Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Número 34
BOLETIM DA REPÚBLICA
PUBLICAÇÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
m) Zelar pelo cumprimento das regras de deontologia de violência doméstica e familiar e de outros grupos
profissional do exercício da actividade de patrocínio sociais vulneráveis que mereçam protecção especial
e assistência jurídica, sem prejuízo das competências do Estado;
atribuídas a outras entidades; f) Acompanhar a fase de instrução do processo, inclusive
n) Participar no estudo e divulgação das leis e promover com comunicação imediata da prisão em flagrante
o respeito pela legalidade e pelo Estado de Direito delito pela autoridade policial, quando o detido não
Democrático; constituir advogado;
o) Promover o estreitamento de relações com as organizações g) Actuar na preservação e reparação dos direitos de pessoas
nacionais e estrangeiras congéneres e afins; vítimas de tortura, abusos sexuais, discriminação
p) Elevar o nível de conhecimentos técnicos e profissionais ou qualquer outra forma de opressão, violência,
dos seus funcionários, agentes e membros. propiciando o acompanhamento e o atendimento
interdisciplinar das vítimas;
Artigo 3 h) Promover e divulgar os direitos e deveres de cida-
(Revogação) dania;
i) Articular com as instâncias do sistema judiciário as acções
É revogado o Decreto n.° 54/95, de 13 de Dezembro. tendentes a melhorar a acessibilidade dos cidadãos à
Aprovado pelo Conselho de Ministros, aos 12 de Março justiça e ao direito;
de 2013. j) Coordenar o exercício do patrocínio judiciário e
Publique-se. assistência jurídica pelos Técnicos de Assistência
O Primeiro-Ministro, Alberto Clementino António Vaquina. Jurídica, Técnicos Superiores de Assistência Jurídica
e pelos seus membros;
k) Coordenar com a Ordem dos Advogados a realização
de serviço cívico a realizar pelos Advogados
Estagiários;
Estatuto Orgânico do Instituto do Patrocínio l) Promover mecanismos de articulação entre o IPAJ e
as organizações da sociedade civil que exerçam o
e Assistência Jurídica
patrocínio e assistência jurídica;
CAPÍTULO I m) Zelar pelo cumprimento das regras de deontologia
profissional do exercício da actividade de patrocínio
Definição Sede e Atribuições e assistência jurídica, sem prejuízo das competências
Artigo 1 atribuídas a outras entidades;
n) Participar no estudo e divulgação das leis e promover
(Definição)
o respeito pela legalidade e pelo Estado de Direito
1. O Instituto do Patrocínio e Assistência Jurídica adiante Democrático;
designado por IPAJ, é uma instituição do Estado que visa o) Promover o estreitamento de relações com as organizações
garantir a concretização do direito de defesa constitucionalmente nacionais e estrangeiras congéneres e afins;
consagrado, proporcionando ao cidadão economicamente p) Elevar o nível de conhecimentos técnicos e profissionais
desprotegido, o patrocínio judiciário e assistência jurídica de dos seus funcionários, agentes e membros.
que carecer.
2. O IPAJ subordina-se ao Ministério da Justiça. CAPÍTULO II
f) Tomar conhecimento das participações apresentadas b) Fiscalizar o cumprimento das normas básicas, disposições
contra os funcionários e membros filiados do IPAJ legais normativas e organizacionais que regulam a
e exercer a competente acção disciplinar; actividade do IPAJ;
g) Celebrar acordos e memorandos no âmbito da sua c) Promover a elaboração, estudo, divulgação
competência com outras entidades congéneres e aperfeiçoamento da legislação aplicável;
e afins; d) Participar na formação, valorização e especialização
h) Articular com os tribunais, Procuradoria - Geral da técnica dos membros integrantes, nas diferentes áreas
República, Ordem dos Advogados e outras entidades, de actividade do sector;
a fim de assegurar a eficácia das actividades do IPAJ e) Emitir parecer sobre o funcionamento, organização
e o seu bom desempenho; e eficiência do sector, bem como sobre a competência
i) Exercer a acção disciplinar sobre os funcionários e zelo dos funcionários e membros em serviço nos
e Agentes do Estado em exercício no IPAJ bem como diferentes locais;
sobre os seus membros nos termos da legislação f) Participar no processo de implementação do sub-
vigente; sistema de controlo interno no âmbito do sistema de
j) Nomear e exonerar funcionários no âmbito da sua Administração Financeira do Estado;
competência; g) Examinar sistematicamente o relacionamento entre os
k) Exercer outras funções que lhe sejam cometidas Funcionários do IPAJ, membros e o público em geral
e propor acções correctivas às anomalias verificadas;
por Lei.
