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Uma dúvida normal que eu gosto de responder logo no início do relatório é que
esse fundo não adquire terras com esse dinheiro e nem está exposto
diretamente a riscos climáticos, ou de problemas de safra. O risco que ele corre
é indireto, caso o devedor do título não pague as suas obrigações.
Um ponto que temos avaliado com bastante frequência é que a dívida do agro-
negócio é comumente indexada ao CDI, e não tanto ao IPCA quanto muitas das
dívidas imobiliárias (CRI). Dessa forma, neste momento de deflação, ou inflação
tendendo a se reduzir e taxa SELIC continuando alta, existe uma tendência
natural macroeconômica a preferirmos esse tipo de ativo, indexado ao CDI.
Fonte: VGIA11
Uma questão interessante dos CRAs indexados ao CDI é que eles não possuem
correção monetária. O valor integral é pago na forma de juros. Então o Fundo
possui duas fontes de receitas principais: receitas com juros mensais dos CRAs
e a receita de negociação antecipada dos CRAs, que gera ganho de capital e
aumenta o retorno.
Lembre-se que a taxa de emissão de um CRA pode ser bem diferente daquela
taxa de aquisição pelo Fundo. Por isso ele informa que a maior parte de taxas
de emissão dos seus CRA giram em torno de CDI +4,50% a CDI + 6,10%, mas
a taxa de aquisição é maior. O Fundo comprou vários dos CRAs com deságio, o
que ajuda o rendimento acumulado.
Fonte: VGIA11
Na minha visão, o VGIA11 é uma espécie de FIAGRO High Yield, mas, como
ainda é um mercado muito novo, os meus conceitos ainda estão em formação.
Outro ponto, que vemos na imagem abaixo, é que o Fundo utiliza uma
alavancagem chamada de “operação compromissada reversa”. O Fundo
repassa CRAs para alguma instituição financeira com uma rentabilidade menor
que a de face, e assume o compromisso de recompra destes CRAs a serem
exercidos nos próximos três meses.
Se, por um lado, o Fundo toma o risco do compromisso de recompra sem ter o
dinheiro em caixa, por outro lado, este aumenta o seu potencial de retorno com
essa alavancagem e ainda consegue alocar o dinheiro captado em emissões de
forma mais rápida.
Apenas com esses dados fica claro que o Fundo deverá reduzir um pouco o seu
retorno, mas trará uma diluição de risco existente. A grande questão é saber se,
mesmo após essa grande alocação, ele ainda será interessante.
A própria Valora realizou uma projeção em seu prospecto que traz um retorno de
15,6% ao ano médio e 17,0% ao ano no primeiro ano. A Valora utilizou CDI
em 13,45% ao longo do ano 1 e CDI médio de 10,75% ao ano ao longo dos
anos 2 a 5.
Fonte: Valora
Elaborado pela Equipe Dica de Hoje com a planilha do nosso curso Dominando FIIs
O retorno atual de CDI+8% não deve permanecer por muito tempo, mas mesmo
um retorno possível de CDI + 4% ou CDI + 5% ao ano isento de imposto de renda
é muito interessante. Além disso, o investidor estará alocado em CRAs indexados
ao CDI garantindo um ótimo carrego se a taxa de juros não cair, e podendo
garantir muito ganho de capital caso a taxa caia mais rápido do que o previsto.
Este estudo é baseado em informações disponíveis ao público nos próprios sites de RI das
empresas analisadas ou comparadas, consideradas confiáveis na data de publicação.
As opiniões aqui expressas estão sujeitas a mudanças por se tratarem de estimativas baseadas
em fundamentos e projeções de futuro que podem ou não ocorrer.
O analista responsável pela elaboração deste relatório declara, nos termos da Resolução CVM no
20/2021, que as recomendações do relatório de análise refletem única e exclusivamente a sua
opinião pessoal e foram elaboradas de forma independente. Declaro ainda que possuo as cotas
dos Fundos IRDM11, TRXF11, TGAR11, RBED11, LVBI11, XPML11, MALL11, FLMA11, RBVA11 e
VRTA11 contidos neste relatório.
O analista Daniel Isaac Nigri CNPI é o responsável principal pelo conteúdo do relatório e pelo
cumprimento da Resolução CVM no 20/2021.
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