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I SÉRIE — N.

º 52 — DE 28 DE ABRIL DE 2006 899

Vista e aprovada pela Assembleia Nacional, em Luanda, ARTIGO 2.º


aos 3 de Fevereiro de 2006. (Natureza da instituição)

Publique-se. 1. A Provedoria de Justiça é dotada de autonomia admi-


nistrativa e financeira.
O Presidente da Assembleia Nacional, Roberto António
Víctor Francisco de Almeida. 2. A gestão financeira da Provedoria de Justiça é asse-
gurada pelos serviços da Secretaria Geral.
Promulgada em 10 de Abril de 2006.
ARTIGO 3.º

O Presidente da República, JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS. (Provedor de Justiça-Adjunto)

———— 1. O Provedor de Justiça-Adjunto é eleito pela Assem-


bleia Nacional por maioria absoluta dos seus membros em
Lei n.º 5/06 efectividade de funções e toma posse perante o Presidente
de 28 de Abril da Assembleia Nacional.

A Lei n.º 23/92, de 16 de Setembro — Lei de Revisão 2. Compete ao Provedor de Justiça-Adjunto:


Constitucional, consagra no seu artigo 9.º o princípio
segundo o qual ‹‹enquanto não for designado o Provedor de a) coadjuvar o Provedor de Justiça nas suas tarefas;
Justiça, as funções que lhe são acometidas pela Lei Consti- b) substituir o Provedor de Justiça nas suas ausências
tucional serão exercidas pelo Procurador Geral da Repú- e impedimentos;
blica››. c) desenvolver as demais tarefas que lhe são incum-
bidas pelo Provedor de Justiça.
Considerando estarem reunidas as condições para insti-
tucionalizar e prover o cargo do Provedor de Justiça, órgão CAPÍTULO II
importante na consolidação do Estado democrático e de Estrutura Orgânica
direito, mormente no que respeita à defesa dos direitos,
liberdades e garantias dos cidadãos. ARTIGO 4.º
(Órgãos)

Nestes termos, ao abrigo da alínea b) do artigo 88.º


e da alínea c) do artigo 89.º ambos da Lei Constitucional, a A Provedoria de Justiça compreende os seguintes órgãos:
Assembleia Nacional aprova a seguinte:
a) Provedor de Justiça;
———— b) Conselho da Provedoria.

LEI ORGÂNICA DA PROVEDORIA ARTIGO 5.º


DE JUSTIÇA (Serviços)

CAPÍTULO I 1. A Provedoria de Justiça compreende os seguintes


Natureza e Atribuições serviços:

ARTIGO 1.º a) Secretaria Geral;


(Noção e finalidade) b) Direcção dos Serviços Técnicos.

A Provedoria de Justiça é uma instituição de direito ARTIGO 6.º


público, que tem por objectivo prestar apoio técnico e (Provedor de Justiça)
administrativo necessários à realização das atribuições e
tarefas do Provedor de Justiça, constantes do respectivo 1. As competências do Provedor de Justiça são as que
estatuto. constam da lei que aprova o seu estatuto.
900 DIÁRIO DA REPÚBLICA

2. A organização, funcionamento e composição dos nistrativas e a melhoria da eficiência dos ser-


gabinetes do Provedor de Justiça e do Provedor de Justiça- viços da Provedoria de Justiça;
-Adjunto regem-se nos termos do estabelecido nos Decretos b) elaborar e executar o orçamento da Provedoria de
n.º 26/97, de 4 de Abril e n.º 68/02, de 29 de Outubro, sobre Justiça, apresentando ao Provedor de Justiça o
a composição e o regime jurídico do pessoal dos gabinetes respectivo relatório anual de execução;
dos membros do Governo. c) assegurar a gestão integrada do pessoal afecto
aos diversos serviços da Provedoria de Justiça,
ARTIGO 7.º nomeadamente no que se refere ao provimento,
(Conselho da Provedoria) promoção, progressão, transferência, exonera-
ção, aposentação e outros;
O Conselho da Provedoria é o órgão de programação, d) garantir a manutenção e expediente de todos
acompanhamento e controlo das actividades da Provedoria, os processos, bem como manter organizado e
a quem compete: actualizado o arquivo dos processos;
e) assegurar a aquisição e manutenção dos bens neces-
a) dar parecer sobre o plano de trabalho anual da sários ao funcionamento da Provedoria de Justiça;
Provedoria, bem como da proposta de orça- f) organizar as folhas de salários dos funcionários,
mento; agentes administrativos assalariados para poste-
b) analisar o relatório anual e as contas de exercício; rior liquidação;
c) aprovar os regulamentos necessários ao bom fun-
g) elaborar o plano de formação e aperfeiçoamento
cionamento da Provedoria;
profissional dos funcionários incluindo as acções
d) pronunciar-se sobre os demais assuntos que lhe
de capacitação, superação e actualização que se
são submetidos pelo Provedor de Justiça ou
reconheçam necessárias;
qualquer dos seus integrantes.
h) administrar o património da Provedoria.

