Numismática
Mariana Campos
transformou em
profissão a paixão
por moedas antigas
iniciada aos 13 anos C3
Quinta-feira, 25 de janeiro de 2024
Ano 24 | Número 5926 | R$ 6,00
www.valor.com.br
Estrangeiros começam o ano com
retirada de quase R$ 5 bi da bolsa
Ações Após a expressiva entrada de recursos da categoria em 2023, mudança de
perspectiva em relação ao início da redução dos juros nos EUA tem afetado o fluxo
Matheus Prado, Augusto Decker e
Arthur Cagliari
De São Paulo
O fluxo de recursos estrangeiros para a
bolsa de valores brasileira, que teve forte
aceleração no último bimestre de 2023,
mudou de direção desde a virada do ano.
Os investidores externos têm feito ven-
das líquidas de ações na B3 neste mês e
aumentado as apostas na alta do dólar,
enquanto há um fortalecimento das ex-
pectativas em torno de uma postura
mais conservadora do Fed, o banco cen-
Comprotestos,
discussãoda‘Lei
Ônibus’éadiada
Roberto Lameirinhas
De São Paulo
Milhares de argentinos reuniram-se em
frente ao Congresso, em Buenos Aires, em
protesto contra as reformas do governo
Milei. A manifestação foi parte da greve de
24h convocada por centrais sindicais. Ape-
sar do movimento, o comércio manteve as
portas abertas durante o dia. Com a adesão
de aeroportuários, Gol e Latam cancelaram
33 voos que tinham a capital do país como
origemoudestino.AAerolíneasArgentina,
267 voos. A Justiça do país confirmou a sus-
pensão das medidas do governo na área
trabalhista, que passam a depender do
Congresso. A votação da “Lei Ônibus” foi
adiada para a próxima semana. Página A7
Destaques
Crédito imobiliário
A poupança encerrou o ano passado com a
menor participação da história (34%) entre
as fontes de recursos para o crédito imobi-
liário no país. Os instrumentos de mercado
de capitais representaram 40% do total de
R$ 2,17 trilhões, segundo a Abecip. C1
Exportações de café
Os ataques de rebeldes houthis a navios no
Mar Vermelho complicaram o transporte
de café conilon do Vietnã para a Europa, o
que pode elevar exportações brasileiras. O
produto chegou a US$ 3,2 mil a tonelada
pela primeira vez na bolsa de Londres. B6
Exterior terá papel
preponderante em
preço de ativos no país
Eduardo Zilberman A8
Indicadores
Ibovespa 24/jan/24 -0,35 % R$ 20,3 bi
Selic (meta) 24/jan/24
Selic (taxa efetiva) 24/jan/24
Dólar comercial (BC) 24/jan/24
Dólar comercial (mercado) 24/jan/24
Dólar turismo (mercado) 24/jan/24
Euro comercial (BC) 24/jan/24
Euro comercial (mercado) 24/jan/24
Euro turismo (mercado) 24/jan/24
tral dos EUA. A perspectiva de os juros
americanos permanecerem em patamar
elevado por mais tempo afasta os investi-
dores do Brasil e de outros emergentes.
O cenário interno, com incertezas fis-
cais e a apresentação de uma política in-
dustrial recebida com cautela pelo mer-
cado financeiro, também teve algum pe-
so na movimentação, segundo analistas.
Dados mais recentes da B3 mostram
que as vendas de ações pelos estrangei-
ros neste mês superam as compras, até a
última segunda-feira, em R$ 4,95 bi-
lhões, levando em conta apenas o merca-
Multidão ocupa a Praça do Congresso, em Buenos Aires, em protesto contra as reformas econômicas do governo Javier Milei
Verticalização é saída e desafio para São Paulo
Rafael Vazquez e Luiz Fernando Figliagi
De São Paulo
São Paulo completa 470 anos nesta
quinta-feira em processo de aceleração da
verticalização da cidade. Para urbanistas,
esse adensamento é positivo, mas traz ao
menos dois grandes desafios: ao trânsito e
ao escoamento das águas pluviais.
11,75% ao ano
11,65% ao ano
4,9186/4,9192
4,9310/4,9316
4,9454/5,1254
5,3608/5,3634
5,3690/5,3696
5,4218/5,6018
Adensamento próximo aos modais de transporte é uma das grandes virtudes do Plano Diretor e da Lei de Zoneamento, diz a urbanista Adriana Levisky
Impostos
Escritórios de
advocacia criam
áreas específicas para
negociar transações
tributárias E1
do secundário (papéis já em circulação).
Em 2023, esse saldo ficou positivo em
R$ 44,85 bilhões, ajudando o Ibovespa a
ter expressiva valorização de 22%. Neste
ano, o índice tem perda de 4,75%.
As apostas na alta do dólar, refletidas
em contratos negociados no mercado fu-
turo, também têm crescido. A chamada
“posição comprada” em dólares via deri-
vativos (dólar futuro, mini, swap e cupom
cambial) dos não residentes alcançou
US$ 67,1 bilhões na B3, na segunda-feira,
nível recorde — analistas lembram que
esses contratos também podem ser usa-
Por um lado, a verticalização favorece a
mobilidade urbana, com mais pessoas mo-
rando próximas do trabalho e de modais
de transporte. Por outro, aumenta a imper-
meabilização do solo, agravando o proble-
ma das enchentes em meio à maior ocor-
rência de eventos climáticos extremos.
“Se eu permito maior adensamento, co-
mo é o caso do Plano Diretor e da Lei de Zo-
dos como uma ferramenta de proteção
para posições em outros ativos.
Gustavo Medeiros, da gestora inglesa
Ashmore, afirma que a direção do fluxo
estrangeiro é imprevisível até que haja
mais confiança em relação à trajetória
da economia e da política monetária
dos EUA. Num horizonte mais longo,
porém, ele vê boas chances de o fluxo de
recursos para o Brasil voltar a ser ex-
pressivo. “Existem poucos lugares com
tanta oportunidade de retornos poten-
ciais, em três a cinco anos, quanto a ren-
da fixa e variável no Brasil.” Página C1
RODRIGO ADB/AP PHOTO
neamentodacidadedeSãoPaulo,próximo
a locais de transporte, eu amplio a oferta de
moradia, e essa ampliação de oferta traz
consigo a redução do preço”, diz a urbanis-
ta Adriana Levisky. “Verticalização pode até
causar um desconforto de paisagem, para
alguns, mas do ponto de vista da sustenta-
bilidade não é ruim”, concorda o arquiteto
e urbanista Nabil Bonduki. Página A10
GABRIEL REIS/VALOR
Recursos humanos
Empresas como a MSD,
de saúde animal, criam
benefícios ‘home made’
para seus funcionários,
diz Camila Zanatta B2
GM anuncia
investimentos
de R$ 7 bilhões
no Brasil
Marli Olmos
De Brasília
A General Motors anunciou investi-
mento de R$ 7 bilhões para o período
2024/28. Os recursos serão para renova-
ção da linha de produtos e moderniza-
ção das fábricas no Brasil. O plano de-
monstra intenção de manter a atividade
no país. Neste ano acaba o programa
que abrangeu o período de 2019 a 2024
e envolveu R$ 10 bilhões.
A empresa não anunciou, no entanto,
plano sobre eletrificação, que definiria
eventual produção de modelos híbridos
ou elétricos. A montadora tem investido
pesado em eletrificação nos EUA.
Segundo Shilpan Amin, presidente da
área internacional da montadora, “al-
guns mercados chegarão ao elétrico mais
rapidamente do que outros”. Para ele, no
Brasil é preciso estabelecer uma ponte até
a eletrificação. O executivo não disse se a
GM poderá ter carros híbridos, mas não
descartou a possibilidade. Página B1
MinistrodoMME
pressionapor
ManteganaVale
Francisco Góes
Do Rio
O ministro de Minas e Energia, Alexan-
dre Silveira, ligou ontem para acionistas da
Vale para pressionar pela indicação
de Guido Mantega para a presidência da
mineradora, antecipou o colunista Lauro
Jardim, de “O Globo”. Os acionistas de refe-
rênciasãoPrevi,Cosan,MitsuieBradesco.A
pressão do governo ocorre no momento
em que se aproxima a reunião do conselho
de administração da companhia, que terá
de decidir se renova o mandato do atual
CEO, Eduardo Bartolomeo, ou se indica um
novo nome. Procurados, Silveira e o MME
não se pronunciaram, assim como os acio-
nistas de referência e a Vale. Página B3
Applepreparaa
chegadadaIAna
próximageração
doiPhone
Michael Acton
Financial Times, de San Francisco
Silenciosamente, a Apple está au-
mentando seus recursos em Inteligên-
cia Artificial (IA) com uma série de aqui-
sições, contratações e atualizações de
hardware projetadas para levar essa tec-
nologia à próxima geração de iPhones.
Desde 2017, a empresa já adquiriu 21
startups com atuação no segmento, con-
forme pesquisa da PitchBook. O negócio
mais recente foi a compra, em 2023, da
californiana WaveOne, que oferece com-
pressão de vídeos com tecnologia de IA.
“Eles estão se preparando para algumas
fusões e aquisições significativas”, afirma
Daniel Ives, da Wedbush Securities.
Outros fabricantes vêm se movimen-
tando mais rapidamente. Samsung e Go-
ogle anunciaram dispositivos que, segun-
do elas, executam funções de IA generati-
va por meio de smartphones. Página B4
A2 | Valor | Quinta-feira, 25 de janeiro de 2024
Brasil
É hora de os
empresários
voltarem
a ter voz
Nelson Niero
Gestão pública Tema aparece em 50 dos 88 programas
de proposta que será lançada hoje e prevê, por exemplo,
recuperar 12 milhões de hectares de vegetação
Ambiente é tema mais
presente em plano até
2027 de governo Lula
Daniela Chiaretti
De São Paulo
A agenda ambiental é a maior
pauta transversal do governo Lu-
la. A centralidade do tema está
explícita no Plano Plurianual
2024-2027, do Ministério do Pla-
nejamento e Orçamento (MPO).
O tópico está inserido em 50 dos
88 programas do PPA, com 113
objetivos específicos, 372 entre-
gas e 150 medidas institucionais
sob a gestão de 25 órgãos da ad-
ministração federal.
A interconexão fica clara no re-
latório “Agenda Transversal Am-
biental PPA 2024-2027” que será
lançado hoje, em evento em Brasí-
lia com as ministras Simone Tebet
(Planejamento e Orçamento), Ma-
rina Silva (Meio Ambiente e Mu-
dança do Clima), Sonia Guajajara
(Povos Indígenas) e o ministro
Waldez Góes (Integração e Desen-
Combate ao desmate ilegal da Amazônia
A meta é reduzir de 11.568 km2 em 2022 para 4.060 km2 em 2027
Metas em km2
10.000 9.280
7.500
5.000
2.500
0 0
2024
Fonte: SIOP (informações de dezembro de 2023)
Índice de empresas citadas em textos nesta edição
Altra C2
Amazon B2, B4
Americanas C6
Apple B4
ArcelorMittal B3
Ashmore C1
AVLA C2
B3 C1
É
certo, a se crer nas
estatísticas, que a
vida do
empreendedor
brasileiro melhorou
nos últimos anos. Tome-se
como medida o dado do Banco
Mundial que mostra quantos
dias demoram para se abrir
uma empresa. O Brasil passou
de 86,6 dias em 2013 para 16,6
dias em 2019 — comparado a
meio dia na Nova Zelândia e
230 na Venezuela, só para situar
o país entre dois extremos.
Um avanço significativo,
porém pequeno diante das
dificuldades que o candidato a
empresário terá de enfrentar.
Por exemplo, no indicador que
mede a facilidade de se fazer
negócios, o Brasil ficou na 140 o
posição, atrás do Senegal e à
frente dos vizinhos Paraguai e
Argentina. Nova Zelândia, outra
vez no primeiro lugar, é seguida
por Cingapura, país que a
megavarejista de origem
chinesa Shein escolheu como
sede e de onde ela exporta seus
produtos superbaratos para o
Brasil.
Esses tigres asiáticos podem
colocar os bigodes de molho.
Aloizio Mercadante não precisa
mais, como disse em outubro,
matar leões nem se desviar das
antas que forrageiam nos
arredores do BNDES porque
volvimento Regional.)
“As agendas transversais são
uma forma de abordar problemas
complexos e multidimensionais
de políticas públicas”, diz Leany
Lemos, secretária nacional de Pla-
nejamento do MPO. “Na constru-
ção das agendas transversais no
PPA buscamos ajudar o governo a
se organizar melhor na gestão,
monitoramento e definição de
prioridade de gastos, gerando
mais eficiência e transparência.”
O PPA é plano de governo pro-
posto pelo Executivo, previsto na
Constituição e legitimado pelo
Congresso. “É uma agenda que an-
cora os compromissos do país”, diz
Virgínia de Ângelis, secretária-ad-
junta de Planejamento do MPO. Na
versão atual há cinco agendas
transversais: crianças e adolescen-
tes, mulheres, igualdade racial, po-
vos indígenas e ambiente.
O documento organiza os com-
7.540
5.800
4.060
2025 2026 2027
Banco do Brasil B3 Bradesco B3
Banco do Nordeste A6 Caixa A6
Banco Master A6 Capital B3
Barry Callebaut B6 Cogna B2
BBVA C1 Cosan B3
Black Rock B3 CPFL A5
BMO Capital Markets C2 Creation Investments C2
BNDES A2, A3, A4 CSN B3
R$ 300 bilhões, “só de piso”,
acabam de ser liberados para a
“Nova Indústria Brasil”.
Dinheiro, decretou Luiz Inácio
da Silva, não é mais problema.
Como o liberalismo, novo ou
velho, não colou no país — é
uma espécie de sinal vermelho
da economia política que
supostamente serve para
alguma coisa, mas é
solenemente ignorado em
todas as esquinas —,
continuamos atrás do Estado
redentor. É uma busca antiga,
latino-americanamente atávica,
que ganhou corpo com Getúlio
Vargas e chegou ao ápice no
governo Ernesto Geisel.
Aos empresários, pragmáticos
por natureza, resta estabelecer
uma aliança com o poder da vez,
num ato legítimo de
sobrevivência ou num golpe de
esperteza para acelerar a “geração
de valor aos acionistas”. Num
regime que privilegia o
capitalismo de compadrio e
escolhe favoritos, estar na lista de
convidados é parte do business.
Como o Partido dos
Trabalhadores é um dos
herdeiros desse modelo
desenvolvimentista, não deveria
surpreender ninguém que
voltasse ao tema. A admiração
dos petistas pelo governo Geisel,
que implementou o Segundo
Plano Nacional de
promissos do governo em sete di-
mensões como prevenção e con-
trole do desmatamento e combate
a incêndios ou conservação, prote-
ção e recuperação da biodiversida-
de. Neste capítulo, um dos esforços
é atingir a meta de recuperar 12
milhões de hectares de vegetação
até 2030. Para isso está previsto, até
2027, recuperar 5 mil hectares de
áreas verdes urbanas e 190 mil
hectares em florestas públicas via
concessões, por exemplo.
Outro tópico trata da gestão e
conservação dos recursos hídricos.
No início do governo houve tensão
entre as pastas do Meio Ambiente,
Desenvolvimento Regional e a
Agência Nacional de Águas e Sa-
neamento Básico (ANA) sobre res-
ponsabilidades no tema, mas o re-
latório indica consenso e sugere
integração de outros órgãos.
A intenção, por exemplo, de am-
pliar a produtividade da agricultu-
Recuperação de cobertura vegetal nativa
Com sistemas agroflorestais, regeneração e reflorestamento
Em mil hectares
14.000
10.500
7.000
3.500
188 375
2024 2025
Fonte: SIOP (informações de dezembro de 2023)
Deutsche Bank C1
EAS A4
EDP A5
Enel A5
Energisa A5
Equatorial A5
Expocacer B6
General Motors B1
Desenvolvimento, em 1975, é
antiga e explícita. Um
levantamento feito pela “Folha
de S.Paulo” em 2008 mostrava
que Lula fizera 24 referências ao
general em seus discursos até
então. E ainda há debate entre
acadêmicos sobre se o
desastroso segundo governo
Dilma Rousseff foi uma
tentativa de ressuscitar aqueles
sonhos de grandeza industrial.
O PAC recauchutado virou
“neoindustrialização”, mas a
depender do que tivemos até
agora serão os mesmos velhos
truques, como os benefícios ao
setor automobilístico, tirado da
cartola nos primeiros meses do
governo, para facilitar a compra
de carros “populares”. No fim
do ano veio mais um presente
numa edição extra do “Diário
Oficial” no sábado à noite de 30
de dezembro que estica os
benefícios do setor no Norte e
Nordeste até 2032 — um
renúncia fiscal perto de R$ 19,3
bilhões. Esses incentivos não se
pagam, como mostrou Eduardo
Belo, editor de Brasil deste
jornal, em artigo no dia 11 de
janeiro (“Incentivos na
contramão”). É muito gasto
para pouco emprego criado.
Notícias como essas são
difíceis de engolir para setores
como o varejista, que enfrenta a
concorrência pesada das
Virgínia de Ângelis: “O PPA é uma agenda que ancora os compromissos do país”
ra irrigada para o desenvolvimen-
to regional prevê a implantação de
50 projetos de reúso de água até
2027, sendo 40 no Nordeste. Outra
meta é reduzir em 22% o número
de famílias sem acesso à água —
partindo de 945 mil famílias em
2024 para 774 mil em 2027 — com
a entrega de cisternas familiares e
outras tecnologias sociais.
No capítulo dedicado à gestão
dos recursos marinhos e zonas cos-
teiras o PPA é abrangente. Vai des-
de impulsionar o conhecimento
científico até enfrentamento da
emergência climática com, entre
outros pontos, a avaliação da vul-
nerabilidade de municípios.
Uma frente nova é a da bioeco-
nomia. “Trata-se de área recente,
com política pública que está em
detalhamento”, explica Virgínia.
Vários ministérios têm programas
sobre o tema e o conceito de bioe-
conomia varia. “Na discussão do
12.000
6.000
3.000
1.500
750
2026 2027 2028 2029 2030
Gerdau A2, B3 J.P. Morgan Asset C6
German DFI DEG C2 John Deere B5
goFlux B5 Julius Baer C1
Google B4 KFW C2
Grupo Leste C6 Levisky
IBM B1 Arquitetos/Estratégia
InfoJobs B2 Urbana A10
J.P. Morgan C2 Light A5
plataformas asiáticas e pede o
fim da isenção do imposto de
importação nos envios de até
US$ 50. Em dezembro, Sergio
Zimerman, fundador e
diretor-executivo da Petz,
avisou o presidente e os
ministros presentes numa
reunião do “Conselhão” que iria
ser “duro” e criticou a falta de
isonomia tributária entre redes
nacionais e as plataformas.
A relação entre o Estado
indutor e empresas privadas
nunca foi tranquila . Exemplo
notório é o chamado
“Documento dos 8”, o primeiro
em 1978 e depois repetido em
anos seguintes, no qual
empresários do peso de
Antônio Ermírio de Moraes e
Cláudio Bardella pediam
ajustes na economia e a volta ao
regime democrático. (A
democracia viria, mesmo que
em ritmo lento e gradual, em
1985. Já a economia entraria em
parafuso rapidamente numa
escalada hiperinflacionária só
debelada na década de 1990.)
Um dos signatários da carta
de 1978 e ex-membro do
“Conselhão” que chegou a ser
cotado para ser ministro de
Lula, Jorge Gerdau Johannpeter
saiu de sua semiaposentadoria
— ele deixou o comando do
grupo Gerdau em 2016 — e veio
a público em setembro reforçar
DIVULGAÇÃO
PPA já começou a integração entre
as pastas”, conta. O documento diz
que busca-se “promover um mo-
delo de desenvolvimento econô-
mico justo e ético, que gere produ-
tos, processos e serviços baseados
no uso sustentável de recursos bio-
lógicos, ancorados em conheci-
mentos científicos e tradicionais,
suas inovações e tecnologias; no
respeito aos limites dos ecossiste-
mas; e em negócios e mercados
que operam em diversas escalas”.
O leque de ações prevê a imple-
mentação do cadastro de Paga-
mento por Serviços Ambientais
(PSA), impulso para empreendi-
mentos atuarem em cadeias de va-
lor florestal, publicação de 15 edi-
tais de licitação para concessão de
florestas públicas federais até
2027 e chegar a 120 mil famílias
atendidas pelo programa Bolsa
Verde, de apoio à conservação, en-
tre outras metas.
Outro tópico discorre sobre a
qualidade ambiental em áreas ur-
banas e rurais. A última dimensão
é o enfrentamento da emergência
climática — e aqui os esforços vão
desde produzir mais informações
e modelos sobre clima até a cria-
ção de 170 centros de educação so-
cioambiental e a emissão de títulos
soberanos sustentáveis para finan-
ciar parte das ações relacionadas à
transformação ecológica.
“O documento é um instrumen-
to relevante de transparência so-
bretudo em um contexto em que o
país assumiu vários compromissos
internacionais”, diz Virgínia.
Lojas Renner A2 Previ B3
Pryon B4
Mineração Usiminas B3
Queiroz Galvão A4
Mitsui B3
Robert Half B2
Morgan Stanley B4 Samsung B4
Mover A4 SemiAnalysis B4
MSD B2 SG Comp Partners B2
OpenAI B4 Shein A2
Petz A2 Stellantis B1
o coro do setor siderúrgico, que
também se diz prejudicado com
as importações chinesas.
Meses antes, José Galló,
presidente do conselho da rede
varejista Lojas Renner, já havia
reclamado, numa entrevista ao
jornal “O Estado de S. Paulo”, da
falta de figuras importantes no
debate com “posições fortes e
firmes” e culpou a polarização
política, que, segundo ele,
limita o número de pessoas
próximas ao líder da vez e cria
um ambiente dominado por
“amigos do rei”.
Num texto recente, o colunista
do Valor Pedro Cafardo diz que
Bardellas e Ermírios fazem muita
falta no debate. De fato, seria
interessante ver a reação deles ao
novo plano. Antônio Ermírio,
como nos conta José Pastore na
sua biografia do empresário,
nunca se conformou com a
intromissão dos governos nas
empresas privadas e desconfiava
dos planejadores “que nunca
produziram um só parafuso”. A
Cláudio Bardella bastaria repetir
uma frase dita em 1977, em
referência à democracia
“possível” de Geisel: “Democracia
não comporta adjetivo. Ou existe
ou não existe”.
Nelson Niero é editor de S.A. do Valor
Econômico.
E-mail nelson.niero@valor.com.br
Com fortes
chuvas,
litoral de SP
aciona alerta
Folhapress, de São Paulo
A forte chuva do início da noi-
te desta quarta-feira (24) fez a
prefeitura de São Sebastião, no li-
toral norte de São Paulo, acionar
a sirene de alerta na Vila Sahy,
onde 64 pessoas morreram em
deslizamentos de encostas em fe-
vereiro do ano passado.
Segundo a administração mu-
nicipal, 50 milímetros de chuva
haviam caído em menos de uma
hora na região no começo da noi-
te de ontem.
Esta foi a primeira vez que a si-
rene foi acionada desde sua ins-
talação, no fim do ano passado,
de acordo com a prefeitura. Se-
gundo a Defesa Civil do Estado
de São Paulo, outros toques já ha-
viam ocorrido na cidade, mas es-
se foi o primeiro acionamento
geral de evacuação.
A administração municipal
disse à reportagem que não fo-
ram reportados deslizamentos,
mas que o acionamento foi feito
para que moradores saíssem de
suas casas em direção ao ponto
de encontro ou a um abrigo.
Em nota, a prefeitura disse que
uma escola municipal estava sen-
do usada para receber morado-
res até a chuva parar ou as águas
das ruas baixarem.
Nesta quarta-feira, o Inmet
(Instituto Nacional de Meteoro-
logia) emitiu um novo alerta de
grande perigo para acumulados
de chuva no litoral paulista. O
aviso também inclui a região me-
tropolitana de São Paulo, mas em
menor intensidade. O alerta vale
ao menos até o meio da tarde
desta quinta-feira (25), aniversá-
rio da cidade de São Paulo.
Conforme o Inmet, o volume
total de chuva pode passar de
100 mm em 24 horas. Há risco de
grandes alagamentos, transbor-
damentos de rios e deslizamen-
tos de encostas.
Sumitomo Corporation B3
Talenses Group B2
Tesla B1
Usiminas B3
Vale B3
Volkswagen B1
Warde Advogados C3
Wedbush Securities B4
WHG C2

Brasil
Entrevista Professor da PUC-Rio, economista
Vinicius Carrasco vê com preocupação diretrizes
da recém-lançada política industrial do governo
‘Estímulos podem
colocar limites para
a queda de juros’
Francisco Góes e Rafael Rosas
Do Rio
A nova política industrial lan-
çada esta semana pelo governo
representa uma nova embala-
gem para medidas semelhantes
que, no passado recente, se mos-
traram pouco efetivas, diz o eco-
nomista Vinicius Carrasco, pro-
fessor da PUC-Rio e ex-diretor do
Banco Nacional de Desenvolvi-
mento Econômico e Social (BN-
DES) no governo Temer.
Carrasco, que também é dire-
tor da Stone, afirma que políticas
industriais como a anunciada
não são indutoras de crescimen-
to e de aumento da produtivida-
de. O receio, diz, é que o governo
faça apostas “ruins” na alocação
de capital na economia. Ele tam-
bém entende que as medidas
precisariam ser mais específicas,
com metas claras em termos de
retorno do capital empregado.
Na visão de Carrasco, a alterna-
tiva está posta e é continuar na
trilha de reformas estruturais
que o país fez nos últimos anos,
incluindo a reforma da Previdên-
cia, a reforma tributária e a inde-
pendência do Banco Central, me-
didas que permitiram a redução
da taxa de juros da economia.
“Não houve nada mais impor-
tante, nos últimos anos, do que a
redução da taxa de juros”, afir-
mou. A seguir os principais pon-
tos da entrevista ao Valor:
Valor: Qual é a avaliação que o
senhor faz da nova política indus-
trial anunciada pelo governo?
Vinicius Carrasco: É uma tentati-
va de se retomar de maneira mais
intensa formas de estímulo à in-
dústria, que, em geral, se dão via
políticas de crédito subsidiado, be-
nefício fiscal e proteção contra a
competição externa. O plano se
encaixa nesse guarda-chuva. Te-
nho preocupações sobre retomar
essa direção. Houve inúmeras ava-
liações do que foi feito no passado
que sugerem que essas políticas
são pouco efetivas. O desafio da
economia brasileira é crescer de
maneira sistemática, aumentar a
produtividade. E essas políticas
não parecem ser indutoras de au-
mento de produtividade, do cres-
cimento, ao contrário. Trata-se de
uma nova embalagem para práti-
cas que se mostraram pouco efeti-
vas. Tenho também algumas preo-
cupações específicas.
Valor: Quais seriam?
Carrasco: Sou explícito numa
posição de não achar que essas po-
líticas vão induzir aumento de
produtividade e de crescimento,
que é o que precisamos. Mas se
viesse a pensar em desenhar algo
nesse sentido, eu faria de um jeito
em que critérios fossem estabeleci-
dos de maneira clara: quais são os
retornos dos projetos que vão ser
financiados? Qual é a expectativa
de retorno? A gente só vai ter au-
mento de produtividade por meio
dessas políticas se os projetos que
forem financiados tiverem retor-
nos maiores do que o custo de
oportunidade dos recursos utiliza-
dos. Todos os recursos têm alterna-
tivas de uso. A gente deveria com-
parar os retornos esperados de
uma iniciativa com os seus custos.
Valor: Precisa ter metas claras..
Carrasco: Por exemplo, como
acompanhar indicadores que vão
dizer se os retornos estão em vias
de ser atingidos ou não, como deci-
de parar um projeto em caso de si-
nais de que as coisas não vão bem.
Nada disso parece estar presente
uma vez mais. Tenho discordância
de princípio, mas também sobre
fazer isso sem critérios objetivos de
retorno vis-à-vis o custo de oportu-
nidade dos recursos. Meu medo é
de se insistir numa alocação [ruim]
de capital. Quão bem aloca capital
é determinante para o sucesso e de-
sempenho de uma economia.
Valor: Qual seria a alternativa?
Carrasco: O contraponto é dado
por avanços que houve no passado
[recente]. Aprovamos uma refor-
ma tributária que estabeleceu im-
posto sobre valor agregado, o IVA
no destino, com enorme redução
da complexidade na forma pela
qual se paga impostos no Brasil e
com evidentes implicações sobre
eficiência. Foi uma reforma discuti-
da com a sociedade, passou no
Congresso. É um tema que terá im-
pacto para todos e vai induzir me-
lhor alocação de recursos.
Valor: Há outros exemplos?
Carrasco: O marco das garantias
no mercado de crédito. Foi uma re-
forma cuja proposta se iniciou em
governos anteriores e foi conduzi-
da no ano passado pelo secretário
Marcos Pinto [da Fazenda]. Termi-
nou aprovada, inclusive com a pos-
sibilidade de fazer execuções extra-
judiciais, e vai ter impactos rele-
vantes para o mercado de crédito.
Neste ano o ministro [Fernando]
Haddad também elencou as inicia-
tivas micro para as quais ele vai dar
destaque e o governo vai trabalhar
para que as medidas sejam aprova-
das no Congresso. Tem coisas, co-
mo o projeto de resolução bancá-
ria, que precisa ser aprovado; tem
discussão sobre infraestrutura de
mercado; sobre alteração da lei de
falências para garantir maior efi-
ciência e assegurar que o processo
flua melhor. Isso vai induzir que os
agentes tenham mais confiança
em fazer investimentos. São medi-
das estruturais e estruturantes que
vão aumentar a eficiência da eco-
nomia, induzir melhor alocação de
capital, reduzir a complexidade de
quem paga impostos. São exem-
plos relacionados à atuação deste
governo que são alternativas e têm
esse condão de aumentar a produ-
tividade e o crescimento.
“As políticas
de curto prazo
que gestores
de política
econômica
têm à disposi-
ção são mone-
tária e fiscal”
Valor: Considera que ainda fal-
tam outros avanços institucionais?
Carrasco: Do ponto de vista ins-
titucional, há um avanço enorme.
Por um lado, a aprovação da inde-
pendência do Banco Central, o que
permite que haja, de fato, a separa-
ção do ciclo político do ciclo mone-
tário, o que é muito bom. E a pers-
pectiva que tenhamos como resul-
tado a redução nas taxas de juros
de longo prazo. É uma dimensão
que ajuda a ter taxa de juros meno-
res. Nos últimos 25 anos, o Banco
Central implantou o sistema de
metas de inflação, abriu o mercado
de pagamentos, introduziu uma
regulação prudencial proporcio-
nal a riscos, o que permitiu mais
competição, mantendo o sistema
financeiro hígido. O Banco Central
avançou no registro de ativos fi-
nanceiros, o que vai dar mais segu-
rança para as garantias e crédito. O
BC fez o PIX, a política pública mais
importante dos últimos 30 anos.
Mas acho que o pilar institucional
que falta é o que diz respeito a ver
políticas de Estado de recursos hu-
manos que garantam que o BC vai
conseguir manter esse ‘track re-
cord’. Isso passa por um processo
de valorização da carreira de Esta-
do e uma atenção que os servidores
do Bacen merecem. Precisa garan-
tir os próximos 30 anos de avanços
como esses que listei.
Valor: A política industrial seria
uma forma de garantir estímulos de
curto prazo para o crescimento?
Carrasco: As políticas de curto
prazo que gestores de política eco-
nômica têm à disposição são políti-
cas monetária e fiscal. Há um pro-
cesso de redução das taxas de juros.
A questão é até onde se consegue ir.
Estímulos como os anunciados [na
nova política industrial] podem
colocar limites para esse processo,
o que seria ruim. Existem políticas
macroeconômicas de estímulo a
curto prazo que são horizontais e
independem da necessidade de
identificar quais tipos de ativida-
des precisam receber financiamen-
to ou para quais setores devem ser
destinadas as compras governa-
mentais; quem deve ser protegido
decompetiçãoexternaesedevería-
mos produzir mais ou menos insu-
mos versus importá-los. Reformas
anteriores a este governo e ao go-
verno Bolsonaro tiveram o condão
de permitir a redução dos juros.
Não consigo imaginar políticas de
curto prazo que sejam mais efeti-
vas e que afetem o maior número
possível de atores econômicos. Não
houve nada mais relevante, nos úl-
timos anos, que o processo de re-
dução de taxa de juros.
Valor: Há quem receie ainda efei-
tos negativos do pacote para a in-
dústria sobre a política fiscal.
Carrasco: Por muito tempo a
gente colocou o fiscal atrapalhan-
do o monetário. É uma preocupa-
ção que devemos ter. Temos opor-
tunidade de continuar com esse
processo de redução dos juros. A
questão é como consegue percor-
rer essa última milha e garantir que
a inflação volte para o centro da
meta, as expectativas se ancorem.
Essa é a discussão para os próximos
meses nesse processo de redução
de taxa de juros. Mas um limite ób-
vio que esse processo vai ter se rela-
ciona com o fiscal, com a capacida-
de de solvência. Houve uma série
de reformas, nos últimos anos, que
sinalizaram que o fiscal ajudaria, o
que permitiu que houvesse redu-
ções da taxa de juros. Posso citar a
Lei do Teto de Gastos, a criação da
TLP, a Reforma da Previdência. Me-
didas que se aplicam a todos os se-
tores, favorecem todo o mundo.
Valor: Um ponto questionado é o
uso da TR para financiar inovação.
Carrasco: Projetos de inovação
são arriscados. Se financia inova-
ção via instrumentos mais pacien-
tes, não por meio de dívida. Vamos
alocar R$ 66 bilhões para projetos
que não são exatamente inovação.
Onde for pensar, a inovação é fi-
nanciada via equity. Vamos alocar
um montante de recursos em pro-
jetos que não são exatamente ino-
vação e a um custo que não remu-
nera as alternativas que os recur-
sos têm. Parte do princípio que
guiou a criação da TLP era que o os
recursos do FAT poderiam ser usa-
dos de maneira alternativa e preci-
savam ser remunerados de acordo
com alguma medida desse custo
de oportunidade. TR + 2% ao ano
não remunera o recurso. Ou esta-
mos contratando um problema ou
estamos nos autoenganando.
Valor: Faz sentido aportar R$ 8
bilhões em equity em fundos?
Carrasco: É melhor do que com-
prar ações de empresas. O BNDES
faz isso há tempos, caso dos fundos
Criatec. A questão é: precisamos de
intermediário nesse processo? Por
que não temos uma alternativa em
que o recurso flui direto? Do Tesou-
ro, digamos, se essa é uma vontade
da sociedade, que se aloque recur-
sos para gestores de fundos. Outro
ponto é como essa estrutura é feita
para garantir que esses recursos se-
jam remunerados de acordo com o
risco que a atividade carrega e que
o BNDES seja remunerado como
qualquer outro cotista.
Valor: O que pensa da LCD?
Carrasco: Temos que ver essas
coisas com cuidado. O intermediá-
Carrasco: política industrial do governo preocupa por apresentar medidas com histórico de pouca efetividade
rio financeiro, seja ele quem for,
não cria recursos. Capta e aloca re-
cursos. O BNDES não vai gerar pou-
pança, o que vai haver é o desloca-
mento de recursos que eram capta-
dos por outros intermediários para
o BNDES. O BNDES é uma institui-
ção 100% controlada pela União.
Então deveria se perceber o risco
do BNDES como risco do Tesouro, o
menor risco do país. É possível que
os agentes entendam que possa ha-
ver uma dimensão de subsídio
quando eles alocarem seus recur-
sos em LCDs porque tem um ins-
trumento emitido por um ente que
é 100% do governo e vai haver, por-
tanto, uma destinação de recursos
que seriam captados por outras
emissões para o BNDES. Se essa per-
cepção de subsídio for comparti-
lhada por mais gente, haverá um
deslocamento de recursos de ou-
tros intermediários para o BNDES.
Então acho que a gente pode ter
um tipo de ‘crowding out’ [aumen-
to do gasto público deslocando o
investimento privado].
“Não seria me-
lhor olhar com
mais cuidado
para o SUS em
vez de tentar
financiar
determinados
projetos?”
Valor: Como vê a proposta de fle-
xibilizar a TLP?
Carrasco: Precisa entender por
que se pensa em reformular algo
que tem menos de sete anos. A TLP
foi apresentada no início de 2017 e
começou a entrar em vigor no fim
daquele ano, início de 2018. Tem
um períodocurto ainda de implan-
tação e não vejo razão para reava-
liar e fazer mudanças para um ne-
gócio que parece estar dando certo,
vide o florescimento do mercado
de capitais. Não entendo a razão
pela qual uma discussão como essa
se dê. Há um saudosismo para que
o BNDES atinja níveis de desembol-
so que ele tinha há alguns anos,
mas para além disso não vejo mui-
ta razão para mudanças na TLP.
Valor: Vê pontos positivos no pla-
no para a indústria?
Carrasco: O desafio climático é
importante e vai se impor sobre to-
do mundo. Como vai tratar disso?
Subsidiando determinadas formas
de energia? Alocando o capital pa-
ra projetos de eólica em alto mar?
Essa é a melhor forma de executar
esse compromisso? A preocupação
aqui é, com essa moldura nova, re-
petir os erros de alocação de capital
que tivemos nos últimos dez anos.
E os efeitos negativos que tem so-
bre a produtividade e o crescimen-
to. Não há dúvida que precisa ter
políticas que garantam o enfrenta-
mento do desafio climático. A
questão de saúde também é impor-
tante. Mas não seria melhor olhar
com mais cuidado para o SUS em
vez de tentar financiar determina-
dos projetos? A questão disso tudo
é a forma de como fazer.
Quinta-feira, 25 de janeiro de 2024 | Valor | A3
LEO PINHEIRO/VALOR
CLARO S.A.
CNPJ/MF nº 40.432.544/0001-47 - NIRE 35.300.145.801 - Companhia Fechada
Edital de 1ª (Primeira) Convocação para a Assembleia Geral de Debenturistas da Emissão
de Debêntures Simples, da Espécie Quirografária, em Série Única, para Distribuição
Pública com Esforços Restritos da Décima Primeira Emissão da Claro S.A.
Nos termos do Art. 71, § 2º, Art. 124, caput e § 1º, inciso II, e Art. 289 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro
de 1976, conforme alterada (“Lei das Sociedades por Ações”) e da Cláusula 9 do “Instrumento Particular
de Escritura de Emissão de Debêntures Simples, da Espécie Quirografária, Não Conversíveis em Ações,
em Série Única, para Distribuição Pública com Esforços Restritos da Décima Primeira Emissão da Claro
S.A.”, celebrado em 21 de março de 2022 (“Escritura de Emissão”), entre a Claro S.A., sociedade
anônima, sem registro de companhia aberta perante a Comissão de Valores Mobiliários (“CVM”), com
sede na Cidade e Estado de São Paulo, na Rua Henri Dunant, nº 780, Torres A e B, Santo Amaro, CEP
04709-110, inscrita no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica do Ministério da Fazenda (“CNPJ/MF”) sob
o nº 40.432.544/0001-47 (“Companhia” ou “Emissora”) e a Pentágono S.A. Distribuidora de Títulos e
Valores Mobiliários, instituição financeira com sede na Cidade e Estado do Rio de Janeiro, na Av.
das Américas, nº 4200, Bloco 08, Ala B, Salas 302, 303 e 304, inscrita no CNPJ/MF sob o
nº 17.343.682/0001-38 (“Agente Fiduciário”), ficam os senhores titulares de debêntures objeto da
Escritura de Emissão (“Debenturistas”) convocados para reunirem-se em Assembleia Geral de
Debenturistas, a ser realizada em 15 de fevereiro de 2024, às 11h00 horas (“Assembleia Geral de
Debenturistas” ou “AGD”), de forma exclusivamente digital e remota, através do sistema eletrônico
“Microsoft Teams”, com link de acesso a ser encaminhado pela Companhia aos Debenturistas habilitados
conforme abaixo, sem prejuízo da possibilidade de preenchimento e envio de instrução de voto a
distância previamente à realização da assembleia, e em atenção à Resolução da Comissão de Valores
Mobiliários (“CVM”) nº 81, de 29 de março de 2022 (“Resolução CVM 81”), a fim de examinar, discutir e
deliberar sobre a seguinte Ordem do Dia: 1) Aprovar a oferta facultativa de resgate antecipado total das
Debêntures pela Companhia, nos termos da Cláusula 6.18.1 da Escritura de Emissão (“Oferta Facultativa
de Resgate Antecipado”), de acordo com os seguintes termos e condições: (i) o valor total correspondente
ao saldo do Valor Nominal Unitário acrescido da respectiva Remuneração nos termos da Cláusula 6.18.1
da Escritura de Emissão, calculada pro rata temporis desde o último pagamento da Remuneração até a
data do efetivo pagamento da Oferta Facultativa de Resgate Antecipado; (ii) dispensa do pagamento de
Prêmio de Resgate Antecipado Facultativo sobre a Oferta Facultativa de Resgate Antecipado; e
(iii) notificação da data do pagamento decorrente da Oferta Facultativa de Resgate Antecipado com
antecedência mínima de 3 (três) Dias Úteis da sua realização, ao Escriturador, ao Banco Liquidante e à
B3, com cópia ao Agente Fiduciário, bem como a disponibilização de “Aviso aos Debenturistas” no
seguinte endereço da rede mundial de computadores da Emissora (https://claropar.com.br/), cujo
pagamento deverá ocorrer até 29 de fevereiro de 2024, observado que quaisquer pagamentos deverão
ocorrer de acordo com os procedimentos da B3 e em consonância com as demais diretrizes estabelecidas
na Escritura de Emissão; 2) No caso de não ser aprovada a Oferta Facultativa de Resgate
Antecipado pelos Debenturistas, nos termos do item (1) acima, Aprovar a oferta facultativa de
amortização extraordinária pela Companhia, nos termos da Cláusula 6.19.1 da Escritura de Emissão
(“Oferta Facultativa de Amortização Extraordinária”) de acordo com os seguintes termos e condições:
(i) o valor total correspondente a 98% (noventa e oito por cento) do saldo do Valor Nominal Unitário
acrescido da respectiva Remuneração, nos termos da Cláusula 6.19.1 da Escritura de Emissão,
calculada pro rata temporis, desde o último pagamento da Remuneração até a data do efetivo pagamento
da Oferta Facultativa de Amortização Extraordinária; (ii) dispensa do pagamento de Prêmio de
Amortização Extraordinária Facultativa sobre a Oferta Facultativa de Amortização Extraordinária; e
(iii) notificação da data do pagamento decorrente da Oferta Facultativa de Amortização Extraordinária
com antecedência mínima de 3 (três) Dias Úteis da sua realização, ao Escriturador, ao Banco Liquidante
e à B3, com cópia ao Agente Fiduciário, bem como a disponibilização de “Aviso aos Debenturistas” no
seguinte endereço da rede mundial de computadores da Emissora (https://claropar.com.br/), cujo
pagamento deverá ocorrer até 29 de fevereiro de 2024, observado que quaisquer pagamentos deverão
ocorrer de acordo com os procedimentos da B3 e em consonância com as demais diretrizes estabelecidas
na Escritura de Emissão; e 3) Caso aprovada qualquer das deliberações retro, Autorizar que o Agente
Fiduciário e a Companhia pratiquem todos os atos, tomem todas as providências e adotem todas as
medidas necessárias à sua formalização e efetivação. Termos iniciados por letra maiúscula utilizados
neste edital de convocação e que não estiverem aqui definidos têm o significado que lhes foi atribuído na
Escritura de Emissão. Informações adicionais sobre a Assembleia Geral de Debenturistas e as matérias
constantes da Ordem do Dia podem ser obtidas junto à Companhia e ao Agente Fiduciário por meio de
contato através dos endereços eletrônicos invest@claro.com.br e assembleias@pentagonotrustee.com.br.
Conforme detalhado abaixo, a Assembleia Geral de Debenturistas será realizada através do sistema
eletrônico “Microsoft Teams”, com link de acesso a ser disponibilizado pela Companhia àqueles
Debenturistas que enviarem para o endereço eletrônico invest@claro.com.br, preferencialmente em até
2 (dois) dias antes da data de realização da Assembleia Geral de Debenturistas, na forma do disposto no
artigo 72, parágrafo 1º, da Resolução CVM 81, os seguintes documentos: (i) quando pessoa física,
documento de identidade válido com foto do debenturista (Carteira de Identidade (RG), Carteira Nacional
de Habilitação (CNH), passaporte, carteiras de identidade expedidas pelos conselhos profissionais e
carteiras funcionais expedidas pelos órgãos da Administração Pública, desde que contenham foto de seu
titular e seu número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas da Receita Federal do Brasil - “CPF”);
(ii) quando pessoa jurídica, (a) último estatuto social ou contrato social consolidado, devidamente
registrado no órgão competente; (b) documentos societários que comprovem a representação legal do
Debenturista; e (c) documento de identidade válido com foto do representante legal; (iii) quando fundo de
investimento, (a) último regulamento consolidado do fundo; (b) estatuto ou contrato social do seu
administrador ou gestor, conforme o caso, observada a política de voto do fundo e documentos
societários que comprovem os poderes de representação; e (c) documento de identidade válido com foto
do representante legal; e (iv) caso qualquer dos Debenturistas indicados nos itens (i) a (iii) acima venha
a ser representado por procurador, além dos respectivos documentos indicados acima, deverá
encaminhar procuração com poderes para sua representação na Assembleia Geral de Debenturistas.
Procedimentos Aplicáveis à Realização Digital da AGD: Em atendimento à Resolução CVM 81, a
Emissora apresenta abaixo os procedimentos aplicáveis à realização da AGD por meio digital: I. Acesso
e utilização do Sistema Eletrônico: A AGD será realizada por meio de plataforma digital
“Microsoft Teams”, que possibilitará a participação remota dos Debenturistas. O conteúdo da AGD será
gravado pela Emissora através da plataforma em que a AGD será realizada. Para participarem da
AGD, os Debenturistas deverão enviar até o horário de início da AGD, e preferencialmente enviada
até 2 (dois) dias antes de sua realização, para os e-mails invest@claro.com.br e assembleias@
pentagonotrustee.com.br: (i) a confirmação de sua participação acompanhada do número de inscrição
no CNPJ ou no CPF, conforme o caso, (ii) a indicação dos representantes que participarão da AGD,
informando seu CPF, telefone e e-mail para contato, e (iii) as cópias dos respectivos documentos de
comprovação de poderes, conforme indicativo de documentos estabelecido acima. A Emissora enviará
um e-mail, até o horário de início da AGD, contendo as orientações para acesso e os dados para conexão
ao sistema eletrônico, apenas aos Debenturistas que tiverem confirmado a participação na AGD e que
enviarem, prévia e diretamente à Companhia e ao Agente Fiduciário, os documentos de representação
abaixo citados, sendo admitido o envio até o horário da AGD, conforme determina o artigo 72º, § 2º, da
Resolução CVM 81, bem como disponibilizará no seguinte endereço da rede mundial de computadores
(https://claropar.com.br/) as referidas orientações de acesso. Caso determinado debenturista esteja com
problemas de acesso à plataforma, deverá entrar em contato com a Emissora pelos telefones (021) 2121
6474 ou (021) 2121 3406 e/ou e-mail acima informado para que seja prestado o suporte adequado e,
conforme o caso, o acesso do debenturista seja liberado mediante o envio de convite individual. Os
documentos relacionados às matérias constantes deste Edital estarão disponíveis aos Debenturistas no
endereço da Emissora informado acima, incluindo a Instrução de Voto a Distância (conforme definida
abaixo), elaborada com base nas matérias previstas na Ordem do Dia acima e no website da CVM
(www.cvm.gov.br). No dia de realização da AGD, os Debenturistas deverão se conectar com 30
(trinta) minutos de antecedência munidos de documento de identidade e dos documentos previamente
encaminhados por e-mail. Tanto a Emissora quanto o Agente Fiduciário não se responsabilizarão por
eventuais falhas de conexão ou problemas operacionais de acesso ou equipamentos dos Debenturistas.
II. Admissão de Instrução de Voto a Distância: O Debenturista poderá exercer seu direito de voto a
distância por meio do preenchimento da instrução de voto a distância (“Instrução de Voto a Distância”), o
qual está disponível na página da rede mundial de computadores da Emissora indicada acima. Para que
a Instrução de Voto a Distância seja considerada válida, é imprescindível: (i) o preenchimento de todos
os campos, incluindo a indicação do nome ou denominação social completa do Debenturista e o número
de inscrição no CPF ou no CNPJ, conforme o caso, bem como indicação de endereço de e-mail para
eventuais contatos; (ii) a assinatura ao final da Instrução de Voto a Distância do debenturista ou seu
representante legal, conforme o caso, e nos termos da legislação vigente. A Emissora exigirá que as
Instruções de Voto a Distância sejam assinadas, sendo aceitas as assinaturas por meio de plataforma
digital. Será aceita a Instrução de Voto a Distância que for enviada até o horário de início da AGD, e
preferencialmente enviada com ao menos 2 (dois) dias de antecedência da data de realização da AGD,
juntamente com os documentos listados no item III abaixo, aos cuidados do Departamento de
Relação com os Investidores da Companhia para o e-mail invest@claro.com.br e do Agente Fiduciário
para o e-mail assembleias@pentagonotrustee.com.br. Os Debenturistas que fizerem o envio da
Instrução de Voto a Distância e esta for considerada válida serão considerados presentes na AGD
ainda que não acessem o link para participação digital da AGD, sendo sua participação e voto
computados de forma automática. Contudo, em caso de envio da Instrução de Voto a Distância de
forma prévia pelo debenturista ou por seu representante legal com a posterior participação da AGD via
acesso ao link, caso o debenturista queira, poderá votar na AGD, caso em que o voto anteriormente
enviado será desconsiderado. III. Depósito Prévio de Documentos: Os Debenturistas deverão enviar
para a Companhia no e-mail invest@claro.com.br e para o Agente Fiduciário no e-mail
assembleias@pentagonotrustee.com.br, até o horário de início da AGD, e preferencialmente enviada
com ao menos 2 (dois) dias de antecedência da data de realização da AGD, os seguintes documentos:
(i) quando pessoa física: documento de identidade (desde que contenham foto de seu titular e seu
número de inscrição no CPF); (ii) quando pessoa jurídica ou veículo de investimento: cópia dos atos
societários e documentos que comprovem a representação do debenturista; e (iii) quando representado
por procurador: procuração com poderes específicos para sua representação na AGD, obedecidas as
condições legais, a qual poderá ser assinada fisicamente, sem reconhecimento de firma, digitalmente ou
eletronicamente, inclusive por meio da plataforma “DocuSign” ou outras plataformas similares, sem o uso
de certificado digital, conforme o caso, desde que seja possível identificar o signatário da procuração. Em
todo caso, os Debenturistas ou seus representantes legais, munidos dos documentos exigidos acima,
poderão participar da AGD ainda que tenham deixado de depositá-los previamente, desde que os
apresentem até o horário estipulado para a abertura dos trabalhos, conforme artigo 72º, § 2º, da
Resolução CVM 81.
São Paulo, 25 de janeiro de 2024
CLARO S.A.
A4 | Valor | Quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

Brasil

Conjuntura Banco promete dobrar desembolsos para setor incentivado nas outras gestões petistas

Apósinsucesso,indústrianavalterátaxamenordoBNDES
MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL
Paula Martini co, recebeu investimentos de R$ 4 projetos de construção, conver- vegação e de construção naval.
Do Rio bilhões, boa parte financiada pelo são e reparo de navios já existen- Também participaram da ceri-
BNDES, com o banco tornando-se tes, em montantes de 0,2 a 0,4 mônia as ministras do Meio Am-
Dois dias depois do lançamento o principal credor no processo de ponto percentual. O banco infor- biente e Mudança do Clima, Ma-
da nova política industrial pelo recuperação judicial da empresa, mou que os projetos precisam rina Silva; e da Ciência, Tecnolo-
governo federal, o Banco Nacional controlada por Mover (ex-Camar- comprovar a redução de gases do gia e Inovação, Luciana Santos; o
de Desenvolvimento Econômico e go Correa) e Queiroz Galvão. efeito estufa para garantir a apli- ministro da Defesa, José Mucio
Social (BNDES) lançou, nesta quar- Agora o BNDES justifica a ne- cação dos redutores. Monteiro; e o comandante de
ta-feira (24), uma série de medidas cessidade de incentivos à indús- “Nós liberamos um R$ 1 bilhão Operações Navais e diretor-geral
para fomentar a indústria naval. A tria naval pelas metas de descar- em 2023 e a nossa meta é chegar a de Navegação, almirante de es-
instituição pretende dobrar os de- bonização estabelecidas pela R$ 2 bilhões em 2024. Por isso, nós quadra Wladmilson de Aguiar.
sembolsos para o setor em 2024, Organização Marítima Interna- estamos reduzindo ainda mais o No evento, Mercadante refor-
além de reduzir o spread bancário cional (IMO), que prevê multas spread. Agora estamos convocan- çou que a linha voltada à inova-
para projetos de construção e re- para países que não descarboni- do a Marinha, os pesquisadores e ção, que oferece crédito com a ta-
paro de embarcações que redu- zarem a frota até 2030. O presi- institutos para desenvolver tecno- xa TR, de cerca de 2%, poderá ser
zam a emissão de gases poluentes. dente do BNDES, Aloizio Merca- logia para navio com energia reno- usada para dar suporte às indús-
O anúncio remete a políticas de dante, diz que o Brasil precisa vável”, disse o presidente do trias relacionadas à chamada
governos anteriores do PT, quando desenvolver uma frota própria, BNDES. A redução será de 0,24 economia azul. O Fundo Clima
o BNDES foi o grande financiador já que 95% das exportações na- ponto percentual para construção também poderá ser usado para
do setor no país. O banco conce- cionais são feitas pelo mar. de novas embarcações; de 0,4 pon- projetos relacionados a recursos
deu, em 15 anos, R$ 18,7 bilhões “Nós temos que voltar a pro- to percentual para modernização hídricos, com a menor taxa do
em empréstimos para construir e duzir navio, mas o navio do fu- de embarcações; e de 0,2 ponto pa- fundo, de 1% ao ano.
reformar estaleiros e erguer em- turo, porque é isso que vai ser ra projetos de docagem, reparo e Em outra frente, o banco prevê
barcações. Nos anos seguintes, no exigido nos próximos anos”, de- manutenção da frota naval. linhas específicas com prazo de até
entanto, os grandes estaleiros fendeu Mercadante. “O Brasil, Os desembolsos serão feitos 34 anos para apoiar os cerca de
construídos entraram em recupe- como tem muita especialidade por meio do Fundo da Marinha R$ 45 bilhões de investimentos
ração judicial por problemas para em etanol e biocombustíveis, Mercante (FMM), do qual o previstos para o setor porturário
entregar encomendas no prazo e pode sair na frente e ocupar a li- BNDES é agente repassador. no Novo Programa de Aceleração
no custo contratados. derança”, emendou. Principal fonte de financiamen- do Crescimento (PAC). “Nós temos
No fim de 2022, as dívidas dos Chamada de BNDES Azul, a to para a indústria, o FMM é for- instrumentos para estimular o
três principais estaleiros construí- iniciativa lançada nesta quarta mado com parte dos recursos do mercado a apresentar bons proje-
dos nas gestões do PT somavam prevê a redução de spread bancá- frete das embarcações. O dinhei- tos, boas pesquisas e muita inova-
R$ 11,6 bilhões. Só o Estaleiro rio (diferença entre o custo de ro do fundo permite desenvol- ção tecnológica para o Brasil sair
Atlântico Sul (EAS), de Pernambu- captação e o empréstimo) para Aloizio Mercadante: Brasil precisa desenvolver frota própria ver a indústria brasileira de na- na frente”, disse Mercadante.

