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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

ROBERTA DUARTE DE OLIVEIRA

ANÁLISE DOS IMPACTOS ECONÔMICOS DECORRENTES DA UTILIZAÇÃO DE


EPI’S OU DA FALTA DESTES: ESTUDO DE CASO DE UMA MICROEMPRESA DE
CONSTRUÇÃO CIVIL

Florianópolis
2022
ROBERTA DUARTE DE OLIVEIRA

ANÁLISE DOS IMPACTOS ECONÔMICOS DECORRENTES DA UTILIZAÇÃO DE


EPI’S OU DA FALTA DESTES: ESTUDO DE CASO DE UMA MICROEMPRESA DE
CONSTRUÇÃO CIVIL

Monografia apresentada ao Curso de


Especialização em Engenharia de Segurança do
Trabalho da Universidade do Sul de Santa
Catarina como requisito parcial à obtenção do
título de Engenheiro de Segurança do Trabalho.

Orientador: Prof. José Humberto Dias de Tolêdo, Ms.

Florianópolis
2022
ROBERTA DUARTE DE OLIVEIRA

ANÁLISE DOS IMPACTOS ECONÔMICOS DECORRENTES DA UTILIZAÇÃO DE


EPI’S OU DA FALTA DESTES: ESTUDO DE CASO DE UMA MICROEMPRESA DE
CONSTRUÇÃO CIVIL

Esta Monografia foi julgada adequada à


obtenção do título de Engenheiro de Segurança
do Trabalho e aprovada em sua forma final pelo
Curso de Especialização em Engenharia de
Segurança do Trabalho da Universidade do Sul
de Santa Catarina.

Florianópolis, 14 de julho de 2022.

______________________________________________________
Professor e orientador José Humberto Dias de Tolêdo, Ms.
Universidade do Sul de Santa Catarina
Dedico esse trabalho aos meus pais e irmão, por
serem meus maiores incentivadores e sempre
acreditarem em mim. Essa conquista, que não é
apenas minha, mas nossa, seria impossível sem
o apoio e motivação de vocês.
AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, por me capacitar com sabedoria e me dar força durante essa etapa
importante da minha vida.
Aos meus pais e meu irmão, que são minha maior motivação, pelo apoio, palavras
de força e orações para que pudesse concluir essa trajetória.
Ao meu orientador deste trabalho, Ms. Prof. José Humberto Dias de Tolêdo, pelo
auxílio, compreensão e confiança em mim depositada durante o desenvolvimento desta
monografia.
A minhas colegas de trabalho e companheiras diárias, pelos incentivos e conselhos
que colaboraram para finalizar esta etapa.
Aos meus supervisores e amigos pela oportunidade de trabalhar junto a eles e por
todos os ensinamentos que foram essenciais no desenvolvimento deste trabalho.
E, por fim, a todos que contribuíram e torceram por mim para a realização deste
trabalho.
“Frequentemente é necessário ter mais coragem para ousar fazer certo do que temer
fazer errado” (Abraham Lincoln).
RESUMO

A indústria da construção civil é uma das que mais emprega trabalhadores e que registra altos
índices de acidentes de trabalho, considerando os inúmeros riscos envolvidos nas atividades
deste ramo. Entre as principais causas para esses números elevados, destaca-se a falta de uso
dos Equipamentos de Proteção Individual – EPI, determinado pela Norma Regulamentadora
06. Sabe-se que apesar da existência das Normas Regulamentadoras - as quais visam proteger
o trabalhador, minimizar riscos de acidentes e proporcionar benefícios tanto para os
empregados quanto para o empregador – há diversas empresas que negligenciam as
determinações. São vários os casos em que se vê ausência de treinamento para os colaboradores,
não obrigatoriedade do uso de EPI e falta de fiscalização e controle no uso de equipamentos.
Sob essa ótica, este trabalho analisa, por meio de um estudo de caso, um canteiro de uma obra
comercial, de pequeno porte, na cidade de Florianópolis-SC e como se dá o fornecimento e uso
dos EPI. Os dados da visita ao local foram coletados, registrados em ficha de inspeção e
posteriormente analisados a fim de comparar com as determinações da NR-06, bem como
calcular os custos das possíveis multas no caso de descumprimento dessas determinações, de
acordo com a NR-28. Para realização desse estudo sobre custos, realizou-se uma análise
minuciosa dos itens estabelecidos em ambas as normas, destacando os benefícios, tanto para o
empregador quanto para o empregado, ao atender integralmente suas disposições.
Realizou-se ainda uma pesquisa bibliográfica, com base em publicações, livros e artigos, de
forma a trazer mais informações e familiaridade para com o tema. Além disso, foram utilizadas
planilhas elaboradas no Excel, a fim de reunir os dados obtidos e proporcionar maior clareza
nas correlações dos custos. Assim, através das análises verificou-se a importância do
conhecimento e cumprimento das Normas Regulamentadoras, tanto para o empregado quanto
para o empregador, a fim de evitar grandes prejuízos financeiros, não somente com as multas,
mas também com possíveis acidentes ou doenças que possam vir a ser decorrentes do não
atendimento às normas.

Palavras-chave: Construção Civil. Normas Regulamentadoras. EPI. Custos.


