Você está na página 1de 30

Sexta-feira, 17 de Junho de 2022 I SÉRIE —

­ Número 116

IMPRENSA NACIONAL DE MOÇAMBIQUE, E. P. Regulamento do Estatuto Geral


dos Funcionários e Agentes do Estado
AVISO CAPÍTULO I
A matéria a publicar no «Boletim da República» deve Disposições gerais
ser remetida em cópia devidamente autenticada, uma Artigo 1
por cada assunto, donde conste, além das indicações (Objecto)
necessárias para esse efeito, o averbamento seguinte, O presente regulamento tem por objecto regulamentar
assinado e autenticado: Para publicação no «Boletim a Lei n.º 4/2022, de 11 de Fevereiro que aprova o Estatuto Geral
da República». dos Funcionários e Agentes do Estado (EGFAE).
Artigo 2
(Âmbito de aplicação)

SUMÁRIO 1. O presente Regulamento do Estatuto Geral dos Funcionários


e Agentes do Estado (REGFAE) aplica-se aos funcionários
e agentes do Estado que exercem actividade nas instituições
Conselho de Ministros: de Administração directa e indirecta do Estado, nas entidades
Decreto n.º 28/2022: -BR 116 descentralizadas incluindo autarquias locais e nas missões
Aprova o Regulamento do Estatuto Geral dos Funcionários diplomáticas e consulares da República de Moçambique.
e Agentes do Estado, abreviadamente designado por 2. O presente REGFAE aplica-se, igualmente, aos funcionários
REGFAE e revoga o Decreto n.º 5/2018, de 26 de Fevereiro. e agentes do Estado que exercem actividades nos serviços
-BR 116
de apoio técnico e administrativo da Presidência da República,
da Assembleia da República, dos Tribunais, do Ministério
Resolução n.º 26/2022: -BR 116 Público, do Conselho Constitucional, do Gabinete do Provedor
de Justiça, da Comissão Nacional de Eleições, das Assembleias
Nomeia Isaías Elísio Mondlane para o cargo de Presidente
Provinciais, Distritais e Municipais e demais instituições criadas
do Conselho de Administração do Instituto Nacional
nos termos da Constituição da República ou da Lei, que não
do Mar (INAMAR, IP). -BR 116
estejam sujeitos a regime especial.
CAPÍTULO II
CONSELHO DE MINISTROS Constituição da relação de trabalho no Estado
SECÇÃO I
Decreto n.º 28/2022
Formas de constituição da relação de trabalho
de 17 de Junho
Artigo 3
Havendo necessidade de regulamentar a Lei n.º 4/2022, (Relação de trabalho)
de 11 de Fevereiro, que aprova o Estatuto Geral dos Funcionários
e Agentes do Estado, ao abrigo do artigo 4 da Lei supra, 1. A relação de trabalho no aparelho do Estado constitui-se
o Conselho de Ministros Decreta: através de nomeação em regime de carreira.
2. Excepcionalmente, a relação de trabalho no aparelho
Artigo 1. É aprovado o Regulamento do Estatuto Geral do Estado pode constituir-se em regime de contrato.
dos Funcionários e Agentes do Estado, abreviadamente designado 3. O funcionário ou agente do Estado aposentado pode ser
por REGFAE, em anexo, que faz parte integrante do presente contratado desde que seja no interesse do Estado, nos termos
Decreto. do EGFAE.
Art. 2. É revogado o Decreto n.º 5/2018, de 26 de Fevereiro 4. Excepcionalmente, para a contratação prevista no número
e demais legislação que contrarie o presente Decreto. anterior do presente artigo dispensa-se os requisitos previstos nas
Art. 3. O presente Decreto entra em vigor 70 dias após a sua alíneas c) e e) do artigo 18 do EGFAE.
publicação. 5. A nomeação e o contrato produzem efeitos a partir da data
Aprovado pelo Conselho de Ministros, aos 31 de Maio do visto do Tribunal Administrativo competente, salvo os casos
de 2022. de urgente conveniência de serviço, previstos na lei.
Publique-se. 6. Havendo dispensa legal do visto, há lugar a anotação
O Primeiro-Ministro, Adriano Afonso Maleiane. do Tribunal Administrativo competente, nos termos da lei.
938 I SÉRIE — NÚMERO 116

SECÇÃO II e) declaração sob compromisso de honra de não estar na


Concursos de ingresso e de promoção
situação de aposentado; e
f) fotocópia autenticada do certificado de habilitações
Artigo 4
literárias exigida para o provimento no lugar.
(Procedimentos do Concurso)
2. Em caso de caducidade dos documentos referidos
1. O concurso é o processo de recrutamento, selecção, no n.° 1 do presente artigo, devem ser actualizados pelos
classificação e graduação dos candidatos a ingresso ou promoção candidatos aprovados no concurso para efeitos de instrução
no aparelho do Estado. do processo do seu provimento.
2. O ingresso e promoção nas carreiras profissionais 3. A falta de entrega de documentos, a entrega de documentos
faz- -se, regra geral, por concurso de acordo com os requisitos fora do prazo, a entrega de documentos falsos, a entrega de
dos qualificadores profissionais. documentos incompletos, implica a exclusão do candidato
3. O ingresso faz-se, em regra, na classe mais baixa nas e no seu lugar é chamado o candidato a seguir conforme a lista
carreiras mistas e no escalão inicial nas carreiras horizontais. de classificação final.
4. Nas carreiras de regime especial diferenciadas, o ingresso 4. O prazo para a entrega dos documentos referidos no n.º 2
faz-se na categoria mais baixa da carreira. do presente artigo é de 30 dias a contar da data de publicação do
Artigo 5 edital no jornal de maior circulação, na vitrina da instituição ou
na página de internet da instituição, bem como nas rádios.
(Constituição e composição do júri)
5. É proibida a realização de testes de HIV/SIDA aos
1. O júri de um concurso é constituído por três a cinco membros candidatos à vaga no aparelho do Estado sem o seu consentimento.
efectivos e vogais suplentes em número idêntico, indicados pelo 6. O disposto no presente artigo aplica-se também aos
dirigente competente. concursos de contratação.
2. Os membros do júri não podem pertencer a carreira,
categoria ou classe inferior àquela para que é aberto o concurso. Artigo 9

Artigo 6 (Verificação das condições legais para o ingresso)

(Suspeições) O candidato à ingresso no aparelho do Estado deve ter


idade igual ou superior a 18 anos desde que permita completar
1. Constitui suspeição para o exercício de funções de membro no mínimo 180 contribuições para efeitos de aposentação.
de júri:
a) possuir relação de parentesco com qualquer candidato Artigo 10
até terceiro grau da linha co-lateral; (Início de funções)
b) ser ou ter sido parte em acção cível ou penal pendente
ou finda a menos de dois anos na qual o candidato ao 1. A notificação para início de funções, é feita por Edital a ser
concurso tenha intervido, a qualquer título; publicado no jornal de maior circulação, na vitrina da instituição,
c) ter sido participante ou instrutor em processo disciplinar na página de internet da instituição ou na rádio, devendo ser
em que qualquer dos candidatos tenha sido arguido reforçado por chamada telefónica.
a menos de dois anos; e 2. O prazo para o início de funções é de 30 dias, contados
d) ter sido arguido em processo disciplinar em que qualquer a partir da data em que o visado for notificado.
dos candidatos tenha sido participante ou instrutor, 3. O prazo referido no número anterior pode ser prorrogado
a menos de dois anos. a pedido do visado até o máximo de 30 dias.
2. Cabe ao dirigente competente para nomear os membros 4. O pedido de prorrogação do prazo para início de funções,
do júri decidir sobre as suspeições. é submetido 10 dias antes do termo do prazo indicado no n.º 2
do presente artigo.
Artigo 7
5. Os funcionários que gozam do regime de urgente
(Prazo de validade dos concursos de ingresso) conveniência de serviço podem iniciar as funções, entrar em
O prazo de validade do concurso de ingresso é de três anos exercício e receber vencimentos antes do visto do Tribunal
a contar da data de publicação da lista de classificação final Administrativo competente, nos termos da lei.
no Boletim da República. 6. A não comparência injustificada dentro do prazo definido
no presente artigo, o cidadão fica impossibilitado de ser provido
Artigo 8 no aparelho do Estado durante um ano.
(Instrução do processo de admissão)
Artigo 11
1. No acto da candidatura aos concursos de ingresso
(Posse)
no aparelho do Estado, são exigidos os seguintes documentos:
a) requerimento dirigido à entidade competente; 1. A nomeação definitiva e a nomeação para o exercício
b) certidão de registo de nascimento ou fotocópia de funções de direcção, chefia e confiança implicam a tomada
autenticada do Bilhete de Identidade; de posse.
c) fotocópia do cartão ou da declaração do Número Único 2. A tomada de posse para a nomeação definitiva deve ocorrer
de Identificação Tributária (NUIT); 30 dias após anotação pelo Tribunal Administrativo competente.
d) atestado de sanidade mental e capacidade física 3. A tomada de posse para as funções de direcção, chefia
compatível com a actividade que vai exercer na e confiança deve ocorrer 15 dias após a nomeação.
Administração Pública, emitido pela entidade 4. No acto da posse, deve ser lido o respectivo auto
competente; e o empossado deve prestar juramento.
17 DE JUNHO DE 2022 939

5. As entidades nomeadas pelo Presidente da República 3. A formação em exercício ocorre na instituição da afectação
prestam o seguinte juramento: dos novos funcionários e incide sobre matérias de especialidade
“Eu, (nome completo) juro, por minha honra, servir do sector.
fielmente o Estado e a Pátria moçambicana 4. A indução deve incidir sobre as seguintes matérias:
e dedicar todas as minhas energias ao serviço a) estatuto Geral dos Funcionários e Agentes do Estado
do Povo moçambicano no exercício das funções e seu Regulamento;
que me são confiadas pelo Presidente da República”.
b) normas de organização e funcionamento dos serviços da
6. Os demais funcionários prestam o seguinte juramento: Administração Pública;
“Eu, (nome completo) juro, por minha honra, servir c) elaboração de documentos oficiais na Administração
fielmente o Estado e a Pátria moçambicana Pública;
e dedicar todas as minhas energias ao serviço do Povo d) ética e deontologia profissional;
moçambicano no exercício das funções e tarefas que e) sistema Nacional de Arquivos do Estado (SNAE);
me são conferidas por lei”. f) legislação específica da instituição onde o funcionário ou
7. Cabe ao dirigente com competência para nomear ou a quem agente do Estado está afecto;
este designar, conferir posse e enunciar os principais direitos g) conteúdo das actividades que se desenvolvem
e deveres do empossado. na instituição, rotinas e procedimentos; e
8. O auto de posse deve constar de livro próprio com termo h) outras matérias e demais legislação relevantes.
de abertura e encerramento e as folhas numeradas e rubricadas.
9. O auto de posse é assinado pelo Dirigente que preside ao Artigo 16
acto, pelo empossado e pelo funcionário do Estado que o elaborou. (Nomeação definitiva)
10. Após a tomada de posse o funcionário do Estado deve
assinar o termo de início de funções. 1. A passagem da nomeação provisória em definitiva
é automática e produz efeitos a partir da data em que o funcionário
Artigo 12 completa dois anos de exercício de suas actividades.
(Indução) 2. A nomeação definitiva não carece de requerimento
do funcionário.
1. A indução é o processo de aprendizagem pelo qual
3. O dirigente competente exara o despacho de nomeação
o funcionário é integrado no ambiente de trabalho e adquire
competências, habilidades e atitudes. definitiva no prazo de 15 dias, contados a partir da data
2. A indução deve potenciar o funcionário ou agente do da passagem da nomeação provisória para definitiva e submete
Estado para enquadrar-se na instituição de forma rápida e fácil, ao Tribunal Administrativo competente, para efeitos de anotação.
e a identificar-se com os objectivos da instituição, bem como ser 4. O despacho de nomeação definitiva é enviado à Imprensa
produtivo e motivado. Nacional, nos 45 dias subsequentes à sua recepção do Tribunal
Administrativo competente, para efeitos de publicação.
Artigo 13 5. Nos casos em que a nomeação é precedida de contrato
(Processo de indução) ou nomeação interina, o tempo de serviço prestado conta para
efeitos de nomeação definitiva.
1. O funcionário do Estado de nomeação provisória está sujeito
a indução que visa a integração e a socialização sobre matérias Artigo 17
da Administração Pública.
2. A indução inicia no prazo de 30 dias a partir da data (Impedimentos para nomeação definitiva)
do início de funções e tem a duração de três meses. 1. A passagem da nomeação provisória em nomeação definitiva
3. A indução é extensiva ao funcionário recém transferido
não tem lugar quando haja manifestação em contrário de uma das
ou colocado numa área de actividade diferente e o nomeado
em comissão de serviço. partes ao longo do período da nomeação provisória.
4. Em caso de necessidade, o agente do Estado recém 2. A manifestação em contrário deve constar de documento
contratado pode ser submetido ao processo de indução. escrito e devidamente fundamentado.
3. Constitui impedimento para a nomeação definitiva
Artigo 14 a obtenção, na avaliação de desempenho, de classificação inferior
(Intervenientes do processo) a “bom” ou que tenha cometido infracções igual ou superior
a despromoção.
São intervenientes no processo de indução os seguintes: 4. Nos casos referidos no número anterior o funcionário
a) área de Recursos Humanos; é dispensado, sem processo disciplinar, em qualquer altura
b) funcionários que ocupam cargos de direcção, chefia do provimento provisório, sem direito a indemnização.
e confiança; 5. Nos casos em que o funcionário de nomeação provisória
c) área de Formação; e dispensado, nos termos do n.º 4 do presente artigo, voltar a ser
d) funcionários e agentes do Estado da área de actividade. admitido nos quadros da administração pública, o tempo da
nomeação provisória anterior é válido para efeitos de contagem
Artigo 15 de tempo para aposentação.
(Métodos de indução)
Artigo 18
1. O processo de indução deve ocorrer por via de curso
(Mobilidade)
de indução e formação em exercício.
2. Os cursos de indução referidos no número anterior 1. Entende-se por mobilidade a movimentação de um
são ministrados pelas instituições Públicas de Formação em funcionário de nomeação definitiva, por via de transferência
Administração Pública. ou destacamento.
940 I SÉRIE — NÚMERO 116

2. A mobilidade deve ter em conta as necessidades de serviço, conservando o funcionário a sua carreira ou categoria no quadro
o desenvolvimento do carácter unitário nacional do Aparelho de origem, sendo pago pelo organismo onde exerce funções.
do Estado e a formação do funcionário ou agente do Estado. 8. O funcionário em regime de destacamento deve beneficiar
3. No acto da mobilidade de funcionário do Estado deve ser dos actos administrativos referentes a promoção, progressão
indicada a carreira ou categoria para qual o funcionário será e mudança de carreira no quadro de origem.
enquadrado e a função quando aplicável.
4. No caso referido no número anterior os requisitos Artigo 21
do funcionário devem corresponder aos do qualificador (Direitos adquiridos)
da respectiva carreira ou categoria.
5. Na mobilidade por conveniência de serviço do funcionário Constituem direitos adquiridos todos aqueles estritamente
cujo cônjuge ou pessoa com quem vive em união de facto ligados a carreira ou categoria do funcionário do Estado,
é também funcionário deve igualmente ser assegurada nomeadamente, vencimento base e bónus especial.
a mobilidade deste, nos termos da lei.
Artigo 22
Artigo 19 (Nomeação interina)
(Transferência) 1. A nomeação interina consiste no provimento de lugar
1. A transferência é a afectação de um funcionário a tarefas vago na classe ou categoria e escalão, cujo titular se encontre
em local diferente daquele em que se encontra a prestar serviço em situação de inactividade ou actividade fora do quadro que
dentro dos quadros da Administração Pública. implique suspensão de vencimento.
2. A transferência ocorre por iniciativa do Estado. 2. A nomeação interina é temporária e não deve exceder dois
3. A transferência pode, também, ocorrer à pedido anos consecutivos.
do funcionário ou por permuta entre estes, desde que sejam 3. O tempo de serviço prestado em regime de interinidade
apresentados motivos relevantes devidamente justificados conta para todos os efeitos legais de efectividade, promoção
e quando tal não cause transtornos ao normal funcionamento e progressão.
dos serviços. 4. O funcionário em regime de interinidade beneficia-se
4. A transferência nos termos do número anterior não de promoção e progressão na carreira de origem desde que reúna
confere ao funcionário ou agente do Estado o direito ao abono os requisitos para o efeito.
de passagem. 5. Na nomeação interina não há lugar à promoção
5. A transferência de funcionários, entre os quadros de pessoal ou progressão na classe ou categoria e escalão em que o funcionário
dos órgãos centrais, provinciais, distritais e autárquicos fica está nomeado interinamente.
condicionada à existência de vaga e disponibilidade orçamental 6. Quando, em virtude da promoção e progressão no lugar
de origem, o funcionário ficar integrado em classe ou categoria
e à prévia concordância dos respectivos dirigentes para onde essa
e escalão com vencimento superior ao que lhe é devido como
transferência seja pretendida.
interino, regressa a carreira de origem.
6. A transferência do funcionário efectiva-se por despacho
7. O despacho que dá por findo o exercício de actividades em
conjunto sujeito a anotação do Tribunal Administrativo
regime de interinidade é remetido ao Tribunal Administrativo
competente, salvo os casos determinados por Presidente da competente para anotação.
República, Presidente da Assembleia da República e Primeiro- 8. Da nomeação interina, é lavrado o termo de início
-Ministro ou por decisão da entidade que superintende a área de funções, não carecendo de posse.
da função pública.
7. Salvo casos excepcionais, nenhum funcionário pode ser SECÇÃO III
transferido sem que tenham decorridos 2 anos contados a partir
da sua última transferência. Contratos
Artigo 23
Artigo 20
(Contratos)
(Destacamento)
1. A Presidência da República pode celebrar contratos, com
1. O destacamento consiste na afectação do funcionário por dispensa de concurso por um período até cinco anos, podendo
iniciativa de serviço e no interesse do Estado, para exercer ser renovados por igual período uma única vez para lugares de
actividade ou função fora do quadro de pessoal da Administração assessoria e apoio geral previstos no respectivo quadro de pessoal.
Pública. 2. A Assembleia da República e o Gabinete do Primeiro-
2. O destacamento é decidido por despacho do dirigente Ministro podem celebrar contratos com dispensa de concurso,
competente para nomear. por um período até cinco anos podendo ser renovados por igual
3. O despacho do dirigente referido no número anterior, depois período uma única vez para lugares de assessoria e pessoal
de ter sido visado pelo Tribunal Administrativo competente, da área de apoio nas residências oficiais e protocolares previstos
é bastante para a tomada de posse do funcionário destacado. nos respectivos quadros de pessoal.
4. O regime do destacamento tem duração de 5 anos 3. Os órgãos e instituições do Estado, bem como as entidades
prorrogáveis uma única vez por igual período, devendo ser sempre descentralizadas podem ainda celebrar contratos a termo
no interesse e iniciativa da Administração Pública. certo, pelo período até quatro anos não renováveis, nos termos
5. Em caso de prorrogação do destacamento, o funcionário será da legislação específica:
colocado em situação de supranumerário e é aberta a respectiva
vaga no quadro de pessoal. a) para execução de actividades de natureza não permanente
6. O exercício de funções de direcção, chefia e confiança fora que exijam conhecimentos técnicos especializados; e
da instituição a que o funcionário está vinculado, só pode ocorrer b) para certas actividades ou prestação de serviços
por via de destacamento. que exijam qualificação habilitacional ou profissional
7. O destacamento para o exercício de funções de direcção, específica desde que se observe as vagas e requisitos
chefia e confiança dentro do quadro de pessoal da Administração para efeitos previstos no respectivo quadro de pessoal
Pública implica provimento e posse no lugar do quadro de pessoal e qualificador.
17 DE JUNHO DE 2022 941

