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Publicado em 18.10.

2019
21.09.2020

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▪ Atualmente, o Santander Brasil tem muita relevância sobre a
operação global do banco, contribuindo com 29% dos resultados
totais do grupo. Com mais de 26 milhões de clientes ativos, é o
terceiro maior banco privado do Brasil e o único banco internacional
com escala no país.

▪ A companhia tem focado bastante na digitalização de seus negócios


nos últimos anos. Entre 2017 e 2019, teve um crescimento próximo
de 56% no número de clientes digitais e, com isso, o uso do
aplicativo aumentou 96%.

▪ O banco encerrou o 2T20 com cerca de R$ 208 bilhões em sua


carteira de Pessoas Físicas. Com um balanço sólido e níveis
confortáveis de liquidez e capital, o banco preza pela estratégia
socialmente responsável. Esse sólido balanço permitiu com que o
banco atravessasse a crise de maneira relativamente saudável,
terminando o primeiro semestre com o Índice de Basileia de 14,4%.

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Informações coletadas no dia 18.09.2020 / Fonte: Suno Analítica (https://www.sunoresearch.com.br/acoes/sanb11/)

A história do grupo Santander teve início na Espanha, em 1857. Ao longo


do tempo, a rede bancária teve como principal característica o crescimento
por meio de aquisições e integrações de negócios adquiridos.

A sua entrada no Brasil se deu apenas em 1957, quando o grupo focou a


sua atenção no país, dando seus primeiros passos para ingressar no
mercado brasileiro e, em 1982, inaugurou a sua primeira agência aqui.

Em novembro de 2000 (18 anos depois), o Grupo Santander, além de


comprar os bancos Meridional e Bozano Simonsen, fez uma aquisição
muito importante, do Banco Banespa (banco público tradicional de São
Paulo), tornando-se um dos maiores grupos financeiros brasileiros.

Alguns anos depois, em 2008, os primeiros passos estavam sendo dados


para outra grande aquisição e o Santander adquiriu o Banco Real,
consolidando ainda mais os seus investimentos no Brasil.

Em 2009, o banco abriu seu capital na B3.

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Nos últimos anos, o grupo fez outras aquisições, sendo a GetNet, empresa
de tecnologia especializada em meios de pagamento eletrônicos, uma das
mais importantes. Além disso, também houve a aquisição de:

▪ Banco Olé Bonsucesso Consignado (joint venture nos setores de


crédito consignado e de cartão de crédito).
▪ Ipanema Empreendimentos e Participações (companhia que atua
na gestão de portfólios de créditos em atraso).
▪ HDI Seguros (segmento de seguros de automóveis).

Em 2018, a Webmotors (empresa da qual o Santander possui 70% de


participação no capital de forma indireta). Assim, expandiu seu portfólio e
fez um acordo com uma empresa que atua no ramo de comercialização e
leilão físico e virtual de veículos automotores, fortalecendo ainda mais a
sua liderança no mercado.

O Grupo Santander, assim como outros grandes bancos, é uma companhia


que preza muito pelo cross-sell, ou seja, utiliza a experiência de outros
negócios, de diversos setores, para aumentar ainda mais as suas vendas,
oferecendo diversos produtos a seus clientes.

Atualmente, o Santander Brasil tem bastante relevância sobre a operação


global, contribuindo com 29% dos resultados totais do grupo. Com mais de
26 milhões de clientes ativos, é o terceiro maior banco privado do Brasil e o
único banco internacional com escala no país.

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Fonte: Santander Brasil / elaboração Suno Research

O banco tem como majoritário a Sterrebeeck (empresa do grupo) e conta


com uma grande participação do Grupo Empresarial global Santander.

Isso nos mostra que a empresa tem um controle bem definido, abrindo
pouco espaço para outros investidores se tornarem sócios relevantes,
tendo um free float muito baixo, de apenas 9,8%.

Porém, ainda assim, possui uma ótima liquidez com suas Units, negociando
na faixa de R$ 80 milhões em negociações diárias.

Outro ponto a se considerar é que a empresa está listada no segmento


Tradicional da B3, nível mais básico de governança corporativa.

