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DIR340
Prof. GLÁUCIO
Larissa de Paula
2017/01
1
MATÉRIA ACUMULATIVA
I. Sentido
Direito Processual é o ramo do Direito integrado pelas normas que disciplinam o
exercício da função jurisdicional
. É um ramo do direito
. Direito processual positivo: É um conjunto de normas jurídicas: regras e princípios – campo
do Direito Positivo
. Função jurisdicional: uma das funções de um Estado Soberano.
FUNÇÃO JURISDICIONAL:
1
Objetivo/finalidade
2
A norma legal retira o seu fundamento de validade diretamente da Constituição; quando o Estado estabelece
um regulamento proveniente de uma Lei existente, verifica-se ser este um ato administrativo normativo e não
legislativo, pois não é original. art. 84, IV. CF.
3
Diferença:
3
Para o caso.
4
Pai do Direito Processual Moderno
4
Embora o juiz elabore a norma jurídica, ele não o faz sozinho; leva-se em consideração os
argumentos das partes, cabendo àquele concordar ou discordar com os argumentos
apresentados, evidenciando, assim, os respectivos motivos.
FUNÇÃO ADMINISTRATIVA: analisa-se por exclusão, é o que não for nem jurídico nem
legislativo.
Regulado pelo Direito Administrativo.
. Não existe denominador comum.
Ex.:
- O Estado é o titular do Serviço Público de Transporte, embora a execução seja de iniciativa
privada.
- Fomento: o Estado incentiva determinadas atividades (BICs, etc.).
- Atos Administrativos normativos (ex.: proibição dos trotes 5) – abertura de um processo
administrativo.
- Função disciplinar6
II. Denominação
Direito Processual
A) Direito Judiciário
Essa denominação foi utilizada durante o século XIX (até meados do séc. XX), fazendo
referência ao conjunto de normas.
- Prof. José Frederico Marques: escreveu um ensaio no campo do Direito Judiciário Civil
- Prof. Hélio Tornaghi: obra: Instituições de Processo Penal – Direito Judiciário Penal
1º Parte típica da atuação do Poder Judiciário; vale ressaltar que não é exercida só pelo P.J, o
Impeachment é uma função jurisdicional exercida pelo Legislativo.
2º O poder judiciário desempenha, principalmente, a função jurisdicional, entretanto, não
somente esta; possui função típica 7 (jurisdicional), mas desempenha também funções atípicas
(legislativa e administrativa).
- Art. 125 § 1º. A competência dos tribunais será definida na Constituição do Estado,
sendo a lei de organização judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça.
Lei complementar 95 de 1988: regula o art. 59, CF: regula o processo de formação dos
diplomas legais.
Dá-nos a falsa impressão de que o direito processual regula apenas a atuação do juiz. NÃO É
O QUE ACONTECE NA REALIDADE. A ênfase não é no juiz.
Se pensarmos em um Estado democrático de Direito, estaríamos falando de um Estado
que tem como valor fundamental a participação (cidadão interessado no desempenho da
7
Natural: criado e modelado para tal.
6
B) Direito processual
Superou a expressão Direito judiciário;
CF, art. 22, I. Regula a competência legislativa privativa da UNIÃO, dentre eles o
DIREITO PROCESSUAL.
Compete privativamente à União legislar sobre: (EC no 19/98 e EC no
69/2012):
I – Direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo,
aeronáutico, espacial e do trabalho;
C) Direito jurisdicional
Prof. Juan Montero Aroca
Argumento: o que é o Direito processual se não o conjunto de normas que regula a função
jurisdicional. Jurisdição é o cerne do conceito, o processo, por outro lado, é apenas um
instrumento/forma de realização da jurisdição.
1º Crítica
É verdade que o processo é um instrumento (método de exercício da jurisdição), contudo, ele
é tão importante que, se a jurisdição não for desempenhada segundo tal método não haverá
exercício legítimo da jurisdição.
2º Crítica
Em time que está ganhando não se mexe.
PS: Processo ≠ Autos do processo: meio que instrumentaliza os atos praticados no processo;
(é aquele caderno que fica no fórum, etc.)
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O direito processual não é mero apêndice do direito material, gozando, pelo contrário, de
autonomia legislativa, didática e científica.
Argumento:
1º. Possuem objetos8 diversos
2º. D.M disciplina sobre os Bens da vida (bens jurídicos relevantes para o homem e para a
sociedade); estabelece os critérios para o julgamento.
É o corpo de normas que disciplinam as relações jurídicas referentes a bens e utilidades da
vida.
Ex.:
. Vida/ CP, art. 121.
. Liberdade/ CC, art. 151 a 155; art. 171, II.
3º. DP: tem por objeto a regulamentação do exercício da função jurisdicional a fim de
maximizar a chance de chegarmos a uma decisão justa e efetiva.
- Tenta adequar o procedimento a ser seguido às necessidades do direito material;
- Regula como o processo será desenvolvido de modo que ambas as partes conflitantes
possam apresentar seus argumentos.
CONCLUSÃO:
O direito processual adquiriu uma autonomia legislativa, didática e científica.
=. Legislativa: há diplomas legislativos (leis) que visam regular especificamente o direito
processual; ex.: CPC, CPP.
=. Didática: há disciplinas dedicadas ao Direito processual; ex.: DIR340
=. Científica: há um estudo específico para o Direito processual.
8
O que disciplinam
8
RESSALVAS
O direito processual é uma cadeira de rodas ao direito material, de forma que este seja
aplicado de maneira justa e eficiente;
- O DP é um instrumento necessário para a concretização do direito material; supre cada
necessidade de cada direito material.
Direito Positivo9
AÇÃO DEFESA
JURISDIÇÃO PROCESSO
b) Ação
É o Direito subjetivo processual – excepcionalmente pode vir a ser o poder
- É a possibilidade de exigir o desempenho da função jurisdicional
c) Defesa
É um Direito subjetivo de contrapor-se à ação;
- direito que se abre ao réu de se justificar perante o Estado
d) Processo
Método modelado pela CRFB;
É uma condição de legitimidade da jurisdição, ou seja, só há exercício legítimo, isto é,
aceitável da jurisdição se, e somente se, a jurisdição for exercida segundo os regulamentos do
processo.
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1. Jurisdição
2. Ação
3. Processo
V. Posição enciclopédica
Direito processual é ramo do direito público ou privado?
R: Direito Púbico
Why?
1. Porque disciplina uma função estatal soberana;
2. Regula uma relação jurídica caracterizada pela subordinação11;
3. O Direito processual tem prevalência do interesse público12 e, principalmente,
4. Porque está sujeito a um regime jurídico de direito público13.
3.1 . Significa que a CF hoje está no centro do sistema, e ela tem uma eficácia irradiante
sobre todos os campos do Direito, ou seja, ela influencia a interpretação de todas as
demais normas. Toda norma jurídica ao ser interpretada tem que passar por um
filtro, que é a constituição. Conjugam-se normas e valores constitucionais para
interpretar normas infraconstitucionais. O art. I do CPC reforça tal tese.
Ex.: art. 5º, XXXV, LIV, LV, LVI, LX, LXIII a LXXIV e LXXVIII.
Sentido: a constituição, hoje, está no centro do sistema, tendo uma eficácia irradiante sobre
todos campos do direito, ou seja, há uma influência sobre a interpretação de todas as demais
normas jurídicas. Toda norma jurídica ao ser interpretada deve passar por um filtro, isto é, a
Constituição Federal.