ABSTRACT

The civil construction industry is one of the industries that employs the most workers and that
records high rates of work accidents, considering the several risks involved in the activities of
this branch. Among the main causes for these high numbers, the lack of use of Personal
Protective Equipment - PPE, determined by Regulatory Norm 06, stands out. It is well known
that, despite the existence of Regulatory Norms - which aim to protect the laborer, to minimize
the risk of accidents and to provide benefits for both employer and employees - there are several
companies that neglect the determinations. There are several cases in which there is lack of
training for laborers, non-compulsory use of PPE and lack of inspection and control in the use
of these equipments. From this perspective, this monography analyzes, through a case study, a
commercial construction site, of a small construction company, in the city of Florianópolis-SC,
and how PPE is supplied and used. Data from the site visit were collected and registred in an
inspection form and later analyzed in order to compare with the determinations of RN-06, as
well as calculate the costs of eventual fines in case of non-compliance with these
determinations, according to RN-28. In order to carry out this study on costs, a thorough
analysis of the items established in both norms was carried out, highlighting the benefits, for
both employer and employees, by fully meeting their provisions. A bibliographic research was
also carried out, based on publications, books and articles, in order to introduce more
information and familiarity with the theme. In addition, spreadsheets prepared in Excel were
utilized in order to gather the data obtained and provide greater transparency in the correlations
of costs. Thus, through the analysis, it was verified the importance of knowledge and
compliance with the Regulatory Norms, for both employer and employees, in order to avoid
large financial losses, not only with the fines, but also with possible accidents or diseases that
may result from non-compliance with the rules.

Key words: Civil Construction. Regulatory Norms. PPE. Costs.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 01 – Principais EPI usados na construção civil ............................................................. 29


Figura 02 – Empregado sem EPI instalando revestimento ....................................................... 38
Figura 03 – Empregado sem EPI executando demolição de piso............................................. 39
Figura 04 – Empregado sem EPI executando abertura de vala ................................................ 40
Figura 05 – Empregado sem EPI instalando piso ..................................................................... 41
Figura 06 – Empregado sem EPI executando aberturas na parede........................................... 41
Figura 07 – Empregado sem EPI executando aberturas na parede........................................... 42
Figura 08 - Empregado sem EPI recolhendo entulho ............................................................... 43
Figura 09 – Empregado sem EPI aplicando massa na parede .................................................. 44
Figura 10 – Empregado sem EPI preparando a parede para pintura ........................................ 44
Figura 11 – Ficha de inspeção no canteiro de obras ................................................................. 45
Figura 12 – Ficha de inspeção no canteiro de obras ................................................................. 47
Figura 13 – Custos de aquisição dos EPI ................................................................................. 49
LISTA DE TABELAS

Tabela 01– Grau de instrução de trabalhadores da Construção Civil no Brasil – 2019 ........... 21
Tabela 02 – Classificação dos equipamentos de proteção individual conforme a NR-06 – 2018
.................................................................................................................................................. 28
Tabela 03 – Gradação de multas de acordo com o Anexo I da NR-28 – 2020 ........................ 34
Tabela 04 – Valores da multa de acordo com a NR-28 – 2020 ................................................ 34
Tabela 05 – Quadro funcional do canteiro de obras – 2022 ..................................................... 37
Tabela 06 – Itens da NR-06 passíveis de multas e penalidades de acordo com a NR-28- 2020
.................................................................................................................................................. 38
Tabela 07 – Situações em desacordo com a NR-06 e multas conforme NR-28 - 2022 ........... 50
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................................. 11
1.1 TEMA E DELIMITAÇÃO .............................................................................................. 11
1.2 PROBLEMA DE PESQUISA ......................................................................................... 12
1.3 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................ 12
1.4 OBJETIVOS .................................................................................................................... 13
1.4.1 Objetivo Geral ............................................................................................................. 13
1.4.2 Objetivos Específicos................................................................................................... 13
1.5 METODOLOGIA ............................................................................................................ 13
1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO .................................................................................... 14
2 REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................................... 15
2.1 ACIDENTES DE TRABALHO ...................................................................................... 15
2.1.1 Acidentes de trabalho na construção civil................................................................. 19
2.1.2 Estatísticas de acidentes de trabalho no Brasil e em Santa Catarina..................... 22
2.1.3 Segurança no trabalho e uso de EPI .......................................................................... 23
2.2 NORMAS REGULAMENTADORAS ........................................................................... 24
2.3 NR-06 ............................................................................................................................... 26
2.4 NR-28 ............................................................................................................................... 30
3 ESTUDO DE CASO ......................................................................................................... 36
3.1 CAMPO DE PESQUISA ................................................................................................. 36
3.2 MÉTODO ........................................................................................................................ 36
3.3 RESULTADOS................................................................................................................ 37
3.4 ANÁLISES ...................................................................................................................... 51
3.5 SUGESTÕES ................................................................................................................... 52
4 CONSIDERAÇÕES GERAIS ......................................................................................... 54
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 56
APÊNDICES ........................................................................................................................... 61
APÊNDICE A – FICHA DE INSPEÇÃO NO CANTEIRO DE OBRAS ......................... 62
APÊNDICE B – PESQUISA DE MERCADO DOS CUSTOS UNITÁRIOS DOS EPI . 65
ANEXOS ................................................................................................................................. 66
ANEXO A – ANEXO I NR-06 .............................................................................................. 67
ANEXO B – ANEXO II NR-28 EM RELAÇÃO A NR-06 ................................................ 74
11