h) Realizar outras tarefas que lhe forem cometidas por lei
Artigo 11 ou por determinação superior.
(Competências do Director-Geral Adjunto)
2. A Inspecção do IPAJ é dirigido por um Inspector nomeado
pelo Ministro que superintende a área da Justiça sob proposta do
São competências do Director-Geral Adjunto do IPAJ: Director-Geral do IPAJ.
a) Coadjuvar o Director-Geral no exercício das suas
funções; Artigo 14
b) Superintender as áreas do IPAJ que lhe forem delegadas (Direcção de Assistência Jurídica e Judiciária)
pelo Director - Geral; 1. São funções da Direcção de Assistência Jurídica
c) Substituir o Director-Geral em caso de ausência ou e Judiciária:
impedimento;
d) Exercer outras funções que lhe sejam cometidas. a) Exercer e coordenar a assistência jurídica e patrocínio
judiciário, distribuindo os processos pelos Técnicos
Artigo 12 Superior de Assistência, Técnicos de Assistência
Jurídica e membros filiados;
(Competências do Delegado Provincial e Distrital) b) Uniformizar o funcionamento dos Serviços Jurídicos do
1. São competências do Delegado Provincial e Distrital: IPAJ junto das Delegações do IPAJ;
a) Dirigir e representar o IPAJ junto das autoridades da área c) Elaborar escalas de serviço de turno, bem como designar
de actuação da Delegação respectiva; o respectivo chefe;
b) Assegurar o funcionamento da Delegação de acordo com d) Promover mecanismos alternativos de resolução de
as normas estabelecidas; conflitos nos termos do pluralismo jurídico e legislação
c) Fornecer aos superiores hierárquicos informações, em vigor;
relatórios de prestação de contas e dados estatísticos e) Prestar assessoria jurídica a Direcção;
periódicos sobre a implementação dos programas, f) Elaborar estudos, pesquisas e pareceres que tenham por
projectos e actividades da Delegação respectiva; objecto matérias atinentes as atribuições do IPAJ;
d) Assegurar o cumprimento dos planos e programas g) Realizar outras tarefas que lhe forem cometidas.
da instituição ao nível da Delegação respectiva; 2. A Direcção de Assistência Jurídica e Judiciária é dirigida por
e) Gerir os recursos humanos, financeiros e patrimoniais um Director Nacional nomeado pelo Ministro que superintende a
afectos à delegação; área da Justiça sob proposta do Director-Geral do IPAJ.
f) Realizar as demais tarefas que lhe forem incumbidas.
Artigo 15
2. A Delegação Povincial é dirigida por um delgado provincial
nomeado pelo Ministro que superintende a área da Justiça sob (Direcção de Formação e Estágio)
proposta do Director-Geral do IPAJ e a Delegado Distrital é 1. São funções da Direcção de Formação e Estágio:
dirigido por um delegado distrital nomeado pelo Director-Geral a) Propor políticas de formação, treinamento dos
do IPAJ sob proposta do Delegado Provincial. funcionários, membros e estagiários do IPAJ bem
como garantir a sua implementação;
CAPÍTULO V
b) Coordenar a realização de estágios;
Funções das Unidades Orgânicas c) Identificar as necessidades de formação tanto dos
Artigo 13 funcionários, membros e estagiários do IPAJ;
d) Programar, organizar e acompanhar todo processo da sua
(Inspecção) formação e treinamento, tendo em conta as exigências
1. São funções da Inspecção: de trabalho no sector;
e) Prestar assistência técnica em matéria de formação a todas
a) Organizar e realizar de forma periódica e planificada,
as Delegações Províncias e Distritais;
acções de controlo das diferentes actividades
f) Zelar pelo cumprimento do Regulamento de Estágio;
do IPAJ.
