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1
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ÍNDICE:
I – Jurisdição e Competência
1. Funções do Estado 4
2. A função jurisdicional 6
2.1. Conceito 6
2.2. Características da Jurisdição 7
3. A tutela jurisdicional 10
4. Classificação da Jurisdição 11
5. A Organização Judiciária Brasileira 13
5.1. O Supremo Tribunal Federal 14
5.2. O Conselho Nacional de Justiça 15
5.3. O Superior Tribunal de Justiça 17
5.4. A Justiça do Trabalho 20
5.4.1. O Tribunal Superior do Trabalho 20
5.4.2. Os Tribunais Regionais do Trabalho 23
5.4.3. Os Juízes do Trabalho 24
5.5. A Justiça Eleitoral 26
5.5.1. O Tribunal Superior Eleitoral 26
5.5.2. Os Tribunais Regionais Eleitorais 28
5.5.3. Os Juízes e as Juntas Eleitorais 29
5.6. A Justiça Militar 31
5.6.1. O Superior Tribunal Militar 32
5.6.2. Os Juízos Militares de 1º grau de jurisdição 32
5.7. A Justiça Federal (justiça comum da União) 35
5.7.1. Os Tribunais Regionais Federais 36
5.7.2. Os Juízes Federais 37
5.8. As Justiças comuns dos Estados, Distrito Federal e Territórios 40
5.8.1. Os Tribunais de Justiça 40
5.8.2. Os Juízes de Direito 42
5.8.2.1. Os Juizados Especiais 44
5.8.3. A Justiça Militar dos Estados 46
5.8.4. A Justiça de Paz 48
6. Competência 49
6.1. Conceito 49
6.2. Critérios para determinação da competência 51
6.2.1. Critério funcional 55
6.3. Operações lógicas para concretização da competência 59
7. Ausência de competência – Incompetência absoluta ou relativa 96
7.1. Incompetência absoluta 97
7.2. Incompetência relativa 98
8. Prevenção – Conexão e Continência 103
8.1. Prevenção 103
8.2. Conexão e Continência 104
9. Perpetuatio Jurisdictionis 109
10. Conflito de competência 110
Jurisdição e Competência
1. – Funções do Estado
2
Interposição Conjunta de Recurso Extraordinário e de Recurso Especial, São Paulo: Dialética, 2005, p.
17.
3
Elementos de Teoria Geral do Estado, p. 104.
Por seu turno, o Estado na atuação da função Executiva,
age de conformidade com a Lei, executando os comandos abstratos e
genéricos contidos nas normas jurídicas.
2. A função jurisdicional
2.1. Conceito
4
Verbete do Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa.
5
Lecciones de Derecho Procesal, Tomo l, p. 195.
6
Cf. Cintra-Grinover-Dinamarco, Teoria Geral do Processo, p. 131.
Em arremate, é imprescindível destacar o clássico,
porém, atualíssimo, conceito de Jurisdição formulado por Chiovenda:
8
Neste sentido, José Frederico Marques, Instituições de Direito Processual Civil, vol. I, p. 261; Arruda
Alvim, Manual de Direito Processual, v. 1, pp. 162/3; Cândido Rangel Dinamarco, A instrumentalidade
do processo, pp. 117/8, especialmente, nota 10.
(iv) litigiosidade - a Jurisdição é exercida quando existe um conflito
intersubjetivo de interesses. Excepcionalmente, em virtude dos bens ou
interesses jurídicos envolvidos, ao Estado-juiz incumbe-se a intervenção
em relações jurídicas não litigiosas, surgindo a denominada jurisdição
voluntária, conceituada como forma de “administração pública de
interesses privados”.9
9
Dada a característica da litigiosidade da jurisdição, costuma-se apontar como um contra-senso, a própria
afirmação da existência de uma jurisdição que seja voluntária.
3. – A tutela jurisdicional
10
Cf. Tutela Jurisdicional Específica: Mandamental e Executiva „Lato Sensu‟, p. 19.
4. – Classificação da Jurisdição
11
Cândido Rangel Dinamarco alude a um numero fechado de órgãos judiciários, Instituições de Direito
Processual Civil, vol. I, p. 366.
