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Quarta-feira, 24 de Janeiro de 1996 I SÉRIE - Número 4

BOLETIM DA REPUBLICA
PUBLICAÇÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

IMPRENSA NACIONAL DE MOÇAMBIQUE Estatuto Orgânico do Instituto do Patrocínio


e Assistência Jurídica
A V I S O
CAPITULO I
A matéria a publicar no «Boletim da República» deve ser remetida em
cópia devidamente autenticada, uma por cada assunto, donde conste, além
das indicações necessarias para esse efeito, o averbamento seguinte,
assinado e autenticado. Para publicação no «Boletim da República. Disposições gerais
ARTIGO 1
(Definição)
SUMÁRIO
1. O Instituto do Patrocínio e Assistência Jurídica
Conselho de Ministros: adiante designado (IPAJ), é a instituição do Estado que
Decreto n.° 54/95: visa garantir a concretização do direito de defesa, propor-
Aprova o Estatuto Orgânico do Instituto do Patrocínio e cionando ao cidadão economicamente desprotegido, o
Assistência Juridica - IPAJ. patrocínio judiciário e a assistência jurídica de que carecer.
2. O Instituto do Patrocínio e Assistência Jurídica su-
Ministérios do Plano e Finanças e da Indús- bordinate ao Ministério da Justiça.
tria, Comércio e Turismo:
Diploma Ministerial n.° 6/96: ARTIGO 2

Aprova o Regulamento para a Importação de Mercadorias. (Sede)

Ministério dos Recursos Minerais e Energia: O IPAJ tem a sua sede em Maputo, podendo abrir
Diploma Ministerial n.° 7/96:
delegações e outras formas de representação em todo o
território nacional.
Publica o Estatuto Orgânico do Ministério dos Recursos
ARTIGO 3
Minera s e Energia.
(Atribuições)

As atribuições do IPAJ são as estabelecidas na lei que


CONSELHO DE MINISTROS regula a assistência jurídica e ainda as seguintes:
a) Coordenar o exercício do patrocínio judiciário e
Decreto n.° 54/95 assistência jurídica pelos seus membros;
de 13 de Dezembro b) Coordenar o serviço cívico a realizar pelos advo-
A Lei n.° 6/94, de 13 de Setembro, criou o Instituto gados estagiários;
do Patrocínio e Assistência Jurídica, definindo-o como c) Zelar pelo cumprimento das regras de deontologia
instituição destinada a garantir a concretização do direito profissional dos seus membros e pela dignidade
de defesa constitucionalmente consagrada, proporcionando e respeito da actividade;
ao cidadão economicamente desprotegido, o patrocínio ju- d) Exercer jurisdição disciplinar sobre os seus mem-
diciário e a assistência jurídica de que carece. bros;
O mesmo diploma legal atribui ao Conselho de Ministros e) Participar no estudo e divulgação das leis e pro-
competência para aprovar o Estatuto Orgânico do Instituto mover o respeito pela legalidade;
de Patrocínio e Assistência Jurídica. f) Elevar o nível de conhecimentos técnicos e pro-
fissionais dos seus membros;
Nestes termos, ao abrigo do disposto no n.° 1 do artigo 2 g) Promover o estreitamento de relações com organi-
da Lei n.° 6/94, de 13 de Setembro, em conjugação com zações estrangeiras congéneres.
o disposto na alínea a) do n.°l do artigo 153 da Consti-
tuição da República, o Conselho de Ministros decreta: C A P I T U L O II
Único. É aprovado o Estatuto Orgânico do Instituto
do Patrocínio e Assistência Jurídica, também designado Estrutura
por IPAJ, em anexo, que faz parte integrante do presente
ARTIGO 4
decreto.
(Direcção)
Aprovado pelo Conselho de Ministros.
1. O Instituto do Patrocínio e Assistência Jurídica tem
Publique-se. uma direcção constituída por um director e um director-
O Primeiro-Ministro, Pascoal Manuel Mocumbi. -adjunto nomeados pelo Ministro da Justiça.
2. O director representa o IPAJ e nos seus impedi- tribunal judicial provincial ou tratando-se de crimes a
mentos é substituído pelo director-adjunto que não caiba pena superior à pena de prisão até dois
anos com ou sem multa.
ARTIGO 5
2. Os assistentes jurídicos patrocinarão causas cujo valor
(Competências da direcção) não exceda a alçada do tribunal judicial distrital de
a
2 classe ou tratando-se de crimes a que nao caiba pena
Compete à direcção do IPAJ. de prisão superior a um ano com ou sem multa.
a) Efectuar a gestão d o Instituto; 3. Os técnicos jurídicos referidos no n. 1 exercerão
b) Fiscalizar a observância das regras de deontologia o patrocínio nas mesmas condições que os advogados,
profissional, dos membros do IPAJ; desde que na respectiva área territorial não existam advo-
c) Tomar conhecimento das participações apresenta- gados em número suficiente.
das contra os seus membros; 4. Os assistentes jurídicos exercerão o patrocínio nas
d) Exercer acção disciplinar sobre os membros do mesmas condições que os advogados, desde que na res-
IPAJ; pectiva área territorial não existam advogados em número
e) Exercer outras funções que lhe sejam cometidas suficiente.
por lei. 5. Para os efeitos do disposto nos n.os 3 e 4 deste
ARTIGO 6 artigo, caberá à Ordem dos Advogados nos termos da
(Delegações)
Lei n.o 7/94, de 14 de Setembro, definir para cada caso
e número suficiente de advogados
1. O lPAJ poderá abrir delegações com jurisdição
interprovincial, provincial ou distiital. ARTIGO 13
2 O delegado do IPAJ é o chefe de cada delegação (Exercício ilegal de profissão)
e representa a direcção do IPAJ na área da respectiva
delegação Todo aquele que exerça funções ou pratique quaisquer
CAPITULO III actos da profissão de técnico ou assistente jurídico sem
estar inscrito no IPAJ ou por qualquer forma exorbite
Membros e exercício da profissão as competências que lhes são atribuídas por lei, incorro
na pena do s 2 do artigo 236 do Código Penal.
ARTIGO 7