26 DE ABRIL DE 2013 269
l) Exportação – É a saída de qualquer espécime de uma c) em que o Estado no qual teve lugar a captura ou recolha
espécie do território nacional; exija-se a prévia concessão de um certificado de
m) Fins preferencialmente comerciais – Refere-se exportação.
às actividades cujos aspectos comerciais são
predominantes. Artigo 4
n) Importação - É a entrada no território nacional de (Autoridades Administrativa e Científica)
qualquer espécime de uma espécie;
o) Parte - Um Estado em relação ao qual a CITES está em 1. O Ministério que superintende o sector do Ambiente é a
vigor; Autoridade Administrativa para a implementação da Convenção
p) Quota – Quantidade de espécimes por espécie atribuída Sobre o Comércio Internacional das Espécies de Fauna e Flora
anualmente a um Estado Parte, para exploração; Silvestres Ameaçadas de Extinção no território nacional.
q) Reexportação – É a exportação de qualquer espécime de 2. A Universidade Eduardo Mondlane é a Autoridade
uma espécie que tenha sido previamente importada; Científica para a implementação da Convenção Sobre o Comércio
r) Trânsito – É a passagem no território nacional de Internacional das Espécies de Fauna e Flora Silvestres Ameaçadas
qualquer espécime de uma espécie sujeita a CITES, de Extinção no território nacional.
proveniente do exterior com destino a um outro ponto Artigo 5
no exterior.
(Competências das Autoridades)
Artigo 2 1. São competências da Autoridade Administrativa:
(Objecto) a) Representar o Estado Moçambicano nas Conferências
O presente Regulamento estabelece as regras sobre a das Partes da CITES, ou em eventos similares;
exportação, importação, reexportação, trânsito e introdução b) Apresentar propostas de temas ao secretariado da CITES
por mar ou por qualquer estância aduaneira dos espécimes das para sua inscrição na Conferência das Partes, ou em
espécies constantes dos anexos I, II e III da CITES no território reuniões paralelas;
nacional com vista à protecção da saúde pública e do ambiente. c) Elaborar relatórios técnicos anuais sobre o estágio
de implementação da CITES;
Artigo 3 d) Solicitar parecer sempre que necessário, junto
(Âmbito) à Autoridade Científica;
1. As regras estabelecidas no presente Regulamento aplicam- e) Aprovar relatórios anuais sobre a comercialização
-se em todo o território nacional e a todas as pessoas singulares de espécies ou produtos abrangidos pela CITES;
ou colectivas, públicas ou privadas, nacionais ou estrangeiras, f) Preparar e enviar às instituições de coordenação,
elegíveis para exercer o comércio externo como importação e a informação oficial sobre a CITES;
exportação ao abrigo da legislação vigente dos espécimes de g) Emitir certificados de importação e exportação das
espécies de fauna e flora silvestres ameaçadas de extinção por espécies abrangidas pela CITES;
qualquer estância aduaneira. h) Propor quotas anuais à CITES, em coordenação com as
2. O presente Regulamento não se aplica nos seguintes instituições de implementação, ouvida a Autoridade
casos: Científica.
a) Quando a Autoridade Administrativa verificar que um 2. São competências da Autoridade Científica:
espécime de uma espécie foi adquirido antes da CITES a) Prestar assessoria técnico-científica à Autoridade
entrar em vigor; Administrativa sobre o impacto da importação ou
b) Espécimes que sejam objectos pessoais ou de uso exportação de espécies quanto à sua sobrevivência;
doméstico; b) Assistir a Autoridade Administrativa na preparação das
c) Empréstimo, doação ou intercâmbio sem fins comerciais propostas para emenda dos apêndices da CITES;
entre cientistas ou instituições científicas autorizadas c) Buscar propostas de emendas dos apêndices submetidos
pelas Autoridades Administrativas competentes dos por outros Estados membros e fazer recomendações à
respectivos países; Autoridade Administrativa;
d) Espécimes que fazem parte de zoológico, circo, d) Apoiar as instituições de implementação na identificação
desde que sejam obedecidos os requisitos exigidos das espécies da fauna e flora silvestres;
pela Autoridade Administrativa competente, em e) Emitir parecer à Autoridade Administrativa sobre estudos
conformidade com a legislação específica. específicos a serem levados a cabo para a actualização
3. São excepções ao disposto na alínea b) do número anterior da base de conhecimento sobre as espécies constantes
nos apêndices da CITES, sempre que for solicitado.
