1

Missão
Democratizar o acesso à justiça e defender
os direitos dos necessitados de forma integral e gratuita
para promover a dignidade da pessoa humana.
© 2021 Defensoria Pública da União.
Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra,
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DEFENSORIA PÚBLICA-GERAL DA UNIÃO

Setor Bancário Sul Quadra 2 Bloco H Lote 14 15O andar
70.070-120 Brasília/DF

www.dpu.def.br

Defensor Público-Geral Federal

Daniel de Macedo Alves Pereira

Subdefensor Público-Geral Federal

Jair Soares Júnior

Corregedor-Geral Federal
Fabiano Caetano Prestes

Membros eleitos do Conselho Superior

Edson Rodrigues Marques - Categoria Especial
Antônio Carlos Torres de Siqueira de Maia e Pádua - Categoria Especial
Carlos Eduardo Barbosa Paz - Primeira Categoria
João Paulo de Campos Dorini - Primeira Categoria
Ana Luisa Zago de Moraes - Segunda Categoria
Francisco de Assis Nascimento Nóbrega - Segunda Categoria
 SUMÁRIO

a DPU 7
áreas de atuação 9
Auxílio Emergencial 12
Números 15
avaliação da dpu 24
planejamento estratégico 26
Fonto: Valdir Waismann
A DPU
P ouca gente sabe, mas o embrião da assis-
tência jurídica gratuita no Brasil tem ori-
gem na Justiça Militar da União. O Decreto
14.450, de 30 de outubro de 1920, tratava da
organização judiciária e do processo militar
em todo o país e trouxe a inovação da assis-
tência judiciária gratuita militar com atuação
exclusiva no plano federal.
O Decreto determinava a nomeação de um
advogado em cada circunscrição para defender
a camada mais baixa da hierarquia militar - as
denominadas “praças de pret” (soldados) - nos
processos penais militares, com remuneração fi-
xada em lei, pagos pela União. Desse modo, os
chamados advogados de ofício da Justiça Mili-
tar foram pioneiros da assistência judiciária gra-
tuita no plano federal.
Apenas em 1º de dezembro de 1994, 74 anos
após o Decreto 14.450, o então presidente da
República, Itamar Franco, empossou o primeiro
defensor público-geral federal. Antonio Juran-
dy Porto Rosa foi escolhido entre os advogados
de ofício do quadro da Justiça Militar, atuantes
perante o Tribunal Marítimo, tendo em vista
que já exerciam suas funções em nível federal,
depois de aprovados em concurso público de
provas e títulos. Dessa forma, esses servidores
públicos formaram o quadro original de defen-
sores públicos federais a partir da aprovação da
Lei Complementar 80/1994, que organiza a
Defensoria Pública da União (DPU).
Instalada em caráter emergencial e provisório
em 30 de março de 1995, a DPU realizou o
primeiro concurso público específico para a
carreira de defensor público federal em 2001,
mesmo estando prevista desde a Constituição
Federal de 1988, que, no artigo 134, conside-
ra a Defensoria Pública como função essencial
à Justiça, ao lado do Ministério Público e da
Advocacia Pública. À DPU cabe a orientação
jurídica, a promoção dos direitos humanos e a
defesa, em todos os graus, judicial e extrajudi-
cial, dos direitos individuais e coletivos, de for-
ma integral e gratuita, aos necessitados.
Em agosto de 2013, foi promulgada a Emenda
Constitucional 74, que estendeu às Defensorias
Públicas da União e do Distrito Federal a auto-
nomia funcional e administrativa e a iniciativa
de sua proposta orçamentária, já concedidas às
Defensorias Estaduais desde 2004. No ano se-
guinte, 2014, a promulgação da Emenda Cons-
titucional 80 trouxe a possibilidade de iniciati-
va de lei pelo Defensor Público-Geral Federal
para dispor sobre o estatuto dos membros da
DPU, sobre sua estrutura organizacional e de
pessoal, além de ter conferido prazo de oito
anos para que todas as unidades jurisdicionais
contem com defensores públicos.
 A Defensoria Pública da União (DPU) é insti-
tuição permanente, essencial à função jurisdicio-
nal do Estado, incumbindo-lhe, como expressão
e instrumento do regime democrático, funda-
mentalmente, a orientação jurídica, a promoção
dos direitos humanos e a defesa, em todos os
graus, judicial e extrajudicial, dos direitos indi-
viduais e coletivos, incluindo, dentre seus objeti-
vos, a primazia da dignidade da pessoa humana,
a redução das desigualdades sociais e a prevalên-
cia e efetividade dos direitos humanos.
A Defensoria Pública é determinante para a
constituição do Estado Democrático de Direito,
visto que incumbe a ela o papel de garantir o di-
reito fundamental à assistência jurídica integral
e gratuita aos que comprovarem insuficiência de
recursos (art. 5º, inciso LXXIV da Constituição
Federal/1988). Trata-se de órgão promotor da
cidadania e de salvaguarda da justiça, fomentan-
do assim o bem-estar social ao assegurar o acesso
à justiça aos cidadãos mais vulneráveis.
8Foto: Valdir Waismann
De fato, a DPU é o órgão constitucionalmente
estabelecido para se promover a orientação jurí-
dica e a defesa, em todos os graus, dos cidadãos
que não dispõem de recursos para arcar com a
contratação de um advogado ou com as despesas
de um processo judicial. Dentre as suas funções
institucionais, destaca-se a de promover ação ci-
vil pública e todas as espécies de ações capazes de
propiciar a adequada tutela dos direitos difusos,
coletivos ou individuais homogêneos quando o
resultado da demanda puder beneficiar grupo de
pessoas hipossuficientes, e a de promover a mais
ampla defesa dos direitos fundamentais dos ne-
cessitados, abrangendo seus direitos individuais,
coletivos, sociais, econômicos, culturais e ambien-
tais, sendo admissíveis todas as espécies de ações
capazes de propiciar sua adequada e efetiva tutela,
consoante preveem expressamente os incisos VII
e X do artigo 4º da Lei Complementar 80/1994.
Áreas de atuação
As atribuições da Defensoria Pública da União
abrangem três eixos distintos e complementares:

