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Número 5
BOLETIM DA REPÚBLICA
PUBLICAÇÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
Artigo 4
ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA (Âmbito da tutela)
Lei n.º 2/2017 A tutela do Ministro que superintende a área de ordem,
segurança e tranquilidade públicas compreende os seguintes actos:
de 9 de Janeiro
a) homologar as propostas do plano e do orçamento anuais
Havendo necessidade de criar um Serviço Nacional de Inves- do SERNIC;
tigação Criminal, com vista a responder com eficácia e eficiência b) submeter a proposta do Plano Estratégico do SERNIC
aos desafios de prevenção, investigação criminal e da instrução e da Política de Investigação Criminal à aprovação
preparatória de processos-crime, ao abrigo do disposto no número do órgão competente;
1, do artigo 179, da Constituição República, a Assembleia c) submeter o Estatuto Orgânico, do Estatuto do Pessoal
da República determina: e do Quadro de Pessoal do SERNIC ao órgão compe-
tente para o aprovar;
CAPÍTULO I d) verificar o cumprimento das leis, regulamentos e pro-
Disposições Gerais gramas por parte dos órgãos do SERNIC;
Artigo 1 e) revogacar os actos de natureza administrativa ilegais;
f) aprovar o Regulamento Interno do SERNIC;
(Criação)
g) homologar o plano de actividades anual;
É criado o Serviço Nacional de Investigação Criminal, h) nomear directores de nível central;
abreviadamente designado por SERNIC. i) nomear chefes de departamento de nível central;
j) nomear directores provinciais.
Artigo 2
(Definição)
Artigo 5
A investigação criminal compreende o conjunto de diligências (Princípios fundamentais)
que, nos termos da lei, se destinam a averiguar a existência de um 1. O SERNIC, no seu funcionamento e actuação, observa
crime, determinar os seus agentes, sua responsabilidade, descobrir a Constituição, a lei e demais normas vigentes na República
e recolher provas, no âmbito do processo penal. de Moçambique.
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b) ter condição física e psíquica compatível com o desem- b) vermelho – a entrega e espírito de luta dos membros
penho da função; do SERNIC na protecção dos valores da luta armada
c) possuir formação académica ou técnico-profissional de libertação nacional e a defesa da soberania nacional;
adequada para o exercício da função, a ser definido no c) branco – a justeza da luta do povo moçambicano
Qualificador das Carreiras Profissionais do SERNIC; pela paz e justiça;
d) ter sido aprovado nos concursos de ingresso. d) azul – a lealdade e a confiança dos membros do SERNIC
no cumprimento do seu dever.
Artigo 41
3. O Emblema é o Brasão do SERNIC.
(Juramento) 4. O Emblema contém em fundo circular azul como elementos
O membro do SERNIC presta, em cerimónia pública, centrais uma balança, um livro com o símbolo da República
o seguinte juramento: de Moçambique e uma lupa.
“Eu ………., juro por minha honra respeitar a Constituição 5. O livro e a lupa dispostos em cima da balança representam
a justiça, a Constituição da República, as demais leis da República
da República e demais leis, cumprir fielmente o meu dever,
de Moçambique e a observação pormenorizada na vigilância
dedicando todas as minhas energias à investigação criminal, à
e defesa da liberdade e soberania nacional.
defesa da pátria e da soberania nacional e manter estrito segredo 6. Acima deste conjunto de elementos, em uma orla de cor
profissional no desempenho das minhas funções”. vermelha, consta a inscrição, “Serviço Nacional de Investigação
CAPÍTULO VI Criminal" em cor branca”.
7. A circundar a orla e os demais elementos mencionados
Carreiras Profissionais anteriormente, está uma roda dentada, de cor branca, assente em
Artigo 42 outra orla de fundo vermelho.
8. À esquerda e à direita respectivamente, a envolver todo
(Carreira e categoria) o conjunto dos elementos acima referidos, encontram-se
1. As carreiras do SERNIC são conjuntos hierarquizados ramalhetes de cor amarelo dourado, assentes na parte inferior
de categorias de idêntico nível de conhecimentos e complexidades numa base também de cor amarelo dourado, contendo a inscrição
a que os membros têm acesso, de acordo com as habilitações “Moçambique” em cor branca.
académicas, formação profissional, tempo de serviço e mérito. 9. No cimo, ao centro, separando os ramalhetes, está uma
2. A categoria é a posição que o membro ocupa na carreira, estrela em cor amarelo dourado que simboliza a solidariedade
de acordo com o seu desempenho profissional. internacional do povo moçambicano.