CLARO S.A.
CNPJ/MF nº 40.432.544/0001-47 - NIRE nº 35.300.145.801 - Companhia Fechada
Assembleia Geral Extraordinária - Edital de Convocação
Ficam convidados os senhores acionistas da Claro S.A. (“Companhia”) a comparecer à Assembleia
Alckmin descarta compra de ações pelo banco
Geral Extraordinária que se realizará na sede social da Companhia, na Rua Henri Dunant, nº 780,
Torres A e B, Santo Amaro, CEP 04709-110, na Cidade e Estado de São Paulo, no dia 01 de fevereiro Estevão Taiar te a uma parte do Programa de “não é setorial, é horizontal” e mento emprestará na NIB “será
de 2024, às 9:00 horas, com a finalidade de deliberar sobre a seguinte ordem do dia: (a) deliberar
sobre a emissão e as características da 14ª (décima quarta) emissão de debêntures simples, da De Brasília Aceleração do Crescimento (PAC). busca por exemplo “melhorar a captada no mercado”.
espécie quirografária, não conversíveis em ações, em série única, para distribuição pública, sob o “[Escolha de conteúdo nacio- produtividade” da economia. Alckmin ainda disse que a NIB
rito de registro automático de distribuição, sob o regime de garantia firme de colocação, nos
termos da Lei nº 6.385/76, conforme alterada, da Resolução da Comissão de Valores Mobiliários nº O vice-presidente e titular do nal] será algo absolutamente cri- De acordo com o ministro, até prevê que “quem exporta em dó-
160/22, conforme em vigor, e, das demais leis e regulamentações aplicáveis, no valor total de Ministério do Desenvolvimento, terioso”, disse em entrevista ao aqui foram apresentadas “só as lar pode ter financiamento em
R$3.000.000.000,00 (três bilhões de reais) (“Emissão” e “Debêntures”); (b) delegação de poderes ao
Conselho de Administração para deliberar sobre qualquer alteração nas condições da Emissão, nos Indústria, Comércio e Serviços UOL. “Todo mundo (países) bus- missões” da NIB. Posteriormen- dólar”. “Ele (exportador) está
termos do artigo 10º, parágrafo 7º, inciso XXII, do Estatuto Social e do art. 59, §4º da Lei nº 6.404/1976, (Mdic), Geraldo Alckmin, afir- ca impulsionar a sua indústria.” te, “todo o desembolso” terá ‘hedgeado’”, disse.
conforme alterada; (c) autorizar a Diretoria da Companhia a adotar todas e quaisquer providências e
celebrar todos os documentos necessários à efetivação da Emissão, incluindo, mas sem limitação, a mou que a nova política indus- A nova política industrial foi “meta, resultado e [em caso de Ele descartou a compra de
prática dos atos necessários à assinatura da respectiva escritura de emissão e eventuais aditamentos, trial “não tem nada a ver com lançada na segunda-feira pelo descumprimento] punição”. ações pelo BNDES no novo pro-
conforme aplicável, a negociação dos termos da escritura de emissão, contratos relacionados e
eventuais aditamentos, conforme aplicável, a contratação de instituições financeiras para coordenar questão fiscal” e que o Banco Na- presidente Luiz Inácio Lula da Sil- Ele destacou que “acabou a grama. “O que o BNDES está es-
e efetuar a distribuição das Debêntures ao público investidor, e, a assinatura de todos os contratos,
acordos e formulários necessários à efetivação da Emissão; (d) autorizar a Diretoria da Companhia a
cional de Desenvolvimento Eco- va (PT). A elaboração foi comanda- TJLP”, referindo-se à Taxa de Juros tudando é [um aporte de] R$ 8
contratar assessores legais e demais prestadores de serviços necessários à Emissão; e (e) ratificar nômico e Social (BNDES) “não da pelo Mdic dentro do Conselho de Longo Prazo (TJLP), a principal bilhões para um fundo de mine-
todos os atos que tenham sido praticados pela Diretoria da Companhia anteriormente à data da
Assembleia Geral Extraordinária em relação à Emissão. Instruções Gerais: (a) Os instrumentos de
vai comprar ações de empresas”. Nacional de Desenvolvimento In- balizadora dos empréstimos do rais críticos.” Segundo o minis-
mandato deverão ser depositados na sede da Companhia até o dia 31 de janeiro de 2024, até as Alckmin disse ainda que o polí- dustrial (CNDI), que tem represen- BNDES até 2017. "O governo não tro, a ideia é que o fundo finan-
17:00 horas. (b) Os documentos relativos à ordem do dia da referida Assembleia se encontram à
disposição dos senhores acionistas na sede da Companhia. Os acionistas que forem representados
tica de conteúdo nacional prevista tantes de 20 ministérios, BNDES e vai subsidiar setor nenhum", disse. cie, por meio de crédito, o desen-
por procurador deverão observar o disposto no artigo 126 da Lei das Sociedade por Ações. São na Nova Indústria Brasil (NIB) “é 21 entidades da sociedade civil. Também afirmou que “parte do volvimento da exploração e pes-
Paulo, 24 de janeiro de 2024. Daniel Hajj Aboumrad - Presidente do Conselho de Administração.
uma coisa mínima”, ligada somen- Alckmin destacou que a NIB dinheiro” que a instituição de fo- quisa desses minerais críticos.

Atividade econômica Atualize suas contas

Indicadores agregados Variação dos indicadores no período
dez/23 nov/23 out/23 set/23 ago/23 jul/23 jun/23 mai/23 abr/23 mar/23 Em % Em R$
Índice de atividade econômica - IBC-Br (%) (1) - 0,01 -0,18 -0,03 -0,68 0,36 0,33 -1,36 1,01 -0,10 Mês TR (1) Poupança (2) Poupança (3) TBF (1) Selic (4) TJLP TLP FGTS (5) CUB/SP UPC Salário mínimo
Indústria (1) jun/22 0,1484 0,6491 0,6491 0,9496 1,02 0,5513 0,4472 0,3954 2,22 23,59 1.212,00
jul/22 0,1631 0,6639 0,6639 0,9844 1,03 0,5851 0,4456 0,4101 0,73 23,67 1.212,00
Produção física industrial (IBGE - %) ago/22 0,2409 0,7421 0,7421 1,0929 1,17 0,5851 0,4630 0,4881 -0,01 23,67 1.212,00
Total - 0,5 0,1 0,1 0,2 -0,3 0,0 0,4 -0,6 1,1
set/22 0,1805 0,6814 0,6814 1,0020 1,07 0,5662 0,4670 0,4276 -0,06 23,67 1.212,00
Indústria de transformação - -0,2 0,0 -0,3 1,1 -0,4 -0,3 0,0 -0,7 1,4
out/22 0,1494 0,6501 0,6501 0,9506 1,02 0,6005 0,4702 0,3964 0,04 23,81 1.212,00
Indústrias extrativas - 3,4 -0,4 6,3 -4,6 -1,3 3,0 1,2 -0,7 -0,1
nov/22 0,1507 0,6515 0,6515 0,9519 1,02 0,5811 0,4614 0,3977 0,15 23,81 1.212,00
Bens de capital - -1,7 -0,7 -2,4 4,9 -7,1 -2,6 4,4 -11,9 8,9
dez/22 0,2072 0,7082 0,7082 1,0489 1,12 0,6005 0,4670 0,4543 0,17 23,81 1.212,00
Bens intermediários - 1,6 0,7 0,8 -0,4 -0,4 -0,3 0,0 0,2 1,1
jan/23 0,2081 0,7091 0,7091 1,0398 1,12 0,6142 0,4812 0,4552 -0,06 23,93 1.302,00
Bens de consumo - -0,2 -1,0 -1,6 2,3 1,5 0,2 -0,7 1,3 -1,2
fev/23 0,0830 0,5834 0,5834 0,8536 0,92 0,5546 0,4931 0,3298 0,00 23,93 1.302,00
Faturamento real (CNI - %) - 0,5 -0,3 -0,9 1,0 -2,3 1,4 -0,1 -1,4 0,8
mar/23 0,2392 0,7404 0,7404 1,0912 1,17 0,6142 0,4986 0,4864 -0,18 23,93 1.302,00
Horas trabalhadas na produção (CNI - %) - 0,8 -0,3 -0,8 0,0 -0,4 0,0 0,6 -1,3 1,0
abr/23 0,0821 0,5825 0,5825 0,8527 0,92 0,5873 0,4907 0,3289 0,29 24,06 1.302,00
Comércio
mai/23 0,2147 0,7158 0,7158 1,0465 1,12 0,6070 0,4812 0,4619 1,44 24,06 1.320,00
Receita nominal de vendas no varejo - Brasil (IBGE - %) (1)(2) - 0,7 -0,1 0,8 0,6 1,0 0,7 -2,0 -1,4 3,0
jun/23 0,1799 0,6808 0,6808 1,0014 1,07 0,5873 0,4622 0,4270 0,64 24,06 1.320,00
Volume de vendas no varejo - Brasil (IBGE - %) (1)(2) - 0,1 -0,3 0,6 -0,1 0,8 0,2 -0,6 -0,1 0,7
jul/23 0,1581 0,6589 0,6589 0,9694 1,07 0,5843 0,4464 0,4051 0,09 24,17 1.320,00
Serviços
ago/23 0,2160 0,7171 0,7171 1,0578 1,14 0,5843 0,4321 0,4632 0,05 24,17 1.320,00
Receita nominal de serviços - Brasil (IBGE - %) (1) - 0,6 0,1 1,1 -0,3 0,2 0,2 -0,2 -0,8 1,1 set/23 0,1130 0,6136 0,6136 0,9039 0,97 0,5654 0,4194 0,3599 -0,05 24,17 1.320,00
Volume de serviços - Brasil (IBGE - %) (1) - 0,4 -0,5 -0,2 -1,4 0,7 0,1 1,5 -1,8 1,1 out/23 0,1056 0,6061 0,6061 0,8964 1,00 0,5478 0,4186 0,3525 -0,05 24,29 1.320,00
Mercado de trabalho nov/23 0,0775 0,5779 0,5779 0,8481 0,92 0,5301 0,4337 0,3243 0,12 24,29 1.320,00
Taxa de desocupação (Pnad/IBGE - em %) - 7,5 7,6 7,7 7,8 7,9 8,0 8,3 8,5 8,8 dez/23 0,0690 0,5693 0,5693 0,8395 0,89 0,5478 0,4519 0,3158 0,00 24,29 1.320,00
Emprego industrial (CNI - %) (1) - 0,5 0,2 -0,1 -0,3 0,1 0,1 -0,2 0,2 -0,6 jan/24 0,0875 0,5879 0,5879 0,8582 0,97 0,5462 0,4551 0,3343 - 24,35 1.412,00
Indicador Antecedente de Emprego - (FGV/IBRE) (1)(3) 2,3 0,0 -1,4 -0,5 -1,1 1,2 2,2 -0,4 -1,4 1,7 2024 0,09 0,59 0,59 0,86 0,97 0,55 0,46 0,33 - 0,25 6,97
Balança comercial (US$ milhões) Em 12 meses* 1,64 7,91 7,91 11,81 12,86 7,08 5,62 4,69 2,31 1,76 8,45
Exportações 28.839 27.878 29.669 28.707 31.095 28.306 29.596 32.656 27.086 32.810 2023 1,76 8,04 8,04 12,01 13,04 7,15 5,65 4,81 2,31 2,02 8,91
Importações 19.479 19.112 20.505 19.530 21.468 20.121 19.533 21.689 19.146 22.072 Fontes: Banco Central, CEF, Sinduscon e Ministério da Fazenda. Elaboração: Valor Data * Até o último mês de referência
Saldo 9.360 8.766 9.165 9.177 9.627 8.185 10.064 10.967 7.940 10.738 (1) Taxa do período iniciado no 1º dia do mês. (2) Rendimento no 1º dia no mês seguinte para depósitos até 03/05/12 (3) Rendimento no 1º dia no mês seguinte para depósitos a partir de
Fontes: Banco Central, CNI, FGV, IBGE e SECEX/MDIC. Elaboração: Valor Data (1) Metodologia com ajuste sazonal. (2) Nova série com índice base 2014 = 100. (3) Var. em pts 04/05/12; Lei nº 12.703/2012 (4) Taxa efetiva; para janeiro projetada. (5) Crédito no dia 10 do mês seguinte (TR + Juros de 3% ao ano)

Produção e investimento Inflação Dívida e necessidades de financiamento

Variação no período Variação no período (em %) Valores em R$ bilhões - no setor público
Indicadores 3º Tri/23 2º Tri/23 2023 (1) 2022 2021 2020 Dívida líquida do setor público nov/23 out/23 nov/22
Acumulado em Número índice
PIB (R$ bilhões) * 2.741 2.701 10.666 10.080 9.012 7.610 Valor % do PIB Valor % do PIB Valor % do PIB
PIB (US$ bilhões) ** 559 535 2.075 1.920 1.649 1.476 jan/24 dez/23 2024 2023 12 meses jan/24 dez/23 dez/23 jan/23
Dívida líquida total 6.424,4 59,47 6.351,5 59,18 5.578,2 55,84
Taxa de Variação Real (%) 0,1 1,0 3,1 3,0 4,8 -3,3 IBGE
(-) Ajuste patrimonial + privatização -38,1 -0,35 -36,7 -0,34 4,8 0,05
Agropecuária -3,3 0,5 14,4 -1,1 0,0 4,2 IPCA - 0,56 - 4,62 4,62 - 6.773,27 6.773,27 6.508,40
(-) Ajuste metodológico s/ dívida* -717,5 -6,64 -710,8 -6,62 -761,7 -7,62
Indústria 0,6 0,9 2,0 1,5 5,0 -3,0 INPC - 0,55 - 3,71 3,71 - 6.954,74 6.954,74 6.737,00
Dívida fiscal líquida 7.179,9 66,46 7.099,0 66,15 6.335,1 63,41
Serviços 0,6 1,0 2,8 4,3 4,8 -3,7 IPCA-15 - 0,40 - 4,72 4,72 - 6.645,93 6.645,93 6.381,55
Formação Bruta de Capital Fixo (%) -2,5 -0,3 -1,1 1,1 12,9 -1,7 IPCA-E - 0,40 - 4,72 4,72 - 6.645,93 6.645,93 6.381,55 Divisão entre dívida interna e externa
Investimento (% do PIB) 16,6 16,4 17,0 17,8 17,9 16,6 Dívida interna líquida 7.067,4 65,42 6.999,7 65,22 6.318,8 63,25
FGV
Fontes: IBGE e Banco Central. Elaboração: Valor Data Dívida externa líquida -643,1 -5,95 -648,1 -6,04 -740,5 -7,41
IGP-DI - 0,64 - -3,30 -3,30 - 1.105,54 1.105,54 1.143,86
* Valores correntes. ** Banco Central. (1) 3º trim de 2023, nos últimos 12 meses
Núcleo do IPC-DI - 0,33 - 3,48 3,48 - - - - Divisão entre as esferas do governo
IPA-DI - 0,79 - -5,92 -5,92 - 1.294,35 1.294,35 1.373,29 Governo Federal e Banco Central 5.473,8 50,67 5.402,1 50,34 4.677,3 46,82
IPA-Agro - 3,64 - -11,34 -11,34 - 1.785,32 1.785,32 2.002,30 Governos Estaduais 852,3 7,89 852,9 7,95 808,2 8,09
Contrib. previdenciária* IR na fonte IPA-Ind. - -0,22 - -3,77 -3,77 - 1.094,53 1.094,53 1.136,97 Governos Municipais 49,9 0,46 48,5 0,45 37,7 0,38
Empregados e avulsos** Faixas de contribuição IPC-DI - 0,29 - 3,55 3,55 - 733,67 733,67 714,15 Empresas Estatais 48,3 0,45 48,0 0,45 55,0 0,55
INCC-DI - 0,31 - 3,49 3,49 - 1.088,31 1.088,31 1.056,42
Salário de Base de cálculo* Alíquota Parcela a deduzir Necessidades de financiamento do setor público nov/23 out/23 nov/22
IGP-M - 0,74 - -3,18 -3,18 - 1.124,07 1.124,07 1.163,47
em R$ em % IR - em R$ Fluxos acumulados em 12 meses Valor % do PIB Valor % do PIB Valor % do PIB
contribuições em R$ Alíquotas em % (1) IPA-M - 0,97 - -5,60 -5,60 - 1.334,20 1.334,20 1.414,81
Até 1.412,00 7,50 Até 2.112,00 0,0 0,00 IPC-M - 0,14 - 3,40 3,40 - 716,46 716,46 697,07 Total nominal 844,8 7,82 834,3 7,77 443,9 4,44
De 1.412,01 até 2.666,68 9,00 De 2.112,01 até 2.826,65 7,5 158,40 INCC-M - 0,26 - 3,32 3,32 - 1.086,15 1.086,15 1.054,56 Governo Federal** 674,1 6,24 648,1 6,04 419,4 4,20
De 2.666,69 até 4.000,03 12,00 De 2.826,66 até 3.751,05 15,0 370,40 IGP-10 0,42 0,62 0,42 -3,56 -3,20 1.148,17 1.143,35 1.143,35 1.186,13 Banco Central 67,7 0,63 78,1 0,73 20,9 0,21
De 4.000,04 até 7.786,02 14,00 De 3.751,06 até 4.664,68 22,5 651,73 IPA-10 0,42 0,81 0,42 -6,02 -5,57 1.372,48 1.366,78 1.366,78 1.453,44 Governo regional 94,9 0,88 100,4 0,94 3,5 0,03
Empregador doméstico 8,00 Acima de 4.664,68 27,5 884,96 IPC-10 0,46 0,22 0,46 3,43 3,42 724,16 720,87 720,87 700,19 Total primário 131,4 1,22 114,2 1,06 -137,9 -1,38
Fonte: Previdência Social. Elaboração: Valor Data *Competên- INCC-10 0,39 0,01 0,39 3,04 3,30 1.074,39 1.070,21 1.070,21 1.040,09 Governo Federal -150,2 -1,39 -172,2 -1,60 -322,9 -3,23
Fonte: Receita Federal. Elaboração: Valor Data
cia jan/24. **Inclusive empregado doméstico. (1) Para fins de *Valores consideram o desconto simplificado de R$ 528,00 Banco Central 0,6 0,01 0,5 0,00 0,3 0,00
FIPE
recolhimento ao INSS Obs. Desconto por dependente: R$ 189,59 Governo regional -2,0 -0,02 3,7 0,03 -70,7 -0,71
IPC - 0,38 3,15 3,15 3,15 - 675,27 675,27 658,74
Fonte: Banco Central. Elaboração: Valor Data * Interna e externa.** Inclui INSS. Obs.: Sem Petrobras e Eletrobras.
DIEESE
ICV* - - - - 3,07 - - - -
Principais receitas tributárias Obs.: IPCA-E no 4º trimestre = 0,94%, IGP-M 2ª prévia jan/24 0,33% e IPC-FIPE 2ª quadrissemana jan/24 0,33%
Valores em R$ bilhões Fontes: FGV, IBGE, FIPE e DIEESE. Elaboração: Valor Data *Índice em 2020 até fevereiro Resultado fiscal do governo central
Valores em R$ bilhões a preços de novembro*
Discriminação Janeiro-dezembro Var. dezembro Var.
Discriminação Janeiro-novembro Var. novembro Var.
2023 2022 % 2023 2022 % Imposto de Renda Pessoa Física 2023 2022 % 2023 2022 %
Receita Federal
Imposto de renda total 746,7 710,0 5,16 73,8 66,6 10,86
Pagamento das quotas - 2023 Receita total 2.143,5 2.221,0 -3,49 179,8 176,3 1,96
Receita Adm. Pela RFB** 1.323,1 1.347,6 -1,82 110,5 113,6 -2,69
Imposto de renda pessoa física 58,6 57,8 1,38 4,2 3,8 9,42 Arrecadaçao Líquida para o RGPS 522,1 493,7 5,75 48,6 44,4 9,41
Imposto de renda pessoa jurídica 300,5 315,1 -4,65 16,0 17,2 -7,20 No prazo legal
Receitas Não Adm. Pela RFB 298,4 379,8 -21,43 20,7 18,3 12,73
Imposto de renda retido na fonte 387,6 337,1 14,98 53,6 45,5 17,82 Quota Vencimento Valor da quota Valor dos juros Valor total
Transferências a Estados e Municípios 408,8 436,4 -6,34 42,9 44,9 -4,48
Imposto sobre produtos industrializados 61,7 64,9 -4,90 6,1 5,3 13,77 (Campo 7 do DARF) (Campo 9 do DARF) (Campo 10 do DARF)
Receita líquida total 1.734,8 1.784,6 -2,79 136,9 131,5 4,16
Imposto sobre operações financeiras 61,2 58,6 4,47 5,6 5,2 8,88 1ª ou única 31/05/2023 - Campo 7 Despesa Total 1.849,1 1.729,8 6,90 176,3 146,9 20,02
Imposto de importação 54,3 59,2 -8,30 4,5 4,7 -4,60 2ª 30/06/2023 1,00% Benefícios Precidenciários 812,7 776,8 4,62 68,2 64,6 5,61
Cide-combustíveis 1,3 1,4 -8,88 0,3 0,0 22.711,53 3ª 31/07/2023 2,07% + Pessoal e Encargos Sociais 314,7 319,5 -1,48 30,1 31,2 -3,26
Contribuição para Finsocial (Cofins) 335,9 312,9 7,35 30,9 26,4 17,13 4ª 31/08/2023 Valor da declaração 3,14% Campo 8 Outras Despesas Obrigatórias 275,7 287,5 -4,11 31,3 24,1 29,83
CSLL 156,9 164,9 -4,84 9,0 9,2 -2,32 5ª 29/09/2023 4,28% Despesas Poder Exec. Sujeitas à Prog. Financeira 446,0 346,0 28,88 46,7 27,1 72,45
PIS/Pasep 92,9 87,1 6,68 8,7 7,4 18,04 Resul. Primário do Gov. Central (1) -114,3 54,8 - -39,4 -15,4 154,99
6ª 31/10/2023 5,25% +
Outras receitas 807,2 759,5 6,27 92,4 85,4 8,10 Discriminação nov/23 out/23 nov/22
7ª 30/11/2023 6,25% Campo 9
Total 2.318,0 2.218,5 4,48 231,2 210,2 10,01 Valor Var. % Valor Var. % Valor Var. %
8ª 28/12/2023 7,17%
ago/23 jul/23 ago/22
Pagamento com atraso Ajustes metodológicos -0,1 -5,79 -0,1 -99,48 -0,1 -47,09
Valor Var. %* Valor Var. %* Valor Var. %* Discrepância estatística 0,6 -59,57 1,5 - -1,7 989,60
Multa (campo 08) - sobre o valor do campo 7 aplicar 0,33% por dia de atraso, a partir do primeiro dia após o vencimento até
ICMS - Brasil 59,7 2,34 58,3 0,63 56,9 -3,78 Result. Primário do Gov. Central (2) -38,9 - 19,5 - -17,3 -
o limite de 20%; Juros (campo 09) - aplicar os juros equivalentes à taxa Selic acumulada mensalmente, calculados a partir
nov/23 out/23 nov/22 de junho/23 até o mês anterior ao do pagamento e de 1% no mês de pagamento; Total (campo 10) - informar a soma dos Juros Noniminais -35,3 -32,44 -52,2 -28,51 -44,0 27,17
Valor Var. %* Valor Var. %* Valor Var. %* valores dos campos 7, 8 e 9. Fonte: Receita Federal do Brasil. Elaboração: Valor Data Result. Nominal do Gov. Central -74,2 126,71 -32,7 -63,49 -61,3 2.076,10
INSS 48,6 0,39 48,4 -0,10 42,4 -7,24 Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional. Elaboração: Valor Data
Fonte: Receita Federal, Previdência Social, Secretaria da Fazenda. Elaboração: Valor Data * sobre o mês anterior Mais informações: valor.globo.com/valor-data/, ibge.gov.br e fipe.org.br * Deflator: IPCA ** Somando Incentivos fiscais (1) Acima da linha. (2) Abaixo da linha

Brasil
Conjuntura Aportes produtivos anunciados cresceram 68% em relação
a 2022, com criação de até 83 mil vagas, mostra levantamento da Apex
Estrangeiros prometem
investimento de US$ 42 bi
Estevão Taiar
De Brasília
Os novos investimentos produ-
tivos (“greenfield”) anunciados
por empresas estrangeiras no Bra-
sil cresceram 68% no ano passado,
atingindo US$ 42 bilhões. Os nú-
meros foram compilados pela
Agência Brasileira de Promoção de
Exportações e Investimentos
(ApexBrasil) na plataforma Orbis,
que reúne informações financeiras
de aproximadamente 45 milhões
de empresas de todo o planeta.
Ligada ao Ministério das Rela-
ções Exteriores, a ApexBrasil tem
como objetivos “promover os
produtos e serviços brasileiros
no exterior e atrair investimentos
estrangeiros para setores estraté-
gicos da economia brasileira”.
Desembolsos podem superar R$ 21 bi, indica Finep
Rodrigo Carro
Do Rio
Após desembolsar R$ 9,8 bi-
lhões no ano passado, a Financia-
dora de Estudos e Projetos (Finep)
prepara injeção de recursos não
reembolsáveis do Fundo Nacio-
nal de Desenvolvimento Científi-
co e Tecnológico (FNDCT) que po-
de superar os R$ 21 bilhões pre-
vistos no Nova Indústria Brasil.
Anunciado na segunda-feira (22)
pelo governo federal, o plano está
orçado em R$ 300 bilhões, dividi-
dos entre financiamentos, subsí-
dios e participações acionárias
em projetos até 2026.
“Se tiver demanda sólida, fir-
me, de projetos, vamos buscar
mais recursos”, antecipa Celso
Pansera, presidente do Finep, ex-
plicando que a cifra de R$ 21 bi-
lhões inclui também valores já
desembolsados ao longo de
2023. No ano passado, os pedi-
dos de financiamento apresenta-
dos à Finep somaram R$ 12 bi-
lhões. Desse total, mais de R$ 7
bilhões foram contratados, e
R$ 5,4 bilhões, desembolsados.
Somados o recursos não retor-
TCUdáavalàrenovaçãoantecipadadeacordodeenergia
Murillo Camarotto
De Brasília
O Tribunal de Contas da União
(TCU) autorizou nesta quarta-
feira que o Ministério de Minas e
Energia (MME) dê prossegui-
mento aos processos de renova-
ção antecipada de 20 contratos
de concessão de distribuição de
energia elétrica com vencimento
entre 2025 e 2031.
Encaminhado em setembro
do ano passado pelo MME, o ca-
so teve sua análise adiada devido
a um pedido da Casa Civil e do
presidente da Câmara, Arthur Li-
ra (PP-AL), que alegaram que
ainda não conheciam as diretri-
zes da proposta de prorrogação
Regra de trabalho no feriado terá 200 exceções
Mariana Assis e
Guilherme Pimenta
De Brasília
O ministro do Trabalho e Em-
prego (MTE), Luiz Marinho,
anunciou nesta quarta-feira (24)
o retorno da portaria que condi-
ciona o trabalho nos feriados à
negociação coletiva das catego-
rias. A novidade, segundo o mi-
nistro, é que algumas atividades
serão excepcionalizadas e não
vão precisar da negociação para
funcionarem.
De acordo com o ministério e
representantes de trabalhadores
e empregadores, mais de 200 ati-
vidades não precisarão da nego-
ciação coletiva para funcionar
Companhias estrangeiras anun-
ciaram 546 novos projetos no Bra-
sil em 2023, com geração de até 83
mil postos de trabalho diretos e in-
diretos, de acordo com o levanta-
mento realizado pela agência. Em
2022 por sua vez os investimentos
anunciados somavam US$ 25 bi-
lhões, por meio de 441 projetos
com geração de até 48 mil vagas.
Segundo o presidente da
ApexBrasil, Jorge Viana, há uma
série de fatores que ajudam a ex-
plicar esse crescimento: “o mo-
mento de menos conflito e de
mais diálogo que o país está vi-
vendo”; a matriz energética “lim-
pa”; a produção de commodities;
o tamanho do mercado interno;
as obras de infraestrutura.
“Há muitos sinais de que nós
podemos ter surpresas positivas
náveis liberados nos ano passa-
do, o total de desembolsos sobe
para R$ 9,98 bilhões. O montan-
te está em linha com o objetivo
anunciado por Pansera ainda no
ano passado de liberar um total
de R$ 40 bilhões entre 2023 e
2026. “Não houve nenhuma
grande mudança”, resume Fer-
nanda De Negri, diretora de Es-
tudos Setoriais de Inovação, Re-
gulação e Infraestrutura do Insti-
tuto de Pesquisa Econômica
Aplicada (Ipea). “Na média, o vo-
lume de arrecadação do FNDCT
tem girado em torno de R$ 10 bi-
lhões por ano”, acrescenta. Con-
sequentemente, em quatro anos
o fundo receberia R$ 40 bilhões.
De acordo com a Finep, dos
R$ 21 bilhões em recursos não re-
tornáveis previstos no plano de
“Se tiver demanda
sólida de projetos,
vamos buscar
mais recursos”
Celso Pansera
dos contratos.
Havia, no entanto, uma ex-
pectativa de que o tribunal de
contas desse aval prévio ao mo-
delo, mas a decisão foi de anali-
sar cada caso individualmente
após o envio das condições da
renovação acordadas entre go-
verno e concessionária.
"Proponho aos meus pares que,
nas hipóteses em que o poder
concedente optar pela prorroga-
ção de concessão de distribuição
de energia elétrica (...), que este
tribunal faça o acompanhamento
individualizado, por meio de fis-
calizações específicas dos proces-
sos que resultarão na celebração
dos aditivos", disse o relator, mi-
nistro Antonio Anastasia.
aos feriados. Foram citados os
exemplos de farmácias e postos
de gasolina. Segundo o ministro,
o texto com todas os setores
isentos será publicado nos próxi-
mo dias e a portaria poderá en-
trar em vigor já em fevereiro — o
prazo anterior, anunciado no
fim de 2023, era 1 o de março.
De acordo com Marinho, os re-
presentantes de empregados e
trabalhadores que vão estabele-
cer a data de início das novas re-
gras. “Há entendimento entre
trabalhadores e empregadores
no trabalho aos feriados com ne-
gociação coletiva”, afirmou o mi-
nistro aos jornalistas. Aos do-
mingos, o trabalho sem necessi-
dade de acordo sindical perma-
[na economia]”, diz ele, que foi
governador do Acre por dois
mandatos e senador por um
mandato, em todos os casos pelo
PT. “O [ministro da Fazenda Fer-
nando] Haddad até falou comi-
go: isso aí é dinheiro que entra e
sai? Eu disse que não, que é ‘gre-
enfield’, que vem para investi-
mentos, não é especulativo.”
Embora o levantamento mos-
tre investimentos apenas anun-
ciados, eles sinalizam “uma ten-
dência” de recuperação da eco-
nomia brasileira, na avaliação de
Igor Celeste, gerente de Inteli-
gência de Mercado da agência.
“A empresa divulga o investi-
mento em 2023, por exemplo.
Mas isso vai ser desembolsado e
começar a se refletir na econo-
mia em 2023, 2024 e 2025.”
política industrial, praticamente
tudo virá do FNDCT — apenas uma
pequena parte do dinheiro terá
como fonte o Fundo para o Desen-
volvimento Tecnológico das Tele-
comunicações (Funttel).
Na visão da diretora do Ipea, o
que está ocorrendo é um retorno
do investimento público em pes-
quisa e desenvolvimento ao pa-
tamar anterior, em torno de 0,5%
a 0,6% do Produto Interno Bruto
(PIB). “Nos últimos anos nosso
sistema de financiamento à pes-
quisa [científica] praticamente
secou”, sustenta De Negri. “O
FNDCT estava rodando numa
‘velocidade’ de R$ 700 milhões a
R$ 800 milhões por ano.”
As receitas que abastecem o
FNDTC são provenientes de fon-
tes variadas, como uma parcela
dos royalties incidentes sobre a
produção de petróleo e gás natu-
ral; um percentual da receita de
empresas de energia elétrica; e
recursos do Tesouro Nacional.
O relatório anual integrado de
2022 da Finep indica que o mon-
tante de recursos contratados so-
mou aproximadamente R$ 6,5
bilhões. Já os desembolsos alcan-
Ainda assim, a liberação do
TCU era aguardada por grandes
empresas do setor elétrico inte-
ressadas na renovação das con-
cessões. Companhias como Enel,
CPFL, Equatorial e Energisa estão
entre as que terão os contratos
expirados nos próximos anos. As
primeiras na fila das renovação
serão EDP, Enel e Light.
Após 2031, outras 33 conces-
sionárias terão contratos che-
gando ao fim.
Com a decisão, o MME iniciará
as trativas com a Casa Civil para
definição dos próximos passos.
“Essas diretrizes englobarão
cláusulas técnicas e econômicas
necessárias a entrega de boa
qualidade no serviço de distri-
nece valendo por previsão em lei.
A polêmica surgiu em novem-
bro de 2023, quando Marinho
suspendeu uma portaria de
2021 e condicionou o trabalho
em feriados no comércio e varejo
a acordo coletivo entre os sindi-
catos patronal e laboral ou lei
municipal que autorize isso — na
ocasião, não havia setores excep-
cionalizados.
Logo após a publicação das
novas regras, houve forte reação
do setor empresarial e de lide-
ranças do Congresso — a Câma-
ra, na ocasião, chegou a aprovar
a urgência para votar um projeto
de decreto legislativo (PDL) para
sustar a portaria do Ministério
do Trabalho, antes de haver o re-
Para Juan Jensen, cofundador e
presidente do conselho da con-
sultoria 4intelligence e doutor
em teoria econômica pela Uni-
versidade de São Paulo (USP), “de
fato a confiança no Brasil melho-
rou” ao longo do ano passado.
“Até o fim de 2022 e o começo de
2023, existia muita incerteza em
relação à condução da política
econômica”, afirma. Entretanto, a
mudança na condução da política
econômica “não aconteceu”.
“O Haddad tem feito um bom
trabalho. A política fiscal não es-
tá no melhor dos mundos, mas
aqueles cenários extremos e ne-
gativos não se concretizaram”,
diz. “Isso permitiu queda de ju-
ros, o que torna o ambiente mais
favorável para investimentos.”
Desde agosto, a Selic recuou de
çaram R$ 3,4 bilhões. Portanto,
na comparação entre 2022 e o
ano passado, os desembolsos
quase triplicaram.
O presidente da agência pú-
blica argumenta que o FNDTC
tem recursos suficientes para su-
prir um possível aumento na de-
manda por parte das empresas.
“Só em estoque de anos anterio-
res, temos R$ 16 bilhões”, afirma
Pansera, acrescentando que, por
lei, o dinheiro do fundo não está
sujeito a contingenciamento.
Para o ano passado, a previsão
era de que a arrecadação do fun-
do somasse R$ 9,8 bilhões, mas
de acordo com Pansera a cifra
alcançou R$ 12 bilhões. O mon-
tante estimado na Lei Orçamen-
tária Anual (LOA) federal para
este ano é de R$ 11,9 bilhões.
“Mas achamos que chegará a
R$ 14 bilhões”, projeta o presi-
dente da Finep.
De Negri, do Ipea, enxerga co-
mo positiva a inclusão, no plano
federal de estímulo à indústria,
de temas relacionados à susten-
tabilidade, como a captura de
carbono e a transição energética.
Mas considera que falta foco à
buição de energia elétrica para a
sociedade brasileira”, afirmou
em nota o ministro de Minas e
Energia, Alexandre Silveira.
Também em nota, a Associa-
ção Brasileira de Distribuidores
de Energia Elétrica (Abradee)
classificou a posição do TCU co-
mo “positiva e acertada”. A enti-
dade avalia que a atuação do
MME sobre as renovações dão se-
gurança jurídica e garantem o
atual modelo regulatório.
“A prorrogação das conces-
sões é um instrumento que asse-
gura a continuidade e a presta-
ção adequada do serviço de dis-
tribuição à população”, afirma
Marcos Madureira, presidente
da Abradee.
cuo do governo. O Ministério do
Trabalho, então, suspendeu a efi-
cácia imediata da norma, criou
um grupo de trabalho para ana-
lisar o texto e adiou sua vigência
para o início de março.
Ontem, Marinho voltou a afir-
mar que as novas regras não vão
gerar desemprego, rebatendo
crítica do setor empresarial. O
ministro também esclareceu que
a portaria abrange somente o va-
rejo e o atacado — bares, restau-
rantes e hotéis, por exemplo, não
são alcançados pelo novo texto.
Questionado sobre uma nova
reação do Congresso Nacional, o
ministro disse que não consegue
“discutir a reação do Congresso”
porque não sabe a “motivação”.
Quinta-feira, 25 de janeiro de 2024 | Valor | A5
VALTER CAMPANATO/EBC
Jorge Viana: “Há muitos sinais de que nós podemos ter surpresas positivas”
13,75% para 11,75% ao ano. Além Nesse contexto, Jensen, da 4in-
disso, o Banco Central (BC) já sina- telligence, projeta que os investi-
lizou que, “se confirmando o cená- mentos continuarão a se recuperar
rio esperado”, todos os membros em 2024. Ele calcula expansão não
do Comitê de Política Monetária apenas dos investimentos estran-
(Copom) “anteveem” novos cortes geiros, mas também daqueles rea-
de 0,5 ponto percentual nas duas lizados por empresas brasileiras e
primeiras reuniões de 2024. em setores como construção civil.
iniciativa. Na área de saúde, por se tudo”, diz ela. Faltam metas
exemplo, as prioridades abran- claras e factíveis e há indefinição
gem a meta é produzir no país sobre a governança do plano, ou
medicamentos e princípios ati- seja, como Finep e Ministério da
vos não fabricados localmente Ciência, Tecnologia e Inovação
ou que dependam de insumos vão coordenar os investimentos
críticos importados. “Isso é qua- previstos, acrescenta a diretora.
Telefónica
TELEFÔNICA BRASIL S.A.
Companhia Aberta
CNPJ nº 02.558.157/0001-62 - NIRE 35.3.0015881-4
ATA DA 57ª ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA
DA TELEFÔNICA BRASIL S.A. REALIZADA EM 24 DE JANEIRO DE 2024
1. DATA, HORA E LOCAL: Realizada no dia 24 de janeiro de 2024, às 14:00 horas, na sede social da
Telefônica Brasil S.A. (“Companhia”), situada na Avenida Engenheiro Luiz Carlos Berrini, 1.376, bairro
Cidade Monções, cidade de São Paulo, Estado de São Paulo. 2. CONVOCAÇÃO: Foi realizada convocação
por edital publicado no jornal Valor Econômico nos dias 17, 18/19/20 e 21 de novembro de 2023, nas
páginas A12, C3 e A6, respectivamente, com a divulgação simultânea da publicação na rede mundial de
computadores na página do referido jornal. 3. PUBLICAÇÕES: Todos os documentos relacionados às
matérias a serem deliberadas nesta Assembleia Geral Extraordinária (“Assembleia”), nos termos
previstos na Resolução CVM nº 81/22, conforme alterada (“RCVM 81”), foram disponibilizados aos
acionistas nos websites da Companhia (ri.telefonica.com.br), da Comissão de Valores Mobiliários - CVM
(www.gov.br/cvm) e da B3 S.A. - Brasil, Bolsa, Balcão (www.b3.com.br). 4. PRESENÇA: Compareceram,
em primeira convocação, para esta Assembleia, acionistas representando aproximadamente 90,1% das
ações ordinárias de emissão da Companhia, que constam do Livro de Presença de Acionistas nº 004 e
considerando os boletins de voto a distância válidos recebidos por meio do Banco Bradesco S.A., na
qualidade de escriturador das ações da Companhia, nos termos da RCVM 81, conforme mapa de votação
sintético consolidando os votos proferidos a distância, divulgado em 23 de janeiro de 2024 (“Mapa
Consolidado de Votação a Distância”). Verificado, portanto, quórum legal para instalação desta
Assembleia e para deliberação das matérias constantes da ordem do dia. Presentes, ainda, Sr. Breno
Rodrigo Pacheco de Oliveira, Secretário Geral e Diretor Jurídico da Companhia; o Sr. Stael Prata Silva
Filho e a Sra. Luciana Doria Wilson, membros do Conselho Fiscal, para prestar eventuais esclarecimentos
necessários. 5. MESA: Breno Rodrigo Pacheco de Oliveira - Presidente da Assembleia; e Nathalia Pereira
Leite - Secretária da Assembleia. 6. ORDEM DO DIA: 6.1. Deliberar sobre a redução do capital social da
Companhia, no valor de R$ 1.500.000.000,00 (um bilhão e quinhentos milhões de reais), sem
cancelamento de ações, mediante restituição de valores aos acionistas, nos termos do artigo 173 da Lei
nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, conforme alterada (“Lei das S.A.”); 6.2. Alterar o artigo 5º, caput,
do Estatuto Social da Companhia para refletir o novo valor de seu capital social em decorrência da
proposta constante do item 6.1 acima, se aprovada; 6.3. Consolidar o Estatuto Social da Companhia de
forma a refletir a alteração proposta no item 6.2 acima, se aprovada; e 6.4. Autorizar os administradores
da Companhia a praticarem todos os atos necessários para efetivar as deliberações acima. 7.
DELIBERAÇÕES: O Sr. Presidente esclareceu que, como era de conhecimento de todos, a Assembleia
tinha por objetivo principal discutir e deliberar sobre a proposta de redução de capital social da
Companhia, no valor de R$ 1.500.000.000,00 (um bilhão e quinhentos milhões de reais), sem
cancelamento de ações, mediante restituição de valores aos acionistas, nos termos do artigo 173 da Lei
das S.A. Adicionalmente, o Sr. Presidente ressaltou que a matéria foi previamente analisada pelo Comitê
de Auditoria e Controle, pelo Conselho Fiscal e pelo Conselho de Administração da Companhia, que
opinaram favoravelmente em relação a todos os itens da ordem do dia que lhes competiam. Por fim, o
Sr. Presidente informou que se encontrava à disposição dos acionistas a documentação pertinente a esta
Assembleia. Os acionistas presentes concordaram com (i) a dispensa da leitura dos documentos, por
serem de pleno conhecimento de todos, bem como do Mapa Consolidado de Votação a Distância, os quais
ficaram à disposição para consulta, e (ii) a lavratura da presente ata em forma de sumário, nos termos
do art. 130, §1°, da Lei das S.A., sendo que eventuais documentos ou propostas submetidos à
assembleia, assim como as declarações de voto ou dissidências serão numerados seguidamente,
autenticados pela mesa e por qualquer acionista que o solicitar, ficando arquivados na sede da
Companhia. Examinadas e debatidas as matérias constantes da ordem do dia, os acionistas presentes
deliberaram o quanto segue: (1) Deliberar sobre a redução do capital social da Companhia, no valor
de R$ 1.500.000.000,00 (um bilhão e quinhentos milhões de reais), sem cancelamento de ações,
mediante restituição de valores aos acionistas, nos termos do artigo 173 da Lei das S.A. Foi
aprovada, por maioria de votos, registradas as abstenções (conforme mapa final de votação sintético
constante do Anexo A a esta ata), a redução do capital social da Companhia, no valor de R$
1.500.000.000,00 (um bilhão e quinhentos milhões de reais), sem o cancelamento de ações, nos termos
do artigo 173 da Lei das S.A., pelo que o número de ações e o percentual de participação dos acionistas
no capital social da Companhia se manterão inalterados. Por consequência, o capital social da
Companhia será alterado de R$ 63.571.415.865,09 (sessenta e três bilhões, quinhentos e setenta e um
milhões, quatrocentos e quinze mil, oitocentos e sessenta e cinco reais e nove centavos) para R$
62.071.415.865,09 (sessenta e dois bilhões, setenta e um milhões, quatrocentos e quinze mil,
oitocentos e sessenta e cinco reais e nove centavos). A redução do capital será concretizada mediante
restituição aos acionistas, em moeda corrente nacional, do valor de R$ 0,90766944153 por ação
ordinária de emissão da Companhia, considerando o número de ações ordinárias de emissão da
Companhia em circulação nesta data, o qual já reflete o cancelamento de determinadas ações de
emissão da Companhia mantidas em tesouraria, realizado em 22 de dezembro de 2023, conforme Fato
Relevante divulgado em 26 de dezembro de 2023. Em razão do Programa de Recompra de Ações da
Companhia, o referido valor por ação ordinária poderá sofrer alterações considerando a base acionária
da Companhia a ser verificada em 10 de abril de 2024. Desta forma, a posição acionária a ser considerada
para recebimento dos recursos decorrentes da redução de capital será a constante dos registros da
Companhia ao final do dia 10 de abril de 2024, sendo que após esta data, as ações de emissão da
Companhia serão consideradas ex-direitos da restituição. Os recursos decorrentes da redução de capital
serão pagos em única parcela, até o dia 31 de julho de 2024, em data a ser oportunamente definida pela
Diretoria da Companhia, de forma individualizada a cada acionista e na proporção de suas respectivas
participações no capital social da Companhia, observados os procedimentos de liquidação estabelecidos
pela B3 S.A. - Brasil, Bolsa, Balcão (“B3”) e pela instituição escrituradora das ações da Companhia,
conforme o caso. A redução do capital se tornará eficaz após o transcurso do prazo para oposição de
credores de 60 (sessenta) dias, contados a partir da publicação desta ata, nos termos do artigo 174 da
Lei das S.A. (2) Alterar o artigo 5º, caput, do Estatuto Social da Companhia para refletir o novo
valor de seu capital social em decorrência da proposta constante do item 1 acima, se aprovada.
Foi aprovada, por maioria de votos, registradas as abstenções (conforme mapa final de votação sintético
constante do Anexo A a esta ata), a alteração do artigo 5º, caput, do Estatuto Social da Companhia para
refletir o novo valor de seu capital social em decorrência da redução de capital aprovada no item 1
acima, de modo que, após o decurso do prazo de 60 (sessenta) dias para oposição de credores, previsto
no artigo 174 da Lei das S.A., o artigo 5º do Estatuto Social passará a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 5 - O capital social subscrito, totalmente integralizado, é de R$ 62.071.415.865,09 (sessenta e dois
bilhões, setenta e um milhões, quatrocentos e quinze mil, oitocentos e sessenta e cinco reais e nove
centavos), dividido em 1.663.556.731 (um bilhão, seiscentas e sessenta e três milhões, quinhentas e
cinquenta e seis mil e setecentas e trinta e uma) ações, todas ordinárias, escriturais, sem valor nominal.
Parágrafo Único - As ações serão mantidas em conta de depósito em instituição financeira em nome de
seus titulares, sem emissão de certificados.” (3) Consolidar o Estatuto Social, de forma a refletir a
alteração proposta no item 2 acima, se aprovada. Foi aprovada, por maioria de votos, registradas as
abstenções (conforme mapa final de votação sintético constante do Anexo A a esta ata), a consolidação
do Estatuto Social da Companhia, que passa a vigorar na forma da redação constante do Anexo B a esta
ata. (4) Autorizar os administradores da Companhia a praticarem todos os atos necessários para
efetivar as deliberações acima. Foi aprovada, por maioria de votos, registradas as abstenções
(conforme mapa final de votação sintético constante do Anexo A a esta ata), a autorização aos
administradores da Companhia a praticarem todos os atos necessários para efetivar as deliberações
acima, inclusive e especialmente a publicação da presente ata no jornal de grande circulação utilizado
pela Companhia, para os fins do artigo 174 da Lei das S.A. 8. MAPA DE VOTAÇÃO: Conforme o artigo
33, § 4º, da Resolução CVM nº 80/22, de 29 de março de 2022, conforme alterada, o mapa final de
votação sintético, indicando as quantidades de aprovações, rejeições e abstenções que cada deliberação
recebeu, é parte desta ata como seu Anexo A. 9. ENCERRAMENTO: Nada mais a ser tratado, o
Presidente da Assembleia declarou encerrados os trabalhos e determinou a suspensão da assembleia para
a lavratura da ata em forma de sumário. Ficou consignado, ainda, que na publicação da ata serão
omitidas as assinaturas dos acionistas. A ata foi lida, aprovada e assinada pelos integrantes da Mesa,
bem como pelos acionistas presentes e demais membros abaixo identificados, já considerando os
acionistas que votaram a distância, nos termos do artigo 47, §1º da RCVM 81. Mesa: (aa) Breno Rodrigo
Pacheco de Oliveira - Presidente da Assembleia, e representando a Administração; Nathalia Pereira Leite
- Secretária da Assembleia. Outros: Sr. Stael Prata Silva Filho, membro do Conselho Fiscal; Sra. Luciana
Doria Wilson, membro do Conselho Fiscal. Certifico que a presente é cópia fiel da ata da 57ª Assembleia
Geral Extraordinária da Telefônica Brasil S.A., realizada em 24 de janeiro de 2024, lavrada em livro
próprio. Nathalia Pereira Leite - Secretária da Assembleia.
A6 | Valor | Quinta-feira, 25 de janeiro de 2024
Política
Segurança
pública sob
comando
bandeirante
Maria Cristina
Fernandes
Poderes PP, Republicanos e PL teriam feito indicações de nomes técnicos, ligados
ao mercado financeiros ou à própria instituição, segundo fontes do governo
Caixa aprova novos vice-presidentes,
indicados por partidos do Centrão
Andrea Jubé, Estevão Taiar e
Guilherme Pimenta
De Brasília
O Conselho de Administração
da Caixa Econômica Federal
aprovou a nomeação de sete no-
vos vice-presidentes, sendo um
deles interino, para a instituição
financeira. A informação veio a
público nessa quarta-feira em co-
municado do banco ao mercado.
Todos são nomes técnicos,
com ligações com o mercado fi-
nanceiro ou com a própria Caixa,
e foram indicados pelo PP, Repu-
blicanos e PL — partido do ex-
presidente Jair Bolsonaro —, se-
gundo fontes do governo ouvi-
das pelo Valor.
Tais nomeações são um desdo-
bramento de acordo celebrado
em meados do ano passado pelo
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva (PT) e sua equipe de articu-
ladores políticos com o presiden-
te da Câmara, Arthur Lira (PP-AL)
a fim de ampliar no governo o es-
paço do Centrão, grupo político
do chefe do Legislativo formado
por cerca de 200 deputados.
Esse acordo começou a sair do
papel em setembro, quando novos
ministros indicados pelo grupo de
Lira tomaram posse no governo: o
então líder do PP, deputado André
Fufuca (MA), que assumiu o Minis-
tério do Esporte, e o deputado Sil-
vio Costa Filho, do Republicanos,
que passou a comandar o Ministé-
rio de Portos e Aeroportos.
Já em novembro, Carlos Antônio
AniversáriodeSPteráLula,Alckminepré-candidatos
Cristiane Agostine
De São Paulo
O presidente Luiz Inácio Lula
da Silva (PT), o vice-presidente
Geraldo Alckmin (PSB), minis-
tros e pré-candidatos à Prefeitura
de São Paulo movimentarão a
agenda política na capital paulis-
ta nesta quinta-feira (25), no ani-
versário de 470 anos da cidade.
Lula participará da solenida-
de em homenagem aos 90 anos
da Universidade de São Paulo
(USP), no fim da tarde, na Sala
São Paulo, no centro da capital
paulista. O evento terá um con-
certo da Orquestra Sinfônica da
USP e marcará o início das co-
memorações do aniversário da
universidade de São Paulo, a
O
titular será um
ex-desembargador
do Tribunal de
Justiça de São
Paulo (Ricardo
Lewandowski) e o secretário de
segurança pública, um
procurador-geral de Justiça
(Mario Sarrubbo), a ser
empossado graças ao apoio de
um ex-SSP-SP que hoje é
ministro do Supremo Tribunal
Federal (Alexandre de Moraes).
Não há dúvida de que o
Ministério da Justiça terá
domínio paulista.
A mudança não se limita ao
sotaque bandeirante. Se o modo
como se imbricam justiça e
polícia em São Paulo for
exportado para o Planalto,
aguardem-se mudanças a
reverberar para a política.
A mosca azul que pousou no
STF com os inquéritos que caçam
o bolsonarismo, ameaça aportar
sobre a política de segurança
pública. Se a Corte asfixia o
bolsonarismo de um lado, o
medo face à escalada do crime
organizado o alimenta do outro.
Não parece haver dúvida de
que, ao escolher um secretário do
porte de Sarrubbo, Lewandowski
pretenda, de fato, lhe delegar
poderes. Nem assumiu e já é visto
no MJ como um subministro da
segurança pública. Esta
Lira: nomeações são desdobramento de acordo celebrado com Lula, para ampliar espaço do Centrão no governo
Vieira Fernandes, funcionário de
carreira da Caixa, assumiu a presi-
dência do banco, indicado por Lira
e pelo líder da maioria, deputado
Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).
Uma fonte ligada a Lira disse
que as nomeações demoraram a
sair do papel porque cumpriram
os trâmites burocráticos da Cai-
xa, que exigiam nomes ilibados,
e com formação técnica ligada ao
mercado financeiro. Por isso, ale-
gou que não aliviam o mal estar
da base com o veto de Lula aos
R$ 5 bilhões relativos às emendas
de comissão. “Isso já estava preci-
maior do país e mais importante
da América Latina.
A assessoria de imprensa da
USP afirmou que Lula e seis mi-
nistros confirmaram a participa-
ção no evento. Entre os minis-
tros, está Fernando Haddad (Fa-
zenda), que foi professor doutor
do Departamento de Ciência Po-
lítica da universidade. Segundo a
USP, o governador do Estado, Tar-
císio de Freitas (Republicanos),
não confirmou a participação no
evento da universidade estadual.
O governo de São Paulo, por
meio de sua assessoria, disse que
até o início da noite dessa quarta-
feira (24) a agenda do governa-
dor para esta quinta-feira ainda
não estava fechada. Mas, a agen-
da do prefeito de São Paulo e pré-
perspectiva não passa ao largo de
sua proximidade com Moraes
Sem nunca ter se identificado
com a esquerda, Sarrubbo foi
muito ativo contra as afrontas
civilizatórias do bolsonarismo,
do meio ambiente às eleições.
Como a PGR se anulou, coube aos
MP estaduais, com grande
protagonismo do paulista, atuar,
por exemplo, para impedir a
obstrução de estradas no 2 o
turno, em completo
alinhamento com a presidência
de Moraes no TSE.
Este alinhamento remonta à
imbricada relação entre o MP e a
segurança pública. Sete egressos
do MP-SP se sucederam na SSP-SP,
entre os quais, Moraes. Foi sob
este imbricamento que se
moldou o grupo de combate ao
crime organizado (Gaeco).
Como antecipou “O Estado de
S.Paulo”, a expectativa é de
nacionalização deste modelo, o
que levou o atual ministro da
Justiça, Flávio Dino, a por a boca
no trombone. A gestão de
Lewandowski, ficou claro, não
será de continuidade.
Dino se agarra à
implementação do Sistema
Único de Segurança Pública,
proposto e aprovado no
Congresso, sob o governo Michel
Temer, pelo sucessor de Moraes
no MJ, Raul Jungmann. E diz que
ficado”, argumentou.
O Valor procurou lideranças do
PP e Republicanos para confirmar
as informações, mas não obteve re-
torno. O líder do PL, deputado Alti-
neu Côrtes (RJ), negou que a legen-
da tenha indicado alguém para a
Caixa ou outro órgão do Executivo
federal. “O partido segue como
desde início sem nenhuma partici-
pação no governo”, afirmou.
Apesar da negativa de Côrtes,
fontes ligadas à articulação polí-
tica do Palácio do Planalto obser-
vam que da bancada de 101 de-
putados do PL cerca de 30 são
candidato à reeleição, Ricardo
Nunes (MDB), previa a participa-
ção de ambos em evento na Praça
de Artes (centro de São Paulo)
para anúncio de ações para a ci-
dade. O prefeito não irá ao even-
to em comemoração ao aniversá-
rio de 90 anos da USP.
O governador de São Paulo
apoia o prefeito na disputa pela
reeleição no município e tem in-
Presidente
participará de
cerimônia que
comemora os 90
anos da USP
o Susp não é mandatório porque
ainda não tem instâncias
tripartites que executem esta
política unificada na federação
como, por exemplo, no SUS.
A percepção, na atual gestão
do MJ, é de que a equipe que a
sucederá tem uma visão
enviezada pela toga, de que
decisão se cumpre, e não
considera as barreiras políticas
da federação.
O que não dá para negar é que,
ao contrário do que acontece na
saúde, a implementação de uma
política nacional de segurança
pública esbarra na falta de
comando dos governadores
sobre suas polícias.
Não dá para saber como este
vácuo seria preenchido por um
Gaeco nacional, ainda sem
forma, cheiro e cor. Mas quando
policiais e promotores se
insurgem contra este modelo
pela afronta à autonomia é de
comando que se trata.
A autonomia das polícias está
conjugada à concentração de
recursos. Levantamento do Justa
mostrou que 66% dos gastos com
segurança pública em toda a
federação se destinam às PMs.
Esta concentração não colaborou
para tornar o país mais seguro.
Se é o imbricamento entre
justiça e polícia paulistas que vai
dar as cartas, é preciso
CRISTIANO MARIZ/AGÊNCIA O GLOBO — 22/12/2023
dissidentes e votam junto com o
governo nas matérias de interes-
se do Executivo.
Os novos vice-presidentes da Cai-
xa são: Adriano Assis Matias (Rede
deVarejo),funcionáriodaCaixades-
de 2000 e vice-presidente interino
desde novembro de 2023; Laércio
Roberto Lemos de Souza (Tecnolo-
gia e Digital), funcionário da Caixa
entre 1981 e 2019, tendo ocupado
os cargos de consultor da presidên-
cia e superintendente nacional;
Marcelo Campos Prata (Logística,
Operações e Segurança), funcioná-
rio da Caixa desde 1989 e vice-presi-
tensificado a participação em
eventos ao lado do pré-candida-
to do MDB na capital.
Ricardo Nunes começa o dia
em um ato cívico no Pátio do Co-
légio, às 8h; segue para missa so-
lene na Catedral da Sé, marcada
para as 8h55. O anúncio com Tar-
císio está marcado para as 10h45
e encerra a agenda às 14h45 nu-
ma visita ao Mercado Municipal,
que celebra 91 anos no mesmo
dia, onde terá um bolo para as
duas comemorações: os aniver-
sários do mercado e da cidade.
Apoiado por Lula e adversário
de Nunes na disputa eleitoral, o
deputado federal e pré-candida-
to do Psol, Guilherme Boulos, fa-
rá uma agenda no Mercado Mu-
nicipal, pela manhã, para con-
reconhecer que São Paulo
tornou-se, ao longo do
mandarinato tucano, um dos
Estados com menores taxas de
homicídio do país.
Esta redução, porém, se deu
em coabitação com um crime
organizado que expandiu
atuação para o resto do país e
para além das fronteiras. E, nesta
expansão, colaborou para
inflacionar a criminalidade no
território nacional.
O MP tem por atribuição o
controle externo da atividade
policial, mas, em São Paulo, um
grupo especial com este fim, a
exemplo do Gaeco, só foi criado
em 2022 — na gestão Sarrubbo.
Das 28 mortes decorrentes da
Operação Escudo, em julho de
2023, no litoral paulista, a mais
letal de São Paulo desde o
massacre do Carandiru, apenas
uma, até aqui, foi denunciada
pelo MP-SP como decorrente da
atuação de policiais. O histórico
do órgão é de arquivamento de
90% dos inquéritos.
O MP-SP tem recomendado à
PM o uso das câmaras policiais,
mas foi a defensoria pública do
Estado que arrancou uma
liminar para impor a
obrigatoriedade que acabaria
sendo derrubada pelo presidente
do Tribunal de Justiça de São
Paulo. Recurso da defensoria ao
dente entre 2016 e 2019; Paulo Ro-
drigues de Lemos Lopes(Sustentabi-
lidade e Cidadania Digital), funcio-
nário da Caixa desde 1999; Pedro Er-
mirio de Almeida Freitas Filho
(Agente Operador), funcionário do
Banco do Nordeste desde 2004; Tar-
soDuartedeTassis(NegóciosdeAta-
cado), que foi assessor especial da
presidência do Banco Master.
Daniel de Castro Borges ocupa,
interinamente, a vice-presidência
de Pessoas “enquanto ocorre a se-
leção do(a) novo(a) dirigente”, se-
gundo o comunicado. No entanto,
o Valor apurou com lideranças do
PDT que, em breve, será publicada
a nomeação de Francisco Egídio
Pelúcio Martins. Ele foi vice-presi-
dente da Caixa entre 2004 e 2007, e
teve o nome avalizado por dirigen-
tes do PDT — a sigla é da base go-
vernista, mas também integra o
grupo de Lira na Câmara.
Em nota enviada ao Valor, a Cai-
xa afirmou que “as vagas são preen-
chidas por meio de processo seleti-
vo e que segue ritos de governança,
conforme previsto na Lei das Esta-
tais, no Estatuto Social e em outras
normais internas”. Além disso, “to-
das as seleções de dirigentes pas-
sam por análise do Comitê de Ele-
gibilidade e são submetidas ao
Conselho de Administração”, des-
tacou a instituição financeira.
Os indicados às vice-presidên-
cias de Rede de Varejo e Tecnolo-
gia e Digital não responderam
até o fechamento desta edição.
Os demais não foram encontra-
dos pela reportagem.
versar e almoçar com comer-
ciantes do local.
A deputada e pré-candidata
Tabata Amaral (PSB) escolheu o
dia do aniversário da cidade para
lançar sua pré-candidatura. O
evento será pela manhã, na casa
da família da deputada, na zona
sul da capital. O vice-presidente
Geraldo Alckmin deve participar
online do evento e deve falar ao
vivo. Dirigente nacional do PSB, o
ministro Márcio França (Empre-
endedorismo) deve ir pessoal-
mente ao ato de lançamento da
pré-candidatura de Tabata. Cota-
do para vice na chapa da deputa-
da, o apresentador José Luiz Da-
tena também participará.
Ver também página A10
STF foi rejeitado pelo presidente
da Corte, Luís Roberto Barroso.
Os planos de Sarrubbo só
serão conhecidos quando a
nova equipe tomar posse na
próxima semana. O clamor
popular pelo enfrentamento do
tema preocupa o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva e
respalda o poder com do futuro
secretário. Dependerá de
resultados para mantê-lo.
A toga salvou a democracia,
mas a concentração de poderes
do Supremo mantém
Bolsonaro a salvo, por exemplo,
de uma denúncia no inquérito
das joias, inexplicavelmente
mantido na Corte superior.
O Executivo não desfruta da
mesma discricionariedade. Uma
concentração de poderes
exacerbada na segurança pública
pode vir a ser questionada no STF,
futuro teto de Flávio Dino.
Será o teste da equação
montada por Lula. Por um lado,
estendeu ao grupo que comanda
o enfrentamento ao
bolsonarismo o poder sobre a
segurança pública. Por outro,
nomeou ministro de sua
confiança para equilibrar o
poder deste mesmo grupo no STF
Maria Cristina Fernandes é jornalista
do “Valor”. Escreve às quintas-feiras
E-mail mcristina.fernandes@valor.com.br
Moraes divide
com CGU dados
de investigações
sobre Bolsonaro
Isadora Peron
De Brasília
O ministro Alexandre de Mo-
raes, do Supremo Tribunal Fede-
ral (STF), autorizou o comparti-
lhamento de dados com a Con-
troladoria-Geral da União (CGU)
de uma série de investigações
que tramitam na Corte e miram o
ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)
e seus aliados.
O órgão do governo Luiz Iná-
cio Lula da Silva (PT) alegou que
abriu sindicâncias internas para
apurar, entre outros pontos, o
envolvimento direto ou indireto
de servidores públicos nos atos
golpistas de 8 de janeiro.
Moraes autorizou acesso ao in-
quérito que investiga a conduta
dos autores intelectuais dos
atentados, ao das chamadas milí-
cias digitais, além de parte do in-
quérito das “fake news”.
Outro compartilhamento au-
torizado é em relação ao inquéri-
to que apura o vazamento, por
Bolsonaro, de dados sigilosos re-
lativos a um inquérito conduzi-
do pela Polícia Federal envolven-
do as urnas eletrônicas.
Além disso, a CGU também terá
acesso a procedimentos que apu-
ram a suposta interferência da Polí-
cia Rodoviária Federal (PRF) nas elei-
ções de 2022, a adulteração de car-
tões de vacina por Bolsonaro e seus
assessora, a entrada de joias que fo-
ram presentes para o governo passa-
do da Arábia Saudita e a utilização
indevida de ferramenta pela Agên-
cia Brasileira de Inteligência (Abin).
No despacho, Moraes apontou
que não serão compartilhadas
“diligências em andamento, cujo
sigilo deve ser preservado para
fins de efetividade das medidas e
das investigações”.
Também determinou que a CGU
deverá manter o sigilo o conteúdo
das investigações e somente pode-
rá compartilhá-las mediante pré-
via autorização judicial.
Curta
Nomeação
Ex-segurança do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, o dele-
gado Aleksander Castro de Oli-
veira foi nomeado o novo chefe
da Diretoria de Proteção à Pes-
soa da Polícia Federal (PF). A
portaria consta na edição do
“Diário Oficial da União” (DOU)
publicada nessa quarta-feira.
Oliveira ficará responsável, por
exemplo, por gerir as seguran-
ças da primeira-dama, Rosânge-
la Silva, a Janja, e da vice-primei-
ra-dama, Lu Alckmin.

