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OSTENSIVO DGPM-315

CAPÍTULO 1
DISPOSIÇÕES GERAIS
1.1 - CONCEITOS
Para os efeitos desta norma, são estabelecidos os seguintes conceitos:
a) Sindicância - procedimento administrativo investigatório sumário, que se destina a
apurar ocorrências anômalas ao serviço, sobre as quais o titular da OM considere
necessários maiores esclarecimentos, que não configurem, a princípio, crime militar.
b) Polícia Judiciária Militar (PJM) - conjunto de atribuições conferidas às
autoridades elencadas no art. 7º, caput e alíneas, do Código de Processo Penal Militar
(CPPM), destinadas a apuração de materialidade e autoria de crime militar.
c) Inquérito Policial Militar (IPM) - procedimento administrativo investigatório
instaurado no exercício da polícia judiciária militar, disciplinado pelo CPPM,
destinado à apuração de fato caracterizado, em tese, como crime militar e à
consequente identificação da autoria do mesmo, a fim de subsidiar a propositura da
Ação Penal pelo Ministério Público Militar (MPM).
d) Indiciado - pessoa maior de 18 anos, sobre a qual incide a investigação, em sede de
Inquérito Policial (IP), para apurar materialidade de crime e indícios de autoria, a fim
de subsidiar a propositura da Ação Penal.
e) Contravenção Disciplinar - é toda ação ou omissão contrária às obrigações ou aos
deveres militares estatuídos nas leis, nos regulamentos e nas disposições em vigor
que fundamentam a Organização Militar (OM), desde que não incidindo no que é
capitulado no Código Penal Militar (CPM) como crime.
f) Crime Militar - infração penal prevista no CPM, que ocorre por meio de ação ou
omissão imputável ao agente nas situações previstas no art. 9º e incisos do CPM, em
tempo de paz, ou naquelas previstas no art. 10 e incisos do mesmo código em tempo
de guerra.
g) Réu - militar ou civil respondendo a processo criminal, na justiça comum ou militar.
h) Oficial de Justiça - serventuário da justiça com fé pública, incumbido pelo Juiz de
efetuar as comunicações jurídicas por ele determinadas, ou que lhes sejam atribuídas
por lei, necessárias ao andamento e julgamento das causas, tais como citações,
intimações e notificações.

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i) Ministério Público (MP) - instituição permanente, essencial à função jurisdicional


do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos
interesses sociais e individuais indisponíveis, cujas atribuições institucionais
englobam a fiscalização da Polícia Judiciária e a titularidade da ação penal.
j) Ministério Público Militar (MPM) - órgão componente do Ministério Público da
União (MPU), ao qual compete o exercício de atribuições junto à Justiça Militar,
dentre as quais, promover, privativamente, a ação penal pública e exercer o controle
externo da atividade da PJM.
k) Procedimento de Diligência Investigatória Criminal (PDIC) - procedimento
administrativo e investigatório, conduzido pelo MP, com a finalidade de colher
elementos para a propositura de uma Ação Penal Pública ou subsidiar a requisição de
IPM.
l) Requisição do Ministério Público - são exigências efetuadas pelos órgãos do MP,
no âmbito de suas atribuições legais e regulares, sendo de cumprimento obrigatório.
1.2 - DEFINIÇÕES
1.2.1 - Estrutura Básica do Poder Judiciário
O Poder Judiciário exerce a jurisdição (diz o direito), sendo sua função básica a
aplicação das leis aos casos concretos, solucionando os litígios que lhe são
apresentados e realizando o controle da constitucionalidade dos atos normativos.
De acordo com a Constituição Federal, são órgãos do Poder Judiciário:
- o Supremo Tribunal Federal (STF);
- o Conselho Nacional de Justiça (CNJ);
- o Superior Tribunal de Justiça (STJ);
- os Tribunais Federais e Juízes Federais;
- os Tribunais e Juízes do Trabalho;
- os Tribunais e Juízes Eleitorais;
- os Tribunais e Juízes Militares; e
- os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.
A partir do rol dos órgãos do Poder Judiciário, verifica-se que a Justiça pode ser de
1º ou de 2º grau de Jurisdição, assim como pode ser Federal ou Estadual, podendo,
ainda, ser Comum ou Especial, esta em razão da matéria especializada (a Justiça