Atuação da DPU por Área Temática em 2020

a) prestação do serviço de assistência judicial
integral e gratuita perante Juízos Federais, do Outras Áreas
19%
Trabalho, Juntas e Juízos Eleitorais, Juízos e Au-
ditorias Militares, Tribunal Marítimo, Tribunais Cível
Regionais, Superiores e Supremo Tribunal Fede- 42%

ral, nas mais diversas áreas de atuação;

Criminal
16%
b) atuação extrajudicial para a resolução de con-
flitos na Administração Pública Federal, uma
vez que cabe ao defensor público federal realizar
acordos entre as partes em conflito, o que contri-
Previdênciário
bui sobremaneira para a redução das demandas 23%
que chegam ao Poder Judiciário; e Fonte: SISDPU

c) prestação de assistência jurídica preventiva e

consultiva, que funciona para a minimização dos
conflitos de interesse no seio da sociedade, o que
contribui para a formação da cidadania plena,
com educação em direitos.

Fonte: SISDPU

9
 Militares
A DPU atua em defesa dos militares das For-
ças Armadas – Exército, Marinha e Aeronáutica
– tanto na esfera administrativa quanto na ju-
dicial, principalmente em causas que envolvem
cabos, soldados e sargentos.
Internacional
O acesso à justiça é direito fundamental de todo
brasileiro ou estrangeiro, de acordo com a Cons-
tituição Federal. Com a crescente mobilidade
de pessoas entre os diversos países do mundo, o
Brasil tem procurado estabelecer acordos inter-
nacionais para construir uma justiça sem fron-
teiras. A atuação da Defensoria Pública da União
no âmbito internacional é desenvolvida por três
coordenações especializadas, a fim de garantir
a assistência jurídica integral e gratuita a todo
indivíduo brasileiro ou estrangeiro, em situação
de vulnerabilidade jurídica e econômica: Apoio à
Atuação no Sistema Interamericano de Direitos
Humanos; Cooperação e Relações Internacio-
nais e Assistência Jurídica Internacional.
10
Moradia
O direito social à moradia está previsto na Cons-
tituição e vai além de ter um teto para morar.
A Defensoria Pública da União representa o ci-
dadão de baixa renda apresentando defesa nas
ações de imissão ou reintegração de posse pro-
movidas pela Caixa Econômica Federal. Pode,
ainda, ajuizar ações para evitar leilões de imó-
veis e promover renegociações dos contratos de
financiamento da casa própria, celebrados pelo
Sistema Financeiro da Habitação (SFH), caso se
mostrem abusivos.
Aposentadoria, Benefícios e
Auxílios Sociais
A DPU conta com ofícios especializados em Di-
reito Previdenciário, que têm o objetivo de dar
celeridade à efetivação dos benefícios previdenci-
ários e assistenciais dos cidadãos que atendam os
pré-requisitos legais para fazer jus ao direito por
meio de atuação administrativa perante o Insti-
tuto Nacional do Seguro Social (INSS) ou, caso
necessário, com ações judiciais.
Educação
A educação é um dos direitos sociais da Consti-
tuição Federal de 1988. Ainda de acordo com a
Lei Maior, o dever de promovê-la é do Estado e
da família. A União tem o papel de organizar o
sistema federal de ensino. A Defensoria Pública da
União pode atuar quando o cidadão tem proble-
mas relacionados ao acesso à educação na esfera
federal, por meio de ações na Justiça ou promoção
de acordos com instituições.