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O Banco Santander é uma empresa do setor financeiro. Seu modelo de
negócio é voltado principalmente para o cliente com foco no varejo e com
uma forte integração com o banco de atacado, funcionando como um
banco múltiplo.

Esse modelo é sustentado por uma oferta de grande diversidade de


produtos e serviços financeiros, tendo um portfólio diversificado com
concessão de crédito (rural, imobiliário, pessoal, capital de giro), leasing,
investimentos, depósitos à vista e a prazo, entre outros.

O Santander tem focado bastante na digitalização de seus negócios nos


últimos anos. Entre 2017 e 2019, teve um crescimento próximo de 56% no
número de clientes digitais e, com isso, o uso do aplicativo aumentou 96%.

As receitas com intermediação financeira, que o banco obtém através de


suas operações de crédito, são as de maior representatividade em seu
faturamento consolidado. Em sua carteira de crédito consolidada, o
segmento de Pessoas Físicas se destaca, tendo a maior participação na
carteira do banco.

Um dos segmentos dentro da linha de PF (Pessoa Física) em que o banco se


destaca é o de Veículos, no qual o Santander tem um histórico de liderança
com um total de 25% de participação em 2019.

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Apesar disso, considerando todo o crédito destinado à Pessoa Física, o
banco assume a quinta posição de mercado, com um market share
aproximado de 9,4%, perdendo para Caixa, BB, Itaú e Bradesco, seus
principais concorrentes.

Enquanto o Santander encerrou o 2T20 com cerca de R$ 208 bilhões em


sua carteira de Pessoas Físicas, o Itaú, por exemplo, encerrou com quase
R$ 230 bilhões.

Alguns dos pilares estratégicos da companhia são: ofertar produtos e


serviços adequados às necessidades dos clientes, manter uma gestão dos
riscos, gerar resultados de forma sustentável, ter disciplina de capital e
ganhar participação no mercado.

A instituição anda muito em linha com suas estratégias e o crescimento é


fruto disso. Com um balanço sólido e níveis confortáveis de liquidez e
capital, o banco preza pela estratégia socialmente responsável, que vem
sendo muito observado por investidores.

Além disso, esse sólido balanço permitiu com que o banco atravessasse a
crise de maneira relativamente saudável, terminando o primeiro semestre
com o Índice de Basileia de 14,4% (contra 13% do Itaú e 15% do Bradesco).

Como podemos ver na imagem abaixo, o banco reduziu a sua carteira de


crédito durante a pandemia e deu preferência ao aumento de capital, se
resguardando dos calotes que poderiam ocorrer.

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Fonte: Santander Brasil / elaboração Suno Research

Vale destacar a contribuição nas mudanças estratégicas e na cultura


corporativa proporcionadas por Sergio Rial, CEO do grupo desde 2016.

Sob sua direção, o banco melhorou suas margens de lucro, redirecionou


esforços para um modelo de negócio com foco no cliente e melhora no
perfil da carteira de crédito.

Com passagens pelos bancos ABN AMRO e Bear Stearns, além de ter sido
CEO da Seara e da Marfrig, Rial é um executivo de grande experiência.

Sérgio Rial. CEO do Santander Brasil desde 2016.

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Essas mudanças de direcionamento refletiram em crescimento de
resultados e rentabilidade. Em 2016, o banco fechou o ano com R$ 7,3
bilhões de Lucro Líquido e ROE de 13,3%. Em 2019, o banco terminou o
ano com cerca de R$ 14,5 bilhões de lucro e uma rentabilidade de 21%.

A carteira de crédito do banco tem maior peso na parte de Pessoa Física,


representando aproximadamente 41% do total, o que confere um risco
maior ao banco, pois o nível de inadimplência pode ser maior. Por outro
lado, o segmento de PF também contribui em termos de spreads, tendo
em vista que é um crédito com taxas maiores.

Já a parte de Grandes Empresas, segmento reconhecido por ter spreads


menores, mas com um perfil de risco interessante, vem crescendo e,
atualmente, tem participação de 32% na carteira. O restante é composto
de pequenas e médias empresas e financiamentos para o consumo.

