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Sumário

1. Introdução ........................................................................................................................... 3
2. Bem jurídico Tutelado ........................................................................................................ 3
3. Âmbito de incidência da LAA ............................................................................................ 3
4. Tipo subjetivo ..................................................................................................................... 3
5. Vedação ao crime de hermenêutica .................................................................................. 4
6. Sujeitos do crime ................................................................................................................ 4
7. Competência para processo e julgamento ....................................................................... 5
8. Ação Penal nos crimes de abuso de autoridade .............................................................. 5
9. Efeitos da condenação na Lei de Abuso de Autoridade .................................................. 5
10. Substituição das penas privativas de liberdade por restritivas de direito ..................... 6
11. Sanções de natureza civil e administrativa ...................................................................... 6
12. Efeitos civis da absolvição penal ...................................................................................... 6
13. Efeitos civis de absolvição criminal com fundamento em excludente de ilicitude........ 7
14. Dos crimes de das penas ................................................................................................... 7
15. Nova Redação do art. 10 da lei 9.296/96.......................................................................... 15

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Lei de Abuso de Autoridade (lei Os crimes previstos na lei de abuso de


13.869/2019) autoridade busca proteger, a depender do
crime em questão:
a) Liberdade de locomoção (art.s 9º,10,
12)
1. Introdução b) Direito à assistência de um Advogado
(art.s 20 e 32)
Alvo de algumas das discussões mais c) Liberdade Individual (art.s 13, 15, 18)
acaloradas do Congresso em 2019, entrou em
d) Intimidade e vida privada (arts 22, 28,
vigor no dia 03 de janeiro de 2020 a lei contra
38)
o abuso de autoridade (nº 13.869/19), norma
que expande o que a legislação anterior (Lei
4.898/65) entendia como condutas excessivas Da mesma forma a lei de abuso de autoridade
por parte de servidores públicos e (LAA) visa garantir o bom funcionamento do
autoridades. Estado, bem como o dever do funcionário
público de conduzir-se com lealdade e
Sancionada pelo presidente da república em probidade (Renato Brasileiro, 2020)
setembro do ano passado com vetos a uma
série de artigos — muitos restaurados
Os crimes previstos na LAA são crimes
posteriormente pelos parlamentares —, a
PLURIOFENSIVOS.
agilidade na tramitação da lei é avaliada como
uma reação política aos abusos cometidos
pela operação “lava jato”. O texto estava
parado no Senado desde 2017. 3. Âmbito de incidência da
LAA
Com a medida, algumas práticas que se
tornaram comuns passam a ser passíveis de
O abuso de autoridade é gênero do qual eu
punição. Entre elas, decretar condução
tenho duas espécies:
coercitiva de testemunhas ou investigados
antes de intimação judicial; realizar
interceptação de comunicações telefônicas, a) Excesso de Poder – O agente se
informáticas e telemáticas ou quebrar segredo excede no limite de sua competência.
de Justiça, sem autorização judicial. b) Desvio de Poder (ou desvio de
finalidade) – pratica o ato com
Parte das ações já era considerada proibida, finalidade diversa da pretendida
mas de modo genérico e com punição branda. anteriormente.
Além disso, a legislação anterior, existente
desde 1965, visava exclusivamente o poder
Executivo. Agora, membros do Legislativo e 4. Tipo subjetivo
Judiciário, do Ministério Público, de tribunais
ou conselhos de contas também podem ser
O tipo subjetivo reúne todas as
alvos de penalidades.
características subjetivas direcionadas à
A lei prevê medidas administrativas (perda ou produção de um tipo penal objetivo. Os
afastamento do cargo), cíveis (indenização) e elementos que formam o tipo subjetivo são:
penais (detenção, prestação de serviços ou
penas restritivas de direitos). As penas podem a) O dolo geral;
chegar até quatro anos de reclusão. b) Elementos subjetivos especiais
(dolo específico)

2. Bem jurídico Tutelado O tipo subjetivo tem como finalidade investigar


o ânimo do sujeito que praticar um tipo penal
objetivo, ou seja, sua função é averiguar o
ânimo e a vontade do agente.

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A título de exemplo: no crime de prevaricação A intenção desse dispositivo foi vedar o crime
temos: de hermenêutica que consiste de toda e
qualquer figura delituosa que procure
1) Dolo geral: retardar ou deixar de criminalizar a interpretação jurídica, fática ou
praticar ato de oficio; probatória que o agente público dê aos fatos
2) Dolo específico: satisfazer que lhe são trazidos para sua apreciação. (Rui
interesse ou sentimento pessoal. Barbosa)
O professor Renato Brasileiro traz, em sua
Feita essa análise, nos crimes da LAA devem obra, um exemplo do Promotor de justiça que
estar presentes o dolo geral e o dolo oferece denúncia contra alguém, imputando-
específico que estão presente no §1º do art. lhe um crime de furto decorrente da subtração
1º da Lei, vejamos: de coisa móvel alheia de R$ 50,00 e após isso
a peça acusatória ser rejeitada pelo
magistrado, pois a conduta seria atípica pelo
§ 1º As condutas descritas nesta Lei princípio da insignificância, jamais poderá
constituem crime de abuso de autoridade levar a interpretação que o promotor teria
quando praticadas pelo agente com a incorrido em crime da LAA.
finalidade específica de prejudicar outrem ou
beneficiar a si mesmo ou a terceiro, ou, ainda, Eventual divergência entre os agentes
por mero capricho ou satisfação pessoal. públicos quanto a avaliação dos fatos e provas
não gera a tipificação de qualquer crime de
abuso de autoridade.

