65 0,65 0,68 0,74 0,66 0,65 7,14 7,44 Euro (BC) - (R$/€) 5,4842 5,4859 0,57 5,55 -13,21 -12,66 Dólar Ouro 1740,87 0,01787 298,4499 298,4835
abr/22 345.097 10/11/22 333.605
IRF-M -1,94 0,93 1,40 2,05 1,15 0,37 5,85 11,95 Euro Comercial (mercado) - (R$/€) 5,5342 5,5348 1,78 8,42 -12,34 -11,90 Fonte: Banco Central do Brasil. Elaboração: Valor Data
IMA-B -2,69 1,23 1,48 1,10 -0,88 -0,36 4,54 11,40 Euro Turismo (R$/€) 5,5672 5,7472 1,37 7,52 -12,45 -12,37 mai/22 346.415 11/11/22 334.560 * Cotações em unidades monetárias por dólar. ** Cotações em reais por unidade monetária. *** Moedas do tipo
IMA-S 0,71 1,08 1,11 1,19 1,04 1,07 11,18 11,94 Euro (BC) - (US$/€) 1,0283 1,0285 0,42 4,03 -9,20 -8,56 jun/22 341.958 14/11/22 333.973 B (cotadas em dólar por unidade monetária). (1) Por grama. (2) US$ por onça. (3) Grama por US$. Observações:
Renda Variável Ouro* jul/22 346.403 16/11/22 335.796 As taxas acima deverão ser utilizadas somente para coberturas específicas de acordo com a legislação vigente.
Ibovespa -6,03 5,45 0,47 6,16 4,69 -11,50 4,02 12,11 ago/22 339.664 17/11/22 334.476 As contratações acima referidas devem ser realizadas junto às regionais de câmbio do Rio e de São Paulo. O lote
Índice Small Cap -12,17 7,30 -1,84 10,90 5,16 -16,33 -13,35 0,06 B3 (R$/g) ** - 293,800 2,01 8,41 -10,97 -8,19 set/22 330.580 18/11/22 334.866 mínimo operacional, exclusivamente para efeito das operações contratadas junto à mesa de operações do Banco
IBrX 50 -5,70 5,32 0,49 6,33 4,54 -11,67 4,60 13,01 Nova York (US$/onça troy) - 1.740,10 0,10 6,60 -4,82 -3,80 out/22 329.546 21/11/22 334.157 Central em Brasília, foi fixado para hoje em US$ 1.000.000. Nota: em 29/03/10, o Banco Central do Brasil
ISE -10,18 7,65 -2,54 5,97 4,40 -12,35 -9,73 1,57 Londres (US$/onça troy) - 1.747,00 0,42 6,60 -4,02 -5,11
Fonte: Banco Central. Elaboração: Valor Data. *Agrega, aos valores do conceito Caixa, passou a divulgar, para a maior parte das moedas presentes na tabela, as cotações com até quatro casas
IMOB -17,30 2,17 12,40 7,01 8,73 -12,13 -6,02 24,41 Fontes: Banco Central, B3 e Valor PRO. Elaboração: Valor Data. * Última cotação. ** Contrato = 250g haveres como títulos de exportação e outros de médio e longo prazos decimais, padronizando-as aos parâmetros internacionais
IDIV -2,53 4,03 -1,80 4,27 1,98 -8,38 10,73 16,46
IFIX -4,18 0,02 0,49 5,76 0,66 -0,88 2,20 11,80
Dólar Ptax (BC) 1,46 -2,77 4,39 -0,18 -0,95 10,77 -4,42 -6,84
Dólar Comercial (mercado) 4,08 -4,24 3,71 0,51 -1,12 10,13 -3,56 -8,54 Índices de ações Valor-Coppead Bolsas de valores internacionais
Euro (BC) (4) 5,55 -1,75 1,49 -1,53 -3,47 8,05 -13,21 -20,27
Euro Comercial (mercado) (4) 8,42 -3,43 1,16 -1,18 -3,57 7,50 -12,34 -21,80 Em 12 meses
Ouro B3 8,41 -5,57 0,70 -1,72 -3,40 7,60 -10,97 -14,91 Em pontos Variações % Menor Maior
Inflação No fim de Variação - em % País Cidade Índice 22/11/22 21/11/22 No dia No mês No ano Em 12 meses índice índice
IPCA - 0,59 -0,29 -0,36 -0,68 0,67 4,70 6,47 Índice 22/11/22 21/11/22 out/22 dez/21 dia mês Ano Américas
IGP-M - -0,97 -0,95 -0,70 0,21 0,59 5,58 6,52
Valor-Coppead Performance 154.523,24 155.961,74 165.339,67 134.046,86 -0,92 -6,54 15,28 EUA Nova York Dow Jones 34.098,10 33.700,28 1,18 4,17 -6,16 -4,27 28.725,51 36.799,65
Fontes: Anbima, BC, B3, FGV, IBGE e Valor PRO . Elaboração: Valor Data
* Rendimento até o dia 22/11. ** Até out/22 (1) rendimento bruto do 1º dia útil do mês (2) rentabilidade do 1º dia do mês - depósitos até Valor-Coppead Mínima Variância 80.526,39 80.874,70 86.985,99 86.927,17 -0,43 -7,43 -7,36 EUA Nova York Nasdaq-100 11.724,84 11.553,45 1,48 2,80 -28,16 -28,42 10.690,60 16.567,50
03/05/12. (3) rentabilidade do 1º dia do mês - depósitos a partir de 04/05/12; Lei nº 2.703/2012. (4) Variação sobre o Real Fonte: Valor PRO. Elaboração: Valor Data EUA Nova York Nasdaq Composite 11.174,41 11.024,51 1,36 1,70 -28,58 -29,52 10.321,39 15.871,26
EUA Nova York S&P 500 4.003,58 3.949,94 1,36 3,40 -16,00 -14,51 3.577,03 4.796,56
Canadá Toronto S&P/TSX 20.220,01 19.977,13 1,22 4,09 -4,73 -5,61 18.206,28 22.087,22
Fundos de Investimento Captações de recursos no exterior
México
Colômbia
Cidade do México
Bogotá
IPC
COLCAP
51.760,54
1.255,82
Feriado
1.231,54
0,37
1,97
3,68
1,97
-2,84
-11,00
2,50
-4,30
44.626,80
1.112,84
56.609,54
1.635,71
Venezuela Caracas IBVC 12.144,51 Feriado 9,04 33,43 105,15 100,94 5.098,80 12.144,51
Análise diária da indústria - em 17/11/22 Últimas operações realizadas no mercado internacional * Chile Santiago IPSA 5.294,78 5.312,69 -0,34 1,94 22,89 10,75 4.088,26 5.779,25
Patrimônio Rentabilidade nominal - % Estimativa da captação líquida - R$ milhões Peru Lima S&P/BVL General 22.302,48 21.888,05 1,89 5,72 5,64 12,46 17.752,60 25.642,58
Data Data Valor Cupom/ Spread
líquido em em 12 em 12 Argentina Buenos Aires Merval 158.169,27 Feriado 0,58 5,49 89,42 84,57 79.094,93 158.169,27
de do Prazo US$ Custo Retorno pontos-
Categorias R$ milhões (1) no dia no mês 2022 meses no dia no mês no ano meses Europa, Oriente Médio e África
Renda Fixa 2.952.316,03 7.944,19 27.752,06 117.950,66 40.581,62 Emissor/Tomador liquidação vencimento meses milhões em % em % base **
RF Indexados (2) 148.389,99 -0,06 -0,95 7,43 9,29 17,02 179,50 -31.828,26 -36.748,90 JBS 02/02/22 02/02/29 84 600 3 - 145,0 Euro - Euronext 100 1.266,02 1.256,95 0,72 6,02 -7,03 -7,44 2.995,33 3.620,57
RF Duração Baixa Soberano (2) 562.171,02 0,05 0,52 9,87 10,91 2.074,04 18.618,06 17.030,03 -77.048,58 JBS 02/02/22 02/02/52 360 900 4,375 - 220,0 Alemanha Frankfurt DAX 14.422,35 14.379,93 0,29 8,82 -9,21 -10,51 11.975,55 16.271,75
RF Duração Baixa Grau de Invest. (2) 704.241,75 0,05 0,56 11,03 12,22 1.773,92 4.515,43 45.704,74 41.273,10 Usina Coruripe 10/02/22 10/02/27 60 300 10 10 823,3 França Paris CAC-40 6.657,53 6.634,45 0,35 6,24 -6,93 -6,30 5.676,87 7.376,37
RF Duração Média Grau de Invest. (2) 93.177,59 0,04 0,05 10,86 12,07 91,64 754,49 9.355,22 10.575,20 Itaú Unibanco 14/04/22 14/04/25 36 63 3,7 3,7 97,7 Itália Milão FTSE MIB 24.590,50 24.356,05 0,96 8,56 -10,08 -10,20 20.352,98 28.162,67
RF Duração Alta Grau de Invest. (2) 155.803,39 0,08 0,25 9,49 10,99 11,82 409,54 172,89 -3.211,51 Natura 19/04/22 19/04/29 84 600 6 - 341,1 Bélgica Bruxelas BEL-20 3.651,22 3.643,88 0,20 2,35 -15,29 -13,14 3.313,82 4.362,21
RF Duração Livre Soberano (2) 217.598,95 -0,03 0,13 9,52 10,93 194,74 827,12 27.654,12 31.256,81 Arcos Dorados 27/04/22 27/05/29 85 350 6,125 - 317,0 Dinamarca Copenhague OMX 20 1.720,22 1.706,48 0,81 3,49 -7,71 -8,18 1.516,18 1.873,41
RF Duração Livre Grau de Invest. (2) 640.461,86 0,03 0,34 10,49 10,86 1.709,50 -2.087,60 65.815,91 61.451,83 Aegea 06/05/22 20/05/29 85 500 7 - 413,7 Espanha Madri IBEX-35 8.325,00 8.188,40 1,67 4,63 -4,46 -5,63 7.261,10 8.933,60
RF Duração Livre Crédito Livre (2) 176.493,71 0,05 -0,14 9,23 10,47 270,02 -1.029,33 24.042,98 24.461,42 Grécia Atenas ASE General 900,07 891,81 0,93 2,95 0,75 -1,25 779,20 971,09
Fontes: Instituições e agências internacionais. Elaboração: Valor Data. * Atualizada em 22/11/22. ** Sobre o título do Tesouro americano de Holanda Amsterdã AEX 716,33 710,38 0,84 6,82 -10,23 -12,14 630,58 815,34
Ações 493.309,54 -166,94 -2.484,29 -64.751,34 -63.946,84 mesmo prazo
Ações Indexados (2) 9.187,35 -0,51 -5,84 3,47 5,22 -22,38 -24,52 -3.094,46 -2.752,18 Hungria Budapeste BUX 45.335,11 44.592,90 1,66 10,43 -10,62 -10,20 37.035,79 54.405,84
Ações Índice Ativo (2) 36.549,06 -0,66 -7,23 2,33 2,73 -86,86 -448,47 -13.694,44 -15.538,27 Polônia Varsóvia WIG 55.166,92 54.259,77 1,67 9,39 -20,39 -20,44 45.621,39 73.334,24
Ações Livre 209.079,85 -0,86 -6,78 -4,84 -5,25 -54,50 -1.620,65 -29.742,26 -32.917,35 Portugal Lisboa PSI-20 5.846,61 5.766,14 1,40 2,24 4,98 5,92 5.190,28 6.349,21
Fechados de Ações 50.217,21 -1,34 -8,81 -1,26 -4,01 0,00 9,00 -2.180,42 1.439,61 ADR - Índices Rússia Moscou RTS* 1.142,58 1.122,29 1,81 2,78 -28,40 -29,82 742,91 1.690,13
Multimercados 1.626.106,54 793,89 -1.374,00 -75.031,20 -81.006,76 Suécia Estocolmo OMX 2.096,56 2.082,57 0,67 6,50 -13,36 -11,48 1.794,39 2.456,17
Multimercados Macro 195.498,94 -0,08 -0,76 15,96 16,56 15,33 1.078,58 -4.467,27 -7.641,09 Em 22/11/22 Suíça Zurique SMI 11.074,30 11.085,04 -0,10 2,28 -13,99 -11,48 10.072,62 12.970,53
Multimercados Livre 566.177,40 -0,06 -0,84 8,67 9,95 336,69 -1.145,24 -58.552,67 -60.206,30 Turquia Istambul BIST 100 4.780,74 4.570,32 4,60 20,15 157,35 172,33 1.755,48 4.780,74
Multimercados Juros e Moedas 64.776,76 0,04 0,43 10,34 11,48 23,26 -181,60 -346,33 232,25 Em Variação - em % Israel Tel Aviv TA-125 1.912,92 1.906,41 0,34 -2,34 -6,98 -4,26 1.823,91 2.152,16
Multimercados Invest. no Exterior (2) 714.930,83 -0,08 -0,38 3,34 4,54 408,96 -729,34 4.590,26 4.615,91 Índice 22/11/22 21/11/22 31/10/22 31/12/21 22/11/21 dia mês ano 12 meses África do Sul Joanesburgo All Share 72.242,33 71.938,01 0,42 8,36 -1,99 1,94 63.263,94 77.536,12
Cambial 8.165,50 1,25 5,91 -1,13 -0,21 -25,40 -145,70 110,75 518,23 S&P BNY 138,36 136,62 124,73 160,14 161,28 1,27 10,93 -13,60 -14,21 Ásia e Pacífico
Previdência 1.161.402,33 -141,08 -127,91 12.954,29 19.096,75 S&P BNY Emergentes 266,10 266,08 234,25 339,00 357,44 0,01 13,60 -21,50 -25,55 Japão Tóquio Nikkei-225 28.115,74 27.944,79 0,61 1,91 -2,35 -5,57 24.717,53 29.774,11
ETF 37.328,63 73,56 -526,82 -278,74 -3.032,77 S&P BNY América Latina 180,30 184,89 187,67 179,82 171,84 -2,48 -3,92 0,27 4,92 Austrália Sidney All Ordinaries 7.376,40 7.335,10 0,56 4,56 -5,18 -4,06 6.609,50 7.926,80
Demais Tipos 1.688.378,78 1.666,87 4.640,89 -59.337,63 -24.517,19 S&P BNY Brasil 184,49 191,81 201,19 184,87 175,06 -3,82 -8,30 -0,21 5,39 China Shenzhen SZSE Composite 2.002,39 2.028,51 -1,29 6,15 -20,86 -20,72 1.752,27 2.561,91
Total Fundos de Investimentos 6.278.628,57 8.478,23 23.093,34 -9.045,58 -87.789,78 S&P BNY México 264,47 264,26 243,94 279,00 251,80 0,08 8,41 -5,21 5,03 China Xangai SSE Composite 3.088,94 3.085,04 0,13 6,76 -15,13 -13,77 2.886,43 3.681,08
Total Fundos Estruturados (3) 1.194.517,20 860,25 11.613,71 31.250,63 18.253,95
S&P BNY Argentina 85,02 83,10 87,65 70,86 67,44 2,31 -3,00 19,97 26,06 Coreia do Sul Seul KOSPI 2.405,27 2.419,50 -0,59 4,87 -19,22 -20,18 2.155,49 3.029,57
Total Fundos Off Shore (4) 45.238,56 - - - -
S&P BNY Chile 181,20 182,25 174,29 134,90 167,47 -0,57 3,97 34,33 8,20 Hong Kong Hong Kong Hang Seng 17.424,41 17.655,91 -1,31 18,64 -25,53 -30,17 14.687,02 24.965,55
Total Geral 7.518.384,33 9.338,48 34.707,06 22.205,06 -69.535,83
Fonte: ANBIMA. (1) PL e captação líquida de cada tipo exclui os Fundos em Cotas, evitando dupla contagem. (2) Para os tipos que iniciaram em S&P BNY Índia 2.944,78 2.927,23 2.794,37 3.190,48 3.095,37 0,60 5,38 -7,70 -4,86 Índia Bombaim S&P BSE Sensex 61.418,96 61.144,84 0,45 1,11 5,43 5,05 51.360,42 61.980,72
01/10/2015, as rentabilidades do ano e 12 meses foram estimadas com base na amostra atual de fundos. (3) FIDC, FII, FIP e FMIEE. (4) PL dos S&P BNY Ásia 157,80 155,91 135,67 207,32 218,08 1,21 16,31 -23,89 -27,64 Indonésia Jacarta JCI 7.030,59 7.063,25 -0,46 -0,96 6,82 4,57 6.507,68 7.318,02
tipos imobiliários e Off-Shore referentes ao mês de setembro de 2022 * Rentabilidade sem período completo.Obs.: Fundos de Investimentos S&P BNY China 289,94 294,29 237,59 428,56 506,20 -1,48 22,03 -32,35 -42,72 Tailândia Bangcoc SET 1.615,33 1.618,86 -0,22 0,41 -2,55 -2,07 1.533,37 1.713,20
regidos pela ICVM 555/14, ICVM 522/12, ICVM 409/04, ICVM 359/02 e ICVM 141/91. Dados sujeitos a retificação em razão da re- S&P BNY Rússia 203,27 198,75 144,50 319,36 327,02 2,27 40,67 -36,35 -37,84 Taiwan Taipé TAIEX 14.542,20 14.449,39 0,64 12,30 -20,18 -18,32 12.666,12 18.526,35
presentatividade da amostra ou cadastramento de novos fundos. PL de cada tipo considera, adicionalmente, a estimativa dos fundos que não S&P BNY Turquia 18,28 17,91 15,32 16,83 18,99 2,05 19,31 8,62 -3,76 Fontes: Valor PRO, Bolsas de Bangcoc, Bogotá, Bombaim, Budapeste, Istambul, Jacarta, Joanesburgo, Lima, Madrid e Zurique. Elaboração: Valor Data
informaram o PL na data de emissão do relatório Fonte: S&P BNY Mellon. Elaboração: Valor Data * Índice expresso em dólares

ENAUTA ENERGIA S.A.
CNPJ/MF Nº 11.253.257/0001-71 - NIRE Nº 33.3.00.29159-8
ATA DE ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA
REALIZADA EM 22 DE NOVEMBRO DE 2022
1. DATA, HORA E LOCAL: Aos 22 (vinte e dois) dias do mês de novembro de 2022,
às 10:00, na sede social da Enauta Energia S.A. (“Companhia”) situada na cidade e
Estado do Rio de Janeiro, na Avenida Almirante Barroso, nº 52, sala 1101, 1102 e
1301 (parte), Centro, CEP 20031-918. 2. CONVOCAÇÃO E PRESENÇA: Dispensa-
da a convocação, conforme o disposto no parágrafo 4º do artigo 124 da Lei nº 6.404,
de 15 de dezembro de 1976, conforme alterada (“Lei das Sociedades por Ações”),
em virtude da presença da Enauta Participações S.A. (“Acionista Controladora”),
detentora de 100% (cem por cento) do capital social da Companhia. 3. MESA: Pre-
sidente: Sr. Décio Fabricio Oddone da Costa; Secretário(a): Sra. Claudia Hesse. 4.
ORDEM DO DIA: Deliberar a respeito: (i) nos termos do artigo 818 do Código Civil,
da outorga, pela Companhia, de fiança em favor dos titulares das debêntures da 1ª
(primeira) emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações, em até 2
(duas) séries, da espécie com garantia real, com garantia adicional fidejussória, da
Enauta Participações S.A., inscrita no CNPJ sob o nº 11.669.021/0001-10 (“Enau-
ta”), no valor total de até R$ 2.000.000.000,00 (dois bilhões de reais) (“Debêntures”
e ”Emissão”, respectivamente), as quais serão objeto de distribuição pública com
esforços restritos de distribuição, sob o regime misto de garantia firme e melhores
esforços de colocação, de acordo com os termos previstos no Contrato de Distribui-
ção (conforme definido abaixo), em conformidade com a Lei nº 6.385, de 07 de de-
zembro de 1976, conforme alterada (“Lei nº 6.385/76”) e com a Instrução da Comis-
são de Valores Mobiliários n° 476, de 16 de janeiro de 2009, conforme alterada
(“Instrução CVM 476”) e demais disposições e regulamentações aplicáveis, de acor-
do com os termos e condições a serem acordados no “Instrumento Particular de
Escritura da 1ª (Primeira) Emissão de Debêntures Simples, Não Conversíveis em
Ações, em até 2 (Duas) Séries, da Espécie com Garantia Real, com Garantia Adicio-
nal Fidejussória, para Distribuição Pública com Esforços Restritos, da Enauta Parti-
cipações S.A.”, a ser celebrado entre a Enauta, na qualidade de emissora, a Vórtx
Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários Ltda., inscrita no CNPJ sob o
nº 22.610.500/0001-88, na qualidade de representante dos titulares das Debêntures
(“Vórtx” ou “Agente Fiduciário”), e a Companhia, na qualidade de fiadora (“Escritu-
ra de Emissão”), por meio do qual a Companhia se obrigará solidariamente com a
Enauta, nos termos dos artigos 275 e seguintes do Código Civil, em caráter irrevogá-
vel e irretratável, como fiadora, codevedora solidária e principal pagadora responsá-
vel pelo fiel, pontual e integral pagamento do valor total da Emissão, devido nos ter-
mos da Escritura de Emissão, acrescido da atualização monetária das Debêntures,
da remuneração e dos encargos moratórios, conforme aplicável, bem como das de-
mais obrigações pecuniárias presentes e futuras, principais e acessórias, previstas
na Escritura de Emissão e nos contratos de garantia, inclusive honorários advocatí-
cios, despesas, custos, encargos, tributos, reembolsos ou indenizações, bem como
as obrigações relativas ao agente de liquidação, ao escriturador, à B3, ao Agente
Fiduciário e demais prestadores de serviço envolvidos na Emissão, bem como hono-
rários do Agente Fiduciário e despesas judiciais e extrajudiciais necessárias e com-
provadamente incorridas pelo Agente Fiduciário ou Debenturistas, inclusive, na
constituição, formalização, execução e/ou excussão das garantias previstas na Es-
critura de Emissão (“Obrigações Garantidas” e “Fiança”, respectivamente); (ii) em
garantia do fiel, pontual e integral pagamento das Obrigações Garantidas, da outorga
e celebração, pela Companhia, nos termos da Escritura de Emissão, (ii.1) de penhor
da totalidade dos direitos da Companhia emergentes de sua participação nos seguin-
tes contratos de concessão: (a) nº 48000.003573/97-91, celebrado, dentre outras
partes, entre a Enauta Energia e a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis (“ANP”), inicialmente datado de 06 de agosto de 1998, conforme
aditado de tempos em tempos, relativo à exploração, desenvolvimento e produção
de óleo e/ou gás natural nos campos de Atlanta e Oliva; (b) nº 48000.003518/97-82,
celebrado, dentre outras partes, entre a Companhia e a ANP, inicialmente datado de
06 de agosto de 1998, conforme aditado de tempos em tempos, relativo à explora-
ção, desenvolvimento e produção de óleo e/ou gás natural no campo de Manati; e/ou
(c) de contratos de concessão que venham a ser celebrados por Controladas Restri-
tas (conforme definido na Escritura de Emissão) (“Penhor” e (a), (b) e (c), em con-
junto, os “Contratos de Concessão” e as “Concessões”, respectivamente), nos
termos (1) do “Instrumento Particular de Penhor de Direitos Emergentes da Conces-
são de Atlanta-Oliva e Outras Avenças”; e (2) do “Instrumento Particular de Penhor
de Direitos Emergentes da Concessão de Atlanta e Outras Avenças”, a serem cele-
brados, entre a Enauta, na qualidade de interveniente anuente, a Companhia, na
qualidade de empenhante, e o Agente Fiduciário (em conjunto, “Contratos de Pe-
nhor das Concessões”); e (ii.2) de garantia sobre as ações de emissão da Atlanta
Field B.V. (“Atlanta Field”), nos termos do “Deed of Pledge of Shares”, a ser celebra-
do entre a Companhia, na qualidade de acionista, o Agente Fiduciário e a Atlanta
Field, na qualidade de interveniente anuente (“Alienação Fiduciária” e “Contrato de
Alienação Fiduciária”, respectivamente); (iii) a autorização, pela Companhia, direta
ou indiretamente por meio de procuradores, a realizar todos e quaisquer atos que
venham a ser necessários para formalização, efetivação e completa eficácia das
deliberações aprovadas em assembleia, incluindo, mas não se limitando, (a) a nego-
ciação das demais condições das Debêntures; e (b) a assinatura, pelos representan-
tes da Companhia, de todos os documentos relacionados à Emissão, à Oferta Res-
trita, à Fiança e ao Penhor, incluindo, mas não se limitando, a Escritura de Emissão,
os Contratos de Penhor das Concessões, o “Contrato de Coordenação, Estrutura-
ção, e Distribuição Pública, com Esforços Restritos, sob o Regime Misto de Garantia
Firme e de Melhores Esforços de Colocação, de Debêntures Simples, Não Conver-
síveis em Ações, em até 2 (Duas) Séries, da Espécie Com Garantia Real, com Ga-
rantia Adicional Fidejussória, para Distribuição Pública com Esforços Restritos, da 1ª
(Primeira) Emissão da Enauta Participações S.A.”, a ser celebrado entre a Enauta,
na qualidade de emissora, a Companhia, na qualidade de fiadora, e o Banco BTG
Pactual S.A., inscrito no CNPJ sob o n° 30.306.294/0001-45, na qualidade de coor-
denador líder (“Contrato de Distribuição”), e quaisquer outros instrumentos relacio-
nados e/ou necessários para formalizar a contratação de quaisquer prestadores de
serviços, bem como quaisquer procurações e eventuais aditamentos relativos a es-
ses instrumentos, conforme aplicáveis; e (iv) a ratificação de todos os atos pratica-
dos pela diretoria da Companhia, direta ou indiretamente por meio de procuradores,
para a realização da Emissão e da Oferta Restrita, para a outorga da Fiança e do
Penhor, bem como de quaisquer outros atos necessários para a consecução das
matérias constantes dos itens (i), (ii) e (iii) acima. 5. DELIBERAÇÕES: A Acionista
Controladora aprovou que a Ata desta Assembleia Geral Extraordinária da Compa-
nhia fosse lavrada sob a forma de sumário, nos termos da Lei das Sociedades por
Ações. Passando aos itens constantes da ordem do dia, a Acionista Controladora
deliberou: (i) a outorga, pela Companhia, da Fiança em favor dos titulares das De-
bêntures, obrigando-se, nos termos dos artigos 275 e seguintes do Código Civil, so-
lidariamente com a Enauta, em caráter irrevogável e irretratável, como fiadora, code-
vedora solidária e principal pagadora responsável pelo fiel, pontual e integral paga-
mento das Obrigações Garantidas no âmbito da Emissão, conforme termos e condi-
ções a serem previstos Escritura de Emissão; (ii) a outorga, pela Companhia, em
garantia do fiel, pontual e integral pagamento das Obrigações Garantidas, nos ter-
mos da Escritura de Emissão, (ii.1) do Penhor da totalidade dos direitos da Compa-
nhia emergentes de sua participação nos Contratos de Concessão, por meio da ce-
lebração, pela Companhia, na qualidade de empenhante, dos Contratos de Penhor
das Concessões; e (ii.2) da Alienação Fiduciária das ações da Atlanta Field, por
meio da celebração, pela Companhia, na qualidade de acionista, do Contrato de
Alienação Fiduciária; (iii) autorizar, pela Diretoria da Companhia, direta ou indireta-
mente por meio de procuradores, a realizar todos e quaisquer atos que venham a ser
necessários para formalização, efetivação e completa eficácia das matérias delibera-
das em assembleia, incluindo, mas não se limitando, (a) a negociação das demais
condições das Debêntures; e (b) a assinatura, pelos representantes da Companhia,
de todos os documentos relacionados à Emissão, à Oferta Restrita, à Fiança e ao
Penhor, incluindo, mas não se limitando, a Escritura de Emissão, os Contratos de
Penhor das Concessões, o Contrato de Distribuição e quaisquer outros instrumentos
relacionados e/ou necessários para formalizar a contratação de quaisquer prestado-
res de serviços, bem como quaisquer procurações e eventuais aditamentos relativos
a esses instrumentos, conforme aplicável; e (iv) aprovar a ratificação de todos os
atos praticados pela diretoria da Companhia, direta ou indiretamente por meio de
procuradores, para a realização da Emissão e da Oferta Restrita, para a outorga da
Fiança e do Penhor, bem como de quaisquer outros atos necessários para a conse-
cução das matérias aprovadas nesta data. 6. ENCERRAMENTO: Nada mais haven-
do a tratar, o Sr. Presidente deu por encerrada a reunião, da qual se lavrou a presen-
te ata que, lida e achada conforme, foi aprovada e assinada por todos os presentes.
Mesa: Presidente: Sr. Décio Fabricio Oddone da Costa; Secretária: Sra. Claudia
Hesse. Acionista Controladora: Srs.(as): (i) Décio Fabricio Oddone da Costa; e (ii)
Paula Vasconcelos da Costa Côrte-Real. Certifico que a presente é cópia fiel da ata
lavrada em livro próprio. Rio de Janeiro, 22 de novembro de 2022. Mesa: Décio Fa-
bricio Oddone da Costa - Presidente; Claudia Hesse - Secretária.
CASA MILITAR
AVISO DE LICITAÇÃO
PREGÃO ELETRÔNICO Nº 2356/2022
ID BB 974924
PROTOCOLO: 19.598.472-7
OBJETO: Contratação de empresa para prestação de serviço especializado de caráter contínuo,
de locação de veículos tipo SUV, por ajuste mensal e quilometragem livre, para atendimento
das necessidades da Casa Militar e do Excelentíssimo Sr. Governador do Estado do Paraná, nas
condições descritas no Edital e seus Anexos, pelo período de 30 (trinta) meses.
VALOR MÁXIMO DA LICITAÇÃO: R$ 2.846.635,20 (dois milhões, oitocentos e quarenta e seis mil,
seiscentos e trinta cinco reais e vinte centavos)
DATA DA ABERTURA: 06/12/2022
HORÁRIO: 10H
EDITAL/LOCAL/ANEXOS:www.licitacoes-e.com.br/ www.comprasparana.pr.gov.br
INFORMAÇÕES: (41) 3350-2410 e (41) 3350-2701.
Curitiba, em 22 de novembro de 2022.
TEN.-CEL QOPM SERGIO VIEIRA BENICIO,
CHEFE DA CASA MILITAR.
Seguradora Líder do Consórcio
do Seguro DPVAT S.A.
CNPJ/ME 09.248.608/0001-04 - NIRE 33.3.0028479-6
ATA DA REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
REALIZADA EM 09 DE SETEMBRO DE 2022.
Data, Hora e Local: No dia 09 de setembro de 2022, às 11h00, realizada de forma exclusivamente
digital, através de sessão de videoconferência, nos termos do Parágrafo Quinto do Artigo 14 do
Estatuto Social. Convocação: Dispensada, na forma do §7º, do Artigo 14, do Estatuto Social da
Companhia, tendo em vista a participação de todos os membros do Conselho de Administração.
Presença: Sven Robert Will, Celso Damadi, Marcelo Goldman, Tarcísio José Massote de Godoy,
João Décio Ames, João Carlos Cardoso Botelho, Alfredo Lalia Neto, Rômulo de Souza Costa, Roberto
Piccoli, Anderson Fernandes Peixoto, Paulo de Oliveira Medeiros e Paulo Augusto Freitas de Souza,
todos conselheiros titulares com direito a voto e Roberto Junior de Antoni, conselheiro suplente, com
direito a voto. Mesa: Presidente: Sven Robert Will; Secretária: Margarida Costa. Ordem do Dia:
1. Renúncia da Conselheira Rosana Techima Salsano (Titular); 2. Renúncia do Conselheiro Renato
Wolf Pedroso (Suplente); e 3. Nomeação, como membro suplente, do Sr. Eduardo Fabiano Alves da
Silva. Deliberações: 1. Comunicado de Renúncia da Sra. Rosana Techima Salsano: O Presidente
do Conselho de Administração informou aos demais membros sobre o recebimento, pela Companhia,
em 02 de setembro de 2022, da carta de renúncia ao cargo de membro titular do Conselho de
Administração, apresentada por Rosana Techima Salsano, tendo sido eleita pelos acionistas, como
membro titular, na Assembleia Geral Ordinária realizada em 14/04/2021, cujo ato societário foi
homologado pela SUSEP, nos autos do Processo Eletrônico 15414.609434/2021-18. 2. Comunicado
de Renúncia do Sr. Renato Wolf Pedroso: O Presidente do Conselho de Administração informou
aos demais membros sobre o recebimento, pela Companhia, em 02 de setembro de 2022, da carta
de renúncia ao cargo de membro suplente do Conselho de Administração, apresentada por Renato
Wolf Pedroso, tendo sido eleito pelos acionistas, como membro suplente, na Assembleia Geral
Ordinária realizada em 14/04/2021, cujo ato societário foi homologado pela SUSEP, nos autos do
Processo Eletrônico 15414.609434/2021-18. Os membros registraram os agradecimentos aos
Conselheiros pela atuação no Conselho de Administração da Companhia. 3. Nomeação, como
Membro Suplente, do Sr. Eduardo Fabiano Alves da Silva: O Conselho de Administração, em
conformidade com o Artigo 12, Parágrafo Único, do Estatuto Social da Companhia, deliberou, por
unanimidade dos membros presentes, em substituição ao Sr. Renato Wolf Pedroso, nomear para o
cargo de membro suplente, Sr. Eduardo Fabiano Alves da Silva, brasileiro, securitário, titular do
documento de identidade 58.590.063-2, SSP/IIRGD-SP, CPF/ME 099.811.077-94, com endereço
comercial no Setor Hoteleiro Norte, Quadra 01, Conjunto A, Bloco E, CEP 70701-050, Brasília, Distrito
Federal. O membro do Conselho de Administração ora nomeado exercerá seu mandato até a
Assembleia Geral Ordinária de 2023, permanecendo em seu cargo até a investidura do novo
administrador. A posse do membro do Conselho de Administração ora nomeado dar-se-á mediante
assinatura do respectivo Termo de Posse no livro de atas do Conselho de Administração da Companhia.
No caso do suplente ora nomeado, Sr. Eduardo Fabiano Alves da Silva, houve aprovação de sua
eleição pela SUSEP para cargo em órgão estatutário na Reunião Extraordinária do Conselho de
Administração da Caixa Seguradora S.A., CNPJ 34.020.354/0001-10, realizada em 29 de outubro
de 2021, processo 15414.649996/2021-02, conforme Portaria SUSEP/CGRAJ 576, de 03 de janeiro
de 2022, cargo que atualmente ocupa, dispensando-se, assim, a consulta prévia para a presente
nomeação. O Conselheiro ora nomeado declara, em documento próprio e separado desta Ata:
(i) não estar incurso em nenhum crime que o impeça de desempenhar atividade mercantil; (ii) não
estar inabilitado para desempenhar atividade mercantil nos termos da lei; e (ii) preencher os requisitos
previstos na legislação em vigor, em especial na Resolução CNSP 422, de 2021, do Conselho Nacional
de Seguros Privados – CNSP. O Conselho de Administração da Companhia, em razão da deliberação
acima, passa a viger com a seguinte composição:
TITULAR SUPLENTE
Celso Damadi Rafael Veneziani Kozma
Marcelo Goldman Vago
Vago Roberto Junior de Antoni
Tarcísio José Massote de Godoy Vago
João Decio Ames Vago
Vago Eduardo Fabiano Alves da Silva
João Carlos Cardoso Botelho Marcos Lima Monteiro
Sven Robert Will (Presidente do CA) Vago
Vago Vago
Alfredo Lalia Neto (Vice-Presidente do CA) Rogerio Santos
Rômulo de Souza Costa Valéria Carvalho Gabetto Dias Lopes
Roberto Piccoli Vago
Anderson Fernandes Peixoto Vago
Paulo de Oliveira Medeiros Vago
Paulo Augusto Freitas de Souza Vago
Os documentos atinentes à ordem do dia ficam arquivados eletronicamente no ambiente computacional
da Companhia. Encerramento: Nada mais havendo a ser tratado, o Presidente do Conselho de
Administração encerrou a reunião, lavrando-se a presente ata em forma de sumário dos fatos ocorridos
e que, após lida e achada correta, foi aprovada e assinada por todos os conselheiros presentes com
direito a voto. Assinaturas: A presente ata foi assinada por: Sven Robert Will – Presidente (ass.),
Margarida Costa – Secretária (ass.), Celso Damadi (ass.), Marcelo Goldman (ass.), Tarcísio José
Massote de Godoy (ass.), João Décio Ames (ass.), João Carlos Cardoso Botelho (ass.), Alfredo Lalia
Neto (ass.), Rômulo de Souza Costa (ass.), Roberto Piccoli (ass.), Anderson Fernandes Peixoto
(ass.), Paulo de Oliveira Medeiros (ass.) e Paulo Augusto Freitas de Souza (ass.), todos conselheiros
titulares com direito a voto, e Roberto Junior de Antoni (ass.), conselheiro suplente com direito a voto.
Certifico que a presente é cópia fiel da Ata original lavrada no Livro de Atas do Conselho de
Administração da Companhia. Rio de Janeiro, 09 de setembro de 2022. Mesa: Sven Robert Will
- Presidente; Margarida Costa - Secretária. Junta Comercial do Estado do Rio de Janeiro -
NIRE: 333.0028479-6, Protocolo: 00-2022/855769-0, Data do protocolo: 16/11/2022. Certifico o
Arquivamento em 18/11/2022 sob o nº 00005179579 . Jorge Paulo Magdaleno Filho - Secretário Geral.
Quarta-feira, 23 de novembro de 2022 | Valor | C5
CENTRAIS ELÉTRICAS BRASILEIRAS S.A.
- ELETROBRAS
(Companhia aberta)
CNPJ Nº 00.001.180/0001-26
EDITAL DE CONVOCAÇÃO
184ª Assembleia Geral Extraordinária
Convocamos os Senhores Acionistas da Centrais Elétricas Brasileiras S.A - Eletrobras (“Com-
panhia”) a se reunirem em Assembleia Geral Extraordinária, sob a forma exclusivamente digi-
tal, nos termos dos artigos 5º, §2º, I e 28, parágrafos 2º e 3º, todos da Resolução da Comissão
de Valores Mobiliários (“CVM”) nº 81, de 29 de março de 2022, no dia 22 de dezembro de
2022, às 14h00, através da plataforma digital Zoom, para deliberarem sobre a ordem do dia
abaixo listada:
Ordem do dia:
1. Aprovar o Plano de Remuneração Baseado em Opções de Compra de Ações, conforme
minuta anexa à Proposta de Administração, que integrará o modelo de remuneração dos
administradores da Eletrobras privatizada;
2. Aprovar o Plano de Remuneração Baseado em Ações Restritas, conforme minuta
anexa à Proposta de Administração, que integrará o modelo de remuneração dos admi-
nistradores da Eletrobras privatizada;
3. Rerratificar a deliberação tomada na Assembleia Geral Ordinária, de 22 de abril de
2022, para fixar, no período que se encerra em 31 março de 2023, o novo montante glo-
bal da remuneração dos administradores e membros dos Comitês de assessoramento
ao Conselho de Administração, bem como o novo montante individual da remuneração
dos membros do Conselho Fiscal, em linha com o modelo de remuneração dos adminis-
tradores da Eletrobras privatizada que contempla revisão da remuneração fixa e adoção
dos incentivos de curto e longo prazo.
Assembleia Digital
A decisão da Companhia para a realização da AGE exclusivamente digital, nos termos do art.
5º, §2º, inciso I e art. 28, §§2º e 3º da Resolução CVM 81, tem por objetivo facilitar a partici-
pação dos acionistas e dos demais envolvidos na realização da AGE.
A AGE será realizada de modo exclusivamente digital, razão pela qual a participação do acio-
nista somente poderá ser:
(a) via Boletim de Voto a Distância (“Boletim de Voto”), sendo que as orientações detalhadas
acerca da documentação exigida para a votação a distância constam no Boletim de Voto que
pode ser acessado nos websites citados abaixo; e
(b) via Plataforma Digital, pessoalmente ou por procurador devidamente constituído, nos ter-
mos do art. 28, §§2º e 3º da Resolução CVM 81, caso em que o acionista poderá: (i) simples-
mente participar da AGE, tenha ou não enviado o Boletim de Voto; ou (ii) participar e votar na
AGE, observando-se que quanto ao acionista que já tenha enviado o Boletim de Voto e que,
caso queira, vote na Assembleia via Plataforma Digital. Todas as instruções de voto recebidas
por meio de Boletim de Voto serão desconsideradas.
Voto a Distância
Observados os procedimentos previstos na Resolução CVM 81, no Formulário de Referência
da Companhia e as instruções contidas na Proposta da Administração para a AGE, o acionista
poderá exercer o direito de voto por meio de preenchimento e entrega do Boletim de Voto
disponibilizado pela Companhia nos websites da Companhia (https://ri.eletrobras.com), da
CVM (www.cvm.gov.br) e da B3 (www.b3.com.br).
Acesso à Assembleia
Os acionistas que desejarem participar da AGE via Plataforma Digital deverão acessar o site
www.eletrobras.com/AssembleiaVirtual184 preencher seu cadastro, incluindo a criação de
senha, e anexar todos os documentos necessários para sua habilitação para participação e/
ou voto na AGE, com, no mínimo, 2 (dois) dias de antecedência da data designada para a
realização da AGE, ou seja, até o dia 20 de dezembro de 2022.
Documentos Exigidos
Os seguintes documentos serão exigidos dos acionistas para habilitação e participação e/
ou voto na AGE via Plataforma Digital: (a) se pessoa natural, cópia do documento de iden-
tificação, reconhecido legalmente como tal, com foto recente e validade nacional, dentro do
prazo de validade, caso aplicável, ou, no caso de ser representado por procurador, cópia do
instrumento de mandato firmado com menos de 1 (um) ano, juntamente com o documento
oficial de identidade com foto do procurador, devendo tal procurador ser outro acionista,
administrador da Companhia ou advogado regularmente inscrito nos quadros da Ordem dos
Advogados do Brasil; ou (b) se pessoa jurídica, (i) atos constitutivos atualizados do acionista
e do ato que investe o(s) representante(s) de poderes bastantes para representação no âmbito
da AGE, devidamente registrados nos órgãos competentes, juntamente com o documento ofi-
cial de identidade com foto do(s) referido(s) representante(s); (ii) se for o ocaso, instrumento
de mandato devidamente outorgado na forma da lei e/ou dos atos constitutivos do acionista,
juntamente com o documento oficial de identidade com foto do procurador.
A Companhia esclarece, excepcionalmente para esta AGE, que dispensará a necessidade de
envio das vias físicas dos documentos de representação dos acionistas para o seu escritório,
bem como o reconhecimento de firma do outorgante na procuração para representação do
acionista, a notarização, a consularização, o apostilamento e a tradução juramentada de todos
os documentos de representação do acionista estrangeiro, bastando o envio de cópia simples
das vias originais de tais documentos através do website acima mencionado. A Companhia
somente admitirá procurações outorgadas por acionistas por meio eletrônico contendo certifi-
cação digital que esteja dentro dos padrões do Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira ou
por outro meio de comprovação da autoria e integridade do documento em forma eletrônica.
Representação dos Acionistas
Nos termos do parágrafo primeiro do art. 126 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976,
conforme alterada (“Lei das Sociedades por Ações”) e da decisão do I. Colegiado da CVM no
processo CVM RJ-2014/3578, em 04 de novembro de 2014, o acionista pode ser representado
na assembleia geral: (i) se pessoa natural, por procurador constituído há menos de 1 (um)
ano (que seja acionista, administrador da Companhia ou advogado regularmente inscrito nos
quadros da Ordem dos Advogados do Brasil), (ii) se pessoa jurídica, por seus representantes
legais ou por procurador nomeado nos termos de seus atos constitutivos e de acordo com as
regras do Código Civil Brasileiro, e (iii) se fundo de investimento, pelo seu administrador e/ou
gestor ou, ainda, por procurador nomeado nos termos de seus atos constitutivos e de acordo
com as regras do Código Civil Brasileiro.
Confirmação da Habilitação
Após envio de todos os documentos comprobatórios de habilitação, o acionista ou procu-
rador, conforme o caso, receberá a confirmação da habilitação para participação na AGE e
o link individual de acesso à Plataforma Digital. Nos termos do art. 6º, §3º da Resolução
CVM 81, não será admitido o acesso à Plataforma Digital de acionistas que não apresentarem
os documentos de participação necessários no prazo aqui previsto e conforme detalhado na
Proposta da Administração.
Informações Adicionais
Informações detalhadas sobre as regras e procedimentos para participação e/ou votação a
distância na AGE, inclusive orientações para envio do Boletim de Voto, constam na Proposta
da Administração disponível nos websites da CVM (www.cvm.gov.br), da B3 (www.b3.com.
br) e da Companhia (https://ri.eletrobras.com/). As orientações sobre as regras de conduta a
serem adotadas na AGE estarão disponíveis na Plataforma Digital.
Nos termos do artigo 8º do Estatuto Social da Eletrobras, é vedado a qualquer acionista ou
grupo de acionistas, brasileiro ou estrangeiro, público ou privado, o exercício do direito de
voto em número superior ao equivalente ao percentual de 10% (dez por cento) da quantidade
total de ações em que se dividir o capital votante da Eletrobras, independentemente de sua
participação no capital social.
Nos termos do artigo 9º do Estatuto Social da Eletrobras, é vedada a celebração de acordos de
acionistas visando a regular o exercício do direito de voto em número superior ao correspon-
dente ao percentual de 10% (dez por cento) da quantidade total de ações em que se dividir o
capital votante da Eletrobras.
Nos termos do artigo 10 do Estatuto Social da Eletrobras, enquadram-se na definição de “gru-
po de acionistas”, para fins da restrição ao exercício do direito de voto, 2 (dois) ou mais acio-
nistas que: (i) sejam partes de acordo de voto, seja diretamente ou por meio de sociedades
controladas, controladoras ou sob controle comum; (ii) seja, direta ou indiretamente, acionis-
ta controlador ou sociedade controladora do outro ou dos demais; (iii) sejam sociedades dire-
ta ou indiretamente controladas pela mesma pessoa ou sociedade, ou conjunto de pessoas ou
sociedades, acionistas ou não; (iv) sejam sociedades, associações, fundações, cooperativas e
trusts, fundos ou carteiras de investimentos, universalidades de direitos ou quaisquer outras
formas de organização ou empreendimento com os mesmos administradores ou gestores,
ou cujos administradores ou gestores sejam sociedades direta ou indiretamente controladas
pela mesma pessoa ou sociedade, ou conjunto de pessoas ou sociedades, acionistas ou não;
(v) sejam quaisquer acionistas representados por um mesmo mandatário, administrador ou
representante a qualquer título, exceto no caso de detentores de títulos emitidos no âmbito
do programa de Depositary Receipts da Companhia, quando representados pelo respectivo
banco depositário, desde que não se enquadrem em qualquer das hipóteses contempladas
no artigo acima referido.
No caso de fundos de investimento com administrador ou gestor comum, somente serão
considerados como integrantes de um grupo de acionistas aqueles cuja política de investi-
mentos e de exercício de votos em assembleias de acionistas, nos termos dos respectivos
regulamentos, for de responsabilidade do administrador ou gestor.
Em razão da limitação citada, a Companhia solicita, desde já, para fins do oportuno exame
da matéria, que os acionistas incluídos nas situações jurídicas contempladas no artigo 10 do
Estatuto Social acima referido, informem quais são os integrantes do grupo de acionistas com
antecedência de até 2 (dois) dias da data designada para a realização da AGE, ou seja, até às
23h59 do dia 20 de dezembro de 2022, mediante o envio da declaração exclusivamente para
o endereço de website www.eletrobras.com/AssembleiaVirtual184, especificando o seguinte:
(i) se fazem parte de acordo de votos e se existem outros integrantes do acordo e suas res-
pectivas participações;
(ii) se fazem parte de grupo econômico de sociedades ou grupo de entidades com a adminis-
tração ou gestão comum ou sob o mesmo comando;
(iii) se são representados por um mesmo mandatário, administrador ou representante a qual-
quer título.
O modelo da declaração de pertencimento se encontra disponibilizada pela Companhia em seu
website (https://ri.eletrobras.com/).
A Companhia considerará que os acionistas que não apresentarem tal declaração afirmam que
não pertencem a qualquer “grupo de acionistas”.
Encontram-se à disposição dos acionistas nos websites da Companhia (https://ri.eletrobras.
com), da CVM (www.cvm.gov.br) e da B3 (www.b3.com.br) toda documentação pertinente
à matéria que será deliberada na AGE, nos termos da Lei das Sociedades por Ações e da
Resolução CVM 81.
Rio de Janeiro, 21 de novembro de 2022.
Ivan de Souza Monteiro
Presidente do Conselho de Administração
C6 | Valor | Quarta-feira, 23 de novembro de 2022
Estratégia Nova diretoria de investimentos globais reúne quatro unidades
No Itaú, Salamonde ganha
um chapéu de R$ 1,1 tri
Adriana Cotias
De São Paulo
Ao promover Carlos Augusto
Salamonde do comando da Itaú
Asset para CEO de uma nova di-
retoria de investimentos globais,
em outubro, o Itaú Unibanco co-
locou sob um único chapéu
áreas que estavam fragmenta-
das: a gestora de recursos, o nú-
cleo multimesas, a divisão de so-
luções de portfólio, que centrali-
za os mandatos discricionários,
e a área de fundos de fundos
(FoF), para fazer a conexão dis-
so tudo com o private banking
e o público institucional.
“Pela percepção do cliente, o
banco não proporcionava uma
experiência completa e deixava
de ganhar alguns mandatos, não
era algo visto com robustez para
o nível de entrega que a gente
quer ter”, diz Salamonde em con-
versa com o Valor. “Decidimos
criar a diretoria de ‘portfolio so-
lutions’, que vai ser responsável
por entender os mandatos e fazer
a entrega geral. Antes, o private
fazia um pedaço, a asset outro, o
FoF também. Era meio um ca-
chorro sem dono, ninguém esta-
va olhando a carteira inteira.”
A ideia agora é que o “banker”
e representante do time de solu-
ções de investimentos façam a
conversa conjunta com as famí-
lias para definir as estruturas e
estratégias que fazem sentido,
diz Salamonde. “É como se fosse
um maître discutindo com o
cliente o que ele deseja comer, al-
Renda fixa vai superar bolsa Após FTX, crescem fundos
no governo Lula, diz JGP que apostam contra ‘cripto’
Rita Azevedo
De São Paulo
O desempenho da renda fixa
deve superar o da renda variável
nos anos do governo do presi-
dente eleito Luiz Inácio Lula da
Silva (PT), considerando a expec-
tativa de manutenção da taxa de
juros em níveis altos, segundo
André Jakurski, sócio-fundador e
diretor da JGP. Para ele, por mais
que as ações das companhias su-
bam, é difícil que, no médio pra-
zo, elas consigam superar o retor-
no de ativos atrelados aos juros.
Em evento promovido ontem
pela JGP, Jakurski disse que não
eFX:umagranderevoluçãoparaoconsumidor
Palavra do gestor
José Geraldo Martins
O
s pagamentos e
transferências
internacionais
fazem parte de
nosso dia a dia,
tanto os do Brasil para o
exterior como aqueles do
exterior para o Brasil, sejam
para cobertura de viagens
ou pagamento de compras
internacionais, remessas
para parentes ou conhecidos e
assim por diante. Tendo em
vista esse contexto, o Banco
Central do Brasil (BCB), num
movimento de baratear e
tornar mais acessível essa
operação à população, por
go que o garçom e o chef não fa-
zem sozinhos, para entregar o
prato pronto do jeito que o clien-
te quer”, compara o executivo.
“Se há um mandato de milhões
de dólares para cuidar, depois de
ponderados os riscos e o hori-
zonte de investimentos, o time
de portfolio solutions escolhe
que ativos, as oportunidades,
que ‘building blocks’ vão com-
por a carteira.” Assim, são aciona-
das todas as áreas de inteligência
na estrutura, da gestão de fun-
dos próprios e de terceiros, ou a
divisão de fundos de fundos.
Com esse desenho, Salamon-
de ficou acima de quatro direto-
rias de gestão, um conjunto que
reúne R$ 1,1 trilhão. A de solu-
ções de investimentos é coman-
dada por Charles Ferraz, que
acumula o cargo de CEO da uni-
dade “offshore”. Eduardo Ca-
mara Lopes, CIO na asset, é
quem toca os maiores volumes,
com mais de R$ 550 bilhões em
fundos de ações direcionais,
renda fixa, crédito, fundos de
índice e estratégias passivas.
O terceiro pilar é o de multi-
mesas, com as carteiras de retor-
no absoluto, que passaram a re-
plicar o modelo de gestoras in-
dependentes. O comando é de
Arlindo Penteado, que já cuida-
va do operacional e passou a ser
o nome responsável junto à
CVM. Já são 14 mesas e cerca de
R$ 100 bilhões. A divisão de
FoF, com quase R$ 240 bilhões,
segue sob a batuta de Pedro
Barbosa perante a regulação,
gosta de fazer previsões, mas que
acredita que, nos próximos anos,
a taxa de juros será maior “do que
a gente imaginaria em um gover-
no mais conservador”. “Provavel-
mente, os ativos financeiros ex-
juros não vão ter uma performan-
ce tão alvissareira. É o que posso
dizer em termos de perspectiva.”
Jakurski afirmou que as próxi-
mas semanas serão fundamen-
tais para definir qual cenário os
investidores devem enfrentar da-
qui para frente, considerando o
desfecho das discussões envol-
vendo a proposta de emenda
constitucional (PEC) da Transi-
ção e o anúncio dos nomes da
meio do estímulo à
concorrência, criou o eFX,
iniciado em outubro de 2021.
Em um contexto geral, o eFX
pode ser entendido como serviço
de pagamento ou transferência
internacional, concretizado
por meio de operação de
câmbio ou movimentação
em conta corrente em reais
de não residente — situações
já contextualizadas no
mercado de câmbio
brasileiro — para viabilizar
as seguintes transações:
● Aquisição de bens e
serviços no país ou no exterior,
de forma presencial ou por
meio de solução de pagamento
digital oferecida por prestador
de eFX e integrada à plataforma
de comércio eletrônico;
● Transferência unilateral de
recursos limitada a US$ 10 mil ou
equivalente em outras moedas;
● Transferência de recursos
entre contas no país (de
depósito ou contas de
pagamento pré-pagas) e contas
no exterior (de depósito
ou contas de pagamento),
de mesmas titularidades,
limitada a US$ 10 mil ou
equivalente em outras moedas;
mas ele passa a se reportar ope-
racionalmente a Salamonde.
Para tirar qualquer nuance de
conflito por estar no comando
da asset e ao mesmo tempo da
área de FoF, que faz alocação em
carteiras de outras assets, Sala-
monde deixou de ser qualificado
como gestor responsável na
CVM. “Toda a estrutura de gestão
está sob o meu guarda-chuva,
mas cada uma delas tem o seu
responsável CVM”, afirma. “An-
tes, o conflito fechava no [Carlos]
Constantini [CEO de gestão de ri-
queza e serviços] , agora fecha em
mim como CEO Plus. A gente ex-
plicou o modelo, a CVM enten-
deu o racional e permitiu que ti-
vesse quatro diretorias de gestão,
acho que é algo inédito.”
Dentre outras mudanças, Ste-
fano Catinella, que era responsá-
vel pela distribuição local, agora
responde por América Latina, en-
quanto Fernando Brantes, o che-
fe de operações no Brasil, passou
a ser o líder global, sendo o “con-
duíte” de tudo relacionado ao
operacional de crédito, trading,
TI e compliance. Thomas Wu se-
gue como chefe de pesquisa ma-
croeconômica e de dados, tam-
bém se reportando a Salamonde.
A diretoria de soluções larga
com R$ 140 bilhões, principal-
mente de investidores institu-
cionais, mas agora estará à fren-
te das demandas do private
banking. Os mandatos de fun-
dos exclusivos que estavam de-
baixo da antiga asset foram
deslocados para a divisão.
equipe do próximo presidente.
Sobre a PEC, ele acredita que a
proposta aprovada vai prever gas-
tos extra-teto de R$ 110 bilhões a
R$ 120 bilhões. “É uma batalha. O
governo vai querer aumentar ao
máximo o dinheiro fora do teto,
pelo prazo mais longo possível.
Do outro lado, o Congresso vai
querer segurar um valor menor,
pelo menor tempo possível.”
A composição da equipe do
presidente eleito é outro ponto
que demanda atenção, afirmou
Jakurski. “Dependendo disso,
você vai ter uma noção maior ou
menor da intensidade de movi-
mentos que já foram dados.”
● Saque no país
ou no exterior.
A grande novidade é que o
serviço eFX pode ser oferecido
por Instituições de Pagamento
(IP) autorizadas pelo BCB,
independentemente de estarem
autorizadas a operar no mercado
de câmbio. É importante
destacar que, autorizadas ou não
a operar no mercado de câmbio,
as IPs devem cumprir a legislação
e a regulamentação referente ao
mercado de câmbio aplicada ao
seu negócio. Nesse sentido, as IPs
sob escopo são as que prestam
serviços como emissora de
moeda eletrônica, emissora de
instrumento de pagamento
pós-pago ou credenciadora.
As IPs não autorizadas pelo
BCB podem também oferecer o
eFX para viabilizar a aquisição
de bens ou serviços no país e no
exterior, que ocorra de forma
presencial, e saques no país e no
exterior, sem limitação de valor,
enquanto atuarem como
emissora de moeda eletrônica,
emissora de instrumento de
pagamento pós-pago ou
credenciadora no âmbito de
arranjo de pagamento
autorizado pelo BCB. Neste
No multimesas, o último acrés-
cimo foi feito em maio, com a
chegada de um time liderado por
Bruno Bak, vindo da asset do Op-
portunity, para a estratégia de re-
torno absoluto batizada de Artax.
Desde o início, em 2019, as mesas
gerem um percentual de um fun-
do guarda-chuva, o Global Dinâ-
mico, que reunia R$ 6 bilhões e
hoje tem mais de R$ 100 bilhões.
As maiores têm seus próprios veí-
culos de referência, a exemplo da
família Optimus, liderada por
Marcelo Mendes, com uma equi-
pe que veio do Bahia Asset.
Esse é um projeto que nunca
está completo, afirma Salamon-
de, que tem buscado reforços pa-
ra aumentar a capacidade de ges-
tão de ativos no exterior. Ele con-
ta que dois terços do risco já estão
em outros mercados emergentes,
excluindo-se Brasil, mas metade
do retorno ainda vem da aloca-
ção aqui. “Se quero continuar
crescendo, em algum momento o
mercado fica pequeno, vou ter
um problema de velocidade.” O
plano é fazer adições em Londres,
Nova York, Ásia, que contribuirão
para a estratégia do Global Dinâ-
mico também. “Tenho um bom
problema, já que a gente recebe,
em média, R$ 500 milhões por se-
mana e tem que botar esse di-
nheiro para trabalhar.”
Embora a equipe multimesas
tenha cerca de 100 profissionais
entre gestores e analistas, incluin-
do aqueles que acompanham
mercados emergentes e outras
moedas, há o viés de avaliar as
Bloomberg
Aumentam as apostas de que o
colapso do império “cripto” de
Sam Bankman-Fried devastará
ainda mais uma das classes de
ativos com pior desempenho
neste ano. Os produtos negocia-
dos em bolsa com posições ven-
didas em ether e bitcoin domina-
ram os ingressos nos chamados
“ETPs cripto” na semana passada,
segundo dados compilados pelo
programa Bloomberg. Ao mes-
mo tempo, os volumes totais de
ETPs de ativos digitais caíram pa-
ra pouco menos de US$ 22 bi-
lhões, uma mínima de dois anos.
contexto, a aquisição de bens
ou serviços é limitada a US$ 10
mil ou equivalente em outras
moedas, contanto que não haja
impedimento para que tais IPs
prestem esse tipo de serviço.
Outras pessoas jurídicas (PJ)
também podem atuar como
prestadoras de eFX para
viabilizar a aquisição de bens e
serviços mediante oferecimento
de solução de pagamento digital
integrada a plataforma de
comércio eletrônico, limitado
a US$ 10 mil ou equivalente
em outras moedas, contanto,
também, que não haja
impedimento para que essas PJ
prestem este tipo de serviço.
Instituições que podem
prestar o serviço eFX são os
bancos múltiplos, bancos
comerciais, caixas econômicas,
bancos de investimento,
bancos de desenvolvimento,
bancos de câmbio, agências de
fomento, sociedades de crédito,
financiamento e investimento,
sociedades corretoras de
títulos e valores mobiliários,
sociedades distribuidoras de
títulos e valores mobiliários e
sociedades corretoras de
câmbio. Essas instituições são
Salamonde: diagnóstico de que banco não proporcionava experiência completa
oportunidades pela lente de Bra-
sil, afirma, e a diversidade é bem-
vinda. “O Ryan Takemoto em No-
va York quase nem sabe onde é o
Brasil, o processo de investimento
dele não considera o Brasil.”
Depois da multiplicação de ges-
toras de recursos no país, na esteira
da temporada de juros ultrabai-
xos, em que muita “gente queria
uma asset para chamar de sua”, Sa-
lamonde diz que o Itaú pode apro-
veitar eventuais consolidações. Ou
para o núcleo multimesas ou para
investir via fundos, a exemplo do
multimercado de crédito Rising
Star 1, que aportou um total de
R$ 770 milhões em quatro negó-
Os fluxos indicam que os inves-
tidores não veem fim à vista para
o estrago causado pela falência
da bolsa FTX de Bankman-Fried,
que abala o setor. A corretora
cripto Genesis teria alertado pos-
síveis investidores de que tam-
bém pode ir à falência se não con-
seguir levantar fundos de emer-
gência, informou a Bloomberg.
O 21Shares Short Ethereum
ETP registrou o maior fluxo se-
manal entre os produtos ras-
treados pela Bloomberg, de US$
14,2 milhões. O ETP que aposta
contra o ether subiu 37% desde
pouco antes de o colapso da FTX
começar, no início deste mês.
elegíveis ao credenciamento
pelo BCB à prática de operações
no mercado de câmbio. As IPs
autorizadas pelo BCB poderão,
também, se credenciar à
atuação no mercado de
câmbio com vigência a
partir de janeiro de 2023.
Do exposto, pode se
depreender grandes
potencialidades de negócios às
IPs, entre outras instituições.
Supondo, por exemplo, uma IP
com atuação num contexto de
clientes pessoas físicas ou
jurídicas que façam a
intermediação de produtos
importados ou exportados, que
sejam agências de turismo ou
clientes delas, que prestem
serviços emissivos ou receptivos
com o exterior, que utilizem
jogos, que façam compras
internacionais, que tenham
parentes no exterior que sejam
contrapartes para transferência
de dinheiro e assim por diante.
Essas IPs poderão oferecer,
por exemplo, no rol de
seus serviços a clientes, a
alternativa destes conduzirem
suas transações sem
necessariamente terem que se
valer de uma instituição
ANNA CAROLINA NEGRI/VALOR
cios: Tenax, Vinland, Ace Capital e
BlueLine. Um segundo veículo de-
ve ser levantado para investir num
pool de assets de fundos ilíquidos.
Nesse campo, o Itaú anunciou
em outubro a criação de uma es-
trutura específica para um aporte
de até R$ 300 milhões na gestora
de private equity Falconi Capital.
Antes, já tinha fechado acordo
com a Algarve Capital para preca-
tórios, e com a RK Partners para
um fundo de ativos estressados.
.com
Leia reportagens sobre investimentos
e finanças pessoais no site
www.valorinveste.com
Os veículos de investimento
que apostam em quedas respon-
dem por três quartos de todos os
ingressos semanais em ETPs crip-
to, de acordo com a gestora de ati-
vos digitais CoinShares. Os dados
sugerem que “o sentimento em
geral ficou profundamente nega-
tivo para essa classe de ativos, pro-
vavelmente como resultado dire-
to do impacto do colapso da FTX”,
disse James Butterfil, chefe de pes-
quisa da CoinShares, em nota.
O índice MVIS CryptoCompare
Digital Assets 100, que rastreia os
maiores tokens, já caiu 66% no ano,
em linha com o tombo do bitcoin. A
queda do ether chega a quase 70%.
financeira autorizada para o
registro e liquidação das
operações. A criação de
valor, maior oferta de
serviços e produtos, melhor
experiência aos clientes,
maior agilidade e preços
mais competitivos são apenas
algumas das muitas vantagens.
Para finalizar, reforço que
vivemos em momentos de
grandes saltos de qualidade em
serviços financeiros (sendo o
Pix um deles) e o eFX também é
promissor. Os canais digitais,
que propiciam segurança nas
transações, facilidade de uso,
baixo custo e alta
disponibilidade, são fatores
para as crescentes
oportunidades de mercado.
Então, sua IP está preparada?
José Geraldo Martins é sócio da
Riskfence
E-mail jose.martins@riskfence.com
Este artigo reflete as opiniões do autor, e
não do jornal Valor Econômico. O jornal
não se responsabiliza e nem pode ser
responsabilizado pelas informações
acima ou por prejuízos de qualquer
natureza em decorrência do uso destas
informações.