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Federal Especial abrange a Justiça Militar, a Justiça Eleitoral e a Justiça do


Trabalho).
Seja de que tipo ou nível for, os membros que compõem o Poder Judiciário têm a
designação genérica de Juízes (magistrados), mas a lei os distingue em Juízes,
Desembargadores (nos Tribunais de Justiça estaduais) e Ministros dos Tribunais
Superiores.
1.2.2 - Competência
Quanto à competência, à Justiça Federal cabem as causas em que a União, Entidade
Autárquica ou Empresa Pública Federal forem interessadas; à Justiça Comum
Estadual competem as causas não reservadas à Justiça Federal.
A Justiça Federal Comum compõe-se dos Tribunais Regionais Federais, dos Juízes
Federais, dos Juizados Especiais (para causas cíveis de menor complexidade e
infrações penais de menor potencial ofensivo) e do Tribunal do Júri Federal.
Os Juizados Especiais, apesar do nome, não pertencem à Justiça Especializada, mas à
Justiça Comum, vez que julgam a mesma matéria desta, só com a diferença da alçada
própria.
Pertencem à Justiça Estadual Comum os Tribunais de Justiça, os juízes de direito, o
Tribunal do Júri e os Juizados Especiais.
Tanto as causas da Justiça Federal como as da Justiça Estadual, cumpridos os
requisitos exigidos, podem ser submetidas ao STJ, Tribunal que, além de sua
competência originária, aparece como última instância da Justiça Comum em matéria
não constitucional, o que se dá através do recurso ordinário ou do recurso especial.
No Brasil, o órgão de cúpula do Poder Judiciário é o STF, composto de 11 Ministros.
Sua função precípua é preservar, por meio de sua interpretação construtiva, o
“espírito” e os princípios da Constituição da República, já que é seu intérprete
definitivo.

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STF

JUSTIÇA COMUM JUSTIÇA ESPECIAL


CNJ

STJ TST STM TSE

TJ TRF TRT TRE

JUÍZES DE JUÍZES JUÍZES DO JUÍZES JUÍZES


DIREITO FEDERAIS TRABALHO MILITARES ELEITORAIS

1.2.3 - Sistema de Assessoria Jurídica Consultiva da Marinha


O Sistema de Assessoria Jurídica Consultiva da Marinha (SAJCM) é composto pelo
Consultor Jurídico-Adjunto do Comando da Marinha (CJACM), pelas Assessorias
Jurídicas das OM da MB e pelas Centrais de Processos Judiciários (CPJ), cuja
organização encontra-se regulamentada nas Normas para a Organização e o
Funcionamento do SAJCM, aprovadas pela Portaria nº 319/MB, de 12JUN2013, que
disciplinam, dentre outros, os seguintes assuntos: procedimentos relativos às ações
mandamentais contra ato de Autoridade Naval; procedimentos a serem tomados pelo
titular da OM que receber Mandado de Busca e Apreensão; procedimentos quanto ao
recebimento de denúncias anônimas; procedimentos para as ações contra a União e
procedimentos para as ações de iniciativa da MB.
1.2.4 - Atividades de Polícia Judiciária Militar
Existem várias atividades atinentes à segurança pública, exercidas para a preservação
da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, distribuídas de
acordo com a Constituição República e com a legislação infraconstitucional. À

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Polícia Militar cabe a atividade de polícia ostensiva e a preservação da ordem pública; a


