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I SÉRIE — NO 31 « B. O.

» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 18 DE AGOSTO DE 2008 694

Decreto-Legislativo nº 1/2008 No que se refere a natureza e atribuições, estabelecem-


De 18 de Agosto se regras de aperfeiçoamento e clarificação do modelo
mais apto a combater, em especial, a criminalidade or-
As profundas alterações sociais e económicas veri- ganizada e a que lhe está associada, bem como a alta-
ficadas na última década determinaram mudanças mente complexa e violenta, cujas características exigem
significativas das características da criminalidade. A a gestão de um sistema de informação a nível nacional,
intensificação da circulação de pessoas, mercadorias e afirmando-se que a Polícia Judiciária constitui um corpo
capitais, a evolução tecnológica têm vindo a contribuir especial de polícia criminal com estatuto próprio, que a
para a aceleração da globalização dos comportamentos distingue das demais forças policiais.
individuais a todos os níveis, favorecendo o aparecimen-
to e a generalização de novas formas de criminalidade, No domínio das matérias que integram a sua compe-
como sejam os tráficos de droga, arma e pessoas, bran- tência, são introduzidas actualizações em resultado da
queamento de capitais, corrupção, crimes financeiros e própria evolução da realidade criminológica, destacando-
informáticos, cada vez mais sofisticadas, opacas e imunes se a competência para investigação de crimes com recurso
aos métodos tradicionais de investigação, impõe, por isso, à tecnologia informática, crimes de lavagem de capitais,
que a Policia Judiciária se organize de modo adequado a terrorismo e organização criminosa.
enfrentar estas novas realidades.
Ambicionando dotar a Polícia Judiciária de uma
Com efeito, a evolução da criminalidade permite hoje estrutura organizacional aberta, dinâmica, racional e
falar de um quadro de novas ameaças, há bem poucos ajustável a realidade, propõe-se algumas alterações, com
anos pouco conhecido entre nós. Esses fenómenos crimi- maior expressão na organização de vários departamentos,
nais mais graves colocam desafios complexos ao sistema reagrupando alguns serviços, por uma questão de maior
judicial e especialmente aos órgãos de polícia criminal. eficácia, tendo em conta as características próprias, re-
Deste modo, decorridos quinze anos sobre a criação sultantes da condição geográfica, populacional, criminal,
da Polícia Judiciária e onze anos sobre a última altera- e dos recursos humanos e técnicos disponíveis.
ção operada na sua orgânica, importa consubstanciar o Em matéria de organização, introduzem-se altera-
processo de modernização que se encontra em curso e ções que visam aperfeiçoar, nas vertentes da direcção,
reforçar a dinâmica da organização, sabendo manter o supervisão e coordenação, um modelo que, na vertente
que se encontra sedimentado, objectivos cuja prossecução operacional, vai permitir alcançar melhores resultados,
a reforma em curso e o presente diploma em concreto reforçando o carácter nacional da intervenção e a dis-
visa garantir. ponibilidade de intervenção rápida e eficaz em todo o
É neste quadro que o Governo entendeu solicitar à território nacional.
Assembleia Nacional a autorização legislativa, que lhe Convém realçar, finalmente, que o presente diploma
foi concedida pela Lei n.º 28/VII/2008, de 21 de Abril, consagra regras que visam salvaguardar os direitos
para dentro do prazo de cento e vinte dias, aprovar a fundamentais dos cidadãos que em todos os momentos,
nova Orgânica da Policia Judiciária. devem ser promovidos, respeitados e assegurados.
Esta reestruturação da Orgânica da Policia Judiciária
Assim,
insere-se, pois, no âmbito da reforma penal e processual
penal e das medidas legislativas de combate à criminali- Ao abrigo da autorização legislativa concedida pela Lei
dade mais grave e organizada que têm vindo a ser aprova- n.º 28/VII/2008, de 21 de Abril; e
das, designadamente a ratificação da convenção das Na-
No uso da faculdade conferida pela alínea b) do
ções Unidas para o combate à criminalidade organizada,
n.º 2 do artigo 203° da Constituição, o Governo decreta
a convenção da Nações Unidas contra a corrupção, a lei
o seguinte:
de protecção de testemunhas, a lei de segurança interna
e mais recentemente a lei da organização de investigação CAPÍTULO I
criminal, entre outras, e decorre necessariamente das
Disposições Gerais
alterações do quadro jurídico levadas a cabo pela revisão
constitucional de 1999. Artigo 1º

Pretende-se, outrossim, adequar as competências da Natureza, atribuições e sede


Policia Judiciária em matéria de investigação criminal 1. A Polícia Judiciária é um organismo de prevenção e
e de coadjuvação das autoridades judiciárias e que a investigação criminal, auxiliar da administração da justi-
respeito veio a ser recentemente postulado, no Código ça, dotado de autonomia administrativa, organizado sob
do Processo Penal, aprovado pelo Decreto – Legislativo a superior direcção do membro do Governo responsável
nº 2/2005, de 7 de Fevereiro. pela área da Justiça.
A Policia Judiciária é definida como um corpo superior
2. Em todos os actos praticados no exercício das suas
da policia criminal, auxiliar da administração da justiça,
funções, a Polícia Judiciária actua exclusivamente na de-
especializada na investigação da criminalidade mais
fesa da sociedade, no integral cumprimento da legalidade
grave e complexa e que actua no processo sob a direcção
democrática e no respeito dos direitos dos cidadãos.
e na dependência funcional do Ministério Público, sem
prejuízo da sua autonomia em sede organização hierár- 3. A Polícia Judiciária tem a sua sede na Cidade da
quica, operacional e técnica. Praia.

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Artigo 2º a) Homicídio doloso bem como ofensas à integrida-
Actuação processual e autonomia de física dolosas de que venha a resultar morte
1. A Polícia Judiciária actua no processo penal na fase do ofendido, quando o agente do respectivo
da instrução ou equivalente, praticando os actos que a lei facto delituoso não seja conhecido;
permite directamente ou por delegação, sob a direcção b) Contra autodeterminação sexual, puníveis com
e na dependência funcional do Ministério Público, sem pena cujo limite máximo seja superior a três
prejuízo da sua organização hierárquica. anos de prisão;
2. Na fase da audiência contraditória preliminar ou c) Incêndio, explosão, exposição de pessoas a
equivalente, o Juiz pode requisitar à Polícia Judiciária a substâncias radioactivas e libertação de gases
realização de diligências de investigação criminal. tóxicos ou asfixiantes, desde que, em qualquer
3. Sem prejuízo do referido nos números anteriores caso, o facto seja imputável a título de dolo;
e no número 1 do artigo 1º, a Polícia Judiciária goza de d) Poluição com perigo efectivo para a vida e perigo
autonomia no domínio do planeamento operacional e grave para a integridade física de outrem;
execução técnica das acções de investigação.
Artigo 3º e) Injúria, ameaça, coacção, devassa da vida pri-
vada, quando cometidos através de telefone ou
Competências em matéria de investigação criminal
outra formas análogas;
1. Compete genericamente à Polícia Judiciária:
f) Furto ou roubo, cometidos em edifícios ou ser-
a) Coadjuvar as autoridades judiciárias na inves- viços púbicos, instituições de crédito, institui-
tigação; ções parabancárias e instituições financeiras
b) Desenvolver e promover as acções de prevenção internacionais;
e investigação da sua competência ou que lhe
g) Furto, roubo e uso não autorizado de veículo,
sejam cometidas pelas autoridades judiciárias
quando cometidos por desconhecidos;
competentes.
h) Furto, roubo, dano, contrafacção ou receptação
2. Compete especificamente à Polícia Judiciária:
de coisa móvel que tenha valor científico,
a) A investigação dos crimes cuja competência artístico ou histórico ou para o património
reservada lhe é conferida pela presente lei e cultural que se encontre em colecções públicas
dos crimes cuja investigação lhe seja cometida ou privadas ou em local acessível ao público,
pela autoridade judiciária competente para a que possua elevada significação no desen-
direcção do processo; volvimento tecnológico ou económico ou que,
b) Assegurar a ligação dos órgãos e autoridades de pela sua natureza, seja substância altamente
polícia criminal e de outros serviços públicos perigosa;
nacionais com as organizações internacionais i) Burla e outras fraudes quando cometidas de
de cooperação de polícia criminal, designada- forma organizada ou com recurso à tecnologia
mente a INTERPOL; informática;
c) Assegurar os recursos nos domínios da cen-
j) Cometidos por meio de informática e infracções
tralização, tratamento, análise e difusão, a
económico-financeiras cometidas de forma
nível nacional, da informação relativa à cri-
organizada ou com recurso à tecnologia infor-
minalidade participada e conhecida, da perícia
mática;
técnico-científica e adequada às atribuições de
prevenção e investigação criminais, necessá- k) Infidelidade, adulteração de contas e inventá-
rios à sua actividade e que apoiem a acção dos rio, publicitação de falsidade sobre situação e
demais órgãos de polícia criminal; sociedade pacto contra interesses societários;
d) Centralizar as informações em matéria de pre- l) Falsificação de documentos nos termos dos ar-
venção criminal e combate à criminalidade tigos 232º a 234º do Código Penal;
organizada e dos crimes sobre estupefacientes
e substâncias psicotrópicas; m) Falsificação de moeda, títulos de crédito, valo-
res selados, títulos públicos, de selos, cunhos,
e) Assegurar o recebimento e tratamento das co- pesos e medidas, outros valores equiparados
municações relativas a lavagem de capitais e e de respectiva pesagem;
a financiamento do terrorismo, nos termos das
convenções internacionais a que Cabo-Verde n) Contra a comunidade internacional: atentado
está vinculado. contra entidades estrangeiras, ultraje de
símbolos estrangeiros, incitamento à guerra
3. Sem prejuízo do disposto nos artigos 4º e 11º da Lei
e ao genocídio, recrutamento de mercenários
nº 30/VII/2008, de 21 de Julho, que regula a investigação
e organização para discriminação;
criminal, é da competência reservada da Polícia Judi-
ciária, em todo o território nacional, a investigação e a o) Desvio ou tomada de navio ou aeronave, aten-
prática dos respectivos actos processuais dos seguintes tado contra a segurança dos transportes,
crimes: comunicações e outros serviços essenciais;

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p) Violação de regras de construção e danos em c) Vigiar e fiscalizar os estabelecimentos de venda


instalações; ao público de aparelhos electrónicos e informá-
ticos ou que prestem serviços do mesmo tipo,
q) Organização e associações criminosas; sempre que, pela sua natureza, permitam,
r) De detenção de engenho, ou substância explosi- através de utilização ilícita, a prática de cri-
vos, inflamáveis, incendiários ou asfixiantes, mes de contrafacção de moeda, falsificação de
fora das condições ou em violação das pres- documentos ou crimes informáticos;
crições da autoridade competente, fabrico, co- d) Vigiar e fiscalizar locais de embarque ou de
mercialização, detenção ou depósito de armas desembarque de pessoas ou de mercadorias,
e munições de guerra, bem como os crimes fronteiras, meios de transporte, locais públicos
cometidos com essas armas; onde se efectuem operações comerciais, de bol-
sa ou bancárias, estabelecimentos de venda de
s) Contra a Soberania e a Independência Nacio-
valores selados, casas ou recintos de reunião,
nal;
de espectáculos ou de diversões, casinos e salas
t) Infidelidade diplomática; de jogo e quaisquer locais que possam favorecer
a delinquência;
u) Rebelião, coacção e terrorismo, nos termos dos
artigos 313º, 314º e 315º do Código Penal; e) Vigiar e fiscalizar actividades susceptíveis de
propiciarem actos de devassa ou violência
v) Relativos a estupefacientes e substâncias psico- sobre as pessoas, ou de manipulação da cre-
trópicas; dulidade popular, designadamente anúncios
fraudulentos, mediação de informações, co-
w) Lavagem de dinheiro e de outros produtos ou
branças e angariações ou prestações de servi-
bens;
ços pessoais;
x) Sequestro, extorsão e chantagem. f) Promover e realizar acções destinadas a fomen-
4. Pode ainda a Polícia Judiciária assumir a direcção tar a prevenção geral e a reduzir o número de
de investigações e processos relativos a crimes de com- vítimas da prática de crimes, motivando os ci-
petência genérica sempre que estes tenham conexão com dadãos a adoptarem precauções e a reduzirem
crimes de sua competência reservada ou que em razão da os actos e as situações que facilitem ou preci-
complexidade e gravidade do processo, tal competência pitem a ocorrência de condutas criminosas.
lhe seja cometida pelo Procurador Geral da República, 2. No exercício das acções a que se refere o número
ouvido o Director Nacional. anterior, a Polícia Judiciária tem acesso à informação
necessária à caracterização, identificação e localização
5. Exceptua-se do disposto nos números anteriores os
das actividades ali referidas, podendo proceder à iden-
crimes para que sejam competentes os tribunais milita-
tificação de pessoas e realizar vigilâncias, se necessário,
res.
com recurso a todos os meios e técnicas de registo de som
Artigo 4° e de imagem, bem como a revistas e buscas, nos termos
permitidos pelas pertinentes disposições do Código de
Competência em matéria de prevenção criminal
Processo Penal e demais legislação em vigor.
1. No domínio da prevenção criminal, compete à Polí- 3. Os proprietários, administradores, gerentes, direc-
cia Judiciária efectuar a detecção e dissuasão de situações tores ou quaisquer outros responsáveis dos estabeleci-
propícias à prática de crimes, em especial: mentos mencionados na alínea a) do n.º 1 do presente
a) Vigiar e fiscalizar lugares e estabelecimentos em dispositivo constituem-se na obrigação de entregar no
que se proceda à exposição, guarda, fabrico, departamento da Polícia Judiciária com jurisdição na
transformação, restauração e comercialização área em que se situam, relações completas, conforme
de antiguidades, arte sacra, livros e mobiliário modelo exclusivo cuja cópia lhes é facultada em suporte
usados, ferro-velho, sucata, veículos e aces- digital ou de papel, das transacções efectuadas, com
sórios, artigos penhorados, de joalharia e de identificação dos respectivos intervenientes e objectos
ourivesaria, eléctricos e electrónicos e quais- transaccionados, incluindo os que lhes tenham sido
quer outros que possam ocultar actividades de entregues para venda ou permuta, a pedido ou por
receptação ou comercialização ilícita de bens; ordem de outrem.
4. A Polícia Judiciária pode determinar que a obrigação
b) Vigiar e fiscalizar estabelecimentos que pro-
referida no número anterior seja estendida a quem tiver
porcionem ao público a pernoita, acolhimento
a exploração de simples locais nos quais se proceda às
ou estada, refeições ou bebidas, parques de
transacções aí mencionadas.
campismo e outros acampamentos e outros
locais, sempre que exista fundada suspeita 5. As companhias de seguros devem comunicar ao de-
de prática de prostituição, jogo clandestino, partamento da Polícia Judiciária com jurisdição na área
tráfico de pessoas, tráfico de armas, tráfico em que se situam, até ao dia 5 do mês seguinte àquele
de estupefacientes e fabrico ou passagem de em que a regularização ou transacção se tenha efectua-
moeda falsa; do, as existências ou as vendas de salvados de veículos

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automóveis, com indicação, conforme os casos, da iden- 5. As entidades públicas ou empresas que exerçam
tidade do comprador, do preço da venda e dos elementos funções de vigilância, segurança ou protecção de pessoas,
identificadores do veículo a que respeitam. bens ou serviços públicos ou privados têm o dever especial
de auxiliar ou colaborar, em qualquer momento, com a
6. Os proprietários, administradores, gerentes,
Polícia Judiciária, podendo esta exigir-lhes, sempre que
directores ou quaisquer outros responsáveis de em-
entender necessário, o fornecimento das relações com as
presas locadoras de qualquer natureza, constituem-se
identidades do seu pessoal.
na obrigação de entregar no departamento da Polícia
Judiciária com jurisdição na área em que se situam, 6. O Ministério Público, a Polícia Judiciária e as entida-
relações completas, conforme modelo exclusivo cuja des referidas no nº 1 promovem reuniões periódicas com
cópia lhes é facultada em suporte digital, dos contratos vista à coordenação das suas actividades e à resolução de
efectuados que lhes forem contratados pelos respecti- eventuais dificuldades na delimitação prática das suas
vos clientes, com menção dos veículos e identificação competências ou quaisquer outras relacionadas com o
completa dos locatários. exercício destas.

7. Os objectos adquiridos pelos estabelecimentos e 7. É autorizado o acesso directo, com observância da


locais mencionados na alínea a) do n.º 1 não podem ser lei, aos dados existentes nos serviços centrais do Estado
modificados ou alienados antes de decorridos vinte dias responsáveis pelos registos, notariado, identificação,
contados a partir da entrega das relações a que se referem transportes rodoviários, contribuição e impostos e alfân-
os números 3 e 5. degas, com dispensa de sigilo fiscal.
8. O director nacional propõe ao membro do Governo
8. A violação do disposto nos números 3 a 7 constitui
responsável pela área da justiça as relações de cooperação
contra-ordenação punida com coima de 5 000$00 (cinco
e o estabelecimento de instrumentos internacionais com
mil escudos) a 50 000$00 (cinquenta milhões de escudos),
organismos policiais de outros países, no domínio das
cuja aplicação é da competência do Director Nacional, que
atribuições da Polícia Judiciária.
determina a entidade da Polícia Judiciária a quem com-
pete a respectiva investigação. A negligência é punível. Artigo 6º
Dever de comparência e medidas de polícia
9. As acções a que se referem as alíneas b) a e) do n.º 1
são realizadas sem prejuízo das atribuições dos restantes 1. Qualquer pessoa, quando devidamente notificada,
órgãos de polícia criminal. pelas autoridades de policia criminal indicadas no arti-
go 7º ou pelo pessoal de investigação criminal em quem
10. As acções realizadas no âmbito da prevenção crimi- tenham delegado essa competência, deve comparecer no
nal podem ser documentadas em expediente próprio. dia, hora e local designados, sob pena das sanções previs-
Artigo 5º tas nas leis de processo, com as excepções das situações
previstas na lei ou tratado internacional.
Deveres de cooperação e de colaboração
2. Em caso de urgência, a notificação ou convocação
1. Todas as entidades com funções de carácter poli- referidas no número anterior podem ser feitas por
cial devem-se mútua cooperação no exercício das suas qualquer meio destinado a dar conhecimento do facto,
atribuições, podendo actuar conjuntamente quando as inclusivamente por via telefónica, telegráfica ou outro
circunstâncias o aconselharem, designadamente por meio de telecomunicação, neste último caso, a entidade
razões de segurança ou eficácia. que faz a notificação ou a convocação identifica-se e dá
conta do cargo que desempenha, bem como dos elementos
2. Os organismos, as autoridades, os funcionários
que permitam ao chamado inteirar-se do acto para que é
policiais e os demais servidores públicos que conheçam
convocado e efectuar, caso queira, a contraprova de que
quaisquer factos relativos à preparação ou execução
se trata de um telefonema oficial e verdadeiro, devendo
dos crimes referidos no artigo 3º devem comunicá-los
lavrar-se cota no auto quanto ao meio utilizado.
obrigatoriamente e de imediato à Polícia Judiciária e
tomar, até intervenção destes, as providências urgentes 3. Quando o notificando tiver de se deslocar a um local
que as circunstâncias concretas de cada caso exigirem, que se situe fora da comarca da sua residência, local de
especialmente quanto à preservação do local da infracção trabalho ou do lugar onde se encontrar, a Polícia Judici-
e conservação dos indícios de prova. ária deve assegurar os meios de transporte necessários
e a assistência devida, desde que tal lhe tenha sido
3. Nas comarcas onde não se encontram instalados solicitado.
quaisquer departamentos da Polícia Judiciária, o Pro-
curador-Geral da República, oficiosamente ou mediante 4. É permitido ao pessoal de investigação criminal
proposta do director nacional, emite directrizes quanto proceder à identificação de qualquer pessoa encontrada
à forma de intervenção da Polícia Nacional, das demais em lugar aberto ao público ou sujeito à vigilância policial,
autoridades policiais e da Guarda Costeira Nacional, em podendo ser conduzido ao departamento policial mais pró-
relação aos crimes cuja investigação criminal sejam da ximo, desde que recaiam fundadas suspeitas da prática
competência reservada da Polícia Judiciária. de um facto punível, para, se necessário, proceder à sua
identificação e ou recolha de elementos dactiloscópicos,
4. Os serviços públicos e empresas públicas ou privadas fotográficos ou outros de natureza análoga, e pelo tempo
devem prestar à Polícia Judiciária a colaboração que que for estritamente necessário, não podendo ultrapas-
justificadamente lhes for solicitada. sar, para esse efeito três horas.

