Você está na página 1de 3

Questão 1) Pedro não poderia fazer justiça por conta própria, por sua autotutela.

É preciso que
Pedro recorra ao poder representativo do estado para a resolução deste conflito, que é o
poder judiciário. O litigante (Pedro) deverá apresentar sua iniciativa eventual de entrar com
um processo, em contrapartida o senhor que reclamou, que Pedro supostamente estaria
entrando em “sua” propriedade também poderá prestar sua queixa contra Pedro e contra a
empresa que vendeu o imóvel simultaneamente a Pedro e posteriormente a este senhor. As
possíveis formas para a resolução deste conflito podem ser através de três caminhos: pela
autotutela-pela força- (que foi a iniciativa mais primitiva tomada por Pedro), a segunda opção
seria resolver através do diálogo e consenso, por meio de negociação entre as partes e
mediação entre as partes ou a terceira opção , que é a interferência de um terceiro para tomar
as decisões cabíveis. Na autocomposição as partes poderão realizar desistência do conflito, ou
seja, ou Pedro ou o senhor renunciará de forma integral a sua pretensão. Poderá existir
também uma submissão a parte que se levantou contra poderá aceitar o que fora estipulado,
ou ambas as partes poderão realizar acordo mútuo. E a terceira via de resolução seria por um
representante do estado no âmbito jurídico. Na Heterocomposição a jurisprudência efetuará
sua função substitutiva de representar as partes de aplicar, dentro dos parâmetros da lei, a sua
decisão judicial e as partes irão acatar -Jurisdição-. Já na arbitrariedade é uma das iniciativas
mais coerentes como método alternativo de para resolução de conflitos. De acordo com o
Novo CPC as partes optarão por uma pessoa jurídica de iniciativa privada- esta última está
mais voltada para resolução de questões patrimoniais.

Questão 2) Jurisdição: conceito, características e objetivos.

Conceito: Sua definição mais ampla é a delimitação de poder voltado ao poder judiciário e está
vinculada à soberania do Estado. Conforme a teoria dos contratualistas de Thomas Hobbes e
John Look. Além da Jurisdição está ligada à Soberania Estatal ela também está relacionada à
vedação da autotutela, ou seja, o direito de defender-se a si mesmo em situações de conflito-
que é a mais primitiva forma de defender-se- uma vez que a função de proteção deve ser
efetuada pelo Estado. Não se pode realizar justiça, com as próprias mãos, portanto é a
heterotutela, a proteção por um terceiro, portanto o estado age como substituto das partes, e
assim, portanto da jurisdição. As duas ideias constituem o núcleo do que podemos
compreender por jurisdição: soberania estatal e substituição das partes. Para Chiovenda a
jurisdição é concebida como uma ação estatal que ao substituir as partes executa a atuação da
vontade concreta da lei. Supomos a existência de um conflito e existência de intervenção da
jurisdição para que seja efetuada a aplicação da lei- exercida pela pessoa do juiz-. A lei possui
sua vontade em potencial uma vez que seja violado o direito o magistrado tem por dever e
obrigação a aplicar a lei. As ideias de Chiovenda corresponde meados da primeira metade do
século passado. Diante da violação do direito é que simplesmente o juiz deve aplicar a lei.
Jurisdictio (latim) que é originada da palavra latina Juris (iuris) que quer dizer direito e dictio
que significa o ato de dizer (o ato de dizer o direito) do ponto de vista jurídico que dizer a
jurisdição a delimitação do poder de julgar de um magistrado. Esse poder emana da soberania
do estado. Em decorrência de uma nova organização social, a capacidade de administração do
estado assumida e devido a esse fator as pessoas passam a deixar de resolver seus conflitos de
maneira privada de dessa forma surge um terceiro para efetuar a resolução- ou seja, cabe
somente ao estado a função de exercer a jurisdição. Sendo de forma terminantemente, salvo
exceções raras as práticas de justiça privada. Trata-se, então, de uma atividade substitutiva
cujo estado resolverá os conflitos que existem entre as partes.

Questão 3) Conceitos, fundamentos e ideias

O Direito Positivo- ainda que não queiramos estão no subconsciente dos juristas, ou se prende
a letra da lei, ou busca-se um sentido maior de tal lei. É o direito posto e imposto. Ela existe
mesmo que não haja Estado. O que vale é o que está na lei. Ela é tida como a verdade. É
puramente descritivo. O Direito é considerado um sistema hierárquico de normas jurídicas. A
Conciliação e a Mediação são equivalentes constitucionais. O positivismo filosófico alega que a
observação do processo deve ser neutra. O código civil positivista apresenta juízo de valor.
Diante do Novo Código de Processo Civil eis que emerge formas conciliação, mediação e
arbitragem como equivalentes jurisdicionais. Dentro da Mediação a função principal é do
mediador de conflitos o intuito é viabilizar o diálogo entre as partes. A mediação surge bem
aproximada da negociação e da conciliação a finalidade é tão somente que as partes possam
encontrar a solução para o conflito. Na Arbitragem as partes escolhem um árbitro – que seja
especialista no assunto que gerou o conflito. Há portanto, a indicação dos árbitros para
solucionar o caso no lugar de ser levado diretamente ao Judiciário. A jurisdição é uma
atividade pública obrigatória – inafastabilidade da jurisdição – como afirma a Constituição: a lei
não deve excluir do poder judiciário a lesão ou ameaça ao direito-acesso ao direito por todos-.
Com o neoconstitucionalismo eis que surge um novo conceito de jurisdição. A jurisdição é a
tutela jurisdicional do direito.

Questão 4) Todos os órgãos representantes do poder judiciário podem deixar de aplicar uma
lei em seu caso concreto se for considerada inconstitucional. O poder judiciário, na falta
concreta da lei, poderá dar tutela diretamente ao direito fundamental, portanto a jurisdição
está muito além da aplicação ou não aplicação da lei, pelo fato de ela ser inconstitucional. Ao
realizar a interpretação da lei junto da constituição o magistrado irá reconstruir o Direito.
Portanto a missão da jurisdição é concretizar os valores constitucionais. A jurisdição
neoconstitucional admite a ação jurisdicional preventiva- atua para prevenção do dano-. A
Garantia de pleno acesso garantida pela Constituição proporcionou uma atividade pública
obrigatória, ou seja, está proibida a afastabilidade da jurisdição. O art. 5 º , XXXV que afirma
que ninguém poderá ficar sem acesso à justiça e ao direito o poder judiciário deve incluir à
todos na apreciação. Para tanto o juiz é a figura representativa da atividade pública obrigatória
competente, a lei não poderá ser exercida de qualquer maneira, somente poderá aquele que
instruir e julgar determinado tipo de demanda, haja vista que “ninguém será processado ne
sentenciado a não ser pela autoridade competente “ ( CF, art 5º, VII) e “Não haverá juízo e
nem tribunal de exceção. Um dos aspectos da jurisdição é a inércia, a unidade,-no monopólio
de Estado- a substitutividade, a exclusividade e a imparcialidade.

Você também pode gostar