Fonte: Elaboração Suno Research

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Abaixo, podemos observar a abertura da carteira de crédito do banco,
sendo bem diversificada no segmento de PF e concentrada em Veículos na
linha de financiamento ao consumo. Já a carteira de PJ possui grande
participação das linhas de capital de giro, que ganhou ainda mais
representatividade na pandemia, com as empresas buscando liquidez.

Nos últimos 12 meses, o crédito de capital de giro cresceu 36,5%, sendo o


maior responsável pelo avanço de 37,5% desta carteira.

Fonte: Santander Brasil

Por ter uma carteira muito focada em Pessoas Físicas, o Santander nos
últimos anos vinha mudando o seu perfil de crédito e passou a concentrar
uma maior parte em consignado (hoje em 29% do crédito total) e
imobiliário (24,4% da carteira de crédito), os quais possuem um perfil de
risco muito menor do que o crédito convencional a pessoas físicas.

Ainda no final de 2019, o Santander adquiriu uma fatia adicional de 40% na


Olé Consignados, atingindo participação de 100% na companhia. Desta
forma, o banco fortaleceu a sua operação neste segmento, visando dar
mais resiliência à sua carteira de PF.

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A carteira de Pessoa Jurídica totalizou R$ 169,1 bilhões em jun./2020, um
crescimento de 37,5% em relação ao mesmo período de 2019. Como
vimos, o crédito a grandes empresas tem maior peso na carteira (R$ 122,5
bilhões), crescendo 41,8% em um ano, fator positivo para o Santander, pois
companhias deste porte geralmente possuem boas classificações de risco.

No entanto, sabemos que essa alta apresenta um fator não recorrente,


devido ao movimento das empresas em reforçar as suas posições de caixa
durante o pico do isolamento social causado pela pandemia.

O nível da carteira de crédito do Santander no final de março subiu em


relação aos 12 meses anteriores. Destaque para os melhores níveis “AA e
A”, que juntos somaram 75% da carteira total em 2020. Vale mencionar
que a piora do nível de risco da carteira em relação ao primeiro trimestre
se deve à deterioração macroeconômica causada pela pandemia.

Fonte: Santander Brasil / elaboração Suno Research

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Diferentemente das outras crises macroeconômicas vivenciadas no país, a
taxa de inadimplência do consumidor brasileiro não explodiu na pandemia.
Pelo contrário, até diminuiu, chegando à mínima de 2,7% em agosto,
contra 3% registrado no começo do ano.

Segundo dados do Banco Central, a taxa de inadimplência do sistema


financeiro nacional passou para 3,2% e chegou a atingir o pico de 3,3% em
abril. Até então, sabemos que a maioria dos “calotes” foram evitados por
algumas medidas, como o auxílio emergencial e inúmeras frentes adotadas
pelos bancos (privados e públicos), focadas na preservação do emprego, da
renda e na flexibilidade dos pagamentos de dívidas, com renegociações.

No entanto, ainda não é motivo para comemorar. Os bancos já temem


que a inadimplência tenha sido represada e é bem provável que ela volte
a crescer quando prorrogações e programas governamentais acabarem.

Segundo o Santander, grande parte desse desempenho é decorrente do


plano de prorrogação oferecido aos clientes, pois a redução da
inadimplência e dos atrasos veio por causa da pausa nas parcelas. O Banco
do Brasil afirmou que espera uma alta significativa da inadimplência e
estima que ela pode chegar a níveis próximos aos observados em 2016
(com o seu pico entre o 4T20 e o 1T21).

Todavia, os bancos já sabiam dessa expectativa e se prepararam para essa


explosiva elevação da inadimplência, aumentando muito suas provisões.