Internacional
Polarização Opositores protestam contra duras medidas de ajuste
econômico do governo, que responde denunciando sabotagem
Argentinos tomam ruas do
país em greve contra Milei
Roberto Lameirinhas
De São Paulo
Dezenas de milhares de pessoas
acataram ontem o chamado da
oposição e compareceram à mobi-
lização popular contra as medidas
econômicas propostas pelo gover-
no do presidente de extrema direi-
ta da Argentina, Javier Milei. Em-
bora os serviços não tenham sido
totalmente paralisados, a forte
mobilização colocou pressão so-
bre o governo, que viu a votação no
Congresso de parte de suas pro-
postas ser adiada de hoje para a
próxima terça-feira. Milei também
sofreu nova derrota na Justiça, que
considerou inconstitucional sua
reforma da legislação trabalhista.
A queda de braço entre o gover-
no e a oposição — que alimenta
dúvidas sobre o futuro das refor-
mas —, se transformou em uma
guerra de narrativas sobre o tama-
nho e o alcance da greve geral. A
Confederação Geral do Trabalho
(CGT, maior central sindical argen-
tina) anunciou ontem à tarde que
tinha colocado 1,5 milhão de ma-
nifestantes em todo o país, en-
quanto a ministra da Segurança
Pública Patricia Bullrich minimi-
zou a participação na manifesta-
ção em Buenos Aires, estimando
em 40 mil os manifestantes na
frente da sede do Congresso. Na
conta da polícia, cerca de 80 mil
protestaram na capital argentina.
Com a adesão de aeroportuá-
rios, as brasileiras Gol e Latam
cancelaram 33 voos que tinham
a capital do país como origem ou
destino. A Aerolíneas Argentina
cancelou 267 voos.
“Acredito que a participação foi
menor do que imaginavam os sin-
dicalistas”, disse o economista da
consultoria Perspectiv@s Econó-
micas Luis Secco. “Mas é preciso le-
var em conta que este é um mês de
férias, no qual é difícil juntar mui-
ta gente em Buenos Aires e que
Alemanha paralisada
KRISZTIAN BOCSI/BLOOMBERG
Curtas
Previdência no Chile
A Câmara de Deputados do
Chile aprovou ontem em primei-
ra votação uma reforma de seu
sistema de previdência gerida
pelo setor privado proposta pelo
presidente de esquerda Gabriel
Boric. O projeto foi aprovado por
84 votos a favor, e 64 contra, com
3 abstenções e deve passar ainda
por outras votações tanto na Câ-
mara quanto no Senado.
Punição na Rússia
A Duma, câmara baixa do Parla-
mento da Rússia, aprovou ontem
uma lei que permite o confisco de
ativos de pessoas que espalham
mentiras sobre as forças armadas
do país, segundo a agência de no-
tícias estatal russa “Ria Novosti”. A
nova regra introduz um mecanis-
mo para confiscar dinheiro, obje-
tos de valor e outros bens, além da
retirada de títulos militares ou ho-
norários de quem “desacreditar
das forças armadas russas”.
Manifestantes com bandeiras da CGT, maior central sindical do país, exibem boneco de Milei em Buenos Aires
houve mobilizações e marchas im-
portantes em muitas cidades do
interior do país”, afirmou.
O governo nacional jogou todos
os recursos que dispunha para es-
vaziar a manifestação, prometen-
do responsabilizar as centrais sin-
dicais por eventuais danos ao pa-
trimônio público. A Casa Rosada
também advertiu que prenderia
ou multaria militantes que violas-
sem seu recentemente instituído
protocolo antipiquete — que proí-
be bloqueios de vias e obstáculos a
trabalhadores que queiram in-
gressar em seus locais de trabalho.
No começo da semana, para via-
bilizar a aprovação de sua chama-
“Protesto foi menor
do que líderes
esperavam, mas se
deu em todo o país”
Luis Secco
Empresas alemãs veem economia
da China em ‘trajetória de queda’
Luiza Palermo
De São Paulo
As empresas alemãs com negó-
cios na China estão mais pessimis-
tas com o crescimento da econo-
mia chinesa, revela uma pesquisa
divulgada hoje pela Câmara Ale-
mã de Comércio na China.
De acordo com a pesquisa, cerca
de 83% das empresas alemãs acre-
ditam que a China está diante de
uma “trajetória de declínio” eco-
nômico. Mas 64% dos entrevista-
dos avaliam que trata-se de uma
desaceleração transitória e espe-
ram uma recuperação da econo-
mia dentro de 1 a 3 anos.
Os achados da pesquisa, que
consultou 566 empresas alemãs
entre setembro e outubro de 2023,
refletem as preocupações das em-
presas em relação ao futuro da
da “Lei Ônibus” — que engloba du-
ras medidas de cortes de subsídios,
redução de programas sociais e
aumento de impostos de exporta-
ções — no Congresso, o governo de
Milei havia retirado alguns pontos
de sua proposta, recolocando a in-
dexação dos reajustes das aposen-
tadorias e retirando a YPF da lista
de privatização de estatais. O adia-
mento da votação frustrou a equi-
pe econômica.
Em seus discursos de ontem, os
líderes sindicais pressionaram os
legisladores a rejeitar as propostas
e analistas creem que esta pressão
resultou no adiamento da votação.
“O adiamento do avanço da lei na
Câmara, segundo me contam, de-
ve-se mesmo ao fato de o partido
de Milei não ter votos suficientes
para aprová-la”, afirmou Secco.
Milei e seu governo buscam ex-
plorar a greve geral para reforçar a
imagem da oposição como preci-
pitada, irresponsável e antidemo-
crática. Para os defensores do go-
verno, os sindicatos erram ao pro-
economia chinesa, que ainda tenta
se recuperar da pandemia de co-
vid-19 e da crise imobiliária.
“O ano passado foi um choque
de realidade para as empresas ale-
mãs na China”, disse Ulf Reinhardt,
presidente do concelho da Câmara
Alemã de Comércio na China, em
coletiva de imprensa. “Os empre-
sários apostavam em uma retoma-
da da economia, impulsionada pe-
lo crescimento, mais isso não se
concretizou”, completou.
A pesquisa apontou que 54%
das empresas consideram a China
menos atraente ao investimento
estrangeiro em comparação com
os outros mercados. Mesmo assim,
também planejam aumentar seus
investimento no país nos próxi-
mos anos, com 79% dizendo que is-
so é necessário para se manter
competitiva no mercado chinês.
SARAH PABST/BLOOMBERG
mover protestos contra um presi-
dente empossado há pouco mais
de 40 dias, que enfrenta uma infla-
ção anual de 211%.
“Ele deve usar a paralisação co-
mo ilustração de sua narrativa de
que ‘as castas’ [como descreve polí-
ticos da oposição] tentarão sabo-
tar o seu governo e vai apresentá-
las como inimigas do capitalismo
e contrárias à democracia na me-
dida em que pretende desacatar a
vontade da maioria”, disse uma
fonte diplomática em Buenos Ai-
res, que pediu anonimato. “É uma
aposta baseada no desgaste dos re-
presentantes do sindicalismo.”
O governo estimou que a parali-
sação de ontem causou perdas de
US$ 2,5 milhões — em meio à ten-
tativa de demonizar os sindicatos.
O problema é que a popularidade
de Milei também começa a baixar.
Segundo pesquisa do Centro de Es-
tudos de Opinião Pública (Ceop), a
imagem positiva do presidente
caiu de 61% para 52%, desde sua
posse, em 10 de dezembro.
Maquinistas de trens alemães
iniciaram ontem uma greve de seis
dias, em protesto contra a carga
horária semanal, que paralisou a rede
ferroviária do país e que, segundo
líderes empresariais, poderá custar à
economia do país até € 1 bilhão. A
paralisação, convocado pelo sindicato
GDL, é a maior nos 30 anos da
Deutsche Bahn, a operadora
ferroviária estatal da Alemanha. E
afeta algumas das artérias cruciais da
Europa, como o transporte de carga
através dos Alpes, Polônia ou para a
Escandinávia, assim como para os
portos marítimos na Holanda ou
Bélgica. Empresas alemãs alertaram
que a greve provocará restrições
severas à atividade em um momento
que a economia alemã já está
estagnada. Em 2023, o PIB encolheu
0,3%. Na foto, plataformas vazias na
estação central em Berlim.
Diante do surgimento de fortes
concorrentes chineses, a Câmara
alemã tem feito apelos às autori-
dade chinesas para que se crie con-
dições justas de competição e me-
didas para fortalecer a confiança
do investidor. Segundo a pesquisa,
22% das empresas alemãs disse-
ram que sofrem tratamento desi-
gual em comparação com seus
concorrentes locais.
Embora apenas 5% dos entrevis-
tados considerem as empresas chi-
nesas como as principais inovado-
ras no seu setor, 46% preveem que
serão líderes nos próximos cinco
anos. No crucial setor automotivo,
11% das companhias alemãs veem
as concorrentes chinesas como
inovadoras, com 58% prevendo
que assumirão a ponta nesse setor
nos próximos cinco anos. (Com
agências internacionais)
Quinta-feira, 25 de janeiro de 2024
Trump passeia nas prévias,
mas nada indica que é o
favorito na eleição nos EUA
Análise
Humberto Saccomandi
Para o Valor, de São Paulo
O processo de prévias partidá-
rias republicano mal começou e
praticamente já acabou nos EUA.
Depois de vencer em Iowa na se-
mana passada, o ex-presidente Do-
nald Trump ganhou na terça-feira
a primária em New Hampshire. Se
não ocorrer algo clamoroso, ele se-
rá o candidato presidencial do Par-
tido Republicano nas eleições de
novembro. Mas a facilidade com
que avança nas prévias faz de
Trump o favorito para se tornar o
próximo presidente dos EUA? Não
necessariamente.
Trump obteve quase 55% dos vo-
tos em New Hampshire, contra
43% de Nikki Haley, a única adver-
sária que sobrou na disputa repu-
blicana. O resultado pode não pa-
recer ruim para Haley, mas ela pre-
cisava de mais do que isso para se
mostrar viável na disputa. Entre os
Estados governados pelos republi-
canos, New Hampshire é um dos
mais hostis a Trump. Seu governa-
dor, Chris Sununu, é um ferrenho
crítico do ex-presidente e faz cam-
panha aberta por Haley.
Haley prometeu ficar na disputa
até o fim, após a desistência dos
outros pré-candidatos republica-
nos. Talvez ela não tenha dinheiro
para isso. De todo modo, Haley sa-
bia que não tinha chances desta
vez e possivelmente está de olho
nas eleições de 2028, quando
Trump não será candidato.
Nesse ritmo, Trump caminha
para ter a vitória mais arrasadora
de alguém que não era presidente
na história das prévias partidárias
americanas. Só um acontecimento
clamoroso o impedirá de ser can-
didato republicano, já que nunca
na história dos EUA o vencedor das
primárias deixou de ser o candida-
to presidencial de um partido.
Mas esse passeio nas prévias re-
publicanas significa que Trump é
franco favorito para vencer as elei-
ções presidenciais de novembro
nos EUA contra o democrata Joe
Biden? Não. A vitória tranquila nas
prévias ajudará a sua campanha, já
que ele poderá economizar di-
nheiro e evitará o desgaste político
de ser continuamente criticado
por adversários. Mas as eleições
ainda estão distantes, Biden tem a
vantagem de ser o presidente, as
pesquisas indicam empate técnico
e muita coisa ainda pode aconte-
cer até novembro.
Segundo a média das pesquisas
elaborada pelo site RealClearPoli-
tics, Trump lidera com 47,2% das
intenções de voto para as eleições
de novembro, contra 44,3% de Bi-
den. A diferença está na margem
de erro. Trump está à frente em vá-
rios Estados decisivos. Mas esse ce-
nário pode mudar. Em 24 de janei-
ro 2016, a democrata Hillary Clin-
ton liderava com 44% na média das
pesquisas, contra 41,3% de Trump,
que acabou vencendo a eleição.
A história também não favorece
Trump. Apenas um presidente que
perdeu a reeleição conseguiu vol-
tar à Casa Branca. Grover Cleve-
land foi presidente de 1885 a 1889,
perdeu a reeleição, mas conseguiu
vencer a eleição seguinte e voltar à
Casa Branca em 1893.
Além disso, é raro um presiden-
te americano perder uma reelei-
ção. Desde 1789, apenas dez presi-
dentes disputaram a reeleição e
Kiev abate avião russo que
levava presos ucranianos
Agências internacionais
Um avião militar da Rússia que
transportava 65 prisioneiros da
Ucrânia caiu ontem na região de
Belgorod, próxima da fronteira
ucraniana, matando todos a bor-
do, disse o governador da região,
Vyacheslav Gladkov, segundo a
agência estatal russa Ria Novosti.
O avião ainda levava seis mem-
bros da tripulação e três acompa-
nhantes, que transportava os ucra-
nianos supostamente para uma
troca de prisioneiros, segundo o
Ministério da Defesa da Rússia.
| Valor | A7
perderam. No século 20, foram só
três: Herbet Hoover, Jimmy Carter
e George Bush (pai). Trump foi o
único neste século.
Nesses últimos quatro casos, os
EUA entraram no ano eleitoral em
meio a uma crise econômica, o
que prejudicou o presidente que
estava no cargo. Em 1932, Hoover
perdeu durante a Grande Depres-
são; o PIB naquele ano caiu 12,9%.
Em 1980 o PIB caiu 0,3% e Carter
perdeu. Bush perdeu em 1992,
quando o PIB americano cresceu,
mas havia caído 0,1% em 1991 e,
segundo analistas, os americanos
demoraram a sentir a melhora da
economia. Em 2020, quando
Trump foi derrotado, a economia
americana recuou 2,8% devido à
pandemia de covid-19.
Desta vez é diferente. Os EUA
cresceram bem nos três primeiros
anos de governo Biden (5,9% em
2021, 2,1% em 2022, cerca de 2,5%
em 2023) e devem crescer 2% neste
ano, segundo projeções. Pesquisas
indicam que a maioria dos ameri-
canos desaprova o desempenho de
Biden na economia, mas há sinais
de que essa percepção ruim pode
estar mudando. Biden gastará
muito para convencer os america-
nos de que a economia melhorou
no seu governo.
Segundo a mídia americana,
Trump é o adversário preferido pe-
los marqueteiros de Biden. A cam-
panha do democrata aposta que os
eleitores se recordarão das polê-
micas que marcaram o governo
Trump. E também que Biden con-
seguirá captar um número maior
de eleitores independentes, isto é,
aquele eleitor que ora vota demo-
crata, ora republicano e que acaba
decidindo as eleições nos EUA.
O eleitorado americano será
lembrado regularmente dessas
polêmicas nos próximos meses,
pois Trump é réu em quatro pro-
cessos criminais que vão avançar e
podem ser julgados ainda antes da
eleição. Pesquisas indicam que a
maioria dos eleitores republicanos
deve apoiar Trump mesmo se ele
for condenado, mas o efeito sobre
os eleitores independentes ainda é
incerto. E, numa disputa apertada,
mesmo uma pequena perda de vo-
tos pode ser decisiva.
As eleições ainda
estão distantes, e
Joe Biden tem a
vantagem de ser o
presidente
Segunda a mais recente pesqui-
sa YouGov/Economist Trump tem
rejeição grande entre as mulheres
e os jovens. Biden buscará mobili-
zar esse eleitorado. O ex-presiden-
te também é rejeitado por uma
parte do eleitorado republicano.
Uma sondagem, da TV NBC e do
jornal “Des Moines Register”, indi-
cou que 43% dos republicanos que
votaram em Hailey nas prévias de
Iowa não apoiarão Trump e prefe-
rem votar em Biden.
Assim, tudo indica que Trump
vencerá com muita facilidade as
prévias republicanas, mas nada
aponta que ele é imparável na
disputa contra Biden. Trump de-
verá ser competitivo, mas a cam-
panha eleitoral americana está
apenas começando. O caminho
até novembro será longo.
O acidente está sendo investiga-
do pelas Forças Aeroespaciais da
Rússia. Segundo a Ria Novosti, mo-
radores da região ouviram duas
explosões com intervalo de um mi-
nuto entre elas antes do avião cair.
O líder da Comissão de Defesa
da Duma — câmara baixa do Par-
lamento russo —, Andrei Karta-
polov, acusou a Ucrânia de ter
atacado mesmo sabendo que pri-
sioneiros ucranianos estavam no
avião. Kiev não recusou ter lança-
do o ataque, mas disse ter recebi-
do inicialmente a informação de
que o voo transportava mísseis.
A8 | Valor | Quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

Opinião

Conselho de Administração
Presidente: João Roberto Marinho
Vice-presidentes:
José Roberto Marinho e Roberto Irineu Marinho

Em meio à greve geral, plano é uma publicação da Editora Globo S/A

Diretor Geral: Frederic Zoghaib Kachar

de Milei avança no Congresso

Diretora de Redação: Maria Fernanda Delmas
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presidente Javier Milei enfrenta agora os agrícolas e ao mecanismo de indexação das aposentadorias, Catherine Vieira Stela Campos Marcos de Moura e Souza
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Fernando Torres Editor de Cultura Maria Cristina Fernandes
governo, que não pecam por moderação. Nas superávit primário do governo. Nas conversas com o FMI, (fernando.torres@valor.com.br) Hilton Hida (mcristina.fernandes@
ruas, a Confederação Geral do Trabalho (CGT), que vai liberar US$ 4,7 bilhões para a Argentina, o Robinson Borges (hilton.hida@valor.com.br) valor.com.br)
(robinson.borges@valor.com.br) Editor de Legislação
poderosa central sindical alinhada ao presidente não se contentou em zerar o déficit primário Sergio Lamucci & Tributos
Marli Olmos
(marli.olmos@valor.com.br)
peronismo, realizou sua primeira greve geral em 5 anos, (2,9% do PIB), como prometeu um superávit de 2% do PIB. (sergio.lamucci@valor.com.br) Arthur Carlos Rosa
Correspondente internacional
Zinia Baeta (arthur.rosa@valor.com.br)
esvaziando as ruas de Buenos Aires, em um massivo protesto As ressalvas dos aliados significam que, caso não sejam (zinia.baeta@valor.com.br) Editora Visual
Assis Moreira (Genebra)
(assis.moreira@valor.com.br)
contra a reforma trabalhista, em particular, e os pacotes atendidos, eles poderão votar contra esses pontos em plenário. Sucursal de Brasília Multiplataformas
Correspondentes nacionais
Fernando Exman Luciana Alencar
econômicos de Milei em geral. Em comissões no Congresso, O governo concordou em retirar retenções que afetem as (fernando.exman@valor.com.br) (luciana.alencar@valor.com.br)
Cibelle Bouças (Belo Horizonte)

o bloco de apoio ao presidente conseguiu maioria que províncias, mas não abre mão do núcleo de receitas Sucursal do Rio Editora Valor Online
(cibelle.boucas@valor.com.br)
Marina Falcão (Recife)
Francisco Góes Paula Cleto
permite que seu pacote de leis vá a plenário. Inicialmente representado pelo aumento das retenções de 31% para 33% no (francisco.goes@valor.com.br) (paula.cleto@valor.com.br) (marina.falcao@valor.com.br)
marcada para hoje, a avaliação deverá ocorrer na próxima caso da soja, e de 12% para 15% nos de trigo e milho. Sem um Editora do Núcleo de Política Editora Valor PRO
semana, por acordo com a oposição. bloco monolítico, isso significa que só se saberá ao certo a e Internacional Roberta Costa
Fernanda Godoy roberta.costa@valor.com.br
O protesto da CGT foi pacífico e arrastou líderes e políticos feição final da legislação proposta pelo governo após a votação (fernanda.godoy@valor.com.br) Coordenador Valor Data VALOR INVESTE
peronistas para as ruas, como o governador da província de artigo por artigo — e há uma imensidão deles. Editora do Núcleo de Finanças William Volpato Editora: Daniele Camba
Talita Moreira (william.volpato@valor.com.br) (daniele.camba@valor.com.br)
Buenos Aires, Axel Kicillof, ex-ministro da Economia de Milei está fazendo um verdadeiro batismo de fogo em (talita.moreira@valor.com.br) Editora de Projetos Especiais
Cristina Kirchner. Os efeitos políticos da paralisação miram negociações políticas, para as quais seu temperamento é Editora do Núcleo de Empresas Célia Rosemblum(celia. PIPELINE
Mônica Scaramuzzo rosemblum@valor.com.br) Editora: Maria Luíza Filgueiras
mais o Congresso, que se prepara para votar as propostas de inadequado e sua experiência, pequena. As modificações (monica.scaramuzzo@ Repórteres Especiais (maria.filgueiras@valor.com.br)
Milei, do que propriamente angariar apoio popular. Os feitas e a caminho nas propostas indicaram que ele se valor.com.br) Adriana Mattos
Editora de Tendências & (adriana.mattos@valor.com.br) VALOR INTERNATIONAL
sindicalistas peronistas sempre organizaram manifestações mostrou disposto a deixar de lado fatores altamente Tecnologia Alex Ribeiro (Brasília) Editor: Samuel Rodrigues
poderosas contra os governos de outros partidos, a ponto de divisivos, que poderiam levar a um desgaste político inútil, Cynthia Malta (alex.ribeiro@tvalor.com.br) (samuel.rodrigues@valor.com.br)
(cynthia.malta@valor.com.br) César Felício
nos últimos 77 anos apenas o governo do liberal Mauricio porque não são centrais para enfrentar a imensa crise Editor de Brasil (cesar.felicio@valor.com.br)
Macri ter conseguido concluir seu mandato. econômica e social no qual está imerso o país. Eduardo Belo Daniela Chiaretti
Milei, um estranho no ninho do jogo partidário tradicional e O governo concordou, por exemplo, em jogar todo o (eduardo.belo@valor.com.br)
Editor de Agronegócios
(daniela.chiaretti@valor.com.br)
Fernanda Guimarães
NOVA GLOBO RURAL
Editor-executivo:
minoritário no Congresso, será um alvo mais frágil nas capítulo da reforma política — fim das primárias, mudança no Patrick Cruz (fernanda.guimaraes@ Cassiano Ribeiro
tentativas de desestabilização. Suas reformas, que implicam sistema eleitoral com só um deputado eleito por distrito — para patrick.cruz@valor.com.br valor.com.br) cassianor@edglobo.com.br

maior liberdade para as empresas contratarem e dispensarem
empregados, redução de indenizações etc., desafiaram
frontalmente o poder dos sindicatos argentinos. A insatisfação
latente com a inflação de 211,4% em 2023, liberação de preços
geral e aumentos fortes e sucessivos das tarifas criam um
ambiente propício às manifestações da oposição, que também
estão sendo testadas em seu poder de mobilização.
Milei obteve vitórias iniciais importantes no Congresso,
ainda que parciais. Após discussões que vararam a
madrugada e entraram no dia da greve geral, ele obteve uma
as sessões ordinárias do Congresso, no ritmo tradicional da
tramitação das leis. O mesmo destino terão todas as numerosas
modificações indicadas no Código Civil e Comercial. Mais
importante, o prazo de vigência que pediu para legislar sem o
Congresso, via decreto nacional de urgência, foi reduzido pela
metade — um ano, prorrogável por mais um ano, se obtiver aval
dos parlamentares. A YPF foi retirada da lista de privatizações,
enquanto que o Banco Nación poderá ser vendido
“parcialmente”, com o governo retendo poder de veto.
O radicalismo de Milei foi uma estratégia para demonstrar
Valor PRO / Diretor de Negócios Digitais Tarcísio J. Beceveli Jr. (tarcisio.junior@valor.com.br)
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Sucursal do Rio de Janeiro Rua Marques de Pombal, 25 – Nível 2 – Bairro: Cidade Nova –
Rio de Janeiro/RJ – CEP 20230-240

maioria para levar o Congresso a votar sua lei, que que queria ir às ultimas consequências para realizar seu Publicidade - Outros Estados

emagreceu de 664 artigos para 523. A maioria, composta programa de governo e, também, uma tática de barganha BA/SE/PB/PE e Região Norte Canal
Chetto Comun. e Rep.
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pela Liberdade Avança, partido do presidente, Pro, do na qual ele pode se livrar de acessórios e excessos que Tel./Fax: (71) 3043-2205 Tel./Fax: (41) 3019-3717 Tel./Fax: (48) 3333-8497 /
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ex-presidente Macri, Coalizão Federal e Inovação Federal, incomodam aliados e adversários, sem prejuízo de seus Tel./Fax: (31) 3264-5463/3264-5441 Tel./Fax: (51) 3231-6287 / 3219-6613

obteve 55 apoios, ante 45 da oposição dos peronistas e da
esquerda. O problema, mais que previsível, é que 34 dos 55
deputados que apoiam o pacote de Milei o fizeram com
ressalvas que não são triviais. As objeções da ala “rebelde” da
tradicional UCR, e de membros da Coalizão Cívica, de Elisa
Carrió, dizem respeito às “retenções” das exportações
objetivos centrais. A capacidade de mobilização dos
sindicatos é grande, mas a partida decisiva para Milei será
jogada no Congresso, no qual ele é o presidente cujo poder
parlamentar é desprezível. No entanto, sem deixar de fazer
mais barulho do que seria necessário, Milei está aprendendo
a contornar obstáculos e só tem a ganhar com isso.
Para contratação de assinatura e atendimento ao assinante, entre em contato pelos canais:
Call center: 0800 7018888, whatsapp e telegram: (21) 4002 5300. Portal do assinante:
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Atendimento ao Assinante. Tel: 0800 7018888. Carga tributária aproximada: 3,65%

.
Cenário externo terá papel preponderante nos preços dos ativos no Brasil ao longo de 2024. Por Eduardo Zilberman

Na corda bamba de sombrinha

B
oa parte da discussão
sobre os preços dos ati-
vos no Brasil é dedicado
às questões locais, prin-
cipalmente fiscais e políticas,
dando menos peso relativo à
perspectiva externa.
Um bom entendimento do
que aconteceu ao longo de 2023
com a economia dos Estados
Unidos é fundamental para pros-
pectar 2024. Com os mecanis-
mos de transmissão mais ime-
diatos da política monetária obs-
truídos, por conta da boa saúde
financeira das famílias e firmas, o
aumento substancial da taxa de
juros americana não desacelerou
a economia como nos ciclos pas-
sados. Até então, intuitivo. O que
surpreendeu, e em desalinho
com o cenário de muitos econo-
mistas, foi o processo desinfla-
cionário benigno com um mer-
cado de trabalho ainda aquecido
e a atividade econômica acima
do esperado. De fato, muitos eco-
nomistas influentes diagnostica-
ram que uma redução mais subs-
tancial da inflação nos Estados
Unidos passaria necessariamen-
te por um aumento significativo
da taxa de desemprego.
A escassez relativa da oferta
de trabalho, advinda das restri-
ções que assolaram o mundo
após a pandemia, assim como
uma política fiscal expansionis-
ta que turbinou o consumo, le-
varam o mercado de trabalho
americano ao seu limite. Não se
trata de um debate se a origem
da inflação ocorreu por conta de
deslocamentos da demanda ou
da oferta, mas da interação de
ambas. Como o trabalho é um
insumo essencial à produção,
uma demanda agregada pres-
sionada forçou a economia a
operar no limite da sua capaci-
dade produtiva, em que não só o
pouco grau de ociosidade gerou
pressões inflacionárias, mas
também os preços ao consumi-
dor passaram a reagir de manei-
ra mais intensa aos choques ne-
gativos de oferta que ocorreram
de forma recorrente.
Essa maior transmissão dos
choques de oferta para inflação
vale tanto na subida quanto na
descida. Se as expectativas de in-
flação, em especial as de longo
prazo, permanecerem bem com-
portadas, a inflação também cai
rapidamente conforme os cho-
ques negativos se dissipam. A an-
coragem das expectativas, que
funciona com uma espécie de
força gravitacional puxando a in-
flação para sua meta ao longo do
tempo, é fundamental para o ar-
gumento, e a manutenção da po-
lítica monetária em grau restriti-
vo foi relevante para que estas
permanecessem ancoradas.
A constatação de um processo
benigno de desinflação na eco-
nomia americana tem reforçado
a tese de pouso suave, ou seja,
uma desinflação sem grandes
custos em termos de atividade
econômica. Haveria um rebalan-
ceamento do mercado de traba-
lho, com a taxa de desemprego
convergindo por baixo para sua
taxa natural.
Mas esta convergência por bai-
xo violaria uma regularidade
empírica, que ficou conhecida
como a regra de Sahm: em todos
os episódios em que a taxa de de-
semprego começou a acelerar, o
fez rapidamente, e esteve asso-
ciada a uma recessão na econo-
mia americana. É possível justifi-
car esta regularidade empírica,
mesmo em ciclos para os quais
não se observou uma desalavan-
cagem significativa das famílias,
firmas ou bancos, o que tende a
amplificar o processo recessivo.
O medo do desemprego e, por-
tanto, de uma queda abrupta da
renda do trabalho, per se levaria
a uma redução do consumo, o
que, por sua vez, reduziria a re-
ceita das firmas e aumentaria as
demissões involuntárias, retroa-
limentando este medo. Além dis-
so, há uma fricção no mercado de
trabalho que impede reduções
substanciais dos salários nomi-
nais, o que reforça o ajuste via de-
missões ao invés de salários
quando a economia enfraquece.
E, por fim, a pergunta ainda está
em aberto se algum custo mais
substancial de atividade econô-
mica será necessário para asse-
gurar a convergência da inflação
para sua meta nessa reta final do
processo desinflacionário, o que
poderia acionar a regularidade
empírica descrita acima.
A sintonia fina da política mo-
netária para atingir o pouso sua-
ve não é trivial, ainda mais le-
vando em conta que esta opera
com defasagem incerta, e que a
velocidade e a magnitude do
aperto monetário que ser obser-
vou até julho de 2023 ainda po-
de afetar a economia americana
ao longo de 2024.
Se o Fed engendrar cortes sig-
GERD ALTMANN/PIXABAY
para reaceleração da inflação, a
lógica acima sugere uma maior
probabilidade de aumento
abrupto da taxa de desemprego.
Em suma, perseguir o pouso
suave da economia americana é
como atravessar uma corda bam-
ba de sombrinha. É possível, mas
ao longo da travessia, a econo-
mia pode degringolar. Uma vez
constatado este equilíbrio tênue
que a tese do pouso suave repre-
senta, é razoável supor que, em
sua função objetivo, o Fed tenha
— ou dada a natureza colegiada
das decisões, venha a desenvol-
ver — alguma preferência para
que lado da corda bamba se gos-
taria de evitar que a economia
caísse. Se o pior cenário a ser evi-
tado é uma queda abrupta do de-
semprego, menos aperto mone-
tário ao longo de 2024; se uma
reaceleração da inflação e uma
eventual desancoragem das ex-
pectativas, mais aperto. A poster-
gação de cortes da taxa de juros
ao longo de 2024 seria consisten-
te com o segundo caso.
O ano promete ser marcado não
só por eventos geopolíticos, a co-
meçar pela guerra no Oriente Mé-
dio, que podem levar a materiali-
zação de novos choques inflacio-
nificativos de juros sem que se as- nários de oferta, mas também por
segure um melhor balancea- uma eleição presidencial nos Esta-
mento do mercado de trabalho e dos Unidos que colocará em holo-
algum arrefecimento do consu- fote qualquer aumento mais subs-
mo, a materialização de novos tancial da taxa de desemprego ou
choques relevantes de oferta ge- reaceleração da inflação. Para o
raria uma nova rodada de infla- Brasil, uma vez mitigados os riscos
ção alta, o que poderia afetar ne- políticos e fiscais de curto prazo
gativamente a credibilidade do nesse último ano, a evolução da
Fed e a ancoragem das expectati- perspectiva externa descrita acima
vas de inflação. Por outro lado, se terá um papel preponderante para
o Fed mantiver a taxa de juros su- dinâmica dos preços dos ativos ao
ficientemente elevada por mais longo de 2024.
tempo, até que se ganhe uma
maior convicção de que o merca- Eduardo Zilberman é economista chefe
do de trabalho e a dinâmica do da Gávea Investimentos e professor de
consumo não representam riscos Economia da PUC-Rio.

