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Direito Processual Civil |

Jurisdição

DIREITO PROCESSUAL CIVIL


Jurisdição

Videoaula: Adroaldo Souto Junior

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Veja o exemplo abaixo:

Saudações, meu querido e querida estudante! Estamos de volta e a nossa aula de


DIREITO PROCESSUAL CIVIL e hoje falaremos sobre JURISDIÇÃO, conceito,
características e jurisdição voluntária e tutela jurisdicional.

Sente-se então em um lugar confortável para que você possa se concentrar e estudar
com produtividade, hidrata-se e foque no conteúdo, não esqueça de anotar o que
achar importante e boa aula.

Preparado?

Vamos nessa!

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Jurisdição

Conteúdo Programático
Conteúdo Programático .................................................................................................... 3
Jurisdição .......................................................................................................................... 3
Conceito .............................................................................................................................................. 3
Características Principais da Jurisdição ................................................................................................. 5
Caráter Substitutivo .................................................................................................................................................... 5
Lide .............................................................................................................................................................................. 6
Inércia .......................................................................................................................................................................... 6
Definitividade .............................................................................................................................................................. 7
Princípios da Jurisdição ........................................................................................................................ 7
Princípio da investidura ............................................................................................................................................... 8
Princípio da Territorialidade ........................................................................................................................................ 9
Princípio da indelegabilidade. ..................................................................................................................................... 9
Princípio da inevitabilidade ....................................................................................................................................... 10
Princípio da inafastabilidade ..................................................................................................................................... 10
Princípio do Juiz Natural ............................................................................................................................................ 11
Jurisdição Voluntária.......................................................................................................................... 11
Tutela jurisdicional............................................................................................................................. 12

Referências bibliográficas ............................................................................................... 14

Jurisdição

Conceito

De certa forma a JURISDIÇÃO ainda é vista como uma parcela do Poder do Estado,
no exercício de sua função típica, que é a de julgador, porém, excepcionalmente
poderá ser exercida de forma atípica pelos poderes Legislativo e Executivo.

De forma didática podemos analisar a jurisdição por TRÊS aspectos diferentes, são
esses:

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Jurisdição como Jurisdição como Jurisdição como


Poder Função Atividade

Poder Estatal de Encargo atribuido Conjunto de atos


interferir na esfera pela CF ao Poder praticados pelos
jurídica dos Judiciário (em agentes estatais
jurisdicionados geral). investidos de
jurisdição

Segundo Daniel Amorim Assumpção Ed 2019, a jurisdição é a:

“atuação estatal visando a aplicação do direito objetivo ao caso concreto,


resolvendo se com definitividade uma situação de crise jurídica e gerando com
tal solução, a pacificação social.”

Então podemos notar que, a jurisdição é a aplicação do direito objetivo ao caso


concreto, o Poder Judiciário tem que se preocupar em resolver aquele conflito de
forma pacífica, para que as partes não se socorram da violência, tornando assim um
caos a nossa sociedade.

A jurisdição acaba se materializando pela atividade do Poder Judiciário, (atividade


jurisdicional do Estado), no momento em que o Poder Judiciário acolhe a demanda
do autor e cita o réu para que venha integrar a relação processual, da andamento ao
processo, aplicando a sentença proferida pelo juiz no final, temos a atividade do
Poder Judiciário e isso nada mais é do que a materialização da jurisdição.

Justamente porque a jurisdição é a atuação Estatal que visa a aplicação do direito


objetivo, quando o juiz profere uma decisão impondo as partes a sua conclusão, ele
está fazendo as vias do Estado, representando o mesmo.

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O Estado, apesar de exercer a jurisdição, ele não soluciona os problemas de forma


exclusiva, pois, temos outras maneiras de solução de conflitos, temos a autotutela, a
autocomposição, mediação e a arbitragem, que são alguns exemplos. O Estado tem o
poder de solucionar as crises que são trazidas à sua atenção. Porém, ele não faz isso
de forma exclusiva, justamente porque temos os substitutos da jurisdição.

