Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1
Ceisc Concursos
Direito Processual Civil
Olá! Boas-Vindas!
Cada material foi preparado com muito carinho para que você
possa absorver da melhor forma possível, conteúdos de qua-
lidade!
Com carinho,
Equipe Ceisc. ♥
2
Ceisc Concursos
Direito Processual Civil
Sumário
Olá, aluno(a). Este material de apoio foi organizado com base nas aulas do curso preparatório para
concursos e deve ser utilizado como um roteiro para as respectivas aulas. Além disso, recomenda-
se que o aluno assista as aulas acompanhado da legislação pertinente.
3
Ceisc Concursos
Direito Processual Civil
1. Da Função Jurisdicional
Jurisdição
O Art. 16 indica que a “jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em todo o
território nacional”, sendo a jurisdição uma das três funções classicamente atribuídas ao Estado.
A jurisdição não é uma função de composição de lides, visto que nem sempre existe, efetiva-
mente, uma lide. Assim, e ainda que exista uma lide, tal não é um elemento essencial da jurisdi-
ção.
Tampouco “se pode definir jurisdição como uma função estatal de atuação da vontade
da lei. E isto por não se pode acreditar na existência de algo como uma “vontade da lei” (ou em
uma “vontade do legislador”). A lei, que não é um ser, não é dotada de vontade própria” (CÂ-
MARA, 2021, s.p).
Jurisdição, enfim, é uma função estatal que visa a solucionar demandas que são subme-
tidas ao Estado, com a aplicação de uma solução juridicamente correta. A jurisdição é, em outros
termos,
4
Ceisc Concursos
Direito Processual Civil
Resolução de questão:
1) TJ-MS – 2018
Sobre a jurisdição e seus predicados, assinale a assertiva correta, levando-se em consideração a sistemática pro-
cessual vigente (CPC/2015).
A) Os procedimentos de jurisdição voluntária não fazem coisa julgada.
B) Nos Juizados Especiais Cíveis, desde que haja prévia autorização das partes, o árbitro pode julgar por equi-
dade.
5
Ceisc Concursos
Direito Processual Civil
C) O Novo Código de Processo Civil brasileiro, seguindo a orientação do direito moderno, não mais prevê a exi-
gência da identidade física do juiz.
D) As condições da ação, de acordo com o Novo Código de Processo Civil, são: a possibilidade jurídica do pe-
dido, o interesse de agir e a legitimidade.
2) FEPESE – 2020
É correto afirmar de acordo com o Código de Processo Civil.
A) A aplicação das normas de processo civil deverá respeitar as situações jurídicas consolidadas sob a vigência
da norma revogada.
B) Aplicam-se de forma integral e no que for compatível as normas do Código de Processo Civil às normas que
regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos.
C) A jurisdição civil interna será regida pelas normas processuais brasileiras e pelas disposições específicas pre-
vistas em acordos e tratados internacionais.
D) A norma processual retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso, independentemente da
fase em que se encontrem.
E) Os atos processuais já praticados sob a égide da norma revogada deverão ser ratificados de acordo com a
norma processual superveniente.
2. Ação
6
Ceisc Concursos
Direito Processual Civil
Legitimidade “é a aptidão para ocupar, em um certo caso concreto, uma posição proces-
sual ativa” (CÂMARA, 2021, s.p), que é um elemento exigido para praticar todo e qualquer ato
relativo ao exercício do direito de ação. A legitimidade pode ser ativa ordinária ou passiva ordi-
nária, a primeira relativa àquele que demandar ativamente no processo e a segunda relativa
àquela que figura no polo passivo do feito. Também há a legitimidade extraordinária, “assim en-
tendida a legitimidade atribuída pelo ordenamento jurídico a quem não é sujeito da relação jurí-
dica deduzida no processo” (CÂMARA, 2021, s.p).
Além da legitimidade, o exercício do direito de ação depende da presença do interesse,
“que pode ser definido como a utilidade da tutela jurisdicional postulada. Significa isto dizer que
só se pode praticar um ato de exercício do direito de ação (como demandar, contestar, recorrer
etc.) quando o resultado que com ele se busca é útil” (CÂMARA, 2021, s.p). Deste modo,
[...] aquele que vai a juízo em busca de providência inútil não tem interesse de agir e, por
isso, verá o processo extinto sem resolução do mérito (uma vez mais, nos termos do art.
