CONSTRUÇÃO OFF-SITE

Construção
Off-site

1
CONSTRUÇÃO OFF-SITE

ÍNDICE
APRESENTAÇÃO 05
METODOLOGIA DE TRABALHO 06
1. CONCEITOS RELACIONADOS À CONSTRUÇÃO OFF-SITE 10
Benchmarking setorial Visia: Construção off-site em diferentes segmentos
Benchmarking setorial Brasil ao Cubo: Fast construction

2. CONSTRUÇÃO OFF-SITE COM ESTRUTURAS E 20

SISTEMAS METÁLICOS
Benchmarking setorial Gerdau: Inovação em cadeia
Benchmarking setorial Kingspan Isoeste: Painéis industrializados
Benchmarking setorial Saint-Gobain: Fachadas leves

3. CONSTRUÇÃO OFF-SITE COM ESTRUTURAS 28

E SISTEMAS EM WOOD FRAME E MADEIRA ENGENHEIRADA
Benchmarking setorial Tecverde: Como linha de produção
Benchmarking setorial Amata Urbem: Transformação com CLT e MLC
Benchmarking setorial Noah: Biofilia e redução de emissões

4. CONSTRUÇÃO OFF-SITE COM SISTEMAS 37

CONSTRUTIVOS EM BASE DE CONCRETO
Benchmarking setorial Empório do pré-moldado: Produtividade e previsibilidade
Benchmarking setorial Stamp: Painéis arquitetônicos
Benchmarking setorial Precon: Flexibilidade de layout

5. SOLUÇÕES HÍBRIDAS DA CONSTRUÇÃO OFF-SITE 43

Benchmarking setorial Aratau: Modular híbrido
Benchmarking setorial Astra: Instalações mais racionais
Benchmarking setorial Ambar: Componentes industrializados

CONCLUSÃO 49
CRÉDITOS 50

2
A construção modular off-site é um sis-
tema construtivo em ascensão no Bra-
sil e no mundo em função da necessi-
dade de elevar a produtividade, reduzir
ciclos e custos globais, melhorar a pre-
visibilidade e construir de modo mais
sustentável e eficiente, com menos
desperdícios.
Nos últimos anos, temos acompanhado
o crescimento desse segmento, que atrai
a atenção de bancos, fundos de investi-
mento, venture capital, grandes empresas
de tecnologia e companhias tradicionais.
Todo um ecossistema de inovação tem se
formado em torno da proposta de valor da
construção modular.
Para gerar mais conhecimento sobre o
assunto e identificar oportunidades e
desafios para a industrialização do setor,
a Rede Construção Digital e Industriali-
zada (RCDI) criou o Grupo de Trabalho
“Construção off-site”.
Ao longo de pouco mais de quatro meses
e de cinco encontros, o GT fez uma imer-
são em conceitos que envolvem a cons-
trução modular e nos múltiplos sistemas
construtivos que podem ser viabilizados
fora dos canteiros.
Ao longo das próximas páginas você terá
a oportunidade de conferir o resultado
desse trabalho e saber um pouco mais
sobre esse método de construir que nos
aproxima da Construção 4.0 e pode nos
ajudar a superar desafios gigantescos,
como baixa produtividade e elevado défi-
cit habitacional.
Aproveite e tenha uma excelente leitura!
Roberto de Souza
CEO CTE/enredes
CONSTRUÇÃO OFF-SITE

A METODOLOGIA APLICADA AO GRUPO

DE TRABALHO

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CONTRIBUIÇÕES APLICAÇÃO

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PRÁTICA

5 4
Desenvolvimento Desenvolvimento
da competência da conciência

Rodas do Aprendizado: Metodologia GT CTE Enredes

Os Grupos de Trabalho consistem em Muito aplicada na formação de líderes

um programa colaborativo de debates e
desenvolvimento de ideias oferecido às
empresas da Rede Construção Digital e
Industrializada (RCDI), administrada pelo
CTE enredes.
Reunindo os principais elos da cadeia
produtiva, o GT Construção Off-site conta
com a participação de empresas fornece-
doras, projetistas, construtoras e incorpo-
radoras. Ao todo são 76 profissionais com
diferentes backgrounds de 58 empresas
associadas à RCDI.
O GT foi estruturado em alinhamento à
Roda do Aprendizado, um instrumento
de educação andragógico que estimula o
uso do pensamento sistêmico e promove
a mudança do modelo mental, no sentido
de uma visão compartilhada.
empresariais, a metodologia foi utilizada
para a elaboração dos roteiros dos encon-
tros virtuais do Grupo, que totalizaram mais
de 15 horas de trabalho. Ao longo desse perí-
odo, foram realizadas dinâmicas em grupo,
sessões de benchmarking e trabalhos de
reflexão, passando pelo ciclo completo
de educação. Também foram promovidas
palestras com profissionais especialistas
referências para o setor. O objetivo foi levar
para os participantes do Grupo conceitos
sólidos sobre os temas abordados.
A geração e a troca de conhecimentos não
se esgotaram nos encontros virtuais. Elas
estenderam-se via ferramentas de comu-
nicação digital (WhatsApp e Slack) e com
o preenchimento de formulários concebi-
dos para estimular a reflexão dos partici-
pantes sobre os temas de cada encontro.

4
CONSTRUÇÃO OFF-SITE

Todo o trabalho foi conduzido com
foco na garantia dos objetivos finais
do Grupo para diferentes stakeholders.
Para as empresas participantes, a ini-
ciativa procurou capacitar talentos, tan-
gibilizar conhecimento adquirido e gerar
negócios.
Para os profissionais, o plano foi auxiliar o
desenvolvimento de carreiras, melhorar a
empregabilidade e a construção de autori-
dades. Por fim, o GT tinha como ambição
agregar benefícios para a sociedade, pro-
duzindo conteúdo relevante aplicável às
organizações e capaz de contribuir para a
perpetuidade dos negócios.

DIRETRIZES DO GRUPO DE TRABALHO

Assumir o papel de Adotar o tripé da Atuar em economia

empresa na tríplice sustentabilidade como compartilhada, dividindo
hélice da inovação e um valor coletivo. o conhecimento.
empreendedorismo.

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CONSTRUÇÃO OFF-SITE

TEMAS E ESPECIALISTAS
TEMAS E ESPECIALISTAS

Conceitos Paulo Oliveira,

ENCONTRO relacionados à Aratau Construção Modular
construção off-site Eduardo Deboni,
Visia
Murilo Mello,
Brasil ao Cubo

Construção off-site Rosane Bevilaqua,

ENCONTRO Gerdau
com estruturas e
sistemas metálicos Gabriela Mantovani,
Kingspan Isoeste
Alexandre Takara,
Saint-Gobain

Construção off-site Stael Xavier,

ENCONTRO Tecverde
com estruturas e
Ana Carolina Cardozo,
sistemas em wood Amata
frame e madeira
Nicolaos Theodorakis,
engenheirada Noah

Construção off-site Francisco Oggi,

Empório do Pré-moldado
ENCONTRO com sistemas
Silvio de Oliveira,
construtivos em Stamp Pré-fabricados
base de concreto
Victor Andrade,
Precon Engenharia

Soluções híbridas da Paulo Oliveira,

ENCONTRO Aratau
construção off-site
Cleverson Callera,
Astra
Luciana Delfino,
Ambar

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CONSTRUÇÃO OFF-SITE

PAULO OLIVEIRA EDUARDO DEBONI MURILO MELLO ROSANE BEVILAQUA

CEO na Aratau Sócio e Diretor de Gerente de engenharia Coordenadora
Construção Modular novos negócios na e P&D na Brasil ao de marketing de
Visia Cubo construção metálica
e industrializada da
Gerdau

GABRIELA ALEXANDRE TAKARA STAEL XAVIER ANA CAROLINA

MANTOVANI Coordenador técnico Gerente de sucesso do PEGAROZO
Arquiteta comercial da unidade cliente. Analista de projetos
especificadora da de Fachadas Leves na na Amata
Kingspan Isoeste Saint-Gobain

NICOLAOS FRANCISCO OGGI SILVIO DE OLIVEIRA VICTOR ANDRADE

THEODORAKIS Diretor na Empório do Gerente de Projetos na Diretor de Operações
CEO e sócio-fundador Pré Moldado Stamp na Precon Engenharia
da Noah

CLEVERSON CALLERA LUCIANA DELFINO

Ex-gestor nacional de Gerente de projetos de
vendas técnicas na inovação da Ambar
Astra e atual Diretor
Comercial da Autodoc.

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CONSTRUÇÃO OFF-SITE

1 — CONCEITOS RELACIONADOS À
CONSTRUÇÃO OFF-SITE

TÓPICOS ABORDADOS NESTE CAPÍTULO:

Conceitos e Definições relacionadas a Construção Off-site
Tipologias de Construção Modular
Vantagens da construção modular off-site
BENCHMARKING SETORIAL VISIA
BENCHMARKING SETORIAL BRASIL AO CUBO

A construção industrializada é uma rota um levantamento realizado pela Markets

capaz de ajudar as empresas da constru-
ção civil a entregar produtos melhores e
a vencer barreiras atreladas à baixa pro-
dutividade, ao alto nível de desperdício,
aos efeitos da inflação em obras de ciclo
longo e ao elevado custo e uso intensivo
de mão de obra.
Nesse contexto, a construção modular off-
-site vem se destacando. De acordo com
and Markets, a expectativa de cresci-
mento é de 5,75% ao ano, para o mercado
de construção modular global, entre 2020
e 2025. Esse mesmo estudo aponta o Bra-
sil, a China e o Japão como países com
maiores oportunidades para a construção
modular se desenvolver, graças a fragilida-
des como escassez ou alto custo de mão
de obra e déficit habitacional elevado.