nos casos:
a) de espécimes de uma espécie inscrita no anexo I que Artigo 6
tenham sido adiquiridos pelo dono fora do país da (Grupo inter-institucional para a implementação da CITES)
sua residência habitual e tenham sido importados
1.A Autoridade Administrativa preside o Grupo Inter-
nesse Estado; institucional para a Implementação da Convenção Sobre o
b) de espécimes de uma espécie inscrita no anexo II, se Comércio Internacional das Espécies de Fauna e Flora Silvestres
forem adquiridos pelo proprietário aquando de uma Ameaçadas de Extinção, abreviadamente designado Grupo CITES,
estadia fora do Estado da sua residência habitual e que é composto por representantes dos seguintes sectores:
num Estado no qual se realizou a captura ou recolha no
a) Ambiente;
meio selvagem ou quando são importados no Estado b) Agricultura;
de residência habitual do proprietário; c) Turismo;
26 DE ABRIL DE 2013 273
c) O espécime vivo é acondicionado e transportado de 4. O período acima descrito passa para 20 dias úteis, tratando-se
acordo com as normas nacionais e internacionais de espécimes de espécies não vivos e a Autoridade administrativa
ratificadas por Moçambique; dicide pela sua venda em hasta pública.
d) Um certificado de importação foi concedido para o 5. Tratando-se de espécimes de espécies vivos, constantes do
referido espécime. Anexo I da CITES, a Autoridade Administrativa dicide pela sua
devolução ao seu habitat natural, num prazo de 5 dias úteis após
Artigo 11
a apreensão.
(Reexportação das espécies) 6. Tratando-se de espécimes de espécies não vivos, constantes
A reexportação de um espécime de uma espécie, constante do Anexo I da CITES, a Autoridade Administrativa dicide pela sua
dos anexos I, II e III, requer a prévia autorização e atribuição incineração, num prazo de 10 dias úteis após a sua apreensão.
de um certificado de reexportação a ser emitido pela Autoridade
Administrativa, exigindo-se que: CAPÍTULO III
a) O espécime foi importado nesse estado em conformidade Fiscalização, taxas, infracções e penalidades
com as disposições da CITES; Artigo 16
b) O espécime vivo é acondicionado e transportado de
acordo com as normas nacionais e internacionais (Fiscalização)
ratificadas por Moçambique; 1. As actividades que tenham por objecto a importação,
c) foi concedido um certificado de importação para todo o exportação, reexportação, trânsito e introdução por qualquer
espécime vivo. estância aduaneira de espécime de espécies de fauna e flora
silvestres ameaçadas de extinção estão sujeitas à fiscalização
Artigo 12
exercida pelos sectores que se seguem:
(Trânsito das espécies)
a) Ambiente;
As entidades de implementação devem assegurar o cumprimento b) Agricultura;
das disposições aplicáveis para a importação ou exportação das c) Turismo;
espécies nos termos do presente Regulamento e demais legislação d) Indústria e Comércio;
em vigor.
e) Ciência e Tecnologia;
Artigo 13 f) Pescas;
g) Finanças;
(Estância Aduaneira de entrada e saída)
h) Saúde;
A introdução por qualquer Estância Aduaneira de um espécime i) Educação;
de uma espécie requer a prévia apresentação de um certificado j) Cultura;
emitido pela Autoridade Administrativa exigindo-se que: k) Interior.
a) Não prejudica a sobrevivência da dita espécie;
2. Sempre que o agente de fiscalização no exercício das suas
b) No caso de um espécime vivo, o destinatário tem
funções, verificar qualquer infracção às normas do presente
as instalações adequadas para conservar e tratar
Regulamento, deve apreender os produtos, cumprir com os
diligentemente;
c) O espécime não é utilizado para fins diferentes dos que procedimentos institucionais, lavrar um auto de notícia e remetê-
ditaram a sua importação. lo à Autoridade Administrativa para a aplicação das respectivas
sanções.