485, VI). É o que se daria se, por exemplo, alguém fosse a juízo postulando a mera decla-
ração da existência de seu direito de divorciar-se de seu cônjuge, sem que o divórcio fosse
efetivamente decretado. Esta providência (a mera declaração do direito) não produziria,
no caso concreto, qualquer modificação na situação jurídica do demandante, sendo des-
pida de qualquer utilidade, por mínima que seja. Faltaria, então, interesse de agir (CÂ-
MARA, 2021, s.p).
7
Ceisc Concursos
Direito Processual Civil
se utiliza da via processual adequada para demandar em juízo. Veja-se o seguinte precedente
sobre a questão:
Pela norma processual, em resumo, ninguém poderá pleitear direito alheio em nome
próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico (Art. 18), sendo que, havendo subs-
tituição processual, o substituído poderá intervir como assistente litisconsorcial. De acordo com
o Art. 19, o interesse do autor pode limitar-se à declaração da existência, da inexistência ou do
modo de ser de uma relação jurídica, ou da autenticidade ou da falsidade de documento, sendo
que, nos termos do Art. 20, é “admissível a ação meramente declaratória, ainda que tenha ocor-
rido a violação do direito”.
Resolução de questão:
3) CONSULPAN – 2018
Sobre as técnicas processuais e a tutela dos direitos no processo civil é INCORRETO afirmar que:
A) A atividade de execução pode ser fundada em cognição sumária ou exauriente.
B) Somente se admitem técnicas processuais que sacrifiquem a efetividade da prestação jurisdicional quando isso
tiver por intuito a preservação de direitos fundamentais da parte contrária.
C) A tutela de direitos perpassa em primeiro na verificação das técnicas processuais adequadas para sua efetiva
proteção, para depois analisar as situações de direito material que se pretende proteger por meio do exercício da
ação.
8
Ceisc Concursos
Direito Processual Civil
D) O legislador pode, para a tutela dos direitos, prever procedimentos diferenciados, podendo determinar cortes na
cognição no plano horizontal para limitação do debate a certas questões, sem que se cogite de cerceamento de
defesa.
Dentre os Arts. 21 e 25, tem-se as disposições relativas aos limites da jurisdição nacional,
englobando a competência internacional e a litispendência internacional. Chama-se competência
internacional as situações em que o judiciário brasileiro está autorizado a exercer sua função
jurisdicional, sendo que, nos termos do Art. 21, compete à autoridade judiciária brasileira proces-
sar e julgar as ações em que: 1) o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado
no Brasil; 2) no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação; e 3) o fundamento seja fato ocorrido ou
ato praticado no Brasil. Para efeitos do inciso I do Art. 21, considera-se domiciliada no Brasil a
pessoa jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial ou sucursal.
Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações de alimen-
tos quando o credor tiver seu domicílio ou residência no Brasil ou quando o réu “mantiver vínculos
no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, recebimento de renda ou obtenção de bene-
fícios econômicos”, nos termos do Art. 22. A competência também abarca as ações decorrentes
de relação de consumo nas hipóteses em que o consumidor tiver domicílio ou residência no
Brasil, bem como as ações em que as partes se submeterem à jurisdição nacional, ainda que
tacitamente.
Ainda de acordo com o CPC (Art. 23), compete à autoridade judiciária brasileira, com
exclusão de qualquer outra:
1) conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil;
2) em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular
e ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de
nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional;
3) em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de
bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio
fora do território nacional.
9
Ceisc Concursos
Direito Processual Civil
Destaca-se que a ação proposta junto ao tribunal estrangeiro não induz à litispendência
e não impede “que a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são
conexas, ressalvadas as disposições em contrário de tratados internacionais e acordos bilaterais
em vigor no Brasil” (Art. 24). A pendência de uma demanda junto à jurisdição brasileira não im-
pede que eventual homologação de sentença brasileira quando exigida para produzir efeitos no
Estado brasileiro. Além disso, é importante frisar, nos termos do Art. 25, que não é de compe-
tência da autoridade brasileira o processamento e o julgamento da ação quando houver cláusula
de eleição de foro exclusivo estrangeiros em contrato de âmbito internacional, arguida pela parte
ré em contestação.