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CONSTRUÇÃO OFF-SITE
CONCEITOS E DEFINIÇÕES
A construção industrializada utiliza téc-
nicas e processos inovadores através da
produção baseada em manufatura. Ela
O QUE É OFF-SITE?
O termo off-site refere-se à prática de
fabricar os componentes de uma cons-
trução fora do canteiro, ou seja, em uma
fábrica ou em uma instalação temporá-
ria adequada para isso. Uma vez pron-
tos, os componentes são transportados
em conjuntos ou subconjuntos para a
montagem da estrutura completa no
local onde a edificação será localizada.
explora a computação, a automação, a
mecanização, a robótica e a tecnologia
aplicada aos materiais de construção.
O QUE É A CONSTRUÇÃO
MODULAR?
A construção modular consiste em um
método ou processo de construção
onde módulos são independentes ou
montados em conjunto para compor
estruturas maiores. Embora os termos
“industrialização”, “off-site” e “modu-
lar” frequentemente caminhem juntos,
o fato é que uma edificação pode ter
um projeto modular, sem ser industriali-
zada. Também há casos de construções
com elementos industrializados que
não tiram proveito da modularidade.
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CONSTRUÇÃO OFF-SITE

Em apresentação aos participantes do GT, o engenheiro Paulo Oliveira, CEO da

Aratau Construção Modular, explicou que há três pilares que sustentam a construção
modular off-site:

Pré-construção:
garante
construtibilidade,
antecipação de
incertezas, redução de
riscos de projetos e
minimização de
mudanças.

Fast construction:
é a rota para acelerar
o processo
construtivo. Esse
conceito contempla
simplificação de
processos, fluxo ágil
na cadeia de valor,
redução de interfaces,
uso de sistemistas Projeto integrado
e racionalização ao BIM: garante o
de etapas. trabalho colaborativo e
integrado da cadeia de
valor. O BIM é um
grande integrador de
pessoas e tecnologias,
e de ferramentas
como Lean
Construction,
engenharia simultânea,
engenharia e análise
de valor, entre outras.

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CONSTRUÇÃO OFF-SITE

TIPOLOGIAS DE CONSTRUÇÃO MODULAR

Componentes Painel 2D Modular 3D Híbrido Edificações Completas

Volume

• Treliças de madeira • Painéis de fechamento Banheiro Pronto (Pod)

ou aço (cobertura) •
• Painéis de cobertura
• Lajes pré-fabricadas • Módulo de escada
• Painéis de piso • Módulo de elevador
• Módulo de Quarto | • Modular 3D + 2D • Edificação modular integral
Sala | Cozinha
(integral ou parcial)

A construção modular off-site pode ser Uma das vantagens da construção modu-
painelizada, volumétrica ou híbrida. No lar off-site é a diversidade de soluções dis-
primeiro grupo estão painéis bidimensio- poníveis que podem, inclusive, ser combi-
nais, como os de fechamento, as lajes e nadas. O chassi estrutural, por exemplo,
as coberturas. pode ser de aço, concreto, steel frame,
wood frame ou MLC (madeira laminada
Já a construção volumétrica refere-se a colada). A escolha entre uma ou outra
módulos tridimensionais plug and play, tecnologia, ou mesmo a opção por siste-
como os banheiros e dormitórios prontos, mas combinados, deve tomar como base
além dos módulos de escada e de eleva- o melhor para cada projeto.
dores. Essa modalidade de construção se
caracteriza pela concentração ainda mais Da mesma forma os painéis de fecha-
alta de atividades fora do canteiro, menor mento são disponibilizados em maté-
número de pessoas on-site, maior segu- rias-primas variadas: concreto, concreto
rança na operação e prazos de execução reforçado com fibras de vidro, metálico,
mais curtos. madeira engenheirada, madeira, painel
wall, vidro, painel isotérmico, ACM, chapas
Há, também, a construção modular híbrida, cimentícias, drywall, etc.
que mescla módulos 3D e painéis.

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CONSTRUÇÃO OFF-SITE

MATERIAL COMPONENTE MÓDULO UNIDADE EDIFICAÇÃO

Concreto Viga Fachada 1 Unidade 1

Pav. Tipo

Armaduras Escada Fachada 2 Unidade 2

Formas Painel Banheiro Unidade 3

Parede (POD)

Vidro Base Piso Fachada 3 Unidade 4 Edificação

VANTAGENS DA CONSTRUÇÃO MODULAR OFF-SITE

Com dados da consultoria norte-americana McKinsey, percebe-se que a construção modu-
lar proporciona uma série de benefícios como:

Trabalho em ambiente controlado, menos consumo de água e energia

Previsibilidade de prazos e custos
Compactação de prazos de até 50% (decorrentes da simultaneidade, principalmente)
Redução de custos de até 20%.

“
Se considerarmos a redução de despesas indiretas,
como as decorrentes de uma obra mais breve, esses
ganhos podem ser ainda maiores”.
Paulo Oliveira, CEO da Aratau Construção Modular

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CONSTRUÇÃO OFF-SITE

A sustentabilidade, ainda mais em um gás carbônico (CO2) e por elevado desper-

momento de maior protagonismo dos crité-
rios ESG (Environmental, Social and Gover-
nance, em inglês), é outro ponto a favor
da industrialização. Vale lembrar que a
construção civil tem um peso relevante na
questão ambiental, sendo atualmente res-
ponsável por 21% das emissões globais de
dício de materiais em obras. Nesse sentido,
a construção modular tem potencial para
reduzir o desperdício de materiais para
menos de 2%, além de utilizar matérias-pri-
mas mais sustentáveis como o aço, que
tem alta reciclabilidade, e a madeira, que
captura de carbono na atmosfera.

HOJE

Módulos feitos Transporte Montagem no

na fábrica dos módulos canteiro de obras

Módulos são
utilizados com
objetivo inicial

DEPOIS

Retirada / Montagem de
Desmontagem nova obra

Esquema adaptado sobre transformação dos Módulos a partir de conteúdo da Visia Construção Modular

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CONSTRUÇÃO OFF-SITE

O QUE QUEREMOS?
As empresas da cadeia da construção têm graus de maturidade e interesses dis-
tintos com relação à construção modular off-site. Quando perguntados sobre as
motivações para integrar o GT, os participantes responderam:

FABRICANTES E FORNECEDORES PROJETISTAS E CONSTRUTORAS

DE TECNOLOGIA
Atuar junto aos players da con-
strução industrializada para fornecer
tecnologia, produtos e sistemas que
solucionem as dores de projetistas e
construtoras;
Entender como as partes se inte-
gram na construção off-site e for-
necer soluções que facilitem essa
integração;
Atuar com softwares que auxiliem
o projeto e o planejamento de uma
construção off-site;
Trabalhar com processos que não
dependam de soluções artesanais de
projeto. Fugir de erros, de retrabalho
e de imprecisões na obra;
Obras mais rápidas, organizadas e
limpas, menos desperdícios de mate-
riais no canteiro, menos pessoas nos
canteiros;
Redução de custo de mão de obra,
redução de custos indiretos, maior
controle tecnológico e maior previsi-
bilidade no orçamento;
Identificar quais são os sistemas dis-
poníveis no mercado para integrá-los
da maneira mais eficiente em um pro-
jeto de construção off-site;
Garantia de qualidade do produto
final e padronização.

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CONSTRUÇÃO OFF-SITE
BENCHMARKING SETORIAL VISIA
CONSTRUÇÃO OFF-SITE EM
DIFERENTES SEGMENTOS
Com duas fábricas — uma no Rio Grande
do Sul e outra na Bahia — a Visia tem uma
jornada que começou com a pré-fabrica-
ção de concreto. Um dos seus principais
nichos de atuação é na construção de
presídios, para o qual a construtora paten-
teou um sistema baseado em módulos de
concreto de alto desempenho reforçado
com fibra de vidro.
Com essa tecnologia, a Visia atingiu um
nível de 65% a 70% de industrialização.
Fábrica da Visita, Fonte: Site da Visia
Há mais de 40 anos no mercado de construção, a Visia constrói com
sistema modular desde 2000. A empresa já entregou mais de cinco
mil módulos e mais de um milhão de metros quadrados, em todo o
território brasileiro.
Embora todo o conjunto de celas utili-
zasse o sistema off-site, outras áreas da
penitenciária ainda eram executadas de
forma convencional. Isso os motivou, em
2007, a buscar na Alemanha uma metodo-
logia para atingir 90% de industrialização.
Foi a partir daí que a empresa incorporou a
seu portfólio o sistema modular com chas-
sis de aço galvanizado, lajes de concreto
e fechamento externo com painéis GRC
(concreto reforçado com fibra de vidro).
Isso permitiu à Visia construir um presídio
em ¼ do tempo, desde a terraplenagem,
em comparação ao método convencional
com alvenaria e concreto moldado in loco.
Com o sistema metálico leve baseado em
módulos de 3 x 6 m e 3 x 7 m, a Visia tem
conquistado espaço também em empre-
endimentos comerciais, educacionais,
institucionais e residenciais. Entre os
projetos recém-concluídos pela constru-
tora está a ampliação da escola Dinâmica
Jurerê, em Florianópolis. Com 800 m2, a
obra envolveu um mês de trabalho de pro-
dução em fábrica, três dias de montagem
no canteiro e um mês para a finalização.
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CONSTRUÇÃO OFF-SITE
BENCHMARKING SETORIAL BRASIL AO CUBO
FAST CONSTRUCTION
Em 2020, em plena pandemia de coronaví-
rus, a Brasil ao Cubo ganhou enorme des-
taque na mídia pela construção de cinco
hospitais, em localidades diferentes, em
um período de 120 dias. O feito inédito na
engenharia nacional foi possível com a
fabricação off-site dos módulos de forma
descentralizada. Da fábrica da Brasil ao
Cubo em Santa Catarina saíram os chassis
Projeto Level da Brasil ao Cubo
metálicos, transportados até a fábrica
da Tecverde, responsável pela produção
das vedações incluindo todas as redes
de infraestrutura de elétrica, hidráulica e
gases medicinais. Os conjuntos 3D foram,
então, transportados em carretas para a
montagem em seus locais definitivos.
Outro projeto emblemático na jornada da
Brasil ao Cubo é o Level, primeiro edifício
off-site volumétrico da América Latina.
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CONSTRUÇÃO OFF-SITE

