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Publicado em 06.03.

2020

1
 Por conta do clima de incerteza ligado ao coronavírus e das grandes
quedas no mercado de capitais, estamos abrindo recomendação de
compra para as Units do BTG Pactual, banco de investimento e
gestor de ativos e fortunas com posição dominante no Brasil, além
de elevada rentabilidade sobre patrimônio.

 Para nós, o atual valuation do banco bastante atrativo (11,3x lucro


2020) e seu elevado potencial de crescimento de resultados e
incremento de rentabilidade, tornam o ativo neste momento uma
excelente opção de investimento para investidores de longo prazo
que buscam se associar a negócios altamente rentáveis, escaláveis e
que possuem grande potencial de retorno.

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 Nosso preço-teto para as Units de BTG Pactual será de R$ 67,00 e a
participação inicial na carteira será de 5%. Nas próximas semanas
produziremos um relatório mais completo para comentar o case.

 A Enel Distribuição Ceará reportou um Lucro Líquido de R$ 205


milhões no 4T19, 59,6% superior ao registrado no mesmo trimestre
do ano passado.

 Menores custos e despesas contribuíram para a melhora do


resultado no trimestre.

 A alavancagem da companhia também permaneceu equilibrada,


ficando em 2,49x, patamar um pouco superior ao registrado no fim
de 2018. Permanecemos com nossa visão construtiva para o case e
com ajuste no preço-teto para R$ 60,00.

 A CVC divulgou um fato relevante referente a uma atualização


contábil que precisará fazer no seu demonstrativo do 4T19.

 Sem dúvidas essa notícia aumentou o pessimismo sobre a


companhia, porém sabemos que essa correção não alterará o caixa
atual da empresa e os seus fundamentos de longo prazo
permanecem inalterados.

 Desse modo, enxergamos um ambiente de pessimismo exagerado


sobre a companhia devido a uma série de motivos pontuais e que
poderão ser paulatinamente sanados ao longo do tempo.

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Nas últimas semanas, temos visto a ocorrência de um verdadeiro “efeito de
manada” na venda de ativos (com alguma recuperação nos últimos dias) na
Bolsa de Valores por medo da incerteza do tamanho do impacto que poderá
ser causado pelo coronavírus nas economias dos países envolvidos.

Para o investidor que não está familiarizado com este conceito, o efeito
de manada é uma espécie de reação em cadeia em que muitas pessoas
seguem uma única direção sem nem saber direito do que se trata.

Na Bolsa de Valores, esse fenômeno é muito comum e contribui para que o


investidor menos disciplinado acabe vendendo suas posições por medo de
não seguir o restante do mercado.

Em nossa opinião, apesar dos impactos de curto prazo que o vírus vem
causando, devido a sua rápida disseminação, a economia mundial não terá
os seus fundamentos estruturais de crescimento alterados no longo prazo.

No entanto, existem alguns setores que serão mais impactados, sobretudo


aqueles que possuem uma cadeia de suprimentos bastante dependente da
China ou que exportam grande parte dos seus produtos para esse país.

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Todavia, reiteramos que a nossa visão para investimentos é e sempre será
voltada para o longo prazo. Dessa forma, quedas como essa que estão
vendo, são apenas oportunidades favoráveis de compra.

Na carteira Suno Valor, existem algumas oportunidades de compra


interessantes. Dentre elas podemos citar: BRAP4, CVCB3, MYPK3. Essas três
ações foram especialmente “massacradas” pelo pessimismo global de uma
eventual recessão pelo surto do vírus.

No caso específico de MYPK3, que apenas ontem teve uma queda de mais
de 10%, mesmo se “estressarmos demasiadamente” o nosso modelo de
valuation, ainda teremos uma margem de segurança bastante elevada.