prejudicar outrem
6. Sujeitos do crime
especial ou beneficiar a si
mesmo ou a terceiro
fim de agir 6.1. Sujeito Ativo.
mero capricho ou
satisfação pessoal.
Art. 2º É sujeito ativo do crime de abuso de
autoridade qualquer agente público, servidor
Para configurar o crime da LAA deve fazer o ou não, da administração direta, indireta ou
somatório entre realizar o tipo penal do crime fundacional de qualquer dos Poderes da
mais o dolo especifico previsto no parágrafo União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
primeiro do art. 1º da Lei. Municípios e de Território, compreendendo,
Ex. A atuação de um agente público pode mas não se limitando a:
causar prejuízo a alguém, basta imaginar um I - servidores públicos e militares ou pessoas
cumprimento de um mandado de prisão. Claro a eles equiparadas;
que esse mandado irá causar mal a liberdade II - membros do Poder Legislativo;
de locomoção de alguém, mas só isso, não
configura o crime da LAA, pois falta o dolo III - membros do Poder Executivo;
específico. IV - membros do Poder Judiciário;
V - membros do Ministério Público;
VI - membros dos tribunais ou conselhos de
5. Vedação ao crime de contas.
hermenêutica Parágrafo único. Reputa-se agente público,
para os efeitos desta Lei, todo aquele que
Art. 1º § 2º A divergência na interpretação de exerce, ainda que transitoriamente ou sem
lei ou na avaliação de fatos e provas não remuneração, por eleição, nomeação,
configura abuso de autoridade. designação, contratação ou qualquer outra

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forma de investidura ou vínculo, mandato, sujeito ativo possuir foro de prerrogativa de


cargo, emprego ou função em órgão ou função.
entidade abrangidos pelo caput deste artigo.
Serão sujeitos ativos dos crimes da LAA os 8. Ação Penal nos crimes de
agentes públicos (sentido amplo) que estão no abuso de autoridade
exercício de suas funções ou a pretexto de
exercê-las. Como regra geral será ação pública
a) da administração Direta, indireta ou incondicionada, tendo como titular o
fundacional (dos três poderes); ministério público.
Como exceção, será cabível a ação privada
b) servidor ou não;
subsidiária da pública em caso de inercia do
c) exercício transitório ou sem remuneração. Ministério Público. (Art. 3º, § 1º)
d) qualquer forma de investidura ou vínculo; Art. 3º Os crimes previstos nesta Lei são de
e) militares, membros de Poder, MP, tribunais, ação penal pública incondicionada.
TCU § 1º Será admitida ação privada se a ação
O rol do art. 2º é exemplificativo. penal pública não for intentada no prazo legal,
Muito cuidado: A lei de abuso de autoridade cabendo ao Ministério Público aditar a queixa,
não abrange os funcionários públicos por repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva,
equiparação do art. 327, § 1º do CP. intervir em todos os termos do processo,
fornecer elementos de prova, interpor recurso
§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem
e, a todo tempo, no caso de negligência do
exerce cargo, emprego ou função em entidade
querelante, retomar a ação como parte
paraestatal, e quem trabalha para empresa
principal.
prestadora de serviço contratada ou
conveniada para a execução de atividade § 2º A ação privada subsidiária será exercida
típica da Administração Pública. no prazo de 6 (seis) meses, contado da data
em que se esgotar o prazo para oferecimento
Assim, segundo Renato Brasileiro, quem
da denúncia.
trabalha para a empresa de coleta de lixo de
sua cidade não está abrangido pela LAA.
Os crimes da lei de abuso de Autoridade são 9. Efeitos da condenação na
considerados CRIMES PRÓPRIOS que exige
uma qualidade especial do sujeito ativo.
Lei de Abuso de
Autoridade
6.2. Sujeito passivo.
Renato Brasileiro ensina que os efeitos da
Os crimes previstos na lei de abuso de condenação são todas as consequências que,
autoridade são crimes de dupla subjetividade direita ou indiretamente, atingirem a pessoa
passiva. Isso porque as condutas atingem do condenado por sentença penal transitada
dois sujeitos passivos: em julgado.
a) O estado; Os efeitos da condenação se dividem em: a)
b) A pessoa física ou jurídica. efeito automático; e b) efeitos não
automáticos.