Opinião
A velha nova política industrial
Pedro Ferreira e
Renato Fragelli
N
esta semana, o gover-
no anunciou o plano
Nova Indústria Brasil
(NIB), uma nova políti-
ca industrial. Ele tem coisas no-
vas e coisas ruins. As novas não
são boas.
O NIB parte da premissa de que
uma indústria forte seja pré-con-
dição para o desenvolvimento de
uma nação. Diante da queda da
participação da indústria no PIB
brasileiro, observada nas últimas
três décadas, o diagnóstico é que
o país está se desindustrializando
precocemente, não havendo pos-
sibilidade de os setores de servi-
ços e agropecuária liderarem a re-
tomada do crescimento. Conclui
que, a fim de reverter o processo,
uma nova política industrial se
torna necessária.
Ocorre que isso já foi tentado
no passado e não deu certo. Com
raras exceções, após a retirada dos
subsídios e apoios públicos, os se-
tores beneficiados regrediram. A
Mundo vive sob equilíbrio econômico cada vez mais instável. Por Edoardo Campanella
Autossuficiência é uma ilusão perigosa
A
o longo dos últimos
três anos, a covid-19 e a
guerra na Ucrânia ex-
puseram as vulnerabi-
lidades decorrentes da profunda
integração econômica mundial.
Hoje, governos e empresas em to-
do o mundo dão prioridade a en-
curtar as cadeias de fornecimen-
to, reconstruir a capacidade de
produção nacional e diversificar
a base de fornecedores. Essas res-
postas não são motivadas apenas
por considerações pragmáticas
de gestão de risco, mas também
pela meta da autossuficiência
econômica, uma aspiração que
ameaça fazer fracassar qualquer
reestruturação estável da econo-
mia mundial.
Em seu discurso sobre o Estado
da União de 2022, o presidente dos
Estados Unidos, Joe Biden, prome-
teu criar uma economia em que
“tudo, desde o convés de um por-
ta-aviões até o aço nos guard-rails
das rodovias, seja fabricado nos
EUA do começo ao fim. Tudo”. Es-
tes compromissos se cristalizaram
nas leis CHIPS and Science Act e In-
flation Reduction Act, que ofere-
ciam amplos subsídios e isenções
fiscais para incentivar a produção
nacional. O governo Biden tam-
bém aproveitou o conceito de
“friendshoring” — a realocação de
cadeias de fornecimento para paí-
ses amigos —, que representa uma
espécie de autossuficiência regio-
nal com base em argumentos nor-
mativos e de segurança nacional.
Como reação, o presidente da
França, Emmanuel Macron, pro-
pôs que a União Europeia perse-
guisse uma estratégia “Made in Eu-
rope” própria. Mas as mudanças
para uma produção mais centrada
no âmbito nacional não se limita-
ram às economias avançadas. O
primeiro-ministro indiano, Na-
rendra Modi, também prometeu
criar uma “Índia autossuficiente”
e, mesmo antes do início da pan-
demia, a cruzada da China pela au-
tossuficiência já estava bem avan-
çada desde 2018, quando seu pre-
sidente, Xi Jinping, ressuscitou o
slogan de Mao Zedong de “regene-
ração pelos próprios esforços”.
Autossuficiência não é a mesma
coisa que protecionismo. O objeti-
vo nominal não é proteger empre-
sas ou setores específicos, ou mi-
nar outros, mas sim desenvolver
resiliência interna em um mundo
menos seguro. Como uma estraté-
gia de preservação voltada para
dentro, no lugar de um programa
de punições voltado para o exte-
rior, ela parece benigna, até mes-
mo sensata. Mas isso é uma ilusão.
suposta novidade está no concei-
to de missões e de um setor públi-
co empreendedor. Esses pontos
parecem ter como origem o pen-
samento da economista Mariana
Mazzucato. A ideia de missão é
congregar esforços de inúmeros
órgãos públicos e do setor priva-
do em torno de um objetivo estra-
tégico. A atual política terá mis-
sões, ou objetivos temáticos, liga-
dos aos setores de agroindústria,
saúde, infraestrutura, saneamen-
to, moradia e mobilidade.
Abaixo dessas missões esta-
riam “metas aspiracionais”, obje-
tivos mais concretos que direcio-
nariam os esforços e financia-
mentos das políticas. Entre elas,
reduzir o tempo de deslocamen-
to dos trabalhadores em 20%, au-
mentar o setor agroindustrial
para 50% do PIB, produzir do-
mesticamente 70% dos medica-
mentos consumidos no país,
transformar digitalmente 90%
das empresas etc.
Apesar da nova nomenclatura
e de toda uma narrativa original,
a ideia é velha: setores e grupos
privados são escolhidos por bu-
rocratas, fixando-se debaixo de-
les metas específicas. Por trás
dessas políticas está outra visão
de Mazzucato, a do Estado Em-
preendedor — título de um de
seus livros —, uma radicalização
do que já se viu no passado. A
premissa é que as grandes inova-
ções sempre tiveram por trás a
A autossuficiência
conduz invariavelmente
ao caos sistêmico. As
tentativas de
desenvolver
capacidades internas de
uma forma excludente
nunca trouxeram a
resiliência nacional ou a
paz internacional que
seus defensores
prometiam
ação de governos, de modo que,
se deixado somente a cargo da
iniciativa privada — sempre ca-
racterizada por falta de visão na-
cional, comportamento preda-
dor e foco no curto prazo —, as
nações não se desenvolveriam.
Essas ideias são altamente ques-
tionáveis e não possuem qual-
quer evidência mais forte além
da narrativa e retórica da autora.
Parece-nos uma mera requenta-
da de ideias desenvolvimentistas
antigas, vendidas agora com um
branding moderninho.
O plano de ação e a forma de fi-
nanciá-lo ainda está bastante va-
go. O que se apresenta, entretan-
to, é preocupante. Entre os prin-
cipais instrumentos do NIB estão
créditos tributários, requisitos
de conteúdo local, subvenções e
empréstimos. Nada de novo
aqui, apesar de esses instrumen-
tos ainda não estarem claramen-
te definidos. Mas repetem-se es-
tratégias do passado, como a No-
va Matriz Econômica, que custa-
ram caro e não deram certo.
Além disso há uma estranha
ideia de utilizar compras gover-
namentais para alavancar o de-
senvolvimento da indústria. Uma
comissão interministerial decidi-
rá os setores em que se exigirá a
aquisição de bens e serviços na-
cionais, mesmo que mais caros.
Tem-se aqui uma receita para o
desastre — imagine a burocracia
necessária e ineficiência — toda a
Mesmo que a autossuficiência seja
uma reação compreensível a um
mundo que se afasta da abertura
econômica, ela traz o risco de ali-
mentar uma instabilidade sistêmi-
ca ainda maior.
As tendências autárquicas de
hoje em dia são um sintoma do
desvanecimento da Pax America-
na. A intensificação da rivalidade
entre os EUA e a China e o alarga-
mento do fosso entre regimes de-
mocráticos e autoritários têm re-
duzido cada vez mais a capacidade
dos EUA de manterem a economia
de mercado mundial aberta.
De acordo com uma das teorias
sobre relações internacionais, uma
hegemonia confiável e compro-
metida que garanta o cumprimen-
to das regras globais e forneça
bens públicos mundiais é um
pré-requisito para manter os mer-
cados internacionais abertos.
Quando a potência predominante
já não tem os meios ou a vontade
política de desempenhar esse pa-
pel, os mercados tornam-se ina-
cessíveis de súbito. A hegemonia
usará o protecionismo para conter
os concorrentes em ascensão e
preservar seu status mundial, ao
mesmo tempo em que reduzirá
seus compromissos internacio-
nais. Em resposta, novos concor-
rentes, como a China hoje, mina-
rão o sistema internacional ao
contestar sua legitimidade.
As indicações do comprometi-
mento menor dos EUA com a or-
dem mundial liberal se multipli-
cam. Durante o mandato do
ex-presidente Donald Trump, os
Estados Unidos rejeitaram aberta-
mente os princípios e o senso de
propósito que orientaram seu en-
economia pagando mais em be-
nefício dos escolhidos.
O NIB cria mais problemas fis-
cais à frente. Ao longo de 2023, o
ministro Haddad costurou a
aprovação de seu arcabouço fis-
cal. Este baseou-se em elevação
de receitas para cobrir o aumen-
to de despesas em 1,5% do PIB,
gestado por Lula ainda antes da
posse. Há grande desconfiança
em relação ao cumprimento das
metas fiscais definidas no arca-
bouço. Não apenas os mercados,
mas também instituições públi-
cas independentes, como o TCU,
preveem déficit primário de, pe-
lo menos, R$ 50 bilhões em 2024.
NIB reproduz erros do
passado e provavelmente
terá o mesmo resultado:
impacto de longo prazo
nulo ou até negativo
O NIB sinaliza uma descoorde-
nação entre as lideranças da área
econômica: de um lado, Haddad
e Tebet trabalham pelo cumpri-
mento do arcabouço fiscal; de
outro, Alckmin e Mercadante
promovem os gastos. Um pro-
grama cuja difícil implantação
pressupõe uma ação cooperativa
de ministérios distintos não tem
chance de dar certo nesse am-
biente. Ao aprofundar a descon-
fiança em relação à determina-
gajamento internacional nas sete
décadas anteriores. E embora Bi-
den tenha declarado no início de
seu mandato que “os EUA estão de
volta”, seu governo não fez mais do
que reparar marginalmente o da-
no causado nos quatro anos ante-
riores. Os EUA ainda usam o co-
mércio como arma contra a China
e seguem uma política industrial
excludente. Ao mesmo tempo, a
China, juntamente com outras
economias emergentes, tem de-
senvolvido um sistema internacio-
nal paralelo centrado nas suas ins-
tituições e parcerias.
Assim, o mundo encontra-se em
um equilíbrio cada vez mais instá-
vel. Embora a ordem econômica
internacional ainda exista formal-
mente, na prática ela já não pro-
porciona estabilidade. Os países
não têm outra escolha que não seja
desenvolver as próprias capacida-
des internas e as de seus agrupa-
mentos regionais. À medida que o
mundo se divide entre linhas de-
mocráticas e autoritárias, o inter-
câmbio internacional se baseará
mais na discriminação política do
que em vantagens comparativas.
Historicamente, os principais
intelectuais defensores da autos-
suficiência — de Englebert
Kaempfer, Jean-Jacques Rous-
seau e Johann Fichte até Mohan-
das Gandhi e John Maynard Key-
nes — supunham, de forma equi-
vocada, que essas estratégias
contribuíam para a paz interna-
cional ao isolar os países de in-
fluências estrangeiras que enco-
rajavam a guerra. Mas a natureza
voltada para dentro da autossufi-
ciência inevitavelmente conflita
com o desejo de áreas econômi-
Quinta-feira, 25 de janeiro de 2024
ção do governo em cumprir o ar-
cabouço fiscal, o NIB gera eleva-
ção dos juros de longo prazo, ini-
bindo investimentos, na contra-
mão dos objetivos do programa.
Obviamente a solução pode ser
aumento de impostos, o que
também afetará negativamente
no longo prazo o crescimento.
O Brasil tem um problema de
produtividade generalizado —
todos os setores são pouco pro-
dutivos — o que reflete distor-
ções — tributárias, educacionais,
burocráticas, regulatórias etc. —
que afetam negativamente a eco-
nomia como um todo. O país não
é atrasado porque promove os
setores errados, afinal o atraso
está presente em todos os seto-
res. Ao escolher alguns setores e
aumentar as distorções e custos
impostos ao resto da economia, a
nova política industrial repro-
duz erros cometidos no passado
e provavelmente terá o mesmo
resultado: setores beneficiados
crescerão temporariamente, en-
quanto os incentivos durarem,
mas o impacto de longo prazo
sobre a economia será nulo,
quando não negativo, como foi o
caso da Nova Matriz Econômica.
Pedro Cavalcanti Ferreira é professor
da EPGE-FGV e diretor da FGV
Crescimento e Desenvolvimento
Renato Fragelli Cardoso é professor da
Escola Brasileira de Economia e Finanças
(EPGE-FGV).
cas maiores ou de mercadorias a
que não se tem acesso.
Há mais de um século, os impé-
rios europeus tentaram conquis-
tar o controle exclusivo sobre re-
giões valiosas do ponto de vista
econômico, o que contribuiu para
as tensões entre as grandes potên-
cias que alimentaram as guerras
ao longo do século 19, antes de ir-
romperem de forma decisiva em
Sarajevo, em 1914. De maneira se-
melhante, durante os anos entre
guerras o Japão imperial tentou re-
duzir sua dependência dos EUA
para a obtenção de commodities
essenciais com a expansão de sua
presença na Ásia; mas isso acabou
por levá-lo a um confronto direto
com as potências ocidentais na re-
gião. Hoje, as tensões sobre o sta-
tus de Taiwan, um elo crítico nas
cadeias mundiais de fornecimento
de semicondutores, é um exemplo
perfeito desse risco.
Se a fragmentação da economia
mundial continuar, é provável que
as tensões entre as grandes potên-
cias se intensifiquem e as chances
de um conflito aumentem. Ou os
EUA poderiam aceitar a erosão da
sua posição hegemônica. Enquan-
to ainda exercem uma influência
substancial, poderiam assumir a li-
derança na reestruturação da go-
vernança mundial para torná-la
mais inclusiva e consensual. É dis-
so que o mundo precisa para resta-
belecer a confiança entre os países
e encorajar a abertura econômica.
A confiança mútua entre os paí-
ses deve ser o objetivo. Para impe-
dir a dispendiosa fragmentação da
economia mundial em blocos se-
parados, precisamos de menos re-
tórica sobre autoritarismo versus
democracia, de mais esforços para
separar as questões econômicas
das preocupações sobre valores e
de um foco diplomático renovado
nos bens mundiais comuns.
Estratégias de autossuficiência
conduzem invariavelmente ao caos
sistêmico, já que produtos e merca-
dos essenciais se tornam inacessí-
veis. As tentativas de desenvolver ca-
pacidades internas de uma forma
excludente nunca trouxeram a resi-
liência nacional ou a paz internacio-
nal que os defensores da autossufi-
ciência prometiam. Pelo contrário,
de forma geral essas políticas têm si-
do precursoras de conflitos. (Tradu-
ção de Lilian Carmona)
Edoardo Campanella é membro sênior
do Mossavar-Rahmani Center for
Business and Government, da Harvard
Kennedy School, e coautor (com Marta
Dassù) de “Anglo Nostalgia: The Politics
of Emotion in a Fractured West”
| Valor | A9
Frase do dia
“São sindicalistas
mafiosos, juízes
cúmplices e
políticos
corruptos, todos
defendendo seus
privilégios”.
De Patricia Bullrich, ministra da
Segurança da Argentina, sobre
greve geral realizada ontem pela
Confederação Geral do Trabalho
Cartas de
Leitores
Isenção do IR
O governo federal anunciou co-
mo importante medida a isen-
ção de Imposto de Renda para
Pessoa Física (IRPF) para quem
ganha até 2 salários mínimos, e
o presidente Lula colocou como
meta chegar a R$ 5.000 até o fi-
nal de seu governo. Na Argenti-
na, o governo de Milei quer
aprovar reformas profundas pa-
ra sair de uma crise gravíssima,
passando a isenção para aproxi-
mados R$ 7.800, o que era antes
de mais de R$ 13.000. Não res-
tam dúvidas de que são visões
diferentes sobre o mesmo as-
sunto. Será que isso consegue
explicar porque nossos vizinhos
estão em crise ou porque no
Brasil os pobres pagam mais im-
postos que os ricos, proporcio-
nalmente?
José Osvaldo Gonçalves Andrade
jog.andrade64@yahoo.com
Tráfico na América Latina
O especial sobre o tráfico de dro-
gas (Valor, 23/1, A2), com entre-
vista da italiana Angela Me, chefe
do escritório da ONU sobre dro-
gas e crimes, revela a lamentável
constatação de que nosso conti-
nente latino-americano é o mais
intenso na prática do crime, a
participação ativa do crime or-
ganizado num mercado volátil
de mudanças contínuas nos pro-
dutos ilícitos, a competição en-
tre os grupos delinquentes , a
trágica incorporação dos jovens
pobres que vislumbram no co-
mércio de drogas a alternativa
de subsistência e o número de
homicídios. No entanto, não se
menciona o problema dos mer-
cados consumidores, em espe-
cial da Europa; se também fos-
sem igualmente reprimidos, se-
riam muito mais eficazes os re-
sultados repressivos. Somente se
combate o comércio internacio-
nal ilícito com atuação sobre as
duas pontas, como se verificou
no combate tradicional dos paí-
ses à pirataria através dos sécu-
los. Fica incongruente o combate
à produção e comércio na ori-
gem quando se fala em flexibili-
zação e legalização nos países
consumidores, a exemplo de
Portugal.
Amadeu Garrido de Paula
amadeugarridoadv@uol.com.br
Exército e STF
A assinatura do convênio entre o
Exército e o Supremo Tribunal Fe-
deral (STF) representa um marco
significativo na busca pela pacifi-
cação das instituições no Brasil. Es-
sa colaboração exemplar vai além
de meras formalidades, destacan-
do-se como um esforço conjunto
para dissociar a imagem das For-
ças Armadas do bolsonarismo. Ao
unirem forças em prol do fortale-
cimento da democracia e da esta-
bilidade institucional, ambos os
órgãos demonstram compromis-
so com o Estado de Direito. Essa
parceria não apenas promove a
eficácia operacional, mas também
sinaliza a importância de diálogo
e respeito mútuo, fundamentais
para a construção de um país coe-
so e democrático.
Luciano de Oliveira
luciano.os@adv.oabsp.org.br
Correspondências para
Av. 9 de Julho, 5229 - Jardim
Paulista - CEP 01407-907 - São
Paulo - SP, ou para
cartas@valor.com.br, com nome,
endereço e telefone. Os textos
poderão ser editados.
 A10 | Valor | Quinta-feira, 25 de janeiro de 2024
Adriana Levisky: “A cidade precisa querer condições de oferecer ambiente saudável”
Urbanismo Especialistas sugerem prioridade para decisões técnicas em vez comerciais
SPcresce‘paracima’comodesafiode
setornarmaisamigávelesustentável
Rafael Vazquez e
Luiz Fernando Figliagi
De São Paulo
São Paulo completa 470 anos
nesta quinta-feira, 25, em pro-
cesso de acelerada verticalização.
Para urbanistas, a maior concen-
tração de pessoas em edifícios
mais altos é positiva, mas traz pe-
lo menos dois grandes desafios
para a cidade: mais trânsito e di-
ficuldade para escoamento das
aguas pluviais. Com o aumento
dos eventos extremos e chuvas
cada vez mais fortes na cidade,
edifícios maiores e com garagens
mais profundas ampliam o risco
de alagamentos também nos
bairros mais nobres.
Para o arquiteto e urbanista
Nabil Bonduki, ex-secretário de
Ambiente Urbano do Ministério
do Meio Ambiente (2011-2012) e
ex-vereador na capital paulista, a
cidade está atrasada em imple-
mentar uma estratégia de desen-
volvimento urbano eficiente para
enfrentar, por exemplo, a maior
recorrência de chuvas fortes.
Bonduki explica que a altura
dos edifícios não é um problema
e que inclusive é parte da solu-
ção. “Verticalização pode até ter
causar um desconforto de paisa-
gem, para alguns, mas no aspec-
to da sustentabilidade não é
ruim porque tende a aumentar o
adensamento de pessoas em
áreas que já possuem infraestru-
tura”, diz. Para ele, é importante
que esse processo contemple edi-
ficações para todas as classes so-
ciais na zona central.
A vantagem está na possibili-
dade de reduzir deslocamentos
longos. “Se tivermos uma cidade
mais sustentável do ponto de
vista da mobilidade, com um
transporte coletivo melhor e
com mais pessoas morando pró-
ximas de onde trabalham, os ga-
nhos são muito grandes.”
O principal problema de pré-
dios mais altos, inclusive em
bairros tradicionalmente forma-
dos por casas residenciais e pe-
quenos comércios, não está na
altura, e sim no subsolo, pois os
empreendimentos acabam au-
Finanças mentando o espaço das gara-
gens para atender a demanda de
Após alta no fim compradores que não abrem
mão dos carros.
do ano, saída de “Em geral, os prédios têm taxa
de ocupação máxima de 50% do
recursos terreno [para erguer torres], o
estrangeiros da que não é nada ruim. Só que o
subsolo ocupa 85%. Então, você
Bolsa soma quase impermeabiliza o subsolo, o que
dificulta o escoamento da água
R$ 5 bi em 2024 quanto há essas chuvas fortes”,
explica. “Uma mudança de mo-
C1 delo eficiente seria uma cidade
em que o carro seja menos ne-
cessário e as garagens dos pré-
dios pudessem ser menores para
manter a permeabilidade de
áreas maiores do solo”.
Na visão do presidente do Con-
selho Federal de Engenharia (Con-
fea), Vinicius Marchese, a solução
para esse tipo de problema passa
por um olhar mais técnico de pre-
feitos, secretários e vereadores.
“Debater a altura dos edifícios
é supérfluo. O adensamento é
melhor do que o espraiamento
da cidade porque facilita o aces-
so a serviços onde já existe in-
fraestrutura mais adequada pa-
ra a população. Mas é realmente
necessário um plano técnico de
permeabilização e a devida re-
gulamentação para que a cidade
se desenvolva de acordo com o
interesse de todos, e não pelos
interesses imobiliários ou de
poucos segmentos.”
A visão é compartilhada pela
presidente do presidente do
Conselho Regional de Engenha-
ria e Agronomia de São Paulo
(Crea-SP), Ligia Marta Mackey.
Para ela, a cidade não comporta
mais construções não planeja-
das. “É preciso aproveitar o que já
existe e cujo uso esteja ocioso. O
desafio é imenso, mas será supe-
rado com muito debate técnico e
envolvimento de profissionais
multidisciplinares que endere-
cem todos os pontos de urgência
das medidas que têm impacto no
adensamento populacional,
contemplando toda a diversida-
de do município de forma a miti-
gar cada vez mais os efeitos extre-
mos da crise climática”.
Há várias outras ações que os
especialistas sugerem para que a
cidade se adapte mais rapida-
mente às necessidades atuais,
mas todos ponderam que a
transformação exige horizonte
amplo de 20 a 30 anos tomando
decisões com mais respaldo téc-
nico e menos influência política
e comercial.
“Há uma série de evidências
que colocam em pauta a necessi-
dade de criar planos emergen-
ciais e ações de médio e longo
prazo que possam lidar com agi-
lidade contra eventos que antes
eram imprevisíveis”, comenta a
urbanista Adriana Levisky, sócia
do escritório Levisky Arquite-
tos/Estratégia Urbana.
“Ninguém imaginava o volu-
me de chuva com a frequência
que vem acontecendo e causan-
do falta de energia, queda de ár-
vores”, diz, sugerindo maior
atenção com o manejo da arbo-
rização na cidade e também
mais atenção com as calçadas
que, para ela, são uma “vergo-
GABRIEL REIS/VALOR
Nabil Bonduki: “O mercado imobiliário tenta jogar no sentido contrário do que deveria ser”
“É preciso
nha” e tornam a São Paulo me-
nos amigável para deslocamen-
aproveitar o
tos e passeios a pé.
Em relação à revisão do Plano
que já existe e
Diretor Estratégico da cidade,
aprovada pela Câmara dos Ve-
cujo uso esteja
readores no ano passado, há di-
vergências sobre a eficácia das
ocioso. O
mudanças.
Bonduki, que participou da
desafio é
elaboração do plano de 2014, la-
menta que as mudanças permiti-
imenso, mas
ram justamente mais garagens
em edifícios de alto padrão pró-
será superado
ximos a transportes coletivos e
prédios que ocupam terrenos
com muito
maiores nos chamados “miolo”
dos bairros. “O mercado imobi-
debate técnico”
liário tenta jogar no sentido con-
trário do que deveria ser feito sob
argumento de que fazem mais
Ligia Marta Mackey garagens, por exemplo, porque o
consumidor quer.”
Já o advogado e doutor em di-
reito urbanístico Wilson Levy
aponta que de qualquer maneira
o adensamento populacional
tem efeitos positivos, apesar das
críticas. “Um ponto importante
dessa discussão é que São Paulo,
ainda com todos esses estímulos,
é muito menos adensada do que
outras cidades ao redor do mun-
do que são reconhecidas pela
qualidade da vida urbana, como
são os casos de Paris, Londres,
Nova York e Barcelona”, diz.
Segundo Levy, que também é
representante do Crea e vice-pre-
sidente do Conselho Municipal
de Preservação do Patrimônio
Histórico, Cultural e Ambiental
(Conpresp), uma cidade mais
compacta reduz emissões de ga-
ses nocivos ao ambiente porque
os deslocamentos ficam mais
curtos. “Mas é preciso também
apoiar ações de habitação de in-
teresse social.”
Para Adriana Levisky, embora
esteja atrasada em um plano de
desenvolvimento moderno e sus-
tentável, São Paulo não está con-
denada. “Se paramos para pensar
nos próximos 470 anos, precisa-
mos ter atenção em decodificar a
saúde urbana. A cidade precisa
querer ter condições de oferecer
um ambiente saudável”, diz.
“Proporcionar acesso mais de-
mocrático a uma saúde física,
mental e emocional e uma saúde
social.” Para ela, isso contribui
também que é a questão da resi-
liência e do enfrentamento das
mudanças climáticas, com deslo-
camentos menores e menos
emissão de gases.
“É preciso uma cesta de políti-
cas públicas, o zoneamento é
muito importante para induzir e
estimular novos empreendi-
mentos”, comenta. “Então se eu
permito um maior adensamen-
ROGERIO VIEIRA/VALOR
to, como é o caso do Plano Dire-
tor e da Lei de Zoneamento da
cidade de São Paulo, próximo a
locais de transporte eu amplio a
oferta de moradia e essa amplia-
ção de oferta traz consigo a re-
dução do preço.”
“O zoneamento é parte estru-
turante fundamental da política
urbana, mas ele não pode vir so-
zinho”, comenta a urbanista. “É
preciso ampliar o cardápio de
possibilidades de moradia, co-
mo o aluguel, que no mundo in-
teiro é reconhecido com um
meio importante de acesso a
moradia e que no Brasil perdeu
muito espaço para casa própria,
que claro, tem um papel impor-
tante no estímulo do mercado,
da construção, da incorporação
imobiliária e também alternati-
vas de reassentamento de pes-
soas que estão áreas de risco.”
Para o economista Guilherme
Dietze, da Federação do Comér-
cio de Bens, Serviços e Turismo do
Estado de São Paulo (Fecomer-
cioSP), seria importante para o
desenvolvimento sustentável a
longo e médio prazo de São Pau-
lo a instalação de empresas em
zonas periféricas da cidade. A
ideia foi levantada na gestão de
Fernando Haddad como prefeito
(2013-2016), mas que até hoje
ainda não decolou.
A estratégia se baseou princi-
pal em incentivos fiscais como a
desoneração do Imposto sobre
Serviços (ISS) e IPTU para empre-
sas que se instalassem em bairros
afastados do centro, mas falta-
ram investimentos em transpor-
te público e formação qualifica-
da de mão de obra.
“Não é somente colocar o ISS
para baixo e falar ‘agora se vira’.
Tem todo um trabalho que às ve-
zes precisa até de pavimentação
das ruas, organização dos estabe-
lecimentos comerciais e do
transporte público e segurança,
além da mão de obra”, afirma
Dietze. “A prefeitura precisa bus-
car mais entidades como o Senac
e o Senai para preparar as pes-
soas para trabalhos que determi-
nadas regiões da cidade mostre
vocação”, avalia.
Maior cidade do Brasil, São
Paulo conta com 11,4 milhões de
habitantes, de acordo com o Cen-
so Demográfico do Instituto Bra-
sileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) concluído no ano passa-
do. O PIB da capital paulista já
beira o trilhão: foi de R$ 829 bi-
lhões em 2021, segundo último
dado consolidado do IBGE. Se
fosse um país, a cidade figuraria
como a 60 a maior economia do
mundo, à frente de Marrocos e
Argélia, entre outras nações.
Aviação Siderurgia Entretenimento Agronegócio
Ministro Costa Filho Usiminas avalia HBO Max será A redução na
diz que governo abafar seu chamado apenas safra de laranja
prepara pacote alto-forno 2 para de Max no Brasil afetou volume
de ajuda às enfrentar alta de e toda América exportado do
empresas aéreas B4 importações B3 Latina B5 suco da fruta B6
Valor B
Quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

Veículos Inclusão de motores a combustão na prorrogação de incentivos muda o cenário no Brasil

GM anuncia investimento de R$ 7 bi,

mas não define planos de eletrificação
Marli Olmos
De Brasília
A General Motors anunciou nes-
ta quarta-feira (24) um robusto
programa de investimentos para o
Brasil, que totalizará R$ 7 bilhões
entre este ano e 2028. Os recursos
serão usados para renovar toda a
linha de produtos e modernizar as
fábricas. O detalhamento do pla-
no, no entanto, frustrou os que es-
peravam alguma sinalização da es-
tratégia que a montadora adotará
em relação à eletrificação dos veí-
culos produzidos no país.
O próximo ciclo de investimen-
tos da GM era, entre todos que têm
sido anunciados no setor, o mais
aguardado justamente porque, até
aqui, essa era a única entre as mon-
tadoras veteranas a levantar a ban-
deira do carro 100% elétrico, sem
passar por fases intermediárias,
com o desenvolvimento de híbri-
dos, como têm sido defendido pe-
las outras duas gigantes —
Volkswagen e Stellantis.
GESIVAL NOGUEIRA KEBEC/VALOR
do o plano da GM de demitir 1,2
mil empregados no fim de 2023.
Por decisão judicial, os cortes fo-
ram substituídos por um progra-
ma de demissões voluntárias. Os
dirigentes da empresa explica-
ram que foi uma necessidade
“pontual” de eliminar empregos.
O presidente da GM Interna-
tional, Shilpan Amin, que co-
manda todas as operações da
companhia fora do mercado
americano, veio de Detroit espe-
cialmente para anunciar o inves-
timento ao governo brasileiro.
Na rápida agenda de menos de
dois dias no país estava progra-
mado ser ele o primeiro a anun-
ciar o investimento, numa entre-
vista após o encontro. Lula, no en-
tanto, foi mais rápido ao publicar
o valor do novo ciclo de investi-
mento por meio de rede social.
“Esses investimentos vêm em boa
hora, com retomada do cresci-
mento econômico brasileiro com
programas como Novo PAC e a Amin (à esquerda), presidente da GM International, e Chamorro, no comando da operação América do Sul, querem analisar a “evolução do mercado” de elétricos
Nova Política Industrial”, desta-

Mas recentes medidas tomadas
pelo governo mudaram o cenário
e pesam numa eventual revisão de
estratégia. A mais polêmica está
13,4 mil
cou na rede X (antigo Twitter).
Na indústria automobilística,
toda atividade está atrelada a in-
vestimentos. Como o último ciclo
funcionários em 5 ž¤¡e¤«

relacionada a um parágrafo,
acrescentado de última hora ao
texto da prorrogação dos incenti-
vos fiscais para montadoras nas
regiões Nordeste e Centro-Oeste,
aprovado pelo Congresso no fim
do ano, e que beneficia a Stellan-
tis, forte concorrente da GM.
Num texto que originalmente
previa a extensão dos benefícios
apenas para modelos híbridos e
elétricos foram, de última hora,
incluídos também veículos com
motores a combustão.
O detalhe interfere na decisão
de investimentos numa empresa
como a GM, que em 2025 comple-
tará 100 anos de Brasil e que tem,
ao longo de todo esse tempo, se de-
dicado à produção de carros a
combustão. Mesmo que a presi-
dente mundial da companhia, Ma-
ry Barra, tenha declarado, nos Esta-
dos Unidos, a intenção de oferecer
apenas carros elétricos em todo o
mundo a partir de 2035.
A questão dos incentivos foi
tratada na reunião que a direção
da montadora teve, pela manhã,
com o presidente Luiz Inácio Lu-
la da Silva, o vice-presidente e mi-
nistro, Geraldo Alckmin, e o mi-
nistro da Casa Civil, Rui Costa. Na
mesma conversa, foi questiona-
“O mindset
do presidente
Lula está
alinhado ao nosso”
Shilpan Amin
anunciado pela GM — que somou
R$ 10 bilhões entre 2019 e 2024 —
está prestes a se esgotar já havia
chegado a hora de renová-lo.
O anúncio de ontem acabou
com os rumores que circulavam
sobre eventual saída da compa-
nhia que tem no país um dos
maiores complexos industriais do
setor, com 13,4 mil trabalhadores
em três fábricas de veículos em
São Caetano do Sul (SP), São José
dos Campos (SP) e Gravataí (RS),
uma de peças de estamparia em
Mogi da Cruzes (SP) e outra de
motores em Joinville (SC).
Durante a entrevista, o anúncio
do investimento acabou ofuscado
pela insistência dos jornalistas em
saber sobre os planos de eletrifica-
ção. Tanto Amin como Santiago
Chamorro, presidente da compa-
nhia na América do Sul, responde-
ram a todas as perguntas, mas não
solucionaram as dúvidas. Opta-
ram por manter mistério.
“Alguns mercados chegarão ao
elétrico mais rapidamente do que
outros”, disse Amin. Segundo ele,
eventual produção de elétricos ou
híbridos dependerá da evolução
do mercado, do interesse dos con-
sumidores, que a GM pretende
captar por meio de pesquisas, e de
“construir uma ponte” até o Brasil
se inserir no mapa da eletrificação.
Segundo o executivo, a conversa
com Lula foi “fantástica”. “Acredito
que o ‘mindset’ do presidente Lula
está alinhado ao nosso”, disse refe-
rindo-se à necessidade de descar-
bonizar o transporte.
Chamorro foi ainda mais enig-
mático: “O Brasil tem um forte po-
fábricas no Brasil
tencial para veículos elétricos, co-
mo fonte de minérios para a fabri-
cação de baterias. E a demanda e a
curiosidade do consumidor estão
aí. Não falaria nem sim, nem não,
mas existe potencial.”
Por enquanto, a GM vai atender
a esse potencial por meio da im-
portação de veículos 100% elétri-
cos. Além do Bolt, já vendido no
país, vai trazer versões elétricas de
mais dois: Blazer e Equinox.
Boa parte dos novos investi-
mentos será usada para renovar
toda a linha, além de modernizar
processos produtivos, incluindo
soluções de sustentabilidade.
No dia 1 o de fevereiro, será a vez
da Volkswagen anunciar novo ci-
clo de investimentos. O último
programa, de R$ 7 bilhões, anun-
ciado em 2021, termina em 2026.
Os investimentos das montado-
ras se confirmam à medida que o
governo resolve pendências
aguardadas pelo setor. Na virada
do ano, foi publicado texto do Mo-
ver (nova etapa do Rota 2030), um
programa que oferece incentivos
fiscais em troca de cumprimento
de metas de descarbonização e de
compromissos de investimento
em pesquisa e desenvolvimento.
Além disso, no início deste
mês, carros elétricos importados
voltaram a ser taxados com Im-
posto de Importação, que au-
mentará gradualmente num si-
nal de que o governo busca pro-
teger a indústria local.
ARQUITETO
ROBERTO
BRATKE
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Destaques
Ganho da Tesla dobra
O lucro da Tesla subiu 115% no
quarto trimestre em compara-
ção com o mesmo período de
2022, atingindo US$ 7,93 bi-
lhões. Diluído por ação, o lucro
ficou em US$ 2,27, alta de 112%.
Na mesma base de comparação,
a receita total aumentou 3%, pa-
ra US$ 25,2 bilhões. No acumula-
do do ano, o lucro chegou a US$
15 bilhões, alta anual de 19%, e o
lucro por ação ficou em US$ 4,30.
Já a receita chegou a US$ 96,77
bilhões, um crescimento de 19%.
A produção total da Tesla subiu
13% no quarto trimestre, na
comparação anual, para 495 mil
veículos, enquanto as entregas
subiram 20%, para 484,5 mil uni-
dades. No ano, a produção che-
gou a 1,85 milhões de veículos,
alta de 35% e as entregas soma-
ram 1,81 milhões, alta de 38%. As
despesas operacionais avança-
ram 27%, para US$ 2,37 bilhões
no quarto trimestre, e 22%, para
US$ 8,77 bilhões no ano.
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IBM lucra US$ 3,3 bi ÁÎÌÔÍÒ Ã ÏÑÇÕ¾ÓÇÕ¾Ò
A empresa de tecnologia IBM re-
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bilhões no quarto trimestre, alta ¡ ®¤©² ¯° K ¨«¢©« K ¨¤®›©ž §› K ¯›©°› ®«œ ®°› K ›¯¯› K °¯¦ K ¬ ž®› ž«
de 14% ante um ano antes. Diluí- ¯¤©« K ›§²« K «¯¬›® K °®¤¬›® K œ®¦ K ® · ©ž K ¯¤¯°›° K ® ›§ ¥± K ¡§«®¤© K
do por ação, o lucro ficou em US$ œ¨¬¨ K ž¤¯« C ©¢ ¡«®¨ C ¡›¨e§¤› ¢«§ž¯£¨¤ž°
3,54. A receita líquida subiu
4,1%, para US$ 17,38. No ano, o ÒÓ¾  ¾ ÒÔ¾ ÎÏÎÑÓÔÍǾÂà Âà ľÚÃÑ Ï¾ÑÓà Âà ÔÌ
lucro líquido foi de US$ 7,5 bi- ÃÌÏÑÃÃÍÂÇÌÃÍÓÎ ÍÇÁÎN ÍÓÑà ÃÌ ÁÎÍÓ¾ÓÎ Ã ÓÇÑà ÒÔ¾Ò ÂÕǾÒN
lhões, quase 5 vezes o lucro de
US$ 1,64 bilhão de 2022, a recei- ÁÎÌÃÑÁǾÊÂǚÃÍÅÃÄÎÑÌNÁÎÌN¿Ñ pp †d†dC{p ÃÍÅÃÄÎÑÌÂÇNÁÎÌN¿Ñ
ta líquida subiu 2,2%, para US$
61,86 bilhões. Diluído por ação,
o lucro do ano ficou em US$ 8,15.
B2 | Valor | Quinta-feira, 25 de janeiro de 2024
Empresas Carreira
Recursos humanos Organizações usam seus
próprios produtos e serviços para se diferenciar e
compor cestas exclusivas para seus funcionários
Benefícios com custo
reduzido ajudam a
atrair profissionais
Jacilio Saraiva
Para o Valor, de São Paulo
As empresas estão apostando
em benefícios “home made” (fei-
tos em casa, do inglês) para atrair
novos talentos e reter funcioná-
rios. Nesse modelo, que recorre a
vantagens de forte apelo e custo
reduzido, varejistas podem dar
descontos especiais na venda de
produtos, conglomerados de
educação distribuem bolsas de
estudos e fabricantes de itens pa-
ra pets mimam os empregados
que têm animais em casa. Em al-
guns casos, as cestas de privilé-
gios exclusivos podem ser usadas
para compensar faixas salariais
de entrada que ficam aquém do
desejo dos profissionais.
“Hoje, as pessoas buscam mais
do que um bom salário ao esco-
lher um emprego”, explica Flávia
Alencastro, diretora regional da
consultoria de recrutamento
executivo Robert Half. “Os bene-
fícios corporativos desempe-
nham um papel crucial nas to-
madas de decisão de carreira.”
De acordo com pesquisa feita
pela Robert Half em 2023, a
maioria (97%) dos entrevista-
dos afirma levar os auxílios
corporativos em conta para
aceitar uma proposta de traba-
lho. Nesse conjunto, mais da
metade ou 51% dizem que, ca-
so vantagens consideradas im-
portantes não estejam incluí-
Incentivo de longo prazo ganha espaço entre gerentes
Pesquisa
Adriana Fonseca
Para o Valor, de São Paulo
Os incentivos de longo prazo,
como opções de compras de ações
e bônus, estão mais comuns em
outros níveis hierárquicos, além
do c-level (diretoria, vice-presi-
dência e presidência). É o que indi-
ca a quinta edição da Pesquisa
Avançada de Incentivos de Longo
Prazo da consultoria SG Comp
Partners, obtida pelo Valor. Em
2022, 37% das empresas pesquisa-
das deixavam seus gerentes elegí-
veis a esse tipo de benefício. Em
2023, 47%. Nos níveis não geren-
ciais a elegibilidade também su-
biu, de 24% para 29% no período.
Para Paulo Saliby, sócio e funda-
O risco dos
ciclos
frágeis de
carreira
Rumo certo
Rafael Souto
das no contrato, buscariam ne-
gociar um salário mais alto.
O estudo ouviu 1.161 profis-
sionais, entre líderes, emprega-
dos e candidatos em busca de co-
locação, com idades a partir de
25 anos e ensino superior com-
pleto. “Segundo os dados anali-
sados, os incentivos mais deseja-
dos começam pelos ‘clássicos’,
como a assistência médica e vale-
refeição mas, além deles, os fun-
cionários sonham com pacotes
mais abrangentes, voltados ao
bem-estar físico, mental, finan-
ceiro e ligados ao desenvolvi-
mento profissional”. Conforme o
relatório, 74% gostariam de ver
mudanças na lista de auxílios
montada pelos empregadores.
Na MSD, de produtos para saú-
de humana e animal, com 1,8 mil
funcionários, uma linha de benefí-
cios foi pensada, a partir de abril
de 2023, para os funcionários do-
nos de pets. “Passamos a oferecer
um pacote para os ‘pais’ de bichi-
nhos, como a licença ‘peternidade’,
licença luto, parceria com planos
de saúde animal e descontos em
medicamentos da marca”, detalha
Camila Zanatta, gerente sênior de
remuneração e benefícios da MSD.
Na licença “peternidade”, fun-
cionários que adotam um animal
ganham dois dias consecutivos de
intervalo remunerado e um ano
de tratamento com medicação
anti-pulgas e carrapatos para os
animais. Na saída por luto, a orga-
dor da SG Comp Partners, trata-se,
possivelmente, de um movimento
em função do aumento da necessi-
dade de retenção de profissionais
em tempos de maiores restrições
de recursos para aumentos de salá-
rio fixo, promoções ou bonifica-
ções monetárias de curto prazo.
“As empresas, apesar do cenário
econômico adverso, continuam a
correr riscos relevantes de perdas
de talentos diferenciados, não sen-
do esta situação restrita aos níveis
de direção”, comenta. “Os incenti-
vos de longo prazo aumentam a
capacidade de retenção por inter-
médio de instrumentos que não
geram consumo de recursos de
curto prazo das empresas.”
A pesquisa deste ano contou
com a participação de 110 orga-
nizações, de diferentes segmen-
N
os últimos 20 anos
observamos uma
drástica mudança
na construção
dos ciclos de
carreira. A permanência de
um profissional em uma
organização era, em média,
de 12 anos em 1980 e 1990.
Hoje, o ciclo médio é de 4 anos.
A estabilidade proporcionada
pelos planos de carreira
corporativos cedeu diante do
cenário de adaptação rápida
dos negócios. Essa instabilidade
exigiu dos profissionais uma
postura mais ativa na gestão
de suas trajetórias, tornando-os
protagonistas de suas
carreiras. O mercado, cada
vez mais competitivo por
talentos, contribuiu para a
redução do tempo médio
de permanência dos
profissionais nas organizações.
A crescente jornada na busca
de satisfação profissional,
associada ao equilíbrio de vida e
trabalho, também determinou
aumento do turnover nas
empresas. Durante a pandemia
surgiu um fenômeno
chamado “a grande renúncia”,
nização garante um dia de folga
para o empregado que perdeu o
pet. “Na maioria dos lares com
animais de estimação, eles são
considerados membros da famí-
lia”, justifica Zanatta. “Contar com
esses apoios atrai, engaja e retém
os colaboradores tutores de pets.”
As folgas foram utilizadas por
dez empregados, enquanto as
parcerias de saúde animal reú-
nem 42 assegurados. Com as no-
vidades, a companhia soma ago-
ra quase 40 benefícios disponí-
veis — outras benesses elegíveis
por cargo, como check-up médi-
co para diretores e a oferta de
carro para gerência ou superior,
não entram na contagem. “Do
período pré-pandemia até o final
de 2023, aumentamos a oferta
de benefícios em 23%, a maioria
relacionados a bem-estar.”
Contratada em julho de 2023,
Juliana Crema, diretora da área de
estratégia e inovação da MSD Saú-
de Animal, diz que analisou a cesta
de vantagens da empresa antes de
aceitar o cargo que ocupa. “Os be-
nefícios fizeram parte da minha
decisão”, assegura. “Para isso, ‘pre-
cifiquei’ todos juntos, em adição
ao pacote salarial, e comparei en-
tre o total [que ganhava] na com-
panhia anterior ‘versus’ o atual.”
Para a executiva, a percepção
de receber um benefício atraen-
te pode ser maior até do que o
impacto financeiro registrado
no holerite. “Descontos em me-
tos de atuação. Entre elas, 39% são
de capital nacional aberto, 52%
de capital nacional fechado, 5%
de capital estrangeiro aberto e 4%
de capital estrangeiro fechado.
Segundo o levantamento, 22%
das empresas analisadas promo-
veram alguma mudança em
seus incentivos de longo prazo
no último ano. Entre as princi-
pais alterações realizadas estão:
ampliação dos níveis de cargos
47%
concedem o
benefício para o
nível gerencial
movimento onde um número
significativo de profissionais
decidiu trocar de trabalho ou
mesmo ficar desempregado até
encontrar algo alinhado aos
seus interesses. Embora possa
ser restrito a um grupo mais
atrativo ao mercado, essa elite
intelectual determina muito
das mudanças na forma de
conduzir as escolhas na carreira.
A lealdade corporativa é parte
do velho mundo do trabalho. As
relações de longo prazo ficaram
restritas a um grupo pequeno de
profissionais. Um deles é o sr.
João, um profissional que
conheci em uma de minhas
muitas palestras. Com mais
de 50 anos de empresa, uma
seguradora multinacional com
escritório em São Paulo, ele é
um dos últimos devotos
organizacionais. O sr. João
construiu sua trajetória inteira
e foi guiado pelo tradicional
sistema de plano de carreira da
empresa. Atualmente está
aposentado, mas quer seguir
trabalhando por ser um
apaixonado pelo que faz e conta
com o orgulho que sente pela
sua trajetória na organização.
“Contar com esses
apoios [para animais
de estimação] atrai,
engaja e retém os
colaboradores
tutores de pets”
Camila Zanatta
dicamentos para pets contri-
buem na economia das contas”,
diz ela, acrescentando que a
composição do pacote planeja-
do pelo empregador também si-
naliza como é a cultura organi-
zacional. “Ainda tenho a opção
de levar o pet para o escritório.”
Ricardo Frias, líder de benefí-
cios da Amazon na América Lati-
na, com nove mil funcionários
diretos e indiretos somente no
Brasil, ressalta que os incentivos
devem trilhar um caminho para
melhorar a experiência dos em-
pregados e que a tração nas taxas
de adesão, muitas vezes, depen-
de da participação das chefias.
“Temos um engajamento mais
sólido quando incentivamos o
elegíveis, redução do período
de carência e desvinculação
com o plano de bônus/PLR.
A escolha pelos incentivos de
longo prazo praticados varia de
acordo com o porte da empresa.
Entre aquelas com receita líquida
anual superior a R$ 9 bilhões, a
preferência é pelas ações restritas
(55%), bônus de longo prazo (18%)
e opções de compras de ações
(15%). Já nas companhias com re-
ceita inferior a R$ 1 bilhão, a or-
dem se altera: bônus de longo pra-
zo (31%), opções de compras de
ações (29%) e ações restritas (24%).
Para Saliby, há uma tendência de
as empresas mais maduras e de
maior porte priorizarem a modali-
dade de ações restritas pela maior
ênfase que tal tipo de plano confe-
re para preservação de valor patri-
Do outro lado, observamos
um crescente perfil chamado
de “pula-pula”. Os ciclos de
trabalho são frenéticos, e essa
pessoa está sempre em busca
do próximo passo. Sua
motivação é o crescimento linear,
acompanhado de aumento de
cargo e salário. Costuma trocar
com tanta velocidade de
emprego que, durante uma
entrevista, gasta mais tempo
justificando suas mudanças
do que apresentando aquilo
que realizou. Ou seja, mal chega a
realizar algo e já mudou
de empresa novamente.
O pula-pula é um ávido
protagonista da sua trajetória.
Usa as empresas para crescer e se
destacar. O projeto empresarial
só funciona se estiver a
serviço dos seus interesses.
Recente pesquisa realizada
no LinkedIn com 4.467
profissionais mostrou que
40% pretendem trocar de
emprego neste ano. O apetite
para pesquisar oportunidades
é cada vez mais alto.
Profissionais como o seu João
são cada vez mais raros e fazem
parte de um mundo do trabalho
uso dos programas com a colabo-
ração das lideranças”, garante.
“Também contamos com uma
abordagem ‘data-driven’ [baseada
em dados, do inglês], que avalia
indicadores de utilização e permi-
te maior sucesso no atendimento
às necessidades das equipes.”
Um dos principais benefícios
“feitos em casa” da varejista — o
portfólio de vantagens reúne
mais de 20 itens que contem-
plam cuidados com a saúde físi-
ca, mental e emocional — é co-
nhecido internamente como
EDC ou “código de desconto pa-
ra funcionários”. De alcance glo-
bal, concede ofertas em produ-
tos vendidos para o quadro e en-
tregues pela multinacional. No
Brasil, existe desde 2019. Os va-
lores das promoções variam por
mercadoria e país. A Amazon
não divulga quantos emprega-
dos recorrem ao subsídio.
Para Flávia Alencastro, direto-
ra regional da Robert Half, a ten-
dência na área de benefícios é
que os pacotes sejam cada vez
mais personalizados. “Nos últi-
mos anos, alguns incentivos não
convencionais ganharam rele-
vância, como o auxílio-estudo,
políticas de flexibilidade de ex-
monial e controle de riscos versus
crescimento. Porém, apesar do ca-
ráter mais conservador em seu
formato puro, 61% dos planos de
ações restritas já não são vincula-
dos unicamente a um critério de
tempo de permanência na em-
presa, possuindo critérios de
performance, muitas vezes vin-
culados à métrica de “Total Sha-
reholder Return” (TSR), que cap-
tura a apreciação da ação mais
dividendos distribuídos ao lon-
go de um determinado período.
João Marcio Souza, CEO da Ta-
lenses Executive e fundador do
Talenses Group, de recrutamento
executivo, comenta que as políti-
cas de remuneração variável e os
incentivos de longo prazo torna-
ram-se determinantes para a
atração e posterior retenção a
em extinção. A busca por novas
empresas e a necessidade de
oxigenar a carreira são atitudes
válidas, porém, o ponto central
é a construção de ciclos
consistentes: os resultados, a
marca que fica e o legado.
A análise a ser feita, antes de
buscar uma nova oportunidade,
é avaliar a consistência das
entregas e da história deixada na
empresa. Trocar simplesmente
pela motivação salarial, ou sem
uma reflexão mínima, pode
deixar sequelas irreparáveis
na reputação profissional.
Um mercado mais dinâmico
que estimule protagonismo,
cultura de aprendizagem e
desenvolvimento é fruto da
evolução no mundo do trabalho.
Com isso, precisamos ser
responsáveis pela construção de
uma trajetória consistente. E se
você está entre os 40% que
buscam novas oportunidades em
2024, avalie o ciclo que está
construindo na empresa atual e
pense na potência das entregas
feitas antes de se lançar ao novo.
Rafael Souto é sócio-fundador e CEO da
Produtive Carreira e Conexões com o Mercado
NILANI GOETTEMS/VALOR
pedientes e carro para uso profis-
sional e particular, um item que
cresceu em importância à medi-
da que as organizações voltaram
ao modelo presencial”, detalha.
Ana Paula Prado, CEO do Info-
jobs, de soluções para RH, diz
que distribuir auxílios mais ade-
quados a cada perfil profissional
é uma forma assertiva de fideli-
zar talentos. Os funcionários se
sentem “pertencentes” à corpo-
ração, explica. “Ficam mais mo-
tivados no ambiente de trabalho
porque percebem que o empre-
gador enxerga suas demandas
e, de maneira justa, entrega os
benefícios necessários.”
Na Cogna, empresa do setor de
educação, há bolsas de estudo
com 100% de desconto para todos
os cursos de graduação e pós-gra-
duação nas unidades próprias da
rede, exceto na área de medicina.
O benefício pode ser solicitado
por todos os empregados. Com 25
mil funcionários, 45% usufruem
do auxílio. “O recurso também
proporciona a oportunidade de
ampliar conhecimentos, permi-
tindo que o funcionário invista
na própria carreira”, afirma De-
nis Araújo, gerente de experiên-
cia do colaborador da Cogna.
médio e longo prazos dos execu-
tivos no alto escalão. “Além da re-
compensa e segurança financei-
ra em potencial, os programas de
incentivo de longo prazo produ-
zem um comportamento dife-
rente nos profissionais, que pas-
sam a administrar as compa-
nhias com um olhar de ‘dono’ ou
acionista controlador e são, por-
tanto, muito mais engajados
com os resultados e com a gera-
ção de valor da companhia”,
afirma. “Em suma, os incentivos
de longo prazo são fundamen-
tais para atrair e manter executi-
vos de alto nível, pois não ape-
nas recompensam o desempe-
nho ao longo do tempo, mas
também alinham os interesses
do executivo com os objetivos
de longo prazo da empresa.”
Vaivém
Stela Campos
Grupo Casas Bahia
Andréia Fernandes Nunes é a
nova diretora de gente e gestão
do Grupo Casas Bahia. Ela tem
passagens pelo Walmart e Wine.
Emergent Cold LatAm
Roberta Azenha assumiu co-
mo diretora financeira da em-
presa de logística e armazena-
mento de alimentos. Antes, ela
foi CFO da VERT Capital.
ISA CTEEP
Bruna Victorelli acaba de assu-
mir a diretoria de auditoria, ris-
cos e compliance da ISA CTEEP,
companhia de transmissão de
energia. Suas experiências ante-
riores foram na KPMG e na CPFL.
E-mail:
fernanda.goncalves@valor.com.br
valor.com.br
Acompanhe a movimentação de
executivos também no site
www.valor.com.br/carreira
 Quinta-feira, 25 de janeiro de 2024 | Valor | B3

Empresas Indústria

GestãoMinistro de Minas e Energia ligou ontem para acionistas da mineradora em nome de Lula

Silveira pressiona por Mantega como CEO da Vale

Francisco Góes Vale são Previ, o fundo de pensão ziu a fatia na Vale nos últimos clui a sucessão de comando. outros acionistas para conseguir se dividirem na hora da decisão.
Do Rio dos funcionários do Banco do anos, mas é um acionista tradicio- O cenário sobre o que acontece- ter maioria no conselho. O movimento desses grandes e
Brasil, a Cosan, do empresário Ru- nal da mineradora desde a privati- rá no processo sucessório ainda é A Previ, via o presidente da tradicionais acionistas, com inte-
O ministro de Minas e Energia, bens Ometto, a japonesa Mitsui e zação da companhia, em 1997. incerto. O governo vem aumen- fundação, João Fukunaga, é alia- resses em outras áreas que tam-
Alexandre Silveira, ligou nesta o Bradesco. Procurados, esses A pressão do governo ocorre no tando a pressão nos últimos dias da do governo e tem atuado co- bém dependem do governo, po-
quarta-feira (24) para acionistas acionistas não se pronunciaram, momento em que se aproxima a para colocar Mantega na minera- mo interlocutor em Brasília para de ser decisivo para colocar Man-
de referência da Vale para pressio- assim como a Vale que também reunião do conselho de adminis- dora e as ligações de Silveira aos colocar Mantega na Vale. Fuku- tega na Vale ou barrá-lo. Há ain-
nar sobre a indicação do ex-minis- não fala sobre o assunto. tração da Vale, que terá que decidir acionistas de referência são mais naga não fala sobre o assunto. da os acionistas independentes
tro Guido Mantega para a presi- Todos esses grupos têm posição se renova o mandato do atual CEO, uma etapa nesse processo, que se Não está claro, neste momen- em relação aos quais parece não
dência da mineradora. A notícia relevante na empresa, acima de 5%. Eduardo Bartolomeo, ou se indica intensificou na semana passada. to, se os acionistas de referência haver um consenso em relação à
foi antecipada pelo colunista Lau- A exceção é o Bradesco, que redu- um novo nome. Bartolomeo ocupa Com a transformação da Vale vão ceder diante da pressão do recondução de Bartolomeo.
ro Jardim, de “O Globo”. o cargo desde 2019 e tem mandato em uma empresa de capital dis- governo, se podem resistir à ten- No mercado, é preciso conside-
Silveira falou em nome do de três anos, terminando em maio. perso, o que foi feito em duas eta- tativa de interferência ou mesmo rar ainda a posição de acionistas
presidente da República, Luiz A pressão ocorre no O colegiado da mineradora pas, em 2017 e 2020, tornou-se como as gestoras Capital e Black
Inácio Lula da Silva, segundo re- tem reunião no dia 31 de janeiro, difícil para os acionistas de refe- Rock, com posições acionárias rele-
latos de fontes. Procurado via as- momento em que se mas é possível que seja convoca- rência conseguirem definir, sozi- vantes na Vale, que podem influen-
sessoria para se posicionar sobre
as ligações, Silveira e o MME não
retornaram os pedidos de entre-
aproxima a reunião
do conselho de
do um encontro extraordinário
antes dessa data para tratar do
CEO, apurou o Valor. Ocorre que
nhos, uma questão tão relevante
como a indicação do CEO. A Previ,
por exemplo, tem cerca de 10% do
31
de janeiro é a data da
ciar nas discussões. Os próximos
dias serão decisivos no processo su-
cessório da Vale.
vista feitos pela reportagem. o encontro do colegiado do dia capital da Vale, direta e indireta- (Colaborou Mônica Scaramuz-
Os acionistas de referência da administração 31 tem uma longa pauta e não in- mente, mas precisa compor com reunião do conselho zo, de São Paulo)

Importaçãoalta
NILANI GOETTEMS/VALOR

podelevarUsiminas
aabafaralto-forno
Cibelle Bouças o equipamento passou a ter capa-
De Ipatinga (MG) cidade de produção de 3 milhões
de ferro-gusa por ano. Antes da re-
A Usiminas corre o risco de ter forma, a capacidade era de 2 mi-
que fazer o desligamento tempo- lhões de toneladas ao ano. Chara
rário do seu alto-forno 2, em Ipa- disse que, apesar do aumento da
tinga (MG), caso não haja mu- capacidade, a Usiminas vai manter
dança no cenário de oferta e de- o ritmo de produção inalterado.
manda para o aço no mercado “É impossível [aumentar a pro-
brasileiro nos próximos meses. A dução] com as condições de mer-
afirmação foi feita nesta quarta- cado atuais e com a invasão de aço
feira (24) pelo presidente da importado, que são subsidiados”,
companhia, Marcelo Chara, em afirmou o executivo. O executivo
evento para marcar a retomada disse que um grupo de siderúrgi- “É impossível minas (Musa), Chara disse que ção de um novo sistema de res- participações em empresas co-
da operação do alto-forno 3. cas, como Gerdau, ArcelorMittal e não pode comentar sobre o as- friamento, além de um sistema mo a Usiminas, vê oportunida-
“Se a importação continuar Usiminas, representadas pelo Ins- [aumentar a sunto. Mas afirmou que a opera- de controle e automação para des para a companhia, a despeito
crescendo, corremos o risco, sim
[do abafamento do alto-forno 2].
tituto Aço Brasil, e a Companhia Si-
derúrgica Nacional (CSN) vão
produção] com as ção de mineração tem uma “im-
portância estratégica importan-
aumentar a eficiência na produ-
ção de ferro-gusa.
do cenário atual desfavorável pa-
ra as siderúrgicas que atuam no
Temos que alinhar a estrutura apresentar na próxima semana condições atuais” tíssima” para a companhia, por Perguntado sobre perspecti- Brasil, por causa da concorrência
produtiva às condições de mer- uma denúncia de prática de dum- possibilitar mais competitivida- vas de investimentos para 2024, com o aço importado da China.
cado”, afirmou Chara. ping pela China no aço. As siderúr- Marcelo Chara de à operação da Usiminas. Fonte Chara disse que os aportes neste “O aumento da participação
O alto-forno 2 tem capacidade gicas têm pressionado o governo próxima à empresa diz que a Usi- ano serão substancialmente me- na Usiminas dobra a aposta no
para produção de 600 mil tonela- federal há meses para elevar o Im- minas considera a venda total ou nores em relação a 2023. “Com- Brasil. O grupo Techint e a Ter-
das de ferro-gusa por ano. Em de- posto de Importação sobre o aço, quecimento dos investimentos parcial da sua participação na pletamos um ciclo de investi- nium assumiram uma maior res-
zembro de 2023, a companhia já hoje de 12%, para 25%, mas sem su- no setor imobiliário chinês. Esse Musa. A Usiminas detém 70% de mentos extraordinário, que com- ponsabilidade na condução da
havia feito o desligamento do alto- cesso. Mas uma coalizão de 16 en- aumento da oferta importado participação. Os outros 30% per- pletou R$ 3,2 bilhões em 2023. Usiminas. Apesar de olhar com
forno 1, que também tem capaci- tidades de diversos setores consu- comprimiu os preços do produto tencem ao grupo japonês Sumi- Agora temos focado na manu- preocupação o cenário atual,
dade produtiva de 600 mil tonela- midores de aço pressiona o gover- no Brasil e levou as siderúrgicas a tomo Corporation. A venda aju- tenção das operações e investi- também identificamos grande
das por ano. O desligamento do al- no contra a sobretaxa do produto. reduzir a produção no mercado daria a viabilizar a continuidade mentos relacionados ao meio oportunidades para o Brasil e pa-
to-forno 1 foi realizado, segundo a As importações de aço no Bra- interno e fazer centenas de de- da operação da mineradora, se- ambiente”, afirmou. De acordo ra a Usiminas no contexto mun-
companhia, para ajustar a produ- sil aumentaram em torno de missões. A Usiminas demitiu em gundo a mesma fonte. com o executivo, a Usiminas in- dial. Apostamos na Usiminas”,
ção às condições de demanda, 50%, para cerca de 5 milhões de torno de 100 pessoas com o des- O alto-forno 3 recebeu investi- vestiu no ano passado em torno afirmou o CEO do grupo Techint,
após o reinício das operações do toneladas. A maior parte do aço é ligamento do alto-forno 1. mentos de R$ 2,7 bilhões na re- de R$ 500 milhões em tecnolo- Paolo Rocca, durante a cerimô-
alto-forno 3, em novembro. importado da China, que am- Questionado sobre a possibili- forma feita no ano passado. A re- gias voltadas à redução de emis- nia desta quarta-feira.
Ainda de acordo com o executi- pliou a oferta do produto no dade da Usiminas vender sua forma incluiu a troca do corpo sões de carbono e poluentes.
vo, após a reforma do alto-forno 3, mercado externo devido ao desa- participação na Mineração Usi- interno do alto-forno e a instala- O grupo Techint, que detém A jornalista viajou a convite da Usiminas.

