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Q u a r t a - f e i r a , 25 d e N o v e m b r o de 1992 I SÉRIE - Número 48

BOLETIM DA REPUBLICA
PUBLICAÇÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

SUPLEMENTO
IMPRENSA NACIONAL DE MOÇAMBIQUE Nestes termos, ao abrigo do disposto na alínea g) do n.° 1
do artigo 153 da Constituição da República, o Conselho
A V I S O de Ministros decreta:

A matéria a publicar no «Boletim da República» deve ser CAPÍTULO I


remetida em cópia devidamente autenticada, uma por cada
assunto, donde conste, além das indicações necessárias para Disposições gerais
esse efeito, o averbamento seguinte, assinado e autenticado:
ARTIGO 1
Criação do sistema
É criado o Sistema Nacional de Gestão de Recursos
SUMÁRIO Humanos do Aparelho de Estado, também designado por
Sistema de Recursos Humanos (SRH), com o objectivo
Conselho de Ministros:
de garantir a eficiência da gestão de recursos humanos e
Decreto n.° 40/92: responder às necessidades de planificação, coordenação,
Cria o Sistema Nacional de Gestão de Recursos Humanos do execução e controlo das actividades da sua gestão em fun-
Aparelho de Estado. ção das directrizes e da acção governamentais.
Decreto n.° 41/92:
ARTIGO 2
Concernente ao n.° 3 do artigo 10 do Decreto n.° 2/91,
de 16 de Janeiro. Areas do sistema
Resolução n.° 19/92:
No âmbito do Sistema de Recursos Humanos conside-
Ratifica o Acordo no domínio das Pescas, celebrado entre o ram-se as seguintes áreas:
Governo da República de Moçambique e o Governo da
República da África do Sul, aos 31 de Agosto de 1992. a) Area de planificação e controlo: processo de esta-
belecimento de objectivos e metas a serem al-
cançados e de definição dos meios necessários
para atingi-los, envolvendo a organização de
CONSELHO DE MINISTROS cadastros, quadros de pessoal, o subsistema de
informação e a avaliação do cumprimento do
Decreto n.° 40/92 plano definido;
de 25 de Novembro b) Área de recrutamento e selecção: processo de
busca, atracção e escolha de candidatos que
O Estatuto Geral dos Funcionários do Estado, aprovado preencham OS requisitos exigidos para provi-
pelo Decreto n.° 14/87, de 20 de Maio, instituiu, adequou mento de determinadas funções e categorias;
e actualizou normas e regras tendentes a criar as necessá- • c) Area de legislação de pessoal: processo de elabora-
rias condições a uma correcta administração e gestão de ção, uniformização na aplicação e revisão per-
pessoal. manente do conjunto de normas legais que re-
No entanto, a aplicação dessas normas legais no apare- gem as relações de trabalho dos funcionários do
lho de Estado impõe a criação e estruturação de um sis- aparelho de Estado;
tema de gestão de recursos humanos com o objectivo não d) Area de política salarial: processo que envolve a
só elaboração, avaliação e revisão permanente de
da uniformidade da sua execução em todo o território
nacional mas também de garantir que determinadas fun- qualificadores profissionais, estruturas salariais
ções comuns a todos os órgãos públicos sejam desempenha- e política de remuneração, benefícios e incen-
das de forma coordenada e homogénea. tivos;
e) Área de desenvolvimento: procuro permanente de ARTIGO 7
ampliação do potencial dos recursos humanos Estrutura d o s órgãos sectoriais e provinciais
através de acções de formação e avaliação que
visem a criação e o aperfeiçoamento da sua Os órgãos sectoriais do Sistema organizam-se em direc-
competência técnica e profissional; ções ou departamentos ou repartições de recursos humanos
f) Área de administração de pessoal: execução de ac- e os órgãos provinciais em departamentos ou repartições
tividades administrativas de carácter operacio- ou secções tendo em conta a complexidade e o número de
nal e rotineiro de apoio à gestão de recursos funcionários do sector, o nível de responsabilidade e de
humanos. organização exigidos.