7. Competência para
processo e julgamento
Em regra, os crimes da lei 13.869/19 são
julgados pelos juízes de primeira instância
(Justiça Comum Estadual), salvo se o

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I - prestação de serviços à comunidade ou a


entidades públicas;
II - suspensão do exercício do cargo, da
Art. 4º São efeitos da condenação:
função ou do mandato, pelo prazo de 1 (um) a
I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano 6 (seis) meses, com a perda dos vencimentos
causado pelo crime, devendo o juiz, a e das vantagens;
requerimento do ofendido, fixar na sentença
III - (VETADO).
o valor mínimo para reparação dos danos
causados pela infração, considerando os Parágrafo único. As penas restritivas de
prejuízos por ele sofridos; direitos podem ser aplicadas autônoma ou
cumulativamente.
II - a inabilitação para o exercício de cargo,
mandato ou função pública, pelo período de 1
(um) a 5 (cinco) anos;
11. Sanções de natureza
III - a perda do cargo, do mandato ou da
função pública. civil e administrativa
Parágrafo único. Os efeitos previstos nos
incisos II e III do caput deste artigo são Segundo Renato Brasileiro, nem todo desvio
condicionados à ocorrência de reincidência funcional praticado por um agente público terá
em crime de abuso de autoridade e não são o condão de tipificar um crime de abuso de
automáticos, devendo ser declarados autoridade.
motivadamente na sentença.

Art. 6º As penas previstas nesta Lei serão


1º efeito: Tornar certa a obrigação de aplicadas independentemente das sanções
indenizar pelo dano causado; de natureza civil ou administrativa cabíveis.
2º efeito: Inabilitação para o exercício de Parágrafo único. As notícias de crimes
cargo ou função pública (1 a 5 anos); (Efeito previstos nesta Lei que descreverem falta
temporário) funcional serão informadas à autoridade
3º efeito: Perda do cargo, do mandato ou da competente com vistas à apuração.
função. (Efeito permanente)
As esferas penal, civil e administrativa são
Os efeitos da condenação inabilitação
independentes, assim o agente público
para o exercício do cargo ou função pública e
poderá responder na esfera penal pelo crime
a perda do cargo, mandato ou função só serão
de abuso de autoridade, na esfera
aplicáveis caso o agente público seja
administrativa por meio de processo
REINCIDENTE ESPECÍFICO NA LEI DE
administrativo disciplinar (PAD) e na esfera
ABUSO DE AUTORIDADE.
civil, pagando indenização a vítima.
O parágrafo único informa que a autoridade
10. Substituição das competente deverá informar eventual falta
funcional, já que todo ilícito penal será
penas privativas de necessariamente um ilícito funcional.
liberdade por restritivas de
direito
12. Efeitos civis da
Art. 5º As penas restritivas de direitos absolvição penal
substitutivas das privativas de liberdade
previstas nesta Lei são:
Segundo Paulo Queiroz, como regra, a
sentença penal absolutória (definitiva ou
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sumária) não faz coisa julgada no cível. Havendo causa excludente de ilicitude
Significa dizer que, salvo casos excepcionais, provada e ocorrendo a decisão absolutória
a sentença penal não produzirá efeito fará coisa julgada na esfera cível, mas desde
extrapenal algum, ou seja, é irrelevante para que o ofendido tenha dado causa à
fins não penais. excludente.
Dessa forma, a sentença absolutória não
exerce qualquer influência sobre o processo
cível e administrativo, salvo quando 14. Dos crimes de das
reconhece, categoricamente, a penas
INEXISTÊNCIA MATERIAL DO FATO ou
NEGATIVA DE AUTORIA OU Vamos analisar a partir de agora os crimes
PARATICIPAÇÃO. (Art. 7º) previstos na lei de abuso de autoridade.

Os nomes iuris dos crimes foram retirados do


“O servidor é gente FINA”!!! livro do Mestre Renato Brasileiro.
FI → FATO INEXISTENTE
NA→ NEGATIVA DE AUTORIA De uma maneira mais didática, dividiremos os
Art. 7º As responsabilidades civil e crimes por “categorias” e em segundo
administrativa são independentes da criminal, momento por “gravidade em abstrato da pena
não se podendo mais questionar sobre a aplicada”.
existência ou a autoria do fato quando essas
Excessos na
questões tenham sido decididas no juízo investigação ou
criminal. na instrução

excessos contra
os que sofrem
13. Efeitos civis de restrição de
liberdade
absolvição criminal com categorias
fundamento em excludente alteração da
verdade ou
de ilicitude manipulação

Art. 8º Faz coisa julgada em âmbito cível, violação da


assim como no administrativo-disciplinar, a intimidade, honra
sentença penal que reconhecer ter sido o ato e imagem
praticado em estado de necessidade, em
legítima defesa, em estrito cumprimento de
dever legal ou no exercício regular de direito. delitos menos
graves (detenção,
6 meses a2 anos
O art. 8º da Lei de abuso de autoridade copiou + multa)
praticamente o art. 65 do Código de Processo gravidade
Penal. delitos mais graves
(detenção de 1 a
4 anos + multa)
Art. 65. Faz coisa julgada no cível a sentença
penal que reconhecer ter sido o ato praticado
em estado de necessidade, em legítima
defesa, em estrito cumprimento de dever legal
ou no exercício regular de direito. Vai despencar em provas!
Na lei de abuso de autoridade não há crimes
punidos com penas de reclusão!!