Direitos Humanos
A Constituição de 1988 impõe ao Estado Brasi-
leiro o respeito aos direitos humanos e estabeleceu
expressamente a Defensoria Pública como órgão
incumbido da promoção desses direitos. Para en-
frentar esse desafio, a DPU conta com 16 grupos
de trabalho para o atendimento à população em
situação de vulnerabilidade e, em 2016, foram
criadas pelo Conselho Superior as funções de De-
fensor Regional de Direitos Humanos e de Defen-
sor Nacional de Direitos Humanos. O objetivo é
organizar a atuação da instituição na seara coleti-
va, bem como agir estrategicamente em questões
sensíveis e de impacto regional ou nacional.
 Direito do consumidor
O Código de Defesa do Consumidor (CDC)
criou importantes instrumentos e mecanismos
de defesa em favor do cidadão. Entre os seus
princípios está o do reconhecimento da condi-
ção de vulnerabilidade do consumidor. A De-
fensoria Pública, por sua ligação direta com os
problemas do cidadão, tem papel de extrema re-
levância na causa do consumidor, seja por meio
do ajuizamento de ações coletivas, seja por meio
de campanhas de prevenção.
Defesa penal
A Constituição Federal de 1988 garantiu a todo
cidadão o direito à ampla defesa quando proces-
sado criminalmente. As pessoas que estiverem
sofrendo processo penal em um dos ramos das
Justiças da União e que não tiverem advogado
devem procurar a DPU para serem atendidas
e orientadas. O defensor público federal faz a
defesa escrita, acompanha o assistido em audi-
ências, interpõe recursos, impetra habeas corpus
e atua perante os tribunais, sempre garantindo
uma defesa técnica e qualificada.
Sistema Penitenciário Federal Saúde
A DPU presta assistência jurídica gratuita aos Saúde é um direito de todos e dever do Estado. O
custodiados nas penitenciárias federais brasilei- atendimento é feito pelo Sistema Único de Saúde
ras. A assistência jurídica promovida dentro dos (SUS) por meio de hospitais públicos e credencia-
presídios tem por finalidade a conscientização dos. Em caso de omissão ou falha no atendimento
do preso quanto aos seus direitos e deveres, bem médico, a Defensoria Pública da União poderá ser
como a interposição de medidas administrativas procurada para garantir que o assistido receba os
e judiciais, individuais ou coletivas, que visem medicamentos necessários e fazer valer o direito à
à melhoria das condições estruturais e materiais internação e tratamento hospitalar.
dos estabelecimentos penais, a garantia à saúde
Para as demandas urgentes, em que o cidadão
da pessoa encarcerada e a promoção de outros
corra risco de vida, a DPU conta com plantão
direitos previstos na Lei de Execução Penal e na
jurídico em todas as unidades, 24 horas por dia,
Constituição Federal. A DPU contribui com su-
sete dias da semana.
gestões para alterações legislativas e recomenda-
ções de boas práticas que busquem aprimorar o
funcionamento das penitenciárias sob responsa- Mossoró/RN
bilidade do governo federal.
Porto velho/RO
Brasília/DF
• Catanduvas (PR)
Penitenciárias • Campo Grande (MS)
Federais • Porto Velho (RO) Campo grande/RS
• Mossoró (RN)
• Brasília (DF)
Catanduvas/PR
11
 Processos de Assistência Jurídica instaurados
auxílio emergencial na pretensão Auxílio Emergencial