Artigo 14
Artigo 17
(Produção em cativeiro)
(Taxas)
Os espécimes de uma espécie animal inscrita no Anexo I
e criados em cativeiro para fins comerciais, ou de uma espécie 1. Para efeitos de emissão do certificado, nos termos da alínea f)
de planta inscrita no anexo I e reproduzida artificialmente para do n.º 1 do artigo 5 e artigo 6, são cobradas as seguintes taxas :
fins comerciais, são considerados espécimes das espécies inscritas a) Pela importação de espécimes de espécie abrangidas pela
no Anexo II. CITES …............. 5.000, 00 mt (cinco mil meticais)
b) Pela exportação de espécimes de espécie abrangidas pela
Artigo 15 CITES................. 10.000, 00 MT (dez mil meticais)
(Produtos confiscados) c) Pela Reexportação... 10.000, 00MT (dez mil meticais)
1. A Autoridade Administrativa toma providências necessárias 2. Para efeitos de actualização do certificado, quanto ao seu
em coordenação com as instituições de tutela a fim de garantir período de validade, nos termos do n.º 4 do artigo 6, é cobrado
que os produtos confiscados sejam bem conservados e, ou, como taxa o valor de 7.500,00MT (sete mil e quinhentos
incinerados. meticais).
2. Em caso de espécimes vivos, a Autoridade Admnistrativa 3. Em casos de perda, extravio, ou de qualquer outra situação
deve assegurar em coordenação com organismos de tutela a semelhante, pela emissão da segunda via é fixada a taxa
sobrevivência de tais espécimes. de 10.000, 00MT (dez mil meticais).
3. Tratando-se de espécimes de espécies vivos, constantes dos
Artigo 18
anexos II e III da CITES, a Autoridade Administrativa dicide
pela sua venda em hasta pública ou pela sua devolução ao seu (Infracções e sanções)
habitat natural, decorrido um período de 10 dias úteis após a sua 1. A obstrução ou embarço à realização das atribuições
apreensão. cometidas às entidades referidas no presente Regulamento
26 DE ABRIL DE 2013 275
f) Fracção autónoma - parte do edifício que pertence, em c) Cada fracção autónoma ter saída própria para uma parte
exclusivo, ao condómino. comum do prédio ou directamente para via pública;
g) Inquilino - pessoa singular ou colectiva que celebra d) Existência de partes comuns;
contrato de arrendamento ao abrigo do qual tem e) A pertença de duas ou mais fracções a diferentes
o direito de utilizar uma fracção autónoma ou proprietários.
edificação. 2. A inexistência dos requisitos previstos nas alíneas a), b), c),
h) Título constitutivo - escritura notarial que confere a uma d) e e) implica a nulidade do título constitutivo da propriedade
pessoa singular ou colectiva, a propriedade de partes horizontal.
do edifício correspondente a fracções. 3. A falta do último requisito tem como efeito a redução do
ARTIGO 2 regime do condomínio ao regime de propriedade singular.
(Objecto) CAPÍTULO II
O presente Regulamento estabelece regras de convivência Discriminação das diferentes partes do condomínio
entre os proprietários e inquilinos de fracções autónomas de um
mesmo condomínio bem como aspectos inerentes a utilização ARTIGO 7
das partes do condomínio. (Partes do condomínio)
2. Havendo défice este será suportado pelos condóminos 3. Os condóminos devem prestar a sua identificação e dos
de acordo com o estabelecido no n.° 2 do artigo 24. respectivos agregados familiares ao administrador do condomínio,
e, caso não vivam no edifício, devem indicar a sua residência
CAPÍTULO VII actual.
Administração das Partes Comuns do Edifício 4. Os condóminos devem informar ao administrador sobre a
presença de hóspedes que permaneçam por um período superior
ARTIGO 30
a 24 horas.