3. No SERNIC vigoram carreiras de regime especial
diferenciadas, de acordo com as diferentes especialidades nele Artigo 47
existente, nos termos da lei. (Estandarte)
Artigo 2
Emblema
(Âmbito)
A presente Lei aplica-se às pessoas singulares, colectivas
públicas ou privadas que apliquem tecnologias de informação e
DE INVESTI comunicação, nas suas actividades, nomeadamente, transacções
AL G electrónicas ou comerciais e governo electrónico.
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Artigo 3
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(Definições)
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integrante da mesma.
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Artigo 4
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(Objectivos)
1. São objectivos da presente Lei:
Estandarte a) regular e disciplinar as actividades no âmbito
das transacções electrónicas;
b) estabelecer um ordenamento jurídico em que o comércio
electrónico, as mensagens de dados, comunicações
electrónicas e serviços do governo electrónico se
DE INVESTI
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jurídica;
c) estabelecer o regime sancionatório das infracções
cibernéticas garantindo a protecção do consumidor;
d) aumentar a confiança do cidadão na utilização das
transacções electrónicas como meio de comunicação,
de prestação de serviços e de consumo em massa;
e) promover e disponibilizar as redes e serviços de tecno-
Flamula logias de informação e comunicação;
f) proteger os interesses dos diferentes intervenientes
do sector, em particular dos consumidores;
g) promover o investimento público e privado no sector das
DE INVESTI
tecnologias de informação e comunicação e Internet;
h) promover o acesso ao serviço do governo electrónico;
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VI
R AL
SE
de governo Electrónico;
j) promover a inovação e o desenvolvimento tecnológico.
2. Os objectivos referidos no número anterior são prosseguidos
pelas entidades que, nos termos da legislação aplicável, têm
responsabilidades sobre cada um dos domínios identificados.
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VI
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SE
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n) proceder à cobrança das taxas e multas; para outros a ele vinculados, sem prejuízo do dever de protecção
o) propor ao Conselho de Ministros a actualização das taxas. e sigilo a que está adstrito.
2. Exercer outras atribuições definidas no Estatuto Orgânico. 2. O disposto no número anterior não se aplica aos casos em
que o receptor do serviço age sob ordem legal da autoridade
SECÇÃO II competente do provedor.
3. O disposto no presente artigo não afecta as decisões judiciais
Provedor intermediário de serviços
ou de autoridade administrativa competente.
Artigo 13
Artigo 18
(Provedor intermediário de serviços)
1. O provedor intermediário de serviços exerce as suas (Monitoria de informação)
actividades mediante atribuição de uma licença. 1. O provedor intermediário de serviços não está sujeito
2. O licenciamento para o exercício das actividades de pro- à obrigação geral de monitorar a informação que transmita ou
vedor intermediário de serviços é da competência da entidade armazene, nem de procurar factos ou circunstâncias indicativas
reguladora. de actividade ilegal.
2. Sem prejuízo do disposto no número 1, o provedor
Artigo 14
intermediário de serviços deve colaborar, no sentido de:
(Responsabilidade do provedor intermediário como emissor
a) informar às autoridades públicas competentes das activi-
de serviços)
dades ilegais detectadas;
1. O provedor intermediário de serviços é responsável por b) apresentar às autoridades competentes, a pedido destas,
garantir o acesso e assegurar a comunicação de informação informação que permita a identificação de receptores
transmitida pelos utilizadores a ele vinculados, através de uma de serviços que tenham contratos de armazenagem;
rede ou sistema de comunicação. c) obter e manter dados que permitam a identificação dos
2. O fornecimento do acesso e de transmissão da informação provedores de serviço que contribuíram para a criação
emitida pelos utilizadores referidos no número 1 do presente de conteúdos integrados em serviços por si prestados
artigo, incluem o armazenamento automático, intermediário e a terceiros;
passageiro de informação transmitida numa rede de comunicação d) identificar os utilizadores que transmitem ou armazenem
de dados, até ao termo do período definido para a sua transmissão. dados com conteúdo ofensivo, usando o serviço
3. Sem prejuízo do acima disposto, o provedor intermediário de comunicação com remetente não identificado;
deve manter em sigilo e confidência todas as comunicações e) agir de imediato, sem quaisquer outras formalidades,
de informação transmitidas pelos utilizadores a si vinculados, perante denúncia, queixa ou informação de furto,
não podendo divulgar, fornecer ou utilizar em prejuízo dos
roubo, perda ou desaparecimento de meios eletrónicos
utilizadores.