(Membros)
CAPÍTULO IV
1 São membros do IPAJ os técnicos e assistentes júri-
dicos nele inscritos. Direitos e deveres
2. Técnicos jurídicos são aqueles que tenham frequência ARTIGO 14
da Faculdade de Direito e hajam sido aprovados em con- (Deveres dos membros)
cursos realizados pelo IPAJ.
3. Designam-se assistentes jurídicos aqueles que estejam Constituem deveres gerais dos membros do IPAJ
habilitados com cursos de formação, reconhecidos pelo
1. Não advogar contra a lei ou usar de meios ou ex-
Ministério da justiça.
pedientes ilegais, bem como, promover diligências desti
ARTIGO 8 nadas a impedir a correcta aplicação da lei ou a descoberta
(Gratuidade) da verdade.
2. Estudar e tratar com zelo todas as questões de que
O patrocínio judiciário c a assistência jurídica prestados seja incumbido designadamente cumprir iodas as regras
pelo IPAJ, são gratuitos. prescritas legalmente e destinadas a proteger os interessas
dos seus constituintes
ARTIGO 9
3. Guardar sigilo profissional sobre todos os factos que
(Regime da trabalho)
tenha conhecimento em resultado do exercício da profissão
Os técnicos e assistentes jurídicos exercem a sua activi- e não sejam excepcionados por lei, incluindo os conhecidos
dade em obediência à escala de serviço prevista no pre- durante negociações para o acordo amigável com parte
sente diploma contrária, desde que relativos à pendência
4 Aconselhar o cidadão dando-lhe opinião conscienciosa
ARTIGO 10
sobre o merecimento do seu direito e dar aplicação devida
(Obrigatoriedade de inscrição) a valores, documentos ou objectos que lhe tenham sido
confiados
O
Cumprir escrupulosamente a escala de serviço.
ser exercidos por técnicos e assistentes jurídicos inscritos
6. Não procurar obter vantagens ilegítimas ou indevidas
no IPAJ
para os constituintes.
ARTIGO 11
7. Recusar mandato, nomeação oficiosa ou prestaçao
(Remuneraçao) de serviço, em questão em que já tenha intervido ou esteja
Os técnicas e assistentes jurídicos têm direito a uma conexa com outra em que represente ou tenha representado
remuneração fixa suportada pelo Orçamento Geral do a parte contrária.
Estado 8. Não exceder os limites de competent ia estabelecidos
ARTIGO 12
na lei e no presente Estatuto.
9. Recusar mandato contra quem noutra causa seja seu
(Competências)
mandante.
1 Os técnicos jurídicos exercerão o patrocínio, rela 10. Aceitar nomeações oficiosas nas condições fixadas
tivamente às causas cujo valor não exceda a alçada do pela lei.
11. Não se pronunciar publicamente sobre questão que 3. Cada escala tem um responsável eleito de entre os
saiba confiada a outro colega, salvo na presença deste ou seus integrantes a quem semanalmente prestam contas do
com seu prévio acordo. trabalho desenvolvido mediante relatório escrito que, pos.
12. Não abandonar o patrocínio do constituinte ou o teriormente, é apresentado à direcção.
acompanhamento das questões que lhe estão cometidas,
ARTIGO 19
sem motivo justificado.
(Relacionamento com outras instituições)
13. Não assinar pareceres, peças processuais ou outros
escritos profissionais que não tenha feito ou em que não
A direcção do IPAJ articula-se com os Tribunais. Ordem
tenha colaborado
dos Advogados e outras entidades a fim de assegurar a
ARTIGO 15 eficácia da sua actividade e o bom desempenho dos seus
(Direitos) membros.
CAPITULO VII
Constituem direitos dos membros do IPAJ:
1. Comunicar, nos termos da lei, pessoal e reservada- Disciplina
mente com os seus patrocinados que se encontram presos
ARTIGO 20
ou detidos em qualquer estabelecimento.
(Infracção disciplinar)
2. Obter nos termos da lei. dos organismos do Estado,
das empresas públicas e privadas, das organizações sociais 1. Todo o membro do IPAJ que violar os deveres decor-
e das demais pessoas, a colaboração e dos documentos rentes do presente diploma, dos seus regulamentos internos
indispensáveis à correcta execução do seu trabalho. e demais disposições aplicáveis, pratica infracção discipli-
3. Ter livre acesso às secretarias judiciais dentro das nar, a qual é do exclusivo conhecimento do IPAJ.
horas normais de expediente. 2. O disposto no número que antecede não prejudica
4. Protestar contra as violações da legalidade dos direitos o que a lei estabelece para o caso de haver lugar a proce-
e garantias constitucionais, combatendo as arbitrariedades dimento criminal ou outro.
de que tiver conhecimento no exercício da profissão.
ARTIGO 2 1
5. Perceber remuneração pelo trabalho desenvolvido
(Poder disciplinar)
6. Usar cartão de identificação próprio.
O poder disciplinar é exercido pelo IPAJ através da
CAPÍTULO V
sua direcção com recurso para o Ministro da Justiça.
Serviço cívico ARTIGO 22

ARTIGO 16 (Participações)
(Definição)
1. Os tribunais e quaisquer autoridades devem dar a
conhecer ao IPAJ a prática por técnicos jurídicos ou assis-
1. O serviço cívico, última fase do período de estágio
tentes jurídicos, de factos susceptíveis de constituir infrac-
do advogado, consiste na prestação obrigatória de assis-
ção disciplinar.
tência jurídica gratuita a pessoas economicamente mais
2. O Ministério Público, a polícia e as demais entidades
desfavorecidas.
com poderes de investigação criminal devem comunicar
2. O serviço cívico tem A duração de um ano e é ao IPAJ as participações apresentadas contra os membros
cumprido no ÍPAJ em regime livre, sem prejuízo da escala deste.
de serviço ARTIGO 23

ARTIGO 17 (Sanções)
(Remuneração)
1. As infracções cometidas por membros do IPAJ são
Os advogados estagiários têm direito a uma remuneração punidas nos seguintes termos:
suportada pelo Orçamento Geral do Estado. a) A infracção ao disposto nos n.0s 2, 3, 5. 6, 7 e S
do artigo 14 será punida com a pena de sus-
CAPITULO VI
pensão do exercício de actividade profissional
por seis meses a dois anos, sendo a reincidência
Organização do trabalho punida com proibição do exercício da activi-
dade;
ARTIGO 18 b) A infracção ao disposto nos n. os 1, 4, 9, 10, 11, 12
(Escala de serviço) e 13 do artigo 14 será punida com malta de
50 000,00 MT a 500 000,00 MT, havendo lugar
1 Compete à direcção do IPAJ efectuar a adistribuição
suspensão de actividade em caso de rein-
dotrabalho mediante escala de serviço. cidência.
2. Na medida do possível devem ser elaborados três
2. Para os fins do presente artigo, considera-se reinci-
tipos de escala de serviço:
dência, a prática de infracção cuja punição abstractamente
a) Para atendimento e consulta jurídica ao público; considerada seja idêntica à infracção antes cometida
b) Junto dos Tribunais; 3. A prática reiterada por um membro do IPAJ, de
c) Junto das Esquadras da Polícia da República de infraccões sem que constitua reincidência nos termos do
Moçambique e da Polícia de Investigação Cri- número anterior, é punida com a suspensão do exercício
minal. da profissão por seis nuses a d o s anos ou com a expulsao
4. As multas a que se refere o presente artigo são pagas No âmbito da aplicação do referido decreto, o Governo
ao IPAJ no prazo de trinta dias a contar da data da sua contratou a Inchcape Testing Services International Limited
notificação ao infractor. para execução do programa da Inspecção Pré-Embarque,
a partir de 1 de Janeiro de 1996, compreendendo a verifi-
ARTIGO 2 4 cação da qualidade, quantidade, a comparação de preços
(Publicidade das sanções) das mercadorias, a classificação pautal, o cálculo das im-
posições aduaneiras devidas e a reconciliação documental;
As sanções aplicadas são tornadas públicas por meio Tornando-se necessário actualizar todos os procedimentos
de anúncio afixado nas instalações da respectiva delegação do registo e de controlo de mercadorias a importar face
do IPAJ e, no caso de suspensão, ou expulsão em todos às exigências do comércio internacional e do programa
os Tribunais. definido pelo governo nesta matéria;
CAPITULO VIII No uso das atribuições conferidas por lei, os Ministros
do Plano e Finanças e da Indústria, Comércio e Turismo
Disposições finais e transitórias determinam:
ARTIGO 2 5 Artigo 1. É aprovado o Regulamento para a Importação
(Técnicos jurídicos) de Mercadorias sujeitas à inspecção pré-embarque que
faz parte integrante do presente diploma.
1. Os técnicos jurídicos anteriormente inscritos no INAJ, Art. 2. O presente diploma entra em vigor a partir de
não carecem de concurso de admissão. 1 de Janeiro de 1996.
2. Os assistentes jurídicos anteriormente inscritos no
INAJ consideram-se automaticamente inscritos no IPAJ. Maputo, 30 de Dezembro de 1995. - O Ministro da
Indústria, Comércio e Turismo, Oldemiro Júlio Marques
ARTIGO 2 6 Balói. - O Ministro do Plano e Finanças, Tomaz A u g u s t o
(Receitas) Salomão.
Constituem receitas próprias do IPAJ:
a) As verbas consignadas no Orçamento Geral do
Estado; Regulamento para a importação de mercadorias sujeitas
b) As dotações ou subsidios atribuídos por entidades à inspecção pré-embarque
públicas ou privadas;
c) Outras contribuições. ARTIGO 1