Com oito pavimentos, o prédio corpora-
tivo foi concluído em Tubarão, SC, após
100 dias de montagem com 54 módulos
construídos com chassis de aço unidos
por aparafusamento.
O gerente de engenharia, pesquisa e
desenvolvimento, Murilo Mello, revelou
que foram muitos os desafios técnicos a
serem superados nesse empreendimento,
que se destaca pela arquitetura de linhas
arrojadas. Após o içamento, a acoplagem
dos módulos foi possível graças à precisão
milimétrica de cada chassis, construído
sobre o mesmo gabarito, na fábrica. Além
disso, a manutenção da estrutura metálica
aparente exigiu algumas medidas para se
enquadrar às exigências do Corpo de Bom-
beiros, quanto ao tempo de resistência
ao fogo. Nos trechos em que a estrutura
fica escondida, optou-se pela argamassa
projetada contra fogo. Já nos trechos visí-
veis, foi aplicada pintura intumescente,
com acabamento de poliuretano.
Outro desafio da Brasil ao Cubo, assim
como ocorre com outras empresas do setor,
é a alta dos custos de matérias-primas.

“
Ter a Gerdau como sócia nos ajuda a acessar o aço
a preços mais competitivos. Ainda assim precisamos
constantemente procurar soluções alternativas para
otimizar custos”.
Murilo Mello, Gerernte de Engenharia e P&D
na Brasil ao Cubo

Fundada em 2016, a Brasil ao Cubo é líder em construção modular off-site

no Brasil. Com sede em Tubarão (SC), a construtech conta com mais de
300 colaboradores e já entregou obras em 14 estados brasileiros.

17
CONSTRUÇÃO OFF-SITE

2 - CONSTRUÇÃO OFF-SITE COM

ESTRUTURAS E SISTEMAS METÁLICOS

TÓPICOS ABORDADOS NESTE CAPÍTULO:

Estruturas Metálicas
Barreiras à utilização da construção metálica
Recomendações para viabilizar a construção off-site em aço
BENCHMARKING SETORIAL GERDAU
BENCHMARKING SETORIAL KINGSPAN ISOESTE
BENCHMARKING SETORIAL SAINT-GOBAIN

Um olhar mais atento para as transformações sociais e econômicas que acontecem no

mundo permite identificar algumas tendências para os próximos anos.
Em apresentação aos participantes do GT Construção Off-site, Rosane Bevilaqua, coor-
denadora de marketing de construção metálica e industrializada da Gerdau, citou alguns
movimentos que direcionam a construção global para a industrialização. Entre eles:

O aumento da demanda por

estruturas mais adaptáveis.
Cada vez mais as estruturas
das edificações deverão ser
flexíveis, capazes de se
ajustar às mudanças no Escassez de mão de
perfil de uso; obra crescente

Maior valorização Ampliação de marcos

das questões regulatórios e
relacionadas à restrições quanto aos
sustentabilidade e processos de
aos princípios ESG construção.

18
CONSTRUÇÃO OFF-SITE

“Nesse contexto, a construção off-site haja uma aceleração cada vez mais forte
é um trend topic”, comentou Bevilaqua, de soluções que promovam a industriali-
reforçando que a tendência é a de que zação da construção.

ESTRUTURAS METÁLICAS
O aço possui três características que explicam sua participação tão marcante no mercado
da construção modular:

Precisão dimensional

Capacidade de suporte de cargas com peças esbeltas e leves

Industrialização.

“
Com o aço é possível explorar o beneficiamento das
peças 100% off-site e trabalhar diretamente a conexão
dos projetos em BIM com os equipamentos CNC
(Comando Numérico Computadorizado), trazendo a
industrialização de ponta a ponta”.
Rosane Bevilaqua, Coordenadora de marketing de
construção metálica e industrializada da Gerdau

19
CONSTRUÇÃO OFF-SITE
Talvez por isso, soluções em aço tenham
se enraizado entre as experiências mais
bem sucedidas com construção off-site
no Brasil, como as fachadas em light steel
frame e o chassi metálico para módulos
volumétricos. “Sistemas industrializados
exigem conexão com outros sistemas
igualmente industrializados. Por isso, é
necessário um nível de precisão muito
alto, algo que o metal garante”, argumen-
tou a executiva da Gerdau.
20
CONSTRUÇÃO OFF-SITE
BARREIRAS À UTILIZAÇÃO DA CONSTRUÇÃO METÁLICA
Mas há uma série de obstáculos a serem
superados para o avanço da construção
metálica off-site no Brasil. A começar pela
falta de isonomia tributária para sistemas
construtivos produzidos fora do canteiro e a
carência de modelos de financiamento que
incentivem obras mais velozes.
No momento, a alta do preço do aço é um
desafio extra para a expansão das estru-
turas metálicas de modo geral. Há uma
volatilidade muito grande nos preços
de insumos e, de uma maneira geral, os
produtos industrializados sofreram alta
superior à dos materiais da construção
tradicional.
RECOMENDAÇÕES PARA VIABILIZAR A CONSTRUÇÃO
OFF-SITE EM AÇO
1. Buscar soluções e sinergias
em colaboração com outros
agentes da cadeia da construção;
6. Antecipar. Quanto mais cedo
os sistemas industrializados
forem integrados no processo
de projeto e concepção,
maiores tendem a ser os
benefícios (tempo, velocidade,
racionalidade, etc).
Além disso, a pandemia de Covid-19 mos-
trou o quanto as questões de prazo e asser-
tividade da obra são importantes. No caso
dos empreendimentos comerciais, é possí-
vel mensurar e demonstrar de maneira mais
eficaz os ganhos obtidos com a redução
do tempo e dos desperdícios em obra. Mas
ainda é preciso difundir de maneira mais
ampla essas vantagens na cultura constru-
tiva brasileira.
Contudo, a mentalidade já está sendo trans-
formada pela profusão de experiências exi-
tosas com módulos metálicos. As próprias
barreiras culturais têm caído por terra com
tais avanços.
2. Transformar a cultura
da empresa com foco
em parcerias;
3. Investir em mão de
obra especializada;
4. Buscar parceiros com
expertise na fabricação de
perfis e componentes;
5. Contabilizar custos de modo
global. É preciso calcular
ganhos diretos e indiretos;
21
CONSTRUÇÃO OFF-SITE

BENCHMARKING SETORIAL GERDAU

INOVAÇÃO EM CADEIA “A proposta inicial é sair de fábrica com

A estratégia de inovação da Gerdau está
intrinsecamente ligada à construção
modular off-site. Um indicador é a movi-
mentação da Gerdau Next, unidade de
negócio criada para diversificar o portfó-
lio global da companhia com novos negó-
cios. O braço de inovação da siderúrgica
brasileira tem como meta responder por
pelo menos 20% da receita total do Grupo
em dez anos. Para isso, vem trabalhando
para desenvolver tecnologias, produtos,
serviços e parcerias.
módulos volumétricos de cômodos 100%
prontos, incluindo instalações prediais,
revestimentos e marcenaria”, adianta
Rosane Bevilaqua, coordenadora de marke-
ting de construção metálica e industria-
lizada da Gerdau. Segundo ela, somente
com projetos que envolvam diferentes
elos da cadeia será possível desenvolver
soluções que realmente impulsionem a
construção modular off-site no Brasil.

Foi assim que a Gerdau adquiriu 33% da

Brasil ao Cubo. Outro resultado foi a par-
ceria com a CMC Módulos, acelerada no
programa Ventures Gerdau. Junto com a
Urbic e a Saint-Gobain, as duas empresas
desenvolvem, no momento, um protótipo
de edifício residencial de múltiplos pavi-
mentos. O projeto se baseia em chassis
de aço com perfis W e perfis de chapa
dobrada conectados com um nó especial,
inteiramente executado na indústria.

Maior empresa brasileira produtora de aço e uma das principais

fornecedoras de aços longos nas Américas, a Gerdau tem ações listadas
nas bolsas de valores de São Paulo, Nova Iorque e Madri. Em julho de
2020, a empresa anunciou a criação da Gerdau Next, braço de novos
negócios focado no desenvolvimento de produtos e negócios, adjacentes
à produção de aço.