ARTIGO 8.º
ARTIGO 10.º
(Composição do Conselho da Provedoria)
(Estrutura da Secretaria Geral)

1. O Conselho da Provedoria é presidido pelo Provedor


1. A Secretaria Geral estrutura-se em:
de Justiça e integra os seguintes membros:

a) Departamento de Gestão do Orçamento e Admi-


a) Provedor de Justiça;
nistração do Património;
b) Provedor de Justiça-Adjunto;
c) Secretário Geral; b) Departamento de Recursos Humanos;
d) Director dos Serviços Técnicos. c) Departamento de Protocolo e Relações Públicas.

2. O Provedor de Justiça pode convidar outras entidades 2. O Departamento de Gestão do Orçamento e Adminis-
a participar nas reuniões do Conselho da Provedoria. tração do Património compreende a Secção de Gestão do
Orçamento e a Secção de Administração do Património.
3. O Conselho da Provedoria reúne trimestralmente,
podendo realizar reuniões extraordinárias. 3. O Departamento de Recursos Humanos compreende,
a Secção de Recrutamento, Selecção e a Secção de Admi-
ARTIGO 9.º nistração de Pessoal.
(Secretaria Geral)
4. O Departamento de Protocolo e Relações Públicas
A Secretaria Geral é o serviço que se ocupa da genera- compreende a Secção de Protocolo, a Secção de Expediente
lidade das questões comuns da Provedoria de Justiça nos e Relações Públicas.
domínios da gestão do pessoal, orçamento, património e
relações públicas, a quem compete: 5. A Secretaria Geral é dirigida por um secretário geral
equiparado a director nacional e os departamentos e as
a) programar e aplicar as medidas tendentes a pro- secções são dirigidos por chefes de departamentos e de
mover o aperfeiçoamento das actividades admi- secção, respectivamente.
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ARTIGO 11.º tenham espaço físico para o efeito, devendo ser salvaguar-
(Direcção dos Serviços Técnicos) dada a sua plena autonomia.

A Direcção dos Serviços Técnicos é o serviço encar- 3. O serviço referido no número anterior é equiparado a
regue da análise e tratamento técnico das queixas e recla- secção.
mações dos cidadãos a quem compete:
CAPÍTULO III
a) instruir processos de averiguação abertos e basea-
Gestão Financeira e Patrimonial
dos nas queixas dos cidadãos ou por iniciativa
do Provedor de Justiça;
ARTIGO 14.º
b) analisar as provas e demais elementos processuais;
(Instrumentos de gestão)
c) elaborar os projectos e recomendações, reparos e
sugestões das matérias que lhe são submetidas;
A gestão financeira da Provedoria de Justiça é assegu-
d) emitir pareceres, por solicitação do Provedor de
rada através dos seguintes instrumentos:
Justiça, sobre questões de carácter geral e do
funcionamento da Provedoria de Justiça;
a) plano anual e plurianual de actividades;
e) desenvolver as demais tarefas que lhe forem
b) orçamento anual;
incumbidas.
c) relatório anual de actividades e de contas.
ARTIGO 12.º
(Estrutura da Direcção dos Serviços Técnicos) ARTIGO 15.º
(Receitas)
1. A Direcção dos Serviços Técnicos estrutura-se em:
As receitas da Provedoria de Justiça provêm das dota-
a) Departamento de Análise, Queixas e Reclamações; ções do Orçamento Geral do Estado a ser aprovado pela
b) Departamento de Recolha e Tratamento de Infor- Assembleia Nacional.
mação.
ARTIGO 16.º
2. O Departamento de Análise, Queixas e Reclamações
(Despesas)
compreende a Secção de Análise e Instrução de Processos e
a Secção de Estudos Jurídicos Legais.
Constituem despesas da Provedoria de Justiça:
3. O Departamento de Recolha e Tratamento de Infor-
mação compreende a Secção de Comunicação e Imagem e a) os encargos decorrentes do seu funcionamento;
a Biblioteca. b) as despesas com o pessoal;
c) as despesas realizadas para aquisição de bens,
4. A Direcção dos Serviços Técnicos é dirigida por um manutenção e conservação do património, equi-
director nacional e os departamentos e secções são dirigidos pamentos e serviços a utilizar.
por chefes de departamentos e de secção, respectivamente.
ARTIGO 17.º
5. O chefe da Biblioteca é equiparado a chefe de secção. (Património)