1 INTRODUÇÃO

A indústria da construção civil é um dos setores que apresentam grandes riscos à


saúde e integridade física do trabalhador, prova disso é o elevado índice de acidentes de
trabalho. De acordo com os dados do Observatório Digital de Saúde e Segurança do
Trabalho (SmartLab), entre os anos de 2012 e 2018, foram registrados mais de 4,4 milhões de
acidentes de trabalho no Brasil, desses, 97 mil ocorreram no setor da construção civil. Esse
cenário é motivado pelos mais diversos fatores, dentre eles: as condições inseguras nos locais
de trabalho; o uso inadequado ou a falta de equipamentos de proteção individual – EPI; o uso
incorreto das máquinas; e a falta de treinamento e capacitação dos colaboradores.
Sabe-se que para evitar essa crítica realidade é necessário garantir uma melhor
gestão da segurança nas atividades que integram esse setor. Várias podem ser as estratégias
preventivas que são capazes de colaborar para a redução dos riscos de ocorrência de acidentes
de trabalho na construção civil, como por exemplo, o uso correto dos EPI.
Em seu estudo, Nascimento et al. (2015) aborda a alta resistência – na maioria das
vezes - dos empregados frente à utilização destes equipamentos. A falta de conhecimento dos
trabalhadores referente às normas, legislações e necessidade de uso dos EPI, são aspectos que
contribuem diretamente para essa relutância.
O estudo tem por objetivo identificar as consequências decorrentes do mau uso ou
não uso de EPI, tanto para o empregado quanto para o empregador, bem como analisar os
impactos econômicos em uma microempresa baseado em dois cenários: fornecimento e uso dos
EPI e não fornecimento e não uso dos EPI.
Diante desse contexto e com base no disposto na Norma Regulamentadora – NR-
06, busca-se relacionar as medidas que devem ser adotadas para evitar a ocorrência de danos à
saúde do trabalhador e, consequentemente à empresa.

1.1 TEMA E DELIMITAÇÃO

Análise dos custos relativos aos investimentos em Equipamentos de Proteção


Individual – EPI, em uma obra de reforma pertencente à uma microempresa do setor da
construção civil, no município de Florianópolis.
12

1.2 PROBLEMA DE PESQUISA

Quais os impactos econômicos em uma microempresa de construção civil, no


município de Florianópolis, decorrentes do não fornecimento de Equipamentos de Proteção
Individual – EPI, por parte da empresa, e do não uso por parte dos trabalhadores, quando
comparados aos custos de investimentos para aquisição e fornecimento de EPI para os
trabalhadores?

1.3 JUSTIFICATIVA

O setor da construção civil é um dos que mais emprega no Brasil e se destaca por
possuir altos índices de acidentes de trabalho. Os trabalhadores desse setor têm sua saúde e
segurança expostas a inúmeros riscos ocupacionais, principalmente devido à grande quantidade
de atividades envolvidas no canteiro de obras, bem como à falta de gerenciamento (GOMES,
2011).
Sabe-se que muitos destes riscos e acidentes podem ser evitados ou minimizados
com o uso correto do Equipamento de Proteção Individual (EPI), visto que estes influenciam
diretamente na saúde e segurança do trabalhador.
No cenário brasileiro da construção civil percebe-se que, geralmente, nas obras
menores ocorre um menor rigor quanto ao uso de EPI, tanto dos responsáveis quanto dos
trabalhadores que nestas atuam. Segundo Gomes (2011), o fato de serem menos visíveis à
sociedade e à fiscalização, bem como, sua curta duração, contribuem para que a aplicabilidade
e cumprimento das normas de segurança e de prevenção de acidentes não tenha a relevância
necessária. No entanto, sabe-se que independente do porte da construção, as atividades
desenvolvidas neste contexto oferecem riscos ao trabalhador.
A partir disso, relaciona-se os impactos econômicos, decorrentes do não
fornecimento de EPI, bem como a falta de uso destes por parte dos trabalhadores, em uma
microempresa de construção civil, com os custos de investimentos quando da aquisição e
fornecimento de EPI para os trabalhadores.
Deste modo, salienta-se a importância da percepção quanto ao uso de EPI e o
disposto na NR-06, para posteriormente avaliar os custos decorrentes da implantação de EPI
num canteiro de obra de reforma, bem como analisar os prejuízos financeiros que a ausência
desta medida pode trazer ao empregador e apresentar a alternativa mais adequada e viável no
contexto financeiro.
13

1.4 OBJETIVOS

1.4.1 Objetivo Geral

Investigar os impactos econômicos decorrentes do não fornecimento de


Equipamentos de Proteção Individual – EPI, por parte de uma microempresa de construção
civil, e do não uso por parte dos trabalhadores, quando comparados aos custos de investimentos
para aquisição e fornecimento de EPI para os trabalhadores.

