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Direito Processual Civil | Mônica Costa

Introdução ao estudo do Direito Processual Civil

Introdução ao estudo do Direito Processual Civil

Origem: Ao Estado, foi atribuído o poder-dever de solucionar os conflitos de


interesses.

Com a vedação da autotutela (justiça de mão própria/vingança privada), surge o


“poder de dizer o direito com definitividade em substituição à vontade das partes”,
próprio da soberania estatal.

Assim, a solução dos conflitos é um atributo estatal. No Brasil é crime fazer valer os
direitos pelas próprias mãos: exercício arbitrário das próprias razões.

Conceito de Processo Civil:

O processo civil é o ramo do direito que contém as regras e os princípios que tratam
da jurisdição civil, isto é, da aplicação das leis aos casos concretos, para a solução dos
conflitos de interesse pelo Estado-Juiz1.

OU SEJA: Instrumento para a solução de um conflito de interesses + pretensão levada


ao Estado-Juiz.

Se tivermos um conflito de interesses, apenas, teremos uma relação linear, entre as


partes A E B. Mas, se isso for levado à Juízo, teremos uma relação triangular de direito
processual, entre A e B e o Juiz.

Na relação linear, somente entre as partes, temos uma relação civil, própria de direito
privado.

E quando essa relação é triangular, em que o Estado-Juiz figura como participante,


teremos uma relação de direito público. Por isso devemos lembrar que o Processo
Civil é um ramo do direito público.

Fontes do direito processual civil: A fonte mais importante no direito processual civil
é o CPC Lei 13.105/2015 – lei federal ordinária. Mas há outras leis que regulam normas
processuais, como as Leis dos Juizados Especiais (Leis 9.099/95 e 10.259/01), Lei do
Mandado de segurança, da Ação Civil Pública. Devemos lembrar que a jurisprudência

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GONÇALVES, Marcos Vinicius Rios.; LENZA, Pedro. Direito processual civil. São Paulo: Saraiva, 2020.

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e a doutrina também são fontes de direito processual civil.

Lei processual civil no espaço – As normas de processo civil têm eficácia sobre todo
o território nacional.

Lei processual no tempo – aplica-se a regra contida no artigo 1º da LINDB - Art. 1o


Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias
depois de oficialmente publicada.

A lei processual nova e os processos em curso - a regra é que as normas de


processo tenham incidência imediata, atingindo os processos em curso:

CPC - Art. 14. A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos
processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas
consolidadas sob a vigência da norma revogada.

Institutos fundamentais do processo civil

São 4 os Institutos fundamentais do direito processual civil:

Jurisdição – poder-dever, atividade típica do Estado, exercida por intermédio do Juiz,


na busca da pacificação dos conflitos em sociedade pela aplicação das Leis ao caso
concreto.

Ação – é o poder de dar início ao processo e dele participar com o intuito de obter
do Poder Judiciário uma resposta ao pleito formulado.

Defesa (ou exceção) – é o poder de contrapor-se à pretensão formulada

Processo – conjunto de atos destinados a um fim, que é a obtenção de um


pronunciamento judicial a respeito dos pedidos formulados. É a relação jurídica
processual. Conjunto de atos processuais, com marcha sempre em frente. Praticados
pelas partes, pelo Juiz, pelo MP, escrivão.... para chegar na resposta jurisdicional. A
meta dentro do processo é chegar na resposta jurisdicional. Almeja a decisão
definitiva e a satisfação da pretensão.

A jurisdição é o poder que tem o Judiciário de resolver o conflito de interesses,


dizendo o direito de forma equidistante das partes. É inerte, necessitando de
provocação. É quando surge a ação: mecanismo por meio do qual se provoca a
atuação jurisdicional do Estado.

Oportuno lembrar que o direito de ação é sempre facultativo. Pode ou não ser
exercido por aquele que sobre lesão ou ameaça ao seu direito. (Direito subjetivo e

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público, já que direcionado ao Estado).

Depois do exercício do direito de ação, o réu é convocado para o processo, quando


poderá apresentar a sua versão dos fatos e se contrapor à pretensão do autor. Como
tudo isso visa um provimento jurisidicional, forma-se um processo em que, durante
algum tempo, os três personagens da relação jurídica triangular se relacionarão,
conforme um roteiro previamente estabelecido em lei, denominado procedimento.

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