Para se ter uma ideia, num modelo bastante estressado e pessimista, se


considerarmos um crescimento de apenas 1% para os próximos 10 anos
(bem inferior ao PIB global), crescimento na perpetuidade também de
apenas 1%, com margem Ebitda de 11% (ignorando ganhos de margens com
as novas plantas da Índia, Tailândia e China) e expansão da nossa WACC para
8% reais, temos um preço justo de R$ 23,00, um potencial upside de quase
40% sobre os preços atuais.

Desse modo, vemos grandes oportunidades sendo criadas neste momento,


e reforçamos a recomendação de compra para os ativos abaixo do nosso
preço-teto na carteira, sempre respeitando o tamanho da exposição
recomendada na carteira.

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Com as recentes quedas ocorridas no mercado, potencializadas pela
continuidade da propagação do coronavírus no globo e no Brasil, o pânico
tem tomado conta do mercado financeiro ultimamente.

Este cenário naturalmente cria oportunidades muito interessantes para os


investidores de longo prazo, no qual empresas de elevada rentabilidade e
grande potencial de crescimento, acabam tendo suas precificações
fortemente afetadas, apresentando boas margens de segurança.

Este é o caso do BTG Pactual (BPAC11), banco de investimento e gestor de


ativos e fortunas, com posição dominante no Brasil, que apenas em março
acumula uma queda de mais de 11% em suas Units, e mais de 20,6% de
queda acumulada em 2020.

O BTG Pactual atua nos segmentos dentro do setor financeiro de maior


rentabilidade e resiliência, que são os segmentos de: Investment Banking
(Banco de Investimento), Corporate Lending (Financiamentos e Créditos
Estruturados para Empresas), Asset Management (Serviços de Gestão de
Ativos), Wealth Management (Gestão de Fortunas) e Sales and Trading
(Serviços de Formação de Mercado, Corretagem e Operações de Hedge).

A atuação do banco é mais focada em serviços e produtos de gestão


financeira, e produtos de crédito direcionados a empresas, sobretudo de
menor porte (Corporate Lending), mercado onde naturalmente há spreads

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maiores. Isso vem permitindo ao banco crescer de forma robusta, gerando
valor e rentabilidade aos seus investidores. Em torno de 65% de suas receitas
são oriundas de receitas e taxas de serviços (“fees”) enquanto a média dos
maiores bancos é de 36%.

A vantagem de se ter grande representatividade de serviços em suas receitas


pode ser notada na rentabilidade sobre patrimônio, uma vez que o banco
encerrou 2019 com um ROAE recorrente de 19,1%, nível de rentabilidade
que demonstra a grande capacidade de criação de valor do banco.

Fonte: BTG Pactual

Na medida em que o banco continua a ganhar escala, otimiza o uso do seu


capital próprio, ganha eficiência e captura o crescimento dos mercados os
quais atua, através de seu posicionamento de destaque e plataforma digital
com capacidade de distribuição cada vez maior. Vemos um potencial
relevante de elevação de ROAE no médio prazo.

Para 2021, a nossa expectativa é que o BTG Pactual opere com um ROAE
próximo de 21%, confirmando uma trajetória de expansão de rentabilidade
em meio a um cenário de pressão e retração de rentabilidade sobre

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patrimônio nos grandes bancos, que possuem grande representatividade de
intermediação financeira nos resultados e uma estrutura menos enxuta.

De forma geral, vemos um cenário bastante positivo para este banco no


longo prazo, que é um dos líderes de mercado em M&A, ECM e DCM
(Fusões, Aquisições e Emissões de Instrumentos de Dívida), e tem vantagens
competitivas importantes neste mercado.

Entre algumas das principais vantagens competitivas, podemos destacar:

 Presença dominante no Brasil e América Latina.


 Marca premium em IB, AM e WM.
 Modelo de partnership que proporciona grande alinhamento de
interesses e estrutura administrativa horizontal.
 Portfólio diversificado.
 Plataforma de distribuição digital, escalável e integrada.

Nos últimos anos, o banco vem obtendo resultados robustos e crescentes,


tendo expandido seu portfólio de Wealth Management (Gestão de
Patrimônio) em mais de 40% ao ano desde 2016, além de crescimentos
expressivos também na operação de Asset (Ativos) e Investment Banking.