ARTIGO 2 7 1. Ficam sujeitàs à Inspecção de Pré-Embarque as tran-


(Quadro de pessoal) sacções relativas a mercadorias a importar de valor igual
ou superior a USD 2.500 - CIF (dois mil e quinhentos
A direcção do IPAJ submeterá à aprovação da entidade dólares americanos) ou equivalente.
competente o quadro de pessoal do IPAJ e seu regulamento 2. Os Embarques parciais cobrindo mercadorias com
interno. um valor CIF inferior a USD 2.500, devem, contudo, ser
ARTIGO 2 8 inspeccionados pelo Inchcape Testing Services Interna-
(Actualização de valores) tional Limited, se o valor CIF, no Boletim de Registo de
Importação, ordem ou Carta de Crédito, de tais embarques
A actualização dos valores pecuniários das sanções esta- for igual ou superior a USD 2.500.
belecidas pelo presente diploma será efectuado sempre que
se mostrar necessário por diploma conjunto dos Ministros
ARTIGO 2
do Plano e Finanças e da Justiça.
ARTIGO 2 9
A Inspecção Pré-Embarque pode compreender:
(Lei supletiva) a) A «intervenção simples» que compreende a classi-
ficação pautal dos bens a importar, em con-
O que não estiver expressamente estabelecido no presente formidade com a última edição da pauta adua-
decreto rege-se, com as necessárias adaptações pelo Esta- neira aprovada pelo Governo, bem como a
tuto da Ordem dos Advogados. indicação das taxas e valores de todas as im-
posições aduaneiras e fiscais devidas no acto
de desalfandegamento;
b) A «inspecção básica» ou seja a intervenção simples
referida na alínea anterior adicionada à veri-
MINISTÉRIOS DO PLANO E FINANÇAS E DA INDÚSTRIA, ficação, nos locais de produção, de armazena-
COMÉRCIO E TURISMO mento ou de expedição, dos bens de qualquer
natureza a serem importados em Moçambique.
Diploma Ministerial n.° 6/96 Esta verificação consiste na inspecção física dos
de 24 de Janeiro bens, e, quando for necessário, o controlo das
respectivas características comerciais, técnicas ou
O Decreto n.° 21/90, de 18 de Setembro, estabelece sanitárias com vista a garantir a sua conformi-
a obrigatoriedade de todas as mercadorias a serem im- dade com a descrição e com as especificações
portadas na República de Moçambique, sujeitarem-se à respectivas que terão sido comunicadas previa-
Inspecção de Pré-Embarque; mente à empresa de inspecção;
c) A «inspecção completa» que integra, para além cadorias similares, a intervenção da empresa de inspecção
da inspecção básica mencionada na alínea an- resume-se à identificação quantitativa e, quando apropriado,
terior, a verificação dos preços das mercadorias a verificação da numeração dos lotes, prazos de validade
a fim de determinar se o preço FOB e os outros e integridade das embalagens.
elementos dos preços facturados nas transacções
ARTIGO 6
comerciais com Moçambique correspondem,
dentro de limites razoáveis aos preços geral- Os encargos decorrentes do serviço de Inspecção Pré.
mente praticados no país fornecedor ou no -Embarque serão por conta do Estado.
mercado mundial, se for o caso, sensivelmente
no mesmo período segundo as práticas comer- ARTIGO 7
ciais correntes.
1. Os pedidos de Boletim de Registo de Importação
ARTIGO 3
serão submetidos pelos importadores ao Ministério da
1. Sem prejuízo das excepções definidas no artigo 5 Indústria, Comércio e Turismo - Direcção Nacional do
deste diploma todas as mercadorias a importar na Repú- Comércio Externo, da maneira habitual e acompanhados
blica de Moçambique estão sujeitas à intervenção simples, de 6 cópias de factura proforma ou documento equivalente.
independentemente do seu valor. 2. Os importadores deverão indicar no seu pedido de
2. Os Ministros do Plano e Finanças e da Indústria, Boletim de Registo de Importação o(s) código(s) pautal(is)
Comércio e Turismo estabelecerão a lista das mercadorias para cada categoria de mercadorias, até ao máximo de
sujeitas apenas a inspecção básica. 25 posições pautais por cada BRI.
3. Enquanto tal lista não for publicada todas as met.
ARTIGO 8
cadorias ficam sujeitas à inspecção completa nos termos
do artigo 1 deste diploma. Após a publicação da lista as O importador deve incluir nas condições de compra
mercadorias que não forem sujeitas apenas à inspecção e de pagamento a obrigatoriedade da realização de inspec-
básica e se situem no limito de valor definido no artigo ção de pré-embarque nos termos deste diploma, compe-
deste diploma estarão sujeitas à inspecção completa, sem tindo-lhe ainda a comunicação desta obrigação ao ven-
prejuízo das excepções referidas no artigo 5. dedor. Sempre que nos documentos de abertura do crédito
ARTIGO 4 não vier expressa a cláusula de inspecção pré-embarque
não se procederá a abertura do crédito.
A inspecção pré-embarque regulada por este diploma,
salvaguardadas as excepções do artigo 5, abrange também ARTIGO 9
todas as mercadorias financiadas por organizações de ajuda,
organizações não-governamentais, Banco Mundial e enti- O Ministério da Indústria, Comércio e Turismo pode
dades semelhantes, independentemente das suas modali- solicitar aos importadores documentação comercial e técnica
dados de pagamento. adicional, que possa ser considerada necessária para acom-
panhar o pedido de Boletim de Registo de Importação.
ARTIGO 5