Fonte: SISDPU
De 7 de abril de 2020 a 28 de fevereiro de
2021, foram instaurados 154.433 Processos de
Assistência Jurídica (PAJs) na DPU para tratar
das demandas envolvendo o Auxílio Financeiro
Emergencial e o Auxílio Financeiro Residual, ins-
tituídos respectivamente pela Lei n. 13.982/2020
e pela Medida Provisória n. 1.000/2020. A figu-
ra ao lado apresenta a evolução da quantidade
de PAJs abertos pela DPU na pretensão Auxílio
Emergencial. As colunas em azul apresentam a
quantidade de processos abertos mês a mês, e as
colunas em vermelho apresentam o somatório
dos PAJs abertos ao longo do tempo.
Atendimentos às demandas sobre o auxílio emergencial

Fonte: SISDPU
No mesmo período, 598.010 atendimentos às
demandas sobre o auxílio emergencial foram
realizados pela DPU. A evolução dos atendi-
mentos a cada mês é apresentada na figura ao
lado. As colunas em vermelho representam o
somatório dos atendimentos e as colunas em
azul representam a quantidade de atendimen-
tos realizados a cada mês.

12
As estatísticas, porém, não levam em conta que o
auxílio emergencial possui um efeito reflexo sobre
as condições de subsistência de toda a estrutura fa-
miliar, alcançando também filhos/as, irmã(o)s, pai,
mãe, etc. Logo, considerando uma média nacional
de 3,3 pessoas por domicílio no Brasil1, verifica-se
que os atendimentos alcançaram potencialmente
cerca de 1,9 milhão de pessoas. O número é bas-
tante expressivo se considerarmos que a Defensoria
Pública da União, em razão das limitações orçamen-
tárias, conta com apenas 471 (quatrocentos e setenta
e um) defensoras e defensores públicos federais de
segunda categoria, responsáveis pelo ajuizamento
das demandas em primeiro grau de jurisdição.

Banner do Projeto DPU Emergencial,

força-tarefa criada para atendimento de
demandas do Auxílio Emergencial por
meio de mutirões em comunidades não
alcançadas pelas unidades da DPU.
1
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Censo Demográfico
2010 – Famílias e domicílios. Rio de Janeiro, p. 1-203, 2010. Disponível em https://biblioteca.ibge.
gov.br/visualizacao/periodicos/97/cd_2010_familias_domicilios_amostra.pdf.

13
14 Fonto: Valdir Waismann
números 50.468
DEMANDAS processos
A gestão da Defensoria Pública da União para o biênio 2021- PREVIDENCIÁRIAS solucionados
2022 compreende os desafios impostos pela crise econômica e 37.234 novos
casos
sanitária mundial. O principal desafio, diante das limitações
orçamentárias impostas, é planejar soluções que aliem o cum-
primento a missão constitucional ao uso eficiente dos recursos
DEMANDAS
136.923
processos
públicos. Desse modo, busca-se trabalhar em ideias inovadoras solucionados
CÍVEIS
que permitam a otimização de recurso e a litigância estratégica
para garantir ou aumentar os níveis de atendimentos historica-
202.860 novos
casos

mente realizados.