Justificativa:
1º ... Ordem pragmática (prática): dividimos porque é útil, pois ao dividir facilita a disciplina
do Direito Processual (ele é uno, mas suas normas possuem certas especificidades).
Facilita ditar as regras;
15
Ficção útil ao Direito Processual.
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Critério de separação:
- Norma a ser aplicada/concretizada – natureza da pretensão sobre a qual incide .
A ação de revisão criminal18 é uma ação ajuizada diretamente a um tribunal (ao qual
estiver subordinado o juiz que proferiu a sentença) que tem como objetivo
16
Pode ser ajuizada a qualquer tempo pelo réu e somente pelo réu.
17
Incompetência do órgão jurisdicional competência = divisão de trabalho no exercício da função
jurisdicional
18
Flexibiliza o instituto da coisa julgada em um processo penal/a definitividade.
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É possível ter a análise de uma ação revisão criminal em um caso de norma material;
19
Tem prazo prescricional de 2 anos. Art. 975, CPC.
20
Não pode atuar nos processos no qual ele seja parte.
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Proposta: dar uma visão panorâmica sobre o direito processual, buscando um liame
entre o D.P.P e o D.P.C.
Há figuras comuns entre os processos: função jurisdicional, ajuizamento de uma Ação,
princípios do contraditório e ampla defesa...
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Instrumento por meio do qual o Estado exerce uma de suas funções soberanas, função jurisdicional.
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- Utilidade: alguns princípios que seriam ditados para o processo judicial, se aplicam a todos
os demais tipos de processos.
Sai da esfera estatal para dizer que entes não estatais devem seguir os preceitos do processo
para aplicar sanções.
JUDICIAL
PROCESSO
ADMINISTRATIVO LEGISLATIVO
-O processo não é dado pela natureza ao homem. É, na verdade, uma criação do homem.
Por isso é cultural.
-O processo não existe no vácuo, mas apenas em sociedade. Por isso é histórico.
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-Durou até meados do século XIX, até quando os alemães e austríacos iniciaram uma análise
científica do Direito Processual.
Pensamento dominante: havia autonomia científica do Direito Processual? Não.
Os estudos do Direito eram voltados exclusivamente para o Direito Material, sendo o
Processual mero apêndice deste. É dessa época as terminologias Direito Substantivo
(Material) e Adjetivo (Processual). Essas expressões rebaixam o Direito Processual a mero
apêndice do Direito Material.
POR QUE SINCRETISMO? Porque aqui o Direito Processual não estava apartado
do Direito Material, com uma clara predominância do material.
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Por que praxismo? Porque as preocupações com o processo eram apenas de ordem
pragmática, ou seja, para concretizar o Direito Material.
-Em consequência, foi nessa fase que surgiram as grandes teorias do Direito Processual, em
que foram delineados os conceitos dos institutos fundamentais do Direito Processual
(jurisdição, ação, defesa e processo), para assim demonstrar a autonomia do Direito
Processual.
-CRÍTICA: nessa fase havia uma visão puramente introspectiva do processo, o que
significa que os estudiosos dessa época não estavam preocupados com os reflexos sociais
do processo, ou seja, com os resultados que o processo produzia na vida das pessoas.
EMINENTEMENTE CRÍTICA.
Exame do processo através dos resultados práticos, ou seja, a partir de um ângulo
externo. É preciso levar em consideração o modo como os seus resultados chegam aos
consumidores desse serviço, ou seja, a população destinatária.
-Além disso, passou a existir também uma preocupação com a adequação dos meios, que se
interpenetra com a preocupação anteriormente citada. No processo devem existir meios
adequados para a tutela de determinados direitos.
-O Direito Processual deve criar uma variedade de meios e de técnicas para atender às
diversas demandas de direitos.
-Passou-se a defender que existe um direito à tutela jurisdicional adequada.
Dessa forma, o processo deixou de figurar como instrumento apenas técnico e passou
a ser, também, um instrumento ético. Ou seja, além de servir para a concretização do
Direito Material, precisa produzir a verdadeira justiça.
-O juiz deve estar atento ao bem e ao mal que podem decorrer das suas decisões, depois de
aplicar a ordem jurídica (processo como instrumento técnico).
-Essa fase propõe então algumas reflexões às quais o operador do Direito deve estar atento:
quais são os objetivos do Estado ao exercer a jurisdição (quais são os objetivos do processo)?
Quais as técnicas mais adequadas para atingir esses objetivos?
-Alguns autores defendem que já existe uma nova fase de evolução do Direito Processual.
Gláucio pensa que isso não é uma fase, mas uma releitura da fase instrumentalista realizada
com base no Direito Constitucional.
-Carlos Alberto Alvaro de Oliveira escreveu a tese de doutorado com o título Formalismo
Valorativo, em que continham algumas críticas ao instrumentalismo.
Primeira crítica liga-se à relação entre processo e Constituição. Para Carlos, essa
relação não se limita ao plano das garantias constitucionais (normas processuais
inseridas no texto constitucional). Só lidava, portanto, com o fenômeno da
constitucionalização das fontes formais do Direito Processual.
Carlos dizia que era necessário utilizar no processo as evoluções trazidas pelos
estudiosos do Direito Constitucional. É necessário passar a falar de filtragem constitucional.
A interpretação do Direito Processual deve se basear na Constituição, principalmente nos
direitos fundamentais.
Por que falar em formalismo valorativo? Formalismo não dá a impressão ruim, de algo
ultrapassado?
-Na verdade, as formalidades existem com o objetivo de concretizar determinados
valores.
2) CONCEITO DE LIDE
“Conflito de interesses, qualificado pela pretensão de um dos interessados e pela resistência
do outro”. Carnelluti
NECESSIDADE: Não é um conceito jurídico, mas é tomado pelo Direito por ser útil à
compreensão de vários institutos. Necessidade é a falta de algo que seja apto a trazer a
satisfação a determinado sujeito de Direito.
-Obs.: o vocábulo pretensão possui duas acepções. Uma delas é associada a direitos
subjetivos, isto é, quando um direito subjetivo é violado, surge uma pretensão. Nessa voga, só
há pretensão quando há direito subjetivo. Relaciona-se à prescrição.
Tutela Jurídica:
Ω Conflitos e insatisfações:
Insatisfação: fator antissocial gerador de conflitos; a eliminação dos litígios pode ocorrer por
obra de um ou de ambos os sujeitos dos interesses conflitantes ou por ato de terceiro.
Características:
- Ausência de juiz distinto das partes
- Imposição da decisão por uma das partes à outra.
- Satisfação da pretensão por meio da força!!
- Solução violenta e parcial
Momento histórico:
- Surgiu em sociedades eminentemente primitivas, em tempos que prevalecia o talião, e que
não havia humanização da resolução de conflitos.
- Hoje ainda existe autotutela, no entanto, ela possui parâmetros para ser exercida - condição
de exclusão de ilicitude, legítima defesa e estado de necessidade.
Crítica
-É um meio ineficiente para produzir justiça, porque o fator que determinará o vencedor
não é o certo e o errado, mas a força ou a astúcia.
Características
-Inexistência de um juiz, de um terceiro que venha imparcialmente solucionar o conflito de
interesses.
Espécies:
# desistência: renúncia à pretensão
# submissão: renúncia à resistência oferecida à pretensão
# transação: concessões recíprocas
Momento histórico
-Surgiu mais ou menos na mesma época da autotutela.
-A falta de um Estado forte era um elemento que fazia as pessoas procurarem esse meio de
solução de conflitos.
Crítica
-Também era ineficiente para se promover justiça.