Características Principais da Jurisdição

Caráter Substitutivo

Lide
Características da
Jurisdição
Inércia

Definitividade

Caráter Substitutivo

A decisão do Judiciário substitui a vontade das partes, exemplo: O autor entra com
uma demanda e você é o réu, obviamente você terá a vontade de que os pedidos do
autor sejam julgados improcedentes, porém, imagine que o juiz julgou procedente os
pedidos do autor, então o que aconteceu com a sua vontade? Ela foi substituída pela
vontade do Estado.

Por isso que a jurisdição, tem essa característica de caráter substitutivo, porque vai
substituir a vontade das partes pela vontade da lei.

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Lide

Geralmente, quando a gente procura o Poder Judiciário, vamos ter um conflito de


interesses, quando temos esse conflito de interesses entre pessoas, temos então uma
lide. Porém, não se resume somente no conflito de interesses, é um conflito resistido.
O autor irá alegar determinados fatos e o réu em contrapartida irá alegar também sua
versão dos fatos, então temos aqui um conflito com resistência de ambas as partes.

A jurisdição exige a existência desta lide para que ela possa se movimentar, mas isso
não acontece sempre, essa é a regra, mas como bem sabemos o direito sempre tem
exceções, que nesse caso é a jurisdição voluntária.

Quando falamos de jurisdição voluntária, estamos tratando de uma situação em que


não existe lide e mesmo assim, precisa-se que o Poder Judiciário decida sobre aquela
vontade para que as partes possam adquirir o bem da vida pretendido, (pedido).

Inércia

Significa que o Poder Judiciário, ou seja, a jurisdição não se movimenta sozinha, ela
precisa ser provocada pela parte, provocada pelo autor, a parte precisa se socorrer do
Poder Judiciário através de uma petição inicial, indo até presença de um juiz,
representado pelo seu advogado, expõe os fatos, apresenta as provas e faz seus
pleitos para o juiz. O poder judiciário não irá agir de ofício, é necessário que a parte
provoque.

Um juiz nunca poderá iniciar um processo de ofício, de certa forma é como se ele
ficasse esperando que a pessoa fosse até ele contar tudo o que aconteceu, para que
dessa só assim ele possa tomar as providências cabíveis a tais atos. Com exceção da
recuperação dos autos.

Vamos a leitura do art. 2º do CPC/15:

Art. 2º O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso

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oficial, salvo as exceções previstas em lei.

O art. 2º está nos dizendo que, para o processo se iniciar é necessário que o autor
ingresse com a petição inicial, depois de ele ter ingressado com a petição inicial, aí
sim temos um impulso oficial.

O que seria esse impulso oficial? É a movimentação que o próprio cartório, dentro
do fórum dá ao processo. Por isso que existem certas diligências que não se é
necessário pedir nos autos, o próprio cartório providência, como por exemplo a
citação do réu para apresentar a contestação em 15 dias depois da audiência de
conciliação, pois é de interesse do Estado que o processo tenho o efetivo andamento
e chegue logo a conclusão final.

Definitividade

Depois do trânsito em julgado a decisão se torna praticamente imutável, isso quer


dizer que feita a coisa julgada material, essa decisão se torna estável, definitiva e em
regra imutável. Existe a exceção nos casos de ação rescisória que poderá desconstituir
a coisa julgada e modificar essa decisão que se estabilizou, mas é uma exceção, pois
a regra é que seja imutável e definitiva.

Lembra-se o Caráter substitutivo e a Lide, nem sempre


estarão presente em todos os processos, nos casos de
JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA, não teremos a substituição
da vontade das partes e nem o conflito de interesses.

Princípios da Jurisdição

A jurisdição tem 6 (seis) princípios, são eles:

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Investidura

Juiz Natural Territorialidade

Jurisdição

Inafastabilidade Indelegabilidade

Inevitabilidade

Princípio da investidura

O Estado ele investe certas pessoas na jurisdição, a jurisdição é um poder do Estado,


porém, o Estado é um ser inanimado, então ele precisa ser representado por uma
pessoa. E quem irá representar o Estado? O juiz.

O juiz é o representante do Estado pois ele irá aplicar a vontade da lei, fazendo as vias
do Estado, para que ele possa resolver esses conflitos, o juiz precisa ser devidamente
investido na jurisdição. E como que se dá essa investidura? Em regra, no Brasil, a
investidura ocorre por concurso público.