DEMANDAS
7.205
processos
A seguir serão apresentados os principais números da DPU
em 2020, bem como a série história de alguns indicadores. ADMINISTRATIVAS solucionados
8.211 novos
casos

DEMANDAS
33.147
processos
CRIMINAIS solucionados
1.767.543
atendimentos
1.914.120 47.642 novos
casos
Pessoas potencialmente
realizados nas alcançadas de forma

70 unidades da DPU
em todo o país
coletiva pelos 15 Grupos
de Trabalho temáticos
DIREITOS
2.223
processos
HUMANOS solucionados
3.035 novos
casos

15
 Quantidade de Atendimentos

1.882.211
1.900.000
1.830.384
1.850.000 1.792.880
1.800.000 1.767.543

1.750.000

1.700.000 1.662.257

1.650.000 1.611.252
1.588.393
1.600.000

1.550.000

1.500.000

1.450.000

1.400.000
2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Fonte: SISDPU

Quantidade de Conciliações Extrajudiciais

40.000
variação comparativa 2014 - 2020 39.848
35.000

30.000 29.830

25.000 24.280

20.000
16.454

15.000
12.825
9.742
6.999
10.000

5.000

0
2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Fonte: SISDPU

16
 Execução Orçamentária da União
Dotação Inicial em bilhões de reais

12,8 12,6
12
11,6

9,8

7 7,4
6,6 6,7
5,6
A implementação do novo regime fiscal trazido
3,6 3,8 3,8
pela Emenda Constitucional 95/2016 impôs à 3,0
3,5

DPU, à semelhança de outros órgãos da Admi-

Fonte: Asplan/DPU
0,5 0,6 0,6 0,6 0,6
nistração Pública, a adequação de sua gestão or-
çamentária com vistas a garantir o cumprimento
2016 2017 2018 2019 2020
dos limites de despesa estabelecidos. Assim, espe-
Defensoria Pública da União Advocacia Geral da União Ministerio Público da União Justiça Federal
ra-se que, em 2021, a DPU atenda os parâmetros
do limite individualizado. O ajuste orçamentário
decorre do esforço administrativo para redução Comparação dos Custos Médios de
do custeio da máquina e otimização do uso dos Assistência Jurídica por Processo
recursos públicos, o que inclui mudanças para
edifícios menos onerosos, supressão de serviços
superpostos, revisão e renegociação de contratos. R$ 5.000

R$ 4.000 R$ 4.957

R$ 3.000

Fonte: Asplan/DPU
R$ 2.000
R$ 1.449
R$ 1.000

R$ 0
DPU Mercado

17
 O investimento na assistência jurídica integral e
gratuita aos necessitados gerou só em 2020 R$
2,24 bilhões de economia aos cofres públicos
por meio da atuação da Defensoria Pública da
União. O cálculo partiu de estudo da Assesso-
Ganho Social de 2018 a 2020 ria de Planejamento, Estratégia e Modernização
em bilhões de reais (Asplan/DPU), que simulou precificar o total de
atendimentos da DPU com base na tabela pa-
drão de honorários advocatícios do mercado pri-
vado e subtraiu o custo orçamentário da DPU.

A DPU tem convivido com o dilema de dois

mandamentos constitucionais vigentes em sen-
tidos opostos: a EC 80/2014, que determina
rápida expansão dos serviços oferecidos pela
DPU, e a EC 95/2016, que paralisa o cresci-
mento do acesso integral e gratuito à justiça pe-
los próximos 20 anos.

Fonte: Asplan/DPU
A Emenda à Constituição 80/2014 determi-
na que onde houver um juiz para julgar e um
promotor para acusar deve haver um defensor
público para defender.