1.4.2 Objetivos Específicos

 Descrever as recomendações referentes às obrigações do trabalhador e empregado


quanto ao uso do EPI, descritas na NR-06;
 Levantar os custos e impactos econômicos relacionados à fiscalização e penalidades que
podem ser aplicadas à microempresa de acordo com a NR-28, caso não cumpra às
obrigações dispostas na NR-06;
 Relacionar as consequências do não uso do EPI para os trabalhadores e empregadores;
 Destacar os benefícios gerados com o fornecimento e uso adequado do EPI;
 Verificar os custos de investimentos para aquisição e fornecimento de EPI para os
trabalhadores.

1.5 METODOLOGIA

O referido trabalho caracteriza-se como uma pesquisa de natureza aplicada, a qual,


de acordo com Gerhardt e Silveira (2009), tem como objetivo gerar conhecimentos para
aplicações práticas dirigidos à solução de problemas específicos.
Trata-se de uma pesquisa qualitativa quanto à abordagem do problema, uma vez
que os impactos decorrentes do uso ou não uso de EPI, relacionados ao disposto nas NR-06 e
NR-28 são o foco da análise deste trabalho. De acordo com Richardson (1999), um estudo
qualitativo é capaz de caracterizar a complexidade de um determinado problema, avaliar a
interação entre certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos vividos por
grupos sociais.
14

Segundo Gerhardt e Silveira (2009) a pesquisa qualitativa se caracteriza pela


objetivação do fenômeno, hierarquização das ações de descrever, compreender, explicar,
precisão das relações entre o global e o local em determinado fenômeno.
Quanto aos objetivos da pesquisa, considera-se de natureza descritiva. Para Gil
(2017), esse tipo de pesquisa busca analisar fenômenos já explorados em pesquisas
exploratórias, buscando características e modelos que melhor os descrevam.
Em relação aos procedimentos para coleta dos dados, utiliza-se uma pesquisa
bibliográfica para o desenvolvimento do referencial teórico do estudo. Segundo Fonseca
(2002), a pesquisa bibliográfica é realizada a partir da verificação de referências teóricas já
analisadas e publicadas por meios escritos e eletrônicos. Além disso, trata-se de uma pesquisa
com um estudo de caso, o qual de acordo com Schramm (apud YIN, 2001), tem como essência
a tentativa de esclarecer uma decisão, ou um conjunto de decisões, seus motivos,
implementações e resultados. No trabalho em questão, tem-se como objeto uma obra de reforma
pertencente à uma microempresa de construção civil, na qual analisa-se o uso ou não uso dos
EPI e as possíveis consequências econômicas, para o empregador, relacionadas a NR-06 e NR-
28.

1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO

O presente trabalho é composto por quatro capítulos, estes são:


O capítulo um apresenta uma introdução, que explora os principais motivos do
trabalho, sua importância, justificativa e objetivos.
O capítulo dois corresponde à revisão bibliográfica que norteia esse estudo, abrange
os mais diversos conceitos relacionados a acidentes do trabalho, inclusive na indústria da
construção civil, bem como analisa as estatísticas de ocorrência destes. Apresenta ainda as
Normas Regulamentadoras 06 e 28 que são base para esse trabalho.
O capítulo três explora as informações do estudo de caso, compreendendo a
metodologia utilizada, resultados obtidos e análises, relacionando a aplicação da NR-06 no
canteiro de obras e as possíveis multas e penalidades acarretadas pelo seu descumprimento de
acordo com a NR-28, trazendo sugestões para correção dos problemas observados.
O capítulo quatro traz as considerações finais do estudo realizado, relacionando-o
com questões sociais e econômicas.
15

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 ACIDENTES DE TRABALHO

O art.19 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, define acidente de trabalho como


aquele que é decorrente do exercício do trabalho a serviço da empresa, acarretando lesão
corporal ou perturbação funcional que cause a morte, ou perda, ou redução, permanente ou
temporária, da capacidade para o trabalho (BRASIL, 1991).
Além disso, o art.21 desta Lei relaciona alguns casos que se comparam ao acidente
do trabalho, como se vê:
§ 1º Equiparam-se ao acidente do trabalho, para os fins desta lei:
I - a doença profissional ou do trabalho, assim entendida a inerente ou peculiar a
determinado ramo de atividade e constante de relação organizada pelo Ministério da
Previdência e Assistência Social (MPAS);
II - o acidente que, ligado ao trabalho, embora não tenha sido a causa única, haja
contribuído diretamente para a morte, ou a perda, ou redução da capacidade para o
trabalho;
III - o acidente sofrido pelo empregado no local e no horário do trabalho, em
consequência de:
a) ato de sabotagem ou de terrorismo praticado por terceiros, inclusive companheiro
de trabalho;
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada
com o trabalho;
c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro inclusive
companheiro de trabalho;
d) ato de pessoa privada do uso da razão;
e) desabamento, inundação ou incêndio;
f) outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior.
IV - a doença proveniente de contaminação acidental de pessoal de área médica, no
exercício de sua atividade;
V - o acidente sofrido pelo empregado ainda que fora do local e horário de trabalho:
a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa;
b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou
proporcionar proveito;
c) em viagem a serviço da empresa, seja qual for o meio de locomoção utilizado,
inclusive veículo de propriedade do empregado;
d) no percurso da residência para o trabalho ou deste para aquela.
Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei:
I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja
contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua
capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua
recuperação;
II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em
consequência de:
a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de
trabalho;
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada
ao trabalho;
c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro
de trabalho;
d) ato de pessoa privada do uso da razão;
e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força
maior;
16

III - a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de


sua atividade;
IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho:
a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa;
b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou
proporcionar proveito;
c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta
dentro de seus planos para melhor capacitação da mão-de-obra, independentemente
do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado;
d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer
que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado.