Cade aprova compra de ativos da Petrobras pela Enauta

Petróleo 15 dias para questionarem a
aprovação ou ela será considera-
nity, que está afretado para a Pe-
trobras para a própria operação
Para a Gás Opportunity, a opera-
ção está alinhada às estratégias
obrigatória ao Cade. As empresas
envolvidas alegaram ao órgão
bonetos Uruguá e Tambaú.
Sobre a operação com a Petro-
Beatriz Olivon da aprovada em definitivo. desses campos. de otimização de portfólio e à que, apesar de as aquisições te- bras, a Superintendência Geral
De Brasília A operação ainda está sujeita à Como justificativa para a reali- melhoria de alocação do capital. rem sido formalizadas em negó- afirmou que a participação con-
aprovação da Agência Nacional zação da operação, as empresas Já para a Petrobras, a venda está cios separados e terem partes junta no mercado de exploração
A Superintendência Geral do do Petróleo, Gás Natural e Bio- indicaram que, para a comprado- alinhada com o direcionamento vendedoras distintas, elas estão e produção de petróleo e gás na-
Conselho Administrativo de De- combustíveis (ANP). O negócio ra, a aquisição está em linha com de seus investimentos no seg- “intrinsecamente relacionadas e tural, no cenário com maior con-
fesa Econômica (SG/Cade) apro- consiste na aquisição, pela Enau- sua estratégia de valorização e di- mento de exploração e produção, são estruturalmente dependen- centração, seria de 0,53%, abaixo
vou, sem restrições, a aquisição, ta Energia, da totalidade da par- versificação de portfólio na in- com foco em ativos mais aderen- tes”. Ainda segundo as empresas de 20% (filtro a partir do qual se
pela Enauta Energia, de ativos lo- ticipação detida pela Petrobras dústria brasileira de óleo e gás tes à sua estratégia, que envolve, a FPSO Cidade de Santos MV20 presume posição dominante e,
calizados na Bacia de Santos que nos Campos de Uruguá e Tambaú por meio de aquisições de cam- dentre outras, a descarbonização foi desenvolvido e, atualmente, assim, possibilidade de exercício
hoje são detidos pela Petrobras e e no Gasoduto Uruguá-Mexilhão pos de petróleo e gás natural que crescente de suas operações. serve unicamente para viabilizar de poder de mercado).
pela Gás Opportunity. Terceiros e do FPSO Cidade de Santos apresentem potencial de incre- A Operação envolve dois atos a exploração de petróleo e gás Procuradas, Enauta e Petrobras
interessados e conselheiros têm MV20, detido pela Gás Opportu- mento de produção e reservas. de concentração de notificação natural dos campos de hidrocar- não comentaram a operação.

Agenda Tributária
Mês de Janeiro de 2024
Data de vencimento: data em que se encerra o prazo legal para pagamento dos tributos administrados pela Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil.
Data de Código Período de Apuração Data de Código Período de Apuração Data de Código Período de Apuração
Vencimento Tributos Darf*/GPS** do Fato Gerador (FG) Vencimento Tributos Darf*/GPS** do Fato Gerador (FG) Vencimento Tributos Darf*/GPS** do Fato Gerador (FG)
Diária Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) 25 Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) 25 Contribuição para o PIS/Pasep
Rendimentos do Trabalho Posição na Tipi Produto Faturamento 8109* Dezembro/2023
Tributação exclusiva sobre remuneração indireta 2063* FG ocorrido no mesmo dia 87.03 Automóveis de passageiros e outros veículos automóveis 0676* Dezembro/2023 Folha de salários 8301* ”
principalmente concebidos para transporte de pessoas (exceto os da Pessoa jurídica de direito público 3703* ”
Rendimentos de Residentes ou Domiciliados no Exterior Fabricantes/Importadores de veículos em substituição tributária 8496* ”
posição 87.02), incluídos os veículos de uso misto (station wagons) e os
Royalties e Assistência Técnica - Residentes no Exterior 0422* FG ocorrido no mesmo dia automóveis de corrida; Combustíveis 6824* ”
Renda e proventos de qualquer natureza 0473* ” 87.06 Chassis com motor para os veículos automóveis das posições 87.01 a 0676* ” Não-cumulativa 6912* ”
Juros e Comissões em Geral - Residentes no Exterior 0481* ” 87.05; Vendas à Zona Franca de Manaus (ZFM) - Substituição Tributária 1921* ”
Obras Audiovisuais, Cinematográficas e Videofônicas (L8685/93) - 5192* ” 84.29 Bulldozers, angledozers, niveladores, raspo-transportadores 1097* ” Cervejas - Tributação de Bebidas Frias - previsto nos arts. 14 a 36 da Lei nº 0679* ”
(scrapers), pás mecânicas, escavadores, carregadoras e pás carregadoras, 13.097, de 19 de janeiro de 2015.
Residentes no Exterior
Demais bebidas - Tributação de Bebidas Frias - previsto nos arts. 14 a 36 0691* ”
Fretes internacionais - Residentes no Exterior 9412* ” compactadores e rolos ou cilindros compressores, autopropulsados;
da Lei nº 13.097, de 19 de janeiro de 2015.
Remuneração de direitos 9427* ” 84.32 Máquinas e aparelhos de uso agrícola, hortícola ou florestal, para 1097* ”
Álcool - Regime Especial de Apuração e Pagamento previsto no §º 4º do 0906* ”
Previdência privada e Fapi 9466* ” preparação ou trabalho do solo ou para cultura; rolos para gramados art. 5º da Lei nº 9.718, de 27 de novembro de 1998.
(relvados), ou para campos de esporte;
Aluguel e arrendamento 9478* ” 25 Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins)
84.33 Máquinas e aparelhos para colheita ou debulha de produtos 1097* ”
Outros Rendimentos Demais Entidades 2172* Dezembro/2023
agrícolas, incluídas as enfardadeiras de palha ou forragem; cortadores de
Pagamento a beneficiário não identificado 5217* FG ocorrido no mesmo dia Fabricantes/Importadores de veículos em substituição tributária 8645* ”
grama (relva) e ceifeiras; máquinas para limpar ou selecionar ovos, frutas Combustíveis 6840* ”
Diária Imposto sobre a Exportação (IE) 0107* Exportação, cujo registro da ou outros produtos agrícolas, exceto as da posição 84.37; Não-cumulativa 5856* ”
declaração para despacho aduaneiro 87.01 Tratores (exceto os carros-tratores da posição 87.09); 1097* ” Vendas à Zona Franca de Manaus (ZFM) - Substituição Tributária 1840* ”
87.02 Veículos automóveis para transporte de 10 pessoas ou mais, 1097* ” Cervejas - Tributação de Bebidas Frias - previsto nos arts. 14 a 36 da Lei nº 0760* ”
tenha se verificado 15 dias antes.
incluindo o motorista; 13.097, de 19 de janeiro de 2015.
Diária Cide - Combustíveis - Importação - Lei nº 10.336/01 87.04 Veículos automóveis para transporte de mercadorias; 1097* ” Demais bebidas - Tributação de Bebidas Frias - previsto nos arts. 14 a 36 0776* ”
Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico incidente sobre a 9438* Importação, cujo registro da 87.05 Veículos automóveis para usos especiais (por exemplo: auto- 1097* ” da Lei nº 13.097, de 19 de janeiro de 2015.
importação de petróleo e seus derivados, gás natural, exceto sob a forma declaração tenha se verificado no socorros, caminhões-guindastes, veículos de combate a incêndios, Álcool - Regime Especial de Apuração e Pagamento previsto no §º 4º do 0929* ”
liquefeita, e seus derivados, e álcool etílico combustível. mesmo dia. caminhões-betoneiras, veículos para varrer, veículos para espalhar, art. 5º da Lei nº 9.718, de 27 de novembro de 1998.
veículos-oficinas, veículos radiológicos), exceto os concebidos 25 Contribuição do Plano de Seguridade Social Servidor Público (CPSS)
Diária Contribuição para o PIS/Pasep principalmente para transporte de pessoas ou de mercadorias; CPSS - Servidor Civil Ativo 1661* 11 a 20/janeiro/2024
Importação de serviços (Lei nº 10.865/04) 5434* FG ocorrido no mesmo dia 87.11 Motocicletas (incluídos os ciclomotores) e outros ciclos equipados 1097* ” CPSS - Servidor Civil Inativo 1700* ”
com motor auxiliar, mesmo com carro lateral; carros laterais. CPSS - Pensionista Civil 1717* ”
Diária Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins)
25 Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) CPSS - Patronal - Servidor Civil Ativo - Operação Intra-Orçamentária 1769* ”
Importação de serviços (Lei nº 10.865/04) 5442* FG ocorrido no mesmo dia CPSS - Patronal - Servidor no Exterior - Operação Intra-Orçamentária 1814* ”
Tabaco e seus Sucedâneos Manufaturados, Exceto Cigarros Contendo 5110* Dezembro/2023
Diário (até 2 dias úteis Pagamento de parcelamento de clube de futebol - CNPJ - (5% da receita 4316** Data da realização do evento (2 dias Tabaco 25 Contribuição do Plano de Seguridade Social Servidor Público (CPSS)
após a realização do bruta destinada ao clube de futebol) úteis anteriores ao vencimento) Todos os produtos, com exceção de: bebidas (Capítulo 22), Tabaco e seus 5123* ” CPSS - Servidor Civil Ativo - Precatório Judicial e Requisição de Pequeno 1723* 11 a 20/janeiro/2024
evento) Sucedâneos Manufaturados (Capítulo 24) e os das posições 84.29, 84.32, Valor
84.33, 87.01 a 87.06 e 87.11 da Tipi CPSS - Servidor Civil Inativo - Precatório Judicial e Requisição de Pequeno 1730* ”
Até o 2º dia útil após a Contribuição do Plano de Seguridade Social Servidor Público (CPSS) Valor
Bebidas do capítulo 22 da Tipi 0668* ”
data do pagamento das Cervejas - Tributação de Bebidas Frias - previsto nos arts. 14 a 36 da Lei nº 0821* ” CPSS - Pensionista - Precatório Judicial e Requisição de Pequeno Valor 1752* ”
remunerações dos 13.097, de 19 de janeiro de 2015.
servidores públicos
Fonte: Secretaria da Receita Federal
Demais bebidas - Tributação de Bebidas Frias - previsto nos arts. 14 a 36 0838* ”
CPSS - Servidor Civil Licenciado/Afastado, sem remuneração 1684* Dezembro/2023 da Lei nº 13.097, de 19 de janeiro de 2015. Obs.: Em caso de feriados estaduais e municipais, os vencimentos deverão ser antecipados ou prorrogados de acordo com a legislação de regência
B4 | Valor | Quinta-feira, 25 de janeiro de 2024
EmpresasServiços&Tecnologia
Inteligência artificialEmpresa faz uma série de aquisições, contratações e atualizações de hardware
Na surdina, Apple prepara IA para celular
Michael Acton
Financial Times, de San Francisco
Silenciosamente, a Apple está
aumentando seus recursos em in-
teligência artificial (IA), com uma
série de aquisições, contratações e
atualizações de hardware projeta-
das para levar a IA para a sua próxi-
ma geração de iPhones.
Dados do setor e trabalhos aca-
dêmicos, além de informações de
especialistas do setor, sugerem
que a Apple está dando muita
atenção à resolução do problema
tecnológico da execução da IA em
dispositivos móveis.
A fabricante do iPhone tem es-
tado mais ativa do que as gran-
des empresas de tecnologia con-
correntes na compra de startups
de IA e já adquiriu 21 delas desde
o começo de 2017, segundo mos-
tra uma pesquisa da PitchBook. A
mais recente dessas aquisições se
deu no começo de 2023 e envol-
veu a startup da Califórnia Wa-
veOne, que oferece compressão
de vídeo com tecnologia de IA.
“Eles estão se preparando para
fazer algumas fusões e aquisições
significativas”, diz Daniel Ives da
Wedbush Securities. “Eu ficaria
surpreso se eles não fizerem um
negócio considerável na área de IA
este ano, porque há uma corrida
armamentista de IA em andamen-
to e a Apple não ficará do lado de
fora apenas olhando.”
Segundo uma análise recente
do Morgan Stanley, quase metade
das ofertas de emprego em IA da
Apple inclui hoje o termo “deep
learning”, que se refere aos algorit-
mos que alimentam a IA generati-
va — modelos que podem criar, em
segundo, textos, áudios e códigos
semelhantes aos criados por hu-
manos. A companhia contratou o
principal executivo do Google,
John Giannandrea, em 2018.
A Apple tem mantido segredo
sobre seus planos de IA, mesmo
Governo discute fundo de até R$ 6 bi para aéreas Mercado Livre intensifica
Transporte
Fabio Murakawa
De Brasília
O governo deve anunciar nos
próximos dez dias um fundo de
R$ 4 bilhões a R$ 6 bilhões para
socorrer as companhias aéreas,
disse o ministro de Portos e Aero-
portos, Silvio Costa Filho. De
acordo com ele, o Fundo Nacio-
nal de Financiamento da Aviação
Brasileira está sendo preparado
em conversas com o Ministério
da Fazenda e o Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico
e Social (BNDES). Costa Filho não
explicou, no entanto, qual será a
origem dos recursos.
Vendas dos supermercados cresceram 3,1% em 2023
Varejo
Adriana Mattos
De São Paulo
As vendas do varejo de super-
mercados, hipermercados e ataca-
rejo cresceram 3,1% em 2023, aci-
ma dos 2,5% projetados, informou
Associação Brasileira de Super-
mercados (Abras). Para este ano, a
Movimento falimentar
Falências Decretadas
Empresa: Agrisa Agroindustrial de Subprodutos
Animal Ltda. - CNPJ: 10.781.498/0001-20 - Ende-
reço: Estrada de Cotia / Patrimônio Selva / Espírito
Santo, Nº 424, Bairro Gleba Cafezal - Administrador
Judicial: Dra. Kelly Cristina Bombonatto - Vara/Co-
marca: 7a Vara de Londrina/PR
Empresa: Escola de Educação Infantil Pixuquinha -
CNPJ: 07.085.825/0001-03 - Endereço: Rua Professor
João Machado, 267 - Administrador Judicial: Acfb Ad-
ministração Judicial Ltda. Me, Representada Pela Dra.
Antonia Viviana Santos de Oliveira Cavalcante - Va-
ra/Comarca: 2a Vara de Falências e Recuperações Ju-
diciais de São Paulo/SP
Empresa: Libra Metais Eireli - CNPJ:
33.855.062/0001-34 - Endereço: Rua Antonio Ronzel-
la, 300, Chácaras Nova Suzano, Suzano/sp - Adminis-
trador Judicial: Ex Lege Administração Judicial Ltda.,
RepresentadaPeloDr.BrenoAugustoPintodeMiranda
- Vara/Comarca: 1a Vara Regional de Competência Em-
presarial e de Conflitos Relacionados À Arbitragem da
1ª, 7ª e 9ª Rajs/SP
Empresa: Transportadora Ágil Service Ltda. - CNPJ:
03.690.326/0001-86 - Endereço: Av. Dr. Gastão Vidigal,
1996, P 12, Sala 05, Ceagesp - Administrador Judicial: Aj
com grandes rivais como Micro-
soft, Google e Amazon alardeando
investimentos de bilhões de dóla-
res na tecnologia de ponta. Mas se-
gundo fontes do setor, a compa-
nhia está trabalhando em seus
próprios modelos de linguagem
ampla (LLM) – a tecnologia que ali-
menta produtos de IA generativa
como o ChatGPT da OpenAI.
O executivo-chefe (CEO) da
Apple, Tim Cook, disse no tercei-
ro trimestre de 2023 que a Apple
vem “fazendo pesquisas em uma
grande variedade de tecnologias
de IA” e investindo e inovando
“com responsabilidade” no que
diz respeito à nova tecnologia.
O objetivo da Apple parece ser a
operação de IA generativa através
de dispositivos móveis, o que per-
mitiria aos chatbots e aplicativos
de IA funcionar no hardware e
software do iPhone, em vez de se-
rem alimentados por serviços de
nuvem em centros de dados. Esse
desafio tecnológico exige redu-
ções no tamanho dos modelos de
linguagem ampla que alimentam
a IA, assim como processadores de
maior desempenho.
Outros fabricantes vêm se movi-
mentando mais rapidamente do
que a Apple — Samsung e Google
tendo já anunciaram novos dispo-
sitivos que, segundo as empresas,
executam funções de IA generativa
por meio de celulares.
A Conferência Mundial de De-
senvolvedores da Apple, geral-
mente realizada em junho, é espe-
rada como o evento em que com-
panhia anunciará seu mais novo
sistema operacional iOS 18. Ana-
listas do Morgan Stanley acredi-
tam que o software para o iPhone
será voltado para a IA generativa e
poderá incluir sua assistente de
voz Siri, movido por uma LLM.
“Eles tendem a esperar até que
haja uma confluência de tecnolo-
gia, para poderem então oferecer
uma das melhores representações
O ministro afirmou ainda que
o presidente Luiz Inácio Lula da
Silva anunciará no dia 5 o pro-
grama Voa Brasil, que vai possi-
bilitar a venda de passagens aé-
reas com valor de até R$ 200 pa-
ra públicos específicos.
Costa Filho conversou com a
imprensa nesta quarta-feira (24)
após reunião com o ministro Rui
Costa, da Casa Civil, no Palácio do
Planalto. Ele estava acompanha-
do da presidente a Associação
Brasileira das Empresas Aéreas
(Abear), Jurema Monteiro.
“Nesses próximos dez dias, já
está em construção com o mi-
nistro [Fernando] Haddad, com
o presidente do BNDES, [Aloi-
zio] Mercadante, nós iremos
entidade manteve a projeção de
aumento de 2,5% nas vendas.
Os números da Abras são re-
portados pelas varejistas para a
entidade, logo, é incluído o de-
sempenho de hipermercados,
supermercados e atacarejos —
segmentos de atuação das em-
presas associadas à entidade.
Em dezembro, a alta no consu-
mo nesses segmentos foi de 10,7%
RuizConsultoriaEmpresarialS/a,RepresentadaPelaDra.
Joice Ruiz Bernier - Vara/Comarca: 2a Vara de Falências
e Recuperações Judiciais de São Paulo/SP
Processos de Falência Extintos
Requerido: Mixer Arujá Empreendimentos Imobiliá-
rios Spe Ltda. - CNPJ: 28.714.248/0001-33 - Endereço:
Rua Arujá, 214, Bairro Vila Curuçá, Santo André/sp - Re-
querente: Mmv Gesso Ltda. - Vara/Comarca: 2a Vara Re-
gional de Competência Empresarial e de Conflitos Rela-
cionados À Arbitragem da 1ª, 7ª e 9ª Rajs/SP - Obser-
vação: Face à ausência de pressupostos processuais.
Reformas de Sentença de Falência
Empresa: Alpems Comércio de Materiais Para Cons-
truções Ltda. - CNPJ: 67.807.297/0001-72 - Endereço:
Estrada do Poney Club, 68, Bairro Alvarenga - Reque-
rente: Banco Fibra S/A - Vara/Comarca: 1a Vara Regional
deCompetênciaEmpresarialedeConflitosRelacionados
À Arbitragem da 1ª, 7ª e 9ª Rajs/SP - Observação: Ho-
mologado o acordo celebrado entre as partes, foi revo-
gada a sentença de quebra da requerida.
Recuperação Judicial Requerida
Empresa: H. R. Vigilância e Segurança Ltda. - CNPJ:
10.739.606/0001-05 - Endereço: Rua Paulo Freire,
Tim Cook, CEO da Apple, disse em 2023 que vem “fazendo pesquisas em uma grande variedade de tecnologias de IA”
dessa tecnologia”, diz Igor Jablo-
kov, CEO do grupo Pryon e funda-
dor da Yap, empresa de reconheci-
mento de voz comprada pela
Amazon em 2011 para alimentar
seus produtos Alexa e Echo.
A Apple também anunciou no-
vos chips, que têm mais capacida-
des para executar a IA generativa.
A empresa disse que seu processa-
dor M3 Max para o MacBook,
anunciado em outubro, “desblo-
queia fluxos de trabalho que antes
não eram possíveis em um laptop”,
como desenvolvedores de IA que
trabalham com bilhões de parâ-
metros de dados.
O chip S9 para as novas versões
do Apple Watch, anunciado em se-
tembro, permite à Siri acessar e re-
gistrar dados sem a necessidade de
conexão com a internet. E o chip
A17 Pro do iPhone 15, também
anunciado em setembro, tem um
apresentar ao país um fundo de
financiamento da aviação brasi-
leira”, disse o ministro. “[O fun-
do funcionará] para que as em-
presas aéreas possam buscar cré-
dito, se capitalizar e, com isso,
poder ampliar investimentos na
aviação, que vão desde o refi-
nanciamento de dívidas, de in-
vestimentos em manutenção,
como também compra de novas
aeronaves", afirmou o ministro.
Costa Filho disse que o gover-
no estuda alternativas para bai-
xar o preço da querosene de
aviação (QAV), uma queixa re-
corrente das empresas. Questio-
nado sobre se essa alternativa
passava por uma redução da
margem de lucro da Petrobras
frente ao mesmo mês de 2022. Na
comparação com novembro, a ex-
pansão foi de 18% em vendas em
dezembro — historicamente, o úl-
timo mês do ano é mais forte do
que novembro pela demanda de
produtos natalinos. “Foi uma de-
manda em dezembro que cresceu
especialmente nas duas últimas
semanas do mês”, disse Marcio Mi-
lan, vice-presidente da Abras.
4788, Bairro Flodoaldo Pontes Pinto - Vara/Comarca:
6a Vara de Porto Velho/RO
Recuperação Judicial Deferida
Empresa: Ald Serviços de Apoio Administrativo Lt-
da. - CNPJ: 40.123.438/0001-81 - Endereço: Rua Hei-
tor Stockler de França, 396, Cjto. 1407, 14º Andar, Con-
domínio Neo Super, Centro Cívico - Administrador Ju-
dicial: Cbaj Companhia Brasileira de Administração Ju-
dicial - Vara/Comarca: 2a Vara de Falências e
Recuperações Judiciais de Curitiba/PR
Empresa: Borba e Jesus Ltda., Nome Fantasia Baf -
CNPJ: 35.622.788/0001-52 - Endereço: Rua Honório
C. Lima, 256, Quadra 08, Lote 11, Sala 02, Bairro Santa
Mônica - Administrador Judicial: Vw Advogados, Re-
presentada Pelo Dr. Victor Rodrigo de Elias - Vara/Co-
marca: 2a Vara de Catalão/GO
Empresa: Eunice da Silva Cabreira, Produtora Rural
- CNPJ: 51.074.978/0001-39 - Endereço: Estrada Al-
tamira, Km 12, S/nº, Zona Rural, Nova Cantu/pr - Ad-
ministrador Judicial: Matoso & Rodrigues Advogados
Associados - Vara/Comarca: Vara Cível de Campina da
Lagoa/PR
Empresa: Jacson Castilho Bergamasco - CNPJ:
52.394.219/0001-16 - Endereço: Rodovia Br 163, Km
610, Zona Rural, Nova Mutum/mt - Administrador Ju-
motor neural que segundo a com-
panhia é duas vezes mais rápido
do que as gerações anteriores.
“No que diz respeito aos chips
em seus dispositivos, eles definiti-
vamente estão se voltando cada
vez mais para a IA do design e ar-
quitetura”, diz Dylan Patel, analis-
ta da firma de consultoria de semi-
condutores SemiAnalysis.
Pesquisadores da Apple publi-
caram um estudo em dezembro
anunciando que fizeram um avan-
ço na execução de LLMs em dispo-
sitivos com o uso da memória
Flash, o que significa que as con-
sultas podem ser processadas mais
rapidamente, mesmo off-line.
Em outubro, a empresa anun-
ciou uma LLM de fonte aberta em
parceria com a Universidade Co-
lumbia. No momento, o “Ferret”
está limitado a finalidades de pes-
quisa e na verdade atua como um
ou pela redução de impostos, o
ministro afirmou que a “mode-
lagem” ainda está em estudo.
“Queremos conversar com o
presidente da Petrobras, Jean
Paul [Prates], para na próxima se-
mana apresentar efetivamente
uma proposta”, disse.
“A gente está discutindo a ques-
tão da modelagem em relação ao
QAV. Há uma sensibilidade da Pe-
trobras de poder discutir a questão
deste combustível. A gente está
vendo que é a melhor formatação
em conversas com as companhias
aéreas e com a Petrobras.”
Segundo Costa Filho, haverá
uma nova reunião com Rui Cos-
ta na semana que vem para de-
bater o assunto.
Para 2024, a Abras acredita
que o reajuste do salário mínimo
de quase 7%, além de pagamen-
tos de precatórios e PIS/Pasep po-
dem ajudar na demanda.
A Abras ainda informou que o
volume total de lojas passou de
508 para 666 entre 2022 e 2023,
uma expansão de 31%. Foram
abertos 220 supermercados e
162 atacarejos em 2023.
dicial: Ex Lege Administração Judicial Ltda., Represen-
tada Pelo Dr. Breno Augusto Pinto de Miranda - Va-
ra/Comarca: 1a Vara de Falências e Recuperações Ju-
diciais de Cuiabá/MT
Empresa: Jefferson Castilho Bergamasco - CNPJ:
52.481.401/0001-04 - Endereço: Rodovia Br 163, Km
610, Zona Rural, Nova Mutum/mt - Administrador Ju-
dicial: Ex Lege Administração Judicial Ltda., Represen-
tada Pelo Dr. Breno Augusto Pinto de Miranda - Va-
ra/Comarca: 1a Vara de Falências e Recuperações Ju-
diciais de Cuiabá/MT
Empresa: José Osmar Bergamasco - CNPJ:
52.391.376/0001-78 - Endereço: Rodovia Br 163, Km
618, Zona Rural, Nova Mutum/mt - Administrador Ju-
dicial: Ex Lege Administração Judicial Ltda., Represen-
tada Pelo Dr. Breno Augusto Pinto de Miranda - Va-
ra/Comarca: 1a Vara de Falências e Recuperações Ju-
diciais de Cuiabá/MT
Empresa: K. G. M. Cabral Supermercado Ltda. -
CNPJ:23.199.237/0001-49-Endereço:RuaDr.Alberto
Andaló,1123,DistritoEngenheiroSchmidt,SãoJosédo
RioPreto/sp-AdministradorJudicial:JunqueiraGarcia
SociedadedeAdvogados,RepresentadaPeloDr.Carlos
AlbertoMendonçaGarcia-Vara/Comarca:VaraRegio-
nal de Competência Empresarial e de Conflitos Rela-
cionados À Arbitragem Das 2ª, 5ª e 8ª Rajs/SP
DAVID PAUL MORRIS/BLOOMBERG
IA da Samsung
A Samsung lançou o primeiro
celular do mercado com inteligência
artificial (IA) embarcada em janeiro
deste ano, no dia 17. São três novos
modelos da marca Galaxy — S24,
S24+ e S24 Ultra. No Brasil, os
aparelhos estão sendo produzidos
nas fábricas da Samsung em
Campinas (SP) e Manaus. Os
aparelhos S24 usam a plataforma
Galaxy AI, que combina recursos
tecnológicos da própria Samsung e
das americanas Microsoft e Google.
O mercado mundial de celulares
encolheu de 3,2% em 2023, com 1,17
bilhão de unidades, segundo dados
preliminares do IDC. Foi o volume
mais baixo em uma década e pela
primeira vez em 12 anos, a Samsung
perdeu a liderança global do
mercado de celulares para a Apple.
campanha contra fraudes
Compra on-line
Adriana Mattos
De São Paulo
Com o crescimento dos golpes
na internet envolvendo redes de
varejo e plataformas on-line, o
Mercado Livre deve lançar campa-
nhas mais maciças de comunica-
ção para alertar o consumidor so-
bre fraudes envolvendo a marca.
Um aumento nas ações da em-
presa já deve acontecer no Carna-
val, quando o Mercado Pago será
um dos parceiros oficiais do Car-
naval de rua de São Paulo, Rio de
Janeiro e Salvador. Nas ações, será
reforçada a necessidade de os
clientes realizarem transações fi-
nanceiras seguras durante a data,
e evitarem golpes on-line. O tema
deve responder por cerca de 20%
dos investimentos em mídia du-
rante o evento, em fevereiro.
“Os golpes realmente cresce-
ram, e por isso ampliamos a
equipe de prevenção à fraude, e
temos reportado às autoridades
os casos que identificamos. Além
disso, teremos campanhas maci-
ças na mídia contra os golpes”,
disse Fernando Yunes, presiden-
te do Mercado Livre no Brasil.
Empresa: Metalúrgica Águia de Ouro Corte e Dobra
de Chapas de Aço Ltda. - CNPJ: 09.226.522/0001-80
- Endereço: Rua Bernardo Vacheski, 97, Bairro Tatuquara
- Administrador Judicial: Cbaj Companhia Brasileira de
Administração Judicial - Vara/Comarca: 2a Vara de Fa-
lências e Recuperações Judiciais de Curitiba/PR
Empresa: Rdgs Cerruti Transporte e Logística Ltda. -
CNPJ: 30.300.117/0001-51 - Endereço: Rua Santa Clara,
82, Lote 02, Quadra a 1, Parque Industrial San José, Co-
tia/sp - Administrador Judicial: Adnan Abdel Kader Sa-
lem Advogados Associados, Representada Pelo Dr. Ad-
nan Abdel Kader Salem - Vara/Comarca: 2a Vara Regio-
nal de Competência Empresarial e de Conflitos Relacio-
nados À Arbitragem da 1ª, 7ª e 9ª Rajs/SP
Empresa: Rio Bravo Agropecuária e Participações
Ltda. - CNPJ: 23.854.495/0001-11 - Endereço: Rodovia
Br 163, Km 614, Fazenda Três Irmãos, S/nº, Zona Rural,
Nova Mutum/mt - Administrador Judicial: Ex Lege Ad-
ministração Judicial Ltda., Representada Pelo Dr. Breno
Augusto Pinto de Miranda - Vara/Comarca: 1a Vara de
Falências e Recuperações Judiciais de Cuiabá/MT
Empresa: Suelen Daiane Cabreira, Produtora
Rural - CNPJ: 51.075.308/0001-37 - Endereço: Es-
trada Altamira, Km 12, S/nº, Zona Rural, Nova Can-
tu/pr - Administrador Judicial: Matoso & Rodrigues
Advogados Associados - Vara/Comarca: Vara Cível
segundo par de olhos, dizendo ao
usuário o que ele está olhando, in-
cluindo objetos específicos da
imagem. “Um dos problemas de
uma LLM é que a única maneira de
vivenciar o mundo é através de tex-
tos”, diz Amanda Stent, diretora do
Instituto Davis para IA do Colby
College. “É isso que torna o Ferret
tão emocionante: você pode co-
meçar literalmente a conectar a
linguagem ao mundo real”. Nesse
estágio, porém, o custo de execu-
ção de uma única consulta de “in-
ferência” desse tipo é enorme, diz.
Tal tecnologia poderá ser usada,
por exemplo, como assistente vir-
tual capaz de dizer ao usuário que
marca de camisa alguém está
usando em uma teleconferência, e
então encomendá-la por meio de
um aplicativo.
Recentemente a Microsoft ul-
trapassou a Apple como empresa
de capital aberto mais valiosa do
mundo, com os investidores en-
tusiasmados com as movimenta-
ções do grupo de softwares na
área de IA (ver abaixo). Mesmo as-
sim, analistas do Bank of Ameri-
ca melhoraram na semana passa-
da sua classificação para a ação
da Apple. Entre outras coisas,
eles citaram as expectativas de
que o ciclo de aprimoramento
dos iPhones será estimulado pela
demanda por funções de IA ge-
nerativa que surgirá este ano e
em 2025.
Laura Martin, analista sênior
do banco de investimentos Ne-
edham, diz que a estratégia de IA
da companhia será “em benefí-
cio de seu ecossistema Apple e
para proteger sua base instala-
da”. Acrescenta: “A Apple não
quer estar no mesmo negócio da
Google e da Amazon, que é ser a
espinha dorsal de todas as em-
presas americanas que criam
aplicativos em modelos de lin-
guagem ampla”. (Tradução de
Mario Zamarian)
O executivo diz que aplicativo
‘celular seguro’ do governo é
uma das ferramentas no comba-
te aos golpes e crimes virtuais. “Já
estamos conectados à ele, e qual-
quer alerta de fraude podemos
impedir o acesso ilegal à conta
do cliente”, disse. O celular segu-
ro é um aplicativo lançado pelo
governo para combate ao roubo
e furto de celulares no Brasil.
A questão do aumento dos
controles da plataforma aos
clientes e parceiros levou a em-
presa a ser premiada na semana
passada pelo Conselho Nacional
de Combate à Pirataria (CNCP),
órgão do Ministério da Justiça e
Segurança Pública.
Trata-se do Prêmio Nacional
de Combate à Pirataria, e a com-
panhia foi selecionada, entre em-
presas privadas, pelo trabalho de
melhoria nos mecanismos de
combate à pirataria e ao contra-
bando na plataforma.
Esse trabalho cresceu, nos últi-
mos anos, em paralelo com a me-
lhora dos serviços de logística, de
maneira que a expansão das ven-
das e distribuição ajudasse a ace-
lerar o negócio de lojistas que
operam de forma regular, dentro
da lei, segundo Yunes.
de Campina da Lagoa/PR
Empresa: Tatila Maria Cabreira, Produtora Rural -
CNPJ: 51.074.023/0001-81 - Endereço: Estrada Al-
tamira, Km 12, S/nº, Zona Rural, Nova Cantu/pr - Ad-
ministrador Judicial: Matoso & Rodrigues Advoga-
dos Associados - Vara/Comarca: Vara Cível de Cam-
pina da Lagoa/PR
Empresa: Terra Extração de Areia Ltda., Nome Fan-
tasia Mundial Areias - CNPJ: 10.380.727/0001-03 -
Endereço: Rua Honório C. Lima, 256, Quadra 08, Lote 11,
Sala 02, Bairro Santa Mônica - Administrador Judicial:
Vw Advogados, Representada Pelo Dr. Victor Rodrigo de
Elias - Vara/Comarca: 2a Vara de Catalão/GO
Empresa: Wolney Alves Borba Ltda., Nome Fan-
tasia Transterra - CNPJ: 17.208.354/0001-29 - En-
dereço: Rua Boa Vista, S/nº, Setor Central, Nova Au-
rora/go - Administrador Judicial: Vw Advogados, Re-
presentada Pelo Dr. Victor Rodrigo de Elias - Va-
ra/Comarca: 2a Vara de Catalão/GO
Recuperação Extrajudicial Deferida
Empresa: Palmas Engenharia e Construções Lt-
da., Nome Fantasia Itagiba Engenharia e Cons-
truções - CNPJ: 02.510.948/0001-12 - Endereço:
Rua Caigangues, 867, Bairro Serrinha - Vara/Comar-
ca: Vara Cível de Palmas/PR