O movimento estrutural de queda de juros e recuperação econômica cria


um terreno bastante fértil para o Banco continuar em seu movimento de
expansão no médio prazo, na medida em que cada vez mais as empresas
buscam o mercado de capitais para se financiar.

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De acordo com consultorias e empresas especializadas no segmento, os
mercados que o BTG Pactual atua (Fusões & Aquisições, Dívida e Equity) no
Brasil e na América Latina devem seguir aquecidos nos próximos anos, com
respaldo do cenário de juros menores e uma melhor conjuntura econômica.

O coronavírus, obviamente, traz efeitos negativos, sobretudo no curto


prazo, que podem afetar as projeções para 2020, porém entendemos que
este efeito é pontual.

Atualmente, após as recentes quedas expressivas (hoje pela manhã as Units


eram negociadas a R$ 55,50, com queda de 7,5%), o BTG Pactual está sendo
negociado a 11,5 vezes o lucro projetado para 2020, o que representa na
nossa opinião uma excelente oportunidade.

Esse múltiplo é o menor desde junho de 2018, quando as incertezas do


cenário eleitoral e das reformas ainda traziam grande pressão à precificação
dos ativos brasileiros, além da própria greve dos caminhoneiros que ocorria
naquele momento.

Sendo assim, considerando sua elevada rentabilidade e potencial de geração


de retornos incrementais, seu modelo de negócios menos intensivo em
capital (por conta de menor crédito no mix) que permite uma alocação de
capital eficiente e geração de caixa robusta, além de um valuation bastante
atrativo e o cenário estrutural de juros baixos que deve permitir que este
mercado continue crescendo a médio e longo prazo, estamos

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recomendando a compra das Units do BTG Pactual (BPAC11) com uma
participação de 5% na carteira e um preço-teto de R$ 67,00 (que ainda
adiciona margem de segurança, com uma relação de 14 vezes lucro 2020 e
um Earning’s Yield implícito de mais de 7%).

Na semana que vem, comentaremos de forma mais aprofundada o case de


BTG Pactual, contando sobre sua história e seu histórico de rentabilidade.

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Na quinta-feira da semana passada, a Enel Distribuição Ceará apresentou os
resultados oriundos do 4T19 e do ano completo de 2019. No trimestre,
observamos resultados econômicos significativamente superiores em
relação aos apresentados no ano passado.

Para começar, iremos tratar dos resultados operacionais da companhia. Para


isso, os indicadores DEC (Duração Equivalente de Interrupção por Unidade
Consumidora) e FEC (Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade
Consumidora) fornecem um bom parâmetro de medição da qualidade do
serviço prestado pela companhia.

Desse modo, o DEC dos últimos 12 meses resultou em 14,11 horas vs. 10,14
horas, reportadas no mesmo período do ano anterior. Já o FEC foi de 5,78
vezes contra, 5,57 vezes registrados no período de 2018.

Ambos indicadores apresentaram um incremento em 2019 devido aos


seguintes fatores:

 Onda de ataques criminosos ocorridos em janeiro e setembro de


2019, que acabaram comprometendo as operações da companhia.

 Elevado volume de chuvas e raios, observados principalmente no


primeiro semestre do ano de 2019.

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A Enel Distribuição Ceará investiu cerca de R$ 71 milhões em adequação à
carga e qualidade do sistema nos últimos 12 meses. Já os investimentos na
conexão de novos clientes totalizaram R$ 423 milhões em 2019, o que
demonstra a capacidade de crescimento do mercado cativo da companhia.

A Coelce apresentou um aumento na receita operacional bruta de 5,4% no


4T19, totalizando R$ 2,170 bilhões. Esse aumento se deve, principalmente,
a um incremento de 19,8% na receita pelo fornecimento de energia elétrica,
como resultado da revisão tarifária que passou a vigorar a partir de
22/04/2019, gerando incremento médio de 8,22% nas tarifas da companhia.