A referida legislação descreve ainda algumas situações específicas em relação a


acidente do trabalho, apontando por exemplo, em quais períodos se considera que o empregado
está a serviço da empresa:
§ 1º Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de
outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado é
considerado no exercício do trabalho.
§ 2º Não é considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho a lesão que,
resultante de acidente de outra origem, se associe ou se superponha às consequências
do anterior.

Diante disso, é possível verificar que tal Lei traz alguns conceitos, no entanto, o de
acidente do trabalho é limitado. Assim sendo, julga-se necessário buscar outras referências e
conceitos acerca do tema.
Costa (2009) define acidente de trabalho como um ataque provocado ao corpo
humano, que ocorre durante o desempenho de sua atividade laboral ou em razão desta,
resultante de uma ação traumática violenta, subitânea, concentrada e de consequências
identificadas. Aponta ainda que se trata de uma espécie de afronta que o trabalhador sofre
durante seu horário e em seu local de trabalho, incluindo-se o trajeto. Logo, um ponto crucial
que permite distinguir acidente de trabalho de doença profissional é a possibilidade de
reconhecer quando ocorreu a lesão, visto que é possível formar uma cronologia entre as lesões
acontecidas sucessivamente.
Gomes (2012), por sua vez, afirma que o acidente de trabalho ocorre pelo exercício
do trabalho a serviço do empregador, tanto dentro quanto fora da empresa.
Ainda, é possível também caracterizar, de forma técnica, o acidente de trabalho
como a conclusão da perícia médica apresentada pelo Instituto Nacional do Seguro Social –
INSS, na qual constará a relação entre o trabalho e o agravo à saúde do trabalhador. Pode-se
afirmar que há um nexo entre o trabalho e o agravo quando constatar-se a ocorrência de nexo
técnico epidemiológico entre a atividade da empresa e a entidade mórbida motivadora da
incapacidade, relacionada na Classificação Internacional de Doenças - CID (CALLERI, 2007).
17

Finalmente, pode-se destacar que é possível a ocorrência de acidente de trabalho


durante os intervalos para refeições:
Também se considera acidente do trabalho a situação em que o empregado, durante
os períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião de satisfação de outras
necessidades fisiológicas realizadas no local de trabalho ou durante este, venha
acidentar-se (BARSANO; BARBOSA, 2014, p.68).

Tal afirmação pode ser comprovada pelo descrito no art. 21 da Lei 8.313/91, o qual
afirma que nos horários estabelecidos para efetuar as refeições, considera-se que o trabalhador
está no exercício do trabalho. Logo, caso esteja em horário de almoço ou qualquer outro
intervalo, este poderá sofrer um acidente de trabalho.
Na visão de Coltre (2011), os acidentes podem ser causados pelos mais diversos
fatores:
Tais acidentes podem ter inúmeras causas como: falta de treinamento próprio,
desatenção, descuido, comportamento inadequado, instruções inadequadas, entre
outros que representam na maioria das vezes a falta de gerenciamento.

Para Silva (2019) apud Frazão (2018), as causas de acidentes do trabalho vão desde
a falta de disciplina dos trabalhadores até o desconhecimento sobre o assunto, além da falta de
comprometimento dos responsáveis pelo local de trabalho.
De acordo com Mendes (2013), os principais motivos que podem vir a causar
acidentes do trabalho estão relacionadas aos atos inseguros, fatores naturais e condições
inseguras.
Para o autor, atos inseguros colaboram para a ocorrência de acidentes do trabalho e
são decorrentes de atividades executadas de maneira contrária ao estabelecido nas normas de
segurança, ou seja, o descumprimento destas pode levar a ocorrência de um acidente. Alguns
exemplos, conforme a FUNDACENTRO (2011) apud Mendes (2013), são:
• Não utilização de EPI;
• Operação de equipamentos sem autorização;
• Realização de manutenção de equipamentos em operação;
• Utilização de equipamento defeituoso;
• Utilização de equipamentos de maneira incorreta;
• Falta de sinalização ou advertência;
• Operação em velocidade inadequada; e
• Levantamento de objetos de forma incorreta.
18

O autor aponta ainda que condições inseguras também podem causar tais acidentes,
considerando que se trata de falhas técnicas, presentes no ambiente laboral, que comprometem
não só a segurança do trabalhador como também das instalações e equipamentos. Alguns casos
de acordo com a FUNDACENTRO (2011) apud Mendes (2013):
• Equipamentos de proteção inadequados ou insuficientes;
• Perigos de explosão e incêndio;
• Ferramentas, equipamentos ou materiais imperfeitos;
• Espaço restrito ou congestionado;
• Ventilação inadequada;
• Desordem;
• Condições ambientais perigosas: gases, poeira, fumaça e vapores;
• Radiações, temperaturas extremas e ruídos excessivos; e
• Iluminação excessiva ou inadequada.

