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FACULDADE UNYLEYA

THIAGO JOSÉ FONSECA OLIVEIRA

O USO DE EPI’s POR PROFISSIONAIS AUTÔNOMOS DA


CONSTRUÇÃO CIVIL

JUIZ DE FORA

2021
FACULDADE UNYLEYA

THIAGO JOSÉ FONSECA OLIVEIRA

O USO DE EPI’s POR PROFISSIONAIS AUTÔNOMOS DA


CONSTRUÇÃO CIVIL

Monografia apresentada à Faculdade Unyleya, como


exigência parcial à obtenção do Título de Especialista
no Curso de Pós Graduação em Engenharia de
Segurança do Trabalho.
Orientador: Prof. Luiz Antônio dos Santos.

JUIZ DE FORA

2021
THIAGO JOSÉ FONSECA OLIVEIRA

O USO DE EPI’s POR PROFISSIONAIS AUTÔNOMOS DA


CONSTRUÇÃO CIVIL

Monografia apresentada à Faculdade Unyleya, como


exigência parcial à obtenção do Título de Especialista
no Curso de Pós Graduação em Engenharia de
Segurança do Trabalho.
Orientador: Prof. Luiz Antônio dos Santos.

Aprovado pelos membros da banca examinadora em


______/______/____________, com menção______________
__________________________________________________.

BANCA EXAMINADORA

JUIZ DE FORA

2021
Ao meu pai com quem aprendi
que a busca pelo conhecimento
deve ser incessante.
RESUMO

OLIVEIRA, Thiago José Fonseca; O uso de EPI’s por Profissionais Autônomos


da Construção Civil. 2021. 31f. Trabalho de Conclusão de Curso - Pós Graduação
em Engenharia de Segurança do Trabalho, Faculdade Unyleya. Juiz de Fora, 2021.

O presente trabalho apresenta uma análise de comportamento quanto ao uso de


EPI’s entre os profissionais autônomos da construção civil. Foram avaliados os
seguintes profissionais: arquitetos, engenheiros, gestores, pedreiros, auxiliares e
pintores. Por meio da aplicação de um questionário, mostrou-se que o conhecimento
sobre os EPI’s e o hábito de usar equipamentos de proteção é rotineiro entre os
diferentes profissionais que participaram desta pesquisa. Cerca de 53 % dos
entrevistados são engenheiros, 5,9 % arquitetos, 5,9 % técnicos em edificações,
11,8 % gestores de obras, 17,6% pedreiros e 5,9% ajudantes. Desse total 65 % são
do sexo masculino e 35 % do sexo feminino. O tempo de formação ficou dividido
entre o público entrevistado. Porém, o tempo de experiência apresentou-se mais
expressivo, com quase 50 % dos entrevistados com mais de 10 anos de atuação na
área. Atualmente, 65 % dos profissionais participantes exercem suas atividades de
maneira autônoma e, 35% deles exercem suas atividades com carteira de trabalho
registrada. Em relação aos EPI’s, 92 % do público avaliado sabem da importância e
dos benefícios de sua utilização. Foi observado que aproximadamente 86 % fazem o
uso constante durante a realização de suas atividades, o qual acompanha a
proporcionalidade dos dados anteriores. Cerca de 65 % do público entrevistado
nunca sofreram nenhum tipo de acidente durante sua jornada de trabalho. Tal
análise sobre a utilização de EPI’s visa ser importante para os profissionais que
pensam em trabalhar ou já estão atuando no setor da construção civil como
autônomos.

Palavras-chave: Profissional; Autônomo; Construção Civil; Equipamentos de


Proteção Individual (EPI).
ABSTRACT

OLIVEIRA, Thiago José Fonseca; O uso de EPI’s por Profissionais Autônomos


da Construção Civil. 2021. 31f. Trabalho de Conclusão de Curso - Pós Graduação
em Engenharia de Segurança do Trabalho, Faculdade Unyleya. Juiz de Fora, 2021.

