Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CAPÍTULO 1
DISPOSIÇÕES GERAIS
1.1 - CONCEITOS
Para os efeitos desta norma, são estabelecidos os seguintes conceitos:
a) Sindicância - procedimento administrativo investigatório sumário, que se destina a
apurar ocorrências anômalas ao serviço, sobre as quais o titular da OM considere
necessários maiores esclarecimentos, que não configurem, a princípio, crime militar.
b) Polícia Judiciária Militar (PJM) - conjunto de atribuições conferidas às
autoridades elencadas no art. 7º, caput e alíneas, do Código de Processo Penal Militar
(CPPM), destinadas a apuração de materialidade e autoria de crime militar.
c) Inquérito Policial Militar (IPM) - procedimento administrativo investigatório
instaurado no exercício da polícia judiciária militar, disciplinado pelo CPPM,
destinado à apuração de fato caracterizado, em tese, como crime militar e à
consequente identificação da autoria do mesmo, a fim de subsidiar a propositura da
Ação Penal pelo Ministério Público Militar (MPM).
d) Indiciado - pessoa maior de 18 anos, sobre a qual incide a investigação, em sede de
Inquérito Policial (IP), para apurar materialidade de crime e indícios de autoria, a fim
de subsidiar a propositura da Ação Penal.
e) Contravenção Disciplinar - é toda ação ou omissão contrária às obrigações ou aos
deveres militares estatuídos nas leis, nos regulamentos e nas disposições em vigor
que fundamentam a Organização Militar (OM), desde que não incidindo no que é
capitulado no Código Penal Militar (CPM) como crime.
f) Crime Militar - infração penal prevista no CPM, que ocorre por meio de ação ou
omissão imputável ao agente nas situações previstas no art. 9º e incisos do CPM, em
tempo de paz, ou naquelas previstas no art. 10 e incisos do mesmo código em tempo
de guerra.
g) Réu - militar ou civil respondendo a processo criminal, na justiça comum ou militar.
h) Oficial de Justiça - serventuário da justiça com fé pública, incumbido pelo Juiz de
efetuar as comunicações jurídicas por ele determinadas, ou que lhes sejam atribuídas
por lei, necessárias ao andamento e julgamento das causas, tais como citações,
intimações e notificações.
STF
1.3.6 - Competência
a) o ato de agregação e afastamento do exercício de funções será expedido pelo
Comandante da Marinha (CM) ou pela autoridade à qual tenha sido delegada
competência; e
b) o afastamento de funções perdurará até que o militar agregado pelos motivos
constantes do inciso 1.3.3 seja absolvido ou seja condenado à pena privativa de
liberdade não superior a seis meses.
1.3.7 - O Afastamento do Militar da Organização Militar
a) o militar agregado ficará adido à OM onde servia, DN ou em OM designada pelo
SDP ao qual está vinculado, onde estiver situado o Juízo no qual tramitar o
processo. Quando o Foro do processo localizar-se em município que não o da sede
do DN, o militar deverá ficar adido à OM mais próxima daquele Foro, desde que
o Comandante ou autoridade equivalente lhe seja hierarquicamente superior (art.
84 do EM e art. 392 do CPPM);
b) o afastamento do militar, ainda não agregado, de sua OM deverá ocorrer,
necessariamente, quando estiver ele denunciado por cometimento de crime que
tenha violado as obrigações e os deveres militares, de tal modo que resulte em
ameaça à preservação dos preceitos da hierarquia e da disciplina; e
c) caberá ao SDP, no caso do inciso anterior, afastar e designar a OM onde o militar
ficará adido, cujo Comandante/Diretor estabelecerá a rotina a ser seguida pelo
militar.
1.3.8 - Reversão
Reversão é o ato pelo qual o militar agregado retorna ao respectivo Corpo ou
Quadro, tão logo cesse o motivo que determinou a sua agregação.
O militar agregado nas condições estabelecidas no inciso 1.3.3 reverterá ao Serviço
Ativo por ato do CM ou da autoridade a qual tenha sido delegada competência.
1.3.9 - A Data da Reversão
O Ato de reversão ocorrerá a partir da ocorrência de uma das seguintes situações (art.
86 do EM):
a) quando desertor, se oficial, a reversão dar-se-á, ao final do processo; e se praça
com estabilidade assegurada, após captura ou apresentação voluntária (art. 454 §
1º e art. 457 § 3º do CPPM);
III) desertoras.
No entanto, de acordo com o Memorando nº 7/MB, de 20 de setembro de 2011,
do Comandante da Marinha, poderá ser realizado o LSAM ex officio das praças
sem estabilidade que estiverem sujeitas à justiça militar e/ou comum (indiciados
ou denunciados), por conveniência administrativa,
No caso específico dos desertores não estáveis, até que ocorra a alteração do
Memorando nº 7/2011, do Comandante da Marinha, o militar prestando o
serviço militar obrigatório (SMO), desde que tenha cumprido o seu tempo de
serviço obrigatório, serviço militar voluntário (SMV) ou em prorrogação
(engajamento ou reengajamento) sendo processado pelo crime de Deserção,pode
ser licenciado do SAM após o recebimento da denúncia. A fim de que seja
realizado o licenciamento, a OM à qual estiver vinculado o militar deverá
expedir ofício ao Juiz Auditor, no mínimo, trinta dias antes do término do tempo
de serviço do desertor, nos seguintes termos: “Referente ao processo nº XXXX,
considerando a atual jurisprudência majoritária do Superior Tribunal Militar,
consulto a possibilidade de Vossa Excelência autorizar o licenciamento do
Serviço Ativo da Marinha, do acusado (nome completo), a partir do dia (data),
onde fixará residência à (endereço completo)”.
c) a exclusão a bem da Disciplina de Praças com estabilidade assegurada
condiciona-se à decisão de competente CD, de acordo com o Dec nº
71.500/1972; e
d) o oficial será excluído ex officio da MB quando houver perdido o posto e a
patente, em decorrência de decisão do Superior Tribunal Militar (STM), em
tempo de paz, que o declare indigno para o Oficialato ou com ele incompatível
(art. 142, § 3º, VI da Constituição Federal e art. 118, 119 e 120 do EM).
1.3.14 - Contagem do Tempo de Serviço
Não será computável para efeito algum, salvo para inclusão em quota compulsória,
o tempo (art. 137 § 4° do EM):
a) decorrido em cumprimento de pena de suspensão do exercício do posto,
graduação, cargo ou função, por sentença transitada em julgado;
b) decorrido em cumprimento de pena privativa de liberdade, por sentença
transitada em julgado, desde que não tenha sido concedida suspensão