A receita operacional líquida apresentou um incremento de 12,4%,


totalizando R$ 1,562 bilhão, graças a redução de 70,6% nos encargos
setoriais pelo fim da vigência da obrigação de pagamento das quotas da CDE.

Fonte: Enel Distribuição Ceará

Já a dinâmica de custos e despesas operacionais do 4T19 apresentou um


incremento de R$ 87 milhões, ou 7,2% sobre o reportado no 4T18, aumento
inferior ao da receita líquida da companhia.

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Subdividindo os custos e despesas da companhia em não gerenciáveis e
gerenciáveis, observamos um aumento de R$ 95 milhões nos custos não
gerenciáveis, motivado principalmente pelo aumento na rubrica de energia
comprada para revenda (R$ 114 milhões), decorrente da apuração de
maiores custos com compra de energia em função de maior demanda,
porém parcialmente compensado pela redução do encargo do uso do
sistema de transmissão (R$ 19 milhões) no 4T19.

Já os custos gerenciáveis (aqueles os quais a companhia possui algum poder


de controle) apresentaram uma redução de R$ 8 milhões na comparação
com o 4T18, totalizando R$ 437 milhões.

Caso excluíssemos os custos de construção, esses alcançariam R$ 227


milhões, incremento de R$ 17 milhões em relação ao mesmo período do
ano anterior.

Veja abaixo os custos e despesas da companhia no último trimestre do ano:

Fonte: Enel Distribuição Ceará

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Desse modo, o EBITDA foi de R$ 321 milhões no 4T19, crescimento de 42,4%
sobre o resultado do 4T18. Já em 2019, o EBITDA foi de R$ 814 milhões,
incremento de 12,6% sobre o resultado de 2018. As despesas financeiras
líquidas da companhia no 4T19 foram de R$ 8 milhões, redução de R$ 9
milhões em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.

Por fim, o Lucro Líquido do 4T19 foi de R$ 205 milhões, contra R$ 128
milhões registrados no 4T18, perfazendo um crescimento de 59,6%. Já no
ano de 2019, o Lucro Líquido foi de R$ 404 milhões, incremento de 11,1%
sobre o resultado de 2018.

A Enel Ceará terminou o ano com uma dívida bruta de R$ 2.200 milhões,
incremento de R$ 311 milhões em relação a 2018. Esse incremento se deve
a novas captações de dívidas decorridas ao longo do ano passado.

Já a posição de caixa da distribuidora foi de R$ 168 milhões, perfazendo


uma dívida líquida de R$ 2.031 milhões no fim de 2019. Portanto, a
relação dívida líquida/EBITDA da companhia ficou em 2,49x, vs. 2,39x
registrado no fim de 2018.

Esse endividamento pode ser considerado equilibrado, dado a uma relativa


capacidade de gerar caixa de maneira previsível em seu negócio.

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Os resultados da Coelce no trimestre e no ano foram positivos, com
manutenção do patamar de endividamento e resultados acima dos
registrados em 2018.

Acreditamos que a companhia continuará apresentando números favoráveis


à medida que os seus investimentos na conexão de novos clientes forem
gerando resultados. Desse modo, reiteramos a nossa recomendação de
compra para o ativo, a um preço-teto de R$ 60,00.

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Recentemente, a CVC vem enfrentando um cenário bastante desafiador e
extremamente atípico. Resumidamente, uma “avalanche” de notícias
negativas vem abatendo os seus papéis, criando um ambiente de bastante
negativismo sobre o futuro da empresa.

Compreendemos que essas quedas geram uma desconfiança natural por


parte dos nossos assinantes sobre os papéis dessa companhia. No
entanto, como relataremos mais a frente, todos esses fatores não passam
de efeitos pontuais e passageiros.

Primeiramente, vamos falar sobre o fato relevante divulgado pela


companhia sobre suas demonstrações financeiras de 2015 a 2019.