feitos pelo utilizador com o objectivo de recuperar ou
4. O provedor intermédio pode, mediante decisão judicial ou
impedir ou seu uso ilícito.
decisão administrativa, devidamente fundamentada, fornecer
comunicações de informações que tenham conteúdo criminoso 3. Para efeitos do disposto na alínea e) do número anterior,
ou que atentem contra a segurança do Estado. o utilizador é obrigado a informar o provedor intermediário de
serviço sobre furto, o roubo, a perda ou desaparecimento de meios
Artigo 15 electrónicos na sua posse e uso.
(Responsabilidade do provedor intermediário como receptor
Artigo 19
de serviços)
O provedor intermediário de serviços é responsável por garantir (Registo de identificação do utilizador)
o acesso e assegurar a comunicação de informação recebida, Os provedores intermediários devem registar e identificar
destinada aos utilizadores a ele vinculados, através de uma rede os seus utilizadores, nos termos a regulamentar.
ou sistema de comunicação de dados.
CAPÍTULO IV
Artigo 16
Mensagens de Dados e Comunicações Electrónicas
(Recepção e emissão de informação)
SECÇÃO I
O provedor intermediário de serviços deve:
Aplicação de requisitos legais às mensagens de dados
a) manter a integridade da informação que recebe
e transmitir na sua qualidade de provedor intermediário; Artigo 20
b) abster-se de utilizar ou passar para terceiros dados (Reconhecimento legal de mensagens de dados)
ou informação enviada ou destinada aos utilizadores
a ele vinculados, salvo por decisão judicial; A mensagem de dados ou informação no formato electrónico
c) evitar a remoção ou desactivação do acesso à informação tem o mesmo efeito jurídico que o da mensagem de dados ou
armazenada; informação no formato físico, desde que satisfaça os requisitos
d) responder pelos danos e prejuízos causados aos utili- e formalidades legais estabelecidos para documentos em formato
zadores, no âmbito do dever de sigilo e protecção físico.
de dados e informações destes.
Artigo 21
Artigo 17
(Mensagem escrita)
(Armazenamento de informação) Sempre que a lei exigir que seja apresentada uma informação,
1. O provedor intermediário de serviços é responsável pelo esta pode ser apresentada no formato electrónico, desde que seja
armazenamento de informação para os utilizadores ou destes transitada imediatamente para o formato físico.
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Artigo 22 Artigo 25
(Assinatura electrónica) (Conservação de mensagens de dados)
1. Sempre que a lei exigir um documento assinado, este pode 1. Sempre que a lei exigir que determinado documento, registo
ser apresentado no formato físico, ou em formato electrónico. ou informação seja conservado, este deve obedecer as seguintes
2. Se no documento em formato electrónico faltar a assinatura, condições:
esta pode ser aposta obedecendo cumulativamente os seguintes a) que a informação contida na mensagem electrónica seja
requisitos: acessível para consulta posterior;
a) quando a assinatura identificar a pessoa que emitiu b) que a informação contida na mensagem electrónica seja
o referido documento e indicar sua a aprovação para conservada no formato no qual tenha sido gerada,
a informação contida na mensagem electrónica; emitida, transmitida e recebida, ou num formato que
b) quando o método seja fiável e apropriado para o fim se possa demonstrar que representa exactamente
para o qual a mensagem foi gerada ou comunicada, a informação gerada, emitida, transmitida e recebida;
tomando em consideração todas as circunstâncias c) que toda a informação permita determinar a origem,
do caso, incluindo acordo das partes a respeito. o destino, a data e a hora em que as mensagens foram
3. As assinaturas electrónicas são objecto de certificação enviadas ou recebidas.
de autenticidade pela autoridade competente, de modo a garantir 2. A obrigação de conservar documentos, registos ou infor-
segurança e certeza nas transacções. mações, previstas no número 1 do presente artigo, não é aplicável
àqueles dados que tenham por única finalidade facilitar o envio
Artigo 23 ou a recepção da mensagem.