4. A contratação feita pelas entidades descentralizadas Artigo 26


não pode ir para além do período do mandato do contratante.
(Subsistemas)
5. Para as carreiras de professores universitários podem ser
celebrados contratos, com dispensa de concurso, por um período O SNGRHE compreende os seguintes subsistemas:
até cinco anos podendo ser renovados por igual período uma a) subsistema de Carreiras e Remuneração, abreviadamente
única vez. SCR, que contempla os processos de planificação,
6. Para as carreiras de investigação científica, docência, recrutamento, organização e estruturação das carreiras
profissionais de saúde, extensão agrária podem ser celebrados e remuneração dos funcionários e agentes do Estado;
contratos, antecedidos de abertura de concurso público, por um b) subsistema de Planificação de Pessoal, abreviadamente
período até cinco anos podendo ser renovados por igual período SPP, que atende aos processos inerentes à previsão
uma única vez. qualitativa e quantitativa de pessoal que contribuam
7. Pode-se celebrar, igualmente, contratos, com dispensa para a consecução dos objectivos institucionais;
de concurso, por um período até cinco anos podendo ser c) subsistema de Desenvolvimento Profissional
renováveis por igual período uma única vez para atender situações na Administração Pública, abreviadamente SDPAP,
de emergência, calamidade pública e outras similares. que intervém nos processos e procedimentos
8. Os contratos celebrados à luz do presente artigo não de desenvolvimento profissional, incluindo a gestão
conferem aos agentes a qualidade de funcionários do Estado, de carreiras;
salvo nos casos previstos por lei. d) subsistema de Administração de Pessoal, abreviadamente
9. Findo o período de vigência do contrato, sem prejuízo da
SAP, que atende aos processos de organização
renovação prevista nos termos do EGFAE, este extingue-se
e actualização do cadastro dos funcionários e agentes
automaticamente.
do Estado e demais servidores públicos, bem como
10. O contrato é celebrado por escrito e deve constar o seguinte:
a execução de actividades de carácter operacional
a) nome do dirigente com competência para contratar de apoio à gestão de Recursos Humanos; e
e do agente do Estado; e) subsistema de Avaliação de Desempenho, abreviadamente
b) actividade a realizar, a remuneração, a duração, SAD, que intervém na definição dos processos
os deveres e direitos do agente do Estado; de promoção da cultura de mérito, no desenvolvimento
c) data e as assinaturas do dirigente com competência dos funcionários e agentes do Estado e demais
para contratar e do agente do Estado; e servidores públicos e na melhoria da qualidade
d) outros elementos julgados pertinentes. de serviços.
Artigo 24 SECÇÃO II
(Competências para Contratar)
Estrutura, funções e Competências dos órgãos do Sistema Nacional
São competentes para celebrar contratos, nos termos do n.º 2 de Gestão dos Recursos Humanos do Estado
do artigo 14 do Estatuto Geral dos Funcionários e Agentes do Subsecção I
Estado, os dirigentes com competência para nomear das entidades
referidas nas alíneas a) a d); das áreas referidas nas alíneas e) Estrutura do Sistema Nacional de Gestão dos Recursos Humanos
a g) e dos sectores que respondem pelas situações de emergência, do Estado
calamidade pública, previstas do n.º 1 do artigo 31 do Estatuto Artigo 27
Geral dos Funcionários e Agentes do Estado.
(Órgãos do Sistema Nacional de Gestão dos Recursos Humanos
CAPÍTULO III do Estado)

Sistema Nacional de Gestão de recursos humanos O SNGRHE compreende os seguintes órgãos:


do Estado a) órgão Director Central;
SECÇÃO I b) órgãos sectoriais;
Sistema de gestão de recursos humanos do Estado
c) órgãos provinciais;
d) órgão Coordenador Distrital; e
Artigo 25 e) órgãos distritais.
(Sistema de Gestão de recursos humanos do Estado)
SECÇÃO II
1. A gestão de recursos humanos do Estado é feita na base
do Sistema Nacional de Gestão dos Recursos Humanos do Competências dos Órgãos do Sistema Nacional de Gestão dos
Estado, abreviadamente designado SNGRHE, sem prejuízo Recursos Humanos do Estado
da autonomia, estrutura, funções, das competências das entidades Subsecção I
descentralizadas.
Competências dos Órgãos do Sistema de Nível Central
2. O SNGRHE tem por objectivo garantir a eficiência da gestão
de recursos humanos do Estado e responder às necessidades Artigo 28
de planificação, coordenação, execução e controlo das actividades
em função das directrizes e da acção governamental. (Competências do Órgão Director Central)
3. O Órgão Director Central do SNGRHE é a entidade que Compete ao Órgão Director Central:
superintende a área da função pública.
4. Compete, aos dirigentes dos órgãos centrais, provinciais, 1. Na área de planificação e controlo:
distritais, de instituições de administração indirecta do Estado a) planificar, coordenar e controlar as actividades de Gestão
e das autarquias locais a gestão dos respectivos quadros dos Recursos Humanos do Estado, de acordo com as
de pessoal. directrizes e planos do Governo;
942 I SÉRIE — NÚMERO 116

b) controlar a composição dos quadros de pessoal Artigo 29


dos sectores; (Competências dos Órgãos Sectoriais)
c) administrar e manter actualizado o cadastro dos
funcionários e agentes do Estado e demais servidores Compete aos órgãos sectoriais:
públicos; 1. Na área de planificação e controlo:
d) orientar, acompanhar e controlar a implementação a) planificar, controlar e definir normas de gestão de
do SNGRHE; e recursos humanos do sector, de acordo com a política
e) implementar e controlar a política de desenvolvimento e planos do Governo e as directrizes do Órgão Director
dos recursos humanos do Estado. Central;
b) organizar, controlar e actualizar permanentemente
2. Na área de recrutamento e selecção:
o cadastro dos funcionários e agentes do Estado
a) realizar estudos e pesquisas com vista ao estabelecimento e demais servidores públicos no Sistema Nacional
de políticas de recrutamento e selecção de Recursos de Gestão de Recursos Humanos do Estado, de acordo
Humanos para o Aparelho do Estado e definir normas com as orientações do Órgão Director Central;
e procedimentos para a sua implementação; c) orientar, acompanhar e controlar a implementação do
b) acompanhar, orientar e controlar a execução SNGRHE; e
das actividades de recrutamento e selecção de recursos d) implementar e controlar a política de desenvolvimento
humanos para o Aparelho do Estado, avaliando-as dos recursos humanos do sector.
sistematicamente, com vista à aplicação correcta 2. Na área de recrutamento e selecção:
do Estatuto Geral dos Funcionários e Agentes
a) planificar, programar e executar as actividades de
do Estado.
recrutamento, selecção e afectação de pessoal, com
3. Na área da legislação de pessoal: base nas políticas e planos definidos para o sector;
a) implementar as normas de gestão de recursos humanos b) realizar estudos e pesquisas na área de recrutamento
e propor a revisão de instrumentos normativos sempre e selecção visando o seu constante aperfeiçoamento; e
que necessário; c) promover, coordenar, orientar, avaliar e controlar
b) organizar e manter actualizado o ficheiro de legislação de o processo de recrutamento e selecção no seu sector.
actos oficiais, normativos e de jurisprudência; 3. Na área de legislação de pessoal:
c) promover, coordenar, orientar e controlar a correcta a) implementar as normas de gestão dos recursos humanos;
aplicação da legislação referente à gestão de pessoal; e b) Orientar e controlar a aplicação das normas legais
d) participar em estudos e pesquisas com vista ao no sector;
estabelecimento de normas de higiene e protecção no c) organizar e manter actualizado o ficheiro de legislação de
sector de trabalho e zelar pela sua aplicação. actos oficiais, normativos e de jurisprudência;
4. Na área de remuneração e compensação: d) realizar estudos e pesquisas com vista ao estabelecimento
de normas de higiene e protecção no sector do trabalho
a) realizar estudos, elaborar e analisar propostas de
e zelar pela sua aplicação.
qualificadores profissionais, estruturas salariais
e política de remuneração, benefícios e incentivos, 4. Na área de remuneração e compensação:
em coordenação com o órgão que superintende a área a) implementar a política salarial no sector;
das finanças; e b) contribuir na elaboração de propostas de qualificadores
b) realizar estudos para o permanente ajustamento e carreiras profissionais.
e actualização do sistema remuneratório do Aparelho 5. Na área do desenvolvimento:
de Estado. a) elaborar propostas para a definição da política
5. Na área do desenvolvimento: de formação do sector;
b) elaborar e implementar os Planos de Desenvolvimento
a) realizar estudos visando a definição da política global de
dos Recursos Humanos do sector;
formação do Aparelho de Estado;
c) elaborar e implementar programas anuais e/ou acções
b) orientar e monitorar a elaboração de Planos de
de formação de curta duração de acordo com as
Desenvolvimento dos Recursos Humanos do Estado; necessidades e prioridades estabelecidas para o sector;
c) elaborar planos, programas e projectos de formação do d) aplicar normas e critérios de selecção de candidatos para
Aparelho de Estado; a continuação dos estudos e a bolsas de estudo;
d) realizar estudos visando a permanente adequação dos e) promover, orientar e avaliar a execução das actividades
critérios e normas de avaliação de desempenho de formação;
previstos no Estatuto Geral dos Funcionários e Agentes f) implementar, acompanhar e analisar o resultado
do Estado; do processo de avaliação de desempenho;
e) acompanhar, avaliar e controlar a implementação dos g) realizar estudos e elaborar propostas visando
planos de promoção e progressão na carreira; a permanente adequação dos critérios e normas
f) acompanhar, avaliar e controlar os resultados dos de avaliação previstos no Estatuto Geral dos
programas de formação do Aparelho de Estado; e Funcionários e Agentes do Estado;
g) propor normas e critérios para a continuação de estudos h) planificar e realizar as promoções, progressões e mudança
e atribuição de bolsas de estudo. de carreira dos funcionários do sector.
17 DE JUNHO DE 2022 943

6. Na área de administração de pessoal. b) actualizar o cadastro de carreiras e funções;


Programar, coordenar, executar e controlar as actividades c) organizar a documentação para o provimento provisório;
de gestão corrente de pessoal, tais como: d) executar actividades relativas à tomada de posse;
e) registar e controlar a assiduidade e efectividade dos
a) organizar e actualizar os processos individuais dos funcionários e demais servidores públicos;
funcionários e agentes do Estado e demais servidores f) controlar as situações dos regimes especiais
públicos; de actividades;
b) executar actividades relativas à tomada de posse; g) organizar e controlar os processos de contagem
c) registar e controlar a assiduidade e a efectividade do tempo de serviços, aposentação, concessão de
dos funcionários e agentes do Estado; pensões e subsídio por morte;
d) controlar as situações dos regimes especiais h) garantir a emissão do cartão de identificação dos
de actividades; funcionários do Estado e demais servidores públicos
do respectivo sector;
e) organizar e controlar os processos de contagem de tempo
i) garantir a assistência médica e medicamentosa dos
de serviço, aposentação, concessão de pensões; funcionários do Estado e demais servidores públicos; e
f) garantir a emissão do cartão de identificação dos j) acompanhar, registar e divulgar as decisões dos processos
funcionários e agentes do Estado e demais servidores disciplinares.
públicos;
g) garantir a assistência médica e medicamentosa Subsecção III
aos funcionários e agentes do Estado; e Competências dos Órgãos Distritais
h) registar e divulgar as decisões dos processos disciplinares.
ARTIGO 31
Subsecção II (Competências do Órgão Coordenador Distrital)
Competências dos Órgãos Provinciais
1. Na área de planificação e controlo de pessoal:
ARTIGO 30 a) planificar, coordenar e controlar as actividades de Gestão
(Competências dos Órgãos Provinciais) dos Recursos Humanos do Aparelho do Estado no
distrito, de acordo com as directrizes e planos do
Compete aos órgãos provinciais: Governo e as normas do órgão director central do
1. Na área de planificação e controlo de Pessoal: Sistema;
a) planificar e controlar a Gestão de Recurso Humanos do b) controlar a composição dos quadros de pessoal dos
sector ao nível da província; sectores e elaborar o quadro de pessoal privativo
b) elaborar propostas de quadro de pessoal; e do distrito;
c) administrar e manter actualizado o subsistema central de
c) organizar, controlar e actualizar o cadastro dos
informação dos recursos humanos;
funcionários do Estado e demais servidores públicos.
d) orientar, acompanhar e controlar a implementação do
2. Na área de recrutamento e selecção: SNGRHE a nível dos órgãos distritais; e
Programar e executar actividades de recrutamento, selecção e) implementar e controlar a política de desenvolvimento
e afectação de pessoal. dos recursos humanos no Aparelho do Estado
do distrito.
3. Na área de legislação de pessoal:
2. Na área de recrutamento e selecção:
a) implementar as directrizes e normas de Gestão
de Recursos Humanos; e a) acompanhar, orientar e controlar a execução das
b) zelar pela aplicação das normas de higiene e protecção actividades de recrutamento e selecção de Recursos
no sector de trabalho e zelar pela sua aplicação. Humanos do Aparelho de Estado no distrito; e
b) avaliar sistematicamente e garantir a aplicação correcta
4. Na área de remuneração e compensação do Estatuto Geral dos Funcionários do Estado.
Garantir a correcta aplicação da política salarial. 3. Na área de desenvolvimento:
5. Na área de desenvolvimento: a) elaborar planos, programas e projectos de formação para
a) elaborar e executar planos, programas anuais e acções área comum do Aparelho do Estado no distrito;
de formação de curta duração; b) orientar e monitorar a elaboração de Planos
b) elaborar e implementar os Planos de Desenvolvimento de Desenvolvimento dos Recursos Humanos;
dos Recursos Humanos; c) acompanhar, avaliar e controlar a implementação
c) aplicar normas e critérios de selecção de candidatos dos planos de promoção, progressão e mudança
à bolsas de estudos; de carreira; e
d) controlar e analisar os processos anuais de avaliação d) acompanhar, avaliar e controlar os resultados
de desempenho; dos programas de formação para o aparelho de Estado.
e) planificar e realizar as promoções, progressões ARTIGO 32
e mudanças de carreira dos funcionários do sector;
f) gerir os funcionários nomeados para exercer cargos (Competências dos Órgãos Distritais)
de dirigente. Compete aos órgãos distritais:
6. Na área de administração do pessoal: 1. Na área de planificação e controlo de Pessoal:
Programar, coordenar, controlar e executar actividades a) planificar e controlar a Gestão de Recursos Humanos do
de gestão corrente de pessoal devendo nomeadamente: sector ao nível distrital, de acordo com as directrizes
a) organizar os processos individuais dos funcionários e planos do Governo;
e demais servidores públicos; b) elaborar propostas de quadro de pessoal; e
944 I SÉRIE — NÚMERO 116

c) organizar, controlar e actualizar o cadastro dos ARTIGO 34


funcionários do Estados e demais servidores públicos
(Órgãos Sectoriais)
do respectivo sector.
2. Na área de recrutamento e selecção: 1. As unidades orgânicas de recursos humanos dos órgãos
Programar e executar actividades de recrutamento, selecção centrais do Estado constituem-se em órgãos sectoriais do Sistema,
e afectação de pessoal. devendo actuar sempre em coordenação com o Órgão Director
3. Na área de legislação de pessoal: Central.
2. São funções dos órgãos sectoriais, no âmbito da gestão do
a) implementar as directrizes e normas de Gestão
pessoal:
de Recursos Humanos; e
b) zelar pela aplicação das normas de higiene e protecção a) planificação, coordenação, execução e controlo;
no sector de trabalho e zelar pela sua aplicação. b) elaboração de propostas de normas e orientação técnica
para as carreiras específicas do respectivo sector;
4. Na área de remuneração e compensação:
c) assessoria e monitoria;
Garantir a correcta aplicação da política salarial. d) controlo interno.
5. Na área de desenvolvimento:
a) elaborar e executar planos e programas anuais, bem como ARTIGO 35
acções de formação de curta duração; (Órgãos Provinciais)
b) elaborar e implementar os Planos de Desenvolvimento
1. As unidades orgânicas de recursos humanos dos órgãos
dos Recursos Humanos;
provinciais do Estado e das entidades descentralizadas constituem-
c) aplicar as normas e critérios de selecção de candidatos
se em órgãos provinciais do SNGRHE, devendo actuar sempre
à bolsas de estudos;
d) controlar e analisar os processos anuais de avaliação de em coordenação com os respectivos órgãos coordenadores
desempenho; provinciais e sectoriais.
e) planificar e realizar as promoções e progressões 2. São funções dos órgãos provinciais, ao seu nível:
e mudanças de carreira dos funcionários do sector; e a) planificação e controlo;
f) gerir os funcionários nomeados para exercer cargos b) coordenação e execução;
de dirigente. c) orientação técnica; e
6. Na área de administração do pessoal: d) controlo interno.
Programar, coordenar, controlar e executar actividades ARTIGO 36
de gestão corrente de pessoal devendo nomeadamente:
(Órgão Coordenador Distrital)
a) organizar os processos individuais dos funcionários
e agentes do Estado; A Secretaria Distrital é o Órgão Coordenador Distrital
b) actualizar o cadastro de carreiras e funções; do SNGRHE, à qual são conferidas as seguintes funções:
c) organizar a documentação para o provimento provisório; a) gestão e desenvolvimento dos recursos humanos;
d) executar actividades relativas à tomadas de posse; b) orientação técnica;
e) registar e controlar a assiduidade e efectividade dos c) assessoria e monitoria; e
funcionários; d) gestão do quadro supranumerário.
f) controlar as situações dos regimes especiais
de actividades; ARTIGO 37
g) organizar e controlar os processos de contagem (Órgãos Distritais)
do tempo de serviços, aposentação, concessão
1. As unidades orgânicas de recursos humanos dos órgãos
de pensões e subsídio por morte;
distritais do Estado constituem-se em órgãos distritais do Sistema,
h) garantir a emissão do cartão de identificação dos
devendo actuar sempre em coordenação com os respectivos
funcionários e agentes do Estado;
órgãos coordenadores distritais e sectoriais.
i) garantir a assistência médica e medicamentosa dos 2. São funções dos órgãos distritais ao seu nível:
funcionários; e
j) acompanhar, registar e divulgar as decisões dos processos a) planificação e controlo;
disciplinares. b) coordenação e execução;
c) orientação técnica; e
SECÇÃO III d) controlo interno.
Funções dos Órgãos do Sistema SECÇÃO V
ARTIGO 33 Cadastro e Prova de Vida
(Órgão Director Central) ARTIGO 38
1. O Órgão Director Central é a entidade que superintende (Realização)
a área da função pública.
2. São funções do Órgão Director Central as seguintes: 1. O cadastro e a prova de vida do funcionário e agente do
Estado efectivam-se no Sistema Electrónico Nacional de Gestão
a) gestão estratégica e desenvolvimento dos recursos de Recursos Humanos do Estado abreviadamente designado por
humanos do Estado; e-SNGRHE.
b) normação e orientação técnica; 2. Os funcionários e agentes do Estado devem apresentar-se
c) assessoria e monitoria; periodicamente nos pólos de registo para efeitos de prova de vida,
d) controlo interno e supervisão geral; e com vista a garantir maior controlo e actualização dos dados no
e) criação e gestão do quadro pessoal. e-SNGRH.
17 DE JUNHO DE 2022 945