22
CONSTRUÇÃO OFF-SITE

BENCHMARKING SETORIAL
KINGSPAN ISOESTE

PAINÉIS INDUSTRIALIZADOS isolamento térmico, os painéis se desta-

As fachadas são uma etapa que costuma
ser fator de preocupação para as cons-
trutoras, seja pela intensa demanda de
mão de obra, seja pela suscetibilidade a
manifestações patológicas. A Kingspan
Isoeste tem buscado dar uma resposta a
essa dor por meio de painéis pré-fabrica-
dos metálicos autoportantes. Com núcleo
de espuma de alta densidade que propicia
cam pela leveza, pelas espessuras esbel-
tas e pela instalação facilitada que chega
a ser até seis vezes mais veloz em compa-
ração ao sistema tradicional.
Entre os cases de aplicação da tecnologia,
destaca-se um empreendimento da Urbic,
em São Paulo, para o qual foram desenvol-
vidos painéis de aço em tonalidade espe-
cífica para o projeto.

“
O edifício residencial foi inicialmente concebido com
painéis arquitetônicos de concreto. O problema é
que havia uma limitação de peso para içamento por
guindaste imposta pelo Plano Diretor”
Gabriela Mantovani, arquiteta especificadora
da Kingspan Isoeste

Isso gerou a oportunidade de aproveita- Nesse projeto, o cliente escolheu um

mento dos painéis metálicos, que pesam
apenas 11 quilos por metro quadrado.
Outro case citado por Mantovani foi o
empreendimento Dolce Vita, composto
por residências erguidas com madeira
engenheirada voltadas para terceira idade.
revestimento metálico com multidobras e
seis opções de cores de modo a permitir
um grau mais elevado de personalização
das casas, revelou Mantovani.

A Kingspan Isoeste é a junção da Kingspan, líder mundial em

sistemas construtivos isotérmicos, com a brasileira Isoeste.
Com cinco fábricas no país e uma no Uruguai, a empresa
oferece soluções para envelopamento para fachadas,
coberturas, divisórias internas e portas.

23
CONSTRUÇÃO OFF-SITE

BENCHMARKING SETORIAL SAINT-GOBAIN

FACHADAS LEVES Já as chapas Glasroc X, executadas em

A unidade de Fachadas Leves da Saint-Go-
bain foca em dois sistemas de vedação
para edificações verticais e horizontais. O
Nextera Fachadas (Brasilit), composto por
chapas cimentícias, pode ser empregado
em edifícios de até 90 metros de altura.
A tecnologia promete diminuir até 6% do
custo com fundações e estruturas devido
à leveza das placas e reduzir em até seis
meses o prazo da obra, em comparação à
alvenaria.
gesso revestido com véu de vidro e com-
posto polimérico, podem ser usadas em
áreas externas e sujeitas a intempéries. Por
ser um material muito leve e fácil de manu-
sear, tem instalação rápida (até 20% do
tempo dos sistemas tradicionais) e limpa.
Ambos os sistemas são compatíveis com
sistemas construtivos leves de fachada,
como light steel frame e light wood frame.

“
Mas dispor de um sistema de alto desempenho, com
produtos e componentes certificados, não é suficiente
para assegurar alto desempenho. É necessário,
também, garantir a montagem adequada.”
Alexandre Takara, coordenador técnico comercial da
unidade de Fachadas Leves na Saint-Gobain

24
CONSTRUÇÃO OFF-SITE

É por isso que a Saint-Gobain vem inves- de construir os componentes paineliza-

tindo no monitoramento da obra, realizado
por engenheiros que acompanham a mon-
tagem da fachada, do primeiro ao último
parafuso, com auxílio de drones para visto-
ria em casos de áreas com difícil acesso.
Entre os exemplos de aplicação das facha-
das leves, Takara cita o Apuí Studios, um
conjunto de três edifícios residenciais em
São Paulo. Implantado em uma área den-
samente ocupada e com espaço limitado
de canteiro, a obra recorreu à estratégia
dos fora do canteiro, incluindo a fachada
de light steel frame, com acabamento em
chapa cimentícia.
Outro projeto interessante é a de uma casa
na Vila Madalena, também em São Paulo,
desenvolvida com a Cubicon, que traba-
lha com módulos tridimensionais off-site.
Nesse caso, o módulo leve, de apenas 7,5
toneladas, chegou ao canteiro já com os
acabamentos finalizados.

Fachada leve da Saint-Gobain. Fonte: Saint-Gobain

Sistema Glasroc X. Fonte: Saint-Gobain

Com operações em 70 países e 171 mil funcionários, a Saint-Gobain

foi fundada em 1665 na França. No Brasil, o Grupo responde por
marcas líderes em seus segmentos, como Brasilit, Quartzolit, Placo,
Isover, Ecophons, OWA, entre outras.

25
CONSTRUÇÃO OFF-SITE

3 — CONSTRUÇÃO OFF-SITE COM

ESTRUTURAS E SISTEMAS EM WOOD
FRAME E MADEIRA ENGENHEIRADA

TÓPICOS ABORDADOS NESTE CAPÍTULO:

Madeira engenheirada
Construção painelizada com wood frame
Mercado em maturação
BENCHMARKING SETORIAL TECVERDE
BENCHMARKING SETORIAL AMATA URBEM
BENCHMARKING SETORIAL NOAH

Embora a cultura da construção brasileira no país as possibilidades surpreenden-

ainda seja, em grande parte, centrada no
concreto, outros materiais têm conquis-
tado espaço no mercado. É o caso da
madeira, que deixou de ser associada a
estruturas provisórias ou frágeis e passou
a ser encarada como solução altamente
tecnológica e aplicável a diversas tipolo-
gias construtivas.
Empresas especializadas na fabricação
de madeira engenheirada têm difundido
tes do material na arquitetura e na cons-
trução civil. Se por aqui esses sistemas
construtivos ainda carregam uma aura de
novidade, em países mais desenvolvidos
o aproveitamento dessa solução é consa-
grado. Segundo dados da Amata, há mais
de 45 fábricas de madeira engenheirada
em operação no mundo. Outro dado inte-
ressante é que o wood frame está pre-
sente em 90% das edificações nos EUA e
no Japão.

26
CONSTRUÇÃO OFF-SITE
Fonte: CTE
MADEIRA ENGENHEIRADA
O termo madeira engenheirada refere-se a
uma série de produtos fabricados a partir
de pinus ou eucaliptos que, após a extra-
ção, são submetidos a tratamentos e pro-
cessos que agregam qualidade e homo-
geneidade. Entre eles, destacam-se a
madeira laminada colada (MLC), utilizada
para vigas e pilares, e a madeira laminada
cruzada (CLT, do termo em inglês Cross
Laminated Timber), aproveitada na con-
fecção de lajes e paredes estruturais.
Pré-fabricados, esses materiais, viabilizam
a produção de edifícios com racionalidade,
precisão, produtividade e baixo peso.
Mas um dos maiores apelos da madeira
engenheirada é sua sustentabilidade. Ao
contrário do concreto e do aço, trata-se de
uma matéria-prima totalmente renovável,
obtida de reflorestamento. Além disso, a
madeira captura carbono da atmosfera,
contribuindo para a redução do efeito
estufa. Estima-se que um metro cúbico
de madeira engenheirada retire uma tone-
lada de gás carbônico da atmosfera. Isso
agrega um valor extra a essa tecnologia,
ainda mais em um contexto de valoriza-
ção dos princípios ESG (Environmental,
Social and Governance).
27
CONSTRUÇÃO OFF-SITE
CONSTRUÇÃO PAINELIZADA COM WOOD FRAME
Assim como o CLT (cross laminated tim-
ber, em inglês) e a MLC (madeira lamelada
colada), o wood frame também oferece
oportunidades interessantes para a indus-
trialização das estruturas de edificações.
Esse sistema construtivo baseia-se em
frames produzidos com montantes de
pinus autoclavado distanciados entre si
em função das características do projeto.
As paredes externas têm chapa de OSB,
membrana hidrófuga, chapa cimentícia
e acabamento convencional. Já as pare-
des internas são compostas por chapa de
OSB e drywall. Tal configuração permite
ao usuário fixar prateleiras e quadros em
qualquer ponto da parede, sem parafusos
especiais. Os painéis são montados em
pátios fabris e saem para o canteiro com
as instalações e janelas já embutidas.
O interesse das construtoras por esse
método construtivo se explica, princi-
MERCADO EM MATURAÇÃO
Projetistas e construtores reconhecem
os diversos benefícios da construção
industrializada em madeira, mas apon-
tam como desafio relevante a relativa
escassez de mão de obra e de forne-
cedores produzindo em larga escala.
Entretanto, mais e mais empresas espe-
cializadas têm se estabelecido no Brasil
– e parece ser uma questão de tempo o
alcance de um patamar mais elevado na
oferta dos componentes e dos serviços a
eles relacionados.
palmente, pela velocidade de execução
até quatro vezes maior do que a alvena-
ria convencional. Tal ritmo se deve, em
grande parte, à otimização da gestão da
produção, que possibilita que diferentes
atividades sejam executadas ao mesmo
tempo, e à pouca interferência das condi-
ções climáticas no decorrer da obra.
O wood frame é aplicável a projetos de
diferentes padrões, mas as tipologias
mais comuns são as casas térreas e os
edifícios da tiplogia térreo + 3 pavimen-
tos. Todos esses casos se beneficiam do
custo mais competitivo garantido pelos
ganhos de produtividade da produção
industrial. Segundo dados da Tecverde, as
obras com esse sistema construtivo, além
de serem mais rápidas, gerarem menos
resíduos e terem alto índice de produtivi-
dade, agregam aos incorporadores redu-
ção de custos indiretos.
Em especial no caso da estrutura de
madeira reticulada, também são comuns
os receios relacionados ao comporta-
mento do material no caso de exposição
ao fogo. Mas essa preocupação não se
justifica. Isso porque além de tratamento
com verniz retardante de chamas e de
um projeto que proporcione a compar-
timentação adequada, a obtenção do
TRRF (Tempo Requerido de Resistência
a Fogo) exigido pelo Corpo de Bombei-
ros está relacionada ao desempenho
28
CONSTRUÇÃO OFF-SITE

mecânico do material. A conquista desse Com relação à durabilidade, a vida útil

índice depende, portanto, de um dimen-
sionamento que considere a seção extra
de madeira que pode, eventualmente, car-
bonizar, e a seção estrutural que precisa
ser mantida para suportar as cargas.
de uma edificação erguida com madeira
deve ser análoga à esperada para os
demais sistemas construtivos, como o
aço e o concreto.