(Original) 3. Qualquer pessoa pode recorrer aos serviços de terceiro para
responder aos requisitos mencionados no número 1 do presente
1. Sempre que a lei exigir que uma certa informação seja artigo, desde que obedeçam às condições enunciadas nas alí-
apresentada ou conservada na sua forma original, esta deve conter: neas a), b) e c) do número 1 do presente artigo.
a) garantia fidedigna de que se preservou a integridade
da informação desde o momento da sua geração em SECCÃO II
sua forma final, como uma mensagem electrónica
ou de outra forma; Comunicação de mensagens de dados
b) informação acessível para a pessoa a quem deve ser Artigo 26
apresentada, caso se requeira a sua apresentação.
(Formação e validade de contratos)
2. Aplica-se o disposto no número 1 do presente artigo, se
o requisito nele mencionado estiver expresso na forma de uma 1. Salvo disposição em contrário, das partes, na formação
obrigação ou se a lei prever consequências para o caso em que de um contrato, a oferta e sua aceitação podem ser expressas por
a informação não seja apresentada ou conservada em sua forma mensagens electrónicas, sendo para todos efeitos válido e eficaz.
original. 2. O disposto no número 1 do presente artigo não se aplica
3. Para o efeito do disposto na alínea a), do número 1 quando a lei exija assinatura electrónica das partes e intervenção
do presente artigo: notarial ou outro mecanismo para a validade e eficácia do contrato.
a) presume-se íntegra a informação que houver permanecido Artigo 27
completa e inalterada, salvo a adição de qualquer
endosso das partes ou outra mudança que ocorra (Presunção do reconhecimento da mensagem de dados)
no curso normal da comunicação, armazenamento Nas relações entre o remetente e o destinatário de uma
e exposição; mensagem electrónica, não se nega validade ou eficácia
b) o grau de confiabilidade requerido é determinado à luz a uma declaração de vontade ou outra declaração pelo facto
dos fins para os quais a informação foi gerada, assim da declaração ter sido feita por uma mensagem electrónica.
como de todas as circunstâncias do caso.
Artigo 28
Artigo 24
(Autoria da mensagem de dados)
(Admissibilidade e força probatória das mensagens de dados)
1. Uma mensagem electrónica provém do remetente quando
1. As mensagens de dados fazem prova em juízo, não podendo tenha sido enviada pelo próprio remetente.
ser recusadas nas seguintes circunstâncias: 2. Nas relações entre o remetente e o destinatário, uma
a) com fundamento no facto de ser uma mensagem mensagem electrónica considera-se proveniente do remetente
electrónica; se ela foi enviada:
b) pela simples razão de não terem sido apresentadas a) por uma pessoa autorizada a agir em nome do remetente
na sua forma original; no tocante àquela mensagem electrónica;
c) sempre que tais mensagens sejam a melhor prova que se b) por um sistema de informação programado por, ou em
possa esperar da pessoa que as apresente. nome do remetente, para operar automaticamente.
2. Toda a informação apresentada sob a forma de mensagem 3. Nas relações entre o remetente e o destinatário, presume-
electrónica goza de força probatória. se que a mensagem electrónica pertence ao remetente
3. Na avaliação da força probatória de uma mensagem em qualquer das seguintes condições:
electrónica, a sua fiabilidade afere-se: a) se o destinatário houver aplicado correctamente um
a) pela forma como foi gerada, armazenada, emitida, procedimento previamente aceite pelo remetente a
transmitida e recebida; fim de verificar se a mensagem electrónica provém
b) pela forma como foi conservada a integridade da infor- do remetente;
mação; b) se a mensagem electrónica recebida pelo destinatário
c) pela identificação do remetente e qualquer outro factor houver resultado de actos de uma pessoa cujas relações
pertinente. com o remetente ou com qualquer agente do remetente
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uma ou mais mensagens electrónicas, sempre que se empregue 7. É proibido o envio de mensagens de dados para efeitos de
um método confiável para garantir a singularidade das ditas marketing directo com disfarce ou ocultação da identidade do
mensagens electrónicas. remetente na representação da comunicação efectuada, ou sem
4. Para efeitos do número anterior, o grau de fiabilidade um endereço válido para o qual o receptor possa enviar um pedido
requerido é determinado pelos fins para os quais os direitos ou de cessação da comunicação em causa.