No âmbito da preparação de suas demonstrações financeiras do exercício


de 2019, a CVC constatou, em uma avaliação preliminar, indícios de erros na
contabilização de valores transferidos aos fornecedores de serviços
turísticos referentes às receitas próprias de tais fornecedores.

Desse modo, caso venham a ser confirmados, esses erros poderão ensejar
na necessidade de ajustes contábeis (porém sem efeito caixa) nos resultados
da empresa.

Esses indícios dizem respeito a erros na contabilização de ajustes


relacionados à diferença entre os valores provisionados no momento da

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contratação dos serviços turísticos, para posterior transferência do
montante a esses fornecedores de serviços e os valores efetivamente
transferidos a tais fornecedores após a realização das viagens contratadas.

Para melhor ilustrarmos a situação, vamos a um exemplo simplificado:

Digamos que a CVC venda um pacote a R$ 1.000,00 e nesse


pacote a margem dessa agenciadora seja de 10%. Desse
modo, há uma expectativa de lucro a receber de R$ 100,00,
que será reconhecida no momento do embarque do cliente, e
uma expectativa de provisão de R$ 900,00, que serão pagos
aos fornecedores. Após o check out do cliente, a CVC recebe
uma nota de cobrança do fornecedor e por uma série de
motivos, em vez da companhia receber uma nota de R$
900,00 eles recebem uma nota de cobrança no valor de R$
950,00, devido a variações legais previstas em contrato.

Desse modo, o erro foi não ter lançado uma nova provisão com os R$ 50,00
adicionais que deveriam transitar no resultado da companhia. No entanto,
no demonstrativo de fluxo de caixa, não há alteração, pois o passivo extra
foi efetivamente pago.

Segundo uma análise preliminar feita pela CVC, estima-se que o potencial
impacto no ajuste da receita líquida seja da ordem de R$ 250 milhões, o qual
considerando os exercícios sociais de 2015 a 2019, equivale a

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aproximadamente 0,5% das reservas totais e 4% da receita líquida
acumulada no período.

O fato mais importante é que, caso os referidos ajustes contábeis sejam


efetivados, não terão impacto sobre a geração e saldos de caixa da
empresa na atualidade e nem no futuro. Ressaltamos novamente: os
valores envolvidos já foram devidamente transferidos aos fornecedores.

Percebam que esse foi mais um fato que contribuiu para o aumento do
negativismo sobre a empresa, mas de impacto bastante limitado
efetivamente.

No entanto, segundo o RI da companhia, haverá ajustes no Lucro Líquido do


4T19, os quais gerarão impactos contábeis significativos, e que os nossos
assinantes precisam ficar atentos, mas sem preocupação adicional, pois a
companhia pretende “sanear” integralmente o seu demonstrativo do último
trimestre de 2019, deixando livre de ajustes contábeis os resultados
provenientes de 2020.

Vale ressaltar que a CVC já vinha sofrendo de fatores totalmente fora do seu
controle, tais como:

 Quebra da Avianca no Brasil, o que gerou cancelamento de voos e


despesas não recorrentes para a companhia
 Acúmulo de óleo no litoral da região Nordeste, principal destino
turístico da companhia.

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 Surto de coronavírus e aumento acelerado da cotação do dólar, o que
gera um ambiente desfavorável no curto prazo para o turismo.

 Decisão desfavorável do Carf, mas com processo administrativo ainda


em andamento para instâncias superiores e com provável discussão
na esfera judicial.

Sobre o processo administrativo no Carf, ressaltamos que já houve decisões


favoráveis à companhia sobre esse tema no próprio órgão, Portanto, a
própria CVC acredita que seja bastante remota a perda dessa discussão,
mesmo que ela seja levada à esfera judicial.

Uma combinação de efeitos pontuais que impactam negativamente o setor


de turismo no curto prazo e geram alguns ruídos sobre a governança da
empresa levaram a quedas extremamente relevantes das ações
recentemente, passando a mensagem aos acionistas que o modelo de
negócios da empresa está totalmente comprometido, bem como sua
capacidade de geração de caixa e criação de valor no longo prazo.