Também temos a questão do quinto constitucional, que tem


uma forma de ingresso na magistratura, através de indicação,
mas a regra geral é que seja feita por concurso público.

Então, quem são as pessoas investidas na jurisdição? São aquelas pessoas que
foram aprovadas nos concursos públicos, seja Federal ou Estadual. É importantíssimo
que a pessoa tenha sido investida na jurisdição para que ela possa proferir uma
decisão, solucionando aquela crise jurídica apresentada pelas partes.

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Princípio da Territorialidade

A territorialidade também é chamada de a aderência ao território, é apenas dentro


do território brasileiro que os juízes possuem jurisdição, o juiz ele tem jurisdição em
todo o território brasileiro. Mas isso é correto de se afirmar? O que acontece que
dentro dos códigos, temos regras de competência que limitam a atividade
jurisdicional de forma legítima, isso não significa que o juiz não tenha jurisdição em
todo território brasileiro.

Não é porque o juiz está fora da sua comarca, fora do seu território habitual, que ele
não esteja exercendo jurisdição, ele pode exercer jurisdição só que não de forma
legítima. Pois existem as regras de competência dentro dos códigos.

Exemplo: quando um juiz ele precisa exercer um ato processual fora da sua comarca,
fora do seu território, do seu limite da jurisdição, ele vai precisar pedir a cooperação
de outra autoridade que possua jurisdição legítima dentro daquele território.

Imagine que o juiz aqui de Cascavel precisa realizar um ato processual em Porto
Alegre, no Rio Grande do Sul, ele pode simplesmente mandar o ato ser realizado? Não
pode. Ele não tem jurisdição legítima naquela localidade.

O que ele precisa fazer? Ele precisa pedir a cooperação do juiz de Porto Alegre, que
poderá exercer a jurisdição de forma legítima, através de uma carta precatória, para
que esse juiz realize determinado ato.

Art. 16. A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em todo o
território nacional, conforme as disposições deste Código.

Princípio da indelegabilidade.

A função jurisdicional é delegada para o poder Judiciário. O Poder Judiciário, por sua

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vez, não pode delegar para outros órgãos, para a realização da atividade jurisdicional,
pois ela é indelegável.

Cuidado com pegadinhas: A carta precatória não constitui exceção ao princípio da


indelegabilidade, mas ato de cooperação processual.

Princípio da inevitabilidade

Uma vez que a pessoa tenha sido integrada a relação jurídica, ou seja, quando o réu
ele é chamado a relação jurídica através da citação ele não pode esquivar-se do
processo. Porque a jurisdição é inevitável e se a pessoa se recusar a acatar as ordens
do poder Judiciário, existem meios coercitivos de fazê-la obedecer.

O princípio da inevitabilidade em síntese impõe às partes a vinculação ao processo e


a sujeição a decisão judicial.

Princípio da inafastabilidade

O poder judiciário não poderá se afastar da causa que foi levado até ele, independente
de qual seja o problema, mesmo que não exista previsão legal para aquele caso, o juiz
não poderá dizer que aquele conflito é complexo demais e não irá resolver. É o dever
procurar formas de preencher aquela lacuna da lei e tentar solucionar o caso da
melhor maneira possível.

Art. 3º Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito.

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
[...]

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XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a


direito;

Exceção: Justiça Desportiva (art. 217, §1º CF)

Princípio do Juiz Natural

O que significa o princípio do juiz natural? Significa que, ninguém será processado,
se não pelo juízo competente. Quando trazemos uma crise jurídica para ser
solucionada pelo Poder Judiciário, através da petição inicial, essa petição inicial será
distribuída, dependendo da comarca, para o juízo competente que irá resolver aquele
problema.

As próprias regras de competência do Código de Processo Civil já determinam, como


por exemplo, a causa envolvendo família e sucessões, vai para aquelas comarcas que
tenham uma vara especializada em Família e Sucessões, não se pode criar um juízo
para resolver um problema.

A Constituição Federal NÃO permite tribunais de exceção, não podemos criar um


tribunal para a análise de uma crise jurídica específica. No plano internacional,
podemos tirar como exemplo de tribunais de exceção, o Tribunal de Nuremberg, que
foi criado simplesmente para julgar os crimes cometidos pelo Exército nazista durante
a Segunda Guerra Mundial. Mas dentro do território brasileiro, isso não é permitido.