(Órgãos administrativos)
ARTIGO 35
1. A administração das partes comuns do edifício compete
à Assembleia dos Condóminos e a um Administrador. (Funções do administrador)
2. O cargo de administrador pode ser exercido por uma 1. O administrador exerce as funções que lhe são fixadas
comissão de moradores. na lei, nomeadamente:
SECÇÃO I
a) Convocar a assembleia de condóminos;
b) Elaborar o orçamento de receitas e despesas relativas
Cargo de administrador a cada ano;
ARTIGO 31 c) Efectuar e manter o contrato de seguro do edifício contra
o risco de incêndio;
(Administrador)
d) Cobrar as receitas e efectuar as despesas comuns;
1. O administrador é eleito e exonerado pela Assembleia e) Exigir dos condóminos a sua quota-parte nas despesas
de Condomínio. aprovadas;
2. Se a assembleia não eleger administrador, a requerimento f) Realizar os actos conservatórios relativos aos bens
de qualquer dos condóminos, será este nomeado pelo Tribunal comuns;
nos termos da Lei. g) Regular o uso dos bens e partes comuns e a prestação
3. O administrador pode ser exonerado pelo tribunal, de serviços de interesse comum;
a requerimento de qualquer condómino, quando se prove que h) Executar as deliberações da assembleia;
praticou irregularidades ou agiu com negligência no exercício i) Representar o conjunto dos condóminos perante
das suas funções. as autoridades.
4. O cargo de administrador é remunerável salvo disposição em
contrário da assembleia de condóminos e pode ser desempenhado 2. São igualmente funções do administrador:
por qualquer dos condóminos ou por terceira pessoa singular a) Representar o condomínio em juízo e perante terceiros;
ou colectiva. b) Transmitir aos condóminos as notificações recebidas
5. As funções de administrador serão exercidas pelo período das autoridades;
de dois anos renováveis. c) Praticar os actos de gestão corrente do condomínio,
admitir e demitir empregados, ordenar reparações
ARTIGO 32 urgentes e embargar obras irregulares e ordenar a sua
(Administrador provisório) remoção ou demolição;
1. Se a assembleia não eleger administrador, e se este não d) Manter actualizados, organizados e assegurar a guarda
tiver sido nomeado judicialmente, as respectivas funções serão dos documentos relativos à gestão do condomínio;
obrigatoriamente exercidas por uma comissão de moradores. e) Prestar contas periodicamente aos condóminos sobre a
2. A disposição do número anterior aplica-se também no caso gestão do condomínio, em período a estabelecer pela
de o administrador eleito ficar impedido ou estiver ausente. assembleia de condóminos;
f) Fazer respeitar a ordem e o cumprimento das deliberações
ARTIGO 33 da assembleia e aplicar aos condóminos as sanções que
(Comissão de moradores) forem determinadas.
1. A comissão de moradores é eleita e exonerada pela SECÇÃO II
Assembleia de Condóminos.
2. A comissão de moradores é composta no mínimo por 3 Assembleia de condóminos
condóminos. ARTIGO 36
3. O cargo exercido pelos membros da comissão de moradores
(Periodicidade)
é remunerável, salvo disposição em contrário da assembleia
de condóminos, e pode ser desempenhado por qualquer dos 1. A assembleia de condóminos reúne-se na primeira quinzena
condóminos. de Janeiro, mediante convocação do administrador para discussão
4. A comissão de moradores tem um mandato de dois anos e aprovação das contas do último ano, aprovação do orçamento
renováveis. das despesas a efectuar durante o ano e para fixar as quotas
ARTIGO 34 do condomínio.
2. A assembleia poderá reunir-se extraordinariamente sempre
(Identificação do administrador e dos condóminos) que se julgue necessário para verificar as contas da gestão,
1. A identificação e o domicílio profissional do administrador deliberar sobre as propostas do administrador e, eventualmente,
deverão estar sempre afixados na entrada ou vestíbulo do prédio rever as quotas do condomínio ou aprovar contribuições
ou ainda em locais de passagem do condomínio. extraordinárias.
2. O administrador do condomínio deve manter actualizada a 3. A assembleia de condóminos pode ser convocada por
lista de identificação dos condóminos e dos respectivos agregados condóminos que representem 25% das unidades inteiras
familiares. do prédio.