Por fim, Mendes (2013) aponta que os fatores naturais – aqueles que fogem do
controle humano – também são capazes de provocar acidentes e relaciona alguns exemplos
como inundações, tempestades, desmoronamentos, descargas atmosféricas, entre outros.
Vilela, Mendes e Gonçalves (2007) abordam diversos pontos de vista acerca das
possíveis causas de acidente de trabalho. Dentre elas, uma é tida como tradicional e mais
comum no Brasil, e é caracterizada por considerar o acidente decorrente do erro humano,
buscando formas de evitá-lo. Diz-se tradicional pois foi trazida em 1950 na teoria de Heinrich,
a qual se torna útil em processos, visto que é usada para desviar a responsabilidade civil. Em
paralelo, tem-se o conceito de Reason, o qual analisa os acidentes a partir de diversas
características da organização, como histórico, decisões, mudanças, que possam ter provocado
o risco de acidente, mesmo que latente. Neste modelo, o erro ativo pode ser associado a outros
aspectos existentes que são capazes de desencadear o acidente.
Ainda, Ildeberto Muniz de Almeida e Maria Cecília Pereira Binder afirmam que:
Na realidade, o acidente laboral não passa de um acontecimento determinado,
previsível, in abstracto, e que, na maioria das vezes, pode ser prevenido. Isso porque
suas causas são perfeitamente identificáveis dentro do meio ambiente de trabalho e,
desse modo, podem ser neutralizados ou até mesmo eliminadas (ALMEIDA;
BINDER, apud CAIRO JÚNIOR, 2015, p. 56).

Isso posto, sabe-se que os acidentes de trabalho são decorrentes de um evento


atípico durante ou pela atividade laboral, podendo ser causados por uma falha humana ou
material, trazendo consequências ao trabalhador e até mesmo à empresa.
19

De acordo com o Ministério do Trabalho e Previdência (2020), as consequências


dos acidentes dos trabalhos podem ser divididas em cinco grupos: fatal, grave, moderada, leve
e prejuízos.
O fatal é quando há óbito decorrente de eventos adversos relacionados ao trabalho.
O grave se caracteriza por lesões ou doenças que provocam a perda de alguns
sentidos, como por exemplo, perdas de visão ou aditivas, amputações, fraturas que necessitem
de intervenções cirúrgicas e outras lesões que possam tornar o colaborador incapaz de realizar
exercícios habituais por mais de trinta dias.
O moderado considera danos à saúde do trabalhador que não se enquadrem nos
grupos anteriores e que não o impeçam de executar seu trabalho habitual durante três a trinta
dias.
O leve compreende lesões ou doenças que atrapalhem o trabalhador de executar
suas atividades laborais por até três dias.
Por fim, os prejuízos consideram danos à propriedade, máquina, equipamento, meio
ambiente, instalação ou perdas na produção.
De acordo com a FUNDACENTRO (2011), as consequências do acidente do
trabalho podem acarretar prejuízos às pessoas, propriedades, produtos, meio ambiente e aos
serviços.

2.1.1 Acidentes de trabalho na construção civil

Vecchione (2010), afirma que a indústria da construção civil é um dos setores mais
arriscados, onde os trabalhadores estão expostos a vários riscos e consequentemente, sujeitos a
acidentes com maior frequência. Desta forma, num canteiro de obras, é essencial ter atenção às
normas e procedimentos de segurança do trabalho.
Para Medeiros e Rodrigues (2010), essa indústria envolve tradicionais estruturas
sociais, culturais e políticas e, caracterizada nacionalmente por apresentar elevados índices de
acidentes de trabalho. Os autores afirmam ainda, que tais fatores formam o perfil de um setor
gerador de grandes perdas de recursos humanos e financeiros.
De acordo com Simões (2010), no Brasil a demanda de novas construções e
estruturas urbanas possui um crescimento significativo. No entanto, as medidas de segurança e
fiscalização não crescem na mesma proporção das obras, acarretando aumento no número de
acidentes do trabalho.
20

Silva e Mendonça (2012) retratam algumas estatísticas acerca do crescimento do


setor da construção civil de acordo com alguns estudos realizados:
De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos
Socioeconômicos (DIEESE), conforme dados divulgados em estudo sobre o setor
(DIEESE, 2011) a construção civil acompanhou as estatísticas nacionais e obteve em
2010 a segunda maior taxa de crescimento entre os setores da indústria e o melhor
desempenho dos últimos 24 anos, que foi de 11,6%. Dados publicados no Panorama
em SST da Indústria 2009 (SESI, 2011) mostraram que a indústria brasileira
empregou mais de 9,5 milhões de indivíduos e o segmento que obteve maior
percentual de trabalhadores empregados foi o da construção. A indústria da
construção cresceu acentuadamente nos últimos anos em relação ao número de postos
de trabalho. Dados sobre informações sociais (MTE, 2011), divulgados pelo MTE, a
indústria da construção teve um acréscimo de 15,01% no número de profissionais
formalmente empregados entre os anos de 2009 e 2010.