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ou administrativa, em desfavor de alguém, à


14.1. Excessos na investigação ou na falta de qualquer indício da prática de crime,
instrução. de ilícito funcional ou de infração
administrativa:
Vamos começar pelos delitos menos graves e
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
depois os mais graves.
anos, e multa.

14.1.1. Submissão de preso a


interrogatório policial durante o período de Não se pode admitir a instauração de
repouso noturno. procedimentos investigatórios
manifestamente levianos, temerários,
desprovidos de um lastro probatório mínimo
Art. 18. Submeter o preso a interrogatório de indícios de autoria da prática de crime,
policial durante o período de repouso ilícito funcional ou infração administrativa.
noturno, salvo se capturado em flagrante (Renato Brasileiro, 2020)
delito ou se ele, devidamente assistido,
consentir em prestar declarações: Este tipo penal só estará configurado se a
instauração do procedimento investigatório for
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) em desfavor de alguém específico e que não
anos, e multa. exista qualquer indício da prática do crime,
ilícito funcional ou de infração administrativa.
A nossa constituição veda métodos de
interrogatório que contenha qualquer tipo de 14.1.3. Exigência de informação ou
violência física ou moral para fazer o cumprimento de obrigação sem expresso
interrogando coopere com a persecução amparo legal.
penal. (Art. 5º, III da CF)
Desse diapasão, a LAA veda o interrogatório
do preso durante o repouso noturno, salvo se Art. 33. Exigir informação ou cumprimento de
capturado em flagrante delito ou se ele, obrigação, inclusive o dever de fazer ou de
devidamente assistido, consentir em prestar não fazer, sem expresso amparo legal:
declarações. Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
Para Renato brasileiro, Repouso noturno, anos, e multa.
pode ser entendido como o horário de 21h às Parágrafo único. Incorre na mesma pena
05h da manhã. (Art. 22, §1º). quem se utiliza de cargo ou função pública ou
Não existirá o crime do art. 18 se o invoca a condição de agente público para se
interrogatório policial for realizado durante o eximir de obrigação legal ou para obter
repouso noturno nas seguintes hipóteses: vantagem ou privilégio indevido.

a) Capturado em flagrante delito;


b) Se devidamente assistido por A nossa Constituição ensina no seu art. 5º, II
advogado ou defensor público, que “ninguém é obrigado a fazer ou deixar
consentir em prestar declarações. de fazer alguma coisa, senão em virtude de
lei”. Dessa forma, toda e qualquer atividade
administrativa deve ser pautada e autorizada
14.1.2. Requisição ou instauração de por lei. Se não o for, será considerada ilícita.
procedimento investigatório sem
quaisquer indícios. A finalidade deste dispositivo é evitar que o
agente público se utilize da função por ele
exercida para exigir informação ou
Art. 27. Requisitar instauração ou instaurar cumprimento de obrigação sem expresso
procedimento investigatório de infração penal amparo legal. (art. 33, caput)

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Cita-se, por exemplo, as antigas cobranças de Art. 31. Estender injustificadamente a