ARTIGO 39 ARTIGO 43
(Periodicidade) (Responsabilidade na organização do processo)

1. A prova de vida é feita anualmente. 1. É da responsabilidade dos sectores que superintendem as


2. Cada funcionário ou agente do Estado deve prestar a prova áreas da função pública e das finanças, garantir:
de vida durante o mês do seu nascimento. a) a disponibilidade e operacionalidade da plataforma
ARTIGO 40 informática;
b) a formação dos formadores e brigadistas do processo de
(Locais de realização da prova de vida)
realização da prova de vida; e
A prova de vida deve decorrer em todo o país, nos órgãos c) o suporte técnico nos casos de avarias e qualquer
centrais, provinciais e distritais do Aparelho do Estado, através anomalia técnica e tecnológica no decurso do processo.
dos pólos de registo devidamente identificados, na entidade que 2. O sector que superintende a área da função pública deve
superintende a área da função pública. garantir a divulgação e mobilização dos funcionários e agentes
ARTIGO 41 do Estado de todos os órgãos e instituições do Estado, para a
realização da prova de vida no período estabelecido no artigo 39
(Documentos para realização da prova de vida)
do presente regulamento.
1. Para a realização da prova de vida, os funcionários e agentes
do Estado devem estar munidos de: ARTIGO 44
a) número Único de Identificação Tributária (NUIT); (Efeitos da não realização)
b) título de provimento ou despacho com o último acto 1. A não realização da prova de vida no período estabelecido,
administrativo ou contrato válido visado pelo Tribunal implica a suspensão da remuneração do funcionário ou agente
Administrativo compentente; do Estado até à data da realização da mesma.
c) bilhete de identidade ou carta de condução ou Passaporte; 2. A suspensão da remuneração pode ser levantada mediante
d) certificado de habilitações literárias; e
motivos devidamente justificados, nomeadamente:
e) outros.
a) nos casos de formação no exterior – com a apresentação
2. Para efeitos do disposto na alínea b) do n.º 1 do presente
dos documentos referidos no n.º 5 do artigo 42, do
artigo entende-se por acto administrativo a promoção, progressão
presente Diploma;
ou mudança de carreira.
b) nos casos de doentes impossibilitados de se deslocarem
ARTIGO 42 até aos pólos de registo – com a apresentação dos
(Tipos e abrangência)
documentos referidos no n.º 5 do artigo 79 do presente
regulamento; e
1. A prova de vida é presencial e consiste na captação e leitura c) outros motivos a ponderar pela entidade responsável
de dados biométricos para serem conferidas no e-SNGRHE. pela prova de vida.
2. Excepcionalmente, a prova de vida pode ser não biométrica,
3. A não realização da prova de vida, durante um período de
nos casos em que haja impossibilidade de captação das
características fisiológicas únicas usadas para identificação do três meses implica, para além da suspensão da remuneração,
funcionário e agente do Estado pelo Sistema: a instauração do processo disciplinar contra o funcionário e agente
do Estado em causa.
a) por inexistência destas nos dedos ou por ilegibilidade; e
b) por falta de dedos nas mãos. CAPÍTULO IV
3. Nas situações referidas na alínea a) do n.º 2 do presente Quadro de Pessoal
artigo deve ser apresentado um documento médico que confirme
a inexistência ou ilegibilidade de impressões digitais. ARTIGO 45
4. A prova de vida pode ocorrer, excepcionalmente, de forma (Quadro de pessoal)
não presencial, no caso em que o funcionário ou agente do Estado
esteja ausente, por motivos devidamente justificados devendo, no 1. O quadro de pessoal é um instrumento de planificação e
entanto, regularizar a sua situação mediante a realização da prova controlo dos recursos humanos que indica o número de unidades
de vida presencial nos doze meses subsequentes. por funções de direcção, chefia e confiança, e por carreiras ou
5. Para efeitos do número anterior do presente artigo, compete categorias profissionais necessárias para a prossecução das
ao respectivo gestor de Recursos Humanos submeter a entidade atribuições dos órgãos e instituições da Administração Pública.
que superintende a área da função pública, ao Gabinete do 2. O quadro de pessoal deve identificar as carreiras e funções
Secretário de Estado na Província e Cidade de Maputo, Gabinete adequadas à prossecução dos objectivos de cada sector ou serviço.
do Governador da Província ou Secretaria Distrital, conforme os 3. A dotação de efectivos do quadro de pessoal referido no
casos, os seguintes documentos: número anterior é fixada por carreira e por função em comissão
a) despacho de nomeação para o exercício de funções fora de serviço.
do território nacional; 4. Nas carreiras de regime especial diferenciado, o quadro de
b) contrato de formação, em caso de bolsa de estudos; e pessoal referido no número anterior indica o número de lugares
c) declaração ou junta médica, em caso de doença. correspondentes a cada uma das categorias das referidas carreiras.
6. Os documentos referidos no n.º 5 do presente artigo devem 5. A dotação do quadro de pessoal referido nos números
ser acompanhados pelos documentos referidos no artigo 79 do precedentes deve prever a execução dos actos referentes
presente Decreto. à promoção, progressão e mudança de carreira profissional.
946 I SÉRIE — NÚMERO 116

ARTIGO 46 ARTIGO 51
(Composição dos quadros) (Substituição)

1. A nível dos órgãos centrais do Estado os quadros de pessoal 1. A substituição consiste na nomeação de um funcionário
integram as funções de direcção, chefia e confiança de nível para exercício de funções de direcção, chefia ou de confiança,
central e as carreiras de regime geral, específicas e especial. por ausência ou impedimento temporário do titular, por período
2. A nível provincial os quadros de pessoal integram as funções
não superior a 365 dias.
de direcção, chefia e confiança de nível provincial e as carreiras
do regime geral, específicas e especial. 2. A designação para substituição deve recair prioritariamente
3. A nível distrital os quadros de pessoal integram as funções no substituto legal, quando aplicável.
de direcção, chefia e confiança de nível distrital e as carreiras de 3. Só pode ser nomeado para exercício de actividades em
regime geral, específica e especial. regime de substituição, o funcionário que reúna os requisitos
4. O quadro de pessoal das instituições de administração exigidos pelo qualificador profissional dessa função ou exerça
indirecta do Estado integram as funções de direcção, chefia função imediatamente inferior.
e confiança e as carreiras de regime geral, específicas, especiais. 4. Excepcionalmente, não existindo na instituição um
5. Os quadros de pessoal das Autarquias Locais integram as
funcionário que satisfaça os requisitos referidos nos números
funções de direcção, chefia e confiança, referentes as Autarquias
Locais e as carreiras de regime geral, específicas, especiais. anteriores, pode a designação do substituto recair em funcionário
de outro quadro de pessoal do Aparelho do Estado, a decidir
ARTIGO 47 discricionariamente pelo dirigente com competência para nomear
(Aprovação dos quadros de pessoal) ou seu delegado expressamente autorizado.
5. A substituição não se aplica nos casos de lugar vago por falta
1. A aprovação e a alteração dos quadros de pessoal central são
de provimento, ausência ou impedimento permanentes do titular.
feitas nos termos legalmente estabelecido ouvido o Órgão Director
Central do Sistema Nacional de Gestão de Recursos Humanos. ARTIGO 52
2. Compete ao Ministro que superintende a área da função
pública a aprovação, alteração ou ractificação dos quadros de (Acumulação de funções)
pessoal dos órgãos locais do Estado, da administração indirecta,
entidades descentralizadas provincial, distrital ou autarquia local. 1. A acumulação de funções consiste no exercício simultâneo,
pelo mesmo funcionário de dois cargos de direcção ou chefia,
ARTIGO 48 idênticos ou do mesmo grupo salarial, por ausência ou não
(Metodologia para elaboração dos quadros de pessoal) provimento do titular de um deles, por período não superior a 180
dias findo o qual cessa devendo ser nomeado o titular em regime
A metodologia para elaboração dos quadros de pessoal
de comissão de serviço.
é aprovada pelo órgão competente sob proposta do Órgão Director
Central do Sistema Nacional de Gestão de Recursos Humanos. 2. Decorrido o período referido no n.º 1, o funcionário cessa
a acumulação de funções, devendo-se nomear o titular para
CAPÍTULO V o lugar, em comissão de serviço.
Regimes especiais de actividade
ARTIGO 53
ARTIGO 49
(Efeitos do regime especial de actividade)
(Situações de Regime especial de actividade)
1. Durante o exercício de funções, em regime especial,
1. O funcionário do Estado com nomeação definitiva pode
exercer temporariamente funções em Regime especial de o funcionário é autorizado a candidatar-se a concursos
actividade, designadamente: de promoção e de mudança de carreira profissional, beneficiar
a) comissão de Serviço; de progressão e frequentar estágios de aperfeiçoamento no seu
b) substituição; quadro de origem e correspondentes à sua categoria ou classe.
c) acumulação de Funções; e 2. Findas as situações que determinaram o regime especial
d) destacamento. o funcionário regressa ao respectivo quadro de origem,
2. Findas as situações de regime especial referidas no n.º 1 beneficiando do vencimento e das regalias inerentes à categoria
do presente artigo, o funcionário do Estado deve, no prazo de de que é titular.
30 dias, fazer a passagem de pastas, restituição da habitação,
material, equipamento e meios da instituição que, por força da CAPÍTULO VI
função estiveram ao seu dispor.
Situação do Funcionário em relação ao quadro
ARTIGO 50 ARTIGO 54
(Comissão de serviço) (Situação do funcionário em relação ao quadro)

1. A comissão de serviço consiste na nomeação do funcionário O funcionário no quadro do pessoal pode encontrar-se numa
para exercer cargo de direcção, chefia ou de confiança. das seguintes situações:
2. As funções de direcção chefia e confiança só podem ser
preenchidas com obediência às exigências e requisitos referidos a) actividade no quadro;
nos respectivos qualificadores profissionais e demais legislação b) actividade fora do quadro;
aplicável. c) inactividade no quadro;
3. As funções de direcção, chefia e de confiança constam d) inactividade fora do quadro; e
de legislação específica. e) supranumerário.
17 DE JUNHO DE 2022 947

ARTIGO 55 b) ter sido promovido durante a prestação do serviço militar


(Actividade no quadro)
efectivo normal; e
c) supressão ou compressão de estrutura orgânica.
Considera-se em actividade no quadro o funcionário provido,
desde que se verifique uma das seguintes circunstâncias: ARTIGO 60
a) desempenhar efectivamente as suas funções; (Efeitos do Regime de Inactividade)
b) encontrar-se na situação de férias ou de faltas;
c) encontrar-se na situação de doença até 30 dias; 1. Os direitos atribuídos nos termos do EGFAE são reduzidos
d) encontrar-se no regime especial de comissão de serviço, ou cessam quando o funcionário se encontrar em regime de
substituição ou acumulação de funções; e inactividade.
e) encontrar-se em gozo de licença de maternidade, adopção 2. O funcionário que se encontre na situação de desligado do
de lactentes, paternidade, luto, casamento, bodas de serviço para efeitos de aposentação, tem direito a receber subsídio
prata ou de ouro. não inferior à remuneração que receberia se se mantivesse em
funções, até à fixação da pensão de aposentação, nos termos da lei.
ARTIGO 56 3. Nos restantes casos de inactividade ou actividade fora do
(Actividade fora do quadro) quadro não previstos no regime especial de assistência, cessam
temporariamente os direitos do funcionário, nos termos da lei.
Considera-se em actividade fora do quadro o funcionário que 4. Findas as situações referidas nos artigos anteriores, o
estiver numa das seguintes situações: funcionário retoma a plenitude os seus direitos ao reiniciar as
a) trabalhador-estudante a tempo inteiro; funções
b) licença especial;
c) prestação de serviço militar efectivo normal; CAPÍTULO VII
d) doença por período superior a 30 e até 180 dias; Carreiras profissionais e funções
e) em regime de destacamento.
ARTIGO 61
ARTIGO 57 (Ingresso)
(Inactividade no Quadro)
1. O ingresso no aparelho do Estado efectiva-se no nível mais
Considera-se em situação de inactividade no quadro, baixo da carreira, por concurso.
o funcionário que transitoriamente não exerça as suas funções 2. Excepcionalmente, em situações de emergência ou
por um dos seguintes motivos: calamidade pública, pode ser dispensado concurso de ingresso
a) gozo de licença para acompanhamento de cônjuge em em determinadas carreiras profissionais.
missão de serviço no estrangeiro ou para o exercício ARTIGO 62
de funções em organismos internacionais por período
até 365 dias; (Procedimento de ingresso com dispensa de concurso)
b) doença por período superior a 180 até 365 dias; 1. Método de recrutamento:
c) situação de prisão preventiva;
d) situação de cumprimento de uma medida de segurança a) o recrutamento será feito através de anúncios nos órgãos
ou pena privativa ou não privativa de liberdade até de comunicação social de maior circulação e outros
365 dias. meios de comunicação que se mostrarem convenientes;
b) são requisitos para ingresso nos termos previstos no
ARTIGO 58 presente artigo a aprovação na avaliação curricular e o
preenchimento dos previstos no artigo 18 do EFGAE;
(Inactividade fora do Quadro)
c) na instrução do pedido de admissão são necessários
Considera-se em inactividade fora do quadro, o funcionário os documentos previstos no artigo 6 do presente
que se encontre numa das seguintes circunstâncias: regulamento.
a) gozo de licenças para acompanhamento de cônjuge em 2. O ingresso com dispensa de concurso é acompanhado
missão de serviço no estrangeiro ou para exercício de de declaração escrita de urgente conveniência de serviço pela
funções em organismos internacionais por período entidade competente, nos termos previstos na lei.
superior a 365 dias; 3. O provimento previsto nos termos do presente artigo
b) situação de regime especial de assistência; está condicionado à existência de vaga no quadro de pessoal
c) doença por período superior a 365 dias; e disponibilidade orçamental.
d) gozo de licença ilimitada;
e) desligado do serviço para efeitos de aposentação; e ARTIGO 63
f) cumprimento de uma medida de segurança ou pena (Conversão de Carreira)
privativa ou não privativa de liberdade de prisão
superior a 365 dias. 1. Na falta de funcionário de determinada carreira para
o preenchimento de lugar no quadro de pessoal do sector, o
ARTIGO 59 dirigente competente para nomear pode recorrer ao funcionário
(Supranumerário) enquadrado em outra carreira, com o mesmo nível habilitacional,
para o preenchimento do referido lugar, desde que reúna os
Considera-se supranumerário o funcionário que se encontre requisitos definidos na referida carreira e que disso não resulte
em exercício efectivo de funções e aguarda a abertura de vaga na redução do seu vencimento.
no quadro por motivo de: 2. A conversão de carreira é feita mediante concurso, salvo se
a) ter regressado após termo do destacamento ou qualquer o número de vagas for superior ao de candidatos sem prejuízo da
situação de inactividade; avaliação curricular e entrevista.
948 I SÉRIE — NÚMERO 116

3. Excepcionalmente, a conversão da carreira é aplicável nos 2. Quando a formação referida no número anterior é superior
casos em que o funcionário está na carreira diferente da actividade a 365 dias, está sujeita ao regime de bolsas nos termos previstos
que exerce, sendo que o seu equadramento ocorre na classe em regulamentação específica.
e escalão correspondentes a aquelas em que se encontra.
ARTIGO 68
ARTIGO 64 (Remuneração por trabalho extraordinário)
(Qualificadores Profissionais) 1. Há lugar a remuneração por trabalho extraordinário, quando
A criação, reestruturação ou extinção de qualificadores se verifique motivos ponderosos para a sua realização.
2. Para efeitos de pagamento de horas extraordinárias, o serviço
e carreiras profissionais são aprovadas pelo órgão competente para
requisitante deve:
o efeito, sob proposta fundamentada do organismo interessado,
mediante parecer do Órgão Director Central do Sistema Nacional a) propor ao dirigente com competência para autorizar,
indicando a necessidade do serviço, os nomes dos
de Gestão de Recursos Humanos do Estado (SNGRHE), nos
funcionários ou agentes do Estado que provavelmente
termos da legislação específica. vão efectuar as horas extras e as respectivas carreiras
CAPÍTULO VIII e/ou categorias; e
b) controlar o trabalho por eles executado e as respectivas
Remuneração do funcionário e agente do Estado horas e, mensalmente, elaborar um mapa de horas
ARTIGO 65 extras que é remetido ao processador de salários.