Empresas Tendências&Consumo
Entretenimento Rival da Netflix, o serviço de ‘streaming’ Max vai incorporar o conteúdo da Discovery
HBO Max dispensa o nome HBO em fevereiro
Guilherme Ravache
Para o Valor, de São Paulo
No ano passado a Warner Bros.
Discovery (WBD) cortou o nome
HBO de seu “streaming”, transfor-
mando o HBO Max, nos Estados
Unidos, apenas em Max. Em breve
a mudança também chegará ao
Brasil e toda América Latina, onde
a alteração está prevista para acon-
tecer no dia 27 de fevereiro.
Mas por que tirar uma marca
tão icônica do nome no “strea-
ming”? “O problema com o no-
me HBO Max na plataforma de
programação é que a marca da
HBO toma conta de todos os pro-
gramas que estão na plataforma,
mesmo se eles são um programa
da HBO ou não”, diz Casey Bloys,
chairman e CEO da HBO e Max
Content, em entrevista ao Valor.
“Então, você tem a marca HBO as-
sociada com todos os tipos de
programação, como ‘reality’
shows e atrações para crianças,
algo que realmente não fazemos
muito na HBO”, diz.
Em um momento em que cres-
ce a concorrência por assinantes
entre as plataformas de strea-
ming e a busca por lucros se tor-
nou prioridade, a mudança faz
ainda mais sentido. A saída do
HBO do nome HBO Max facilita a
entrada do conteúdo da Discove-
ry na plataforma.
Colocar séries premiadas da
HBO, como “The Sopranos” e “Suc-
cession”, no mesmo guarda-chuva
de produções populares da Disco-
very, notória por “reality shows”
como “Largados e Pelados”, au-
menta a abrangência do conteúdo
e atrai potenciais assinantes. Tam-
bém reduz a conta da WBD, que ao
unir dois streamings Discovery e
HBO Max, precisa produzir menos
e passa a concentrar os investi-
.
Agronegócios
Governo quer agir antes que crise
se instale no campo, afirma Fávaro
Políticas
Rafael Walendorff
De Brasília
A combinação da previsão de
quebra da safra de grãos no Bra-
sil e da manutenção dos preços
internacionais das commodities
achatados formou um cenário
tão raro e complexo quanto po-
tencialmente prejudicial aos
produtores rurais e desafiador
para a política agrícola em 2024,
na avaliação do ministro da Agri-
cultura, Carlos Fávaro.
O foco da Pasta será antever a
“crise iminente” no campo e anun-
ciar ações de ajuda aos produtores
antes do fim da colheita da soja,
disse o ministro em entrevista ao
Valor. A intenção é evitar um am-
biente de endividamento instala-
do e de danos para então agir. Ele
também já considera que a segun-
da safra de milho será menor que o
projetado inicialmente.
Fávaro já colocou o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva a par da si-
tuação em um telefonema na ter-
ça-feira e vai se reunir na próxima
semana com o ministro da Fazen-
da, Fernando Haddad, para discu-
tir medidas para minimizar os im-
pactos financeiros aos produtores.
Com restrição orçamentária e
dados ainda incipientes sobre os
valor.com.br
Logística
Arco Norte lidera embarque de grãos
No ano passado, os portos do
Arco Norte mantiveram a
liderança no escoamento
brasileiro de soja e milho, segundo
boletim que a Companhia
Nacional de Abastecimento
(Conab) divulgou ontem. Das
Bloys, CEO da HBO, diz que o problema é que o nome HBO “toma conta de todos os programas que estão na plataforma”
mentos com marketing.
A mesma lógica foi usada pela
Disney, ao unir em um único pa-
cote suas plataformas de strea-
ming Hulu e Disney+.
Tirar o nome HBO também dá
mais liberdade para a WBD au-
mentar a aposta em esportes e
notícias no seu streaming, à me-
dida que a TV a cabo perde assi-
nantes. A WBD também é dona
da CNN e possui alguns dos prin-
cipais direitos de transmissão
dos Estados Unidos, como parti-
das da NBA (basquete), NHL (hó-
quei) e MLB (baseball).
O fato é que a Netflix largou na
frente e venceu a primeira etapa
dessa corrida. Sem o peso da TV
tradicional, se internacionalizou
mais rápido e investiu em produ-
prejuízos na colheita de soja re-
cém-iniciada pelo país, as equi-
pes técnicas do governo fazem
contas e apenas projetam cená-
rios para possíveis prorrogações
de parcelas de investimentos,
criação de novas linhas para cus-
teio e implementação de ações de
apoio à comercialização.
Fávaro admitiu que a “rentabili-
dade dessa safra já foi embora até
para quem tem boa produtivida-
de” — por conta dos custos de pro-
dução ainda altos e dos impactos
causados pelo clima no rendimen-
to médio — e que 2024 será um
ano atípico. “Vamos jogar com
aquilo que temos e minimizar os
impactos para que possamos vol-
tar a crescer na safra 2024/25”, dis-
se. “Agora temos que fazer de tudo
para passar a vez com menos im-
pacto possível”, completou.
“Boa parte dos produtores vai
colher menos e alguns muito me-
nos que no ano passado. A quebra
de produção com preços baixos
acende uma luz no mínimo ama-
rela senão vermelha para a adoção
de providências muito rápidas. É
um cenário mais raro, mas que
quando acontece se torna muito
grave”, avaliou Fávaro.
O ministro reforçou que uma
das propostas na mesa é prorrogar
as parcelas de investimentos, o que
pode gerar custos ao Tesouro Na-
101,8 milhões de toneladas de
soja que o Brasil exportou em
2023, 33,8% saíram do país via
portos do Arco Norte. No caso do
milho, a fatia foi de 41,6%.
valor.com.br/agro
ções que funcionavam melhor no
“streaming”. Nesta semana a Net-
flix reportou resultados espetacu-
lares de crescimento de assinantes
e lucro, o que fez com que suas
ações disparassem. Também anun-
ciou um acordo de US$ 5 bilhões
para transmitir por dez anos pro-
gramas de luta livre da WWE.
As plataformas de “streaming”
da WBD somam 95,1 milhões de
As plataformas da
WBD somam 95,1
milhões de
assinantes. A Netflix,
260,8 milhões
EDILSON RODRIGUES/AGÊNCIA SENADO
“Vamos jogar com
aquilo que temos
e minimizar os
impactos”
Carlos Fávaro
cional. As análises internas tentam
levantar quantos e quais contratos
podem precisar desse alongamen-
to de prazo, já que a produção não
será atingida com a mesma inten-
sidade em algumas regiões do
Startups
goFlux em programa da John Deere
A plataforma brasileira para o
mercado de fretes goFlux é uma
das seis empresas escolhidas pela
John Deere para participar do
Startup Collaborator Program
em 2024, segundo anúncio que a
fabricante de máquinas agrícolas
JEROD HARRIS/GETTY IMAGES FOR VOX MEDIA
assinantes. Na Netflix são 260,8
milhões.
A WBD reportará resultados
em fevereiro, mas não é segredo
que sofre para equalizar sua dívi-
da de US$ 45 bilhões e se esforça
para aumentar o fluxo de caixa.
A mudança do HBO Max chega
ao Brasil mais de um ano após ter
sido feita nos EUA. Uma das razões
do atraso da internacionalização
são problemas técnicos que asso-
laram o HBO Max por anos.
Segundo JB Perrette, CEO e pre-
sidente global de “streaming” e
“games”, a mudança deve ocorrer
de forma tranquila para os usuá-
rios. “Você irá dormir uma noite,
será HBO Max, no dia seguinte, vo-
cê vai acordar e será Max. E tudo vai
ser portabilizado [transferido a
país, e os juros praticados nesses fi-
nanciamentos. A equipe técnica
avalia, por exemplo, o volume de
operações contratadas desde a sa-
fra 2016/17 nas linhas do Moder-
frota, Pronamp Investimento e
Inovagro, que vencem em 2024.
“Com a perspectiva de queda da
Selic, se a taxa ficar mais próxima
dos juros cobrados nessas opera-
ções de anos anteriores, a subven-
ção será pequena. Podemos tentar
achar um espaço aqui”, avaliou Fá-
varo. Ele ponderou que o orça-
mento é restrito e que não fará na-
da que possa prejudicar as metas
fiscais do governo.
O ministro disse que as medidas
não podem demorar a fim de evitar
efeitos colaterais no campo, como
inadimplência, negativação de
produtores, falta de acesso a crédi-
tos novos e aumento das dívidas.
Algumas medidas devem ser anun-
ciadas antes de março, disse.
O Ministério da Agricultura
também articula com o Banco Na-
cional de Desenvolvimento Econô-
mico e Social (BNDES) a criação da
linha em dólar com prazo alonga-
do para capital de giro, que poderá
atender revendas e demais empre-
sas a dar um fôlego aos produtores
rurais que custeiam suas atividades
com empréstimos privados. Fávaro
comentou que pode haver outras
medidas, mas não deu detalhes.
fez ontem. A startup brasileira
tem soluções de inteligência
preditiva de dados, neutralização
de carbono, antecipação de
recebíveis e gestão da cadeia.
valor.com.br/agro
Quinta-feira, 25 de janeiro de 2024
um só serviço]”, diz ele.
Segundo o executivo, após acei-
tar os termos de uso, o perfil de
usuário e o histórico vão aparecer
na nova plataforma. “A única mu-
dança visível é que você terá uma
oferta de conteúdo muito mais ri-
ca em uma plataforma e produto
muito mais forte e mais robusto”,
afirma Perrette.
Porém, para uma parte da base e
usuários em que as plataformas
não permitem a mudança auto-
maticamente, será necessário fazer
o download da nova aplicação
Max, que substituirá o HBO Max.
“Será um clique para fazer isso, um
clique para aceitar os termos de
uso, e então você estará de volta
com a mesma migração de toda a
história do cliente e da história do
usuário”.
Questionado se a mudança do
Max no Brasil seria uma oportuni-
dade para acelerar a produção de
conteúdo local, a exemplo do que
a Netflix tem feito, Bloys diz que
“Brasil e México, são muito gran-
des e importantes. Vamos conti-
nuar a fazer mais novelas”.
Perrette diz ainda que “as no-
velas são um exemplo de por quê
o nome HBO Max não fazia senti-
do. Novelas têm uma linguagem
que provavelmente não seria a sa
HBO, mas dentro do Max fazem
muito sentido”.
Antes da compra da WarnerMe-
dia pela Discovery, a HBO havia
anunciado que iria produzir nove-
las no Brasil e chegou a contratar
profissionais da Globo. Em meio à
fusão das empresas, o projeto foi
adiado em 2022 e retomado ano
passado, com os custos revisados
para baixo.
Sobre uma potencial vitória da
Netflix na guerra do streaming, os
executivos dizem que é cedo para
um veredito. “Declarar vencedores
Por
Banco do Brasil e startups
estruturam projeto de
modernização da pecuária
Sustentabilidade
De Brasília
O Banco do Brasil e as startups
iRancho, Traive e MyCarbon vão
formalizar uma parceria para co-
locar de pé o projeto batizado de
“Pecuária do Futuro”. O objetivo é
investir em inovação, com a aplica-
ção de novas tecnologias de ges-
tão, rastreabilidade e geração de
crédito de carbono capazes de mo-
dernizar a criação de gado de corte
no país, promover um modelo de
negócios sustentável e aumentar
os lucros da atividade.
Um acordo de cooperação em
inovação será assinado entre BB e
as três agtechs na 36ª edição do
Show Rural Coopavel, em Casca-
vel (PR), no início de fevereiro.
Com o projeto, os parceiros
querem também acelerar a recu-
peração das pastagens degrada-
das já mapeadas pelo banco, em
consonância com o programa re-
cém-lançado pelo governo fede-
ral para a mesma finalidade.
A iRancho é uma startup brasi-
leira de gestão pecuária. O Banco
do Brasil é sócio da empresa, com
a qual já tem parcerias para pro-
jetos de rastreabilidade. A Traive
é uma agtech que usa a tecnolo-
gia de inteligência artificial para
calcular o perfil de risco de crédi-
to de produtores rurais e atua co-
mo correspondente bancária do
BB. A MyCarbon é uma subsidiá-
ria da Minerva Foods focada em
desenvolvimento e comercializa-
ção de créditos de carbono.
O novo modelo de negócio da
“Pecuária do Futuro” foi testado
em um projeto-piloto em Araguaí-
na (TO), em outubro de 2023. O
teste envolveu desde a oferta de
crédito rural para a recuperação
das pastagens até a apresentação e
aplicação de soluções nas áreas de
gestão da propriedade, rastreabili-
dade dos bovinos e emissão de cré-
ditos de carbono.
| Valor | B5
quando você está na primeira par-
te de uma partida de futebol é uma
coisa bastante estranha de pen-
sar”, diz Perrette. “Ainda é tudo
muito novo. Não há dúvida que
Netflix fez um trabalho incrível e é,
de fato, o líder no espaço. Mas não
significa de forma alguma que ha-
verá apenas um vencedor”.
O executivo aposta em um mer-
cado com três ou cinco grandes
“streamers” globais, inclusive com
empresas locais abocanhando
parte do mercado, como acontecia
na TV tradicional com retransmis-
soras regionais, e atuando em par-
ceria com as principais marcas.
Ele diz ainda que o fato da base
do Max ser menor que a da Netflix
demonstra um grande potencial
de crescimento. “O Max está dispo-
nível para menos da metade das
casas de banda larga que a Netflix
está hoje. Então, começando com
o lançamento na América Latina,
temos planos de nos próximos
dois anos, dois anos e meio, lançar
no mundo todo. Iremos alcançar
novos mercados, aumentando
nossa penetração”.
Sobre o fato da WBD e outros gi-
gantes como a Paramount e Dis-
ney terem voltado a licenciar con-
teúdo à Netflix, Bloys diz ver com
naturalidade a mudança. “Eu diria
que nos últimos dez anos, manter
as coisas exclusivas para sua plata-
forma, especialmente programas
mais antigos, é atípico na história
da televisão. Praticamente qual-
quer programa que fosse sucesso
que pudéssemos vender, vendía-
mos. E não estamos incluindo
DVDs, o que obviamente não é
mais um negócio real. Mas a práti-
ca de vender seus programas e mo-
netiza-los depois de serem lança-
dos não é um novo conceito. Nos
últimos dez anos pode ser, mas
não na história da televisão”.
Segundo o Banco do Brasil, se
essas inovações forem utilizadas
de forma integrada, trarão bene-
fícios para toda a cadeia.
A parceria inclui o compro-
misso do Banco do Brasil de des-
tinar crédito para o financiamen-
to desses pacotes tecnológicos,
além do recurso para a conversão
das pastagens. De 1º de julho de
2023 a 10 de novembro de 2023,
o banco desembolsou R$ 507 mi-
lhões para a recuperação de cer-
ca de 111 mil hectares.
“A pecuária brasileira está
prestes a dar um salto significati-
vo em direção a um futuro ainda
mais sustentável”, disse Jayme
Pinto Júnior, que ocupava o car-
go de diretor de Agronegócios e
Agricultura Familiar do BB. Ele
renunciou ontem ao cargo e de-
cidiu se aposentar.
A cerimônia no Paraná terá a
apresentação detalhada do pro-
grama e será acompanhada por
palestras técnicas. O BB não in-
formou valores específicos que
serão destinados para o financia-
mento dos investimentos em tec-
nologia e inovação, nem se há
uma meta de área a ser contem-
plada com o novo modelo de ne-
gócio pecuário.
O crédito para a conversão de
pastagens faz parte dos valores já
disponíveis nas linhas do Plano
Safra e outras que poderão ser
implementadas no Programa
Nacional de Conversão de Pasta-
gens Degradadas em Sistemas de
Produção Agropecuários e Flo-
restais Sustentáveis (PNCPD).
O banco participou ativamente
da elaboração do programa. A área
técnica do banco mapeou cerca de
101 milhões de hectares de pasta-
gens no país com algum nível de
degradação, de moderado a seve-
ro, o que gera perdas substanciais
de produtividade. A meta do go-
verno federal é recuperar 40 mi-
lhões de hectares de áreas degra-
dadas no programa. (RW)
 B6 | Valor | Quinta-feira, 25 de janeiro de 2024
Mercado Vietnã, o maior produtor da espécie, tem enfrentado dificuldades para
exportar à Europa pela rota; cenário abre espaço para alta dos embarques do Brasil
Ataques no Mar Vermelho fazem café
robusta atingir recorde em Londres
Paulo Santos e Isadora Camargo
De São Paulo
Os ataques de rebeldes houthis
a navios no Mar Vermelho, que
têm complicado o transporte de
cargas na região, fizeram os preços
futuros do café robusta (conilon,
no Brasil) negociados na Bolsa de
Londres atingir níveis recorde. No
início desta semana, as cotações
bateram US$ 3.220 por tonelada,
valor que não era alcançado desde
2008, quando a commodity pas-
sou a ser negociada na bolsa lon-
drina. Ontem, o café fechou a
US$ 3.207 por tonelada.
A razão para a alta é que os riscos
de transporte pelo Canal de Suez,
em virtude dos ataques dos rebel-
des do Iêmen, têm dificultado as
exportações de café robusta do
Vietnã, o maior produtor mundial
da espécie. Os entraves para que o
país exporte ao mercado europeu
já abrem espaço para o conilon do
Brasil, que é o segundo no ranking
dos exportadores da espécie.
“Com a oferta de café na Europa
prejudicada, há um fortalecimen-
to dos preços. Porém, antes do con-
flito [entre Israel e Hamas], os pro-
dutores vietnamitas estavam segu-
rando as vendas de café à espera de
Por melhora nos preços, o que acabou
acontecendo e deve estimular esse
comportamento no curto prazo”,
afirmou o analista de café do Ra-
bobank, Guilherme Morya. Ele
acrescentou que isso “abre uma
oportunidade muito grande para
Expocacer inicia operação de hub logístico nos EUA
Nayara Figueiredo
De São Paulo
A Cooperativa dos Cafeiculto-
res do Cerrado (Expocacer) vai
dar início até fevereiro às opera-
ções de seu novo hub logístico
nos Estados Unidos, em Del-
laware, com o intuito de expan-
dir as entregas de café no país,
que são os maiores consumido-
res da bebida no mundo.
O hub, que é o primeiro do setor
cafeeiro do Brasil nos EUA, será
formado por uma unidade da coo-
perativa chamada Expocacer USA
e parceiros, que ficarão responsá-
veis pela importação de cafés pro-
duzidos pelos cooperados no Bra-
sil, desembaraço aduaneiro e
transporte até armazéns america-
nos, onde o grão será estocado.
Essa é uma das estratégias da
cooperativa em 2024 para superar
em até 20% o recorde de comercia-
lização registrado no ano passado,
Exportação de suco de laranja cai 7,25% Cacau mais caro já segura
Comércio
Camila Souza Ramos
De São Paulo
A redução na safra de laranja
brasileira afetou o volume de ex-
portação do suco da fruta, mas a
alta dos preços da commodity aca-
bou compensando e garantiu uma
receita maior com os embarques
no primeiro semestre da safra
2023/24, de julho a dezembro.
De acordo dados da Secretaria
de Comércio Exterior (Secex)
compilados pela CitrusBR, as ex-
portações brasileiras de suco de
laranja concentrado e congela-
do (FCOJ, na sigla em inglês) caí-
ram 7,25% em volume em com-
paração com o mesmo período
da safra anterior, totalizando
543,8 mil toneladas. Já a receita
com as exportações do semestre
Políticas cresceram 20,7% e alcançaram
US$ 1,3 bilhão.
Governo quer A última estimativa do Fundo
de Defesa da Citricultura (Fundeci-
agir antes que trus) para a safra de São Paulo e do
crise se instale Triângulo Mineiro é de que haverá
nesta temporada uma redução de
no campo, 0,7% na colheita, para 307,22 mi-
lhões de caixas. Isso significa a
afirma ministro quarta safra seguida com patama-
res baixos de produção.
Carlos Fávaro Por sua vez, o adido do Departa-
mento de Agricultura dos EUA
B5 (USDA) em São Paulo estima que a
Robusta em alta
Evolução dos preços futuros e no mercado doméstico
Londres - Em US$/ tonelada métrica
3.250
3.040
2.567,0
2.830
2.620
2.410 2.527,0
1/Jun 4/Jul
2023 2023
Variação
Fontes: Cepea e Dow Jones Newswires. Elaboração: Valor Data. *até 24/jan
o produtor brasileiro aumentar a
participação no mercado, em es-
pecial, nas próximas semanas”.
Os ataques, que se intensifica-
ram recentemente, começaram
em decorrência do conflito entre
Israel e Hamas. Os houthis dizem
fazê-lo como forma de retaliação a
Israel e em apoio aos palestinos.
“A demanda por
café robusta, que já
vinha crescente, vai
se expandir mais
após os ataques”
Antônio Pancieri
de 1,3 milhão de sacas de 60 qui-
los, somando as vendas para os
mercados interno e externo.
“A Expocacer tinha dificulda-
de de fazer chegar aos EUA pe-
quenos volumes de café. Aquele
comprador que queria 20 ou 30
sacas não podia ser atendido
porque era um volume muito
pequeno para importação. Com
o hub, só o atendimento a esses
pedidos fracionados já permitirá
um aumento de ao menos 10%
no volume comercializado para
aquele país”, afirmou Simão Pe-
dro de Lima, diretor superinten-
dente da cooperativa.
Segundo o executivo, o pri-
meiro contêiner será enviado
com 320 sacas de 60 quilos de ca-
fé especiais. Nessa primeira leva,
todo o volume já está previa-
mente negociado com compra-
dores. No entanto, a ideia para os
próximos envios é ter volumes
excedentes para que o cliente
vendas da Barry Callebaut
Brasil reduziu em 7,25% o volume de suco exportado de julho a dezembro
safra de laranja de todo o país em
2023/24 sofra uma redução de
1,03%, para 408 milhões de caixas.
A receita com os embarques
cresceu devido à alta dos preços in-
ternacionais do suco. Os contratos
mais negociados na bolsa de Nova
York, com vencimento em março,
acumulam alta de 67% em um ano.
“A safra da Flórida é a menor
de todos os tempos e a produção
brasileira está na média baixa, o
Indicador Cepea - Em R$/ saca 60 kg
3.207,0 850
800
750 710,44
700
650
2.235,0
11/Out 24/Jan 1/Jun
2023 2024 2023
12,88% (em 2024*) Variação
Segundo Antônio Pancieri Ne-
to, da Clonal Corretora de Café,
os torrefadores europeus, que
antes se abasteciam no Sudeste
Asiático, agora buscam outras
origens, como o Brasil.
“A demanda por café robusta,
que já vinha crescente, vai se ex-
pandir ainda mais após os ataques
no Mar Vermelho. E o Brasil tem
papel importante nesse contexto,
pois tem produto para atender o
mercado. Os compradores só espe-
ram uma remuneração justa, já
que o produto brasileiro hoje é o
mais barato do mundo”, afirmou.
Conforme cálculos de Pancieri
Neto, enquanto o café robusta
para exportação é negociado pe-
lo equivalente a R$ 900 a tonela-
da no Vietnã, o conilon brasileiro
consiga adquirir à vista o grão
disponível nos armazéns.
“Nossa expectativa inicial é em-
barcar de quatro a cinco contêine-
res por mês e, no primeiro ano de
operação, trabalhar exclusiva-
mente com os cafés especiais no
hub, cuja demanda está crescendo
nos EUA”, disse. O foco é chegar
aos consumidores localizados tan-
to na Costa Leste como na Costa
Oeste, como Flórida, Nova York,
Texas, Califórnia e outros.
Apesar desse esforço nos negó-
cios dos cafés especiais, Lima afir-
mou que a cooperativa também
poderá continuar com as exporta-
ções do grão convencional, que já
são realizadas por fora do hub, di-
retamente para os clientes.
Atualmente, até 15% do total
exportado pela Expocacer vai pa-
ra os Estados Unidos, entre cafés
especiais e convencionais.
Além do mercado americano,
a demanda pelo café brasileiro
SILVIA ZAMBONI/VALOR
que nos leva a um cenário bas-
tante desafiador do ponto de vis-
ta de oferta de produto”, afirmou
Ibiapaba Netto, diretor-executi-
vo da CitrusBR, em nota.
Principal destino das exporta-
ções brasileiras de suco, a Europa
recebeu no semestre 10,5% menos
produto, somando 298,8 mil tone-
ladas. Os EUA receberam 1,2% me-
nos suco de laranja brasileiro no
período, ou 172,3 mil toneladas.
827,45
657,56
633,24 647,56
4/Jul 5/Set 9/Nov 24/Jan
2023 2023 2023 2024
9,01 % (em 2024*)
está na casa dos R$ 830.
O Mar Vermelho é uma das prin-
cipais rotas de escoamento maríti-
mas do mundo. Mas, desde o início
dos ataques do houthis, em no-
vembro passado, 345 navios opta-
ram por redirecionar suas rotas ao
redor da África para seguir viagem,
segundo dados da empresa pro-
ject44. Como consequência os cus-
tos logísticos dispararam.
O valor do frete marítimo do
Vietnã até portos da Europa deu
um salto em meados de janeiro em
decorrência dos ataques, o que
acabou acentuando o movimento
de alta do robusta na bolsa.
O preço do frete conteinerizado
entre os continentes subiu de cerca
de US$ 1 mil para US$ 5 mil na últi-
ma semana, segundo o presidente
no exterior está em ascensão, se-
gundo Lima, principalmente pa-
ra os especiais. União Europeia,
Japão e Coreia do Sul são com-
pradores tradicionais, mas Chi-
na e Índia, por exemplo, têm au-
mentando as importações do
produto brasileiro.
“A nossa meta para este ano de
comercialização no mercado in-
terno e externo, só de especiais, é
de 100 mil sacas. No ano passado
foram 80 mil sacas. Seria um au-
mento de 25%, e não só pelo
hub”, projetou o executivo.
Para os próximos anos, a ex-
pectativa da cooperativa é elevar
a participação das exportações
nas vendas de 40% para 60% .
A Expocacer foi criada em 1993,
em Patrocínio (MG), e tornou-se a
maior cooperativa cafeeira do Cer-
rado Mineiro. Cerca de 700 produ-
tores são cooperados, sendo 400
de pequeno porte. Os cafés produ-
zidos vão para mais de 30 países.
Balanço
De São Paulo
A Barry Callebaut, gigante suíça
de produção de chocolates, man-
teve estáveis as suas vendas de
chocolates e derivados de cacau
no 1º trimestre de 2023/24, de se-
tembro a novembro, em meio à
pressão do aumento dos custos
com cacau, além do açúcar.
O volume de vendas ficou em
580,9 mil toneladas no período,
uma leve alta de 0,4% em relação
ao mesmo período do ciclo ante-
rior. Já a receita cresceu 6,2%, para
2,2 bilhões de francos suíços.
A companhia não divulgou re-
sultados sobre seus custos, mas já
indicou que vem sentindo a pres-
são da alta do cacau. O valor médio
da amêndoa no trimestre foi 68%
maior do que um ano antes.
O preço do cacau continuou
subindo nos últimos meses. On-
tem, os contratos do cacau mais
negociados na bolsa de Nova
York, que vencem em março, ti-
veram novo recorde e fecharam a
US$ 4.785 a tonelada.
Apesar do custo maior, a com-
panhia vem conseguindo repassar
esse peso para os consumidores.
Em parte, isso se deve à sua política
do o Conselho dos Exportadores
de Café do Brasil (Cecafé), Márcio
Ferreira. Isso ocorreu porque há di-
ficuldade de reservar espaços nos
portos do Vietnã, já que o café não
está sendo escoado. “O frete mais
alto vai exigir que os vietnamitas
criem outras rotas, o que encarece
ainda mais o produto para o mer-
cado europeu”, ressaltou.
Ferreira também afirmou já
haver uma demanda mais acen-
tuada pelo café do Brasil. “O coni-
lon está sendo beneficiado por
essa questão enquanto durar os
ataques” no Mar Vermelho.
Além das dificuldades logísti-
cas, a produção menor no Vietnã,
por conta de problemas climáti-
cos, também explica a alta. A safra
2023/24 deve somar 26,6 milhões
de sacas, projetou o Departamento
de Agricultura dos EUA (USDA),
em dezembro. Em junho, a proje-
ção era de 30,2 milhões de sacas.
O especialista e exportador Ed-
gard Bressani não acredita que os
ataques do Mar Vermelho levem a
um grande aumento nas exporta-
ções brasileiras. Isso porque, em
sua avaliação, o Vietnã deve buscar
outras rotas por terra, via Emira-
dos Árabes. O que ele projeta é um
valorização gradual do conilon do
Brasil nos mercados mundiais de-
vido à qualidade e potencial pro-
dutivo. Isso deve impulsionar as
exportações nos próximos anos.
Em 2023, o Brasil exportou
4,708 milhões de sacas de coni-
lon, segundo o Cecafé.
DIVULGAÇÃO
“A Expocacer tinha
dificuldade de fazer
chegar aos EUA
pequenos volumes
de café”
Simão de Lima
de preços de custo acrescido (mar-
kup), estratégia que sempre ga-
rante o repasse dos custos de pro-
dução, independentemente das
condições de mercado.
Mas o mercado de derivados de
cacau — como manteiga, pó e lí-
quor de cacau — também ajudou
nesse movimento. Segundo a Bar-
ry Callebaut, a razão entre os pre-
ços dos derivados na Europa e a
amêndoa manteve-se perto de
3,15 vezes, devido principalmente
à alta da manteiga de cacau.
No mesmo trimestre do ano
anterior, a razão entre os preços
dos produtos e da matéria-prima
estava ligeiramente mais confor-
tável à indústria, em 3,6 vezes.
Dentre os três segmentos de
negócios da Barry Callebaut, o
de cacau, de vendas de deriva-
dos a outras chocolateiras, so-
freu uma queda de 1,1% no volu-
me de vendas no trimestre, para
115,1 mil toneladas.
O volume de vendas de toda a
empresa não foi afetado porque
o grupo capturou a mudança de
comportamento do consumidor,
que está preferindo produtos
com marca própria. Tanto que as
vendas do segmento de produtos
gourmet e especialidades cres-
ceu 9,1% no trimestre. (CSR e PS)
Mercado de capitais
Com colegiado
completo, CVM,
de Nascimento,
prevê acelerar
julgamentos C6
Valor C
Quinta-feira, 25 de janeiro de 2024
Mercados Saque líquido soma R$ 3,45 bi na última sexta, maior volume diário desde
fevereiro de 2021; volume aportado sustentou bolsa e somou R$ 44,85 bi em 2023
Estrangeiros invertem rumo e já
retiram quase R$ 5 bi da B3 em 2024
Matheus Prado, Augusto
Decker e Arthur Cagliari
De São Paulo
O fluxo de recursos estrangei-
ros, que ajudou a impulsionar os
ativos brasileiros em novembro e
dezembro, mudou de direção
desde a virada do ano. Os não re-
sidentes têm feito saques líqui-
dos na B3 e elevado a posição
comprada (aposta na alta) em
dólar neste mês, na medida em
que o mercado passa a adotar ex-
pectativas mais conservadoras
para a política monetária dos Es-
tados Unidos — a possibilidade
de os juros americanos permane-
cerem em nível bastante restriti-
vo por mais tempo afasta investi-
dores não só do Brasil, mas de
emergentes como um todo. O ce-
nário interno, com incertezas
fiscais e a apresentação de uma
política industrial recebida com
hesitação pelos agentes econô-
micos, adicionam cautela.
Conforme os dados mais recen-
tes divulgados pela B3, no acumu-
lado do ano até a última segunda-
feira, os não residentes retiraram
da bolsa R$ 4,95 bilhões, ao se levar
em conta apenas o mercado se-
cundário (ações em circulação).
Somente na sexta-feira, dia 19, o
saque líquido totalizou R$ 3,45 bi-
lhões, o maior valor para um único
dia desde fevereiro de 2021. O sal-
do de aportes da categoria em
2023 foi positivo em R$ 44,85 bi-
lhões, impulsionando ganhos de
22,28% para o Ibovespa na janela.
Já a posição comprada em dó-
lares via derivativos (dólar futuro,
mini, swap e cupom cambial) pe-
lo grupo atingiu US$ 67,1 bilhões
nesta semana, um nível recorde. É
preciso apontar, porém, que os
derivativos de dólar também são
usados como ferramenta de
“hedge” (proteção). Além disso,
parte da posição comprada em
dólar pode representar investido-
res locais que operam por meio
Mercado de capitais aumenta fatia no crédito imobiliário
Gamba, da Abecip: “Mercado tem crescido mesmo com redução da poupança”
Investidores globais ajustam rota
Menor otimismo com juros pressiona emergentes
Posição em dólar do estrangeiro bate recorde na B3
Não residentes apostam na moeda americana via derivativos - em US$ bilhões
75
60
45
30
24,56
7/Dez
2020
Ações caem em 2024
Ibovespa e MSCI de emergentes (ambos em US$) recuam - em %
Ibovespa MSCI EM
0 menor correlação com os EUA
0,00
-3
-6
Dez
2023
Fontes: B3, MSCI e Valor PRO. Elaboração: Valor Data
de offshores e são classificados
pela B3 como “não residentes”.
O chefe de pesquisa macro glo-
bal da gestora inglesa Ashmore,
Gustavo Medeiros, vê o aumento
de apostas na valorização do dó-
lar como parte de um movimento
técnico. Ele lembra que havia uma
quantidade expressiva de agen-
tes comprados em real e, com a
alta recente da moeda america-
na, boa parte desse fluxo especu-
lativo tem pouca predisposição a
esperar a moeda depreciar e de-
pois apreciar novamente.
O executivo destaca ainda que o
movimento negativo dos últimos
dias foi sentido por emergentes co-
mo um todo. “O rendimento dos
Treasuries subiu porque membros
do Fed [Federal Reserve, banco cen-
tral americano] fizeram discursos
ROGERIO VIEIRA/VALOR
66,05
46,76
19,01
25/Jan 24/Mar 23/Jan
2022 2023 2024
-2,19
-2,69 -4,04
-2,64
-2,79
-6,26
8/Jan 15/Jan 24/Jan
2024 2024 2024
mais “hawkish” [favorável a aperto
monetário] e dados econômicos
vieram mais fortes do que se espe-
rava — tudo não chancelando os se-
te cortes de juros nos EUA em 2024,
começando em março, que eram
precificados no começo do ano.”
Até o fim de 2023, agentes apos-
tavam majoritariamente que o iní-
cio do ciclo de cortes do Fed seria já
em março e que haveria entre seis e
sete reduções de 0,25 ponto nos ju-
ros ao longo do ano. Na semana
passada, porém, o cenário de iní-
cio do ciclo apenas em maio já pas-
sou a ser precificado como o mais
provável e a expectativa princi-
pal passou a ser de cinco ou seis
cortes este ano. Assim, os juros
americanos em níveis elevados
por mais tempo afastaram inves-
tidores de mercados emergentes.
Sérgio Tauhata e
Maria Fernanda Salinet
De São Paulo
A poupança terminou 2023
com a menor participação da
história na estrutura de fontes de
recursos usados no crédito imo-
biliário no país. Em termos abso-
lutos, o saldo das captações por
meio de instrumentos de merca-
do de capitais ultrapassou, pela
primeira vez, a tradicional ca-
derneta na composição do “fun-
ding" no primeiro semestre de
2023 e aumentou a distância no
fim do ano passado, segundo
dados da Associação Brasileira
das Entidades de Crédito Imobi-
liário e Poupança (Abecip).
O conjunto dos instrumentos
de captação privada alcançou fatia
de 40% frente a 34% da poupança
em dezembro. No entanto, é preci-
so ponderar que nem todos os re-
cursos obtidos por estruturas co-
mo Letra de Crédito Imobiliário
(LCI), Certificado de Recebíveis
Imobiliários (CRI), Letra Imobiliá-
ria Garantida (LIG) e fundos imo-
biliários (FII) destinam-se ao crédi-
Escândalo
Bilionário antigo
dono do
Tottenham admite
culpa em caso de
‘insider’ C2
Inclui Legislação & Tributos
No acumulado do ano, o dólar
apresenta alta de 1,63% contra o
real, mas também exibe valoriza-
ção relevante contra outras moe-
das emergentes, ao subir 3,45%
em relação ao rand sul-africano e
4,35% contra o peso chileno.
O estrategista do BBVA para
América Latina, Alejandro Cuadra-
do, diz que o banco já alertava no
ano passado que a busca muito
forte por risco diante da precifica-
ção agressiva do mercado para os
cortes de juros do Fed poderia im-
plicar em dólar mais forte.
“Para o Brasil, mantemos nos-
sa preferência por posições apli-
cadas em juros, porque acredita-
mos que a Selic ‘terminal’ ainda
pode ser mais baixa e oferece
do que outros mercados. Por
enquanto, essa exposição não
tem ‘hedge’ no câmbio, mas is-
so deve se modificar ao longo
do tempo”, avalia Cuadrado.
Para Nenad Dinic, estrategista
de ações do Julius Baer, os merca-
dos se comportaram como deve-
riam na situação atual. “O dólar é
o maior driver para mercados
emergentes. Tanto é verdade que,
apesar da recuperação recente
do S&P 500, a moeda americana
se manteve em alta e os ativos de
países em desenvolvimento não
acompanharam a dinâmica po-
sitiva das bolsas americanas. À
frente, quanto mais cedo hou-
ver cortes de juros, melhor. Isso
porque o câmbio de países co-
mo o Brasil consegue, em linhas
gerais, preservar o ‘carry’ [dife-
rencial de juros] que tem em re-
lação ao dólar”, afirma.
Nessa linha, o cenário base do
banco suíço, com “soft landing”
[pouso suave] nos EUA, desinfla-
ção global e dólar mais fraco, é bas-
tante positivo para o universo dos
emergentes excluindo a China,
diz. Segundo Dinic, na medida em
que os juros caem, também deve-
mos ter revisões para cima dos lu-
to habitacional e, desse modo, a
caderneta mantém papel prepon-
derante dentro da estrutura de
funding. O FGTS também teve im-
portância na expansão do saldo
total, com crescimento de 13% no
estoque, para R$ 569 bilhões.
De acordo com a Abecip, o volu-
me total de recursos disponíveis
para o crédito imobiliário regis-
trou alta de 13% em 2023 na com-
paração com 2022, com saldo de
R$ 2,17 trilhões. “Estamos num
ambiente de crescimento de mer-
cado mesmo com a diminuição da
poupança”, afirmou o presidente
da Abecip, Sandro Gamba, em co-
letiva. “A representatividade da ca-
derneta diminuiu, mas o setor foi
resiliente através de outras opera-
ções que supriram essa redução e
conseguiram atender o crescimen-
to do mercado”, acrescentou.
R$ 2,2 tri
são os recursos para
crédito imobiliário
Numismática
Colecionadores
de notas e moedas
raras giram
R$ 31 milhões
no Brasil C3
cros das empresas, o que abrirá es-
paço para valorização adicional.
“No longo prazo, a participação
de estrangeiros tem caído na bolsa
brasileira. Então, para que o Ibo-
vespa amplie os ganhos do fim do
ano passado, precisaremos ver os
agentes locais voltando com mais
força. No momento, o grupo pode
parecer satisfeito com a remunera-
ção do mercado de juros, mas isso
deve mudar ao longo do ano, con-
forme a Selic é cortada”, diz.
Desde o início do ano, o Iboves-
pa acumula queda de 4,75% e che-
gou a operar abaixo dos 126 mil
pontos no início desta semana.
Na visão do estrategista-chefe
para mercados emergentes do
Deutsche Bank, Drausio Giacomel-
li, o rali do fim do ano passado foi
muito forte, “talvez exagerado”,
então era de se esperar uma corre-
ção neste início de ano. O banco
alemão acredita que 2024 será o
ano dos juros, porque a economia
global está em desaceleração e as
taxas seguem elevadas, mas o câm-
bio pode se sustentar no patamar
atual, apoiado pelo diferencial de
juros e pela balança comercial, ao
mesmo tempo em que a bolsa se-
gue barata, com preços atrativos.
Para emergentes, afirma, não é o
nível da taxa de juros americana
em si que interessa, porque já hou-
ve performances melhores do gru-
po com as taxas em níveis mais al-
tos. O grande risco, aponta, é ocor-
rer uma desaceleração mais brusca
que o previsto da economia ameri-
cana, principalmente se a inflação
persistir em níveis elevados. Isso
porque os mercados de países em
desenvolvimento são sensíveis ao
crescimento global. “Mas nosso ce-
nário base é de pouso suave.”
Não obstante, Giacomelli diz
que dinâmicas internas contribuí-
ram para uma piora na percepção
de risco em relação aos ativos lo-
cais e que o país precisa manter o
pragmatismo. “Depois de reação
forte na segunda-feira, o mercado
O saldo médio da poupança
no Sistema Brasileiro de Poupan-
ça e Empréstimos (SBPE) no fim
de 2023 recuou para R$ 747 bi-
lhões, com queda de 2,2% com-
parada a 2022. Houve saída líqui-
da de R$ 72 bilhões no período.
A associação divulgou as esti-
mativas para o setor neste ano. A
entidade prevê crescimento de 3%
nas concessões de financiamento
totais em 2024, que incluem os
empréstimos com recursos da
poupança e do FGTS. Se a projeção
se concretizar, o resultado vai re-
presentar um novo recorde, com
produção de R$ 259 bilhões.
No SBPE, a expectativa da enti-
dade é de estabilidade no ano. O
nível de concessões deve se manter
em R$ 153 bilhões, o mesmo resul-
tado de 2023. As linhas que vão
impulsionar o crescimento, as-
sim como no ano passado, são
aquelas com funding do FGTS. A
Abecip espera crescimento de 8%
no segmento, para um volume de
concessões de R$ 106 bilhões.
Em 2023, o mercado obteve o
segundo melhor resultado no vo-
lume de concessões totais, consi-
DIVULGAÇÃO
“Moeda americana
se manteve em alta
e os ativos de
países em
desenvolvimento
não acompanharam”
Nenad Dinic
se tranquilizou ao perceber que os
R$ 300 bilhões anunciados para a
indústria eram basicamente um
reempacotamento de medidas já
anunciadas, mas foi uma lembran-
ça não muito aprazível do passado,
juntamente com os investimen-
tos na Refinaria Abreu e Lima.”
Medeiros, da Ashmore, diz que
ainda é preciso avaliar a distorção
na economia que o plano indus-
trial pode gerar e se o potencial ne-
gativo é igual ao que já foi no pas-
sado. Ele destaca, porém, que vê
com bons olhos a disposição do
ministro da Fazenda, Fernando
Haddad, de “manter a tentativa de
equalizar o déficit primário para o
mais próximo possível de zero”.
Ele entende que a direção do flu-
xo estrangeiro é imprevisível até
que haja mais confiança em rela-
ção à trajetória da economia e dos
juros dos EUA. Em um horizonte
mais longo, porém, vê boas chan-
ces de a chegada de recursos para o
Brasil continuar forte. “Existem
poucos lugares com tanta oportu-
nidade de retornos potenciais em
três a cinco anos quanto a renda fi-
xa e variável no Brasil”, projeta.
“No curto prazo, existem questões
principalmente exógenas, mas a si-
nalização que eu tenho visto ain-
da está relativamente positiva.”
derando o SBPE e o FGTS, com pro-
dução de R$ 251 bilhões e cresci-
mento de 4% ante 2022. O sistema
com recursos da poupança, po-
rém, registrou recuo de 15% no
ano passado, para R$ 153 bilhões.
Os dados mostram ainda que a
inadimplência no SBPPE está na
menor marca histórica, em 1,4%.
Em 2022, o índice fechou o ano em
1,5%, no mesmo patamar de 2021.
Já as concessões com recursos
do FGTS, realizadas principal-
mente no âmbito do programa
“Minha Casa, Minha Vida”, apre-
sentaram crescimento de 59%, o
que compensou a queda do sis-
tema com funding da caderne-
ta. Esse segmento alcançou
uma produção de R$ 98 bi-
lhões, maior marca da história.
Sobre o movimento das taxas do
crédito imobiliário, o presidente
da Abecip enxerga ainda um cená-
rio de incertezas. “A [queda da] Se-
lic é variável importante, mas tem
outras necessárias para redução de
taxas. Se houver um incremento da
poupança no curto prazo e fecha-
mento das curvas de juros, a pro-
babilidade da taxa cair é maior.”
C2 | Valor | Quinta-feira, 25 de janeiro de 2024
Finanças
Ibovespa
Em pontos
135,00
131.226
132,75
130,50
127.816
128,25
126,00
4/jan/24
Fontes: B3 e Valor PRO. Elaboração: Valor Data
Mercados Ibovespa não sustenta alta e fecha sessão em queda; juros futuros se
afastam das mínimas e dólar fecha em R$ 4,9316, após ter testado o nível de R$ 4,90
Leilão do Tesouro dos EUA inibe risco
Arthur Cagliari, Augusto Decker,
Gabriel Roca e Matheus Prado
De São Paulo
Os estímulos econômicos sinali-
zados pela China abriram espaço
para que um ambiente positivo se
materializasse para os ativos de ris-
co na sessão de ontem, o que se re-
fletiu na dinâmica doméstica. O
real se valorizou e os juros futuros
caíram em bloco. No entanto, ven-
tos negativos no mercado de títu-
los soberanos (os Treasuries) dos
Estados Unidos afastaram as co-
tações dos melhores desempe-
nhos do dia e pesaram, sobretu-
do, na bolsa, que voltou a cair.
A fraca demanda por Treasuries
com vencimento em cinco anos
pressionou os mercados globais
durante a tarde. A venda fraca de
títulos americanos levou as taxas
dos Treasuries às máximas do dia,
o que se refletiu em uma perda de
fôlego para os ativos locais. Duran-
. Com isso, a taxa da T-note de
Ex-Tottenham
admite culpa em
caso de ‘insider’
Bloomberg
O bilionário britânico Joe
Lewis declarou-se culpado por
passar informações privilegiadas
para os pilotos de seu jato parti-
cular e à então namorada, uma
ex-miss Ilhas Virgens america-
nas, num episódio que mancha a
reputação de um dos homens
mais ricos do Reino Unido.
Lewis admitiu culpa em três
acusações de fraude em valores
mobiliários, incluindo conspira-
ção, em uma audiência no tribunal
federal em Manhattan, em Nova
York. A confissão ocorre seis meses
após o octogenário radicado nas
Bahamas ter sido envolvido em
mais de uma dúzia de acusações.
O bilionário falou suavemen-
te enquanto respondia a uma sé-
rie de perguntas do juiz, dizen-
do que esteve sob os cuidados
de médicos em “múltiplas si-
tuações”. Seu advogado, David
Zornow, disse não ter dúvidas
sobre a competência de Lewis.
O fundador da empresa de in-
vestimentos Tavistock Group, que
possui participações em mais de
200 empresas, incluindo hotéis
de luxo, resorts e esportes, é a
316 a pessoa mais rica do mundo.
Lewis, que também era dono do
time de futebol Tottenham, tem
um patrimônio líquido de
US$ 7,6 bilhões, de acordo com o
Bloomberg Billionaires Index, e
‘Insurtech’ AVLA capta US$ 25 mi e quer crescer no Brasil
Sérgio Tauhata
De São Paulo
A insurtech chilena AVLA fina-
lizou uma captação de US$ 25
milhões (cerca de R$ 120 mi-
lhões), realizada com aportes de
seus principais acionistas, entre
os quais o German DFI DEG, sub-
sidiária do banco de desenvolvi-
mento alemão KfW; Creation In-
vestments, gestora de investi-
mentos de impacto sediada em
Chicago; e Altra, firma de private
colombiana. Segundo a empresa,
Bolsas internacionais
Variações no dia 24/jan/24 - em %
Dow Jones -0,26
S&P 500 0,08
queda de
Euronext 100 1,52
0,35% DAX 1,58
CAC-40 0,91
Nikkei-225 -0,80
23/jan/24
SSE Composite 1,80
te boa parte da sessão, predomi-
nou o bom humor derivado das
medidas de estímulo econômico
anunciadas pela China, como a re-
dução do compulsório bancário.
“O mercado, no geral, esteve
melhor para emergentes hoje
[ontem], em um pregão de ‘risk
on’”, diz um gestor de renda fixa.
Ele nota, em especial, o compor-
tamento do mercado de juros,
onde a queda nas taxas chegou a
ser forte ontem. “Se a Selic ‘ter-
minal’ se aproxima ou ultrapas-
sa os 9,50% aparece ‘aplicador’
[quem ganha com a queda nas
taxas] na parte curta da curva”,
observa o profissional. A taxa do
DI para janeiro de 2025 caiu de
10,085% para 10,06%, após ter
ido a 10,035% na mínima.
Durante a tarde, a virada dos
juros dos Treasuries para cima pe-
sou, em especial, no desempenho
da bolsa, que abandonou a alta
observada no início da sessão. O
foi a figura de maior destaque a
ser processada por informação
privilegiada por promotores fe-
derais em Manhattan em 2023.
Lewis repassou informações
materiais não públicas sobre qua-
tro empresas de capital aberto, in-
cluindo Australian Agricultural e
Mirati Therapeutics, para seus pi-
lotos, Bryan Waugh e Patrick
O’Connor, além da ex-namorada
Carolyn Carter entre 2019 e 2021,
disseram os promotores. Os pilo-
tos também foram indiciados por
fraude em valores mobiliários no
ano passado, mas não comparece-
ram ao tribunal na quarta-feira.
“Embora eu possuísse infor-
mações materiais não públicas
sobre certas empresas de capital
aberto, concordei em fazer reco-
mendações” a três outras pessoas
para comprar ações dessas em-
presas, disse Lewis à juíza Jessica
Clarke. “Eu sabia na época que o
que estava fazendo era errado e
estou muito envergonhado.”
“Eu sabia na época
que o que estava
fazendo era errado
e estou muito
envergonhado”
Joe Lewis
os recursos serão utilizados para
suporte aos planos de expansão
do grupo, que atua, além do Chi-
le, no Brasil, México, Peru e EUA.
De acordo com o fundador e
CEO, Ignacio Álamos, o objetivo
é atingir 150 mil clientes pe-
quenas e médias empresas e ge-
rar receitas de US$ 350 milhões
nos próximos anos. Segundo o
executivo, as principais apostas
recaem sobre os mercados de
Brasil e México e na expansão
da operação nos EUA, que co-
meçou em 2023, no Texas.
Juros
DI-Over futuro - em % ao ano
Jan/2025 Jan/2026
10,05
9,68
4/jan/24
Ibovespa terminou o dia em que-
da de 0,35%, aos 127.816 pontos.
Para estrategistas do J.P. Morgan,
o desempenho da bolsa continuará
a depender dos fluxos estrangeiros
no curto prazo. “Acreditamos que
os locais ainda não estão prepara-
dos para voltar de vez ao mercado
de ações, mesmo que os juros este-
jam em queda. Embora o retorno
de 1% ao mês não exista mais, as ta-
xas reais estão atualmente em 6% e
devem fechar o ano entre 4,5% e 5%,
ainda um retorno atraente”, dizem.
Na visão dos estrategistas do J.P.,
porém, o apetite estrangeiro pelo
Brasil “é saudável e deverá conti-
nuar a ser impulsionado pela falta
R$ 4,93
foi o valor do dólar
no fim da sessão
Joe Lewis, ex-dono do Tottenham, emprestou dinheiro para os pilotos especularem com ações de suas empresas
Uma das empresas de Lewis, a
Broad Bay Limited, também se de-
clarouculpada defraudede valores
mobiliários e concordou em pagar
uma multa de US$ 50 milhões em
acordo com os procuradores.
O acordo judicial provavel-
mente reduzirá drasticamente
qualquer sentença para Lewis,
que pode pegar até 45 anos de pri-
são. Zornow disse que Lewis re-
nunciou ao seu direito de apelar, a
menos que seja condenado à pri-
são. O advogado pediu que o pro-
cesso de condenação fosse agili-
zado dada a idade do empresário.
Lewis, que foi lentamente guiado
para fora do tribunal por seus
apoiadores, enfrentará o tribunal
novamente em 28 de março.
Lewis, Carter, Waugh e O’Con-
nor também foram processa-
dos pela comissão de valores
mobiliários dos EUA, a SEC.
A AVLA é especializada em so-
luções para pequenas e médias
empresas. Oferece seguros garan-
tia, de crédito, imobiliário e de
“property and casualty” (P&C), de
linhas não financeiras e seguros
patrimoniais. Em 2023, a insurte-
ch registrou receita de US$ 150
milhões (cerca de R$ 750 mi-
lhões) e conta com uma carteira
de 65 mil clientes corporativos.
O líder da operação brasileira,
Felippe Astrachan, explica que,
na América Latina, o mercado
mais novo do grupo é o Brasil,
Dólar comercial
Cotação de venda - em R$/US$
10,06 10,06
4,9074
9,76
9,63
15/jan 24/jan/24 4/jan/24
de atratividade das ações da China
e pelo ciclo interno positivo pro-
porcionado por taxas mais baixas”.
Ao contrário da bolsa, o merca-
do doméstico de câmbio conse-
guiu sustentar um movimento de
apreciação, mesmo que de forma
mais contida. O dólar se afastou
da mínima de R$ 4,9083, mas fe-
chou a sessão de ontem em queda
de 0,47%, negociado a R$ 4,9316.
Para o economista-chefe da
WHG, Fernando Fenolio, fatores
mais estruturais indicam que o real
pode continuar a se valorizar neste
ano, com a balança comercial se-
guindo forte e com o início de corte
de juros nos EUA. Ele pondera, con-
tudo, que há outros entraves para
garantir a apreciação do câmbio
doméstico. “A grande incerteza em
2024 deve ficar no mundo político,
seja aqui, com as discussões em tor-
no do âmbito fiscal, seja nos EUA,
com as eleições presidenciais”, diz.
Fenolio diz que, no caso dos
Em 2019, de acordo com a acu-
sação, Lewis soube pelo conselho
de administração da Australian
Agricultural que o produtor de car-
ne bovina sofreu enormes perdas
devido às inundações e que o segu-
ro não cobriria as perdas de gado.
Lewis passou a informação para
O’Connor e Waugh e os incenti-
vou a vender ações da empresa.
No mesmo ano, ele suposta-
mente disse à então namorada na
Coreia do Sul para comprar ações
da Solid Biosciences, uma empresa
de biotecnologia, depois de saber
sobre um investimento privado e
um ensaio clínico que estava por
vir. A então namorada empenhou
US$ 700 mil — “quase todo o seu
dinheiro disponível” – para com-
prar 150 mil ações e depois as ven-
deu, obtendo um lucro de US$ 849
mil, disseram os promotores.
Em outra ocasião, um membro
onde a AVLA chegou em 2022. “O
momento para a expansão é cer-
tamente favorável no país”, diz.
“No caso do seguro garantia, es-
tamos na fronteira de uma gran-
de transformação, pelo menos,
na parte de licitações”, completa.
O líder da AVLA no Brasil acredi-
ta que, com o potencial de expan-
são nos segmentos corporativos, a
filial pode superar a matriz nos
próximos anos. “A operação no
Chile é a maior, representando
metade do faturamento. Em 2024,
eventualmente, temos uma meta
Índice de Renda Fixa Valor
Base = 100 em 31/12/99
queda de
4,9316 0,47%
em relação
ao real
24/jan/24
EUA, a preocupação é que, caso o
ex-presidente americano Donald
Trump seja eleito, o mercado quei-
ra atribuir uma probabilidade de
que o governo americano vá im-
por tarifas para vários países.
“Se não houvesse eleição ameri-
cana ou se não tivéssemos o Trump
na disputa, creio que a tendência
do dólar, pelo cíclico, seria de que-
da, até porque a moeda está relati-
vamente cara e a discussão do cor-
te de juros nos EUA está na mesa”,
afirma. “Mas Trump vem dizendo
em sua campanha que pode im-
plementar tarifas de importação
para vários países como forma de
financiar o corte de impostos que
ele defende. Ainda não temos gra-
nularidade disso, mas, se ocorrer,
significa valorização do dólar.” E,
caso o governo Lula perceba uma
desaceleração econômica mais in-
tensa e adote medidas para impul-
sionar a economia, novas tensões
no câmbio podem se materializar.
YUKI IWAMURA/AP
doconselhodaMiratiTherapeutics,
que também trabalhou no fundo
de biotecnologia de Lewis, contou
ao bilionário sobre resultados posi-
tivoseconfidenciaisdoensaioclíni-
co da empresa. Lewis então orien-
tou Carter para comprar ações da
Mirati antes do anúncio dos resul-
tados. Ele também emprestou
US$ 500 mil a cada um de seus pi-
lotos para fazer investimentos se-
melhantes, afirma a acusação.
Nascido e criado no Reino Uni-
do, Lewis transformou o negócio
de catering do seu pai numa ca-
deia de restaurantes temáticos an-
tes de se dedicar ao câmbio de
moedas no final dos anos 70. Ele
se mudou para as Bahamas para
evitar impostos e fez fortuna
apostando contra a libra esterlina
e o peso mexicano nos anos 90.
Lewis se tornou mais conhecido
por ter sido dono do Tottenham.
bastante desafiadora e queremos
estar ou próximos do tamanho do
Chile ou, com sorte, tentar ser a
maior operação do grupo. Se isso
não ocorrer em 2024, creio que o
Brasil vai se tornar a maior opera-
ção da AVLA no ano seguinte.”
Uma das apostas da insurtech é
a utilização de análise de dados,
aprendizado de máquina e inteli-
gência artificial nos processos de
avaliação de riscos e subscrição. “Já
tínhamos um processo inteligente
de tomada de riscos muito antes
do boom de IA”, afirma Astrachan.
2.073,62
2.073,02
2.066,17
4/jan/24 15/jan 24/jan/24
Wall Street
tem direção
mista com
alta de taxas
Gabriel Caldeira, Eduardo
Magossi e Igor Sodré
De São Paulo
Um leilão de Treasuries que
apresentou demanda fraca de in-
vestidores estrangeiros azedou o
humor dos mercados em Nova
York, que até então mostravam
apetite por risco. A oferta do Te-
souro americano elevou os ren-
dimentos dos títulos soberanos
às máximas do dia, o que pressio-
nou as bolsas e fez com que os
índices acionários terminassem
o pregão sem direção única.
O leilão de US$ 61 bilhões em
T-notes de cinco anos teve taxa
máxima de 4,055%, cerca de 2
pontos-base acima da taxa que
era negociada no mercado se-
cundário antes da venda. O ren-
dimento maior exigido pelos in-
vestidores ocorreu por conta da
demanda bem menor de investi-
dores estrangeiros em compara-
ção com a média recente.
cinco anos terminou a sessão em
alta, a 4,094%, de 4,046% no ajus-
te da véspera. A T-note de dois
anos acompanhou o movimento
e o rendimento subiu de 4,349%
para 4,377%. O mesmo ocorreu
com a T-note de dez anos, cujo re-
torno subiu de 4,138% a 4,181%.
Segundo Ian Lyngen e Ben Jef-
fery, analistas de renda fixa do
BMO Capital Markets, o avanço
do índice de gerentes de com-
pras (PMI) composto dos Estados
Unidos a 52,3 pontos em janeiro
também foi determinante para
as negociações dos Treasuries on-
tem. O dado veio 2 pontos acima
do esperado e sinalizou uma eco-
nomia forte, o que pode atrasar o
início ou até mesmo a extensão
do ciclo de corte de juros do Fe-
deral Reserve (Fed) neste ano.
“A oferta [de Treasuries] segue
no foco dos investidores à medi-
da que consideramos a poten-
cial mudança de tom na próxi-
ma semana”, que será marcada
pela decisão de juros do Fed, di-
zem os analistas. De acordo
com eles, a atenção dos merca-
dos aos leilões é, em parte, cul-
pa do próprio banco central
americano, que tem insistido
na mensagem de que os juros
ficarão altos por mais tempo do
que os mercados projetam.
“Quando combinado com a
resiliência da economia real, o
caminho foi aberto para que os
investidores reiniciem a con-
versa sobre a necessidade de
uma maior compensação para
avançar mais na curva e absor-
ver a oferta que está chegan-
do”, afirmam Lyngen e Jeffery.
A virada dos Treasuries tirou o
conforto das bolsas de Nova
York, que fecharam sem direção
única: o índice Dow Jones fechou
em queda de 0,26%; o S&P 500 te-
ve avanço marginal de 0,08%; e o
Nasdaq teve alta de 0,36%.
“Já usamos ferramentas de IA e ma-
chine learning para anteder nosso
clientes desde o início das nossas
operações [em 2014]”, acrescenta.
Conforme o executivo, com as
novas tecnologias associadas a IA
“estamos dobrando a aposta [na
tecnologia] e investindo para ter-
mos soluções e modelos de subs-
crição ainda mais sofisticados”.
De acordo com o especialista, o
uso das ferramentas de aprendi-
zado de máquina, análise de da-
dos e IA tem tido “efeito substan-
cial na redução de sinistralidade”.

