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As relações de hierarquia entre tribunais implicam o dever de acatamento, por parte dos
tribunais inferiores, no caso concreto, das decisões proferidas em via de recurso, pelos tribunais
superiores.
À independência dos tribunais, acresce o princípio de independência dos juízes nos termos
do 222º CRP, traduz no facto de eles julgarem apenas segundo a Constituição e a Lei e por
conseguinte sem estarem sujeitos a ordens ou instruções vindas de outros órgãos do Estado ou
de outros juízes de escalões superiores da respectiva magistratura.
Esta independência, é assegurada pela inamovibilidade (216º nº1 CRP), pelo princípio da
irresponsabilidade (216ºnº2 CRP) pelas suas decisões; pelo autogoverno, e ainda pelo regime
de incompatibilidades (216ºnº5 CRP).
Na composição destes órgãos, a uma parte é designada entre os próprios pares, outra é
designada por outros órgãos de soberania (eleitos pelo povo por sufrágio universal) isto traduz-
se em legitimidade democrática. Mas importa saber que não inclui qualquer membro designado
pelo Governo como garantia de não ingerência daquele na magistratura judicial ou Adm Fiscal.
MINISTÉRIO PÚBLICO
Ao contrário dos magistrados judiciais (juízes) onde não existe subordinação hierárquica. No
caso dos magistrados do Ministério Público, a subordinação está prevista nos art. 76ºnº3 do
EMP, que prevê a subordinação dos magistrados de grau inferior aos de grau superior, nos
termos de tal estatuto (EMP).
Consequentemente na obrigação de acatamento por aqueles, das diretivas, ordens e instruções
recebidas, exceto nos termos do art 79ºEMP, por grave violação da sua consciência jurídica.
No topo desta Hierarquia encontra-se o Procurador Geral da República, que preside a PGR (13º
nº1 EMP), sus competências nos termos do Art 12º nº 2 b) EMP
A ordem hierárquica está prevista nos art 8ºnº1 EMP + 9º nº1 LOSJ
Comaille refere que filosoficamente existem 2 modelos de organização judiciária:
O JULGADOS DE PAZ
Já existiam antes do 25 de abril, e foram postos de lado pelo preconceito que o ligava aos
tempos da ditadura.
Os litígios que dão entrada nestes tribunais, podem ser resolvidos por mediação, conciliação ou
por meio de sentença.
Os acordos obtidos por mediação ou conciliação, com o auxílio do mediador (3º imparcial, com
formação específica, nomeado pelo Min. Justiça), tem o valor de uma sentença o que suscita a
desconfiança nos advogados e solicitadores, que em regra, no caso de sentença, podem recorrer
para a instância superior na hierarquia judiciária.
Assim, em nada resolveu o volume dos processos nos tribunais de 1ª instância.
O modelo português é de dupla jurisdição, muito semelhante ao sistema Francês porque temos
duas estruturas completamente paralelas, exatamente iguais, onde se discutem em 1ª instância as
questões de justiça comum, ou seja os conflitos Cíveis e Penais entre particulares; e outra
jurisdição, que sempre que o litígio for com um Ente Público (Estado) este litígio é tratado nos
Tribunais Administrativas e Fiscais, de 1º instância, presentes nas Comarcas.
Em caso de apelação, nos casos previstos em lei (alçadas – art. 44º LOSJ), existem os Supremos
Tribunais. Que na Jurisdição da justiça Comum, Cível e Penal, o caso em concreto segue para o
STJ e no caso da Justiça Adm. Fiscal, poderá avançar para O Supremo Tribunal Administrativo
ambos em Lisboa.