RECOMENDAÇÕES PARA VIABILIZAR A

CONSTRUÇÃO OFF-SITE EM MADEIRA
Os participantes do GT se reuniram para debater potenciais aplicações da madeira enge-
nheirada na construção off-site, bem como os gargalos a serem eliminados para alavancar
o uso desse sistema construtivo. As principais conclusões foram as seguintes:

Tokenização:
a blockchain abre
caminho para o
contrato ser
tokenizado.

Imutabilidade:
tudo o que acontece na
blockchain é imutável,
diferente do que ocorre
nos bancos de dados
comuns. Automação: a blockchain
tem o potencial de uma rede
Validação do conteúdo: de atores usarem contratos
as plataformas validam a automatizados para
assinatura, não validarem e registrarem
necessariamente o transações e a assinatura é
documento. Com a somente uma ponta do
blockchain é possível processo.
validar o conteúdo do
documento. User experience: a
experiência do usuário
Custo:
não muda quando há
o custo entre as duas soluções
migração da plataforma
também é semelhante, às vezes
de assinatura digital para
com vantagem para a tecnologia
a blockchain.
blockchain. Isso porque as platafor-
mas de blockchain geralmente cobram por contrato. Já Interpretação objetiva:
as plataformas de assinatura digital trabalham com um por meio dos smart contracts, a blockchain
pacote de assinaturas. Ou seja, se você tem um contrato traz objetividade e elimina entendimentos
com dez assinaturas, pagará por dez itens faturáveis. diversos. As assinaturas digitais não
Na rede blockchain você vai pagar por um contrato, fazem isso.
independentemente do número de assinaturas.

29
CONSTRUÇÃO OFF-SITE

BENCHMARKING SETORIAL TECVERDE

COMO LINHA DE PRODUÇÃO atua como barreira ao vapor d’água e ao

Combinando conceitos de produção
industrial com a tecnologia wood frame,
a Tecverde desenvolveu um sistema que
aloca 85% das etapas de construção em
fábrica. Cada frame é produzido com
madeira estrutural de florestas plantadas,
com dupla secagem e tratada com preser-
vante químico, que garante durabilidade
superior a 50 anos. O fechamento é exe-
cutado com chapas OSB sobre as quais
é aplicada uma membrana hidrófuga, que
calor. O sistema é complementado por
chapa cimentícia de acabamento (lado
externo) e chapa de gesso (lado interno).
Os painéis recebem, ainda em fábrica,
tubulação hidráulica, instalações elétricas
e esquadrias, e graças a essa tecnologia, a
Tecverde pode produzir quinze casas por
dia e construir uma torre na tipologia tér-
reo + 3 pavimentos em somente seis dias,
com uma equipe de sete montadores.

“ Também conseguimos reduzir 80% de resíduos

na obra e elevar em quatro vezes a velocidade
de execução na obra.”
Stael Xavier, gerente de sucesso
do cliente na Tecverde

Para melhorar ainda mais a jornada de
seus clientes e maximizar sua eficiên-
cia, a Tecverde está desenvolvendo uma
plataforma de componentes. O objetivo
é padronizar as soluções de tecnologia
que vão nos projetos, como, por exemplo,
esquadrias e acabamentos. Isso traz inte-
ligência para a fase de projetos e colabora
para facilitar ainda mais a execução.

Com mais de 175 mil metros quadrados construídos em todo território

nacional, a Tecverde atua no mercado desde 2009. A empresa, que
faz parte de um grupo mundial formado pela Etex e pela Arauco,
desenvolveu um sistema construtivo que utiliza painéis em wood
frame como principal matéria-prima.

30
CONSTRUÇÃO OFF-SITE

BENCHMARKING SETORIAL AMATA URBEM

TRANSFORMAÇÃO COM CLT E MLC produtos que já são amplamente utili-

Com uma fábrica em construção para pro-
duzir anualmente 60 mil m2 de madeira
engenheirada, a Amata Urbem aposta
na expansão do mercado de construção
industrializada. A empresa foca em dois
zados no hemisfério norte: o CLT (cross
laminated timber, ou madeira laminada
colada cruzada) e o MLC (glued lamina-
ted timber, ou madeira laminada colada),
também conhecido como Glulam.

Esquema de madeira engenheirada CLT retirado do site da Amata

https://amatabrasil.com.br/da-floresta-para-a-cidade/

31
CONSTRUÇÃO OFF-SITE

Esquema de madeira engenheirada Glulam ou MLC retirado do site da Amata

https://amatabrasil.com.br/da-floresta-para-a-cidade/

O CLT pode ser usado em diversos siste-
mas, como paredes, lajes e coberturas.
Já o MLC é utilizado geralmente em ele-
mentos estruturais, como pilares e vigas.
De acordo com a engenheira Ana Carolina
Cardozo, analista de projetos na Amata, a
madeira engenheirada pode ser aplicada
em diferentes tipologias de edificação. Há
edifícios em outros países que ultrapas-
sam 85 metros de altura

32
CONSTRUÇÃO OFF-SITE

“A Amata participou, em 2020, da construção da loja conceito

da fabricante de chocolates Dengo. Projetada pelos arquitetos
do escritório Matheus Farah e Manoel Maia, a edificação de
1500 m2 e quatro pavimentos, em São Paulo, tem lajes de CLT
e vigas e pilares de madeira laminada colada. A obra utilizou
218 m2 de madeira, o que representa 194 toneladas de CO2
capturado”. A qual montagem da estrutura de madeira foi
realizada em 37 dias.
Ana Carolina Cardozo, analista de projetos na Amata

Fábrica da Dengo, fonte: AMATA Urbem

Com mais de 10 anos de atuação no mercado nacional, a Amata

tem como principal propósito a gestão sustentável e rentável de
ativos florestais. Por meio da Urbem, a empresa traz para o mercado
brasileiro uma indústria em larga escala de madeira engenheirada.

33
CONSTRUÇÃO OFF-SITE

BENCHMARKING SETORIAL NOAH

BIOFILIA E REDUÇÃO DE em linhas de montagem com alta previsi-

EMISSÕES
A Noah é uma incorporadora focada no
desenvolvimento de empreendimentos,
inicialmente corporativos e comerciais,
construídos com madeira engenheirada. O
objetivo, segundo o CEO e sócio-fundador
Nicolaos Theodorakis, é criar ambientes
inovadores e mais saudáveis, a partir de
um sistema estrutural industrializado e de
alta precisão, transformando os canteiros
bilidade de custos e prazos, além de índi-
ces mínimos de perdas de materiais.
A redução do tempo de obra traz ganhos
como maior segurança para o investidor, o
que acarreta diminuição de custo de dívida
e de prêmios de seguro. Outro ponto é o
custo indireto da construtora, que dimi-
nui proporcionalmente ao prazo de obra.
Essas são algumas das vantagens da
construção com a madeira engenheirada.

“
Quando a gente compara custo sobre custo com
sistemas convencionais, naturalmente a madeira é mais
cara, dada a melhor impressão que o produto traz para
o empreendimento. Mas conforme entendemos como
desenvolver produtos com essa tecnologia, percebemos
ganhos de eficiência satélites decorrentes da abreviação
do cronograma e da maior previsibilidade de obra”
Nicolaos Theodorakis, CEO e sócio-fundador da Noah

A Noah Wood Building Design é uma construtech que aposta na

madeira engenheirada como substituto de materiais estruturais que
não são renováveis e emitem muito CO2. No momento, a empresa
está trabalhando no desenvolvimento de um edifício corporativo
de onze pavimentos, em São Paulo, e na estruturação de um fundo
imobiliário verde.