Polícia Federal exerce, com exclusividade, as funções de Polícia Judiciária da União; à
Polícia Civil incumbe, ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária
e a apuração de infrações penais, exceto as militares; e às Forças Armadas, incumbem as
atividades de PJM.
A PJM é exercida, nos termos do CPPM, pelas autoridades mencionadas no art. 7º, que
possuem competência para:
a) apurar os crimes militares, bem como os que, por lei especial, estão sujeitos à jurisdição
militar, e sua autoria;
b) prestar aos órgãos e juízes da Justiça Militar e aos membros do MP as informações
necessárias à instrução e julgamento dos processos, bem como realizar as diligências
que por eles lhe forem requisitadas;
c) cumprir os mandados de prisão expedidos pela Justiça Militar;
d) representar as autoridades judiciárias militares acerca da prisão preventiva e da
insanidade mental do indiciado;
e) cumprir as determinações da Justiça Militar relativas aos presos sob sua guarda e
responsabilidade, bem como as demais prescrições do CPPM, nesse sentido;
f) solicitar das autoridades civis as informações e medidas que julgar úteis à elucidação
das infrações penais, que estejam a seu cargo;
g) requisitar da polícia civil e das repartições técnicas civis as pesquisas e exames
necessários ao complemento e subsídio de IPM; e
h) atender, com observância dos regulamentos militares, a pedido de apresentação de
militar ou funcionário de repartição militar à autoridade civil competente, desde que
legal e fundamentado o pedido.
O Capítulo 7 destas Normas estabelece a organização, o funcionamento e as atribuições do
Serviço de Polícia Judiciária Militar (S-PJM), especialmente no que tange às perícias que
se façam necessárias.
Os Capítulos 8, 9 e 10 destas Normas, que tratam, respectivamente, do Inquérito Policial
Militar, da Deserção e da Prisão em Flagrante, detalham os procedimentos que envolvem
as atividades de PJM no âmbito da MB.

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1.3 - CONTROLE DE MILITARES SUBMETIDOS A PROCESSOS


ADMINISTRATIVOS E CRIMINAIS
SEÇÃO I - DAS COMUNICAÇÕES
1.3.1 - Do Militar
a) todo militar da MB deverá, imediatamente, comunicar por escrito ao seu
Comandante/Diretor, via canal de comando, o fato de se encontrar na condição de
envolvido, autor do fato, indiciado, investigado, denunciado ou querelado em
procedimentos ou processos criminais, em sede policial ou judicial, tais como:
Lavratura de Boletim ou Registro de Ocorrência, Termo Circunstanciado,
Medidas Protetivas de Urgência da Lei n° 11.340/2006, Inquérito Policial Comum
ou Militar, Processo Penal Comum ou Militar, entre outros, ou ainda, ter sido
preso ou autuado em flagrante delito, mantendo-o informado quanto ao
andamento do procedimento ou do processo, a sentença prolatada e a interposição
de recursos, até o seu arquivamento, até o trânsito em julgado de sentença, ou até
o término da execução da pena, em caso de condenação; e
b) a submissão do militar à ação da Justiça não o isenta da aplicação das Normas e
Regulamentos vigentes, inclusive para efeito de punição disciplinar, salvo decisão
judicial específica em sentido contrário.
1.3.2 - Autoridades Competentes
a) o Comandante da OM ou autoridade equivalente, ao tomar conhecimento que um
militar, seu subordinado, encontra-se em uma das situações constantes do inciso
1.3.1, deverá fazer imediata comunicação, por meio de mensagem, à DPMM ou
ao CPesFN, quando militar do CFN;
b) o texto da mensagem mencionada na alínea a conterá NIP, posto ou graduação,
nome do militar e um relato sucinto do fato ocorrido e será complementado, com
a maior brevidade, por meio de ofício encaminhando a cópia dos documentos
recebidos do militar, do Poder Judiciário ou da Autoridade Policial, quando
disponível, e o enquadramento a que foi submetido o militar;
c) a mensagem e o Ofício mencionados nas alíneas anteriores serão encaminhados,
também, com informação ou cópia ao Comandante de Distrito Naval (DN) em
cuja jurisdição encontra-se localizada a OM e ao CIM;

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d) as OM deverão buscar junto à autoridade judiciária ou policial competente, a