De acordo com o Art. 26, a cooperação jurídica internacional será regida por tratado de
que o Brasil faz parte e observará:
1) o respeito às garantias do devido processo legal no Estado requerente;
2) a igualdade de tratamento entre nacionais e estrangeiros, residentes ou não no Brasil,
em relação ao acesso à justiça e à tramitação dos processos, assegurando-se assistência judi-
ciária aos necessitados;
3) a publicidade processual, exceto nas hipóteses de sigilo previstas na legislação bra-
sileira ou na do Estado requerente;
4) a existência de autoridade central para recepção e transmissão dos pedidos de coo-
peração;
5) a espontaneidade na transmissão de informações a autoridades estrangeiras.
10
Ceisc Concursos
Direito Processual Civil
É possível a utilização de auxílio direto quanto determinada medida não decorrer direta-
mente de decisão de autoridade jurisdicional estrangeira a ser submetida a juízo de deliberação
no Brasil, conforme disposto no Art. 28. Além disso, a norma processual determina que “a solici-
tação de auxílio direto será encaminhada pelo órgão estrangeiro interessado à autoridade cen-
tral, cabendo ao Estado requerente assegurar a autenticidade e a clareza do pedido" (Art. 29).
Além dos casos previstos em tratados de que o Brasil venha a fazer parte, o auxílio direto
terá os seguintes objetos: 1) obtenção e prestação de informações sobre o ordenamento jurídico
e sobre processos administrativos ou jurisdicionais findos ou em curso; 2) colheita de provas,
salvo se a medida for adotada em processo, em curso no estrangeiro, de competência exclusiva
de autoridade judiciária brasileira; e 3) qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proibida
pela lei brasileira (Art. 30).
Para o procedimento, os seguintes aspectos devem ser observados de igual modo, con-
forme Arts. 31, 32, 33 e 34, respectivamente:
1) A autoridade central brasileira comunicar-se-á diretamente com suas congêneres e,
se necessário, com outros órgãos estrangeiros responsáveis pela tramitação e pela execução
de pedidos de cooperação enviados e recebidos pelo Estado brasileiro, respeitadas disposições
específicas constantes do tratado.
2) No caso de auxílio direto para a prática de atos que, segundo a lei brasileira, não
necessitem de prestação jurisdicional, a autoridade central adotará as providências necessárias
para seu cumprimento.
3) Recebido o pedido de auxílio direto passivo, a autoridade central o encaminhará à
Advocacia-Geral da União, que requererá em juízo a medida solicitada, sendo que o Ministério
Público deverá requerer em juízo a medida solicitada quando for autoridade central.
4) Compete ao juízo federal do lugar em que deva ser executada a medida apreciar pe-
dido de auxílio direto passivo que demande prestação de atividade jurisdicional.
Quanto à Carta Rogatória, nos termos do Art. 36, é importante mencionar que o “proce-
dimento da carta rogatória perante o Superior Tribunal de Justiça é de jurisdição contenciosa e
deve assegurar às partes as garantias do devido processo legal”. A defesa será restringida à
discussão quanto ao atendimento dos requisitos para que o pronunciamento judicial estrangeiro
produza efeitos no Brasil, sendo que, em qualquer hipótese, é vedada a revisão do mérito do
pronunciamento judicial estrangeiro pela autoridade judiciária brasileira.
11
Ceisc Concursos
Direito Processual Civil
Entre os Arts. 37 e 41, são previstas questões que são comuns ao disposto até aqui,
ressaltando-se, de acordo com o Art. 47, que “o pedido de cooperação jurídica internacional
oriundo de autoridade brasileira competente será encaminhado à autoridade central para poste-
rior envio ao Estado requerido para lhe dar andamento”.