-Hoje ainda é um meio de solução de conflitos muito incentivado pelo Estado e elogiado pelos
doutrinadores, contudo, há um fator de desequilíbrio, que é o fator econômico. O acordo às
vezes faz as pessoas menos favorecidas saírem perdendo. Dessa forma, essa FSC será bem-
vinda desde que a vontade seja livre e consciente.
Conforme o Estado ia ganhando força, este conseguia impor-se aos particulares – ditar as
decisões assistindo razão a quem tem razão através dos preceitos jurídicos pertinentes a cada
caso concreto.
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Talionato
Quando? //
Sociedades primitivas
Evolução da arbitragem
27
Surge a figura da
LITISCONTESTATIO (contrato
3º Momento
1º Momento
Árbitro: Ancião ou sacerdote;
2º Momento
pelo qual os litigantes escolhem
o árbitro e levam a LIDE à
O pretor escolhe o árbitro
julgamento); - final do
- sociedades - direito
direito
primitivas
Decisão Limitada: o árbitro
romano
As partes firmam a Litis perante
O Pretor deixa de figurar como
um mero funciário do Estado,
contém o poder decisório,
contudo, não o vincula por falta
de um Estado forte
o Pretor
Arbitragem facultativa
romano
para exercer a função de ditar
as normas a serem seguida pelo
árbitro na decisão.
Primeiro momento:
Em sociedades ainda primitivas, normalmente o árbitro era um sacerdote ou um ancião. A
arbitragem estava sujeita a uma limitação. Ele tinha poder apenas para decidir, isto é, não era
capaz de impor sua decisão e fazer com que ela fosse executada. Se a parte derrotada não
cumprisse a decisão, a parte vencedora acabava exercendo a autotutela. Dessa forma a
evolução não foi tão grande vez que não havia um Estado forte capaz de obrigar as pessoas a
cumprirem a decisão do árbitro.
Segundo momento:
Surge a figura da litiscontestatio (contrato surgido no Direito Romano pelo qual os litigantes
escolhem um árbitro e convêm em submeter um julgamento à questão controversaconceito
de Enrico Tulio Liebman. Esse autor fundou a Escola Processual Paulista). Assim, as partes
compareciam diante de um pretor (que, neste momento, não era um magistrado, mas um
funcionário comum do Estado romano) e diante dele as partes celebravam o litiscontestatio,
de modo que o pretor apenas formalizava a transferência de poderes ao árbitro para julgar o
conflito de interesses. Ainda havia um grande respeito à vontade das partes. A arbitragem
inclusive era facultativa, além de que as partes tinham poder para escolher o árbitro (não era o
pretor que realizava essa escolha).
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Terceiro momento:
Quem escolhe o árbitro já não serão mais as partes, e sim o próprio pretor. Ao escolher o
árbitro e instituir a arbitragem, o pretor dirá a fórmula (normas de Direito material, etc.) que
terá de ser seguida pelo árbitro na decisão. A arbitragem passou a ser obrigatória.
Estado mais fortalecido a escolha do arbitro deixava de ser feita pelas partes e
passava a ser designada pelo Estado.
Justiça pública
O pretor deixa de ser um intermédio entre os conflitantes e o árbitro para figurar como
Magistrado, ou seja, passou a conhecer ele próprio do mérito dos litígios entre os particulares
e proferir sentenças
# Fase de um Estado forte que impõe autoritariamente a solução para os conflitos
# Jurisdição
Quando surgiu?
Quando o Estado se tornou suficientemente forte para impor sua vontade sobre a vontade das
partes. Isso se deu ainda no Direito Romano.
-O pretor adquire ainda mais poderes. Ele se torna um magistrado, isto é, o terceiro
julgador. Não é mais um árbitro, mas um representante do Estado.
Características da jurisdição
-Há um julgador, ou seja, um terceiro diferente das partes. No entanto esse julgador não é
mais um terceiro particular, sem vínculos com o Estado. Não é mais um árbitro, mas um juiz,
que é a corporificação do Estado.
-Composição do conflito se dá pela deliberação do juiz. Essa deliberação revela a vontade do
Estado, isto é, a decisão do juiz será fundamentada no Direito Positivo.
RESUMO
-Autotutela (=autodefesa) // auto composição
-Arbitragem (era antes facultativa depois passou a ser obrigatória)
-Jurisdição
-Evolução das formas de solução de conflitos (transmigração da justiça privada para a justiça
pública).
-Fortalecimento do poder do Estado.
4.1. Jurisdição
JURISDIÇÃO:
Atividade mediante a qual os juízes estatais examinam as pretensões e resolvem os conflitos
4.1) Jurisdição
PRIMAZIA
No Direito contemporâneo a jurisdição passou a gozar de primazia diante das demais formas
de solução de conflitos - status de maior importância em detrimento das outras formas.
As demais formas – alternativas à jurisdição - são possíveis de serem aplicadas ao
caso haja consenso, contudo, se uma das partes optar pela jurisdição, esta será
priorizada, imposta22!
Fundamento da primazia:
O fundamento histórico está na evolução das formas de solução de conflitos, de forma que a
jurisdição passou a ser enxergada como a forma mais civilizada de se solucionar conflitos
(essa afirmação, entretanto, não pode ser afirmada de maneira c ategórica hoje em dia).
O fundamento jurídico: está no art. 5º, XXXV da CRFB/88: a lei não excluirá da apreciação
do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
Trata-se do princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional: subprincípio do
princípio do acesso à justiça.
o Problema:
O Poder Judiciário não tem conseguido realizar seu trabalho (função jurisdicional) de modo
eficiente. Seria eficiente se conseguisse assegurar verdadeiro acesso à justiça, ou seja, se
proferisse decisões:
Efetivas - que possam ser concretizadas
Tempestivas - que sejam proferidas e efetivadas dentro de um prazo razoável
Justas - dando razão a quem tem razão.
o Contexto:
1. Muitos processos
22
A jurisdição pode ser imposta, enquanto as outras fontes dependem do consenso
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Efeitos:
Morosidade;
Decisões equivocadas;
Insatisfação do jurisdicionado.
RESUMO
Se de um lado há previsão da inafastabilidade do judiciário, ou seja, inevitabilidade da
jurisdição, do outro, não há efetividade no exercício da função jurisdicional, o judiciário não
tem cumprido sua promessa à CRFB (monopólio do poder jurisdicional).
-Essa crise gera uma reação: estímulos aos MASCs (meios alternativos de solução de
conflitos) ou ADR em inglês (alternative dispute resolution) são oferecidos pelo próprio
Judiciário.
a auto composição tem sido frequente: solução por meio de acordos consensuais.
Torna-se irrelevante que a pacificação venha por obra do Estado ou por outros meios,
desde que eficientes, ou seja, seja jurisdicional ou consensual, o que importa é a
pacificação com justiça do conflito entre as partes.
23
Examinou o Direito Positivo
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Em tese, as partes tendem a aceitar, oferecendo menos resistência, a solução consensual que a
solução jurisdicional. Se a solução é consensual, significa que a parte perdedora cedeu seus
direitos por vontade própria, o que eleva as possibilidades de ela executar as obrigações que
lhe foram impostas na decisão.
Não basta apenas resolver o caso a partir de uma imposição de decisão, mas deve também
primar pelo relacionamento dos litigantes: imagina se são vizinhos!! Dependendo da forma
como seja decretada a sentença, a convivência entre os conflitantes pode se tornar
insustentável, dando margem a conflitos futuros.
A) Negociação:
Sentido: técnica pela qual as partes envolvidas no conflito, diretamente e sem
intervenção de terceira pessoa, buscam uma solução consensual.