The present work presents a behavior analysis regarding the use of PPE among self-
employed civil construction professionals. The following professionals were
evaluated: architects, engineers, managers, bricklayers, assistants and painters.
Through the application of a questionnaire, it was shown that knowledge about PPE
and the habit of using protective equipment is routine among the different
professionals who participated in this research. About 53% of respondents are
engineers, 5.9% architects, 5.9% building technicians, 11.8% construction managers,
17.6% bricklayers and 5.9% assistants. Of this total, 65% are male and 35% female.
The training time was divided among the interviewed audience. However, the length
of experience was more expressive, with almost 50% of respondents with more than
10 years of experience in the area. Currently, 65% of participating professionals carry
out their activities autonomously and 35% of them carry out their activities with a
registered work card. In relation to PPE's, 92% of the evaluated public know about
the importance and benefits of their use. It was observed that approximately 86%
make constant use during the performance of their activities, which follows the
proportionality of the previous data. About 65% of the interviewed public never
suffered any type of accident during their working day. Such analysis on the use of
PPE's aims to be important for professionals who are thinking about working or are
already working in the construction sector as self-employed persons.

Keywords: Professional; Self-employed; Civil Construction Industry; Personal


Protective Equipment (PPE).
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 : Tipos de Equipamentos de Proteção Individual (EPI).............................10


Figura 2 : Área de atuação na construção civil.......................................................... 17
Figura 3 : Sexo................................................................................................................ 17
Figura 4 : Tempo de formação......................................................................................18
Figura 5 : Tempo de experiência.................................................................................. 18
Figura 6 : Maneira como os profissionais exercem suas atividades...................... 19
Figura 7 : Tempo de experiência como autônomo.................................................... 19
Figura 8 : Ocorrência de experiência profissional com registro em carteira........ 20
Figura 9 : Tempo de experiência profissional com registro em carteira................ 20
Figura 10 : A importância do EPI..................................................................................21
Figura 11 : O uso do EPI durante as atividades de trabalho................................... 21
Figura 12 : EPI’s mais utilizados por profissionais autônomos.............................. 22
Figura 13 : Índice de acidentes sofridos durante a jornada de trabalho............... 22
Figura 14 : Principais acidentes sofridos durante a jornada de trabalho............... 23
LISTA DE SIGLAS

CREA - Conselho Regional de Engenharia e Agronomia.

CLT - Consolidação das Leis do Trabalho.

DIEESE - Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos.

EPC - Equipamento de Proteção Coletiva.

EPI - Equipamento de Proteção Individual.

MTE - Ministério do Trabalho e Emprego.

NR - Norma Regulamentadora.

OIT - Organização Internacional do Trabalho.


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO...................................................................................................................10
2. PROBLEMA........................................................................................................................14
3. JUSTIFICATIVA.................................................................................................................14
4. OBJETIVOS....................................................................................................................... 14
4.1. OBJETIVO GERAL................................................................................................. 14
4.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS................................................................................. 14
5. METODOLOGIA................................................................................................................ 15
6. DISCUSSÃO...................................................................................................................... 16
7. CONCLUSÃO.................................................................................................................... 24
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................... 25
APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO........................................................................................28
10

1. INTRODUÇÃO

Equipamentos de proteção individual também conhecidos como EPI’s,


são trajes (macacão, jaleco ou roupas especiais), acessórios (capacete, óculos,
protetor auricular, máscara com filtro, luvas e botas) (Figura 1), ferramentas entre
outros itens que têm por objetivo evitar ou diminuir os riscos de acidente de
trabalho e/ ou desenvolvimento de alguma doença proveniente da atividade exercida
pelo profissional. Negligenciar a utilização dos EPI’s afeta a saúde e a qualidade de
vida do trabalhador, salvo quando não causa a sua morte (SST,2021).

Figura 1: Tipos de Equipamentos de Proteção Individual (EPI). Lista dos principais EPI’s
utilizados na construção civil. Fonte: (https://sites.google.com/site/gcqetec/o-que-sao-epi-s, 2021).

É de conhecimento que em nosso país, a grande problemática para os riscos


e acidentes, são voltados diretamente à mão de obra. Isso ocorre principalmente
pela baixa escolaridade dos trabalhadores, sendo o principal fator observado entre
11

os retirantes e migrantes que chegam nas grandes metrópoles, em busca de


emprego e melhores condições de vida. Isso pode levar ao pensamento de se
rotularem como operários displicentes e incapazes. Assim, dificultando a
implantação de sistemas de segurança discutidos por Saurin (2002, p. 246).
Segundo Tisaka (2006), as falhas observadas são decorrentes de erros
cometidos pelos profissionais através da falta de atenção às normas técnicas
vigentes, pela má formação profissional e até mesmo por negligência no seu
trabalho.
Segundo Oliveira e Oliveira (2012), a história da construção civil foi
despontada pela preocupação do crescimento do setor industrial, e da mesma forma
pelo alto nível de produtividade no mercado. Do mesmo modo, o crescimento da
urbanização das cidades, evidentemente exigiu novas construções que chegassem
as tendências modernas e, essa condição durou por séculos, passando por muitas
transformações, tanto em suas diretrizes, quanto nos resultados de recursos
materiais e humanos.
Ainda na explicação de Oliveira e Oliveira (2012, p.03):