5.1. – O Supremo Tribunal Federal
12
A EC nº 45/04 alterou a competência recursal extraordinária do STF, criando uma nova hipótese de
cabimento do recurso extraordinário, ao acrescentar nova alínea ao inciso III, do art. 102, com a seguinte
redação: “Art. 102 – III – d) julgar válida lei local contestada em face desta Constituição”. Sobre o tema,
ver o nosso, As alterações das hipóteses de cabimento dos Recursos Extraordinário e Especial
promovidas pela Emenda Constitucional nº 45, de 8 de dezembro de 2004, in, Aspectos Polêmicos e
Atuais dos Recursos Cíveis (coord. Nelson Nery Jr. e Teresa Arruda Alvim Wambier), São Paulo: RT,
2006, vol. 10, p. 329-336.
13
Publicado no Diário Oficial da União, de 27.10.1980.
5.2. – O Conselho Nacional de Justiça
14
A EC nº 45/04 alterou a competência recursal especial do STJ, alterando uma das hipóteses de
cabimento do recurso especial, ao dar nova redação à alínea „b‟, do inciso III, do art. 105, que passou a ter
a seguinte redação: “Art. 105 – III – b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei
federal”.
15
Publicado no Diário da Justiça, de 7.07.1989.
Prevê-se ainda junto ao STJ, a Escola Nacional de
Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados, e o Conselho da Justiça
Federal ao qual compete “exercer, na forma da lei, a supervisão
administrativa e orçamentária da Justiça Federal de primeiro e segundo
graus, como órgão central do sistema e com poderes correicionais, cujas
decisões terão caráter vinculante” (art. 105, parágrafo único, da C.F., com a
redação dada pela E.C. nº 45/04).
5.4. – A Justiça do Trabalho
16
Cf. Wilson de Souza Campos Batalha, Tratado de Direito Judiciário do Trabalho, V. I, p. 306;
Eduardo Gabriel Saad, CLT Comentada, p. 472.
Prevê-se ainda junto ao TST, a Escola Nacional de
Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho (art. 111-A, §2º,
I, da C.F.), e o Conselho Superior da Justiça do Trabalho, ao qual
competirá “exercer, na forma da lei, a supervisão administrativa,
orçamentária, financeira e patrimonial da Justiça do Trabalho de primeiro e
segundo graus, como órgão central do sistema cujas decisões terão efeito
vinculante” (art. 111-A, §2º, II, da C.F.).
17
Em virtude da alteração explicitada no texto, tornou-se possível, ao menos em tese, extinguir-se TRT‟s
que, em rigor, dado seu volume processual não justificava sua criação e instalação, conforme preleciona
Manoel Antonio Teixeira Filho, A Justiça do Trabalho e a Emenda Constitucional nº 45/2004, pp. 21/2,
in, Revista LTr, Ano 69, nº 01, jan/2005. Igualmente, Ives Gandra da Silva Martins Filho, A Reforma do
Poder Judiciário e seus Desdobramentos na Justiça do Trabalho, p. 31, in, Revista LTr, Ano 69, nº 01,
jan/2005.
Os juízos de 1º grau de jurisdição, na Justiça do
Trabalho, compõem-se de órgãos monocráticos, desde a extinção da
representação classista e, via de conseqüência, da supressão dos juízos
colegiados das Juntas de Conciliação e Julgamento, promovida pela E.C. nº
24/99, como vimos acima.
18
Cf. Herculano de Freitas, Direito Constitucional, p. 399; Pontes de Miranda, Comentários à
Constituição de 1967, Tomo IV, p. 200.
A Justiça Federal de primeiro grau foi extinta através do
golpe de estado liderado por Getúlio Vargas e a Carta outorgada em 1937.
19
A norma tem origem remota na Lei Orgânica da Justiça Federal – LOJF (Lei nº 5.010, de 30.05.1966),
art. 12, que estipula: “Art. 12. Nas Seções Judiciárias em que houver mais de uma Vara, poderá o
Conselho da Justiça Federal fixar-lhes sede em cidade diversa da Capital, especializar Varas e atribuir
competência por natureza de feitos a determinados juízes”.
20
DJU de 25/03/94, p. 12.136, Caderno 1, Parte 1.
A competência dos juízes federais encontra-se em onze
incisos, no art. 109, da C.F. O principal critério de sua estipulação é ratione
personae, tendo em vista a participação na causa da União, entidade
autárquica ou empresa pública federal, como se verifica do teor do inciso I,
do art. 109:
21
Cf. Nelson e Rosa Nery, ob. cit., p. 1.519.