Legislação
Destaques
Água em peixes
Em Penha, no norte de Santa Cata-
rina, uma empresa do ramo de
pescados bem como seus sócios,
surpreendidos em uma fiscaliza-
ção do Inmetro com vários produ-
tos que apresentavam excesso de
água nas embalagens, foram con-
denados em ação de danos morais
ao pagamento de R$ 5 mil. O mon-
tante será destinado ao Fundo de
Recuperação de Bens Lesados do
Estado. A decisão é da Vara Única
da Comarca, que determinou ain-
da a regularização dos problema
detectado. Embora os réus te-
nham alegado que a mercadoria
estava dentro dos padrões exigi-
dos, o juízo ponderou que, em re-
lação às partes, tal problema não é
inédito e tampouco isolado, uma
vez que laudos do Inmetro dão
conta de irregularidades seme-
lhantes cometidas entre os anos
de 2009 a 2014, notificada nas
Operações “Tarrafa”, “Degelo” e
“Água no Peixe”. “No presente fei-
to, aduz o órgão ministerial que ao
expor ao comércio pescados com
teor líquido acima do permitido, a
ré ofendeu a moral coletiva”, diz o
juízo. “Com a responsabilização
da ré por ter exposto à venda pro-
dutos alimentícios sem o respeito
à gramagem ideal de líquidos, sur-
ge o dever de indenizar”. Cabe re-
curso (Com informações do TJSC).
Sem vacina
Um teleatendente da Gol Linhas
Aéreas conseguiu reverter a dis-
pensa por justa causa que sofreu
em razão de não ter se vacinado
contra a covid-19. Ele também ob-
teve o direito à indenização de R$
3 mil por danos morais. A decisão
de primeiro grau entendeu com-
provado o fato de que o emprega-
do fora contratado para trabalhar
em sua residência, sem contato
presencial com os colegas, portan-
to não representava ameaça à saú-
de dos demais funcionários. Em
seu depoimento, ele afirmou que
trabalhava na modalidade ‘home
based”, só devendo comparecer à
sede da empresa se houvesse pro-
blema com os equipamentos que
utilizava. Disse que esteve presen-
cialmente ali uma única vez, para
trocar o headset, e que naquele dia
havia quatro pessoas no local. O
empregador alegou que o traba-
lhador descumpriu sua política in-
terna de vacinação contra a co-
vid-19. Confirmou, entretanto,
que ele trabalhava remotamente.
A sentença foi proferida pelo juiz
Jefferson do Amaral Genta, da 1ª
Vara do Trabalho de Praia Grande
(SP). “É certo que, no caso do recla-
mante, que não trabalhava fisica-
mente nas suas dependências, a
empresa não poderia ter se utiliza-
do da exigência de vacina para jus-
tificar a rescisão contratual por
justa causa”, diz (processo nº
1000970-93.2022.5.02.0401).
Inventário e partilha
A 3ª Turma do Superior Tribunal
de Justiça (STJ) decidiu que, mes-
mo havendo testamento, é admis-
sível a realização de inventário e
partilha por escritura pública, na
hipótese em que todos os herdei-
ros são capazes e concordes. O co-
legiado destacou que a legislação
contemporânea tem reservado a
via judicial apenas para hipóteses
em que há litígio entre os herdei-
ros ou algum deles é incapaz
(REsp 1.951.456). No caso dos au-
tos, foi requerida a homologação
judicial de uma partilha realizada
extrajudicialmente, com a concor-
dância de todas as herdeiras. Nes-
sa oportunidade, foi informado
que o testamento havia sido regis-
trado judicialmente. O juízo de
primeira instância negou o pedi-
do de homologação. A decisão foi
mantida pelo Tribunal de Justiça
do Rio Grande do Sul (TJRS). No
STJ, porém, a relatora, ministra
Nancy Andrighi, destacou que o
caso exige uma interpretação te-
leológica e sistemática dos dispo-
sitivos legais, para se chegar a uma
solução mais adequada, e mencio-
nou precedente da 4ª Turma que
autorizou a realização de inventá-
rio extrajudicial em situação se-
melhante (REsp 1.808.767).
& Tributos
Tributário Ministro Edson Fachin apresentou pedido
de destaque e levou discussão para sessão presencial
STF vai recomeçar
julgamento sobre
reversão de decisões
Joice Bacelo
Do Rio
O ministro Edson Fachin, do Su-
premo Tribunal Federal (STF), de-
cidiu passar uma borracha nas dis-
cussões que ocorreram, até aqui,
sobre a “quebra” de decisões judi-
ciais definitivas. Esse tema estava
em julgamento no Plenário Virtual
— com previsão de se encerrar sex-
ta-feira — e já havia a maioria dos
votos necessários para o resultado,
o que, se confirmado, traria prejuí-
zo aos contribuintes.
Fachin apresentou, ontem, um
pedido de destaque. Essa sistemáti-
ca, além de interromper o julga-
mento, transfere o caso para a sessão
presencial e as discussões recome-
çam com placar zerado. Será um no-
vo jogo, portanto, para os contri-
buintes — ainda sem data prevista.
“O pedido de destaque provoca
grande alívio. Comoo caso estava in-
do, teríamos simplesmente a des-
constituição da coisa julgada e no
dia seguinte o contribuinte seria
obrigado a pagar impostos aos
quaisnãoestavasubmetido”,dizTia-
go Conde, sócio do Sacha Calmon.
Esse tema é considerado por ad-
vogados como um dos mais im-
portantes em tramitação no Judi-
ciário e havia, desde o começo, for-
te pressão da advocacia e do meio
empresarial para que não fosse jul-
gado no ambiente virtual.
Era a terceira tentativa dos minis-
tros de concluir o tema. Das outras
duas vezes que esteve em pauta, a
discussão foi interrompida por pe-
didos de vista. O último deles, apre-
sentado pelo ministro Gilmar Men-
des, que reabriu o julgamento na úl-
tima sexta-feira.
Só que os ânimos ficaram ainda
mais acirrados. Os advogados per-
ceberam que quase todos os minis-
tros que já haviam se posicionado
até aquele momento alteraram os
seus votos, piorando a situação dos
contribuintes.
“Não teve nenhum aviso. Advoga-
dos que tinham salvado os votos no
Receita passa a negociar substituição de garantia
Beatriz Olivon
De Brasília
A Receita Federal regulamentou a
possibilidade de troca, por meio de
transação tributária, de bens arrola-
dos como garantia em disputas fis-
cais por seguro-garantia ou carta
fiança, desde que haja discussão ad-
ministrativa ou judicial a respeito. A
hipótese consta na Portaria nº 247,
publicada ontem. A norma ainda
trazesclarecimentosemrelaçãoàre-
gulamentação publicada em porta-
ria anterior, de nº 208, de 2022.
O arrolamento não é um blo-
queio direto dos bens, mas um mo-
nitoramento. Na prática, pode aca-
bar se tornando um empecilho por-
que é necessário avisar a Receita Fe-
deral sobre qualquer movimenta-
ção que os envolva. O arrolamento
funciona como garantia em discus-
sões administrativas e judiciais.
A medida é aplicada pela Receita
quando o débito supera 30% do pa-
trimônio da empresa ou o valor de
R$ 2 milhões. Existe previsão que au-
toriza sua extensão aos “responsá-
veis tributários” (em geral executi-
vos), que podem ser corresponsabi-
lizados no auto de infração.
Apesar de ser uma demanda dos
devedores e dar maior liquidez na
execução, a substituição da garan-
SP
começo do julgamento perceberam
que havia algo estranho quando fi-
zeram a comparação. Em tese, so-
mente o ministro Gilmar, que estava
com a vista, traria um novo voto.
Nunca vimos isso acontecer antes”,
diz um profissional a par do caso.
Oqueestáemdiscussãoéseasde-
cisões judiciais definitivas, que favo-
recem os contribuintes, perdem o
efeito — de forma imediata e auto-
mática — quando há mudança de
jurisprudência na Corte. A decisão,
quando proferida, terá impacto so-
bre todos os processos que discutem
pagamento de tributos.
Poderá afetar, inclusive, casos
passados,emquejáhouveamudan-
ça de jurisprudência. Advogados
mapearam, pelo menos, quatro te-
ses grandes — com muito dinheiro
envolvido — que estão nessa condi-
ção e poderiam trazer, de imediato,
problemas para os contribuintes.
Sãoelas:acobrançadeCSLL,IPIna
revenda de mercadorias importa-
das, contribuição patronal sobre o
terçodefériaseaexigênciadeCofins
para as sociedades uniprofissionais.
Se confirmado o resultado no Plená-
rio Virtual, a Receita Federal teria
passe livre para cobrar aqueles que
estão amparados por decisões e, ho-
je, não recolhem esses tributos.
É que pela decisão que estava se
desenhando, o contribuinte que dis-
cutiu a cobrança na Justiça e teve a
ação encerrada (sem mais possibili-
dade de recurso) a seu favor — auto-
rizandoadeixardepagar—perderia
esse direito se, tempos depois, o STF
julgasse o tema, com repercussão
geral ou por meio de ação direta de
inconstitucionalidade, e decidisse
que a cobrança é devida.
Essa sistemática mudaria o for-
mato que se tem atualmente. O Fis-
co, hoje, pode pleitear a reversão de
decisões, mas existe um instrumen-
to específico para isso, a chamada
ação rescisória, que tem prazo de até
dois anos para ser utilizado.
O novo entendimento abriria ca-
minho, portanto, para que o Fisco
retomasse as cobranças de forma
Julio Janolio: nova portaria lapida regulamentação editada anteriormente
tia por carta fiança ou seguro não
tinha previsão legal, segundo es-
pecialistas. A portaria traz essa me-
dida. Não é necessário, contudo,
aderir à transação do crédito, afir-
ma Marcos Hübner Flores, auditor
automática — sem passar por todo o
trâmite da rescisória.
Sete dos onze ministros ha-
viam proferido votos nesse senti-
do antes de o julgamento ser in-
terrompido, inclusive o Fachin.
Dois casos estão em análise e ser-
virão como precedentes para todo o
país (RE 949297 e RE 955227). Fa-
chin é o relator de um deles e o mi-
nistro Luís Roberto Barroso do ou-
tro. Os dois haviam dito em seus vo-
tos que a perda de direito do contri-
buinte não seria imediata.
Eles consideram que a decisão do
STF, validando a cobrança, se asse-
melha à criação de um novo tributo
e, a depender do tributo que estiver
em análise, têm de ser respeitados os
princípios da anterioridade: a no-
ventena (90 dias após a decisão) e a
anual (ano seguinte à decisão).
Os relatores tinham a adesão
de outros quatro ministros —
Dias Toffoli, Alexandre de Mo-
raes, Cármen Lúcia e Rosa Weber.
Havia maioria, portanto, para fi-
xar esse entendimento.
Somente o ministro Gilmar Men-
des,dentreosquehaviamseposicio-
nado antes de o julgamento ser sus-
penso, discordava do cumprimento
da anterioridade. Para ele, as co-
branças poderiam ocorrer já a partir
das novas decisões da Corte.
Um dos pontos que mais preocu-
pa a advocacia — e pode ter motiva-
do o pedido de destaque de Fachin
— envolve a chamada “modulação
de efeitos”. Aqui entra a polêmica
mudança nos votos. Os dois relato-
res, Fachin e Barroso, excluíram dos
próprios votos, na sexta-feira, o tre-
cho que tratava da modulação.
Advogados dizem que essa parte
éimportanteporqueatingetodosos
casos em que houve mudança de ju-
risprudência até aqui. Inicialmente,
os ministros haviam estipulado co-
mo marco para a reversão das deci-
sões o julgamento agora em análise.
Valeria daqui para frente.
Esse foi o trecho excluído. Ad-
vogados interpretam que da for-
mo como ficou depois do ajuste
DIVULGAÇÃO
fiscal e coordenador-geral de Ad-
ministração do Crédito Tributário
da Receita Federal.
Supervisora nacional da Transa-
ção Tributária, Sandra Maria Holan-
da Ponte Ribeiro destaca que a nor-
São Paulo | Quarta-feira, 23 de novembro de 2022 | E1
Edson Fachin: exclusão de trecho sobre modulação de efeitos do voto
— sem a ressalva — valeria a data
do julgamento de cada tema.
Os casos em discussão, por exem-
plo, envolvemcobrançasde CSLL.Da
formaanterior,comamodulaçãode
efeitos, a Receita poderia exigir o tri-
butosódaqui parafrente.Sema mo-
dulação, no entanto, as cobranças
seriam possíveis desde o ano de
2007, a data em que o STF decidiu
pela constitucionalidade do tributo.
Essa conta poderia ficar muito
pesada. A CSLL incide sobre o lu-
cro das empresas — tem alíquota
de 9%. O acumulado, desde lá de
trás, acrescido de correção e mul-
ta atingiria valores altíssimos.
Advogados chamam a atenção
que grandes companhias seriam
afetadas. Um dos casos em análise
no STF, por exemplo, envolve a Bras-
kem.Acompanhiaobteveumadeci-
são definitiva da Justiça, a autorizan-
do a não pagar CSLL, em 1994.
A discussão que chegou ao STF —
e servirá de precedente — trata sobre
umautodeinfraçãoaplicadoemde-
zembro de 2006, cobrando valores
não pagos pela Braskem entre 2001
e 2003. Não há informações, no en-
tanto, se a Braskem está até hoje sem
recolher o tributo. Procurada pelo
Valor, a empresa informou que não
comentaria o assunto.
O IPI na revenda de mercadorias
importadas, outra tese importante
que será afetada por esse julga-
mento, foi reconhecido pelos mi-
nistros em 2020. Nesse mesmo
ma ainda esclarece qual o momento
da suspensão do processo adminis-
trativo transacionado. Pela portaria,
vale o deferimento, quando é selado
o acordo com o contribuinte.
A regulamentação tem como ba-
se a Lei nº 14.375, de junho, que per-
mite ao Fisco conceder descontos de
até 70% e parcelamento em 145 me-
ses. Os contribuintes também po-
dem utilizar prejuízo fiscal e base
negativa da CSLL para o pagamento
de dívidas. Mas os valores precisam
estar em discussão na própria Recei-
ta ou no Conselho Administrativo
de Recursos Fiscais (Carf). Em dois
editais de transação, lançados em
2020 e 2021, foram feitas 12.697
adesões — 53 na de grandes teses.
Outro ponto de destaque da por-
taria trata de créditos irrecuperáveis.
O texto diz que consideram-se irre-
cuperáveis aqueles em contencioso
administrativo há mais de dez anos,
observados alguns parâmetros já
adotados pela Procuradoria-Geral
da Fazenda Nacional (PGFN).
Para advogados, a norma ante-
rior não deixava claro que esses
créditos precisam estar no conten-
cioso há mais de dez anos. Mas, de
acordo com Hübner Flores, foi fei-
to apenas um ajuste de redação.
A portaria traz outros esclareci-
mentos, como a definição dos recur-
DIVULGAÇÃO
ano, também foi declarada a cons-
titucionalidade da cobrança de
contribuição previdenciária pa-
tronal sobre o terço de férias.
Sem a modulação, segundoos ad-
vogados, a Receita teria passe livre
para, nesses dois casos, exigir os pa-
gamentos desde lá e não somente a
partir de agora — dois anos depois.
“A possibilidade de retroação dos
efeitos da decisão do STF para colher
situações protegidas até então é
uma medida violenta”, afirma Luiz
Gustavo Bichara, do Bichara Advo-
gados, acrescentando que, se preva-
lecesse, haveria muita discussão so-
bre como cobrar esses tributos.
Priscila Faricelli, do escritório De-
marest, concorda que toda essa si-
tuaçãodesaguarianovamentenoJu-
diciário. A decisão do STF — sem a
modulação —, diz, abriria porta para
o Fisco cobrar tributos passados de
empresas que têm decisões definiti-
vas, vinham recebendo autos de in-
fração por não pagar o tributo e es-
tão discutindo essas cobranças e de
empresas que têm decisão definitiva
e até hoje não foram cobradas.
Para quem não foi cobrado até
aqui, a exigência, em tese, poderia
retroagir cinco anos. Já aquelas em-
presas que foram autuadas lá atrás e
têm discussões em andamento se-
riam mais prejudicadas porque te-
riam que pagar o que está sendo co-
brado — com correção pela Selic e
multa de 75%, aplicada, automatica-
mente, se o contribuinte é autuado.
sos capazes de instaurar o conten-
cioso administrativo fiscal e quais as
matérias passíveis de recurso. Além
das dívidas sujeitas ao processo ad-
ministrativo, também é possível
transacionar débitos referentes a
compensação considerada não de-
clarada, o cancelamento ou não re-
conhecimento de ofício de declara-
ção retificadora e parcelamento.
De acordo com Fábio Prieto de
Souza, sócio do Velloza Advogados,
a transação ainda é nova e depois da
portaria inaugural ainda havia a ne-
cessidade de esclarecimentos. Além
disso, acrescenta, a norma é impor-
tante por tratar da troca de garantia.
Em muitos casos, diz, há o arrola-
mento de bens de diretores e sócios.
Para Julio Janolio, sócio do Vinhas
e Redenschi Advogados, a norma
“lapida” a Portaria nº 208, deixando
a regulamentação mais alinhada
com a da Portaria nº 6.757, da PGFN.
Ele destaca que a norma cita que se-
rão utilizados o grau de recuperabi-
lidade e a capacidade de pagamento
aferidos pela procuradoria.
Felipe Leonidio, do mesmo escri-
tório, aponta um ponto de preocu-
pação: o condicionamento da tran-
sação de débitos informados em de-
clarações de compensação à desis-
tênciadadiscussãorelativaàhigidez
dos respectivos créditos utilizados.
E2 | Valor | São Paulo | Quarta-feira, 23 de novembro de 2022

Legislação & Tributos | SP

A arbitragem entra no clima

de ações que, anualmente, constituem atualmente, e por assumiram e assumirão que por ela optarem, com digam respeito, terá papel
Opinião Jurídica chegam ao Judiciário (a décadas à frente, elemento compromissos para reduzir renúncia à jurisdição estatal, é o relevante em embates de origem
estatística do Conselho central à proteção do meio suas emissões de gases de efeito palco ideal para os litígios climática nos quais a lei, o
Nacional de Justiça indica cerca ambiente e da sociedade como a estufa. Mais que isso: derivados de relações como as mercado, os contratos e partes
Oscar Graça Couto e de 20 milhões de processos conhecemos. A questão não compromissos para exigir que aqui cogitadas. Em ambiente interessadas — como acionistas,
Marcelo Levitinas ajuizados somente em 2021, a suscita mais controvérsia entre integrantes de sua cadeia de essencialmente confidencial, investidores, sindicatos, ONGs,
que se somam 75 milhões de cientistas. E não há mais como valor façam o mesmo. Trata-se conduzido por árbitros consumidores — venham a
ações ainda pendentes de desconhecer os graves impactos de exigência da sociedade, especializados nos temas atribuir ou cobrar
julgamento). ambientais, sociais, econômicos também vocalizada por discutidos e escolhidos pelas responsabilidades.
O ambiente judicial aqui e geopolíticos de que todos investidores relevantes (por partes interessadas, com a No âmbito climático,
descrito não é atraente para temos sido testemunhas exemplo, no plano global, o celeridade própria desse enquanto os sistemas políticos e
resolver questões comerciais e os que ainda serão arcados BlackRock, gestor de cerca de procedimento, e decisão única e produtivos não forem capazes de
relevantes e urgentes, por gerações futuras. US$ 10 trilhões). irrecorrível, pode-se discutir, oferecer soluções adequadas — e
das quais pode depender a Reverter esse quadro é uma entre outras hipóteses, a violação isso, ao que tudo indica, está
definição de estratégias de necessidade. Como fazê-lo, um de cláusulas contratuais que longe de acontecer —, parece

A
negócio e investimento dos maiores desafios A arbitragem imponham ao fornecedor a inevitável que o Poder Judiciário,
arbitragem é, por decisivas para as empresas contemporâneos. Em torno adoção de determinados padrões no Brasil e no mundo, seja
excelência, o envolvidas, inclusive desse desafio se apresentam,
comercial entre de emissão; pretensões de chamado a exercer seu papel:
campo para quanto a segredos assimetricamente, em relações partes privadas acionistas que vejam o valor de impor soluções que o sistema
solução de comerciais e industriais. de cooperação ou contenda, terá papel relevante mercado de companhias derreter jurídico considera necessárias.
disputas privadas. Por outro lado, as disputas de países, sociedade civil e (com trocadilho) pela Mas, pelas vantagens que oferece,
O instituto é desenhado para natureza ambiental no Brasil são empresas, no espaço difuso, em embates de inobservância de compromissos nas disputas privadas
propiciar às partes interessadas informadas pelo interesse dinâmico, em alguma medida origem climática climáticos assumidos — inclusive envolvendo a questão, a
um mecanismo de solução de público, amparadas nos inescapável, do mercado. os que a lei ou o mercado passem arbitragem tende a se estabelecer
litígios alternativo à tradicional postulados constitucionais de Para problemas de tal a reputar essenciais —; como meio eficiente para a
dinâmica judicial. Na que o “meio ambiente magnitude e complexidade, Em breve, simplesmente não negociações frustradas de solução desses conflitos.
experiência brasileira, em lides ecologicamente equilibrado” não há bala de prata. Esse será mais admissível que créditos de carbono; cotistas de
judiciais os interesses ficam constitui direito humano enfrentamento virá de esforços empresas (em especial as de fundos de investimento ESG que Oscar Graça Couto e Marcelo
sujeitos ao conhecimento não fundamental e de que tal direito concertados no plano capital aberto) mantenham identifiquem investimentos Levitinas são, respectivamente, sócio de
especializado dos julgadores e a deve ser garantido pelo poder internacional (de que é relações relevantes com quem desalinhados com os respectivos Ambiental do Graça Couto Advogados e
muitos (por vezes dezenas de) público e pela coletividade para exemplo o Acordo de Paris), de quer que seja que não esteja mandatos; disputas pelo mau professor de Direito Ambiental da
anos de disputa, sob um “as presentes e futuras gerações”. leis e tribunais no plano alinhado a compromissos funcionamento de PUC-Rio; e sócio de Resolução de
regime de publicidade plena, É nessa moldura constitucional doméstico, de iniciativas, formais relacionados ao clima. equipamentos de redução Disputas do Graça Couto Advogados
com poucas ressalvas, do que a “emergência climática” voluntárias ou compulsórias, “Não há outra pauta, não há de emissões, imputações
conteúdo dos processos. está inserida. impostas pela sociedade civil e outro problema, não há outra de greenwashing. Este artigo reflete as opiniões do autor,
O congestionamento de Os dois universos (o da por parcelas dos setores questão. A emergência climática De fato, a julgar pela e não do jornal Valor Econômico.
feitos, em boa medida, é reflexo arbitragem e o do meio produtivo e financeiro. é a antessala de todas as outras” experiência internacional, a O jornal não se responsabiliza e nem
não apenas da pluralidade de ambiente) seriam, então e para É nesse contexto — (ADPF 708, ministro Fachin). arbitragem comercial entre pode ser responsabilizado pelas
recursos admitidos pelo um olhar pouco atento, emoldurado pelo mercado com A arbitragem, como partes privadas, envolvendo informações acima ou por prejuízos
sistema processual brasileiro, incompatíveis. Não são. a sigla ESG — que empresas dos instrumento de solução de interesses que, de qualquer natureza em decorrência
mas também das novas milhões As mudanças climáticas mais variados setores disputas privadas, entre partes preponderantemente, lhes do uso dessas informações

OUTBACK STEAKHOUSE RESTAURANTES BRASIL S.A.

CNPJ nº 17.261.661/0001-73 - NIRE 35.300.463.412
Assembleia Geral Extraordinária - Edital de Convocação
São convocados os acionistas da OUTBACK STEAKHOUSE RESTAURANTES BRASIL S.A.
(“Companhia”), na forma prevista no Artigo 124 da lei nº 6.404/76, para se reunirem em Assembleia
Geral Extraordinária a ser realizada no dia 30 de novembro de 2022, às 11:00 horas, na sede da
Companhia, localizada na Capital do Estado de São Paulo, na Av. das Nações Unidas, 12.901, Torre
Oeste, Bloco C, 4º andar, Conjunto 401, Dep 12 e 13, Tipo G 4SS G4, Brooklin, CEP 04578-000,
para deliberarem sobre a seguinte Ordem do Dia: (i) ratificar e aprovar a aquisição, pela Companhia,
e subsequente cancelamento de suas próprias ações preferenciais, sem redução do capital social,
das classes MP31, MP41 e MP98; (ii) aprovar o aumento do capital social no valor de R$ 300.000,00,
mediante a emissão de novas ações preferenciais nominativas, sem direito a voto e sem valor
nominal, com prioridade na distribuição de dividendos fixos e aprovar a consequente alteração do
Artigo 4º do Estatuto Social; e (iii) aprovar a consolidação do Estatuto Social da Companhia para
refletir as deliberações aprovadas pelos acionistas. Os documentos pertinentes às matérias a serem
debatidas encontram-se à disposição dos acionistas, a partir desta data, na sede da Companhia. O
acionista que desejar ser representado por procurador constituído na forma do Artigo 126, §1º, da
Lei nº 6.404/76 deverá depositar o respectivo mandato na sede da Companhia até 24 horas antes da
realização da Assembleia. São Paulo, 22 de novembro de 2022. Pierre Albert Berenstein - Diretor.

SECRETARIA DE ESTADO DA SEGURANÇA PÚBLICA

DE ALAGOAS

CONVOCAÇÃO Nº 133/CEA/SSP-2022 SUBPREFEITURAS

AVISO DE COTAÇÃO
A Chefia Executiva Administrativa/SSP torna público que está recebendo cotações de
preços conforme dados que seguem:
Processo nº: E:02100.0000000134/2021 AVISO DE LICITAÇÃO
Objeto: Aquisição de aeronave de asas rotativas (helicóptero). Pregão eletrônico Nº 044/SMSUB/COGEL/2022 - Processo SEI N°: 6012.2022/0015715-0 - O.C. N°
Informações: Através do e-mail sspalcompras@gmail.com, Telefones
801010801002022OC00060 - Objeto: Contratação de empresa especializada na prestação de serviços de
82-3315-8622/2357 ou na Sala 321 da Secretaria de Estado da Segurança Pública de
impressão (Outsourcing de Impressão), compreendendo a disponibilização, instalação e configuração de
Alagoas.
Prazo para envio das propostas: 05 (cinco) dias úteis, a contar da data desta equipamentos multifuncionais, suporte técnico e manutenção on-site (incluindo peças), fornecimento de
publicação. consumíveis originais do fabricante dos equipamentos e papéis, além da disponibilização de solução de
Maceió, 21 de novembro de 2022. bilhetagem que permita gestão e monitoramento de consumo do parque de equipamentos, para atendimento
Shirley Santos de Oliveira das necessidades da SECRETARIA MUNICIPAL DAS SUBPREFEITURAS e SUBPREFEITURAS.
Gerente do Núcleo de Cotação/SSP-AL Data/hora sessão de abertura: 06/12/2022 às 11:00h - Local: www.bec.sp.gov.br ou www.bec.fazenda.sp.gov.br -
Obs.: tipo menor preço e critério de julgamento menor valor global total.

LEILÃO DE ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA

1º LEILÃO 08/12/2022 ÀS 15H00 - 2º LEILÃO 12/12/2022 ÀS 15H00
Fernando José Cerello Gonçalves Pereira, Leiloeiro Oficial inscrito na JUCESP sob nº 844, faz saber, através do presente Edital, que
devidamente autorizado pelo Banco Bradesco S.A., inscrito no CNPJ sob nº 60.746.948/0001-12, promoverá a venda em Leilão (1º ou 2º)
do imóvel abaixo descrito, nas datas, hora e local infracitados, na forma da Lei 9.514/97. Local da realização dos leilões presencias e on-
line: Alameda Santos, 787, 13º andar, Cj. 132, Jardim Paulista, São Paulo-SP e “online” através do site do Leiloeiro Oficial: www.megaleiloes.
com.br. Serão adotadas todas as recomendações de prevenção contra o Covid-19, conforme estipulado pelo Ministério da Saúde. Localização
do imóvel: Ilha Solteira-SP. Zona Sul. Av. Atlântica, nº 1659, Loja 43. Ed. Ilha Shopping. LOJA. Área privativa coberta edificada 51,75m² e
fração ideal de 0,016714 no terreno e demais coisas comum do condomínio. Matr. 6.251 do RI local. Obs.: Ocupada (AF). 1º Leilão:
08/12/2022, às 15:00 hs. Lance mínimo: R$ 165.000,00. 2º Leilão: 12/12/2022, às 15:00 hs. Lance mínimo: R$ 172.296,74. Condição
de pagamento: à vista, mais comissão de 5% ao Leiloeiro. Da participação on-line: O interessado deverá efetuar o cadastramento prévio
perante o Leiloeiro, com até 1 hora de antecedência ao evento. O Fiduciante será comunicado das datas, horários e local de realização dos
leilões, para no caso de interesse, exercer o direito de preferência na aquisição do imóvel, pelo valor da dívida, acrescida dos encargos e
despesas, na forma estabelecida no parágrafo 2º-B do artigo 27 da lei 9.514/97, incluído pela lei 13.465 de 11/07/2017. Os interessados
devem consultar as condições de pagamento e venda dos imóveis disponíveis nos sites: www.bradesco.com.br e www.megaleiloes.
com.br. Para mais informações - tel.: (11) 3149-4600. Fernando José Cerello Gonçalves Pereira - Leiloeiro Oficial JUCESP nº 844.
Mais Informações: (11) 3149-4600 | www.megaleiloes.com.br
FUNDAÇÃO AGÊNCIA DAS BACIAS PCJ
AVISO DE LICITAÇÃO
COLETA DE PREÇOS Nº 010/2022
Comunicamos que está aberta a Coleta de Preços nº 010/2022 pelo tipo Menor Preço. Objeto: Contratação de empresa para prestação de
serviços de assessoria técnica, operacional e administrativa visando apoio à execução e ao gerenciamento das atividades da Coordenação
de Gestão da Agência das Bacias PCJ. Prazo para entrega dos envelopes: até às 09h00 (nove horas) do dia 12/12/2022, na sala 604, sessão
de protocolos, e abertura às 09h30 (nove horas e trinta minutos) do mesmo dia, na sala 803, ambas do Edifício Rácz Center, na Rua Alfredo
Guedes, 1949, Higienópolis, Piracicaba, SP. O Ato convocatório completo encontra-se à disposição na sede da Fundação Agência das Bacias
PCJ, na Rua Alfredo Guedes, 1949, Edifício Rácz Center, sala 604, Higienópolis, Piracicaba, SP, no site www.agencia.baciaspcj.org.br e no site
www.comitespcj.org.br. Tony Douglas Segatto - Presidente da Comissão de Seleção e Julgamento. Sergio Razera - Diretor-Presidente.
AÇUCAREIRA QUATÁ S.A.
CNPJ Nº 60.855.574/0001-73 - NIRE 35300051556
ATA DA REUNIÃO DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO REALIZADA EM 28 DE JULHO DE 2022
Data, Hora e Local: 28/07/2022 às 10h30, na Av. Brigadeiro Faria Lima, nº 2277, 5º andar, na cidade de São
Paulo/SP, admitindo-se também a participação remota por videoconferência. Convocação: Por escrito, na forma
prevista no artigo 20, §1º, do Estatuto Social da Açucareira Quatá S.A. (“Companhia”). Presenças: Presente a
maioria dos membros do Conselho de Administração da Companhia, a saber: Francisco Amaury Olsen, Luiz Zillo
Neto, Mauricio Rosário da Barrosa, Miguel Zillo, José Roberto Lorenzetti, José Marcos Lorenzetti e Antonio José
Zillo, bem como os Conselheiros Consultivos Independentes, André Ricardo Miranda Dias e Britaldo Pedrosa
Soares. Mesa: Sr. Francisco Amaury Olsen - Presidente; e Sra. Adriane J. Francis Ribeiro - Secretária. Ordem do
Dia: Deliberar sobre a aprovação da alteração do número do CEP da filial da Companhia localizada na cidade de
Quatá/SP.Deliberações: Abertos os trabalhos e instalada a presente Reunião, o Presidente da Mesa colocou em
exame, discussão e votação a matéria da ordem do dia, deliberando a totalidade dos membros do Conselho de
Administração presentes na Reunião aprovar a alteração do número do CEP da filial da Companhia localizada na
cidade de Quatá/SP, na Fazenda Quatá, S/N, CNPJ/ME nº 60.855.574/0013-07 e no NIRE 35900208464, de CEP
19.780-000 para CEP 19789-899, em razão da atualização dos dados na Prefeitura de Quatá, Estado de São Pau-
lo. Encerramento: Nada mais havendo a tratar, foram encerrados os trabalhos para a lavratura desta ata. Foi a
presente ata lida e aprovada e tendo sido assinada por todos os Conselheiros presentes. Assinaturas: Francisco
Amaury Olsen - Presidente; e Adriane J. Francis Ribeiro - Secretária. Conselheiros: Francisco Amaury Olsen, Luiz
Zillo Neto, Mauricio Rosário da Barrosa, Miguel Zillo, José Roberto Lorenzetti, José Marcos Lorenzetti e Antonio
José Zillo. Conselheiros Consultivos Independentes: Britaldo Pedrosa Soares e André Ricardo Miranda Dias.A
presente ata é cópia fiel da lavrada em livro próprio.São Paulo, 28/07/2022. Adriane J. Francis Ribeiro. Secretá-
ria. Jucesp nº 630.456/22-7 em sessão de 21/10/2022. Gisela Simiema Ceschin - Secretária Geral.