1. Ficam isentos da obrigação de Inspecção Pré-Embar ARTIGO 10

que as seguintes mercadorias:


1. Após a recepção dos pedidos dos Boletins de Registo
a) Pedras preciosas e semi-preciosas; de Importação pelo Ministério da Indústria, Comércio c
b) Ouro e outros metais preciosos; Turismo e respectiva aprovação, os mesmos serão enviados,
c) Objectos de arte: antes da distubuiçao das respectivas cópias, à empresa
d) Explosivos, armas, munições e demais artigos mi- de inspecção pré-embarque em Maputo, para classificação
litares e de guerra e produtos pirotécnicos; de tipo de inspecção.
e) Antiguidades; 2 Se após a verificação da empresa não se detectar
f) Ferro Velho; nenhuma anomalia, aquela aporá um carimbo atestando
g) Electricidade; ter iniciado os procedimentos para a inspecção e destacará
h) Bagagens; a cópia que lhe diz respeito para efeito de dar início aos
i) Separados de bagagem; ditos procedimentos, remetendo de novo, as restantes cópias
j) Encomendas postais; ao Ministério da Indústria, Comércio e Turismo, que pro-
k) Amostras comerciais; cederá à distribuição das cópias pelos diversos destinatários.
l) Jornais e revistas; 3. O escritório da Inchcape Testing Services Interna-
m) Fruta, legumes, peixe ou carne frescos; tional Limited em Maputo, transmitirá, com base nos dados
n) Animais vivos. contidos nos Boletins de Registo de Importação, ordens
de inspecção aos seus escritórios nos países de expedição
2. Excluem-se ainda da obrigatoriedade de inspecção que enviarão ao exportador um formulário de «Pedido
pré-embarque os bens importados por instituições gover- de inspeccão» com vista a acelerar a respectiva inspecção
namentais, não-governamentais e multilaterais estrangeiras, e envio das mercadorias.
e missões diplomáticas acreditadas na República de Mo-
çambique, para o seu próprio uso. ARTIGO 11
3. Excluem-se ainda da inspecção pré-embarque, sem
prejuízo para a intervenção simples, as mercadorias impor_ Após a conclusão de cada inspecção a Inchcape Testing
tadas cujo valor seja inferior a USD 2.500 (dois mil e Services International Limited, através dos seus escritório
quinhentos dólares americanos) ou equivalente. no País de fornecimento, emitirá um relatório como se
segue:
4 No caso de produtos farmacêuticos, corantes, tintas,
pesticidas e herbicidas, químicos de marca registada, cos- a) Sempre que a identificação física e a verificação
méticos vinhos engarrafados bebidas espirituosas e mer- de preço (para a inspecção completa) conduzam
a resultados satisfatórios, deve emitir um rela. ARTIGO 16