Os recursos são interpostos sempre por intermédio de
advogado para uma Turma Recursal composta de 3 juízes de 1º grau de
jurisdição (art. 41, §§1º e 2º, da Lei nº 9.099/95).
5.8.3. A Justiça Militar dos Estados
6.1. Conceito
22
Cf. Manuale di Diritto Processuale Civile, I, p. 107.
Arruda Alvim define competência como “a atribuição a
um dado órgão do Poder Judiciário daquilo que lhe está afeto, em
decorrência de sua atividade jurisdicional específica, dentro do Poder
Judiciário, normalmente excluída a legitimidade, simultânea de qualquer
outro órgão do mesmo poder (ou, a fortiori, de outro poder)”.23
23
Manual de direito processual civil, vol. 1, p. 262.
6.2. Critérios para determinação da competência
24
Cf. James Goldschmidt, Derecho procesal civil, p. 163; Adolf Schönke, Derecho procesal civil, p. 132
25
Instituições de Direito Processual Civil, vol. II, pp. 213/6.
26
Cf. Moacyr Amaral Santos, Primeiras Linhas de Direito Processual Civil, 1º v., p. 201; Arruda Alvim,
Manual de direito processual civil, vol. 1, p. 262; Nelson e Rosa Nery, Código de Processo Civil
Comentado, p. 471; Humberto Theodoro Júnior, Curso de Direito Processual Civil, v. 1, p. 152; Luiz
Fux, Curso de Direito Processual Civil; 85/99.
(iii) funcional – “pelo qual se separam as atribuições dos diversos
juízes num mesmo processo”.27
27
Cf. Moacyr Amaral Santos, Primeiras Linhas de Direito Processual Civil, 1º v., p. 202/4. Esta é a lição
da doutrina alemã, v. por todos, Jauernig, Direito processual civil, p. 79.
28
Idem, p. 201.
29
Instituições de Direito Processual Civil, vol. I, p. 328.
substituição ou distribuição dos serviços entre os elementos e pessoas que o
integram”.30
30
Cf. Frederico Marques, ob. cit., p. 330.
31
Cf. Instituciones del nuevo proceso civil italiano, pp. 130 e 138. O esquema de distribuição de
Carnelutti foi caracterizado como “de extrema complexidade e utilidade prática muito discutível”, por
Cândido Rangel Dinamarco (Instituições..., v. 1, p. 415), que, todavia, utiliza-se de vários de seus
elementos em sua bem elaborada doutrina.
32
Teoria geral do processo, pp. 235/6. Dinamarco acentua que o art. 102, do CPC, reúne valor e
território, sendo esse um dos problemas a ser solucionado pelos critérios de determinação da
competência; aponta que o art. 111, do CPC, reúne matéria e hierarquia, sendo que a 1ª é usada inclusive
para determinar a competência hierárquica; alerta para o fato de que o sistema legal brasileiro não
explicita a necessidade de conjugação de fatores para solução dos problemas (Instituições..., v. 1, pp.
439/441).
Em verdade, são os elementos da demanda (partes,
pedido e causa de pedir), muitas vezes utilizados de modo combinado, que
propiciam a criação dos critérios determinativos da competência. Os
referidos autores estabelecem quais os dados que podem ser obtidos de
cada elemento da ação para determinação de um critério de competência:
(i) partes: a sua qualidade ou a sua sede;
(ii) pedido: a natureza do bem, o seu valor, e a sua situação;
(iii) fatos e fundamentos jurídicos do pedido (causae petendi): a
natureza da relação jurídica de direito material, o lugar em que se
deu o fato do qual resulta a pretensão, e o lugar em que deveria ter
sido cumprida espontaneamente a obrigação reclamada pelo
demandante.33
33
Teoria geral do processo, pp. 233/4.
(ex.: juízo privativo da Fazenda Pública, na comarca de São Paulo, arts. 35
e 36, do Código Judiciário, alterados pelo art. 17, da Lei nº 6.166, de
29.06.1988).
6.2.1. Critério funcional
34
A doutrina alemã faz uso do critério funcional, mas, salienta a inexistência de sua previsão na ZPO, cf.
Othmar Jauernig, Direito processual civil, p. 80.
35
Cf. Frederico Marques, Instituições de Direito Processual Civil, vol. I, pp. 343/4.
certo órgão jurisdicional que se torna competente para praticar outro ato
previamente estabelecido”.36
36
Direito processual civil brasileiro, 1º v., p. 173. No mesmo sentido, Humberto Theodoro Júnior, ob.
cit., v. 1, pp. 158/9; e, Marcelo Abelha Rodrigues, Elementos de direito processual civil, v. 1, p. 197.