Finanças
Numismática Admiradores de
peças antigas se reúnem em
exposições e feiras no país
Moedas raras
despertam
interesse e
giram R$ 31 mi
Maria Fernanda Salinet
De São Paulo
Pode parecer estranho investir
em moedas enquanto o dinheiro
digital avança, mas a numismática
— o estudo de moedas, cédulas e
medalhas — movimenta entre
US$ 50 bilhões e US$ 100 bilhões
por ano no mundo, e os brasileiros
não ficam para trás. Mesmo com
mercado nacional pouco explora-
do, milhares de admiradores se
reúnem em exposições e feiras no
país, além de investirem valores
significativo em peças antigas.
Dados da plataforma “Leilões-
BR”, um dos sistemas de leilões
mais usados por colecionadores
no país, apontam que o merca-
do de moedas movimentou pe-
lo menos R$ 31 milhões em
2023. No ano anterior, o valor
das vendas na plataforma ultra-
passou a casa de R$ 33 milhões.
O vice-presidente da Socieda-
de Numismática Brasileira (SNB),
Bruno Pellizzari, conta que o per-
fil dos numismáticos no país é
bastante diverso, desde aqueles
que veem as coleções como in-
vestimentos a quem apenas é fas-
cinado pela cultura por trás da
moeda. “Entre os que gostam, há
colecionadores com maior poder
aquisitivo e peças mais raras. Mas
também há quem colecione
moedas mais simples”, detalha.
A associação, que conta com
800 sócios, atraiu centenas de co-
lecionadores no evento que co-
memorou seu centenário na se-
mana passada, em São Paulo. En-
tre os palestrantes estava o coor-
denador do Núcleo de Artes Vi-
suais e Acervo do Itaú Social, Ed-
son Cruz, que contou um pouco
BC reaproveitou cédulas antes de lançar nota de R$ 200
Gabriel Shinohara
De Brasília
Com a pandemia de covid-19 e
o pagamento do auxílio emergen-
cial, que aumentou a demanda
por dinheiro em espécie, o Banco
Central (BC) decidiu recolocar em
circulação, em 2020, cédulas que
seriam destruídas por estarem
desgastadas. O objetivo era mini-
mizar o impacto de uma possível
falta de notas circulando na eco-
nomia. A medida não solucionou
o problema e, naquele mesmo
ano, em julho, o BC anunciou a
criação da cédula de R$ 200.
As informações constam no
Voto 174/2020-BCB, obtido via
Lei de Acesso à Informação (LAI)
pelo Valor. O documento consis-
te na proposta de criação da cé-
dula e apresenta uma análise da
situação da demanda por papel-
moeda na época, além de uma sé-
rie de razões para o desenvolvi-
mento da nota de R$ 200. Algu-
mas das informações foram ex-
postas pelo BC ao público na oca-
sião do lançamento da nota, mas
outros fatos, como a reutilização
de cédulas que seriam destruí-
das, não foram destacados. O do-
cumento foi classificado pelo BC
como “reservado” por dois anos.
Consta no Termo de Classifica-
ção de Informação, que explica a
decisão pelo sigilo, que o BC deci-
diu manter o documento como re-
servado para que a estratégia de
comunicação “não sofra influên-
cia de elementos internos do pro-
cesso decisório que, descontextua-
lizados, poderiam fragilizar a coe-
são da mensagem transmitida”. O
BC também argumentou que o
documento teria informações sen-
sobre a exposição permanente
“Arte no Dinheiro”, inaugurada
em dezembro. Nela, a instituição
exibe um vasto acervo de moe-
das, medalhas, células e selos da
numismática brasileira. “Quem
se interessa por história, conhe-
cimentos gerais e pelo próprio
bolso deve conhecê-la”, aponta.
Uma das moedas de maior inte-
resse da numismática brasileira está
em lugar de destaque na exposição,
a chamada Peça da Coroação, moe-
da de ouro de 6.400 réis feita em co-
memoração à coroação do impe-
rador D. Pedro I. Com apenas 14
unidades conhecidas no mundo,
hoje é avaliada em R$ 4 milhões.
“Foi a primeira moeda do Bra-
sil independente, mas Dom Pe-
dro foi estampado de perfil, de
busto nu e uma coroa de louros
na cabeça, igual a um ditador ro-
mano, o que não cabia para o
momento político da época. Por
isso Dom Pedro mandou consu-
mir com as moedas e sobraram
apenas 14”, explica Cruz. Acredi-
ta-se que foram produzidas 64
unidades, mas as demais foram
destruídas pelo imperador.
Em março deste ano, o Banco
Central (BC) lançará uma moeda
comemorativa em prata em home-
nagem aos 200 anos da Primeira
Constituição do Brasil e à criação
do Poder Legislativo, algo raro de
acontecer, o que deixa coleciona-
dores e investidores atentos. Os de-
talhes sobre o lançamento, que in-
clui a tiragem das moedas, porém,
não foram divulgados. A institui-
ção afirma que o valor de cédulas e
moedas em circulação se mantém
estável, apesar do surgimento de
novos meios de pagamento, como
o Pix, e “será necessário algum
síveis relacionadas ao monitora-
mento do meio circulante. Alguns
trechos do voto ainda continuam
com restrição de acesso.
Procurado, o BC informou
que selecionou as cédulas de
maior valor e menor desgaste
para voltar a circular. Cerca de
90 milhões de notas retornaram
para a economia com base nes-
ses critérios e, depois, passaram
a ser recolhidas à medida que o
estoque permitia sua retirada.
O documento elenca também
uma série de fatos que ocasiona-
ram a falta de cédulas em circu-
lação. Além da grande demanda
gerada pelo pagamento de auxí-
lios durante a pandemia e o cha-
mado “entesouramento” das no-
tas (a criação de reservas de di-
nheiro), situações apontadas na
época pela autoridade monetá-
ria, o documento destaca tam-
bém o contingenciamento orça-
mentário que existia desde 2014
como um dos fatores. Na ocasião
do lançamento da cédula, não
houve menção a esse problema.
“O contingenciamento orça-
mentário para as despesas do meio
circulante, notado desde 2014, não
permitiu a formação de estoques
para cenários mais severamente
adversos, a despeito das diversas
iniciativas tomadas para aumentar
a proporção entre a quantidade
adquirida e a quantidade conside-
rada adequada para a manutenção
do meio circulante nos últimos
anos”, diz o documento.
Em 2019, por exemplo, apenas
52% das cédulas necessárias fo-
ram adquiridas (1,7 bilhão, de
3,4 bilhões). O percentual mais
baixo foi em 2014, quando ape-
nas 29% (1 bilhão, de 3,5 bilhões)
Encontro do centenário da Sociedade Numismática Brasileira reúne colecionadores de moedas raras e antigas em exposição em São Paulo
tempo para que a evolução dos im-
pactos nos hábitos de pagamento
possa ser claramente mapeada”.
O vice-presidente da SNB re-
lembra como o interesse pelo es-
tudo de outros séculos e civiliza-
ções o tornou colecionador, já
que a história que as moedas con-
tam move os numismáticos. “São
temas que aprendemos na escola,
mas não conseguimos mensurar
de forma tátil. Um exemplo é o
busto da Cleópatra, que só co-
nhecemos pela primeira vez atra-
vés das moedas. Elas são impor-
tantes para resgatar o passado e
entender o período em que elas
foram cunhadas”, afirma.
Quando mergulhou no uni-
verso das moedas, Pellizzari en-
controu certa resistência da fa-
mília, que achou estranho “gas-
tar dinheiro atual em dinheiro
antigo, que tecnicamente não va-
lia mais nada”. Mas com o passar
“Quem se interessa
por história,
conhecimentos
gerais e pelo
próprio bolso deve
conhecê-la”
Edson Cruz
Cédulas de R$ 200 em circulação
Evolução da quantidade de notas na economia desde o lançamento
Quantidade (em milhões de unidades)
93,6
55,2
0,6
2/set* 4/jan 3/jan
2020 2021 2022
Fonte: Banco Central do Brasil. * Dia do lançamento da nota
das cédulas necessárias foram
adquiridas. Essas informações
constam no Voto 174/2020-BCB.
Marcel Mascarenhas, sócio no
Warde Advogados e ex-procura-
dor-geral adjunto do Banco Cen-
tral, que estava na autarquia na
época da criação da cédula, avalia
que o BC adotou as medidas de
mais rápido alcance e que eram
necessárias para atender à deman-
da pelas notas. “Num cenário
ideal, as cédulas seriam substituí-
das quando verificado determina-
90 mi
de cédulas voltaram
a circular na
economia em 2020
do tempo, seus familiares enten-
deram que ele aprendia história
e geografia com as peças e passa-
ram a “ver com mais normalida-
de”, lembra. O vice-presidente
começou sua coleção sozinho,
aos 17 anos, ao encontrar moe-
das de planos monetários ante-
riores ao real na casa da avó, que
não tinha o hábito de colecionar.
Assim como para outros numis-
matas, o interesse pelo colecionis-
mo não é uma tradição familiar e
acontece ao acaso. Ao caminhar no
Centro de São Paulo em 1984, Mar-
celo Germinario, então com 17
anos, encontrou um senhor que
vendia moedas em cima de um ta-
buleiro e se encantou com a anti-
guidade das peças. Sete anos de-
pois, tornou-se comerciante e tra-
balha com a venda de moedas até
hoje. Aos 57, leva o filho Gabriel,
de 14 anos, aos eventos da SNB e
diz que está “formando seu suces-
sor”. “Estou o ensinando a colecio-
nar e a comercializar. Ele já faz ne-
gócio, usa as redes sociais, partici-
pa do leilão da sociedade. Quem
não é do ramo estranha, acha mui-
to exótico, mas minha esposa já se
acostumou”, conta Germinario.
O adolescente acompanha o
pai desde os 8 anos e se tornou o
mais jovem associado, aos 10,
quando iniciou sua coleção. “Ho-
je eu tenho mais de 100 peças
em perfeito estado de conserva-
ção. Tenho moeda romana an-
Valor (em R$ bilhões)
138,2 136,7
121,9
11,0
0,1
2/jan 2/jan 23/jan 2/set* 4/jan
2023 2024 2020 2021
do nível de desgaste. Contudo, ha-
vendo restrição orçamentária para
contratar a produção de novas cé-
dulas em quantidade suficiente,
aumenta-se a tolerância com o
desgaste das cédulas, permitindo-
se manter em circulação um volu-
me maior de dinheiro”, disse.
O Voto 174/2020-BCB também
traz a cronologia das ações do BC
para evitar uma possível falta de
cédulas no primeiro ano da pan-
demia. No voto, o BC diz que hou-
ve uma “ruptura” no padrão de
fluxos de pagamentos e recebi-
mentos ocasionada pela grande
injeção de dinheiro físico devido
ao pagamento dos auxílios, além
do entesouramento das cédulas.
O BC então lista algumas ações
que foram tomadas, além da reu-
tilização de cédulas, para minimi-
zar o impacto da alta demanda,
como a antecipação da produção
Quinta-feira, 25 de janeiro de 2024
tes de Cristo. Acho legal ter his-
tória em casa”, afirma Gabriel.
A paixão da numismata Maria-
na Campos também começou ce-
do, aos 13, por influência da avó,
mas foi apenas em 2019 que deci-
diu transformar o hobby em pro-
fissão. Aos 43 anos, a jornalista é
diretora comercial da Sociedade
Numismática Brasileira e faz parte
de um movimento de mulheres
numismáticas que cresce no país.
Segundo uma pesquisa da SBN
de agosto de 2021, o número de só-
cias chegou a 3,6%. O número pode
parecer pequeno, mas antes o mer-
cado era ainda mais masculino.
No mesmo ano, Campos ajudou
a criar um grupo de WhatsApp
que reúne cerca de 60 mulheres
entusiastas de colecionismo.
“O mercado já conseguiu
avançar, era bastante machista.
Sentia diferencia quando che-
gava nos eventos ou numa loja.
A gente conseguiu mudar um
pouco a perspectiva nesses es-
paços de uma forma geral e co-
meçamos a empunhar essa ban-
deira de que todo mundo pode
participar”, diz Campos.
São poucos colecionadores que
se interessam pelo tema depois de
adultos, conta o sócio da casa de
leilões americana Heritage Auc-
tions, Cristiano Bierrenbach, que
se iniciou no colecionismo aos 7
anos, ao encontrar uma caixa de
moedas de níquel do Brasil dos
27,6 27,3
24,4
18,7
3/jan 2/jan 2/jan 23/jan
2022 2023 2024
e das entregas de notas pela Casa
da Moeda. O BC ainda analisou a
possibilidade de encomendar cé-
dulas no exterior, mas percebeu
que as impressoras internacio-
nais já estavam com a capacidade
de produção comprometida.
Dessa forma, a decisão pelo de-
senvolvimento da nova cédula foi
uma “medida emergencial para
atender às necessidades de nu-
merário”. O BC considerou que já
havia um pré-projeto da cédula,
que a Casa da Moeda teria capaci-
dade de produção e que poderia
ser contratada em tempo hábil.
Além do Voto 174/2020-BCB, o
Banco Central ainda produziu o
Voto 211/2020-BCB, com a solici-
tação de complementação do or-
çamento para custear as cédulas,
e a Nota Técnica 329/2020-BCB.
Este último documento ainda es-
tá classificado como reservado e
| Valor | C3
ROGERIO VIEIRA/VALOR
anos 1930 na cada de seu bisavô,
no Rio de Janeiro. Para ele, o “cole-
cionismo é uma paixão desperta-
da na infância”, em que o “instinto”
da avaliação de preços se desenvol-
ve e é aplicado ao longo da vida.
“Os maiores numismatas se inte-
ressaram ainda crianças e conse-
guem perceber essa dinâmica de
valor em uma coleção”, reitera.
Ao longo de 30 anos atuando
com colecionáveis, Bierrenbach
diz que metade das negociações
está nos Estados Unidos e o res-
tante espalhado pela China e
alguns países da Europa. Uma
das principais diferenças entre
os mercados estrangeiros e o
brasileiro, segundo ele, é a au-
torregulação por meio de asso-
ciações e instituições profissio-
nais. “Quem quiser participar
do âmbito mais alto do comér-
cio tem que estar em associa-
ções que preveem um compor-
tamento minimamente ético e
profissional perante mercado e
colecionadores”, destaca.
Assim, o nível de transparência
no mercado internacional é
maior e permite uma troca mais
próxima ao público, garante Bier-
renbach. “Antes, os comerciantes
brasileiros não passavam infor-
mações adiante, enquanto aqui a
gente compartilha com os com-
pradores para que eles enten-
dam e se tornem colecionadores
pelo resto da vida”, completa.
tem previsão de ser liberado ao
público em agosto deste ano.
Quase quatro anos depois do
início da circulação das cédulas,
cerca de um terço das 450 milhões
encomendadas circulam na eco-
nomia. Segundo dados do BC, são
136,7 milhões de notas. Mariana
Chaimovich, legal advisor no Insti-
tuto de Estudos Estratégicos de
Tecnologia e Ciclo de Numerário
(ITCN), ressalta que, apesar do
crescimento dos pagamentos digi-
tais, o Brasil tem dimensões conti-
nentais e realidades díspares. Lem-
brando as críticas à decisão do BC
de desenvolver a nota, Chaimovich
reforça que é necessário garantir à
população acesso ao dinheiro.
“Dizer agora que a cédula de
R$ 200 foi inútil implica ignorar as
necessidades, que não podem ser
ignoradas, de um momento histó-
rico excepcional que foi a pande-
mia. Mesmo agora, o valor total das
cédulas de R$ 200 em circulação
(cerca de R$ 27 bilhões) só é menor
do que o das cédulas de R$ 100
(R$ 185 bilhões) e R$ 50 (R$ 86 bi-
lhões). Portanto, mesmo que tenha
sido prevista uma quantidade
maior para a emissão, ela é feita aos
poucos, para não inundar o merca-
do com essas cédulas, resultado de
uma análise minuciosa das necessi-
dades da sociedade em determina-
do ponto da história”, disse.
O BC informou que a entrada
em circulação da cédula de
R$ 200 ocorre de forma gradual e
de acordo com a demanda da so-
ciedade, “assim como qualquer
outra nova denominação”. Ain-
da segundo a autarquia, o atual
orçamento do meio circulante é
suficiente para o atendimento
adequado das necessidades.
C4 | Valor | Quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

Finanças Indicadores

IMA - Índices de Mercado Anbima Custo do dinheiro TR, Poupança e TBF Índice de Renda Fixa Valor
Em 24/01/24 Em % no período Variações % no período Base = 100 em 31/12/99
Valor Var. no Var. no Var. no Há No fim de Há Há Período TR Poupança * Poupança ** TBF 24/01/24 23/01/24 22/01/24 19/01/24 18/01/24 17/01/24
Índice Referência do índice dia % mês % ano % Taxas referenciais 24/01/24 23/01/24 1 semana dezembro 1 mês 12 meses 07/01 a 07/02 0,0972 0,5977 0,5977 0,8679 Índice 2.073,62 2.072,08 2.070,49 2.071,61 2.070,25 2.068,45
IRF-M 1* 15.297,7863060 0,04 0,61 0,61 Selic - meta ao ano 11,75 11,75 11,75 11,75 11,75 13,75 08/01 a 08/02 0,1265 0,6271 0,6271 0,9075 Var. no dia 0,07% 0,08% -0,05% 0,07% 0,09% 0,02%
IRF-M 1+** 19.958,9767850 0,08 0,09 0,09 Selic - taxa over ao ano 11,65 11,65 11,65 11,65 11,65 13,65 09/01 a 09/02 0,1246 0,6252 0,6252 0,9056 Var. no mês 0,41% 0,33% 0,26% 0,31% 0,24% 0,16%
IRF-M Total 17.985,7519630 0,07 0,24 0,24 Selic - taxa over ao mês 1,3122 1,3122 1,3122 1,3122 1,3122 1,5236 10/01 a 10/02 0,1250 0,6256 0,6256 0,9060 Var. no ano 0,41% 0,33% 0,26% 0,31% 0,24% 0,16%
IMA-B 5*** 9.025,3922980 0,02 0,54 0,54 Selic - taxa efetiva ao ano 11,65 11,65 11,65 11,87 11,87 13,65 11/01 a 11/02 0,0934 0,5939 0,5939 0,8641 Fonte: Valor PRO. Elaboração: Valor Data
IMA-B 5+**** 11.409,4595870 0,04 -1,68 -1,68 Selic - taxa efetiva ao mês 0,9667 0,9667 0,9667 0,8945 0,8945 1,1233 12/01 a 12/02 0,0706 0,5710 0,5710 0,8211
IMA-B Total 9.844,8196840 0,03 -0,63 -0,63 CDI - taxa over ao ano 11,65 11,65 11,65 11,65 11,65 13,65 13/01 a 13/02 0,0427 0,5429 0,5429 0,7830
IMA-S Total 6.439,5971190 0,04 0,77 0,77 CDI - taxa over ao mês 1,3122 1,3122 1,3122 1,3122 1,3122 1,5236 14/01 a 14/02 0,0427 0,5429 0,5429 0,7830
IMA-Geral Total 7.966,6422030 0,05 0,21 0,21
Fonte: Anbima. Elaboração: Valor Data. * Prazo menor ou igual a 1 ano ** Prazo maior que 1 ano *** Prazo menor ou igual a 5 anos **** Prazo
CDI - taxa efetiva ao ano 11,65 11,65 11,65 11,87 11,87 13,65 15/01 a 15/02
16/01 a 16/02
0,0717
0,0713
0,5721
0,5717
0,5721
0,5717
0,8222
0,8218
Câmbio
CDI - taxa efetiva ao mês 0,9667 0,9667 0,9667 0,8945 0,8945 1,1233
maior que 5 anos 17/01 a 17/02 0,0689 0,5692 0,5692 0,8194
CDB Pré - taxa bruta ao ano - - - - - 13,37
18/01 a 18/02 0,0415 0,5417 0,5417 0,7818 Em 24/01/24
CDB Pré - taxa bruta ao mês - - - - - 1,0510 Em US$ * Em R$ **
19/01 a 19/02 0,0099 0,5099 0,5099 0,7400
CDB Pós - taxa bruta ao ano - - - - - 13,03 Moeda Compra Venda Compra Venda
Crédito CDB Pós - taxa bruta ao mês - - - - - 1,0256
20/01 a 20/02
21/01 a 21/02
0,0089
0,0377
0,5089
0,5379
0,5089
0,5379
0,7390
0,7780 Baht (Tailândia) 35,6600 35,6800 0,13790 0,13790
Taxa de juros de referência - B3 22/01 a 22/02 0,0665 0,5668 0,5668 0,8170 Balboa (Panamá) 1,0000 1,0000 4,9186 4,9192
Taxas - em % no período TJ3 - 3 meses (em % ao ano) 11,02 11,04 11,09 11,30 11,36 13,69 23/01 a 23/02 0,0656 0,5659 0,5659 0,8161 Bolívar Soberano (Venezuela) 36,0376 36,1279 0,1361000 0,1365000
Há 1 No fim de Há 1 Há 12 TJ6 - 6 meses (em % ao ano) 10,56 10,58 10,64 10,80 10,86 13,71 Boliviano (Bolívia) 6,8500 7,0000 0,7027 0,7181
Linhas - pessoa jurídica 10/01 09/01 semana dezembro mês meses Fonte:BancoCentral.Elaboração:ValorData.*Depósitosaté03/05/12**Depósitos
Taxas referenciais de Swap - B3 a partir de 04/05/12; Lei nº 12.703/2012 Colon (Costa Rica) 513,4750 514,0000 0,009569 0,009580
Capital de giro pré até 365 dias - a.a. 34,54 34,54 26,73 27,22 31,84 37,91 DI x Pré-30 - taxa efetiva ao ano 11,30 11,33 11,42 11,65 11,65 13,66 Coroa (Dinamarca) 6,8382 6,8387 0,7192 0,7194
Capital de giro pré sup. 365 dias - a.a. 27,32 25,08 24,12 23,56 27,77 27,87 DI x Pré-60 - taxa efetiva ao ano 11,17 11,18 11,24 11,45 11,50 13,67 Coroa (Islândia) 135,5000 135,8300 0,03621 0,03630
Conta garantida pré - a.a.
Desconto de duplicata pré - a.a.
42,90
27,05
43,51
26,35
49,37
24,00
45,92
24,31
44,65
27,60
45,93
26,63
DI x Pré-90 - taxa efetiva ao ano 11,03 11,04 11,10 11,30 11,34 13,69 B3 - Brasil, Bolsa, Balcão Coroa (Noruega)
Coroa (Rep. Tcheca)
10,4492
22,7630
10,4522
22,7730
0,4706
0,2160
0,4708
0,2161
DI x Pré-120 - taxa efetiva ao ano 10,87 10,89 10,94 11,14 11,18 13,70
Vendor pré - a.a. 20,46 18,74 17,56 16,28 16,27 18,24 Coroa (Suécia) 10,4078 10,4108 0,4725 0,4726
Capital de giro flut. até 365 dias - a.a. 19,48 19,44 17,88 17,87 19,06 20,27
DI x Pré-180 - taxa efetiva ao ano 10,57 10,58 10,65 10,82 10,87 13,71 Índices de ações em 24/01/24 Dinar (Argélia) 134,1715 134,7615 0,03650 0,03666
Capital de giro flut. sup. 365 dias - a.a. 18,54 16,35 15,78 15,59 18,13 19,93 DI x Pré-360 - taxa efetiva ao ano 10,03 10,05 10,10 10,05 10,09 13,50
No No No Em 12 Dinar (Kuwait) 0,3074 0,3075 15,9954 16,0026
Conta garantida pós - a.a. 25,31 25,47 24,48 25,70 25,66 28,33 Fontes: Banco Central, B3 e Valor PRO. Elaboração: Valor Data
Índice dia mês ano meses Dinar (Líbia) 4,8080 4,8303 1,0183 1,0231
ACC pós - a.a. 8,62 8,69 8,58 8,29 8,91 8,50 Direitos Especiais de Saque *** 1,3331 1,3331 6,5570 6,5578
Factoring - a.m. 3,31 3,29 3,30 3,31 3,33 3,70 Variação % em reais
Dirham (Emirados Árabes Unidos) 3,6728 3,6731 1,3391 1,3394
Fontes: Banco Central, Anfac e Valor PRO. Elaboração: Valor Data Mercado futuro Ibovespa 127.816 -0,35 -4,75 -4,75 13,08 Dirham (Marrocos) 9,9524 9,9574 0,4940 0,4943
IBrX 53.845 -0,35 -4,61 -4,61 12,09 Dólar (Austrália)*** 0,6604 0,6606 3,2482 3,2496
Em 24/01/24 IBrX 50 21.249 -0,33 -4,36 -4,36 11,18 Dólar (Bahamas) 1,0000 1,0000 4,9186 4,9192
Juros externos PU de Taxa efetiva - Contratos Cotação - em % ao ano
IEE
SMLL
90.841
2.211
-0,36
-0,40
-4,33
-6,05
-4,33
-6,05
15,84
8,49
Dólar (Belize) 1,9982 2,0332 2,4191 2,4618
DI de 1 dia ajuste em % ao ano negociados Mínimo Máximo Último Dólar (Canadá) 1,3484 1,3488 3,6466 3,6482
ISE 3.579 -0,67 -4,90 -4,90 12,05 Dólar (Cayman) 0,8250 0,8350 5,8905 5,9627
Empréstimos - em % ao ano Vencimento em fev/24 99.737,92 11,652 48.410 11,650 11,654 11,654 IMOB 917 -1,18 -9,28 -9,28 34,01 Dólar (Cingapura) 1,3370 1,3375 3,6775 3,6793
Há 1 No fim de Há 1 Há 12 Vencimento em mar/24 98.945,91 11,273 59.990 11,270 11,278 11,270 IDIV 8.773 0,30 -3,31 -3,31 16,80 Dólar (EUA) 1,0000 1,0000 4,9186 4,9192
24/01/24 23/01/24 semana dezembro mês meses Vencimento em abr/24 98.129,23 11,155 56.923 11,150 11,156 11,154 Dólar (Hong Kong) 7,8182 7,8185 0,6291 0,6292
IFIX 3.324 -0,17 0,39 0,39 18,23
SOFR - empréstimos interbancários em dólar * Vencimento em mai/24 97.264,19 10,997 82.283 10,985 11,000 10,995 Dólar (Nova Zelândia)*** 0,6128 0,6132 3,0141 3,0165
Atual - 5,3100 5,3200 5,3800 5,3200 4,3000 Vencimento em jun/24 96.473,52 10,828 469 10,820 10,835 10,820 Variação % em dólares Dólar (Trinidad e Tobago) 6,7694 6,8260 0,7206 0,7267
1 mês - 5,3446 5,3453 5,3441 5,3374 4,3101 Vencimento em jul/24 95.739,17 10,694 403.377 10,680 10,695 10,690 Ibovespa 25.983 0,71 -6,26 -6,26 18,84 Euro (Comunidade Européia)*** 1,0899 1,0903 5,3608 5,3634
3 meses - 5,3609 5,3601 5,3553 5,3524 3,9755 Vencimento em ago/24 94.933,99 10,518 76 10,510 10,530 10,510 IBrX 10.946 0,71 -6,12 -6,12 17,79 Florim (Antilhas Holandesas) 1,7845 1,8200 2,7025 2,7566
6 meses - 5,3859 5,3771 5,3473 5,3360 3,2841
Vencimento em set/24 94.172,90 10,394 351 10,395 10,405 10,405 IBrX 50 4.320 0,73 -5,87 -5,87 16,84 Franco (Suíça) 0,8631 0,8632 5,6981 5,6995
€STR - empréstimos interbancários em euro **
Vencimento em out/24 93.461,45 10,289 282.356 10,275 10,295 10,285 IEE 18.467 0,70 -5,85 -5,85 21,74 Guarani (Paraguai) 7300,5400 7307,1300 0,0006731 0,0006738
Atual - 3,9020 3,9040 3,8820 3,8990 1,9040
Vencimento em nov/24 92.695,49 10,189 322 10,190 10,200 10,200 SMLL 449 0,66 -7,54 -7,54 14,01 Hryvnia (Ucrânia) 37,4000 37,7000 0,1305 0,1315
1 mês - 3,9066 3,9065 3,9078 3,9088 1,9029
Vencimento em dez/24 92.059,95 10,133 465 10,115 10,140 10,140 ISE 728 0,39 -6,41 -6,41 17,76 Iene (Japão) 146,8900 146,9000 0,03348 0,03349
3 meses - 3,9207 3,9207 3,9200 3,9205 1,5162
IMOB 186 -0,13 -10,72 -10,72 40,83 Lev (Bulgária) 1,7940 1,7944 2,7411 2,7420
6 meses - 3,8408 3,8281 3,7775 3,7580 0,8537 Ajuste Var. no Contratos Cotação - R$/US$ 1.000,00
1 ano - 3,3850 3,3510 3,2434 3,2039 0,1493 IDIV 1.784 1,36 -4,84 -4,84 22,74 Libra (Egito) 30,8500 30,9500 0,1589 0,1595
Dólar comercial do dia dia em % negociados Mínimo Máximo Último
Euribor *** IFIX 676 0,89 -1,20 -1,20 24,24 Libra (Líbano) 15000,0000 15060,0000 0,000327 0,000328
Vencimento em fev/24 4.934,35 -0,48 240.895 4.912,00 4.941,50 4.937,00 Libra (Síria) 13000,0000 13003,0000 0,00038 0,00038
1 mês - 3,869 3,875 3,845 3,865 2,052 Vencimento em mar/24 4.946,98 -0,47 4.080 4.927,00 4.936,00 4.934,00 Fontes: B3, Banco Central e Valor PRO. Elaboração: Valor Data
3 meses - 3,948 3,903 3,909 3,931 2,501 Libra Esterlina (Grã Bretanha)*** 1,2752 1,2756 6,2722 6,2749
Vencimento em abr/24 4.963,21 - 0 0,00 0,00 0,00 Naira (Nigéria) 899,2700 901,2700 0,00546 0,00547
6 meses - 3,944 3,862 3,861 3,895 2,922
Vencimento em mai/24 4.980,66 - 0 0,00 0,00 0,00 Lira (Turquia) 30,2445 30,2477 0,1626 0,1626
1 ano -
Taxas referenciais no mercado norte-americano
3,665 3,596 3,513 3,581 3,353
Vencimento em jun/24 4.994,16 - 0 0,00 0,00 0,00 Prêmio de risco do EMBI+* Novo Dólar (Taiwan) 31,2810 31,3110 0,15710 0,15730
Prime Rate 8,50 8,50 8,50 8,50 8,50 7,50 Ajuste Var. no Contratos Cotação - R$/€ 1.000,00 Novo Sol (Peru) 3,7471 3,7759 1,3026 1,3128
Federal Funds 5,50 5,50 5,50 5,50 5,50 4,50 Euro do dia dia em % negociados Mínimo Máximo Último Spread em pontos base ** Peso (Argentina) 822,4000 822,5000 0,00598 0,00598
Taxa de Desconto 5,50 5,50 5,50 5,50 5,50 4,50 País Spread Variação - em pontos Peso (Chile) 910,1000 911,1000 0,005399 0,005405
Vencimento em fev/24 5.375,84 - 0 0,00 0,00 0,00 Peso (Colômbia) 3937,8700 3939,6400 0,001249 0,001249
T-Bill (1 mês) 5,37 5,37 5,39 5,39 5,34 4,56 Vencimento em mar/24 5.396,41 - 0 0,00 0,00 0,00 23/01/24 22/01/24 No dia No mês No ano
T-Bill (3 meses) 5,37 5,36 5,37 5,39 5,39 4,69 Geral 364 363 1,0 19,0 19,0 Peso (Cuba) 24,0000 24,0000 0,2049 0,2050
Vencimento em abr/24 5.421,78 - 0 0,00 0,00 0,00 Peso (Filipinas) 56,2500 56,2700 0,08741 0,08745
T-Bill (6 meses) 5,23 5,22 5,22 5,27 5,30 4,85 África do Sul 367 361 6,0 41,0 41,0
T-Note (2 anos) 4,39 4,34 4,34 4,27 4,33 4,16 Ajuste Var. no Contratos Cotação - pontos do índice Argentina 1.892 1.945 -53,0 -15,0 -15,0 Peso (México) 17,1510 17,1590 0,2866 0,2868
T-Note (5 anos) 4,09 4,04 4,01 3,83 3,88 3,58 Ibovespa do dia dia em % negociados Mínimo Máximo Último Brasil 205 201 4,0 10,0 10,0 Peso (Rep. Dominicana) 58,6700 58,9600 0,08342 0,08385
T-Note (10 anos) 4,18 4,13 4,10 3,85 3,90 3,46 Vencimento em fev/24 128.378 -0,50 152.855 128.255 130.215 128.300 Colômbia 311 305 6,0 46,0 46,0 Peso (Uruguai) 38,6900 38,7200 0,12700 0,12710
T-Bond (30 anos) 4,41 4,36 4,31 4,00 4,05 3,61 Vencimento em abr/24 130.483 - 0 0 0 0 Filipinas 75 78 -3,0 17,0 17,0 Rande (África do Sul) 18,8682 18,8729 0,2606 0,2607
Fontes: ECB, EMMI, FRBNY e Valor PRO. Elaboração: Valor Data * Taxa baseada em transações de empréstimos overnight garantidos por títulos do México 172 169 3,0 5,0 5,0 Rial (Arábia Saudita) 3,7501 3,7503 1,3115 1,3118
Vencimento em jun/24 132.220 - 0 0 0 0 Peru 123 122 1,0 21,0 21,0
Tesouro EUA. ** A taxa reflete os custos de empréstimos overnight sem garantia. ***Taxas da BBA e da Federação Bancária da União Europeia Rial (Irã) 42000,0000 42005,0000 0,0001171 0,0001171
Fontes: B3 e Valor PRO. Elaboração: Valor Data Turquia 322 323 -1,0 46,0 46,0 Ringgit (Malásia) 4,7290 4,7340 1,0390 1,0402
Venezuela 22.086 21.866 220,0 -2.006,0 -2.006,0 Rublo (Rússia) 88,5610 89,0670 0,05522 0,05555
Fonte:JPMorgan.Elaboração:ValorData.*CalculadopeloJPMorgan.**Sobreotítulo Rúpia (Índia) 83,0740 83,1290 0,05917 0,05921
Evolução das aplicações financeiras Indicadores do mercado do tesouro americano Rúpia (Indonésia) 15705,0000 15715,0000 0,0003130 0,0003132
Rúpia (Paquistão) 274,1500 278,1500 0,01768 0,01794
Rentabilidade no período em % Shekel (Israel) 3,6964 3,7164 1,3235 1,3308
Mês Acumulado Em 24/01/24 Reservas internacionais Won (Coréia do Sul) 1330,8800 1331,4100 0,003694 0,003696
Renda Fixa jan/24* dez/23 nov/23 out/23 set/23 ago/23 Ano* 12 meses** Variações % Yuan Renminbi (China) 7,1515 7,1540 0,6875 0,6879
Selic 0,75 0,89 0,92 1,00 0,97 1,14 0,75 13,04 Indicador Compra Venda No dia No mês No ano 12 meses Zloty (Polônia) 4,0166 4,0181 1,2241 1,2247
CDI 0,75 0,89 0,92 1,00 0,97 1,14 0,75 13,04 Dólar (Ptax - BC) - (R$/US$) 4,9186 4,9192 -1,05 1,61 1,61 -4,84
Liquidez Internacional *, em US$ milhões
Fim de período Diário Cotações Em R$(1)
CDB (1) - 0,85 0,98 0,99 0,86 0,84 - 11,08 Dólar Comercial (mercado) - (R$/US$) 4,9310 4,9316 -0,47 1,63 1,63 -4,09 Ouro Spot (2) Paridade (3) Compra Venda
Poupança (2) 0,59 0,57 0,58 0,61 0,61 0,72 0,59 8,04 Dólar Turismo (R$/US$) 4,9454 5,1254 -0,82 1,54 1,54 -4,02 mai/23 344.489 12/01/24 354.916
Poupança (3) 0,59 0,57 0,58 0,61 0,61 0,72 0,59 8,04 Euro (BC) - (R$/€) 5,3608 5,3634 -0,42 0,22 0,22 -4,63 Dólar Ouro 2015,83 0,01543 318,7686 318,8075
jun/23 343.620 15/01/24 354.793
IRF-M 0,24 1,48 2,47 0,37 0,17 0,76 0,24 16,51 Euro Comercial (mercado) - (R$/€) 5,3690 5,3696 -0,07 0,00 0,00 -4,04 Fonte: Banco Central do Brasil. Elaboração: Valor Data
IMA-B -0,63 2,75 2,62 -0,66 -0,95 -0,38 -0,63 16,05 Euro Turismo (R$/€) 5,4218 5,6018 -0,35 -0,10 -0,10 -3,88 jul/23 345.476 16/01/24 353.684 * Cotações em unidades monetárias por dólar. ** Cotações em reais por unidade monetária. *** Moedas do tipo
IMA-S 0,77 0,92 0,91 0,96 1,00 1,18 0,77 13,25 Euro (BC) - (US$/€) 1,0899 1,0903 0,64 -1,37 -1,37 0,23 ago/23 344.177 17/01/24 352.462 B (cotadas em dólar por unidade monetária). (1) Por grama. (2) US$ por onça. (3) Grama por US$. Observações:
Renda Variável Ouro* set/23 340.324 18/01/24 352.582 As taxas acima deverão ser utilizadas somente para coberturas específicas de acordo com a legislação vigente.
Ibovespa -4,75 5,38 12,54 -2,94 0,71 -5,09 -4,75 22,28 out/23 340.247 19/01/24 352.629 As contratações acima referidas devem ser realizadas junto às regionais de câmbio do Rio e de São Paulo. O lote
Índice Small Cap -6,05 7,05 12,46 -7,40 -2,84 -7,43 -6,05 17,12 B3 (R$/g)¹ ² - 303,000 -0,66 6,69 6,69 -4,72 nov/23 348.406 22/01/24 353.119 mínimo operacional, exclusivamente para efeito das operações contratadas junto à mesa de operações do Banco
IBrX 50 -4,36 5,31 12,01 -2,99 1,21 -4,76 -4,36 20,06 Nova York (US$/onça troy)¹ - 2.013,89 -0,76 -2,48 -2,48 3,97 dez/23 355.034 23/01/24 352.659 Central em Brasília, foi fixado para hoje em US$ 1.000.000. Nota: em 29/03/10, o Banco Central do Brasil
ISE -4,90 6,04 15,06 -6,61 -1,84 -7,55 -4,90 19,18 Londres (US$/onça troy)¹ - 2.030,50 0,18 -1,55 -1,55 4,85
Fonte: Banco Central. Elaboração: Valor Data. *Agrega, aos valores do conceito Caixa, passou a divulgar, para a maior parte das moedas presentes na tabela, as cotações com até quatro casas
IMOB -9,28 8,69 14,85 -6,09 -3,14 -7,65 -9,28 53,27 Fontes: Banco Central, B3 e Valor PRO. Elaboração: Valor Data. ¹ Última cotação. ² Contrato = 250g haveres como títulos de exportação e outros de médio e longo prazos decimais, padronizando-as aos parâmetros internacionais
IDIV -3,31 6,90 10,70 -3,15 1,32 -2,83 -3,31 26,84
IFIX 0,39 4,25 0,66 -1,97 0,20 0,49 0,39 15,50
Dólar Ptax (BC) 1,61 -1,91 -2,41 1,00 1,74 3,80 1,61 -7,21
Dólar Comercial (mercado) 1,63 -1,28 -2,49 0,28 1,55 4,68 1,63 -8,06 Índices de ações Valor-Coppead Bolsas de valores internacionais
Euro (BC) (4) 0,22 -0,63 0,75 0,85 -0,66 2,11 0,22 -3,91
Euro Comercial (mercado) (4) 0,00 0,32 0,36 0,37 -1,00 3,24 0,00 -4,71 Em 12 meses
Ouro B3 6,69 -0,98 -2,85 -0,99 -2,57 4,08 6,69 -5,96 Em pontos Variações % Menor Maior
Inflação No fim de Variação - em % País Cidade Índice 24/01/24 23/01/24 No dia No mês No ano Em 12 meses índice índice
IPCA - 0,56 0,28 0,24 0,26 0,23 - 4,62 Índice 24/01/24 23/01/24 dez/23 dez/23 dia mês Ano Américas
IGP-M - 0,74 0,59 0,50 0,37 -0,14 - -3,18
Valor-Coppead Performance 168.090,64 169.394,71 173.997,89 173.997,89 -0,77 -3,40 -3,40 EUA Nova York Dow Jones 37.806,39 37.905,45 -0,26 0,31 0,31 12,07 31.819,14 38.001,81
Fontes: Anbima, Bacen, B3, Focus, FGV, IBGE e Valor PRO. Elaboração: Valor Data
* Rendimento até o dia 24/jan/24. ** Até dez/23. (1) rendimento bruto do 1º dia útil do mês (2) rentabilidade do 1º dia do mês - depósitos Valor-Coppead Mínima Variância 92.392,63 92.660,20 93.533,91 93.533,91 -0,29 -1,22 -1,22 EUA Nova York Nasdaq-100 17.499,30 17.404,21 0,55 4,00 4,00 47,72 11.814,69 17.499,30
até 03/05/12. (3) rentabilidade do 1º dia do mês - depósitos a partir de 04/05/12. (4) Variação sobre o Real Fonte: Valor PRO. Elaboração: Valor Data EUA Nova York Nasdaq Composite 15.481,92 15.425,94 0,36 3,13 3,13 36,59 11.138,89 15.481,92
EUA Nova York S&P 500 4.868,55 4.864,60 0,08 2,07 2,07 21,20 3.855,76 4.868,55
Canadá Toronto S&P/TSX 21.025,78 21.034,59 -0,04 0,32 0,32 1,92 18.737,39 21.074,91
Fundos de Investimento Captações de recursos no exterior
México
Colômbia
Cidade do México
Bogotá
IPC
COLCAP
55.419,55
1.261,11
55.502,90
1.263,15
-0,15
-0,16
-3,43
5,51
-3,43
5,51
1,00
-3,77
48.197,88
1.046,70
57.745,79
1.331,77
Venezuela Caracas IBVC 57.539,41 57.979,93 -0,76 -0,51 -0,51 157,14 22.175,86 63.455,81
Análise diária da indústria - em 19/01/24 Últimas operações realizadas no mercado internacional * Chile Santiago IPSA 6.057,80 5.964,58 1,56 -2,26 -2,26 15,24 5.112,03 6.432,76
Patrimônio Rentabilidade nominal - % Estimativa da captação líquida - R$ milhões Peru Lima S&P/BVL General 26.364,76 26.492,27 -0,48 1,56 1,56 13,93 21.161,78 26.492,27
Data Data Valor Cupom/ Spread
líquido em em 12 em 12 Argentina Buenos Aires Merval 1.251.659,75 1.206.468,50 3,75 34,63 34,63 396,48 209.824,20 1.251.659,75
de do Prazo US$ Custo Retorno pontos-
Categorias R$ milhões (1) no dia no mês 2024 meses no dia no mês no ano meses Europa, Oriente Médio e África
Renda Fixa 3.255.394,80 -8.528,03 93.302,20 93.302,20 1.268,88 Emissor/Tomador liquidação vencimento meses milhões em % em % base **
RF Indexados (2) 151.674,86 0,03 0,09 0,09 12,41 -107,89 724,29 724,29 -8.482,60 Minerva 13/09/23 13/09/33 120 900 8,875 - - Euro - Euronext 100 1.406,94 1.385,89 1,52 0,82 0,82 5,94 3.398,89 3.758,48
RF Duração Baixa Soberano (2) 651.696,44 0,04 0,57 0,57 12,05 -3.899,57 40.174,71 40.174,71 56.260,65 Braskem 14/09/23 14/09/30 84 850 8,75 - - Alemanha Frankfurt DAX-30 16.889,92 16.627,09 1,58 0,83 0,83 11,90 14.687,41 16.889,92
RF Duração Baixa Grau de Invest. (2) 769.321,69 0,05 0,64 0,64 13,17 -2.923,40 12.366,05 12.366,05 -31.170,51 Minerva (1) 14/09/23 13/09/33 120 100 8,875 - - França Paris CAC-40 7.455,64 7.388,04 0,91 -1,16 -1,16 5,75 6.795,38 7.596,91
RF Duração Média Grau de Invest. (2) 102.139,84 0,05 0,05 0,62 12,47 -140,39 1.232,88 1.232,88 -1.904,82 República Federativa do Brasil (2) 20/11/23 18/03/31 88 2.000 6,25 6,5 181,9 Itália Milão FTSE MIB 30.338,35 30.077,46 0,87 -0,04 -0,04 17,21 25.494,54 30.569,92
RF Duração Alta Grau de Invest. (2) 166.247,64 0,04 0,63 0,63 10,06 -427,44 133,73 133,73 -4.854,43 CSN dez/23 dez/30 84 500 8,875 8,875 450,0 Bélgica Bruxelas BEL-20 3.631,05 3.598,54 0,90 -2,07 -2,07 -6,48 3.290,68 3.927,08
RF Duração Livre Soberano (2) 228.386,60 0,04 0,49 0,49 12,16 -705,22 8.629,11 8.629,11 -12.779,68 República Federativa do Brasil 29/01/24 15/03/34 122 2.250 6,125 6,35 225,0 Dinamarca Copenhague OMX 20 2.330,94 2.324,45 0,28 2,08 2,08 25,38 1.827,38 2.375,21
RF Duração Livre Grau de Invest. (2) 662.815,17 0,05 0,52 0,52 12,48 76,10 15.446,55 15.446,55 -30.553,41 República Federativa do Brasil 29/01/24 13/05/54 364 2.250 7,125 7,15 282,0 Espanha Madri IBEX-35 9.974,00 9.859,20 1,16 -1,27 -1,27 11,23 8.719,30 10.258,10
RF Duração Livre Crédito Livre (2) 273.600,48 0,06 0,41 0,41 13,76 69,89 2.899,12 2.899,12 46.532,89 Grécia Atenas ASE General 1.362,05 1.353,14 0,66 5,33 5,33 37,04 993,86 1.362,05
Fontes: Instituições e agências internacionais. Elaboração: Valor Data. * Atualizada em 24/01/24. ** Sobre o título do Tesouro americano de Holanda Amsterdã AEX 806,93 787,77 2,43 2,56 2,56 8,11 714,05 806,93
Ações 592.508,49 -171,21 -2.342,55 -2.342,55 -4.044,92 mesmo prazo. (1) Oferta adicional/Notas adiconais. (2) Títulos sustentáveis (green bonds)
Ações Indexados (2) 10.143,39 0,28 -4,79 -4,79 12,73 -3,09 134,58 134,58 -1.743,43 Hungria Budapeste BUX 64.128,40 63.825,73 0,47 5,79 5,79 36,73 40.771,24 64.709,34
Ações Índice Ativo (2) 35.526,31 0,46 -4,28 -4,28 12,26 -19,35 -751,66 -751,66 -4.787,05 Polônia Varsóvia WIG 75.351,32 74.601,92 1,00 -3,96 -3,96 22,52 56.024,38 79.246,98
Ações Livre 220.405,34 0,79 -3,02 -3,02 17,53 -126,57 -1.314,79 -1.314,79 -19.036,84 Portugal Lisboa PSI-20 6.327,36 6.268,80 0,93 -1,08 -1,08 6,54 5.724,12 6.609,90
Fechados de Ações 122.913,12 0,42 -2,86 -2,86 5,89 50,00 87,40 87,40 27.453,28 ADR - Índices Rússia Moscou RTS* 1.124,09 1.130,09 -0,53 3,75 3,75 13,50 906,71 1.154,39
Multimercados 1.689.994,55 -1.850,57 -13.422,52 -13.422,52 -139.406,70 Suécia Estocolmo OMX 2.351,10 2.337,48 0,58 -1,96 -1,96 6,09 2.049,65 2.398,17
Multimercados Macro 173.183,06 0,08 -0,40 -0,40 7,72 -142,17 -1.541,90 -1.541,90 -36.872,09 Em 24/01/24 Suíça Zurique SMI 11.196,82 11.149,26 0,43 0,53 0,53 -1,84 10.323,71 11.595,25
Multimercados Livre 638.774,91 -0,11 -0,14 -0,14 10,08 -639,33 -3.883,60 -3.883,60 -26.171,46 Turquia Istambul BIST 100 8.090,90 7.950,06 1,77 8,31 8,31 50,77 4.400,76 8.513,54
Multimercados Juros e Moedas 55.087,39 0,04 0,55 0,55 12,75 -42,41 -895,62 -895,62 -13.945,54 Em Variação - em % Israel Tel Aviv TA-125 1.867,89 1.852,99 0,80 -0,42 -0,42 0,53 1.608,42 1.920,91
Multimercados Invest. no Exterior (2) 744.995,09 0,15 0,29 0,29 10,06 -1.012,80 -6.953,45 -6.953,45 -51.776,08 Índice 24/01/24 23/01/24 29/12/23 29/12/23 24/01/23 dia mês ano 12 meses África do Sul Joanesburgo All Share 74.320,11 73.337,19 1,34 -3,35 -3,35 -7,14 69.451,97 80.791,36
Cambial 5.718,84 -0,10 1,81 1,81 0,82 -12,80 -311,41 -311,41 -2.064,74 S&P BNY 166,13 164,05 165,54 165,54 155,25 1,26 0,36 0,36 7,01 Ásia e Pacífico
Previdência 1.363.366,79 132,42 1.850,01 1.850,01 21.623,34 S&P BNY Emergentes 310,73 306,83 312,75 312,75 317,05 1,27 -0,65 -0,65 -1,99 Japão Tóquio Nikkei-225 36.226,48 36.517,57 -0,80 8,25 8,25 32,70 26.906,04 36.546,95
ETF 41.983,46 52,06 -665,01 -665,01 2.685,89 S&P BNY América Latina 213,97 214,26 225,28 225,28 198,52 -0,14 -5,02 -5,02 7,78 Austrália Sidney All Ordinaries 7.748,10 7.742,10 0,08 -1,04 -1,04 0,49 6.960,20 7.867,40
Demais Tipos 1.894.353,27 -423,75 12.899,73 12.899,73 -6.728,25 S&P BNY Brasil 219,98 220,11 232,95 232,95 202,52 -0,06 -5,57 -5,57 8,62 China Shenzhen SZSE Composite 1.646,86 1.626,60 1,25 -10,39 -10,39 -22,53 1.611,26 2.190,54
Total Fundos de Investimentos 6.948.966,92 -10.378,13 78.410,71 78.410,71 -119.938,26 S&P BNY México 321,57 324,50 331,67 331,67 290,12 -0,90 -3,04 -3,04 10,84 China Xangai SSE Composite 2.820,77 2.770,98 1,80 -5,18 -5,18 -13,60 2.756,34 3.395,00
Total Fundos Estruturados (3) 1.444.740,88 -1.506,76 9.888,22 9.888,22 83.788,09
S&P BNY Argentina 179,30 175,34 178,27 178,27 128,63 2,26 0,58 0,58 39,39 Coréia do Sul Seul KOSPI 2.469,69 2.478,61 -0,36 -6,99 -6,99 3,11 2.277,99 2.669,81
Total Fundos Off Shore (4) 44.427,95 - - - -
S&P BNY Chile 144,68 143,28 162,12 162,12 188,23 0,98 -10,76 -10,76 -23,14 Hong Kong Hong Kong Hang Seng 15.899,87 15.353,98 3,56 -6,73 -6,73 -27,87 14.961,18 22.688,90
Total Geral 8.438.135,74 -11.884,89 88.298,93 88.298,93 -36.150,17
Fonte: ANBIMA. (1) PL e captação líquida de cada tipo exclui os Fundos em Cotas, evitando dupla contagem. (2) Para os tipos que iniciaram em S&P BNY Índia 2.740,74 2.729,59 2.923,01 2.923,01 2.938,12 0,41 -6,24 -6,24 -6,72 Índia Bombaim S&P BSE Sensex 71.060,31 70.370,55 0,98 -1,63 -1,63 16,53 57.527,10 73.327,94
01/10/2015, as rentabilidades do ano e 12 meses foram estimadas com base na amostra atual de fundos. (3) FIDC, FII, FIP e FMIEE. (4) PL dos S&P BNY Ásia 192,98 190,17 189,60 189,60 187,51 1,48 1,78 1,78 2,91 Indonésia Jacarta JCI 7.227,82 7.256,23 -0,39 -0,62 -0,62 5,35 6.565,73 7.359,76
tipos imobiliários e Off-Shore referentes ao mês de dezembro de 2023 * Rentabilidade sem período completo.Obs.: Fundos de Investimentos S&P BNY China 318,39 312,17 336,11 336,11 417,42 1,99 -5,27 -5,27 -23,72 Tailândia Bangcoc SET 1.381,19 1.356,54 1,82 -2,45 -2,45 -17,93 1.356,54 1.688,36
regidos pela ICVM 555/14, ICVM 522/12, ICVM 409/04, ICVM 359/02 e ICVM 141/91. Dados sujeitos a retificação em razão da re- S&P BNY Rússia 347,45 350,16 355,94 355,94 255,21 -0,77 -2,39 -2,39 36,14 Taiwan Taipé TAIEX 17.875,83 17.874,59 0,01 -0,31 -0,31 19,71 14.932,93 17.930,81
presentatividade da amostra ou cadastramento de novos fundos. PL de cada tipo considera, adicionalmente, a estimativa dos fundos que não S&P BNY Turquia 24,19 23,83 22,45 22,45 23,43 1,52 7,72 7,72 3,23 Fontes: Valor PRO, Bolsas de Bangcoc, Bogotá, Bombaim, Budapeste, Istambul, Jacarta, Joanesburgo, Lima, Madrid, Moscou e Zurique. Elaboração: Valor Data
informaram o PL na data de emissão do relatório Fonte: S&P BNY Mellon. Elaboração: Valor Data * Índice expresso em dólares
 Quinta-feira, 25 de janeiro de 2024 | Valor | C5