Características:
INEXISTÊNCIA DE UM TERCEIRO
CONTATO DIRETO ENTRE AS PARTES
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O processo é oneroso, com isso, constitui um óbice à plenitude do cumprimento da função pacificadora do
judiciário.
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Recomendação
As partes devem ter o foco no interesse, e não na posição.
Abusem da criatividade
Livro: Como chegar ao sim – Roger Fisher, William Ury e Bruce Patton
B) Mediação
Sentido: técnica consistente na intervenção de um terceiro imparcial, que tenta
auxiliar as partes a alcançar, pelo diálogo, uma solução consensual.
Características:
Presença de um terceiro imparcial escolhido ou aceito pelas partes
Terceiro sem poder decisório, mas que tem por escopo alcançar a pacificação com
justiça por meio de soluções consensuais.
O mediador trabalha o conflito, surgindo o acordo como mera consequência.
# Missão do Mediador:
- Não tem a missão de decidir
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# Quem?
- Qualquer pessoa, não necessariamente alguém formado em Direito
# Modalidades:
Postura do mediador:
- Postura PASSIVA: o mediador é apenas um EXPECTADOR/FACILITADOR
A propositura da solução se dá pelas partes e não pelo mediador,
cuja função é apenas facilitar o diálogo.
Momento de exercício:
Judicial
A princípio, as partes decidem pela jurisdição, mas optam posteriormente pela mediação; se
não chegarem a uma solução consensual, o processo é retomado.
Extrajudicial
Não foi instaurado um processo judicial ainda; a mediação é adotada desde o início.
C) Conciliação
- Deste assunto já falava a Constituição Imperial brasileira, exigindo que fosse tentada antes
de todo processo, como requisito para sua realização e julgamento da caus.
Critérios distintivos
- Técnica e duração: consequência dos critérios anteriores
A mediação tende a durar muito mais do que a conciliação – é como ir a um psicólogo, são
necessárias diversas sessões. Visa descobrir as raízes dos problemas – a mediação discute
o conflito em si - que envolvem as partes; busca com que as partes enxerguem as raízes dos
conflitos, possibilitando que as mesmas coloquem para fora suas reclamações, deixando com
que elas falem.
1. Postura:
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Mediador X Conciliador
Passiva Ativa
No Brasil quando falamos em mediação, sempre estamos falando de mediação passiva; sendo
a posição de mediador ativa sinônimo de conciliador. Isso quer dizer que o ordenamento
brasileiro só teria adotado a modalidade passiva de mediação.
2. Natureza
4.2.3. O que dizer da valorização das técnicas de solução consensual no direito brasileiro?
1º.
O que há de bom no uso das técnicas de solução consensual de conflitos?
- É a solução mais civilizadora, pois ambas as partes encontram uma forma de resolver os
seus problemas, e por um custo muito menor do que através da jurisdição.
O que há de ruim?
e) Existe uma propaganda de uma solução mágica e inovadora;
- Contudo, não há uma solução mágica haha... em alguns casos a jurisdição se apresenta como
a melhor forma!
- Só mudaram o nome para algo que já existia há muito tempo!
Art. 98, II, CF/88: Justiça de paz: atribuições conciliatórias ao juiz de paz.
CF/1824 (Constituição do Império): art. 161 e 162: valorização da solução consensual. Então
por que falar em técnica inovadora?
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2º. Desvirtuamento:
O Estado está procurando com a solução consensual, um objetivo que não deveria ser
procurado por ele através da solução consensual.
O objetivo da solução consensual não é sanar a crise do judiciário!!
As TSCs.: serão um instrumento eficiente de acesso à justiça, quando for capa de chegar a
soluções justas, efetivas e tempestivas. Devem visar prioritariamente o acesso à justiça, logo,
as TSC, somente se revelam adequadas para alguns casos, aqueles que dependam da solução
consensual para alcançar uma solução justa, efetivas e tempestivas.
Problema: os juízes utilizarão essa técnica de forma inadequada, tentando resolver TODOS os
casos através da solução consensual, sendo ela adequada ou não. O que eles não percebem, é
que essa situação apenas piora a crise do judiciário. Os juízes veem nessa técnica uma forma
de diminuir o seu trabalho.
As TSC deveriam ser utilizadas apenas para os casos em que se revelem adequada.
D) Reflexão final:
- Owen Fiss: a parte economicamente mais forte trabalha em função de adiar as audiências a
fim de que a parte economicamente mais fraca faça um acordo ruim.
4.2.4. A admissibilidade da solução consensual (em quais casos ela pode ou não ser utilizada)
- Não se discute a conveniência, mas a própria admissibilidade técnico-jurídica.
Concepção tradicional
- Disponibilidade do Direito subjetivo disputado pelas partes.
Solução 1: Se o Direito subjetivo era disponível, é então admissível a solução consensual.
Solução: Se o D.S fosse indisponível, é então inadmissível a solução consensual.
Concepção contemporânea
25
F.P: cofres públicos; no direito processual: F.P designam as pessoas jurídicas de direito público: União,
Estados, DF, municípios, autarquias.
41
# Descolou-se do objeto pelo qual ela visava explicar; não é um espelho da ordem jurídica.
- Noção: A teoria que a doutrina defende elabora um sistema que não tem projeção na nossa
ordem jurídica;
Os ensinamentos não encontram repercussão na ordem jurídica; alguns direitos
tradicionalmente reputados como indisponíveis, admitem que entorno deles sejam celebrados
acordos;
Qualquer concepção doutrinária que ignore o que a lei diz, não serve para explicar a realidade.
- Ideia central: a princípio, quase todas as controvérsias admitem solução consensual, embora,
em algumas situações, haja limites à celebração do acordo.
# Flexibilização da indisponibilidade:
INDISPONIBILIDADE OBJETIVA:
Admite-se que a pessoa acusada de cometer uma infração submeta-se a uma sanção na
audiência preliminar (antes da instauração do processo) que não seja pena privativa de
liberdade. Aplicação de sanção penal sem que haja um processo.
-Então um direito antes reputado como indisponível passou a poder ser objeto de soluções
alternativas de conflitos. Então nem mesmo em matérias penais há essa coisa absoluta de só
se poder trabalhar com a jurisdição.
Em matéria penal admite-se apenas a espécie TRANSAÇÃO.
- Pode o autor do fato submeter-se voluntariamente à pena não privativa da liberdade, antes
mesmo da instauração do processo, por proposta do Ministério Público.
- Direito de não ser punido sem o devido processo legal – indisponível, não obstante admite-
se acordos de restrição de direitos ou multa para se evitar o processo: medidas
despenalizadoras (medidas penais ou processuais alternativas que procuram evitar a pena de
prisão).
- Lei 9.099/95:
Art. 76, “caput”: havendo representação ou tratando-se de crime de ação
penal pública incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério
Público poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou
multas, a ser especificada na proposta.
INDISPONIBILIDADE SUBJETIVA
-O juiz e o promotor fiscalizarão o acordo que envolver incapaz. MP intervém como fiscal da
ordem jurídica.
Art. 178, II, NCPC:
O MP será intimado para, (...), intervir como fiscal da ordem jurídica nas
hipóteses previstas em lei ou na Constituição Federal e nos processos que
envolvam:
II. Interesse de incapaz.
(...)
Parágrafo único. A participação da Fazenda Pública não configura, por si só,
hipótese de intervenção do MP.
-Nos processos em que fazendo pública é parte, é possível haver acordo, e há diversas leis que
orientam nesse sentido.