26 DE ABRIL DE 2013 281
4. Os condóminos podem fazer-se representar por procurador, 2. Caso pretenda impugnar uma deliberação da assembleia, o
com poderes bastantes para deliberar sobre as matérias condómino tem prazo de dez dias, contados da data da deliberação
em discussão. tratando-se de condómino presente, ou da data da comunicação,
ARTIGO 37 tratando-se de condómino ausente, exigirão administrador a
convocação de uma assembleia extraordinária para propor a
(Funcionamento da assembleia)
anulação dessa decisão, devendo o administrador convocá-lo
1.As deliberações são tomadas, salvo disposição especial, por num prazo de 20 dias.
maioria dos votos representativos do capital investido. 3. Para o efeito do disposto n.° 1 o administrador tem um prazo
2. Cada condómino tem tantos votos quanto o total de de vinte dias para convocar a assembleia extraordinária.
unidades inteiras na percentagem ou permilagem das fracções 4. Se a assembleia extraordinária não anular a decisão,
que possuir. o condómino interessado poderá no prazo de 20 dias da data da
3. Se não comparecer o número de condóminos suficiente para realização da referida assembleia recorrer ao tribunal dentro dos
formar maioria e na convocatória não tiver sido desde logo fixada prazos fixados na Lei.
outra data, é convocada nova reunião nos dez dias subsequentes,
podendo esta deliberar por maioria de votos dos condóminos CAPÍTULO VIII
presentes, desde que representem pelo menos um terço do valor Disposições finais e transitórias
total do prédio.
ARTIGO 42
4. As deliberações que precisem de unanimidade dos votos do
prédio podem ser aprovadas por unanimidade dos condóminos Responsabilidade civil
presentes, desde que estes representem pelo menos dois terços 1. A responsabilidade civil por danos causados por factos que
do valor do prédio, sob condição de aprovação pelos condóminos respeitem ao condomínio, distribui-se entre os condóminos na
ausentes. proporção das suas fracções.
2. A responsabilidade civil por danos causados, por
ARTIGO 38
incumprimento do disposto no artigo 16, pelos condóminos,
(Convocação das assembleias) seus familiares, empregados e pessoas a quem facultado o
1. A assembleia é convocada por meio de carta registada uso da fracção, será atribuída ao condómino, sem prejuízo de
ou correio electrónico mediante aviso convocatório, enviado indemnização por danos.
com pelo menos dez dias de antecedência, desde que haja
ARTIGO 43
comprovativo de recepção pelo condómino.
2. A convocatória deve indicar o dia, hora, local e a ordem de (Responsabilidade do condómino Estado)
trabalhos da reunião, sendo lícito que ela contenha igualmente o 1. Os inquilinos dos imóveis do Estado sob gestão da
dia, hora e local de nova reunião, caso não compareça o número Administração do Parque Imobiliário do Estado, são directamente
de condóminos suficientes para deliberar. responsáveis pelo pagamento das despesas de utilização e de
serviços, e representam-no de forma automática em todas as
ARTIGO 39 deliberações que não envolvam contribuições extraordinárias
(Formalismo das actas) para o condomínio.
2. No número anterior, exceptuam-se as contribuições em que o
1. A acta ou resumo da assembleia de condóminos deverá ser
Estado represente valor inferior um quarto do valor do prédio.
lavrada em livro próprio pelo administrador e assinada por todos
3. O não pagamento das despesas referidas no n.º 1 é punido
os condóminos que nela tenham participado.
nos termos do artigo 19 da Lei n.º 8/79, de 3 de Julho.
2. As deliberações consignadas em acta são vinculativas para
4. O estabelecido nos nºs 1 e 2 é válido para os restantes imóveis
todos os condóminos bem como para terceiros titulares de direitos
do Estado ocupados pelos seus funcionários salvo convenção
relativos às fracções autónomas.
entre as partes.
3. É dever do administrador facultar às actas assim como as
5. A contribuição do Estado para o Fundo Comum de Reserva
transcrições dos respectivos conteúdos a todos os condóminos. é devida pelas entidades gestoras dos imóveis.