ORE SECURITIZADORA S.A.

Companhia Aberta - CNPJ/ME nº 12.320.349/0001-90
QUARTA ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA DOS TITULARES DE CERTIFICADOS DE RECEBÍVEIS
IMOBILIÁRIOS DA 30ª SÉRIE DA 1ª EMISSÃO DA ORE SECURITIZADORA S.A. - EDITAL DE CONVOCAÇÃO
Os senhores Titulares de Certificados de Recebíveis Imobiliários da 30ª Série da 1ª Emissão da ORE Securitizadora
S.A. (respectivamente “Investidores”, “CRI” e “Securitizadora”) e a H. Commcor Distribuidora de Títulos e Valores
Mobiliários Ltda. (“Agente Fiduciário”), estão convocados a se reunirem à Quarta Assembleia Geral Extraordinária
dos Titulares dos CRI (“4ª AGT”), a ser realizada, em primeira convocação, no dia 09 de dezembro de 2022, às
10h00, de modo exclusivamente digital, inclusive para fins de voto, por meio de sistema eletrônico pela plataforma
Microsoft Teams, sendo certo que o link de acesso à reunião será disponibilizado por correio eletrônico aos Titulares
de CRI que enviarem solicitação para psalomao@fator.com e/ou jfreitas@fator.com. A 4ª AGT tem como objetivo
deliberar sobre: (i) a alteração no fluxo de Amortização Programada dos CRI, inclusive com inclusão de waiver fee, a
partir do mês de dezembro de 2022, nos termos solicitados pela Devedora e constante no site da Securitizadora; (ii) a
não declaração do Vencimento Antecipado, em decorrência do descumprimento das obrigações pecuniárias e da falta
de recomposição do Fundo de Reserva pela Devedora, conforme cláusulas 4.1, v, e 4.5.3.3., da CCB, respectivamente;
(iii) aprovar que a parcela de amortização a ser paga pela Devedora em fevereiro de 2023, conforme o fluxo
sugerido no item I acima, seja revertida para a Securitizadora e não para o Patrimônio Separado, uma vez que a
Securitizadora efetuou, com caixa próprio, o pagamento aos Titulares dos CRI, do evento de amortização dos CRI
correspondente ao mês de novembro de 2022, sem que a Devedora tenha adimplido com a parcela correspondente
da CCB (cujo inadimplemento é pauta do item (ii) da Ordem do Dia), e (iv) a autorização para a Securitizadora, em
conjunto com o Agente Fiduciário, realizarem todos os atos necessários para a implementação das deliberações da
presente 4ª AGT. Os termos iniciados por letras maiúsculas não definidos nesta convocação terão os significados a
eles atribuídos nos Documentos da Operação. Os documentos pessoais e, caso aplicável, instrumentos de mandato
com poderes para representação na referida 4ª AGT, deverão ser encaminhados pelos Titulares dos CRI, com até
02 (dois) dias úteis de antecedência da realização da 4ª AGT, ora convocada, para os e-mails psalomao@fator.com
e/ou jfreitas@fator.com, com cópia para fiduciario@commcor.com.br, bem como demais documentos necessários
para a comprovação de titularidade devidamente assinados e com firma reconhecida ou com certificação digital
de assinaturas. A 4ª AGT será instalada em primeira convocação com a presença dos Investidores que representem,
pelo menos 50% (cinquenta por cento) mais 1 (um) dos CRI em Circulação, nos termos da cláusula 15.4. do Termo
de Securitização, sendo válidas as deliberações tomadas por 50% (cinquenta por cento) mais 1 (um) dos CRI em
Circulação presentes na 4ª AGT, conforme da cláusula 15.5. do Termo de Securitização.
São Paulo/SP, 19 de novembro de 2022.
Diretor de Relação com Investidores
Kirton Corretora de Seguros S.A.
CNPJ no 43.638.022/0001-94 – NIRE 35.300.544.005
Assembleia Geral Extraordinária
Edital de Convocação
Convidamos os senhores acionistas desta Sociedade a participarem da Assembleia Geral
Extraordinária a ser realizada no próximo dia 30 de novembro de 2022, às 10h, na sede social,
Núcleo Cidade de Deus, Prédio Prata, 4o andar, Vila Yara, Osasco, SP, para deliberar sobre
proposta da Diretoria para resgate de 2.578.346 ações ordinárias, nominativas-escriturais, sem
valor nominal, de emissão da Sociedade, correspondente a 0,245033% do capital social, sem
redução deste, pelo valor de R$0,223751741 por ação (valor patrimonial contábil em 31.10.2022),
em conformidade com o disposto no Parágrafo Primeiro do Artigo 44 da Lei no 6.404/76, o qual
será ajustado pela Taxa SELIC acumulada, pro rata temporis, desde 31.10.2022 até a data do
efetivo pagamento do preço do resgate. Documentos à Disposição dos Acionistas: este Edital
de Convocação e a Proposta da Diretoria encontram-se à disposição dos acionistas na Sede da
Sociedade e no Banco Bradesco S.A., Instituição Financeira Depositária das Ações da Sociedade,
no Núcleo Cidade de Deus, s/no, Vila Yara, Osasco, SP. Osasco, SP, 21 de novembro de 2022.
Eurico Ramos Fabri - Diretor Geral.
EDITAL DE CONVOCAÇÃO DE AUDIÊNCIA PÚBLICA
O Conselho Estadual do Meio Ambiente - CONSEMA, usando de sua competência legal, CON-
VOCA AUDIÊNCIA PÚBLICA sobre o Estudo de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto ao
Meio Ambiente – EIA/RIMA do empreendimento “Loteamento Residencial e Comercial Santa
Rita do Picadão - Fase 2” de responsabilidade da Perplan 07 Empreendimento Imobiliário -
SPE Ltda, Processo e-ambiente CETESB.094783/2020-01, que se realizará no dia 1º/12/2022,
às 17 horas, no Hotel Araucária Plaza, na Rua João Penteado, n° 2103 - Jardim América, mu-
nicípio de Ribeirão Preto/SP. Para participar, os interessados podem preencher um cadastro,
a partir das 9h00 do dia 1º/12/2022, no seguinte endereço eletrônico: www.infraestrutura-
meioambiente.sp.gov.br/consema As inscrições poderão ainda ser feitas presencialmente, a
partir das 16h00 do dia da Audiência Pública, na recepção do local do evento. Os estudos
estarão à disposição dos interessados na AEAARP - Associação de Engenharia, Arquitetura
e Agronomia de Ribeirão Preto, na Rua Clemente Ferreira, n° 330, Jardim São Luiz, Ribeirão
Preto/SP, a partir de 09/11/2022, de Segunda a Sexta-Feira das 09h às 17h. A cópia eletrônica
do EIA/RIMA também poderá ser encontrada na seguinte página eletrônica: https://cetesb.
sp.gov.br/licenciamentoambiental/eia-rima.