A construção civil no Brasil se destaca como um dos setores que possui grande
concentração de mão de obra, além de possuir um grande poder econômico, gerando várias
oportunidades de emprego. No entanto, além da mão de obra ser desqualificada e precária, o
setor não conta com a continuidade do processo industrial, visto que há mobilização e
desmobilização das equipes de trabalho conforme a demanda de obras. Essa situação vivida
pelos trabalhadores do setor pode comprometer a integridade física do trabalhado e gerar
acidentes (SILVA e BEMFICA, 2015).
Para Colombo (2009) alguns acidentes de trabalho e riscos na esfera da construção
civil são decorrentes da falta de conhecimento por parte do trabalhador, pressa para entregar o
produto no prazo necessário, ausência de planejamento e ocorrências de improvisos. Além
disso, os trabalhadores também deixam de usar os EPI por acharem que prejudicam no
desenvolvimento de sua atividade, dessa forma, tais aspectos tornam o canteiro de obras um
ambiente vulnerável a maiores riscos de acidentes.
Para Resende (2019), apesar das adequações na organização dos canteiros de obras
e intensificação de fiscalizações, a fim de exigir o cumprimento de leis e normas
regulamentadoras, o setor da construção civil ainda registra altos índices de acidentes. O autor
aponta que o trabalhador muitas vezes é leigo acerca dos riscos e doenças decorrentes da
exposição ao concreto, por exemplo, ou não percebe que o cinturão, apesar de incomodar, pode
salvar sua vida.
Rodrigues (2017) aponta que as principais causas de acidentes na construção
envolvem trabalho em altura, falta de utilização de EPI e a falta de instrução aos trabalhadores
ou até mesmo a ausência de conhecimento relacionada ao assunto.
De acordo com Silva (1993), a falta de qualificação dos trabalhadores da construção
civil dificulta a modernização do setor, uma vez que, gera desperdícios, permite baixa
21

produtividade e auxilia para uma má qualidade da obra. Ainda, os acidentes do trabalho estão
diretamente relacionados com a falta de formação técnica e profissional de seus colaboradores.
Brusius (2010) afirma que o alto risco e acidentes na construção civil está
relacionado também às atividades serem concentradas e ocorrerem sob pressão. Na visão do
autor, os fatores que contribuem para os acidentes serem recorrentes, são: o curto tempo das
obras; pouca qualificação de mão de obra, gerando alta rotatividade de trabalhadores; grande
contato pessoal com os equipamentos/máquinas, causando maior exposição aos riscos; e
execução das atividades sob condições climáticas desfavoráveis.
O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE)
com base nos dados de 2018 da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), do Ministério
da Economia, levantou que a maioria dos trabalhadores do setor é composta por homens,
representando cerca de 90,1% do total. E os 9,9% restantes correspondem a trabalhadoras do
sexo feminino. Com relação à idade destes trabalhadores, as faixas etárias predominantes são
as de 30 a 39 anos, representando quase um terço do total (32,3%) e de 40 a 49 anos (23,0%),
totalizando 55,3%.
Em julho de 2021, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) com
base nos dados de 2019 da RAIS, elencou os números quanto ao grau de instrução dos
trabalhadores da construção civil, os quais indicam que cerca de 43,7% dos trabalhadores
formais desse setor não concluíram o ensino médio, conforme Tabela 01. No entanto, vale
ressaltar que tais números podem variar de acordo com cada segmento do setor.

Tabela 01– Grau de instrução de trabalhadores da Construção Civil no Brasil – 2019


GRAU DE INSTRUÇÃO E NÚMERO DE TRABALHADORES DA CONSTRUÇÃO
CIVIL NO BRASIL – 2019
GRAU DE INSTRUÇÃO BRASIL
Analfabeto 14.891
Até o 5° ano incompleto 145.085
5° ano completo do Ensino Fundamental 96.681
Do 6° ao 9° ano 211.134
Ensino Fundamental Completo 307.515
Ensino Médio Incompleto 172.383
Ensino Médio Completo 1.032.861
Educação Superior Incompleta 45.585
Educação Superior Completa 140.471
Mestrado 939
Doutorado 207
Total 2.167.752
Fonte: Adaptado de Relação Anual de Informações Sociais – RAIS, (2019).
22

2.1.2 Estatísticas de acidentes de trabalho no Brasil e em Santa Catarina

Conforme apresentado, pode-se verificar que o setor da construção civil tem um


histórico marcado por apresentar elevados índices de acidentes do trabalho, dos mais diversos
graus de risco. Assim sendo, Filgueiras et al (2015) apontam que:
O cenário de riscos e acidentalidade verificados no conjunto da economia brasileira
parece ser ainda pior na construção civil. Segundo os indicadores oficiais disponíveis,
a construção civil é a atividade econômica que mais mata trabalhadores no Brasil.
Considerando apenas os empregados formalmente vinculados aos CNAE
(Classificação Nacional de Atividade Econômica) que integram a Construção (Setor
F) e os dados dos últimos Anuários Estatísticos de Acidentes de Trabalho (AEAT,
2010, 2011, 2012, 2013) do INSS, morrem mais de 450 trabalhadores no setor, a cada
ano, no país.