18
 Quantidade de Defensores Públicos Federais

Para cumprir sua missão, a Defensoria Pública

da União precisa nomear 825 defensores pú-
blicos federais para superar o déficit atual da
carreira. A gestão administrativa para o biênio
2021-2022 também trabalha para a criação da
carreira de apoio necessária e, dessa forma, ga-
rantir atendimento de qualidade aos cidadãos
carentes em todo o país.
Fonte: Asplan/DPU

Evolução da força de trabalho

nos últimos três anos
Força de Trabalho da DPU

Defensores
15%

Servidores
Requisitados
17%

Servidores PGPE
distribuídos à DPU
Estagiários 11%
57%

Fonte: Asplan/DPU Fonte: Asplan/DPU

19
 Os dados mostram que a força de trabalho da DPU está muito aquém da força de trabalho dos demais órgãos do sistema de
justiça. A força de trabalho da DPU equivale a apenas 18,5% da força de trabalho da AGU; 16,5% da força de trabalho do
MPF; e 4,3% da força de trabalho da Justiça Federal.

Quadro Comparativo do Quantitativo de Servidores entre Órgãos da Administração Pública Federal

2020 - Ativos
Judiciário1 Funções Essenciais à Justiça 2
Força de Estadual,
Trabalho Justiça
Justiça Justiça do Justiça Justiça Tribunais Militar da Federal e
Militar DPU3 MPF4 AGU5
Estadual Trabalho Eleitoral Federal Superiores União DF
Estadual
(total)

(a) Servidores 145.185 36.356 14.148 25.268 5.679 314 1.021 227.971 482 8.983 1.322
Efetivos
(b) Cedidos/ 10.249 1.939 6.828 2.032 516 40 14 21.618 738 251 3.182
Requisitados
(c) Sem
vínculo efetivo 18.028
222 101 205 161 52 40 18.809 0 896 73

(a+b+c) Total 173.462 38.157 21.077 27.505 6.356 406 1.075 268.038 1.220 10.130 4.577
de Servidores
Total de
Magistrados / 11.514 3.636 28.306 1.820 90 41 86 45.493 644 1.151 5.507
DPF /AGU
Força de
Trabalho Total 302.052 53.636 36.503 42.639 11.340 583 1.583 448.336 1.864 11.281 10.084

1.  Justiça em Números 2020, que apresenta dados de 2019. Disponível em https://www.cnj.jus.br/pesquisas-judiciarias/justica-em-numeros/base-de-dados/. Acesso em 04/03/2021
2.  Dados de 2020
3.  Disponível em https://www.dpu.def.br/transparencia/gestao-de-pessoas. Acesso em Acesso em 04/03/2021
4.  Disponível em http://www.transparencia.mpf.mp.br/conteudo/gestao-de-pessoas/cargos-em-comissao-e-funcoes-de-confianca-ocupados-e-vagos/conteudo/gestao-de-pessoas. Acesso em 04/03/2021
5.  Relatório de Gestão AGU do exercício de 2019. Disponível em: https://www.gov.br/agu/pt-br/acesso-a-informacao/auditorias/processo-de-contas-anuais/relatorio_de_gestao_agu_-_2019.pdf

20
Em 70 endereços, com 75 órgãos de atuação em
todos os estados do Brasil, a DPU tem capaci-
Abrangência da DPU nos
dade atualmente para prestar assistência jurídi-
municípios do país
ca em 80 das 278 seções e subseções judiciárias
federais, o que corresponde a uma cobertura de
29% da Justiça Federal. Portanto, o passivo de
presença da Defensoria Pública da União no país
ultrapassa o percentual de 70% das cidades em
que deveria prestar assistência jurídica integral e
Defensoria Pública da União
gratuita ao cidadão sem condições de pagar os Total de
70
Localidades
custos de um processo.
Total de
1.830
Municípios
Total da
75.073.409
População-Alvo
Fonte: Asplan/DPU