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Além disso, essa alta dependerá muito do ritmo da recuperação econômica
brasileira e os atrasos poderão ser bem menores se o país apresentar uma
forte recuperação cíclica, o que tende a beneficiar diretamente o setor.
Com relação as perspectivas para o setor, o mercado bancário apresentará
muitas mudanças nos próximos anos, principalmente por causa dos
avanços da tecnologia. Vejamos alguns pontos importantes:

▪ Utilização da tecnologia: cada vez mais, a tecnologia vem sendo


usada pelas pessoas. Com isso, as empresas tendem a olhar para
este segmento e buscam essa aplicação em seus produtos e
serviços. No setor bancário, isso já é uma realidade. Com o
aparecimento das fintechs, muitos clientes acabaram optando por
trocar de banco, pela facilidade e custos baixos ou inexistentes.
Além disso, recentemente, o Bacen anunciou a criação do PIX,
sistema brasileiro de pagamentos instantâneos. Com a tecnologia
inovadora, os bancos devem ver “evaporar” parte de suas
receitas com TED e DOC. De acordo com a consultoria Bain &
Company, a estimativa é de que os bancos percam até R$ 1 bilhão
em margem operacional, até 2024, com a consolidação do PIX.

▪ Diminuição dos custos: com a pandemia, os bancos tiveram que


adotar medidas de home office com seus funcionários e, com isso,
perceberam que é possível trabalhar de casa com a mesma
eficiência. Isso pode ser um ponto positivo significativo, pois pode
reduzir de forma relevante os custos fixos do banco, ao
possibilitar o fechamento de agências.

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▪ Blockchain: ferramenta antifraude utilizada nas operações de
criptomoedas, essa é uma forma de aumentar a segurança dos
dados compartilhados nos bancos. A vantagem dessa ferramenta
é que esse mecanismo pode diminuir os custos das operações.

O Santander Brasil teve uma receita financeira crescente nos últimos anos.
De 2010 a 2019, a receita quase dobrou, passando de R$ 40,9 bilhões em
2010 para R$ 72,8 bilhões em 2019. O índice de inadimplência também
demonstrou um desempenho bastante positivo ao longo dos últimos anos:

Fonte: Santander Brasil

Vale destacar que, dentro do crescimento da receita financeira, o destaque


vai para a receita de prestação de serviços, que aumentou em cerca de 2,4
vezes entre 2010 e 2019. Essa linha é composta por cartões e serviços de
adquirência, serviços de conta corrente, comissões de seguros, cobrança e
arrecadações, entre outros.

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Analisado os resultados do Santander, podemos ver na última linha que o
Lucro Líquido dos primeiros seis meses de 2020 apresentou uma queda de
15,9%, totalizando R$ 5,9 bilhões. Essa queda ocorreu por causa do
aumento das provisões realizadas pelo banco no período.

No entanto, quando olhamos para o Lucro Líquido histórico, vemos que o


Santander vem tendo uma ótima performance, com crescimento acelerado
ao longo do tempo, respaldado por:

▪ Aquisições relevantes.
▪ Expansão constante da carteira.
▪ Inúmeras medidas adotadas pela nova gestão desde 2015.

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Fonte: Factset / elaboração Suno Research

É importante salientar que não vemos a possibilidade de a instituição ter as


mesmas taxas de crescimento no futuro, uma vez que ela já alcançou um
patamar de escala e market share expressivos. Além disso, o próprio
cenário, de maior concorrência, também deve trazer desafios pela frente.

Uma métrica bem importante ao se avaliar o desempenho e a lucratividade


de um banco é analisar o seu ROE. Através do ROE, conseguimos analisar a
capacidade de a empresa gerar valor aos seus acionistas. Companhias que
possuem um ROE superior ao Custo de Capital estão criando valor.

Como podemos ver, o Santander vem apresentando um desempenho


interessante, atingindo patamares semelhantes aos de seus outros pares
privados (Itaú e Bradesco).

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Fonte: Economatica / elaboração Suno Research

Porém, esse indicador apresentou uma forte queda no último trimestre,


em função da significativa quantidade de provisões realizadas pelo banco
para fazer frente aos possíveis calotes que poderiam ocorrer.

Fonte: Santander Brasil

Outra métrica importante ao se analisar bancos é o seu índice de eficiência.


Esse indicador mostra a relação entre as despesas operacionais sobre suas
receitas. Logo, quanto menor essa métrica, teoricamente, mais eficiente é
a instituição financeira.

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Como podemos ver abaixo, houve uma queda importante desse índice no
2T20. Segundo o Santander, a melhora se deve ao comprometimento da
instituição com o objetivo de aumentar a sua produtividade.