tório de inspecção, adiante designado por CRF


Sempre que uma Inspecção Pré-Embarque seja requerida,
b) Sempre que a identificação tísica ou a verificação os importadores obrigam se a respeitar os seguintes prin.
do preço (para a inspecção completa) revelem cípios:
discrepâncias, deve avisar o fornecedor de tais a) Nenhuma mercadoria sujeita a Inspecção Pré-Em-
discrepâncias. Se o fornecedor não conseguir barque será desalfandegada sem a apresentação
corrigi-las satisfatoriamente deverá reter o CRF do CRF, IDR e do BRI;
b) O CRF e o IDR serão utilizados pelas Alfândegas
mediante a emissão de um Relatório de Discre- de Moçambique como base de fixação do valor
pância adiante designado N. N. R. F. - Non- aduaneiro, e do cálculo das imposições adua-
-Negotiable Report of Findings. Se as correcções neiras e fiscais devidas;
requeridas forem realizadas pelo fornecedor c) Nas mercadorias a despachar parcialmente serão
apos a emissão do relatório de discrepância emitidos tantos certificados quantas as partidas
a empresa pode, então, emitir, em sua substi- a despachar;
tuição, o CRF; d) Sempre que seja requerida uma Inspecção Pré-Em-
c) Para todas as mercadorias quer estejam ou não barque será exigido um certificado, emitido pela
sujeitas à inspecção pré-embarque, ou desalfan- Inchcape Testing Services International Limited
degadas em regime de saída de armazém a para efeitos de pagamento de mercadorias ao
empresa deve emitir um certificado do cálculo vendedor ou fornecedor. Dependendo do tipo
das imposições aduaneiras devidas adiante de- de fundos utilizados, esta exigeneia vigorará
signado IDR - Import Duty Report. Este do- como segue:
cumento será baseado na informação declarada d.1) Se o pagamento da mercadoria for efec-
pelo importador quando não haja inspecção tuado através de carta de crédito ou
pré-embarque, sem prejuízo de comparação com outras formas de pagamento através
a base de dados existentes. dos bancos, o certificado da Inchcape
Testing Services International Limited
ARTIGO 12
deverá ser apresentado pelo vendedor
1. O CRF será enviado posteriormente por correio elec- como parte dos documentos de embar.
que nege>ciáveis. Os bancos autoriza
trónico para os escritórios da empresa de inspecção em
dos garantirão que esta cláusula conste
Maputo, que procederá à impressão do mesmo para pos
em todas as cartas de credito e outros
terior distribuição, por «courier» ao importador.
documentos bancários para importa-
2. O IDR seguirá os mesmos mecanismos de envio e ção;
impressão do CRF, devendo ser entregue, pela empresa
de inspecção, às Alfândegas nos locais de desalfandega- d 2) No caso de fundos de ajuda depositados
mento das mercadorias. no estrangeiro (por exemplo, no caso
3. O CRF, o IDR e o BRF acompanharão sempre o
despacho aduaneiro de importação para consumo das mer- tos de embarque sejam enviados direc-
cadorias. tamente aos importadores, as auto
ARTIGO 13 ridades de Moçambique acordarão
directamente com os doadores me-
1. Todas as decisões favoráveis concernentes à isenções diante a apresentação do certificado
de imposições aduaneiras ou fiscais na importação deverão emitido pela Inchcape Testing Servi-
ser comunicadas pela Direcção Nacional das Alfândegas, vices International Limited;
à empresa de inspecção, para efeitos de emissão do IDR d.3) Relativamente at importaçoes ao abrigo-
contemplando as isenções concedidas. das atidas bilaterais e multilaterais
2. Para eleitos de se evitarem atrasos na emissão do para as quais os doadores constituem
IDR para as mercadorias isentas de imposições aduaneiras depósitos bancarios no estrangeiro, as
ou fiscais, os importadores deverão solicitar e obter a refe autoridades de Moçambique acordarão
rida isenção antes de iniciarem os procedimentos de im- com os doadores para que o paga-
portação mento seja efectuado ao vendedor ape-
3. Trinta dias após a publicação deste diploma o Mi- nas mediante apresentaçao do certifi-
nistro do Plano e Finanças deverá aprovar e publicar o cado emitido pela Inchcape Testing
formulário do pedido de isenção das imposições aduaneiras Services International Limited. O
e fiscais devidas na importação. Banco de Moçambique verificará se o
certificado da Inchcape Testing Servi-
ARTIGO 14
ces International Limited faz parte dos
Os resultados das intervenções da empresa de inspecção documentos apresentados aos seus
pré-embarque serão comunicados ao Governo através de serviços,
relatórios apropriados por intermédio da Unidade Técnica d.4) Todos os projectos estão sujeitos a apro-
de Reestruturação das Alfândegas. vação pelo Ministério do Plano e Fi-
nanças, o qual assegurará que a exi-
ARTIGO 15
gência da apresentação do certificado,
O importador na posse do CRF emitido pela empresa emitido p la Inchcape Testing Services
de inspecção, do BRI e do IDR, iniciará os procedimentos International Limited constará nos
normais de desalfandegamento, com o preenchimento da contratos de projecto com os doadores
fórmula do despacho aduaneiro de importação. e contratantes,
d.5) O pagamento de fundos aos vendedores encontrar em conformidade com as
de mercadorias e serviços só será condições contratuais, o custo de uma
efectuado mediante apresentação do intervenção adicional da Inchcape Tes-
certificado, emitido pela Inchcape ting Services International Limited
Testing Services International Limited, será da conta do vendedor;
cobrindo o campo de inspecção rela. e.5) Os vendedores não deverão proceder ao
tivo ao projecto; embarque das mercadorias não ins-
d.6) Os Boletins de Registo de Importação peccionadas ou para as quais a In-
que não impliquem pagamentos em chcape Testing Services International
divisas, devem ser submetidas a inter- Limited tenha emitido um Relatório
venção da Inchcape Testing Services de Discrepância (Non-Negotiable Re-
International Limited, pelo Ministério port of Findings);
da Indústria, Comércio e Turismo; e.6) No caso em que a Inchcape Testing
d.7) Sempre que a mercadoria seja fornecida Services International Limited tenha
através de concurso, os respectivos que efectuar mais do que uma ins-
documentos deverão ser anexados ao pecção pré-embarque para a mesma
pedido do Boletim de Registo de Im- mercadoria por responsabilidade do
portação, para serem fornecidos a exportador as despesas com as inspec.
Inchcape Testing Services Internatio- ções adicionais à primeira correm por
nal Limited; conta de vendedor;
d.8) Sempre que a mercadoria seja vendida e.7) A Inspecção Pré-Embarque não inibe
com base em contratos de venda, tais os vendedores das suas obrigações
contratos, notas de venda e confirma- para com o comprador;
ções devem ser anexadas ao pedido e.8) Como condição prévia para emissão de
do Boletim de Registo de Importação; um certificado o importador apre.
d.9) Nos casos em que a Inchcape Testing sentará à Inchcape Testing Services
Services International Limited emita International Limited uma cópia da
um Relatório de Discrepância (Non- sua factura final (onde conste o valor
-Negotiable Report of Findings) os FOB, Frete e Seguro detalhados), do.
importadores não podem desalfande- cumentos de transporte e seguro rela.
gar a mercadoria nem proceder ao tivos à mercadoria, bem como uma
pagamento ao fornecedor através do cópia do pedido de isenção de direitos
canal bancário. ou outras taxas quando aplicáveis, de-
vidamente autenticada pela Direcção
e) Os importadores deverão também informar os Nacional das Alfândegas e preencherá
vendedores das obrigações seguintes: um formulário do pedido do CRF, o
qual estará à disposição do escritório
e.1) O vendedor fica obrigado a notificar a da Inchcape Testing Services Inter-
Inchcape Testing Services Internatio- national Limited, onde informará as
nal Limited com uma antecedência quantidades exactas de mercadorias a
mínima de três dias úteis a data pre- importar, as referências do BRI, o
vista de inspecção; tipo do despacho (consumo directo,
e.2) Quando solicitada a Inspecção Pré-Em- entrada em armazém, etc.).
barque o vendedor deverá facultar a
Inchcape Testing Services Internatio-
ARTIGO 17
nal Limited uma cópia da factura
proforma, encomenda, ordem de com- As mercadorias que forem desembarcadas sem terem
pra, lista de preços e/ou carta de sido sujeitas à inspecção pré-embarque não serão desal-
crédito, contrato e/ou quaisquer ou- fandegadas nos termos da alínea cr) do artigo 16 deste
tros documentos que a Inchcape Tes- diploma. Porém, estas mercadorias poderão ser sujeitas
ting Services International Limited a uma inspecção pré-desembarque nos terminais de des-
julga necessários para execução do carga.
seu mandato e após a realização da ARTIGO 18
inspecção, duas cópias da factura final
(onde conste o valor FOB, Frete e 1.Para efeitos do artigo anterior os importadores que
Seguro detalhados); tenham mercadorias aguardando desalfandegamento sem
e.3) O vendedor providenciará todas as faci- que tenham sido inspeccionadas antes do embarque deverão
lidades para que a Inchcape Testing endereçar um pedido de inspecção pós-desembarque à
Services International Limited possa Inchcape Testing Services International Limited nos escri.
efectuar a inspecção quantitativa e tórios mais próximos.
qualitativa e comparação de preços 2. Após a realização da inspecção pós-desembarque, no