A construção civil no país é crescente e infere o desenvolvimento


econômico para a construção civil e a geração de emprego, portanto, é uma
atividade que se encontra relacionada a diversos fatores do setor que
contribui para o desenvolvimento regional, a geração de empregos e
mudanças para a economia, ou seja, a elevação PIB e tendo em vista seu
considerável nível de investimentos e seu efeito multiplicador sobre o
processo produtivo.

De certo modo, com essa evidência na sociedade, a construção civil precisou


rever as condições do ambiente de trabalho, principalmente nas relações entre os
riscos e os acidentes que possam estar dentro das obras.
Na visão de Trevisan (2015), a construção civil é um dos cenários que mais
tem problemas com acidentes em todos os aspectos e, possivelmente, uma das
soluções reportadas por ele corrobora com a necessidade de implantar uma gestão
de segurança no local que seja supervisionada por equipes habilitadas, além de todo
o material de EPI.
Entretanto, Mantelli (2012) relata que a situação se torna pior pois a maioria
dos trabalhadores apresentam um nível de escolaridade baixo, com pouco domínio
12

sobre os riscos e, não conseguem seguir as diretrizes das normas regulamentadoras.


Essa condição pode oferecer um impacto nas questões relativas às medidas
preventivas de controle e segurança dentro da construção civil.
Estudos de Trevisan (2015) salientam a importância do crescimento desta
área em todos os seus aspectos sendo eles, sociais, políticos e econômicos. A
segurança do trabalho tem alcançado grande potência na construção civil e no
planejamento de grandes obras. Todavia, essas dificuldades apresentam novos
desafios dentro da construção civil. Pois, há uma grande demanda de trabalho e
exigência na seleção de profissionais em várias funções, como também na mão-de-
obra constante.
De acordo com os dados do Observatório de Segurança e Saúde do
Trabalho (2021) apontam que, a cada 50 segundos, uma nova notificação de
acidente de trabalho é realizada. Com relação às mortes é registrado 1 óbito de
trabalhador a cada 3 horas e 51 minutos, decorrentes de algum tipo de acidente de
trabalho. Na lista de lesões mais frequentes estão, em primeiro lugar por cortes, o
qual também se enquadram lacerações, feridas contusas (produzida por golpe ou
impacto) e puncturas (furos ou picadas), com mais de 900 mil casos (Observatório
de Segurança e Saúde do Trabalho, 2021). Na sequência, aparecem as fraturas
com mais de 750 mil casos, contusões e esmagamentos com mais de 659 mil casos,
distensão e torção acima de 390 mil casos e lesão imediata reportado para mais de
380 mil casos (SST, 2021).
No Brasil, a construção civil é o setor econômico onde mais se trabalha por
conta própria. Dado constatado pela pesquisa feita pelo Sistema Pesquisa de
Emprego e Desemprego realizado graças ao convênio entre o Departamento
Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) e o Ministério de
Trabalho e Emprego (MTE); (CREA-SE, 2014).
O estudo do DIEESE/MTE apontou forte presença de trabalhadores por
conta-própria dentro da construção civil, o que explica o fato do setor incluir tanto o
segmento das edificações e obras públicas, quanto de construções leves e
pequenas reformas (CREA-SE, 2014).
De acordo com a pesquisa DIEESE/MTE, em termos de cargo assalariado
com registro em carteira de trabalho, o trabalhador por conta própria detém o
controle da sua atividade, graças à posse dos instrumentos de trabalho e das
competências necessárias para o exercício da profissão. “Normalmente, tais
13