OPEA SECURITIZADORA S.A.
CNPJ/ME nº 02.773.542/0001-22
EDITAL DE CONVOCAÇÃO - ASSEMBLEIA ESPECIAL DE TITULARES DOS
CERTIFICADOS DE RECEBÍVEIS IMOBILIÁRIOS DA 113ª SÉRIE DA 1ª EMISSÃO
(IF 14I0138240) DA OPEA SECURITIZADORA S.A. (“EMISSORA”)
Ficam convocados os Srs. titulares dos certificados de recebíveis imobiliários da 113ª Série da 1ª Emissão da Emissora
(“Titulares dos CRI” e “CRI”, respectivamente), nos termos do Termo de Securitização de Créditos Imobiliários dos
Certificados de Recebíveis Imobiliários da 113ª Série da 1ª Emissão da Emissora, celebrado em 29 de setembro
de 2014 (“Termo de Securitização”), a reunirem-se em assembleia Especial de Titulares dos CRI (“Assembleia”),
a realizar-se no dia 12 de dezembro de 2022, às 10:00 horas, de forma exclusivamente digital, por meio da
plataforma Microsoft Teams, sendo o acesso disponibilizado pela Emissora individualmente para os Titulares dos
CRI devidamente habilitados, nos termos deste Edital de Convocação, conforme a Resolução da Comissão de
Valores Mobiliários (“CVM”) nº 60, de 23 de dezembro de 2021 (“Resolução CVM 60”), a fim de deliberar sobre
as seguintes matérias da Ordem do Dia: (i) Aprovação para a retenção do valor de R$ 22.658,91 (vinte e dois mil,
seiscentos e cinquenta e oito reais e noventa e um centavos) do pagamento da próxima parcela, referente ao
mês de dezembro/2022, do Instrumento Particular de Contrato Atípico de Locação firmado entre a Vibra Energia
S.A. (atual denominação da Petrobras Distribuidora S.A.) e a Confidere OGB Imobiliária e Incorporadora Ltda., em
14 de abril de 2011, conforme aditado (“Contrato BTS”) para fazer frente as despesas com o procedimento de
arbitragem contratual nº 27160/RLS, movido pela Vibra Energia S.A. junto a Corte Internacional de Arbitragem
para discutir as condições contratuais do Contrato BTS, conforme tabela com custos discriminados constante do
anexo à Proposta de Administração e que constará como anexo à ata da Assembleia. Sendo certo que no mês em
que ocorrer a referida retenção, o valor não pago da PMT dos CRI será incorporado ao saldo devedor dos CRI; e
(ii) A autorização para a Emissora, em conjunto com o Agente Fiduciário, realizarem todos os atos e celebrarem
todos e quaisquer documentos necessários para a implementação das deliberações da Assembleia, incluindo,
mas não se limitando, à celebração de aditamentos aos Documentos da Operação. As matérias acima indicadas
deverão ser consideradas pelos Titulares dos CRI de forma independente no âmbito da Assembleia, de modo que
a não deliberação ou a não aprovação a respeito de qualquer uma delas, não implicará automaticamente a não
deliberação ou não aprovação de qualquer das demais matérias constantes da ordem do dia. A Assembleia será
realizada de forma exclusivamente digital, por meio da plataforma Microsoft Teams, sendo o acesso disponibilizado
pela Emissora individualmente para os Titulares dos CRI que enviarem à Emissora e ao Agente Fiduciário, por correio
eletrônico para ri@opeacapital.com e assembleias@pentagonotrustee.com.br, os Documentos de Representação
(conforme abaixo definidos) preferencialmente, até 2 (dois) dias antes da realização da Assembleia. Para os fins da
Assembleia, considera-se “Documentos de Representação”: a) participante pessoa física: cópia digitalizada de
documento de identidade do titular dos CRI; caso representado por procurador, também deverá ser enviada cópia
digitalizada da respectiva procuração com firma reconhecida ou assinatura eletrônica com certificado digital, com
poderes específicos para sua representação na Assembleia e outorgada há menos de 1 (um) ano, acompanhada
do documento de identidade do procurador; e b) demais participantes: cópia digitalizada do estatuto/contrato
social (ou documento equivalente), acompanhado de documento societário que comprove a representação legal do
titular dos CRI (i.e. ata de eleição da diretoria) e cópia digitalizada de documento de identidade do representante
legal; caso representado por procurador, também deverá ser enviada cópia digitalizada da respectiva procuração
com firma reconhecida ou assinatura eletrônica com certificado digital, com poderes específicos para sua
representação na Assembleia e outorgada há menos de 1 (um) ano, acompanhada do documento de identidade
do procurador. Os Titulares dos CRI poderão enviar seu voto de forma eletrônica à Emissora e ao Agente Fiduciário
nos correios eletrônicos ri@opeacapital.com e assembleias@pentagonotrustee.com.br, respectivamente, conforme
modelo de Instrução de Voto anexo à Proposta da Administração, disponibilizada pela Emissora na mesma data de
divulgação deste Edital de Convocação em seu website (www.opeacapital.com) e no website da CVM. Os votos
recebidos até o início da Assembleia por meio da instrução de voto serão computados como presença para fins de
apuração de quórum e as deliberações serão tomadas pelos votos dos presentes na plataforma digital, observados
os quóruns previstos no Termo de Securitização. Os termos ora utilizados iniciados em letras maiúsculas que não
estiverem aqui definidos têm o significado que lhes foi atribuído nos documentos da operação.
São Paulo, 21 de novembro de 2022.
OPEA SECURITIZADORA S.A.
Nome: Flávia Palacios Mendonça Bailune, Cargo: Diretora de Relações com Investidores
SECRETARIA DE ESTADO DA SEGURANÇA PÚBLICA
DE ALAGOAS
CONVOCAÇÃO Nº 130/CEA/SSP-2022
AVISO DE COTAÇÃO
A Chefia Executiva Administrativa/SSP torna público que está recebendo cotações de preços
conforme dados que seguem:
Processo nº: E:02100.0000003205/2022
Objeto: Aquisição de baterias compatíveis com o Drone Matrice 200 v2.
Informações: Através do e-mail sspalcompras@gmail.com, Telefones 82-3315-8622/2357
ou na Sala 321 da Secretaria de Estado da Segurança Pública de Alagoas.
Prazo para envio das propostas: 05 (cinco) dias úteis, a contar da data desta publicação.
Maceió, 22 de novembro de 2022.
Shirley Santos de Oliveira
Gerente do Núcleo de Cotação/SSP-AL
SECRETARIA DE ESTADO DA SEGURANÇA PÚBLICA
DE ALAGOAS
CONVOCAÇÃO Nº 135/CEA/SSP-2022
AVISO DE COTAÇÃO
A Chefia Executiva Administrativa/SSP torna público que está recebendo cotações de preços
conforme dados que seguem:
Processo nº: E:02100.0000006012/2022
Objeto: Aquisição de pulseira cadavérica e bloco de notificação.
Informações: Através do e-mail sspalcompras@gmail.com, Telefones 82-3315-8622/2357
ou na Sala 321 da Secretaria de Estado da Segurança Pública de Alagoas.
Prazo para envio das propostas: 05 (cinco) dias úteis, a contar da data desta publicação.
Maceió, 22 de novembro de 2022.
Shirley Santos de Oliveira
Gerente do Núcleo de Cotação/SSP-AL
Bram - Bradesco Asset Management S.A.
Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários
CNPJ no 62.375.134/0001-44 – NIRE 35.300.192.575
Ata Sumária das Assembleias Gerais Extraordinária e Ordinária
realizadas cumulativamente em 29.4.2022
Data, Hora, Local: Em 29.4.2022, às 11h30, de modo exclusivamente digital. Mesa: Presidente:
Roberto de Jesus Paris; Secretário: Marlos Francisco de Souza Araujo. Quórum de Instalação:
Totalidade do Capital Social. Presença Legal: Administrador da Sociedade e representante da
empresa KPMG Auditores Independentes. Publicações Prévias: Os documentos de que trata
o Artigo 133 da Lei no 6.404/76, quais sejam: os Relatórios da Administração e dos Auditores
Independentes e as Demonstrações Contábeis relativos ao exercício social findo em 31.12.2021,
foram publicados em 25.3.2022 no jornal “Valor Econômico”, páginas E59 a E61. Disponibilização
de Documentos: Os documentos citados no item “Publicações Prévias”, as propostas da Diretoria,
bem como as demais informações exigidas pela regulamentação vigente foram colocados
sobre a mesa para apreciação do acionista. Edital de Convocação: Dispensada a publicação
de conformidade com o disposto no §4o do Artigo 124 da Lei no 6.404/76. Deliberações:
Assembleia Geral Extraordinária: Aprovadas as propostas da Diretoria, registradas na Reunião
daquele Órgão de 25.4.2022, para: 1) aumentar o capital social em R$50.000.000,00 (cinquenta
milhões de reais), elevando-o de R$430.000.000,00 (quatrocentos e trinta milhões de reais) para
R$480.000.000,00 (quatrocentos e oitenta milhões de reais), sem emissão de ações, mediante
a capitalização de parte do saldo da conta “Reserva de Lucros - Estatutária”, de acordo com o
disposto no parágrafo primeiro do artigo 169 da Lei no 6.404/76, com a consequente alteração
do “caput” do artigo 6o do estatuto social; 2) elevar de 10 (dez) para 12 (doze) o número máximo
de membros da Diretoria. Em consequência, as redações dos “caputs” dos artigos 6o e 7o do
estatuto social passarão a ser as seguintes, após a homologação do processo pelo Banco Central
do Brasil: “Artigo 6o) O capital social é de R$480.000.000,00 (quatrocentos e oitenta milhões de
reais), dividido em 9.322.059 (nove milhões, trezentas e vinte e duas mil e cinquenta e nove) ações
ordinárias, nominativas-escriturais, sem valor nominal. Artigo 7o) A Sociedade será administrada por
uma Diretoria, eleita pela Assembleia Geral, com mandato de 3 (três) anos, estendendo-se até a
posse dos novos administradores eleitos, composta de 3 (três) a 12 (doze) membros, distribuídos
nos seguintes cargos: Diretor Geral, Diretor Gerente e Diretor.” Assembleia Geral Ordinária:
I) aprovaram integralmente as contas da administração e as Demonstrações Contábeis relativas ao
exercício social findo em 31.12.2021; II) aprovaram a proposta da Diretoria, sem qualquer alteração
ou ressalva, registrada na Reunião daquele Órgão de 8.2.2022, dispensada sua transcrição, por
tratar-se de documento lavrado em livro próprio, para a destinação do lucro líquido do exercício
encerrado em 31.12.2021 no valor de R$97.842.478,29, conforme segue: R$4.892.123,92 para a
conta “Reserva de Lucros - Reserva Legal”; R$92.020.850,83 para a conta “Reserva de Lucros -
Estatutária”; e R$929.503,54 para pagamento de dividendos, o qual deverá ser feito até 30.6.2022;
III) aprovaram, para os administradores a remuneração global e as verbas previdenciárias, para
o exercício de 2022, no montante de até R$17.600.000,00, sendo até R$11.000.000,00 a título
de remuneração fixa e variável e até R$6.600.000,00 para custeio do plano de previdência. A
distribuição das verbas de remuneração e do plano de previdência será deliberada em reunião da
Diretoria, conforme determina a letra “e” do Artigo 9o do Estatuto Social. Aprovação e Assinatura
da Ata: Nada mais havendo a tratar, o senhor Presidente esclareceu que, para as deliberações
tomadas o Conselho Fiscal da Companhia não foi ouvido por não se encontrar instalado, lavrando-
se a presente Ata que aprovada por todos os presentes, será encaminhada para que assinem
eletronicamente, inclusive pelo representante da empresa KPMG Auditores Independentes,
inscrição CRC 1SP206103/O-4, senhor Carlos Massao Takauthi. aa) Presidente: Roberto de
Jesus Paris; Secretário: Marlos Francisco de Souza Araujo; Administrador: Marlos Francisco de
Souza Araujo; Acionista: Banco Bradesco BBI S.A., representado por seus procuradores, senhores
Antonio Campanha Junior e Ismael Ferraz; Auditor: Carlos Massao Takauthi. Declaração:
Declaramos para os devidos fins que a presente é cópia fiel da Ata lavrada no livro próprio e que
são autênticas, no mesmo livro, as assinaturas nele apostas. aa) Presidente: Roberto de Jesus
Paris; Secretário: Marlos Francisco de Souza Araujo. Certidão - Secretaria de Desenvolvimento
Econômico - JUCESP - Certifico o registro sob o número 371.485/22-8, em 26.7.2022. a) Gisela
Simiema Ceschin - Secretária Geral.
DERSA DESENVOLVIMENTO RODOVIÁRIO S.A. “EM LIQUIDAÇÃO”
C.N.P.J. Nº 62.464.904/0001-25
EDITAL DE INTIMAÇÃO - PRAZO DE 20 DIAS.PROCESSO Nº
0022002-23.2021.8.26.0100O(A) MM. Juiz(a) de Direito da 25ª Vara Cível, do Foro Central
Cível, Estado de São Paulo, Dr(a). LEILA HASSEM DAPONTE, na forma da Lei, etc. FAZ
SABER a(o) DARVIN PINTÃO DE CASTRO, 017.428.858-10 QUE POR ESTE JUIZO,
TRAMITA UMA ACAO DECUMPRIMENTO DE SENTENCA, MOVIDA POR DERSA
DESENVOLVIMENTO RODOVIARIO S/A EM LIQUIDAÇÃO.ENCONTRANDO-SE O REU
EM LUGAR INCERTO E NAO SABIDO, NOS TERMOS DO ARTIGO 513, 2º, IV DO CPC,FOI
DETERMINADA A SUA INTIMACAO POR EDITAL, PARA QUE, NO PRAZO DE 15
(QUINZE) DIAS UTEIS, PAGUE AQUANTIA DE R$ 17.363,63, DEVIDAMENTE
ATUALIZADA, SOB PENA DE MULTA DE 10% SOBRE O VALOR DO DEBITO
EHONORARIOS ADVOCATICIOS DE 10% (ARTIGO 523 E PARAGRAFOS, DO CODIGO
DE PROCESSO CIVIL). FICA CIENTE,AINDA, QUE NOS TERMOS DO ARTIGO 525 DO
CODIGO DE PROCESSO CIVIL, TRANSCORRIDO O PERIODO ACIMAINDICADO SEM O
PAGAMENTO VOLUNTARIO, INICIA-SE O PRAZO DE 15 (QUINZE) DIAS UTEIS PARA
QUE O EXECUTADO,INDEPENDENTEMENTE DE PENHORA OU NOVA INTIMACAO,
APRESENTE, NOS PROPRIOS AUTOS, SUA IMPUGNACAO. Será o presente edital, por
extrato, afixado e publicado na forma da lei. NADA MAIS. Dado e passado nesta cidade de
São Paulo, aos 06 de dezembro de 2021.
OPEA SECURITIZADORA S.A.
CNPJ/ME nº 02.773.542/0001-22
EDITAL DE CONVOCAÇÃO ASSEMBLEIA ESPECIAL DE TITULARES DOS
CERTIFICADOS DE RECEBÍVEIS IMOBILIÁRIOS DA 103ª SÉRIE DA 1ª EMISSÃO
(IF 13L0053201) DA OPEA SECURITIZADORA S.A. (“EMISSORA”)
Ficam convocados os Srs. titulares dos certificados de recebíveis imobiliários da 103ª Série da 1ª Emissão da Emissora
(“Titulares dos CRI” e “CRI”, respectivamente), nos termos do Termo de Securitização de Créditos Imobiliários dos Cer-
tificados de Recebíveis Imobiliários da 103ª Série da 1ª Emissão da Emissora, celebrado em 20 de dezembro de 2013
(“Termo de Securitização”), a reunirem-se em assembleia Especial de Titulares dos CRI (“Assembleia”), a realizar-se no
dia 12 de dezembro de 2022, às 11:00 horas, de forma exclusivamente digital, por meio da plataforma Microsoft
Teams, sendo o acesso disponibilizado pela Emissora individualmente para os Titulares dos CRI devidamente habilita-
dos, nos termos deste Edital de Convocação, conforme a Resolução da Comissão de Valores Mobiliários (“CVM”) nº
60, de 23 de dezembro de 2021 (“Resolução CVM 60”), a fim de deliberar sobre as seguintes matérias da Ordem do
Dia: (i) Aprovação da concessão de prazo adicional, para que a Emissora envie ao Agente Fiduciário, até 12 de janeiro
de 2023, os documentos constantes da lista anexa à Proposta da Administração, disponibilizada pela Emissora na mes-
ma data de divulgação deste Edital de Convocação, em seu website (www.opeacapital.com) e no website da CVM, e
que também constará como anexo à ata da Assembleia; (ii) Aprovação para a retenção do valor de R$ 32.583,88 (trin-
ta e dois mil, quinhentos e oitenta e três reais e oitenta e oito centavos) do pagamento da próxima parcela, referente
ao mês de dezembro/2022, do Instrumento Particular de Contrato Atípico de Locação firmado entre a Vibra Energia S.A.
(atual denominação da Petrobras Distribuidora S.A.) e a Confidere OGB Imobiliária e Incorporadora Ltda., em 14 de
abril de 2011, conforme aditado (“Contrato BTS”) para fazer frente as despesas com o procedimento de arbitragem
contratual nº 27160/RLS, movido pela Vibra Energia S.A. junto a Corte Internacional de Arbitragem para discutir as
condições contratuais do Contrato BTS, conforme tabela com custos discriminados constante do anexo à Proposta de
Administração e que constará como anexo à ata da Assembleia. Sendo certo que no mês em que ocorrer a referida re-
tenção, o valor não pago da PMT dos CRI será incorporado ao saldo devedor dos CRI; e (iii) A autorização para a Emis-
sora, em conjunto com o Agente Fiduciário, realizarem todos os atos e celebrarem todos e quaisquer documentos ne-
cessários para a implementação das deliberações da Assembleia, incluindo, mas não se limitando, à celebração de adi-
tamentos aos Documentos da Operação. As matérias acima indicadas deverão ser consideradas pelos Titulares dos CRI
de forma independente no âmbito da Assembleia, de modo que a não deliberação ou a não aprovação a respeito de
qualquer uma delas, não implicará automaticamente a não deliberação ou não aprovação de qualquer das demais ma-
térias constantes da ordem do dia. A Assembleia será realizada de forma exclusivamente digital, por meio da platafor-
ma Microsoft Teams, sendo o acesso disponibilizado pela Emissora individualmente para os Titulares dos CRI que en-
viarem à Emissora e ao Agente Fiduciário, por correio eletrônico para ri@opeacapital.com e assembleias@pentagono-
trustee.com.br, os Documentos de Representação (conforme abaixo definidos) preferencialmente, até 2 (dois) dias an-
tes da realização da Assembleia. Para os fins da Assembleia, considera-se “Documentos de Representação”: a) parti-
cipante pessoa física: cópia digitalizada de documento de identidade do titular dos CRI; caso representado por pro-
curador, também deverá ser enviada cópia digitalizada da respectiva procuração com firma reconhecida ou assinatura
eletrônica com certificado digital, com poderes específicos para sua representação na Assembleia e outorgada há me-
nos de 1 (um) ano, acompanhada do documento de identidade do procurador; e b) demais participantes: cópia di-
gitalizada do estatuto/contrato social (ou documento equivalente), acompanhado de documento societário que com-
prove a representação legal do titular dos CRI (i.e. ata de eleição da diretoria) e cópia digitalizada de documento de
identidade do representante legal; caso representado por procurador, também deverá ser enviada cópia digitalizada da
respectiva procuração com firma reconhecida ou assinatura eletrônica com certificado digital, com poderes específicos
para sua representação na Assembleia e outorgada há menos de 1 (um) ano, acompanhada do documento de identi-
dade do procurador. Os Titulares dos CRI poderão enviar seu voto de forma eletrônica à Emissora e ao Agente Fiduciá-
rio nos correios eletrônicos ri@opeacapital.com e assembleias@pentagonotrustee.com.br, respectivamente, conforme
modelo de Instrução de Voto anexo à Proposta da Administração, disponibilizada pela Emissora na mesma data de di-
vulgação deste Edital de Convocação em seu website (www.opeacapital.com) e no website da CVM. Os votos recebi-
dos até o início da Assembleia por meio da instrução de voto serão computados como presença para fins de apuração
de quórum e as deliberações serão tomadas pelos votos dos presentes na plataforma digital, observados os quóruns
previstos no Termo de Securitização. Os termos ora utilizados iniciados em letras maiúsculas que não estiverem aqui
definidos têm o significado que lhes foi atribuído nos documentos da operação. São Paulo, 21 de novembro de 2022.
OPEA SECURITIZADORA S.A.
Nome: Flávia Palacios Mendonça Bailune - Cargo: Diretora de Relações com Investidores
MINISTÉRIO DAS
COMUNICAÇÕES
EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS
SUPERINTENDÊNCIA ESTADUAL DE SÃO PAULO METROPOLITANA
EDITAL DE NOTIFICAÇÃO
(Procura Imóvel Comercial e Térreo na
Região do Bairro Centro - Guarulhos/SP)
Comunicamos a todos que a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos
- ECT, procura imóvel comercial e térreo na região do bairro CENTRO -
GUARULHOS/SP para locação, com vista a abrigar a Agência de Correios
AC GUARULHOS Nesse sentido, o imóvel para a pretendida instalação deve
apresentar as seguintes características: Aproximadamente 360,00 m², largura
mínima de 7,0 metros, preferencialmente com vaga de estacionamento, acesso
para carga e descarga, preferencialmente com laje ou gradil de ferro, próximo
aos comércios da região, entres outras. Para essa locação, a ECT relaciona
as principais ruas e avenidas de interesse, a seguir: Avenida Salgado Filho;
Rua José Pedro Zanardi; Avenida Tiradentes; Rua Felício Marcondes; Rua
Nove de Julho; Rua José Maurício; Avenida Esperança; Por fim, informamos
aos interessados que entre em contato com Everaldo de Souza, por intermédio
do e-mail everaldosc@correios.com.br, ou pelo telefone (11) 4313-8568. Outras
dúvidas poderão ser esclarecidas com a Zenaide dos Santos, por meio do e-mail
zenasantos@correios.com.br, ou pelo telefone (11) 4313-8196.
Empresa de Transmissão de Energia
do Mato Grosso S.A. - ETEM
CNPJ/MF nº 11.589.522/0001-97 - NIRE 35.300.376.85-4
Ata da Assembleia Geral Ordinária e Extraordinária Realizada em 04 de Dezembro de 2020
Realizada no dia 04/12/2020 às 11:30h, de forma exclusivamente digital. Presença: Presença remota dos
acionistas representando a totalidade do Capital Social. Mesa: O Sr. Paulo Roberto de Godoy presidiu a
assembleia e convidou o Sr. Enio Luigi Nucci para secretariá-lo. Deliberações: Resolvem aprovar, por
unanimidade de votos, as contas dos Administradores e as Demonstrações Financeiras, referentes ao
exercício social findo em 31/12/2019, incluindo o Parecer dos Auditores Independentes. A Companhia
apresentou no exercício social findo em 31/12/2019 prejuízo de R$ 7.885.426,32, de forma que os Acionistas
deixam de deliberar a respeito do lucro líquido e da distribuição de dividendos. A despeito de a legislação
tributária (artigo 19, §§8º e 9º, do Decreto-lei nº 1.598/77) determinar a constituição de reserva de incentivo
fiscal em períodos subsequentes quando a Companhia apresenta prejuízo contábil no exercício social, os
Acionistas, em linha com a orientação de seus auditores externos, como medida de maior transparência de
sua situação patrimonial, aprovam a imediata constituição de reserva de incentivo fiscal, no montante do
imposto de renda que deixou de ser pago no exercício, equivalente a R$ 1.590.893,32. Nos termos do artigo
189, parágrafo único da Lei 6404/76, os Acionistas, por unanimidade de votos, manifestam-se no sentido de
utilizar saldo disponível na Reserva de Lucros para a absorção do prejuízo da Companhia. Dessa forma,
após tal absorção, o saldo remanescente na conta de reserva de lucros passará a ser de R$ 25.697.791,33.
Aprovar, por unanimidade de votos, a remuneração anual total dos membros da Diretoria para o exercício
social de 2020 (1/04/2020 a 31/03/2021) no montante de até R$ 461.850,20 conforme material de apoio,
rubricado pelos acionistas e arquivado na sede da Companhia. Os Acionistas da Companhia, por
unanimidade de votos, deliberaram pelo não pagamento de remuneração para os membros do Conselho de
Administração. Nada mais a ser tratado. Mesa: Paulo Roberto de Godoy Pereira - Presidente; Enio Luigi
Nucci - Secretário. JUCESP nº 69.421/22-5 em 07/02/2022. Gisela Simiema Ceschin - Secretária Geral.
VALID SOLUÇÕES S.A.
CNPJ/ME no 33.113.309/0001-47 - NIRE 35300600223
EDITAL DE CONVOCAÇÃO - ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA
Ficam convocados os Senhores Acionistas da VALID SOLUÇÕES S.A. (“Companhia”) para se reunirem, em Assembleia Geral Extraordinária (“AGE”), a ser
realizada em primeira convocação no dia 22 de dezembro de 2022, às 10h, de modo exclusivamente digital, por meio da plataforma digital Ten Meetings
(“Plataforma”), nos termos da Resolução da Comissão de Valores Mobiliários (“CVM”) nº 81, de 29 de março de 2022, conforme alterada (“Resolução
CVM 81”), para deliberar sobre as seguintes matérias constantes da ORDEM DO DIA: (i) Ratificar a nomeação e contratação da MCS Markup Auditoria e
Consultoria Empresarial Ltda., sociedade empresarial, com sede na Cidade do Rio de Janeiro, Estado do Rio de Janeiro, na Rua São José, 70, 17º andar,
Centro, CEP 20.010-903, inscrita no CNPJ/ME sob o nº 22.477.423.0001-30 e no CRC-RJ sob o nº RJ008325/O-1 (“MCS Markup”) como empresa responsável
pela elaboração dos laudos de avaliação, a valor contábil, do patrimônio líquido da: (a) INTERPRINT LTDA., sociedade empresária limitada unipessoal, com
sede na cidade de Sorocaba, Estado de São Paulo, na Rua Laura Maiello Kook, nº 511, Lote Gleba B, Jardim Novo Mundo, CEP 18052-445, inscrita no CNPJ/
ME sob o nº 42.123.091/0001-00 e registrada perante a Junta Comercial do Estado de São Paulo sob o nº 35.2.0192301-6 (“Incorporada I”); e (b) VALID
PARTICIPAÇÕES LTDA., sociedade empresária limitada unipessoal, com sede na cidade do Rio de Janeiro, Estado do Rio de Janeiro, na Av. Presidente Wilson,
231 – Salão 1603 e 1604 – parte, CEP 20030-905, Centro, inscrita no CNPJ/ME sob o nº 08.988.872/0001-11 e registrada perante a Junta Comercial do
Estado do Rio de Janeiro sob o nº 33.2.0794338-6 (“Incorporada II”, em conjunto com a Incorporada I, doravante denominadas “Incorporadas”), a serem
incorporadas ao patrimônio da Companhia, os quais têm como data base 31 de outubro de 2022 e foram elaborados de acordo com as disposições da Lei
das Sociedades por Ações e da Resolução da CVM nº 78, de 29 de março de 2022 (“Laudos de Avaliação”); (ii) Deliberar sobre os Laudos de Avaliação; (iii)
Deliberar sobre o “Protocolo de Incorporação e Justificação” celebrado entre as administrações da Companhia e das Incorporadas, o qual contém os termos
e condições pelos quais a incorporação das Incorporadas pela Companhia irá ocorrer (“Protocolo de Incorporação e Justificação”); e (iv) Deliberar sobre a
incorporação das Incorporadas pela Companhia, nos termos e condições do Protocolo de Incorporação e Justificação, autorizando os administradores da
Companhia a praticarem todos os atos necessários à sua efetivação, bem como ratificando eventuais atos tomados até o momento para materialização
das deliberações anteriores. Informações Gerais: 1. A AGE será realizada de modo exclusivamente digital, nos termos da Resolução CVM 81 e de acordo
com os procedimentos e regras previstos no Manual para Participação, o qual inclui, inter alia, a Proposta da Administração (“Manual”), divulgado pela
Companhia no seu site de Relações com Investidores (https://ri.valid.com/) e no site da CVM (www.cvm.gov.br). 2. Em decorrência do disposto no parágrafo
acima, os acionistas poderão participar da AGE das seguintes formas: 2.1. Envio de boletim de voto à distância (“Boletim”). Nos termos da Resolução
CVM 81, o acionista poderá exercer o seu direito de voto mediante o envio do correspondente Boletim por meio dos agentes de custódia da Companhia, do
escriturador das ações da Companhia ou diretamente à Companhia. As orientações detalhadas para envio do Boletim constam do Manual, sendo certo
que os Boletins deverão ser recepcionados, impreterivelmente, até o dia 15 de dezembro de 2022, conforme previsto no Manual. 2.2. Acesso à Plataforma
no dia e horário da AGE. Para participarem da AGE à distância, os acionistas deverão se credenciar na Plataforma, nos termos previstos no Manual, até o
dia 20 de dezembro de 2022 (inclusive). O credenciamento deverá ser realizado por meio do acesso ao link: https://www.tenmeetings.com.br/assembleia/
portal/?id=FBBEA8D64163, onde o acionista deverá preencher o seu cadastro e anexar todos os documentos necessários para habilitar a sua participação
e/ou voto na AGE. Após a aprovação do cadastro pela Companhia, o acionista receberá, por meio do e-mail utilizado para o seu cadastro, um login e senha
individual para acessar a Plataforma. 2.3. Os seguintes documentos deverão ser apresentados pelos acionistas no momento do credenciamento, nos
termos do artigo 126 da Lei de Sociedades por Ações e conforme melhor detalhado no Manual: (i) documento hábil de identidade do acionista ou de seu
representante; (ii) comprovante expedido pela instituição financeira depositária das ações escriturais ou em custodia de sua titularidade; (iii) documentos
que comprovem os poderes do representante legal do acionista pessoa jurídica ou do gestor ou administrador, no caso de fundos de investimento; e (iv)
instrumento de mandato, devidamente regularizado na forma da lei, na hipótese de representação do acionista por procurador. 2.4. O acionista que desejar
participar da AGE via Plataforma, poderá: (a) participar da AGE, independentemente do envio do Boletim; ou (b) participar e votar na AGE. As instruções
de voto constantes de Boletins recebidos de Acionistas que decidam participar e proferir voto na AGE por meio da Plataforma serão desconsideradas pela
mesa, nos termos do disposto no art. 48, parágrafo 5º, inciso II, da Resolução CVM 81. 3. Encontram-se à disposição dos acionistas no site de Relações com
Investidores (https://ri.valid.com/), bem como no site da B3 (https://www.b3.com.br/pt_br/) e da CVM (www.cvm.gov.br), todas as informações necessárias
para melhor entendimento das matérias previstas na Ordem do Dia acima. São Paulo, 22 de novembro de 2022. Sidney Levy - Presidente do Conselho
de Administração.(iii) documentos que comprovem os poderes do representante legal do acionista pessoa jurídica ou do gestor ou administrador, no caso
de fundos de investimento; e (iv) instrumento de mandato, devidamente regularizado na forma da lei, na hipótese de representação do acionista por
procurador. 2.4. O acionista que desejar participar da AGE via Plataforma, poderá: (a) participar da AGE, independentemente do envio do Boletim; ou (b)
participar e votar na AGE. As instruções de voto constantes de Boletins recebidos de Acionistas que decidam participar e proferir voto na AGE por meio da
Plataforma serão desconsideradas pela mesa, nos termos do disposto no art. 48, parágrafo 5º, inciso II, da Resolução CVM 81. 3. Encontram-se à disposição
dos acionistas no site de Relações com Investidores (https://ri.valid.com/), bem como no site da B3 (https://www.b3.com.br/pt_br/) e da CVM (www.cvm.
gov.br), todas as informações necessárias para melhor entendimento das matérias previstas na Ordem do Dia acima. São Paulo, 22 de novembro de 2022.
Sidney Levy - Presidente do Conselho de Administração.
SAÚDE
AVISO DE LICITAÇÃO
Pregão eletrônico Nº 971/2022-SMS.G - Processo SEI N°: 6018.2020/0049958-0
Coordenação: 12ª Comissão Permanente de Licitação - Objeto: contratação de prestação de serviços de
saúde para atenção domiciliar - Data/hora sessão de abertura: 09:00h do dia 07/12/2022 - Documentação/
Retirada do Edital: http://e-negocioscidadesp.prefeitura.sp.gov.br; www.comprasnet.gov.br - Local:
www.comprasnet.gov.br - Obs.: do tipo menor preço.
São Paulo | Quarta-feira, 23 de novembro de 2022 | Valor | E3
OPEA SECURITIZADORA S.A.
CNPJ/ME nº 02.773.542/0001-22
EDITAL DE CONVOCAÇÃO - ASSEMBLEIA ESPECIAL DE
TITULARES DOS CERTIFICADOS DE RECEBÍVEIS IMOBILIÁRIOS DA 93ª SÉRIE DA
1ª EMISSÃO (IF 13H0094454) DA OPEA SECURITIZADORA S.A. (“EMISSORA”)
Ficam convocados os Srs. titulares dos certificados de recebíveis imobiliários da 93ª Série da 1ª Emissão da Emissora
(“Titulares dos CRI” e “CRI”, respectivamente), nos termos do Termo de Securitização de Créditos Imobiliários dos
Certificados de Recebíveis Imobiliários da 93ª Série da 1ª Emissão da Emissora, celebrado em 04 de setembro de 2013
(“Termo de Securitização”), a reunirem-se em assembleia Especial de Titulares dos CRI (“Assembleia”), a realizar-se no
dia 12 de dezembro de 2022, às 14:00 horas, de forma exclusivamente digital, por meio da plataforma Microsoft
Teams, sendo o acesso disponibilizado pela Emissora individualmente para os Titulares dos CRI devidamente
habilitados, nos termos deste Edital de Convocação, conforme a Resolução da Comissão de Valores Mobiliários
(“CVM”) nº 60, de 23 de dezembro de 2021 (“Resolução CVM 60”), a fim de deliberar sobre as seguintes matérias da
Ordem do Dia: (i) Aprovação da concessão de prazo adicional, para que a Emissora envie ao Agente Fiduciário, até 12
de janeiro de 2023, os documentos constantes da lista anexa à Proposta da Administração, disponibilizada pela
Emissora na mesma data de divulgação deste Edital de Convocação, em seu website (www.opeacapital.com) e no
website da CVM, e que também constará como anexo à ata da Assembleia; (ii) Aprovação para a retenção do valor de
R$ 305.614,33 (trezentos e cinco mil, seiscentos e catorze reais e trinta e três centavos) do pagamento da próxima
parcela, referente ao mês de dezembro/2022, do Instrumento Particular de Contrato Atípico de Locação firmado entre
a Vibra Energia S.A. (atual denominação da Petrobras Distribuidora S.A.) e a Confidere OGB Imobiliária e Incorporadora
Ltda., em 14 de abril de 2011, conforme aditado (“Contrato BTS”) para fazer frente as despesas com o procedimento
de arbitragem contratual nº 27160/RLS, movido pela Vibra Energia S.A. junto a Corte Internacional de Arbitragem
para discutir as condições contratuais do Contrato BTS, conforme tabela com custos discriminados constante do anexo
à Proposta de Administração e que constará como anexo à ata da Assembleia. Sendo certo que no mês em que ocorrer
a referida retenção, o valor não pago da PMT dos CRI será incorporado ao saldo devedor dos CRI; e (iii) A autorização
para a Emissora, em conjunto com o Agente Fiduciário, realizarem todos os atos e celebrarem todos e quaisquer
documentos necessários para a implementação das deliberações da Assembleia, incluindo, mas não se limitando, à
celebração de aditamentos aos Documentos da Operação. As matérias acima indicadas deverão ser consideradas pelos
Titulares dos CRI de forma independente no âmbito da Assembleia, de modo que a não deliberação ou a não aprovação
a respeito de qualquer uma delas, não implicará automaticamente a não deliberação ou não aprovação de qualquer
das demais matérias constantes da ordem do dia. A Assembleia será realizada de forma exclusivamente digital, por
meio da plataforma Microsoft Teams, sendo o acesso disponibilizado pela Emissora individualmente para os Titulares
dos CRI que enviarem à Emissora e ao Agente Fiduciário, por correio eletrônico para ri@opeacapital.com e
assembleias@pentagonotrustee.com.br, os Documentos de Representação (conforme abaixo definidos)
preferencialmente, até 2 (dois) dias antes da realização da Assembleia. Para os fins da Assembleia, considera-se
“Documentos de Representação”: a) participante pessoa física: cópia digitalizada de documento de identidade
do titular dos CRI; caso representado por procurador, também deverá ser enviada cópia digitalizada da respectiva
procuração com firma reconhecida ou assinatura eletrônica com certificado digital, com poderes específicos para sua
representação na Assembleia e outorgada há menos de 1 (um) ano, acompanhada do documento de identidade do
procurador; e b) demais participantes: cópia digitalizada do estatuto/contrato social (ou documento equivalente),
acompanhado de documento societário que comprove a representação legal do titular dos CRI (i.e. ata de eleição da
diretoria) e cópia digitalizada de documento de identidade do representante legal; caso representado por procurador,
também deverá ser enviada cópia digitalizada da respectiva procuração com firma reconhecida ou assinatura
eletrônica com certificado digital, com poderes específicos para sua representação na Assembleia e outorgada há
menos de 1 (um) ano, acompanhada do documento de identidade do procurador. Os Titulares dos CRI poderão enviar
seu voto de forma eletrônica à Emissora e ao Agente Fiduciário nos correios eletrônicos ri@opeacapital.com e
assembleias@pentagonotrustee.com.br, respectivamente, conforme modelo de Instrução de Voto anexo à Proposta da
Administração, disponibilizada pela Emissora na mesma data de divulgação deste Edital de Convocação em seu
website (www.opeacapital.com) e no website da CVM. Os votos recebidos até o início da Assembleia por meio da
instrução de voto serão computados como presença para fins de apuração de quórum e as deliberações serão tomadas
pelos votos dos presentes na plataforma digital, observados os quóruns previstos no Termo de Securitização. Os termos
ora utilizados iniciados em letras maiúsculas que não estiverem aqui definidos têm o significado que lhes foi atribuído
nos documentos da operação. São Paulo, 21 de novembro de 2022.
OPEA SECURITIZADORA S.A.
Nome: Flávia Palacios Mendonça Bailune - Cargo: Diretora de Relações com Investidores
OPEA SECURITIZADORA S.A.
CNPJ/ME nº 02.773.542/0001-22
EDITAL DE CONVOCAÇÃO - ASSEMBLEIA ESPECIAL DE TITULARES
DOS CERTIFICADOS DE RECEBÍVEIS IMOBILIÁRIOS DA 69ª SÉRIE DA 1ª EMISSÃO
(IF 12J0037879) DA OPEA SECURITIZADORA S.A. (“EMISSORA”)
Ficam convocados os Srs. titulares dos certificados de recebíveis imobiliários da 69ª Série da 1ª Emissão da Emissora
(“Titulares dos CRI” e “CRI”, respectivamente), nos termos do Termo de Securitização de Créditos Imobiliários dos
Certificados de Recebíveis Imobiliários da 69ª Série da 1ª Emissão da Emissora, celebrado em 29 de outubro de 2012
(“Termo de Securitização”), a reunirem-se em assembleia Especial de Titulares dos CRI (“Assembleia”), a realizar-se no
dia 12 de dezembro de 2022, às 15:00 horas, de forma exclusivamente digital, por meio da plataforma Microsoft
Teams, sendo o acesso disponibilizado pela Emissora individualmente para os Titulares dos CRI devidamente
habilitados, nos termos deste Edital de Convocação, conforme a Resolução da Comissão de Valores Mobiliários
(“CVM”) nº 60, de 23 de dezembro de 2021 (“Resolução CVM 60”), a fim de deliberar sobre as seguintes matérias da
Ordem do Dia: (i) Aprovação da concessão de prazo adicional, para que a Emissora envie ao Agente Fiduciário, até 12
de janeiro de 2023, os documentos constantes da lista anexa à Proposta da Administração, disponibilizada pela
Emissora na mesma data de divulgação deste Edital de Convocação, em seu website (www.opeacapital.com) e no
website da CVM, e que também constará como anexo à ata da Assembleia; (ii) Aprovação para a retenção do valor de
R$ 1.511.592,42 (um milhão, quinhentos e onze mil, quinhentos e noventa e dois reais e quarenta e dois centavos) do
pagamento da próxima parcela, referente ao mês de dezembro/2022, do Instrumento Particular de Contrato Atípico de
Locação firmado entre a Vibra Energia S.A. (atual denominação da Petrobras Distribuidora S.A.) e a Confidere OGB
Imobiliária e Incorporadora Ltda., em 14 de abril de 2011, conforme aditado (“Contrato BTS”) para fazer frente as
despesas com o procedimento de arbitragem contratual nº 27160/RLS, movido pela Vibra Energia S.A. junto a Corte
Internacional de Arbitragem para discutir as condições contratuais do Contrato BTS, conforme tabela com custos
discriminados constante do anexo à Proposta de Administração e que constará como anexo à ata da Assembleia.
Sendo certo que no mês em que ocorrer a referida retenção, o valor não pago da PMT dos CRI será incorporado ao
saldo devedor dos CRI; e (iii) A autorização para a Emissora, em conjunto com o Agente Fiduciário, realizarem todos
os atos e celebrarem todos e quaisquer documentos necessários para a implementação das deliberações da
Assembleia, incluindo, mas não se limitando, à celebração de aditamentos aos Documentos da Operação. As matérias
acima indicadas deverão ser consideradas pelos Titulares dos CRI de forma independente no âmbito da Assembleia, de
modo que a não deliberação ou a não aprovação a respeito de qualquer uma delas, não implicará automaticamente a
não deliberação ou não aprovação de qualquer das demais matérias constantes da ordem do dia. A Assembleia será
realizada de forma exclusivamente digital, por meio da plataforma Microsoft Teams, sendo o acesso disponibilizado
pela Emissora individualmente para os Titulares dos CRI que enviarem à Emissora e ao Agente Fiduciário, por correio
eletrônico para ri@opeacapital.com e assembleias@pentagonotrustee.com.br, os Documentos de Representação
(conforme abaixo definidos) preferencialmente, até 2 (dois) dias antes da realização da Assembleia. Para os fins da
Assembleia, considera-se “Documentos de Representação”: a) participante pessoa física: cópia digitalizada de
documento de identidade do titular dos CRI; caso representado por procurador, também deverá ser enviada cópia
digitalizada da respectiva procuração com firma reconhecida ou assinatura eletrônica com certificado digital, com
poderes específicos para sua representação na Assembleia e outorgada há menos de 1 (um) ano, acompanhada do
documento de identidade do procurador; e b) demais participantes: cópia digitalizada do estatuto/contrato social
(ou documento equivalente), acompanhado de documento societário que comprove a representação legal do titular
dos CRI (i.e. ata de eleição da diretoria) e cópia digitalizada de documento de identidade do representante legal; caso
representado por procurador, também deverá ser enviada cópia digitalizada da respectiva procuração com firma
reconhecida ou assinatura eletrônica com certificado digital, com poderes específicos para sua representação na
Assembleia e outorgada há menos de 1 (um) ano, acompanhada do documento de identidade do procurador. Os
Titulares dos CRI poderão enviar seu voto de forma eletrônica à Emissora e ao Agente Fiduciário nos correios
eletrônicos ri@opeacapital.com e assembleias@pentagonotrustee.com.br, respectivamente, conforme modelo de
Instrução de Voto anexo à Proposta da Administração, disponibilizada pela Emissora na mesma data de divulgação
deste Edital de Convocação em seu website (www.opeacapital.com) e no website da CVM. Os votos recebidos até o
início da Assembleia por meio da instrução de voto serão computados como presença para fins de apuração de quórum
e as deliberações serão tomadas pelos votos dos presentes na plataforma digital, observados os quóruns previstos no
Termo de Securitização. Os termos ora utilizados iniciados em letras maiúsculas que não estiverem aqui definidos têm
o significado que lhes foi atribuído nos documentos da operação. São Paulo, 21 de novembro de 2022.
OPEA SECURITIZADORA S.A.
Nome: Flávia Palacios Mendonça Bailune - Cargo: Diretora de Relações com Investidores
PDG Realty S.A. Empreendimentos e Participações
Companhia aberta
CNPJ/MF nº 02.950.811/0001-89 - NIRE 35.300.158.954 - Código CVM 2047-8
EDITAL DE CONVOCAÇÃO DA ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA
A SER REALIZADA EM 23 DE DEZEMBRO DE 2022
PDG REALTY S.A. EMPREENDIMENTOS E PARTICIPAÇÕES, sociedade por ações, com sede na Cidade e Estado de São
Paulo, na Av. Dr. Cardoso de Melo, nº 1855, 6º andar, Vila Olímpia, CEP 04548-903, inscrita no CNPJ/MF sob o nº
02.950.811/0001-89, registrada na Comissão de Valores Mobiliários (“CVM”) como companhia aberta categoria “A” sob o
código 02047-8, com suas ações negociadas no Novo Mercado da B3 S.A. – Brasil, Bolsa, Balcão (“B3”) sob o código (ticker)
“PDGR3” (“Companhia”), vem, nos termos do artigo 124 da Lei nº 6.404/1976 (“Lei das S.A.”) e dos artigos 4º, 5º e 6º da
Resolução CVM nº 81/2022 (“Resolução CVM 81”), convocar os senhores acionistas para reunirem-se em Assembleia Geral
Extraordinária (“Assembleia Geral”) a ser realizada, em primeira convocação, em 23 de dezembro, às 11h00 horas, de forma
exclusivamente digital, por meio de sistema eletrônico disponibilizado pela Companhia, sendo considerada como realizada
na sede social da Companhia, para examinar, discutir e votar a respeito da seguinte ordem do dia: (i) o grupamento da
totalidade das 322.186.437 (trezentas e vinte e dois milhões, cento e oitenta e seis mil, quatrocentos e trinta e sete) ações
ordinárias, nominativas e sem valor nominal de emissão da Companhia, na proporção de 40 (quarenta) ações para formar 1
(uma) ação (fator de grupamento), sem que ocorra modificação no valor do capital social da Companhia (Grupamento), com
os consequentes (i.a) grupamento dos certificados de depósito de ações ordinárias da Companhia, custodiados pelo
Citibank DTVM S.A. no âmbito do programa de Depositary Receipts patrocinados pela Companhia, Nível I, negociados no
mercado de balcão administrado pela Financial Industry Regulatory Authority (FINRA) nos Estados Unidos da América, sob o
código “PDGRY” (“ADRs”) e (i.b) ajustes ao Plano de Opção de Compra de Ações da Companhia; (ii) aprovado o Grupamento,
a alteração do caput do artigo 7.º do estatuto social da Companhia, de modo a contemplar o novo número de 8.054.661
(oito milhões e cinquenta e quatro mil e seiscentas e sessenta e uma) ações ordinárias, nominativas e sem valor nominal, em
que passará a ser dividido o capital social da Companhia; (iii) aprovado o Grupamento, a redução do limite do capital
autorizado de forma a ajustá-lo ao novo número de ações em que se dividirá o capital social após o grupamento das ações,
com a consequente alteração do § 2.º do artigo 7.º do estatuto social da Companhia; e (iv) aprovado o Grupamento, a
outorga de poderes para os Diretores da Companhia tomarem todas as medidas necessárias para operacionalizar e efetivar
o Grupamento. Informações Gerais: 1. Documentação de Suporte e Demais Informações: A documentação e as
informações relativas às matérias a serem deliberadas na Assembleia Geral encontram-se à disposição dos acionistas na
sede da Companhia, na página eletrônica da Companhia na rede mundial de computadores (https://ri.pdg.com.br/), assim
como na página eletrônica da CVM (www.cvm.gov.br) e na página da B3 (www.b3.com.br), para exame pelos senhores
Acionistas. 2. Acesso e Participação na Assembleia Geral: 2.1. Solicitação de Acesso à Assembleia ao vivo: A
Assembleia Geral será realizada de modo exclusivamente digital, por meio de plataforma disponibilizada pela Companhia
que conjugará áudio e imagem. Para participar da Assembleia Geral, os Acionistas deverão encaminhar à Companhia uma
solicitação de participação por escrito, juntamente com os documentos necessários à participação, conforme instruções
abaixo, com antecedência de, no mínimo, 2 (dois) dias da data da realização da Assembleia Geral, aos cuidados do
Departamento de Relações com Investidores da Companhia, exclusivamente pelo e-mail ri@pdg.com.br (“Solicitação de
Acesso”). A Solicitação de Acesso deverá (i) conter a identificação do Acionista e, se for o caso, de seu representante legal
que comparecerá à Assembleia Geral, incluindo seus nomes completos e seus CPF ou CNPJ, conforme o caso, e telefone e
endereço de e-mail do solicitante; e (ii) ser acompanhada dos documentos necessários para participação na Assembleia
Geral, conforme detalhado no item 2.1.1 abaixo e na Proposta da Administração. Mediante a validação das informações
constantes das Solicitações de Acesso recebidas, a Companhia encaminhará convites individuais de participação à cada
Acionista solicitante com as instruções para registro e acesso à plataforma digital utilizada para a realização da Assembleia
Geral. Não poderão participar da Assembleia Geral os acionistas que não realizarem a Solicitação de Acesso e/ou não
informarem a ausência do recebimento das instruções de acesso à Assembleia Geral na forma e prazos previstos acima. A
Companhia não se responsabiliza por qualquer problema operacional ou de conexão que o Acionista venha a enfrentar,
bem como por qualquer outro evento que possa dificultar ou impossibilitar a sua participação na Assembleia Geral por
meio da plataforma digital. A Companhia informa, ainda, que a Assembleia Geral será gravada na íntegra, em cumprimento
às determinações do Art. 28, §1º, II, da Resolução CVM 81. 2.1.1. Documentos necessários para acesso na Assembleia
Geral: Nos termos do artigo 126 da Lei das S.A. os Acionistas ou seus representantes deverão enviar à Companhia, o
comprovante atualizado da titularidade das ações ordinárias, nominativas e sem valor nominal, de emissão da Companhia,
expedido pelo agente escriturador da Companhia e/ou pela instituição de custódia, com 3 (três) dias de antecedência da
data de realização da Assembleia Geral, e os seguintes documentos, conforme aplicável: (i) Acionistas Pessoas Físicas: cópia
simples do documento de identidade (Carteira de Identidade Registro Geral “RG”, a Carteira Nacional de Habilitação “CNH”,
passaporte, carteiras de identidade expedidas pelos conselhos profissionais ou carteiras funcionais expedidas pelos órgãos
da Administração Pública, desde que contenham foto de seu titular) do acionista e, se for o caso, de seu representante legal,
e atos que comprovem a representação legal, conforme aplicável; (ii) Acionistas Pessoas Jurídicas: cópia simples dos
seguintes documentos, devidamente registrados no órgão competente (Registro Civil de Pessoas Jurídicas ou Junta
Comercial, conforme o caso): (a) Contrato Social ou Estatuto Social, conforme aplicável; (b) ato societário de eleição do
administrador que (b.1) comparecer à Assembleia Geral como representante da pessoa jurídica ou (b.2) assinar procuração
para que terceiro represente o Acionista pessoa jurídica; e (c) a documentação mencionada no item (i) acima, para o
representante do Acionista pessoa jurídica que comparecer à Assembleia Geral; ou (iii) Acionistas Fundos de Investimento:
o representante da administradora ou da gestora do fundo, além dos documentos do representante que comparecer à
Assembleia Geral, conforme mencionados no item (i) acima, bem como os documentos societários mencionados no item
(ii) acima relacionados à administradora ou à gestora, deverá apresentar cópia simples do regulamento do fundo,
devidamente registrado no órgão competente. Com relação à participação por meio de procurador, a outorga de poderes
de representação para participação na Assembleia Geral deverá ter sido realizada há menos de 1 (um) ano, nos termos do
artigo 126, parágrafo primeiro, da Lei das S.A. Adicionalmente, em cumprimento ao disposto no artigo 654, parágrafos
primeiro e segundo, do Código Civil, a procuração deverá conter a indicação do lugar onde foi passada, a qualificação
completa do outorgante e do outorgado, a data e o objetivo da outorga com a designação e a extensão dos poderes
conferidos, sem necessidade de reconhecimento de firma. A Companhia aceita, ainda, procurações assinadas
eletronicamente com certificado digital autorizado pela Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileiras (“ICP-Brasil”). Vale
destacar que (i) as pessoas naturais que forem Acionistas da Companhia somente poderão ser representadas na Assembleia
Geral por procurador que seja Acionista, administrador da Companhia, advogado ou instituição financeira, consoante
previsto no artigo 126, parágrafo primeiro, da Lei das S.A.; e (ii) as pessoas jurídicas que forem Acionistas da Companhia
poderão ser representadas por procurador constituído em conformidade com seu Contrato Social ou Estatuto Social e
segundo as normas do Código Civil, sem a necessidade de tal pessoa ser administrador da Companhia, Acionista ou
advogado. Os documentos dos Acionistas expedidos no exterior devem ser emitidos pelos órgãos competentes ou
assinados pelos representantes legais dos Acionistas e traduzidos por tradutor juramentado matriculado na Junta
Comercial. 2.2. Participação por meio de Boletim de Voto à Distância (“BVD”): Nos termos da Resolução CVM 81, serão
considerados presentes à Assembleia Geral os acionistas cujo BVD tenha sido considerado válido pela Companhia e/ou os
acionistas que tenham registrado sua presença, ou de seu procurador regularmente constituído, no sistema eletrônico de
participação à distância, de acordo com as orientações acima. Para orientações e prazos sobre participação via boletim de
voto a distância, solicitamos aos acionistas que consultem o BVD divulgado na página da Companhia (ri@pdg.com.br), na
página da CVM (www.cvm.gov.br) e na página da B3 S.A. – Brasil, Bolsa, Balcão (www.b3.com.br) na rede mundial de
computadores, em conjunto com o restante da documentação de suporte. Ressalta-se, por fim, que não haverá a
possibilidade de comparecer fisicamente à Assembleia Geral, uma vez que ela será realizada exclusivamente de modo
digital. São Paulo, 22 de novembro de 2022. André Frigatto - Presidente do Conselho de Administração.
E4 | Valor | São Paulo | Quarta-feira, 23 de novembro de 2022
ORIZON MEIO AMBIENTE S.A.
CNPJ/ME N.º 03.279.285/0001-30 - NIRE 35.300.592.531
ATA DA ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA REALIZADA EM 9 DE NOVEMBRO DE 2022
1. DATA, HORÁRIO E LOCAL: Aos 9 (nove) dias de novembro de 2022, às 17:45 horas, na sede da Orizon Meio Ambiente S.A. (“Companhia”), localizada
na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, na Avenida das Nações Unidas, nº 12.901, 8º andar, Torre Oeste, Sala A, Brooklin Paulista, CEP 04578-
910. 2. CONVOCAÇÃO E PRESENÇA: Dispensada a convocação prévia consoante o disposto no artigo 124, §4º, da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de
1976, conforme alterada (“Lei das Sociedades por Ações”), em razão da presença da acionista representando a totalidade do capital social da Companhia,
devidamente representada, conforme assinaturas constantes do Livro de Presença da Companhia e desta ata. 3. MESA: Presidente: Milton Pilão Júnior;
e Secretário: Leonardo Roberto Pereira dos Santos. 4. ORDEM DO DIA: Deliberar sobre: (I) a ratificação da escolha do jornal “Valor Econômico” para
publicações de atos societários exigidos pela legislação; (II) os termos e condições da 5ª emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações, da
espécie com garantia real, com garantia adicional fidejussória, em série única, para distribuição pública com esforços restritos de colocação da Companhia,
no valor total de R$400.000.000,00 (quatrocentos milhões de reais) (“Emissão” e “Oferta Restrita”, respectivamente), nos termos da Lei nº 6.385, de 7 de
dezembro de 1976, conforme alterada (“Lei do Mercado de Valores Mobiliários”), da Instrução da Comissão de Valores Mobiliários (“CVM”) nº 476, de 16
de janeiro de 2009, conforme alterada (“Instrução CVM 476”), e das demais disposições legais e regulamentares aplicáveis; (III) a outorga, pela Companhia,
da Alienação Fiduciária (conforme abaixo definido), nos termos do “Instrumento Particular de Contrato de Alienação Fiduciária de Ações e Cessão Fiduciária
de Direitos em Garantia”, a ser celebrado entre a Companhia, a Vórtx Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários Ltda. (“Agente Fiduciário”) e a Rosário
do Catete Ambiental S.A. (“RCA”) (“Contrato de Alienação Fiduciária”); (IV) a autorização para a outorga de procuração ao Agente Fiduciário no âmbito do
Contrato de Alienação Fiduciária por prazo superior a 1 (um) ano, cuja validade se estenderá até o pagamento da totalidade das Debêntures (conforme
abaixo definido); (V) a outorga, pela Companhia, da Cessão Fiduciária (conforme abaixo definido), nos termos do “Instrumento Particular de Contrato de
Cessão Fiduciária de Direitos Creditórios em Garantia”, a ser celebrado entre a Companhia, o Agente Fiduciário e as Fiadoras (conforme abaixo definido)
(“Contrato de Cessão Fiduciária”); (VI) autorização para a outorga de procuração ao Agente Fiduciário no âmbito do Contrato de Cessão Fiduciária por
prazo superior a 1 (um) ano, cuja validade se estenderá até o pagamento da totalidade das Debêntures; e (VII) a concessão de autorização à Diretoria da
Companhia para praticar todos os atos necessários, conexos e correlatos à realização da Emissão e da Oferta Restrita, inclusive (a) a contratação dos
prestadores de serviços necessários para a realização da Oferta Restrita, podendo, para tanto, negociar e assinar os respectivos contratos e eventuais
aditamentos; (b) a celebração de todos os documentos e aditamentos relacionados à Emissão e à Oferta Restrita; e (c) a realização de todos os demais
atos necessários para o cumprimento das obrigações a serem assumidas nos documentos e aditamentos relacionados à Emissão e à Oferta Restrita. 5.
DELIBERAÇÕES: Após análise das matérias constantes da Ordem do Dia e cumpridas todas as formalidades previstas na Lei das Sociedades por Ações
e no Estatuto Social da Companhia, a Assembleia foi regularmente instalada e a acionista deliberou, sem quaisquer restrições ou ressalvas, por: (I) Ratificar
a escolha do jornal “Valor Econômico” para publicações de atos societários exigidos pela legislação; (II) Aprovar a realização da Oferta Restrita e da
Emissão, no valor de R$ 400.0000.000,00 (quatrocentos milhões de reais), de debêntures simples, não conversíveis em ações, da espécie com garantia
real, com garantia adicional fidejussória, em série única, para distribuição pública com esforços restritos de colocação da Companhia (“Debêntures”),
observadas as características abaixo, que estão descritas detalhadamente no “Instrumento Particular de Escritura da Quinta Emissão de Debêntures
Simples, Não Conversíveis em Ações, da Espécie com Garantia Real, com Garantia Adicional Fidejussória, em Série Única, para Distribuição Pública, com
Esforços Restritos de Distribuição, da Orizon Meio Ambiente S.A.” (“Escritura de Emissão”): a. Número da Emissão: As Debêntures representam a quinta
emissão de debêntures da Companhia. b. Valor Total de Emissão: O valor total de Emissão é de R$ 400.000.000,00 (quatrocentos milhões de reais) na
Data de Emissão (“Valor Total de Emissão”). c. Data de Emissão: Para todos os fins e efeitos, a data de emissão das Debêntures será o dia 15 de novembro
de 2022 (“Data de Emissão”). d. Data de Início da Rentabilidade: Para todos os fins e efeitos legais, a data de início da rentabilidade será a Primeira Data
de Integralização (conforme abaixo definido) (“Data de Início da Rentabilidade”). e. Quantidade: Serão emitidas 400.000 (quatrocentas mil) Debêntures. f.
Valor Nominal Unitário: O valor nominal unitário das Debêntures será de R$ 1.000,00 (mil reais), na Data de Emissão (“Valor Nominal Unitário”). g. Número
de Séries: A Emissão será realizada em série única. h. Forma, Tipo e Comprovação da Titularidade das Debêntures: As Debêntures serão emitidas sob a
forma nominativa e escritural, sem emissão de cautelas ou certificados, e, para todos os fins de direito, a titularidade delas será comprovada pelo extrato
emitido pela Vórtx Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários Ltda. (“Escriturador”) e, adicionalmente, com relação às Debêntures que estiverem
custodiadas eletronicamente na B3 S.A. – Brasil, Bolsa, Balcão (“B3”), conforme o caso, será expedido por esta extrato em nome do Debenturista (conforme
abaixo definido), que servirá como comprovante de titularidade de tais Debêntures. i. Conversibilidade: As Debêntures serão simples, ou seja, não
conversíveis em ações de emissão da Companhia. j. Garantias Reais: As Debêntures contarão com as seguintes garantias reais, observada a condição
suspensiva prevista em cada Contrato de Garantia: (I) alienação fiduciária, (1) da totalidade das ações de emissão da RCA, de titularidade da Companhia
(“Ações RCA”); (2) de todas as eventuais novas ações de emissão da RCA que venham a existir no futuro (“Ações RCA Adicionais” e, em conjunto com as
Ações RCA, as “Ações RCA Alienadas”); (3) dos valores mobiliários emitidos em substituição aos valores mobiliários referidos nos itens anteriores,
incluindo em decorrência de qualquer operação societária envolvendo a RCA; e (4) com relação aos valores mobiliários referidos nos itens anteriores, do
direito de subscrição de novos valores mobiliários; (II) cessão fiduciária de todos os direitos econômicos inerentes às Ações RCA Alienadas, presentes e
futuros (“Direitos Econômicos RCA”); (III) cessão fiduciária dos direitos da Companhia contra o Banco BTG Pactual S.A. (“Banco Depositário”), com relação
à titularidade da Conta Garantia Emissora (conforme definição constante da Escritura de Emissão), bem como todos os ativos e aplicações financeiras
existentes ou feitas de tempos em tempos com os recursos depositados em e/ou vinculados à Conta Garantia Emissora; (IV) cessão fiduciária, de direitos
creditórios detidos pela Companhia e pelas Fiadoras contra os clientes de tempos em tempos especificados no Contrato de Cessão Fiduciária decorrentes
da prestação de determinados serviços pela Companhia e pelas Fiadoras a tais clientes, inclusive direitos creditórios decorrentes dos contratos identificados
de tempos em tempos no Contrato de Cessão Fiduciária (“Direitos Creditórios Contratos”); e (V) cessão fiduciária dos direitos da Companhia e das Fiadoras
contra o Banco Depositário, com relação à titularidade das Contas Garantia (conforme definido no Contrato de Cessão Fiduciária), bem como todos os
ativos e aplicações financeiras existentes ou feitas de tempos em tempos com os recursos depositados em e/ou vinculados a tais contas. k. Garantia
Fidejussória e Solidariedade Passiva: As Debêntures contarão com garantia fidejussória prestada por RCA, Central de Tratamento de Resíduos de Barra
Mansa S.A., Central de Tratamento de Resíduos de Nova Iguaçu S.A., Central de Tratamento de Resíduos de Alcântara S.A., Orizon Valorização de
Resíduos S.A., ETR Jardim Gramacho S.A., Foxx Holding S.A., Foxx Inova Ambiental S.A., SPE Paulínia Ambiental S.A., SPE Tremembé Ambiental S.A.
(em conjunto, “Fiadoras”), na qualidade de fiadoras, as quais se obrigarão, nos termos da Escritura de Emissão, entre si e a Companhia, em caráter
irrevogável e irretratável, perante os titulares das Debêntures (“Debenturistas”) como fiadoras, co-devedoras solidárias, principais pagadoras e
solidariamente (entre si e com a Companhia) responsáveis por todas as Obrigações Garantidas (conforme definido na Escritura de Emissão), renunciando
expressamente aos benefícios de ordem, direitos e faculdades de exoneração de qualquer natureza previstos nos artigos 333 (parágrafo único), 364, 366,
368, 371, 821, 824, 827, 829, 830, 834, 835, 837, 838 e 839 do Código Civil, e dos artigos 130 e 794 do Código de Processo Civil, pelo pagamento integral
das Obrigações Garantidas, nas datas a serem previstas na Escritura de Emissão, independentemente de notificação, judicial ou extrajudicial, ou qualquer
outra medida, observado os termos a serem definidos na Escritura de Emissão (“Fiança”). Os demais termos e condições aplicáveis à Fiança serão
descritos no âmbito da Escritura de Emissão. l. Espécie: As Debêntures serão da espécie com garantia real. m. Prazo e Data de Vencimento: Observado
o disposto na Escritura de Emissão, as Debêntures terão prazo de vencimento de 6 (seis) anos contados da Data de Emissão, vencendo, portanto, em 15
de novembro de 2028 (“Data de Vencimento das Debêntures”). n. Preço de Subscrição e Forma de Integralização: As Debêntures serão subscritas e
integralizadas à vista, em moeda corrente nacional, no ato da subscrição (“Data de Integralização”), pelo Valor Nominal Unitário, de acordo com as normas
de liquidação aplicáveis à B3. Caso qualquer Debênture venha a ser integralizada em data diversa e posterior à primeira Data de Integralização (“Primeira
Data de Integralização”), a integralização deverá considerar o seu Valor Nominal Unitário acrescido da respectiva Remuneração (conforme abaixo definido),
calculada pro rata temporis desde a Data de Início da Rentabilidade até a data de sua efetiva integralização (“Preço de Integralização”). As Debêntures
poderão ser subscritas com ágio ou deságio, a ser definido, se for o caso, no ato de subscrição das Debêntures, em cada Data de Integralização, desde
que aplicado de forma igualitária à totalidade das Debêntures integralizadas em uma mesma data. o. Amortização do Saldo do Valor Nominal Unitário: O
saldo do Valor Nominal Unitário das Debêntures será amortizado em 36 (trinta e seis) parcelas mensais, sendo a primeira devida em 15 de dezembro de
2025 e a última na Data de Vencimento, conforme cronograma a ser descrito na Escritura de Emissão. p. Local de Pagamento: Os pagamentos a que
fizerem jus as Debêntures serão efetuados pela Companhia no respectivo vencimento utilizando-se, conforme o caso: (a) os procedimentos adotados pela
B3 para as Debêntures custodiadas eletronicamente na B3; e/ou (b) os procedimentos adotados pelo Escriturador para as Debêntures que não estejam
custodiadas eletronicamente na B3. q. Atualização Monetária: O Valor Nominal Unitário das Debêntures não será atualizado monetariamente. r.
Remuneração das Debêntures: Sobre o Valor Nominal Unitário (ou sobre o saldo do Valor Nominal Unitário, conforme o caso) das Debêntures, incidirão
juros remuneratórios correspondentes à variação acumulada de 100% (cem por cento) das taxas médias diárias do DI de um dia, “over extra-grupo”,
expressas na forma percentual ao ano, base 252 (duzentos e cinquenta e dois) Dias Úteis (conforme definido na Escritura de Emissão), calculadas e
divulgadas diariamente pela B3 (“Taxa DI”), acrescida de um determinado spread (sobretaxa) a ser definido de acordo com o Procedimento de Bookbuilding,
em qualquer caso, limitado a 2,60% (dois inteiros e sessenta centésimos por cento) ao ano, base de 252 (duzentos e cinquenta e dois) Dias Úteis
(“Remuneração”). A Remuneração será calculada conforme fórmula prevista na Escritura de Emissão. s. Pagamento da Remuneração: O primeiro
pagamento da Remuneração será realizado em 15 de dezembro de 2022 e os demais pagamentos de Remuneração serão realizados mensalmente,
sempre no dia 15 (quinze) de cada mês subsequente, até a Data de Vencimento (cada uma dessas datas uma “Data de Pagamento da Remuneração”). t.
Resgate Antecipado Facultativo Total: A Companhia poderá, a seu exclusivo critério, a partir de 15 de novembro de 2025 (inclusive), realizar o resgate
antecipado facultativo total das Debêntures (“Resgate Antecipado Facultativo Total”). O Resgate Antecipado Facultativo Total poderá ocorrer de acordo
com os termos e condições previstos na Escritura de Emissão. Por ocasião do Resgate Antecipado Facultativo Total, o valor devido pela Companhia será
equivalente ao somatório dos seguintes valores (tal somatório, “Valor de Resgate Antecipado Facultativo”): (a) do Valor Nominal Unitário das Debêntures
(ou saldo do Valor Nominal Unitário das Debêntures, conforme o caso), (b) da Remuneração devida e não paga até a data do Resgate Antecipado
Facultativo Total, calculada pro rata temporis desde a Data de Início da Rentabilidade, ou a Data de Pagamento da Remuneração anterior (em ambos os
casos, inclusive), conforme o caso, até a data do efetivo Resgate Antecipado Facultativo Total (exclusive), incidente sobre o Valor Nominal Unitário (ou
saldo do Valor Nominal Unitário, conforme o caso) das Debêntures, (c) dos Encargos Moratórios devidos e não pagos até a data do Resgate Antecipado
Facultativo Total, se houver (d) de quaisquer obrigações pecuniárias e outros acréscimos referentes às Debêntures devidos e não pagos até tal data, e (e)
de prêmio equivalente a 0,40% (quarenta centésimos por cento) ao ano, pro rata temporis, base 252 (duzentos e cinquenta e dois) Dias Úteis, considerando
a quantidade de Dias Úteis a transcorrer entre a data do efetivo Resgate Antecipado Facultativo Total e a Data de Vencimento, incidente sobre a soma dos
valores descritos nos itens (a) a (d) acima, calculado de acordo com a fórmula prevista na Escritura de Emissão. u. Amortização Extraordinária Parcial: A
Companhia poderá, a seu exclusivo critério, a partir de 15 de novembro de 2025 (inclusive), realizar a amortização extraordinária facultativa das Debêntures
(“Amortização Extraordinária Parcial”). Por ocasião da Amortização Extraordinária Parcial, o valor devido pela Companhia será equivalente ao somatório
dos seguintes valores (tal somatório, “Valor da Amortização Extraordinária Parcial”): (a) da parcela do Valor Nominal Unitário das Debêntures (ou saldo do
Valor Nominal Unitário das Debêntures, conforme o caso) a serem amortizadas, (b) da Remuneração devida e não paga até a data da Amortização
Extraordinária Parcial, calculada pro rata temporis desde a Data de Início da Rentabilidade, ou a Data de Pagamento da Remuneração anterior (em ambos
os casos, inclusive), conforme o caso, até a data da efetiva Amortização Extraordinária Parcial (exclusive), incidente sobre o Valor Nominal Unitário (ou
saldo do Valor Nominal Unitário, conforme o caso) das Debêntures, (c) dos Encargos Moratórios devidos e não pagos até a data da Amortização
Extraordinária Parcial, se houver (d) de quaisquer obrigações pecuniárias e outros acréscimos referentes às Debêntures devidos e não pagos até tal data,
e (e) de prêmio equivalente a 0,40% (quarenta centésimos por cento) ao ano, pro rata temporis, base 252 (duzentos e cinquenta e dois) Dias Úteis,
considerando a quantidade de Dias Úteis a transcorrer entre a data da efetiva Amortização Extraordinária Parcial e a Data de Vencimento, incidente sobre
a soma dos valores descritos nos itens (a) a (d) acima, calculado de acordo com a fórmula prevista na Escritura de Emissão. v. Oferta de Resgate
Antecipado: A Companhia poderá, a seu exclusivo critério, a qualquer momento, realizar oferta de resgate antecipado das Debêntures, endereçada a todos
os Debenturistas, sendo assegurado a todos os Debenturistas igualdade de condições para aceitar o resgate das Debêntures por eles detidas (“Oferta de
Resgate Antecipado”), a qual poderá resultar no resgate total ou parcial das Debêntures, em função da adesão à Oferta de Resgate Antecipado pelos
respectivos Debenturistas. A Oferta de Resgate Antecipado poderá ocorrer de acordo com os termos e condições previstos na Escritura de Emissão. Por
ocasião da Oferta de Resgate Antecipado, o valor a ser pago aos Debenturistas que optarem pela adesão à referida Oferta de Resgate Antecipado será
equivalente ao somatório dos seguintes valores (tal somatório, “Valor de Resgate da Oferta Facultativa”): (a) do Valor Nominal Unitário das Debêntures a
serem resgatadas (ou saldo do Valor Nominal Unitário das Debêntures a serem resgatadas, conforme o caso), (b) da Remuneração devida e não paga até
a data do resgate, calculada pro rata temporis desde a Data de Início da Rentabilidade, ou a Data de Pagamento da Remuneração anterior (em ambos os
casos, inclusive), conforme o caso, até a data do efetivo resgate (exclusive), incidente sobre o Valor Nominal Unitário (ou saldo do Valor Nominal Unitário,
conforme o caso) das Debêntures a serem resgatadas, (c) dos Encargos Moratórios devidos e não pagos até a data do resgate, se houver (d) de quaisquer
obrigações pecuniárias e outros acréscimos referentes às Debêntures a serem resgatadas devidos e não pagos até tal data, e (e) se for o caso, do prêmio
de resgate indicado na Comunicação de Oferta de Resgate Antecipado (conforme definido na Escritura de Emissão). w. Aquisição Facultativa: A Companhia
e suas Partes Relacionadas (conforme definido na Escritura de Emissão) poderão, a qualquer tempo, adquirir Debêntures em Circulação (conforme definido
na Escritura de Emissão), observado o disposto no artigo 55, parágrafo 3º, da Lei das Sociedades por Ações, desde que observe as eventuais regras
expedidas pela CVM, devendo tal fato, se assim exigido pelas disposições legais e regulamentares aplicáveis, constar do relatório da administração e das
demonstrações financeiras da Companhia. x. Repactuação Programada: Não haverá repactuação programada das Debêntures. y. Vencimento Antecipado:
As Debêntures poderão ter o seu vencimento antecipadamente declarado nas hipóteses previstas na Escritura de Emissão. z. Destinação dos Recursos:
Os recursos obtidos pela Companhia com a Emissão das Debêntures serão utilizados (i) no pagamento de custos e despesas relativos à Emissão, (ii) no
pré-pagamento parcial, no valor de até R$ 210.000.000,00 (duzentos e dez milhões de reais), dos Documentos Garantidos Existentes (conforme definido
na Escritura de Emissão), e (iii) o saldo, se houver, no curso normal dos negócios da Companhia. aa. Colocação e Plano de Distribuição: As Debêntures
serão objeto de oferta pública de distribuição com esforços restritos, nos termos da Lei do Mercado de Valores Mobiliários, da Instrução CVM 476 e das
demais disposições legais e regulamentares aplicáveis, nos termos do Contrato de Distribuição (conforme definido na Escritura de Emissão), com a
intermediação dos Coordenadores (conforme definido na Escritura de Emissão) e das demais Instituições Participantes da Oferta (conforme definido no
Contrato de Distribuição), sob o regime de garantia firme de colocação, com relação à totalidade das Debêntures (“Garantia Firme”). Os Coordenadores
organizarão o procedimento de coleta de intenções de investimento, sem recebimento de reservas, sem lotes mínimos ou máximos, observado o disposto
no artigo 3º da Instrução CVM 476, para verificação, junto aos Investidores Profissionais, para definição da sobretaxa da Remuneração (“Procedimento de
Bookbuilding”). O resultado do Procedimento de Bookbuilding será ratificado por meio de aditamento à Escritura de Emissão, sem a necessidade de prévia
aprovação societária e sem necessidade de prévia Assembleia Geral de Debenturistas. ab. Negociação: As Debêntures serão depositadas para negociação
no mercado secundário através do Módulo CETIP21 – Títulos e Valores Mobiliários, administrado e operacionalizado pela CETIP, sendo as negociações
liquidadas financeiramente por meio da B3 e as Debêntures custodiadas eletronicamente na B3. Exceto pelo lote de Debêntures objeto da Garantia Firme
de colocação prestada pelos Coordenadores, as Debêntures somente poderão ser negociadas nos mercados regulamentados de valores mobiliários
depois de decorridos 90 (noventa) dias de cada subscrição ou aquisição pelo investidor, nos termos do artigo 13 da Instrução CVM 476 e observado o
cumprimento, pela Companhia, do artigo 17 da referida Instrução CVM 476 e das demais disposições legais e regulamentares aplicáveis. As Debêntures
só poderão ser negociadas entre investidores qualificados, assim definidos nos termos do artigo 12 da Resolução CVM 30, exceto se a Companhia obtiver
o registro de que trata o artigo 21 da Lei do Mercado de Valores Mobiliários. ac. Encargos Moratórios: Sem prejuízo da Remuneração das Debêntures,
ocorrendo impontualidade no pagamento pela Companhia de qualquer quantia devida e não paga aos Debenturistas, os débitos em atraso vencidos e não
pagos pela Companhia ficarão sujeitos a (independentemente de aviso, notificação ou interpelação judicial ou extrajudicial), (i) multa convencional,
irredutível e de natureza não compensatória, de 2% (dois por cento); e (ii) juros moratórios à razão de 1% (um por cento) ao mês, desde a data da
inadimplência até a data do efetivo pagamento, ambos calculados sobre o montante devido e não pago (“Encargos Moratórios”). ad. Prorrogação de
Prazos: Considerar-se-ão prorrogados os prazos referentes ao pagamento de qualquer obrigação até o 1º (primeiro) Dia Útil subsequente, se a data do
vencimento coincidir com dia em que não houver expediente bancário no local de pagamento das Debêntures, ressalvados os casos cujos pagamentos
devam ser realizados por meio da B3, hipótese em que somente haverá prorrogação quando a data de pagamento coincidir com feriado declarado nacional,
sábado ou domingo ou qualquer dia em que não houver expediente na B3. ae. Demais Características: As demais características das Debêntures e da
Emissão encontrar-se-ão descritas na Escritura de Emissão e nos demais documentos da Emissão. (III) Aprovar a outorga da Alienação Fiduciária pela
Companhia, nos termos do Contrato de Alienação Fiduciária, em garantia das Obrigações Garantidas; (IV) Autorizar a outorga de procuração ao Agente
Fiduciário no âmbito do Contrato de Alienação Fiduciária por prazo superior a 1 (um) ano, cuja validade se estenderá até o pagamento da totalidade das
Debêntures; (V) Aprovar a outorga da Cessão Fiduciária pela Companhia, nos termos do Contrato de Cessão Fiduciária, em garantia das Obrigações
Garantidas; (VI) Autorizar a outorga de procuração ao Agente Fiduciário no âmbito do Contrato de Cessão Fiduciária por prazo superior a 1 (um) ano, cuja
validade se estenderá até o pagamento da totalidade das Debêntures; e (VII) Autorizar os membros da Diretoria da Companhia e/ou pelos representantes
legais da Companhia a praticar todos os demais atos conexos e correlatos necessários para a efetivação da Oferta Restrita e da Emissão, incluindo, mas
não se limitando, (a) a contratação dos prestadores de serviços necessários para a realização da Oferta Restrita (incluindo, sem limitação, os Coordenadores,
o Agente Fiduciário, o Escriturador, o agente de liquidação e o Banco Depositário), podendo, para tanto, negociar e assinar os respectivos contratos e
eventuais aditamentos; (b) a negociação e celebração de todos os documentos relativos à Emissão e à Oferta Restrita, bem como aditamentos a eles que
se fizerem necessários e os documentos deles decorrentes, incluindo, entre outros, a Escritura de Emissão, o Contrato de Alienação Fiduciária, o Contrato
de Cessão Fiduciária, os contratos de administração de conta com o Banco Depositário e o Contrato de Distribuição; e (c) a realização de todos os demais
atos necessários para o cumprimento das obrigações a serem assumidas nos documentos e aditamentos relacionados à Emissão e à Oferta Restrita,
inclusive, sem limitação, o implemento dos reforços de garantia ali exigidos. 6. LAVRATURA: Foi autorizada a lavratura da pressente ata na forma de
sumário, conforme o disposto no artigo 130, §1º da Lei das Sociedades por Ações, bem como sua publicação com omissão das assinaturas dos acionistas,
nos termos do artigo 130, §2º da Lei das Sociedades por Ações. 7. ENCERRAMENTO: Nada mais havendo a tratar, foi encerrada a Assembleia Geral
Extraordinária, da qual se lavrou a presente ata que, lida e aprovada, foi assinada por todos os presentes no Livro de Assembleias Gerais da Companhia.
Mesa: Sr. Milton Pilão Júnior (Presidente) e Sr. Leonardo Roberto Pereira dos Santos (Secretário). Acionista presente: Orizon Valorização de Resíduos
S.A. (p. Milton Pilão Júnior e Leonardo Roberto Pereira dos Santos). São Paulo, 09 de novembro de 2022. Assinaturas: Mesa: Milton Pilão Júnior -
Presidente; Leonardo Roberto Pereira dos Santos - Secretário. Acionista: Orizon Valorização de Resíduos S.A. - p. Milton Pilão Júnior e Leonardo
Roberto Pereira dos Santos. Jucesp nº 658.305/22-0 em 16/11/2022. Gisela Simiema Ceschin - Secretária Geral.
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Companhia de Processamento de Dados
do Estado de São Paulo - PRODESP
CNPJ 62.577.929/0001-35
AVISO DE LICITAÇÃO
Pregão Eletrônico nº 106/2022 - OC nº 513101510852022OC00175 - Constituição de
sistema de registro de preços para contratação futura de solução de rede local sem
fio (WLAN). A sessão pública de processamento do Pregão Eletrônico será realizada
no endereço eletrônico www.bec.sp.gov.br às 9h do dia 12/12/2022. O edital poderá
ser consultado e cópias obtidas nos endereços eletrônicos www.bec.sp.gov.br -
opção “pregão eletrônico”, www.prodesp.sp.gov.br - opção “fornecedores - editais de
licitação” e www.imesp.com.br - opção “enegociospublicos”.
ENAUTA ENERGIA S.A.
CNPJ/MF Nº 11.253.257/0001-71 - NIRE Nº 33.3.00.29159-8
ATA DE ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA REALIZADA EM 22 DE NOVEMBRO DE 2022
1. DATA, HORA E LOCAL: Aos 22 (vinte e dois) dias do mês de novembro de 2022, às 10:00, na sede social da
Enauta Energia S.A. (“Companhia”) situada na cidade e Estado do Rio de Janeiro, na Avenida Almirante Barroso,
nº 52, sala 1101, 1102 e 1301 (parte), Centro, CEP 20031-918. 2. CONVOCAÇÃO E PRESENÇA: Dispensada a
convocação, conforme o disposto no parágrafo 4º do artigo 124 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976,
conforme alterada (“Lei das Sociedades por Ações”), em virtude da presença da Enauta Participações S.A.
(“Acionista Controladora”), detentora de 100% (cem por cento) do capital social da Companhia. 3. MESA: Presi-
dente: Sr. Décio Fabricio Oddone da Costa; Secretário(a): Sra. Claudia Hesse. 4. ORDEM DO DIA: Deliberar a
respeito: (i) nos termos do artigo 818 do Código Civil, da outorga, pela Companhia, de fiança em favor dos titulares
das debêntures da 1ª (primeira) emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações, em até 2 (duas)
séries, da espécie com garantia real, com garantia adicional fidejussória, da Enauta Participações S.A., inscrita no
CNPJ sob o nº 11.669.021/0001-10 (“Enauta”), no valor total de até R$ 2.000.000.000,00 (dois bilhões de reais)
(“Debêntures” e ”Emissão”, respectivamente), as quais serão objeto de distribuição pública com esforços restritos
de distribuição, sob o regime misto de garantia firme e melhores esforços de colocação, de acordo com os termos
previstos no Contrato de Distribuição (conforme definido abaixo), em conformidade com a Lei nº 6.385, de 07 de
dezembro de 1976, conforme alterada (“Lei nº 6.385/76”) e com a Instrução da Comissão de Valores Mobiliários
n° 476, de 16 de janeiro de 2009, conforme alterada (“Instrução CVM 476”) e demais disposições e regulamenta-
ções aplicáveis, de acordo com os termos e condições a serem acordados no “Instrumento Particular de Escritura
da 1ª (Primeira) Emissão de Debêntures Simples, Não Conversíveis em Ações, em até 2 (Duas) Séries, da Espé-
cie com Garantia Real, com Garantia Adicional Fidejussória, para Distribuição Pública com Esforços Restritos, da
Enauta Participações S.A.”, a ser celebrado entre a Enauta, na qualidade de emissora, a Vórtx Distribuidora de
Títulos e Valores Mobiliários Ltda., inscrita no CNPJ sob o nº 22.610.500/0001-88, na qualidade de representante
dos titulares das Debêntures (“Vórtx” ou “Agente Fiduciário”), e a Companhia, na qualidade de fiadora (“Escritu-
ra de Emissão”), por meio do qual a Companhia se obrigará solidariamente com a Enauta, nos termos dos artigos
275 e seguintes do Código Civil, em caráter irrevogável e irretratável, como fiadora, codevedora solidária e princi-
pal pagadora responsável pelo fiel, pontual e integral pagamento do valor total da Emissão, devido nos termos da
Escritura de Emissão, acrescido da atualização monetária das Debêntures, da remuneração e dos encargos mo-
ratórios, conforme aplicável, bem como das demais obrigações pecuniárias presentes e futuras, principais e aces-
sórias, previstas na Escritura de Emissão e nos contratos de garantia, inclusive honorários advocatícios, despesas,
custos, encargos, tributos, reembolsos ou indenizações, bem como as obrigações relativas ao agente de liquida-
ção, ao escriturador, à B3, ao Agente Fiduciário e demais prestadores de serviço envolvidos na Emissão, bem
como honorários do Agente Fiduciário e despesas judiciais e extrajudiciais necessárias e comprovadamente incor-
ridas pelo Agente Fiduciário ou Debenturistas, inclusive, na constituição, formalização, execução e/ou excussão
das garantias previstas na Escritura de Emissão (“Obrigações Garantidas” e “Fiança”, respectivamente); (ii) em
garantia do fiel, pontual e integral pagamento das Obrigações Garantidas, da outorga e celebração, pela Compa-
nhia, nos termos da Escritura de Emissão, (ii.1) de penhor da totalidade dos direitos da Companhia emergentes
de sua participação nos seguintes contratos de concessão: (a) nº 48000.003573/97-91, celebrado, dentre outras
partes, entre a Enauta Energia e a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (“ANP”), inicial-
mente datado de 06 de agosto de 1998, conforme aditado de tempos em tempos, relativo à exploração, desenvol-
vimento e produção de óleo e/ou gás natural nos campos de Atlanta e Oliva; (b) nº 48000.003518/97-82, celebra-
do, dentre outras partes, entre a Companhia e a ANP, inicialmente datado de 06 de agosto de 1998, conforme
aditado de tempos em tempos, relativo à exploração, desenvolvimento e produção de óleo e/ou gás natural no
campo de Manati; e/ou (c) de contratos de concessão que venham a ser celebrados por Controladas Restritas
(conforme definido na Escritura de Emissão) (“Penhor” e (a), (b) e (c), em conjunto, os “Contratos de Concessão”
e as “Concessões”, respectivamente), nos termos (1) do “Instrumento Particular de Penhor de Direitos Emergen-
tes da Concessão de Atlanta-Oliva e Outras Avenças”; e (2) do “Instrumento Particular de Penhor de Direitos
Emergentes da Concessão de Atlanta e Outras Avenças”, a serem celebrados, entre a Enauta, na qualidade de
interveniente anuente, a Companhia, na qualidade de empenhante, e o Agente Fiduciário (em conjunto, “Contra-
tos de Penhor das Concessões”); e (ii.2) de garantia sobre as ações de emissão da Atlanta Field B.V. (“Atlanta
Field”), nos termos do “Deed of Pledge of Shares”, a ser celebrado entre a Companhia, na qualidade de acionista,
o Agente Fiduciário e a Atlanta Field, na qualidade de interveniente anuente (“Alienação Fiduciária” e “Contrato
de Alienação Fiduciária”, respectivamente); (iii) a autorização, pela Companhia, direta ou indiretamente por meio
de procuradores, a realizar todos e quaisquer atos que venham a ser necessários para formalização, efetivação e
completa eficácia das deliberações aprovadas em assembleia, incluindo, mas não se limitando, (a) a negociação
das demais condições das Debêntures; e (b) a assinatura, pelos representantes da Companhia, de todos os do-
cumentos relacionados à Emissão, à Oferta Restrita, à Fiança e ao Penhor, incluindo, mas não se limitando, a
Escritura de Emissão, os Contratos de Penhor das Concessões, o “Contrato de Coordenação, Estruturação, e
Distribuição Pública, com Esforços Restritos, sob o Regime Misto de Garantia Firme e de Melhores Esforços de
Colocação, de Debêntures Simples, Não Conversíveis em Ações, em até 2 (Duas) Séries, da Espécie Com Ga-
rantia Real, com Garantia Adicional Fidejussória, para Distribuição Pública com Esforços Restritos, da 1ª (Primeira)
Emissão da Enauta Participações S.A.”, a ser celebrado entre a Enauta, na qualidade de emissora, a Companhia,
na qualidade de fiadora, e o Banco BTG Pactual S.A., inscrito no CNPJ sob o n° 30.306.294/0001-45, na qualida-
de de coordenador líder (“Contrato de Distribuição”), e quaisquer outros instrumentos relacionados e/ou neces-
sários para formalizar a contratação de quaisquer prestadores de serviços, bem como quaisquer procurações e
eventuais aditamentos relativos a esses instrumentos, conforme aplicáveis; e (iv) a ratificação de todos os atos
praticados pela diretoria da Companhia, direta ou indiretamente por meio de procuradores, para a realização da
Emissão e da Oferta Restrita, para a outorga da Fiança e do Penhor, bem como de quaisquer outros atos neces-
sários para a consecução das matérias constantes dos itens (i), (ii) e (iii) acima. 5. DELIBERAÇÕES: A Acionista
Controladora aprovou que a Ata desta Assembleia Geral Extraordinária da Companhia fosse lavrada sob a for-
ma de sumário, nos termos da Lei das Sociedades por Ações. Passando aos itens constantes da ordem do dia,
a Acionista Controladora deliberou: (i) a outorga, pela Companhia, da Fiança em favor dos titulares das Debên-
tures, obrigando-se, nos termos dos artigos 275 e seguintes do Código Civil, solidariamente com a Enauta, em
caráter irrevogável e irretratável, como fiadora, codevedora solidária e principal pagadora responsável pelo fiel,
pontual e integral pagamento das Obrigações Garantidas no âmbito da Emissão, conforme termos e condições
a serem previstos Escritura de Emissão; (ii) a outorga, pela Companhia, em garantia do fiel, pontual e integral
pagamento das Obrigações Garantidas, nos termos da Escritura de Emissão, (ii.1) do Penhor da totalidade dos
direitos da Companhia emergentes de sua participação nos Contratos de Concessão, por meio da celebração,
pela Companhia, na qualidade de empenhante, dos Contratos de Penhor das Concessões; e (ii.2) da Alienação
Fiduciária das ações da Atlanta Field, por meio da celebração, pela Companhia, na qualidade de acionista, do
Contrato de Alienação Fiduciária; (iii) autorizar, pela Diretoria da Companhia, direta ou indiretamente por meio
de procuradores, a realizar todos e quaisquer atos que venham a ser necessários para formalização, efetivação
e completa eficácia das matérias deliberadas em assembleia, incluindo, mas não se limitando, (a) a negociação
das demais condições das Debêntures; e (b) a assinatura, pelos representantes da Companhia, de todos os
documentos relacionados à Emissão, à Oferta Restrita, à Fiança e ao Penhor, incluindo, mas não se limitando,
a Escritura de Emissão, os Contratos de Penhor das Concessões, o Contrato de Distribuição e quaisquer outros
instrumentos relacionados e/ou necessários para formalizar a contratação de quaisquer prestadores de servi-
ços, bem como quaisquer procurações e eventuais aditamentos relativos a esses instrumentos, conforme apli-
cável; e (iv) aprovar a ratificação de todos os atos praticados pela diretoria da Companhia, direta ou indiretamen-
te por meio de procuradores, para a realização da Emissão e da Oferta Restrita, para a outorga da Fiança e do
Penhor, bem como de quaisquer outros atos necessários para a consecução das matérias aprovadas nesta
data. 6. ENCERRAMENTO: Nada mais havendo a tratar, o Sr. Presidente deu por encerrada a reunião, da qual
se lavrou a presente ata que, lida e achada conforme, foi aprovada e assinada por todos os presentes. Mesa:
Presidente: Sr. Décio Fabricio Oddone da Costa; Secretária: Sra. Claudia Hesse. Acionista Controladora: Srs.
(as): (i) Décio Fabricio Oddone da Costa; e (ii) Paula Vasconcelos da Costa Côrte-Real. Certifico que a presen-
te é cópia fiel da ata lavrada em livro próprio. Rio de Janeiro, 22 de novembro de 2022. Mesa: Décio Fabricio
Oddone da Costa - Presidente; Claudia Hesse - Secretária.
Atento Brasil S.A.
CNPJ/MF 02.879.250/0001-79 - NIRE 35.300.172.884
Assembleia Geral Extraordinária realizada em 28 de Julho de 2022
1. Data, Hora e Local: Realizada no dia 28 de julho de 2022, às 10h00, na sede da Atento Brasil S.A. (“Com-
panhia”), localizada na Rua Paul Valery, 255, 9º andar, Chácara Santo Antônio, na Cidade de São Paulo, Es-
tado de São Paulo, Brasil. 2. Convocação e Presença: Dispensada a publicação dos editais de convocação,
conforme o disposto no artigo 124, §4º da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, conforme alterada (“Lei
das Sociedades por Ações”), tendo em vista a presença dos acionistas representando a totalidade do capital
social da Companhia. 3. Mesa: Os trabalhos foram presididos pelo Sr. Sérgio Ricardo Ribeiro Passos e secre-
tariados por Maria José de Freitas do Amaral. 4. Ordem do Dia: Deliberar sobre: (i) o aumento do capital
social da Companhia, mediante a subscrição de novas ações ordinárias, nominativas e sem valor nominal; (ii)
a alteração do artigo 5ª do Estatuto Social da Companhia; e (iii) a autorização aos Diretores da Companhia
para praticarem todos os atos que se fizerem necessários para os fins desta assembleia geral extraordinária.
5. Deliberações: Instalada a assembleia, os acionistas representando a totalidade do capital social da Com-
panhia expressamente deliberaram, sem restrições ou reservas: 5.1. Aprovar o aumento do capital social da
Companhia de R$247.215.775,03 (duzentos e quarenta e sete milhões, duzentos e quinze mil, setecentos e
setenta e cinco reais e três centavos) para R$273.540.775,03 (duzentos e setenta e três milhões, quinhentos
e quarenta mil, setecentos e setenta e cinco reais e três centavos), um aumento, portanto, de R$26.325.000,00
(vinte e seis milhões e trezentos e vinte e cinco mil reais), mediante a emissão de 26.325.000 (vinte e seis
milhões e trezentos e vinte e cinco mil) novas ações ordinárias, nominativas e sem valor nominal, estabele-
cido de acordo com os critérios previstos no artigo 170, § 1º, incisos “I” e “II”, da Lei das Sociedades por
Ações. 5.1.1. As 26.325.000 (vinte e seis milhões e trezentos e vinte e cinco mil) novas ações ordinárias,
nominativas e sem valor nominal da Companhia, foram totalmente subscritas e integralizadas na presente
data pela acionista Atento Spain Holdco, S.L.U., pelo valor total de R$26.325.000,00 (vinte e seis milhões e
trezentos e vinte e cinco mil reais), em moeda corrente nacional, conforme estipulado no Boletim de Subs-
crição anexo à presente ata. 5.1.2. A acionista Atento Luxco 4, S.A.U. neste ato, renuncia expressamente
seu direito de preferência relativo à subscrição das novas ações ordinárias, nominativas e sem valor nominal
da Companhia, ora emitidas. 5.2. Aprovar a alteração do caput do artigo 5ª do Estatuto Social da Companhia,
em razão do disposto nos itens 5.1 e subitens acima, o qual passará a vigorar com a seguinte nova redação:
“Artigo 5. O capital social da Companhia é de R$273.540.775,03 (duzentos e setenta e três milhões, quinhen-
tos e quarenta mil, setecentos e setenta e cinco reais e três centavos), dividido em 610.058.675 (seiscentos e
dez milhões cinquenta e oito mil e seiscentas e setenta e cinco) ações ordinárias, nominativas e sem valor
nominal.” 5.3. Autorizar os diretores da Companhia a praticar todos os atos necessários ao cumprimento das
deliberações previstas acima, ratificando todos os atos por eles já praticados para este fim. 6. Encerramen-
to: Nada mais havendo a ser tratado, os Acionistas presentes autorizaram a lavratura da presente, a qual foi
lida, achada conforme e unanimemente aprovada, tendo sido por todos assinada. São Paulo, 28 de julho
2022. Assinaturas: Sérgio Ricardo Ribeiro Passos - Presidente da Mesa; Maria José de Freitas do Amaral - Se-
cretária; Atento Spain Holdco 4, S.A.U. representada por Virginia Beltramini Trapero; Atento Spain Holdco,
S.L.U. representada por Virginia Beltramini Trapero. Confere com original, lavrada em livro próprio. Sérgio
Ricardo Ribeiro Passos - Presidente da Mesa; Maria José de Freitas do Amaral - Secretária. JUCESP nº
428.310/22-9 em 19/08/2022. Gisela Simiema Ceschin - Secretária Geral.