Abrangência dos órgãos de Atuação da DPU

Cobertura da DPU em relação às Seções e
Subseções Judiciárias Federais Seções e Subseções
Seções e Subseções
Tribunal Jurisdição Judiciárias atendidas
Judiciárias
pela DPU
29% Distrito Federal, Acre, Amapá,
80 Seções e 1ª Região
Amazonas, Bahia, Goiás, Maranhão,
96 26
Subseções Minas Gerais, Mato Grosso, Pará,
Piauí, Rondônia, Roraima, Tocantins
2ª Região Rio de Janeiro, Espírito Santo 26 11
198 Subseções 3ª Região São Paulo, Mato Grosso do Sul  51 15
Rio Grande do Sul, Paraná, Santa
4ª Região 62 15
Catarina
Pernambuco, Alagoas, Ceará, Paraíba,
5ª Região 43 13
71% R. G. do Norte, Sergipe
Total 278 80
Seções e Subseções com Cobertura Subseções sem Cobertura Fonte: Asplan/DPU e Portal da Justiça Federal

Fonte: Asplan/DPU

21
 Cobertura da DPU em relação à População Alvo
Cobertura da DPU em relação ao Público Potencial

A dificuldade de acesso da população mais ne- 33 milhões 42 milhões

44% 56%
cessitada à justiça resulta principalmente da fal-
ta de estrutura suficiente da Defensoria Pública
brasileira, é o que aponta o IV Diagnóstico da
Defensoria Pública, realizado pelo Ministério da
Justiça em 2015.

População com Cobertura População sem Cobertura

Fonte: Asplan/DPU

22
Para atender a população carente dos municípios
que não têm uma unidade da DPU, a institui- Número de assistidos em ações itinerantes
ção realiza continuamente ações itinerantes, que
consistem no deslocamento de defensores pú-
blicos federais e de estrutura de apoio a fim de
prestar orientação jurídica integral, gratuita e de
qualidade, promovendo, de forma real e efetiva,
a cidadania e o acesso à Justiça. A iniciativa retra-
ta primordialmente a manutenção e o aprofun-
damento do compromisso com a interiorização
da assistência jurídica. Por meio da ação Defen-
soria Para Todos, a DPU busca, de forma des-
centralizada, prover aos órgãos de atuação meios
para a realização dos atendimentos. Assim, fica a
cargo da unidade definir quais municípios aten-
der dentro de seu planejamento e capacidade de
absorção da demanda. Por sua vez, a ação Eu
Tenho Direito possibilita à DPU se engajar em
ações itinerantes organizadas/idealizadas por ou-
Fonte: SISDPU
tros órgãos, tais como Ministério do Trabalho e a
Justiça Federal, permitindo igualmente a expan-
são dos serviços para além dos locais onde existe
unidade da DPU em funcionamento.

23
 avaliação da DPU
Pesquisa FGV/AMB/Ipespe
A Defensoria Pública tem a melhor avaliação entre todas as instituições do sistema de Justiça, de acordo com pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas
(FGV), Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe), divulgada em dezembro de 2019. A
atuação da Defensoria Pública tem aprovação de 78% dos entrevistados. Também têm destaque no estudo os itens conhecimento (45%) e confiança (59%),
nos quais a instituição está à frente de todas as demais.

Fonte: FGV
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Pesquisa CNMP Importância das Instituições

Fonte: CNMP
Pesquisa do Conselho Nacional do Ministério
Público (CNMP) de 2017 apontou a Defenso-
ria Pública como a instituição mais importante
do Brasil e a segunda mais confiável. O levanta-
mento foi realizado em todas as regiões do país,
sendo entrevistadas mais de cinco mil pessoas.

Pesquisa Jota
Também em 2017, estudo publicado pelo portal JOTA,
especializado em matérias de Direito, concluiu que a De-
fensoria Pública tem melhor desempenho em pedidos de
habeas corpus que o grupo de elite da advocacia privada
perante o Supremo Tribunal Federal (STF). O aproveita-
mento é de 16%, sendo autora de 45% do volume total
de HCs concedidos desde 2009.