(Remuneração) ARTIGO 69
1. A remuneração do funcionário é constituída pelo vencimento (Remuneração por trabalho em regime de turnos)
e suplementos. 1. Considera-se trabalho por turno, todo aquele que é prestado
2. O vencimento constitui a retribuição ao funcionário ou em regime de escalonamento em virtude da exigência de
agente do Estado, de acordo com a sua carreira, categoria ou funcionamento do serviço durante vinte e quatro horas do dia.
função, como contrapartida pelo trabalho prestado ao Estado e 2. Cada turno não pode exceder o período máximo estabelecido
consiste numa determinada quantia em dinheiro paga em período para o trabalho normal diário.
e local certo. 3. Os turnos funcionarão sempre em regime de rotação, para
3. Todo o funcionário e agente do Estado em regime idêntico que sucessivamente se substituam em períodos regulares de
trabalho.
de prestação de serviço tem direito a receber vencimento igual 4. O dia de descanso semanal deverá coincidir com domingo,
por trabalho igual. pelo menos uma vez em cada período de quatro semanas.
5. A mudança de turno só pode ocorrer após o dia de descanso,
ARTIGO 66
salvo casos excepcionais como tal reconhecidos pelo dirigente
(Remuneração do trabalho em condições excepcionais) respectivo.
6. O disposto no número 1 do presente artigo não se aplica
1. Considera-se trabalho prestado em condições de risco, às categorias cujas funções pela sua natureza, só possam ser
penosidade ou insalubridade: exercidas em período predominantemente nocturno.
a) actividades realizadas em condições excepcionais, de
ARTIGO 70
entre outras nos locais afectados pela seca, em situação
de isolamento ou de difíceis condições de vida e de (Subsídio em prisão preventiva)
trabalho e de grande incidência de situações endémicas 1. Aos familiares do funcionário e de agente do Estado em
ou epidémicas; e prisão preventiva, previstos no n.° 5, do artigo 79 do Estatuto
b) actividades que envolvam particular desgaste físico ou Geral dos Funcionários e Agentes do Estado é pago um subsídio
psíquico nomeadamente, as que envolvam exposição mensal, calculado em 60% do último vencimento base do
a Raio X e substâncias radioactivas e tóxicas. funcionário.
2. O pagamento do subsídio referido no número anterior aos
2. Para além das situações definidas no número anterior, podem
familiares do agente do Estado, está condicionado a validade do
ser definidas outras quando o interesse do Estado assim o exija. seu contrato.
3. O Ministro que superintende a área da função pública
3. Compete ao funcionário ou agente do Estado em prisão
mediante proposta dos dirigentes dos órgãos centrais e locais,
preventiva indicar um dos familiares previstos referidos no n.º 5
ouvido o Ministro que superintende a área das finanças e se for
o caso o Ministro que superintende a área da saúde, aprova, por do artigo 102 do Estatuto Geral dos Funcionários e Agentes do
despacho, os locais e actividades abrangidos pelo disposto nos Estado que vai receber o subsídio referente a prisão preventiva.
n.ºs 1 e 2 do presente artigo. 4. Cessando a prisão preventiva e não havendo lugar
à acusação, o funcionário do Estado retoma retroactivamente
ARTIGO 67 a sua remuneração por inteiro, deduzindo-se o valor dos subsídios
(Remuneração em período de formação) eventualmente pagos à família.
5. O pagamento do subsídio cessa logo que for deduzida
1. O funcionário ou agente do Estado em actividade que
e recebida a acusação pelo Tribunal ou nos casos de evasão do
seja seleccionado para frequentar cursos de formação ou de
aperfeiçoamento técnico-profissional, reciclagens ou estágios, funcionário detido.
realizados em território nacional ou no estrangeiro por período 6. O funcionário do Estado absolvido retoma retroactivamente
não superior a 365 dias tem direito à remuneração integral do a sua remuneração por inteiro, deduzindo-se o valor dos subsídios
seu vencimento. eventualmente pagos à família.
17 DE JUNHO DE 2022 949

ARTIGO 71 3. Sem prejuízo do disposto nos números anteriores do presente


artigo, para carreiras de regime especial diferenciadas podem ser
(Encargo de Verba)
definidos outros requisitos específicos.
O subsídio constitui encargo de verba que suporta 4. A promoção não necessita de posse e produz efeitos a partir
os vencimentos do funcionário ou agente do Estado detido. da data da anotação pelo Tribunal Administrativo competente.

CAPÍTULO IX ARTIGO 75
(Progressão)
Formação e Desenvolvimento de Recursos Humanos
ARTIGO 72 1. A progressão é a mudança de escalão para outro
imediatamente superior dentro da respectiva faixa salarial.
(Formação) 2. A progressão depende da verificação cumulativa dos
seguintes requisitos:
1. A formação e aperfeiçoamento profissional é orientada para
a) tempo mínimo de 2 anos completos de serviço efectivo
a capacitação, especialização e requalificação dos funcionários
no escalão em que está enquadrado;
promovendo a eficiência e eficácia dos serviços. b) avaliação de potencial;
2. A formação destina-se a capacitar os funcionários e agentes c) avaliação de desempenho não inferior a bom em cada
do Estado para melhorar o desempenho de suas actividades um dos últimos 2 anos; e
no sector ou ao desempenho de funções de direcção, chefia d) existência de cabimento orçamental.
e confiança. 3. A progressão não exige a posse e produz efeitos a partir
3. Na formação dos funcionários deve tomar-se por base o seu da data da anotação pelo Tribunal Administrativo competente.
nível escolar, a qualificação técnica ou profissional e a avaliação 4. A progressão não depende de requerimento do interessado,
de desempenho. devendo os serviços providenciar oficiosamente o seu
4. O funcionário cuja avaliação de desempenho seja regular processamento em tempo oportuno.
e com potencial para desenvolvimento profissional deve ser ARTIGO 76
submetido a cursos de capacitação profissional com vista a elevar
(Avaliação de potencial)
o seu desempenho.
5. O Subsistema de Formação em Administração Pública, 1. A avaliação de potencial é a valoração das competências
abreviadamente designado SFAP, estabelece um conjunto profissionais do funcionário do Estado a partir de indicadores
de normas directrizes e estratégias que devem assegurar pré-definidos.
a implementação de uma política integrada de formação na área 2. A avaliação do potencial visa graduar os funcionários
de Administração Pública. dentro do mesmo escalão, permitindo progredir para o escalão
imediatamente superior e tem como base indicares a que se atribui
ARTIGO 73 uma pontuação em função da sua influência no desenvolvimento
profissional.
(Desenvolvimento de recursos humanos) 3. Os indicadores seleccionados para avaliação do potencial
1. O desenvolvimento profissional do funcionário do Estado devem permitir a verificação do crescimento presumido
é o processo permanente de ampliação do seu potencial através da capacidade e esforços individuais do desenvolvimento
de acções de indução, formação e avaliação que visem o seu profissional dos funcionários.
crescimento profissional através da promoção, progressão ARTIGO 77
e mudança de carreira profissional.
(Indicadores da avaliação de potencial)
2. Os titulares ou membros de órgão de soberania e de órgão
público que sejam funcionários do Estado progridem na carreira 1. São indicadores da avaliação do potencial:
de origem durante o período de exercício de funções. a) o tempo de serviço na administração pública, desde
3. Após a cessação de funções, o titular ou membro de órgão o ingresso até a data do início da avaliação do
de soberania ou órgão público que seja funcionário do Estado potencial;
é enquadrado na respectiva carreira profissional. b) tempo efectivo na carreira actual;
c) tempo de serviço no escalão actual;
ARTIGO 74 d) habilitações académicas;
(Promoção) e) formação não formal; e
f) média de classificação de serviço dos últimos 2 anos.
1. A promoção é a mudança para a classe ou categoria seguinte
da respectiva carreira e opera-se para escalão a que corresponda ARTIGO 78
vencimento imediatamente superior.
(Mudança de Carreira)
2. A promoção depende da verificação cumulativa dos
seguintes requisitos: 1. A mudança de carreira profissional corresponde a transição de
a) tempo mínimo de 2 anos completos de serviço efectivo uma carreira para a outra obedecendo os requisitos habilitacionais
no último escalão da classe ou categoria em que está e profissionais exigidos nos qualificados profissionais.
enquadrado; 2. A mudança de carreira profissional faz-se por concurso e está
b) avaliação de desempenho não inferior a bom em cada condicionada a verificação cumulativa dos seguintes requisitos:
um dos últimos 2 anos; a) obtenção de nível académico ou técnico profissionais em
c) aprovação em concurso de acordo com o qualificador da área de formação enquadrada nas necessidades actuais
respectiva carreira; e da instituição em que o funcionário presta serviço;
d) existência de cabimento orçamental. b) aprovação em concurso de mudança de carreira;
950 I SÉRIE — NÚMERO 116

c) avaliação de desempenho não inferior a bom em cada um ARTIGO 83


dos últimos dois anos de prestação de serviço efectivo;
(Tipos de Bolsa de Estudos)
d) existência de cabimento orçamental; e
e) existência de lugar vago no quadro de pessoal. As bolsas de estudo podem ser a tempo inteiro ou parcial:
3. A integração na nova carreira faz-se no escalão e classe ou a) considera-se bolsa de estudos a tempo inteiro, a dispensa
categoria que corresponder o vencimento imediatamente superior. do funcionário do Estado da prestação de actividades
4. A mudança de carreira tem efeitos a partir da data de visto no seu local de trabalho durante o período de estudo,
do Tribunal Administrativo competente. pesquisa ou formação dentro ou fora do país;
ARTIGO 79 b) considera-se bolsa de estudo a tempo parcial, a dispensa
temporária do funcionário do Estado da prestação de
(Plano de Desenvolvimento de recursos humanos)
actividades no seu local de trabalho durante o período
1. O plano de desenvolvimento de recursos humanos é um de estudo, pesquisa ou formação.
instrumento estratégico de gestão que permite a actualização e a
evolução profissional contínuo do funcionário e a sua adequação ARTIGO 84
aos objectivos globais da instituição. (Conteúdo da Bolsa de Estudos)
2. O plano de desenvolvimento de recursos humanos tem
a duração de 5 anos e deve estar alinhado com o plano estratégico 1. A bolsa de estudo compreende o pagamento das seguintes
do sector e comportar as necessidades de formação, capacitação, despesas:
as projecções de admissões, promoções, progressões, mudanças a) formação dentro do país – remuneração mensal calculada
de carreira e aposentações. nos termos do artigo 4 do presente regulamento,
3. O plano de desenvolvimento de recursos humanos deve passagem aérea de ida e volta no início e fim da
ainda prever a sucessão de quadros.
formação, alojamento, alimentação inscrição,
4. O desenvolvimento profissional do funcionário ocorre por
propinas, certificado, diploma, taxa de graduação;
via da promoção, progressão e mudança de carreira.
5. Goza de prioridade no processo de mudança de carreira, b) formação fora do país – remuneração calculada nos
o funcionário cuja formação incida sobre uma das áreas termos do artigo 4 do presente regulamento, passagem
relacionadas com a actividade prioritária do sector ou previstas aérea de ida e volta no início e no fim da formação,
no plano de desenvolvimento de recursos humanos da respectiva visto, seguro de viagem, seguro de saúde, alojamento,
instituição. alimentação, inscrição, propinas, certificado, diploma
6. Anualmente cada sector deve prever orçamento para e taxa de graduação.
materialização dos planos de formação, promoção, progressão 2. As despesas de alojamento e alimentação referidas no
e mudança de carreira. número um do presente artigo, são pagas nos casos em que a
ARTIGO 80 formação ocorre na província distinta da que o funcionário esta
afecto e quando a distância justifica.
(Bolsa de Estudos) 3. Os valores das despesas de alimentação e alojamento,
1. A bolsa de estudos é o total dos meios financeiros e/ou referidas no presente artigo são fixadas e actualizadas pelo
materiais de vida e de estudo disponibilizados ao funcionário Ministro que superintende a área das finanças, ouvido o Ministro
do Estado durante o período de estudo, pesquisa ou formação que superintende a área da função pública.
profissional no país ou no estrangeiro.
2. A remuneração auferida pelo funcionário do Estado durante ARTIGO 85
o período de formação, constitui parte da bolsa de estudos. (Plano de Bolsa de Estudos)

ARTIGO 81 As instituições devem publicar até 30 de Setembro de cada ano


(Competência para autorizar bolsa de estudo)
o respectivo plano de bolsa de estudo, referente ao ano seguinte,
através da sua fixação na vitrina, na respectiva página de internet
Compete ao dirigente com competência para nomear autorizar ou outro lugar acessível aos funcionários.
a atribuição da bolsa de estudo e assinar o contrato.
ARTIGO 82 ARTIGO 86
(Remuneração do funcionário bolseiro) (Atribuição de Bolsa de Estudos)

Os funcionários em actividade seleccionados nos termos 1. A bolsa de estudo é atribuída mediante concurso interno,
do artigo 10 do presente regulamento tem direito as seguintes cujos resultados são publicados nos mesmos termos referidos no
remunerações: artigo anterior.
a) o funcionário bolseiro a tempo parcial aufere um valor 2. O anúncio da bolsa de estudos deve conter a seguinte
correspondente a 85 por cento da remuneração mensal; informação:
b) o funcionário bolseiro a tempo inteiro no país ou no a) tipo, finalidade, duração, localização e quantitativo da
estrangeiro aufere um valor correspondente a 75 por bolsa;
cento da remuneração mensal; e b) requisitos exigidos para candidatura;
c) estão isentos dos descontos previstos nas alíneas c) documentos a apresentar pelos candidatos;
anteriores aos funcionários bolseiros quando o período d) prazo da candidatura; e
de formação for inferior ou igual a um ano. e) prazo para divulgação dos resultados.
17 DE JUNHO DE 2022 951

ARTIGO 87 ARTIGO 91
(Requisitos para atribuição de Bolsa de Estudos) (Deveres gerais de funcionário bolseiro)

1. São requisitos para atribuição de bolsa de estudo: 1. São deveres do funcionário bolseiro, nomeadamente:
a) funcionário do Estado; a) dedicar o tempo na formação ou no estudo a que se
b) tempo de serviço no Aparelho do Estado não inferior destina a bolsa com vista a obtenção de melhor
a 5 anos; aproveitamento;
c) avaliação de desempenho não inferior a bom nos últimos b) cumprir pontualmente as exigências da formação ou do
dois anos; estudo a que se destina a bolsa;
d) idade inferior ou igual a 45 anos para cursos de longa c) não exercer qualquer tipo de actividade remunerada
durante o período da duração da bolsa, salvo quando
duração, ou seja, igual ou superior a 4 anos;
seja considerado complementar do curso ou no período
e) existência de cabimento orçamental; e
de férias e devidamente autorizado pelo respectivo
f) outros requisitos definidos no anúncio da bolsa de estudo.
dirigente;
2. Nos casos em que a bolsa de estudo é concedida pelo d) apresentar relatório da formação ou do estudo a que
financiador externo, o funcionário deve juntar o comprovativo se destina a bolsa, de acordo com a periodicidade
da aprovação da candidatura, confirmação de compromisso de estabelecida no contrato;
pagamento das despesas de passagem aérea de ida e volta, visto, e) regressar a instituição a que está afecto findo o período
seguro de viagem, seguro de saúde, alojamento, alimentação, da formação;
inscrição, propinas, certificado, diploma e taxa de graduação. f) prestar trabalho ao Estado por um período mínimo
correspondente ao período de duração da bolsa ou da
ARTIGO 88 formação;
(Selecção e graduação dos candidatos)
g) cumprir integralmente as condições da bolsa ou de
formação bem como o regulamento das instituições
1. No processo de selecção dos candidatos são apurados de ensino ou de formação; e
aqueles que reúnam os requisitos estabelecidos. h) respeitar as normas e as leis do país onde decorre
2. Na graduação dos candidatos apurados constituem a formação.
circunstâncias preferências pela ordem indicada: 2. A autorização referida na alínea c) do n.º 1 do presente artigo,
a) melhor classificação de desempenho; não é concedida nos casos em que a actividade a ser realizada pelo
b) maior experiência profissional no aparelho do Estado; e funcionário bolseiro seja prejudicial ao desempenho ou contrarie
c) outras indicadas no anúncio. as condições previstas no contrato.
3. Quando a duração da bolsa for igual ou superior a um ano, o
ARTIGO 89 funcionário bolseiro deve apresentar relatório semestral, devendo
incluir a previsão da conclusão do curso, salvo se o contrato
(Notificação do resultado do concurso)
estabelecer outra periodicidade.
Os resultados do concurso devem ser publicados e fixados na
vitrina, na página de internet ou em outro lugar de livre acesso, ARTIGO 92
dentro do prazo constante do anúncio da bolsa de estudo. (Direitos gerais do funcionário bolseiro)
ARTIGO 90 São direitos gerais do funcionário bolseiro:
(Contrato de bolsa de estudo) a) receber o quantitativo da bolsa nos termos do contrato;
b) a dispensa total ou parcial do serviço nos termos
1. Para efeitos de concessão de bolsa de estudo as instituições do contrato;
devem celebrar com o funcionário bolseiro um contrato. c) a manutenção de todos os direitos do funcionário,
2. O contrato referido no número anterior contem os seguintes enquanto bolseiro nos termos da lei;
elementos: d) ser considerada a informação sobre o seu aproveitamento
a) identificação das partes; durante a formação na avaliação do desempenho;
b) tipo e duração da bolsa; e) ter assistência médica e medicamentosa nos termos
c) local de formação; estabelecidos no contrato e demais legislação
d) forma e período de pagamento do quantitativo da bolsa; apalicável;
e) obrigações da instituição e do funcionário bolseiro, f) ser assegurado transporte para si bem como os seus
incluindo as que resultem do incumprimento do artigos de uso pessoal no início e no fim da formação
contrato; desde o local da sua residência ate ao país de formacao
f) periodicidade de entrega de relatórios; ou capacitação, nos termos do artigo 16 do presente
regulamento;
g) causas para o cancelamento da bolsa; e
g) não prestar trabalho extraodinário que o impeça de
h) outros elementos julgados necessários.
participar nas aulas, provas ou exames salvo razões
3. Competente a entidade que superintende a área da função imperiosas de serviço; e
pública aprovar os modelos de contrato da bolsa de estudo no h) ser dispensado do trabalho nos dias de exame mediante
prazo de 60 dias contados a partir de publicação do presente apresentação do respectivo calendário sem redução
regulamento. da remuneração.
952 I SÉRIE — NÚMERO 116