ENAUTA PARTICIPAÇÕES S.A.
CNPJ nº 11.669.021/0001-10 - NIRE 33300292896
ATA DE REUNIÃO DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
REALIZADA EM 22 DE NOVEMBRO DE 2022
1. DATA, HORA E LOCAL: Aos 22 (vinte e dois) dias do mês de novembro de 2022, às 10:00, na sede social da Enau-
ta Participações S.A. (“Companhia”) situada na cidade e Estado do Rio de Janeiro, na Avenida Almirante Barroso, nº
52, sala 1301 (parte), Centro, CEP 20031-918. 2. CONVOCAÇÃO: Dispensada a convocação em virtude da presença
a totalidade dos membros do Conselho de Administração da Companhia. 3. PRESENÇA: Estiveram presentes na reu-
nião da Companhia, representando a totalidade dos membros em exercício do Conselho de Administração da Compa-
nhia, os Srs.: (i) Antônio Augusto de Queiroz Galvão; (ii) Ricardo de Queiroz Galvão; (iii) José Alberto de Paula Torres
Lima; (iv) Leduvy de Pina Gouvêa Filho; (v) Luiz Carlos de Lemos Costamilan; (vi) Pedro Rodrigues Galvão de Medeiros;
e (vii) Lincoln Rumenos Guardado. Fica consignada a participação de Conselheiros na forma prevista no Artigo 16, §7º
do Estatuto Social da Companhia. 4. MESA: Presidente: Sr. Antônio Augusto de Queiroz Galvão; Secretária: Sra. Clau-
dia Hesse. 5. ORDEM DO DIA: Deliberar a respeito: (i) nos termos do 59 da Lei 6.404, de 15 de dezembro de 1976,
conforme alterada (“Lei das Sociedades por Ações”), da realização, pela Companhia, da 1ª (primeira) emissão de
debêntures simples, não conversíveis em ações, em até 2 (duas) séries, da espécie com garantia real, com garantia
adicional fidejussória, no valor total de até R$ 2.000.000.000,00 (dois bilhões de reais) (“Debêntures” e “Emissão”,
respectivamente), as quais serão objeto de distribuição pública com esforços restritos de distribuição, sob o regime
misto de garantia firme e melhores esforços de colocação, de acordo com os termos previstos no “Contrato de Coorde-
nação, Estruturação, e Distribuição Pública, com Esforços Restritos, sob o Regime Misto de Garantia Firme e de Melho-
res Esforços de Colocação, de Debêntures Simples, Não Conversíveis em Ações, em até 2 (Duas) Séries, da Espécie
Com Garantia Real, com Garantia Adicional Fidejussória, para Distribuição Pública com Esforços Restritos, da 1ª (Pri-
meira) Emissão da Enauta Participações S.A.”, a ser celebrado entre a Companhia, a Enauta Energia S.A., inscrita no
CNPJ sob o n° 11.253.257/0001-71 (“Enauta Energia”) e o Banco BTG Pactual S.A., inscrito no CNPJ sob o n°
30.306.294/0001-45 (“Coordenador Líder” e “Contrato de Distribuição”, respectivamente), em conformidade com a
Lei nº 6.385, de 07 de dezembro de 1976, conforme alterada (“Lei nº 6.385/76”) e com a Instrução da Comissão de
Valores Mobiliários n° 476, de 16 de janeiro de 2009, conforme alterada (“Instrução CVM 476”) e demais disposições e
regulamentações aplicáveis, de acordo com os termos e condições acordados no “Instrumento Particular de Escritura
da 1ª (Primeira) Emissão de Debêntures Simples, Não Conversíveis em Ações, em até 2 (Duas) Séries, da Espécie com
Garantia Real, com Garantia Adicional Fidejussória, para Distribuição Pública com Esforços Restritos, da Enauta Parti-
cipações S.A.”, a ser celebrado entre a Companhia, na qualidade de emissora e ofertante das Debêntures, a Vórtx
Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários Ltda., na qualidade de agente fiduciário representante dos titulares das
Debêntures (“Vórtx” ou “Agente Fiduciário” e “Debenturistas”, respectivamente) e a Enauta Energia, na qualidade de
fiadora (“Escritura de Emissão” e “Oferta Restrita”, respectivamente); (ii) em garantia do fiel, pontual e integral paga-
mento das Obrigações Garantidas (conforme definido abaixo), da outorga e celebração, pela Companhia, nos termos
da Escritura de Emissão, das seguintes garantias: (a) alienação fiduciária da totalidade das ações da Enauta Energia
atualmente detidas pela Companhia, representando 100% de seu capital social, nos termos do “Instrumento Particular
de Alienação Fiduciária de Ações e Outras Avenças”, a ser celebrado entre a Companhia, na qualidade de alienante, a
Enauta Energia e o Agente Fiduciário (“Contrato de Alienação Fiduciária de Ações”); e (b) cessão fiduciária dos direi-
tos creditórios, atuais e/ou futuros, principais e acessórios, de titularidade da Companhia e/ou da Enauta Energia, decor-
rentes, relacionados e/ou emergentes das Contas Vinculadas (conforme definido abaixo) a qualquer tempo, inclusive os
Investimentos Permitidos (conforme definido no Contrato de Cessão Fiduciária), bem como todos os seus frutos e ren-
dimentos, nos termos do “Instrumento Particular de Cessão Fiduciária de Contas Vinculadas e Direitos Creditórios e
Outras Avenças”, a ser celebrado entre a Companhia, a Enauta Energia, na qualidade de cedentes, e o Agente Fiduci-
ário (“Contrato de Cessão Fiduciária” e, em conjunto com o Contrato de Alienação Fiduciária de Ações, os Contratos
de Garantia Estrangeiros e o Contratos de Penhor das Concessões, os “Contratos de Garantia”); (iii) da autorização,
pela Companhia, direta ou indiretamente por meio de procuradores, para realizar todos atos necessários para a forma-
lização, efetivação e completa eficácia das deliberações aprovadas em reunião, incluindo, mas não se limitando, (a) a
negociação das demais condições das Debêntures; (b) a elaboração e celebração, pelos representantes da Companhia,
de todos os documentos da Oferta Restrita, incluindo, mas não se limitando, a Escritura de Emissão, o Contrato de
Distribuição, e quaisquer outros instrumentos relacionados e/ou necessários para formalizar a contratação do Agente
Fiduciário, do Coordenador Líder, dos assessores legais e dos demais prestadores de serviços necessários à implemen-
tação da Emissão e da Oferta Restrita, tais como o Escriturador (conforme definido abaixo), o Agente de Liquidação
(conforme definido abaixo), o Banco Depositário (conforme definido abaixo), a B3 S.A. - Brasil, Bolsa, Balcão (“B3”),
dentre outros, podendo, para tanto, negociar e assinar os respectivos instrumentos de contratação e eventuais altera-
ções em aditamentos aos respectivos instrumentos; (iv) da autorização aos diretores da Companhia, da Enauta Energia
e das Fiadoras Estrangeiras (conforme definido abaixo) e aos seus procuradores, conforme o caso, para a prática de
todos e quaisquer atos necessários e/ou convenientes à efetivação da Emissão, da Oferta Restrita e/ou relacionados às
Garantias (conforme definido abaixo), bem como à outorga e aperfeiçoamento das Garantias, incluindo a assinatura,
seja como parte e/ou interveniente-anuente, conforme o caso, dos documentos da Emissão, de qualquer notação de
garantia, e de quaisquer aditamentos e anexos aos mesmos, procurações, notificações, cartas, documentos de know
your client, certificados e quaisquer outros documentos relacionados à Emissão, à Oferta Restrita e à outorga e aperfei-
çoamento das Garantias; e (v) da ratificação de todos e quaisquer atos já praticados pela Companhia, direta ou indire-
tamente por meio de procuradores, para a efetivação da Emissão, da Oferta Restrita e/ou das Garantias (conforme de-
finido abaixo), bem como todos aqueles necessários para a consecução das matérias constantes dos itens (i), (ii), (iii) e
(iv) acima. 6. DELIBERAÇÕES APROVADAS: Antes de iniciar o exame da ordem do dia, os Conselheiros presentes
aprovaram, por unanimidade, que a Ata desta Reunião do Conselho de Administração da Companhia fosse lavrada sob
a forma de sumário, nos termos da lei, facultada a apresentação de votos e protestos, que serão recebidos pela Mesa
e arquivados na sede da Companhia. Passando aos itens constantes da ordem do dia, os membros do Conselho de
Administração deliberaram, por unanimidade dos votos presentes: (i) aprovar a realização da Emissão e da Oferta
Restrita pela Companhia, nos termos a serem previstos na Escritura de Emissão, com as seguintes características e
condições, a serem detalhadas e reguladas por meio da celebração da Escritura de Emissão: (a) Número da Emissão.
A Emissão constitui a 1ª (primeira) emissão de debêntures da Companhia. (b) Valor Total da Emissão. O valor total da
Emissão será de até R$ 2.000.000.000,00 (dois bilhões de reais), na Data de Emissão (conforme definida abaixo)
(“Valor Total da Emissão”), sendo certo que a quantidade de Debêntures a ser alocada em cada série será definida de
acordo com o Procedimento de Bookbuilding (conforme definido na Escritura de Emissão) mediante o Sistema de Vasos
Comunicantes (conforme definido abaixo). Será permitida a distribuição parcial das Debêntures, nos termos da Escritu-
ra de Emissão, observada a colocação do Montante Mínimo (conforme definido abaixo). (c) Número de Séries. A
Emissão será realizada em até 2 (duas) séries (em conjunto, as “Séries”, e, individual e indistintamente, “Série”), sendo
(i) as Debêntures objeto da Oferta Restrita distribuídas no âmbito da primeira Série (“Primeira Série”) serão doravante
denominadas “Debêntures da Primeira Série”; e (ii) as Debêntures objeto da Oferta Restrita distribuídas no âmbito da
segunda Série (“Segunda Série”) serão doravante denominadas “Debêntures da Segunda Série”. A quantidade de
Debêntures a ser alocada em cada uma das Séries, bem como a quantidade de Séries a ser emitida, será definida após
a conclusão do Procedimento de Bookbuilding mediante o sistema de vasos comunicantes, ou seja, a quantidade de
Debêntures, por Série, será diminuída da quantidade total de Debêntures, limitando, portanto, a quantidade de Debên-
tures a ser alocada na outra Série (“Sistema de Vasos Comunicantes”). (d) Agente de Liquidação e Escriturador.
O Agente de Liquidação da presente Emissão e a instituição prestadora de serviços de Escrituração das Debêntures
será a Vórtx (“Agente de Liquidação” e “Escriturador”). (e) Colocação e Procedimento de Distribuição. As Debên-
tures serão objeto de distribuição pública, com esforços restritos de distribuição, nos termos da Instrução CVM 476, com
a intermediação do Coordenador Líder, sob o regime misto de garantia firme e de melhores esforços de colocação, de
acordo com os termos a serem previstos no Contrato de Distribuição. Nos termos do Contrato de Distribuição, será
adotado o procedimento de coleta de intenções de investimento, organizado pelo Coordenador Líder, sem recebimento
de reservas dos Investidores Profissionais, sem lotes mínimos ou máximos, para definição (i) das Remunerações (con-
forme definido abaixo) das Debêntures; (ii) da existência da Primeira Série e/ou Segunda Série; e (iii) da quantidade de
Debêntures a serem alocadas para a Primeira Série e/ou Segunda Série (“Procedimento de Bookbuilding”), sendo
certo que o resultado do Procedimento de Bookbuilding será ratificado por meio de aditamento a Escritura de Emissão,
anteriormente à Data de Primeira Integralização, sem necessidade de nova deliberação societária de quaisquer das
Partes ou aprovação por Assembleia Geral de Debenturistas. O plano de distribuição das Debêntures seguirá o proce-
dimento descrito na Instrução CVM 476, conforme previsto no Contrato de Distribuição. Será admitida a distribuição
parcial das Debêntures, observada a colocação de, no mínimo, 1.400.000 (um milhão e quatrocentas mil) Debêntures,
equivalentes à parcela de garantia firme prestada pelo Coordenador Líder, na Data de Emissão (“Montante Mínimo”)
nos termos do artigo 30, parágrafo 2º, da Instrução CVM nº 400, de 29 de dezembro de 2003, conforme em vigor, e do
artigo 5º-A da Instrução CVM 476. Caso não seja distribuída a totalidade das Debêntures até o final do prazo de coloca-
ção das Debêntures, as Debêntures que não forem colocadas junto aos Investidores Profissionais no âmbito da Oferta
Restrita, nos termos da Escritura de Emissão, serão canceladas pela Emissora, observados os termos e condições
previstos na Escritura de Emissão e no Contrato de Distribuição (“Distribuição Parcial”). (f) Destinação de Recursos.
Nos termos do artigo 2º, parágrafos 1º e 1º-B, da Lei nº 12.431, de 24 de junho de 2011, conforme alterada (“Lei
12.431”), do Decreto nº 8.874, de 11 de outubro de 2016, conforme alterado (“Decreto 8.874”), da Resolução CMN nº
4.751, de 26 de setembro de 2019, conforme alterada (“Resolução CMN 4.751”), da Resolução CMN n° 5.034, de 21
de julho de 2022, conforme alterada (“Resolução CMN 5.034”), e da Portaria da Secretaria de Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia nº 62/SPG/MME, de 18 de novembro de 2022 (“Portaria”), os recur-
sos líquidos captados pela Companhia por meio da Emissão das Debêntures da Primeira Série serão utilizados exclusi-
vamente para (i) reembolso de gastos, despesas ou dívidas relacionadas à implantação do Projeto (conforme definido
abaixo); e/ou (ii) pagamento futuro de gastos, despesas e/ou dívidas a serem incorridos a partir da Data de Emissão e
relacionados à Implementação e Desenvolvimento do Sistema Definitivo do Campo de Atlanta (“Projeto”), nos termos
da Lei 12.431 e da Escritura de Emissão. Os recursos captados pela Companhia por meio da integralização das Debên-
tures da Segunda Série serão utilizados exclusivamente para o reforço do capital de giro da Companhia, bem como
outros propósitos corporativos gerais. (g) Data de Emissão. Para todos os fins e efeitos legais, a data de emissão das
Debêntures será o dia 15 de dezembro de 2022 (“Data de Emissão”). (h) Data de Início da Rentabilidade. Para todos
os fins e efeitos legais, a data de início da rentabilidade será a Data da Primeira Integralização (conforme definido
abaixo) (“Data de Início da Rentabilidade”). (i) Forma, Tipo e Comprovação de Titularidade. As Debêntures serão
emitidas sob a forma nominativa e escritural, sem emissão de cautelas ou certificados, sendo que, para todos os fins de
direito, a titularidade das Debêntures será comprovada pelo extrato de conta emitido pelo Escriturador e, adicionalmen-
te, com relação às Debêntures que estiverem custodiadas eletronicamente na B3, conforme o caso, será expedido por
esta extrato em nome do Debenturista, que servirá como comprovante de titularidade de tais Debêntures. (j) Conversi-
bilidade. As Debêntures serão simples, ou seja, não conversíveis em ações de emissão da Companhia. (k) Espécie.
As Debêntures serão da espécie com garantia real, nos termos do artigo 58, caput, da Lei das Sociedades por Ações,
com garantia adicional fidejussória, conforme estabelecido na Escritura de Emissão. (l) Prazo e Data de Vencimento.
Observado o disposto na Escritura de Emissão, (i) as Debêntures da Primeira Série terão prazo de vencimento de 7
(sete) anos, contados da Data de Emissão, vencendo-se, portanto, em 15 de dezembro de 2029 (“Data de Vencimento
das Debêntures da Primeira Série”); e (ii) as Debêntures da Segunda Série terão prazo de vencimento de 5 (cinco)
anos, contados da Data de Emissão, vencendo-se, portanto, em 15 de dezembro de 2027 (“Data de Vencimento das
Debêntures da Segunda Série, e, em conjunto com a Data de Vencimento das Debêntures da Primeira Série, a “Data
de Vencimento”). (m) Valor Nominal Unitário. O valor nominal unitário das Debêntures será de R$ 1.000,00 (mil reais),
na Data de Emissão (“Valor Nominal Unitário”). (n) Quantidade de Debêntures: Serão emitidas até 2.000.000 (duas
milhões) de Debêntures, a serem alocadas conforme demanda pelas Debêntures, apurada por meio do Procedimento
de Bookbuilding, mediante o Sistema de Vasos Comunicantes, observada a possibilidade de distribuição parcial das
Debêntures, nos termos da Escritura de Emissão, e a colocação do Montante Mínimo (“Debêntures”). (o) Preço de
Subscrição e Forma de Integralização. As Debêntures serão subscritas e integralizadas à vista, em moeda corrente
nacional, no ato da subscrição, pelo seu Valor Nominal Unitário, acrescido da respectiva Remuneração (conforme defi-
nido abaixo), calculada pro rata temporis desde a primeira data de integralização das Debêntures (“Data da Primeira
Integralização”), de acordo com as normas de liquidação aplicáveis à B3. Caso qualquer Debênture venha a ser inte-
gralizada em data diversa e posterior à Data da Primeira Integralização, a integralização deverá considerar (i) o seu
Valor Nominal Unitário Atualizado para as Debêntures da Primeira Série; e/ou (ii) o seu Valor Nominal Unitário para as
Debêntures da Segunda Série, acrescido da Remuneração, calculada pro rata temporis desde a Data da Primeira Inte-
gralização até a data de sua efetiva integralização. As Debêntures poderão ser subscritas com ágio ou deságio, a ser
definido, se for o caso, no ato de subscrição das Debêntures, desde que aplicado de forma igualitária à totalidade das
Debêntures da respectiva série, integralizadas em uma mesma data. (p) Atualização Monetária do Valor Nominal
Unitário das Debêntures da Primeira Série. O Valor Nominal Unitário (ou o saldo do Valor Nominal Unitário, conforme
o caso), das Debêntures da Primeira Série será atualizado monetariamente mensalmente pela variação acumulada do
Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, apurado e divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísti-
ca - IBGE (“IPCA”), caso a variação seja positiva, desde a Data de Início da Rentabilidade até a data de seu efetivo
pagamento (“Atualização Monetária das Debêntures da Primeira Série”), sendo o produto da Atualização Monetária
das Debêntures da Primeira Série, caso positivo, automaticamente incorporado ao Valor Nominal Unitário (ou o saldo
do Valor Nominal Unitário, conforme o caso) das Debêntures da Primeira Série (“Valor Nominal Unitário Atualizado”).
A Atualização Monetária das Debêntures da Primeira Série será definida de acordo com os termos e fórmula a serem
previstos na Escritura de Emissão. (q) Atualização Monetária do Valor Nominal Unitário das Debêntures da Segun-
da Série. O Valor Nominal Unitário das Debêntures da Segunda Série não será atualizado monetariamente. (r) Remu-
neração das Debêntures da Primeira Série. Sobre o Valor Nominal Unitário Atualizado das Debêntures da Primeira
Série, incidirão juros remuneratórios a serem definidos no Procedimento de Bookbuilding, correspondentes à taxa inter-
na de retorno do Tesouro IPCA+ (nova denominação da Nota do Tesouro Nacional, Série B - NTN-B), com vencimento
em 2028, baseada na cotação indicativa divulgada pela ANBIMA em sua página na internet (http://www.anbima.com.br),
apurada no fechamento do Dia Útil imediatamente anterior à data do Procedimento de Bookbuilding, acrescida exponen-
cialmente de uma sobretaxa (spread) equivalente a 3,25% (três inteiros e vinte e cinco centésimos por cento), ao ano,
base 252 (duzentos e cinquenta e dois) Dias Úteis (“Remuneração das Debêntures da Primeira Série”), incidentes
desde a Data de Início da Rentabilidade das Debêntures da Primeira Série, ou a Data de Pagamento da Remuneração
das Debêntures da Primeira Série imediatamente anterior, conforme o caso, até a data do efetivo pagamento. O cálculo
da Remuneração das Debêntures da Primeira Série será definido de acordo com os termos e fórmula a serem previstos
na Escritura de Emissão. (s) Remuneração das Debêntures da Segunda Série. Sobre o Valor Nominal Unitário ou
saldo do Valor Nominal Unitário das Debêntures da Segunda Série, incidirão juros remuneratórios correspondentes a
variação acumulada de 100% (cem por cento) das taxas médias diárias do DI - Depósito Interfinanceiro de um dia, “over
extra grupo”, expressas na forma percentual ao ano, base 252 (duzentos e cinquenta e dois) Dias Úteis, calculadas e
divulgadas diariamente pela B3 (“Taxa DI”), acrescida exponencialmente de uma sobretaxa (spread) limitada a 4,25%
(quatro inteiros e vinte e cinco centésimos por cento) ao ano, base 252 (duzentos e cinquenta e dois) Dias Úteis (“Re-
muneração das Debêntures da Segunda Série”). O cálculo da Remuneração das Debêntures da Segunda Série será
definido de acordo com os termos e fórmula a serem previstos na Escritura de Emissão. (t) Pagamento da Remunera-
ção das Debêntures. Sem prejuízo dos pagamentos em decorrência de eventual vencimento antecipado das obriga-
ções decorrentes das Debêntures ou Resgate Antecipado Facultativo, nos termos a serem previstos na Escritura de
Emissão, a Remuneração será paga, semestralmente, a partir da Data de Emissão, sendo o primeiro pagamento reali-
zado em 15 de junho de 2023, e os demais pagamentos devidos sempre no dia 15 dos meses de junho e dezembro de
cada ano, até a Data de Vencimento das Debêntures da respectiva Série (cada uma, uma “Data de Pagamento da
Remuneração das Debêntures”). (u) Amortização do Saldo do Valor Nominal Unitário Atualizado das Debêntu-
res da Primeira Série. O saldo do Valor Nominal Unitário Atualizado das Debêntures da Primeira Série será amortizado
em 8 (oito) parcelas semestrais, devidas sempre nos dias 15 de junho e 15 de dezembro de cada ano, sendo que a
primeira parcela será devida em 15 de junho de 2026, e as demais parcelas serão devidas em cada uma das respetivas
datas de amortização das Debêntures da Primeira Série, de acordo com as datas e percentuais indicados na Escritura
de Emissão (cada uma, uma “Data de Amortização das Debêntures da Primeira Série”). (v) Amortização do Saldo
do Valor Nominal Unitário das Debêntures da Segunda Série. O saldo do Valor Nominal Unitário das Debêntures da
Segunda Série será amortizado em 2 (duas) parcelas, de acordo com as datas e percentuais indicados na Escritura de
Emissão (cada uma, uma “Data de Amortização das Debêntures da Segunda Série”). (w) Local de Pagamento: Os
pagamentos a que fizerem jus as Debêntures serão efetuados pela Companhia no respectivo vencimento utilizando-se,
conforme o caso: (i) os procedimentos adotados pela B3 para as Debêntures custodiadas eletronicamente nela; e/ou (ii)
os procedimentos adotados pelo Escriturador, para as Debêntures que não estejam custodiadas eletronicamente na B3.
(x) Prorrogação dos Prazos: Considerar-se-ão prorrogados os prazos referentes ao pagamento de qualquer obrigação
até o 1º (primeiro) Dia Útil subsequente, se a data do vencimento coincidir com dia em que não houver expediente
bancário no local de pagamento das Debêntures, ressalvados os casos cujos pagamentos devam ser realizados por
meio da B3, hipótese em que somente haverá prorrogação quando a data de pagamento coincidir com feriado declara-
do nacional, sábado ou domingo (“Dia Útil”). (y) Encargos Moratórios: Sem prejuízo da Remuneração das Debêntu-
res, ocorrendo impontualidade no pagamento pela Companhia de qualquer quantia devida aos Debenturistas, os débi-
tos em atraso vencidos e não pagos pela Companhia, ficarão sujeitos a, independentemente de aviso, notificação ou
interpelação judicial ou extrajudicial (i) multa convencional, irredutível e de natureza não compensatória, de 2,00% (dois
inteiros por cento); e (ii) juros moratórios à razão de 1,00% (um inteiro por cento) ao mês, desde a data da inadimplência
até a data do efetivo pagamento; ambos calculados sobre o montante devido e não pago (“Encargos Moratórios”). (z)
Decadência dos Direitos aos Acréscimos: Sem prejuízo do disposto na Escritura de Emissão, o não comparecimen-
to do Debenturista para receber o valor correspondente a quaisquer das obrigações pecuniárias da Companhia, nas
datas previstas na Escritura de Emissão ou em comunicado publicado pela Companhia nos canais de publicação indi-
cados na Escritura de Emissão, não lhe dará direito ao recebimento da Atualização Monetária das Debêntures da Pri-
meira Série, da Remuneração das Debêntures e/ou Encargos Moratórios no período relativo ao atraso no recebimento,
sendo-lhe, todavia, assegurados os direitos adquiridos até a data do respectivo vencimento ou pagamento. (aa) Repac-
tuação: As Debêntures não serão objeto de repactuação programada. (bb) Publicidade: Todos os atos e decisões a
serem tomados decorrentes da Emissão que, de qualquer forma, envolvam os interesses dos titulares das Debêntures
devem ser obrigatoriamente comunicados na forma de avisos no Jornal de Publicação da Companhia (“Aviso aos De-
benturistas”), bem como na rede mundial de computadores (https://www.enauta.com.br/investidores/), observado o
disposto no artigo 289 da Lei das Sociedades por Ações e as limitações impostas pela Instrução CVM 476 em relação
à publicidade da Oferta Restrita, devendo a Companhia comunicar o Agente Fiduciário e a B3 a respeito de qualquer
publicação na data da sua realização, sendo certo que, caso a Companhia altere seu Jornal de Publicação após a Data
de Emissão, deverá enviar notificação ao Agente Fiduciário informando o novo veículo para divulgação de suas informa-
ções. (cc) Tratamento Tributário. As Debêntures da Primeira Série gozarão do tratamento tributário previsto nos arti-
gos 1º e 2º da Lei 12.431, nos termos e condições a serem previstos na Escritura de Emissão. (dd) Classificação de
Risco. A Emissora se obriga a contratar agência de classificação de risco (“Agência de Classificação de Risco”, cuja
definição inclui qualquer outra instituição que venha a suceder a Agência de Classificação de Risco nos termos previstos
na Escritura de Emissão, desde que tal agência de classificação de risco seja a Standard & Poor’s, a Moody’s América
Latina ou a Fitch Ratings), que atribuirá classificação de risco (rating) às Debêntures, em até 12 (doze) meses contados
a partir da Data de Emissão. A partir da data de contratação da Agência de Classificação de Risco, a Emissora deverá
manter contratada a Agência de Classificação de Risco para a atualização da classificação de risco (rating) das Debên-
tures anualmente, durante todo o restante do prazo de vigência das Debêntures. (ee) Garantia Fidejussória. A Enauta
Energia prestará fiança em favor dos Debenturistas, representados pelo Agente Fiduciário, em conformidade com o
artigo 818 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002, conforme alterada (“Código Civil”), independentemente de outras
garantias constituídas no âmbito da Emissão, obrigando-se solidariamente com a Companhia, em caráter irrevogável e
irretratável, como fiadora, codevedora solidária e principal pagadora responsável pelo fiel, pontual e integral pagamento
do Valor Total da Emissão, devido nos termos da Escritura de Emissão, acrescido da Atualização Monetária das Debên-
tures da Primeira Série, da Remuneração e dos Encargos Moratórios, conforme aplicável, bem como das demais obri-
gações pecuniárias presentes e futuras, principais e acessórias, previstas na Escritura de Emissão e nos Contratos de
Garantia, inclusive honorários advocatícios, despesas, custos, encargos, tributos, reembolsos ou indenizações, bem
como as obrigações relativas ao Agente de Liquidação, ao Escriturador, à B3, ao Agente Fiduciário e demais prestado-
res de serviço envolvidos na Emissão, bem como honorários do Agente Fiduciário e despesas judiciais e extrajudiciais
necessárias e comprovadamente incorridas pelo Agente Fiduciário ou Debenturistas, inclusive, na constituição, formali-
zação, execução e/ou excussão das garantias previstas na Escritura de Emissão (“Obrigações Garantidas” e “Fiança”,
respectivamente), conforme termos e condições a serem previstos na Escritura de Emissão. Sem prejuízo da Fiança, a
Enauta Netherlands B.V. (“Enauta Netherlands”) e a Atlanta Field B.V. (“Atlanta Field” e, em conjunto, “Fiadoras Es-
trangeiras”, sendo as Fiadoras Estrangeiras, em conjunto com a Enauta Energia, “Fiadoras”) outorgarão garantias
corporativas, regidas pelas leis da Holanda e observada as limitações impostas em tal legislação, nos termos da “Notes
Guarantee” a ser outorgada pela Enauta Netherlands e da “Notes Guarantee” a ser outorgada pela Atlanta Field, as
quais serão celebradas em favor dos Debenturistas, representados pelo Agente Fiduciário, em garantia do fiel, pontual
e integral pagamento das Obrigações Garantidas (“Garantias Corporativas Estrangeiras”). (ff) Garantias Reais. Para
assegurar o fiel, pontual e integral cumprimento da totalidade das Obrigações Garantidas, as Debêntures contarão,
ainda, com as seguintes garantias (em conjunto, as “Garantias Reais” e, em conjunto com a “Garantia Fidejussória”,
as “Garantias”): (1) alienação fiduciária da totalidade das ações de emissão da Enauta Energia (“Direitos de Participa-
ção”), bem de como (a) todas as ações: (a.1) derivadas de desdobramento, grupamento ou bonificação, inclusive me-
diante a permuta, venda ou qualquer outra forma de alienação das ações de emissão da Enauta Energia e quaisquer
bens ou títulos nos quais as ações de emissão da Enauta Energia sejam convertidas (incluindo quaisquer depósitos,
títulos ou valores mobiliários); (a.2) oriundas da subscrição de novas ações representativas do capital social da Enauta
Energia, bem como de bônus de subscrição, debêntures conversíveis, partes beneficiárias, certificados, títulos ou outros
valores mobiliários conversíveis em ações, relacionados à participação societária na Enauta Energia; e (a.3) de emissão
da Enauta Energia recebidas, conferidas e/ou adquiridas (direta ou indiretamente) por meio de consolidação, fusão, ci-
são, incorporação, permuta, substituição, divisão, reorganização societária ou de qualquer outra forma (observadas as
restrições previstas no Contrato de Alienação Fiduciária de Ações e na Escritura de Emissão, conforme aplicável, sendo
certo que o disposto na Escritura de Emissão deverá prevalecer em caso de conflito com o Contrato de Alienação Fidu-
ciária), sejam tais ações ou direitos atualmente ou futuramente detidas, direta ou indiretamente, pela Companhia e pela
Enauta Energia (em conjunto, as “Ações”), e (b) todos os dividendos (em dinheiro, espécie ou mediante distribuição de
novas ações), lucros, frutos, rendimentos, pagamentos, créditos, remuneração, bonificações, direitos econômicos, juros
sobre capital próprio, distribuições, reembolso de capital, bônus e demais valores efetivamente creditados, pagos, entre-
gues, recebidos ou a serem recebidos ou de qualquer outra forma distribuídos em razão da titularidade das Ações, sem
limitar, todas as preferências e vantagens que forem atribuídas expressamente às Ações, a qualquer título, inclusive
lucros, proventos decorrentes do fluxo de dividendos, juros sobre o capital próprio, valores devidos por conta de redução
de capital, amortização, resgate, reembolso ou outra operação e todos os demais proventos ou valores que de qualquer
outra forma tenham sido e/ou que venham a ser declarados e ainda não tenham sido distribuídos, inclusive mediante a
permuta, venda ou qualquer outra forma de disposição ou alienação das Ações, e quaisquer bens, valores mobiliários
ou títulos nos quais as Ações sejam convertidas (incluindo quaisquer depósitos, títulos ou valores mobiliários) (“Ações
Alienadas Fiduciariamente” e “Alienação Fiduciária de Ações”, respectivamente), nos termos do Contrato de Aliena-
ção Fiduciária de Ações, sem prejuízo ao disposto na Escritura de Emissão; (2) garantia sobre as ações de emissão da
Enauta Netherlands e da Atlanta Field, nos termos do “Deed of Pledge of Shares” a ser celebrado entre Enauta Nether-
lands, o Agente Fiduciário e a Atlanta Field e do “Deed of Pledge of Shares” a ser celebrado entre Enauta Energia, o
Agente Fiduciário e a Atlanta Field, sem prejuízo ao disposto na Cláusula 4.26.2 da Escritura de Emissão (“Contratos
de Garantia Estrangeiros”); (3) penhor da totalidade dos direitos detidos pela Enauta Energia emergentes de suas
respectivas participações nos Contratos de Concessão (conforme definido abaixo), conforme aditados e/ou renovados
de tempos em tempos (“Penhor das Concessões”), nos termos dos “Instrumento Particular de Penhor de Direitos
Emergentes da Concessão de Atlanta-Oliva e Outras Avenças” e do “Instrumento Particular de Penhor de Direitos
Emergentes da Concessão de Manati e Outras Avenças”, a serem celebrados, entre a Companhia, a Enauta Energia,
na qualidade de empenhante, e o Agente Fiduciário (em conjunto, “Contratos de Penhor das Concessões”), sem
prejuízo ao disposto na Escritura de Emissão; e (4) cessão fiduciária (a) de todos e quaisquer direitos creditórios da
Companhia, principais e acessórios, atuais e futuros (incluindo, sem limitação, recebíveis, créditos, direitos de indeniza-
ção, seguros contratados e multas), decorrentes, relacionados e/ou emergentes de conta vinculada a ser aberta no Itaú
Unibanco S.A. (“Banco Depositário”), movimentável exclusivamente pelo Banco Depositário (“Conta Pagamento e
Acúmulo da Emissora”), de titularidade da Companhia, mas não movimentável por ela; e (b) de todos e quaisquer di-
reitos creditórios da Enauta Energia, principais e acessórios, atuais e futuros (incluindo, sem limitação, recebíveis, cré-
ditos, direitos de indenização, seguros contratados e multas), decorrentes, relacionados e/ou emergentes de conta vin-
culada a ser aberta no Banco Depositário, movimentável exclusivamente pelo Banco Depositário (“Conta Acúmulo da
Enauta Energia”, em conjunto com a Conta Pagamento e Acúmulo da Companhia, as “Contas Vinculadas”), de titula-
ridade da Enauta Energia, mas não movimentável por ela, nas quais deverão ser depositados, mensalmente, recursos
equivalentes a 1/6 (um sexto) da próxima parcela de amortização do Valor Nominal Unitário Atualizado e Remuneração
das Debêntures, sendo que a Conta Pagamento e Acúmulo da Companhia deverá estar 100% (cem por cento) preen-
chida em cada mês de pagamento de amortização do Valor Nominal Unitário Atualizado e Remuneração das Debêntu-
res, e os recursos serão utilizados para o pagamento da referida parcela conforme termos e condições previstos no
Contrato de Cessão Fiduciária; e (c) dos recursos depositados, transitados e/ou mantidos ou a serem mantidos nas
Contas Vinculadas a qualquer tempo, inclusive os Investimentos Permitidos (conforme definido no Contrato de Cessão
Fiduciária), bem como todos os seus frutos e rendimentos (“Cessão Fiduciária de Direitos Creditórios”), nos termos
do Contrato de Cessão Fiduciária, sem prejuízo ao disposto na Escritura de Emissão. (gg) Resgate Antecipado Facul-
tativo Total das Debêntures da Primeira Série. Desde que observado o disposto no artigo 1º, parágrafo 1º, inciso II,
combinado com o artigo 2º, parágrafo 1º, da Lei 12.431, nas disposições da Resolução CMN 4.751 e da Resolução CMN
5.034, ou normativo que venha substitui-los, e demais disposições legais e regulamentares aplicáveis, bem como o
prazo médio ponderado mínimo de 4 (quatro) anos dos pagamentos transcorridos entre a Data de Emissão e a data do
efetivo Resgate Antecipado Facultativo Total das Debêntures da Primeira Série (ou prazo inferior que venha a ser auto-
rizado pela legislação ou regulamentação aplicáveis), a Companhia poderá, a seu exclusivo critério, realizar o resgate
antecipado facultativo total das Debêntures da Primeira Série (“Resgate Antecipado Facultativo Total das Debêntu-
res da Primeira Série”). Por ocasião do Resgate Antecipado Facultativo Total das Debêntures da Primeira Série, o
valor devido pela Companhia será equivalente ao maior dos critérios mencionados nos itens (a) e (b) abaixo, sendo que,
caso (b) seja maior que (a), o prêmio a ser pago pela Companhia será dado pela diferença entre (b) e (a) (“Prêmio de
Resgate Antecipado das Debêntures da Primeira Série”), conforme termos e condições a serem previstos na Escri-
tura de Emissão. (a) o Valor Nominal Unitário Atualizado das Debêntures da Primeira Série, acrescido (i) da Remunera-
ção das Debêntures da Primeira Série calculada pro rata temporis, desde a Data de Início da Rentabilidade das Debên-
tures da Primeira Série ou a Data de Pagamento da Remuneração das Debêntures da Primeira Série imediatamente
anterior (inclusive), conforme o caso, até a data do Resgate Antecipado Facultativo Total das Debêntures da Primeira
Série (exclusive); (ii) dos Encargos Moratórios, se houver; e (iii) de quaisquer obrigações pecuniárias e outros acrésci-
mos referentes às Debêntures da Primeira Série, conforme aplicável; ou (b) a soma das parcelas remanescentes (i) do
Valor Nominal Unitário Atualizado das Debêntures da Primeira Série e da Remuneração das Debêntures da Primeira
Série, desde a data do efetivo Resgate Antecipado Facultativo Total das Debêntures da Primeira Série até a Data de
Vencimento das Debêntures da Primeira Série, trazida a valor presente até a data do efetivo Resgate Antecipado Facul-
tativo Total das Debêntures da Primeira Série, utilizando-se como taxa percentual de desconto a taxa interna de retorno
da Tesouro IPCA+ (nova denominação da Nota do Tesouro Nacional, Série B - NTN-B) com vencimento mais próximo
ao prazo médio remanescente das Debêntures; (ii) dos Encargos Moratórios, se houver; e (iii) de quaisquer obrigações
pecuniárias e acréscimos referentes às Debêntures da Primeira Série. (hh) Resgate Antecipado das Debêntures da
Segunda Série. A Companhia poderá, a seu exclusivo critério, a partir do 31º (trigésimo primeiro) mês da Data de
Emissão, ou seja, a partir de 15 de julho de 2025 (inclusive), realizar o resgate antecipado facultativo total das Debêntu-
res da Segunda Série (“Resgate Antecipado Facultativo Total das Debêntures da Segunda Série”). Por ocasião do
Resgate Antecipado Facultativo Total das Debêntures da Segunda Série, o valor devido pela Companhia aos titulares
das Debêntures da Segunda Série será equivalente ao: (i) Valor Nominal Unitário ou saldo do Valor Nominal Unitário das
Debêntures da Segunda Série a serem resgatadas, acrescido (ii) da Remuneração das Debêntures da Segunda Série,
calculada pro rata temporis, devida desde a Data de Início da Rentabilidade das Debêntures da Segunda Série ou a
Data de Pagamento da Remuneração das Debêntures da Segunda Série imediatamente anterior (inclusive), conforme
o caso, até a data do Resgate Antecipado Facultativo Total das Debêntures da Segunda Série (exclusive) (“Data do
Resgate Antecipado Facultativo Total das Debêntures da Segunda Série”), acrescido (iii) de Encargos Moratórios,
se aplicável, devidos e não pagos até a Data do Resgate Antecipado Facultativo Total das Debêntures da Segunda
Série, acrescido (iv) de prêmio de 1,40% (um inteiro e quarenta centésimos por cento) ao ano, incidente sobre o Valor
Nominal Unitário ou saldo do Valor Nominal Unitário das Debêntures da Segunda Série, calculado de forma exponencial
de forma pro rata temporis considerando os Dias Úteis entre a Data do Resgate Antecipado Facultativo Total das De-
bêntures da Segunda Série e a Data de Vencimento das Debêntures da Segunda Série (“Prêmio de Resgate Anteci-
pado das Debêntures da Segunda Série”), conforme termos e condições a serem previstos na Escritura de Emissão.
(ii) Aquisição Facultativa. A Companhia poderá, (i) após decorridos os 2 (dois) primeiros anos contados da Data de
Emissão (ou prazo inferior que venha a ser autorizado pela legislação ou regulamentação aplicáveis), adquirir Debêntu-
res em Circulação da Primeira Série, e/ou (ii) a qualquer tempo, adquirir Debêntures em Circulação da Segunda Série,
observado o disposto no artigo 55, parágrafo 3º, da Lei das Sociedades por Ações, desde que observe as eventuais
regras expedidas pela CVM, devendo tal fato, se assim exigido pelas disposições legais e regulamentares aplicáveis,
constar do relatório da administração e das demonstrações financeiras da Companhia (“Aquisição Facultativa”). As
Debêntures adquiridas pela Companhia de acordo com a Escritura de Emissão poderão, a critério da Companhia: (i) ser
canceladas, caso seja legalmente permitido, observado o disposto na Lei 12.431, nas regras expedidas pelo CMN e na
regulamentação aplicável; (ii) permanecer na tesouraria da Companhia; ou (iii) ser novamente colocadas no mercado,
observadas as restrições impostas pela Instrução CVM 476. Caso aplicável, as Debêntures adquiridas pela Companhia
para permanência em tesouraria nos termos da Escritura de Emissão, se e quando recolocadas no mercado, farão jus
à mesma Atualização Monetária das Debêntures da Primeira Série e a Remuneração aplicável às demais Debêntures,
conforme aplicável, conforme termos e condições a serem previstos na Escritura de Emissão. (jj) Amortização Extra-
ordinária das Debêntures da Primeira Série. As Debêntures da Primeira Série não poderão ser objeto de amortização
extraordinária pela Companhia. (kk) Amortização Extraordinária Facultativa das Debêntures da Segunda Série. A
Companhia poderá, a seu exclusivo critério, após o término do 31º (trigésimo primeiro) mês contado da Data de Emis-
são, isto é, a partir de 15 de julho de 2025 (inclusive), realizar a amortização extraordinária parcial das Debêntures limi-
tada a 98% (noventa e oito por cento) do Valor Nominal Unitário ou do saldo do Valor Nominal Unitário, conforme apli-
cável (“Amortização Extraordinária Facultativa das Debêntures da Segunda Série”). Por ocasião da Amortização
Extraordinária Facultativa das Debêntures da Segunda Série, o valor devido pela Companhia será equivalente à (i)
parcela do Valor Nominal Unitário ou saldo do Valor Nominal Unitário das Debêntures da Segunda Série a serem amor-
tizadas, acrescido (ii) da Remuneração das Debêntures da Segunda Série, calculada pro rata temporis, devida desde a
Data de Início da Rentabilidade das Debêntures da Segunda Série ou a Data de Pagamento da Remuneração das
Debêntures da Segunda Série imediatamente anterior (inclusive), conforme o caso, até a data da Amortização Extraor-
dinária Facultativa das Debêntures da Segunda Série (exclusive) (“Data da Amortização Extraordinária Facultativa
das Debêntures da Segunda Série”), acrescido (iii) de Encargos Moratórios, se aplicável, devidos e não pagos até a
Data da Amortização Extraordinária Facultativa das Debêntures da Segunda Série, acrescido (iv) de prêmio de 1,40%
(um inteiro e quarenta centésimos por cento) ao ano, incidente sobre a parcela do Valor Nominal Unitário ou saldo do
São Paulo | Quarta-feira, 23 de novembro de 2022 | Valor | E5
Valor Nominal Unitário das Debêntures da Segunda Série, calculado de forma exponencial de forma pro rata temporis
considerando os Dias Úteis entre a Data da Amortização Extraordinária Facultativa das Debêntures da Segunda Série
e a Data de Vencimento das Debêntures da Segunda Série (“Prêmio de Amortização Extraordinária Facultativa das
Debêntures da Segunda Série”), conforme termos e condições a serem previstos na Escritura de Emissão. (ll) Oferta
de Aquisição Obrigatória. Caso a Companhia, as Fiadoras ou quaisquer de suas Controladas Restritas (conforme
definido na Escritura de Emissão) vendam, transfiram e/ou cedam de forma definitiva a terceiros não integrantes do seu
grupo econômico quaisquer Ativos Não Restritos (conforme definido abaixo), em montante igual ou superior a 30%
(trinta por cento), em uma ou mais transações, do EBITDAX (a) consolidado anual; ou (b) da informação financeira tri-
mestral referente aos últimos 12 (doze) meses imediatamente anteriores à data do evento, sendo certo que será defini-
do entre (a) e (b) aquele que representar o valor obtido em data mais próximo à data do último evento de venda, trans-
ferência e/ou cessão, conforme aplicável, a Companhia deverá, observadas as regras estabelecidas na Resolução CVM
77 e a legislação e regulamentação aplicáveis (“Evento de Pagamento Obrigatório”), realizar uma oferta obrigatória
para adquirir as Debêntures dos Debenturistas que optarem por alienar suas respectivas Debêntures, observados os
termos e condições previstos nas Escritura de Emissão, devendo tal fato, se assim exigido pelas disposições legais e
regulamentares aplicáveis, constar do relatório da administração e das demonstrações financeiras da Companhia
(“Oferta de Aquisição Obrigatória”). Nos termos do artigo 1º, parágrafo 1º, inciso II, da Lei 12.431, a Oferta de Aquisi-
ção Obrigatória das Debêntures da Primeira Série será realizada desde que transcorridos 2 (dois) anos contados da
Data de Emissão das Debêntures da Primeira Série (ou qualquer outro prazo menor que venha a ser permitido por lei),
sendo certo que, caso o prazo de 2 (dois) anos contados da Data de Emissão das Debêntures da Primeira Série não
tenha transcorrido (ou qualquer outro prazo menor que venha a ser permitido por lei), os recursos financeiros líquidos
recebidos pela Companhia, pelas Fiadoras e/ou por Controladas Restritas em decorrência de tal venda, transferência
ou cessão, deverão ser depositados e permanecer retidos em conta vinculada cedida fiduciariamente em favor dos
Debenturistas por meio de aditamento ao Contrato de Cessão Fiduciária, sem necessidade de qualquer Assembleia
Geral de Debenturistas, até o momento em que seja permitida a realização da Oferta de Aquisição Obrigatória. (mm)
Vencimento Antecipado. Observados os termos da Escritura de Emissão, o Agente Fiduciário deverá considerar an-
tecipadamente vencidas e imediatamente exigíveis todas as obrigações da Companhia referentes às Debêntures, na
ocorrência das seguintes hipóteses, sendo certo que prazos de cura, limites e/ou valores mínimos (thresholds), especi-
ficações, ressalvas, exceções e outros aspectos específicos à Emissão em relação a tais hipóteses serão negociados e
definidos pela Companhia com o Coordenador, e estabelecidos em comum acordo entre as partes, nos termos da Es-
critura de Emissão, prevalecendo, em qualquer caso, a redação ali prevista: (i) o Agente Fiduciário deverá, automatica-
mente, independentemente de aviso, notificação ou interpelação judicial ou extrajudicial à Emissora ou às Fiadoras,
considerar antecipadamente vencidas e imediatamente exigíveis todas as obrigações da Emissora referentes às Debên-
tures na ocorrência de qualquer uma das seguintes hipóteses (“Eventos de Vencimento Antecipado Automático”):
(1) descumprimento, pela Emissora e/ou pelas Fiadoras, de quaisquer obrigações pecuniárias relativas (a) ao pagamen-
to de amortização do Valor Nominal Unitário Atualizado, Remuneração das Debêntures e Encargos Moratórios a serem
previstos na Escritura de Emissão e/ou nas Garantias Corporativas Estrangeiras, (b) à multa prevista na Escritura de
Emissão; e/ou (c) ao Contrato de Swap, não sanado no prazo a ser previsto na Escritura de Emissão; (2) (a) decretação
de falência da Emissora, das Fiadoras, de Controladas Restritas e/ou de Controladas Relevantes; (b) pedido de autofa-
lência pela Emissora, pelas Fiadoras, por Controladas Restritas e/ou por Controladas Relevantes; (c) pedido de falência
da Emissora, das Fiadoras, de Controladas Restritas e/ou de Controladas Relevantes, formulado por terceiros não eli-
dido no prazo legal; ou (d) liquidação, dissolução ou extinção da Emissora, das Fiadoras, de Controladas Restritas e/ou
de Controladas Relevantes, exceto, para esta alínea (d), se em decorrência de uma Reorganização Societária Permiti-
da; ou ainda, a ocorrência de qualquer evento análogo que caracterize estado de insolvência, nos termos da legislação
aplicável, observados os termos e condições a serem previstos na Escritura de Emissão; (3) propositura, pela Emissora,
pelas Fiadoras, por Controladas Restritas e/ou por Controladas Relevantes, de plano de recuperação extrajudicial a
qualquer credor ou classe de credores, independentemente de ter sido requerida ou obtida homologação judicial do
referido plano, ou ainda, ingresso, pela Emissora, pelas Fiadoras, por Controladas Restritas e/ou por Controladas Rele-
vantes, em juízo, com requerimento de recuperação judicial, independentemente de deferimento do processamento da
recuperação ou de sua concessão pelo juiz competente, ou ainda, a ocorrência de qualquer evento análogo, nos termos
da legislação aplicável; (4) caso a Emissora e/ou as Fiadoras venham a transferir ou por qualquer forma ceder a tercei-
ros os direitos e obrigações decorrentes das Debêntures, da Escritura de Emissão e/ou dos Contratos de Garantia, ob-
servados os termos e condições a serem previstos na Escritura de Emissão; (5) anulação, nulidade ou inexequibilidade
quanto à Emissão, bem como caso a Emissão e as Garantias venham a se tornar totalmente inválidas, nulas, inexequí-
veis ou ineficazes, por meio de decisão judicial, observados os termos e condições a serem previstos na Escritura de
Emissão; (6) questionamento judicial, administrativo e/ou arbitral, pela Emissora, pelas Fiadoras, por Controladas (con-
forme definido abaixo) da Emissora e/ou das Fiadoras, acerca da existência, validade, legalidade ou exequibilidade da
Escritura de Emissão e/ou dos Contratos de Garantia e/ou das Garantias Corporativas Estrangeiras, observados os
termos e condições a serem previstos na Escritura de Emissão; (7) transformação (a) do tipo societário da Emissora,
inclusive em caso de cancelamento do registro de companhia aberta da categoria “A” ou “B” perante a CVM; ou (b) em
sociedade limitada ou outro tipo societário que não permita a emissão ou manutenção das Debêntures, nos termos dos
artigos 220 a 222 da Lei das Sociedades por Ações; (8) declaração de vencimento antecipado de qualquer dívida finan-
ceira (incluindo derivativos) e/ou obrigação financeira no mercado financeiro ou de capitais, local ou internacional, da
Emissora, das Fiadoras e/ou de Controladas, em valor individual ou agregado, igual ou superior a US$ 30.000.000,00
(trinta milhões de dólares), ou o seu equivalente em outras moedas, observados os termos e condições a serem previs-
tos na Escritura de Emissão; (9) perda da concessão objeto: (a) do “Contrato de Concessão 48000.003573/97-91” refe-
rente ao Campo de Atlanta e Oliva, originalmente celebrado em 06 de agosto de 1998, entre ANP e Petróleo Brasileiro
S.A. - Petrobras, conforme aditado de tempos em tempos, inclusive para fins da cessão da referida concessão para a
Enauta Energia; (b) do “Contrato de Concessão 48000.003518/97-82” referente ao Campo de Manati, originalmente
celebrado em 06 de agosto de 1998, entre ANP e Petrobras, conforme aditado de tempos em tempos; e/ou (c) de con-
tratos de concessão que venham a ser celebrados por Controladas Restritas desde que no âmbito da Concessão do
Campo de Atlanta, relativa exclusivamente à parcela de Oliva, e/ou da Concessão do Campo de Manati, relativa exclu-
sivamente à parcela de Camarão Norte (sendo (a), (b) e (c), em conjunto, os “Contratos de Concessão” e as “Conces-
sões”, respectivamente), em razão de caducidade, encampação, resilição ou outros eventos que resultem no término
antecipado da concessão, nos termos dos respectivos Contratos de Concessão, por meio de decisão administrativa fi-
nal, observados os termos e condições a serem previstos na Escritura de Emissão; e (10) resgate, recompra, amortiza-
ção ou bonificação de ações de emissão da Emissora, distribuição e/ou pagamento, pela Emissora, de dividendos e/ou
de juros sobre o capital próprio, e/ou qualquer outra forma de distribuição de recursos aos seus acionistas, observados
os termos e condições a serem previstos na Escritura de Emissão; (ii) o Agente Fiduciário deverá convocar assembleia
geral de debenturistas, no prazo de 2 (dois) Dias Úteis contados da data em que tomar conhecimento da ocorrência de
quaisquer dos eventos listados na Escritura de Emissão como eventos de vencimento antecipado não automáticos, para
que os Debenturistas deliberem a respeito da não declaração do vencimento antecipado de todas as obrigações da
Companhia referentes às Debêntures na ocorrência das seguintes hipóteses (“Eventos de Vencimento Antecipado
Não Automático” e, em conjunto com as Eventos de Vencimento Antecipado Automático, “Eventos de Vencimento
Antecipado”): (1) descumprimento, pela Emissora e/ou pelas Fiadoras, de quaisquer obrigações pecuniárias que não
sejam as obrigações previstas na Escritura, nos Contratos de Garantia ou nas Garantias, não sanado no prazo a ser
previsto na Escritura de Emissão; (2) descumprimento, pela Emissora e/ou pelas Fiadoras, de quaisquer obrigações não
pecuniárias constantes da Escritura de Emissão, dos Contratos de Garantia, do Contrato de Swap ou das Garantias
Corporativas Estrangeiras, não sanado no prazo a ser previsto na Escritura de Emissão; (3) anulação, nulidade ou
inexequibilidade de qualquer disposição relevante da Escritura de Emissão, dos Contratos de Garantia e/ou das Garan-
tias Corporativas Estrangeiras, tornando-se inválidos, nulos, inexequíveis ou ineficazes, por meio de decisão judicial,
observados os termos e condições a serem previstos na Escritura de Emissão; (4) perda, pela Emissora, pelas Fiadoras
e/ou por suas Controladas Restritas, de quaisquer Concessões objeto dos Contratos de Concessão, em razão de cadu-
cidade, encampação, resilição ou outros eventos que resultem no término antecipado da concessão, nos termos dos
respectivos Contratos de Concessão, mediante decisão judicial ou administrativa cujos efeitos não tenham sido suspen-
sos em até 15 (quinze) dias contados da data de publicação da referida decisão, observados os termos e condições a
serem previstos na Escritura de Emissão; (5) perda, pelos seus atuais controladores, do controle da Emissora, das
Fiadoras e/ou de suas Controladas Restritas, inclusive por meio de reorganização societária, observados os termos e
condições a serem previstos na Escritura de Emissão; (6) cisão, fusão, incorporação ou incorporação de ações da
Emissora, das Fiadoras e/ou de suas Controladas Restritas, ou qualquer outra forma de reorganização societária envol-
vendo a Emissora, as Fiadoras e/ou suas Controladas Restritas, exceto por uma Reorganização Societária Permitida;
(7) alteração material do objeto social da Emissora, das Fiadoras e/ou de Controladas Restritas, observados os termos
e condições a serem previstos na Escritura de Emissão; (8) redução do capital social da Emissora, nos termos do artigo
173 da Lei das Sociedades por Ações, sem a prévia e expressa autorização dos Debenturistas, exceto se para absorção
de prejuízos da Emissora; (9) aplicação dos recursos captados pela Emissão em destinação diversa do previsto na
Escritura de Emissão; (10) protestos de títulos contra a Emissora, as Fiadoras e/ou suas Controladas, de acordo com os
procedimentos legais aplicáveis, observados os termos e condições a serem previstos na Escritura de Emissão; (11)
inadimplemento pela Emissora, pelas Fiadoras e/ou por suas Controladas, de quaisquer obrigações pecuniárias assu-
midas em dívida financeira no mercado de capitais, local ou internacional, observados os termos e condições a serem
previstos na Escritura de Emissão; (12) inadimplemento pela Emissora, pelas Fiadoras, por suas Controladas Restritas
e/ou Controladas Relevantes de quaisquer obrigações pecuniárias em valor unitário ou agregado, observados os termos
e condições a serem previstos na Escritura de Emissão; (13) inadimplemento pela Emissora, pelas Fiadoras e/ou por
suas Controladas Restritas, no contexto dos JOAs (conforme definido na Escritura de Emissão), observados os termos
e condições a serem previstos na Escritura de Emissão; (14) rescisão ou término antecipado de Contratos Operacionais,
observados os termos e condições a serem previstos na Escritura de Emissão; (15) caso a Emissora, as Fiadoras e/ou
suas Controladas contraiam, a partir da data de assinatura da Escritura de Emissão, uma ou mais dívidas, observados
os termos e condições a serem previstos na Escritura de Emissão; (16) desapropriação, confisco ou outra medida simi-
lar por qualquer entidade governamental brasileira da totalidade ou de parte substancial dos ativos e/ou direitos da
Emissora, das Fiadoras, das Controladas Relevantes e/ou de suas Controladas Restritas que resultem em um Efeito
Adverso Relevante, observados os termos e condições a serem previstos na Escritura de Emissão; (17) não cumprimen-
to de decisão judicial, administrativa ou arbitral, de exigibilidade imediata contra a Emissora, as Fiadoras e/ou suas
Controladas Restritas e/ou suas Controladas Relevantes, observados os termos e condições a serem previstos na Es-
critura de Emissão; (18) cessação, interrupção, abandono e/ou paralisação, de forma total ou parcial (a) das Conces-
sões ou de qualquer ativo necessário à implementação ou operação das Concessões; ou (b) das atividades e/ou das
concessões detidas pela Emissora, pelas Fiadoras e/ou por suas Controladas Relevantes, observados os termos e
condições a serem previstos na Escritura de Emissão; (19) caso aplicável e existente, alteração substancial que acarre-
te em aumento da exposição financeira da Emissora e/ou da Enauta Energia, novação ou rescisão de eventual opera-
ção de swap no âmbito da Emissão, observados os termos e condições a serem previstos na Escritura de Emissão; (20)
caso aplicável e existente, não constituição de cessão fiduciária sobre os direitos creditórios da Emissora e/ou da
Enauta Energia decorrentes de quaisquer derivativos relacionados à presente Emissão em favor dos Debenturistas,
representados pelo Agente Fiduciário, observados os termos e condições a serem previstos na Escritura de Emissão;
(21) as declarações prestadas pela Emissora e/ou pelas Fiadoras na Escritura de Emissão e/ou nos Contratos de Ga-
rantia forem falsas, incorretas ou enganosas, nestes últimos casos em qualquer aspecto relevante, na data em que fo-
ram prestadas; (22) não obtenção, não renovação, cancelamento, revogação, cassação ou suspensão das autoriza-
ções, alvarás e licenças, inclusive as ambientais, necessárias para o exercício das atividades desenvolvidas pela Emis-
sora, pelas Fiadoras e/ou por suas Controladas Restritas, observados os termos e condições a serem previstos na Es-
critura de Emissão; (23) constituição, pela Emissora, pelas Fiadoras e/ou por Controladas Restritas, em favor de tercei-
ro, de qualquer hipoteca, penhor, alienação fiduciária, cessão fiduciária, cessão ou promessa de cessão, usufruto, fidei-
comisso, promessa de venda, opção de compra, direito de preferência, encargo, gravame ou ônus, arresto, sequestro
ou penhora, judicial ou extrajudicial, voluntário ou involuntário, ou outro ato que tenha o efeito prático similar a qualquer
das expressões acima, em favor de terceiro, observados os termos e condições a serem previstos na Escritura de
Emissão; (24) se a Emissora, as Fiadoras ou quaisquer de suas Controladas Restritas venderem, transferirem e/ou
cederem (incluindo operações de farm-out) de forma definitiva a terceiros não integrantes do seu grupo econômico,
quaisquer Ativos Restritos, observados os termos e condições a serem previstos na Escritura de Emissão; (25) se a
Emissora, as Fiadoras ou quaisquer de suas Controladas Restritas venderem, transferirem e/ou cederem de forma de-
finitiva a terceiros não integrantes do seu grupo econômico, quaisquer ativos, equipamentos, direitos, recebíveis, bens
de sua propriedade, participações societárias detidas em outras sociedades, direitos decorrentes das Concessões
(conforme definidas abaixo) e/ou direitos decorrentes da operação e/ou produção de reservas de petróleo, observados
os termos e condições a serem previstos na Escritura de Emissão; (26) questionamento judicial, administrativo e/ou ar-
bitral, por Controladores da Emissora e/ou por Controladores das Fiadoras, acerca da existência, validade, legalidade
ou exequibilidade da Escritura de Emissão e/ou das Garantias, observados os termos e condições a serem previstos na
Escritura de Emissão; e (27) não cumprimento, pela Emissora, dos índices financeiros constantes da Escritura de
Emissão, durante a vigência da Emissão, a serem acompanhados pelo Agente Fiduciário, observados os termos e
condições a serem previstos na Escritura de Emissão. (nn) Demais condições. Todas as demais condições e regras
específicas a respeito da Emissão deverão ser tratadas detalhadamente na Escritura de Emissão. (ii) em garantia do fiel,
pontual e integral pagamento das Obrigações Garantidas, aprovar a outorga e celebração, pela Companhia, do Contra-
to de Alienação Fiduciária de Ações, por meio do qual será constituída a Alienação Fiduciária de Ações e do Contrato
de Cessão Fiduciária, por meio do qual será constituída a Cessão Fiduciária de Direitos Creditórios; (iii) autorizar a
Companhia, direta ou indiretamente por meio de procuradores, a realizar todos atos necessários para a formalização,
efetivação e completa eficácia das deliberações aprovadas em reunião, incluindo, mas não se limitando, (a) a negocia-
ção das demais condições das Debêntures; (b) a elaboração e celebração, pelos representantes da Companhia, de
todos os documentos da Oferta Restrita, incluindo, mas não se limitando, a Escritura de Emissão, o Contrato de Distri-
buição, e quaisquer outros instrumentos relacionados e/ou necessários para formalizar a contratação do Agente Fiduci-
ário, do Coordenador Líder, dos assessores legais e dos demais prestadores de serviços necessários à implementação
da Emissão e da Oferta Restrita, tais como o Escriturador, o Agente de Liquidação, a B3, dentre outros, podendo, para
tanto, negociar e assinar os respectivos instrumentos de contratação e eventuais alterações em aditamentos aos res-
pectivos instrumentos; (iv) autorizar os diretores da Companhia, da Enauta Energia e das Fiadoras Estrangeiras e aos
seus procuradores, conforme o caso, a praticar todos e quaisquer atos necessários e/ou convenientes à efetivação da
Emissão, da Oferta Restrita e/ou relacionados às Garantias, bem como à outorga e aperfeiçoamento das Garantias,
incluindo a assinatura, seja como parte e/ou interveniente-anuente, conforme o caso, dos documentos de Emissão, de
qualquer notação de garantia, e de quaisquer aditamentos e anexos aos mesmos, procurações, notificações, cartas,
documentos de know your client, certificados e quaisquer outros documentos relacionados à Emissão, à Oferta Restrita
e à outorga e aperfeiçoamento das Garantias; e (v) ratificar todos e quaisquer atos já praticados pela Companhia, direta
ou indiretamente por meio de procuradores, para a efetivação da Emissão, da Oferta Restrita e/ou das Garantias, bem
como todos aqueles necessários para a consecução das deliberações constantes dos itens (i), (ii), (iii) e (iv) acima. 7.
ENCERRAMENTO: Nada mais havendo a tratar, o(a) Sr(a). Presidente deu por encerrada a reunião, da qual se lavrou
a presente ata que, lida e achada conforme, foi aprovada e assinada por todos os presentes. Rio de Janeiro, 22 de no-
vembro de 2022. Mesa: Antônio Augusto de Queiroz Galvão - Presidente; Claudia Hesse - Secretário(a). Conselheiros:
Antônio Augusto de Queiroz Galvão; Ricardo de Queiroz Galvão; José Alberto de Paula Torres Lima; Pedro Rodrigues
Galvão de Medeiros; Luiz Carlos de Lemos Costamilan; Leduvy de Pina Gouvêa; Lincoln Rumenos Guardado.
E6 | Valor | São Paulo | Quarta-feira, 23 de novembro de 2022