dívidas indevidas por policiais, sob ameaça de investigação, procrastinando-a em prejuízo do
prisão do devedor, que muitas das vezes é investigado ou fiscalizado:
sequestrado, levado para lugares ermos sob Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
ameaça de prisão se não quitar a dívida. anos, e multa.
Claro que esse tipo de atitude não se encontra Parágrafo único. Incorre na mesma pena
respaldo legal. quem, inexistindo prazo para execução ou
conclusão de procedimento, o estende de
forma imotivada, procrastinando-o em
14.1.4. Utilização do cargo ou função prejuízo do investigado ou do fiscalizado.
pública ou invocação de agente público
para se eximir de obrigação legal ou para
A nossa constituição apresenta o princípio da
obter vantagem ou privilégio indevido.
razoável duração do processo. Apesar de falar
em “processo” se aplica na fase de
Art. 33. [...] investigação policial.
O CPP traz que o Inquérito tem prazo para
Parágrafo único. Incorre na mesma pena
terminar, 10 dias com o indivíduo preso e 30
quem se utiliza de cargo ou função pública ou
dias com o indivíduo solto. (Art. 10 do CPP),
invoca a condição de agente público para se salvo se o fato for de difícil elucidação.
eximir de obrigação legal ou para obter
vantagem ou privilégio indevido. Trata-se de forma especial de prevaricação
praticada por agentes públicos com detentor
do poder de investigação e fiscalização.
O parágrafo único do art. 33 agora torna típico
a famosa “carteirada”. Tomamos um 14.1.6. Demora demasiada e injustificada
exemplo, de um policial apresenta a sua no exame de processo de que tenha
identidade funcional para ter acesso a uma requerido vista em órgão colegiado.
festa com comida e bebida grátis. Embora não
tenha havido nenhuma exigência explícita do
agente público, o simples fato de ser Art. 37. Demorar demasiada e
autoridade pública por si só já intimida a injustificadamente no exame de processo de
que tenha requerido vista em órgão colegiado,
vítima, já que o pedido veio de um policial que
com o intuito de procrastinar seu andamento
representa um órgão de segurança pública. ou retardar o julgamento:
Outros exemplos classicíssimos são de Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
policiais que montam pontos-base em anos, e multa.
padarias e restaurantes a fim de “furar” (0800)
Neste caso, a conduta criminosa consiste em
lanches e comidas usando-se das
demorar demasiada e injustificadamente no
prerrogativas do cargo ou pedir o velho e bom exame de processo de que tenha requerido
(0400) desconto; Juiz de direito que se utiliza vista em órgão colegiado
do cargo para não passar no bafômetro de
A conduta ora em apreço tem conduta
blitz de “Lei seca”. (Rodrigo Foureaux, 2019)
direcionada à primeira vista para
A vantagem indevida pode ser de qualquer Desembargadores e Ministros, já que fazem
natureza, não só a patrimonial, fiquem ligados! parte de órgão colegiado. Ocorre que juízes
de primeiro grau podem figurar em órgão
colegiados, como ocorrer nas turmas
14.1.5. Procrastinação injustificada de recursais. (Renato Brasileiro)
investigação em prejuízo do investigado. Insta esclarecer que o termo “processo” no
tipo penal poderá ser processo penal,
administrativo ou cível.

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14.1.7. Omissão de identificação ou Porém, os advogados e defensores tem direito


identificação falsa ao preso. à acesso a autos de flagrantes e de
investigações de qualquer natureza, podendo
inclusive tirar cópias. Desde que a diligência
Art. 16. Deixar de identificar-se ou identificar- já tenha sido documentada.
se falsamente ao preso por ocasião de sua
captura ou quando deva fazê-lo durante sua
detenção ou prisão: 14.1.9. Antecipação de atribuição de culpa
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) por meio de comunicação, antes de
anos, e multa. concluídas as apurações e formalizada a
acusação.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena
quem, como responsável por interrogatório
em sede de procedimento investigatório de Art. 38. Antecipar o responsável pelas
infração penal, deixa de identificar-se ao preso investigações, por meio de comunicação,
ou atribui a si mesmo falsa identidade, cargo inclusive rede social, atribuição de culpa,
ou função. antes de concluídas as apurações e
formalizada a acusação:
Esse dispositivo tutela o direito do preso a Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
identificação dos responsáveis por sua prisão anos.
ou por seu interrogatório policial (art. 5º, LXIV Este dispositivo visa com o sensacionalismo
da CF) das investigações, com as prisões ao vivo,
Trata-se de um crime de ação múltipla ou de que a impressa sempre está presente na hora
conteúdo variado, pois tem dois tipos verbais exata.
(um omissivo e outro comissivo), isso significa A antecipação de culpa vai de encontro com o
que se a autoridade policial, no mesmo princípio da presunção de inocência.
contexto fático, deixa de se identificar e É verdade que a administração pública está
posteriormente se identifica falsamente, pautada no princípio da publicidade (art. 37 da
responderá por crime único. CF), porém não se pode desrespeitar a
integridade moral do preso em detrimento
14.1.8. Negativa de acesso aos autos de deste princípio.
procedimentos investigatório e de A atribuição de culpa só ocorrerá após o
extração de cópias de documentos. indiciamento pela autoridade policial que se
dará por ato fundamentado que deverá indicar
a autoria, a materialidade e as circunstâncias.
Art. 32. Negar ao interessado, seu defensor
ou advogado acesso aos autos de
investigação preliminar, ao termo 14.1.10. Decretar condução coercitiva de
circunstanciado, ao inquérito ou a qualquer testemunha ou investigado
outro procedimento investigatório de infração manifestamente descabida.
penal, civil ou administrativa, assim como
impedir a obtenção de cópias, ressalvado o
acesso a peças relativas a diligências em Art. 10. Decretar a condução coercitiva de
curso, ou que indiquem a realização de testemunha ou investigado manifestamente
diligências futuras, cujo sigilo seja descabida ou sem prévia intimação de
imprescindível: comparecimento ao juízo:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos,
anos, e multa. e multa.
Trata-se da matéria já parametrizada pelo Esse delito será conhecido como “crime
Supremo Tribunal Federal, nos termos da Lula”.
Súmula Vinculante nº 14. A restrição de liberdade será o tempo
Uma das características do Inquérito Policial é necessário para a preservação das fontes de
o seu sigilo, nos termos do art. 20 do CPP.