obrigações foram transferidos, e levando em consideração todas 8. Nenhum acordo pode ser considerado concluído quando
as circunstâncias do caso. uma pessoa não responda a uma comunicação não solicitada.
5.Quando uma ou mais mensagens electrónicas forem utili-
zadas para efectuar qualquer dos actos enunciados nas alíneas l) 9. Todo aquele que efectuar comunicação por mensagem
e m) do artigo 38, não é válido nenhum documento impresso de dados para efeitos de marketing directo, deve consultar
utilizado para efectivar quaisquer actos excepto quando o uso de regularmente e respeitar os registos de opção negativa através
mensagens electrónicas seja interrompido e substituído pelo uso do qual a pessoa que não desejar receber a comunicação comercial
de documentos impressos. em causa se pode registar.
6. Todo o documento impresso e emitido nas circunstâncias
SECÇÃO II
descritas no número anterior do presente artigo, deve conter uma
declaração sobre a referida substituição. Segurança de instrumento de pagamento electrónico
7. A substituição das mensagens electrónicas por documentos Artigo 41
impressos não afecta os direitos e obrigações das partes
envolvidas. (Uso de instrumento de pagamento electrónico)
8. As normas jurídicas aplicáveis compulsivamente 1. Sem prejuízo de legislação especial, o Banco de Moçambique
aos contratos de transporte de mercadorias que constem de um deve emitir normas que estabeleçam garantias de segurança de
documento impresso, estendem-se às mensagens eletrónicas. todos os pagamentos efectuados por qualquer outro portador que
utilizar um instrumento de pagamento electrónico.
Sub-SecçãoII
2. A entidade que pretender emitir instrumento de pagamento
Publicidade e marketing electrónicos electrónico deve solicitar autorização ao Banco de Moçambique
Artigo 40 nos termos de legislação aplicável.
(Publicidade e marketing electrónicos)
3. Para além das normas emitidas pelo Banco de Moçambique,
o processamento de dados para instituições de crédito ou
1. Sem prejuízo do disposto nos números seguintes, aplicam-se sociedades financeiras deve estar em conformidade com
as regras do Código da Publicidade. a legislação fiscal aplicável.
2. A publicidade e o marketing electrónico devem ser
4. O processamento de dados para as instituições de crédito
identificáveis no que se refere à actividade comercial em
e sociedades financeiras rege-se por normas específicas emitidas
representação da qual a publicidade ou marketing são conduzidos.
3. A utilização de sistemas automatizados de chamadas sem pelo Banco de Moçambique.
intervenção humana, designadamente de máquinas automáticas, Artigo 42
máquinas de fax ou correio electrónico, para efeitos de
marketing directo, só pode ocorrer com consentimento prévio (Responsabilidade dos emissores)
dos subscritores. Os emissores de instrumentos de pagamento electrónico devem
4. Com a excepção das circunstâncias referidas no número garantir que sejam tomadas medidas apropriadas para permitir
seguinte, a pessoa não deve transmitir, nem promover ao portadora:
a transmissão de comunicações não solicitadas para efeitos
de marketing directo através de correio electrónico, salvo se a) solicitar o cancelamento da transacção e/ou instrumento
o receptor do correio electrónico notificar previamente de pagamento quando tiver ocorrido utilização
o remetente e obter o seu consentimento durante o período que fraudulenta do seu instrumento de pagamento
as referidas comunicações forem enviadas ou por sua instigação. electrónico;
5. Qualquer pessoa pode enviar ou promover o envio de correio b) ser reembolsado dos valores pagos, excepto quando
electrónico para efeitos de marketing directo, quando: o portador tiver agido com negligência grave na even-
a) tiver obtido os detalhes de contacto do receptor do tualidade de utilização fraudulenta.