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 P l a n e j a r , d e f e n d e r.
A Administração da DPU se planejou, com o
apoio de juristas de notável saber, acadêmicos,
membros dos poderes Executivo, Legislativo e
Judiciário, além de representantes da sociedade,
para definir o caminho que a Defensoria Públi-
ca da União deve seguir nos próximos 20 anos.
O norte está posto: firmar-se como instituição
essencial à Justiça, permanente na Constituição
Federal, com estrutura condizente à nobre e
desafiadora missão de levar aos potenciais as-
sistidos – cerca de 75 milhões de brasileiros - a
defesa e o conhecimento de seus direitos. As-
sim, o Plano Estratégico ‘DPU 2040: Planejar,
Defender’ foi elaborado com base em cenários
prospectivos. Já a linha de ação estratégica de
longo prazo foi definida da seguinte forma:
‘investir em tecnologia, especialmente em in-
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teligência artificial, com foco na eficiência dos
processos de trabalho, objetivando a defesa ins-
titucional e a efetividade das políticas públicas
conduzidas pela DPU, sobretudo no que tange
à redução do índice de vulnerabilidade social’.
Sob a diretriz dessa linha de ação estratégica,
foram elaborados diversos objetivos agrupados
em quatro perspectivas estratégicas: resultado,
processos, pessoas e financeira. A perspectiva
Resultado está intimamente ligada à missão
da DPU, ou seja, ao que a organização entre-
ga para a sociedade. Nesse sentido, busca-se
contribuir para a defesa das pessoas necessita-
das e vulneráveis, bem como para a redução
da judicialização. A perspectiva Processos está
relacionada ao aperfeiçoamento dos processos
internos, influenciando assim a consecução dos
objetivos da perspectiva Resultado. A perspec-
tiva Pessoas busca valorizar o principal recurso
da DPU, garantindo que as pessoas vinculadas
à DPU gozem de um ambiente de trabalho sau-
dável, se capacitem e se desenvolvam, e sejam
em quantidade suficiente para entregar à socie-
dade uma assistência jurídica de qualidade. Por
fim, a perspectiva Financeira busca garantir a
alocação efetiva, eficaz e eficiente dos recursos
financeiros da DPU, assegurando o cumpri-
mento do limite individualizado estabelecido
pela EC 95/2016 (Teto dos Gastos). A figura a
seguir apresenta o Mapa Estratégico da DPU,
com a missão e visão institucional, as perspecti-
vas e principais objetivos estratégicos.
 MAPA ESTRATÉGICO DA DPU
MISSÃO VISÃO
Consolidar-se como instituição eficiente na defesa dos direitos dos
Democratizar o acesso à justiça e defender os direitos dos necessitados de
necessitados, onde quer que se encontrem, firmando-se como instrumento
forma integral e gratuita para promover a dignidade da pessoa humana.
efetivo de transformação social, priorizando a atuação extrajudicial.

RESULTADO
1.01 Contribuir para defesa das pessoas 1.02 Contribuir para a redução da
necessitadas e vulneráveis judicialização

PROCESSO
2.01 Aperfeiçoar a assistência 2.04 Otimizar a atuação na 2.05 Aperfeiçoar a gestão da
2.02 Aperfeiçoar a atuação 2.03 Aperfeiçoar a atuação
jurídica integral e gratuita aos tutela coletiva e na defesa informação estratégica e a
extrajudicial itinerante estratégica
necessitados dos direitos humanos produção de dados estatísticos

2.07 Fortalecer a 2.09 Aperfeiçoar a

2.06 Otimizar as relações 2.08 Aperfeiçoar a governança 2.10 Otimizar a gestão da
Comunicação e a Imagem governança e a gestão
institucionais e a gestão estratégica logística
Institucional de TIC

PESSOAS

3.01 Garantir um ambiente de 3.02 Aperfeiçoar a educação, o desenvolvimento e a 3.03 Adequar o efetivo de
trabalho saudável capacitação de servidores e defensores membros e servidores

FINANCEIRO
4.01 Assegurar o cumprimento do limite individualizado estabelecido
pela EC 95/2016 (Teto dos Gastos)

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