Fonte: Santander Brasil

O índice de eficiência chama a atenção, principalmente quando


comparamos o banco com os seus principais pares. Sob uma base
anualizada, o Itaú apresentou um IE perto de 46% e o Bradesco, de 44%.

Na imagem abaixo, podemos ver os índices de inadimplência do Santander.


Esse indicador mostra como está o desempenho da sua carteira de crédito.
No período superior a 90 dias, o banco terminou o trimestre com uma
inadimplência de 2,4%, patamar abaixo do histórico mais recente.

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Como salientamos anteriormente, os bancos brasileiros têm
experimentado um índice de inadimplência baixo nos últimos trimestres.
Isso está sendo puxado por renegociações e concessões de maiores prazos
para o pagamento de dívidas, além dos estímulos governamentais.

Fonte: Santander Brasil

O índice de cobertura índica a capacidade que o banco tem de arcar


com a sua inadimplência (provisões/volume das operações em atraso
superior a 90 dias).

Nesse caso, com o aumento significativo das provisões para crédito de


liquidação duvidosa, houve um aumento expressivo do indicador no
trimestre, totalizando 272%. Isso significa que o banco vem se preparando
para um aumento da inadimplência nos próximos trimestres.

Quando comparamos o Santander com os outros players privados de


grande porte, o índice de cobertura dessa instituição financeira está
levemente abaixo dos seus pares, mas ainda em patamares saudáveis.

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▪ Competitividade no mercado bancário: além da guerra diária pela
captação de clientes e de participação no mercado dos grandes
bancos privados, as fintechs têm sido um ponto importante a se
olhar. Essas instituições inovadoras vêm crescendo e, pouco a pouco,
estão tomando clientes e espaço dos grandes bancos, apesar dos
efeitos ainda serem pequenos. Porém, essas empresas podem ser
preocupantes no futuro. Cabe aos bancos inovarem e demonstrarem
que podem lidar com esta situação.

▪ Aumento da inadimplência: apesar do banco ter mostrado um bom


índice de inadimplência no último trimestre, este é um fator a se
levar em consideração, pois o país (e o mundo) está passando por
uma pandemia. Os efeitos podem provocar grandes danos aos
bancos, tendo um aumento no número de clientes que não honram
suas dívidas e, consequentemente, necessitando de mais cobertura.

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▪ Instabilidade política no Brasil: as incertezas sobre se o Governo
fará mudanças na regulamentação ou na política geram instabilidade
na economia. Consequentemente, a volatilidade nos mercados de
capitais aumenta, podendo gerar efeitos negativos sobre o banco.
Além de fatores como: taxa de juros (impacto no spread bancário),
inflação, volatilidade da moeda, alterações no compulsório e
aumento de impostos também podem trazer efeitos negativos.

Apesar da concorrência forte no setor e com o surgimento do problema da


pandemia, os bancos estão apresentando múltiplos aparentemente
bastante atrativos. As perspectivas são boas, pois a tendência é de que a
captação continue aumentando nos próximos anos e, com um cenário de
taxa de juros baixa, a tendência é favorecer ainda mais a oferta de crédito.

Primeiramente, analisando o P/VP, vemos que ele está sendo negociado a


1,42x, demonstrando que o investidor está pagando um prêmio de 42%
sobre o valor patrimonial do banco.

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Ao olharmos para os seus pares, vemos o Itaú com o maior prêmio,
negociando a um P/VP de 1,83x, e o Bradesco em 1,25x. Por fim, temos o
Banco do Brasil, que por ser um banco de controle estatal, está com o
menor múltiplo, negociando no patamar de 0,88x, ou seja, abaixo de seu
valor patrimonial.

Então, sob a ótica deste múltiplo, não vemos um grande desconto na


operação do Santander, em relação aos seus pares mais próximos. Se
avaliarmos a relação P/L projetada para 2021, também não vemos nenhum
desconto relevante. Hoje, o Santander é negociado com um prêmio sobre
o Bradesco, mesmo este sendo um banco maior.