O pedido de cooperação e os documentos anexos serão encaminhados à autoridade
central quando o pedido for oriundo de autoridade brasileira competente, e deverão ser acompa-
nhados de tradução para a língua oficial do Estado requerido (Art. 38). Além disso, “o pedido
passivo de cooperação jurídica internacional será recusado se configurar manifesta ofensa à
ordem pública (Art. 39).
É por meio de carta rogatória ou de ação de homologação de sentença estrangeira que
se executa decisão estrangeira, através de cooperação jurídica e nos termos do Art. 40 – além
de ser observado o disposto no Art. 960. Por fim, assim dispõe o Art. 41 quanto ao documento
que instruir o pedido de cooperação: “Considera-se autêntico o documento que instruir pedido
de cooperação jurídica internacional, inclusive tradução para a língua portuguesa, quando enca-
minhado ao Estado brasileiro por meio de autoridade central ou por via diplomática, dispensando-
se ajuramentação, autenticação ou qualquer procedimento de legalização”.
O disposto no caput do Art. 41 não impede, contudo, e quando necessária, a aplicação
pelo Estado brasileiro do princípio da reciprocidade de tratamento. Veja-se o seguinte precedente
sobre a questão:
12
Ceisc Concursos
Direito Processual Civil
4. Competência Interna
Quanto à competência interna, o Art. 42 aponta que as causas cíveis serão processadas
e decididas pelo juiz nos limites de sua competência, na lógica de limitação, sendo reservado às
partes o direito de instituir juízo arbitral. A competência será determinada no momento do registro
ou da distribuição da petição inicial, “sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de
direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a com-
petência absoluta” (Art. 43). As questões relativas ao ponto serão estabelecidas pela Constitui-
ção Federal, além de ser determinada pelas normas processuais vigentes ou pelas legislações
especiais – além das constituições dos Estados (Art. 44).
Tramitando o processo perante outro juízo, nos termos do Art. 45, os autos deverão ser
remetidos ao juízo federal competente quando for o caso de intervenção da União, ou de suas
empresas públicas, entidades autárquicas e fundações, ou conselho de fiscalização de atividade
profissional, na qualidade de parte ou de terceiro interveniente, exceto as ações de recuperação
judicial, falência, insolvência civil e acidente de trabalho; ou aquelas sujeitas à justiça eleitoral e
à justiça do trabalho.
Os autos não serão remetidos se houver pedido cuja apreciação seja de competência
do juízo perante o qual foi proposta a ação, sendo que, na hipótese do § 1º do Art. 45, “o juiz, ao
não admitir a cumulação de pedidos em razão da incompetência para apreciar qualquer deles,
não examinará o mérito daquele em que exista interesse da União, de suas entidades autárqui-
cas ou de suas empresas públicas”. Outrossim, os autos serão restituídos pelo juízo federal ao
juízo estadual, sem suscitar conflito, no caso de o ente federal cuja presença tenha ensejado a
remessa for excluído do processo.
A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis será proposta,
via de regra, no foro de domicílio do réu, observando-se os seguintes aspectos processuais vi-
gentes, conforme Art. 46:
13
Ceisc Concursos
Direito Processual Civil
14
Ceisc Concursos
Direito Processual Civil
ato ou fato que originou a demanda, no de situação da coisa ou na capital do respectivo ente
federado”.
De acordo com o Art. 53, é competente o foro:
1) para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento ou
dissolução de união estável:
a) de domicílio do guardião de filho incapaz;
b) do último domicílio do casal, caso não haja filho incapaz;
c) de domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do casal;
d) de domicílio da vítima de violência doméstica e familiar, nos termos da Lei nº 11.340,
de 7 de agosto de 2006;
2) de domicílio ou residência do alimentando, para a ação em que se pedem alimentos;
3) do lugar:
a) onde está a sede, para a ação em que for ré pessoa jurídica;
b) onde se acha agência ou sucursal, quanto às obrigações que a pessoa jurídica con-
traiu;
c) onde exerce suas atividades, para a ação em que for ré sociedade ou associação sem
personalidade jurídica;
d) onde a obrigação deve ser satisfeita, para a ação em que se lhe exigir o cumprimento;
e) de residência do idoso, para a causa que verse sobre direito previsto no respectivo
estatuto;
f) da sede da serventia notarial ou de registro, para a ação de reparação de dano por
ato praticado em razão do ofício;
15
Ceisc Concursos
Direito Processual Civil
O disposto no Código de Processo Civil, quanto à questão, aplica-se à execução de título extra-
judicial e à ação de conhecimento relativa ao mesmo ato jurídico, ou às execuções fundadas no
mesmo título executivo. Além disso, “serão reunidos para julgamento conjunto os processos que
possam gerar risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos sepa-
radamente, mesmo sem conexão entre eles” ( §3º, Art. 55).