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Com tecnologia, cidades levam
bem-estar à população, melhorando
serviços, fatores sociais e econômicos.
Por Cláudio Marques, para o
Prática ESG, de São Paulo
CIDADES
SUSTENTÁVEIS
H
oras perdidas no trânsi-
to, transporte público in-
suficiente e lotado, po-
luição, serviços que não funcio-
nam e pouca atenção ao meio
ambiente. É um cenário que tra-
duz um estilo de vida que pare-
ce conspirar contra nós mes-
mos. O conceito de cidade inte-
ligente (ou, no inglês, smart city)
veio para mudar esse quadro, ao
proporcionar soluções, com
ajuda de tecnologia, para me-
lhorar a qualidade de vida da
população, considerando fato-
res sociais, econômicos, de mo-
bilidade, inovação, educação,
saúde, governança e transpa-
rência do governo. E isso está in-
timamente ligado a uma econo-
mia mais sustentável.
“O BID [Banco Interamericano
de Desenvolvimento] considera
cidades inteligentes aquelas que
colocam a pessoa no centro do
desenvolvimento, incorporando
tecnologia da informação e co-
municação na gestão, para for-
mular políticas públicas e ter go-
verno e serviços eficientes”, diz
Luís Felipe Bismarchi, doutor em
ciência ambiental e pós-doutor
em administração pela Universi-
dade de São Paulo (USP) e hoje
professor da Faculdade Instituto
de Pesquisas Contábeis, Atuariais
e Financeiras (Fipecafi). “Susten-
tabilidade em cidades inteligen-
tes, é o uso eficiente e responsável
dos recursos da natureza”, acres-
centa, reforçando o aspecto so-
cioambiental e de governança
(ESG) do tema.
Uma smart city busca suprir la-
cunas para melhorar a qualidade
de vida do cidadão, de acordo
com Willian Rigon, diretor da Ur-
ban Systems, que desde 2015 pu-
blica o Ranking Conected Smart
Cities. Nesta edição de 2022, Curi-
tiba (PR) está no topo da lista, se-
guida por Florianópolis (SC) e as
paulistas São Paulo, São Caetano
do Sul e Campinas. Para o estudo,
a empresa se debruçou sobre os
dados de 676 municípios com
mais de 50 mil habitantes, colhi-
dos com base em 11 eixos temáti-
cos e 75 indicadores de avaliação.
No final, é feita uma ponderação
a partir de três pesos diferentes
atribuídos aos dados, chegando a
uma nota final de, no máximo, 70
pontos. Mesmo na dianteira, Cu-
ritiba só alcançou 38,6 pontos.
Entre os 11 eixos trabalhados
pela Urban Systems estão aspec-
tos de uma cidade funcional, tais
como melhoria da mobilidade,
bom planejamento urbano, ofer-
ta de serviços de saúde, educação
e segurança, disponibilidade de
energia renovável, cuidado ao
meio ambiente (incluindo quali-
dade do ar, conforto térmico e
ruído) e infraestrutura básica.
Inovação e tecnologia, empreen-
dedorismo, economia e gover-
nança são outras verticais avalia-
das. Em muitos aspectos, são
itens semelhantes aos critérios de
Quarta-feira, 23 de novembro de 2022 | H1
Jaqueline Amorim, do
G10 Favelas, promove
desenvolvimento
social via serviços
financeiros H4
ANDRÉ MELLO
outro ranking municipal, o Índi-
ce de Desenvolvimento Sustentá-
vel das Cidades, que mede o pro-
gresso dos locais no cumprimen-
to dos 17 Objetivos de Desenvol-
vimento Sustentável (ODS) das
Nações Unidas.
Curitiba, que já era referência
em mobilidade, planejamento
urbano e meio ambiente, criou,
em 2017, o programa Vale do Pi-
nhão, segundo Cris Alessi, presi-
dente da Agência Curitiba de De-
senvolvimento e Inovação, a fim
de promover ações para se tornar
uma cidade inteligente. Por inter-
médio do programa, a prefeitura
atraiu a academia e o setor priva-
do — aceleradoras, incubadoras e
startups - para fomentar a inova-
ção com base em tecnologias.
Em paralelo, começou a traba-
lhar seu “arcabouço tecnológico”,
com a consolidação de uma base
de dados para poder criar produ-
tos e serviços digitais. Um dos re-
sultados foi a criação da platafor-
ma Curitiba App, que dá acesso a
mais de 600 serviços digitaliza-
dos com login único. Por meio
dele, é possível contactar o Curiti-
ba 156, que recebe solicitações de
serviços (de asfalto e iluminação,
por exemplo) e fornece informa-
ções como horário e itinerário de
ônibus, bem como o Saúde Já, que
possibilita a marcação de consul-
tas. “Tudo no mesmo lugar. O ci-
dadão pode pagar IPTU, acessar o
crédito da nota (fiscal), ou saber
qual é o próximo curso de empre-
endedorismo”, diz Alessi.
Curitiba está prestes a assinar
um contrato de parceria público- induz à inovação, ao permitir às (SP), e na sede do iFood, em Osas- em shoppings, além de fornecer sões de gases de efeito estufa glo-
privada (PPP) com a geradora de cidades fazer chamamentos com co (SP). No primeiro, parte da para os restaurantes locais, são bais. Deste número, 40% vêm da
energia Engie, para modernizar a base apenas nos problemas iden- produção é destinada ao consu- abertas à população, que pode construção civil, de acordo com
iluminação pública. Além da co- tificados. “Até então, a contrata- mo no refeitório da empresa e colher e comprar os alimentos. estimativas do Programa da ONU
locação de lâmpadas de LED em ção pública já deveria descrever parte é doada. Na Mercedes, além “Áreas verdes e integração en- para o Meio Ambiente (Pnuma).
toda a cidade, a empresa terá de em detalhes o que teria de ser fei- do uso no refeitório, o trabalha- tre as regiões são os maiores desa- “Parte da solução está na cria-
instalar em 30% das luminárias to. Isso induz a prefeitura a ser dor também pode comprar e le- fios das cidades”, comenta Patri- ção de mais áreas verdes. A boa
da cidade dispositivos como sen- inovadora e permite que smart ci- var o produto para casa. cia Ellen, ex-secretária de Desen- notícia é que o Brasil tem 46 cida-
sores para medir e gerar dados ties atuem na transição para a A ideia de criar a BeGreen, em volvimento Econômico, Ciência e des dentro de ‘hotspots’ de biodi-
sobre qualidade do ar, trânsito, e economia de baixo carbono.” 2017, surgiu, recorda o CEO, Giu- Tecnologia do Estado de SP e versidade, incluindo São Paulo e
o que mais a prefeitura conside- Sérgio Gusmão Suchodolski, liano Bittencourt, depois de des- atual sócia da consultoria em so- Rio. Ou seja, é uma grande opor-
rar necessário para captar infor- que hoje faz parte do conselho da cobrir que quase 70% dos alimen- luções para problemas comple- tunidade de preservação e maior
mações. Segundo Marcus Cunha, Fundação Amazônia Sustentável tos perecíveis produzidos aca- xos Systemiq. Ela cita relatório do interação com a natureza”, diz El-
diretor de Soluções para Cidades e já presidiu o Desenvolve SP e o bam indo para o lixo. “Isso acon- Painel Intergovernamental Sobre len, que é também cofundadora
da Engie, a tecnologia LED está Banco de Desenvolvimento de tece porque a cadeia é cheia de Mudança Climática (IPCC), que do AYA Earth Partners, que une
sendo procurada porque pode re- Minas Gerais, lembra que insti- elos e distante do consumidor”, aponta entre 3,3 bilhões e 3,6 bi- pessoas, empresas e organizações
duzir em 50% a 60% o consumo de tuições de fomento oferecem li- diz. Segundo ele, o grande mote lhões de pessoas vivendo em con- com foco em ações e soluções que
eletricidade. As luminárias tam- nhas de crédito para prefeituras da BeGreen é levar a produção pa- textos de alta vulnerabilidade à aceleram a transição net zero. Um
bém receberão, remotamente, destinadas à criação do ambiente ra perto de onde as pessoas con- mudança climática, incluindo ex- hotspot é uma área de alta con-
comandos para regular o nível de de infraestrutura municipal sus- somem, o que reduz a emissão de posição a calor extremo e escas- centração de biodiversidade com
luminosidade e detectar defeitos. tentável e para o fomento direto CO2 e o desperdício, aumenta a sez severa de água. real ameaça de desmatamento e
A cidade ainda deve expandir de negócios para micro, peque- produtividade, além de entregar “No Brasil, há o agravante da extinção de plantas e animais, co-
mais sua rede pública de wi-fi em nas e médias empresas. um produto fresco, sem agrotóxi- fome: são 33 milhões de pessoas mo Mata Atlântica e Cerrado no
praças, escolas, hospitais e pontos Segundo ele, há procura por co, saudável e sustentável. sem o que comer e 15,4 milhões Brasil. “O país tem a chance de
de ônibus. “Não adianta colocar projetos de energia renovável e O método de produção é hi- enfrentando insegurança ali- criar novo modelo de prosperida-
serviços digitais se não houver co- de saneamento. “Também temos dropônico de cultivo em estufas. mentar grave”, diz, se referindo a de, de economia, e reduzir desi-
nectividade”, ressalta Alessi. Em visto, em relação a cidades inte- Segundo Bittencourt, a BeGreen estudos divulgados este ano pela gualdade e ter questões climáti-
paralelo, está em início de cons- ligentes, projetos para o trans- utiliza 90% menos água que o Rede Penssan, formada por enti- cas como prioridade, de ser a pri-
trução o Bairro Novo do Cachim- porte urbano, com alguns muni- modelo tradicional, a perda é dades como Ação da Cidadania, meira nação net zero em 2030 e,
ba que, segundo a prefeitura, será cípios firmando compromisso apenas 2% do cultivo e produz Actionaid, Ford Fundation, Vox mais, de ter impacto positivo pa-
o primeiro bairro inteligente do com a transição da frota munici- 28 vezes mais que um produtor Populi e Oxfam, e pela Organiza- ra o planeta”, finaliza Ellen.
país, com adoção de boas práticas pal para o transporte elétrico”, convencional. As hortas são fe- ção da ONU para Alimentação e
ambientais, moradias para mais diz. E há também casos como o chadas, têm temperatura, umi- Agricultura (FAO).
de mil famílias e estímulo à eco- da BeGreen Fazendas Urbanas, dade, condutividade elétrica e O problema, pontua a executi-
nomia circular com capacitação que obteve financiamento do pH controlados via sensores ins- va, é que as cidades não são ape-
CONTEÚDO
dos moradores. Desenvolve SP. talados na caixa d’água. A pro- nas vítimas das mudanças climá-
Incentivo aos negócios locais é A empresa tem hortas em áreas dução de todas as hortas soma ticas e das desigualdades. São, na
um tema importante para muni- de shoppings em São Paulo, Cam- 22 toneladas por mês, de folho- verdade, causadoras e acelerado-
cípios que buscam ser mais inteli- pinas, Belo Horizonte, Salvador e sas como alface, rúcula e agrião, ras de muitos dos problemas liga-
PATROCÍNIO
gentes. Bismarchi, da Fipecafi, Goiânia e no topo de dois pré- além de legumes e frutos como dos a esses temas. Os centros ur-
lembra que o marco legal das dios: um industrial, da Mercedes tomate, berinjela, abobrinha, banos são, por exemplo, respon-
startups é uma ferramenta que Benz, em São Bernardo do Campo pimentão, e pepino. As hortas sáveis por cerca de 70% das emis-
 H2 | Valor | Quarta-feira, 23 de novembro de 2022
Prática ESG | Cidades sustentáveis
ACOP27eosplanos
net-zeromedíocres
Daniela Chiaretti
U
m relatório de 42
páginas lançado na
COP 27 dá a receita a
quem produziu
planos net-zero sem
saber bem como cortar
emissões de gases-estufa e quer
consertar o malfeito. A intenção
do estudo é profunda e
pretende liquidar a maquiagem
verde que contamina o setor
privado com promessas vãs —
planos que não demonstram
cortes reais nas emissões, não
têm transparência, não são
comparáveis nem nada. São
compromissos que não partem
de inventários de emissões mas
de estratégias de relações
públicas. Talvez por isso, a
pesquisa 2022 Edelman Trust
Barometer feita com 14 mil
pessoas em 14 países
identificou que 64% dos
entrevistados acham que os
negócios estão sendo
medíocres em seus planos de
descarbonização e metade não
confia em CEOs e suas
promessas climáticas.
Partiu do secretário geral das
Nações Unidas, António
Guterres, a decisão de cravar uma
estaca na epidemia de
greenwashing que se espalhou
pelo setor privado. Juntou peritos
internacionais e criou um High
Level Expert Group para analisar
os compromissos net-zero de
quem não é governo. “Era
evidente que tínhamos uma
grande lacuna no espaço
climático. Um número crescente
de governos e atores não-estatais
estão se comprometendo a
descarbonizar, e isso é uma boa
notícia”, disse Guterres no
lançamento do “Integrity
Matters: Net zero commitments
by business, financial
institutions, cities and regions”.
Seguiu: “O problema é que os
critérios para estes
compromissos net-zero têm
lacunas tão grandes, que até um
caminhão-tanque de petróleo
consegue passar por eles”.
A advogada Catherine
McKenna apresentou as linhas
gerais do relatório que busca dar
credibilidade às promessas
climáticas observando a
Veículo elétrico ganha apoio
PIXABAY
Pesquisa realizada pela consultoria
Accenture sobre sustentabilidade e
mercado automotivo apontou que
64% dos 8.500 entrevistados são
preocupados ou muito preocupados
com a sustentabilidade. Foram
ouvidas pessoas de Alemanha, China,
Estados Unidos, França, Itália,
Noruega e Reino Unido. Desses, 60%
concordariam em pagar 6% a mais —
incluindo 4% que aceitariam um
preço até 25% superior — por um
veículo elétrico. Seis em cada dez
afirmaram que abririam mão do
integridade ambiental, prestação
de contas e o papel dos governos.
Os planos têm que ter objetivos
de curto e médio prazos com
metas para 2025, 2030 e 2035.
Um trabalho detalhado deve ser
feito na cadeia de valor das
empresas. Avanços ou falhas
precisam ser reportados com
transparência, ser verificados e,
obviamente, ser públicos.
A coordenadora do estudo
lembrou que os parâmetros
feitos pelos 18 especialistas de
Austrália, Índia, Estados Unidos
e China, entre outros países (há
um brasileiro, Joaquim Levy,
ex-ministro da Fazenda e
diretor do Banco Safra),
incluíam ambição no corte de
emissões. “Não pode só reduzir
a intensidade das emissões. Tem
que cortar emissões absolutas”,
cobrou. Produtos relacionados
a desmatamento são
desqualificados. Também não
vale comprar créditos de
carbono baratos, de baixa
integridade e que causam danos
a povos indígenas. “Vamos ser
honestos: há um limite para o
alcance de promessas
voluntárias. Pedimos aos
governos que regulem
compromissos net-zero,
começando pelos grandes
emissores”, seguiu a canadense.
“Tolerância zero para
promessas net-zero
greenwashing”, diz
António Guterres
Arrancou aplausos ao dizer
que “líderes climáticos
comprometidos com net-zero
não podem continuar a investir
em sistemas que contam com o
fornecimento de combustíveis
fósseis”. Seguiu: “E não pode ser
líder climático e fazer lobby
contra ação climática”. Guterres,
por seu turno, pediu tolerância
zero para net-zero greenwashing.
A COP no Egito, contudo, tinha
mais lobistas da indústria de
carvão, petróleo e gás que
delegados de nações insulares. A
conferência não avançou um
palmo no compromisso vago de
Glasgow de reduzir o uso de
carvão de usinas que não
sequestram carbono (tecnologia,
aliás, não disponível
comercialmente). Não ter uma
mensagem clara contra o uso de
combustíveis fósseis foi o
fracasso de Sharm El-Sheikh.
Daniela Chiaretti é repórter especial de
ambiente do Valor. Venceu o Prêmio
Esso de 2011 na categoria Ciência
E-mail daniela.chiaretti@valor.com.br
desempenho (potência e/ou
autonomia) para esse fim. Os números
indicam que a sustentabilidade está
se tornando uma preocupação na hora
de comprar um carro, ao mesmo
tempo em que surgem incentivos ou
políticas para esse fim. A Califórnia
(EUA) proibirá o registro de um novo
carro com motor a combustão a partir
de 2035. A Accenture estima o
número de veículos elétricos irá
aumentar para 10 milhões em 2025 e
ultrapassar o número de veículos
convencionais em 2040.
Eficiência e qualidade de serviço
devem ditar mobilidade sustentável
Cláudio Marques
Para o Prática ESG, de São Paulo
A mobilidade é um dos princi-
pais desafios enfrentados por cida-
des que pretendem se tornar mais
inteligentes e sustentáveis. No Ín-
dice da Qualidade da Mobilidade
Urbana (IQMU), realizado pela
FGV Transportes, do Rio de Janeiro,
e divulgado em outubro, a soma
de avaliações ruim e péssima por
parte dos entrevistados chegaram
a 63,2%. No geral, em uma escala
de 0 a 10, o índice alcançou 4,2.
Estudo recente conduzido pe-
la Confederação Nacional de Di-
rigentes Lojistas e pelo Serviço de
Proteção ao Crédito em parceria
com o Sebrae, a Pesquisa Mobili-
dade Urbana 2022, apontou que
o brasileiro perde 21 dias por
ano no trânsito. O tempo médio
gasto nos engarrafamentos é cer-
ca de 1 hora e 4 minutos por dia.
Na equação para obter um re-
sultado satisfatório para a popu-
lação entram fatores como pla-
nejamento urbano e melhora da
qualidade do transporte público,
para que haja mais estímulo ao
seu uso e consequente redução
da frota de automóveis em circu-
lação. “Uma coisa que o plano di-
retor poderia fazer é começar a
sinalizar vocações da cidade, co-
locar o cidadão no centro e co-
meçar a trabalhar o desenho, o
traçado urbano, para privilegiar
o transporte coletivo. Ou apontar
para onde a malha viária precisa
caminhar mais em determinadas
regiões”, diz Luís Felipe Bismar-
chi, doutor em ciência ambiental
e pós-doutor em administração
pela Universidade de São Paulo
(USP) e hoje professor da Facul-
dade Instituto de Pesquisas Con-
tábeis, Atuariais e Financeiras(Fi-
pecafi). Ele reforça: “O plano di-
retor pode ajudar a levantar vo-
cações para os bairros, dar dire-
cionamento para onde parte da
infraestrutura poderia ir”.
Para o diretor da FGV Transpor-
tes, professor Marcus Quintella,
nas grandes cidades é preciso in-
vestir em transporte de alta capaci-
dade, como trens e metrô. Para ele,
nessas metrópoles, não adianta
usar tecnologia e aplicativos para
melhorar a gestão do trânsito, se
não houver prioridade para esses
modais de grande capacidade de
transporte. “Toda cidade inteligen-
te no mundo tem sua espinha dor-
sal baseada no transporte metro-
ferroviário”, afirma.
O gerente de Planejamento e
Meio Ambiente do Metrô de São
Paulo, Luiz Cortez Ferreira, citando
dados do Relatório Integrado de
2021 da empresa, diz que somente
as linhas operadas pela empresa
proporcionaram, no ano passado,
uma economia de 359,6 milhões
de horas, uma redução de 577 mil
toneladas da emissão de gases do
efeito estufa e benefícios sociais da
ordem de R$ 8,5 bilhões. Neste va-
lor, a companhia considera, por
exemplo, os custos do que deixou
de ser perdido com faltas ou atra-
sos no trabalho, perdas com aci-
dentes e tratamentos, gastos com
combustível evitados e manuten-
ção das vias da cidade.
Já Quintella lembra que o cres-
cimento populacional não con-
tribui para a redução dos proble-
mas com a falta de transporte ur-
bano adequado, ao mesmo tem-
po em que o veículo individual
prevalece como principal meio
de transporte. “E, com isso, os
malefícios provenientes dessa si-
tuação: perda de tempo, que é
um bem precioso, poluição at-
mosférica e sonora, estresse, in-
segurança e cada vez mais danifi-
cação das vias públicas”, diz.
No estudo, a FGV Transportes o
viu via on-line 893 pessoas de to-
do o país. Para a instituição, o IQ-
MU é a representação da percep-
ção da coletividade sobre a mo-
bilidade urbana, que engloba
automóvel, transporte público
(ônibus, VLT, barca, trem e me-
trô), a pé, bicicleta, motocicleta e
táxi/fretados. Numa escala de ze-
ro a dez, os entrevistados respon-
diam como percebiam a mobili-
dade nas cidades onde vivem —
dez representa a melhor qualida-
de percebida e zero, a pior.
Além da falta de investimen-
to, Bismarchi ressalta a necessi-
dade de uma mudança cultural.
DIOGO MOREIRA/DIVULGAÇÃO
Estudo mostra que população perde 21 dias por ano em congestionamentos, uma média de 1 hora e 4 minutos por dia
Gilson Chequeto, CEO da Lin-
A mobilidade na visão dos usuários cros, empresa de software para
Entrevistas foram feitas com 893 pessoas de todas as capitais do país gestão de frotas, acredita que pos-
sa haver uma correlação entre o
35% precisam fazer duas transferências para chegarem ao local de destino aumento do trânsito, no pós-pan-
demia, com o transporte de merca-
80% das viagens ocorrem em até 2 horas dorias. “As pessoas estão compran-
do mais on-line, trabalham em ca-
81% das viagens são feitas para trabalhar sa. Antes, centralizavam um dia da
semana para fazer as compras,
74% das viagens são feitas por transporte público agora, todo dia estão comprando
alguma coisa”, afirma.
53% do total de viagens por transporte público são feitas de ônibus A MOVE3 é uma empresa de lo-
gística que também atua no “last
Qualidade da mobilidade urbana brasileira deixa a desejar mile” está lançando mão de meios
O Índice de Qualidade da Mobilidade Urbana (IQMU) considera a percepção das alternativos, como bicicleta, bici-
pessoas, avaliando todos os modais * cleta e moto elétricas, além de ter
4,8 pessoas que levam a pé o produto
4,7 até o seu destino final, dependen-
4,7
A escala varia de 0 a 10, sendo
4,6 10 a melhor qualidade percebida
do das distâncias a serem percorri-
das. O CEO da empresa, Guilherme
4,5
Juliani, diz que também está tes-
4,4
4,3 tando caminhões elétricos. Segun-
4,3
4,2 4,2 do ele, 32% das cercas de 500 mil
4,2 entregas realizadas diariamente
4,1 por 6 mil pessoas em todo o país,
Out/2020 Jan/2021 Abr/2021 Set/2022 incluindo o pessoal dos 519 fran-
queados, são feitas por esses meios
Fonte: FGV Transportes (RJ)
* Modais analisados nas respostas das pessoas: automóvel, transporte público (que incorpora ônibus público, bonde, VLT, alternativos. Juliani ressalta que
barca, trem e metrô), a pé, bicicleta, motocicleta e táxi/fretados
são os entregadores que aderem
aos transportes alternativos, a em-
“Outro ponto importante, mas da prevê a melhoria da infraestru- presa só estimula, não financia. Pa-
que não dá para mudar por de- tura viária e de equipamentos para ra o executivo, esse modelo se jus-
creto, é o olhar de que transpor- o aumento da velocidade opera- tifica plenamente: “No e-commer-
te publico não é coisa de pobre. cional e a ampliação da capacida- ce, 70% são pequenos pacotes”.
Esse é um grande problema que de do Ligeirinho Inter 2 e do Inter- Por isso, a MOVE3 também uti-
temos”, diz. Para ele, prefeituras bairros II, dos atuais 155 mil para liza lockers e pontos de entrega
e atores da sociedade civil têm 181 mil passageiros transportados para os compradores retirarem
um papel importante, de incen- diariamente. Entre as melhorias, os produtos. Os pontos de retira-
tivo a essa transformação, que estão abertura ou requalificação da estão em todos os Estados, si-
pode se tornar mais fácil se hou-
ver um serviço de qualidade.
de 70 quilômetros de vias, abertu-
ra de 30 quilômetros de faixas ex-
tuados em comércio e serviços,
como padarias, papelarias e la-
Mesmo em São Paulo, onde há clusivas aos ônibus, 13 novas esta- vanderias, que se cadastram para
metrô e trem, na visão de Quin- ções e a construção de um mini- receber e entregar os produtos.
tella, o investimento ainda não é terminal. Os corredores Norte-Sul “Nosso carro de entrega deixa,
suficiente, o que se repete em to- e Leste-Oeste ganharão um novo por exemplo, 50 pacotes, em um
do o país. E ele chama a atenção terminal e outros já em atividade locker ou ponto de entrega. As-
para o fato de que entre mais de serão reconstruídos e terão painéis sim, obviamente, ele deixa de ro-
três mil municípios acima de 20 solares alimentando esses locais. dar para fazer 50 entregas. Há oti-
mil habitantes, muitos não têm Em termos de micromobilidade, mização do roteiro e uma contri-
uma política pública de trans- Alessi diz que a cidade investe no buição para a redução do carbo-
porte, descumprindo a Lei de aumento da malha cicloviária. no, além do trânsito”, diz Juliani.
Mobilidade Urbana, que obriga- O uso de veículos elétricos, que Por ora, os armários só estão dis-
da cidades acima dessa popula- contribuem para reduzir a pega- poníveis em São Paulo e no Rio de
ção a ter um plano de mobilida- da de carbono e a poluição sono- Janeiro. Para retirar o produto, o
de. Nem toda cidade precisa de ra, avança. De acordo com dados comprador utiliza o QR code ou se-
metrô e trem, claro, mas implan- da Associação Nacional dos Fa- nha que recebeu no processo de
tação de BRTs, por exemplo, po- bricantes de Veículos Automoto- compra. São colocados em locais
dem ser soluções mais fáceis de res (Anfavea), as vendas de veícu- de alta movimentação e relativa-
serem implantadas em cidades los elétricos e híbridos registra- mente seguros, segundo o CEO.
de média demanda, de acordo ram recorde em setembro, com Em São Paulo, a Prefeitura
com o professor. O BRT é um sis- 6.388 emplacamentos. O núme- anunciou parceria com a Enel,
tema de transporte público ba- ro significa um crescimento de para permitir o financiamento
seado em ônibus, que adota ser- 52% em relação a agosto, que para aquisição de ônibus elétri-
viços e infraestrutura para agili- contabilizou 4.246 unidades. Ao cos pelas concessionárias de li-
zar o fluxo de passageiros, como todo, entre janeiro e setembro nhas municipais. A meta é ter
o corredor exclusivo de roda- foram licenciados 34.232 veícu- 2,6 mil veículos até 2024.
gem, a fim de evitar congestiona- los elétricos e híbridos, aumento Outra aposta diz respeito a es-
mentos. É usado em cidades co- de 59% na comparação com todo tações de ônibus, trem e metrô
mo Rio (RJ) e Curitiba (PR). o ano de 2021, que registrou 21,4 mais sustentáveis. Em 2021, com
A capital paranaense, conheci- mil emplacamentos. apoio da iniciativa privada (ban-
da por seu planejamento urbano Pequenos veículos comerciais co Santander), a estação Vila
e pioneirismo da adoção do BRT, são adotados por empresas para Olímpia, da CPTM, se tornou a
prevê mais mudanças em seu sis- entrega de produtos. A eles, o se- primeira autossustentável da ci-
tema. “Estamos em um grande tor de logística agrega outras dade, com reaproveitamento de
projeto de reestruturação de medidas que podem auxiliar na insumos e energia renovável. Um
nossos eixos de transporte”, afir- redução da circulação de veícu- sistema interno de captação, fil-
ma Cris Alessi, presidente da los e da pegada de carbono, co- tração e armazenamento de
Agência Curitiba de Desenvolvi- mo uso de bicicleta, na perna fi- água foi instalado, bem como
mento e Inovação. “Agora, esta- nal das entregas (chamado “last 230 placas fotovoltaicas na co-
mos apostando fortemente em mile”), a partir de um eficiente bertura da plataforma. Para os ci-
mobilidade elétrica”, acrescenta. plano de rotas e a depender do clistas, há bicicletário e pontos
O programa de mobilidade ain- porte do material a ser entregue. de recarga de bicicletas elétricas.