37
Dinamarco chama a atenção para o fato que mesmo demandas que se exercem em procedimentos
especiais que se desdobram em mais de uma fase (ex.: monitório, prestação de contas), há apenas um juiz
funcionando no processo (Instituições..., v. 1, p. 436).
38
Cf. Moacyr Amaral Santos, ob. cit., p. 244.
juízo (art. 475-P, II, do CPC, com a ressalva estabelecida em seu parágrafo
único).
39
Cf. Moacyr Amaral Santos, ob. cit., p. 244/5.
40
Vicente Greco Filho, ob. cit., p. 173; Marcelo Abelha Rodrigues, ob. cit., p. 198.
Chiovenda afirma que: “O critério funcional extrai-se da
natureza especial e das exigências especiais das funções que se chama o
magistrado a exercer num processo”, de sorte que deve se conferir
competência funcional a um juiz de um dado território, em virtude dessas
exigências, concorrendo o elemento funcional com o territorial.41
41
Cf. Instituições de Direito Processual Civil, vol. II, p. 214. No mesmo sentido, Luiz Fux afirma tratar-
se de critério funcional de determinação de competência “a função a ser exercida no processo”, Curso de
Direito Processual Civil, p. 97.
42
Ob. cit., p. 433 e 435.
43
Cf. Frederico Marques, ob. cit., p. 412.
6.3. Operações lógicas para concretização da competência
44
Cf. Cândido Rangel Dinamarco, Instituições..., vol. I, pp. 421/2. Segue a mesma lição, Marcus Vinicius
Rio Gonçalves, Novo curso de direito processual civil, vol. 1, p. 58.
1º) Competência em nível internacional - os órgãos do Poder Judiciário
nacional são competentes para a causa?
46
Ver item 5.1 sobre os órgãos fracionários em que se divide o STF.
3º) Competência de „Justiças‟ – a causa ou questão é de competência de
Justiça especializada ou de Justiça comum?
47
Conferir item 7.1 sobre competência absoluta.
Tanto as Justiças „especializadas‟, quanto as Justiças
„comuns‟ estão organizadas mediante uma estrutura hierárquica, possuindo
na base os juízos de 1º grau de jurisdição, sobrepostos pelos Tribunais de 2º
grau de jurisdição, e colimando com órgãos de superposição: os Tribunais
Superiores.
48
Conferir itens 5.4.1; 5.5.1; e, 5.6.1, respectivamente, para a competência do TST, TSE e STM.
49
Conferir itens 5.4.2 e 5.5.2, respectivamente, para a competência dos TRT‟s e TSE‟s.
50
Sobre a composição e competência dos juízos militares de 1º grau de jurisdição, conferir item 5.6.2.
Na Justiça comum, temos como órgão de cúpula o
Superior Tribunal de Justiça, cuja competência originária está prevista no
art. 105, I, da C.F.
51
Conferir item 5.8.3.
comum), encontra-se o órgão que possui competência para processar e
julgar a causa?
52
Instituições..., vol. 1, pp. 485/7.
reunidos na Seção III - Da Competência Territorial, dentro do Capítulo III
– Da Competência Interna, do Título IV, do Livro I.
53
Cf. Dinamarco, ob. cit., vol. 1, p. 451.
54
Instituciones del nuevo proceso civil italiano, p. 139.
Competência territorial no CPC
(i) foro geral ou comum - domicílio réu (94) – ação fundada direito pessoal
ou em direito real sobre bens móveis é proposta no domicílio do réu.
55
Ob. cit., vol. 1, p. 490.
O art. 70, do CC, conceitua: “Art. 70. O domicílio da
pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo
definitivo”. Esta é a regra geral, dispondo os arts. 71 e 73, sobre regras
subsidiárias. O art. 72 criou o domicílio profissional da pessoa natural,
quanto às relações concernentes à profissão, no(s) local(is) onde esta é
exercida. O art. 75, trata do domicílio das pessoas jurídicas. O art. 76, do
domicílio do incapaz, do servidor público, do militar, do marítimo e do
preso. O art. 77, trata da citação no estrangeiro de agente diplomático do
Brasil. E, o art. 78, dispõe sobre eleição de domicílio, em contratos
escritos, para exercício e cumprimento de direitos e obrigações.