6. Os adquirentes dos imóveis do Estado assumem integralmente
ARTIGO 40 as obrigações e direitos do condómino Estado.
(Condóminos ausentes das assembleias)
ARTIGO 44
1. As deliberações da assembleia de condóminos devem ser
comunicadas pelo administrador aos condóminos ausentes, por (Publicidade nas fachadas e terraços)
carta registada ou correio electrónico no prazo de trinta dias. 1. Compete a Assembleia do Condomínio deliberar sobre
2. O condómino ausente tem o prazo de quarenta e oito horas o destino a dar a publicidade existente nas fachadas e terraços do
após a recepção da deliberação, para comunicar por escrito ao condomínio à data da publicação do presente diploma.
administrador a sua discordância, sendo o silêncio interpretado 2. Sempre que a assembleia delibere a remoção da publicidade
como aprovação. nas fachadas e terraços, ela será custeada pelo condomínio,
e não pode ter lugar antes de decorridos seis meses sobre
ARTIGO 41 a deliberação.
(Impugnação das deliberações da assembleia)
ARTIGO 45
1. O condómino ausente tem o prazo de vinte dias, contados
(Litígios)
da data da deliberação para impugnar a deliberação da assembleia
podendo solicitar ao administrador a sua suspensão nos termos 1. Os litígios decorrentes de divergências entre condóminos e/
da lei do processo civil e a convocação de uma assembleia ou entre estes e o administrador, serão resolvidos pela assembleia
extraordinária para propor a anulação da decisão. de condóminos, ouvidas as partes.
282 I SÉRIE — NÚMERO 34
2. Não sendo possível a resolução em assembleia, poderá esta 3. Compete à assembleia do condóminos, no Regulamento
deliberar a celebração de compromisso arbitral, caso as partes Interno tipificar as infracções, e estabelecer os valores das
em desacordo concordem em não recorrer ao tribunal da decisão respectivas multas e os procedimentos para o ressarcimento
tomada em arbitragem. de danos.
4. Em caso de não pagamento da multa no prazo estipulado,
3. Não sendo possível a resolução em assembleia e não havendo o administrador poderá instaurar acção judicial para
sido deliberada a obrigatoriedade de compromisso arbitral, os a sua cobrança.
litígios serão resolvidos através de recurso ao tribunal da área ARTIGO 48
em que se situa o prédio.
(Regulamento Interno)
ARTIGO 46 1. Os condóminos devem instituir o Regulamento Interno do
Condomínio, no qual serão definidas as normas de relacionamento
(Fiscalização)
dos condóminos entre si e com a administração, de utilização
Compete a autarquia local e a Inspecção de Obras Públicas e conservação das partes comuns, entre outras matérias a ser
a fiscalização do cumprimento do presente regulamento sem aprovado em assembleia de condóminos, por votos representativos
prejuízo do preconizado em legislação específica. de pelo menos dois terços do capital investido.
2. Qualquer dos condóminos pode tomar a iniciativa de
ARTIGO 47 submeter proposta de Regulamento Interno do condomínio ou
de propor a revisão do que estiver em vigor.
(Multas e penalidades) 3. O Regulamento Interno, a requerimento da assembleia
1. Todos os condóminos, moradores e demais ocupantes que o aprovou, será apenso ao título constitutivo da propriedade
do prédio, devem respeitar rigorosamente as normas da lei, do horizontal, vinculando todos os comproprietários do prédio.
presente regulamento, do regulamento interno, as deliberações 4. São nulas e de nenhum efeito as disposições do Regulamento
Interno contrárias à lei civil e ao disposto no presente diploma.
da assembleia de condóminos e as ordens que para sua execução
emanarem do administrador. ARTIGO 49
2. Caso o administrador não consiga fazer cumprir o disposto
Compete ao Ministro das Obras Públicas e Habitação aprovar
no número anterior, pode propor a assembleia a aplicação de por Diploma Ministerial mecanismos que se julgarem necessários
multas ao infractor, entre 30% e 100% do valor da quota. para a melhor aplicação do presente Regulamento.
Preço — 27,27 MT