situação atual do procedimento ou processo, tais como: ocorrências policiais,
decisões judiciais, recursos, condenações etc sendo que, até o dia 10 dos meses
de fevereiro e agosto, as OM deverão encaminhar por ofício, preferencialmente
por meio eletrônico, sem prejuízo do disposto anteriormente, um resumo
contendo todos os movimentos ocorridos, ou não, no procedimento ou processo
(diligências/pedido de informação/etc) atinentes aos militares submetidos à ação
na justiça militar ou comum (modelo do Anexo). Para tal incumbência, a OM
deverá designar e informar o militar responsável pela função, por meio de Ordem
de Serviço (OS) à DPMM, CPesFN e CIM, de modo a permitir o efetivo
acompanhamento; e
e) a comunicação mencionada na alínea a será efetuada de acordo com as
disposições destas Normas atinentes à Deserção, Conselhos de Justificação e de
Disciplina, Sindicância, Inquérito Policial Militar e Prisão em Flagrante na MB.
SEÇÃO II - DOS PROCEDIMENTOS
1.3.3 - Agregação
Agregação é a situação na qual o militar da ativa deixa de ocupar vaga na escala
hierárquica de seu Corpo ou Quadro, nele permanecendo sem número.
a) o ato de agregação, quando incidir nas hipóteses previstas no art. 82 do Estatuto
dos Militares (EM), terá como consequência o afastamento temporário do Serviço
Ativo da Marinha (SAM), devendo constar a data a partir da qual o militar foi
agregado e o motivo determinante da agregação, de conformidade com o EM;
b) os militares submetidos à ação da Justiça, quando forem afastados
temporariamente do SAM, deverão ser agregados aos respectivos Quadros, nos
casos abaixo discriminados:
I) Justiça Militar:
- quando desertor, o momento para agregação dar-se-á de acordo com o art. 82,
inciso VII e § 2º do EM, art. 454 § 1º e art. 456 § 4º do CPPM; e
- após condenação à pena de suspensão do exercício do posto, graduação, cargo
ou função, prevista no Código Penal Militar (CPM), ocorrerá a agregação, a
partir da data da publicação da sentença (art. 82 inciso XI e § 2° do EM);
II) Justiça Comum:

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Em qualquer fase do processo, ao ficar exclusivamente à disposição da Justiça


Comum, a partir da data indicada no ato que torne público quaisquer das
situações a seguir discriminadas (art. 82 inciso IX e § 2° do EM):
- ter sido preso cautelarmente (exemplo: prisão em flagrante, prisão preventiva
e prisão temporária); e
- ter sido internado por mandado judicial; e
III) Em Qualquer Foro:
Após ter sido condenado à pena privativa de liberdade superior a seis meses,
em decisão transitada em julgado, a partir da data indicada no ato que tornar
público esse evento, enquanto durar a execução, excluído o período de sua
suspensão condicional, se concedida, ou até ser declarado indigno de
pertencer às Forças Armadas ou com elas incompatível (art. 82 inciso X e §
2° do EM); e
c) o militar afastado, agregado ao respectivo Quadro por ter incidido em qualquer
dos casos previstos na alínea b, ficará impedido de desempenhar suas funções
durante o período em que tramitar o processo, se por sua atuação se tornar
incompatível com o cargo (art. 44, §§1º e 2º, do EM).
1.3.4 - Afastamento do Exercício de Cargo ou de Desempenho de Funções do Militar
Condenado
O militar agregado por ter sido condenado à pena de suspensão do exercício do
posto, graduação, cargo ou função, ficará, pelo tempo fixado na sentença, sem
função, adido à sua OM, onde deverá comparecer regularmente, de acordo com o art.
64 do CPM, combinado com o art. 84 do EM.
1.3.5 - Afastamento do Desempenho de Funções de Militar Não Agregado
a) o militar que responde em liberdade a processo, no Foro Comum ou Militar, ainda
não agregado ao respectivo Quadro, será afastado do cargo e ficará impedido de
desempenhar suas funções, se a natureza do crime que lhe é imputado for
incompatível com o exercício da função militar, de acordo com o art. 44 do EM e
art. 394 do CPPM; e
b) o militar afastado deverá permanecer em sua OM de origem, devendo sua rotina
ser definida a critério do Comandante/Diretor.