requisitos são acumulados ao longo da trajetória profissional, o que faz com que
este trabalhador tenha, em termos médios, uma idade mais avançada do que o
assalariado”, diz o estudo. De cada 100 trabalhadores por conta própria, 80 são
chefes de família. O baixo nível de escolaridade que caracteriza o perfil do
trabalhador da construção civil manifesta-se de forma mais acentuada entre aqueles
que trabalham por conta própria (CREA-SE, 2014).
O dever de redução dos riscos no local de trabalho previsto no art. 7º, XXII,
da Constituição da República, não se restringe ao trabalhador empregado, mas
beneficia a todos os trabalhadores urbanos e rurais. Aliás, nesse sentido, há
previsão expressa do art. 8.2 da Convenção 167 da Organização Internacional do
Trabalho (OIT): 'Quando empregadores ou trabalhadores autônomos realizarem
atividades simultaneamente em uma mesma obra terão a obrigação de cooperar na
aplicação das medidas prescritas em matéria de segurança e saúde que a legislação
nacional determinar'" (OIT, 2011).
[...] para os acidentes ocorridos com os trabalhadores autônomos ou
eventuais, em princípio, não cabe atribuir culpa ao contratante pelos riscos inerentes
aos serviços contratados, salvo se ficar caracterizado a sua culpa por ter criado, por
ação ou omissão, um risco adicional que gerou o acidente (ou risco alheio aos
serviços contratados)". (Indenizações por acidente do trabalho ou doença
ocupacional p. 445 e 446)
Quais são os direitos e deveres?
Segundo a Norma Regulamentadora (NR) n° 6 do MTE, são encargos do
trabalhador utilizar os equipamentos somente para a finalidade que se destinam,
atendendo às instruções e orientações de uso, ficando responsável por sua guarda e
conservação, bem como, da comunicação ao empregador quando os equipamentos
se tornarem impróprios para o uso (MTE).
A recusa injustificada do trabalhador ao uso dos EPI’s constitui ato faltoso
(art. 158, § único, “b” da CLT) , ao colocar em risco a própria saúde, autorizando à
empresa empregadora, através do seu poder diretivo, a adoção de medidas
disciplinares cabíveis como advertências, suspensão de dias, e em últimos casos,
quando do acometimento de faltas reiteradas, demissão por justa causa
(JUSBRASIL, 2021).
O que diz a lei?
14

De acordo com o art. 19 da Lei 8.2.13/91 é claro ao dispor que: “A empresa é


responsável pela adoção e uso das medidas coletivas e individuais de proteção e
segurança da saúde do trabalhador”, no caso a responsabilidade pela segurança do
prestador de serviço é de quem o contratou seja ela pessoa física ou jurídica
(JUSBRASIL, 2021).

2. PROBLEMA

Profissionais autônomos e/ou MEI’s (Micro Empreendedor Individual) que não


usam EPI’s durante sua jornada de trabalho em pequenos serviços de reformas,
como residencial ou comercial poderia ser um fator relevante?

3. JUSTIFICATIVA

Profissionais autônomos em campo de trabalho estão mais propensos a


sofrerem acidentes e, por não terem a quem diretamente reportar, esses índices de
acidentes são sub-notificados. A importância de fazer um levantamento sobre as
possíveis causas de acidentes se dá para a elaboração de cartilhas auto-explicativas
em como usar de forma segura os EPI’s, assim como na prevenção de acidentes no
ambiente de trabalho.

4. OBJETIVOS

4.1. OBJETIVO GERAL

Avaliar as principais causas de acidentes de trabalho entre os profissionais


autônomos/MEI’s.

4.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

1. Avaliar os riscos e as possíveis irregularidades dentro do campo de


trabalho.
2. Observar se os profissionais usam EPI’s durante sua execução de
trabalho.
15

3. Avaliar se os profissionais sabem usar de forma correta os EPI’s, e a sua


importância na prevenção de acidentes.
4. Identificar os principais erros cometidos pelos profissionais no campo de
trabalho.
5. Apresentar os problemas identificados através de um relatório de riscos de
acidentes de trabalho.