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provas ou para a produção do meio de prova,


não podendo ser superior a 24 horas. 14.1.12. Violação de domicílio em contexto
Um dos exemplos clássicos de condução de abuso de autoridade.
coercitiva é para reconhecimento pessoal (art.
226 do CPP). Art. 22. Invadir ou adentrar, clandestina ou
astuciosamente, ou à revelia da vontade do
Lembrando que o STJ disse que não cabe ocupante, imóvel alheio ou suas
condução coercitiva para interrogatório (ADPF dependências, ou nele permanecer nas
395 de 2018) mesmas condições, sem determinação
judicial ou fora das condições estabelecidas
em lei:
14.1.11. Constrangimento a depor, sob
ameaça de prisão. Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos,
e multa.
§ 1º Incorre na mesma pena, na forma
Art. 15. Constranger a depor, sob ameaça de
prevista no caput deste artigo, quem:
prisão, pessoa que, em razão de função,
ministério, ofício ou profissão, deva guardar I - coage alguém, mediante violência ou grave
segredo ou resguardar sigilo: ameaça, a franquear-lhe o acesso a imóvel ou
suas dependências;
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos,
e multa. II - (VETADO);
Parágrafo único. Incorre na mesma pena III - cumpre mandado de busca e apreensão
quem prossegue com o interrogatório: domiciliar após as 21h (vinte e uma horas) ou
antes das 5h (cinco horas).
I - De pessoa que tenha decidido exercer o
direito ao silêncio; ou § 2º Não haverá crime se o ingresso for para
prestar socorro, ou quando houver fundados
II - De pessoa que tenha optado por ser
indícios que indiquem a necessidade do
assistida por advogado ou defensor público,
ingresso em razão de situação de flagrante
sem a presença de seu patrono.
delito ou de desastre.

Toda pessoa pode ser testemunha (art. 202


Primeira observação que quero fazer que a
do CPP), porém tem pessoas que podem se
LAA trouxe a expressão “ocupante”, daí
recusar a depor (art. 206 do CPP) e outras
pouco importando que seja ou não o
estão proibidas de depor (art. 207 do CPP).
proprietário.
Este dispositivo da lei de abuso de autoridade
O caput do art. 22 traz três verbos: invadir,
protege as previstas no art. 207 do CPP: “São
adentrar, permanecer. Cuida-se, pois de tipo
proibidas de depor as pessoas que, em
misto alternativo ou de ação múltipla.
razão de função, ministério, ofício ou
profissão, devam guardar segredo, salvo O conceito de imóvel é o trazido pelo art. 150,
se, desobrigadas pela parte interessada, §4º do CP:
quiserem dar o seu testemunho”. a) qualquer compartimento habitado;
A doutrina os chamam de “confidentes aposento ocupado de habitação coletiva;
necessários”. b) compartimento não aberto ao público, onde
Esse dispositivo também protege a pessoa alguém exerce profissão ou atividade.
que tenha decido exercer o direito de ficar De acordo com a CF, o mandado judicial deve
calado (Constituição Federal, art. 5º LXIII) ser cumprido durante o dia. A LAA trouxe no
O termo interrogatório previsto no parágrafo seu art. 22, III, o conceito de dia a contrário
único, inciso II do art. 15, é o interrogatório sensu. Que será de 5 horas da manhã até as
judicial, pois o interrogatório policial, até a 21 horas.
entrada em vigor da lei de abuso de Vai despencar em provas, muita atenção!!!
autoridade, não necessita de advogado. Isso
porque toda investigação preliminar será Lembrando que a LAA trouxe as excludentes
apenas um procedimento administrativo. de ilicitude de invasão de domicílio desde que