e outros serviços relacionados e possa caso de não se detectarem anomalias ou detectando-as, se
conduzir todos os testes e análises as mesmas forem corrigidas, a empresa de inspecção
quando necessário, emitirá os respectivos CRF e IDR.
e.4) O vendedor providenciará o manusea- 3. Se forem detectadas anomalias no processo de ins-
mento, apresentação, amostragem, tes- pecção pós-desembarque e as mesmas não forem corrigidas,
tes, etc., da mercadoria. Para efeitos a empresa de inspecção emitirá um N. N. R. F., não po-
da mercadoria inspeccionada não se dendo, neste caso as mercadorias serem desalfandegadas.
4. As mercadorias que se encontrem abrangidas no ARTIGO 23
número anterior deverão ser reexportadas, por conta do
importador, nos trinta dias seguintes da data da emissão Com excepção das inspecções pós-desembarque, todos
do N. N. R. F. Não sendo reexportadas dentro deste prazo, os custos das inspecções pré-embarque correm por conta
as mesmas reverterão a favor do Estado que lhes dará do Governo. Porém, no caso de dever ser repetida uma
c destino que melhor entender. inspecção pré-embarque por responsabilidade do importa-
dor ou exportador as despesas desta segunda inspecção
c seguintes correm por conta do importador ou exportador.
ARTIGO 19
ARTIGO 2 4
1. As inspecções pós-desembarque serão custeadas pelos
importadores que deverão efectuar o pagamento dos res- A empresa de inspecção pré-embarque deverá respeitar
pectivos serviços à empresa de inspecção. Para além do os seguintes prazos:
pagamento da própria inspecção, os importadores incorrem a) Todas as inspecções físicas de mercadorias sujeitas
numa multa igual a 30 % do valor CIF das mercadorias. a inspecção pré-embarque serão iniciadas na
2. Para efeitos de determinação da multa mencionada data solicitada pelo exportador desde que a sua
no número anterior o valor CIF é o que estiver mencionado requisição de inspecção seja recebida por escrito
no CRF emitido pela empresa de inspecção. com uma antecedência de três dias úteis em rela-
ção à data de inspecção proposta, tal como está
à data de inspecção proposta, tal como está
ARTIGO 2 0
estabelecido pelas normas da indústria e desde
que as mercadorias estejam completamente pron-
1. Ê criado um Conselho Técnico de Arbitragem presi- tas e acessíveis para inspecção e que o BRI
dido pelo Director Nacional das Alfândegas e composto tenha sido recebido no escritório de ligação;
por representantes dos Ministérios da Indústria, Comércio b) Estando completada uma inspecção o que indica
e Turismo, Banco de Moçambique e das Associações Co- que as mercadorias estão de conformidade com
mercial e Industrial com a competência de decidir, em os padrões apropriados e perante recibo de
primeira e última instância, quaisquer reclamações que documentos finais correctos e aceitáveis do ex-
sejam apresentadas pelos importadores concernentes às portador, e partindo do princípio de que todas
decisões da empresa de inspecção pré-embarque. as outras regras de importação foram respeita-
2. O Conselho técnico de Arbitragem poderá solicitar, das pelo exportador, a empresa de inspecção
se o entender, pareceres de qualquer organização nacional emitirá um CRF ou N. N. R. F. num prazo má-
ou internacional independente, bem como catálogos, amos. ximo de dois dias úteis;
tras ou quaisquer elementos outros que julgar necessários c) A empresa de inspecção assegurará que os CRF
para a identificação e valorização correcta das mercadorias. serão enviados dos seus escritórios no exterior
3. As decisões do Conselho Técnico de Arbitragem ao escritório de ligação da empresa em Maputo
obrigam tanto a empresa de inspecção pré- embraque como no período de um dia útil;
aos importadores. d) A empresa de inspecção despachará os CRF da
ARTIGO 2 1
sua delegação em Maputo para as suas outras
filiais em Moçambique para que cheguem pela
1. Os importadores podem recorrer das decisões da via razoavelmente mais rápida possível ou não
empresa de inspecção pré-embarque, apresentando motivos mais tarde do que três dias úteis a seguir à
fundamentados ao Conselho Técnico de Arbitragem. Os recepção dos documentos em Maputo, preva-
recursos serão apresentados em formulário próprio a levan- lecendo o prazo mais longo.
tar na empresa de inspecção e darão entrada nos Termi-
ARTIGO 2 5
nais da Alfândega por onde correm os despachos adua-
neiros das mercadorias. A empresa de inspecção pré-embarque estará sujeita
2. As Alfândegas que receberem pedidos de recurso às a penalidade por não cumprimento dos prazos estabelecidos
decisões de inspecção pré-embarque organizarão o respec- no artigo anterior. As penalidades serão baseadas em 50 %
tivo processo, constituído por todos os documentos que dos honorários a haver pela empresa de inspecção pela
fizerem parte do pedido do recurso e ainda de cópia do prestação de serviços de inspecção aplicáveis às consigna-
BRI, CRF e IDR, que canalizarão ao Conselho Técnico ções completas, expedições parciais ou equivalentes, em
de Arbitragem. relação às quais se considera que a empresa não observou
3. A interposição de recurso implica que o importador o cumprimento de algum prazo.
tenha que caucionar nas alfândegas o valor das imposições
constantes do IDR recorrido, podendo, entretanto desal-
fandegar as mercadorias, enquanto aguarda a decisão do
Conselho Técnico de Arbitragem. MINISTÉRIO DOS RECURSOS MINERAIS E ENERGIA
ARTIGO 2 2 Diploma Ministerial n.o 7/96
de 24 de Janeiro
A actuação da empresa de inspecção pré-embarque no
desempenho das funções para que foi contratada pelo O Decreto Presidencial n.o 2/94, de 21 de Dezembro, cria
Governo bem como a existência de qualquer reclamação o Ministério dos Recursos Minerais e Energia, órgão
em curso apresentada por um importador ou exportador Central do Aparelho de Estado, responsável pela direcção,
não exime os compradores ou vendedores das suas obriga- planificação e controlo dá investigação geológica e a
ções comerciais um para com o outro. exploração dos recursos minerais e energéticos.
SECÇÃO II
A realização dos objectivos inerentes a este Ministério
exige, em conformidade com o Decreto n.° 4/81, de 10 Funções das estruturas
de Julho, o estabelecimento de um quadro orgânico que
ARTIGO 3
o habilite a desempenhar eficazmente as suas funções.
Direcção Nacional de Geologia
Nestes termos, e após a aprovação do presente estatuto
orgânico pela Comissão da Administração Estatal, ao A Direcção Nacional de Geologia tem as seguintes atri-
abrigo do Decreto n.o 3/85, de 22 de Maio, o Ministro buições:
dos Recursos Minerais e Energia determina:
1. Elaborar e propor a política de desenvolvimento
Único. É publicado o Estatuto Orgânico do Ministério do sector geológico do pais e acompanhar a sua
dos Recursos Minerais e Energia anexo ao presente execução;
diploma ministerial de que faz parte integrante.
2. Planificar e controlar a execução de todos os tra-
Ministério dos Recursos Minerais e Energia, em Maputo, balhos de levantamento geológico sistemático do
4 de Dezembro de 1995. - O Ministro dos Recursos país, bem como a elaboração das respectivas cartas;
Minerais e Energia, John William Kachamila. 3. Planificar e controlar a execução d e todos os traba-
lhos de inventariação dos recursos minerais do país;
4. Elaborar normas para a realização de trabalhos de
cartografia, inventariação, prospecção e pesquisa
Estatuto Orgânico do Ministério dos Recursos Minerais mineral;
e Energia 5. Elabodar normas para o cálculo e classificação das
reservas geológicas e minerais do pais;
CAPITULO I
6. Planificar, coordenar e fiscalizar a investigação dos
Á r e a s de Actividade recursos minerais da plataforma continental e da
ARTIGO 1 zona económica exclusiva e elaborar a respectiva
cartografia geológica marinha;
Para a realização dos seus objectivos e funções específicas, 7. Dirigir e coordenar no domínio da geofísica, os
o Ministério dos Recursos Minerais e Energia está organi- estudos e os trabalhas de Geofísica Global, desig-
zado de acordo com as seguintes áreas de actividade: nadamente, o geomagnetismo, a sismologia e a
a) Área Geológica; gravimetria;
b) Área Mineira; 8. Emitir pareceres no âmbito da cartografia, inventa-
c) Área de Energia; riação, prospecção e pesquisa mineral e geofísica
global, sobre projectos elaborados por outros orga-
d) Área de Carvão e Hidrocarbonetos.
nismos competentes, bem como sobre a implemen-
CAPITULO II tação e localização de grandes obras d e engenharia
e outras, por forma a preservar e salvaguardar a
S i s t e m a orgânico eventual riqueza do subsolo;
SECÇÃO I 9. Registar, recolher, processar, arquivar e publicar a
informação e dados geológicos, incluindo os do
Estruturas
domínio da Geofísica Global;
ARTIGO 2
10. Programar, orientar, coordenar e fiscalizar a organi-
1. O Ministério dos Recursos Minerais e Energia tem zação e conservação do arquivo de amostras geoló-
a seguinte estrutura: gicas e de testemunhos de sondagens;
a) Direcção Nacional de Geologia; 11. Propor a criação de museus geológicos e de arquivo
geológicos de amostras, e regulamentar e controlar
b) Direcção Nacional de Minas; o seu funcionamento e conservação.
c) Direcção Nacional de Energia;
d) Direcção Nacional de Carvão e Hidrocarbonetos; ARTIGO 4

