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PAPEL PREVISTO NO ART 144 PARA A POLÍCIA CIVIL E POLÍCIA FEDERAL

– têm atribuição para funcionarem como polícia judiciária.

POLÍCIA JUDICIÁRIA
Preceitua o art. 144 da Constituição Federal ser a segurança pública um dever do
Estado, valendo-se este da polícia para a preservação da ordem pública, da
incolumidade das pessoas e do patrimônio. Os órgãos policiais são constituídos da
polícia federal, da polícia rodoviária federal, da polícia ferroviária federal, das polícias
civis, das polícias militares, dos corpos de bombeiros militares, das polícias penais
federal, estaduais e distrital. Além disso, cabe à polícia federal, órgão mantido pela
União, “apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de
bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas
públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou
internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei” (art. 144, § 1.°, I,
CF) e “exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União” (art. 144, §
1.°, IV, CF).

Quanto à polícia civil, menciona a Carta Magna o seguinte: “às polícias civis, dirigidas
por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a competência da União, as
funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares” (art.
144, § 4.°, CF).

Portanto, cabe aos órgãos constituídos das polícias federal e civil conduzir as
investigações necessárias, colhendo provas pré-constituídas para formar o inquérito,
que servirá de base de sustentação a uma futura ação penal. O nome polícia judiciária
tem sentido na medida em que não se cuida de uma atividade policial ostensiva (típica
da Polícia Militar para a garantia da segurança nas ruas), mas investigatória, cuja
função se volta a colher provas para o órgão acusatório e, na essência, para o Judiciário
avaliar no futuro.10 Na lição de MAGALHÃES NORONHA, a “polícia judiciária atua
após a prática do crime, colhendo os elementos que o elucidam e evitando que
desapareçam para que mais tarde possa haver lugar a ação penal”.11 Segundo
ESPÍNOLA FILHO, “no sistema jurídico, a polícia tem por fim não só prevenir os
delitos, não só evitar que os delinquentes fujam à ação da justiça, mas também auxiliar
a ação judiciária na investigação dos indícios e provas do crime; exercendo as funções
da segunda espécie, a polícia é judiciária, ora agindo por si, como no caso de prisão em
flagrante, ora sob determinação judicial, como no caso da prisão preventiva”.12

A presidência do inquérito cabe à autoridade policial, embora as diligências realizadas


possam ser acompanhadas pelo representante do Ministério Público, que detém o
controle externo da polícia.

Preceitua o art. 2.° da Lei 12.830/2013 o seguinte: “as funções de polícia judiciária e a
apuração de infrações penais exercidas pelo delegado de polícia são de natureza
jurídica, essenciais e exclusivas de Estado. Ao delegado de polícia, na qualidade de
autoridade policial, cabe a condução da investigação criminal por meio de inquérito
policial ou outro procedimento previsto em lei, que tem como objetivo a apuração das
circunstâncias, da materialidade e da autoria das infrações penais. Durante a
investigação criminal, cabe ao delegado de polícia a requisição de perícia, informações,
documentos e dados que interessem à apuração dos fatos”.

Conforme lição de FREDERICO MARQUES, “a polícia judiciária não tem mais que
função investigatória. Ela impede que desapareçam as provas do crime e colhe os
primeiros elementos informativos da persecução penal, com o objetivo de preparar a
ação penal. Estamos, pois, em face de atividade puramente administrativa, que o
Estado exerce, no interesse da repressão ao crime, como preâmbulo da persecução
penal. A autoridade policial não é juiz: ela não atua inter partes, e sim, como órgão
inquisitivo. Cabe-lhe a tarefa de coligir o que se fizer necessário para a restauração da
ordem jurídica violada pelo crime, em função do interesse punitivo do Estado”.

Não atuam de modo ostensivo-preventivo.

1. POLÍCIA FEDERAL
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado,
direito e responsabilidade de todos, é exercida
para a preservação da ordem pública e da
incolumidade das pessoas e do patrimônio,
através dos seguintes órgãos:

I - polícia federal;
II - polícia rodoviária federal;
III - polícia ferroviária federal;
IV - polícias civis;
V - polícias militares e corpos de bombeiros
militares.