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1.3.6 - Competência
a) o ato de agregação e afastamento do exercício de funções será expedido pelo
Comandante da Marinha (CM) ou pela autoridade à qual tenha sido delegada
competência; e
b) o afastamento de funções perdurará até que o militar agregado pelos motivos
constantes do inciso 1.3.3 seja absolvido ou seja condenado à pena privativa de
liberdade não superior a seis meses.
1.3.7 - O Afastamento do Militar da Organização Militar
a) o militar agregado ficará adido à OM onde servia, DN ou em OM designada pelo
SDP ao qual está vinculado, onde estiver situado o Juízo no qual tramitar o
processo. Quando o Foro do processo localizar-se em município que não o da sede
do DN, o militar deverá ficar adido à OM mais próxima daquele Foro, desde que
o Comandante ou autoridade equivalente lhe seja hierarquicamente superior (art.
84 do EM e art. 392 do CPPM);
b) o afastamento do militar, ainda não agregado, de sua OM deverá ocorrer,
necessariamente, quando estiver ele denunciado por cometimento de crime que
tenha violado as obrigações e os deveres militares, de tal modo que resulte em
ameaça à preservação dos preceitos da hierarquia e da disciplina; e
c) caberá ao SDP, no caso do inciso anterior, afastar e designar a OM onde o militar
ficará adido, cujo Comandante/Diretor estabelecerá a rotina a ser seguida pelo
militar.
1.3.8 - Reversão
Reversão é o ato pelo qual o militar agregado retorna ao respectivo Corpo ou
Quadro, tão logo cesse o motivo que determinou a sua agregação.
O militar agregado nas condições estabelecidas no inciso 1.3.3 reverterá ao Serviço
Ativo por ato do CM ou da autoridade a qual tenha sido delegada competência.
1.3.9 - A Data da Reversão
O Ato de reversão ocorrerá a partir da ocorrência de uma das seguintes situações (art.
86 do EM):
a) quando desertor, se oficial, a reversão dar-se-á, ao final do processo; e se praça
com estabilidade assegurada, após captura ou apresentação voluntária (art. 454 §
1º e art. 457 § 3º do CPPM);

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b) do término do cumprimento da pena de suspensão do exercício do posto,


graduação, cargo ou função, ou do término do cumprimento de pena privativa de
liberdade superior a seis meses, desde que não tenha sido declarado indigno de
pertencer às Forças Armadas ou com elas incompatível; ou
c) em qualquer tempo, no decorrer do processo, ao cessar o motivo pelo qual o
militar ficou, exclusivamente, à disposição da Justiça Comum.
SEÇÃO III - DOS EFEITOS NA CARREIRA
1.3.10 - Quanto à Promoção
a) não poderá constar de qualquer Quadro de Acesso ou Lista de Escolha e de
qualquer relação para promoção, o oficial (art. 35 da Lei nº 5.821/1972):
I) denunciado em processo criminal comum ou militar, enquanto não transitar
em julgado a sentença;
II) submetido a Conselho de Justificação (CJ) instaurado ex officio;
III) for condenado, enquanto durar o cumprimento da pena, inclusive no caso de
suspensão condicional da pena, não se computando o tempo acrescido à
pena original para fins de sua suspensão condicional;
IV) condenado à pena de suspensão do exercício do posto, cargo ou função,
prevista no CPM, durante o prazo dessa suspensão;
V) considerado como desertor;
VI) preso preventivamente, ou em flagrante delito, enquanto a prisão não for
revogada; e
VII)preso preventivamente em virtude de IPM instaurado;
b) não poderá constar de qualquer Quadro de Acesso, a praça quando (art. 36 do
Dec. nº 4.034/2001):
I) for presa preventivamente ou em flagrante delito, enquanto a prisão não for
revogada;
II) estiver sub judice, por recebimento de denúncia , enquanto a sentença final
não houver transitado em julgado;
III) for presa preventivamente, em virtude de IPM instaurado ou em processo
criminal;

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IV) for condenada, enquanto durar o cumprimento da pena, inclusive no caso de