Jurisdição Voluntária

A JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA é uma exceção à regra da jurisdição contenciosa,


aqueles casos em que há um conflito de interesses resistido, pois aqui não existe esse
conflito. Apesar de se chamar jurisdição voluntária não é uma faculdade das partes.
Embora não tenha conflito de interesses entre as partes, não tenha uma pretensão de
um lado e resistência do outro, as partes necessitem da chancela do Poder Judiciário
para a aquisição do bem da vida pretendido.

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Exemplo: Um divórcio consensual, mas esse casal tem um filho


menor, a lei especifica que havendo filhos menores é necessário
a autorização do Poder Judiciário, o juiz é quem irá homologar
esse divórcio para garantir que os direitos do menor sejam
preservados.

Note que a vontade de ambas as partes é a mesma, se divorciarem, mas pelo fato de
existir um filho menor, a lei os obriga a se socorrerem do Poder Judiciário para buscar
a sua chancela e adquirir aí o bem da vida pleiteado, que é justamente o divórcio.

Tutela jurisdicional

A tutela jurisdicional deve ser entendida como a tutela de efetivação dos direitos e
situações que se dão no processo. É a formação da visão processual que coloca relevo
ao resultado do processo, para garantia do direito material.

Meramente
declaratória

Conhecimento Constitutiva

Tutela Executiva Condenatória


Jurisdicional

Cautelar

Meramente declaratória: Serve para dar certeza, declarando a existência, ou a


modificação de um direito.

Constitutiva: pode criar, extinguir ou modificar uma relação jurídica.

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Condenatória: são aqueles casos para resolver uma crise de inadimplemento.

Executiva: é aquela para satisfazer um direito já reconhecido.

Cautelar: que é para resolver uma situação de perigo, buscando, então, preservar a
utilidade do resultado do processo, aqueles casos, por exemplo, em que o autor
ingressa com ação de cobrança e descobre que o réu está dilapidando o patrimônio
todo e não quer pagar a dívida, a tutela cautelar tem objetivo de resguardar o direito
futuro da parte, sendo que corre o risco dessa parte chegar ao final do processo e não
receber nada caso o réu continue gastando todos os seus bens.

Então eu peço para que o juiz tome ações necessárias, tome as medidas para proteger
o meu futuro crédito. O juiz então pode, por exemplo, penhorar o imóvel e assim
garantir esse crédito futuro do autor.

Art. 19. O interesse do autor pode limitar-se à declaração:

I - da existência, da inexistência ou do modo de ser de uma relação jurídica;

II - da autenticidade ou da falsidade de documento.

Art. 20. É admissível a ação meramente declaratória, ainda que tenha ocorrido a
violação do direito.

Podemos concluir que a tutela jurisdicional é o amparo do Estado para dissolver,


pacificar e resolver conflitos, aplicando a lei aos casos concretos de modo a obter-se
um resultado prático do processo, tentando aproximar-se o máximo possível de uma
decisão “justa”, e não só reconhecendo ou declarando direitos, mas também
tornando-os concretos ou oferecendo condições para sua concretização.

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Aluno e aluna, chegamos ao final dessa aula, espero que tenha aprendido muito com
esse conteúdo e que tenha aproveitado cada detalhe.

Não deixe de ficar atento aos detalhes, fazer anotações, destacar os pontos
importantes e revisar sempre que puder para não cair em erros e pegadinhas, ok?

Siga nessa trajetória firme e persistente, pois, apesar de longa, será satisfatória quando
enfim você alcançar o seu objetivo, lembre-se a perseverança naqueles momentos em
que todos estão dispostos a desistir é o que separa o fracasso do sucesso.

Deixo você por aqui hoje, espero você logo em breve na próxima aula.

Um forte abraço até a próxima!

“A persistência é o caminho do êxito.”

- Charles Chaplin

Referências bibliográficas

Neves, Daniel Amorim Assumpção, Manual De Processo Civil - 11ª Ed. 2019, Editora
Juspodivm.

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