e) Direcção de Economia; Direcção Nacional de Minas


f) Departamento de Administração e Finanças; A Direcção Nacional de Minas tem as seguintes
g) Departamento de Recursos Humanos; àtribuições:
h) Gabinete do Ministro. 1. Elaborar e propor a política de desenvolvimento
do sector mineiro e acompanhar a sua execução
2. O Ministério dos Recursos Minerais e Energia tem
um Secretário-Geral com as competências definidas na 2. Planificar e controlar a execução dos projectos e
legislação sobre a matéria estudos técnicos e económicos para a abertura de
novas minas ou reabilitação de minas existentes,
3. O Ministério dos Recursos Minerais e Energia tem
tendo em vista a maximização dos rendimentos
como instituições subordinadas o Fundo de Fomento
com a aplicação de tecnologias adequadas e melho-
Mineiro e o Museu Nacional de Geologia.
rar a recuperação de elementos úteis;
4. O Ministério dos Recursos Minerais e Energia ao 3. Promover, apoiar e controlar a extracção mineira
nível local estrutura-se em incluindo a actividade mineira de pequena escala,
4. Preparar e organizar os processos - relativos ao
Energia; licenciamento mineiro, praticando o actos e negó-
cios jurídicos que lhe forem cometidos
- pela Le
Energia. de Minas e Regulamentos;
5 Elaborar e zelar pelo cumprimento de normas de 5 Elaborar e manter actualizada informação estatística
segurança técnica e de defesa d o meio ambiente, sobre o balanço de reservas, produção, consumo
no âmbito das suas atribuições; e stocks de carvão c hidrocarbonetos,
6 Elaborar em tudo o que diz respeito à extracção 6 Apreciar e aprovar projectos de pesquisa, extracção
mineira e controlar normas e regulamentos sobre e aproveitamento d o carvão e hidrocarbonetos
a Segurança Técnica, manutenção, conservação elaborados por outros organismos ou contratantes
e substituição de materiais, equipamentos e infra- de risco;
-estruturas nas minais, 7 Organizar o registo e arquivo d a informação e
documentação relativa à geologia e extracção de
7 Elaborar normas e propor instruções sobre a
extracção mineira; carvão c hidrocarbonetos;
8 Emitir parecer n a esfera de sua competência sobre
8 Elaborar e actualizar o balanço das reservas
minerais; projectos elaborados por outros organismos;
9 Elaborar e manter actualizado o cadastro mineiro; 9. Elaborar e zelar pelo cumprimento de normas de
10 Promover a transformação local dos produtos segurança técnica o de defesa d o meio ambiente
mineiros de forma crescente, a f i m de servir as no âmbito da sua competência;
necessidades nacionais e de exportação; 10 Inventariar, delimitar c propor zonas que terão
11 Contribuir para O incremento das exportações de o estatuto de áreas de reserva ou d e protecção
minérios e participar na definição da politica de industrial no domínio de pesquisa e extracção do
comercialização em coordenação com outras orga- carvão e hidrocarbonetos;
nismos; 11. Promover a criação do empresas para a pesquisa
12 Promover e controlar a recuperação do terreno e extracção de carvão e hidrocarbonetos
onde se realizaram explorações mineiras, por forma
ARTIGO 7
a proteger e preservar o meio ambiente
Direcção de Economia

ARTIGO 5 A Direcção de Economia tem as seguintes atribuições


Direcção Nacional de Energia 1. Elaborai o orçamento de investimentos e controlar
a sua execução;
2. Assegurar c dirigir o processo Ade preparação,
atribuições execução c controlo dos planos, estabelecendo as
1. Elaborar e propor a política energética do País necessárias orientações metodológicas específicas;
e acompanhar a sua execução; 3 Emitir parecer na esfera de sua competência sobre
2 Promover a diversificação energética e a utilização estudos e projectos de desenvolvimento do sector;
racional das várias formas e alternativas de energia; 4. Estudar e propor medidas que visem a rentabili-
3. Apoiar e maximizar a utilização dos recursos zação das empresas e unidades económicas subor-
energéticos nacionais com relevância para as capa- dinadas;
cidades instaladas 5 Emitir parecer sobre propostas d e financiamento
4. Propor a elaboração da legislação reguladora da apresentadas pelos órgãos e empresas sob tutela
actividade do sector e fiscalizar o seu cumprimento; do Ministério dos Recursos Minerais e Energia;
5 Apoiar técnica e tecnologicamente o s consumidores 6. Propor normas e medidas de austeridade nos gastas
do energia visando a melhoria d a sua eficiência dos meios económicos disponíveis e zelar pela ges-
energética; tão correcta dos meios financeiros do on amento de
6 Cooperar na elaboração das normas, regulamentos investimentos dos órgaos do Ministério
e especificações técnicas relativas a instalações 7. Promover a organização de dados para a informação
estatística no âmbito da realização d o plano.
7 Elaborar e zelar pelo cumprimento de normas de
segurança técnica e d e defesa do moio ambiente ARTIGO 8

no âmbito da sua competência; Departamento de Administração e Finanças


8 Elaborar e actualizar o balanço energético nacional
O Departamento d e Administração e Finanças tem as
seguintes atribuições:
ARTIGO 6
1 Elaborar o orçamento de funcionamento do Minis-
Direcção Nacional de Carvão o Hidrocarbonetos tério;
2 Dirigir e controlar a aplicação das normas sobre
A Direcção Nacional de Carvão e Hidrocarbonetos tem a execução do orçamento de funcionamento;
as seguintes atribuições 3 Assegurar o controlo contabilístico da execução
1 Elaborar e propor a politica de desenvolvimento d o orçamento de funcionamento, contabilização
da indústria carbonífera c de hidrocarbonetos d o da execução orçamental
Pais e acompanhar a sua execução; 4. Dirigir e controlar a gestão dos recursos materiais
2 Promovei e controlar a prospecção de pesquisa do Ministério, procedendo ao SEU aprovisionamento,
o extracção d o carvão e dos hidrocarbonetos; distribuição, inventariaçao e proposta para abate
3. Trabelecer normas e regulamentos para a prospec- dos bens patrimoniais e a gestão das instalações,
ção, pesquisa c extracção de carvão e hidirocarbo- 5. Efectuar o pagamento das despesas orçamentais
rictos. d o Ministério;
4 Promover e divulgar novas tecnologias que garan- 6. Gerir e garantir a manutencão do parque automóvel
tam a melhor utilização do carvão e dos hidro- do Ministerio, bem como assegurar o funciona-
arbonetos mento do sistema de telecomunicações
ARTIGO 9 ARTIGO 12
Departamento de Recursos Humanos Conselho Coordenador