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Artigo 7º b) Existirem indícios fortes de que a pessoa a deter
Autoridades de polícia criminal se prepara para fugir à acção da justiça;

1. São autoridades da polícia criminal, para efeitos c) Não for possível, dada a situação de urgência e
previstos no Código de Processo Penal e na Lei da organi- de perigo na demora, esperar pela intervenção
zação de investigação criminal, os seguintes funcionários da autoridade judiciária.
da Polícia Judiciária.
3. Detenção em flagrante delito, quando no decurso de
a) O director nacional; revistas e buscas sejam apreendidos ao suspeito objectos
que tiverem servido ou estivessem destinados a servir
b) O director nacional adjunto;
a prática de um crime ou constituam seu produto, seja
c) Os directores de departamento; punível com pena de prisão, ainda que com pena alter-
nativa de multa.
d) Os coordenadores superiores de investigação
criminal; 4. A realização de quaisquer dos actos previstos no
números anteriores obedece, subsidiariamente, à trami-
e) Os Coordenadores de Investigação criminal;
tação do Código de Processo Penal, tem de ser de imediato
f) Os Inspectores Chefes quando dirigem departa- comunicada à autoridade judiciária titular da direcção
mentos de investigação criminal. da instrução para os devidos efeitos e sob as cominações
Artigo 8º
da lei processual penal e, no caso dos números 2 e 3, o
detido tem de ser apresentado no prazo legalmente pre-
Competências processuais visto à autoridade judiciária competente, sem prejuízo
1. As autoridades da polícia criminal referidas no de esta, se assim o entender, determinar a apresentação
artigo anterior têm ainda especial competência para, no imediata.
âmbito da delegação de competências para investigação Artigo 9º
criminal e das atribuições definidas na Lei da organização
Especificidades e exigências das funções
de investigação criminal, ordenar:
a) A realização de perícias a efectuar por organis- 1. As funções da Polícia Judiciária são de carácter
mos oficiais, salvo os casos de diligências e ac- permanente e obrigatório, sendo a permanência nos ser-
tos reservados legalmente ao juiz e de assistir viços assegurada, fora do horário normal, por um serviço
a exames susceptíveis de ofender o pudor das de piquete, que funciona de acordo com o regulamento
pessoas; aprovado por portaria conjunta dos membros do Governo
responsáveis pelas áreas da Justiça e das Finanças.
b) A realização de revistas, quando houver fortes
indícios de que alguém que se encontra em 2. Todo o pessoal da Polícia Judiciária tem o dever de
lugar aberto ao público ou sujeito à vigilância comunicar superiormente qualquer facto do seu conhe-
policial, oculta na sua pessoa quaisquer ob- cimento que possa estar relacionado com a preparação
jectos relacionados com um crime ou possam ou execução de algum crime, quer se encontrem ou não
servir de prova; a decorrer investigações.

c) A realização de buscas, com excepção das do- 3. O pessoal de investigação criminal que tenha co-
miciliárias, bem como as realizadas em escri- nhecimento da preparação ou consumação de algum
tórios ou domicílio de advogado, consultório crime deve, em qualquer circunstância, mesmo que se
médico ou escritório, gabinete ou consultório encontre fora da sua área de actividade normal, tomar as
de outros profissionais vinculados legal ou providências para evitar a sua prática ou para descobrir
estatutariamente a segredo, estabelecimentos e prender, com respeito pela lei, os seus agentes.
de comunicação social e estabelecimentos uni- Artigo 10º
versitários, quando houver fortes indícios de
que os objectos referidos na alínea anterior ou Segredo de justiça e profissional
o arguido ou outra pessoa que deva ser detida 1. Todos os actos praticados no domínio de investigação
se encontram em lugar aberto ao público ou criminal e de coadjuvação das autoridades judiciárias
sujeito à vigilância policial; estão sujeitos ao segredo de justiça nos termos da lei.
d) Apreensões, excepto de correspondências ou as
2. As acções de prevenção, os processos contra-orde-
que tenham lugar em escritório de advogado,
nacionais, disciplinares, de inquérito, de sindicância, de
em consultório médico, estabelecimentos de
averiguações e ainda quaisquer factos com elas relacio-
comunicação social e estabelecimentos univer-
nados estão sujeitos ao segredo profissional.
sitários;
3. O pessoal da Polícia Judiciária não pode fazer reve-
2. Há detenção fora do flagrante delito, quando se
lações públicas relativas a processos ou sobre matéria de
verifiquem os seguintes requisitos:
índole reservada, salvo o que se encontra previsto neste
a) Se tratar de crime doloso punível com pena de diploma sobre informação pública e acções de natureza
prisão cujo limite máximo seja superior a três preventiva junto da população e ainda o disposto nas leis
anos; de processo penal.

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4. As declarações a que alude o número anterior, 6. Os funcionários titulares de livre trânsito e de


quando admissíveis, dependem de prévia autorização do credencial emitida nos termos do artigo anterior podem
Director Nacional, ou a quem tenha sido delegada essa utilizar, mediante a sua exibição, transportes públicos
competência, sob pena de procedimento disciplinar, sem colectivos terrestres, marítimos e aéreos nas viagens
prejuízo da responsabilidade penal a que houver lugar. realizadas em território nacional, devendo, porém, rela-
Artigo 11º
tivamente aos aéreos, ser ainda portadores de requisição
emitida pelo director nacional ou pelo director nacional
Meios de identificação profissional adjunto que refira expressamente a viagem ou viagens
1. Às autoridades da polícia criminal e ao restante concretas a realizar.
pessoal da carreira de investigação criminal é atribuído Artigo 13º
um cartão de livre-trânsito e um crachá, que utilizam Requisição de auxilio e meios
como meios de identificação profissional e de acesso nas
situações e condições previstas no artigo seguinte. Em situações de estado de necessidade, o pessoal da
investigação criminal, pode requisitar consoante as cir-
2. Em acções públicas, os funcionários referidos no nú- cunstâncias, por escrito ou verbalmente o auxilio ou os
mero anterior identificam-se através de quaisquer meios meios necessários e adequados a particulares.
que revelem inequivocamente a sua qualidade. Artigo 14º
3. Para o pessoal de apoio e para o pessoal operário Objectos que revertem a favor da polícia judiciária
ou auxiliar é emitido um cartão de modelo próprio para
1. Os objectos apreendidos pela Polícia Judiciária que,
meros efeitos de identificação profissional.
nos termos da lei, venham a ser declarados perdidos ou
4. Os modelos dos meios de identificação previstos nos afectos provisoriamente a favor do Estado, ser-lhe-ão
números anteriores são aprovados por portaria do mem- preferencialmente afectos, por despacho conjunto dos
bro do Governo responsável pela área da Justiça. membros do governo responsáveis pelas áreas das Fi-
nanças e da Justiça, designadamente quando:
Artigo 12º

Direito especial de acesso


a) Possuam interesse criminalístico, histórico,
documental ou museológico;
1. Os funcionários mencionados no nº 1 do artigo ante-
b) Se trate de armas, munições, viaturas, equipa-
rior, quando devidamente identificados e em missão de
mentos de telecomunicações e de informática
serviço, têm livre acesso aos estabelecimentos e locais
ou outro com interesse para a instituição.
referidos no nº 1 do artigo 4º, bem como a todos os de-
mais que possam ser sujeitos a acções de prevenção ou 2. A utilidade dos objectos a que se refere o número
investigação criminal e de coadjuvação de autoridades anterior deve ser proposta pelo coordenador superior da
judiciárias. investigação criminal ou pelo coordenador da investi-
gação criminal no relatório final do respectivo processo,
2. Na realização das acções de investigação criminal
com a concordância do director nacional ou do director
ou de coadjuvação judiciária, podem os mesmos funcio-
nacional adjunto em caso de delegação.
nários entrar, observadas as formalidades legais, em
quaisquer repartições ou serviços públicos, empresas, Artigo 15º

sociedades comerciais, industriais e cooperativas, escri- Impedimentos, recusas e escusas


tórios, aeroportos, portos e outras instalações que não
1. O regime de impedimentos, recusas e escusas previs-
sejam domicílio de cidadãos.
to no Código de Processo Penal é aplicável, com as devidas
3. Quando se tratar de investigações urgentes, destina- adaptações, aos funcionários de investigação criminal,
das à conservação da prova, a entrada prevista no número peritos e intérpretes da Polícia Judiciária.
anterior pode efectuar-se sem formalismos legais, sempre 2. A declaração de impedimento e o seu requerimento,
que possível na presença de proprietários, directores, bem como o requerimento de recusa e o pedido de escusa,
gerentes, representantes, responsáveis, encarregados e são dirigidos ao director nacional adjunto, que depois de
equiparados ou empregados. ouvido o coordenador superior ou coordenador de inves-
4. Quando as circunstâncias o justificarem, pode o pes- tigação de quem o funcionário directamente depende,
soal da investigação criminal, na realização das acções aprecia e decide definitivamente.
referidas nos números anteriores, fazer-se acompanhar CAPITULO II
de peritos ou de pessoal de apoio técnico especializado,
podendo o Director Nacional, quando as circunstâncias Estrutura Orgânica
e o tipo de funções o justifiquem, emitir credenciais para Artigo 16º
o efeito, com referência expressa ao local ou locais e pe- Estrutura geral
ríodos de validade.
1. A Polícia Judiciária estrutura-se verticalmente e
5. Em todos os casos previstos nos números 2 e 3 é compreende:
sempre obrigatória a elaboração de informação ou auto
a) A Direcção Nacional;
respectivo, com descrição, nomeadamente, dos pressupos-
tos, fundamentos e resultados das investigações. b) Departamentos de Investigação Criminal.

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2. Os serviços referidos no número anterior ficam di- e) Fixar o modo de dependência e articulação entre
rectamente dependentes do director nacional, que fixa o subdirecção central, departamentos e depar-
modo de dependência e de articulação entre os serviços tamentos de investigação criminal;
centrais e os Departamentos de Investigação Criminal.
f) Decidir sobre a colocação e informar sobre a
Secção I requisição e o destacamento do pessoal para
Direcção nacional outros organismos;
Artigo 17º g) Emitir directivas, ordens de serviço e instruções
Natureza e estrutura
que julgar convenientes;

1. A Direcção Nacional é o órgão superior da hierarquia h) Definir a estrutura organizacional, estabelecer


da Polícia Judiciária e compreende os seguintes órgãos as dotações de pessoal e proceder à sua distri-
e serviços: buição pelos serviços;
i) Determinar ou propor ao membro do Governo
a) A Direcção Central de Investigação Criminal;
responsável pela área da Justiça a adopção
b) O Gabinete da Cooperação Internacional; de medidas organizativas e administrativas
tendentes ao aperfeiçoamento e eficácia dos
c) O Departamento de Informação Criminal, Polí-
serviços;
cia Técnica e Apoio Tecnológico;
j) Propor o provimento dos lugares vagos no quadro
d) O Laboratório da Polícia Cientifica;
da Polícia Judiciária;
e) O Serviço de Inspecção e Disciplina;
k) Tomar o compromisso de honra e dar posse ao
f) O Gabinete de Perícia Financeira e Contabilís- pessoal da Polícia Judiciária;
tica;
l) Exercer o poder disciplinar, nos termos do dis-
g) Serviço de Armamento e Segurança; posto na lei.
h) O Departamento de Recursos Humanos, Finan- m) Orientar a elaboração do plano de actividades e
ceiro e Patrimonial; orçamento da Polícia Judiciária;

i) O Centro de Formação; n) Aplicar coimas em processos de contra-ordena-


ção cuja instrução caiba à Polícia Judiciária;
j) O Conselho Administrativo.
o) Assegurar as acções de cooperação e as relações
2. Podem ser criadas outros Departamentos de com outras entidades públicas e privadas que
Investigação Criminal, especializadas segundo áreas de não estejam reservadas por lei à competên-
criminalidade, com observância do que se dispõe no artigo cia de outras entidades, podendo propor ao
73º do presente diploma. membro do Governo responsável pela área da
3. Junto do director nacional funciona o Conselho Su- Justiça protocolos, acordos ou outros instru-
perior de Polícia Judiciária. mentos internacionais que as circunstâncias
aconselhem;
Artigo 18º
p) Emitir pareceres e prestar informações que lhe
Direcção
forem solicitados pelo membro do Governo
1. A Direcção Nacional é dirigida por um director na- responsável pela área da Justiça e pelo Pro-
cional, coadjuvado por um director nacional adjunto. curador-Geral da República;
2. O director nacional adjunto é, por inerência, o direc- q) Apresentar ao membro do governo responsável
tor da Direcção Central de Investigação Criminal. pela área da Justiça, até à elaboração da pro-
Subsecção I
posta de Orçamento, o plano de actividades;

Director nacional r) Apresentar ao membro do governo responsável


pela área da Justiça e ao Procurador-Geral
Artigo l9º
da República, até 28 de Fevereiro, o relatório
Competências do director nacional anual de actividades;
1. Ao director nacional compete, em geral, dirigir s) Exercer as demais competências que lhe sejam
e coordenar superiormente a Polícia Judiciária e, em cometidas por lei ou regulamento.
especial:
2. O director nacional pode delegar as competências
a) Representar a Polícia Judiciária; referidas no número anterior no director nacional ad-
junto.
b) Presidir ao Conselho Superior da Policia Judi-
ciária; 3. As competências referidas nas alíneas a) e k) podem
ser delegadas em qualquer funcionário, sendo que, no
c) Presidir ao Conselho de Administrativo;
caso da última, a delegação só pode recair em pessoal
d) Colocar os directores de departamentos; dirigente.

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701 I SÉRIE — NO 31 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 18 DE AGOSTO DE 2008
Artigo 20º a) Representar a unidade orgânica que dirige;
Substituição
b) Coadjuvar directamente o director nacional ou
Nas suas ausências e impedimentos o director nacional o director nacional adjunto, nas respectivas
é substituído pelo director nacional adjunto. áreas de competência;
Subsecção II c) Dirigir, orientar e coordenar a unidade orgânica
Director nacional adjunto nos domínios da respectiva competência;
Artigo 21º d) Emitir ordens e instruções tendentes à exe-
Competências do director nacional adjunto cução das directivas, despachos e instruções
permanentes de serviço cuja aplicação deva
1. Compete ao director nacional adjunto coadjuvar di- assegurar;
rectamente o director nacional, exercer as competências
que lhe forem delegadas e dirigir a Direcção Central de e) Distribuir o pessoal pelos serviços que dirige;
Investigação Criminal. f) Exercer o poder disciplinar;
2. Na chefia da Direcção Central de Investigação Crimi- g) Emitir informações e pareceres que lhe forem
nal, compete, em especial, ao director nacional adjunto: solicitados pelo director nacional ou pelo di-
a) A representação do departamento que dirige; rector nacional adjunto;
b) Orientar e coordenar, a nível nacional, as acções h) Apresentar superiormente, até 31 de Janeiro, o
de prevenção, de investigação e coadjuvação relatório anual de actividades;
das autoridades judiciárias relativamente a i) Exercer as competências que lhe forem delega-
crimes da sua competência e das unidades
das ou subdelegadas.
orgânicas e funcionais que dela dependem;
2. O director de departamento pode assumir directa-
c) A emissão de directivas, ordens de serviço e
mente a direcção e chefia de qualquer dos serviços que
instruções que julgar convenientes;
integram a respectiva unidade orgânica.
d) A distribuição do pessoal pelos serviços, exercen- Artigo 24º
do sobre eles os demais poderes que lhe forem
Substituição
delegados;
O director de departamento é substituído, nas suas
e) O exercício do poder disciplinar, nos termos do
ausências e impedimentos, por funcionário qualificado
disposto na lei.
que o director nacional designar.
f) A elaboração e apresentação de propostas ao Subsecção IV
director nacional de medidas tendentes à me-
lhoria do funcionamento dos serviços; Direcção central de investigação criminal
Artigo 25º
g) O fornecimento de informações e emissão de pa-
receres que lhe forem solicitados pelo director Estrutura e Composição
nacional; A Direcção Central de Investigação Criminal é cons-
h) A apresentação do plano de actividades para o tituída por secções e brigadas centrais de investigação
ano seguinte, até à elaboração da proposta de criminal e por um núcleo de expedientes e arquivo.
orçamento; Artigo 26º

i) A apresentação trimestral, ao director nacional, Composição das brigadas centrais de investigação criminal
dos dados estatísticos respectivos e, até 31 de
As brigadas centrais de investigação criminal são in-
Janeiro, do relatório anual das actividades;
tegradas por Inspectores.
j) Exercer as demais competências que lhe forem Artigo 27º
delegadas e subdelegas pelo director nacional.
Competências da direcção central de investigação criminal
Artigo 22º
1. Compete à direcção central de investigação criminal
Substituição
orientar e coordenar, a nível nacional as actividades de
O director nacional adjunto é substituído, nas suas prevenção, de investigação criminal e de coadjuvação
ausências, impedimentos e em caso de vacatura de lugar, das autoridades judiciárias, relativamente a seguintes
por um Coordenador Superior de Investigação Criminal crimes:
ou por um Coordenador de Investigação Criminal que for
a) Os referidos no n.º 2 do artigo 3º do presente
designado pelo director nacional.
diploma;
Subsecção III
b) Qualquer outros, cuja investigação seja atribuí-
Directores de departamento
da à Polícia Judiciária, e que, pela sua nature-
Artigo 23° za, o director nacional entenda atribuir-lhe;
Competências do director de departamento
2. Compete ainda à direcção central de investigação cri-
1. Compete ao director de departamento: minal, apoiar o Gabinete da cooperação internacional.