referido correio electrónico no decurso da venda ou CAPÍTULO VI
negociações para a venda de um produto ou serviço
ao receptor; Protecção do Consumidor
b) o marketing directo respeitar os produtos ou serviços Artigo 43
semelhantes aos da referida pessoa;
c) no momento em que os dados inicialmente recolhidos, (Defesa do consumidor)
tiver sido oferecido ao receptor por meio de recusa, Sem prejuízo do disposto na legislação geral de defesa
para a utilização dos seus elementos de contacto para do consumidor, à protecção do consumidor aplicam-se as dispo-
efeitos do referido marketing directo, e, este não tiver sições dos artigos seguintes.
recusado a sua utilização;
d) o receptor não tiver recusado o uso dos seus dados em Artigo 44
qualquer comunicação subsequente. (Obrigação de informar o consumidor)
6. Qualquer comunicação comercial com base em mensagem 1. Os contratos relativos ao comércio electrónico celebrados
de dados deve ser fornecida, isenta de custos, ao referido receptor
entre empresas comerciais e os consumidores devem fornecer
com:
a) a opção de cancelar a sua subscrição à lista de correio informação suficiente, precisa, clara e de acesso fácil para permitir
da pessoa em causa através do correio electrónico; a identificação das partes contratantes, nomeadamente:
b) os detalhes da identidade da fonte da qual obteve a infor- a) a designação da firma sob a qual a actividade da empresa
mação pessoal do consumidor. comercial é desenvolvida;
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pessoais de um para outro ficheiro informático pertencente a e) a má utilização de aparelhos, quando cometida
distintos serviços ou instituições, salvo nos casos estabelecidos intencionalmente e sem permissão, e que cause a
por diploma legal ou por decisão judicial. perca de propriedade de outrem através de qualquer
introdução, alteração, eliminação ou supressão de
Artigo 65 dados e qualquer interferência com o funcionamento de
(Responsabilidade do processador de dados) um sistema de computador ou rede de computadores;
f) a violação de nome de domínio, o uso indevido de um
1. O processador de dados deve designar um indivíduo
nome de domínio; um nome de uma pessoa, singular
ou indivíduos responsáveis pelo cumprimento dos princípios ou colectiva, ou um nome que seja protegido como um
do presente capítulo. direito de propriedade intelectual, ou substancialmente
2. O processador de dados deve colocar à disposição de semelhante a outro que seja susceptível de criar
qualquer pessoa, informação específica acerca das suas políticas confusão, com o fim de se beneficiar do mesmo;
e práticas relacionadas com a gestão de informação pessoal, g) a violação de segurança do instrumento de pagamento
incluindo: electrónico, a produção, aquisição, transferência,
a) o nome ou título e endereço do responsável pelas políticas armazenamento ou se oferecer a disponibilizar
e práticas relativas à gestão de informação pessoal equipamentos, programas de computador ou quaisquer
e a quem devem ser dirigidas queixas ou questões; dados concebidos ou especialmente adaptados por
b) a forma de obtenção de acesso à informação pessoal forma a violar o sistema de segurança relacionado com
retida pelo processador de dados; um instrumento de pagamento electrónico;
c) a descrição do tipo de informação pessoal retida pela h) a violação da responsabilidade do emissor, o fornecimento
organização, incluindo um relatório geral da sua ao público de um instrumento de pagamento electrónico
utilização. sem autorização do Banco de Moçambique;
3. O processador de dados é responsável pela informação i) a violação de comunicações electrónicas comerciais
pessoal na sua posse ou guarda, incluindo informação que tenha não solicitadas, o envio de comunicações comerciais
sido transferida para terceiros para processamento. não solicitadas a uma pessoa que tenha informado
4. O presente artigo aplica-se sem prejuízo do disposto no ao remetente que as referidas comunicações são
artigo 40 da presente Lei e da legislação específica sobre protecção indesejáveis;
de dados electrónicos. j) a recusa ou obstrução da investigação, a recusa em
5. As disposições do presente artigo não se aplicam ao proces- colaborar ou obstrução a investigação das autoridades
samento, recolha ou divulgação electrónica de dados pessoais competentes;
para efeitos de jornalismo, expressão artística, literária ou quando k) a violação de obrigação de acreditação, a provisão
decidido pelas autoridades competentes para a salvaguarda da de serviços de certificação, e entrega de certificados
segurança pública e defesa nacional. qualificados, sem acreditação dos serviços competentes;
l) a violação de Criptografia, aviolação do dever
CAPÍTULO X de declaração na utilização e provisão de serviços
de criptografia previstas na presente Lei;
Fiscalização e Contravenções
m) a violação do dever de protecção de dados, a violação
Artigo 66 das obrigações do processador de dados previstas
(Lei aplicável) na presente Lei.