3. Na área da legislação de pessoal:
CAPITULO II
a) Elaborar propostas de normas de gestão de recursos
Estruturação do sistema humanos, visando a aplicação c actualização
permanente da legislação de pessoal;
ARTIGO 5 b) Organizar e manter actualizado o ficheiro de le-
ó r g ã o s do sistema gislação, de actos oficiais e normativos e de ju-
risprudênera;
c) Promover, coordenar, orientarO e controlar a cor-
tado compreende os seguintes órgãos. recta aplicação da legislação relerente a pessoal;
a) Órgão director central; d) Realizar estudos c pesquisas com vista ao estabe-
b)Órgãos sectoriais; lecrmento de normas de higiene e protecção do
c) Órgãos provinciais. trabalho no aparelho de Estado.
4. Na área da política salarial
ARTIGO 4
Órgão director central a) Realizai estudos, elaborar e analisar propostas re-
ferentes a qualificadores profissionais estrutu-
1. O Ministério da Administração Estatal, como órgão ras salariais e à política de remuneracão, bene-
central do aparelho dc Estado responsável pela direcção ficios e incentivos;
geral da função pública, e o órgão director central do sis b) Elaborar estudos para o permanente ajustamento
tema. e actualização do sistema remuneratório do apa-
2. São funções gerais do órgão director central relho de Estado.
a) Planificação, coordenação e controlo; 5 Na área do desenvolvimento-
b) Normalização e orientação técnica; a) Realizar e desenvolver estudos visando a definição
c) Assessoria; da politica global de formação pata a área
d) Inspecção. comum do aparelho dc Estado;
3. As funções gerais referidas no número anterior são b) Elaborar pianos programas e projectos de forma-
exercidas a nível local pela Direcção Provincial de Apoio ção para a area comum do aparelho de Estado;
e Controlo em termos a regulamentar pelo Conselho Na- c) Realizai estudos viando a permanente adequação
cional da Função Pública. dos cheios e normas de avaliação de desem-
penho previstas no 1 statuto Coral dos Funcio-
ARTIGO 5 nátios do Estado;
Ó r g ã o s sectoriais d) Acompanhar, avaliai e controlar os resultados dos
programas de formação para a área comum do
1 As unidades orgânicas de recursos humanos dos Mi- aparelho de Estado;
nistérios, Comissões Nacionais, Secretarias de Estado e e) Definir os critérios para a atribuição dc bolsas de
demais órgãos do aparelho de Estado constituem-se em ór- estudo
gãos sectoriais do Sistema de Recursos Humanos, devendo
actuar sempre em coordenação com o órgão director cen- C A P I T U L O III
tral, do Ministério da Administração Estatal.
2. São funções dos órgãos sectoriais, a seu nível: Atribuições dos órgãos do sistema
ARTIGO 8
a) Planificação, coordenação, execução e controlo; Atribuições d o órgão director central
b) Normalização e orientação técnica de acordo com
as directrizes do órgão director central; Constituem atribuições do órgão director central de
c) Assessoria; Sistema de Recursos Humanos.
d) Inspecção.
1. Na área da planificação e controlo:
ARTIGO 6
Órgãos provinciais a) Planificar, coordenar, orientar e controlar as acti-
vidades de gestão de recursos humanos do apa-
1. As unidades orgânicas de recursos humanos das direc- relho de Estado, de acordo com as directrizes
ções provinciais constituem-se em órgãos provinciais do e planos do Governo em coordenação com e
Sistema, devendo actuar sempre em coordenação com os Ministério das Finanças;
respectivos órgãos sectoriais, e órgão local coordenador do b) Elaborar o plano global do sistema nacional do
Sistema. gestão de recursos humanos em coordenação
2. São funções dos órgãos provinciais a seu nível: com o Ministério das Finanças;
a) Planificação e controlo; c) Controlar a composição dos quadros de pessoal dos
b) Coordenação e execução; sectores;
c) Orientação técnica; d) Administrar e manter actualizado o subsistema
d) Inspecção. centrai de informação de recursos humanos:
e) Orientar, acompanhar e controlar projectos rela- e) Organizar e manter actualizado o ficheiro de legis-
tivos à implementação dos subsistemas de in- lação, de actos oficiais e normativos e de juris-
formação dos órgãos sectoriais; prudência;
f) Implementar e controlar a política de quadros d® d) Realizar estudos e pesquisas com vista ao estabe-
aparelho de Estado, definindo critérios e mé- lecimento de normas de higiene e protecção do
todos para estruturação e operacionalização do trabalho específicas do sector e zelar pela sua
Quadro de Técnicos Superiores e de Direcção aplicação.