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cometidas para prestar socorro, em flagrante Art. 30. Dar início ou proceder à persecução
ou desastre. penal, civil ou administrativa sem justa
causa fundamentada ou contra quem sabe
14.1.13. Obtenção e prova por meio inocente:
manifestamente ilícito. Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos,
e multa.
Art. 25. Proceder à obtenção de prova, em
procedimento de investigação ou fiscalização, A bancas de concursos irão colocar apenas na
por meio manifestamente ilícito: esfera penal.
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, Justa causa é o lastro probatório mínimo para
e multa. dar início a um procedimento investigatório.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena Iremos estudar agora, os crimes que incorrem
quem faz uso de prova, em desfavor do os servidores que cometerem excessos
investigado ou fiscalizado, com prévio contra que sofre restrição de liberdade.
conhecimento de sua ilicitude.
14.2. Excessos contra que sofre restrição
de liberdade.
A Constituição federal dispõe que “são
inadmissíveis as provas obtidas por meios
14.2.1. Omissão a comunicação a
ilícitos” (art. 5º LVI)
autoridade judiciária prisão em flagrante,
Dentro do conceito de “meio manifestamente temporária e preventiva
ilícito” estão incluídas as provas ilícitas e
ilegítimas que são aquelas que violam norma Art. 12. Deixar injustificadamente de
de direito Penal e direito Processual penal, comunicar prisão em flagrante à autoridade
simultaneamente. judiciária no prazo legal:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
14.1.14. Decretação da indisponibilidade
anos, e multa.
de ativos financeiros.
De acordo com o art. 5º, inciso LXII da CF a
Art. 36. Decretar, em processo judicial, a prisão de qualquer pessoa e o local onde se
indisponibilidade de ativos financeiros em encontre serão comunicados
quantia que extrapole exacerbadamente o IMEDIATAMENTE ao juiz competente e à
valor estimado para a satisfação da dívida da família do preso ou à pessoa por ele indicada.
parte e, ante a demonstração, pela parte, da A comunicação imediata ao juiz é uma
excessividade da medida, deixar de corrigi-la: verdadeira garantia do preso.
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, O caput do art. 12 da LAA dispõe da
e multa. expressão “prazo legal”, (norma penal em
Cuidado com esse dispositivo as bancas irão branco complementada pelo art. 306, §1º do
colocar “processo administrativo”, perceba CPP) para a doutrina, esse prazo legal será o
que é só no judicial. mesmo prazo para o envio do auto de prisão
que será de 24 horas.
A nova lei de abuso de autoridade busca
criminalizar a conduta do magistrado que O concurseiro tem que atentar que
decreta, EM PROCESSO JUDICIAL, a “comunicação imediata” da prisão não se
indisponibilidade de ativos financeiros e confunde com o “encaminhamento do auto de
quantia que extrapole exacerbadamente o prisão em flagrante” são coisas distintas e em
valor estimado para a satisfação da dívida do momentos diferentes.
réu.

14.1.15. Deflagração de persecução penal, Parágrafo único. Incorre na mesma pena


civil ou administrativa sem justa causa ou quem:
quem sabe ser inocente.

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I - deixa de comunicar, imediatamente, a


