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30 de Maio de 2019
1. Introdução.
I - polícia federal;
IV - polícias civis;
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30/05/2019 A Polícia Civil e a defesa das instituições democráticas.
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.
§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela
União e estruturado em carreira, destina-se a:
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30/05/2019 § 8º - Os Municípios poderão constituir guardas
A Polícia Civil municipais
e a defesa destinadas
das instituições à proteção de seus
democráticas.
bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei.
Dessa forma, como a polícia judiciária interfere na vida dos cidadãos, tornam-
se indispensáveis uma série de cautelas, a fim de sempre ser preservada a
dignidade da pessoa humana, ainda que uma pessoa tenha anteriormente
violado o ordenamento jurídico do Estado.
Desde a época de Thomas Hobbes, sabe-se que os piores inimigos dos seres
humanos são os próprios seres humanos. Portanto, foi preciso construir uma
rede de proteção ao indivíduo, tanto no que se refere à proteção internacional
dos direitos humanos, quanto no aspecto interno dos Estados soberanos.
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O Tratado de Westfália, celebrado em 1648, teve por finalidade dar fim à
Guerra dos Trinta Anos. Esse Tratado restabeleceu a paz na Europa e
inaugurou nova fase na história política daquele continente, propiciando o
triunfo da igualdade jurídica dos Estados, com o que ficaram estabelecidas
sólidas bases de uma regulamentação internacional positiva. Esta igualdade
jurídica elevou os Estados ao patamar de únicos atores nas políticas
internacionais, eliminando o poder da Igreja nas relações entre os mesmos e
conferindo aos mais diversos Estados o direito de escolher seu próprio
caminho econômico, político ou religioso. Ficou, então, consagrado o modelo
da soberania externa absoluta, e iniciou-se uma ordem internacional
protagonizada por nações com poder supremo dentro de fronteiras territoriais
estabelecidas.
Ainda assim, falar em dignidade da pessoa humana não é tão fácil como se
aparenta. Há várias questões, notadamente as de cunho cultural, que podem
gerar uma certa discórdia entre os defensores das teses “universalistas” e os
“relativistas”. Flávia Piovesan disserta com maestria:
4.1. Antigüidade
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Nesse sentido, pode-se vislumbrar uma gênese na proteção dos direitos
humanos com a criação das primeiras instituições democráticas em Atenas, e,
em momento posterior, com a fundação da república romana. De fato, nessas
antigas cidades Greco-Romanas que, nos séculos VI e V a. C., surgiram as
primeiras cogitações filosóficas sobre o direito: Aristóteles, Sócrates e Platão.
Entretanto, já existiam leis escritas como os códigos de Hammurabi e de
Manu, que datam respectivamente dos séculos XVII e. XIII a. C.
c) Lei mosaica (séc. XIII a. C.), atribuída a Moisés e reunida nos primeiros
livros da Bíblia sob o título de pentateuco, ao qual os Judeus denominam
Torá, ou Lei. Compõe-se de um conjunto de regras morais, sociais e religiosas
de observação obrigatória para o povo de Israel. Pela primeira vez,
governantes e governados estavam sujeitos a mesma Lei. Só Deus estava
acima da Lei.
Raul Machado Horta sintetiza muito bem esta fase processo histórico
evolução dos direitos humanos:
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“A recepção dos direitos individuais no ordenamento jurídico pressupõe o
percurso de longa trajetória, que mergulha suas raízes no pensamento e na
arquitetura política do mundo helênico, trajetória que prosseguiu vacilante na
Roma imperial e republicana, para retomar seu vigor nas idéias que
alimentaram o Cristianismo emergente, os teólogos medievais, o
Protestantismo, o Renascimento e, afinal, corporificar-se na brilhante floração
das idéias políticas e filosóficas das correntes do pensamento dos séculos
XVII e XVIII. Nesse conjunto temos fontes espirituais e ideológicas da
concepção, que afirma a precedência dos direitos individuais inatos, naturais,
imprescritíveis e inalienáveis do homem.”[5]
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30/05/2019
A instituição-chave para aAlimitação
Polícia Civil e a defesa das instituições democráticas.
do poder monárquico e a garantia das
liberdades na sociedade civil foi o Parlamento. A partir do Bill of Rights
britânico, a idéia de um governo representativo, ainda que não de todo o povo,
mas pelo menos de suas camadas superiores, começa a firmar-se como uma
garantia institucional indispensável das liberdades civis.”[6]
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É importante deixar consignado, que os direitos fundamentais existentes em
um dado ordenamento jurídico não se restringem aos elencados na sua Carta
fundamental pois, englobam também aqueles que estão enraizados na
consciência do povo. O conceito meramente formal não basta, pois, desde que
se revelem essenciais para a dignidade da pessoa humana, sua liberdade e
igualdade, os direitos fundamentais podem localizar-se fora do texto escrito.
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A partir da adoção, em 1948, da Declaração Universal dos Direitos Humanos
e da Declaração Americana de Direitos e Deveres do Homem (1948), houve a
abertura do processo de generalização da proteção internacional dos direitos
humanos. Com o processo de generalização da proteção internacional dos
direitos humanos passou-se a visar a proteção do ser humano como tal e não
mais sob certas condições do passado, no qual era dirigido a proteção para as
minorias, trabalhadores, refugiados, apátridas, e outros. Os sistema de tutela
vigente, antes do processo de generalização, era o chamado sistema de
minoria e mandatos, utilizado na liga das nações, que era antecessor ao
sistema de petições individuais atual das Nações Unidas.
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Como já ressaltado anteriormente, os direitos fundamentais são a proteção da
dignidade da em normas internas dos Estados. Nesse aspecto, a Constituição
da República de 1988 é uma das mais evoluídas do mundo, por conter um
Título exclusivo sobre os Direitos e Garantias Fundamentais (Título II).
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“Em conclusão de julgamento, o Tribunal concedeu habeas corpus em que se
questionava a legitimidade da ordem de prisão, por 60 dias, decretada em
desfavor do paciente que, intimado a entregar o bem do qual depositário, não
adimplira a obrigação contratual — v. Informativos 471, 477 e 498. Entendeu-
se que a circunstância de o Brasil haver subscrito o Pacto de São José da
Costa Rica, que restringe a prisão civil por dívida ao descumprimento
inescusável de prestação alimentícia (art. 7º, 7), conduz à inexistência de
balizas visando à eficácia do que previsto no art. 5º, LXVII, da CF (“não
haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento
voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;”).
Concluiu-se, assim, que, com a introdução do aludido Pacto no ordenamento
jurídico nacional, restaram derrogadas as normas estritamente legais
definidoras da custódia do depositário infiel. Prevaleceu, no julgamento, por
fim, a tese do status de supralegalidade da referida Convenção, inicialmente
defendida pelo Min. Gilmar Mendes no julgamento do RE 466343/SP, abaixo
relatado. Vencidos, no ponto, os Ministros Celso de Mello, Cezar Peluso,
Ellen Gracie e Eros Grau, que a ela davam a qualificação constitucional,
perfilhando o entendimento expendido pelo primeiro no voto que proferira
nesse recurso. O Min. Marco Aurélio, relativamente a essa questão, se absteve
de pronunciamento.” (Informativo 531)
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[1] BENDA, Ernest. Dignidad humana y derechos de la personalidad. In
Manual de Derecho Constitucional. Madrid: Marcial Pons, Ediciones
Jurídicas y Sociales, S. A., 1996. P. 118
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