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I SÉRIE — NO 31 « B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 18 DE AGOSTO DE 2008 702
Artigo 28º h) Dar cumprimento às directrizes e recomenda-
Competências das secções centrais de investigação criminal ções de serviço emanadas pelo Secretariado-
Geral da Organização Internacional de Polícia
As competências das secções centrais de investigação
Criminal;
criminal são definidas pelo director nacional, sob proposta
do respectivo director nacional adjunto. i) Propor superiormente a adopção de medidas
Artigo 29° susceptíveis de contribuir para a prevenção
e repressão da criminalidade, especialmente,
Chefia
internacional, promovendo a aplicação das
1. As secções centrais de investigação criminal são recomendações e resoluções aprovadas pela
chefiadas por coordenadores de Investigação Criminal. Organização Internacional de Polícia Crimi-
2. As brigadas centrais de investigação criminal são nal;
chefiadas por Inspectores Chefes. j) Estabelecer estreita colaboração com as autori-
Subsecção V dades policiais e outras entidades, designada-
Gabinete da cooperação internacional mente as de fronteiras, aduaneiras, portuárias,
aeroportuárias e a Guarda Costeira Nacional,
Artigo 30º
procedendo ao intercâmbio de informações re-
Estrutura lativas a criminosos internacionais e à difusão
O Gabinete da Cooperação Internacional: de documentação de interesse policial;

a) O Centro de Documentação Internacional; l) Solicitar autorização e dar prévio conhecimento


às autoridades estrangeiras para a deslocação
b) O Serviço de Tradução e Cifra.
aos seus países, em serviço, de autoridades ou
Artigo 31º entidades policiais cabo-verdianas;
Competências
m) Coordenar a participação da Policia Judiciária
1. Compete ao Gabinete da Cooperação Internacional nas instâncias competentes no quadro da coo-
assegurar as relações e a cooperação entre os órgãos e peração policial internacional;
as autoridades de polícia criminal cabo-verdiana e os
outros serviços públicos nacionais com as organizações n) Proceder à gestão relativa à colocação de oficiais
internacionais de cooperação de polícia criminal, desig- de ligação cabo-verdianos no estrangeiro ou
nadamente a Interpol. estrangeiros em Cabo Verde.
Artigo 32°
2. Compete, em especial, ao Gabinete da Cooperação
Internacional: Competências do centro de documentação internacional

a) Corresponder-se directamente com as entidades 1. Compete ao Centro de Documentação Internacio-


referidas no número anterior; nal:
b) Executar e promover, nos termos e limites da a) Receber, seleccionar, difundir e arquivar a do-
lei e do Estatuto da Organização Internacional cumentação respeitante a criminosos interna-
de Polícia Criminal, a execução das diligências cionais procedendo à organização do respectivo
que lhe forem solicitadas pelos seus congéneres ficheiro;
estrangeiros;
b) Elaborar fichas de nacionais e estrangeiros so-
c) Promover a realização de diligências que, em
bre os quais recaiam investigações requeridas
matéria de investigação criminal, devam ser
pelas autoridades competentes;
executadas pelas autoridades competentes;
d) Receber e encaminhar às autoridades estrangei- c) Catalogar, difundir e arquivar a documentação
ras de polícia criminal os pedidos de detenção relativa a técnicas de investigação policial,
provisória que devam ser executados no âmbito modus operandi, objectos relacionados com
dos processos de extradição; crimes relativamente aos quais decorram
investigações a nível internacional e, de um
e) Proceder ou mandar proceder à detenção de modo geral, a documentação emanada do
indivíduos sob pedido oficial de extradição, Secretariado – Geral da Organização Interna-
promovendo a sua apresentação ao ministério cional de Polícia Criminal e das autoridades
público do tribunal competente; estrangeiras de polícia criminal, quando sus-
f) Providenciar pela entrega dos cidadãos já extra- ceptível de interesse à cooperação que deva ser
ditados por decisão com trânsito em julgado às estabelecida com vista à prevenção e repressão
autoridades legítimas do Estado requerente; da criminalidade.
g) Colaborar na remoção para território nacional 2. O Ministério Publico promove o envio ao Gabinete
dos extraditados para Cabo Verde e acordar da Cooperação Internacional das certidões das sentenças
com as autoridades estrangeiras a data e a proferidas contra cidadãos estrangeiros condenados em
forma da sua execução; processo criminal.

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703 I SÉRIE — NO 31 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 18 DE AGOSTO DE 2008
Artigo 33º g) Executar outras incumbências que lhe sejam
Competências do serviço de tradução e cifra cometidas pelo director nacional.
Artigo 37º
Compete ao Serviço de Tradução e Cifra:
Estrutura
a) Traduzir, codificar, descodificar e retroverter as
radiogramas e demais mensagens que para o 1. O Departamento de Informação Criminal, Polícia
efeito lhe forem entregues; Técnica e Apoio Tecnológico compreende os seguintes
sectores:
h) Desempenhar as demais tarefas da sua especiali-
dade que lhe forem determinadas pelo director a) Informação Criminal;
nacional. b) Polícia Técnica;
Artigo 34º
c) Prevenção Criminal;
Direcção
d) Telecomunicações, Informática e Apoio Tecno-
O Gabinete da Cooperação Internacional é dirigido lógico;
pelo director nacional ou por um coordenador superior
ou por um coordenador de investigação criminal que ele 2. Os serviços referidos no número anterior podem
designar. ser organizados por núcleos.
Artigo 35º Artigo 38º
Competência do sector de informação criminal
Condenação de estrangeiros

1. Os tribunais enviam ao Gabinete da cooperação in- 1. O Sector de Informação Criminal desenvolve as


ternacional as certidões das sentenças proferidas contra competências referidas nas alíneas a) e b) do artigo 36º,
cidadãos estrangeiros em foro criminal. cabendo-lhe nomeadamente:

2. O serviço central responsável pelo controlo de estran- a) A catalogação dos crimes, cujos agentes não
geiros comunica ao Gabinete da Cooperação Internacio- foram descobertos, organizada por «modus ope-
nal as expulsões de estrangeiros que forem determinadas, randi», local e quaisquer outras circunstâncias
antes da sua efectivação. ou referências úteis;

3. O serviço central do departamento governamental b) A catalogação da informação relativa aos esta-


da área dos estabelecimentos prisionais comunica ao Ga- belecimentos e locais referidos na alínea a) do
binete da Cooperação Internacional os factos relevantes número 1 do artigo 4º;
relativos ao cumprimento das penas aplicadas a cidadãos c) A verificação e catalogação das relações mencio-
estrangeiros. nadas no nº 3 a 5 do artigo 4º;
Subsecção VI d) O registo de delinquentes declarados perigosos,
Departamento de informação criminal, polícia técnica e na sua identificação, antecedentes criminais,
apoio tecnológico classificação criminológica e especialização
Artigo 36º quanto à natureza das infracções cometidas e
Competência
modo de execução;

Ao Departamento de Informação Criminal, Polícia e) O registo de elementos relativos à identificação


dos agentes de crimes, bem como à dos sujeitos
Técnica e Apoio Tecnológico compete:
a vigilância policial;
a) Centralizar, manter e assegurar a gestão nacio-
f) A anotação periódica de informações relativas
nal da informação criminal;
aos indivíduos indicados nas alíneas d) e c)
b) Recolher, tratar, registar, analisar e difundir a em especial no que respeita ao seu paradeiro,
informação relativa à criminalidade conhecida modo de vida e locais frequentados;
e participada pelos órgãos de polícia criminal,
g) O registo de pessoas desaparecidas, sua identi-
pelos serviços aduaneiros e de segurança;
ficação, sinais característicos, circunstâncias
c) Realizar acções de prevenção criminal e de coad- e causa presumível do desaparecimento;
juvação das autoridades judiciárias nacionais
h) O registo de cadáveres não identificados e ano-
e estrangeiras;
tação de elementos úteis à sua identificação;
d) Centralizar e manter a gestão da actividade de
i) O registo de pedidos de captura, paradeiro, inter-
polícia técnica;
dição de saída do país, decisões de expulsão e
e) Recolher, tratar e registar vestígios identificado- de extradição, bem como de informações sobre
res, bem como apreciar e identificar vestígios indivíduos expulsos ou extraditados de outros
lofoscópicos; países para Cabo Verde;
f) Gerir o sistema de telecomunicações, Informáti- j) A organização de ficheiro fotográfico de delin-
ca e conceder apoio tecnológico à investigação quentes, elaborado segundo a natureza da
criminal; infracção e perigosidade dos agentes;

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I SÉRIE — NO 31 « B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 18 DE AGOSTO DE 2008 704

k) A recolha dos elementos necessários à completa c) Fiscalizar e vigiar salas de jogos, bares, hotéis,
identificação de detidos, arguidos e suspeitos; pensões e outros locais ou estabelecimentos
l) A organização de ficheiros de objectos relacio- onde se suspeite de cometimento de acções
nados com a prática de actos ilícitos; ilícitas ou ainda da presença de indivíduos
suspeitos de se dedicarem a actividades deli-
m) A recolha de quaisquer outros elementos e tuosas;
informações úteis à investigação criminal,
incluindo o registo de características físicas, d) Confirmar notícias ou denúncias anónimas,
sinais particulares e outros; canalizando-as para os órgãos competentes;
n) A organização de índices remissivos. e) Proceder a acções de controlo, em articulação
com outras entidades policiais, através de
2. Para efeitos do disposto no número anterior, os servi-
acções de identificação de pessoas, em locais
ços do Ministério Público e da Polícia Nacional remetem
suspeitos de serem frequentados por delin-
obrigatoriamente á Polícia Judiciária cópia ou duplicado
quentes;
das participações dos crimes não investigados por esta.
Artigo 39º f) Colaborar em acções de investigação dando apoio
Competência do Sector de Polícia Técnica
a outros departamentos em buscas, vigilâncias
ou detenções;
O Sector de Polícia Técnica desenvolve as competências
referidas nas alíneas d) e e) do artigo 36º, cabendo-lhe g) Localizar pessoas desaparecidas, em especial
nomeadamente: menores e adultos que sofram de doenças do
foro psiquiátrico e neurológico, e ainda outras
a) Realizar inspecções aos locais dos crimes; pessoas cujos desaparecimentos possam, de
b) Elaborar relatórios e informações técnicas na alguma forma, ser considerados estranhos ou
sequência das inspecções realizadas; se suspeite terem sido vítimas de crime;
c) Prestar colaboração técnica adequada a outras h) Recolher e tratar elementos referentes à iden-
entidades, nomeadamente às autoridades ju- tificação de cadáveres;
diciárias;
i) Cumprir mandados de condução de menores
d) Proceder à recolha, transporte, preservação, tra- em situação de risco, emitidos pelas entidades
tamento, registo e identificação de vestígios; competentes;
e) Proceder à identificação de detidos ou arguidos; j) Fiscalizar os estabelecimentos que procedam às
f) Proceder à identificação de cadáveres; transacções previstas nas alíneas a) a e) do nº1
do artigo 4º.
g) Proceder às diligências necessárias para o es-
clarecimento de falsas identidades; Artigo 41º

h) Assegurar o cumprimento das solicitações ex- Competências do sector de telecomunicações, informática


e apoio tecnológico
ternas à Polícia Judiciária no que concerne a
comparação de impressões digitais e respecti- 1. O Sector de telecomunicações, informática e apoio
vas buscas; tecnológico desenvolve as competências referidas na alí-
i) Realizar os trabalhos fotográficos relativos a nea f) do artigo 36º, cabendo-lhe nomeadamente:
reconstituições, vestígios, reportagens e repro- a) Instalação, exploração, manutenção e segurança
duções; criptográfica dos sistemas de telecomunicações
j) Efectuar o serviço de retrato “robot”. da Polícia Judiciária, bem como a sua inter-
Artigo 40º ligação à rede internacional da Organização
Internacional de Polícia Criminal;
Competência do Sector de Prevenção Criminal

O Sector da Prevenção Criminal desenvolve as compe- b) Aplicações informáticas e arquitectura da rede


tências referidas no artigo 4º e na alínea c) do artigo 36º, de comunicações;
cabendo-lhe nomeadamente: c) Gestão e funcionamento dos equipamentos in-
a) Cumprir mandados e pedidos de detenção e formáticos e de telecomunicações, bem como
pedidos de paradeiro emanados e solicitados das respectivas redes;
pelas autoridades judiciárias competentes d) Transmissão, rádio e comutação telefónica;
para o efeito;
e) Apoio técnico às secções de investigação na pre-
b) Desenvolver acções de prevenção criminal nos venção e investigação criminal e nas acções de
locais onde a criminalidade mais se faz sentir,
pesquisa e vigilância;
em especial controlando os locais onde aflui
muito público, como sejam os aeroportos, f) Gerir os equipamentos e recursos necessários
terminais de camionagem, cais de embarque, à realização de pesquisa e vigilância policial
recintos de espectáculos, recintos desportivos, e promover o desenvolvimento de projectos
mercados e feiras; tecnológicos adequados.

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705 I SÉRIE — NO 31 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 18 DE AGOSTO DE 2008

2. Ao Serviço de Telecomunicações, Informática e Apoio a) Áreas;


tecnológico compete, designadamente:
b) Sectores;
a) Conceber a arquitectura dos equipamentos e das
c) Núcleos.
redes;
Subsecção VIII
b) Garantir a operacionalidade, manutenção, actu-
alização e segurança dos equipamentos e dos Laboratório de polícia científica
seus suportes; Artigo 45º

c) Elaborar os pareceres necessários à selecção Competências


de equipamentos e sistemas de suporte ao 1. Ao Laboratório da Polícia Científica compete proce-
desenvolvimento e exploração dos sistemas der às diligências ou exames que exigem conhecimentos
aplicacionais e da rede de comunicações, científicos especializados, nomeadamente os relativos a
transmissão, rádio e comutação telefónica e físico-química, biologia, toxicologia, balística, documen-
vigilância;
tação, fotografia, lofoscopia e desenhos criminalístico.
d) Definir, executar ou coordenar a execução de
2. O Laboratório da Polícia Científica pode recorrer à
procedimentos de segurança, confidencialidade
colaboração de outros estabelecimentos ou laboratórios
e integridade da informação armazenada no
da especialidade ou propor que neles se efectuem os
sistema informático e transportada através
exames.
das redes de comunicações;
3. Sem prejuízo do serviço da Polícia Judiciária e
e) Apoiar os utentes na exploração, gestão e ma-
demais órgãos da polícia criminal a que deve apoio, a
nutenção dos equipamentos e das redes em
colaboração do Laboratório de Polícia Científica pode ser
exploração;
extensiva a qualquer entidade ou serviços oficiais.
f) Prestar apoio técnico à exploração dos sistemas
de utilização pessoal; 4. O Laboratório da Polícia Científica submete ao
director nacional, para aprovação, e em cada período de
g) Formar e treinar os operadores; dois anos, os processos e mecanismos de acreditação e
h) Colaborar na formação dos utentes das aplica- controlo de qualidade.
ções e dos sistemas de comunicação e explora- 5. O Laboratório da Polícia Científica goza de autono-
ção. mia técnica e científica.
Artigo 42º Subsecção IX
Direcção
Serviço de inspecção e disciplina
O Departamento de Informação Criminal, Polícia Téc- Artigo 46º
nica e Apoio Tecnológico é dirigido por um coordenador
Competências
superior ou coordenador de investigação criminal.
Artigo 43º 1. Ao Serviço de Inspecção e Disciplina compete actuar
nas áreas de inspecção, auditoria e disciplina, cabendo-
Dever de colaboração
lhe designadamente:
1. Para efeitos de registo policial, todas as autoridades
a) Proceder à instrução de processos de inquérito,
remeterão os respectivos boletins ao Departamento de
disciplinares e de averiguações decorrentes do
Informação Criminal, Polícia Técnica e Apoio Tecnoló-
exercício do poder disciplinar;
gico.
2. Os serviços centrais dos departamentos governamen- b) Proceder à inspecção dos serviços, propondo as
tais responsáveis pelos registos, notariado, identificação, medidas adequadas no domínio da organiza-
estabelecimentos prisionais e os tribunais enviarão ao ção do trabalho, do desempenho e qualificação
Departamento de Informação Criminal e de Polícia Téc- profissional.
nica os elementos com manifesto interesse para efeitos c) Dar parecer jurídico nas matérias que lhe for
de registo. solicitado pelo director nacional.
Subsecção VII
2. O director do Serviço de Inspecção e Disciplina dispõe
Departamento de apoio à investigação criminal de livre acesso a todos os locais e serviços conexos com
Artigo 44º as concretas actividades disciplinares, de auditoria ou
Composição
de inspecção a seu cargo.
Subsecção X
1. O departamento de apoio à investigação criminal é
dirigido por um director. Gabinete de perícia financeira e contabilística
Artigo 47º
2. São serviços de apoio à investigação criminal os
referidos nas alíneas d), e), f) e g) do número 1 do artigo Competências
17º.
1. Ao Gabinete de Perícia Financeira e Contabilística
3. Os serviços de apoio podem ser constituídos por: compete, designadamente:

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I SÉRIE — NO 31 « B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 18 DE AGOSTO DE 2008 706

a) Realizar perícias contabilísticas, financeiras, eco- b) Organizar e gerir a divulgação da informação


nómicas e bancárias e elaborar pareceres; sobre a Polícia Judiciária, disponibilizando-a
em meios, redes e formatos adequados aos
b) Coadjuvar as autoridades judiciárias, prestando
diferentes públicos, interno e externo;
assessoria técnica nas fases de investigação,
de instrução e de julgamento. c) Promover e coordenar o relacionamento com os
órgãos de comunicação social;
2. O Departamento de Perícia Financeira e Contabi-
lística goza de autonomia técnica e científica. d) Planear e dinamizar a representação da Polícia
Judiciária, organizando eventos e apoiando
Subsecção XI
iniciativas relevantes;
Serviço de armamento e segurança
e) Conceber, manter e desenvolver os sistemas de
Artigo 48º
documentação;
Competências
f) Garantir a actualização e promover e coordenar
1. Ao Serviço de armamento e segurança compete o acesso às aplicações e ficheiros informáticos
actuar no âmbito de segurança de pessoas, instalações, de natureza documental de acordo com as
equipamentos, armamento e munições. normas de segurança aplicáveis;
2. Ao serviço de armamento e segurança compete, g) Garantir o acolhimento e acompanhamento das
designadamente: entidades de polícia congéneres que se deslo-
cam em serviço ao território nacional;
a) Proceder a estudos, análises e testes dos equi-
pamentos em geral e dos de segurança e ar- h) Assegurar a gestão previsional dos efectivos;
mamento em especial, apresentando propostas i) Proceder ao recrutamento e selecção de pessoal
para aquisição de equipamentos, armamento em colaboração com o Centro de Formação;
e munições;
j) Assegurar a gestão das carreiras, nomeada-
b) Guardar, conservar e distribuir os equipamen- mente a colocação, promoção, aposentação,
tos, armamento e respectivas munições; disponibilidade e avaliação de desempenho;
c) Proceder ao controlo e verificação anual indivi- k) Estabelecer e informar o Centro de Formação
dual do armamento e munições distribuídos, das necessidades de formação inicial para
mantendo actualizados os respectivos proces- ingresso, promoção e progressão, formação
sos individuais dos funcionários; especializada e em estágio, até 31 de Março
d) Proceder à definição de padrões e parâmetros de cada ano;
de avaliação do treino de tiro a observar obri- l) Assegurar apoio psicossocial e médico aos fun-
gatoriamente a nível nacional; cionários e garantir o acompanhamento dos
casos de absentismo;
e) Proceder à verificação anual dos níveis de apuro
e destreza individual na utilização do arma- m) Organizar e manter actualizados os processos
mento; individuais dos funcionários;
f) Remeter as informações individuais, nos ter- n) Elaborar pareceres jurídicos relativos à gestão
mos da alínea anterior, ao Departamento de de recursos humanos e de pessoal.
Recursos Humanos, Financeiro e Patrimonial
o) Preparar e propor o orçamento;
para inclusão nos respectivos processos indi-
viduais; p) Realizar estudos e análises relativos à gestão
financeira e patrimonial;
g) Definir as normas e procedimentos na área da
prevenção e segurança das instalações; q) Assegurar a normalização de procedimentos
no âmbito financeiro das unidades orgânicas,
h) Garantir a segurança do pessoal, das instalações elaborando instruções adequadas;
e das matérias classificadas.
r) Promover e organizar os procedimentos neces-
Subsecção XII
sários à realização de aquisições de bens e
Departamento de recursos humanos, financeiro serviços;
e patrimonial
s) Verificar e controlar a legalidade da despesa;
Artigo 49º
t) Elaborar mapas e relatórios de execução ne-
Competências
cessários ao adequado controlo e avaliação
Compete ao departamento de recursos humanos, fi- orçamental;
nanceiro e patrimonial:
u) Assegurar a administração das dotações or-
a) Centralizar, classificar e gerir toda a adminis- çamentais, designadamente a requisição de
tração de natureza bibliográfica de interesse fundos, a realização de pagamentos e o controlo
para a Polícia Judiciária; do movimento de tesouraria;