A continência, por outro lado, se dá quando houver identidade quanto às partes e à causa
de pedir, mas o pedido de uma, se for mais amplo, abrange aos demais (Art. 56). De acordo com
o disposto no Art. 57, “quando houver continência e a ação continente tiver sido proposta anteri-
ormente, no processo relativo à ação contida será proferida sentença sem resolução de mérito,
caso contrário, as ações serão necessariamente reunidas”.
A união de ações propostas separadamente configura o juízo prevento, onde serão de-
cididas no mesmo momento (Art. 58), sendo que o registro ou a distribuição da petição inicial
torna prevento o juízo (Art. 59). No caso de ação envolvendo imóvel, e se este se achar situado
em mais de um Estado comarca, seção ou subseção judiciária, a competência territorial do juízo
prevento estender-se-á sobre a totalidade do imóvel (Art. 60).
A ação acessória será proposta no juízo competente para a ação principal (Art. 61), e a
competência determinada em razão da matéria, da pessoa ou da função é inderrogável por con-
venção das partes (Art. 62). A competência pode ser modificada entre as partes em razão do
valor e do território, sendo elegido como foro o juízo onde será proposta a ação oriunda de direi-
tos e obrigações, levando-se em consideração o seguinte (Art. 63): 1) a eleição de foro só produz
efeito quando constar de instrumento escrito e aludir expressamente a determinado negócio ju-
rídico; 2) o foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das partes; 3) antes da citação, a
cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada ineficaz de ofício pelo juiz, que deter-
minará a remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio do réu; 4) citado, incumbe ao réu alegar
a abusividade da cláusula de eleição de foro na contestação, sob pena de preclusão.
A incompetência, que pode ser absoluta ou relativa, será alegada como questão prelimi-
nar de contestação, conforme disposto no Art. 64 e desde que observados os seguintes aspec-
tos:
1) A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição
e deve ser declarada de ofício.
2) Após manifestação da parte contrária, o juiz decidirá imediatamente a alegação de
incompetência.
16
Ceisc Concursos
Direito Processual Civil
17
Ceisc Concursos
Direito Processual Civil
Súmula 4 - Compete a Justiça Estadual julgar causa decorrente do processo eleitoral sin-
dical. (Súmula 4, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 08/05/1990, DJ 18/05/1990)
Súmula 33 - A incompetência relativa não pode ser declarada de ofício. (Súmula 33, SE-
GUNDA SEÇÃO, julgado em 24/10/1991, DJ 29/10/1991)
18
Ceisc Concursos
Direito Processual Civil
Súmula 41 - O Superior Tribunal de Justiça não tem competência para processar e julgar,
originariamente, mandado de segurança contra ato de outros Tribunais ou dos respectivos
órgãos. (Súmula 41, CORTE ESPECIAL, julgado em 14/05/1992, DJ 20/05/1992)
Súmula 55 - Tribunal Regional Federal não é competente para julgar recurso de decisão
proferida por juiz estadual não investido de Jurisdição Federal. (Súmula 55, CORTE ES-
PECIAL, julgado em 24/09/1992, DJ 01/10/1992)
Súmula 66 - Compete a Justiça Federal processar e julgar execução fiscal promovida por
conselho de fiscalização profissional. (Súmula 66, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em
15/12/1992, DJ 04/02/1993 p. 774)
Súmula 137 - Compete a Justiça Comum Estadual processar e julgar ação de servidor
público municipal, pleiteando direitos relativos ao vinculo estatutário. (Súmula 137, CORTE
ESPECIAL, julgado em 11/05/1995, DJ 22/05/1995 p.14446)
Súmula 150 - Compete a Justiça Federal decidir sobre a existência de interesse jurídico
que justifique a presença, no processo, da União, suas Autarquias ou Empresas publicas.