ARTIGO 93 2. O funcionário bolseiro que estuda fora do período normal


de trabalho tem direito a cessar a sua actividade uma hora antes
(Deveres da Instituição)
do termo da sua jornada laboral.
São deveres da instituição:
ARTIGO 100
a) proceder ao acompanhamento do funcionário bolseiro
através de contactos periódicos; (Atracção e retenção de quadros)
b) assegurar os cuidados médicos do funcionário bolseiro Constituem factores de atracção e retenção de quadros os
nos termos do contrato e demais legislação aplicável; seguintes:
c) solicitar periodicamente as instituições de ensino
a) condições adequadas de trabalho: existência de meios
profissional a informação relativa ao aproveitamento e instrumentos de trabalho essenciais para o normal
e comportamento do funcionário bolseiro; e funcionamento de serviços; condições ergonómicas
d) retirar a bolsa ao funcionário bolseiro que não obtiver de trabalho, bom clima organizacional e ambiente de
bom aproveitamento no segundo ano consecutivo de trabalho;
formação. b) higiene e segurança no trabalho: garantia de factores que
propiciam a integridade física e mental do funcionário
ARTIGO 94 e agente do Estado;
(Bagagem) c) justiça laboral: garantia de equidade no acesso as
oportunidades e no tratamento do funcionário na
1. De acordo com o meio de transporte a utilizar o funcionário atribuição de direitos e no cumprimento de deveres;
bolseiro tem direito aos seguintes pesos, excluído o que decorre d) equidade salarial: remuneração justa pelo trabalho,
do próprio bilhete de passagem: condições de remuneração equitativas;
2. O transporte de bagagem por via aérea e marítima faz-se em e) livre exercício da actividade sindical: garantia de
regime de bagagem não acompanhada, ou seja, por frete aéreo, liberdade de filiação sindical, nos termos da lei; e
terreste e marítimo, no fim da formação. f) desenvolvimento na carreira: garantias de promoção,
3. Os abonos de transporte de bagagem não são cumulativos, progressão e mudança de carreira, nos termos da lei.
devendo o funcionário bolseiro escolher a via que pretende.
CAPÍTULO X
ARTIGO 95
Higiene e Segurança no Trabalho
(Cancelamento da bolsa de estudo) ARTIGO 101
A bolsa de estudo é cancelada nas seguintes condições: (Deveres dos Funcionários e Agentes do Estado no Trabalho)
a) mau aproveitamento no estudo ou formação a que se
Constituem deveres dos funcionários e agentes do Estado no
destina a bolsa, por razoes imputáveis ao funcionário
trabalho:
bolseiro; e
b) violação grave das obrigações resultantes no contrato a) respeitar e cumprir as disposições de higiene e segurança
e dos deveres previstos na legislação aplicável. no trabalho;
b) não praticar actos que possam alterar, danificar ou retirar
ARTIGO 97 dispositivos de segurança ou sistema de protecção
instaladas na instituição;
(Efeitos de cancelamento da bolsa de estudos)
c) usar correctamente e conservar em boas condições
O cancelamento da bolsa tem os seguintes efeitos: os equipamentos de protecção e segurança individual
a) interdição de mudança de carreira, promoção e progressão e colectiva; e
durante dois anos; d) comparecer aos exames médicos e realizar aos testes
b) impossibilidade de o funcionário usufruir de nova bolsa que visem garantir a segurança no trabalho, sempre
nos quatro anos seguintes; que for solicitado.
c) instauração de procedimento disciplinar e/ou criminal
nos casos em houver lugar; e ARTIGO 102
d) apresentação imediata do funcionário bolseiro
(Direitos dos Funcionários e Agentes do Estado no Trabalho)
a instituição aque está vinculada.
Constituem direitos dos funcionários e agentes do Estado no
ARTIGO 98 trabalho:
(Apresentação ao serviço) a) prestar serviço em condições de higiene e segurança; e
1. Findo o período da formação ou estudo a que se destina b) receber formação e informação adequadas sobre higiene
a bolsa, o funcionário bolseiro deve apresentar-se imediatamente e segurança no trabalho, de acordo com as suas
a instituição em que está vinculado. actividades ou funções.
2. Tratando-se de bolsa de estudos no exterior o funcionário
deve apresentar-se ao serviço no prazo de trinta dias apôs o fim ARTIGO 103
da formação. (Deveres da instituição)
ARTIGO 99
Constituem deveres das instituições do Estado:
(Horário de trabalho de funcionário bolseiro)
a) adoptar todas as precauções adequadas de modo
1. O funcionário bolseiro que estuda durante parte da jornada a garantir que os locais de trabalho assim como os seus
laboral deve prestar trabalho por um período não inferior a 15 acessos e saída ofereçam segurança aos utentes e aos
horas semanais. funcionários e agentes do Estado;
17 DE JUNHO DE 2022 953

b) fornecer, sempre que necessário equipamento ARTIGO 105


de protecção e roupas de trabalho apropriados com vista
(Doença profissional)
a prevenir os riscos de acidente ou efeitos prejudiciais
a saúde dos funcionários e agentes do Estado; 1. Considera-se doença profissional toda a situação clínica
c) adequar as instalações as exigências mínimas que surge localizada ou generalizada no organismo, de natureza
de segurança, estabelecendo saídas e/ou escadas química, biológica física e psíquica que resulte da actividade
profissional e directamente relacionada com ela, devidamente
de emergência, pontos de evacuação em caso
comprovada pela entidade de saúde competente.
de incêndios ou desastres naturais;
2. São consideradas doenças profissionais entre as constantes
d) equipar as instalações com sistemas de extinção da lista nacional de doenças profissionais, nomeadamente as
e combate ao incêndio; resultantes de:
e) capacitar os funcionários e agentes do Estado em matérias
a) intoxicação por chumbo, suas ligas ou composto, com
de higiene e segurança no trabalho, prestação de consequências directas dessa intoxicação;
primeiros socorros, combate e prevenção de incêndios; b) intoxicado por mercúrio, suas amálgamas ou compostos,
f) dispor em cada unidade orgânica de pelo menos um quite com as consequências directas dessa intoxicação;
de primeiros socorros; c) intoxicação por acção de pesticidas, herbicidas, corantes
g) submeter a exames médicos periódicos aos funcionários e dissolventes nocivos;
e agentes do Estado que exercem actividades de risco d) intoxicação pela acção das poeiras, gases e vapores
de contrair doenças profissionais; industriais sendo como tais considerados os gases de
h) elaborar e implementar planos de segurança no trabalho combustão interna das máquinas frigoríficas;
contendo a matriz elucidativa sobre os riscos e/ou e) exposição de fibras ou poeira de amianto no ar ou poeiras
perigos ocupacionais; de produtos contendo amianto;
i) promover estudos colectivos sobre normas e princípios f) intoxicação pela acção dos raios X ou substâncias
radioactivas;
básicos de segurança e prevenção de acidentes
g) infecções carbunculosas; e
de trabalho e de doenças profissionais;
h) dermatoses profissionais.
j) avaliar periodicamente as condições de higiene
e segurança no trabalho; 3. Se a doença de que padece o funcionário e agente não
k) prestar assistência médica e medicamentosa constar da lista nacional das doenças profissionais, mas havendo
ao funcionário ou agente do Estado vítima de acidente uma relação entre ela e o ambiente laboral, o médico assistente
deve comprovar a existência dessa relação, conferindo assim
de trabalho e de doenças profissionais;
ao funcionário ou agente do Estado o direito a assistências,
l) garantir que as instalações sanitárias estejam em bom
nos termos da alínea k do artigo 5 (direito a assistência médica
estado de saneamento, tenham água para higienização e medicamentosa).
das mãos; e
m) assegurar a existência de água para o consumo humano ARTIGO 106
nas copas. (Comunicação de acidente de trabalho ou de doença profissional)

ARTIGO 104 1. As unidades orgânicas devem reportar até 72 horas seguintes


a área de recursos humanos da ocorrência de acidente de trabalho
(Acidente de trabalho)
para a devida assistência.
1. Acidente de trabalho é o sinistro que se verifica, no local 2. A área de recursos humanos deve manter o registo
e durante o tempo de trabalho, desde que produza directa ou sobre acidentes de trabalho e doenças profissionais e fornecer
indirectamente, no funcionário ou agente do Estado lesão semestralmente ao sector que superintende a área da função
corporal, perturbação funcional ou doença que resulte a morte pública.
ou redução na capacidade de trabalho ou de ganho.
ARTIGO 107
2. Considera-se ainda acidente de trabalho o que ocorra:
(Limites do período normal de trabalho)
a) na ida ou regresso do local de trabalho ou quando
o acidente seja consequência de particular perigo 1. A duração semanal de trabalho nos serviços da administração
do percurso normal ou de outras circunstância que pública abrangidos pelo presente EGFAE é de 40 horas
tem agravado o risco do mesmo percurso; distribuídas de segunda-feira a sexta-feira, das 7:30 às 15: 30
b) antes ou depois da prestação do trabalho, desde que horas.
directamente relacionado com a preparação o termo 2. O período de trabalho diário será interrompido
desta prestação; escalonadamente, entre às 12 e às 14 horas, por um intervalo de
c) por ocasião da prestação de trabalho fora do local e tempo descanso não superior a 30 minutos que, para todos os efeitos,
de trabalho normal, se verificar enquanto funcionário se considera tempo de trabalho, afim de garantir a continuidade
de prestação do atendimento ao público.
ou agente do Estado executa ordens ou realiza serviços
sob direcção e autoridade do superior hierárquico; e
ARTIGO 108
d) no local onde o funcionário ou agente do Estado
deve ser prestado qualquer forma de assistência ou (Trabalho em regime de turnos)
tratamento por virtude de anterior acidente e enquanto 1. Ao trabalho por turnos é aquele em que, por necessidade do
aí permanecer para esses fins. regular e normal funcionamento do serviço, há lugar a prestação
954 I SÉRIE — NÚMERO 116

de trabalho em pelo menos dois períodos diários e consecutivos, 2. O adiamento referido no número anterior deve ser
sendo cada um de duração não inferior a duração média diária do comunicado por escrito ao funcionário ou agente do Estado
trabalho correspondente a cada grupo profissional. abrangido, bem como ao órgão sindical da instituição caso exista,
2. A prestação do trabalho por turnos deve obedecer as com antecedência mínima de quinze dias antes do início das férias.
seguintes regras: 3. O funcionário ou agente do Estado que não gozar as férias
a) os turnos são rotativos estando respectivo pessoal sujeito por razões a si imputáveis só as poderá gozar quando a instituição
a sua variação regular; julgar conveniente.
b) nos serviços de funcionamento permanente não podem
ser prestados mais de seis dias consecutivos de ARTIGO 112
trabalho;
(Acumulação de férias)
c) as interrupções a observar em cada turno devem obedecer
ao princípio de que podem ser prestadas mais de 5 1. O direito de gozo de férias caduca no final do ano civil a
horas de trabalho consecutivos; que respeita, salvo se por motivo de imperiosa necessidade de
d) as interrupções destinas ao repouso e refeição, quando serviço, não tiverem sido gozadas nesse ano ou no ano seguinte,
não superiores a 30 minutos, consideram – se incluídas podendo ser acumuladas até ao máximo de 60 dias.
no período de trabalho; 2. Pode ser permitido, a pedido do funcionário ou agente do
e) o dia de descanso semanal deve coincidir com o domingo, Estado, a acumulação de 15 dias por cada ano civil, tendo como
pelo menos uma vez em cada período de 4 semanas;
limite 2 anos consecutivos.
f) salvo casos excepcionais, como tal reconhecidos pelo
3. As férias acumuladas devem, obrigatoriamente, ser gozadas
dirigente do serviço e pelos interessados, a mudança
de turno só pode ocorrer após o dia do descanso; e no ano em que perfazem os 60 dias, não devendo transitar para
g) ao dirigente do serviço competente fixar o início e o o ano seguinte.
termo dos turnos aprovados, bem como estabelecer
ARTIGO 113
as respectivas escalas.
(Antecipação de férias)
CAPÍTULO XI
A pedido do funcionário ou agente do Estado podem ser
Férias, faltas, dispensa e licenças
excepcionalmente concedidas férias antecipadas quando os
SECÇÃO I motivos alegados sejam considerados relevantes sem prejuízo
Férias do regular funcionamento dos serviços.
ARTIGO 109 SECÇÃO II
(Férias)
Faltas e Dispensa
1. As férias são concedidas ao fim de 12 meses de prestação ARTIGO 114
de serviço ininterrupto sendo posteriormente concedidas por
cada ano civil. (Faltas)
2. O gozo de férias não prejudica o direito às remunerações
1. Considera-se falta ao serviço a não comparência do
próprias do cargo ou função.
funcionário ou agente do Estado durante o período normal de
3. As férias comportam 30 dias de calendário e só podem ser
interrompidas por motivos imperiosos de serviço. trabalho a que está obrigado, bem como, a não comparência em
4. As férias podem ser gozadas em dois períodos a pedido do local a que deva deslocar-se por motivo de serviço.
interessado. 2. As faltas podem ser justificadas ou injustificadas.

ARTIGO 110 ARTIGO 115


(Plano de férias) (Contagem de faltas)

1. Até 30 de Outubro de cada ano as unidades orgânicas devem 1. As faltas contam-se por dias inteiros de trabalho.
elaborar e aprovar o plano de férias para o ano seguinte, de acordo 2. Os atrasos na entrada do serviço são acumulados até
com o interesse dos serviços e do interessado, sem prejuízo de se completarem um dia de falta justificada ou injustificada
assegurar o regular funcionamento dos serviços. averbando-se em conformidade.
2. Aos cônjuges, incluindo as situações de união de facto que 3. Os atrasos que não perfizerem oito horas até a data da
trabalhem no mesmo sector, deve-lhes ser concedida a faculdade elaboração do mapa de assiduidade mensal, transitam para o mês
de gozar férias simultaneamente. seguinte do mesmo ano civil.
3. Na marcação das férias nos meses mais pretendidos deve 4. Considera-se atraso, o não cumprimento por parte
beneficiar-se aos interessados que não gozaram nos referidos
do funcionário ou agente do Estado do horário de entrada
meses nos 2 anos anteriores.
4. A área de recursos humanos deve assegurar que o gozo de estabelecido na Instituição ou em legislação.
férias dos funcionários e agentes do Estado ocorra antes da data ARTIGO 116
do seu desligamento.
ARTIGO 111 (Faltas justificadas)

(Adiamento de férias) 1. Além das relativas às licenças, podem ainda ser justificadas
1. Por necessidades de serviço inadiáveis, a instituição pode as seguintes faltas:
adiar o início do gozo total ou parcial de férias até ao período a) exames escolares;
máximo de noventa dias. b) participação em actividades desportivas ou culturais;
17 DE JUNHO DE 2022 955

c) tratamento ambulatório, realização de consultas médicas ARTIGO 121


e exames complementares de diagnóstico;
(Faltas Isentas de descontos nas férias)
d) consultas pré-natais;
e) acidente em serviço ou doença profissional; 1. Não são descontadas nas férias as faltas dadas no ano civil
f) prestação de provas de concurso; anterior nas circunstâncias seguintes:
g) cometidas por dispensa; a) até à apresentação à Junta de Saúde;
h) por motivos ponderosos não imputáveis ao funcionário b) as faltas resultantes de acidente em serviço;
ou agente do Estado; e c) as justificadas por doença ou resultantes da situação de
i) prisão preventiva até a dedução da acusação pelo Tribunal licença por doença até 30 dias;
ou até a evasão do funcionário ou agente detido, caso d) por motivo de prestação de serviço militar;
ocorra. e) um dia por cada doação de sangue; e
2. Podem igualmente ser justificadas as faltas dadas pelo f) prisão preventiva até a dedução da acusação pelo Tribunal
funcionário ou agente acompanhante aquando do internamento ou até a evasão do funcionário ou agente detido, caso
de menores nos hospitais ou de familiares quando determinado ocorra.
pelos estabelecimentos hospitalares incluindo o acompanhamento 2. O desconto de faltas justificadas por doença ou resultantes da
de menores para consultas médicas. situação de licença por doença por período superior a trinta dias
3. São equiparadas a faltas por doença as dadas ao abrigo do nunca priva o funcionário ou agente do gozo de 7 dias de férias.
número 2 do presente artigo.
4. As faltas dadas até à decisão da Junta são: ARTIGO 122
a) caso a doença não seja confirmada, justificadas em (Dispensa)
relação ao período em que o funcionário ou agente
esteve afastado do serviço; e 1. Considera-se dispensa a ausência autorizada do funcionário
b) caso seja confirmada, consideradas como parte integrante ou agente do Estado dos serviços por um período não superior
do regime especial de assistência. a 3 dias úteis durante o mês, correspondentes à 24 horas laborais.
2. A pedido do funcionário ou agente do Estado pode ser
ARTIGO 117 concedida uma dispensa nos termos do no número anterior para
tratar assuntos pessoais.
(Faltas por motivo de exames escolares)
3. A dispensa é requerida pelo funcionário ou agente do Estado
1. O funcionário ou agente do Estado estudante a tempo parcial e concedida pelo superior hierárquico.
e no período pós-laboral tem direito a faltar durante a realização de 4. As dispensas referidas no presente artigo são descontadas
provas de exames, mediante requerimento e apresentação ao seu nas férias.
superior hierárquico do calendário das referidas provas de exames. 5. As dispensas cuja duração for inferior à da jornada laboral
2. Em caso das faltas referidas no número anterior, o são acumuladas até perfazerem 8 horas correspondentes a jornada
funcionário ou agente do Estado mantém todos os direitos laboral.
inerentes ao cargo ou função que desempenha.
SECÇÃO III
3. O disposto nos números anteriores do presente artigo só
é aplicável aos funcionários e agentes do Estado devidamente Licenças
autorizados a estudar. ARTIGO 123
ARTIGO 118 (Licença por doença)
(Faltas por motivo de participação em actividades desportivas 1. Durante o período de licença por doença, o funcionário ou
ou culturais) agente do Estado mantém o direito à remuneração resultante do
1. São consideradas justificadas, as faltas referentes cargo ou função que exerce até ao máximo de 6 meses.
à participação em actividades desportivas ou culturais, desde 2. Findo o período referido no n.º 1 do presente artigo, o
que solicitadas pelas entidades competentes e autorizadas pelo funcionário ou agente do Estado passa a situação de incapacidade
respectivo superior hierárquico. temporária, comprovada por Mapa de Junta Médica, devendo
2. Durante o período de faltas referidas no número anterior auferir em 75% da respectiva remuneração.
o funcionário ou agente do Estado mantém todos os direitos 3. Volvidos 365 dias e prolongando-se a doença do funcionário
inerentes ao cargo ou função que desempenha. ou agente do Estado, este passa à situação de incapacidade fora
do quadro.
ARTIGO 119
ARTIGO 124
(Faltas injustificadas)
(Doenças)
1. São consideradas injustificadas, todas as faltas não previstas
1. O funcionário ou agente do Estado suspeito de sofrer de
nos artigos anteriores.
doenças pulmonares obstrutivas crónicas, doenças crónicas não
2. A ausência do funcionário ou agente do Estado do seu local
transmissíveis, doenças de insuficiência renal crónica, doenças
de trabalho após a assinatura do livro de ponto, sem autorização,
auto imunes, doenças de fórum psiquiátrico e psicológico, devem
corresponde à falta injustificada.
ser presentes à Junta de Saúde por iniciativa dos serviços, dos
ARTIGO 120 hospitais ou centros de saúde.
2. As faltas dadas até à decisão da Junta são:
(Consequência da falta injustificada)
a) caso a doença não seja confirmada, justificadas em
1. A falta injustificada implica, para além dos efeitos acessórios relação ao período em que o funcionário ou agente
das sanções, a perda do vencimento e do número de dias de férias esteve afastado do serviço; e
correspondentes. b) caso seja confirmada, consideradas como parte integrante
2. As faltas injustificadas dão lugar a procedimento disciplinar. do regime especial de assistência.
956 I SÉRIE — NÚMERO 116