ARTIGO 13.º
Constitui património da Provedoria de Justiça a univer-
(Serviços Locais)
salidade dos bens, direitos e obrigações que receba ou
1. Com vista a garantir a aproximação da Provedoria de adquira no exercício das suas atribuições e competências.
Justiça aos cidadãos e a celeridade processual, deve ser
assegurado a nível das localidades um serviço para proce- CAPÍTULO IV
der à recepção e encaminhamento das queixas e recla- Disposições Finais
mações, pela via mais expedita, bem como prestar as devi-
das informações e esclarecimentos necessários. ARTIGO 18.º
(Regime do pessoal)
2. Enquanto não tiver instalações próprias, os Serviços
Locais da Provedoria de Justiça podem funcionar nas insta- 1. O pessoal da Provedoria de Justiça, para todos os
lações das Delegações Provinciais da Justiça, da Procura- efeitos legais, está sujeito ao regime jurídico da função
doria Geral da República ou de outros serviços locais que pública.
902 DIÁRIO DA REPÚBLICA

2. A Provedoria de Justiça assegura o aperfeiçoamento ANEXO I


permanente dos seus funcionários através de cursos de for- Quadro de pessoal a que se refere o artigo 20.º que
mação e actualização profissionais. antecede
Grupo N.º de
Categoria/cargo
de pessoal lugares
ARTIGO 19.º
(Cartões de identificação) Provedor de Justiça… … … … … … … … 1
Direcção Provedor de Justiça-Adjunto … … … … … 1
e chefia Director nacional … … … … … … … … 2
O Provedor de Justiça aprova por despacho o modelo de Chefe de departamento… … … … … … … 5
Chefe de secção … … … … … … … … … 10
cartão de identificação dos funcionários da Provedoria de
Assessor principal … … … … … … … … 1
Justiça ressalvada certa discricionariedade quanto ao que Primeiro assessor … … … … … … … … 1
Técnico
dispõe o artigo 15.º da Lei do Estatuto do Provedor de superior
Assessor … … … … … … … … … … … 2
Técnico superior principal … … … … … 2
Justiça. Técnico superior de 1.ª classe … … … … 4
Técnico superior de 2.ª classe … … … … 5

ARTIGO 20.º Especialista principal … … … … … … … 1


Especialista de 1.ª classe … … … … … … 1
(Quadro de pessoal e organigrama) Técnico Especialista de 2.ª classe … … … … … … 1
Técnico de 1.ª classe … … … … … … … 1
Técnico de 2.ª classe … … … … … … … 1
O quadro de pessoal e o organigrama da Provedoria de Técnico de 3.ª classe … … … … … … … 2
Justiça é o constante dos anexos I e II da presente lei do qual Técnico médio principal de 1.ª classe … … 1
são parte integrante. Técnico
Técnico médio principal de 2.ª classe … … 1
Técnico médio principal de 3.ª classe … … 1
ARTIGO 21.º médio Técnico médio de 1.ª classe … … … … … 2
Técnico médio de 2.ª classe … … … … … 2
(Regulamento)
Técnico médio de 3.ª classe … … … … … 3