(Súmula 150, CORTE ESPECIAL, julgado em 07/02/1996, DJ 13/02/1996 p. 2608)
Súmula 170 - Compete ao juízo onde primeiro for intentada a ação envolvendo acumula-
ção de pedidos, trabalhista e estatutário, decidi-la nos limites da sua jurisdição, sem pre-
juízo do ajuizamento de nova causa, com o pedido remanescente, no juízo próprio. (Sú-
mula 170, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 23/10/1996, DJ 31/10/1996)
19
Ceisc Concursos
Direito Processual Civil
Súmula 177 - O Superior Tribunal de Justiça é incompetente para processar e julgar, ori-
ginariamente, mandado de segurança contra ato de órgão colegiado presidido por Ministro
de Estado. (Súmula 177, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 27/11/1996, DJ 11/12/1996)
Súmula 180 - Na lide trabalhista, compete ao Tribunal Regional do Trabalho dirimir conflito
de competência verificado, na respectiva região, entre juiz estadual e junta de conciliação
e julgamento. (Súmula 180, CORTE ESPECIAL, julgado em 05/02/1997, DJ 17/02/1997)
Súmula 206 - A existência de vara privativa, instituída por lei estadual, não altera a com-
petência territorial resultante das leis de processo. (Súmula 206, CORTE ESPECIAL, jul-
gado em 01/04/1998, DJ 16/04/1998)
Súmula 218 - Compete à Justiça dos Estados processar e julgar ação de servidor estadual
decorrente de direitos e vantagens estatutárias no exercício de cargo em comissão. (Sú-
mula 218, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 10/02/1999, DJ 24/02/1999)
Súmula 222 - Compete à Justiça Comum processar e julgar as ações relativas à contri-
buição sindical prevista no art. 578 da CLT. (Súmula 222, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em
23/06/1999, DJ 02/08/1999)
Súmula 224 - Excluído do feito o ente federal, cuja presença levara o Juiz Estadual a
declinar da competência, deve o Juiz Federal restituir os autos e não suscitar conflito.
(Súmula 224, CORTE ESPECIAL, julgado em 02/08/1999, DJ 25/08/1999)
Súmula 225 - Compete ao Tribunal Regional do Trabalho apreciar recurso contra sen-
tença proferida por órgão de primeiro grau da Justiça Trabalhista, ainda que para declarar-
lhe a nulidade em virtude de incompetência. (Súmula 225, CORTE ESPECIAL, julgado em
02/08/1999, DJ 25/08/1999)
Súmula 235 - A conexão não determina a reunião dos processos, se um deles já foi jul-
gado. (Súmula 235, CORTE ESPECIAL, julgado em 01/02/2000, DJ 10/02/2000)
Súmula 236 - Não compete ao Superior Tribunal de Justiça dirimir conflitos de competên-
cia entre juízes trabalhistas vinculados a Tribunais Regionais do Trabalho diversos. (Sú-
mula 236, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 22/03/2000, DJ 14/04/2000)
Súmula 254 - A decisão do Juízo Federal que exclui da relação processual ente federal
não pode ser reexaminada no Juízo Estadual. (Súmula 254, CORTE ESPECIAL, julgado
em 01/08/2001, DJ 22/08/2001)
Súmula 270 - O protesto pela preferência de crédito, apresentado por ente federal em
execução que tramita na Justiça Estadual, não desloca a competência para a Justiça Fe-
deral. (Súmula 270, CORTE ESPECIAL, julgado em 01/08/2002, DJ 21/08/2002 p. 136)
Súmula 324 - Compete à Justiça Federal processar e julgar ações de que participa a
Fundação Habitacional do Exército, equiparada à entidade autárquica federal, supervisio-
nada pelo Ministério do Exército. (Súmula 324, CORTE ESPECIAL, julgado em
03/05/2006, DJ 16/05/2006 p. 214)
20
Ceisc Concursos
Direito Processual Civil
Súmula 349 - Compete à Justiça Federal ou aos juízes com competência delegada o jul-
gamento das execuções fiscais de contribuições devidas pelo empregador ao FGTS. (Sú-