5. METODOLOGIA

Fazer uma revisão bibliográfica sobre os principais riscos e casos reportados


a cerca de acidentes de trabalho. Devido ao uso incorreto ou desuso de EPI’s.
Além de uma pesquisa feita com profissionais da construção civil cujo objetivo
era analisar o nível de conhecimento e aplicabilidade dos EPI’s por profissionais
autônomos da construção civil. O instrumento de pesquisa utilizado foi um
questionário de perguntas dos tipos múltipla escolha e seleção (APÊNDICE A). As
perguntas de 01 a 05 tinham como objetivo de identificar o entrevistado e selecionar
o público alvo da pesquisa: profissionais autônomos. As perguntas 06 a 08 visavam
traçar um perfil mais aproximado dos profissionais que atualmente exercem seu
trabalho por meio de serviço autônomo tempo em que atuam no mercado dessa
maneira, se já tiveram experiência como profissionais registrados e por quanto
tempo. As perguntas de 09 a 14 estão relacionadas à importância do uso dos EPI’s,
o ponto de vista do entrevistado quanto ao uso deles, a uma prévia de pequenos
acidentes ocorridos pelo não uso dos equipamentos de proteção.
O questionário foi elaborado por meio da plataforma digital “Google
Formulários” e o link eletrônico do mesmo enviado aos entrevistados por meio de
mensagem de aplicativos de celular e email. Os profissionais puderam respondê-lo
de maneira anônima e particular e as respostas foram registradas automaticamente
na plataforma digital.
16

6. DISCUSSÃO

Ser um trabalhador autônomo traz vantagens e desvantagens. Quem não


gostaria de ser o próprio patrão, de não se submeter às ordens de outra pessoa,
podendo gerenciar o seu trabalho e a forma de executá-lo e, ainda, de poder ajustar
o horário de trabalho da forma que melhor lhe convier? Porém, também existem as
responsabilidades, deveres e custos que de certa forma impactam diretamente no
valor final dos serviços.
Atualmente, um fato que podemos citar é o período pós-pandemia da Covid-
19. Muitos profissionais da construção civil perderam seu vínculo empregatício e
tornaram-se trabalhadores autônomos. Porém, um outro fato que também mudou
durante esse período, foi o modelo de consumo do cidadão brasileiro. Por exemplo,
um trabalhador que atuava em uma sala comercial, começou (por medidas da lei) a
trabalhar de home-office. Então, muitas dessas pessoas passaram a criar o seu
próprio escritório dentro do ambiente familiar, o que levou ao grande consumo de
insumos da construção civil e à necessidade de contratação de mão de obra
especializada.
Muitos trabalhadores idosos apresentam maior experiência e, com isso,
possuem mais “vícios” e/ou resistência com relação ao não uso de EPI’s. Pois, é de
se imaginar que não precisam fazer o uso de tais equipamentos, pela vasta
experiência adquirida com o passar dos anos de trabalho exercendo as suas
funções.
O estudo de caso mostrou os possíveis riscos que podem ocorrer durante
pequenas jornadas de trabalho em obras de apartamentos. E, sendo responsáveis
por acidentes, visto que os trabalhadores devem estar habilitados para determinadas
funções.
Nesse estudo, a importância da temática foi buscar nas obras, quaisquer tipos
de falhas e/ ou erros durante as práticas de execução de trabalhos, sejam eles de
nível simples ou complexo e, observando se essas práticas podem ocasionar riscos
ao trabalhador dentro da obra.
Dentre o público entrevistado encontramos uma vasta gama de profissionais
que responderam ao questionário tais como: Engenheiros, Arquitetos, Gestores de
Obras, Técnicos em Edificações, Pedreiros, Auxiliares, Pintores.
17

Liderando a pesquisa, Engenheiros (as) com 53% de respostas, Gestores


com 12%, Pedreiros com 17%, Ajudante com 6%, Técnico em Edificações com 6% e
Arquiteto 6%. Conforme apresentado na (Figura 02).

Figura 2: Área de atuação na construção civil. Fonte: O AUTOR (2021)

A divisão entre gêneros ficou mais expressiva na quantidade de pessoas do


sexo masculino contendo mais de 70% de participação na pesquisa (Figura 03).

Figura 3: Sexo. Fonte: O AUTOR (2021)


18

Quanto ao tempo de formação dos que responderam ao questionário existe


uma percentagem muito próxima entre os recém formados com os veteranos com
mais de 10 anos de curso concluído (Figura 04).

Figura 4: Tempo de formação. Fonte: O AUTOR (2021)

O tempo de experiência conforme representado graficamente, fica muito


semelhante ao gráfico do tempo de formação, sendo as duas extremidades com
maior peso durante o preenchimento do questionário (Figura 05).