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707 I SÉRIE — NO 31 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 18 DE AGOSTO DE 2008

v) Organizar a contabilidade e manter actualiza- e) Organizar e acompanhar estágios de pessoal;


da a escrituração e os registos contabilísticos
f) Promover visitas de estudo, conferências, co-
obrigatórios;
lóquio e outras iniciativas similares, com a
w) Elaborar a conta de gerência a submeter à apro- participação de especialistas cabo-verdianos
vação do conselho administrativo; ou estrangeiros, no domínio da investigação
criminal;
x) Assegurar a actualização do inventário dos bens
patrimoniais; g) Promover, periodicamente, a avaliação dos efei-
y) Gerir os meios de transporte e executar os pro- tos da formação ministrada ao nível da eficácia
cedimentos ordenados relativos à preparação dos serviços;
de viagens por qualquer via; h) Realizar estudos sobre as necessidades de
z) Assegurar, em colaboração com as demais de- recrutamento, formação e outros que lhe for
partamentos orgânicas, a administração e o solicitado pelo director nacional.
controlo das instalações e equipamentos; Artigo 53º

aa) Realizar todas as tarefas e procedimentos rela- Direcção


cionados com economato, património, arreca-
O Centro de Formação é dirigido por um Coordenador
dação, reprografia, conservação e higiene das
Superior, Coordenador de Investigação Criminal, ou
instalações;
titular de licenciatura em área adequada, de reconheci-
bb) Assegurar todas as actividades decorrentes da competência profissional, idoneidade e experiência,
da competência do Conselho Administrativo, nomeado pelo director nacional, sendo equiparado ao
nomeadamente quanto à execução do plano de director de departamento.
despesas e à elaboração das contas de gerência, Subsecção XIV
bem como processar vencimentos e proceder
Conselho administrativo
aos pagamentos devidamente autorizados.
Artigo 50º Artigo 54º

Direcção Natureza e composição

O Departamento de Recursos Humanos, Financeiro e 1. O Conselho Administrativo é o órgão colegial de


Patrimonial é dirigido por um director de departamento. gestão administrativa, patrimonial e financeira da Polícia
Artigo 51º
Judiciária.
Composição 2. O Conselho Administrativo é composto pelo director
nacional, que preside, pelo director nacional adjunto e
O Departamento de Recursos Humanos, Financeiro e
pelo director do Departamento de Recursos Humanos,
Patrimonial pode ser constituído por sectores e núcleos.
Financeiro e Patrimonial.
Subsecção XIII
Artigo 55º
Centro de formação
Competências
Artigo 52º
Competências
1. Compete ao Conselho Administrativo a gestão ad-
ministrativa, patrimonial e financeira, designadamente,
1. O Centro de Formação compete programar e asse- a aprovação do orçamento, a administração das dotações
gurar a realização de acções de formação e de aperfeiço- orçamentais e a aprovação do relatório e da conta de ge-
amento do pessoal da Polícia Judiciária e colaborar nos rência a submeter a julgamento, nos termos legais.
procedimentos de recrutamento e selecção de pessoal.
2. O conselho administrativo reúne ordinariamente
2. Compete, em especial, ao Centro de Formação: uma vez por mês e extraordinariamente sempre que
a) Preparar e ministrar os cursos de formação convocado pelo director nacional, por sua iniciativa ou a
previstos no Estatuto do Pessoal; solicitação de qualquer dos seus membros.

b) Preparar e ministrar cursos de reciclagem e 3. As reuniões do conselho administrativo são secreta-


de formação especializada para o pessoal da riadas por um funcionário do Departamento de Recursos
Polícia Judiciária; Humanos, Financeiro e Patrimonial a designar pelo
conselho, que elabora as respectivas actas.
c) Planear e realizar acções de formação no âmbito
Artigo 56º
da organização administrativa, informática,
documental, tratamento de informação e téc- Despesas confidenciais
nicas auxiliares de investigação criminal;
1. A Policia Judiciária pode realizar despesas sujeitas
d) Colaborar nos procedimentos de recrutamento a regime de despesas confidenciais, definido neste arti-
e selecção de pessoal e programar e executar go, nos casos em que o conhecimento ou divulgação da
testes e provas de aptidão para candidatos ao identidade dos prestadores de serviços possa colocar em
ingresso na Polícia Judiciária; risco a sua vida ou integridade física ou o conhecimento

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I SÉRIE — NO 31 « B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 18 DE AGOSTO DE 2008 708

de circunstancialismo da realização da despesa possa d) Apresentar ao director nacional sugestões sobre


comprometer quer a eficácia quer a segurança das acti- medidas relativas à dignificação dos serviços e
vidades de investigação e apoio à investigação. a melhoria das condições sociais e de trabalho
do pessoal da Polícia
2. As despesas confidenciais são justificadas por docu-
mento do conselho administrativo, assinado obrigatoria- e) Emitir parecer quando proposta a aplicação de
mente pelo Director Nacional e pelo Director Nacional pena disciplinar de aposentação compulsiva
Adjunto. ou de demissão;
3. A prestação de contas das despesas realizadas ao f) Emitir parecer sobre proposta de atribuição de
abrigo deste artigo, é feita perante o Procurador-Geral menção de mérito excepcional, insígnias ou
da República, sem prejuízo da fiscalização sucessiva da títulos e concessão de outros agraciamentos.
sua legalidade financeira pelo Tribunal de Contas.
Artigo 59º
Subsecção XV
Sistema eleitoral
Conselho superior da polícia judiciária
1. Os membros eleitos são escolhidos por voto secreto
Artigo 57º
e nominal de entre os elementos de cada uma das cate-
Composição gorias, no que se refere ao pessoal de investigação, e de
1. O Conselho Superior da Polícia Judiciária é com- entre os elementos de todas as carreiras e categorias do
pessoal de apoio no que se reporta ao restante pessoal.
posto por membros natos e por membros eleitos.
2. São membros natos: 2. São membros efectivos os elementos mais votados
e suplentes os que lhes seguirem por ordem decrescente
a) O director nacional, que preside; de votos.
b) O director nacional adjunto; 3. Em caso de empate, haverá nova eleição restrita
c) Os directores de departamentos; aos elementos em relação aos quais o mesmo se tiver
verificado.
d) O director do gabinete da cooperação interna-
Artigo 60º
cional;
Mandato
e) O director do centro de formação;
1. A duração do mandato dos membros eleitos é de
f) O presidente do órgão representativo do pessoal
três anos.
de investigação criminal.
2. O mandato é renunciável, mediante declaração es-
g) São membros eleitos:
crita apresentada ao presidente do Conselho.
h) Um representante da categoria dos Coordena-
3. Os membros eleitos perdem o mandato quando:
dores de Investigação Criminal;
i) Dois representantes da categoria de Inspectores a) Deixem de pertencer à categoria funcional pela
Chefes; qual foram eleitos;

j) Três representantes da categoria de Inspecto- b) Tenham sido definitivamente condenados pela


res; prática de crime doloso, desde que no exercício
de funções ou por causa delas, ou por infracção
k) Dois representantes do restante pessoal da Po- disciplinar a que corresponda pena superior à
lícia Judiciária. de multa;
Artigo 58º
c) Se encontrem inabilitados ou fisicamente inca-
Competência pazes por período superior a seis meses;
Compete ao Conselho Superior: d) Faltem injustificadamente às reuniões por duas
a) Elaborar o projecto do seu regimento interno e vezes consecutivas ou quatro interpoladas.
do seu regulamento eleitoral, a homologar pelo 4. Em caso de renúncia ou perda de mandato, é chama-
membro do Governo responsável pela área da do o suplente e, se tal for inviável, procede-se a eleição
Justiça; intercalar.
b) Dar parecer, quando solicitado pelo director Artigo 61º
nacional, sobre os assuntos de interesse para a Funcionamento
Polícia, designadamente em matéria das suas
condições de funcionamento; 1. O Conselho reúne por convocação do respectivo
presidente, por sua iniciativa ou acolhendo sugestão de
c) Pronunciar-se, com carácter consultivo, sobre
qualquer um dos seus membros.
projectos legislativos que digam respeito à
Polícia, quando para tal for solicitado pelo 2. O Conselho reúne ordinariamente uma vez em cada
director nacional; semestre, sem prejuízo das reuniões extraordinárias.

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709 I SÉRIE — NO 31 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 18 DE AGOSTO DE 2008

3. O Conselho só pode deliberar quando estiverem a quaisquer diligências, sem prejuízo, em qualquer dos
presentes, pelo menos, dois terços do número total dos casos, da sua superior orientação e coordenação, obser-
seus membros. vando-se a disciplina fixada pelo director nacional.
4. As deliberações são tomadas por pluralidade de votos 3. Quando se tornar estritamente necessário, os de-
dos membros presentes, cabendo ao presidente voto de partamentos de investigação criminal podem exercer as
qualidade. competências do Serviço de Telecomunicações, Informá-
tica e Apoio Tecnológico.
5. Atenta a matéria em apreciação, o presidente pode
convocar para participar nas reuniões, sem direito a voto, 4. A área territorial e de acção dos departamentos de
os funcionários que julgar conveniente, podendo ainda investigação criminal é definida por portaria do ministro
convidar outras entidades se tal se revelar de especial da justiça, sob proposta do director nacional.
interesse para o desempenho das atribuições da Polícia Artigo 64º
Judiciária.
Direcção
6. Os elementos eleitos para o conselho têm livre acesso
Os departamentos de investigação criminal são dirigi-
aos vários serviços da área que representem, com vista ao
dos por Coordenadores Superiores ou por Coordenadores
acolhimento de sugestões que visem o bom funcionamento
de Investigação Criminal, nomeados por despacho do
desses departamentos ou serviços.
ministro da Justiça, sob proposta do director nacional.
7. O Conselho é apoiado administrativamente pelo Artigo 65º
Departamento de Recursos Humanos, Financeiro e
Competência dos dirigentes dos departamentos
Patrimonial. de investigação criminal
Secção II
1. O coordenador superior ou o coordenador de investi-
Departamentos de investigação criminal gação criminal que chefiam os departamentos de inves-
Artigo 62º tigação criminal têm competência conferida ao director
Estruturação nacional adjunto, com as devidas adaptações.

1. Os departamentos de investigação criminal estrutu- 2. O director nacional pode delegar e subdelegar nestas
ram-se à semelhança da Direcção Central de Investigação chefias a competência para despachar assuntos relativos
Criminal, com as devidas adaptações, e podem ser cons- aos recursos humanos e administração geral dos respec-
tituídas por secções e brigadas de investigação. tivos serviços.
Artigo 66º
2. Os departamentos de investigação criminal podem,
ainda, ser integradas por um arquivo de informação Coordenador superior de investigação criminal
criminal e por uma unidade administrativa, cujas compe- 1. Compete, em geral, ao Coordenador Superior:
tências, à escala local ou regional e com as devidas adap-
tações, são idênticas às dos sectores do Departamento de a) Representar a unidade orgânica que dirige;
Informação Criminal e de Polícia Técnica. b) Coadjuvar directamente o director nacional e o
3. Nos departamentos de investigação criminal poderá director nacional adjunto;
o membro do governo responsável pela área da justiça, c) Dirigir departamentos de investigação criminal
sob a proposta do director nacional, e ouvido o Procura- ou outras unidades orgânicas equivalentes;
dor-Geral da República, criar por portaria, um núcleo de
Laboratório de Polícia Científica, habilitado a realizar, 2. Compete, em especial e designadamente, ao Coor-
nomeadamente, perícias lofoscópicas e operações de fo- denador Superior:
tografia criminalística. a) Orientar e coordenar superiormente os respec-
4. A estrutura organizativa e a dotação de pessoal dos tivos serviços;
departamentos de investigação criminal são aprovadas b) Emitir ordens e instruções de serviço tendentes à
por despacho do director nacional. execução das directivas, despachos e instruções
Artigo 63º cuja aplicação deva assegurar;
Competências c) Distribuir os funcionários pelas unidades orgâ-
1. Compete aos departamentos de investigação crimi- nicas que dirija;
nal a prevenção, investigação criminal e coadjuvação das d) Emitir as informações e pareceres que lhe forem
autoridades judiciárias, relativos aos crimes da compe- solicitados;
tência da Polícia Judiciária cometidos na respectiva área
e) Exercer o poder disciplinar, nos termos do dis-
territorial de intervenção e que não sejam atribuídos à
posto na lei;
Direcção Central de Investigação Criminal.
f) Apresentar superiormente, até à elaboração da
2. Sempre que as circunstâncias o aconselhem ou
proposta do orçamento, o plano de activida-
justifiquem, pode a Direcção Central de Investigação
des;
Criminal delegar, pontualmente, nos departamentos de
investigação criminal a realização de investigações que g) Apresentar superiormente, até 31 de Janeiro, o
sejam da sua competência ou solicitar-lhes que procedem relatório anual;

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I SÉRIE — NO 31 « B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 18 DE AGOSTO DE 2008 710

h) Prestar assessoria técnica de investigação crimi- o) Analisar, até 31 de Dezembro, todos os processos
nal de elevado grau de qualificação e responsa- pendentes e ordenar o que julgar adequado
bilidade, designadamente na área de análise para a sua regularização.
de tendências da criminalidade, elaborando
2. Nas suas faltas e impedimentos, o coordenador de
estudos, relatórios e pareceres, representando
investigação criminal é substituído por um dos elementos
comissões e grupos de trabalho que exijam
do pessoal de investigação criminal que o director nacio-
conhecimentos altamente especializados ou
nal designar, de entre os de mais elevada qualificação
uma visão global da organização; profissional.
i) Colaborar em acções de formação; Artigo 68º

j) Colaborar nas inspecções e auditorias aos ser- Competências dos inspectores chefes na chefia de brigadas
viços; Compete aos Inspectores Chefes na chefia de brigadas:
k) Colaborar no exercício do poder disciplinar, ins- a) Coadjuvar directamente os coordenadores supe-
truindo processos de inquérito, disciplinares riores de investigação criminal ou os coorde-
e de averiguações decorrentes do exercício do nadores de investigação criminal;
poder disciplinar.
b) Chefiar brigadas ou unidades orgânicas equiva-
Artigo 67º
lentes;
Competência dos coordenadores de investigação
criminal na chefia de secções c) Elaborar o planeamento operacional e assegurar
o respectivo controlo da execução, sem prejuízo
1. Compete aos coordenadores de investigação criminal do disposto na alínea c) do número 1 do artigo
na chefia de secções: anterior;
a) Representar a secção que chefia; d) Chefiar pessoalmente as diligências de inves-
b) Coadjuvar directamente o director e director tigação criminal, planeando, distribuindo e
nacional adjunto; controlando as tarefas executadas pelos ins-
pectores;
c) Elaborar o planeamento da investigação crimi-
e) Controlar e garantir o cumprimento de prazos
nal e assegurar o respectivo controlo operacio-
processuais e das operações, acções, diligências
nal;
e actos de investigação criminal, elaborando o
d) Emitir ordens e instruções de serviço tendentes à respectivo relatório ou o sumário especificado
execução das directivas, despachos e instruções de concordância com o relatório detalhado
cuja aplicação deva assegurar; elaborado pelo inspector;
e) Distribuir o pessoal pelas brigadas; f) Distribuir o serviço ou tarefas pelos Inspectores
e orientar, coordenar, fiscalizar e controlar a
f) Distribuir o serviço pelas brigadas e pelos
sua execução;
Inspectores Chefes e orientar, coordenar e
fiscalizar a sua execução; g) Assumir a direcção das investigações de maior
complexidade, sem prejuízo do disposto na
g) Gerir os recursos humanos e materiais e contro- alínea h) do número 1 do artigo anterior;
lar a sua eficácia;
h) Elaborar despachos, relatórios e pareceres,
h) Assumir a direcção das investigações de maior tendo em vista preparar a tomada de decisão
complexidade; superior sobre medidas de prevenção e inves-
i) Controlar a legalidade e a adequação das opera- tigação criminal.
ções, acções, diligências e actos de prevenção i) Remeter ao Departamento de Informação
e investigação criminal; Criminal e de Polícia Técnica os elementos
j) Elaborar despachos, relatórios e pareceres; susceptíveis de registo e tratamento;

k) Participar em reuniões, comissões e grupos de j) Executar outras tarefas de investigação criminal


trabalho, tendo em vista preparar a tomada que lhe forem determinadas pelos superiores
de decisão superior sobre medidas de preven- hierárquicos;
ção e investigação criminal ou de gestão que k) Colaborar em acções de formação;
interessem à organização e funcionamento da
l) Substituir o coordenador de investigação nas
Polícia Judiciária;
suas faltas e impedimentos.
l) Exercer o poder disciplinar nos termos do dis- Artigo 69º
posto na lei;
Competência dos inspectores
m) Colaborar em acções de formação;
Compete ao Inspector executar, sob orientação supe-
n) Elaborar, até 31 de Janeiro, o relatório anual de rior, os serviços de prevenção e de investigação criminal
actividade da secção; de que seja incumbido, nomeadamente:

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711 I SÉRIE — NO 31 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 18 DE AGOSTO DE 2008

a) Realizar operações, acções, diligências e actos serviços da Polícia Judiciária, se entender que, da apre-
de investigação criminal e os correspondentes ciação dos dados referidos no n.º 3 do artigo anterior,
actos processuais; existe matéria indiciária que o justifique, indicando o
b) Proceder a vigilâncias ou detenções; âmbito e o objecto de incidência.

c) Pesquisar, recolher, compilar, tratar e remeter às 2. A realização desses inquéritos ou sindicâncias tam-
respectivas unidades a informação criminal com bém pode ser efectuada por solicitação do membro do
menção expressa na investigação em curso; Governo responsável pela área da justiça ou por proposta
do director nacional, cabendo, em todos os casos, ao Mi-
d) Elaborar relatórios, informações, mapas, gráfi-
nistério Público a instrução dos processos disciplinares
cos e quadros;
que devam seguir-se, sendo, no seu termo, submetidos a
e) Executar outras tarefas de investigação criminal decisão daquele membro do Governo.
que lhe forem superiormente determinadas;
3. O Director nacional pode ordenar a realização de
f) Colaborar em acções de formação; inquéritos, averiguações, inspecções e sindicâncias aos
g) Conduzir viaturas de serviço quando superior- serviços da Policia Judiciária, para verificar o grau de
mente autorizado. cumprimento e implementação das orientações e decisões
que visam a melhoria e eficácia dos serviços.
CAPÍTULO III
Fiscalização e Disciplina 4. As conclusões obtidas deverão ser dadas a conhecer ao
membro do Governo responsável pela área da Justiça.
Artigo 70º
Fiscalização Artigo 72º

1. A actividade da Polícia Judiciária é fiscalizada pelo Regime disciplinar


Ministério Público, nos termos dos números seguintes.
1. O regime disciplinar rege-se pelos princípios e nor-
2. O Ministério Público exerce uma acção fiscalizadora mas estabelecidos no Regulamento Disciplinar da Polícia
permanente da actividade da Polícia Judiciária, cuja Judiciária.
natureza e âmbito se definem pelos seguintes aspectos
fundamentais: 2. Os funcionários têm o dever de comunicar por es-
crito ao superior hierárquico competente os factos do
a) É inerente à dependência funcional prevista no
seu conhecimento que constituam infracção disciplinar.
n.º 1 do artigo 2º;
b) Decorre da direcção da instrução penal legalmente 3. O Director Nacional, o Director Nacional Adjunto,
prevista, que cabe àquele órgão do Estado; os directores de departamentos, os Coordenadores Su-
periores e os Coordenadores de Investigação Criminal,
c) Tem como limites os poderes do membro do Governo têm competência disciplinar sobre o pessoal que lhes está
responsável pela área da justiça, que decorre do orgânica e funcionalmente subordinado.
preceituado no n.º 1 do artigo 1º, e a autonomia
no domínio do planeamento operacional e exe- 4. O âmbito da competência a que se refere o número
cução técnica das acções de investigação a que anterior é fixado pelo Regulamento Disciplinar da Polícia
se reporta o n.º 3 do artigo 2º. Judiciária, a aprovar por diploma legal do Governo.
3. O Procurador-Geral da República pode, no entanto,
CAPÍTULO IV
ordenar inspecções gerais periódicas aos processos cuja
investigação criminal respectiva seja da competência da Disposições Diversas, Transitórias e Finais
Polícia Judiciária para fiscalização de como aquela direc-
ção foi exercida e de como os actos de investigação cri- Artigo 73º
minal e da respectiva instrução penal foram praticados, Criação e reorganização de serviços
nomeadamente, quando ao cumprimento da Constituição
e das Leis que os regem e tendo em vista, ainda, apurar 1. Os serviços de Inspecções na cidade do Mindelo e
o seu grau de eficácia. na cidade da Assomada passam a ser denominados de
Departamentos de Investigação Criminal da Polícia Ju-
4. Em resultado de dados obtidos, em qualquer das diciária do Mindelo e da Assomada.
acções de fiscalização referidas nos números anteriores,
pode o Procurador-Geral da República emitir directrizes 2. É elevada a categoria de Departamento de Inves-
ou instruções genéricas que visem a melhoria da activi- tigação Criminal a Subinspecção da Polícia Judiciária
dade processual e o aumento da eficácia da investigação do Sal.
criminal.
Artigo 71º
3. Futuramente, o director nacional pode propor a
criação de novos departamentos ou serviços, além dos
Inquéritos, inspecções e sindicâncias
previstos no artigo 14º ou no n.º 1 deste artigo, noutros
1. O Procurador-Geral da República pode propor ao Concelhos onde os índices de criminalidade, o justifi-
membro do Governo responsável pela área da justiça a quem, desde que estudo prévio demonstre inequívoca e
realização de inquéritos, inspecções e sindicâncias aos cumulativamente:

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I SÉRIE — NO 31 « B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 18 DE AGOSTO DE 2008 712

a) A existência desses índices de criminalidade; Decreto-Legislativo nº 2/2008


b) A impossibilidade real de proceder com eficácia De 18 de Agosto
às respectivas investigações no quadro das Através do Decreto Legislativo nº 5/93, de 12 de Maio,
competências territoriais previstas neste di- foi aprovado o Estatuto do Pessoal da Policia Judiciária e
ploma; definido o seu quadro de pessoal, com o respectivo Plano
c) A previsão fundamentada de disponibilidade de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS).
material de manutenção ao longo do tempo de Volvidos 15 anos, é evidente a necessidade da sua adequa-
meios adequados ao cumprimento dos objectivos ção à realidade presente. Com efeito, constitui preocupação
visados com a criação do novo departamento. do Governo dotar a Polícia Judiciária de capacidade para
4. A criação dos novos departamentos é efectuada responder eficazmente aos desafios que uma criminalidade
por diploma do Governo, ouvido o Procurador-Geral da cada vez mais complexa e organizada coloca.
República, nomeadamente sobre o referido na alínea a) Da sua actuação sairá reforçado o sentimento de se-
do número anterior. gurança dos cidadãos.
5. O director nacional, quando as circunstâncias o Para a prossecução desse objectivo são necessários
justificarem, pode, a pedido do Procurador-Geral da meios materiais e adequados recursos humanos, nos
República, proceder ao destacamento do pessoal da in- planos quantitativo e qualitativo, e uma estrutura or-
vestigação criminal para coadjuvar o Ministério Público
ganizativa flexível e bem dimensionada.
nas comarcas onde não se encontram sedeados departa-
mentos de investigação criminal. Nesse sentido, procede-se à alteração do Estatuto do
Pessoal da Policia Judiciária, pretendendo com isso,
6. Os departamentos referidos neste artigo ficam di-
por um lado, uma reestruturação adequada à realidade
rectamente dependentes do director nacional.
actual, e por outro, a dignificação do seu pessoal, esta-
Artigo 74º belecendo regras mais objectivas quanto à execução e a
Regulamentação valorização da vertente profissional.
Serão objectos de regulamentos orgânicos específicos, Assim, considera-se o pessoal de investigação criminal
sempre que se mostrar necessário, os demais aspectos não como um corpo especial, constituído em quadro privativo,
expressamente regulados por este diploma, respeitantes do qual também passam a fazer parte o pessoal de apoio
à organização, atribuições, direcção e funcionamento dos à investigação criminal.
serviços.
Ainda com vista à dignificação do pessoal de apoio à
Artigo 75º investigação criminal, entendeu-se alterar a actual no-
Legislação complementar menclatura dos cargos existentes, passando o respectivo
quadro a ser constituído por especialista superior, espe-
O Regulamento Disciplinar, o Regulamento de Clas-
cialista superior adjunto e especialista auxiliar.
sificação e Louvores e o Regulamento de Colocações, são
aprovados por diploma próprio no prazo de noventa dias Igualmente se contempla a existência de cargos de
após a aprovação do presente diploma. chefia no pessoal de apoio, com as categorias de chefe de
Artigo 76º sector e chefe de núcleo.
Norma revogatória Também é alterada a nomenclatura existente re-
lativamente às categorias do pessoal de investigação
É revogado o Decreto-Legislativo nº 4/93, de 12 de
criminal, passando o referido quadro a ser constituído
Maio, que aprovou a orgânica da Polícia Judiciária,
por Coordenadores Superiores de Investigação Criminal,
com as alterações introduzidas pelo Decreto-Legislativo
Coordenadores de Investigação Criminal, Inspectores
nº 5/97, de 5 de Maio.
Chefes e Inspectores tendo em vista, a um tempo, a
Artigo 77º adequação da nomenclatura desses cargos ao direito
Entrada em vigor comparado e, a outro tempo, a valorização e dignificação
do referido pessoal.
O presente Decreto-Legislativo entra em vigor no dia
seguinte ao da sua publicação. Assim, a categoria de Coordenador de investigação
criminal corresponde à actual categoria de Inspectores,
Visto e aprovado em Conselho de Ministros.
de Inspectores chefes à de Subinspectores, de Inspector
José Maria Pereira Neves – Marisa Helena do Nasci- a de Agente. Foi ainda criada, uma nova categoria, a de
mento Morais. Coordenadores Superiores de Investigação Criminal.
Promulgado em 13 de Agosto de 2008. Em matéria de provimento, sem prejuízo da estrita ob-
Publique-se. servância dos princípios e regras que informam o regime
geral das bases da função pública na matéria, adopta-se
O Presidente da República, PEDRO VERONA um sistema próprio de recrutamento que procura compa-
RODRIGUES PIRES. tibilizar as exigências de uma gestão previsional flexível
Referendado em 14 de Agosto de 2008. com o princípio da igualdade de oportunidades e maior
grau de exigência no acesso à carreira de investigação
O Primeiro-Ministro, José Maria Pereira Neves. criminal.

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Ciente de que os fenómenos da criminalidade são cada a) Pessoal de investigação criminal;


vez mais complexos e demandam conhecimentos mais
b) Pessoal de chefia de apoio à investigação crimi-
consentâneos com as exigências actuais, atendendo ainda
nal;
à necessidade de uma melhor qualificação do pessoal de
investigação criminal enquanto policia cientifica, pas- c) Pessoal de apoio à investigação criminal.
sa-se a exigir uma formação universitária com grau de
4. A Policia Judiciária dispõe ainda de lugares do
licenciatura ou equivalente para o ingresso na carreira
quadro comum a serem preenchidos por funcionários de
de investigação criminal em detrimento da actual, do
outros departamentos da Administração Pública ou por
11º ano de escolaridade ou equivalente, salvaguarda-
oficiais de justiça, recrutados através dos mecanismos de
se naturalmente um regime transitório com relação ao
mobilidade, nos termos da lei.
quadro ora existente.
CAPÍTULO II
Consequentemente, introduzem-se requisitos mais
exigentes para o acesso à carreira do pessoal de investi- Corpo Especial da Polícia Judiciária
gação criminal, adequados ao perfil exigente deste corpo Artigo 3º
de polícia criminal. Cargos e carreiras
Também são criados mecanismos que incentivam a O quadro de pessoal referido no número 2 do artigo
procura permanente da formação e qualificação profis- anterior compreende as seguintes categorias:
sional do pessoal da polícia judiciária.
a) Pessoal de investigação criminal:
Aproveita-se a oportunidade para adequar a estrutura
dos cargos, carreiras e salários à nova filosofia subjacente i. Coordenador Superior de Investigação Crimi-
à reforma do regime geral da administração pública em nal;
curso, permitindo-se que o desenvolvimento na carreira ii. Coordenador de Investigação Criminal;
se faça com prevalência do mérito e apenas na vertical,
por forma a adaptar o quadro do pessoal da Polícia Judici- iii. Inspector Chefe;
ária aos desafios que lhe são colocados por uma desejada iv. Inspector.
modernização administrativa.
b) Pessoal de apoio à investigação criminal:
Sem embargo, a concretização dos objectivos acima
enunciados depende, em boa parte, de um estatuto re- i. Chefe de sector;
muneratório dignificante e motivador para uma missão ii. Chefe de núcleo;
difícil, tão desgastante quanto de risco permanente.
iii. Especialista superior.
Assim,
iv. Especialista-adjunto;
Ao abrigo da autorização legislativa concedida pela Lei
v. Especialista auxiliar;
n.º 28/VII/2008, de 21 de Abril; e
vi. Segurança;
No uso da faculdade conferida pela alínea b) do
n.º 2 do artigo 203° da Constituição, o Governo decreta vii. Auxiliar.
o seguinte: CAPÍTULO III
CAPÍTULO I Competências e Conteúdos Funcionais
Disposições Gerais Secção I
Artigo 1º Pessoal dirigente
Âmbito Artigo 4º

O presente diploma estabelece o Estatuto do Pessoal Cargos dirigentes


da Polícia Judiciária, designadamente, o plano de cargos, 1. O pessoal dirigente compreende as seguintes cate-
carreiras e salários, bem como o regime de provimentos, gorias:
direitos, deveres e incompatibilidades.
a) Director Nacional;
Artigo 2º
b) Director Nacional Adjunto;
Quadro de pessoal
c) Director de Departamento.
1. O pessoal da Polícia Judiciária integra um quadro
privativo, que constitui o corpo superior e especial da 2. As competências do pessoal dirigente são as previs-
instituição. tas na lei orgânica da Polícia Judiciária.
2. O quadro privativo tem a composição do pessoal Artigo 5º
constante dos mapas anexos, que fazem parte integrante Direcção de unidades orgânicas de investigação criminal
do presente diploma.
1. As unidades orgânicas de investigação criminal pre-
3. Pertencem ao quadro privativo da Polícia Judiciária vistas na lei orgânica da Polícia Judiciária são dirigidas
as seguintes categorias: do seguinte modo:

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a) As secções são dirigidas por coordenadores de estudos, relatórios e pareceres, representando


Investigação criminal; comissões e grupos de trabalho que exijam
conhecimentos altamente especializados ou
b) As brigadas são dirigidas por Inspectores-Che-
uma visão global da organização;
fes.
i) Colaborar em acções de formação;
2. Quando não seja possível prover a direcção das uni-
dades orgânicas referidas nos números anteriores e nos j) Colaborar nas inspecções e auditorias aos ser-
termos aí definidos, a mesma é assegurada, mediante viços;
despacho fundamentado do Director Nacional, por fun-
k) Colaborar no exercício do poder disciplinar, ins-
cionário de categoria imediatamente inferior.
truindo processos de inquérito, disciplinares
Artigo 6º e de averiguações decorrentes do exercício do
Coadjuvação poder disciplinar.
1. O pessoal de investigação criminal é coadjuvado Artigo 8º
pelos restantes funcionários, no âmbito das actividades Coordenador de investigação criminal
que legalmente forem cometidas à Polícia Judiciária.
1. Compete, em geral, ao Coordenador de Investigação
2. Os funcionários designados pela respectiva chefia Criminal:
para coadjuvar, nos termos do número anterior, actuam
na dependência dos funcionários de investigação criminal a) Representar a unidade orgânica que dirige ou
pelo tempo que for determinado pelo responsável pela chefia;
respectiva unidade orgânica de prevenção ou investiga- b) Coadjuvar directamente o director nacional e o
ção, sem prejuízo do regime que decorra das directivas e director nacional adjunto;
instruções permanentes de serviço aplicáveis.
c) Dirigir departamentos de investigação crimi-
Secção II
nal;
Pessoal de investigação criminal
d) Chefiar secções ou unidades orgânicas equiva-
Artigo 7º
lentes;
Coordenador Superior
e) Assumir a direcção das investigações de maior
1. Compete, em geral, ao Coordenador Superior: complexidade.
a) Representar a unidade orgânica que dirige; 2. Compete, em especial e designadamente, ao Coor-
b) Coadjuvar directamente o director nacional e o denador de Investigação Criminal:
director nacional adjunto; a) Elaborar o planeamento da investigação crimi-
c) Dirigir departamentos de investigação criminal nal e assegurar o respectivo controlo operacio-
ou outras unidades orgânicas equivalentes; nal;

2. Compete, em especial e designadamente, ao Coor- b) Emitir ordens e instruções de serviço tendentes à


denador Superior: execução das directivas, despachos e instruções
cuja aplicação deva assegurar;
a) Orientar e coordenar superiormente os respec-
tivos serviços; c) Distribuir os funcionários pelas unidades orgâ-
nicas que dirija;
b) Emitir ordens e instruções de serviço tendentes à
execução das directivas, despachos e instruções d) Exercer o poder disciplinar nos termos da lei.
cuja aplicação deva assegurar; e) Apresentar superiormente, até à elaboração da
c) Distribuir os funcionários pelas unidades orgâ- proposta de orçamento, o plano de activida-
nicas que dirija; des;
d) Emitir as informações e pareceres que lhe forem f) Apresentar superiormente, até 31 de Janeiro, o
solicitados; relatório anual;
e) Exercer o poder disciplinar, nos termos do dis- g) Controlar a legalidade e a adequação das opera-
posto na lei; ções, acções, diligências e actos de prevenção
e investigação criminal;
f) Apresentar superiormente, até à elaboração da
proposta de orçamento, o plano de activida- h) Elaborar despachos, relatórios e pareceres;
des; i) Participar em reuniões, comissões e grupos de
g) Apresentar superiormente, até 31 de Janeiro, o trabalho, tendo em vista preparar a tomada
relatório anual; de decisão superior sobre medidas de preven-
ção e investigação criminal ou de gestão que
h) Prestar assessoria técnica de investigação crimi-
interessem à organização e funcionamento da
nal de elevado grau de qualificação e responsa-
Polícia Judiciária;
bilidade, designadamente na área de análise
de tendências da criminalidade, elaborando j) Colaborar em acções de formação;

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k) Analisar, até 31 de Dezembro, todos os processos c) Pesquisar, recolher, compilar, tratar e remeter às
criminais pendentes e ordenar o que julgar respectivas unidades a informação criminal com
adequado para a sua regularização ou ultima- menção expressa na investigação em curso;
ção.
d) Elaborar relatórios, informações, mapas, gráfi-
Artigo 9º cos e quadros;
Inspector Chefe e) Executar outras tarefas de investigação criminal
1. Compete, em geral, ao Inspector Chefe: que lhe forem superiormente determinadas;

a) Representar a unidade orgânica que chefia; f) Colaborar em acções de formação;

b) Coadjuvar directamente os Coordenadores g) Conduzir viaturas no decurso das diligências


Superiores ou Coordenadores de Investigação processuais, quando superiormente determi-
Criminal; nado ou autorizado.
Artigo 11º
c) Chefiar brigadas ou unidades orgânicas equiva-
lentes. Estagiários

2. Compete, em especial e designadamente, ao Ins- O pessoal de investigação criminal em regime de está-


pector Chefe: gio não goza de competência própria, sendo os serviços de
que for incumbido executados sob a direcção e responsa-
a) Chefiar e orientar directamente o pessoal que bilidade do respectivo orientador de estágio.
lhe esteja adstrito; Secção III
b) Elaborar o planeamento operacional e assegurar Pessoal de chefia de apoio à investigação criminal
o respectivo controlo de execução, sem prejuízo Artigo 12º
do disposto no n.º 2 alínea a) do artigo ante-
Chefe de sector
rior;
c) Chefiar pessoalmente as diligências de inves- Ao chefe de sector compete, designadamente:
tigação criminal, planeando, distribuindo e a) Coadjuvar directamente o respectivo director;
controlando as tarefas executadas pelos ins-
b) Chefiar e orientar o desenvolvimento das acti-
pectores;
vidades da respectiva unidade orgânica;
d) Controlar e garantir o cumprimento dos prazos
c) Emitir as informações e pareceres que lhe forem
processuais e das operações, acções, diligências
solicitados pelo respectivo director;
e actos de investigação criminal, elaborando o
respectivo relatório ou o sumário especificado d) Fazer executar as directivas, despachos e ins-
concernente ao relatório detalhado elaborado truções cuja aplicação deva assegurar;
pelo inspector; e) Apresentar superiormente até 31 de Janeiro, o
e) Assegurar a remessa da informação criminal e relatório anual.
policial às respectivas unidades orgânicas; Artigo 13º

f) Elaborar despachos, relatórios e pareceres, Chefe de núcleo


tendo em vista preparar a tomada de decisão Ao chefe de núcleo compete, designadamente:
superior sobre medidas de prevenção e inves-
tigação criminal; a) Chefiar e orientar directamente o pessoal que
lhe esteja adstrito;
g) Substituir o Coordenador de Investigação Cri-
minal nas suas faltas e impedimentos; b) Assegurar o controlo da execução das activida-
des, das tarefas e dos respectivos prazos;
h) Executar outras tarefas de investigação criminal
que lhe forem determinadas pelos superiores c) Emitir as informações que lhe forem solicitadas
hierárquicos; superiormente.
Secção IV
i) Colaborar em acções de formação.
Pessoal de apoio à investigação criminal
Artigo 10º
Artigo 14º
Inspectores
Especialista superior
Compete ao Inspector executar, sob orientação supe-
Ao especialista superior compete, designadamente:
rior, os serviços de prevenção e de investigação criminal
de que seja incumbido, nomeadamente: a) Prestar assessoria cientifica, técnica ou pericial,
designadamente nos domínios jurídico, médico,
a) Realizar operações, acções, diligências e actos
psicológico, económico, financeiro, bancário,
de investigação criminal e os correspondentes
contabilístico ou de mercado de valores mobili-
actos processuais;
ários, da criminalística, das telecomunicações,
b) Proceder a vigilâncias e detenções; da informática, da informação pública e dos

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estudos de prevenção, do planeamento e da Artigo 18º


organização, da documentação, da tradução Auxiliar
técnica e interpretação e da gestão e admi-
nistração dos recursos humanos, financeiro Ao pessoal auxiliar compete, designadamente, exe-
e patrimonial e de apoio geral no âmbito das cutar, a partir de instruções superiores, todo o apoio à
actividades de prevenção e investigação crimi- unidade orgânica em que se encontra colocado.
nal e da coadjuvação judiciária; CAPÍTULO IV

b) Participar em reuniões, comissões e grupos de Provimentos

trabalho; Secção I

c) Elaborar estudos e pareceres; Disposições gerais


Artigo 19º
d) Conceber, adaptar e ou aplicar métodos e pro-
cessos técnico-científicos; Recrutamento e selecção de pessoal

e) Recolher e tratar informação para divulgação 1. O ingresso e o acesso no quadro privativo do pessoal
nas áreas de interesse para a Polícia Judiciá- da Policia Judiciária efectua-se nos termos do presente
ria; diploma, do regulamento de concursos aprovado por
portaria conjunta dos membros do Governo responsáveis
f) Utilizar os equipamentos e os meios disponíveis pelas áreas da justiça e da Administração Pública (AP)
necessários à execução das suas tarefas e zelar e, supletivamente, do regime geral da AP.
pela respectiva guarda, segurança e conserva-
ção; 2. Em igualdade de circunstâncias, no provimento dos
lugares do quadro privativo preferem os funcionários da
g) Colaborar em acções de formação. Polícia Judiciária.
Artigo 15º
3. Quando o provimento de lugares depender de apro-
Especialista-adjunto superior vação em curso de formação, formação em serviço ou
Ao Especialista-adjunto superior compete apoiar os estágio, os candidatos serão graduados de acordo com o
especialistas superiores, designadamente, executar, a aproveitamento que neles tenham obtido.
partir de instruções, trabalhos de apoio aos especialistas Artigo 20º
superiores, nos domínios da polícia científica, da polícia Estágio
técnica, da criminalística, das telecomunicações, da in-
formática, da perícia financeira e contabilística e gestão 1. O estágio para o ingresso no quadro da Policia Ju-
administrativa, financeira, patrimonial e de recursos diciária tem a duração de um ano, sem prejuízo de, por
humanos. despacho do Ministro da Justiça, sob proposta do Director
Nacional, atentas razões de conveniência para o serviço,
Artigo 16º
poder ser reduzido para nove meses.
Especialista auxiliar
2. Caso seja considerado apto, o estagiário, findo o
Ao especialista auxiliar compete, designadamente, período de estágio, é nomeado definitivamente.
executar, a partir de instruções superiores, todo o pro-
Artigo 21º
cessamento de apoio relativo à unidade orgânica em que
se encontra colocado. Provisoriedade do provimento

Artigo 17º 1. O provimento de lugares do quadro, quando não


Núcleo de Segurança precedido de estágio, tem carácter provisório pelo período
de um ano, após o qual o funcionário é provido definiti-
Ao pessoal do núcleo de segurança compete: vamente se houver revelado aptidão.
a) Assegurar a defesa das instalações e dos funcio- 2. Se o funcionário, no período referido no número
nários que nelas trabalham; anterior, não revelar aptidão, pode ser exonerado a
b) Prevenir atentados, roubos, incêndios e inunda- qualquer momento.
ções; Artigo 22º

c) Controlar o acesso de pessoas aos edifícios e pro- Contrato a termo e de prestação de serviço
teger individualidades; 1. Em caso de impossibilidade de recrutamento através
d) Apoiar a investigação criminal, nomeadamente, dos mecanismos normais previstos no presente diploma
na protecção de testemunhas, no transporte e quando esteja em causa a satisfação de necessidades
e guarda de detidos, de material apreendido específicas, pode o membro do governo responsável pela
e valores; área da Justiça, mediante parecer prévio do serviço
central competente do departamento governamental que
e) Colaborar em acções de formação;
tutela a administração pública, autorizar a admissão de
f) O mais que resultar da lei ou das directivas e pessoal de apoio à investigação criminal, por contrato de
instruções dos órgãos e entidades dirigentes trabalho a termo certo, ou ainda em regime de prestação
da Polícia Judiciária. de serviço.