3. São abrangidos pelo regime especial de assistência os ARTIGO 129


funcionários ou agentes do Estado portadores de doenças referidas
(Licença por luto)
no n.º 1 do presente artigo bem como o HIV/SIDA.
4. É expressamente proibido submeter qualquer funcionário ou 1. Por motivo de morte de familiares previstos no n.º 5 do
agente aos testes de HIV/SIDA, sem o seu expresso e esclarecido Artigo 102 do Estatuto Geral dos Funcionários e Agentes do
consentimento. Estado, são concedidas licenças até:
a) seis dias de calendário por motivo de falecimento do
ARTIGO 125 cônjuge incluindo a união de facto, pais, padrasto,
(Regime especial de assistência)
madrasta, sogros, filhos, irmãos, enteados, genros
e noras; e
O regime especial de assistência aplicável nos casos referidos b) dois dias de calendário em caso de falecimento de avós,
no artigo anterior, compreende: netos, cunhados, tios, primos e sobrinhos do primeiro
a) a dispensa total dos serviços; grau.
b) o pagamento das despesas de deslocação dentro ou fora 2. Ao período previsto nas licenças referidas no número
do país para efeitos de tratamento e internamento, anterior que implicam a deslocação do funcionário ou agente do
quando indicado pela Junta de Saúde; e Estado podem ser acrescidos no máximo de 10 dias referentes
c) a manutenção dos direitos inerentes à sua carreira ou a viagem de ida e volta, conforme a distância e o meio
categoria. de transporte a usar.
3. Nos casos em que implique deslocação do funcionário ou
ARTIGO 126 agente do Estado, a justificação deve ser efectuada, através de
certidão de óbito, ou outro documento, bilhetes de ida e volta ou
(Acidente em missão de serviço) guia, conforme os casos no prazo máximo de sete dias, a contar
1. O regime especial referido no artigo 125 do presente a partir da data de regresso.
regulamento é extensivo ao funcionário ou agente acidentado 4. Na situação de licença por luto, o funcionário ou agente do
em missão de serviço. Estado mantém todos os direitos inerentes ao cargo ou função
que desempenha.
2. Considera-se acidente em missão de serviço quando
ocorrido: ARTIGO 130
a) no local e durante o tempo de trabalho; e (Licença para o exercício de funções em organismos
b) na prestação de trabalho fora do local e do tempo de internacionais)
trabalho normal, se ocorrer enquanto se executam
1. Ao funcionário de nomeação definitiva pode ser concedida
ordens ou realizam trabalhos sob a autoridade dos licença para o exercício de funções em organismos internacionais.
respectivos serviços. 2. A concessão da licença por período superior a um ano
3. Os acidentes ocorridos durante o percurso na ida e no implica a abertura de vaga.
regresso do trabalho são, em princípio, considerados acidente 3. O período de licença não dá direito à percepção de
em serviço. vencimentos, interrompe a contagem de tempo para efeitos de
4. Em caso de morte, as despesas com o funeral decorrem por aposentação, promoção e progressão.
conta do Estado. 4. Findo o período da licença, o funcionário requer ao dirigente
respectivo o regresso a actividade no sector, no prazo de 30 dias
ARTIGO 127 a contar da data do termo da situação.
(Passagem para familiares por morte do funcionário ou agente
5. O não cumprimento do disposto no número anterior
do Estado em missão do serviço e transladação do corpo)
determina a exoneração do funcionário.
6. No caso de ter sido preenchida a respectiva vaga,
Em caso de morte de funcionário ou agente do Estado, o funcionário é integrado na situação de supranumerário, com
resultante de acidente em missão de serviço fora do local do todos os direitos inerentes ao funcionário do quadro.
domicílio oficial, constitui encargo do Estado: 7. Se durante o decurso da licença se verificar a reestruturação
a) quando o funeral se efectuar na região de ocorrência do ou extinção da instituição na qual o funcionário estava vinculado
e o reingresso deste não possa ter lugar, o processo individual é
óbito, o abono das passagens para os familiares, até
remetido a entidade que superintende a área da função pública,
ao máximo de sete; e
após o regresso, a quem compete determinar a instituição em
b) optando os familiares pelo funeral no domicílio ou outro
que é colocado.
local a indicar pela família do funcionário ou agente
falecido, as despesas resultantes da transladação do ARTIGO 131
corpo.
(Licença para o acompanhamento do cônjuge colocado
ARTIGO 128 no estrangeiro)

(Licença de Casamento, bodas de prata e de ouro) 1. A licença para acompanhamento do cônjuge colocado no
estrangeiro em missão de representação de interesse do Estado
A licença de casamento, bodas de prata ou de ouro é concedida ou em organismos internacionais é concedida pelo dirigente
a requerimento do funcionário ou agente do Estado, visado, e tem competente, a requerimento do funcionário devidamente
a duração de 10 dias de calendário. fundamentado.
17 DE JUNHO DE 2022 957

2. A concessão da licença por período superior a um ano 3. Esta licença é concedida de forma intercalada por período
implica a abertura de vaga. não inferior a cinco anos.
3. No período da licença referida no número anterior, 4. A licença ilimitada pode cessar a requerimento do
o funcionário do Estado tem direito à percepção de um subsídio interessado, após o período mínimo de um ano naquela situação,
cujo regime consta de regulamento próprio. reingressando no quadro e na respectiva carreira, classe e escalão
4. A licença pode cessar a qualquer momento a requerimento ou categoria profissional desde que haja disponibilidade de vaga.
do funcionário. 5. Decorrido um ano após o pedido de reingresso, sem existência
5. Finda a missão do cônjuge no estrangeiro, o funcionário de vaga, o funcionário passa à situação de supranumerário,
requer ao dirigente respectivo o regresso a actividade, no prazo devendo exercer funções não inferiores à carreira, classe e escalão
de 30 dias a contar da data do termo da situação. ou categoria profissional que lhe estiver atribuída.
6. O não cumprimento do disposto no número anterior 6. No caso daquela carreira ou categoria não constar da
o funcionário incorre um processo disciplinar.
nomenclatura aprovada para o aparelho do Estado, é colocado em
7. No caso de ter sido preenchida a respectiva vaga,
carreira ou categoria profissional equivalente, mas nunca superior.
o funcionário é integrado na situação de supranumerário, com
7. Funcionário que cessa a situação de licença ilimitada fica
todos os direitos inerentes ao funcionário do quadro.
8. Se durante o decurso da licença se verificar a reestruturação obrigado a exercer a sua actividade no local que lhe for designado,
ou extinção da instituição na qual o funcionário estava vinculado de acordo com os interesses e necessidades do serviço.
e o reingresso deste não possa ter lugar, o processo individual 8. O funcionário na situação de licença ilimitada pode
é remetido a entidade que superintende a área da função pública, beneficiar do direito à aposentação, desde que se encontrem
após o regresso, a quem competirá determinar a instituição em satisfeitos os requisitos exigidos.
que é colocado. 9. Por morte do funcionário na situação de licença ilimitada,
com direito à aposentação, os seus herdeiros têm direito à pensão
ARTIGO 132 de sobrevivência, nos precisos termos previstos no artigo 170
(Licença registada) do EGFAE.
10. O cálculo da pensão de aposentação ou de sobrevivência
1. Ao funcionário de nomeação definitiva pode ser concedida é regulado em legislação específica.
licença registada até 180 dias prorrogáveis até 365 dias,
11. Esta licença só pode ser concedida duas vezes intercaladas
invocando motivo justificado e ponderoso.
2. A licença referida no número anterior só pode ser concedida por intervalos não inferiores a cinco anos, durante o ciclo
duas vezes, intercaladas por período não inferior a 5 anos. profissional do funcionário.
3. O pedido de prorrogação deve ser submetido trinta dias
antes do término da licença. ARTIGO 134
4. Se o funcionário que requerer a licença registada for exactor (Licença Sabática)
de fazenda deve provar pelos meios legais que se encontra quite
com o Estado. 1. A licença sabática é concedida aos Professores Catedráticos,
5. A concessão da licença implica: Associados e Auxiliares com grau académico de Doutor por um
a) que o respectivo tempo não conta para efeito algum; período de até um ano, dependendo do programa de actividades
b) a suspensão de vencimentos; científicas.
c) a não abertura de vaga no quadro de pessoal podendo, 2. A licença sabática visa a dedicação exclusiva a trabalhos
no entanto, o seu lugar ser provido interinamente até de investigação e publicação científica de relevância, que exijam
ao regresso do referido funcionário; e maior fundo de tempo para a sua realização.
d) o término da licença registada inicia a contagem 3. A licença sabática é requerida ao Reitor respectivo no fim
do direito a férias. de cada período de cinco anos de serviço efectivo com parecer
6. Finda a licença sem que se apresente, o funcionário favorável da Unidade Orgânica em que o Docente presta serviço.
é considerado em falta, a partir do dia seguinte ao término 4. O gozo da licença sabática não prejudica os direitos
da licença. do Docente, incluindo a direito a remuneração de que vinha
a beneficiar até a altura da autorização da mesma.
ARTIGO 133
5. Ao Docente em exercício do cargo de direcção e chefia não
(Licença ilimitada) é concedida a licença sabática, excepto quando o Conselho de
1. A licença ilimitada é concedida por tempo indeterminado Faculdade aprecie e decida em contrário.
a pedido do funcionário de nomeação definitiva, implicando: ARTIGO 135
a) tempo de licença não dá direito à percepção de
vencimentos e interrompe a contagem de tempo para (Licença de maternidade)
efeitos de aposentação, promoção e progressão na 1. A licença de maternidade consiste na concessão à funcionária
carreira profissional; ou agente do Estado parturiente de 90 dias, acumuláveis com as
b) durante o gozo da licença, o funcionário não pode férias, podendo iniciar 20 dias antes da data provável do parto.
apresentar-se a concurso, ser promovido ou exercer 2. A licença de maternidade referida no número anterior
qualquer actividade na função pública, nem exercer ou aplica-se também aos casos de parto a termo ou prematuro,
invocar direitos fundamentados na situação anterior; e independentemente de ter sido nado vivo ou morto, cujo período
c) abertura de vaga no quadro de pessoal a que o funcionário de gestação seja igual ou superior a sete meses.
pertence. 3. Para efeitos dos n.ºs 1 e 2 do presente artigo a data de parto
2. Se o funcionário que requerer a licença ilimitada for exactor é demonstrada através da apresentação no local de trabalho de
de Fazenda deve provar pelos meios legais que se encontra quite um documento emitido pela Unidade Hospitalar, autoridade
com Estado. administrativa ou comunitária até 30 dias subsequentes.
958 I SÉRIE — NÚMERO 116

ARTIGO 136 CAPÍTULO XII


(Licença de paternidade) Distinções e Prémios
1. A pedido do funcionário é concedida uma licença de 10 ARTIGO 138
dias, seguidos ou interpolados, nos 30 dias contados a partir (Critérios e requisitos para atribuição de prêmios e distinções)
da data do nascimento do filho.
Na atribuição das distinções são tidos em conta os seguintes
2. A licença de paternidade referida no número anterior critérios:
é concedida por 60 dias quando se verifique morte ou incapacidade
a) apreciação oral pelo cumprimento exemplar das
física e psíquica da progenitora, devendo a incapacidade ser obrigações com vista a estimular o funcionário
comprovada pela junta da saúde. a melhoria e aperfeiçoamento das suas qualidades
3. A paternidade deve ser comprovada através de assento de profissionais;
nascimento, boletim de nascimento ou outro documento idóneo b) apreciação escrita pela execução do trabalho sem
emitido por autoridade administrativa ou comunitária e deve ser deficiências e que chame atenção pelo seu conteúdo
e apresentação;
apresentado até 10 dias após o término da licença sob pena das
c) louvor público pela avaliação de desempenho de
faltas serem consideradas injustificadas. muito bom, com pontuação máxima nos indicadores
relacionados com a qualidade de trabalho, competência
ARTIGO 137 profissional e relações de trabalho;
(Prestação de serviço militar efectivo normal)
d) inclusão do nome do funcionário em livro ou quadro
de honra pela realização de trabalho com qualidade
1. O funcionário ou o agente do Estado interrompe suas e dentro dos prazos, demonstrando interesse em
actividades na instituição a que está vinculado, para prestar melhorar os conhecimentos profissionais e agido com
serviço militar efctivo normal, mediante apresentação do independência e discernimento encontrando soluções
documento oficial que comprove a sua incorporação. para cada caso, e a introdução de inovações laborais; e
e) concessão de diploma de honra tendo sido distinguido,
2. Concluída a prestação de serviço militar efectivo normal,
durante pelo menos dois anos seguidos, pelo trabalho
o funcionário ou agente do Estado tem o prazo de 30 dias para que chama atenção pela sua qualidade e rigor na
se apresentar a instituição a que está vinculado, sob pena de ser execução, revelando conhecimentos profissionais
considerado em falta. profundos que ultrapassam em regra as exigências.
3. O funcionário ou agente do Estado que optar em permanecer 6. O quadro de honra deve conter a fotografia do funcionário ou
no serviço militar efectivo deve comunicar a instituição a que está agente do Estado e a transcrição do extracto e a data do despacho
de atribuição desta distinção.
vinculado no prazo referido no número anterior do presente artigo
7. As publicações no quadro de honra são registadas em
para efeitos de mobilidade ou rescisão de contrato conforme se quadro próprio.
trate de funcionário ou agente do Estado.
4. A interrupção das actividades referidas no número 1 ARTIGO 139
do presente artigo implica a abertura de vaga. (Critérios para atribuição dos prémios)
5. Durante o período de prestação de serviço militar efectivo Na atribuição dos prémios são tidos em conta os seguintes
normal o funcionário do Estado tem direito à percepção de critérios:
vencimentos, contagem de tempo para efeitos de aposentação, a) preferência na escolha para cursos de formação e de
promoção e progressão, na instituição de origem. reciclagem e outras formas de valorização prática de
6. Durante o período de prestação de serviço militar efectivo actos de coragem no exercício ou em relação as funções
normal o agente do Estado tem direito à percepção de vencimentos ou inovações laborais reveladoras de especial aptidão
para formação de nível superior;
e contagem de tempo para efeitos de aposentação sem prejuízo
b) atribuição de prenda materiais ou prémios monetários
da validade do contrato, na instituição de origem. que tenha sido incluído no quadro de honra; e
7. O incumprimento do disposto nos números 2 e 3 implica a c) promoção por mérito inovações laborais com repercussões
suspensão dos direitos referidos no número anterior do presente de especial relevo e cujo âmbito de aplicação abrange
artigo. a todo sector de actividade.
8. Nos casos em que a incorporação do funcionário ou agente ARTIGO 140
do Estado para prestação de serviço militar efectivo normal ocorra
(Limites de promoção por mérito)
a seu pedido os direitos referidos no número 5 do presente artigo
são assegurados pela entidade que superintende a área da defesa 1. A promoção por mérito esta limitada as carreiras mistas
nacional. e corresponde a promoção ao primeiro escalão da classe ou
categoria imediatamente superior.
9. A instituição a que o funcionário ou agente do Estado está
2. A promoção por mérito depende da disponibilidade
vinculado deve solicitar durante o periodo referido no número 5 orçamental e esta sujeita a publicação no Boletim da República
do presente artigo o ponto de situação do cumprimento do serviço produzindo efeitos a partir da data da anotação do Tribunal
militar efectivo normal. Administrativo competente.
17 DE JUNHO DE 2022 959

ARTIGO 141 2. O valor desembolsado pela instituição para aquisição dos


bens referidos no número anterior não pode exceder por ano
(Competências para atribuição de distinções)
a 10 salários mínimos em vigor na função pública.
São competentes para atribuição de distinções os seguintes 3. O valor de cada prémio não pode exceder a um salário
dirigentes: mínimo em vigor na função pública.
a) apreciação oral ou escrita - superior hierárquico directo; ARTIGO 145
b) louvor público – director Nacional, Chefe de departamento
autónomo, Director de Serviços Centrais, Director (Das avaliações)
Provincial, Director dos Serviços Provincial, Delegado 1. O gestor de recursos humanos a todos os níveis devem
provincial, Director de Serviço Distrital e outros submeter aos dirigentes competentes até o dia 15 de Abril de
dirigentes equiparados aos indicados na presente cada ano as avaliações de desempenho dos funcionários e agentes
alínea; do Estado que reúnem os critérios e requisitos para distinções e
c) inclusão do nome do funcionário em livro ou quadro premiação constantes do artigo 138 do presente REGFAE.
de honra – Secretário Permanente de Ministério, 2. Os dirigentes referidos no número 1 do presente artigo
Secretário Permanente da Secretária de Estado, decidem até 15 de Maio de cada ano quais os funcionários
Director de Gabinete do Secretário do Estado na e agentes do Estado devem ser distinguidos e premiados.
Província, Director de Gabinete do Governador de 3. O número de funcionários e agentes do Estado a serem
Província, Secretário Permanente Distrital e demais distinguidos e premiados em cada instituição não pode exceder
dirigentes competentes nos termos da Lei; e um total de 10.
d) concessão de diploma de honra – Ministro, Secretário 4. Os funcionários e agentes do Estado que reúnem os critérios
de Estado, Secretário de Estado na Província, de premiação são seleccionados num acto público, pelo dirigente
Governador de Província, Administrador distrital e competente, através de sorteio na semana em que se comemora
demais dirigentes com competência para nomear, sem o dia internacional da Função Pública.
prejuízo destes poderem atribuir as distinções referidas 5. A distinção e entrega de prémios têm lugar na semana em
nas alíneas anteriores. que se comemora o dia internacional da Função Pública.