Fazenda Pública: ex.: nos processos em que ela é parte e pode admitir acordo:
- Lei 10.259/2001 – JEF – cabível sempre que o valor da causa for menor ou igual a 60 s.m 26,
o órgão competente for a Justiça Federal e o réu for, a União, a autarquia federal ou a
Empresa pública federal.
Art. 3o Compete ao Juizado Especial Federal Cível processar, CONCILIAR
e julgar causas de competência da Justiça Federal até o valor de sessenta
salários mínimos, bem como executar as suas sentenças.
- Lei 12.153/2009 – Casos em que o valor da causa for menor ou igual 60 s.m, a competência
do processo for a Justiça Estadual e o réu for o Estado-membro, o município, as respectivas
autarquias ou Empresas Públicas. – Incentivam o acordo!!!
4.3. ARBITRAGEM:
26
Salários mínimos.
44
B) Características
Fruto de acordo entre as partes: a controvérsia não será solucionada por um juiz mas
por um terceiro imparcial; Convenção de Arbitragem (lei 9.307/96, art. 3º).
Convenção de Arbitragem:
1º espécie: cláusula compromissória27 - lei 9.307/96:
27
Cláusula de um contrato (anterior ao conflito): Eventuais controvérsias relacionadas ao contrato serão
solucionadas por arbitragem.
28
É posterior ao surgimento de um conflito: as partes definem o árbitro nomeado, etc.
45
C) Direito positivo
# Lei 9.307/96 - Lei de arbitragem.
# Lei 9.099/93, arts. 24 e 25. Juizados especiais (de pequenas causas)!
- Lógica:
D) Juiz e árbitro
46
A força dessas sentenças são as mesmas; caso uma das partes não cumpra a decisão do
árbitro, a outra parte pode levar sentença arbitral, que serve como documento, para ser
apresentada mediante ao Poder Judiciário que efetivará aquela sentença.
# Corrente privatista:
A Arbitragem não é jurisdição, possui natureza obrigacional – fruto de um acordo de
vontades; meio alternativo à jurisdição. A arbitragem é diferente da jurisdição. Ela não possui
natureza jurisdicional, e sim obrigacional, afinal ela é fruto de uma convenção de arbitragem.
É na verdade um meio alternativo à jurisdição. Portanto, essa corrente fundamenta-se no
nascimento da arbitragem para determinar seu posicionamento.
# Corrente publicista: arbitragem é jurisdição, uma jurisdição não estatal. Árbitro prefere
sentença que goza de efetividade. Majoritária. Art. 337, §6º, NCPC dá uma pista de que o
legislador é adepto dessa corrente por falar de “jurisdição estatal”, abrindo margem para se
pensar que há uma outra jurisdição.
29
Deferimento de sentença judicial – elaborar a lei.
30
Efetivação do Direito/sentença.
47
F) Autotutela
UNIT C - PRINCÍPIOS
Observações:
Princípios = Razões legitimantes para uma ação;
Princípios = são normas.
48
O jornalista, não sabendo da razão do afastamento da juíza, elaborou uma matéria criticando a
magistrada julgando ter o fato ocorrido em função da suposta irrelevância do caso.
Quem estava certo, a juíza ou o jornalista??
3º. A Giovanna, juíza, pode decidir o processo tendo como base a testemunha ouvida pelo
repórter na TV?
Se não, como a Giovanna deveria proceder?
1.1. Definição:
Norma segundo a qual o juiz deve ser uma pessoa que não possua interesse
na prevalência da pretensão do autor, tampouco da resistência do réu e, por
isso, conduza o processo sem prejudicar ou beneficiar indevidamente
qualquer das partes.
A) Representação gráfica
49
EJ
.
A R
- Mecanismos que visam à independência funcional 31 – servem para assegurar que o juiz não
estará sujeito à nenhuma influência externa. Reflete, portanto, na imparcialidade.
- Independência funcional = garante a imparcialidade;
- Não é privilégio, mas sim, condição para o exercício da função judicante (Luquini).
# GARANTIAS:
- CRFB, 95, I, II e III
31
Parte da doutrina declara que esses mecanismos não estão relacionados à imparcialidade, mas à independência
funcional. Contudo, embora garanta a independência, o seu reflexo é a imparcialidade.
50
- Por que é uma garantia? É uma garantia necessária em decorrência das sentenças proferidas;
essa garantia faz com que os profissionais privilegiados executem sua função de forma
eficiente, caso contrário eles não “comprariam as brigas que eles geralmente compram”.
Inamovibilidade: significa que o magistrado não pode ser removido e nem mesmo
promovido para outro órgão judicial contra sua vontade.
Irredutibilidade de subsídios
- O pagamento ao magistrado34 é caracterizado como subsídio.
- Art. 30, § 4º, CRFB.
§ 4º. O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de
Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados
exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de
qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou
32
Somente perde o cargo mediante sentença judicial que lhe imponha esta punição. Só é conferida à alguns
funcionários públicos.
33
Aderência menor; o servidor público perde o cargo mediante um processo judicial ou administrativo.
34
Não somente a ele!! Secretários públicos, etc.
51
# VEDAÇÕES
- Art. 95, parágrafo único.
Parágrafo único. Aos juízes é vedado:
I – Exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma
de magistério;
II – Receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em
processo;
III – Dedicar-se à atividade político-partidária;
IV – Receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de
pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções
previstas em lei;
V – Exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de
decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou
exoneração.
Impedimento e suspeições –
Visam assegurar diretamente a imparcialidade do magistrado:
- CPC – no art. 144 encontra-se o rol de impedimento e no art. 145 o rol de suspeições.
- CPP – 252 a 254
Impedimento ≠ Suspeição
- Esses vícios se diferenciam quanto à gravidade de suas consequências: o impedimento é
mais grave que a suspeição.
- Nos casos impedimento35, com certeza o juiz será parcial, já nos de suspeição36,
provavelmente o juiz será parcial.
Escolha do legislador:
Gravidade das consequências/As suspeições e os impedimentos estão regulamentados
por regimes jurídicos diversos
- Suspeição = é um tratamento menos rigoroso: art. 146, NCPC.
Art. 966, II.
Imparcialidade ≠ Neutralidade
35
Ex.: casos em que o juiz é parte no processo e sentenciador ou ainda quando sua esposa é parte no processo.
36
Juiz que julga casos de familiares e amigos. Suspeito de foro íntimo!!
52
Noção:
Imparcialidade: Equidistância do juiz entre as partes;
Neutralidade: é mais do que isso, é a santidade do juiz, pois ele não deveria ter nenhuma
preconcepção da realidade.
O problema é quando o juiz deixa que o preconceito oriente a sua decisão, por isso,
não se exige dele a neutralidade, mas ao menos a consciência da mesma.
Tomar cuidado para que a falta de neutralidade não se transforme em parcialidade:
A falta de neutralidade, quando não é percebida, pode implicar parcialidade.
ATIVISMO: possui uma pluralidade de sentidos, contudo, hoje significa uma conduta
indesejável do magistrado (sentido pejorativo);
- Serve para designar a conduta do juiz que age fora dos limites da ordem jurídica; a conduta
do juiz que inova indevidamente.
- Conduta descolada dos mandamentos impostos pela ordem jurídica.
- Conduz à arbitrariedade
37
Não se exige que o juiz seja neutro, mas exige a consciência da neutralidade, de forma que ele evite que essa
falta de neutralidade influencia as decisões ou ainda não influencie completamente.
38
Gláucio adota a corrente que distingue ambas – é o pensamento dominante.