suspensão condicional da pena, não se computando o tempo acrescido à
pena original para fins de sua suspensão condicional;
V) for condenada à pena de suspensão do exercício da graduação, cargo ou
função prevista no CPM, durante o prazo desta suspensão;
VI) for considerada desertora; ou
VII)estiver submetida a Conselho de Disciplina (CD) instaurado; e
c) deverão ser observadas, ainda, as restrições ao acesso na carreira previstas nos
Planos de Carreira de Oficiais e de Praças da Marinha (PCOM e PCPM),
relacionadas ao envolvimento criminal do militar, ou à sua submissão à
Conselho de Justificação ou de Disciplina.
1.3.11 - Quanto a Cursos
Deverão ser observadas as disposições referentes à realização, trancamento e
cancelamento de matrícula em cursos, constantes nas Normas sobre Seleção e
Indicação para Cursos (DGPM-307), e nos PCOM e PCPM.
1.3.12 - Proibição de Movimentação com Mudança de Sede
O militar que estiver respondendo a processo na justiça criminal, comum ou militar,
em liberdade, não poderá ser movimentado para OM localizada fora da sede do
Foro correspondente, exceto quando devidamente autorizado pelo Juízo
competente, e pela DPMM ou CPesFN.
1.3.13 - Restrições à Exclusão do Serviço Ativo
a) não poderá ser transferido para a Reserva Remunerada, a pedido, o militar que
estiver em qualquer das situações abaixo discriminadas, de acordo com o art. 97,
§ 4°, alíneas a e b do EM:
I) respondendo a inquérito ou processo em qualquer jurisdição;
II) cumprindo pena de qualquer natureza; e
III) respondendo a processo administrativo disciplinar.
b) do mesmo modo, não poderá ser realizado o licenciamento do SAM, a pedido
de quaisquer praças não estáveis, inclusive as que estejam prestando o Serviço
Militar Inicial, quando:
I) indiciadas em IPM;
II) respondendo a processo no Foro militar; e

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III) desertoras.
No entanto, de acordo com o Memorando nº 7/MB, de 20 de setembro de 2011,
do Comandante da Marinha, poderá ser realizado o LSAM ex officio das praças
sem estabilidade que estiverem sujeitas à justiça militar e/ou comum (indiciados
ou denunciados), por conveniência administrativa,
No caso específico dos desertores não estáveis, até que ocorra a alteração do
Memorando nº 7/2011, do Comandante da Marinha, o militar prestando o
serviço militar obrigatório (SMO), desde que tenha cumprido o seu tempo de
serviço obrigatório, serviço militar voluntário (SMV) ou em prorrogação
(engajamento ou reengajamento) sendo processado pelo crime de Deserção,pode
ser licenciado do SAM após o recebimento da denúncia. A fim de que seja
realizado o licenciamento, a OM à qual estiver vinculado o militar deverá
expedir ofício ao Juiz Auditor, no mínimo, trinta dias antes do término do tempo
de serviço do desertor, nos seguintes termos: “Referente ao processo nº XXXX,
considerando a atual jurisprudência majoritária do Superior Tribunal Militar,
consulto a possibilidade de Vossa Excelência autorizar o licenciamento do
Serviço Ativo da Marinha, do acusado (nome completo), a partir do dia (data),
onde fixará residência à (endereço completo)”.
c) a exclusão a bem da Disciplina de Praças com estabilidade assegurada
condiciona-se à decisão de competente CD, de acordo com o Dec nº
71.500/1972; e
d) o oficial será excluído ex officio da MB quando houver perdido o posto e a
patente, em decorrência de decisão do Superior Tribunal Militar (STM), em
tempo de paz, que o declare indigno para o Oficialato ou com ele incompatível
(art. 142, § 3º, VI da Constituição Federal e art. 118, 119 e 120 do EM).
1.3.14 - Contagem do Tempo de Serviço
Não será computável para efeito algum, salvo para inclusão em quota compulsória,
o tempo (art. 137 § 4° do EM):
a) decorrido em cumprimento de pena de suspensão do exercício do posto,
graduação, cargo ou função, por sentença transitada em julgado;
b) decorrido em cumprimento de pena privativa de liberdade, por sentença
transitada em julgado, desde que não tenha sido concedida suspensão

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condicional da pena, quando, então, o tempo correspondente ao período da pena