P/L projetado 2021. Fonte: Suno Research

Através da metodologia dos Dividendos Descontados, considerando um


Payout de 60% e um crescimento sustentável 6% para os próximos 10 anos
(ROE estabilizando em 15%), elevando o Payout para 70% após esse
período, crescendo de forma sustentável 4,5% a partir daí, na
perpetuidade, com um Custo de Capital (Ke) de 12,77% (obtido através do
CAPM), chegamos a um preço justo de R$ 31,14 para as Units.

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Neste preço, portanto, há um upside que consideramos pequeno, de
apenas 10,97%. Se aplicarmos uma margem de segurança de 10%, que
julgamos adequado por se tratar de um banco sólido, rentável e com
escala, chegamos a um preço de R$ 28,02, levemente abaixo do preço
atual das Units.

Com a chegada da pandemia, o mundo se deparou com uma grande queda


nos mercados e, no Brasil, não foi diferente. Em março, chegamos ao
patamar dos 60 mil pontos no Ibovespa.

Desde lá a recuperação foi relativamente rápida, mas, olhando para o setor


bancário, especialmente aos grandes bancos de varejo, a reação foi bem
diferente. Esses ativos foram os que menos apresentaram valorização em
seus preços após o início da recuperação dos mercados, fruto de uma
cautela por parte dos investidores diante das incertezas do setor.

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Uma das grandes incertezas relacionadas ao setor são as fintechs. Podemos
dizer que o mercado vem precificando que os bancos de varejo terão
grandes desafios pela frente, uma vez que é bastante provável que haverá
perdas de receitas relacionadas a anuidades e alguns serviços.

Além disso, está em curso um gradual processo de desintermediação


financeira. Cada vez mais, startups estão surgindo e fazendo o papel de
grandes bancos, horizontalizando o serviço bancário.

Outro ponto a se destacar é com relação à maior exposição do Santander


Brasil ao crédito à Pessoa Física. Apesar de o banco estar trabalhando para
reduzir essa exposição, sabemos que ela ainda é relevante e poderá gerar
perdas acima do esperado nos próximos trimestres.

Assim, preferimos muito mais ter uma exposição a negócios ligados aos
serviços financeiros (e cada vez menos a crédito) através de bancos de
investimentos, como BTG Pactual e BR Partners, pois enxergamos melhores
perspectivas de crescimento e rentabilidade, uma vez que o mercado
financeiro brasileiro vem tendo um forte movimento de sofisticação.

Por fim, sabemos da qualidade e das vantagens competitivas do Santander


e da sua gestão, mas pelo fato de já termos uma boa exposição à crédito na
carteira (ITSA4 e ABCB4), além de o valuation da empresa não representar
nenhuma barganha, preferimos não recomendar o ativo no momento.

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Conforme reportado no relatório Especial de Oferta Pública, publicado em
16/09 (veja aqui), recomendamos que nossos assinantes participem da
Oferta Pública do BR Partners em qualquer ponto da faixa indicativa.

Trata-se de uma empresa altamente rentável (apresentou um ROE próximo


de 30% no 1S20), que cresce com geração de caixa e está inserida em um
segmento extremamente atrativo da cadeia do setor financeiro, que é a
prestação de serviços.

Nosso preço justo para as ações do BR Partners encontra-se em R$


22,48. Aplicando uma margem de segurança de 10%, chegamos a um
preço-teto de R$ 20,23 para esta empresa.

Como a oferta deve ser encerrada ao longo desta semana, aguardaremos


se ela terá, de fato, êxito (acreditamos que sim) e a fixação do preço final.
Com a confirmação do preço e do sucesso da Oferta, adicionaremos o BR
Partners em nossa carteira, com uma participação inicial de 2,5%.