ARTIGO 142 ARTIGO 146


(Competências para atribuição de prémios) (Processo de selecção)

São competentes para atribuição de prémios os seguintes 1. As propostas e decisões de atribuição das distinções e de
dirigentes: prémios são sempre fundamentadas com preferência obrigatória
a) preferência na escolha para cursos de formação e de aos critérios mencionados nos artigos 138 do presente REGFAE
reciclagem e outras formas de valorização – Ministro, acompanhadas de cópias de registo biográfico do funcionário ou
Vice-Ministro, Ministro, Secretário de Estado, agente do Estado.
2. O candidato que até a data da eleição tiver sido sancionado
Secretário de Estado na Província, Governador de
disciplinar ou criminalmente ou tiver um processo disciplinar
Província, Administrador distrital e demais dirigentes
ou criminal em curso é imediatamente desclassificado.
com competência para nomear;
b) prémios materiais e prémios monetários - Secretário ARTIGO 147
Permanente de Ministério, Secretário Permanente
(Reclamação)
da Secretaria de Estado, Director de Gabinete do
Secretário do Estado na Província, Director de O funcionário ou agente do Estado que se sentir lesado no
Gabinete do Governador de Província, Secretário processo de selecção e entrega dos prémios pode apresentar
Permanente Distrital e demais dirigentes competentes a sua reclamação dentro dos prazos legais.
nos termos da lei; e
c) promoção por mérito – dirigente com competência para CAPÍTULO XIII
nomear. Deslocações
ARTIGO 143 ARTIGO 148

(Formas de concessão de distinções) (Motivos)

1. A apreciação escrita e a atribuição de condecorações As deslocações do funcionário e do agente do Estado são


são averbadas no registo biográfico do funcionário ou agentes determinadas pelos seguintes motivos:
do Estado. a) colocação;
2. O louvor público e a inclusão do nome em livro ou b) mobilidade;
quadro de honra são publicados em ordem de serviço e aquele c) missão de serviço;
é concedido em reunião geral dos funcionários e agentes do Estado d) doença comprovada por atestado médico ou Junta
da instituição em que o agraciado exerce funções. de Saúde;
3. O extracto da decisão de concessão de diploma de honra e) concursos; e
é publicado no Boletim da República. f) outros motivos justificados e comprovados.

ARTIGO 144 ARTIGO 149


(Formas de concessão de prémios) (Colocação)

1. A premiação consiste na atribuição de bens materiais 1. Entende-se por colocação a afectação de um funcionário ou
adquiridos pela instituição a que esta vinculado o funcionário agente do Estado na prestação de serviço num local determinado
do Estado. que lhe seja designado.
960 I SÉRIE — NÚMERO 116

2. A deslocação por motivo de colocação confere o direito ao 3. As deslocações por motivo de doença conferem ao
abono de passagens para a família desde que viva na dependência funcionário ou agente do Estado o direito ao abono de passagem.
exclusiva do funcionário ou agente do Estado. 4. No caso de óbito, nas circunstâncias do n.º 1 do presente
3. Para efeitos do número anterior entende-se por família: artigo, de funcionário ou agente do Estado ou de qualquer dos
a) cônjuge incluindo os que se encontram em união de facto; membros do agregado familiar, previstos no n.º 5 do artigo
b) descendentes menores do casal, incluindo os enteados 102 do Estatuto Geral dos Funcionários e Agentes do Estado,
e adoptados; a transladação ocorre por conta do Estado.
c) ascendentes do casal a seu cargo; e
d) descendentes maiores incapazes a seu cargo. ARTIGO 154
4. Em relação aos familiares previstos nas alíneas c) e d) (Acompanhante por motivos de doença)
do n.º 3 do presente artigo deve ser comprovado que vivem em
1. O funcionário do Estado ou qualquer dos membros do
comunhão de mesa e habitação, através de atestado, emitido pela
agregado familiar previsto no n.° 5 do artigo 102 do Estatuto Geral
estrutura administrativa do local de residência.
5. Na colocação de um funcionário deve se ter em conta as dos Funcionários e Agentes do Estado que tenha de se deslocar
suas qualificações profissionais e as exigências para o exercício acompanhado por motivo de doença, determinada pelo parecer
da actividade. da junta de saúde, a passagem do acompanhante também ocorre
6. Cabe ao dirigente com competência para nomear determinar por conta do Estado.
a colocação do funcionário ou agente do Estado. 2. No caso de óbito do acompanhante, previsto no n.º 1
do presente artigo, a transladação ocorre por conta do Estado.
ARTIGO 150
ARTIGO 155
(Deslocações em missão de serviço)
(Deslocações por outros motivos)
1. As deslocações em missão de serviço são todas aquelas
que, por exigência de serviço, o funcionário ou agente do Estado As deslocações por outros motivos verificam-se por
realiza, temporariamente, para fora do seu local de trabalho. necessidade de participar em acções de formação, seminários,
2. Nas deslocações em missão de serviço o funcionário ou colóquios, estágios.
agente do Estado tem direito ao abono de passagens e ajudas de
ARTIGO 156
custos, nos termos regulamentados.
(Apresentação de relatório)
ARTIGO 151
Após o termo das deslocações referidas nas alíneas c) e f)
(Autorização para deslocação do funcionário ou agente do Estado) do n.º 1 do artigo 63 do presente regulamento e dentro do prazo
1. A deslocação do funcionário ou agente do Estado em de 7 dias úteis deve ser apresentado um relatório circunstanciado
território nacional, por motivo de serviço, está sempre dependente das actividades desenvolvidas.
de autorização do dirigente competente, desde que não exceda
CAPÍTULO XIV
30 dias consecutivos.
2. Quando motivos ponderosos o justifiquem, pode ser Responsabilidade disciplinar
prorrogada até ao limite de 60 dias por despacho do dirigente SECÇÃO I
do órgão central ou local, para além desse limite carecendo de
despacho do Ministro que superintende na área de Finanças Princípios gerais
quando este limite seja excedido. ARTIGO 157
3. Exceptua-se do disposto nos números anteriores a deslocação (Princípios)
de magistrados judiciais ou do Ministério Público e dos oficiais
de justiça para missões específicas de justiça, como seja prisão 1. O funcionário ou agente do Estado que não cumpra
ou acompanhamento de presos. ou que falte aos seus deveres, abuse das suas funções ou de
qualquer forma prejudique a Administração Pública está sujeito
ARTIGO 152 a procedimento disciplinar ou à aplicação de sanções disciplinares,
(Deslocações por motivo de concursos) sem prejuízo de procedimento criminal ou cível.
2. A principal finalidade da sanção é a educação do funcionário
1. As deslocações por motivo de concursos são aquelas que o ou agente do Estado para uma adesão voluntária à disciplina e para
funcionário efectua a fim de ser presente a concursos de promoção. o aumento da responsabilidade no desempenho da sua função.
2. As deslocações para concursos que sejam estranhos ao 3. A falta de cumprimento dos deveres por acção ou omissão
serviço em que o funcionário ou agente do Estado exerce dolosa ou culposa é punível ainda que não tenha resultado prejuízo
actividades não conferem o direito ao abono de passagem.
ao serviço.
ARTIGO 153
ARTIGO 158
(Deslocações por motivos de doença)
(Participação)
1. As deslocações por motivo de doença do funcionário ou de
1. Todos os que tiverem conhecimento de que um funcionário
qualquer dos membros do agregado familiar, referidos no n.º 5
do Artigo 102 do Estatuto Geral dos Funcionários e Agentes do ou agente do Estado praticou infracção disciplinar devem
Estado, têm lugar em função dos pareceres das juntas de saúde e, participá-la ao superior hierárquico do arguido.
nos locais onde estas não existam, por parecer clínico. 2. A participação ou queixa é imediatamente remetida
2. As deslocações por parecer clínico circunscrevem-se ao à entidade competente para determinar a instauração do processo
território da Província onde o funcionário do Estado se encontra disciplinar, quando se verificar que não possui tal competência
colocado. a entidade que recebe a participação ou queixa.
17 DE JUNHO DE 2022 961

3. Quando o participante seja funcionário ou agente do Estado, ARTIGO 161


a entidade competente deve instaurar processo disciplinar (Suspensão do arguido)
sempre contra o participante quando for de má-fé, infundada
e dolosamente apresentada. Nas infracções a que for aplicável pena de demissão ou
4. O funcionário ou agente do Estado autor da participação expulsão e desde que haja fortes indícios de culpabilidade, com
feita de boa-fé não pode ser, de qualquer modo, prejudicado. a notificação da acusação, o arguido pode ser preventivamente
suspenso do serviço sem a perda dos seus vencimentos, pelo
ARTIGO 159 período máximo de 60 dias, sempre que a sua presença na
instituição possa prejudicar o decurso normal do processo
(Nomeação de instrutor e escrivão) disciplinar.
1. O instrutor de processo disciplinar deve ser um funcionário
ARTIGO 162
de carreira ou categoria igual ou superior a do presumível infractor
e afecto à mesma instituição. (Competência para suspender)
2. Em caso de necessidade, pode ser nomeado para instrutor São competentes para suspender:
um funcionário de instituição diferente da do presumível infractor,
a) as entidades nomeadas pelo Presidente da República;
devendo igualmente ser de carreira ou categoria igual ou superior
b) o Secretário-Geral;
à do visado. c) o Secretário Permanente de Ministério;
3. A entidade competente para determinar a instauração do d) o Secretário Permanente da Secretaria de Estado;
processo disciplinar nomeia o escrivão sob proposta do instrutor e) o Director-Geral;
quando a complexidade do processo o requeira. f) o Inspector-Geral;
4. Durante a instauração do processo o instrutor pode solicitar g) o Director Nacional;
a colaboração de outros técnicos. h) o Director do Gabinete do Secretário do Estado na
5. As funções de instrutor e de escrivão preferem a quaisquer Província;
outras que o funcionário tenha a seu cargo, podendo determinar- i) o Director do Gabinete do Secretário do Estado na Cidade
se que fique exclusivamente adstrito à instrução do processo, se de Maputo;
assim a complexidade do mesmo o aconselhar. j) o Director do Gabinete do Governador de Província;
k) o Director de Serviços Provinciais;
ARTIGO 160 l) o Director Provincial;
(Instrução do processo)
m) o Delegado Provincial;
n) o Administrador de Distrito;
1. A instrução do processo disciplinar inicia com a notificação o) o Secretário Permanente Distrital;
do despacho que designa o instrutor. p) o Chefe de Posto Administrativo;
2. O instrutor faz autuar o despacho com o auto de notícia, q) o Chefe de Localidade; e
participação ou queixa e procede, em seguida à investigação r) outras entidades com competência para nomear ou
devendo: indicados na respectiva legislação.
a) ouvir o participante, as testemunhas por este indicadas ARTIGO 163
e as demais que julgar necessárias;
(Responsabilização)
b) realizar exames e outras diligências que julgue necessárias
para se apurar a verdade e juntando o registo biográfico 1. O instrutor deve comunicar por escrito a entidade que
do arguido; e o designou e ao arguido, a data em que dá início à instrução
c) ouvir o arguido sempre que entender conveniente, do processo.
podendo acareá-lo com as testemunhas ou com 2. Incorre na sanção de multa, se sanção maior não couber,
o participante. o instrutor que não promova diligências, não cumpra decisões
3. Durante a fase de instrução do processo o arguido pode superiores ou não observe prescrições legais de que resulte a
requerer a realização de diligências consideradas essenciais para caducidade do procedimento disciplinar.
3. Incorre igualmente em sanção de multa, se sanção maior não
o apuramento da verdade, incluindo a audição de testemunhas.
couber, o superior hierárquico que não tome decisão no prazo de
4. O instrutor pode indeferir as diligências requeridas quando 30 dias a contar da recepção do processo disciplinar.
julgue suficiente a prova produzida ou considere que a diligência 4. As sanções referidas nos n.ºs 2 e 3 do presente artigo são
não tem relação com a infracção de que venha acusado. aplicadas mediante instauração prévia de processo disciplinar.
5. As diligências a realizar fora da localidade onde ocorre o
processo disciplinar podem ser requisitadas por nota, à autoridade ARTIGO 164
administrativa local. (Suspeição do instrutor e do escrivão)
6. Quando o arguido seja acusado de incompetência
O arguido pode deduzir a suspeição do instrutor ou do escrivão
profissional, o instrutor pode convidá-lo a executar quaisquer
do processo disciplinar com base em qualquer dos seguintes
trabalhos segundo um programa traçado por dois peritos, que fundamentos:
depois emitem a sua opinião sobre as provas prestadas e a
a) quando o instrutor ou escrivão tiver sido directa ou
competência do arguido. indirectamente parte da infracção;
7. Os peritos referidos no número anterior são indicados pela b) quando o instrutor, o escrivão ou seus cônjuges, parentes
entidade que tiver mandado instaurar o processo disciplinar ou ou afim em linha recta ou até 2.º grau da linha
pelo instrutor e os trabalhos a fazer pelo arguido consistem em colateral, bem como qualquer pessoa com quem viva
tarefas que habitualmente são executadas por funcionário ou em economia comum, tenha interesse no assunto da
agente da mesma categoria ou carreira e serviço. infracção;
962 I SÉRIE — NÚMERO 116

c) quando o instrutor, o escrivão ou seus cônjuges, algum 2. O instrutor pode ainda recusar a audição de testemunhas
parente ou afim em linha recta ou até ao 2.º grau da quando julgue suficientemente provados os factos alegados pelo
linha colateral for credor ou devedor do infractor; arguido.
d) quando o instrutor, o escrivão ou seu cônjuge ou parente 3. Finda a produção de prova oferecida pelo arguido, podem
em linha recta haja recebido dádivas do infractor, antes ser ordenadas diligências complementares, quando se reputem
ou depois do cometimento da infracção; indispensáveis para o esclarecimento da verdade.
e) se houver inimizade grave ou grande intimidade entre
o arguido e o instrutor ou escrivão ou entre qualquer ARTIGO 168
destes e o participante ou o ofendido;e (Extinção do Processo)
f) outros previstos na legislação aplicável.
O poder disciplinar da Administração Pública extingue
ARTIGO 165 decorridos 150 dias após início do procedimento disciplinar sem
(Medidas preventivas) que o processo tenha sido encerrado.

Cabe ao instrutor tomar medidas apropriadas para que não ARTIGO 169
se altere o estado dos factos e dos documentos ou livros em que (Intervenção de defensor)
se descobrir ou se presumir a existência de irregularidade, bem
como a subtracção de provas. O arguido pode, querendo, constituir defensor durante
o processo disciplinar mediante apresentação da procuração, para
ARTIGO 166 preparar a sua defesa por escrito, as reclamações, os recursos
(Defesa do arguido) e pedidos de revisão em autos de processo disciplinar, podendo
para o efeito consultar o processo disciplinar durante as horas de
1. O arguido tem o prazo de 15 dias, a contar da data da entrega expediente, na presença do funcionário que tem o processo a sua
da nota de acusação, para apresentar, querendo, a sua defesa por guarda mediante a autorização do superior hierárquico.
forma escrita ou oral, devendo esta última ser reduzida a auto
escrito que é lido na presença de duas testemunhas e assinado SECÇÃO II
por todos os intervenientes.
Prazos
2. Findo o prazo referido no número anterior, a cópia do
processo é remetida ao órgão sindical a que o arguido está filiado ARTIGO 170
para, querendo, emitir seu parecer e remeter ao instrutor no prazo (Prazo para instrução do processo)
de cinco dias úteis.
3. O parecer do órgão sindical não é vinculativo sendo que a sua 1. A instrução do processo disciplinar inicia com a notificação
ausência não constitui impedimento do curso normal do processo do despacho que designa o instrutor e termina dentro de um prazo
disciplinar e nem consubstancia causa de invalidade do mesmo. de 45 dias.
4. Quando o termo do prazo referido no número 1 do presente 2. Este prazo pode, em casos devidamente justificados, ser
artigo se verifique em dia em que o serviço não esteja aberto ao prorrogado por mais 15 dias.
público, ou não funcione durante o período normal, transfere-se 3. Quando a complexidade da instrução determine a realização
para o primeiro dia útil. de peritagens, deslocações prolongadas ou por exigência de
5. Da nota de acusação deve constar, obrigatoriamente e de comunicações, o prazo estabelecido anteriormente pode ser
forma clara, o prazo para arguido apresentar, querendo, a sua prorrogado pelo dirigente por sua iniciativa ou a requerimento
defesa escrita ou oral, a infracção ou infracções de que é acusado, do instrutor no prazo não superior a 45 dias.
a data e local em que foram praticadas e outras circunstâncias 4. A prorrogação do prazo indicado no n.° 3 do presente artigo
pertinentes, bem como as circunstâncias atenuantes e agravantes deve ser comunicado ao arguido.
se as houver e ainda a referência aos preceitos legais infringidos
e às sanções aplicáveis. ARTIGO 171
6. A resposta da nota de acusação deve expor com clareza, os
(Notificação do arguido)
factos e as razões da defesa, assinada pelo arguido e apresentada
no local onde o processo tiver sido instaurado. 1. No início da instrução o instrutor notifica o participante,
7. Com a resposta, o arguido pode apresentar o rol de o arguido, testemunhas e outros declarantes para ouvir sobre os
testemunhas, juntar os documentos e requerer as diligências que factos constantes do auto de participação, queixa ou denúncia.
julgue apropriadas para esclarecer a verdade. 2. Deduzida a acusação, é entregue pessoalmente ao arguido
8. O instrutor pode inquirir até três testemunhas indicadas pelo a nota de acusação a qual averba o seu recebimento na cópia
arguido por cada facto. a juntar ao processo, com a sua assinatura e data, devendo
9. Se a resposta revelar indícios de nova infracção ou traduzir- a cópia desta ser entregue ao órgão sindical do serviço em que
se em nova infracção dela se extrai certidão, que tem o valor de o funcionário presta actividade no caso deste, estar inscrito.
participação para efeitos de outro processo disciplinar. 3. No caso de o arguido recusar a recepção da nota de acusação
10. Durante o prazo referido no número 6 do artigo 135
e ser ouvido, lavra-se uma declaração ou certidão negativa,
do EGFAE o processo é facultado ao arguido, que o pode
fazendo menção à recusa, a ser assinada por pelo menos 3
consultar durante as horas de expediente na presença do instrutor
e/ou do escrivão. testemunhas.
4. Não se conhecendo o paradeiro do arguido a notificação
ARTIGO 167 será feita através de editais no local de serviço ou publicados nos
jornais de maior circulação e rádio.
(Produção de prova)
5. O edital é dado a conhecer ao órgão sindical do local de
1. O instrutor pode indeferir as diligências requeridas pelo trabalho, caso exista.
arguido, por decisão fundamentada, quando as considere 6. Findo o prazo fixado no edital, dá-se seguimento ao processo
manifestamente dilatórias ou desnecessárias. até à sua conclusão.
17 DE JUNHO DE 2022 963