Sem prejuízo de aplicação de pena mais grave no âmbito Artigo 68
da legislação penal, as infracções previstas no presente capítulo
são puníveis nos termos dos artigos seguintes. (Sanções)
Sem prejuízo de aplicação da pena mais grave no âmbito
Artigo 67 da legislação penal as infracções previstas no presente artigo
(Contravenções) são puníveis:
Constituem contravenções à presente Lei: a) a violação do disposto nas alíneas a); b); c); d); e e)
do artigo 67 é punível com a multa de 40 salários
a) o acesso ilegal, a todo ou parte de um sistema de com-
mínimos até ao valor máximo de 90 salários mínimos
putador ou rede de computadores através da violação
da função pública;
das medidas de segurança, com a intenção de obter
b) a violação da alínea g) e h) do artigo 67é punível com
dados ou outra intenção desonesta;
a multa 90 salários mínimos até ao valor máximo de
b) a intercepção ilegal, aquela que é efectuada por meios
160 salários mínimos da função pública;
técnicos, de transmissões privadas de dados de ou
c) a violação da alínea f); i); j); k), l); m) do artigo 67
dentro de um sistema de computador ou rede de
é punível com a multa de 30 salários mínimos até
computadores, incluindo emissões electromagnéticas
ao valor máximo de 90 salários mínimos da função
de um sistema de computador ou rede de computadores
pública, se outra pena mais grave não couber, nos
que contenha os referidos dados;
termos da legislação penal.
c) a interferência com dados, consistindo na danificação,
eliminação, deterioração, alteração ou supressão Artigo 69
indevida e intencional de dados;
d) a interferência intencional com sistemas de informação, (Instrução e decisão de processo de contravenções)
afectando o funcionamento de um sistema de 1. Compete a entidade reguladora a tramitação e decisão
computador ou rede de computadores através da do processo das contravenções previstas na presente Lei.
introdução, transmissão, danificação, eliminação, 2. O regime processual das contravenções é regulamentado
deterioração, alteração ou supressão de dados; pelo Conselho de Ministros.
52 I SÉRIE — NÚMERO 5
Nome de domínio – para efeitos da presente lei é sempre o Titular – pessoa singular ou colectiva identificada num
domínio “.mz” ou qualquer domínio de Internet hierarquicamente certificado como a detentora de um dispositivo de criação
inferior. de assinatura.
Transacção electrónica – qualquer comunicação ou actividade
P entre duas partes conduzida por meios electrónicos.
Portador – pessoa que, no âmbito de um contrato celebrado U
entre esta e um emissor, possua um instrumento electrónico de
pagamento. Utilizador – todo aquele que usa meios electrónicos.
Processador de dados – qualquer pessoa pública ou privada,
V
singular ou colectiva, que requeira, recolha, processe ou armazene
electronicamente informação pessoal de ou a respeito de um Violação do nome do domínio – uso especulativo e abusivo
sujeito de dados. de nome de domínio, prática de açambarcamento do mesmo
Provedor de serviços de certificação – pessoa que emita e uso do nome de domínio com o fim de perturbar a actividade
certificados, e que pode fornecer outros serviços relacionados de terceiros ou de forma a atrair os utilizadores alheios gerando
com assinaturas electrónicas. neles erro ou confusão sobre a sua titularidade.
Preço — 77,00 MT