O Departamento de Recursos Humanos tem as seguintes 1. O Conselho Coordenador é um colectivo convocado


atribuições: e dirigido pelo Ministro dos Recursos Minerais e Energia,
1. Planificar, coordenar e assegurar a selecção e gestão através do qual este coordena, planifica e controla a acção
dos recursos humanos do Ministério, bem como conjunta de todos os órgãos do Ministério e instituições
a contratação de trabalhadores tanto nacionais
subordinadas e tem por atribuições:
como estrangeiros;
2 Observar e fazer cumprir o E G F E e demais legis- a) Apreciar e controlar a execução do plano do Minis-
lação aplicável aos trabalhadores da função pública, tério, bem como das instituições subordinadas
bem como, emitir parecer, quando solicitado, sobre e realizar o seu balanço;
a contratação de trabalhadores estrangeiros; b) Aprovar, coordenar e compatibilizar as politicas e
3. Recolher as necessidades de formação, conceber estratégias de desenvolvimento do sector;
e controlar o respectivo plano de formação acadé- c) Aprovar o plano anual d o Ministério e instituições
mica ou profissional dos trabalhadoras do Ministério; subordinadas.
4. Coordenar e controlar as acções no âmbito da
assistência social aos trabalhadores do Ministério; 2. O Conselho Coordenador ton a seguinte composição:
5. Elaborar o quadro de pessoal do Ministério e a) Ministro;
executar a sua gestão sistematizada;
b) Vice-Ministro;
6. Gerir o sistema de informação e cadastro do pessoal
do Ministério. c) Secretário-Geral;
d) Directores nacionais;
ARTIGO 10
e) Chefes de Departamentos Centrais;
Gabinete do Ministro f) Directores Provinciais;
g) Outros quadros a designar pelo Ministro.
O Gabinete do Ministro tem as seguintes atribuições:
1. Prestar assessoria jurídica ao Ministério dos Recur- 3. Participarão ainda nas sessões do Conselho Coorde-
sos Minerais e Energia; nador os assessores e outros quadros para o efeito convi-
dados pelo Ministro
2. Recolher, processar e divulgar a legislação publicada
que diga respeito ao Ministério; 4. O Conselho Coordenador reúne-se ordinariamente
uma vez por ano e extraordinariamente sempre que for
3. Representar o Ministério em actos ou negócios autorizado pelo Presidente da República.
jurídicos na esfera das suas atribuições;
4. Elaborar e emitir parecer sobre projectos de normas
e regulamentos; ARTIGO 13

5 Elaborar e emitir parecer sobre os acordos e Conselho Consultivo


contratos a concluir no domínio dos recursos
minerais e energia; 1. O Conselho Consultivo é um colectivo convocado
6. Elaborar a agenda de trabalhos do Ministro e do e dirigido pelo Ministro dos Recursos Minerais e Energia,
Vice-Ministro; que tem por funções analisar e dar parecer sobre questões
7. Coordenar o processo de audiências do Ministro e do fundamentais da actividade do Ministério, designadamente:
Vice-Ministro com outras entidades e particulares; a) Estudar as decisões do Estado e outras instituições
8. Preparar e secretariar as reuniões do Ministro e do relacionadas com a actividade do Ministério, com
Vice-Ministro; vista a sua correcta implementação;
9. Centralizar toda a correspondência destinada ao
b) Analisar e dar parecer sobre as actividades de
Ministro e ao Vice-Ministro;
preparação, execução e controlo do plano e
10. Verificar todas as questões dirigidas ao Ministro
programa do Ministério;
e ao Vice-Ministro e preparar os respectivos
despachos; c) Efectuar o balanço das actividades desenvolvidas;
11. Transcrever os despachos das questões de natureza d) Promover a troca de experiências e de informações
confidencial e enviar aos interessados; entre dirigentes e quadros.
12. Definir, implementar e gerir, no âmbito das suas
competências, o sistema de expediente e arquivo 2. O Conselho Consultivo tem a seguinte composição
geral.
o) Ministro;
CAPÍTULO III
b) Vice-Ministro;
Colectivos c) Secretário-Geral;
ARTIGO 11 d) Directores Nacionais;
e) Chefes de Departamentos Centrais;
No Ministério dos Recursos Minerais e Energia fun-
f ) Quadros a designar pelo Ministro.
cionam os seguintes colectivos:
a) Conselho Coordenador; 3. Participarão ainda nas sessões do Conselho Consultivo
b) Conselho Consultivo; os assessores e outros quadros para o efeito convidados
c) Conselho Técnico. pelo Ministro.
4 O Conselho Consultivo reúne-seordinariamenteuma ARTIGO 15

vez por mês e extraordinariamente sempre que convocado Outros colectivos


pelo Ministro Nos demais níveis de direccao do Ministério funcionam
ARTIGo 14
outros colectivos como órgãos de apoio aos responsáveis,
os quais integram os respectivos colaboradores directos
Conselho Técnico
CAPITULO IV
1 O Conselho Técnico é um colectiv
Ministro dos Recursos Minerais e Energia nas questões Disposições finais
técnicas de especialidade do sector, tendo a função de ARTIGO 16
estudar e emitir pareceres sobre os principais aspectos de Regulamentos internos
carácter técnico-científico relacionados com a actividade
Compete ao Ministro dos Recursos Minerais e Energia
do Ministério aprovar os regulamentos internos das diferentes estruturas
2. O Conselho Técnico é convocado e presidido pelo a das instituições subordinadas bem como as funções e
Ministro ou por quem este designar enquadramento dos seus assessores.
3. Fazem parle do Conselho Técnico os assessores do
Aprovado pela Comissão da Administração Estatal
Ministro e especialistas de reconhecida competência perten-
centes ou não ao quadro do Ministério dos Recursos Mine- Maputo, 21 de Setembro de 1995. - O Ministro da
rais e Energia designados pelo Ministro. Administração Estatal, Alfredo Maria São Bernardo Cepeda
4 O Conselho Técnico reúne-se ordinariamente uma vez Gamito - O Ministro do Plano e Finanças, Tomas Augusto
por trimestre e extraordinariamente sempre que for convo- Salomão.- O Ministro do Trabalho, Guilherme Luís
cado pelo Ministro ou por quem este designar. Mavila. - O Ministro da Justiça José Ibraimo Abudo.

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