34
CONSTRUÇÃO OFF-SITE
4 — CONSTRUÇÃO OFF-SITE COM
SISTEMAS CONSTRUTIVOS EM BASE
DE CONCRETO
TÓPICOS ABORDADOS NESTE CAPÍTULO:
Cadeia integrada
Recomendações e desafios para viabilizar a construção off-site em concreto
BENCHMARKING SETORIAL EMPORIO DO PRÉ MOLDADO
BENCHMARKING SETORIAL STAMP
BENCHMARKING SETORIAL PRECON ENGENHARIA
Ao longo de décadas, consolidou-se na
construção brasileira o emprego de uma
enorme variedade de componentes pré-
-moldados de concreto nas várias tipolo-
gias de edifício. Tanto elementos estru-
turais como soluções para vedação e
fachadas têm sido largamente adotados
pelas construtoras, acelerando a execu-
ção e atribuindo mais confiabilidade ao
processo construtivo.
Mas, se por um lado os pré-moldados de
concreto fazem parte da cultura constru-
tiva brasileira, por outro, ainda há desafios
a enfrentar para que seu uso alcance um
patamar de racionalização e industrializa-
ção mais elevado.
Em apresentação aos participantes do GT
Construção Off-site, Francisco Oggi, con-
sultor na Empório do Pré-Moldado, escla-
receu que o momento requer um mergulho
em um processo industrial, para além do
uso pontual de elementos pré-fabricados.
A industrialização depende do desenvolvi-
mento de um processo produtivo e não de
um produto.
Segundo ele, de posse de um processo
verdadeiramente industrializado, o cons-
trutor não fica preso à execução de ape-
nas uma tipologia de produto. Pelo contrá-
rio: o processo racionalizado permite que
vários tipos de produto possam se origi-
nar de um único sistema.
Nessa linha, o canteiro precisaria ser
encarado como uma linha de montagem,
um espaço produtivo em que diferentes
componentes e serviços são agregados
para a montagem final do produto — e
não como o local onde os materiais ainda
são processados para formar componen-
tes, como ocorre no processo artesanal
convencional.
35
CONSTRUÇÃO OFF-SITE

CADEIA INTEGRADA

Uma etapa primordial na definição de um profissionais envolvidos. Os colabora-

sistema industrializado de construção é a
da coordenação de projetos. A metodolo-
gia DfMA (Design for Manufacturing and
Assembly, ou Projeto para Fabricação e
Montagem), operada por meio da tecnolo-
gia BIM, permite que se coordenem simul-
taneamente as etapas de concepção, pes-
quisa de materiais, logística e projetos,
de modo que seja possível administrar
de forma orgânica os processos de pla-
nejamento, produção e montagem. Trata-
-se de uma abordagem de design que se
concentra na facilidade de fabricação e na
eficiência da montagem. Ao simplificar o
design de um produto, é possível fabricá-
-lo e montá-lo de maneira mais eficiente,
em menos tempo e com menor custo.
Tais ferramentas de coordenação de pro-
jeto propiciam ganhos diversos ao pro-
cesso construtivo, atribuindo-lhe mais
produtividade e previsibilidade, reduzindo
imprecisões e desperdício e aumentando
a confiabilidade do produto.
A adoção de um sistema industrializado
de construção exige profundas transfor-
mações culturais por parte de todos os
dores, por exemplo, precisam desenvol-
ver uma visão sistêmica e passar a ver
o escritório como uma extensão do polo
produtivo.
Nesse contexto, projetistas e fornecedo-
res devem ser parceiros, ou seja, agentes
de um mesmo processo industrial. A com-
preensão que eles têm de que o modelo
de relação esperado se baseia em uma
visão comum de cadeia produtiva deve
ser o princípio definidor de sua escolha
no momento da contratação. Além disso,
a pré-construção irá substituir a forma
como fazemos projetos atualmente de
maneira a contemplar a forma de produ-
ção e incluir informações relevantes para
viabilizar uma produção enxuta e ágil.
O engenheiro defende que os materiais
dos componentes não devem ser selecio-
nados de forma unidimensional, mas com
base em critérios bem definidos quanto à
sua performance e custo em cada caso.
Dessa forma, não faz sentido determi-
nar previamente que uma certa obra só
empregará pré-moldados de concreto ou
componentes metálicos, por exemplo.

“
A adoção de soluções híbridas aparece hoje como o
cenário ideal para a incorporação de novos materiais e
um processo executivo mais bem-sucedido”.
Francisco Oggi, consultor na Empório
do Pré-Moldado

36
CONSTRUÇÃO OFF-SITE

RECOMENDAÇÕES E DESAFIOS PARA VIABILIZAR A

CONSTRUÇÃO OFF-SITE EM CONCRETO

Os participantes do GT debateram desafios e possibilidades de ampliação da construção

off-site em concreto. Os principais highlights foram os seguintes:

Os pré-fabricados de A pré-fabricação reduz Há potencial de uso dos Os componentes

concreto garantem maior riscos para o projeto/obra; pré-fabricados de pré-fabricados oferecem
velocidade na execução, concreto por conta da uma ampla diversidade de
menos escoramento e agilidade de execução, da soluções técnicas e
qualidade na estrutura; economia de insumos e arquitetônicas. Eles
da possibilidade de também colaboram para
produção em escala; reduzir consideravelmente
a geração de resíduos;

Ao contrário de sistemas A precisão e a interface Sistemas industrializados No caso dos painéis de

construtivos em madeira com os demais sistemas trabalham com baixas fachada, o custo da
e metálica, o peso próprio pode ser um desafio a ser tolerâncias. Os tecnologia pode ser um
de estruturas de concreto superado com a adesão pré-fabricados de gargalo, mas isso pode
armado pode ser um ao BIM; concreto, quando não são ser atenuado com a
ponto desfavorável e bem executados, podem redução de prazo de
merece atenção; não atender a essa execução.
exigência por precisão;

37
CONSTRUÇÃO OFF-SITE

BENCHMARKING SETORIAL EMPÓRIO

DO PRÉ-MOLDADO

PRODUTIVIDADE E PREVISIBILIDADE subsolos, conquistando um índice de

A Empório do Pré-moldado atua com foco
em processos construtivos industriais,
recorrendo a metodologias inovadoras
de gestão do conhecimento e aplicação
de tecnologias que aumentem a racio-
nalização nos canteiros. Sob o comando
do engenheiro Francisco Oggi, a empresa
tem entre seus projetos mais recentes
um empreendimento da Lucio Engenha-
ria, em Pinheiros, São Paulo. O edifício
citado conta com sete pavimentos e três
industrialização superior a 90%.
A Empório do Pré-moldado esteve envol-
vida, ainda, nas obras do Parque da
Cidade, complexo de uso misto, também
na capital paulista. Nesse caso, a solução
explorada combinou pré-fabricados de
concreto (pilares, vigas e lajes alveolares
protendidas) a um core de concreto mol-
dado in loco em formas trepantes. Com
isso, foi possível reduzir o cronograma de
obra em, pelo menos, seis meses.

Com mais de 40 anos de experiência em projetos e

assessoramento de obras, a Empório do Pré-Moldado
trabalha com consultoria e coordenação de projetos em
DFMA. Sua a atuação se estende desde o desenvolvimento
de produtos, prototipagens, ensaios, desenvolvimento de
projetos de produção, entre outras atividades.

38
CONSTRUÇÃO OFF-SITE

BENCHMARKING SETORIAL STAMP

PAINÉIS ARQUITETÔNICOS parte dos arquitetos, sem perder o caráter

Os painéis pré-fabricados Stamp substituem
os fechamentos tradicionais das fachadas,
reduzindo prazo de execução, tamanho
da equipe em canteiro e desperdícios. Ao
mesmo tempo, trata-se de uma tecnologia
que possibilita ampla liberdade criativa por
industrial do processo.
Produzidos em ambientes controlados,
os painéis contribuem para a obtenção de
selos verdes, têm espessura média de 10
cm e peso máximo de 16 toneladas.

“
As placas não ocupam área de estoque em excesso.
Uma equipe de montagem com cinco pessoas consegue
uma montagem média de 6 a 8 peças por dia”.
Silvio de Oliveira, gerente de projetos na Stamp

Segundo ele, o prazo final da obra pode

ser reduzido em até seis meses por conta
dessa tecnologia, que dispensa acaba-
mentos complementares.
“Elementos como repetitividade dos pai-
néis, dimensão, tipo de cimento e agrega-
dos utilizados, textura e detalhes de fôrma
influenciam o custo da obra”, ponderou Oli-
veira, ressaltando que a melhor relação cus-
Painéis de pré-fabricados de concreto da Stamp para
to-benefício costuma estar nos painéis com Data Center Itaú em Mogi Mirim/SP; Fonte: Apresen-
áreas de 12 a 20 m2 (e peso de 2,5 t a 5 t). tação da Stamp no Encontro 4 do Grupo de Trabalho.

A Stamp pertence ao grupo canadense BPDL e está no Brasil desde

1994, sendo a precursora da tecnologia dos painéis pré-fabricados
arquitetônicos. A empresa conta com equipes próprias treinadas
para execução de todas as atividades: engenharia, projeto,
fabricação, transporte e montagem.

39
CONSTRUÇÃO OFF-SITE

BENCHMARKING SETORIAL PRECON

FLEXIBILIDADE DE LAYOUT Minha Vida (hoje Casa Verde e Amarela), a

Originada em uma fábrica de pré-fabrica-
dos de concreto, a Precon Engenharia tem
o objetivo de produzir habitação popular
através de processos inovadores. Para aten-
der às demandas do Programa Minha Casa
empresa desenvolveu a Solução Habitacio-
nal Precon (SHP), que se baseia na produ-
ção, em fábrica, de painéis de vedação com
tijolo cerâmico, revestidos com argamassa
e que chegam à obra já com as esquadrias e
instalações embutidas.