Oficial administrativo principal … … … … 1


A Provedoria de Justiça deve aprovar os regulamentos Primeiro oficial … … … … … … … … … 1
necessários ao seu funcionamento. Segundo oficial … … … … … … … … … 1
Terceiro oficial … … … … … … … … … 1
Aspirante.… … … … … … … … … … … 1
Escriturário-dactilógrafo. … … … … … … 1
ARTIGO 22.º Tesoureiro principal … … … … … … … —
Adminis- Tesoureiro de 1.ª classe … … … … … … —
(Dúvidas e omissões)
trativo Tesoureiro de 2.ª classe … … … … … … —
Motorista de pesados principal … … … … —
As dúvidas e omissões que se suscitarem da aplicação e Motorista de pesados de 1.ª classe … … …
Motorista de pesados de 2.ª classe … … …


interpretação da presente lei são resolvidas pela Assembleia Motorista de ligeiros principal … … … … 1
Motorista de ligeiros de 1.ª classe … … … 1
Nacional. Motorista de ligeiros de 2.ª classe … … … 2
ARTIGO 23.º Telefonista principal. . … … … … … … … 1
Telefonista de 1.ª classe. . … … … … … … 1
(Entra em vigor) Telefonista de 2.ª classe. . … … … … … … 1

Auxiliar administrativo principal … … … —


A presente lei entra em vigor na data da sua publicação. Auxiliar administrativo de 1.ª classe … … —
Auxiliar administrativo de 2.ª classe … … 3
Auxiliar Auxiliar de limpeza principal … … … … —
Vista e aprovada pela Assembleia Nacional, em Luanda, Auxiliar de limpeza de 1.ª classe … … …
Auxiliar de limpeza de 2.ª classe … … …


aos 3 de Fevereiro de 2006.
Operário Encarregado principal … … … … … … … —
Encarregado de 1.ª classe .. … … … … … —
qualificado
Publique-se. Encarregado de 2.ª classe .. … … … … … 2

Operário não Encarregado não qualificado … … … … … —


Operário não qualificado de 1.ª classe .. … —
O Presidente da Assembleia Nacional, Roberto António qualificado Operário não qualificado de 2.ª classe .. … —
Víctor Francisco de Almeida.
O Presidente da Assembleia Nacional, Roberto António
Promulgada em 10 de Abril de 2006. Víctor Francisco de Almeida.

O Presidente da República, JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS. O Presidente da República, JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS.
ANEXO II

Organigrama

PROVEDOR DE JUSTIÇA

SERVIÇOS LOCAIS

O Presidente da República, JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS.


CONSELHO DA PROVE-
PROVEDOR-ADJUNTO
DORIA
I SÉRIE — N.º 52 — DE 28 DE ABRIL DE 2006

SECRETARIA GERAL DIRECÇÃO DOS SERVIÇOS


TÉCNICOS

DEPARTAMENTO DE DEPARTAMENTO DE
DEPARTAMENTO DE

O Presidente da Assembleia Nacional, Roberto António Víctor Francisco de Almeida.


GESTÃO DO ORÇAMENTO DEPARTAMENTO DE DEPARTAMENTO DE RECOLHA E
PROTOCOLO E RELAÇÕES
E ADMINISTRAÇÃO RECURSOS HUMANOS QUEIXAS E RECLAMAÇÕES TRATAMENTO DE
DO PATRIMÓNIO PÚBLICAS INFORMAÇÕES

SECÇÃO DE SECÇÃO DE SECÇÃO DE SECÇÃO DE SECÇÃO DE SECÇÃO DE


SECÇÃO DE SECÇÃO DE
ADMINISTRA- RECRUTA- ADMINISTRA- SECÇÃO DE EXPEDIENTE ANÁLISE E ESTUDOS
GESTÃO DO COMUNICAÇÃO BIBLIOTECA
ÇÃO DO MENTO E ÇÃO DE PROTOCOLO E RELAÇÕES INSTRUÇÃO JURÍDICOS
ORÇAMENTO E IMAGEM
PATRIMÓNIO SELECÇÃO PESSOAL PÚBLICAS DE PROCESSOS LEGAIS
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