ARTIGO 172 sector, sejam co-arguidos do mesmo facto ou de factos entre si


conexos, a entidade competente para sancionar o funcionário
(Conclusão do processo)
ou agente do Estado de maior carreira ou categoria decide
1. Concluída a instrução, o instrutor faz imediatamente relativamente a todos os arguidos.
o relatório final, completo e conciso, de onde conste a existência
concreta da infracção, sua qualificação e gravidade, bem como ARTIGO 176
a sanção aplicável devendo, no caso de concluir ser infundada (Recurso)
a acusação, propor o arquivamento do processo e providenciar
o procedimento criminal contra o participante em caso de ter feito 1. Da sanção cabe recurso para o dirigente imediatamente
a participação de má fé. superior àquele que puniu, a interpor no prazo de 20 dias,
2. O dirigente que mandou instaurar o processo disciplinar contados a partir da data da tomada de conhecimento do respectivo
decide no prazo de 30 dias a contar da recepção do processo despacho, mediante apresentação de requerimento, donde
disciplinar. constem as alegações que fundamentam o pedido.
3. A decisão que recai sobre o processo é fundamentada e toma 2. Findo o prazo de 25 dias contados da data da recepção do
sempre em conta as agravantes e atenuantes fixadas. requerimento referido no número 1 do presente artigo, sem que
4. Se a sanção aplicável não estiver dentro da sua competência,
haja despacho, o recorrente pode recorrer dessa falta ao dirigente
o dirigente que mandou instaurar o processo remete seguidamente
imediatamente superior àquele a quem recorreu e, não sendo
o respectivo processo ao dirigente competente, pela via
hierárquica. atendido, ao Ministro, Secretário de Estado, Secretário de Estado
5. A decisão final do processo disciplinar é tomada no prazo na Província e na Cidade de Maputo, Governador de Província,
de 30 dias a contar da data de recepção do processo disciplinar Administrador Distrital ou Presidente do Conselho Autárquico,
referido no número 2 do presente artigo. conforme os casos.
3. Na falta de despacho, por dolo ou culpa, dentro do prazo
ARTIGO 173 legal, pode o Ministro, Secretário de Estado na Província e na
(Causas de nulidade do processo disciplinar) Cidade de Maputo, Governador de Província, Administrador
Distrital ou Presidente do Conselho Autárquico determinar
1.O processo disciplinar é nulo nos seguintes casos:
o procedimento disciplinar.
a) não ter sido dado conhecimento da nota de acusação ao
arguido, por via de notificação pessoal; ARTIGO 177
b) não ter sido notificado por via de edital sempre que for
caso disso; (Revisão)
c) falta de indicação da infracção ou infracções de que é 1. É permitida a revisão do processo disciplinar quando se
acusado, da sanção aplicável e do prazo de que dispõe venham a verificar factos supervenientes ou surjam meios de
o arguido para exercer o seu direito de defesa; prova susceptíveis de demonstrar a inexistência dos factos que
d) falta de audição do arguido; e
decisivamente influíram na sanção.
e) prescrição do direito de exigir a responsabilidade
disciplinar, decorridos os prazos para o efeito 2. A revisão do processo disciplinar é feita dentro do prazo de
estabelecidos no Estatuto Geral dos Funcionários e 90 dias a contar da data em que o requerente tem conhecimento
Agentes do Estado. dos factos ou meios de prova supervenientes referidos no número
2. Exceptuam-se do disposto no número anterior, não dando anterior 1 do presente artigo.
lugar à nulidade insuprível, os casos em que: 3. A revisão é requerida ao dirigente com competência para
nomear.
a) tendo sido entregue ao arguido a nota de acusação, este
não exerça o seu direito de defesa, no prazo legal 4. Para interposição do pedido de revisão o infractor pode
estabelecido para o efeito; consultar o respectivo processo durante as horas de expediente
b) seja certificada e testemunhalmente comprovada a na presença do funcionário que tem o processo a sua guarda
impossibilidade de localização para efeitos de entrega e mediante autorização do dirigente competente.
da nota de acusação, nos termos do EGFAE; e
c) seja certificada e testemunhalmente comprovada a recusa, ARTIGO 178
por parte do arguido, de receber a nota de acusação
(Tramitação da revisão)
nos termos do EGFAE.
1. Em caso de incidente pode ser concedida a revisão
SECÇÃO III
do processo disciplinar.
Decisão e sua execução 2. Se for concedida a revisão, nos termos do artigo anterior,
ARTIGO 174 o incidente de revisão é apenso ao processo disciplinar,
(Fundamentação da decisão)
nomeando-se instrutor diferente do primeiro, que fixa
ao requerente prazo de 10 dias para responder, querendo, por
A decisão do processo deve ser sempre fundamentada quando escrito à acusação constante do processo a rever.
a sanção aplicada não esteja concordante com a proposta
apresentada no relatório pelo instrutor. ARTIGO 179
ARTIGO 175 (Suspensão da execução da sanção)

(Pluralidade de arguidos) A interposição de recurso sobre as sanções de multa,


Quando vários funcionários ou agentes do Estado, embora despromoção, demissão e expulsão suspende o cumprimento da
de diversas unidades orgânicas pertençam ao mesmo serviço ou sanção aplicada.
964 I SÉRIE — NÚMERO 116

ARTIGO 180 4. O dirigente que mandou instaurar o inquérito decide no


prazo de 10 dias a contar da data da recepção do relatório, e deve:
(Efeitos da revisão do processo)
a) mandar instaurar o respectivo processo disciplinar
1. Julgando-se procedente a revisão, a decisão é revogada ou havendo matéria para o efeito;
alterada. b) mandar arquivar caso não existam provas indiciárias, por
2. A revogação produz os seguintes efeitos: despacho fundamentado; e
a) o cancelamento do registo da sanção no processo c) ordenar outras medidas que julgar pertinentes.
individual do funcionário ou agente do Estado; e
ARTIGO 184
b) a anulação dos efeitos da sanção.
(Processo de sindicância)
3. São respeitadas as situações criadas a outros funcionários ou
agentes pelo provimento nas vagas abertas em consequência da 1. A sindicância destina-se à averiguação geral sobre
sanção imposta, mas sem prejuízo da antiguidade do funcionário o funcionamento dos serviços.
ou agente do Estado punido à data da aplicação da pena. 2. Salvo casos excepcionais a decidir pelo dirigente
4. Em caso da revogação ou alteração das sanções de expulsão competente, no início do processo de sindicância, o sindicante
deve, por anúncio ou Edital a afixar em local próprio, convidar
e de demissão, o funcionário tem direito a ser provido em lugar de
a quem tenha razão de queixa ou reclamação contra irregularidades
categoria ou classe de carreira igual ou equiparada ou, não sendo no funcionamento dos serviços sindicados, à apresentar-se a ele ou
possível, à primeira vaga que ocorrer na categoria ou classe da submeter a queixa por escrito, devendo esta conter os elementos
carreira correspondente, exercendo transitoriamente funções fora de identificação do queixoso.
do quadro até à sua integração neste. 3. Concluída a sindicância, o sindicante tem o prazo de 15 dias
5. O funcionário sancionado tem direito, em caso de revisão para elaborar o relatório e remetê-lo à entidade que a ordenou,
procedente, a retomar a sua carreira, devendo ser consideradas as podendo ser prorrogado por um período máximo de 5 dias, pela
promoções que não se efectivaram por efeito de punição. entidade que ordenou a sindicância.
4. O dirigente que mandou instaurar a sindicância deve decidir
ARTIGO 181 no prazo de 10 dias a contar da data da recepção do relatório.
(Registo do processo) CAPÍTULO XV
O número do processo deve constar, obrigatoriamente, da capa Cessação da relação de trabalho no Estado
do respectivo processo e registado em livro próprio, do qual consta ARTIGO 185
igualmente a identificação da carreira ou categoria do arguido, a
(Causas da cessação da relação de trabalho)
infracção indiciada e posteriormente a decisão final do dirigente.
1. A relação de trabalho no Aparelho do Estado cessa por:
SECÇÃO IV
a) morte:
Inquérito e sindicância b) aposentação;
c) exoneração;
ARTIGO 182 d) demissão;
(Processos de inquérito e de sindicância) e) expulsão e;
f) perda da nacionalidade moçambicana.
1. São competentes para ordenar inquérito ou sindicâncias aos
2. O contrato de trabalho se extingue por:
serviços deles dependentes as seguintes entidades:
a) cumprimento;
a) as de nomeação do Presidente da República; b) denúncia;
b) os Secretários-Gerais; c) rescisão;
c) secretários Permanentes; d) revogação; e
d) inspectores-Gerais; e) morte.
e) directores Nacionais;
f) administradores Distritais; e ARTIGO 186
g) titulares de instituições da Administração Indirecta (Exoneração por iniciativa do funcionário)
do Estados. 1. O pedido de exoneração por iniciativa do funcionário
2. No âmbito das entidades descentralizadas, a competência é apresentado mediante requerimento dirigido à entidade
referida no número 1 do presente artigo é exercida pelo dirigente competente para nomear.
máximo, do respectivo órgão. 2. A exoneração por iniciativa do funcionário deve ser
antecedida de aviso prévio de 60 dias.
ARTIGO 183 3. A exoneração produz efeitos a partir da data do despacho
que a concede.
(Processo de Inquérito) 4. O funcionário exonerado a seu pedido pode ser readmitido
1. O inquérito tem por fim apurar factos relativos ao passados quatro anos sobre a data da sua exoneração.
procedimento do funcionário ou agente do Estado. ARTIGO 187
2.O processo de inquérito inicia com a designação do inquiridor
pelo dirigente do respectivo órgão. (Exoneração por iniciativa do Estado)
3. Concluído o inquérito o inquiridor tem o prazo de 15 dias 1. A exoneração por iniciativa do Estado só pode ter lugar
para elaborar o relatório e remetê-lo à entidade que o ordenou, nos casos em que, por motivos de reestruturação dos serviços, o
podendo ser prorrogado por um período máximo de 5 dias, pela funcionário não possa ser reintegrado em algum lugar vago no
entidade que ordenou o inquérito. aparelho do Estado.
17 DE JUNHO DE 2022 965

3. A exoneração referida no n.º 1 do presente artigo deve ser ARTIGO 193


precedida de parecer de legítimo comité sindical do serviço em (Competência de contagem de tempo de serviço)
que o funcionário preste actividade, caso exista, no prazo de 10
dias, após o recebimento da respectiva notificação. 1. Compete a cada órgão central, provincial ou distrital
5. O funcionário exonerado por iniciativa do Estado pode ser específico do Estado proceder à contagem de tempo de serviço,
readmitido a qualquer momento. elaborar o mapa demonstrativo e produzir o despacho de tempo
de serviço para efeitos de aposentação do respectivo funcionário.
ARTIGO 188 2. O despacho da contagem de tempo de serviço, bem como
a respectiva demonstração devem ser submetidos à reverificação
(Aposentação do funcionário Exonerado)
da Entidade Gestora do SSSOFE pelo órgão compete referido no
O funcionário exonerado pode requerer a aposentação, desde n.° 1, do presente artigo.
que preencha os requisitos para o efeito, nos termos da lei.
ARTIGO 194
ARTIGO 189 (Método de contagem de tempo de serviço)
(Rescisão) O cálculo do tempo de serviço obedece às seguintes regras:
1. A rescisão consiste na cessação unilateral ou bilateral do a) apuramento do número de anos e meses de serviço
contrato antes da data prevista para o seu término podendo revestir completos e a correspondência as respectivas
as seguintes formas: contribuições mensais para aposentação;
b) determinação do número de meses completos em falta
a) por acordo entre as partes; para completar o respectivo ano de serviço;
b) por acto unilateral do dirigente do respectivo serviço c) apuramento do número de dias em falta para completar
ou organismo, com fundamento em justa causa o mês de admissão;
comprovada em processo disciplinar; e d) cálculo do número dos dias do último mês
c) a pedido do agente, devidamente fundamentado em justa de efectividade;
causa, devendo do indeferimento haver lugar a recurso e) cálculo do número dos meses completos do último ano
para o Tribunal Administrativo. de efectividade; e
2. Entende-se por justa causa, como fundamento de rescisão f) a soma dos dias, meses e anos, para apuramento do tempo
total de serviço prestado.
por parte do Estado, qualquer motivo que constitua infracção
disciplinar nos termos gerais, ou ainda a manifesta incompetência ARTIGO 195
do agente apurado em processo de avaliação de desempenho.
(Certidão de efectividade)
ARTIGO 190 1. O tempo de serviço é comprovado por meio de certidão
(Efeitos da cessação da relação de trabalho e extinção da relação de efectividade emitida pela entidade competente, e do despacho
contratual) de contagem de tempo reverificado pela Entidade Gestora
do Sistema de Segurança Social Obrigatória dos Funcionários do
À cessação da relação de trabalho e extinção da relação Estado (SSSOFE).
contratual aplica-se o disposto no n.º 2 do artigo 18 do presente 2. A entidade competente para emissão da certidão
regulamento, para além dos demais efeitos previstos na legislação de efectividade é o Ministério que superintende a área das
aplicável e no contrato. finanças, e a sua representação ao nível local.
CAPÍTULO XVI ARTIGO 196
Segurança Social Obrigatória (Processo para reverificação da contagem de tempo)
ARTIGO 191 1. Para efeitos de reverificação da contagem de tempo, deve
(Tempo de serviço)
ser constituído pelos seguintes documentos:
a) requerimento do interessado, dirigido à entidade com
1. Para efeitos de aposentação é contado todo o tempo competência para o nomear;
relativamente ao qual o funcionário tenha prestado serviço ao b) fotocópia autenticada do bilhete de identidade;
Estado e efectuado as respectivas contribuições. c) certidão de efectividade emitida pelo Ministério que
2. O tempo de serviço a considerar para a fixação da pensão superintende a área das Finanças ou pelo respectivo
de aposentação não pode ser inferior a 15 anos, correspondente Serviço Provincial;
a 180 contribuições efectuadas. d) mapa de cálculos de contagem de tempo; e
e) despacho de contagem de tempo.
ARTIGO 192
2. Os funcionários do Estado já desligados do serviço para
(Contagem de tempo de serviço) efeitos de aposentação, para além dos documentos previstos
1. A contagem de tempo de serviço é o procedimento no número anterior, devem juntar o respectivo despacho e a
administrativo pelo qual se efectua a conferência e o apuramento comunicação da verificação do facto determinante da aposentação.
do tempo de serviço prestado ao Estado, contado desde a data ARTIGO 197
de admissão até a data de desligamento do serviço de cada
(Remuneração pensionável)
funcionário do Estado.
2. O funcionário do Estado deve ser notificado pelo Sector A remuneração a considerar para o cálculo da pensão
de Recursos Humanos a fim de requer a certidão de contagem de aposentação compreende o vencimento e suplementos certos
de tempo de serviço de cinco em cinco anos. de carácter permanente, se a eles houver lugar.
966 I SÉRIE — NÚMERO 116

ARTIGO 198 ou agente do Estado como do próprio Estado, de que resulte


a incapacidade mensurável, total ou parcial do funcionário
(Modalidades de Aposentação)
ou agente do Estado continuar a prestar serviços, resultante de:
1. A aposentação pode ser voluntária, obrigatória a) doença grave incurável contraída em virtude das funções
ou extraordinária. exercidas;
2. A cada modalidade específica de aposentação, nos termos b) acidente em serviço de que resulte a incapacidade
do número 1 do presente artigo, corresponde a respectiva pensão permanente de prestar serviço;
c) ferimento em combate na defesa da Pátria ou na
de valor especificamente determinado, nos termos da lei.
prevenção ou combate às calamidades naturais ou em
Artigo 199 acções de salvamento de vidas humanas; e
d) diminuição física ou mental decorrente da militância
(Aposentação voluntária) na clandestinidade, na Luta de Libertação Nacional,
à defesa da soberania e da democracia ou em combate
1. A aposentação é voluntária quando requerida pelo na defesa da Pátria.
funcionário, desde que reúna o tempo de serviço mínimo ou de
2. Dependendo do grau de desvalorização tem ainda direito
idade fixados para o efeito. a aposentação extraordinária o funcionário ou agente do Estado
2. Pode requerer a aposentação voluntária qualquer funcionário que tenha completado 15 anos de serviço e tenha no mínimo
do Estado desde que: 180 contribuições para o sistema de segurança social obrigatória
a) tenha completado 35 anos de serviço prestado, dos funcionários e agentes do Estado.
correspondendo a 420 contribuições mensais Artigo 202
efectuadas, independentemente da idade e sexo; ou
b) reúna cumulativamente: (Pagamento da pensão de aposentação)

i. 55 anos de idade; e 1. A pensão de aposentação, após a obtenção do visto


do Tribunal Administrativo, é paga pela Entidade Gestora
ii. Pelo menos 15 anos de serviço, correspondendo
do Sistema de Segurança Social Obrigatória dos Funcionários
a 180 contribuições mensais efectuadas. do Estado, mediante a comprovação da desactivação do respectivo
3. As contribuições para efeitos do número 2 do presente artigo funcionário aposentado do e-SNGRH.
podem até perfazer o limite máximo de contribuições exigido por 2. Tratando-se de funcionário que se encontre desactivado no
lei para efeitos de aposentação, integrar as efectuadas noutros e-SNGRH, a pensão é paga com efeitos contados a partir do mês
sistemas de segurança social obrigatória, no âmbito da articulação seguinte ao da apresentação do pedido junto da entidade gestora
dos referidos sistemas. do Sistema de Segurança Social Obrigatória dos Funcionários
do Estado.
Artigo 200
Fica sem efeito o Decreto n.º 28/2022, de 9 de Junho, publicado no Suplemento
(Aposentação obrigatória)
ao Boletim da República n.º 110, I Série.
1. É obrigatoriamente aposentado o funcionário do Estado que
tenha completado 60 anos de idade, para ambos os sexos, com
pelo menos 15 anos de serviço prestado ao Estado e satisfeito Resolução n.º 26/2022
ou venha a satisfazer os encargos para a pensão de aposentação.
de 17 de Junho
2. Ao funcionário sujeito a aposentação obrigatória
ou extraodinaria sem ter completado 15 anos de serviço prestado Nos termos do n.º 2 do artigo 26 do Decreto n.º 41/2018,
e menos de 180 contribuições mensais efectuadas, fixa-se de 23 de Julho, que estabelece as Normas que Regulam
encargos sob forma de reservas matemáticas pelo tempo em falta as Atribuições, Autonomia, Regime Orçamental, Organização
e Funcionamento dos Institutos, Fundações e Fundos Públicos,
para perfazer os 15 anos. conjugado com o n.º 4 do artigo 8 do Decreto n.º 88/2021,
3. O Sector responsável pela gestão dos recursos humanos de 28 de Outubro, que aprova o Estatuto Orgânico do Instituto
deve, no prazo de 30 dias após o funcionário completar 60 Nacional do Mar, Instituto Público, o Conselho de Ministros
anos de idade, instruir, oficiosamente, o processo para efeitos determina:
de fixação da pensão de aposentação e submetê-lo à Entidade Único: Isaías Elísio Mondlane é nomeado para o cargo
Gestora do SSSOFE. de Presidente do Conselho de Administração do Instituto Nacional
do Mar (INAMAR, IP).
Artigo 201
Aprovada pelo Conselho de Ministros, aos 14 de Junho
(Aposentação extraordinária) de 2022.
1. A aposentação extraordinária é aquela que decorre de uma Publique-se.
ou mais circunstância alheias a vontade tanto do funcionário O Primeiro-Ministro, Adriano Afonso Maleiane.

Preço — 150,00 MT

IMPRENSA NACIONAL DE MOÇAMBIQUE, E.P.

Você também pode gostar