e acompanhar a evolução dos recursos humanos
que o integram. 4. Na área da política salarial:
a) Implementar a política salarial no sector;
2. Na área de recrutamento e selecção: b) Desenvolver estudos e elaborar propostas relativas
a)Realizar estudos e pesquisas com vista ao estabele- a qualificadores e carreiras profissionais.
cimento de políticas de recrutamento e selec-
ção de recursos humanos para a área comum do 5. Na área do desenvolvimento:
aparelho de Estado, definindo métodos, técnicos a) Elaborar propostas para definição da política de
e instrumentos para a sua aplicação; formação do sector;
b) Acompanhar, orientar e controlar a execução das b) Elaborar planos e executar programas anuais e/ou
actividades de recrutamento e selecção de re- acções pontuais de formação de acordo com as
cursos humanos para a área comum do apare- necessidades e prioridades estabelecidas para o
lho de Estado, avaliando-as sistematicamente, sector;
com vista à aplicação correcta das normas do c) Programar o recrutamento e selecção de candida-
Estatuto Geral dos Funcionários do Estado. tos a bolsas de estudos;
d) Promover, orientar e avaliar a execução das acti-
ARTIGO 9
vidades de formação;
Atribuições dos órgãos sectoriais e) Implementar, acompanhar e analisar o resultado
do processo de avaliação de desempenho;
Constituem atribuições dos órgãos sectoriais do Sistema f) Realizar estudos e elaborar propostas visando a
de Recursos Humanos: permanente adequação dos critérios e normas
1. Na área da planificação e controlo: de avaliação previstos no Estatuto Geral dos
Funcionários do Estado.
a) Planificar e definir normas de gestão de recursos
humanos do sector, de acordo com a política 6. Na área da administração de pessoal:
e pianos do Governo e as directrizes do órgão
director central; Programar, coordenar, controlar e executar as activida-
b) Realizar e manter actualizado o subsistema de in- des de gestão corrente de pessoal, devendo nomeadamente:
formação de recursos humanos, de acordo com a) Manter actualizados o cadastro de categorias e fun-
as orientações do órgão director central; ções e o cadastro funcional;
c) Orientar, acompanhar e controlar a implementa- b) Registar e controlar a assiduidade e a efectividade
ção de subsistemas descentralizados de infor- dos funcionários;
mação; c) Controlar as situações reterentes aos regimes espe-
d) Implementar e controlar a política de quadros do ciais de actividade;
sector, identificando e acompanhando a evolu- d) Organizar e controlar os processos de contagem de
ção dos recursos humanos que integram o Qua- tempo de serviço, aposentação, concessão de
dro de Técnicos Superiores e de Direcção. pensões, bónus de antiguidade e de rendibili-
dade e subsídio por morte.
2. Na área de recrutamento e selecção:
a) Planificar, programar e executar as actividades de ARTIGO 10
recrutamento, selecção e colocação de pessoal, Atribuições dos órgãos provinciais
com base nas políticas e planos definidos para o
sector; Constituem atribuições dos órgãos provinciais do Sis-
b) Realizar estudos e pesquisas na área de recruta- tema de Recursos Humanos:
mento e selecção, visando o seu constante aper- 1. Na área da planificação e controlo:
feiçoamento;
c) Promover, coordenar, orientar, avaliar e controlar a) Planificar e controlar a gestão de recursos huma-
a execução das actividades de recrutamento e nos do sector, na província, de acordo com as
selecção nos órgãos provinciais e instituições directrizes e planos do Governo e as normas do
subordinadas; órgão sectorial e do órgão local coordenador de
d) Desenvolver e aplicar métodos, técnicas e procedi- Sistema;
mentos de recrutamento e selecção que garan- b) Elaborar propostas relativas ao quadro de pessoal;
tam a correcta aplicação das normas do Esta- c) Organizar, controlar e manter actualizado o sub-
tuto Geral dos Funcionários do Estado. sistema de informação de recursos humanos.