A CF estabelece o conjunto de órgãos voltados para a garantia da


segurança e da sociedade do cidadão. Para o estudo do Processo
Penal, é necessário estabelecer um corte metodológico, na medida
em que a polícia civil e federal são os órgãos que coletam e
elaboram as investigações acerca da autoria e da materialidade
do crime.
§ 1º A polícia federal, instituída por lei como
órgão permanente, organizado e mantido pela
União e estruturado em carreira, destina-se a:
I - apurar infrações penais contra a ordem
política e social ou em detrimento de bens,
serviços e interesses da União ou de suas
entidades autárquicas e empresas públicas,
assim como outras infrações cuja prática tenha
repercussão interestadual ou internacional e
exija repressão uniforme, segundo se dispuser
em lei;
II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o
descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e
de outros órgãos públicos nas respectivas áreas
de competência;
III - exercer as funções de polícia marítima,
aérea e de fronteiras;
III - exercer as funções de polícia marítima,
aeroportuária e de fronteiras;
IV - exercer, com exclusividade, as funções de
polícia judiciária da União.
Essas atribuições estão relacionadas a crimes que envolvem o
interesse da união: crimes multi-estaduais; crimes contra a
humanidade; tráfico de drogas...
Nesse sentido, a “autoridade policial” reside no delegado de
policia civil ou federal, na medida em que, aprovados em
concurso público.
A polícia federal é vinculada hierarquicamente ao Min da Justiça
-> Poder Executivo.
2. POLÍCIA CIVIL
Atribuição residual. O que não estiver no rol de atribuições da
pol. Federal, é da polícia civil.
Nos primórdios constitucionais, a polícia civil estava logada ao
poder judiciário estadual – o chefe era o desembargador.
Com o passar do tempo, ela passou ao poder executivo,
entretanto, a policia civil não perdeu essa característica de
polícia judiciária, uma vez que, após o crivo do Min Público, a
investigação efetuada pela polícia será julgada pelo Poder
Judiciário.
Nesse sentido, serve como órgão de auxilio ao poder judiciário.
Um ex. é o cumprimento de mandado de prisão; quebra de sigilo
telefônico; recolhimento de cadáver noticiado...

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL


Inspirado no código Italiano denominado código Rocco -> desde
sua criação, o Congresso idealiza um novo código de processo
penal, tendo em vista a inspiração punitivista intensa do
projeto inicial.
Dificuldade da aprovação de um código de processo penal – mais
de 20 anos tramitando. Diante dessa demora, o congresso aprovou
diversas reformas que intentam melhorar o ambiente do processo,
entretanto, como não são pensadas de forma sistemática, possui
diversas antinomias e contradições.
Caput art 1º - antes do código de processo civil de 1939, cada
estado possuía uma legislação processual civil. Nesse sentido,
no âmbito do processo penal, até 1941, cada estado possuía um
código de processo penal – NECESSIDADE DE UNIFICAR A LEGISLAÇÃO
FEDERAL. PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE.

Art. 1o O processo penal reger-se-á, em todo o território


brasileiro, por este Código, ressalvados:
I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional; -
O Brasil se submete à jurisdição do Tribunal
Penal internacional, que tem a competência de
julgar os crimes contra a humanidade.
Convenções de Viena e de Havanna – imunidade
local aos diplomatas em exercício de função.

II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da República,


dos ministros de Estado, nos crimes conexos com os do
Presidente da República, e dos ministros do Supremo Tribunal
Federal, nos crimes de responsabilidade. - art. 85
(aspecto material de crimes de
responsabilidade) e 86 (pressupostos formais
para processar e julgar o Presidente da Rep.)
da CF. Nesse sentido, o CPP não se aplica por
já haver previsão constitucional.

III - os processos da competência da Justiça Militar; - tem o


código penal militar e o código de processo
penal militar específico..

IV - os processos da competência do tribunal especial – os


tribunais de exceção não existem mais por não
terem sido recepcionados pela CF

V - os processos por crimes de imprensa. – a lei de


imprensa não foi recepcionado pela CF.

Parágrafo único.  Aplicar-se-á, entretanto, este Código aos


processos referidos nos nos. IV e V, quando as leis especiais que
os regulam não dispuserem de modo diverso.

PRINCÍPIO DA IMEDIATIDADE – Quando a lei processual penal nova


entra em vigor, encontra milhares de processos já tramitando com
procedimentos específicos previstos na lei anterior. Nesse
sentido, a lei nova irá regular os procedimentos iniciados da
data a partir da sua promulgação -> Art. 366. Se o acusado,
citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado,
ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional,
podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas
consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão
preventiva, nos termos do disposto no art. 312. – trata tanto de
direito material como de direito processual, logo, nesse caso
específico, não poderá retroagir em desfavor do réu.
Leis mistas – uma parte poderá retroagir para beneficiar o réu
(parte material) e outra, não! (parte processual). Ex.: Lei de
drogas, que tipifica condutas (posse de drogas) e estabelece
procedimentos.

Art. 2o  A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem


prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei
anterior.

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