56
Cf.Arruda Alvim, Manual de direito processual civil, v. 1, 6ª ed., pp. 283/4.
O §2º, do art. 94, efetivamente traz norma subsidiária à
do caput do dispositivo: sendo incerto ou desconhecido o domicílio do réu,
ele será demandado onde for encontrado ou no foro do domicílio do autor.
(ii.1) foro da situação do imóvel (forum rei sitae) (95) – em regra, ação
fundada em direito real sobre bem imóvel deve ser proposta no foro da
situação da coisa.
58
No mesmo sentido, Marcus Vinicius Rios Gonçalves, ob. cit., p. 65.
reais sobre imóveis e as ações que os asseguram; e, b) o direito à sucessão
aberta.
59
Arruda Alvim, ob. cit., p. 266; Nelson e Rosa Nery, ob. cit., p. 566.
60
Cândido Dinamarco, ob. cit., p. 518; Marcelo Abelha Rodrigues, ob. cit., pp. 200/1.
Ora, ultrapassada a análise da competência territorial ou
de foro, o problema passa a ser de determinação do juízo competente,
mediante o critério funcional de competência originária de Chiovenda, para
o qual a causa deve ser atribuída a um juízo de um dado território, em
virtude de ser este o que melhor pode desempenhar suas funções no
processo.
61
Ob. cit., p. 296 e 300.
62
Cf. Vicente Greco Filho, ob. cit., p. 206; Arruda Alvim, ob. cit., pp. 297/303; Marcus Vinicius Rios
Gonçalves, ob. cit., p. 73; Nelson e Rosa Nery, ob. cit., p. 588. Dinamarco afirma tratar-se de
competência de foro e, portanto, relativa, quando a competência de juízo for estabelecida por critério
territorial e não por critério de matéria, valor ou qualidade das partes (ob. cit., p. 644). Parece-nos que há
dois pesos e duas medidas, já que valor é critério que pode gerar incompetência relativa e não absoluta
(art. 111), contudo, é considerado como de competência absoluta pelo ilustre Professor.
(ii.2) foro do domicílio do autor da herança (forum hereditatis) – (96) –
competente para inventário, partilha, arrecadação, cumprimento de
disposições de última vontade e ações em que o espólio for réu, ainda que o
óbito tenha ocorrido no estrangeiro.
(ii.5) foro nas causas em que for parte a União - (art. 99, do CPC, revogado
pelo art. 109, §§1º e 2º, C.F.)
63
Cf. Luiz Fux, ob. cit., p. 93.
CPC, devendo a demanda ser proposta na seção judiciária perante o juízo
federal competente da situação do imóvel.64
(ii.6) foro nas ações de separação judicial, divórcio direto ou por conversão
e nulidade ou anulação de casamento - (100, I)
64
Nesse sentido, Luiz Fux, ob. cit., pp. 93/4; Cândido Rangel Dinamarco, ob. cit., pp. 509/510; Marcus
Vinicius Rios Gonçalves, ob. cit., p. 71. Parece ter entendimento distinto Arruda Alvim, ao afirmar que
“não prevalece para ela [União] a regra do art. 95, se a aplicação desta importar em infração à
Constituição” (ob. cit., pp. 295/6).
Propositadamente, a norma estipula a „residência‟ e não
„domicílio‟, porque este é o mesmo para marido e mulher, fixado de
comum acordo (art. 1.569, do CC).
65
Cf. Nelson e Rosa Nery, ob. cit., p. 499.
proposto perante o mesmo foro e juízo que conheceu e decidiu
anteriormente ação em que se pleiteou alimentos.
(ii.9) foro das pessoas jurídicas e das sociedades sem personalidade jurídica
- (100, IV, „a‟ a „c‟)
(ii.11) foro do lugar do ato ou fato danoso (forum delicti commissi) - (100,
V)
66
Cf. Dinamarco, ob. cit., p. 525; Nelson e Rosa Nery, ob. cit., p. 500.
Trata-se de ilícito civil, não se referindo a ilícitos penais.
Em se tratando de ilícito penal incide a regra do p. único do art. 100, V, do
CPC.67
67
Cf. Ernane Fidélis dos Santos, Manual de direito processual civil, v. 1, pp. 153/4; Dinamarco, ob. cit.,
p. 529; Marcus Vinicius Rios Gonçalves, ob. cit., p. 69. Entretanto, o STJ já decidiu que o ilícito pode ser
tanto penal, quanto civil, REsp nº 49.251-RJ, 3ª T., v.u., rel. p. ac. Min. Costa Leite. Arruda Alvim
entende tratar-se de ilícito civil, que pode constituir ilícito penal, ob. cit., p. 310.