“
Esse sistema tem como ponto forte oferecer um padrão
de qualidade e agregar grau de flexibilidade que não
costumam ser ofertados em edificações erguidas com
alvenaria estrutural ou parede de concreto”
Victor Andrade, diretor de operações
da Precon Engenharia

A empresa já entregou 5 mil unidades com

o sistema na região metropolitana de Belo
Horizonte e agora está em expansão para o
Rio de Janeiro e Juiz de Fora.

“Para o futuro próximo, a empresa busca

desenvolver edifícios de 20 pavimentos com
sistema off-site”, comentou Andrade, lem-
brando que as unidades construídas pela
Precon garantem maior possibilidade de
customização por terem paredes removíveis Processo de Montagem da Estrutura e Painéis da
e são 100% adaptáveis para acessibilidade. Solução Habitacional Precon; Fonte: Site da Precon

Com mais de 9 mil unidades vendidas, a Precon tem mais 55

anos de história e 10 anos de atuação no mercado imobiliário. A
empresa é referência em incorporação imobiliária industrializada
e desenvolveu a Solução Habitacional Precon (SHP), onde os
edifícios são produzidos em plantas industriais e montados nos
canteiros de obras.

40
CONSTRUÇÃO OFF-SITE
5 — SOLUÇÕES HÍBRIDAS DA
CONSTRUÇÃO OFF-SITE
TÓPICOS ABORDADOS NESTE CAPÍTULO:
Tecnologias incorporadas
Recomendações para viabilizar a construção industrializada híbrida
BENCHMARKING SETORIAL ARATAU CONSTRUÇÃO MODULAR
BENCHMARKING SETORIAL ASTRA
BENCHMARKING SETORIAL AMBAR
O uso de sistemas mistos de aço e concreto
ganhou força no Brasil nas últimas déca-
das, impulsionado pela necessidade de ace-
lerar os prazos de execução e aumentar a
racionalidade no canteiro. Estruturas metá-
licas combinadas com núcleo de concreto
e fechamento com painéis cimentícios, por
exemplo, tornaram-se uma solução ampla-
mente empregada no segmento de edifícios
corporativos.
Mas as combinações possibilitadas pela
construção off-site vão muito além do que a
maior parte das construtoras tem praticado.
Conforme destaca o engenheiro Paulo Oli-
veira, CEO da Aratau Construção Modular, a
construção modular é versátil e pode explo-
rar soluções híbridas com módulos tridimen-
sionais e bidimensionais (painéis), podendo
ainda lançar mão de uma ampla gama de
materiais, tanto no chassi estrutural, quanto
nos outros subsistemas. Os chassis podem
ter estrutura metálica pré-fabricada, estru-
tura de concreto pré-fabricada, em light steel
frame, em wood frame ou de MLC madeira
engenheirada.
Já as vedações externas dos módulos
podem ser em painéis isotérmicos, em pai-
néis pré-fabricados de concreto, em painéis
de concreto celular autoclavado, em painéis
de GFRC (glass fiber reinforced concrete),
em painéis metálicos de madeira engenhei-
rada, de vidro, de ACM (aluminum compo-
site material), ou em chapas cimentícias. As
vedações internas podem ser em drywall,
em CLT (madeira engenheirada) ou em cha-
pas cimentícias especiais para painéis de
pisos e para lajes de cobertura podem ser
utilizados painéis wall, chapas cimentícias
e placas pré-fabricadas de concreto, por
exemplo.
Tais possibilidades têm sido exploradas de
diferentes maneiras pelos fabricantes de
módulos em painel (2D) ou volumétricos
(3D), a depender da tipologia de edificação
e dos requisitos de projeto. Longe de enges-
sar as variações possíveis no que tange à
escolha dos materiais mais adequados, a
repetitividade do processo industrial permite
a customização dos componentes e módu-
los com agilidade e flexibilidade.
Estabelecido o processo de fabricação e
montagem nesses moldes, os materiais tam-
bém podem ser intercambiados de acordo
com as possíveis flutuações de preço no
mercado, de modo que o fator econômico
não seja um impeditivo à construção off-site.
41
CONSTRUÇÃO OFF-SITE
TECNOLOGIAS INCORPORADAS
Visando acelerar a execução, os fabrican-
tes têm incluído uma série de instalações
e kits em painéis e em módulos volumétri-
cos, que já saem das plantas prontos para
a montagem. Fabricantes especializados
em instalações hidráulicas, por exemplo,
oferecem kits prontos para inserção em
painéis, de maneira que o módulo chega
ao canteiro sem a necessidade de insta-
lação de tubulações. Com isso, deixa-se
de executar no canteiro, uma atividade
tradicionalmente artesanal, que demanda
a gestão de uma quantidade enorme de
itens e que é bastante suscetível a falhas.
O mesmo acontece com as instalações
elétricas. A exemplo dos chicotes elétri-
cos tradicionalmente usados na indústria
automotiva, empresas vêm desenvolvendo
soluções racionalizadas para a instalação
de módulos elétricos em painéis e chassis.
Paulo Oliveira explica que os módulos che-
gam não apenas prontos para a montagem
no canteiro, mas já saem da fábrica aptos
ao uso pelo cliente final, assim que são
montados, no canteiro de obras e conec-
tados entre si e com a infraestrutura. Cus-
tomização é a palavra-chave nesse caso.
É o cliente que vai decidir se devem ser
incluídos apenas kits mais básicos ou se
o módulo deve vir completo.
No caso de empreendimentos populares,
a inclusão de kits industrializados de sub-
sistemas não apenas agiliza o tempo de
execução como também reduz patologias
e desperdícios em obra, tendo impacto
positivo no custo. Eles ainda permitem
que seja utilizada uma equipe reduzida no
canteiro, diminuindo custos indiretos.
42
CONSTRUÇÃO OFF-SITE
RECOMENDAÇÕES PARA VIABILIZAR A CONSTRUÇÃO
INDUSTRIALIZADA HÍBRIDA
Os participantes do GT Construção off-site foram perguntados sobre a potencial utilização
de sistemas construtivos industrializados híbridos em suas empresas. As respostas resul-
taram nos seguintes insights:
Os sistemas híbridos Os sistemas construtivos
sintetizam bem o conceito híbridos ou mistos permitem
de construção off-site: a utilização de materiais
agilidade de execução, distintos onde cada um
redução de custos desempenha melhor a sua
(racionalização) e função. Exemplo: aço
minimização de erros resistindo à tração, concreto
durante a execução; resistindo à compressão,
madeira trazendo leveza, etc;
As barreiras culturais para
adoção de sistemas
híbridos estão bastante
superadas;
A combinação de
sistemas potencializa
vantagens e minimiza as
desvantagens de cada
material. Isso se traduz
em um sistema global
mais eficiente, econômico
e estético;
Os custos elevados e os Os sistemas construtivos
estudos das interfaces híbridos são ótimas
dos sistemas são alternativas para
desafios a ser superados solucionar problemas
para a expansão da logísticos.
construção industrializada
híbrida;
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CONSTRUÇÃO OFF-SITE

BENCHMARKING SETORIAL ARATAU

MODULAR HÍBRIDO acessórios, paisagismo, telhado verde e

A Aratau Construção Modular fundamenta
todo seu processo construtivo na produ-
ção de módulos volumétricos (3D) e de
painéis (2D), com o máximo possível de
atividades off-site. Os módulos são mon-
tados no canteiro, os quais darão origem
a diferentes tipologias de edificação.
No caso dos módulos volumétricos, um
chassi estrutural recebe, em fábrica, pai-
néis de vedação externa, lajes, vedações
internas e pisos, inteiramente pré-fabri-
cados. Na etapa seguinte, o cliente pode
selecionar os kits que desejar incluir, cus-
tomizando seu produto final com combos
de acabamento e de lazer, de automação
e climatização, além de opcionais, como
kit de energia fotovoltaica, armários
planejados, móveis, eletrodomésticos,
até horta vertical.
No empreendimento Reserva Quinta dos
Pinhais, no interior de São Paulo, a Aratau
está envolvida em um empreendimento
com 56 casas de alto padrão. Paulo Oli-
veira, CEO da Aratau Construção Modular,
citou, também, a concepção de edifícios
para residência estudantil para um empre-
endedor que pretende montar duas ins-
talações em São Paulo e quatro no inte-
rior do estado. Os prédios serão erguidos
sobre terrenos alugados e, por isso, devem
ser realocáveis. “Para esse caso, o projeto
de arquitetura realizado pela Gaaz prevê a
construção dos módulos tridimensionais
sobre pilotis combinados a conjuntos de
banheiros prontos”, informou Oliveira.

A Aratau Construção Modular é uma startup que oferece

solução completa de construção modular off-site, com
foco no segmento residencial de médio e alto padrão em
condomínios. O produto Aratau é híbrido, composto por módulos
bidimensionais e tridimensionais. A empresa também oferece
uma experiência disruptiva para o cliente (pedido de patente
protocolado no INPI), com o apoio de tecnologia de arquitetura
imersiva, utilizando um software de realidade virtual, para a
comercialização e customização do produto e ainda, para o
acompanhamento da fabricação dos módulos e da montagem
das casas no terreno pelo cliente, remotamente e em tempo real,
através de APP mobile.