Plantão de Dúvidas
Envie suas dúvidas referentes a este relatório. Elas serão respondidas em uma live especial!
Acesse: https://sunoresearch2.typeform.com/to/DGFtxdyv#email=xxxxx

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CARTEIRA RECOMENDADA VALOR

Ranking Preço de entrada


Ticker Início Alocação Preço atual Preço-teto Recomendação Variação
Suno ajustado*

1 ALUP11 05/01/2018 5% R$ 23,58 R$ 31,00 R$ 16,55 Comprar 42,48%

2 BRAP4 10/01/2020 7,5% R$ 45,52 R$ 52,00 R$ 38,29 Comprar 18,88%

3 ITSA4 18/08/2017 10% R$ 9,03 R$ 12,00 R$ 7,14 Comprar 26,47%

4 MYPK3 11/10/2019 7,5% R$ 14,11 R$ 21,00 R$ 17,74 Comprar - 20,46%

5 EQTL3 19/06/2020 5% R$ 22,75 R$ 24,00 R$ 21,86 Comprar 4,07%

6 SULA11 18/08/2017 10% R$ 40,10 R$ 48,00 R$ 16,04 Comprar 150,00%

7 RLOG3 26/07/2019 5% R$ 20,12 R$ 23,00 R$ 18,65 Comprar 7,88%

8 PNVL4 28/08/2020 5% R$ 21,04 R$ 23,00 R$ 20,56 Comprar 2,33%

9 GEPA4 18/08/2017 7,5% R$ 45,64 R$ 50,00 R$ 31,15 Comprar 46,52%

10 MDIA3 07/06/2019 5% R$ 37,11 R$ 40,00 R$ 37,27 Comprar - 0,43%

11 CVCB3 22/11/2019 5% R$ 17,20 R$ 30,00 R$ 39,04 Comprar - 55,94%

12 CGRA4 18/08/2017 10% R$ 25,57 R$ 28,00 R$ 21,50 Comprar 18,93%

13 PETZ3 11/09/2020 2,5% R$ 15,30 R$ 13,75 R$ 13,75 Aguardar 11,27%

14 BPAC11 06/03/2020 5% R$ 76,04 R$ 67,00 R$ 57,23 Aguardar 32,87%

15 SUZB3 11/01/2019 5% R$ 50,15 R$ 45,00 R$ 38,43 Aguardar 30,50%

16 RENT3 03/04/2020 2,5% R$ 52,50 R$ 42,00 R$ 23,26 Aguardar 125,71%

17 Renda Fixa 2,5%

* Informações atualizadas no dia 18.09.2020 às 18h00. Para ver a carteira completa e atualizada, acesse: https://membros.sunoresearch.com.br/carteira-recomendada-valor/

Rentabilidade acumulada até agosto de 2020. Fonte: Suno Research / Economatica

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RECOMENDAÇÕES ENCERRADAS *

Ativo Início Preço de entrada** Final Preço de saída Desempenho

WSON33 18/08/2017 R$ 31,65 21/12/2018 R$39,95 26,2%

SQIA3 20/10/2017 R$ 27,01 10/05/2019 R$40,30 49,2%

SMLS3 18/08/2017 R$ 57,52 13/12/2019 R$ 38,50 -33,07

ECOR3 23/02/2018 R$ 9,40 30/08/2019 R$ 12,40 32,0%

HAPV3 18/05/2018 R$ 29,16 10/01/2020 R$ 62,04 112,76%

COCE5 18/08/2017 R$ 46,19 19/06/2020 R$ 57,80 25,13%

B3SA3 01/06/2018 R$ 20,71 29/06/2020 R$ 53,45 158,09%

KLBN11 23/05/2019 R$ 14,69 31/08/2020 R$ 26,17 78,06%

WATCHLIST **

Ticker Empresa Setor Preço atual (R$) Preço para possível entrada*

CSAN3 Cosan Diversificado R$ 74,05 Abaixo de R$ 55,00

FLRY3 Fleury Saúde R$ 29,32 Abaixo de R$ 17,00

GGBR4 Gerdau Metalúrgica R$ 20,96 Abaixo de R$ 12,50

RAPT4 Randon Bens Industriais R$ 12,05 Abaixo de R$ 9,00

SLCE3 SLC Agrícola Agricultura R$ 26,50 Abaixo de R$ 18,00

VIVA3 Vivara Bens de consumo R$ 23,52 Abaixo de R$ 17,50

*Os preços indicados não representam uma obrigação de recomendação ou indicação de compra, tendo em vista que as variáveis e as premissas podem ser modificadas.

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