Prática ESG | Cidades sustentáveis
Água Tratamento de microrresíduos
ainda não é obrigatório no Brasil
Quem tem
medo dos
poluentes
emergentes?
Lúcia Helena de Camargo
Para o Prática ESG, de São Paulo
O impacto dos resíduos urba-
nos e industriais nas águas não é
novidade. Mas pesquisas apontam
para um novo vilão ainda pouco
atacado: os poluentes ou contami-
nantes emergentes, partículas mi-
limétricas de resíduos. “Não há
uma definição clara nem uma lista
completa. Se procurarmos, encon-
traremos nos mananciais traços de
substâncias que vão de cafeína a
ansiolíticos e cocaína”, diz Wilson
Jardim, professor aposentado do
Instituto de Química da Universi-
dade Estadual de Campinas (Uni-
camp). O microplástico, polímero
sintético de tamanho inferior a um
milímetro, é o mais conhecido.
Um estudo publicado em 2021
pela química Cassiana Montagner,
também professora da Unicamp
(“Microplásticos: ocorrência am-
biental e desafios analíticos”), traz
evidências de microplásticos em
fitoplâncton, zooplâncton, fezes
de pinguins da Antártica e até no
intestino de tartarugas no litoral
do Rio Grande do Sul. “Os departa-
mentos de águas e esgotos não es-
tão preparados para tratar a profu-
são desses contaminantes, porque
o adensamento populacional faz
crescer o volume de esgotos. E os
poluentes derivam de uma enor-
me gama de produtos de consu-
mo”, comenta Montagner.
Uma série de atividades indus-
triais e humanas contribui para
que os poluentes cheguem aos
mananciais, lagos, rios e oceanos
— da lavagem de roupas ao descar-
te de lixo plástico, passando por
desgaste de pinturas de embarca-
ções, pellets plásticos perdidos no
transporte marítimo, resíduos de
produtos relacionados à atividade
agrícola, mineração, exploração
de petróleo, entre outras. Medica-
mentos, agrotóxicos e resíduos de
produtos de limpeza e cosméticos
são, porém, os principais vilões.
Para citar apenas um exemplo
da dimensão do problema, o rela-
tório “Uma nova economia têxtil:
redesenhando o futuro da moda”,
da Fundação Ellen MacArthur, de
2017, aponta que meio milhão de
toneladas de microfibras plásticas
vão parar nos oceanos todo ano, li-
beradas pela lavagem de roupas, o
equivalente a mais de 50 bilhões
de garrafas plásticas.
Os estudos a respeito dos impac-
tos desses contaminantes sobre o
meio ambiente e os seres vivos ainda
são incipientes, mas as evidências
existentes apontam para disfunções
no sistema endócrino e reprodutor,
distúrbios metabólicos, e até au-
mento na taxa de esterilidade, entre
outros problemas de saúde. “Seria
interessante criar uma legislação es-
pecífica para os poluentes emergen-
tes. No entanto, como vamos pensar
em investir em tratamentos como
esse quando não temos, em diversos
locais do país, nem coleta de esgo-
to?”, analisa Fábio Kummrow, pro-
fessor associado de toxicologia da
Universidade Federal de São Paulo
(Unifesp), de Diadema.
As estações de tratamento, em
sua maioria, ainda não removem
completamente todos esses com-
postos, seja por falta de obrigação
Cuidado no descarte de remédios
Fármacos e medicamentos são
alguns dos responsáveis pela
contaminação de rios e mares
por micropartículas de resíduos.
Eles chegam à água na lavagem
de mão e ao serem jogados no li-
xo comum ou no vaso sanitário.
Alguns estudos indicam que o
lançamento não controlado de
fármacos nos corpos d’água po-
de, por exemplo, gerar o desen-
legal – não há leis específicas para
tratar deles – ou por exigir tecnolo-
gias novas e custosas. Na portaria
número 888 do Ministério da Saú-
de, de maio de 2021, que determi-
na parâmetros a serem seguidos
no tratamento de água para con-
sumo humano, há uma extensa lis-
ta de substâncias cujos níveis de-
vem ser controlados, como arsêni-
co, cobre e chumbo; mas nada so-
bre os contaminantes emergentes.
A Companhia de Saneamento
Básico do Estado de São Paulo (Sa-
besp), por exemplo, concessioná-
ria de fornecimento de água e es-
goto, informou por e-mail, que
cumpre todos os parâmetros le-
gais exigidos pelo ministério e se-
gue atenta. “A companhia possui
representantes técnicos nas prin-
cipais discussões referentes ao te-
ma, nas revisões periódicas das le-
gislações vigentes, acompanhan-
do sistematicamente a pauta cita-
da. Até o momento, os contami-
nantes não foram incluídos na re-
dação da portaria que estabelece
os padrões de potabilidade de
águas para consumo humano.”
São poucos os que vão além do
obrigatório. O Grupo Opersan,
que atua no Brasil há 30 anos com
soluções ambientais para o trata-
mento de água e efluentes, é um
dos poucos que já fazem remoção
de contaminantes emergentes.
“Usamos tecnologia de ponta para
segregar e reduzir o lançamento
de contaminantes emergentes ao
meio ambiente, produzindo água
de excepcional qualidade”, diz
Diogo Taranto, diretor de Desen-
volvimento de Negócios da com-
panhia. As principais técnicas usa-
das por ela são a ultrafiltração, a
nanofiltração e osmose reversa - a
mais sofisticada. Esta última foi a
adotada em um recente projeto de
gestão hídrica da Crown Packa-
ging, fabricante de 3 bilhões de la-
tas de alumínio por ano.
“Somos procurados, majorita-
riamente, por organizações que
querem apenas seguir a lei brasi-
leira, é verdade. Mas algumas vão
além. Para uma multinacional suí-
ça produtora de chocolates, por
exemplo, fazemos trabalhos de fil-
tração com membranas, seguindo
o padrão de conformidade da ma-
triz europeia, muito mais exigen-
te”, afirma Taranto. Com 95% de in-
dústrias no portfólio de mais de
mil clientes, a Opersan espera re-
ceita de R$ 120 milhões em 2022.
Segundo o diretor, o gasto fi-
nanceiro é um dos entraves, já que
eliminar os poluentes emergentes
custa cerca de 30% a mais do que
apenas obedecer a lei. “Esse custo
operacional mexe diretamente na
competitividade da indústria”,
analisa. Taranto acredita que é pre-
ciso uma estratégia sistêmica: au-
mentar o reúso, diminuir a retira-
da de água de mananciais e outras
fontes primárias e tratar efluentes.
E isso pode resultar em vantagem
financeira. Cita que ao ter efluen-
tes tratados a Crown passou a eco-
nomizar cerca de um terço na con-
ta de água, cujo consumo é de cer-
ca de 290 mil metros cúbicos/ano.
A fabricante têxtil Malwee tra-
balha neste sentido. “Em 2021, fi-
zemos 34.044 peças de jeans gas-
tando um copo d'água em cada,
volvimento de microrganismos
resistentes a antibióticos.
De acordo com Marcelo Polacow
Bisson, presidente Conselho Regio-
nal de Farmácia do Estado de São
Paulo (CRF-SP), a melhor maneira de
descartar os fármacos é em um dos
postos de coleta, localizados em far-
mácias, postos de saúde e hospitais.
“A logística reversa de medicamen-
tos é algo já regulamentado na legis-
Quarta-feira, 23 de novembro de 2022 | Valor | H3
ANDRÉ MELLO
representando uma economia de
3,4 milhões de litros de água em
relação a uma lavanderia tradicio-
nal. A projeção para 2022 é de que
nossa produção seja de 49.112 pe-
ças de jeans com um copo d’água,
representando economia de 4,9
milhões de litros de água em rela-
ção a uma lavanderia tradicional”,
diz Guilherme Weege, CEO do
Grupo Malwee. Ele conta que a
produção usa fibras celulósicas e,
portanto, não gera microplásticos.
Ao contrário do modo tradicional,
no qual muitos processos quími-
cos utilizam água para obter os
efeitos de lavagem, puídos e rasgos
na peça, no Lab Malwee Jeans esses
efeitos são produzidos com laser e
nanotecnologia. No total, investiu
R$ 9 milhões em uma tecnológica
lavanderia.
Gilson Alves Quináglia, geren-
te do setor de Análises da Compa-
nhia Ambiental do Estado de São
Paulo (Cetesb), responsável pelo
controle, fiscalização, monitora-
mento e licenciamento de ativi-
dades geradoras de poluição,
afirma que a companhia monito-
ra desde 2011 as águas subterrâ-
neas e desde 2013 as águas super-
ficiais. “Fizemos mais de mil aná-
lises. Até hoje, não encontramos
qualquer resultado alarmante”,
afirma. Em 2018, a empresa pas-
sou a monitorar os resíduos de
anti-inflamatórios, corticoides e
esteroides, presentes em medica-
mentos e em alguns agrotóxicos.
Segundo ele, a Cetesb gastou R$
696 mil em 2021 em análises em
582 amostras, e a partir de 2023
planeja rastrear também as PFAS
(substâncias per e polifluoroal-
quil), designação para materiais
químicos sintéticos usados na
fórmula de produtos industriais e
de consumo, como embalagens
de fast food, revestimentos antia-
derentes de utensílios de cozinha
e maquiagem à prova d'água, en-
tre outros.
lação e que está em fase de imple-
mentação pelo setor”, diz.
O site do CRF traz a lista dos en-
dereços onde é possível levar em-
balagens, frascos e blísteres:
www.crfsp.org.br. “O descarte cor-
reto é importante para que as subs-
tâncias presentes nos medicamen-
tos não poluam lençóis freáticos
nem causem danos aos animais e
seres humanos”, lembra Polacow.
H4 | Valor | Quarta-feira, 23 de novembro de 2022
Prática ESG | Cidades sustentáveis
Inclusão Favelas de todo o país se mobilizam para
derrubar a linha invisível que as separa das cidades
Organizadas,
comunidades
mostram sua força
Eliane Sobral
Para o Prática ESG, de São Paulo
O movimento de motos, carros e
pedestres começa cedo na rua Ita-
motinga, em Paraisópolis, na zona
Sul de São Paulo. À medida que o
dia avança, o vaivém fica ainda
mais intenso, especialmente no
número 100. Ali está o pavilhão do
G10 Favelas, uma das principais
organizações sociais do país volta-
da ao desenvolvimento socioeco-
nômico dos moradores das fave-
las. Além de Paraisópolis e Helió-
polis, em São Paulo, há comunida-
des ligadas ao grupo nos estados
do Pará, Pernambuco, Maranhão e
Rio de Janeiro, mais Distrito Fede-
ral. O nome G10 não foi escolhido
ao acaso. É uma alusão ao G7, gru-
po dos países mais industrializa-
dos do mundo, e pretende traduzir
a geração de riqueza nestas comu-
nidades. Atualmente, são 389 co-
munidades ligadas ao G10 Favelas.
Pesquisa da Outdoor Social In-
teligência indica que há no Brasil
6,2 mil favelas espalhadas pelo
país, que abrigam cerca de 11 mi-
lhões de pessoas. O potencial de
consumo, ainda segundo o levan-
tamento, é estimado em R$ 167 bi-
lhões por ano. Boa parte desses re-
cursos fomentam pequenos negó-
cios nas próprias comunidades. De
acordo com o instituto de pesqui-
sa de Paraisópolis, Favela Diz,
71,5% dos moradores da comuni-
dade fazem suas compras no co-
mércio local.
“Os moradores de Paraisópolis e
Heliópolis são diretamente impac-
tados por ações de empreendedo-
rismo que vem acontecendo natu-
ralmente nas comunidades”, afir-
ma Marx Rodrigues, CEO do Grupo
Sou+Favela que, além do instituto
de pesquisa, tem agência de publi-
cidade — que trabalha não só na
promoção dos negócios locais co-
Trabalho e renda mudam a realidade das mulheres
De São Paulo
Se há ruas sem asfalto, becos e
vielas sem iluminação e esgoto a
céu aberto, há também muita gen-
te produzindo, consumindo e bus-
cando capacitação, seja para o
mercado de trabalho, seja para
empreender nas mais de 6,2 mil fa-
velas espalhadas pelo Brasil. Regia-
ne Santos é um bom exemplo des-
se movimento. Moradora de Parai-
sópolis, a segunda maior favela de
São Paulo — a primeira é Heliópo-
lis — em 2017 Regiane criou a Em-
prega Comunidade, e não demo-
rou muito para sua empresa de im-
pacto social passar a ser conhecida
como ‘LinkedIn da Favela’.
Com uma equipe de oito profis-
sionais, incluindo psicóloga, Regia-
ne, de 36 anos de idade e há três dé-
cadas moradora do bairro, oferece
treinamentos de curta duração com
orientações que vão de como fazer
um currículo, se vestir e se compor-
tar em uma entrevista de emprego,
até usar as redes sociais para pesqui-
sar sobre empresas e vagas.
A demanda é de cerca de 30 pes-
soas por dia, com idades entre 16 e
27 anos. Segundo Regiane, 750 jo-
vens passaram pelo Emprega Co-
munidade, em 2021, com uma
média de 100 contratações, a cada
mês. O número de empresas par-
ceiras também é na casa da cente-
na, diz ela. “Eu faço processo seleti-
vo para várias empresas parceiras:
McDonald’s, a Rede de hotéis Emi-
liano, e a gente consegue empre-
gar pelo menos 100 pessoas por
mês”. Ela não diz qual é o fatura-
mento da companhia, mas explica
que sua remuneração sai das em-
presas contratantes, que pagam
30% sobre o valor do salário de ca-
da jovem contratado.
Outra iniciativa que também faz
a ponte entre jovens carentes e o
mundo corporativo é o Instituto
PROA, fundado em 2007 por em-
mo atende grandes empresas inte-
ressadas em investir nas comuni-
dades, como a varejista America-
nas, que patrocinou a empresa de
logística Favela Brasil XPress, de
entregas feitas por e para os mora-
dores das comunidades (Leia deta-
lhes na página ao lado) .
Pelas contas do presidente do
G10 Favelas, Gilson Rodrigues,
existem hoje mais de 200 empre-
endimentos diretamente ligados
ao grupo, sendo tocados nessas co-
munidades pelos próprios mora-
dores. Para impulsionar esses ne-
gócios, Rodrigues criou a Socieda-
de de Crédito Direto Slum (favela,
em inglês). As operações são exclu-
sivamente para a abertura ou ex-
pansão de negócios locais e o valor
dos empréstimos pode chegar a
até R$ 1,5 mil.
Em São José do Rio
Preto (SP), uma favela
inteira está sendo
reconstruída, em um
projeto de R$ 15 milhões
Para ter acesso ao dinheiro o
candidato precisa se submeter a
uma análise de crédito, com crité-
rios que variam desde o caráter do
tomador, até reputação no bairro
e, também a viabilidade do negó-
cio pretendido. A nota aceitável vai
de 15 a 25 pontos. Se ficar com
pontuação abaixo dos 15, o candi-
dato recebe uma espécie de con-
sultoria para melhorar seu score e
conseguir o dinheiro. “Não em-
prestamos dinheiro para reforma
de casa. É sempre para empreen-
der e depois de uma avaliação cri-
teriosa sobre quem está pedindo”,
afirma Jaqueline Amorim, diretora
da sociedade de crédito e que assu-
me como CEO do banco digital, o
G10 Bank, que acaba de ser criado
presários como Susanna Lemann,
Marcelo Barbará, Florian Bartunek
e o Instituto Península, da família
Diniz. Em seus 15 anos de existên-
cia o Instituto PROA já preparou
36 mil jovens de baixa renda, vin-
dos de escolas públicas, para en-
trar no mercado de trabalho.
Segundo Alini Dal Magro, CEO
do PROA, dos que terminaram o
curso, 85% conseguiram um traba-
lho no semestre seguinte e, dos
empregados, 80% continuaram no
trabalho três anos depois. Mais de
100 empresas hoje contratam jo-
vens do PROA em cargos geral-
mente de nível inicial. O setor pri-
vado também ajuda a manter o
programa com financiamento, a
exemplo de companhias como
P&G , Oracle, J.P. Morgan, BTG Pac-
tual, Instituto Cyrela entre outras.
Nem sempre o mundo corpora-
tivo é o caminho natural para as
comunidades assistidas. Segundo
Marco Vinholi, superintendente
do Sebrae São Paulo, 41% dos que
moram em favelas têm seu próprio
negócio. “São R$ 119 bilhões gera-
dos em renda própria dentro das
comunidades. O valor supera o
consumo de países como Bolívia,
Uruguai e Paraguai”, diz ele, acres-
centando que, neste caso, não se
trata de empreendedorismo de
oportunidade e sim de necessida-
de. “Dos que empreendem, 57% o
fazem por falta de carteira assina-
da, e o perfil predominante é o de
menor capacidade técnica”.
É diante do quadro de necessi-
dades que entram as mulheres,
muitas vítimas de violência do-
méstica e sem perspectivas de fu-
turo. Flávia Rodrigues conhece
bem essa realidade. Presidente da
Associação das Mulheres de Parai-
sópolis, ela estima que ao menos
89 mil mulheres já foram atendi-
das pela associação, que existe des-
de 2006. E por atendimento, diz
ela, entenda-se bem mais que aco-
em Paraisópolis como um serviço
complementar à Slum.
Amorim conta que desde 2020 a
Slum já realizou 85 operações, das
quais 15 para pessoas jurídicas e
70 para microempreendedores in-
dividuais. “Nossa taxa de inadim-
plência é zero. Quando alguém
precisa atrasar o pagamento, vem
se explicar pessoalmente”. O que
faz a diferença para o tomador, diz
ela, são as taxas de juros que não
passam de 0,99% ao mês. “Agora,
com o banco digital, vamos am-
pliar a inserção do morador da co-
munidade no mercado financeiro
e de consumo”, prevê Amorim.
O G10 Favelas, porém, não é o
único hub de negócios instalado
em comunidades para fomentar o
empreendedorismo nas favelas
brasileiras. O Favela Holding, uma
espécie de spin off da Central Úni-
ca das Favelas (CUFA), reúne sob
seu guarda-chuva 24 empreendi-
mentos e estima fechar 2022 com
receita de R$ 178 milhões. Celso
Athayde, CEO do Favela Holding,
projeta movimentar R$ 1 bilhão de
reais dentro de três anos, o que o
colocará como um dos maiores
ecossistemas de negócios de im-
pacto social da América Latina.
Atualmente, segundo ele, o Fa-
vela Holding tem mais de 32 mil
colaboradores, em negócios que
vão de agências de viagem, como a
Favela Vai Voando, que se apresen-
ta como a primeira empresa do ra-
mo do turismo focada no público
das favelas do país, até o Favela Mo-
ney, plataforma de pagamentos e
compras on-line voltada para o
público das comunidades, e o Fa-
vela Filmes — empresa de audiovi-
sual, responsável pela produção
dos vídeos das ações da CUFA e da
Favela Holding, e que se prepara
para lançar documentários foca-
dos na realidade local.
Gilson Rodrigues, do G10 Fave-
Elizandra, do Mãos de Maria: “A gente não trabalha só com comida. A gente promove empoderamento feminino”
lhimento a pessoas que, às vezes,
só querem ser ouvidas. “Temos um
ciclo completo de apoio. Encami-
nhamos para a Unidade Básica de
Saúde (UBS) para atendimento
psicológico, vamos ao Centro de
Referência de Assistência Social
(CRAS) para que ela se cadastre em
programas sociais do governo”, diz
ela. Mas o trabalho também vai
além do apoio social. “Se uma mu-
lher nos procura precisando de lei-
te ou roupa para suas crianças nós
vamos atrás, mas queremos saber
porque ela não tem e encaminha-
mos para a capacitação”.
Elizandra Cerqueira é um bom
exemplo do que as mulheres são
capazes quando recebem o apoio
Jaqueline Amorim, CEO do banco digital do G10 Favelas: crédito para quem quer empreender e inadimplência zero
las, Celso Athayde, da CUFA e Edu
Lyra, de outra organização, a Ge-
rando Falcões, formam a trinca de
empreendedores sociais que não
só conhece o potencial das comu-
nidades, por serem oriundos delas,
como trabalham para reduzir o es-
tigma que acompanha os morado-
res das favelas. “Aqui tem empre-
endedorismo, tem cultura e tem
educação. Porque desde muito ce-
do nós percebemos que a maneira
como somos vistos pode nos aju-
dar ou atrapalhar”, resume Gilson
Rodrigues, que desde os cinco
anos mora em Paraisópolis.
A transformação da realidade
física desses espaços também faz
parte do trabalho realizado pelas
organizações sociais. A Gerando
Falcões, por exemplo, conduz um
dos maiores cases de reurbaniza-
ção de comunidades do país. Nada
menos que 239 famílias foram re-
movidas da favela Marte, de São Jo-
sé do Rio Preto, no interior de São
Paulo, e, em parceria com o poder
público e a iniciativa privada, está
construindo novas casas, asfaltan-
do ruas, instalando iluminação e
saneamento básico onde não tem.
O investimento total no projeto é
de cerca de R$ 15 milhões, segun-
necessário. Membro da Associação
das Mulheres de Paraisópolis, em
2007 ela iniciou cursos de capaci-
tação em culinária para mulheres
em situação de vulnerabilidade so-
cial e econômica. Dez anos depois,
com apoio do G10 Favelas ela, e a
sócia Juliana da Costa, abriu o pró-
prio restaurante, o Mãos de Maria.
“A gente não trabalha só com co-
mida. A gente promove empode-
ramento feminino”, diz ela.
Com pouco mais de cinco anos
de vida, o Mãos de Maria tem duas
filiais, batizadas de Bistrô Mãos de
Maria — uma no centro de Paraisó-
polis e outra em Heliópolis, em-
presa 15 pessoas e fatura algo en-
tre R$ 60 mil e R$ 70 mil por mês.
do Beatriz Riba, gerente de proje-
tos da Favela 3D, de favelas dignas,
digitais e desenvolvidas.
Outro projeto semelhante está
em curso na Favela dos Sonhos, em
Ferraz de Vasconcelos, na Grande
São Paulo. Ali, não foi preciso des-
locar os moradores. As melhorias
incluem a substituição de barraco
por casas de alvenaria, a pavimen-
tação de toda a favela, além de co-
locação de postes de iluminação
com energia solar. “A favela é aque-
le resto de cidade, é o lugar que
ninguém quis. E transformar esses
locais pe uma forma de derrubar
as barreiras invisíveis que separam
esses espaços do resto da cidade”,
afirma Riba.
O trabalho de reurbanização
das comunidades, porém, é ape-
nas uma das várias frentes de atua-
ção da Gerando Falcões. Boa parte
dos esforços da entidade, é dirigi-
do à capacitação de outras organi-
zações não governamentais, espe-
cialmente no que se refere à gestão
de cada uma delas. “Não é só mora-
dia, não é só renda, nem só capaci-
tação dos moradores. Para erradi-
car a pobreza e inserir as comuni-
dades no mapa, tem que ser tudo
isso junto”, resume a executiva.
SILVIA ZAMBONI/VALOR
Ela e a sócia, Juliana da Costa, con-
tinuam o trabalho de capacitação
e oferecem cursos de produção de
panetones, no Natal, ou ovos de
chocolate na Páscoa. “A gente tam-
bém dá noções de gestão para que
aprendam a precificar os produtos
e a fazer marketing”.
A cerca de 440 quilômetros de
Paraisópolis, em São José do Rio
Preto, outra iniciativa que capacita
mulheres para o mercado de tra-
balho ou para o empreendedoris-
mo é o projeto social As Valquírias,
fundado há 15 anos por Amanda
Oliveira, e que atende mulheres e
meninas em situações diversas,
desde aquelas que precisam de um
prato de comida, passando por
SILVIA ZAMBONI/VALOR
A Gerando Falcões trabalha
atualmente com cerca de 1,2 mil
ONGs nos 26 estados brasileiros,
mais o Distrito Federal. Aos líderes
comunitários dessas organizações
são oferecidos cursos, de seis me-
ses de duração, com temas sobre
relação com o poder público, cap-
tação de recursos e gestão de orça-
mento, entre outros. Tudo sob o
guarda-chuva da Falcons Universi-
ty, criada em 2020. No total, eles
impactam mais de 6,4 mil favelas e
alcançam 715 mil pessoas.
Medir o impacto de cada ação
não é tarefa fácil. Normalmente, o
resultado da reurbanização, da
capacitação dos moradores para o
empreendedorismo, é percebido
no dia a dia das comunidades.
“Até por esta dificuldade, estamos
desenvolvendo tecnologia de
acompanhamento de cada famí-
lia, exatamente para medir nosso
impacto”, afirma Beatriz Riba. Se-
gundo ela, o Índice de Desenvolvi-
mento Social — um aplicativo da
Gerando Falcões — deve ser lança-
do ao longo de 2023. “Sabemos
que nosso índice de empregabili-
dade, é de 95%, entre os jovens
que passam pelos nossos cursos e
treinamentos”, completa ela.
quem sofreu abusos físicos e psico-
lógicos até as que se beneficiam de
capacitação para trabalhar ou em-
preender. “Queremos interromper
o ciclo da pobreza na vida das pes-
soas. Para termos comunidades
mais inteligentes, transformar as
favelas, a única forma é investir em
pessoas, em mudança de mentali-
dade, especialmente na infância”.
Como nem todas têm a mesma
necessidade, As Valquírias hoje
conta com várias frentes de atua-
ção. Além da distribuição de ali-
mentos e atendimentos psicológi-
cos, oferece aulas de meditação,
oficinas de oratória e desintoxica-
ção emocional, cursos de qualifi-
cação social, empreendedorismo
e disponibilizam acesso à internet
- um problema recorrente em co-
munidades. Além de doadores fi-
nanceiros, conta com apoio de
marcas para viabilizar algumas
iniciativas, como a Lenovo, que
doou computadores para o labo-
ratório, a Motorola, celulares, e as
marcas de roupas C&A e Cia. Ma-
rítima que destinam retalhos e
peças de coleções que não ven-
dem para virarem roupas e man-
tas a preços acessíveis para crian-
ças e mulheres das comunidades
assistidas. De quem se lança no
mercado de trabalho, 77% decide
empreender, segundo Oliveira.
A gestão financeira do instituto
é auditada e os números divulga-
dos a quem quiser entender sua
atuação. “Não tomamos nenhuma
decisão sem consultor o jurídico e a
contabilidade”, conta. O profissio-
nalismo chamou a atenção e levou
As Valquírias a ser a única institui-
ção brasileira a receber um aporte
financeiro da marca Carolina Her-
rera em 2019. No mesmo ano, se
juntou ao projeto Gerando Falcões
para implementar, em São José do
Rio Preto, o projeto piloto da Favela
3D, idealizada pelo time de Edu Ly-
ra. (Eliane Sobral e Naiara Bertão)

Prática ESG | Cidades sustentáveis
Inclusão Parceria com grandes marcas e serviço de
localização permite e impulsiona o delivery na favela
De entregas na
pandemia à
abertura de capital
Eliane Sobral
Para o Prática ESG, de São Paulo
Há pelo menos seis meses o
simples ato de comprar algo pela
internet e esperar tranquilamen-
te a entrega na porta de casa era
um ‘sonho’ distante para Maria
Conceição Oliveira. Não que fal-
tasse apetite para o consumo ou
dinheiro para as compras. “É que
os produtos não chegavam aqui”,
resume ela, que há cinco anos
mora na favela de Paraisópolis,
na zona Sul de São Paulo, e lem-
bra o caso de uma vizinha que até
hoje não recebeu um produto
comprado em uma loja on-line –
e isso tem mais de três meses.
O que mudou na vida de Con-
ceição foi uma plaquinha sim-
ples colocada na fachada de sua
casa com um código que mistura
letras e números, uma espécie de
código de endereçamento postal
(CEP) digital que permite que
sua residência, e a de outros qua-
tro mil habitantes da comunida-
de, seja facilmente localizada pa-
ra qualquer tipo de entrega.
O Plus Codes, nome de batismo
do localizador desenvolvido pelo
Google, é fruto de uma parceria
entre a empresa, o G10 Favelas e a
varejista Americanas, que patroci-
na o projeto. A meta dos parceiros
é encerrar 2022 com pelo menos
outros sete mil endereços mapea-
dos. O que dificulta que avance
mais rápido é a configuração terri-
torial característica das comunida-
des. Desenhadas por becos e vielas,
formam verdadeiros labirintos
por onde só os moradores transi-
tam sem se perder. Até por isso,
quem faz o mapeamento dos en-
dereços é uma equipe de dez mo-
radores que trabalha na Favela
Brasil Xpress, uma startup de lo-
gística que surgiu depois da expe-
riência de entregar alimentos e re-
médios aos moradores de Paraisó-
polis durante a fase mais aguda da
pandemia do coronavírus.
Entre os organizadores dessa
logística estava Giva Pereira, um
jovem de 22 anos que, aos dez,
veio da Paraíba para São Paulo
com o a família e o sonho de ficar
rico, como ele mesmo diz. Foi Gi-
va quem mapeou a comunidade,
em folhas de papel, dividiu as li-
deranças locais por ruas – cada
rua da favela tem seu presidente,
ou representante – e cuidou de
despachar não só as doações que
chegavam à comunidade, como
as compras on-line que os mora-
dores faziam, em volume cada
vez maior. “Eram mais de 300
produtos por dia”, lembra ele.
Depois da experiência adquirida
na pandemia, criar uma empresa
de entregas dentro de Paraisópolis
Maria Conceição: produtos de delivery e e-commerce não chegavam a sua casa
Quarta-feira, 23 de novembro de 2022 | Valor | H5
SILVIA COSTANTI/VALOR
foi um pulo e, em setembro de polis, Capão Redondo, Cidade Júlia
2020, ele fundou a Favela Brasil e Diadema, em São Paulo. De acor-
Xpress – hoje presente em nove fa- do com Sabóia, só em Paraisópolis,
velas: cinco em São Paulo, uma em a empresa alcança mais de 100 mil
Brasília, outra em Belo Horizonte e moradores. “A gente quer desmisti-
duas no Rio de Janeiro. De acordo ficar esses locais porque a única di-
com Giva, a empresa entrega, em ferença com outros bairros é a difi-
média, 6 mil itens por dia nas 9 co- culdade de acesso”, diz. A empresa
munidades–sendo2,5milentregas também oferece capacitação em lo-
só em Paraisópolis. O tíquete médio gística nas regiões em que atua
das compras, segundo ele, gira em Apesar de apontadas como
torno de R$ 500. “Mas tem de tudo, áreas de extrema violência e do-
desde chaveiros a produtos da Ap- minadas, em sua maioria, pelo
ple de R$ 15 mil”, informa. crime organizado, não são muitas
A operação é bastante simples. as empresas dispostas a explorar
Todos os produtos são entregues esses territórios e a questão da Uso de motos, bicicletas e tuk tuks permite entregas em ruas estreitas de comunidades de São Paulo
em uma espécie de centro de distri- violência não é um assunto sobre
buição, que é a sede da Favela Brasil o qual se fale com desenvoltura. chamado de marketplace, é quan- vas possibilidades de expansão”. do Google, em 2015, e demorou
Xpress, dentro do galpão do G10 “Quando comparamos com ou- do o restaurante apenas utiliza do Fullen, da Americanas, diz que quase dois anos para sair do papel.
Favelas, grupo que reúne líderes e tras operações, as das favelas não aplicativo para ampliar as vendas mais de 700 mil produtos já foram “Pelo menos 25% da população
empreendedores de impacto social têm índices mais elevados de fur- on-line e tem sua logística própria. entregues, desde que o serviço co- mundial não tem acesso a um en-
das favelas. Dali saem os cerca de tos ou roubos”, afirma Edu Fullen, Esse modelo representa 65% do to- meçou e a meta da companhia é fe- dereço confiável. O impacto disso
350 entregadores pilotando mo- diretor executivo de Tecnologia tal. O segundo modelo, chamado char 2023 com 50 comunidades não é só na logística. Tem alcance
tos, bicicletas e tuk tuks. O uso des- da Americanas. Mas os executivos full service, ocorre quando o esta- atendidas em todo o Brasil. Esse bem maior, como chamar uma
te tipo de veículo facilita o trânsito admitem que, em algumas comu- belecimento também utiliza do avanço, porém, depende da capa- ambulância, abrir uma conta no
nas ruas estreitas das comunida- nidades, como a Vila Cruzeiro, no serviço de logística por meio dos cidade do Google de espalhar seu banco. É inclusão econômica, mas
des. Por outro lado, informa o pre- Rio de Janeiro, só entram na com- entregadores parceiros do iFood - Plus Codes por aí. “É um trabalho e é também inclusão social”, afirma
sidente da empresa, não permite a panhia dos parceiros locais. os outros 35% do total. tanto. São pontos que não estão no Neto. Embora o projeto em campo
entrega de grandes volumes, como O iFood vê grande potencial e Especificamente sobre Paraisó- mapa. Nem do poder público, nem em Paraisópolis seja ainda um pi-
fogões e geladeiras, por exemplo. oportunidades de negócio em co- polis, o iFood atende a região tanto no Google Maps”, diz Newton Ne- loto, já há demanda de outras re-
Giva diz que a renda média dos munidades e regiões da periferia, pelo modelo marketplace quanto to, diretor de parcerias do Google giões do mundo. “Já estamos tra-
empregados em sua empresa, que como forma de dar acesso a mais pelo modelo full service. E, neste para a América Latina balhando com o governo de Minas
são da própria comunidade e ga- clientes ao delivery, ampliar a eco- ano, de acordo com Santos, testou Ele conta que o Plus Codes – có- e com autoridades no México”, diz.
nham por entrega realizada, pode nomia local e também expandir a na Cidade de Deus, no Rio de Janei- digos curtos baseados em latitude Enquanto não se expande, o Plus
chegar a R$ 3 mil e R$ 4 mil no fim força logística e trabalho nestas re- ro, o last mile (‘última milha’) das e longitude que funcionam como Codes já transformou a vida de Ma-
do mês. Até a Black Friday, data de giões. De acordo com a diretora de entregas em parceria com uma coordenadas no GPS para localizar ria Conceição Oliveira, que abre es-
promoções do varejo no fim de no- logística da companhia, Tatiana startup da região. “Os resultados endereços – foi desenvolvido na ta reportagem. Nos últimos meses,
vembro, pretende chegar a pelo Santos, hoje o iFood atua em dois foram bastante positivos e com ba- Califórnia, em um trabalho volun- ela já comprou um microondas,
menos 2,5 mil colaboradores. “No modelos distintos. O primeiro, se nisso estão sendo avaliadas no- tário de um grupo de funcionários uma escova e secador de cabelos.
ano passado, a gente despachava
até 20 mil entregas por dia, duran-
te toda a semana da Black Friday.
Neste ano a gente quer entregar
200 mil nas nove favelas em que
atuamos”, afirma ele, informando
que a receita média mensal de sua
empresa é hoje de R$ 350 mil.
A experiência tem sido tão
bem-sucedida que estuda abrir o
capital da Favela Brasil XPress na
Bolsa de Valores de Nova York
(NYSE). Em setembro passado, ele
e Gilson Rodrigues, presidente do
G10 Favelas, estiveram em comiti-
va na cidade americana para apre-
sentar a empresários brasileiros
radicados nos Estados Unidos e
aos americanos, o G10 Favelas e
negócios que orbitam sob seu
guarda-chuva, como a Favela Bra-
sil XPress. Mas, antes, o IPO será
na B3, a bolsa de valores brasileira
— ainda sem data para acontecer.
AlistadeparceirosdaBrasilFave-
la Express é extensa e inclui nomes
como Mercado Livre, Via e Magazi-
neLuiza,masapioneirafoiaAmeri-
canas. De acordo com Bruna Sa-
bóia, gerente de Sustentabilidade
da empresa, o projeto com as co-
munidades começou em abril de
2021 e hoje está presente em sete
locais: Rocinha e Vila Cruzeiro, no
Rio de Janeiro, e Paraisópolis, Helió-
SILVIA COSTANTI/VALOR
H6 | Valor | Quarta-feira, 23 de novembro de 2022

Prática ESG | Cidades sustentáveis

Stranded Assets: Quem ficará com o mico na mão?

avizinham e permanecerem
Fabio Alperowitch alocados em ativos que
inexoravelmente perderão
grande parte de seu valor.
Entende-se por “Stranded
Assets” (em tradução livre:
ativos encalhados) aqueles
ativos que, em função da
transição do mundo para uma
economia de baixo carbono
perderão substancialmente seu
valor. Tal risco tem sido
Vale ressaltar que a abrupta
desvalorização dos ativos pode
ter distintas razões, sejam elas
regulatórias, físicas ou
econômicas.
No atual contexto do mundo
de negócios nacional, empresas
praticamente não pagam pelas
externalidades que causam,
embora não seja esta a
realidade em outras geografias.
Em quase 70% do PIB mundial,
têm causado mudanças
significativas na temperatura e
regime de chuvas, o que implica
na produtividade da terra e,
consequentemente, em seu
valor. Mas os problemas ficarão
mais nítidos e sérios com o
passar do tempo: a incidência
de alagamentos, inundações e
submersão de algumas áreas
levam a substanciais reflexos no
preço de ativos imobiliários,
que carros a combustível fóssil
não serão mais aceitos na
Europa a partir de 2035 e não
serão mais comercializados a
partir desta data. Os fabricantes
de motores, prestadores de
serviço e toda a cadeia de valor
serão afetados e precisarão se
reinventar para se manterem
operantes e lucrativos.
Os exemplos não se esgotam.
Fontes energéticas altamente
marítimo é altamente poluente,
o que leva a uma procura por
navios mais novos, maiores e
mais eficientes. Neste contexto,
o que acontece com o valor dos
navios menores, mais antigos e
mais poluentes?
O deslocamento de valor a
partir tanto das mudanças
climáticas quanto das atitudes
para mitigar seus efeitos parece
clara. O que não parece claro é a

O
objetivo de um dos
mais populares
jogos de cartas
brasileiros consiste
em que seus
participantes usem estratégias
para se livrarem do mico. Quem
encerrar a partida com o mico
na mão, perde o jogo.
Não seria exagero dizer que já
estamos em meio a uma grande
partida semelhante no mundo
real, mas o que está em jogo são
trilhões de dólares, e este prejuízo
será absorvido por aqueles que
não se atentarem aos riscos que se
debatido em diversas esferas
internacionais, embora tal
debate seja raro e raso no
contexto nacional.
Provavelmente, por
possuirmos uma matriz
energética razoavelmente limpa,
os empresários brasileiros têm a
sensação de que somos mais
parte de uma solução do que de
um problema, e, portanto, um
debate qualificado sobre uma
transição para uma energia de
baixo carbono e suas
consequências têm sido
irresponsavelmente
procrastinado.
o carbono é regulado, isto é,
empresas precisam pagar por
suas emissões de gases de efeito
estufa. As regras e preços ainda
destoam bastante entre
geografias, mas a tendência é
clara: esta regulação ficará mais
robusta e onerará empresas
poluidoras, implicando na
desvalorização das empresas
que estejam altamente
expostas a tal, seja por conta da
oneração de seus meios de
produção, seja pela perda de
competitividade por serviços
ou produtos substitutos.
As mudanças climáticas já
apenas como uma referência.
No mundo real, o que
está em jogo são
trilhões de dólares
Do ponto de vista econômico,
atividades que geram
resultados financeiros positivos
poderão ser impactadas
sensivelmente. Recentemente,
os ministros do Meio Ambiente
da União Europeia decidiram
poluentes como o carvão estão
sob críticas regulatórias e de
demanda. Ainda que uma
transição abrupta não seja
possível, parece evidente que a
longo prazo as minas de carvão
e as usinas térmicas terão seu
valor comprometido.
Mesmo considerando um
prazo mais curto, empresas que
se comprometem com a
redução de emissões CO2
procurarão alternativas mais
eficientes. Podemos
exemplificar a necessidade das
companhias de repensarem sua
logística, já que o transporte
ausência de debate e reflexão a
este respeito no âmbito do
mundo empresarial e mercado
financeiro brasileiros.
Perderá quem ficar com o
mico na mão.
Fabio Alperowitch é CFA, especialista
em investimentos ESG, é sócio da FAMA
Investimentos.
As respostas refletem as opiniões do
autor, e não do jornal Valor Econômico. O
jornal não se responsabiliza pelas
informações acima ou por prejuízos de
qualquer natureza em decorrência do uso
destas informações.