Nós não concordamos com isso e vemos a CVC atenta e bem posicionada
para seguir capturando o crescimento do mercado de turismo brasileiro,
apesar dos impactos negativos de curto prazo.

Inclusive, na noite de ontem, a CVC publicou um fato relevante informando


a renúncia de seu CEO, Luiz Fogaça, sendo que o conselho de administração
da empresa aprovou o nome de Leonel Andrade para substituí-lo.

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Leonel de Andrade foi presidente da Smiles, empresa de programa de
fidelidade da Gol, da qual já tivemos recomendação de compra. Esse
executivo vem trazendo grande track record de resultados expressivos
dentro da Smiles.

Sob sua direção essa empresa ganhou market share, expandiu suas margens
significativamente e entregou resultados crescentes aos seus acionistas.
Vale ressaltar que esse executivo foi um crítico com relação ao modo como
a Gol conduziu o seu processo de incorporação e acabou renunciando ao
cargo de CEO da companhia de fidelidade.

De acordo com o exposto recentemente na mídia, o novo CEO da CVC será


recompensado majoritariamente em ações da companhia. Isso contribuirá
para o alinhamento de interesses e foco na melhora dos resultados de médio
e longo prazo dessa empresa.

Afinal, se o próprio presidente possui e é remunerado com ações da


empresa, seu foco estará diretamente direcionado para a entrega de
resultados e valorização das ações.

Nesta sexta-feira (6), as ações da CVC chegaram a subir 21% após a notícia
de confirmação de mudança do CEO, o que aparentemente animou os
mercados, sobretudo por ter sido um movimento estruturado por grandes
acionistas da empresa, que estavam extremamente desapontados com os
eventos envolvendo erros no balanço.

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Portanto, reforçamos nossa recomendação de compra para CVC e
consideramos o preço atual bastante atrativo, apesar dos desafios de curto
prazo, sobretudo com a propagação do coronavírus agora no Brasil.

Apesar do pessimismo e das grandes quedas de suas ações, a CVC


permanece como líder de mercado em viagens de lazer e com uma forte
rede de distribuição. O seu mercado de atuação possui perspectivas de
crescimento muito acima do PIB, o que muito provavelmente favorecerá os
resultados da empresa nos próximos anos.

Para nós, os fundamentos de nossa tese de investimento de longo prazo na


permanecem. Inclusive achamos que as ações negociadas a esse preço,
oferecem um desconto relevante, o que gera uma assimetria muito grande
caso notícias positivas venham a ocorrer, podendo gerar retornos
significativos no médio e longo prazo.

Reforçamos, no entanto, que o nosso assinante deve respeitar o limite de


alocação para esse ativo em até 5% da carteira, de modo a não concentrar
demasiadamente os riscos em somente uma empresa.

Plantão de Dúvidas
Envie suas dúvidas referentes a este relatório. Elas serão respondidas em uma live especial!
Acesse: https://sunoresearch.typeform.com/to/o490bk

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CARTEIRA RECOMENDADA VALOR

Preço de entrada
Ranking Suno Ticker Início Alocação Preço atual Preço-teto Recomendação Variação
ajustado*