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C6 | Valor | Quinta-feira, 25 de janeiro de 2024
Mercado de capitais Presidente da autarquia reafirma desejo de
promover transparência e dar respostas mais rápidas à sociedade
Com diretoria completa, CVM
pode acelerar julgamentos
Juliana Schincariol
Do Rio
A Comissão de Valores Mobi-
liários (CVM) inicia 2024 com o
colegiado completo, o que deve
contribuir para acelerar os julga-
mentos ao longo do ano. Como o
trabalho do regulador não se li-
mita à atividade sancionadora,
há expectativa do mercado em re-
lação às novas regras que virão,
inclusive as adaptações impostas
pela resolução 175, nova norma
de fundos de investimento, que
começou a entrar em vigor em
outubro do ano passado.
De acordo com o presidente da
CVM , João Pedro Nascimento, há
o desejo da autarquia se fortalecer
para oferecer respostas mais rápi-
das às demandas. “Começamos o
ano com uma nova composição
do colegiado, diversa e plural. Te-
mos expectativa de que, com o ti-
me completo, consigamos ter res-
postas em maior proporção na
atividade sancionadora e conse-
guiremos endereçar demandas
que são importantes”, diz Nas-
cimento, entrevista ao Valor.
Segundo o presidente, todos os
diretores estão dispostos a relatar
um “número expressivo de proces-
sos”. No ano passado, o regulador
ficou mais de seis meses com um
assento vago, após a renúncia de
Alexandre Rangel, em junho. Des-
de o início do mês, juntaram-se à
alta cúpula da autarquia os direto-
res Daniel Maeda e Marina Copola.
Ao lado de Nascimento, também
fazem parte do colegiado os dire-
tores Otto Lobo e João Accioly.
Maeda é servidor de carreira da
autarquia e terá um mandato cur-
to, de um ano. Antes de assumir co-
mo diretor, ele era superintenden-
te de supervisão de investidores
institucionais da CVM. Sua chega-
da marca a retomada de uma vaga
de um profissional da área técnica
no mais alto escalão da autarquia.
Nascimento manifesta o desejo de
que isso volte a ser uma espécie de
tradição no regulador.
“A CVM tem muita gente capaz
e preparada, e merecedora deste
assento”, afirma Nascimento.
Antes de Maeda, o último téc-
nico a compor a diretoria foi Ro-
berto Tadeu, entre 2012 e 2016.
Depois, entre 2018 e 2019, Carlos
Rebello também teve uma passa-
gem como diretor. Ele havia sido
servidor da CVM até 2009.
Copola era sócia do Yazbek
Advogados, escritório do ex-di-
retor da CVM, Otavio Yazbek. As-
sim como Maeda, o nome da
diretora foi bem recebido pe-
lo mercado. Agora, os advoga-
dos que acompanham a autar-
O que
esperar para
os mercados
globais em
2024?
Palavra do
gestor
Marina Valentini
Nascimento, presidente da CVM: ano começou com uma nova composição do colegiado, mais diversa e plural
quia aguardam os primeiros
votos para entenderem qual
será o perfil dos novos nomes.
O colegiado da CVM julgou 45
processos em 2023 até setembro,
contra 32 no mesmo período um
ano antes, segundo os dados mais
recentes do regulador. No total,
foram 50 casos julgados em 2022.
O andamento de cada processo
depende da complexidade e do
número de acusados, por exem-
plo. Além disso, os processos com
potencial sancionador chegaram
a 773, o maior patamar dos últi-
mos seis anos, segundos dados de
setembro passado. Ao mesmo
tempo, o estoque total do cole-
giado caiu para 121 processos, o
menor patamar desde 2018.
A atividade sancionadora tam-
bém é respondida por outros meca-
nismos como ofícios de alerta e ter-
mos de compromisso. “A CVM reali-
za um trabalho educacional e faz
com que as empresas evoluam no
cumprimento de suas obrigações.
Há um esforço para que o merca-
do seja mais transparente”, afir-
“A Americanas
está em evidência.
A CVM precisa
dar uma resposta
dura e tempestiva
ao caso”
Maurício Menezes
D
epois de muita
incerteza e
volatilidade, 2023
acabou sendo um
excelente ano para
os mercados globais, e uma
carteira internacional de 60%
ações e 40% renda fixa teve um
retorno positivo de 16%. A
economia global também
demonstrou muita resiliência e
cresceu 2,8% em 2023, em linha
com o seu ritmo médio de 15
anos. No entanto, vimos certa
divergência abaixo da
superfície: a Europa e a China
decepcionaram, enquanto os
Estados Unidos, Japão e
mercados emergentes
excluindo a China
surpreenderam positivamente.
Na Europa, a queda dos preços
de energia não ajudou a
estimular a economia. Na China,
o fim da política de “covid-zero”
não foi disruptiva, mas a baixa
confiança restringiu o consumo
e o investimento. Do lado
positivo, os Estados Unidos
conseguiram evitar o tão temido
“hard landing” e o crescimento
se provou resiliente, enquanto
os mercados emergentes
com exceção da China cresceram
a um ritmo sólido, apesar da
menor demanda da China.
Em 2024, a principal
ma a advogada Adriana Pallis, só-
cia do escritório Machado Meyer.
O ofício de alerta é um instru-
mento utilizado para condutas
consideradas de menor gravidade,
com objetivo de comunicar irregu-
laridades que não tenham causa-
do danos a terceiros, mas que não
justificam a abertura de inquérito
administrativo ou termo de acusa-
ção. Se for o caso, determina a cor-
reção da prática. Em 2023, foram
emitidos 303 alertas até setembro.
Uma das expectativas do mer-
cado e da opinião pública com re-
lação à CVM são os casos referen-
tes à fraude da Americanas. Até
agora, o regulador instaurou dois
processos sancionadores sobre o
tema, relacionados à divulgação
de informações e não ao escânda-
lo contábil em si. “A história da
Americanas está muito em evi-
dência e a CVM precisa dar uma
resposta dura e ao mesmo tempo
tempestiva”, afirma Maurício Mo-
reira Menezes, sócio do Moreira
Menezes, Martins Advogados.
O andamento das investiga-
ções nas áreas técnicas depende
de diversos fatores, passando
pelo relatório do comitê inde-
pendente da companhia, que
ainda não foi divulgado, ao con-
teúdo dos acordos de supervisão
(espécie de delação premiada)
fechados com o regulador. A
chance de julgamento pela
atual composição do colegiado
é baixa, acreditam advogados
que acompanham o tema.
Além do colegiado completo, o
ano de 2024 começa com expectati-
pergunta para a economia global
é se esta divergência irá persistir.
Os gastos dos consumidores
serão chave, já que nos Estados
Unidos e no Japão têm sido
robustos e ainda se encontram
acima das tendências
pré-pandemia. Esperamos um
menor gasto dos consumidores
nestas regiões em 2024, o que
deverá diminuir o ritmo de
crescimento como um todo.
Apesar da desaceleração
econômica que vemos pela
frente, nosso cenário base ainda
está para um “soft landing”, ou
um pouso suave para a
economia dos Estados Unidos,
com nossa visão resumida em
quatro números: 2-0-2-4 (2% de
crescimento do PIB, zero
recessões, a inflação caindo
para a meta de 2% e a taxa de
desemprego permanecendo em
cerca de 4%). No entanto, os
consumidores na Europa e na
China têm sido mais cautelosos
e ainda existem poupanças que
foram reprimidas durante a
pandemia, por isso esperamos
alguma reaceleração modesta
nestas regiões em 2024.
As ações dos principais
bancos centrais globais também
estarão em foco em 2024.
Após combater a inflação por um
ano e meio, no fim de 2023 o
LEO PINHEIRO/VALOR
vas positivas em relação ao próprio
mercado. Uma delas diz respeito à
retomada das ofertas públicas, tanto
de ações quanto de dívida. Do lado
regulatório, o mercado vai se focar
na adaptação da regra de fundos,
que começou a entrar em vigor em
outubro de 2023 e tem uma agen-
da prevista para o decorrer deste
ano. Há chances desse calendário
ser alterado por um pedido da in-
dústria, que se viu mais demanda-
da com as adaptações necessárias
após a nova legislação voltada aos
fundos exclusivos e no exterior.
Ao mesmo tempo, são aguar-
dadas novas regras da autoridade
do mercado de capitais, confor-
me a agenda regulatória divulga-
da no fim do ano passado. “Há
muitos temas importantes, ainda
relacionados a fundos, crowd-
funding, voto a distância e OPAs”
afirma a advogada Vanessa Fiusa,
sócia do escritório Mattos Filho.
A CVM deve, por exemplo, mo-
dernizar a regra de FIPs [fundos de
participações] e editar a norma de-
finitiva de Fiagro [agronegócio) .
“Ainda que os ajustes das re-
gras de FIPs não sejam tão revolu-
cionários quanto a resolução 175,
vai ter uma importância muito
grande, voltada para a abertura
para o mercado de venture capi-
tal, que ainda tem algumas tra-
vas”, diz Ana Carolina Nomura,
que também é do Mattos Filho.
.com
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Federal Reserve finalmente
reconheceu o progresso na
desinflação. Como resultado, o
banco central americano
sinalizou que pode dar início aos
cortes das taxas de juros mesmo
se o crescimento se mantiver
resiliente, desde que a inflação
continue a diminuir em 2024.
Entretanto, na Zona do Euro
e no Reino Unido, a inflação só
retraiu cerca de um terço em
relação ao seu aumento, e no
Japão ainda deve atingir o seu
pico. Por isso, o Federal Reserve
deverá se mover primeiro para
reduzir as taxas em 2024, com
os bancos centrais europeus
seguindo esse movimento.
Haverá pressão sobre o Banco
do Japão para finalmente sair
dos juros negativos. A única
exceção à política de estímulo
deve permanecer na China,
dada a inflação abaixo da meta.
Com isso, o dólar americano
deve ficar mais fraco em 2024,
pois as diferenças entre as taxas
de juros e o crescimento entre
os Estados Unidos e o resto do
mundo devem diminuir.
A confirmação de que os juros
atingiram o pico nos Estados
Unidos e globalmente cria um
desafio para os investidores que
possuem muito dinheiro em
caixa. As taxas devem diminuir
Grupo Leste prepara
novo veículo e espera
captar até US$ 1 bi
Do Rio
O Grupo Leste, gestora funda-
da pelo ex-BTG Pactual Emma-
nuel Hermann, espera captar até
US$ 1 bilhão em 2024. Um dos
focos deste ano é um novo veí-
culo de investimento voltado ao
mercado de financiamento de
“built-to-suit”, uma carteira ad-
ministrada no mercado de cré-
dito para construção de ativos
como lojas de redes de fast fo-
od, escolas ou agências bancá-
rias. A empresa atualmente tem
US$ 2,2 bilhões sob gestão.
O novo veículo de investimen-
to da gestora terá de 80 a 100
projetos. O valor médio de cada
um será de R$ 5 milhões a R$ 8
milhões. Além disso, os prazos
serão relativamente curtos, de 18
a 24 meses. “Esse tipo de constru-
ção é padronizada e gira muito
rápido. E nos permite uma di-
versificação nacional”, afirma
o sócio gestor do Grupo Leste
nos EUA, Stephan de Sabrit.
O executivo reconhece que a
Leste ainda é uma gestora peque-
na nos Estados Unidos perto de
concorrentes que chegam a ad-
ministrar trilhões de dólares. Mas
o intuito continua sendo o de dis-
putar com grandes nomes do
mercado, como KKR ou Blacksto-
ne, por investidores institucio-
nais, como fundos patrimoniais
(“endowments”). Até mesmo por
isso, contratou nomes como Jose-
ph Yiu, que tem passagem no fun-
do bilionário Elm Tree, dedicada
a built-to-suit, além de Mark
Hong, que foi da seguradora Mit-
sui Sumitomo, além de Miguel
Zablah, com experiência em
grandes casas como J.P. Morgan,
HIG e iSquare. Foram mais de 11
contratações, concentradas em
Miami, onde fica a sede da em-
presa nos Estados Unidos. A Les-
te também abriu uma filial em
Nova York no ano passado.
“Estamos com investidores
que aplicam em grandes plata-
Sabrit, da Leste: carteira administrada para financiamento de ‘built-to-suit’
em 2024, aumentando o custo
de oportunidade de não
investir em ativos de risco.
Após o pico das taxas de juros,
historicamente os títulos tiveram
um desempenho superior ao
“cash” em 100% do tempo, e as
ações, em 83% do tempo. É
crucial que os investidores
aproveitem a oportunidade,
enquanto a têm, para garantir a
renda elevada de títulos de
duração intermediária, e para
adicionar ativos de risco de
qualidade em crédito e ações.
O ano de 2023 foi
surpreendentemente forte para
os mercados de renda variável
em particular, com muitos
mercados apresentando retornos
de dois dígitos. Para os Estados
Unidos, a principal dúvida é se os
retornos neste ano estarão tão
concentrados em tão poucas
empresas, como foi o caso em
2023. As dez principais ações
estão agora 38% mais caras em
relação à média de 25 anos,
enquanto as outras 490 ações
estão 12% mais baratas que o
resto do índice S&P 500.
Neste ano, o foco será na
seleção de ações, com um viés
para empresas com lucros
resilientes, balanços sólidos
e “valuations” relativos
favoráveis, já que estão mais
formas, e até as próprias fazem
carteiras administradas conosco.
Elas ficaram tão grandes que pre-
cisam de gestores menores”, diz
Sabrit. No ano passado, foi por
meio de uma destas plataformas,
uma gestora de private equity,
que o grupo Leste levantou US$
200 milhões para a boa safra do
crédito imobiliário americano.
“Agora estamos levantando
junto a investidores latino-ame-
ricanos um veículo offshore que
vai coinvestir nos mesmo investi-
mentos que já temos captados”,
afirma o executivo. Quando a
empresa começou a atuar nos Es-
tados Unidos, a partir de 2015, o
objetivo da Leste era oferecer in-
vestimentos estrangeiros alter-
nativos para o público brasileiro,
que atualmente representa 40%
da base de clientes. Apesar das
pretensões de voos maiores, Sa-
brit diz que a Leste tem apego à
sua base original de clientes bra-
sileiros e segue sendo fiel a ela.
Quanto ao desempenho do
mercado, a alta de juros nos Esta-
dos Unidos foi maior do que se
esperava e provocou uma ressaca
no mercado de capitais em 2023.
“A quantidade de negócios des-
pencou. E o mercado ficou real-
mente em estágio congelado”,
afirma o executivo. Em meados
de dezembro o otimismo foi re-
tomado depois que o presidente
do Federal Reserve (Fed, o banco
central dos EUA), Jerome Powell,
admitiu pela primeira vez que o
comitê de política monetária
(Fomc) discutiu a possibilidade
de cortes de juros, levando o
mercado a projetar que as taxas
poderiam ficar abaixo de 4%.
Sabrit mantém a projeção de
chegar até 2028 com patrimô-
nio próximo de US$ 7,5 bilhões.
Para 2024, além dos recursos
captados por meio dos projetos
built to suit, outros US$ 500 mi-
lhões devem vir de outras estra-
tégias da gestora, como equity e
outros projetos imobiliários. (JS)
DIVULGAÇÃO
amparadas contra uma
desaceleração econômica nos
Estados Unidos. Também é
importante diversificar
regionalmente, aproveitando
um melhor ponto de partida
de valuations e potencial de
crescimento de lucros por
ação em locais como o Japão
e mercados emergentes.
Embora as perspectivas
para 2024 permaneçam
positivas, existem riscos
como tensões geopolíticas e
eleições americanas. Como
resultado, uma preferência
pela qualidade e pela gestão
ativa é importante. Como
foi demonstrado em 2023,
os mercados não sobem em
linha reta, mas se esperamos
o ambiente perfeito para
investir estamos abrindo mão
das maiores oportunidades
de investimento do ano.
Marina Valentini é estrategista de
Mercados Globais da J.P. Morgan Asset
E-mail
marina.valentini@jpmorgan.com
Este artigo reflete as opiniões do autor, e
não do jornal Valor Econômico. O jornal não
se responsabiliza e nem pode ser
responsabilizado pelas informações acima
ou por prejuízos de qualquer natureza em
decorrência do uso destas informações.
Justiça Federal
Airbnb deve indenizar
cliente que alugou
imóvel em condições
precárias
valor.globo.com/legislacao
Valor E
Quinta-feira, 25 de janeiro de 2024
Fiscal Cerca de 400 transações individuais já foram firmadas com contribuintes, segundo a PGFN
Escritórios de advocacia criam áreas específicas
para acordos tributários com a União e Estados
Adriana Aguiar
De São Paulo
Escritórios de advocacia passa-
ram a apostar nas chamadas
transações tributárias e começa-
ram a criar áreas específicas para
atender clientes que querem ne-
gociar, com descontos, dívidas
com União, Estados e municí-
pios. Só o governo federal prevê
arrecadar até R$ 43 bilhões por
meio desses acordos com contri-
buintes neste ano, segundo a
atual proposta orçamentária.
As transações tributárias vêm
ganhando força desde 2020, quan-
do a União regulamentou esse tipo
de acordo, e agora a modalidade
começa a ser adotada por Estados
e municípios. Essa possibilidade
de negociação, na esfera federal,
surgiu com a Medida Provisória nº
899, a MP do Contribuinte Legal,
de outubro de 2019, convertida na
Lei nº 13.988. Duas portarias edita-
das em de 2020 (nº 9.917 e nº
9.924) trouxeram regras para os
acordos — individuais ou por ade-
são —, que garantem descontos de
multa e juros.
Nos acordos individuais, há
uma negociação direta com a
Fazenda Nacional. Tenta-se en-
contrar uma solução mais perso-
nalizada, levando em considera-
ção a realidade de cada contri-
buinte. Até agora, foram firma-
dos cerca de 400 acordos de
transação individual no país, se-
gundo a Procuradoria-Geral da
Fazenda Nacional (PGFN).
O interesse foi crescente a cada
ano. Foram 51 acordos em 2020,
89 em 2021, 130 em 2022 e, no
ano passado, até 15 de dezembro,
173. Cerca de 100 desses acordos
foram firmados com empresas
em recuperação judicial.
Nas transações individuais,
em geral, as empresas precisam
de assessoria jurídica qualifica-
Destaques
Recuperação judicial
A 3ª Turma do Superior Tribunal
de Justiça (STJ) decidiu que, com
a entrada em vigor da Lei nº
14.112/2020 e a implementação
de programa de parcelamento
tributário, tornou-se indispensá-
vel a apresentação de certidão fis-
cal para o deferimento de recu-
peração judicial. O entendimen-
to foi estabelecido pelo colegia-
do ao negar recurso especial em
que um grupo empresarial sus-
tentava, entre outros argumen-
tos, que a exigência de compro-
vação de regularidade fiscal seria
incompatível com o objetivo de
preservar a função social da em-
presa. Ainda de acordo com as
empresas recorrentes, a dispensa
das certidões negativas não traria
prejuízo à Fazenda Pública, ten-
do em vista que as execuções fis-
cais não são atingidas pelo pro-
cessamento da recuperação judi-
cial. O caso teve origem em pedi-
do de recuperação no qual o Tri-
bunal de Justiça de São Paulo
(TJSP) determinou, de ofício, que
as empresas providenciassem a
regularização fiscal, sob pena de
decretação de falência. Além de
questionar essa exigência, as em-
presas recorreram ao STJ alegan-
do que o tribunal proferiu deci-
são extra petita ao determinar a
apresentação da documentação
fiscal (REsp 2082781).
“O Brasil está
vivendo uma
mudança de
paradigma”
Alan Viana
Justiça nega liminar e mantém
limite para compensação fiscal
Marcela Villar
De São Paulo
A Justiça negou liminar a uma
empresa que tentava não se sub-
meter ao limite de compensações
fiscais imposto pela Medida Provi-
sória (MP) nº 1.202/2023. Para o
juiz Luís Gustavo Bregalda Neves,
da 2ª Vara Cível Federal de São Pau-
lo, a multinacional do setor de re-
ciclagem deve respeitar a norma,
mesmo já tendo utilizado parte do
crédito a que teria direito.
De acordo com a decisão, a
empresa alega ter crédito de R$
51,9 milhões, em valores atuali-
zados, decorrentes da “tese do sé-
culo”, julgamento do Supremo
Tribunal Federal (STF) que ex-
cluiu o ICMS da base de cálculo
do PIS e da Cofins. Deste total,
ainda teria um saldo de R$ 32,6
milhões a utilizar — valor que es-
tá em discussão na esfera admi-
nistrativa porque o total foi ne-
gado pela Receita Federal.
A multinacional tem feito ho-
mologações mensais, mas entrou
com o processo para poder com-
pensar o saldo remanescente com
DIVULGAÇÃO
da para auxiliar nas negocia-
ções. De olho nesse nicho, que
movimenta bilhões de reais por
meio desses acordos, os escritó-
rios de advocacia passaram a in-
vestir em áreas específicas e na
contratação de profissionais.
O Carneiros Advogados criou
impostos federais que precisa pa-
gar por ter feito uma operação so-
cietária no exterior, já aprovada
pelo Conselho Administrativo de
Defesa Econômica (Cade) no início
deste ano. O aumento do capital
social a obriga a desembolsar R$
42 milhões em tributos.
Sem o limite, ela poderia usar o
estoque e só ter de tirar do caixa R$
10 milhões. Com a nova regra do
Ministério da Fazenda, no entanto,
ela teria de distribuir as compen-
sações ao longo de 12 meses, o que
implica teto de R$ 2,7 milhões
mensais a serem compensados. Se-
gundo a empresa, isso acarretaria
um “rombo da previsão orçamen-
tária para concretização do con-
trato celebrado na ordem estima-
da de R$ 29,3 milhões”.
Além disso, afirma que a limi-
tação implica “efeitos avassala-
dores” ao negócio por ter de en-
viar a documentação que com-
prova o pagamento dos tributos
em até cinco dias úteis, sob pena
de elevada multa, como disposto
em contrato.
O juiz federal, porém, rejeitou a
argumentação da empresa. Para
Opinião Jurídica
A necessária
mudança
de rumos na
desapropriação
E2
recentemente um Núcleo de
Transações, comandado pelo ad-
vogado Alberto Medeiros, que
entrou recentemente na banca. A
equipe, segundo o especialista,
atuou em 11 casos, que totalizam
cerca de R$ 8 bilhões — alguns já
foram finalizados.
“Acreditamos no futuro das
transações. Não é mais possível
falar em contencioso estratégico,
se [a banca] não tiver uma área
focada e especializada em tran-
sações”, afirma ele, acrescentan-
do que a perspectiva para este
ano é de dobrar o número de
clientes e valores envolvidos.
A legislação que trata das
transações tributárias, diz o ad-
vogado, sofreu importantes alte-
rações nos últimos dois anos, o
que atraiu a atenção de um nú-
mero ainda maior de empresas.
“Temos até visto um certo con-
gestionamento na PGFN para a
resolução desses casos”, afirma
Medeiros. Entre as alterações, es-
tá a possibilidade de uso de pre-
juízo fiscal e precatórios para
abatimento de dívidas.
O MJ Alves Burle e Viana Advo-
gados também resolveu investir
em uma área dedicada às transa-
ções tributárias. O advogado
Alan Viana, sócio da banca, diz
que vem acompanhando o as-
sunto desde 2019, quando o te-
ma ainda era um projeto de lei.
“Quando a transação virou reali-
dade, o escritório acabou atuan-
do nos primeiros casos, nos mais
relevantes”, afirma Viana. Ele
destaca que a banca já atuou em
12 negociações com a PGFN, que
envolvem cerca de R$ 30 bilhões.
Entre os casos emblemáticos
está o do Banco Auxiliar. No acor-
do, chamado negócio jurídico
processual, firmado em fevereiro
de 2021, cerca de R$ 1 bilhão em
depósitos judiciais foram con-
vertidos no pagamento de dívi-
ele, a jurisprudência do Superior
Tribunal de Justiça (STJ) entende
que a lei aplicável à compensação é
a vigente na data do encontro de
contas — ou seja, é preciso conside-
rar a MP nº 1.202/2023.
“Dessa forma, sendo de aplicação
imediata as normas de direito mate-
rial que impuseram novas limita-
ções à compensação de crédito
oriundo de decisão judicial transita-
da em julgado, deve ser aplicada
também em relação às compensa-
ções ainda não realizadas”, afirma o
magistrado na decisão lavrada na
noite de segunda-feira (processo nº
5000809-73.2024.4.03.6100).
Igor Mauler Santiago, sócio do
escritório Mauler Advogados,
discorda da sentença. Segundo
ele, o juiz está correto ao afirmar
que a lei a ser observada é a vi-
gente “quando do ajuizamento
da ação”, mas não dá a conse-
quência necessária, que seria o
deferimento da liminar.
Pelo contrário, acrescenta, rene-
ga a proteção à empresa com base
no entendimento de que “cabe ao
Judiciário ‘respeitar as escolhas
discricionárias’ do legislador, co-
Fio da Meada
Lei da subvenção
pode prejudicar
pesquisa
valor.globo.com/
legislacao
& Tributos SP
das com a PGFN, e outros R$ 18
milhões foram direcionados ao
pagamento de dívidas com ou-
tros entes públicos.
Em abril de 2021, a banca tam-
bém atuou em acordo firmado pe-
lo Grupo Itaminas, cujo represen-
tante legal é o fundador do Institu-
to Inhotim, sede de um dos mais
importantes acervos de arte con-
temporânea do Brasil e maior mu-
seu a céu aberto do mundo. A ne-
gociação com a PGFN foi iniciada
em maio de 2020 e envolve plano
de amortização escalonado de R$
1,2 bilhão, o oferecimento de ga-
rantias e a suspensão de atos ex-
propriação que poderiam culmi-
nar na venda forçada do instituto e
demais propriedades do grupo.
Para Alan Viana, o Brasil está vi-
vendo uma mudança de paradig-
ma. “Tivemos um movimento de
abertura para investimentos es-
trangeiros, de privatizações, que
favoreceram o surgimento de
uma grande quantidade de teses
tributárias, de um contencioso
mais atuante. Hoje, já se percebe
melhor que essas teses serão defi-
nidas pelo Supremo Tribunal Fe-
deral e que existe um risco muito
grande”, diz. Nesse contexto,
acrescenta, há a necessidade de as
empresas se recuperarem finan-
ceiramente e um acordo se dilui
com o tempo e diminui os riscos
em seus balanços.
A equipe do escritório já con-
ta com 12 profissionais dedica-
dos aos acordos em transações
tributárias. Para se especializar
ainda mais, Alan Viana foi no
fim do ano para Harvard fazer
um curso de técnicas de nego-
ciação, que também foi feito por
alguns integrantes da Advoca-
cia-Geral da União (AGU).
Entre os grandes escritórios, um
que tem atuado com frequência em
grandes transações é o Bichara Ad-
vogados, que também passou a ter
.
mo se não lhe coubesse também
exercer o controle de constitucio-
nalidade, sobretudo à vista de ar-
gumentos relevantes como os in-
vocados pela empresa”.
O tributarista Eduardo Suess-
mann, sócio do escritório Suess-
mann Advogados, destaca que a
empresa não pode ser submeti-
da a uma lei que foi introduzida
agora no ordenamento jurídico,
quando já tinha uma decisão
anterior favorável. “Se ela [a em-
presa] entrasse com o processo
hoje, estaria entrando sabendo
das condições do jogo. Mas, na
época do processo, isso era des-
conhecido”, afirma.
Suessmann defende que a MP
não pode ser aplicada para os
processos antigos, apenas para
os créditos constituídos após a
sua publicação. A norma limitou
a quantia a ser compensada pelas
empresas que têm crédito fiscal a
partir de R$ 10 milhões. Ela foi re-
gulamentada pela Portaria
14/2024, que estabeleceu seis fai-
xas para o uso do estoque, a ser
utilizado entre 12 e 60 meses.
A mudança afeta 495 empresas,
um núcleo somente para esses acor-
dos. “Desde 2019, o escritório acom-
panha esse tema e percebemos que
essa seria uma realidade. Por isso,
criamos uma estrutura adequada
para atender nossos clientes”, diz
Sandro Machado, sócio do Bichara
Advogados, acrescentando que a
banca já atuou em cerca de cem ca-
sos e já contratou mais dez pessoas
em São Paulo e no Rio para atuar de
forma mais sistemática na elabora-
ção desses acordos.
A banca também está de olho
nas transações tributárias que
começarão a acontecer nos Esta-
dos e municípios. Em dezembro,
o Conselho Nacional de Política
Fazendária (Confaz) permitiu,
por meio do Convênio ICMS nº
210, que 13 Estados passem a
instituir a chamada transação
tributária para a resolução de
conflitos envolvendo débitos
inscritos na dívida ativa.
Os Estados beneficiados são
Acre, Alagoas, Amapá, Amazo-
nas, Ceará, Maranhão, Mato
Grosso, Pernambuco, Piauí, Rio
de Janeiro, Rio Grande do Norte,
Rio Grande do Sul e São Paulo. O
texto se espelha muito no mode-
lo adotado pela PGFN.
São Paulo já publicou, em no-
vembro, a Lei nº 17.843, de
2023, que cria o “Acordo Paulis-
ta”, programa que prevê um par-
celamento especial de valores
inscritos na dívida ativa, além da
possibilidade de negociação por
meio da chamada transação tri-
butária. A lei entra em vigor em
fevereiro.
O Estado do Rio de Janeiro tem
projeto semelhante, em tramita-
ção na Assembleia legislativa. “A
partir de agora, essas leis vão se
proliferar e muitos clientes já se
deram conta de que pode ser
uma boa oportunidade. Nem
sempre a discussão judicial é o
melhor caminho”, diz Machado.
SILVIA COSTANTI / VALOR
“MP não pode
ser aplicada para
os processos
antigos”
Eduardo Suessmann
como mostrou o Valor. A validade
dessa alteração legislativa está sen-
do questionada no Supremo, por
meio da ação direta de inconstitu-
cionalidade (ADI) 7587, ajuizada
pelo Partido Novo.
Os advogados do caso foram
procurados pelo Valor, mas não
quiseram se manifestar. A Procu-
radoria-Geral da Fazenda Nacio-
nal (PGFN) não enviou resposta
até o fechamento da matéria.
E2 | Valor | São Paulo | Quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

Legislação&Tributos SP

Anecessária
O
Estado executa agrária ou dívida pública. 2015, identificou que dez 1031, garantindo o direito à unidades da federação
inúmeras políticas Todavia, as políticas públicas milhões de hectares em 312 indenização por benfeitorias a costumam ser quitados até
que demandam a vêm sendo executadas sem a unidades de conservação atuais ocupantes de terras que décadas depois de um longo
mudança expropriação da
propriedade
observância do direito
fundamental à justa e prévia
federais aguardavam
regularização fundiária, com
seriam ocupadas
tradicionalmente por
processo judicial.
Em conclusão, a alta

derumosna
privada por meio da indenização em dinheiro e, pelo um passivo de R$ 12 bilhões comunidades indígenas, litigiosidade relacionada às
desapropriação, a exemplo da que se observa, isso se dá por duas para custear desapropriações. incluindo o valor da terra nua desapropriações decorre de
reforma agrária, criação de razões: (I) a administração pública Com relação à reforma agrária, em caso de ocupação com justo uma legislação ineficiente que

desapropriação unidades de conservação,

demarcação de terras indígenas
e políticas habitacionais.
expede decretos expropriatórios
sem previsão orçamentária, sob o
pretexto de que o DL nº 3.365/41
o quadro é semelhante. Segundo
a Nota Técnica nº
360/2021/GABT-1/GABT/GAB/
título, o que, apesar de
benéfico, pode importar em
mais um passivo milionário
não cumpre o requisito
constitucional de pagamento
de indenização prévia, justa e
A Constituição Federal não contém tal exigência, P/Sede/Incra, entre 2013 e 2020, o caso não haja adequação em dinheiro. A reversão desse
Opinião Jurídica assegura o direito à
propriedade privada ao mesmo
ignorando, assim, o comando
expresso da Lei Complementar nº
Incra emitiu 127 decretos
presidenciais e 32 portarias para
do procedimento.
Levantamento da agência de
quadro requer uma revisão
legislativa que condicione a
tempo em que prevê a 101/00; (II) a legislação permite ao aquisição de imóveis rurais, jornalismo Pública, realizado edição de decretos
desapropriação como uma poder público (sub)avaliar totalizando 159 atos, gerando após a referida decisão, expropriatórios à prévia
Daniel Mesquita forma de limitação excepcional unilateralmente o valor dos demanda de R$ 1,038 bilhão. Até apontou que, para indenizar disponibilidade orçamentária;
a esse direito, mediante o imóveis e imitir-se na posse 2021, foram pagos R$ 633 todos os proprietários rurais de implemente um procedimento
e Dara Alves pagamento de “justa e prévia mediante o depósito de apenas milhões em indenizações, mas R$ terras a serem demarcadas, a administrativo com garantias
indenização em dinheiro” uma parcela do valor devido, com 217 milhões permaneciam União teria que desembolsar de contraditório e decisões
(artigo 5º, inciso XXIV). fundamento em mera alegação de pendentes (conforme nota em torno de R$ 942 milhões, o motivadas e baseadas em
Apesar das especificidades, urgência. É a chamada técnica do Incra enviada ao que denota a necessidade de elementos de mercado; e
tanto o Decreto-Lei (DL) nº “desapropriação à brasileira”. Supremo Tribunal Federal - STF), previsão orçamentária para a assegure que a indenização
3.365/1941, que regulamenta as Diante da configuração o que significa que centenas de prática de atos expropriatórios. permita ao expropriado
desapropriações por utilidade ou legislativa atual, os proprietários proprietários rurais sofreram a Soma-se a isso o fato de que o adquirir um imóvel compatível
necessidade pública, como as são privados de seus imóveis sem retirada de suas propriedades e, artigo 15 do DL nº 3.365/1941 com o incorporado pelo Estado.
Leis nº 4.505/1964 e 10.257/2001, a contraprestação efetivamente todavia, não receberam a autoriza a imissão provisória,
que regulamentam a reforma compensatória que é devida contraprestação. sem citação do proprietário, Daniel Mesquita e Dara Alves são,
agrária e urbana, compartilham constitucionalmente assegurada, Esse quadro tende a se mediante depósito em juízo de respectivamente, sócio responsável
a característica comum de impor o que gera inúmeras discussões agravar com decisões como a uma parcela de valor obtido em pela área de Direito do Agronegócio
ao Estado o dever de pagamento judiciais e grandes passivos proferida pelo Supremo na avaliação unilateral, do Figueiredo e Velloso Advogados;
de indenização justa e prévia fundiários decorrentes da Ação Direta de normalmente inferior ao valor e advogada do Figueiredo
como compensação pela perda expedição de decretos Inconstitucionalidade (ADI) nº de mercado do bem. e Velloso Advogados
da propriedade. expropriatórios sem a 3.865, autorizando a Quanto ao dever de
Por regra, a indenização correspondente fonte financeira desapropriação de terras pagamento da indenização “em Este artigo reflete as opiniões do autor,
também deve ser paga em para custear as indenizações. produtivas que não dinheiro”, mais uma vez o e não do jornal Valor Econômico.
dinheiro, excetuando-se os Cite-se como exemplo a cumpram a função social. procedimento atual viola a O jornal não se responsabiliza e nem
casos de reforma agrária ou criação de unidades de Ainda, interpretando o artigo Constituição, ao permitir que o pode ser responsabilizado pelas
para fins urbanísticos, em que a conservação de domínio 231, parágrafo 6º, da ente público expropriante informações acima ou por prejuízos
Constituição Federal permite o público. Em recente entrevista, Constituição, o STF estabeleceu realize o pagamento por meio de qualquer natureza em decorrência
pagamento em títulos da dívida o ICMBio informou que, em o Tema de Repercussão Geral de precatórios que em várias do uso dessas informações

Banco MUFG Brasil S.A.

CNPJ/MF nº 60.498.557/0001-26 - NIRE 35.300.012.143
Convocação
São convocados os senhores acionistas do Banco MUFG Brasil S.A., a se reunirem em Assembleia
Geral Extraordinária, a ser realizada na sede social na Av. Paulista, nº 1274, nesta Cidade e Estado de
São Paulo, no dia 1º/02/2024, às 09h30, a fim de deliberarem sobre a seguinte ordem do dia: a) Eleição
de 1 (um) Diretor Vice-Presidente; e b) Outros assuntos de interesse social. São Paulo, 23 de janeiro
de 2024. Banco MUFG Brasil S.A. Akihiko Kisaka - Diretor-Presidente.

SUBPREFEITURA
GUAIANASES

AVISO DE ABERTURA DE LICITAÇÃO

Pregão Eletrônico n° 90001/SUB-G/2024 - SEI 6038.2024/0000145-7 - Objeto: Aquisição de Pedra Britada nº 1.
A Subprefeitura Guaianases torna público que a licitação em epígrafe será realizada no dia 07/02/2024, às 09 horas.
O Edital e seus anexos poderão ser adquiridos pelas interessadas no horário da 09:00 às 16:00 horas, até o último dia
útil que anteceder a abertura, gratuitamente, na Rua Hipólito de Camargo, 479 - Vila Lourdes - Guaianases - São Paulo
- SP, CEP 08410-030 ou as informações podem ser baixadas pelo site https://www.gov.br/compras/pt-br (UASG
925074) ou clicando no link a seguir: SEI 088169456 (edital e termo de referência) ou no site https://diariooficial.
prefeitura.sp.gov.br/md_epubli_controlador.php?acao=inicio. Informações adicionais: Telefone (11) 2392-1090/1045
ou e-mail claudiomelo@smsub.prefeitura.sp.gov.br.

AVISO DE LICITAÇÃO
Pregão Eletrônico nº 90009/2024 - UASG 200100
Nº Processo 1.00.000.007041/2023-76. Objeto: Contratação de serviço sob demanda especializado
na concepção e desenvolvimento de animação em vídeo 2D para a Turminha do MPF, em formato
na horizontal (vídeos curtos para o YouTube) e em formato vertical (shorts/reels|). Incluídas
legendas em português, Closed caption, Audiodescrição e recurso de acessibilidade em Língua
Brasileira de Sinais (Libras). Total de itens Licitados 03. Edital 25/01/2024 das 08h00 às 17h59.
Endereço: SAF SUL QUADRA 04, CONJUNTO “C”, BLOCOS de “a” a “f” - Plano Pìloto – Brasília
– DF ou https:// www.gov.br/compras/ edital/200100 – 90009/2024. Entrega das propostas a partir
de 25/01/2024 às 08h00 NO SITE www.gov.br/compras. Abertura das Propostas: 23/02/2024 às
10 h ou site www.gov.br/compras..
LEONARDO SANTOS DA COSTA
Coordenador de Licitações e Disputas Eletrônicas
CLDE/SA

OPEA SECURITIZADORA S.A. - CNPJ nº 02.773.542/0001-22

EDITAL DE CONVOCAÇÃO - ASSEMBLEIA ESPECIAL DE TITULARES DOS CERTIFICADOS
DE RECEBÍVEIS IMOBILIÁRIOS DA 68ª SÉRIE DA 1ª EMISSÃO (IF 14B0480838) DA
OPEA SECURITIZADORA S.A. A SER REALIZADA EM 16 DE FEVEREIRO DE 2024
Ficam convocados os Srs. titulares dos Certificados de Recebíveis Imobiliários da 68ª Série da 1ª Emissão da Opea Securi-
tizadora S.A., inscrita no CNPJ sob o nº 02.773.542/0001-22 (“Titulares dos CRI”, “CRI” e “Emissora”, respectivamente),
nos termos do Termo de Securitização de Créditos Imobiliários dos Certificados de Recebíveis Imobiliários da 68ª Série
da 1ª Emissão da Opea Securitizadora S.A., celebrado em 10 de março de 2014, conforme aditado (“Termo de Securitiza-
ção”), a reunirem-se em Assembleia Especial de Titulares dos CRI (“Assembleia”), a realizar-se em segunda convocação
no dia 16 de fevereiro de 2024, às 10:00 horas, de forma exclusivamente digital, por meio da plataforma Microsoft
Teams, sendo o acesso disponibilizado pela Emissora individualmente para os Titulares dos CRI devidamente habilitados,
nos termos deste Edital de Convocação, conforme a Resolução da Comissão de Valores Mobiliários (“CVM”) nº 60, de
23 de dezembro de 2021 (“Resolução CVM 60”), a fim de deliberar sobre as seguintes matérias da Ordem do Dia: (i) A
contratação do escritório de advocacia França e Nunes Pereira Advogados, inscrito no CNPJ sob o nº 54.571.849/0001-44
(“Assessor Jurídico”), para prestação de serviços advocatícios de representação da Emissora, para, em defesa dos inte-
resses dos Titulares do CRI, instaurar procedimento de cumprimento de sentença contra a Via Engenharia S.A – Em Recu-
peração Judicial (“Via Engenharia”) a fim de obter o ressarcimento pelos custos e despesas incorridos no âmbito do Pro-
cedimento Arbitral CCBC nº 56/2018, conforme sentença proferida em 04.04.2023 (“Ação de Cumprimento de Senten-
ça”), de acordo com a proposta do Assessor Jurídico anexa à Proposta de Administração, disponível no site da emissora
(www.opeacapital.com) na mesma data da publicação deste Edital de Convocação, sendo certo que, os custos decorren-
tes da referida contratação, serão pagos com os recursos disponíveis no Patrimônio Separado da Emissão, sendo certo,
a matéria constante neste item não seja aprovada, a Emissora informa que não seguirá com a Ação de Cumprimento de
Sentença, e, portanto expectativa de ressarcimento pelos custos e despesas incorridos no âmbito do Procedimento Arbi-
tral CCBC nº 56/2018, conforme sentença proferida em 04.04.2023. As matérias acima indicadas deverão ser considera-
das pelos Titulares dos CRI de forma independente no âmbito da Assembleia, de modo que a não deliberação ou a não
aprovação a respeito de qualquer uma delas, não implicará automaticamente a não deliberação ou não aprovação de
qualquer das demais matérias constantes da ordem do dia. A Assembleia será realizada de forma exclusivamente digital,
por meio da plataforma Microsoft Teams e seu conteúdo será gravado pela Emissora. O acesso à plataforma será dispo-
nibilizado pela Emissora individualmente para os Titulares dos CRI que enviarem à Emissora e ao Agente Fiduciário, por
correio eletrônico para ri@opeacapital.com e contencioso@pentagonotrustee.com.br identificando no título do e-mail a
operação (CRI 68ª Série da 1ª Emissão - IF 14B0480838), a confirmação de sua participação na Assembleia, acompanha-
da dos Documentos de Representação (conforme abaixo definidos) até 2 (dois) dias antes da realização da Assembleia.
Para os fins da Assembleia, considera-se “Documentos de Representação”: a) participante pessoa física: cópia digi-
talizada de documento de identidade do Titular dos CRI; caso representado por procurador, também deverá ser enviada
cópia digitalizada da respectiva procuração com firma reconhecida ou assinatura eletrônica com certificado digital, com
poderes específicos para sua representação na Assembleia e outorgada há menos de 1 (um) ano, acompanhada do do-
cumento de identidade do procurador; e b) demais participantes: cópia digitalizada do estatuto/contrato social (ou
documento equivalente), acompanhado de documento societário que comprove a representação legal do Titular dos CRI
(i.e. ata de eleição da diretoria) e cópia digitalizada de documento de identidade do representante legal; caso represen-
tado por procurador, também deverá ser enviada cópia digitalizada da respectiva procuração com firma reconhecida ou
assinatura eletrônica com certificado digital, com poderes específicos para sua representação na Assembleia e outorga-
da há menos de 1 (um) ano, acompanhada do documento de identidade do procurador. Os Titulares dos CRI poderão op-
tar por exercer seu direito de voto, sem a necessidade de ingressar na videoconferência, enviando à Emissora e ao Agen-
te Fiduciário a correspondente manifestação de voto à distância, nos correios eletrônicos ri@opeacapital.com e conten-
cioso@pentagonotrustee.com.br respectivamente, conforme modelo de Manifestação de Voto à Distância anexo à Pro-
posta da Administração, disponibilizada pela Emissora na mesma data de divulgação deste Edital de Convocação em seu
website (www.opeacapital.com) e no website da CVM. A manifestação de voto deverá estar devidamente preenchida e
assinada pelo Titular dos CRI ou por seu procurador, conforme aplicável e acompanhada dos Documentos de Represen-
tação. Os votos recebidos até o início da Assembleia por meio da Manifestação de Voto à Distância serão computados
como presença para fins de apuração de quórum e as deliberações serão tomadas pelos votos dos presentes na platafor-
ma digital, observados os quóruns previstos no Termo de Securitização. Contudo, em caso de envio da manifestação de
voto de forma prévia pelo Titular dos CRI ou por seu procurador com a posterior participação na Assembleia via acesso
à plataforma, o Titular dos CRI, caso queira, poderá votar na Assembleia, caso em que o voto anteriormente enviado de-
verá ser desconsiderado. Os termos ora utilizados iniciados em letras maiúsculas que não estiverem aqui definidos têm o
significado que lhes foi atribuído nos Documentos da Operação. São Paulo, 25 de janeiro de 2024. OPEA SECURITIZA-
DORA S.A. - Nome: Flávia Palacios Mendonça Bailune - Cargo: Diretora de Relações com Investidores
AMMO Varejo S.A.
CNPJ/ME nº 03.494.776/0001-01 - NIRE 3530057383-8
Ata da Assembleia Geral Extraordinária da AMMO Varejo S.A. Realizada em 8 de Janeiro de 2024
1. Data, Hora e Local: No dia 8 de janeiro de 2024, às 11:00 horas, na sede da AMMO Varejo S.A. (“Companhia”), na EDUCAÇÃO
Avenida Paulista, n° 1.754, 2ª sobreloja, Ala B, Cerqueira César, CEP 01310-920, na Cidade e Estado do São Paulo.
2. Convocação: Convocação dispensada em virtude da presença de acionistas representando a totalidade do capital
social da Companhia, nos termos do artigo 124, §4º, da Lei nº 6.404/1976 (“Lei das S.A.”) e conforme verificado pelas
assinaturas no Livro de Presença de Acionistas. 3. Presença: Presentes acionistas representando a totalidade do capital
PREGÃO ELETRÔNICO n° 90007/SME/2024 - PROCESSO ELETRÔNICO nº 6016.2023/0121347-2 - Registro de
social, conforme assinaturas no Livro de Registro de Presença de Acionistas. 4. Mesa: Presidente: Josué Christiano
Preços para Aquisição de Manteiga, Muçarela Fatiada e Requeijão Cremoso. Acha-se aberta a licitação em epígrafe,
Gomes da Silva; Secretário: Carlos Alberto Arikawa. 5. Ordem do Dia: a) alteração do Estatuto Social da Companhia
para estabelecer a quantidade mínima de membros do Conselho de Administração; b) Eleição de novo membro do que será realizada às 09h30 do dia 08/02/2024. O Edital e seus Anexos poderão ser obtidos, até o último dia que
Conselho de Administração da Companhia para até a AGO que aprovar as demonstrações financeiras do exercício de anteceder a abertura, mediante recolhimento de guia de arrecadação, ou através da apresentação de pen-drive para
2023. 6. Deliberações: As seguintes deliberações foram tomadas pela unanimidade dos acionistas presentes, sem gravação na COMPS - Núcleo de Licitação e Contratos - Rua Dr. Diogo de Faria, 1247 - sala 316 - Vila Clementino,
quaisquer ressalvas ou reservas: 6.1. Aprovar a alteração do artigo 15 do estatuto social da Companhia para constar o
ou através da internet pelo site www.comprasnet.gov.br e http://e-negocioscidadesp.prefeitura.sp.gov.br, bem como,
número mínimo de 3 (três) membros no Conselho de Administração, e, em virtude desta deliberação, aprovar a
alteração do Artigo 15, do Estatuto Social da Companhia, o qual passar a vigorar com a seguinte redação: “Artigo 15. as cópias do Edital estarão expostas no mural do Núcleo de Licitação.
O Conselho de Administração é composto por, no mínimo, 3 (três) membros e, no máximo, 7 (sete) membros, todos
eleitos e destituíveis pela Assembleia Geral, com mandato unificado de 1 (um) ano, sendo permitida a reeleição.”
6.1.1. Aprovar a consolidação do Estatuto Social da Companhia com as alterações referidas nos itens anteriores,
passando a vigorar com a redação constante do Anexo I à esta ata. 6.2. Aprovar a eleição do seguinte candidato para
integrar o Conselho de Administração da Companhia: Antônio Adriano Silva, brasileiro, casado, administrador de
empresas, portador da Carteira de Identidade nº MG-1411903, expedida pela SSP/MG, inscrito no CPF/MF sob o
nº 056.346.956-00, residente e domiciliado na cidade de Belo Horizonte - MG, na Rua Ceará, 1883 apto. 801 - Bairro
Funcionários - Belo Horizonte - MG, CEP 30150-311 em substituição dos conselheiros: Ivan Luiz Murias dos Santos,
Walter Roberto de Oliveira Longo, Germán Pasquale Quiroga Vilardo, e, Eduardo de Almeida Salles Terra, que deixam o
conselho de administração da Companhia. 6.3. O membro do Conselho de Administração ora eleito terá mandato
unificado até a realização da Assembleia Geral Ordinária que deliberar acerca das demonstrações financeiras do
exercício social a se encerrar em 31 de dezembro de 2023. O membro do Conselho de Administração da Companhia ora
eleito declarara que (i) não está impedido de assumir o cargo para o qual foi eleito, nos termos do artigo 37, inciso II,
da Lei nº 8.934/1994, bem como não foi condenado por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno,
concussão, peculato, contra a economia popular, a fé pública ou a propriedade, ou a pena criminal que vede, ainda que
temporariamente, o acesso a cargos públicos; (ii) não está condenado a pena de suspensão ou inabilitação temporária,
aplicada pela CVM, que o torne inelegível para cargo de administração de companhia aberta; (iii) atende ao requisito
de reputação ilibada estabelecido pelo artigo 147, §3º, da Lei das S.A.; e (iv) não ocupa cargo em sociedade que possa
ser considerada concorrente da Companhia e não têm, nem representa, interesse conflitante com o da Companhia.
O membro do Conselho de Administração assumirá, ainda, o compromisso de sujeitar-se à cláusula compromissória
prevista no Artigo 42 do Estatuto Social da Companhia. 7. Encerramento: O senhor Presidente, Josué Christiano Gomes
da Silva solicitou que se consignasse voto de agradecimento aos senhores Ivan Luiz Murias dos Santos, Walter Roberto
de Oliveira Longo, Germán Pasquale Quiroga Vilardo, e, Eduardo de Almeida Salles Terra, pelos relevantes serviços
prestados e pela dedicação demonstrada durante os seus mandatos como membro do Conselho de Administração da
Companhia. Nada mais havendo a ser tratado, foram encerrados os trabalhos e lavrada esta ata, a qual, depois de lida
e achada conforme, foi aprovada e assinada pelos presentes. 8. Assinaturas: Mesa: Josué Christiano Gomes da Silva
(Presidente) e Carlos Alberto Arikawa (Secretário). Acionistas: COTEMINAS S.A. e Josué Christiano Gomes da Silva.
São Paulo, 8 de janeiro de 2024. Certifico que a presente é cópia fiel da ata lavrada em livro próprio. Josué Christiano
Gomes da Silva, Presidente da Assembleia. Carlos Alberto Arikawa, Secretário. JUCESP nº 25.219/24-8 em 17/01/2024.
Maria Cristina Frei - Secretária Geral.