execução de prisão temporária ou preventiva Art. 9º Decretar medida de privação da
à autoridade judiciária que a decretou; liberdade em manifesta desconformidade com
II - deixa de comunicar, imediatamente, a as hipóteses legais:
prisão de qualquer pessoa e o local onde se Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos,
encontra à sua família ou à pessoa por ela e multa.
indicada; Parágrafo único. Incorre na mesma pena a
III - deixa de entregar ao preso, no prazo de autoridade judiciária que, dentro de prazo
24 (vinte e quatro) horas, a nota de culpa, razoável, deixar de:
assinada pela autoridade, com o motivo da I - relaxar a prisão manifestamente ilegal;
prisão e os nomes do condutor e das
testemunhas; II - substituir a prisão preventiva por medida
cautelar diversa ou de conceder liberdade
IV - prolonga a execução de pena privativa de provisória, quando manifestamente cabível;
liberdade, de prisão temporária, de prisão
preventiva, de medida de segurança ou de III - deferir liminar ou ordem de habeas
internação, deixando, sem motivo justo e corpus, quando manifestamente cabível.
excepcionalíssimo, de executar o alvará de
soltura imediatamente após recebido ou de
Relaxar a prisão é reconhecer a ilegalidade da
promover a soltura do preso quando esgotado
restrição da liberdade imposta a alguém, não
o prazo judicial ou legal.
se restringindo à hipóteses de flagrante delito.
O professor Renato Brasileiro, 2020, traz em
14.2.2. Restrição, sem justa causa, da
sua obra algumas espécies de relaxamento de
entrevista pessoa e reservada do preso
prisão:
com seu advogado.
1) prisão por fato atípico;
2) inobservância dos requisitos
Art. 20. Impedir, sem justa causa, a
essenciais ao mandado de prisão;
entrevista pessoal e reservada do preso com
3) inexistência da situação de flagrância.
seu advogado:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) 14.2.4. Constrangimento de preso ou
anos, e multa. detento.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena
quem impede o preso, o réu solto ou o Art. 13. Constranger o preso ou o detento,
investigado de entrevistar-se pessoal e mediante violência, grave ameaça ou redução
reservadamente com seu advogado ou de sua capacidade de resistência, a:
defensor, por prazo razoável, antes de I - Exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele
audiência judicial, e de sentar-se ao seu lado exibido à curiosidade pública;
e com ele comunicar-se durante a audiência, II - Submeter-se a situação vexatória ou a
salvo no curso de interrogatório ou no constrangimento não autorizado em lei;
caso de audiência realizada por III - (VETADO).
videoconferência. III - produzir prova contra si mesmo ou contra
terceiro: (Promulgação partes vetadas)
A Constituição federal (art. 5º, LV) assegura Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos,
aos litigantes, em processo judicial ou e multa, sem prejuízo da pena cominada à
administrativo, e aos acusados em geral, a violência.
ampla defesa.
Para o exercício da ampla defesa é De acordo com a CF art. 5º XLIX é
fundamental a presença de advogado e que assegurado aos presos o respeito à
esse profissional tenha contato com o seu integridade física e moral.
cliente, pouco importando que este esteja
preso. 14.2.5 Impedimento ou retardamento do
envio de pleito de preso a autoridade
14.2.3. Decretação de medida de privação competente.
de liberdade.
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Art. 19. Impedir ou retardar, Art. 29. Prestar informação falsa sobre
injustificadamente, o envio de pleito de procedimento judicial, policial, fiscal ou
preso à autoridade judiciária competente para administrativo com o fim de prejudicar
a apreciação da legalidade de sua prisão ou interesse de investigado:
das circunstâncias de sua custódia: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, anos, e multa.
e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena o
magistrado que, ciente do impedimento ou da Primeiramente, prestar atenção as searas de
demora, deixa de tomar as providências cabimento desse delito
tendentes a saná-lo ou, não sendo
a) judicial;
competente para decidir sobre a prisão, deixa
de enviar o pedido à autoridade judiciária que b) policial;
o seja. c) fiscal;
d) administrativo.
A CF (art. 5º XXXIV) consagra que é
assegurando, independente do pagamento de
14.3.2. Fraude processual em caso de
taxas, o direito de petição aos Poderes
abuso de autoridade.
Públicos em defesa de direitos ou contra
ilegalidade ou abuso de poder.
Art. 23. Inovar artificiosamente, no curso de
Este dispositivo visa resguardar o direito de diligência, de investigação ou de processo, o
qualquer pessoa de impetrar Habeas Corpus, estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com
independente de capacidade postulatória. o fim de eximir-se de responsabilidade ou de
responsabilizar criminalmente alguém ou
14.2.6. Manutenção de presos de ambos os agravar-lhe a responsabilidade:
sexos na mesma cela. Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos,
e multa.
Art. 21. Manter presos de ambos os sexos na
mesma cela ou espaço de confinamento: Parágrafo único. Incorre na mesma pena
quem pratica a conduta com o intuito de:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos,
e multa. I - eximir-se de responsabilidade civil ou
administrativa por excesso praticado no curso
Parágrafo único. Incorre na mesma pena de diligência;
quem mantém, na mesma cela, criança ou
adolescente na companhia de maior de idade II - omitir dados ou informações ou divulgar
ou em ambiente inadequado, observado o dados ou informações incompletos para
disposto na Lei nº 8.069, de 13 de julho de desviar o curso da investigação, da diligência
1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente). ou do processo.
Dispõe o art. 5º, XLVIII da CF que a pena será
cumprida em estabelecimento distinto, de O verbo inovar deve ser entendido como
acordo com o deleito, a idade e o sexo do modificar ou alterar algo, introduzindo uma
apenando. novidade.
Visa garantir a separação entre homens e Este dispositivo, busca evitar algumas
mulheres para afastar a violência sexual. condutas realizadas por agentes públicos
para modificar a cena do crime.
14.3. Crimes atribuídos a quem realiza
alteração da verdade ou manipulação.
14.3.3. Constrangimento de funcionário ou
14.3.1. falsa informação sobre empregado hospitalar para admitir
procedimento judicial, policial, fiscal ou tratamento de pessoa morta
administrativo.
Art. 24. Constranger, sob violência ou grave
ameaça, funcionário ou empregado de

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instituição hospitalar pública ou privada a deste artigo com objetivo não autorizado em
admitir para tratamento pessoa cujo óbito já lei.
tenha ocorrido, com o fim de alterar local ou
momento de crime, prejudicando sua
apuração:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos,
e multa, além da pena correspondente à
violência.
Quando uma pessoa é admitida em um
hospital parte da ideia que ela tenha chegado
com vida, ou seja, o óbito ocorreu no hospital.
Essa conduta dificulta bastante a apuração do
crime, pois modificou de extrema maneira o
local do crime. A preservação do local do
crime é de suma importância para obter e
preservar os vestígios deixados pela infração.

14.4. Crimes de violação da intimidade,


honra e imagem.

14.4.1. Divulgação de gravação sem


relação com a prova que se pretenda
produzir.

Art. 28. Divulgar gravação ou trecho de


gravação sem relação com a prova que se
pretenda produzir, expondo a intimidade ou a
vida privada ou ferindo a honra ou a imagem
do investigado ou acusado:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos,
e multa.
Atenção que essa gravação divulgada pelo
agente público não poderá guardar relação
coma prova que se pretenda produzir.

15. Nova Redação do art.


10 da lei 9.296/96
Art. 10. Constitui crime realizar interceptação
de comunicações telefônicas, de informática
ou telemática, promover escuta ambiental
ou quebrar segredo da Justiça, sem
autorização judicial ou com objetivos não
autorizados em lei:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos,
e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena a
autoridade judicial que determina a
execução de conduta prevista no caput

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