1 ITSA4 18/08/2017 10% R$ 11,57 R$ 14,00 R$ 7,18 Comprar 61,14%

2 BRAP4 10/01/2020 5% R$ 32,70 R$ 43,00 R$ 38,29 Comprar -14,60%

3 MYPK3 11/10/2019 5% R$ 16,30 R$ 25,00 R$ 18,54 Comprar -12,08%

4 BPAC11 06/03/2020 5% R$ 57,62 R$ 67,00 R$ 57,62 Comprar -

5 CVCB3 22/11/2019 5% R$ 23,86 R$ 46,00 R$ 41,49 Comprar -42,49%

6 RLOG3 26/07/2019 5% R$ 16,79 R$ 23,00 R$ 18,65 Comprar -9,97%

7 ALUP11 05/01/2018 5% R$ 27,60 R$ 31,00 R$ 17,05 Comprar 61,88%

8 MDIA3 07/06/2019 5% R$ 38,31 R$ 40,00 R$ 37,52 Comprar 2,11%

9 SULA11 18/08/2017 10% R$ 48,06 R$ 48,00 R$ 16,33 Aguardar 194,30%

10 GEPA4 18/08/2017 10% R$ 50,01 R$ 50,00 R$ 32,08 Aguardar 55,89%

11 KLBN11 24/05/2019 5% R$ 21,50 R$ 17,00 R$ 14,72 Aguardar 46,06%

12 CGRA4 18/08/2017 10% R$ 29,61 R$ 28,00 R$ 21,94 Aguardar 34,96%

13 SUZB3 11/01/2019 5% R$ 41,47 R$ 42,00 R$ 38,43 Comprar 7,91%

14 B3SA3 01/06/2018 5% R$ 46,12 R$ 32,00 R$ 21,22 Aguardar 117,34%

15 COCE5 18/08/2017 5% R$ 61,00 R$ 55,00 R$ 47,08 Aguardar 29,57%

16 Renda Fixa 5%

RECOMENDAÇÕES ENCERRADAS *

Ativo Início Preço de entrada** Final Preço de saída Desempenho

WSON33 18/08/2017 R$ 31,65 21/12/2018 R$39,95 26,2%

SQIA3 20/10/2017 R$ 27,01 10/05/2019 R$40,30 49,2%

SMLS3 18/08/2017 R$ 57,52 13/12/2019 R$ 38,50 -33,07

ECOR3 23/02/2018 R$ 9,40 30/08/2019 R$ 12,40 32%

HAPV3 18/05/2018 R$ 29,16 10/01/2020 R$ 62,04 112,76%

WATCHLIST **

Ticker Empresa Setor Preço atual (R$) Preço para possível entrada*

CSAN3 Cosan S. A Diversificado R$ 68,95 Abaixo de R$ 35,00

FLRY3 Fleury Saúde R$ 28,44 Abaixo de R$ 17,00

GGBR4 Gerdau S. A Metalúrgica R$ 17,91 Abaixo de R$ 12,50

RAPT4 Randon S. A Bens Industriais R$ 11,84 Abaixo de R$ 7,50

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Disclaimer
As informações constantes deste material podem auxiliar o
investidor em suas decisões de investimento; porém o
investidor será responsável, de forma exclusiva, pela verificação
da conveniência e oportunidade da movimentação de sua
carteira de investimentos e pela tomada de decisão quanto à
efetivação de operações de compra e/ou venda de títulos e/ou
valores mobiliários.

Este material apresenta informações para diversos perfis de


investimento e o investidor deverá verificar e atentar para as
informações próprias ao seu perfil de investimento, uma vez
que as informações constantes deste material não são
adequadas para todos os investidores. Quaisquer projeções de
risco ou retorno potenciais são meramente ilustrativas e,
portanto, não são e não devem ser interpretadas pelo investidor
como previsão de eventos futuros e/ou garantia de resultados.

Além disso, não garantimos a exatidão das informações aqui


contidas e recomendamos ao investidor que não utilize este
relatório como única fonte para embasar suas decisões de
investimento. Os investimentos realizados pelo investidor para
sua carteira estão sujeitos a diversos riscos inerentes aos
mercados e aos ativos integrantes da carteira, incluindo, sem
limitação, risco de mercado, risco de crédito, risco de liquidez,
risco cambial, risco de concentração, risco de perda do capital
investido e de disponibilização de recursos adicionais, entre
outros.

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declaram, nos termos da Instrução CVM nº 598/18, que as
recomendações do relatório de análise refletem única e
exclusivamente as suas opiniões pessoais e foram elaboradas de
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Este material destina-se única e exclusivamente aos assinantes


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responsabilização em processo civil.

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