Figura 5: Tempo de experiência. Fonte: O AUTOR (2021)

Aproximadamente, 70% do público está atuando como profissional autônomo,


e um pouco mais de 30% dos profissionais estão prestando serviços com carteira de
trabalho registrada (Figura 06).
19

Figura 6: Maneira como os profissionais exercem suas atividades. Fonte: O AUTOR (2021)

Aproximadamente 40% dos entrevistados já exerceram ou permanecem com


suas atividades como autônomo por mais de 10 anos, em segundo lugar aparecem
os profissionais recém formados e/ou recém desempregados que estão atuando
como autônomos por menos de 3 anos, já com 15% dos que responderam estão
atuantes a aproximadamente 5 anos no mercado de trabalho como autônomos e
com um pouco mais de 7% os que atuam com intervalo de 5 ate 10 anos como
autônomos no segmento da construção civil (Figura 07).

Figura 7: Tempo de experiência como autônomo. Fonte: O AUTOR (2021)

Mais da 80% dos profissionais autônomos consultados já tiveram alguma


experiência com carteira de trabalho registrada, porém apenas 15% iniciaram
diretamente suas atividades como profissionais autônomos (Figura 08).
20

Figura 8: Ocorrência de experiência profissional com registro em carteira. Fonte: O AUTOR


(2021)

Quanto ao tempo de experiência com carteira registrada, ficou claro que


aproximadamente 60% dos entrevistados já possuem quase 10 anos de experiência
e que em 25% já possuem mais de 10 anos de experiência na área levando a
concluir que quase 85% da amostra coletada apresenta-se com capacidade técnica
para atuarem sozinhos ou por conta própria (Figura 09).

Figura 9: Tempo de experiência profissional com registro em carteira. Fonte: O AUTOR (2021)

Apresentado agora somente dados com profissionais autônomos, observou-


se que mais de 90% do público alvo sabe a importância do uso do EPI para
desenvolver suas atividades durante a jornada de trabalho (Figura 10).
21

Figura 10: A importância do EPI. Fonte: O AUTOR (2021)

No entanto, dos mais de 90% que sabem da importância de se utilizar EPI’s,


não mais que 85% dessa parcela realmente faz o uso durante sua jornada de
trabalho (Figura 11).

Figura 11: O uso do EPI durante as atividades de trabalho. Fonte: O AUTOR (2021)

Vários equipamentos de proteção foram listados para os profissionais


autônomos exercerem suas atividades, em ordem decrescente aparece o número
obtido de equipamentos utilizados:

 Bota;
 Capacete;
 Óculos;
 Máscara respiratória;
22

 Protetor auditivo;
 Calça;
 Luva;
 Protetor facial.
Tais valores são representado na Figura 12.

Figura 12: EPI’s mais utilizados por profissionais autônomos. Fonte: O AUTOR (2021)

Quanto ao nível de acidentes, fica explicito que apenas 35% dos profissionais
autônomos já sofreram algum tipo de acidente durante sua jornada de trabalho
(Figura 13).

Figura 13: Índice de acidentes sofridos durante a jornada de trabalho. Fonte: O AUTOR (2021)
23

Principais acidentes ocorridos durante a jornada de trabalho do profissional


autônomo, ficando evidenciado como mais frequente o acidente com choque elétrico,
em seguida acidente com cortes pelo corpo e por ultimo lesões na via nasal
(respiratória) como apresentado a seguir na Figura 14.

Figura 14: Principais acidentes sofridos durante a jornada de trabalho. Fonte: O AUTOR (2021)
24

7. CONCLUSÃO

Verificou-se pelo questionário de análise do uso de EPI’s por profissionais


autônomos no ramo da construção civil que é elevado o percentual de profissionais
atuantes na área como autônomos, sendo os entrevistados de todos os níveis de
escolaridade, também ficou claro que grande parte destes profissionais possuem no
mínimo 5 anos de experiência de atuação no setor.
É importante ressaltar que 9 em 10 entrevistados sabem da importância de se
usar EPI durante a jornada de trabalho e, cerca de 8 a 10 profissionais fazem o uso
constante de pelo menos 1 dos 9 itens listados na pesquisa. E, que o maior índice
de acidentes foi relacionado à choque elétrico, podendo este estar diretamente
ligado a ausência do EPI ou devido ao descuido e/ ou falta de atenção do
profissional ao manusear uma ferramenta elétrica.
Como sugestões para pesquisas futuras, destacam-se que há necessidade de
mais estudos e atenção acerca desses profissionais autônomos ou MEI’s, afim de
prevenir possíveis acidentes de trabalho, através da elaboração de cartilhas auto-
explicativas nos riscos e prevenções de acidentes e também, do fornecimento das
mesmas, via órgãos públicos de forma gratuita.
25

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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