53
# OUTRO SENTIDO: Ativismo serve para designar a postura ativa do juiz na condução do
processo. Desde que já instaurado o processo, o juiz pode ter a iniciativa de determinar certas
medidas que julgue necessária.
- Iniciativa do juiz na adoção de certas medidas que se mostrem concretamente necessárias –
P. Inquisitivo.
- Produção de Provas: ao saber de um certo meio de prova que nenhuma das partes se atentou
a mostrar, ele toma a iniciativa de fazê-lo.
Indagação: A imparcialidade impõe uma conduta letárgica ao juiz ou de modo diverso ele
poderia, por exemplo, tomar a iniciativa da produção de determinadas provas?
- Barbosa Moreira: a questão não pode ser analisada sob as luzes da parcialidade, afinal, se
adotássemos a primeira corrente, também teríamos de admitir que o juiz sabendo de
determinada prova, e não a decretando ex officio, seria também parcial, pois beneficiaria a
parte contrária. Devemos, portanto, deixar que o magistrado tome a iniciativa probatória se
esta for a opção do legislador. Para assegurar a imparcialidade, é necessário que a prova seja
produzida com a participação das partes (o controle se faz por meio do contraditório e da
ampla defesa).
OBS: alguns doutrinadores designam ao juiz que não é ativo a característica de neutro.
1. Denominação:
NATURAL
LEGAL
Juiz ≠ Juízo
55
Juiz: pessoa natural – é o agente público que ocupa determinado cargo na magistratura
responsável pela função jurisdicional.
Juízo: é um órgão. É um órgão jurisdicional presidido pelo juiz.
Órgão ≠ entidade
Um órgão pode se dividir em sub órgãos, assim como um conjunto pode se dividir em
subconjuntos. E um sub órgão é tão órgão quanto (...). Vale dizer: o sub órgão está sujeito
ao mesmo regime jurídico que o órgão.
Juiz difere de juízo. Juiz é o agente público que ocupa determinado cargo na
magistratura, ele é então uma pessoa natural responsável pela função
jurisdicional. Juízo é um órgão jurisdicional presidido pelo juiz.
Exemplo: em viçosa, considerando a justiça estadual, temos 4 juízos: a primeira vara, a
segunda vara, a terceira vara e o juizado estadual cível e criminal. Nestes trabalham diversos
agentes públicos, sendo um deles o juiz.
As pessoas diferem esse termo pois esse princípio é muito rico e ora se relaciona a
figura do juiz ora ao juízo.
39
Competência Civil
40
Competência Civil
41
Competência Criminal
42
Competência Civil e Criminal de menor potencial ofensivo – cuja pena cominada não seja superior a 2 anos.
43
Ex.: Departamento de Direito
44
Ex.: UFV
56
Sentido:
Definição: norma segundo a qual todo processo deve ser presidido pelo respectivo
juiz natural.
Juiz natural: aquele cuja competência resulta, no momento do fato, das
normas legais abstratas.
Art. 8º, NCPC: Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins
sociais e às exigências do bem comum, resguardando e promovendo a
dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a
razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência.
Divisão do trabalho
| visa o |
Princípio da Eficiência
Juiz natural para um dado processo é aquele apontado pela ordem jurídica como competente
para o mesmo, e para que se evite a criação de juízes tendenciosos, as normas a serem
aplicadas devem ser aqueles que que estavam vigentes no início do processo. Criação de um
juízo sabendo quais são suas tendências.
45
(Sentido amplo – ordem jurídica)
57
Constituição
| delega ao |
Juiz Natural
|
Órgão que desempenha a função jurisdicional
Ex.: Juizado estadual especial civil = não permite que pessoas jurídicas de Direito público
sejam parte no processo. Logo, a UFV não poderia ser parte em processos que tramitem no
juizado especial. Deveria ser ajuizada uma ação perante o juiz federal.
O problema é tentar a nova norma à fatos que ocorreram antes dessa alteração – logo, o juízo
natural impede essa alteração.
46
Juízes para este fim.
59
1. Sentido: norma segundo a qual as partes do processo devem receber, tanto da lei
quanto do Estado juiz, tratamento paritário (igualitário, isonômico), possuindo as
mesmas oportunidades de pugnar por suas pretensões em juízo.
O princípio manda uma mensagem para o legislador e outra para o juiz. A ordem dirigida ao
Estado legislador é a de que ao criar normas jurídicas, deve-se conceder tratamento
paritário aos diversos sujeitos de direitos, ou seja, não pode haver desigualdades
discriminatórias.
Da mesma forma, a mensagem dirigida ao juiz estabelece que a aplicação da norma
jurídica, deve-se observar a igualdade entre os jurisdicionados, não deve estabelecer
distinções discriminatórias, embora possa estabelecer distinções que visem à igualdade.
2. Fundamento:
# CRFB, preâmbulo
# CRFB, art. 3º, III e IV
# CRFB, art. 5º, “caput”.
#NCPC, art. 139, I.
O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste código,
incumbindo-lhe:
I – Assegurar às partes igualdade de tratamento.
FORMAL SUBSTANCIAL
Proporcional – Material –
Estado: Social
60
4. Exemplos de aplicação:
# Lei 8.078/90, art. 6º:
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do
ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for
verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras
ordinárias de experiências
# NCPC, 7247: apresenta os casos em que o juiz poderá indicar um curador especial.
Curador48 especial – representante que o juiz nomeia para uma as partes; atua apenas naquele
processo para o qual foi nomeado. Ao contrário do curador de incapaz, limitam-se ao
processo em que o curador especial atuará. O juiz somente pode indicar o curador nos casos
previstos em lei.
47
IMPORTANTE
48
Serve para assistir o incapaz
61
Determinados sujeitos teriam prazo em dobro para praticar qualquer ato no processo:
Ex: o prazo para contestar será de 15 dias, mas caso não haja contestação, o prazo será de 30
dias – respeita o princípio da Isonomia.
- É MUITO RICO,
- Confunde-se com outros princípios. Seu conceito contém uma parcela de cada um desses
princípios.
ASPECTOS
49
Cada um indica um passo da evolução do princípio do contraditório ao longo do tempo. Dessa forma, o
princípio não se resume a nenhum aspecto em particular, mas é o resultado de todos.
62
1. Bilateralidade da audiência:
- Se uma parte se manifesta no processo, a outra deve ser ouvida. Enfim, se algo de novo é
trazido ao processo, a parte contrária deve ter a oportunidade de se manifestar (possibilidade
de alegar e provar) sobre a novidade apresentada.
2. Paridade de armas:
- O processo tem que ser uma briga em que as partes tenham condições de brigar de forma
equivalente.
- As partes devem ter as mesmas oportunidades dentro do processo.
. Citação: o réu deve ser devidamente citado, ou seja, comunicado da existência do processo,
geralmente por meio do oficial de justiça.
1º momento: Demanda: ato pelo qual o autor ajuíza uma ação em prol da sua pretensão –
surge um vínculo entre o Estado-juiz e o autor.
2º momento: realiza-se a Citação;
Demanda ---- (análise da demanda pelo juiz51) ---- Citação ---- (audiência de C/M) ----
Contestação ---- (intimação) ---- Réplica ---- AIJ ---- Sentença ---- (intimação).
REAÇÃO:
Reação é a manifestação daquele que foi citado ou intimado.