.
Impacto ambiental Da construção e decoração da casa até higiene e limpeza, conheça produtos menos poluentes

Sustentabilidade depende de escolhas

Lara Madeira e Naiara Bertão
De São Paulo
O brasileiro está preocupado
com o seu impacto no meio am-
biente, mas a conversão desta
aflição em escolhas por produtos
e serviços mais sustentáveis não é
tão direta e nem tão rápida. É o
que apontam pesquisas sobre há-
bitos de consumo sustentáveis.
O Mercado Livre, por exem-
plo, identificou uma alta de
123% na demanda por produtos
sustentáveis no Brasil, ao com-
parar abril de 2021 a março de
2022 em relação ao período an-
terior. Em número de compra-
dores, a alta de 32% é maior do
que a média latina (29%).
Por sustentáveis, entendem-se
itens que geram redução de resí-
duos, produtos reutilizáveis,
com material reciclado, eletrôni-
cos recondicionados e os que
têm uma produção responsável,
atestada com certificações de
sustentabilidade (orgânica, de
comércio justo, vegana, Empresa
B, Origens Brasil, etc.).
Apesar de as opções de produ-
tos para uma vida mais sustentável
aumentarem a cada dia, na opi-
nião de especialistas, para se popu-
larizarem, ainda é preciso transpor
barreiras como escala e custos al-
tos, do lado da indústria, e, na pon-
ta do consumidor, acesso a infor-
mações e educação ambiental.
Um estudo recente da empresa
de pesquisas de mercado Kantar
traz que 99% dos brasileiros que-
rem mudar de vida, mas só 14%
estão, de fato, mudando seu com-
portamento. As principais razões
identificadas no Sustainability
Sector Index 2022 são: 75% dese-
jam fazer mais pelo planeta, mas
o alto custo de vida os impede; e
43% não sabem onde encontrar
produtos sustentáveis, nem quais
hábitos adotar para ajudar mais.
Apesar de muitos consumido-
res (73%) já terem consciência que
o que é bom para um indivíduo
nem sempre é bom para o meio
ambiente – como mostra outro es-
tudo, o Pesquisa Vida Saudável e
Sustentável do Instituto Akatu e da
GlobeScan -, para mais da metade
(55%) dos respondentes seria útil
ter mais informações disponíveis
sobre como encontrar produtos
saudável e sustentável de baixo
custo. Isso evidencia que o preço é
ainda um fator determinante.
Na ilustração abaixo, o Prática
ESG elenca algumas opções de
produtos para a casa e rotinas do-
mésticas disponíveis que podem
ajudar a minimizar o impacto das
pessoas no meio ambiente.

Estilo de vida sustentável

1.Horta inteligente
Com iluminação e
sistema de irrigação
automatizados, é
possível cultivar mesmo
sem ter muito espaço.
2. Painéis de energia solar
Painéis solares instalados no
telhado da casa permitem
consumo de eletricidade e o
excesso pode ser vendido
(geração distribuída),
garantindo autossuficiência e
também economia de dinheiro.
3.Captação de água da chuva
Fazer a captação de água da
chuva pode reaproveitar esse
recurso para regar jardins, lavar
carros, calçadas, banheiros, entre
outros.
4.Construção mais ‘verde’
Materiais reciclados que podem ser
usados na construção sustentável, tais
como:
Bancadas feitas de vidro reciclado;
Madeira recuperada (piso de madeira
recuperada);
Tijolos recuperados e outras alvenarias;
Telhas com conteúdo reciclado;
Materiais de drywall que foram
reciclados.
5. Móveis ecológicos
12. Jeans e roupas
Móveis de madeira de áreas de reflorestamento com
Marcas de roupas investem em processos
selo de manejo sustentável (FSC) ou madeira de
produtivos com menor consumo de água e
demolição são algumas opções, assim como itens de
produtos biodegradáveis. Muitas investem
bambu e com materiais reciclados. Até cadeira de
em linhas com algodão de tecidos
escritório feita com plástico retirado do oceano já é
reciclados. Há empresas que fabricam
possível comprar. Outra ideia é a de móveis vintages
tecidos ecológicos, produzidos a partir de
reformados com algodão orgânico. Procurar
algodão orgânico, cânhamo, linho, seda de
empresas com práticas internas de sustentabilidade
laranja, modal, seda de soja e até algodão a
na fábrica é desejável.
partir de caule de banana e com reciclagem
de fibra mista de poliéster e elastano.

11. Carros menos poluentes e upcycling 13. Embalagens

Híbridos (etanol/elétricos) ou 100% elétricos, a
4 tecnologia para veículos menos poluentes já existe.
2
Algumas montadoras desenvolvem estudos sobre
reutilização do motor para não gerar um problema
de resíduos extra ao planeta, assim como maneiras
de tornar os motores mais eficientes e duradouros.
A reciclagem de peças e outros componentes já é
possível. Diversos projetos sociais com costureiras
trabalham nos retalhos, pneus e outros materiais
residuais para confecção de bolsas e acessórios
3
(upcycling), gerando renda e circularidade.
Alimentos e compras já podem ser
transportados em embalagens de
origem biodegradável, como sacolas de
papel reciclado, embalagens feitas a
partir de fécula de mandioca, da cera de
abelha, da biossíntese de carboidratos
da cana-de-açúcar, do milho, ou de óleos
vegetais de soja e palma. No caso das
ecobags, as feitas de tecidos reciclados
são opções mais ecologicamente
inteligentes.

8
5

10

12

11

6. Eletrônicos e
eletrodomésticos
Equipamentos com selo de
eficiência energética do
INMETRO / Procel são
boas pedida para reduzir
pegada de carbono ao
longo dos anos
7. Lâmpadas
Lâmpadas de LED não possuem
mercúrio na composição, tem
maior eficiência energética,
maior durabilidade, esquentam
menos e quase toda a estrutura
pode ser reciclada. É
interessante também usar
sensores de presença para
automatização.
8.Itens de banheiro
Torneiras de banheiros e
chuveiros com tecnologia de uso
racional de água e inteligência de
gestão de energia também
contribuem para os gastos, além
de ser melhor ao meio ambiente.
Já a descarga de vaso com opção
de jato parcial ou total. Há
empresas que também têm pisos
com proteção antibacteriana e
antiviral.
9. Escova de dentes
Se o indicado é trocar de
escova a cada 3 a 4 meses,
optar por itens feitos de
madeira, bambu ou até
produzida com
cana-de-açúcar e
matérias-primas
renováveis.
13
10. Produtos de limpeza e higiene com composição natural 14
De alto consumo, produtos de limpeza para casa convencionais
podem ser trocados por biodegradáveis, veganos, que não utilizam
fosfatos, branqueador óptico, cloro, derivados do petróleo e outras 14. Calçados
substâncias tóxicas. As embalagens feitas com material reciclado, Diversas fabricantes de tênis e chinelos
menos plástico, e programa de logística reversa também são uma já investem em tecnologias para usar um
grande tendência. percentual alto de materiais reciclados
no cabedal, na palmilha, no solado, no
elástico e na costura.
 Quarta-feira, 23 de novembro de 2022 | Valor | H7

CONTEÚDO PATROCINADO POR

Stellantis assume plano global de ESG

e lidera transição do setor automotivo
Descarbonização, diversidade e inclusão e economia circular são os eixos
fundamentais das ações de governança ambiental, social e corporativa

IMAGENS: DIVULGAÇÃO
use avançar. Este é o ECONOMIA CIRCULAR
convite do plano glo- A estratégia global da
bal de longo prazo de ESG empresa inclui ainda um
da Stellantis, líder no setor plano abrangente para
automotivo, detentora de promover a economia
14 marcas, como Fiat, Jeep, circular, com uma aborda-
Peugeot, Citroën e Ram. gem de 360 graus baseada
Nomeada Dare Forward na estratégia 4R, que prevê
2030, a estratégia projeta a remanufaturar, reparar,
descarbonização completa reutilizar e reciclar.
de todo o ciclo de produ- A empresa está estru-
ção da companhia até 2038, turando novos negócios
com redução de 50% das sustentáveis para mudar
emissões de carbono já em o modelo de consumo e a
2030, na comparação com forma como produtos são
os níveis de 2021. projetados,aomesmotempo
“Assumir um papel de que cria um ecossistema
liderança na descarboniza- inteligente e integrado para
ção, bem como dar passos reduziroimpactoambiental
decisivos na economia e gerenciar melhor o cami-
circular, são a contribuição nho para o carbono zero.
queaStellantisquergarantir “Os principais objetivos
paraumfuturosustentável”, daStellantis sãoprolongara
Dentre as ações de diversidade,
assegura Antonio Filosa, vidaútildosveículosepeças,
Stellantis se mobiliza para criar vagas
presidente da Stellantis afirmativas em áreas de menor entrada garantindo que eles durem
para a América do Sul. de mulheres, como a Engenharia o maior tempo possível e,
São metas ambiciosas ao encerrarem seu ciclo de
que caminham em ritmos vida, reinserir produtos e
diferentes de acordo seus materiais em um novo
com a maturidade de ciclo de fabricação de veícu-
cada mercado. Na União los novos e componentes”,
Europeia, a empresa projeta descreve Filosa.
que, em 2030, 100% de suas Para reunir todos esses
vendas sejam de veícu- esforços em uma mesma
los elétricos. Nos Estados plataforma, a Stellantis
Unidos, neste mesmo lançou o selo SUSTAINera,
prazo, pretende alcançar que representa a promessa
metade da participação e, de fornecer aos clientes
no Brasil, 20%. produtos e serviços susten-
No território nacional, táveis, transparentes e
entre 2012 e o primeiro acessíveis, sem compro-
semestre de 2022, foram meter a qualidade, preser-
comercializados 100 mil vando o meio ambiente
veículos elétricos ou híbri- pela diminuição do desper-
dos, segundo a Associação dício e do menor uso dos
Brasileira do Veículo Elé- recursos do planeta.
trico (ABVE). Nos primei-
ros sete meses de 2022, as PESSOAS
vendas foram 31% maiores Aoladodoavançoemtecno-
do que no mesmo período logia pela descarbonização,
do ano anterior, sinal de OLHAR PARA O FUTURO Conheça as metas globais da Stellantis o plano global ainda destaca
que o mercado, ainda inci- as ações previstas de incen-

100% 50% 100% 35%

piente, tende a crescer de tivo ao bem-estar dos cola-
forma acelerada. boradores da companhia –
A aposta em eletrificação que soma mais de 300 mil
poderá estimular inves- de descarbonização de redução em 2030,
de vendas de veículos
de mulheres
em todo o mundo, sendo
timentos de até R$ 150 completa de todo o ciclo na comparação com os
elétricos na União Europeia
em posição de
mais de 25 mil na América
bilhõesem15anos,incluindo de produção até 2038. níveis de 2021.
em 2030, 50% nos Estados
liderança até 2030.
do Sul. Por isto, a empresa
não apenas a produção de Unidos e 20% no Brasil. também estabeleceu metas
veículos híbridos e elétri- de diversidade e inclusão
FONTE: STELLANTIS

cos, leves e pesados, mas para formar os times de

também a construção de colaboradores. Já neste ano,
fábricas de baterias e semi- 100% dos processos relati-
condutores e da infraes- vos a Recursos Humanos
trutura de fornecimento estão alinhados com as polí-
de biocombustíveis, de ticas de D&I. “A diversidade
acordo com levantamento PROPULSÃO DE as vantagens competitivas lançou ainda, no campo dos a 80% do CO2 liberado na é um valor real e prático
da Associação Nacional BAIXO CARBONO locais para tornar a propul- híbridos, o Jeep Compass produção e na queima do para a Stellantis, estamos
dos Fabricantes de Veículos A Stellantis América do Sul são mais limpa e eficiente. 4xe híbrido plug-in. etanol combustível. “É uma trabalhando para sermos
Automotores(Anfavea)feito tem parte ativa no plano No Brasil, em específico, Mas a eletrificação cami- soluçãointeligenteenatural, um espelho à sociedade,
em parceria com o Boston estratégico global e atua a empresa já lançou o Fiat nha lado a lado com alterna- que se apoia em uma vanta- para melhor compreendê-la
Consulting Group (BCG). para cumprir as metas 500e, o Peugeot e-208GT tivas limpas, em especial o gem competitiva nacional: a e atendê-la”, analisa Filosa.
A partir de 2035, aponta o regionais. Nesse contexto, e o Peugeot e-2008, além etanol - altamente eficiente, grandecapacidadedeprodu- Até 2030, o compromisso
estudo, o país poderá atin- a empresa trabalha com o dos f u rgões Cit roën porque a cana-de-açúcar, ção e distribuição de etanol, é de que a mulheres ocupem
gir volumes entre 1,3 milhão conceito de múltipla matriz Ë-Jumpy, o Peugeot e-Ex- em seu ciclo de desenvol- que é de baixo impacto 35% das posições de lide-
e 2,5 milhões de veículos energética, aproveitando pert e o Fiat e-Scudo. E vimento, absorve de 70% ambiental”, analisa o presi- rançanaempresa.Signatária
eletrificados vendidos por dente da Stellantis para daONUMulheres,acompa-
ano. Eles serão atendidos América do Sul. nhia possui ações não só
por 150 mil pontos de recar- “O futuro será da eletrifi- para atrair novas profis-
“Assumir um papel
DIVULGAÇÃO/LEO LARA

regamento de baterias, que cação, da direção assistida sionais, como também

vão demandar a aplicação de liderança na e autônoma, da conectivi- para desenvolver a trajetó-
de R$ 14 bilhões em infra- descarbonização, dade, da descarbonização”, ria profissional das atuais
estrutura de atendimento. bem como dar projetaFilosa.“Deimediato, colaboradoras. Entre elas
A Stellantis participa deste passos decisivos na vamos evoluir para uma estão: a revisão constante
movimento: está cons- economia circular, matriz múltipla de propul- dos processos seletivos, a
truindo uma rede global de são a contribuição são, em que conviverão criação de vagas afirma-
cinco gigafábricas de bate- que a Stellantis quer motores a combustão tivas para áreas de menor
rias na Europa e Estados dar para um futuro menores e mais eficientes, entradademulheres,comoa
Unidos, capazes de forne- sustentável.” motores a etanol, motores Engenharia,eprogramasde
cer até 400 gigawatts-hora ANTONIO FILOSA, elétricos e sistemas híbri- desenvolvimentoementoria
de produção de baterias presidente da Stellantis dos que combinam o etanol com foco em aceleração de
até 2030. América do Sul com o elétrico.” carreiras femininas.

PRODUZIDO POR GLAB.GLOBO.COM

H8 | Valor | Quarta-feira, 23 de novembro de 2022
Prática ESG | Cidades sustentáveis
Gestão de resíduos Programa une poderes público, privado e população, em 12 cidades, e está em expansão
Milhas entram no incentivo à reciclagem
Eliane Sobral
Para o Prática ESG, de São Paulo
Das 27,7 milhões de toneladas
de resíduos sólidos urbanos gera-
dos todos os anos, o Brasil recicla
algo entre 3% e 4%, de acordo com
o Panorama dos Resíduos Sólidos,
produzido pela Associação Brasi-
leira de Empresas de Limpeza Pú-
blica e Resíduos Especiais (Abrel-
pe). Os problemas são muitos e as
soluções para que esse percentual
aumente demoram porque, além
de adotadas depois de muitas ten-
tativas e erros, fatores estruturais
limitam o correto tratamento de
resíduos que poderiam ser reapro-
veitados. O fato de apenas 41% da
população ter acesso à coleta sele-
tiva é um deles, e a falta de mobili-
zação dos poderes públicos muni-
cipais – que têm autonomia para
tratar da questão do lixo em seus
territórios – é outro.
Para desatar os nós da cadeia,
uma abordagem também mais
sistêmica, que envolve iniciativa
privada, coletores de resíduos,
poder público e consumidores,
pode fazer sentido. É o que está
tentando provar um programa
que já está em campo que reúne
as empresas de impacto social Re-
cicleiros, que lida com cooperati-
vas de catadores e poder público,
a So+ma Vantagens, que oferece
bônus aos consumidores que re-
ciclam, e pelo menos 60 compa-
nhias, entre elas a fabricante in-
ternacional de embalagens SIG,
que dão apoio financeiro.
Quando fundaram a Reciclei-
ros, os sócios Erich Burger e Ra-
fael Henrique queriam promo-
ver a inclusão social dos catado-
res, mas logo perceberam que a
meta passava por outros atores.
“Não dá para mexer só na organi-
zação dos catadores ou só com as
empresas. É preciso engajar a po-
pulação e, fundamental, ter polí-
tica pública de coleta seletiva. E,
nas cidades, política pública só o
poder municipal pode fazer”, re-
sume Burger. As primeiras inicia-
tivas para trazer as prefeituras
para a roda, porém, não foram
animadoras. A Recicleiros tinha
pronto o roteiro a ser seguido pe-
lo poder municipal para impul-
sionar a ciranda da circularidade
em suas regiões. “A gente oferecia
essa expertise aos prefeitos e to-
dos se animavam, mas a anima-
ção logo era deixada de lado. Por-
que dá trabalho”, lembra Burger.
A solução encontrada pelo ti-
me da empresa foi inverter a mão
Prática circular
De vilão a vice-colocado na reciclagem, Isopor volta a circular
Adrian Alexandri
Para o Prática ESG, de São Paulo
A indústria o conhece como
EPS (poliestireno expandido),
mas o consumidor só o chama de
“Isopor”, que é uma marca regis-
trada. Independentemente do
nome, essa resina é ignorada por
boa parte da população na hora
de descartar - grande parte vai
para o lixo comum. Mas muitas
dessas embalagens podem sim
ser recicladas.
O EPS é um plástico celular rí-
gido, resultado da polimerização
do estireno em água. O produto
final são pérolas de até três milí-
metros de diâmetro, que se desti-
nam à expansão. No processo de
transformação, essas pérolas au-
mentam em até 50 vezes o seu ta-
manho original, por meio de va-
por, fundindo-se e moldando-se
em formas diversas. Expandidas,
as pérolas apresentam em seu vo-
lume até 98% de ar e apenas 2% de
poliestireno. Em milímetro cúbi-
co de EPS expandido, por exem-
plo, existem de 3 a 6 bilhões de
células fechadas e cheias de ar.
De acordo com a Abiquim (As-
sociação Brasileira da Industria
Química), o país produziu, no
ano passado, 119,6 mil toneladas
de EPS, volume que cresce ano a
ano, sendo boa parte exportado.
Dados recém-divulgados mos-
tram que, entre os diferentes ti-
pos de plásticos reciclados pós-
e oferecer treinamento aos muni-
cípios interessados. “Hoje, as pre-
feituras se inscrevem na Acade-
mia Recicleiros do Gestor Público,
com uma trilha de aprendizagem
que elas precisam seguir para se
qualificarem”, explica Rafael Hen-
rique. Dentro desta trilha, há ins-
truções sobre roteirização da cole-
ta seletiva, local mais apropriado
para instalação de cooperativa de
coletores, além de mentoria para
os funcionários públicos direta-
mente envolvidos com o tema.
Todo o processo de capacita-
ção da prefeitura pode levar de 3
a 4 meses. Mas também pode de-
morar dois anos. Vai depender
da estrutura já disponível na ci-
dade e do tempo que cada equi-
pe vai dedicar ao processo de
aprendizagem. De acordo com
Burger, 38 cidades estão em fase
de qualificação para entrar no
programa, que já opera em doze
municípios, em onze Estados
brasileiros. “A meta é ter 60 cida-
des nos 26 estados, até 2026”, diz
ele. O investimento necessário
pode chegar a R$ 5 milhões, mas
o valor varia de acordo com o
porte do município.
Investidora semente do proje-
to, a SIG está desde 2018 com a
Recicleiros e, pelas contas da em-
presa, as operações já em anda-
mento foram responsáveis pela
criação de 260 novos postos de
trabalho, a inclusão de cerca de
750 mil pessoas à coleta seletiva
nos municípios, e o recolhimen-
to de 3,9 mil toneladas de resí-
duos. “Não adianta ter cooperati-
va 4.0 se a matéria-prima não
chega. Daí a importância de en-
volver o poder público munici-
pal”, afirma Isabela de Marchi,
gerente de Sustentabilidade da
SIG na América do Sul. “E tam-
bém motivar o consumidor a fa-
zer sua parte”, completa. Por isso
que a SIG também se associou à
So+ma Vantagem, um programa
de incentivo que distribui pro-
dutos e serviços aos participantes
que trocam material reciclável
por pontos.
Fundada em 2015 para incen-
tivar o hábito da coleta seletiva
entre os consumidores, a So+ma
Vantagem tem hoje 28 mil famí-
lias participantes em quatro ci-
dades – Curitiba (PR), Goiânia
(GO), Salvador e Camaçari, na Ba-
hia. De acordo com Cláudia Pires,
criadora da empresa de impacto
social, desde que o programa foi
ampliado, em 2019, mais de duas
mil toneladas de itens recicláveis
consumo, o EPS só perde para o
PET em percentual de recicla-
gem: em 2020, o índice foi de
30,9% de tudo o que é produzido
(no caso do PET, este número
chega a 53,5%; entre todos os
plásticos, é de apenas 23,1%).
ConhecemosoEPScomoembala-
gem de eletrodomésticos e eletrôni-
cos, caixas para armazenamento de
bebidas e remédios, mas também
em lajes e forros de imóveis.
Uma vez usado, como se des-
carta um material que, na natu-
reza, leva muitos anos para se de
decompor? Lembrando que, em-
bora atóxico, polui rios e os ma-
res, sendo prejudicial à fauna.
“Temos toda a tecnologia para
reciclar e já existe a economia cir-
cular”, responde Nivaldo Fernan-
des de Oliveira, diretor superinten-
dente da Termotécnica. Para ele, o
desafio é “integrar os elos da ca-
deia”. A empresa, de Joinville (SC),
é a maior fabricante de embala-
gens em EPS do país, com unida-
des em cinco estados, atendendo
segmentos como linhas branca e
marrom, agronegócio, alimentos,
fármacos e vacinas.
“Há 14 anos começamos a tra-
balhar a reciclagem do EPS”, con-
ta o executivo. Nesse período, a
Termotécnica recolheu e reciclou
mais de 44 mi de toneladas do
produto. O trabalho para recolhi-
mento se dá na logística reversa,
garantindo que o material volte à
empresa. Para isso, atua junto a
DIVULGAÇÃO
Recicleiros, em Piracaia (SP), que nasceu para melhorar a vida dos catadores, faz treinamento para incentivar prefeituras na gestão de resíduos sólidos
DIVULGAÇÃO
já foram coletadas, e correta- creches e asilos”, comenta a exe-
mente destinadas; 65 mil recom- cutiva. Além da SIG, O So+ma
pensas foram trocadas, sendo tem parceiros do porte de Heine-
que 85% desse total são itens de ken, iFood e Braskem, que
alimentação. Mas a gama de itens apoiam as iniciativas por meio
disponíveis para troca é extensa e de cotas de patrocínio.
inclui serviços. Afinal, entre os 62 Para Isabela de Marchi, da SIG,
parceiros do So+ma nas cidades a temática da reciclagem amplia
em que atua, há desde floricultu- seu espaço na mesma proporção
ras, lava-jatos, cabeleireiros até em que as práticas ESG avançam.
escolas que oferecem curso de “Com a chegada do ESG, os de-
corte e costura e produção de bo- partamentos financeiros abri-
los, entre outros. ram o olho e passaram a enxer-
“A ideia é ter sempre cursos de gar mais como oportunidade do
curta duração com foco em capa- que como custo”, diz ela. Mas não
citação”, explica Pires. Segundo é só isso. Desde abril passado,
ela, 276 cursos já foram realiza- quando foi publicado o Decreto
dos na troca por pontos. “Alguns 11.044, que regula o mercado de
catadores fazem cursos de con- certificados de crédito de recicla-
serto de celular e migram de tra- gem, as empresas podem com-
balho”, afirma ela, acrescentan- pensar as embalagens pós-con-
do que não são apenas as popula- sumo por meio desses títulos,
ções mais vulneráveis que parti- que são emitidos por cooperati-
cipam da iniciativa. “Nossos cole- vas e associações. É uma forma
tores de recicláveis também es- das empresas comprovarem que
tão em bairros de classe média e deram destino correto aos resí-
média alta e muitas famílias des- duos que produzem. “No fim do
ses estratos sociais doam seus dia, todo mundo sai ganhando”,
pontos para instituições como resume Marchi. So+ma Vantagens instala pontos de troca de resíduos por prêmios
presa criou o portal Sou Reciclá- tos ambientais, principalmente
vel (www.soureciclavel.com.br), de emissões de CO2, utilizando
Circularidade do EPS (isopor) onde orienta sobre o descarte matérias primas recicladas pro-
correto – todos os produtos da venientes do pós-consumo”. Em
Produção empresa têm um QR Code que le- 2021, a Eletrolux dobrou o uso
É um plástico celular rígido, resultado da polimerização do estireno em va à plataforma. De acordo com de matéria-prima reciclada na
água. Ele é expandido, resultando em 98% de ar em sua composição. Oliveira, hoje há mais de 300 coo- América Latina, chegando a
perativas integradas no sistema e mais de 1.400 toneladas de plás-
Aplicação mais de 30 gerenciadores de resí- tico reciclado utilizados em seus
Embalagem de eletrodomésticos, computadores, alimentos, duos sólidos. produtos. A meta é chegar a 50%
medicamentos, produtos sensíveis, assim como forros e lajes para casas.
Reciclado, o agora PS será usa- de plásticos reciclados até 2030.
O uso é amplo.
do em molduras, rodapés, sola- Parte da indústria, aqui e no
dos de sapatos ou decks de pisci- mundo, olha também para ou-
Descarte nas, por exemplo. Mas o merca- tras matrizes como substitutas do
Sendo plástico, deve ser descartado, limpo, nas lixeiras vermelhas, de
do avança e, com o compromis- EPS, considerando que a logística
onde vai para cooperativas que separam e reciclam o material.
so de cumprir uma agenda de reversa tem grande complexida-
sustentabilidade, a indústria de, já que se transporta um pro-
Reciclagem
Há 3 tipos: mecânica, química e térmica. A mais comum é a mecânica. busca ofertar produtos que já duto leve mas de grande volume,
O EPS passa pelo processo de extrusão, que é a sua compactação, nasçam com a marca da recicla- o que encarece o frete em compa-
transformando-se em PS (somente poliestireno) adquirindo novas formas. gem. Em 2020, a Unigel, forne- ração a outros materiais. “O mer-
cedora de monômero de estire- cado de transporte começa a usar
Novos usos no para a Termotécnica, maté- a polpa moldada, feita de celulo-
Solado de sapato, rodapés, molduras e peças e componentes de plástico ria-prima para a produção de se ou de papel reciclado”, conta
usados em eletrodomésticos, por exemplo, são alguns dos produtos embalagens em EPS, firmou Guilherme Brammer, engenheiro
criados a partir da reciclagem. uma parceria com a empresa ca- de materiais e CEO da startup Bo-
tarinense e com a Eletrolux para omera-Ambipar. É o material que
o fornecimento de materiais re- vemos em caixas de ovos, fácil de
ciclados pós-consumo. Peças de moldar para a proteção de diver-
produtores, distribuidores e va- De EPS (expandido), ele vira PS refrigeradores, por exemplo, es- sos produtos, mas que ainda não
rejistas, além do consumidor fi- (comprimido). tão sendo feitas usando o EPS re- tem escala para competir, em
nal, em um caminho que leve o Há basicamente três maneiras ciclado das duas primeiras em- preço, com o EPS. “Tem aplicações
EPS às cooperativas e, de lá, às de se reciclar: a mecânica, que é a presas. “As parcerias com nossas em que o EPS, por sua função iso-
unidades da Termotécnica. En- mais comum, a energética e a quí- fornecedoras são imprescindí- lante e boa resistência mecânica,
tão, o Isopor (que deve chegar mica. As duas últimas são usadas veis”, diz o diretor de Sustentabi- ainda é a melhor opção”, explica
limpo, forma como também deve quando o material reciclado será lidade da Electrolux América La- Brammer, para quem a questão
ser descartada pelo consumidor), matéria-prima da própria indús- tina, João Zeni. “Quando realiza- do impacto ambiental não tem
passará por um processo de ex- tria, como energia térmica, óleos e mos a análise de ciclo de vida de resposta pronta quando se anali-
trusão (retirada do ar, dando ao solventes, entre outros. nossos produtos e dos materiais sa a extração de materiais e sua
material uma outra forma) para Por conta do desconhecimento que utilizamos, verificamos a aplicação em produtos. Aqui, ca-
ganhar novas funcionalidades. de boa parte da população, a em- significativa redução de impac- da caso é um caso.

Prática ESG | Cidades sustentáveis
Inovação Com a neuroarquitetura, ambientes vão além da funcionalidade para se tornarem mais saudáveis
O impacto do espaço na saúde mental
Cláudio Marques
Para o Prática ESG, de São Paulo
Ainda pouco conhecida, a neu-
roarquitetura pode ajudar as ci-
dades a se tornarem mais inteli-
gentes e saudáveis. “O propósito
por trás do termo é entender co-
mo o ambiente, em qualquer es-
cala, nos afeta. Pode ser a cidade,
mas também um quarto, uma sa-
la, um edifício”, explica a arquite-
ta Andréa de Paiva, uma das pio-
neiras na pesquisa sobre o tema e
professora do curso Neurociência
Aplicada a Ambientes e Criação,
na Fundação Armando Álvares
Penteado (FAAP), e de Neurobu-
siness no Instituto de Desenvolvi-
mento Educacional da Fundação
Getulio Vargas (FGV-IDE).
O propósito é esse, mas as es-
tratégias para ampliar esse co-
nhecimento são emprestadas da
neurociência e seus avanços. A
década de 1990 foi um período
de grandes investimentos em
pesquisas, equipamentos e novas
tecnologias que permitiram ma-
pear a atividade cerebral. Um
exemplo é o uso de ressonância
magnética funcional para medir
o fluxo de sangue no nosso cére-
bro. “Passamos a entender o cére-
bro e a ciência evoluiu muito. A
ideia da neuroarquitetura é in-
corporar esse conhecimento
científico para entender ainda
mais a nossa relação com o am-
biente”, comenta Paiva.
Também se descobriu que os
ambientes afetam diretamente a
plasticidade cerebral, principal-
mente aqueles lugares onde pas-
samos mais tempo. A plasticida-
de cerebral é a reorganização da
estrutura neural do indivíduo ao
viver uma experiência nova. Diz
respeito à capacidade do cérebro
de se transformar ao longo da vi-
da. Até poucas décadas atrás,
acreditava-se que os neurônios
fossem produzidos apenas na in-
fância e adolescência e que na vi-
da adulta eles simplesmente iam
morrendo, à medida que se enve-
lhecia. Mas o que se comprovou é
que o cérebro de adultos e mes-
mo idosos, é capaz de produzir
novos neurônios em áreas espe-
cíficas, como no hipocampo.
“E aí podemos pensar nas cida-
des. Mesmo que esteja no meu
apartamento, ela está nos afetan-
do. Respiramos seu ar, vemos a
paisagem urbana das nossas ja-
nelas. Estamos o tempo todo na
cidade, vivemos nela por muitos
anos. Então, ela tem o potencial
de afetar nosso cérebro plastica-
mente”, afirma Paiva.
A pesquisadora acrescenta
que estudos mostram que esse
efeito plástico não nos afeta so-
mente em situações de estresse,
como ao dirigir excessivamente
no trânsito, ou em situações po-
sitivas, como contato frequente
com áreas verdes. Esses estímu-
los afetam também o nosso enve-
lhecimento, porque reverberam
ao longo do tempo.
O estresse é um dos grandes
inimigos dessa plasticidade. E é
inegável que grandes cidades ho-
je são ambientes estressantes, se-
ja pelo trânsito, barulho, pela po-
luição sonora e até insegurança –
não só por medo de assaltos, mas
estar, por exemplo, pelo risco de
ser atropelada ou quedas em ra-
zão de calçadas malcuidadas. No
longo prazo, tudo isso somado
prejudica nossa saúde mental e
favorece o declínio cognitivo, de
acordo com a pesquisadora.
A neuroarquitetura aponta al-
gumas medidas que podem tor-
nar o ambiente urbano menos
perturbador e saudável. “Pensar
em calçadas mais agradáveis, ar-
borizar as ruas para ter sombras,
Quarta-feira, 23 de novembro de 2022
ter infraestrutura de apoio, como
bancos para quem caminha po-
der dar uma parada e descansar
são exemplos. A presença de par-
klets também ajuda”, diz Paiva.
Ela também defende que um
transporte público eficiente é es-
sencial, mas a cidade também
deve estimular seus habitantes a
andar a pé ou de bicicleta. É pre-
ciso, no entanto, que o cidadão se
sinta seguro para isso, com calça-
das e ciclofaixas ou ciclovias
bem-cuidadas. “A prática de ati-
vidade física não é somente ir pa-
ra a academia, mas também es-
colher ir a pé, por exemplo, visi-
| Valor | H9
tar alguém que more não muito
longe”, diz Paiva, ressaltando a
importância do exercício para a
saúde e plasticidade cerebral.
Nesse sentido, outra medida
sugerida pela arquiteta é a ado-
ção de ruas compartilhadas, que
têm a calçada e a faixa de rola-
mento de veículos no mesmo ní-
vel. “O design dessas ruas é feito
para que motoristas fiquem mui-
to mais alerta e não consigam
acelerar o carro e correr, esque-
cendo que a prioridade é do pe-
destre. Na Holanda, essas ruas
costumam ter curvas acentua-
das, obstáculos para o carro des-
viar e não conseguir andar em li-
nha reta e acelerar”, pontua.
Outro grande problema das ci-
dades é a poluição sonora, que
invade até os ambientes inter-
nos. Neste caso, é importante que
o plano diretor municipal pense
nos usos de diferentes áreas e se-
pare as movimentadas, com mui-
tos carros, das residenciais.
O sombreamento causado por
edifícios altos também pode ser
prejudicial, já que a luz solar é es-
sencial para a saúde e o bem-es-
tar humano. Nesse sentido, o pla-
no diretor também pode orien-
tar o crescimento e verticalização
da cidade. “A sustentabilidade
entra, por exemplo, no âmbito
da atividade física, pois se esco-
lho ir a pé, em vez de utilizar car-
ro, evito poluir e ajudo a melho-
rar o trânsito”, reforça Paiva.
Ela ainda ressalta a importân-
cia de áreas verdes. “O contato
com a natureza ajuda a reduzir os
níveis de estresse que, por sua vez,
afetam a plasticidade cerebral.”
Como se vê, a jornada que leva a
uma cidade inteligente passa,
portanto, por uma gestão pública
que também tenha políticas e
medidas que incentivem com-
portamentos mais saudáveis.
H10 | Valor | Quarta-feira, 23 de novembro de 2022
Prática ESG | Cidades sustentáveis
Entrevista Paulo Sérgio Almeida,
da ACNUR, aponta boas práticas
O desafio
de incluir
refugiados
em cidades
Naiara Bertão
De São Paulo
Relatório da Agência da ONU
para Refugiados (ACNUR) mos-
tra que o número de pessoas for-
çadas a fugir de conflitos, vio-
lências, violações de direitos hu-
manos e perseguições ultrapas-
sou, pela primeira vez, a marca
de 100 milhões em 2022, com a
invasão da Ucrânia pela Rússia e
emergências humanitárias em
diversos países.
Adicionando à lista de pres-
sões migratórias também a mu-
dança climática, a estimativa do
Banco Mundial é que, até 2050,
216 milhões de pessoas em seis
regiões do mundo, incluindo 17
milhões da América Latina, po-
derão ser forçadas a se muda-
rem de seus países por eventos
climáticos extremos.
O Brasil, que soma mais de 60
mil refugiados, concedeu refúgio a
1.720 estrangeiros no primeiro se-
mestre deste ano, segundo o Mi-
nistério da Justiça. O maior desafio
público hoje é não apenas receber,
mas incluir essas pessoas no con-
texto urbano, garantir direitos,
oportunidade de trabalho e acesso
a serviços de educação e saúde.
Em entrevista ao Prática ESG,
Paulo Sérgio Almeida, oficial de
Meios de Vida e Inclusão Econômi-
ca da ACNUR, fala de possíveis so-
luções para as cidades e como o se-
tor privado pode — e já vem contri-
buindo — para essa questão.
Confira os principais trechos
da entrevista:
Prática ESG: Como incluir mi-
grantes e refugiados nas cidades?
Paulo Sérgio Almeida: As cida-
des são o local onde a população
refugiada e migrante se estabele-
ce e onde as conexões com a po-
pulação local acontecem. É nesse
ambiente que elas precisam ser
integradas social e economica-
mente e onde deve existir inclu-
são multicultural. Muitas dessas
pessoas, como os venezuelanos
no Brasil, chegam com back-
ground educacional e experiên-
cia profissional e podem contri-
buir com as cidades onde são
acolhidas. Além disso, a troca
cultural é muito rica e traz inova-
ção. É um ganha-ganha. Mas é
preciso ter uma política para is-
so, construir um ambiente para
que elas cheguem, sejam acolhi-
Estante
Pensando em Sistemas
Autora: Donella H. Meadows
Editora: Sextante
Páginas: 256
Preço: R$ 54,90
Grandes problemas como
guerra, fome e pobreza, podem
ser considerados falhas de
sistema. Para encontrar soluções,
deve-se parar de olhar uma peça
isoladamente e observar o todo.
A cientista ambiental americana
Donella Meadows oferece uma
visão sistemática para resolver e
desenvolver as habilidades que
os líderes de todo o mundo
consideram essenciais para a
vida no século 21.
das e sejam inseridas de modo a
desenvolver seu potencial.
Prática ESG: Como ter esse am-
biente?
Almeida: Com políticas que fa-
voreçam essa inserção, que não
tenha barreiras legais nem práti-
cas para que elas acessem, por
exemplo, serviços públicos. Mas
é importante que essas pessoas
sejam ouvidas, que participem
do processo de tomada de deci-
são das cidades, para verbaliza-
rem suas necessidades, expres-
sem seus desejos, angústias e de-
safios e ajudem a construir polí-
ticas públicas. Nós temos exem-
plos mapeados de conselhos e
comitês de pessoas refugiadas e
imigrantes em 12 Estados.
“
Empresas estão
se beneficiando
da capacitação
e experiência
profissional
que muitos
migrantes e
refugiados têm”
Prática ESG: Alguma cidade que
possa citar como referência de aco-
lhimento e inclusão de refugiados?
Almeida: Divulgamos um rela-
tório recente [1º Relatório Cida-
des Solidárias Brasil] no qual
trouxemos práticas de cidades
solidárias. Não especificamente
uma cidade-modelo, mas práti-
cas que algumas cidades têm e
que são importantes para inclu-
são dessa população. Os conse-
lhos e comitês são importantes.
Inclusive, foi criado há pouco
um fórum de âmbito nacional
englobando esses conselhos e
comitês regionais para que pos-
sam interagir entre si, contar
suas práticas e experiências so-
bre como está funcionando a
política de inclusão em cada ter-
ritório. Mas posso citar como
exemplo de cidade inclusiva Es-
teio, no Rio Grande do Sul, que
criou uma política própria para
essa população, desde sua che-
gada até sua contribuição para o
desenvolvimento local.
Prática ESG: Como as empresas-
podem contribuir para isso?
Almeida: Do lado do setor pri-
vado, vejo gente apoiando esses
Recicladores de Sonho
Autor: Jeferson de Souza
Editora: Rede Educares
Páginas: 200
Preço: R$ 50
As histórias de superação,
dificuldade e perseverança com
nomes e rostos de 31 catadores
e catadoras de resíduos são o
tema central deste livro. A
publicação mostra como a
reciclagem transformou a vida
dessas pessoas, que deram a
volta por cima para conseguir
sobreviver, criar seus filhos,
fundar entidades e se tornarem
lideranças fortes, capazes de
vencer inúmeros obstáculos.
Paulo Sérgio Almeida, da ACNUR: plataforma online disponibiliza cerca de 40 exemplos de boas práticas de empresas que contratam refugiados no Brasil
conselhos e comitês para desen-
volver e construir políticas inclu-
sivas no âmbito municipal e esta-
dual. Mas também tem gente
com ações que favorecem a me-
lhoria do seu entorno, do local
onde a empresa está, uma ótica
de responsabilidade social. Não
dá para imaginar uma situação
em que a empresa gera riqueza
em um local e não contribui para
o desenvolvimento e melhoria
do seu entorno; isso é responsa-
bilidade social corporativa.
Prática ESG: O senhor vê aumento
de responsabilidade corporativa com
a questão dos refugiados?
Almeida: Há uma tendência já
longa de empresas que têm enga-
jamento forte com o tema de Direi-
tos Humanos também se envolve-
rem na pauta de refugiados. São
empresas que, geralmente, têm
boas práticas em suas relações tra-
balhistas e em temas mais amplos,
como combate à discriminação e à
xenofobia, pauta da diversidade e
inclusão e equidade de gênero
dentro da própria empresa. É nes-
se guarda-chuva maior, de Direitos
Humanos, que ela se conecta com
o tema de refugiados e migrantes.
Temos percebido que elas estão
mais atentas à repercussão global
de guerras e o deslocamento força-
do de pessoas, que deixam tudo
para proteger sua vida e de sua fa-
mília. Guerras, conflitos, persegui-
ções e violações de direitos huma-
nos levam a um aumento do nú-
mero de refugiados. Aqui no Brasil
não é diferente. Hoje, temos cerca
de 365 mil pessoas da Venezuela
no Brasil. Mas também há sírios e
congoleses e, mais recente, uma
onda de afegãos e ucranianos.
Prática ESG: O Brasil é aberto a
receber refugiados?
Almeida: É preciso ressaltar que
The Sustainability Scorecard:
How to Implement and Profit
from Unexpected Solutions
Autor: Urvashi Bhatnagar
Editora: Berrett-Koehler
Páginas: 248
Preço: R$ 113,87 (Amazon)
O livro procura mostrar a
líderes empresariais como criar
produtos e processos
sustentáveis e inovadores, que
sejam bons para o planeta, para
a saúde humana e para os
lucros. Atualmente já se prevê
que choques econômicos
relacionados às mudanças
climáticas ameaçam a
continuidade dos negócios.
o Brasil mantém uma política
aberta ao acolhimento dessas pes-
soas, o que é bastante importante,
senão as pessoas estariam numa si-
tuação muito pior, expostos a si-
tuações muito difíceis. E, com o
novo padrão de ESG, as empresas
têm vislumbrado que precisam ter
uma atuação mais efetiva.
Prática ESG: Como a Acnur in-
centiva de alguma forma o envolvi-
mento do setor privado?
Almeida: A gente [ACNUR] tem
uma iniciativa em parceria com
Pacto Global da ONU no Brasil,
que é a plataforma empresas
com refugiados. Se você entrar
no site www.empresascomrefu-
giados.com.br vai ver que é uma
espécie de vitrine de boas práti-
cas, com cerca de 40 exemplos.
Empresas que contratam essa
população têm expressado a sua
satisfação em fazer esse tipo de
contratação, até pelos benefícios
gerados para as empresas.
Prática ESG: Que tipo de benefí-
cios, por exemplo?
Almeida: Além do próprio senso
de responsabilidade ao apoiar a
população que chega, essas em-
presas estão se beneficiando da ca-
pacitação e experiência profissio-
nal importante que muitos mi-
grantes e refugiados têm. São ain-
da pessoas que falam outros idio-
mas e isso, muitas vezes, é essencial
para várias delas. Além disso, algu-
mas pesquisas mostram que ge-
ram menos rotatividade por serem
mais fiéis às empresas que dão
oportunidades a elas. Também es-
tão associadas a processos de ino-
vação, melhoria da motivação das
equipes de trabalho, entre outros
aspectos positivos relatados e que
estão nas práticas elencadas na
plataforma. Mais recentemente
apoiamos a criação de um fórum
Uma história das florestas
brasileiras
Autor: Zé Pedro de Oliveira Costa
Editora: Autêntica
Páginas: 320
Preço: R$ 87,90
Ex-secretário do Meio
Ambiente de São Paulo, o autor e
pesquisador do Instituto de
Estudos Avançados (USP) foi um
dos responsáveis pela criação de
parques e áreas protegidas do
país. Apresenta um panorama
sobre as diferentes etapas da
ocupação do território nacional a
partir da derrubada da vegetação
original, mostrando a ocupação
agressiva do meio ambiente.
empresarial chamado "Empresas
com Refugiados" e já estamos em
quase 60 companhias.
Prática ESG: O que as empresas
buscam com o fórum?
Almeida: Ele tem empresas de
todos os portes e diversas áreas,
que apoiam a inclusão de pessoas
refugiadas no mercado de traba-
lho, como Sodexo, Lojas Renner,
Dell, Ernst & Young, e algumas en-
tidades empresariais, como a Fiep
(Federação das Indústrias do Esta-
do do Paraná), a Câmara de Co-
mércio Brasil-Espanha, entre ou-
tras. Esse fórum ajuda as empresas
a se apropriar mais dessa temática
e aprender com experiências e prá-
ticas compartilhadas pelos mem-
bros. Também apoiamos capacita-
ções para essas empresas e promo-
vemos eventos regulares para dis-
cutir assuntos específicos, como
empoderamento de mulheres e
contratação de pessoas com defi-
ciência – este, importante tema,
porque há muitas pessoas com de-
ficiência refugiadas no Brasil. Este
ano fizemos o primeiro evento
presencial, com cerca de 200 pes-
soas, em São Paulo.
Prática ESG: Quais as dúvidas
mais comuns que surgem nessas
conversas com empresas?
Almeida: Processo de contrata-
ção. Muitas empresas acham que é
ilegal contratar refugiados ou que
eles não teriam documentos que
permitissem contratação. As em-
presas do fórum são responsáveis
por mais de 6 mil contratações.
Não há impedimento. Esclarece-
mos que elas têm documentos,
carteira de trabalho e CPF. Tam-
bém podem abrir conta em banco
e serem MEI [Microeempreende-
dor Individual], se quiserem atuar
como empreendedores.
Prática ESG: E quais desafios
Agenda
Flip 2022 discute
sustentabilidade
A 20ª edição da Feira Literária
Internacional de Paraty (Flip
2022) terá evento paralelo, na
Casa Ramboll, parceira da feira,
sobre sustentabilidade no dia
24/11, partir das 10h, e 25 e
26/11 a partir das 11h. Serão dis-
cutidos temas como sociedades
resilientes e habitabilidade; des-
carbonização para net-zero; ges-
tão de recursos e economia cir-
cular, e biodiversidade e ecossis-
tema. Participarão, entre outros
nomes, Viviana Coelho (Petro-
bras); Patricia Ellen (AYA Earth
Partners); e Leo Slezynger (Reser-
va Chão de Estrelas). A casa fica
na Rua Dona Geralda, 11.
A programação será transmi-
tida pelo canal Casa Ramboll
FLIP, no Youtube:
https://bit.ly/3TCdmkE
DIVULGAÇÃO
elas compartilham?
Almeida: Preparar as equipes de
trabalho para a chegada de profis-
sionais refugiados. Já fizemos ca-
pacitações com grupos de geren-
tes a pedido de lideranças.
Prática ESG: Para quais cargos
refugiados e imigrantes são contra-
tados?
Almeida: Na prática, as pessoas
são contratadas geralmente para
cargos de início de carreira. Mes-
mo as que têm mais experiência
começam assim. Fizemos uma pes-
quisa para entender se os venezue-
lanos que chegam à Roraima e são
encorajados a ir para outras partes
do Brasil estão sendo integrados
ao mercado de trabalho e vimos
que muitos têm downgrade [re-
baixamento]. É uma população
contratada para funções abaixo do
seu nível educacional em uma pro-
porção maior do que a população
brasileira.
Prática ESG: Por que isso acontece?
Almeida: Acredito que tenha li-
gação com dificuldades de revali-
dação de títulos e diplomas. Leva
tempo, envolve custos e um
acompanhamento. A grande
maioria dos venezuelanos tem o
Ensino Médio completo, taxa
maior do que a média brasileira.
O nível superior é basicamente
igual, proporcionalmente, ao da
população brasileira. Há gente
em áreas como administração,
engenharia, área médica (médi-
cos, enfermeiros e farmacêuti-
cos), é bem variada. Mas sem vali-
dar o diploma, acabam aceitando
trabalhos que são abaixo do seu
perfil profissional. É um gargalo e
um prejuízo, pois nós vamos per-
dendo talentos que poderiam dar
uma contribuição enorme para o
país, mas estão indo para funções
de menor valor agregado.
Festival ODS
Acontece entre os dias 5 e 9 de
dezembro a 3º edição do Festival
ODS com empresas, organiza-
ções, estudantes e educadores
dos sete maiores países da Amé-
rica Latina, incluindo o Brasil. Se-
rão mais de 60 palestrantes, que
apresentarão cases de ações sus-
tentáveis e resultados de pesqui-
sas para contribuir com os 17
Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável nos países. Haverá
workshops, espaço para networ-
king e outras atividades. O tema
deste ano é: “Os 5 Ps do Desen-
volvimento Sustentável”, se refe-
rindo a Pessoas, Prosperidade,
Planeta, Parcerias e Paz, e a
Whirlpool a principal patrocina-
dora. A edição deste ano será
on-line e gratuita. Para informa-
ções, acesse: https://conhecendo-
osods.com.br/festival/