3. Na área da legislação de pessoal: 2. Na área de recrutamento e selecção:
a) Implementar as normas de gestão de recursos hu- Programar e executar as actividades de recrutamento,
manos adequando-as às peculiaridades do sector; selecção e colocação de pessoal.
b) Orientar e controlar a aplicação das normas legais
nos órgãos provinciais e instituições subordina- 3. Na área da legislação de pessoal:
das, zelando pelo seu correcto cumprimento; et) Implementar as directrizes e nomas de gestão de
recursos humanos e orientar, acompanhar e con- Decreto n.° 41/92
trolar a sua aplicação; de 25 de Novembro
b) Zelar pela aplicação das normas e condições de
higiene e protecção do trabalho. O Decreto n.° 2/91, de 16 de Janeiro, determina os pro-
cedimentos relativos a alienação de imóveis que são pro-
4. Na área da política salarial: priedade do Estado a favor dos inquilinos, em conformi-
Garantir a correcta aplicação da política salarial. dade com o disposto na Lei n.o 5/91, de 9 de Janeiro.
O n.° 3 do artigo 10 do decreto já referido, nao refere
5. Na área do desenvolvimento: claramente a taxa de juros que e devida, caso a modalidade
a) Elaborar e executar planos, programas anuais e de pagamento pretendida pelo inquilino, seja a de paga-
acções pontuais de formação; mento por prestações, contrariamente ao pagamento atra-
b) Divulgar programas de recrutamento e selecção vés de uma renda-amortização que prevê uma taxa de
de candidatos a bolsas de estudo; juros. Afigura-se, pois, necessária a clarificação deste as-
pecto, respeitando-se o espirito do Decreto n.° 2/91,
c) Controlar e analisar os processos anuais de ava- de 16 de Janeiro.
liação de desempenho.
Nestes termos, ao abrigo do disposto na alínea i) do n.° 1
6. Na área da administração de pessoal: do artigo 153 da Constituição da República, o Conselho
de Ministros decreta:
Programar e executar as actividades de gestão corrente
de pessoal, devendo nomeadamente: Único. O n.° 3 do artigo 10 do Decreto n.° 2/91,
a) Manter actualizados o cadastro de categorias e fun- de 16 de Janeiro, passa a ter a seguinte redacção:
ções e o cadastro funcional; 3. Caso a modalidade pretendida seja a de renda-
b) Organizar a documentação para provimento pro- amortização ou a prestações, deverá incluir a taxa de
visório; juros a ser definida peio Ministro das Finanças.
c) Executar as actividades relativas à posso;
d) Registar e controlar a efectividade e a assiduidade Aprovado pelo Conselho de Ministros.
dos funcionários;
e) Organizar o processo relativo à contagem de tempo Publique-se.
de serviço; O Primeiro-Ministro, Mário Fernandes da Graça Ma-
f) Organizar os processos de aposentação; chungo.
g) Organizar os processos para concessão das pensões
de aposentação, sobrevivência e de sangue e do
subsídio por morte;
h) Organizar os processos de atribuição de bónus aos Resolução n.° 19/92
funcionários. de 25 de Novembro
C A P Í T U L O IV
Havendo necessidade de dar cumprimento às formali-
Disposições finais e transitórias dades previstas no Acordo celebrado entre o Governo da
ARTIGO 11
República de Moçambique e o Governo da Republica da
África do Sul no domínio das Pescas;
Normas complementares Ao abrigo do disposto na alínea f) do n.° 1 do artigo 153
da Constituição da República, o Conselho de Ministros
Compete ao Conselho Nacional da Função Pública apro- determina:
var as normas complementares para aplicação do presente
decreto. Único. É ratificado o Acordo no domínio das Pescas
ARTIGO 12
celebrado entre o Governo da República de Moçambique
e o Governo da República da África do Sul, em Maputo,
Vigência no dia 31 de Agosto de 1992.
O presente decreto entra em vigor seis meses após sua O Acordo produz efeitos a partir de 1 de Janeiro
publicação. de 1992.
Aprovado pelo Conselho de Ministros. Aprovado pelo Conselho de Ministros.
Publique-se. Publique-se.
O Primeiro-Ministro, Mário Fernandes da Graça Ma- O Primeiro-Ministro, Mário Fernandes da Graça Ma-
chungo. chungo.

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