68
Nelson e Rosa Nery afirmam somente caber de ilícito extracontratual, para o contratual, incide o art.
100, IV, d (ob. cit., p. 500). Luiz Fux (ob. cit., p. 96) e Dinamarco, aceitam ambos (ob. cit., p. 527).
concernente à atividade por ele desempenhada (forum gestae
administrationis - art. 100, V, „b‟, do CPC).
69
Conferir sobre os critérios de determinação de competência item 6.2.
E critério territorial, consoante o art. 4º, da Lei nº
9.099/95, pelo que é competente o juizado do foro:
a) do domicílio do réu ou do lugar em que o réu exerça atividades
profissionais ou econômicas, ou, mantenha estabelecimento, filial, agência,
ou sucursal ou escritório (de modo concorrente e com preferência sobre os
demais, por escolha do autor);
b) do lugar onde a obrigação deva ser satisfeita;
c) do domicílio do autor ou do local do ato ou fato, nas ações de
reparação de danos de qualquer natureza.
70
Ob. cit., p. 318.
Na comarca de São Paulo, além de especialização de
varas, o seu território é dividido contendo grupo de juízos centrais, grupo
de juízos regionais e grupo de juízos distritais.
71
Ob. cit., p. 251.
72
Sobre o tema conferir, Nelson Rodrigues Netto, Breves Apontamentos sobre os Requisitos de
Admissibilidade para o Julgamento de Mérito. Prisma Jurídico, São Paulo: Uninove. Vol. 1, set/2002, p.
147-162.
A incompetência absoluta é reconhecida como uma
objeção processual, matéria oponível como defesa processual, mas, que o
juiz pode conhecer de ofício, a qualquer tempo e grau de jurisdição,
independentemente de alegação pelo réu, (art. 301, II, e § 4º, do CPC).
8.1. Prevenção
74
Cf. Moacyr Amaral Santos, ob. cit., p. 258.
Difere o exemplo tratado, onde há diversidade de
Justiças e, portanto, competência absoluta decorrente do critério material,
de uma situação, onde há causas conexas, sendo que um dos juízos tem
competência absoluta e outro juízo competência relativa para as demandas,
respectivamente. Nesse caso, não há óbice à prorrogação da competência
do juízo absolutamente competente para conhecer da outra demanda, caso
em que a prorrogação da competência relativa deverá ser estabelecida em
virtude da prevenção do juízo absolutamente competente. Caso contrário,
impossível se torna a reunião das ações perante o juízo que detinha
competência relativa para uma das ações, sendo absolutamente
incompetente para a outra.
75
Cf. Instituições de direito processual civil, v. I, pp. 63/4 e 489/510.
pedir (art. 103, do CPC). O legislador considerou que o elemento partes é
por demasiado tênue a justificar a reunião das ações.76
76
Explicitamente, Moacyr Amaral Santos, ob. cit., p. 259; Marcus Vinicius Rios Gonçalves, ob. cit., p.
76; Ernane Fidélis dos Santos, ob. cit., p. 162. Em sentido contrário, entendendo que houve lapso do
legislador, Marcelo Abelha Rodrigues, ob. cit., p. 212.
77
Cf. Humberto Theodoro Júnior, ob. cit., p. 169; Vicente Greco Filho, ob. cit., p. 209.
A continência, portanto, somente ocorrerá quando uma
ação for proposta posteriormente à outra pendente, contendo as mesmas
partes, mesma causa de pedir, mas, o pedido da subseqüente, por ser mais,
amplo abranger a da antecedente. Exemplo se dá na cobrança de juros,
derivado de contrato de mútuo, formulado em 1ª ação, e, na 2ª ação, o autor
pleiteia o pagamento do principal da dívida, sobre o qual estariam incluídos
os juros (art. 293, do CPC).
9. Perpetuatio Jurisdictionis
79
Cf. Nelson e Rosa Nery, ob. cit., p. 519.
incidente (art. 119, do CPC). O STJ já decidiu que abertura de prazo para
oitiva dos juízos pode ser dispensada, se já existirem elementos de
convicção deles nos autos (CC nº 403-0/BA).