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CONSTRUÇÃO OFF-SITE

BENCHMARKING SETORIAL ASTRA

INSTALAÇÕES MAIS RACIONAIS canteiro”, afirmou Cleverson Callera, ex-ges-

Fornecedora de materiais para diferentes
etapas construtivas, a Astra tem um por-
tfólio de produtos voltado para a indus-
trialização de alguns subsistemas. Entre
as soluções estão kits hidráulicos, forma-
dos por um chicote hidráulico, chassi de
esgoto e chassi de chuveiro. “Inteiramente
executados na fábrica, os kits podem com-
por painéis ou módulos volumétricos que
depois são enviados para a montagem num
tor nacional de vendas técnicas na Astra e
atual Diretor Comercial da Autodoc.
Outro componente muito aproveitado em
obras industrializadas é o piso-box, peça
monolítica que dispensa a execução de ser-
viços que envolvem a espera de tempo de
cura, como a impermeabilização.
A Tecverde já montou mais de 1.250 banhei-
ros com piso box da Astra.

“
Praticidade e agilidade de instalação, garantia de
estanqueidade e eliminação de potenciais erros de
caimento são algumas vantagens associadas a esse
produto”
Cleverson Callera, ex-gestor nacional de
vendas técnicas na Astra e atual Diretor Comercial
da Autodoc.

A Astra é uma indústria nascida no interior de São Paulo com 64

anos de atuação e seis fábricas no Brasil. Possui um portfólio
variado, composto por itens voltados para a construção, que vão da
fundação da obra ao acabamento, do item técnico ao de decoração.

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CONSTRUÇÃO OFF-SITE

BENCHMARKING SETORIAL AMBAR

COMPONENTES INDUSTRIALIZADOS gerente de projetos de inovação da Ambar,

Visando impulsionar a industrialização na
construção, a Ambar produz componentes e
kits para infraestrutura elétrica, hidráulica e
climatização com foco em ganho de produ-
tividade. Conforme explica Luciana Delfino,
a aplicação dos sistemas pré-fabricados da
empresa tem o potencial de reduzir o custo
da obra em 15%, em média. Além disso, a
produtividade em campo cresce em até
70%, enquanto a equipe no canteiro sofre
uma redução de 40%.

Módulos hidráulicos da Ambar; Fonte: Ambar

Como parte de sua jornada, a Ambar está lançando família

de componentes para drywall. “São caixinhas que não são
presas nos montantes, nem nas placas, desenvolvidas para
atender a todas as espessuras dos montantes”, adiantou
Delfino, lembrando que o uso do BIM também está na base
dos processos da Ambar.

A Ambar foi concebida em 2013 para trazer mais eficiência para

cada canteiro de obra do Brasil. Com planta em São Carlos de
14 mil m2, a empresa incorporou empresas como a Polar, que faz
componentes para instalações de infraestrutura elétrica, hidráulica
e climatização que ajudam a elevar a produtividade dos canteiros.

46
CONSTRUÇÃO OFF-SITE
CONCLUSÃO
Ao longo dos cinco encontros realizados
no primeiro semestre de 2021, o GT Cons-
trução Off-site ofereceu a oportunidade de
aquisição de aprendizados importantes,
seja via palestras com especialistas, seja
pela interação entre os participantes.
Foi possível perceber que construção
off-site não é uma tendência, mas uma
necessidade. Além de estar em constante
desenvolvimento nos países mais tecnolo-
gicamente avançados, os problemas que
a fabricação fora do canteiro resolve são
especialmente graves em um país como
Brasil, que convive há anos com baixa pro-
dutividade e com um modelo de produção
economicamente inviável.
Estima-se que até 30% do segmento
residencial e 10% do mercado de lajes
corporativas possam ser transferidos para
a construção modular off-site. Até chegar
a esse patamar, há uma série de obstá-
culos a vencer. Mas a boa notícia é que
tecnologias para ampliar o nível de indus-
trialização das obras existem, assim como
múltiplas rotas, das mais disruptivas às
metodologias mais familiares às práticas
brasileiras.
É fundamental, contudo, que haja maior
integração dos membros da cadeia pro-
dutiva em todas as etapas do desenvolvi-
mento de produtos imobiliários. Os deba-
tes do GT mostraram que o caminho para
viabilizar a construção off-site está na
colaboração.
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CONSTRUÇÃO OFF-SITE

CRÉDITOS

AUTORES
Alexandre Kröner, Sócio da Kröner & Zanutto Arquitetos
Ana Carolina Pegoraro Cardozo, Analista de projetos na Urbem
Ana Gea, Diretora de Marketing na Hilti do Brasil
Bruna Lourenço Santos, Especialista em Planejamento Estratégico na Duratex S.A.
Carlos Everton Kurtz, Engenheiro, na RDO Emp. Imobiliários Ltda
Carolina Gomes Denig, Engenheira de Vendas na Cassol Pré-Fabricados
Charles Stela, Analista de Projetos e Orçamentos na Prestes Construtora e Incorporadora
Daniel Brito, Supervisor de vendas na Autodoc
Daniel Fleming Collaço, Arquiteto Pleno na Königsberger Vannucchi Arquitetos Associados
Danilo Almeida Mota, Coordenador de projetos na Pasqua&Graziano Associados
Diego Faria, Chief Solutions Architect & Innovation na FF Solutions
Eduardo Mascarenhas de Oliveira, Engenheiro civil na Noah
Gabriela Mantovani, Especificadora na Kingspan Isoeste
Guilherme Araújo, Consultor Especialista na Intercement
Henrique Fantin, Especialista de Planejamento Estratégico na Duratex S.A.
Janaína Maria da Silva, Especialista de Marketing na Gerdau
Jhonata Lucas Borges Belchior, Gerente de planejamento e controle da produção na Amplus
Construtora
João Luiz dos Santos Nogueira, Gerente Geral de Obras na BN Engenharia
João Paulo Payar, Diretor de Design / Diretor Associado na Königsberger Vannucchi Arqui-
tetos Associados
Jorge Lima, Gerente Técnico na Viapol
Kaline Schildt da Silva, Coordenadora de Projetos na Tecverde
Leonardo Menezes, Coordenador de Obras na Consciente Construtora

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CONSTRUÇÃO OFF-SITE

Luciana Hergo Delfino, Gerente de Inovacao em Hardware na Ambar

Luciano Fuzaro, Diretor de obras na Habiarte
Magno de Souza Costa, Diretor Técnico na Projelet Projetos de Sistemas Prediais Ltda.
Matheus Lopes de Carvalho, Coordenador na França e Associados
Mykaeli G. Silva, Analista Técnica - Alphaville Urbanismo
Paulo Oliveira, CEO na ARATAU Construção Modular
Pedro Veríssimo Soulé, Engenheiro Civil - Departamento de Projetos na RPS Engenharia
Rafael Tadeu Brotones De Souza, Gerente de Produção e Operações na Método Engenharia
Rafael Tomaz Zacarias, Diretor Técnico na Kingspan Isoeste
Renata Moraes, COO na Autodoc
Roberto Pimentel Lopes, CEO na Multidoor
Talita Perrony, Analista de P&D na Rôgga Empreendimentos

EMPRESAS FORMADAS

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CONSTRUÇÃO OFF-SITE

EQUIPE CTE ENREDES

Facilitadores: Mariana Watanabe e Roberto de Souza
Revisão técnica: Roberto de Souza, Paulo Oliveira e Mariana Watanabe
Equipe de apoio: Isabel Alexandrino, Cristina Mantovani e Tainã Dorea
Redação: Juliana Nakamura - MTB 46.219/SP
Arte: Laboratório de Criação
Coordenação: Carolina Crepaldi e Gabriela Barreto de Souza

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O Centro de Tecnologia de Edificações é uma
empresa de consultoria e gerenciamento espe-
cializada em qualidade, tecnologia, gestão, sus-
tentabilidade e inovação para o setor da constru-
ção. Exerce suas atividades em território nacional
desde 1990, desenvolvendo metodologias e tecno-
logias para a melhoria da gestão das empresas,
dos empreendimentos e das obras, estimulando e
promovendo a produtividade, a competitividade, a
cultura diferenciada e o crescimento sustentável
da cadeia produtiva da construção.

O CTE enredes é uma unidade de negócio do Cen-

tro de Tecnologia de Edificações (CTE), criado
para conectar profissionais e empresas, influen-
ciar mudanças e gerar negócios para a transforma-
ção da indústria da construção brasileira. Voltado
essencialmente para fabricantes de materiais e
equipamentos, projetistas e construtores, tem foco
em inovação, sustentabilidade e qualidade. Para
tanto, oferece ao mercado um pacote de soluções
com o intuito de criar redes de relacionamento,
compartilhar conhecimentos e promover movimen-
tos para a melhoria do desempenho e da produtivi-
dade do setor.

A Rede Construção Digital e Industrializada (RCDI) é

um ecossistema de inovação e relacionamento seto-
rial que promove a conexão dos principais agentes
da cadeia produtiva da construção com soluções
tecnológicas inovadoras. Composta por incorpora-
doras, construtoras, projetistas, fabricantes e forne-
cedores de tecnologia, a RCDI gera conhecimento
atualizado sobre transformação digital e industriali-
zação da construção. Constituída em 2018, a Rede
atualmente é composta por 73 empresas líderes da
cadeia produtiva da construção.
 Rua Pascoal Pais, 525 - 13º andar
Brooklin Novo | São Paulo
CEP: 04581-060
(011) 2149-0300 | enredes@cte.com.br
www.enredes.com.br