O sujeito pode optar pela inércia; o réu pode # CPP, art. 261 e 263.
escolher entre se defender ou não, pois o que se # Súmula 523 e 708, STF.
está em jogo são interesses disponíveis. A
grande massa de processos refere-se a causas Se o réu for revel, o juiz nomeará um
patrimoniais. advogado independentemente da forma que
A citação vincula o réu ao processo de modo tal tenha sido realizada a citação.
que a mesma se sujeita à sentença do juiz.
Se o réu é revel, não se presume a
51
Se estiver okay, o processo segue – O juiz deve proferir a decisão liminar.
64
52
O diálogo faz parte da essência do processo, pois permite que o contraditório se faça presente dentro do
processo, e o que é o contraditório se não um dos princípios mais importantes do Direito Processual. O
contraditório é a essência do processo, logo, o diálogo também se caracteriza como essência do processo.
65
6. Princípio do Contraditório
Fundamento normativo:
Princípio do Contraditório: CRFB, art. 5º, LV: determina que no processo judicial e
administrativo serão observados os princípios do contraditório e da ampla defesa com todos
os recursos a ela inerentes.
Ex.: Uma pessoa realiza uma inscrição para participar de um concurso público (ex.: delegado
federal – há prova física). Imaginem que na prova física, o resultado não foi favorável ao
candidato. Não obstante, o mesmo havia filmado a sua prova comprovava que ele não tinha
ultrapassado o limite de 2 minutos da prova.
O candidato ajuíza uma ação pedindo uma tutela de urgência para que possa fazer a segunda
fase, que seria no dia seguinte. Nesse sentido, ele pede uma sentença com o contraditório
diferido.
Importância:
Contraditório: elemento definidor do instituo jurídico.
Hélio diz que o processo é o procedimento realizado em contraditório;
Processo: é um tipo de procedimento que observa o contraditório.
A sentença judicial é legitimada a partir da observação do contraditório.
67
7. Princípio da demanda
- Princípio da ação ou Princípio da inércia da jurisdição
O que é?
É a norma jurídica consoante a qual o Estado não exerce a jurisdição de ofício, sendo
necessária sua provocação pelo interessado.
Fundamento jurídico
Princípio da IMPARCIALIDADE.
Fundamento legal:
NCPC, 2º
CPP, 24, 28 e 30.
Exceções:
CPC/73, art. 989.
Enumerava os legitimados para instaurar o processo de inventário ou partilha.
A exceção para o juiz instaurasse de ofício o processo de inventário, decorre do interesse do
Estado na partilha dos bens do falecido, haja vista o imposto que incide sobre esses bens que
serão partilhados.
NCPC – exclui essa possibilidade!!!!
Corpus, pedindo que o judiciário o proteja contra essa ameaça, permitindo que ele vá e venha
livremente.
HC de ofício: na pendência de um processo judicial, o juiz ou um
tribunal percebendo que uma pessoa está sofrendo uma violação ao seu
direito de ir e vir, pode de ofício conceder o HC em favor da vítima.
Princípio da Congruência:
- Corolário do Princípio da Demanda.
Denominação
- Princípio da correlação entre petição inicial e sentença.
- Princípio da adstrição da Sentença ao Pedido
Sentido:
É a norma jurídica consoante a qual o pedido formulado pelo autor em sua petição inicial
determina os contornos do mérito do processo e, por conseguinte, os limites que deverão ser
observados pela sentença.
Fundamento jurídico:
69
Ex.: a Laura demanda (ato do autor de provocar a máquina do Estado) uma ação em juízo em
favor da Carolina. Ela pede a condenação da outra parte em função dos gastos decorrentes do
acidente e dos danos morais.
P1 S1 (perdas)
PI:
P2 S2 (danos morais)
S3 (danos estéticos) – não houve provocação em detrimento desta
sentença
Princípio da Demanda:
O juiz só pode exercer a jurisdição quando provocado!!! Não houve provocação pela Laura
em função dos danos estéticos, logo, a jurisdição não poderia ser exercida em favor dos danos
estéticos.
Princípio do contraditório
Não foi possível promover um debate em relação a essa sentença (haja visto que não fora
provocado) – logo, rompe com o princípio do contraditório.
Fundamentos legais:
Partes
Iniciativa das partes – procedimento probatório
OBS:
Princípio da livre investigação das provas
Sentido:
- Norma jurídica
- Juiz
- Partes
OBS:
V
F: resulta dos autos do processo, do conjunto probatório (prova testemunhal,
documental, etc.). Tenta recontar a história ao juiz – as provas levam aos autos do processo
um recorte da realidade (podendo ou não corresponder à realidade).
Situação ideal: reproduzir nos autos do processo o que de fato ocorreu no mundo sensível.
VM = VF.
É correto afirmar que apenas o Processo Penal se preocupa com a Verdade Real?
Processualistas civis: tanto o PP quanto o PC buscam a realidade real, pois buscam a justiça.
E para se chegar à justiça é preciso de fato saber o que aconteceu.
PP: possui um menor de grau de tolerância diante do descompasso entre verdade real e
verdade formal. Como assim? No PP o que está em jogo é a liberdade, direito
indisponível/fundamental, o processo penal deve proteger esse direito de forma especial.
Questão fundamental: uma vez tendo sido incorporada as provas aos autos do processo, como
o juiz deverá valorá-las?
Livre convicção
Persuasão racional: prevalece no Direito Brasileiro
Sistema da prova legal
A confissão é a rainha das provas, mas a prova testemunhal é a prostituta das provas (tem
menos valor).
Sistema de prova legal: A lei diz como as provas deverão ser valoradas
Hierarquia legal dos meios de prova
Juiz = autômato
Formalismo > Justiça
Resquício: NCPC, 406 – CC, 108 e CC, 1.653.
Regras:
1º. O juiz não está sujeito à regra alguma na valoração das provas.
2º. O juiz pode inclusive basear-se em elementos de provas que não foram trazidos aos autos
do processo.
Crítica: gera insegurança jurídica, uma vez que viola o princípio do Contraditório.
Se o juiz pode se basear em uma prova externa ao processo, as partes não poderão tecer
argumento algum.
Gláucio: a crítica do Lênio se dirige ao segundo aspecto (prova legal) e não ao terceiro.
Lênio tem birra com o vocábulo livre.
A) Sentido:
É a norma jurídica consoante a qual o juiz possui o dever de apresentar os fundamentos de
toda e qualquer decisão que venha a proferir.
B) FINALIDADE
i) Permitir o controle da aplicação de outros princípios
- Quais?
- Persuasão racional: o princípio da motivação verifica se o juiz se baseou apenas nas provas
documentadas nos autos.
- É pela motivação que se verifica a LEGITIMIDADE dos motivos que levaram o juiz a
atribuir maior valor a uma prova que a outra.
55
Demonstram quais fatos ocorreram no caso em questão. Prova é a demonstração de que fatos ocorreram.
56
A parte tem o direito de produzir provas favoráveis à sua pretensão – direito de ser ouvida.
75
Direito que o interessado possui de recorrer à decisão – ex. apelação – encaminhando a lide
para um tribunal superior, reexaminando-o.
- A motivação facilita à parte prejudicada o direito de recorrer contra a decisão do juiz.
- A exigência da motivação permite um exercício mais eficiente do direito de recorrer.
B) Consequências:
Os autos do processo também são públicos.
Atos do processo = atos jurídicos praticados por todos os sujeitos envolvidos no processo –
formam o procedimento, encadeamento lógico e sistemático do processo; ex.: atos de
contestar, julgar, coletar depoimentos etc.
X
Autos do processo = são o fascículo que documenta os atos do processo, uma vez que todos
os processos devem ser documentados.