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2. A forma de remuneração deste pessoal é estabelecida Artigo 25º


pelo membro do Governo responsável pela área da justiça, Dispensa de publicação
sob proposta do Director Nacional, sendo os respectivos
1. A publicação da nomeação do pessoal de investigação
encargos inscritos no orçamento privativo da Polícia Ju-
criminal no Boletim Oficial ou por outras modalidades
diciária, em rubrica específica, gerida pessoalmente pelo
de divulgação pública pode ser dispensada por despacho
Director Nacional, que pode delegar esta competência.
fundamentado do membro do governo responsável pela
3. O recrutamento do pessoal de perícia é efectuado área da Justiça, quando razões excepcionais de segurança
em comissão de serviço, nos termos do regime geral, pre- o aconselhem.
ferencialmente de entre funcionários da Administração
2. Sempre que razões de urgente conveniência de servi-
directa ou indirecta do Estado ou da Administração local ço assim o aconselhem, mediante despacho devidamente
autárquica. fundamentado do membro do Governo que responde pela
4. Para satisfação de necessidades específicas, podem área da Justiça, pode a nomeação para lugares de ingres-
ser colocados, temporariamente, na Polícia Judiciária, em so produzir efeitos, com a posse do funcionário, antes da
regime de requisição ou de destacamento, os técnicos da sua publicação no Boletim Oficial.
Inspecção-Geral das Finanças e de outros serviços inspec- 3. Nos casos referidos nos números antecedentes fica
tivos por despacho conjunto dos membros do Governo res- dispensado o visto prévio do Tribunal de Contas.
ponsáveis pelas áreas da Justiça e da tutela respectiva,
Artigo 26º
sem dependência de quaisquer outras formalidades.
Antiguidade
5. Podem ainda ser colocados na Policia Judiciária
para satisfação das necessidades específicas, em regime 1. Salvo nos casos de ingresso no quadro, a antiguidade
de requisição ou de destacamento os oficiais de justiça ou do pessoal da Polícia Judiciária nas respectivas catego-
de outros funcionários na directa dependência do membro rias conta-se a partir da data do respectivo despacho
do Governo responsável pela área da Justiça, ou sob a de nomeação, observando-se a ordem de graduação em
sua direcção superior, quando razões de serviço o acon- concurso, se for caso disso.
selhem, designadamente de acumulação processual, sem 2. A Direcção Nacional deve organizar até 31 de Janeiro
dependência de quaisquer outras formalidades. de cada ano listas de antiguidade dos seus funcionários,
Artigo 23º com referência a 31 de Dezembro do ano anterior.
Estágios académicos 3. As listas de antiguidade, depois de aprovadas, devem
ser publicadas em Ordem de Serviço, para consulta dos
1. O director nacional pode propor ao membro do interessados.
Governo responsável pela área da Justiça a admissão
em regime de contrato de prestação de serviço, de es- 4. Da organização das listas cabe reclamação para o
tagiários oriundos das universidades e das escolas e Director Nacional, a deduzir no prazo de 15 (quinze) dias
institutos universitários e politécnicos, no âmbito da sua úteis contados da sua publicitação, podendo o reclamante
formação académica ou de pós-graduação nos domínios juntar os documentos que entenda convenientes.
que interessem à sua actividade e, designadamente, à Artigo 27º
perícia médico-legal, à perícia científica, à criminalística, Desenvolvimento na carreira
à informática e à documentação.
1. Constitui requisito indispensável para desenvolvi-
2. Os estagiários admitidos nos termos do número an- mento na carreira a classificação de serviço mínima de
terior desenvolvem as suas tarefas de forma científica e Bom.
tecnicamente subordinada e ficam obrigados aos deveres
2. Para o pessoal de investigação Criminal e de apoio
de sigilo e segredo profissional.
a investigação criminal, a mudança de nível opera-se
3. Os estagiários com mais de um ano de estágio e logo que verificado o requisito de 3 (três) anos de bom e
avaliados positivamente gozam do direito de preferência, efectivo serviço no nível em que o funcionário se encontrar
em igualdade de circunstâncias, nos concursos a que se posicionado, independente de qualquer outro requisito.
candidatem para ingresso no quadro privativo da Policia 3. O pessoal auxiliar integra a carreira horizontal do
Judiciária. pessoal de apoio à investigação criminal.
Artigo 24º Artigo 28º
Autorização excepcional Diuturnidade
Sob proposta do Director Nacional, o recrutamento e O funcionário que atinja o topo da categoria em que
a selecção de pessoal para a Polícia Judiciária podem está integrado, mas que em razão da lei ou de outro
ser realizados em condições extraordinárias, segundo motivo relevante, não possa aceder a quaisquer outras
critérios a definir por despacho dos membros do Gover- categorias, é-lhe atribuído, a título de compensação, um
no responsáveis pelas áreas da Justiça, das Finanças e subsídio de diuturnidade correspondente a 10%, 20% e
da Administração pública, quando se revele inadiável o 30% sobre a remuneração base, após 15 (quinze), 20 (vin-
reforço dos quadros de pessoal e não seja possível, por te) e 25 (vinte e cinco) anos de serviço na categoria em que
razões ponderosas, devidamente fundamentadas, prover se encontrar, desde que tenha avaliação de desempenho
os lugares através de concurso. e de produtividade mínima de Bom.

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CAPITULO V Secção II

Regras de Provimento Pessoal de investigação criminal

Subsecção I
Secção I
Regime de ingresso
Pessoal dirigente
Artigo 33º
Artigo 29º
Ingresso nas carreiras de investigação criminal
Regra geral
1. O ingresso na carreira de investigação criminal faz-
1. Os cargos dirigentes e de chefia dos Departamentos se na categoria de inspector, mediante concurso.
de Investigação Criminal são providos em comissão de 2. Os candidatos que se encontrem nomeados definiti-
serviço, por períodos de 3 (três) anos, renováveis nos vamente nos quadros da Administração Central e Local
termos da lei geral.
e frequentarem o curso de formação para ingresso na
2. A renovação da comissão de serviço deve ser comu- carreira de investigação criminal e o respectivo estágio,
nicada ao interessado até 30 (trinta) dias antes do seu consideram-se em regime de comissão extraordinária
termo, cessando a mesma automaticamente no final do de serviço, conservando o direito à percepção das remu-
respectivo período se a entidade competente para a nome- nerações de origem, a ser pago pela Policia Judiciária
ação não tiver manifestado expressamente a intenção de até à tomada de posse como inspector, abrindo vaga no
a renovar, caso em que o titular se mantém no exercício respectivo quadro.
de funções de gestão corrente até à nomeação do novo Artigo 34º
titular do cargo.
Requisitos para o ingresso
3. A comissão de serviço pode ser dada por finda a 1. São requisitos para o ingresso na carreira do pessoal
qualquer momento, mediante despacho fundamentado da de investigação criminal:
entidade competente para a nomeação, por sua iniciativa,
sob proposta do director nacional ou a requerimento do a) Ser cidadão cabo-verdiano;
interessado. b) Ter idade não inferior a 21 (vinte e um) anos
Artigo 30º nem superior a 35 (trinta e cinco) anos à data
da publicação do aviso de abertura do concurso
Director Nacional
no Boletim Oficial;
O cargo de director nacional é provido, por resolução c) Estar no pleno gozo dos seus direitos civis e
do Conselho de Ministros, de entre titulares de formação políticos;
universitária, com o grau de licenciatura ou equivalente,
de reconhecida competência e idoneidade, de preferência d) Possuir formação universitária com grau de
Magistrados Judiciais ou do Ministério Público, com pelo licenciatura ou equivalente oficialmente re-
menos 5 (cinco) anos de serviço na categoria. conhecida em área adequada às funções da
Policia Judiciária;
Artigo 31º
e) Ter boa conduta cívica e moral;
Director Nacional Adjunto
f) Não ter antecedentes criminais e policiais;
O cargo de Director Nacional Adjunto é provido, por
despacho do membro do Governo responsável pela área g) Ter robustez física e não padecer de doença
da Justiça, sob proposta do Director Nacional, de entre infecto-contagiosa,
coordenadores superiores de investigação criminal, co- h) Ter sido aprovado em concurso de provas prá-
ordenadores de investigação criminal com pelo menos ticas, psicotécnicas, entrevistas e formação
5 (cinco) anos de serviço na categoria, magistrados ju- de acordo com o previsto no regulamento de
diciais ou do Ministério Público e titulares de formação concurso da Policia Judiciária;
universitária, com grau de licenciatura ou equivalente,
de reconhecida competência profissional, idoneidade e i) Satisfazer os demais requisitos estabelecidos na
experiência para o exercício do cargo. lei para nomeação de funcionários do Estado e
no regulamento de concurso da Policia Judici-
Artigo 32º
ária.
Director de Departamento
2. Pode ainda ser exigida como requisito a titularidade
Os cargos de Director de Departamento são providos, da carta de condução de automóveis ligeiros.
por despacho membro do Governo responsável pela área Artigo 35º
da Justiça, sob proposta do Director Nacional, de entre
Formação para carreira de investigação criminal
indivíduos titulares com formação universitária com grau
de licenciatura ou equivalente, com pelo menos 3 (três) 1. Os candidatos seleccionados em concurso de ingresso
anos de serviço na carreira, de reconhecida idoneidade, sujeitam-se a frequência de um curso de formação ade-
competência profissional e experiência para o exercício quada às funções da Policia Judiciária, nos termos do
de funções. respectivo regulamento.

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2. Em caso de desistência justificada, os candidatos a) Coordenador de investigação criminal de nível I;


mencionados no n.º 2 do artigo 33º são imediatamente
b) Coordenador de investigação criminal de nível II;
reintegrados nos anteriores cargos ou funções, sem perda
de antiguidade ou de quaisquer direitos ou regalias. c) Coordenador de investigação criminal de nível III;
3. Os candidatos referidos no número 2, que desistirem 2. Os lugares de coordenador de investigação crimi-
injustificadamente ou forem excluídos do estágio ou curso nal de nível III são providos de entre coordenadores de
por inaptidão, têm direito à reintegração no serviço e investigação criminal de nível II, com 5 (cinco) anos de
quadro de origem, mas o tempo de frequência do curso e serviço no nível, com classificação de serviço de Bom e
do estágio é descontado na antiguidade. frequência, com aproveitamento, de pelo menos, 2 (duas)
4. Os candidatos admitidos aos cursos de formação vin- acções de formação especializada na categoria.
culam-se a permanecer em funções na Polícia Judiciária
3. Os lugares de coordenador de investigação crimi-
por um período mínimo de cinco anos após a conclusão
nal de nível II são providos de entre coordenadores de
da formação, e em caso de abandono ou desistência injus-
investigação criminal de nível I, com 4 (quatro) anos de
tificada a indemnizar o Estado dos custos de formação,
serviço no nível, com classificação de serviço de Bom e
remunerações e gratificações que lhes forem imputados
frequência, com aproveitamento, de pelo menos, uma
relativamente ao período de formação e de estágio.
acção de formação especializada na categoria.
Artigo 36º
Vinculação durante a formação 4. Os lugares de coordenador de investigação criminal
de nível I são providos de entre os inspectores chefes de
Fora dos casos contemplados no nº 2 do artigo 33º os nível IV, habilitados com licenciatura em áreas adequa-
candidatos admitidos para formação na carreira da in- das às funções da Policia Judiciária e com classificação
vestigação criminal são providos, durante o respectivo de Bom com Distinção, aprovados em concurso e em curso
curso, em regime de emprego, mediante contrato a termo, ou estágio adequados.
com direito è remuneração mensal equivalente a metade
da categoria do ingresso na carreira, o qual vigora até Artigo 39º
a tomada de posse no lugar ou à decisão que considere, Inspector Chefe
durante ou no termo da acção formativa, ter o candidato
revelado inaptidão para o cargo. 1. A categoria de Inspector Chefe compreende 4 (qua-
tro) níveis:
Subsecção II
Regime de acesso a) Inspector Chefe de nível I;
Artigo 37º b) Inspector Chefe de nível II;
Coordenadores superiores de investigação criminal
c) Inspector Chefe de nível III;
1. A categoria de coordenador superior compreende
d) Inspector Chefe de nível IV.
dois níveis:
a) Coordenador superior de investigação criminal 2. Os lugares de Inspector Chefe de nível IV são pro-
de nível I; vidos de entre Inspector Chefe de nível III, com 3 (três)
anos de serviço no nível, classificação de serviço de Muito
b) Coordenador superior de investigação criminal
Bom, e frequência, com aproveitamento, de pelo menos, 2
de nível II;
(duas) acções de formação especializada na categoria.
2. Os lugares de coordenador superior de nível II são
providos de entre coordenadores superiores de nível I, 3. Os lugares de Inspector Chefe de nível III são provi-
com 5 (cinco) anos de serviço no nível, com classificação dos de entre Inspector Chefe de nível II, com 4 (quatro)
de Bom e frequência, com aproveitamento, de pelo menos, anos de serviço no nível, classificação de serviço de Bom,
1 (uma) acção de formação especializada na categoria. e frequência, com aproveitamento, de pelo menos, 1 (uma)
acção de formação especializada na categoria.
3. Os lugares de coordenador superior de nível I são
providos de entre coordenadores de investigação criminal 4. Os lugares de Inspector Chefe de nível II são pro-
de nível III, com 4 (quatro) anos de serviço no nível, com vidos de entre Inspector Chefe de nível I, com 3 (três)
classificação de Muito Bom, mediante concurso de provas anos de serviço no nível, classificação de serviço de Bom,
de selecção, que consistem na apreciação do currículo e frequência, com aproveitamento, pelo menos, 1 (uma)
profissional do candidato e de um trabalho versando um acção de formação especializada na categoria
tema que estabeleça uma clara e nítida correlação com
5. Os lugares de Inspector Chefe de nível I são providos
a função de polícia criminal, sendo factor preferencial
de entre inspectores de nível IV, com classificação de
a chefia de um departamento de investigação criminal
Bom com Distinção, aprovados em concurso e em curso
durante pelo menos 1 (um) ano e frequência de uma acção
de formação específica para chefias superiores. ou estágio adequados.
Artigo 38º Artigo 40º

Coordenadores de investigação criminal Inspectores

1. A categoria de coordenadores de investigação crimi- 1. A categoria de Inspectores compreende 4 (quatro)


nal compreende três níveis: níveis:

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I SÉRIE — NO 31 « B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 18 DE AGOSTO DE 2008 720

a) Inspector de nível I; a) Especialistas-adjuntos superiores, com 3 (três)


anos de serviço na carreira e classificação de
b) Inspector de nível II;
serviço mínima de bom;
c) Inspector de nível III;
b) Especialistas auxiliares, com 6 (seis) anos de
d) Inspector de nível IV. serviço na carreira e classificação de serviço
mínima de bom;
2. Os lugares de Inspectores de nível IV são providos
de entre Inspectores de nível III, com 4 (quatro) anos de c) Segurança, com pelo menos 6 (seis) anos de
serviço no nível, classificação de serviço de Muito Bom, e serviço na carreira, e classificação de serviço
frequência, com aproveitamento, de pelo menos 2 (duas) mínima de bom.
acções de formação especializada na categoria. Secção IV

3. Os lugares de Inspectores de nível III são providos de Pessoal de apoio à investigação criminal
entre Inspectores de nível II, com 3 (três) anos de serviço Artigo 44º
no nível, classificação de serviço de Bom, e frequência,
Regra geral
com aproveitamento, de pelo menos 1 (uma) acção de
formação especializada na categoria. 1. O ingresso nas carreiras do pessoal de apoio à in-
vestigação criminal faz-se no nível I, precedido de um
4. Os lugares de Inspectores de nível II são providos de período de estágio.
entre Inspectores de nível I, com 3 (três) anos de serviço
no nível, classificação de serviço de Bom, e frequência, 2. Nas situações de mobilidade, é condição de ingresso
com aproveitamento, pelo menos, uma acção de formação nas carreiras a classificação mínima de Bom nos anos
especializada na categoria. relevantes para a mesma.
Artigo 45º
5. Os Inspectores de nível I são providos por nomeação,
nos termos do disposto no artigo 34º. Ingresso nas carreiras de apoio à investigação criminal

Secção III 1. O estágio para ingresso nas carreiras do pessoal


Pessoal de chefia de apoio à investigação criminal de apoio a investigação criminal obedece às seguintes
regras:
Artigo 41º
a) A admissão ao estágio faz-se por concurso;
Regra geral
b) O estágio tem carácter probatório e deve integrar
1. Os cargos de chefia do pessoal de apoio à investigação
a frequência de cursos directamente relaciona-
criminal são providos, em regime de comissão de serviço,
dos com as funções a exercer;
mediante despacho do Director Nacional, por períodos de
3 (três) anos, renováveis por iguais períodos. c) O estágio tem a duração de 6 (seis) meses, podendo
ser reduzido para metade ou dispensado por
2. A renovação da comissão de serviço deve ser comu-
razões de conveniência de serviço;
nicada ao interessado até 30 (trinta) dias antes do seu
termo, cessando a mesma automaticamente no final do d) A frequência do estágio confere ao estagiário o
respectivo período se o director nacional não tiver mani- direito a uma bolsa nos termos estabelecidos
festado expressamente a intenção de a renovar, caso em por portaria conjunta dos membros do Governo
que o titular se mantém no exercício de funções de gestão responsáveis pelas áreas da Justiça e Finan-
corrente até à nomeação do novo titular do cargo. ças, no caso de indivíduos não vinculados à
Função Pública, e em regime de comissão de
3. A comissão de serviço pode ser dada por finda a
serviço extraordinária, caso exista vínculo;
qualquer momento por despacho fundamentado do Di-
rector Nacional, por sua iniciativa ou a requerimento do e) Os estagiários aprovados são providos a título
interessado. definitivo na respectiva carreira e os não apro-
vados regressam imediatamente ao lugar de
Artigo 42º
origem quando se trate de indivíduos vincula-
Chefe de Sector dos à função pública;
O cargo de chefe de sector é provido de entre: f) A não aprovação nos cursos de formação inicial
a) Especialistas superiores, com 3 (três) anos de previstos na parte final da alínea b) têm os
serviço na carreira e classificação de serviço efeitos previstos na alínea anterior.
mínima de bom; 2. A avaliação e classificação do estágio são determi-
b) Especialistas adjuntos superiores, com 6 (seis) nadas:
anos de serviço na carreira e classificação de a) Pela classificação de serviço, atribuída nos termos
serviço mínima de bom. regulamentares, na qual se tem em conside-
Artigo 43º ração, sempre que possível, os resultados da
formação profissional, considerando-se apro-
Chefe de núcleo
vados os estagiários com classificação igual ou
O cargo de chefe de núcleo é provido de entre: superior a Bom;