mula 349, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 11/06/2008, DJe 19/06/2008)
Súmula 363 - Compete à Justiça estadual processar e julgar a ação de cobrança ajuizada
por profissional liberal contra cliente. (Súmula 363, CORTE ESPECIAL, julgado em
15/10/2008, DJe 03/11/2008)
Súmula 365 - A intervenção da União como sucessora da Rede Ferroviária Federal S/A
(RFFSA) desloca a competência para a Justiça Federal ainda que a sentença tenha sido
proferida por Juízo estadual. (Súmula 365, CORTE ESPECIAL, julgado em 19/11/2008,
DJe 26/11/2008)
Súmula 368 - Compete à Justiça comum estadual processar e julgar os pedidos de retifi-
cação de dados cadastrais da Justiça Eleitoral. (Súmula 368, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado
em 26/11/2008, DJe 03/12/2008)
Súmula 374 - Compete à Justiça Eleitoral processar e julgar a ação para anular débito
decorrente de multa eleitoral. (Súmula 374, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 11/03/2009,
DJe 30/03/2009)
Súmula 480 - O juízo da recuperação judicial não é competente para decidir sobre a cons-
trição de bens não abrangidos pelo plano de recuperação da empresa. (Súmula 480, SE-
GUNDA SEÇÃO, julgado em 27/06/2012, DJe 01/08/2012)
Súmula 489 - Reconhecida a continência, devem ser reunidas na Justiça Federal as ações
civis públicas propostas nesta e na Justiça estadual. (Súmula 489, CORTE ESPECIAL,
julgado em 28/06/2012, DJe 01/08/2012)
Súmula 505 - A competência para processar e julgar as demandas que têm por objeto
obrigações decorrentes dos contratos de planos de previdência privada firmados com a
Fundação Rede Ferroviária de Seguridade Social - REFER é da Justiça estadual. (Súmula
505, SEGUNDA SEÇÃO, Julgada em 11/12/2013, DJe 10/02/2014)
Súmula 553 - Nos casos de empréstimo compulsório sobre o consumo de energia elétrica,
é competente a Justiça estadual para o julgamento de demanda proposta exclusivamente
contra a Eletrobrás. Requerida a intervenção da União no feito após a prolação de sen-
tença pelo juízo estadual, os autos devem ser remetidos ao Tribunal Regional Federal
competente para o julgamento da apelação se deferida a intervenção. " (Súmula 553,
CORTE ESPECIAL, julgado em 09/12/2015, DJe 15/12/2015)
21
Ceisc Concursos
Direito Processual Civil
Resolução de questão:
4) IESES – 2022
A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de contestação. A respeito da matéria,
é correto afirmar, EXCETO:
A) Caso a alegação de incompetência seja acolhida, os autos serão remetidos ao juízo competente.
B) Após manifestação da parte contrária, o juiz decidirá imediatamente a alegação de incompetência.
C) Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efeitos de decisão proferida pelo juízo incompe-
tente até que outra seja proferida, se for o caso, pelo juízo competente.
D) A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição, porém, não pode ser de-
clarada de ofício.
5) FCC – 2022
Carlos e Joana são casados há 10 anos e não tiveram filhos. Em razão de desentendimentos entre o casal, em
2021, este ingressou com o divórcio judicial em face daquela. Sobre a competência para a referida ação,
A) é competente o foro do domicílio de Joana, se Carlos ainda residir no antigo domicílio do casal.
B) a competência deve ser aferida de acordo com o local em que foi celebrado o casamento.
C) é competente o foro do último domicílio do casal, se uma das partes ainda residir no local.
D) a competência deve ser aferida de acordo com o foro de situação dos bens imóveis.
E) é competente o foro do domicílio de Carlos, se Joana ainda residir no antigo domicílio do casal.
Gabarito
1. C 2. A 3. C 4. D 5. C
22
Ceisc Concursos
Direito Processual Civil
23