será computado apenas para o fim de inclusão em quota compulsória e o que
dele exceder, para todos os efeitos, caso as condições estipuladas na sentença
não o impeçam; e
c) passado como desertor.
1.3.15 - O Ressarcimento de Direitos
O militar que deixar de ser promovido, em virtude de ter sido enquadrado nas
subalíneas I, II, VI e VII, da alínea a do inciso 1.3.10, ou subalíneas I, II, III e VI
da alínea b do inciso 1.3.10, será ressarcido dos direitos inerentes à antiguidade,
quando for impronunciado ou absolvido, nos termos do disposto na Lei nº
5.821/1972 e no Dec. nº 4.034/2001.
1.3.16 - Concomitância entre Inquérito/Processo Penal, Militar/Comum e
Procedimento Administrativo para Apuração de Contravenção Disciplinar
a) a instauração de Inquérito Policial/Processo Penal, Militar/Comum, não obsta a
submissão do militar ao procedimento administrativo para apuração de
contravenção disciplinar apurada e caracterizada nos respectivos autos, bem
como não enseja o sobrestamento da aplicação da sanção disciplinar,
considerando o princípio da independência das instâncias penal e administrativa;
e
b) na hipótese da conduta configurar, ao mesmo tempo, crime militar e
contravenção disciplinar (art. 42 § 2º do EM c/c art. 9º do RDM), não deverá
haver procedimento administrativo para apuração de contravenção disciplinar,
salvo se, na hipótese de arquivamento ou absolvição, em sede de Inquérito
Policial/Processo, Militar/Comum, ficar constatada a existência de falta residual
por parte do militar que não tenha sido absolvido por inexistência do fato ou por
negativa de autoria, pelo mesmo fato.
SEÇÃO IV - DOS CANDIDATOS SUB JUDICE
1.3.17 - Dos Procedimentos Adotados para os Candidatos Sub Judice
a) os candidatos sub judice, aí entendidos aqueles que tiverem assegurada a
inscrição ou o prosseguimento em processo seletivo, bem como a matrícula e
frequência em cursos da MB, em razão de decisão judicial não definitiva, serão

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tratados em igualdade de condições com os demais candidatos, até o advento de


eventual decisão judicial em contrário;
b) aos candidatos sub judice se aplicam todas a regras do concurso e do Curso a
que estiverem vinculados, significando, conforme o caso: matrícula em curso;
classificação; aprovação ou reprovação; juramento à bandeira; declaração de
Guarda-Marinha e proposta de nomeação a Oficial; movimentação; designação
de função; avaliações (conceitos); e outros atos relativos à carreira dos oficiais
ou das praças, respeitando-se, expressamente, a amplitude do contido na
respectiva decisão judicial; e
c) o acesso a outros cursos, a nomeação ou promoção ao término do respectivo
Curso, conforme o caso, não é consequência natural da conclusão do mesmo
pelo candidato sub judice. A eventual matrícula em outro curso, a nomeação ou
a promoção inicial e subsequentes só se darão por expressa determinação
judicial, as quais só se confirmarão, em definitivo, com o trânsito em julgado da
decisão judicial.
1.3.18 - Dos Atos Administrativos
Todos os atos administrativos pertinentes à carreira desse pessoal, tais como
Ordens-de-Serviço, Portarias, Termos de Compromisso etc, deverão ser lavrados
em separado e neles se fará constar, explicitamente:
a) a condição sub judice;
b) o número e espécie do processo judicial, a vara e a origem;
c) o tipo de decisão judicial (liminar, antecipação de tutela, sentença, acórdão, etc);
d) data da decisão judicial; e
e) transcrição integral da parte que contém a determinação judicial.
1.3.19 - Das Solenidades
Não se fará referência à condição de sub judice nas formaturas, cerimônias festivas
ou outros atos públicos.
1.3.20 - Dos Procedimentos Internos dos Estabelecimentos de Ensino
a) em face das especificidades das diversas decisões judiciais, quando
determinadas aos estabelecimentos de ensino após o início do período letivo dos
respectivos Cursos, ficam aqueles autorizados a estabelecerem procedimentos
internos para o cumprimento das medidas judiciais;

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b) os procedimentos mencionados no item anterior deverão ser ratificados pelo


Diretor de Ensino da Marinha e informados à DPMM para fins de controle da
carreira dos militares envolvidos; e
c) em relação aos concursos efetuados exclusivamente pelo setor CGCFN, os
procedimentos mencionados serão ratificados e controlados pelo CPesFN.
1.3.21 - Do Adicional de Habilitação
a) é devido o Adicional de Habilitação aos candidatos sub judice, matriculados em
curso do SEN, que tenham concluído o referido curso com aproveitamento, de
acordo com a legislação que trata da Remuneração dos Militares em vigor; e
b) caberá à OM em que o candidato sub judice estiver servindo informar à DEnsM
caso haja improcedência do pedido, com trânsito em julgado, para que a parcela
correspondente ao Adicional de Habilitação seja atualizada.

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