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721 I SÉRIE — NO 31 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 18 DE AGOSTO DE 2008

b) Pela classificação de serviço e pela classificação 3. Os lugares de especialista auxiliar de nível II são
obtida nos cursos, nos casos de frequência providos de entre especialistas auxiliares de nível I, com
obrigatória de cursos de formação inicial. 4 (quatro) anos de serviço no nível, com classificação de
Bom, que consiste na apreciação e discussão do currículo
3. O tempo de estágio, quando seguido de provimento
profissional do candidato, e de entre indivíduos habilita-
definitivo, é contado como prestado na carreira.
dos com 12.º ano de escolaridade e formação específica.
Artigo 46º
4. Os lugares de especialista auxiliar de nível III são
Especialista superior
providos de entre especialistas auxiliares de nível II,
1. A carreira de especialista superior compreende 3 com 5 (cinco) anos de serviço no nível, com classificação
(três) níveis. de Muito Bom, que consiste na apreciação do currículo
profissional do candidato.
a) Especialista superior de nível I;
Secção V
b) Especialista superior de nível II;
Carreiras de segurança e de auxiliar
c) Especialista superior de nível III.
Artigo 49º
2. Os lugares de especialista superior de nível I são Carreira de segurança
providos de entre indivíduos habilitados com licenciatura
adequada às funções da Policia Judiciária. 1. A carreira do pessoal do núcleo de segurança com-
preende 3 (três) níveis:
3. Os lugares de especialista superior de nível II são
providos de entre especialistas superiores de nível I, a) Segurança de nível I;
com 4 (quatro) anos de serviço nessa categoria e com b) Segurança de nível II;
classificação de Bom.
c) Segurança de nível III.
4. Os lugares de especialista superior de nível III são
providos de entre especialistas superiores de nível II, 2. O ingresso na carreira de segurança faz-se na catego-
com 5 (cinco) anos de serviço no nível, com classificação ria de nível I, de entre indivíduos habilitados com 12.º ano
de Muito Bom, mediante a realização de concurso de de escolaridade ou equivalente, com idade compreendida
provas de selecção, que consistem: entre 21 e 30 anos, possuidores de carta de condução de
veículos ligeiros, aprovados em curso adequado, salvo se
a) Apreciação do currículo profissional do candidato; desempenhavam as mesmas funções na policia nacional,
b) Avaliação de um trabalho versando um tema caso em que ficam dispensados.
que estabeleça uma clara e nítida correlação 3. Os lugares de segurança de nível II são providos de
com a função. entre seguranças de nível I, com 4 (quatro) anos de per-
Artigo 47º manência de serviço no nível, com classificação de Bom e
Especialista Adjunto Superior
mediante procedimento interno de selecção, que consiste
na apreciação do currículo profissional.
1. A carreira de especialista adjunto superior compre-
ende 2 (dois) níveis: 4. Os lugares de segurança de nível III são providos
de entre seguranças de nível II, com 5 (cinco) anos de
a) Especialista adjunto superior de nível I; permanência de serviço no nível, com classificação de
b) Especialista adjunto superior de nível II; Muito Bom e mediante realização de concurso de provas
públicas, que consiste na apreciação do currículo profis-
2. Os lugares de especialista adjunto superior de nível sional do candidato.
I são providos de entre indivíduos habilitados com curso
Artigo 50º
superior que não confere o grau de licenciatura.
Carreira do pessoal auxiliar
3. Os lugares de especialista adjunto superior de nível
II são providos de entre especialistas adjuntos superiores A carreira de auxiliar integra a carreira horizontal
de nível I, com 4 (quatro) anos de serviço no nível, com do pessoal de apoio à investigação criminal, conforme
classificação de Muito Bom. mapa anexo.
Artigo 48º CAPÍTULO VI

Especialista auxiliar Disposições Especiais


Secção I
1. A carreira de especialista auxiliar compreende 3
(três) níveis. Colocações e transferências
Artigo 51º
a) Especialista auxiliar de nível I;
Colocação de pessoal
b) Especialista auxiliar de nível II;
1. A colocação do pessoal em determinado departa-
c) Especialista auxiliar de nível III
mento não obsta à sua deslocação ou transferência,
2. O ingresso na carreira de especialista auxiliar faz-se sem perda de quaisquer direitos ou regalias, para outro
na categoria de nível I, de entre indivíduos habilitados departamento ou serviço instalado na mesma ou em
com 12.º ano de escolaridade ou equivalente. região diferente.

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I SÉRIE — NO 31 « B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 18 DE AGOSTO DE 2008 722

2. A deslocação ou transferência do pessoal para de- 6. O número de Oficiais de Ligação é fixado por despa-
partamento situado fora da região da sua residência cho conjunto dos Ministros dos Negócios Estrangeiros,
habitual, confere-lhe o direito a um período de tempo de das Finanças e da Justiça.
instalação até 5 (cinco) dias e a subsídio de instalação,
7. Quando tal se revelar apropriado, sob proposta do
nos termos do regulamento de colocações da Policia
Ministro da Justiça, os oficiais de ligação poderão ser
Judiciaria.
acreditados pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros
3. A colocação, a transferência e os demais modos de como adidos junto das missões diplomáticas de Cabo
mobilidade interna do pessoal da Policia Judiciária são Verde no estrangeiro e utilizar a mala diplomática, com
objecto de regulamentação por portaria do membro do observância das regras em vigor, para o uso da mesma.
Governo responsável pela área da Justiça. Secção II
Artigo 52º
Classificações e louvores
Exercício de funções em outros organismos
Artigo 54º
da Administração Pública
Classificações
1. O pessoal da Policia Judiciária pode desempenhar
funções em organismos da Administração Pública em 1. O pessoal da Polícia Judiciária que não se encontre
regime de requisição, destacamento e comissão de serviço, nomeado em comissão de serviço em lugares dirigentes é
nos termos da lei geral. classificado, de acordo com o seu mérito, de Muito Bom,
Bom, Suficiente e Medíocre.
2. O desempenho de funções do pessoal de investiga-
ção criminal, nos termos do número anterior, carece de 2. A classificação de Medíocre implica a instauração
autorização do Ministro da Justiça, ouvido o Director de processo disciplinar por inaptidão para o exercício
Nacional, podendo cessar a qualquer momento. das funções.
3. O pessoal de investigação criminal referido no nú- 3. As classificações de Medíocre e de Muito Bom devem
mero anterior continua sujeito à disciplina das entidades ser devidamente fundamentadas.
competentes da Polícia Judiciária. Artigo 55º
Artigo 53º Louvores
Oficiais de Ligação
1. O pessoal da Polícia Judiciária pode ser distinguido
1. Podem ser nomeados Oficiais de Ligação, de entre com louvores por extraordinários serviços prestados no
pessoal de investigação criminal da Polícia Judiciária, exercício de suas funções, de acordo com o regulamento a
para acreditação junto dos Estados estrangeiros ou aprovar por portaria do membro do Governo responsável
organismos internacionais, nos termos dos acordos in- pela área da Justiça.
ternacionais celebrados pelo Governo Cabo-verdiano,
2. A distinção é publicada na II Série do Boletim
mediante despacho conjunto dos Ministros dos Negócios
Oficial.
Estrangeiros e da Justiça.
CAPITULO VII
2. A nomeação de Oficiais de Ligação é feita em re-
Direitos, Deveres e Incompatibilidades
gime de comissão especial de serviço, por três anos,
prorrogáveis, por urgente conveniência de serviço, salvo Artigo 56º
se o contrário for expressamente declarado no despacho Regra geral
conjunto de nomeação.
O pessoal da Polícia Judiciária tem os deveres e os
3. Os oficiais de ligação mantêm o direito à remunera- direitos dos funcionários e agentes da Administração
ção correspondente ao lugar de origem, tendo igualmente Pública, sem prejuízo dos demais que resultam do pre-
direito a remunerações adicionais fixadas em despacho sente capítulo.
conjunto dos Ministros dos Negócios Estrangeiros, das
Artigo 57º
Finanças e da Justiça, as quais são estabelecidas se-
gundo os critérios em uso para o pessoal equiparável Direitos especiais do pessoal dirigente
e de investigação criminal
do Ministério dos Negócios Estrangeiros em serviço no
estrangeiro. 1. O pessoal dirigente e de investigação criminal gozam
dos seguintes direitos:
4. Por despacho conjunto dos Ministros dos Negócios
Estrangeiros, das Finanças e da Justiça, são ainda fixa- a) Uso de meios próprios de identificação;
dos os quantitativos respeitantes a abonos para despesas
b) Uso e porte de arma de defesa, dos modelos
de instalação individual, transporte, seguro e embalagem
utilizados na Polícia Judiciária, independen-
de móveis e bagagens e despesas eventuais e outros abo-
temente de licença;
nos para despesas quando chamados a Cabo Verde ou
mandados deslocar em serviço extraordinário dentro do c) Assistência jurídica assegurada por advogado
Estado em que estejam acreditados ou fora dele. da sua escolha, pago pela Polícia Judiciária,
quando demandado civil ou criminalmente,
5. Na fixação dos abonos referidos no número anterior
em virtude do exercício das suas funções;
deve atender-se aos quantitativos em uso para o pessoal
equiparável do Ministério dos Negócios Estrangeiros em d) Seguro de vida pago pelo Estado nos montantes
serviço no estrangeiro. que vierem a ser definidos;

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723 I SÉRIE — NO 31 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 18 DE AGOSTO DE 2008

e) Acréscimo de 20% do tempo de serviço para f) Passaporte diplomático;


efeitos de aposentação, contado desde a data
g) Utilização das salas VIP dos aeroportos nacio-
da posse nas funções respectivas;
nais;
f) Pensão de preço de sangue a, favor do cônjuge,
h) Despesas de representação correspondente a
descendentes menores ou ascendentes vivendo
15% do seu vencimento.
sob a sua directa dependência económica, nos
casos de morte ou desaparecimento em condi- Artigo 59º
ções extraordinárias de perigo, em serviço ou Direitos especiais do Director Nacional Adjunto
por causa dele, nos termos da lei geral, com as Além dos direitos do artigo 57º, o Director Nacional
devidas adaptações. Adjunto é abonado com subsídio de despesas de re-
2. O pessoal dirigente e de investigação criminal gozam presentação e comunicações equivalente a 10% do seu
ainda de isenção de direitos aduaneiros e imposto espe- vencimento.
cial de consumo, na importação de um veiculo automóvel Artigo 60º
ligeiro, em estado novo, para uso pessoal em benefício da
Direitos especiais do pessoal de apoio à investigação crimi-
função que exercem desde que estejam em efectividade nal
de funções.
São aplicáveis ao pessoal de apoio à investigação cri-
3. A isenção referida no número anterior só é concedida minal que exerça funções de especialista no laboratório,
desde que, à data do pedido desse benefício, o requerente especialista na lofoscopista e segurança os direitos pre-
provar não possuir outro veículo automóvel e não pode vistos nas alíneas a), b), c), e e) do artigo 57º.
ser repetida antes de decorrido um mínimo de seis anos
Artigo 61º
sobre a última concessão.
Imunidades
4. O veículo adquirido nos termos do nº 3 não pode ser
alienado, transferido ou cedido a outrem, antes de decor- 1. O pessoal dirigente e de investigação criminal não
ridos seis anos sobre a data da con¬cessão da isenção, pode ser preso ou detido sem culpa formada, salvo em
sob pena de pagamento dos direitos aduaneiros, imposto flagrante delito por crime punível com pena superior a
de consumo e emolumentos gerais devidos. 3 (três) anos.

5. Não se considera ter havido cedência a outrem nos 2. A detenção do pessoal dirigente, de investigação
casos da utilização ocasional desta pelo cônjuge, des- criminal e de apoio à investigação criminal, ainda que na
cendentes, ascendentes, irmãos e afins na linha recta situação de aposentação, decorre em regime de separa-
ou colateral do primeiro grau do beneficiário da isenção ção dos restantes detidos ou presos, o mesmo sucedendo
fiscal referida no n.º 3. relativamente à sua remoção ou transporte.

6. No caso de cessação da efectividade de funções an- 3. Na falta de espaços especificamente destinados à se-
tes de decorridos seis anos, por facto dependente da sua paração determinada nas situações indicadas no número
exclusiva vontade, o beneficiário da regalia constante do anterior, a autoridade judiciária competente, providencia
número 3 deverá pagar os direitos aduaneiros, imposto com a efectiva coadjuvação do dirigente máximo dos
de consumo e emolumentos gerais, salvo nas situações serviços penitenciários do departamento governamental
responsável pela área da Justiça, e a expensas do Cofre
de titular de órgão de soberania ou outros cargos cons-
Geral de Justiça, no mais curto tempo útil, o modo do
titucionais electivos.
adequado acolhimento, deslocação ou remoção do detido
Artigo 58º ou preso, que entretanto fica depositado à guarda do
Direitos especiais do Director Nacional piquete da Policia Judiciária ou da entidade que, por lei,
suas vezes fizer.
Para além dos direitos referidos no artigo anterior, o
Director Nacional goza ainda dos seguintes direitos: Artigo 62º
Habitação
a) Protecção especial da sua pessoa, familiares e
bens, mesmo depois de cessação de funções, 1. Os funcionários devem residir preferencialmente
a requisitar ao comando da força policial da na localidade onde habitualmente exercem funções ou
área da sua residência, sempre que ponderosas em outra, desde que eficazmente servida por transporte
razões de segurança o exijam; público regular.
b) Moradia condigna, devidamente mobilada e 2. Os funcionários podem ser autorizados pelo director
fornecida gratuitamente pelo Estado; nacional a residir em localidade diferente, quando as
circunstâncias o justifiquem e não haja prejuízo para a
c) Telefone na sua residência pago pelo Estado,
total disponibilidade para o exercício de funções.
dentro dos limites fixados no orçamento;
3. Aos coordenadores superiores e coordenadores de
d) Viatura de uso pessoal para as suas deslocações,
investigação criminal que desempenham funções de
considerando que as suas funções são de ca-
chefias nos departamentos de investigação criminal em
rácter permanente;
localidades situados fora do local de residência habitual,
e) Precedência e tratamento protocolares nos ter- é garantida habitação condigna fornecida pela Policia
mos da lei; Judiciária.

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I SÉRIE — NO 31 « B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 18 DE AGOSTO DE 2008 724
Artigo 63º c) Não praticar actos de tortura, tratamentos desu-
Utilização de meio de transporte manos, cruéis ou degradantes, devendo recusar
ou ignorar qualquer ordem ou instrução que
1. As autoridades de polícia criminal e o demais pessoal implique tais actos;
de investigação criminal têm direito mediante simples
d) Agir com integridade e imparcialidade, opondo-
identificação à utilização, em todo o território nacional,
se vigorosamente a qualquer acto de corrup-
dos transportes colectivos, terrestres e marítimos.
ção;
2. Os restantes funcionários da Polícia Judiciária,
e) Garantir a vida e a integridade física dos detidos
quando em serviço, gozam do direito de utilização dos
ou das pessoas que se achem sob a sua custódia
referidos transportes, dentro da área de circunscrição
ou protecção, no estrito respeito da honra e
em que exercem funções. dignidade da pessoa humana;
3. Para efeitos do disposto no número anterior, con- f) Actuar com a decisão e prontidão necessárias,
sidera-se em serviço a deslocação entre a residência e o quando da sua actuação dependa a prática de
local normal de trabalho. um dano grave, imediato e irreparável, obser-
4. A compensação às transportadoras pela utilização vando os princípios da adequação, da oportu-
referida nos números anteriores é fixada anualmente nidade e da proporcionalidade na utilização
por despacho conjunto dos membros do Governo respon- dos meios disponíveis;
sáveis pelas áreas da Justiça, Finanças e Transportes, g) Agir com a determinação necessária, mas sem
mediante prévia negociação com as representações dos recorrer à força para além do que for estrita-
correspondentes ramos empresariais e são suportadas mente necessária para uma tarefa legalmente
pelo Cofre Geral de Justiça. exigida ou autorizada;
Artigo 64º h) Actuar sem discriminação em razão da ascen-
Funcionário arguido dência, sexo, raça, língua, território de origem,
religião, convicções políticas ou ideológicas,
1. Em casos devidamente justificados, pode o director instrução, situação económica ou condição
nacional providenciar pela contratação de advogado para social;
assumir o patrocínio de funcionários demandados ou que
i) Identificar-se como funcionário da Polícia Judi-
pretende demandar criminalmente por actos praticados
ciária no momento em que devam proceder à
em serviço ou por causa dela.
identificação ou detenção;
2. A detenção, prisão preventiva e o cumprimento de
j) Capturar, nos termos da lei, qualquer pessoa,
penas privativas de liberdade de funcionários da Polícia
observados os direitos liberdades e garantias
Judiciária, ainda que nas situações de disponibilidade
fundamentais, desde que seja posta em causa
ou de aposentação, decorre obrigatoriamente em estabe- a vida de qualquer elemento da corporação no
lecimento prisional especial, ou na sua falta em regime exercício das suas funções.
de absoluta separação dos restantes detidos ou presos,
Artigo 66º
o mesmo sucedendo relativamente à sua remoção ou
transporte. Uso de armas de fogo

3. Quando se vier a verificar por decisão tomada pela 1. O recurso a armas de fogo apenas é permitido como
entidade competente, que as denúncias interpostas con- medida extrema de coacção e desde que proporcional às
tra funcionários tenham sido manifestamente grosseiras, circunstâncias concretas de cada caso.
nomeadamente aquelas que visam por parte dos argui- 2. É proibido o uso de armas de fogo sempre que possa
dos limitar a actuação dos funcionários de investigação colocar terceiros em perigo, salvo em caso de legítima
criminal nos processos que investigam, os seus direitos defesa ou estado de necessidade.
indemnizatórios serão obrigatoriamente patrocinados
pela Polícia Judiciária. 3. O uso de arma de fogo deve ser precedido de adver-
tência claramente perceptível, sempre que a natureza do
Artigo 65º
serviço e circunstâncias o permitam, podendo essa ad-
Deveres especiais vertência consistir num tiro para o ar com as necessárias
cautelas de presunção que ninguém será atingido.
O pessoal de investigação criminal é especialmente
obrigado a observar os seguintes deveres, decorrentes da 4. Sempre que tenha utilizado uma arma de fogo, ainda
natureza e especificidade das respectivas funções: que sem qualquer consequência, deve o pessoal da Polí-
cia Judiciária comunicar o facto, por escrito, ao superior
a) Comunicar por escrito ao superior hierárquico hierárquico, o mais brevemente possível.
competente os factos do seu conhecimento que
constituam infracção disciplinar ou criminal; 5. Quando do uso de armas de fogo tiverem resultado
feridos, o pessoal da Polícia Judiciária é obrigado, além
b) Exercer as suas funções com um especial sentido do disposto no número anterior, a tomar as medidas de
de responsabilidade e de disciplina, permanen- socorro que as circunstâncias aconselharem e se mos-
te disponibilidade e espírito de colaboração; trarem possíveis.