C) Finalidade (controle)
A publicidade tem por fim o controle popular do desempenho da função jurisdicional.
A finalidade é permitir o controle popular para por via reflexa assegurar o princípio da
imparcialidade.
É mais fácil ser parcial em segredo!!!
O segredo é ruim, pois abre margem para decisões parciais, mas também o excesso de
publicidade auxilia na condução de decisões parciais. Sobretudo em um mundo que a mídia
exerce grande influência. O excesso de publicidade exerce pressão sobre o juiz, as
testemunhas etc., haja vista temerem desagradas o público com medo de sofrer retaliações.
A publicidade é necessária para assegurar a imparcialidade, mas deve ser feita de modo
moderado, equilibrado.
D) Fundamento normativo:
CRFB, 5º, LX e 93, IX.
NCPC, 189. O processo é público, mas pode correr em segredo os casos: CPP,
792 e CLT, 770. (LER PARA A PRÓXIMA AULA).
Sentido
NJ – prejudicado – DJ – recurso – órgão superior – reexame
Fundamentos:
iv. POLÍTICO:
Está ligado ao controle do exercício do poder, pelo fato do judiciário exercer uma parcela do
poder do Estado – função jurisdicional e todo poder deve ser controlado.
v. LEGAL:
- A legislação infraconstitucional discrimina minuciosamente o grau de jurisdição;
Ex.: NCPC, 994 e segs.
78
- CRFB? – Não há previsão expressa da garantia do duplo grau de jurisdição como direito
fundamental, mas a doutrina declara que há essa garantia implicitamente. Prevendo a
existência de tribunais ela confere a eles competência recursal e, portanto, o duplo grau (ao
atribuir competência recursal, ela prevê o princípio do duplo grau).
Ex.: art. 102, II (rec. Ordinário) e III (rec. Extraordinário); art. 105, II (rec. Ordinário) e III
(rec. Especial); art. 108, II; art. 121, §40.
- CADH (pacto de San José da Costa Rica): art. 8, item II, “h”.
Qual a natureza dessa norma?
- Parte da doutrina estabelece que esta norma é uma norma que tem um status tal que dela
surge um direito fundamental. Logo, ela teria natureza constitucional? Sim, pois o art. 5º, §2º,
CRFB
Estabelece que além dos direitos fundamentais, existem outros dispersos pela CF e pelos
tratados internacionais.
- EC 45/2004: CRFB §3º: os direitos fundamentais veiculados por tratados ou convenções
internacionais, terão status constitucional desde que sejam aprovados por quórum qualificado.
Passou-se a ser previsto de forma expressa o duplo grau de jurisdição com o CADH;
prevaleceu no supremo que tendo esta norma sido incorporada segundo o §2º, a natureza dela
é supralegal (abaixo da CRFB e acima das leis).
- Norma absoluta?
* Não
* Exceções: Lei 6.830/80, art. 34.
CRFB, 102, I, “a”, Lei 9.868/99, 26.
- Nas decisões proferidas pelo STF, não cabe recurso (pois não há nenhum órgão superior ao
STF).
Provocação e recurso
Assim como é necessária a provocação para se iniciar o processo (e essa provocação se dá por
meio da demanda), também é necessária a provocação para que o processo tenha uma
sobrevida em uma instância superior (e essa provocação se dá por meio de um recurso).
Cabe ao interessado em provocar ou não o judiciário!
79
Há situações em que há duplo grau, porém sem recurso = reexame necessário (casos
de remessa necessária). Duplo grau obrigatório.
Ex.: NCPC, art. 496; Lei 12.016/2009, art. 14, §1º.
NCPC – determina que as sentenças que condene a União ou qualquer autarquia a pagar um
valor superior a 1000 s.m, estão obrigadas ao duplo grau de jurisdição, mesmo que a União
não entre com recurso.
- São situações excepcionais.
13.Princípio da cooperação
Deste princípio decorre deveres para todos os sujeitos do processo; todos devem colaborar
para que se alcance um resultado, uma sentença, justa, efetiva e tempestiva.
- Foi previsto pela primeira vez com o NCPC – art. 6º: todos os sujeitos do processo devem
colaborar entre si (...)!
- Estabelece um novo modelo de processo:
Denominações:
* processo cooperativo
* processo colaborativo
* processo policêntrico (nem as partes nem o juiz têm um protagonismo).
* processo comparticipativo
- Sentido: “Dever de o órgão jurisdicional dialogar e consultar as partes antes de decidir sobre
qualquer questão, possibilitando que estas o influenciem a respeito do rumo a ser dado à
causa”. (Ponto de contato entre o princípio da cooperação e o princípio do contraditório).
- NCPC, art. 7º, 9º, 10, 11; 489, §§1º e 2º.
Ex.1: A UFV e outros dois candidatos figuram como réu na ação judicial de revisão de títulos
para a vaga de concurso para professor na Instituição Federal. Para haver a citação é
necessário saber o endereço dos réus, contudo a parte no processo não tem essa informação. A
58
Sentença que não examina o mérito, ou seja, o pedido do autor, não assistindo razão nem ao autor nem ao réu.
82
fim, portanto, de facilitar o processo, a parte pede o auxílio do juiz para que intime a UFV de
fornecer os endereços dos outros dois réus.
Um super princípio que traz embutido em si todos os demais princípios, que convergem para
o princípio do acesso à justiça.
P. Imp
P.J.N
PDPL P.I PAJ
P.C
...
Fundamento:
CRFB/88 – art. 5º, LIV.
83
O acesso à justiça não se confunde com o direito de demandar; é necessário abrir as portas do
judiciário, mas também a condução à resultados justos efetivos e tempestivos.
59
Direito de deduzir pretensões em juízo.
84
NCPC, art. 3º. Compreende toda essa amplitude do acesso à justiça – não é o ideal, mas chega
mais perto do que seja o acesso à justiça em contraposição ao art. 5º da CRFB.
Ainda o sentido:
- Mauro Cappelletti em coautoria com o prof. Bryant Garth.
I. Obstáculo ao AJ
a) Custo do processo: processo é caro!!
Focaliza as despesas processuais e os chamados honorários advocatícios.
Despesas processuais: é o desembolso para que a máquina judicial funcione. (Deve-se
pagar antecipadamente as taxas judiciárias, prova pericial etc.).
* Direito Brasileiro:
Despesas processuais
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Responsabilidade provisória Responsabilidade definitiva
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85
Honorários advocatícios:
- Contratados: honorários que a parte paga ao advogado que ela contratou.
- Arbitrados: (X)
- Sucumbência: NCPC, 85, “caput”: constitui um prêmio ao advogado vencedor. Assim, o juiz
fixa na sentença os honorários que a parte deve pagar de forma extra pelo seu advogado
vencedor. Sim, o advogado ganha 2x.
- Recursos financeiros:
o Quem possui condições financeiras para litigar?
o Entre os que possuem, quem possui condições para suportar a demora do processo?
III. Obstáculo referente aos problemas especiais relacionados aos direitos metaindividuais
86
Eles ficaram desprotegidos por causa de suas peculiaridades, como por exemplo: quem
pode defende-los em juízo?
ii. Ele pediu também, para que identificassem como que cada Estado soberano
enfrentou esses obstáculos por meio do Direito positivo.
Soluções práticas
1º ONDA: Onda da assistência judiciária
- Ataca o custo do processo.
- Assegura processo sem despesa e custo com advogado para aquelas pessoas que não tem
condições, pedindo o benefício da gratuidade jurídica:
Gratuidade: elimina as despesas do processo e os honorários da sucumbência.