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725 I SÉRIE — NO 31 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 18 DE AGOSTO DE 2008

6. A Polícia Judiciária pode utilizar armas de qualquer Artigo 69º


modelo e calibre. Providências urgentes
Artigo 67º
1. Os funcionários, ainda que se encontrem fora do
Formação horário normal de funcionamento dos serviços e da área
de jurisdição do departamento onde exerçam funções,
1. O pessoal da Polícia Judiciária é obrigado, salvo por devem tomar, até à intervenção da autoridade de polícia
razões ponderosas, de serviço ou outras, a frequentar criminal competente, as providências urgentes, dentro da
acções de formação que lhes sejam destinadas e a man- sua esfera de competência, para evitar a prática ou para
ter-se actualizado, nomeadamente no que diz respeito descobrir e deter os agentes de qualquer crime de cuja
à legislação que enquadra e regula o exercício das suas preparação ou execução tenham conhecimento e de asse-
funções. gurar a preservação, no local, dos vestígios do crime.
2. Em caso de motivo, devidamente justificado, pode o 2. Os funcionários que tenham conhecimento de factos
Director Nacional conceder dispensa da frequência dos relativos a crimes devem imediatamente comunicá-los
cursos a que se refere o número anterior, sem prejuízo ao responsável competente para a investigação ou ao
da obrigação de frequência de tais cursos para efeitos de funcionário encarregado desta.
acesso na categoria.
Artigo 70º
3. Sempre que, por ponderosas razões de serviço ou Utilização de equipamentos e meios
motivos alheios ao funcionário, a frequência dos cursos
de formação permanente não possa ocorrer no período Os funcionários devem utilizar os equipamentos e os
anterior ao momento em que deva ter lugar a promoção, meios disponíveis necessários à execução das tarefas de
uma vez obtido aproveitamento, aquela retroage à data que estão incumbidos e zelar pela respectiva guarda,
em que devia ter ocorrido. segurança e conservação.
Artigo 71º
4. A inexistência de acções de formação, por inércia
da administração, não pode prejudicar a promoção do Incompatibilidades
funcionário. 1. Ao pessoal dirigente e de investigação criminal é
5. A frequência da acção de formação ocorre sem perda vedado o exercício, remunerado ou não, de quaisquer
de remunerações até ao tempo normal de duração do outras funções de carácter privado ou público, salvo de
curso e obriga o funcionário, após a conclusão do curso ou natureza docente, sem qualquer prejuízo para o serviço e
prioritariamente, com interesse para a Polícia Judiciária,
estágio, a prestar serviço na Policia Judiciária durante
desde que autorizadas pelo membro do Governo respon-
um período igual três vezes o tempo da duração da li-
sável pela área da Justiça, ouvido o Director Nacional.
cença para o curso ou estágio ou a reembolsar o Estado
no montante total das despesas suportadas calculadas 2. O restante pessoal pode exercer quaisquer funções,
em dobro. desde que se revelem compatíveis nos termos da lei geral
Artigo 68º
e insusceptível de, por qualquer forma, prejudicarem o
serviço, mediante autorização do membro do Governo re-
Serviço permanente ferido no número anterior, ouvido o Director Nacional.
1. O serviço na Polícia Judiciária é de carácter perma- CAPÍTULO VIII
nente e obrigatório.
Estatuto Remuneratório
2. O horário normal de trabalho é definido nos termos
Artigo 72º
da lei.
Vencimento
3. O serviço permanente é assegurado fora do horário
normal, por piquetes de atendimento, complementado por 1. O vencimento do pessoal do quadro privativo da Po-
unidades de prevenção ou turnos de funcionários a nível lícia Judiciária é próprio e autónomo, prevalece e exclui
das secções, tendo os funcionários direito a suplementos a aplicação de normas gerais da mesma natureza.
de piquete. 2. A remuneração-base mensal do pessoal do quadro
privativo consta dos mapas anexos ao presente diploma,
4. A regulamentação de serviço de piquete é fixada nos
dele fazendo parte integrante, sendo o valor correspon-
termos da lei.
dente ao índice 100 das escalas salariais estabelecido por
5. A regulamentação das unidades de prevenção ou diploma do Governo, podendo por este ser actualizado.
turnos de funcionários é fixada por despacho do direc- Artigo 73º
tor nacional, mediante proposta dos responsáveis das
Subsídio de risco
secções.
1. O pessoal afecto à Polícia Judiciária tem direito a
6. Mediante despacho do Director Nacional, sempre que
um subsídio de risco.
tal se revele necessário, podem ser estabelecidos serviços,
em regime de turno, destinados a acções de prevenção e 2. O subsídio de risco é graduado de acordo com o
de investigação de crimes, sem prejuízo do regime geral ónus da função das diferentes categorias de pessoal, no
da Função Pública. montante variável de:

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I SÉRIE — NO 31 « B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 18 DE AGOSTO DE 2008 726

a) 15% da remuneração base mensal, para o pes- 2. O pessoal da carreira de investigação criminal e se-
soal de apoio à investigação criminal; gurança que complete 34 (trinta e quatro) anos de serviço
tem direito a pensão de aposentação por inteiro.
b) 20% da remuneração base mensal, para o pes-
soal dirigente e de investigação criminal. 3. Ao pessoal da carreira de investigação criminal e
segurança que, tendo completado 55 (cinquenta e cinco)
Artigo 74º
anos de idade, não tiver completado 34 (trinta e quatro)
Subsídio da condição policial anos de serviço, tem igualmente direito à aposentação
voluntária, calculando-se o montante da pensão propor-
Todo o pessoal da Investigação Criminal em efectivida- cionalmente ao tempo de serviço prestado.
de de funções tem direito ao Subsídio da Condição Policial
fixado em 10% da remuneração base mensal. 4. Conta-se como tempo de serviço prestado ao Es-
tado, o tempo prestado na Polícia Judiciária, acrescido
Artigo 75º
do prestado nas Forças Armadas e nas demais funções
Subsídio de piquete públicas.

O subsídio de piquete a conferir ao pessoal que preste Artigo 80º


esse serviço é fixado por portaria conjunta dos membros
Direitos e regalias dos funcionários aposentados
do Governo responsáveis pelas áreas da Justiça e das
Finanças. 1. Os funcionários de investigação criminal e de apoio à
Artigo 76º
investigação criminal aposentados por motivo diverso do
de aplicação de pena disciplinar conservam o direito:
Seguro de vida e acidente em serviço
a) Ao uso e porte de arma de defesa, independen-
O pessoal dirigente, de investigação e apoio à investi- temente de licença;
gação criminal da Polícia Judiciária têm direito a seguro
de vida e de acidente em serviço. b) A ajuda de custo e transporte, quando chamados
a participar em actos processuais fora do con-
Artigo 77º celho onde mantém a sua residência habitual,
Opção de remuneração e outros direitos perante a autoridade judiciária e os tribunais,
em virtude de funções exercidas anteriormente
1. Os magistrados e os funcionários requisitados ou à aposentação.
nomeados em comissão de serviço na Polícia Judiciária
podem optar pela remuneração correspondente ao lugar 2. Os funcionários a que se refere o número anterior
de origem. são titulares de cartão de identificação para reconheci-
mento da sua qualidade e dos direitos de que gozam, de
2. O pessoal referido no número anterior tem direito ao modelo e nos termos aprovados por portaria do membro
subsídio de risco e seguro de acidente de trabalho. do Governo responsável pela área da Justiça.
3. Os magistrados em comissão de serviço na Polícia CAPITULO X
Judiciária conservam todos os direitos consagrados
nos respectivos estatutos, considerando-se os serviços Disposições Transitórias e Finais
prestados como se o fossem na respectiva categoria de
Artigo 81º
origem.
CAPITULO IX Transição de pessoal de investigação criminal

Aposentação do Pessoal 1. Os actuais Inspectores, Subinspectores e Agentes


transitam, respectivamente, para as categorias de Co-
Artigo 78º ordenador de Investigação Criminal, Inspector Chefe
Aposentação e Inspector, de acordo com o mapa anexo ao presente
diploma, do qual faz parte integrante e sem dependência
À aposentação do pessoal da Policia Judiciária aplica-se de quaisquer outras formalidades.
o Estatuto da Aposentação e da Pensão de Sobrevivência
aplicável aos agentes civis do Estado e das Autarquias 2. Na transição para o novo quadro da carreira atender-
Locais, com as especificidades previstas nos artigos se-á à contagem integral do tempo de serviço prestado
seguintes. nas carreiras e categorias actualmente detidas como
globalmente prestados nas categorias de transição.
Artigo 79º
Artigo 82º
Aposentação voluntária
Transição de pessoal de apoio à investigação criminal
1. O pessoal da carreira de investigação criminal e
de segurança que complete 34 (trinta e quatro) anos 1. O pessoal técnico, o pessoal técnico-profissional e
de serviço ou 55 (cinquenta e cinco) anos de idade têm o pessoal administrativo transitam, respectivamente,
direito à aposentação voluntária, independentemente de para as carreiras de especialista superior, especialista-
qualquer outro requisito. adjunto superior e especialista auxiliar, de acordo com

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727 I SÉRIE — NO 31 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 18 DE AGOSTO DE 2008

o mapa anexo ao presente diploma, do qual faz parte 4. O pessoal do gabinete é nomeado, por despacho
integrante, passando a integrar o quadro privativo da do director nacional, em comissão de serviço, de entre
Polícia Judiciária e sem dependência de quaisquer outras pessoal de investigação criminal ou de outras áreas
formalidades. afins às atribuições da Policia Judiciária, de reconheci-
da competência profissional, idoneidade e experiência,
2. O tempo de serviço prestado nas carreiras e cate-
e na ausência de pessoal com formação especifica, de
gorias actualmente detidas contam como globalmente
entre técnicos superiores vinculados ou não à função
prestados nas carreiras e categorias de transição.
pública.
Artigo 83º
5. Os secretários e o condutor são designados por
Regime especial de transição do pessoal despacho do director nacional, em comissão de ser-
viço, preferencialmente de entre os funcionários do
1. Os actuais Subinspectores e Agentes que transitam
departamento dos recursos humanos, fi nanceiros e
para as categorias de inspectores chefes e de inspec-
tores, respectivamente, só podem aceder à categoria patrimonial.
imediatamente superior desde que possuam o grau de 6. O pessoal do gabinete referido no número 1 é equipa-
licenciatura. rado para todos os efeitos ao pessoal do quadro especial
2. Os Subinspectores e agentes que não possuam o dos membros do Governo.
grau de licenciatura podem beneficiar de um regime Artigo 88º
especial de licença para formação, nos termos a definir
em diploma especial. Legislação complementar

Artigo 84º 1. No prazo de 90 (noventa) dias a contar da data de


entrada em vigor do presente diploma deve ser publicada
Lugar a extinguir quando vagar
a respectiva regulamentação.
1. A categoria de ajudante de serviços gerais é extinta
2. Enquanto não for publicada a legislação referida
quando vagar.
no número anterior, continuam a aplicar-se, com as ne-
2. Os actuais ajudantes de serviços gerais continuam no cessárias adaptações, os regulamentos actualmente em
quadro comum, mantendo os direitos relativos ao subsídio vigor para a Polícia Judiciária.
de risco igual ao do pessoal de apoio à investigação cri-
Artigo 89º
minal, transporte, acidente em serviço e a compensação
nos termos do artigo 28º. Regime supletivo

Artigo 85º Ao pessoal da Polícia Judiciária aplica-se, em tudo


Extinção do regime de progressão o que não contrarie o disposto no presente diploma, o
regime geral vigente para a Função Pública.
Sem prejuízo dos critérios salariais fixados nos cor-
respondentes mapas anexos, deixa de haver desenvol- Artigo 90º
vimento na carreira na horizontal a partir da data da
Norma revogatória
entrada em vigor da nova tabela salarial estabelecida
no presente diploma. É revogado o Decreto-Legislativo n.º 05/93, de 12 de
Maio, que aprovou o estatuto da Policia Judiciária, com
Artigo 86º
as alterações introduzidas pelo Decreto – Legislativo
Acidente em serviço nº 11/97, de 20 de Maio.
O pessoal dirigente, de investigação criminal e de apoio Artigo 91º
à investigação criminal, quando vítima de acidente em
Revisão
serviço, mantém o direito à totalidade das remunerações
enquanto se mantiver em tratamento. O presente diploma deve ser objecto de revisão, no
Artigo 87º prazo de 180 (cento e oitenta) dias a contar da data de
entrada em vigor da lei que aprovar o novo regime geral
Gabinete do Director Nacional da Função Pública.
1. O Director Nacional é apoiado por 1 (um) gabinete Artigo 92º
constituído por 1 (um) director, 3 (três) assessores, 2
(dois) secretários e 1 (um) condutor. Entrada em vigor e produção de efeitos

2. O gabinete do Director Nacional é um serviço de 1. O presente diploma entra em vigor no dia seguinte
apoio geral, directo e pessoal do Director Nacional, sendo ao da sua publicação.
as competências definidas no regulamento interno.
2. As disposições do presente diploma que alteram ao
3. O gabinete do director nacional apoiará o Director quadro remuneratório do pessoal da Policia Judiciária,
Nacional Adjunto. produzem, efeitos a partir de 1 de Janeiro de 2009.

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I SÉRIE — NO 31 « B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 18 DE AGOSTO DE 2008 728

MAPA DE TRANSIÇÃO DO PESSOAL DE INVESTIGAÇÃO CRIMINAL


(a que se refere o artigo 81º)

Coordenador Superior de Nível 2, referencia 13, escalão A


Coordenador Superior de Nível 1, referencia 12, escalão A

Inspector de Nível 3, referencia 15, escalão A Coordenador de I. Criminal, de Nível 3, referencia 11, escalão A
Inspector de Nível 2, referencia 14, escalão A Coordenador de I. Criminal, de Nível 2, referencia 10, escalão A
Inspector de Nível 1, referencia 13, escalão A Coordenador de I. Criminal, de Nível 1, referencia 9, escalão A
Subinspector de Nível 4, referencia 12, escalão B Inspector Chefe de Nível 4, referencia 8, escalão A
Subinspector de Nível 3, referencia 12, escalão A Inspector Chefe de Nível 3, referencia 7, escalão A
Subinspector de Nível 2, referencia 11, escalão B Inspector Chefe de Nível 2, referencia 6, escalão A
Subinspector de Nível 1, referencia 11, escalão A Inspector Chefe de Nível 1, referencia 5, escalão A
Agente de Nível 4, referencia 9, escalão B, Inspector de Nível 4, referencia 4, escalão A
Agente de Nível 3 referencia 9, escalão A, Inspector de Nível 3, referencia 3, escalão A
Agente de Nível 2 referencia 8 escalão B, Inspector de Nível 2, referencia 2, escalão A
Agente de Nível 1 referencia 8 escalão A Inspector de nível 1, referencia 1, escalão A

MAPA DE TRANSIÇÃO DO PESSOAL DE APOIO À INVESTIGAÇÃO CRIMINAL


(a que se refere o artigo 82º)

CARREIRAS/CATEGORIAS TRANSIÇÃO

Técnico superior principal Especialista superior de nível 3


Técnico superior de primeira Especialista superior de nível 2
Técnico superior Especialista superior de nível 1
Técnico-adjunto principal Especialista adjunto superior de nível 2
Técnico-adjunto Especialista adjunto superior de nível 1
Técnico profissional do 1º nível Especialista auxiliar de nível 3
Técnico profissional do 2º nível Especialista auxiliar de nível 2
Oficial principal Especialista auxiliar de nível 3
Oficial administrativo Especialista auxiliar de nível 2
Assistente administrativo Especialista auxiliar de nível 1

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QUADRO PRIVATIVO DO PESSOAL DA POLÍCIA JUDICIÁRIA


(a que se refere o artigo 2º)

Lugares Pessoal de investigação criminal

3 Coordenador Superior de nível 2


6 Coordenador Superior de nível 1

5 Coordenador de Investigação Criminal de nível 3


7 Coordenador de Investigação Criminal de nível 2
10 Coordenador de Investigação Criminal de nível 1

6 Inspector Chefe de nível 4


10 Inspector Chefe de nível 3
15 Inspector Chefe de nível 2
30 Inspector Chefe de nível 1

30 Inspector de nível 4
70 Inspector de nível 3
90 Inspector de nível 2
200 Inspector de nível 1

Pessoal de chefia de apoio à investigação criminal

4 Chefe de sector
8 Chefe de núcleo

Pessoal de apoio à investigação criminal

4 Especialista superior de nível 3


8 Especialista superior de nível 2
14 Especialista superior de nível 1

8 Especialista-adjunto superior de nível 2


12 Especialista-adjunto superior de nível 1

6 Especialista auxiliar de nível 3


12 Especialista auxiliar de nível 2
8 Especialista auxiliar de nível 1

5 Segurança de nível 3
10 Segurança de nível 2
20 Segurança de nível 1

14 Auxiliar

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I SÉRIE — NO 31 « B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 18 DE AGOSTO DE 2008 730

Quadro de Pessoal Dirigente


(a que se refere o artigo 4º)

Lugares Cargos
1 Director Nacional
1 Director Nacional Adjunto
10 Director do Departamento

1. MAPA DE TABELA REMUNERATÓRIA DA POLICIA JUDICIÁRIA


(a que se refere o artigo 72º)

Tabela dos cargos dirigentes – Comissão de Serviço

Níveis Cargos Índice


V Director Nacional 120
IV Director Nacional Adjunto 105
III Director do Departamento 100

INDICE 100: 125.000$00

Tabela dos cargos do Pessoal da Investigação Criminal

ESCALÃO
A B C D E F G H
Coordenador Superior N2 13 240 250 260 270
Coordenador Superior N1 12 230 240 250 260
Coordenador I. Criminal N3 11 210 220 230 240 250 260
Coordenador I. Criminal N2 10 200 210 220 230 240 250
Coordenador I.Criminal N1 9 190 200 210 220 230 240
Inspector Chefe N 4 8 175 185 195 205 215 225 230
Inspector Chefe N 3 7 165 175 185 195 205 215 220
Inspector Chefe N2 6 155 165 175 190 200 210 215
Inspector Chefe N1 5 145 155 165 175 185 195 205
Inspector N4 4 130 140 150 160 170 180 185 190
Inspector N3 3 120 130 140 150 160 170 175 180
Inspector N2 2 110 120 130 140 150 160 165 170
Inspector N1 1 100 110 120 130 140 150 155 160

INDICE 100: 47.692$00

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731 I SÉRIE — NO 31 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 18 DE AGOSTO DE 2008

TABELA DOS CARGOS DE CHEFIA DE APOIO À INVESTIGAÇÃO CRIMINAL


Cargos Índice
Chefe de Sector 440
Chefe de Núcleo 350

INDICE 100: 23.000,00

QUADRO DO PESSOAL DE APOIO A INVESTIGAÇÃO CRIMINAL

ESCALÃO
CATEGORIA Ref. A B C D E F G H I
Especialista Superior de
nivel 3 9 420 430 440 450 460
Especialista Superior de
nivel 2 8 390 400 410 420 430
Especialista Superior de
nivel 1 7 340 350 360 370 380 390
Especialista adjunto
Superior de nivel 2 6 290 300 310 320 330 340
Especialista adjunto
superior de nivel 1 5 260 270 280 290 300 310
Especialista auxiliar de
nivel 3 4 180 190 200 210 220 230
Especialista auxiliar de
nivel 2 3 160 170 180 190 200 210 220 230 240
Especialista auxiliar de
nivel 1 2 135 145 155 165 175 185 190 195 200
Auxiliar 1 100 110 120 130 140 150 155 160 165

Índice 100: 23.000,00

QUADRO DE PESSOAL DE SEGURANÇA

ESCALÃO
CATEGORIA Ref. A B C D E F G H I
Segurança de nivel 3 3 130 140 150 160 170 180 185 190
Segurança de nivel 2 2 115 125 135 145 155 165 175 180
Segurança de nivel 1 1 100 110 120 130 140 150 160 170 180

Visto e aprovado em Conselho de Ministros.

José Maria Pereira Neves – Marisa Helena do Nascimento Morais.

Promulgado em 13 de Agosto de 2008.

Publique-se.

O Presidente da República, PEDRO VERONA RODRIGUES PIRES.

Referendado em 14 de Agosto de 2008.

O Primeiro-Ministro, José Maria Pereira Neves.

E2O4X6T8-213ZRURD-7E4U9C9W-29K3ROHT-9C0Y4S3O-28180Y80-9A2T1R6I-7N5M6U8R
I SÉRIE — NO 31 « B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 18 DE AGOSTO DE 2008 732

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