De acordo com Avelar (2022), o Brasil é o quarto país do mundo em número de


acidentes de trabalho, ficando atrás somente da China, Índia e Indonésia, segundo dados da
Organização Internacional do Trabalho (OIT). Porém, no grupo do G20 ocupa a segunda
colocação, perdendo apenas para o México. Segundo a Associação Nacional de Medicina do
Trabalho, a taxa de mortalidade no trabalho no Brasil é de 5,21 mortes para cada 100 mil
vínculos. Na construção civil, a taxa é de 11,76 casos para cada grupo de 100 mil.
Conforme dados da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (2019), a
construção civil é um dos setores que mais registra acidentes de trabalho no Brasil, é o primeiro
em incapacidade permanente e o segundo em mortes, ficando atrás apenas de acidentes de
transportes terrestres. Além disso, ocupa a quinta posição no quesito afastamentos com mais de
quinze dias.
De acordo com os dados do Anuário Estatístico da Previdência Social (AEPS)
divulgados em outubro de 2021 pelo Ministério do Trabalho e Previdência, o número de
acidentes do trabalho no ano de 2020 foi de 445.814, dentre os quais 26.342 (5,91%)
correspondem a acidentes que ocorreram no setor da construção civil, o qual ocupa o sexto
lugar no ranking dos setores das atividades econômicas. Deste total de ocorrências vinculadas
ao setor, 78,90% equivalem a acidentes típicos, 11,34% a acidentes de trajeto, 0,98% a doenças
do trabalho e 8,78% não tiveram CAT registrada.
Segundo dados do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho (SmartLab), o
estado de Santa Catarina registrou cerca de 38.600 casos de acidentes de trabalho no ano de
2021, tornando-se o quinto estado com maior número de acidentes no Brasil. Deste total de
ocorrências, os municípios com mais notificações são Joinville (12%), Florianópolis (6%),
23

Chapecó (6%), Blumenau (5%), Itajaí e Criciúma (4%). O setor da construção civil, por sua
vez, teve 709 ocorrências, o que representa cerca de 2,33%.
É importante ressaltar que tais estatísticas extraídas através das CAT são limitadas,
pois sabe-se esses números representam somente uma parcela da realidade, visto que, grande
parte da mão de obra está empregada informalmente, o que aponta para um alto número de
subnotificação de acidentes.

2.1.3 Segurança no trabalho e uso de EPI

Peinado (2019) cita que a segurança do trabalho na construção civil, independente


do segmento, é necessária não só para os colaboradores e empresas, mas também para a
sociedade, visto que, os acidentes prejudicam a integridade dos trabalhadores e geram impactos
econômicos e sociais. Para o autor, a ocorrência desses acidentes também interfere
negativamente na produtividade.
Leal (1999) afirma que as empresas da construção civil devem orientar seus
colaboradores sobre a utilização adequada dos EPI e fazê-los compreender que, mesmo
podendo ser desconfortáveis, protegem de inúmeros riscos. O empregador e os colaboradores
devem compreender que acidentes podem ser evitados a partir do momento que todos os
envolvidos estiverem comprometidos com tal causa.
Diante disso, é inegável a necessidade de implantar políticas eficientes e
regulamentações precisas na segurança do trabalho na construção civil, de forma a garantir a
integridade física dos trabalhadores. Sabe-se que para que a implantação da segurança do
trabalho seja eficaz, é necessário considerar todos os riscos ocupacionais, de forma a adotar
medidas que sejam suficientes para evitar a ocorrência de acidentes. Neste sentido, sabe-se que
a segurança do trabalho é regida por normas e leis específicas.
A maneira que os elementos relacionados à segurança podem influenciar
geralmente é desconhecida ou até mesmo vista de forma superficial por muitas empresas e
profissionais. Isto reflete também na falta de estudos sobre estratégias para gerenciamento da
segurança e de fiscalização perante os setores responsáveis por tal aplicarem a devida cobrança.
Para Hinze (1991), por mais altos que sejam os custos econômicos e sociais
decorrentes dos acidentes de trabalho, geralmente as empresas não utilizam abordagens
sistemáticas para evitá-los, restringindo-se somente ao cumprimento da legislação.
24

Cisz (2015) e Welter (2014) desenvolveram estudos que demonstram que, para
obter resultados positivos, é necessário além de implementar ações preventivas baseadas nas
regulamentações vigentes, sensibilizar os empregadores.
Cisz (2015) buscou analisar os riscos presentes nas atividades desenvolvidas
durante uma construção, além de possíveis medidas de prevenção de acidentes, destacando a
relevância do uso de EPI durante a execução das atividades, bem como o atendimento às demais
normais aplicáveis nas atividades do local. Através de um questionário com os trabalhadores,
o autor constatou que a segurança do trabalho ainda é um assunto tratado em segundo plano e
por mais que todos estejam cientes da importância da utilização dos EPI, acredita que nunca
obterá um resultado efetivamente positivo, enquanto não houver uma prática de antecipação.
Welter (2014), por sua vez, observou em seu estudo que a ocorrência de qualquer
acidente que traga consequências físicas aos trabalhadores ou não, gera um gasto financeiro
significativo, visto que, todos os custos diretos e indiretos resultantes são creditados no custo
de produção, revertendo em ônus para a empresa. Em seu estudo, o autor elenca os riscos
causados pela falta de sistemas de gestão e como a empresa em questão trabalha com estes.
Desta forma, o autor expõe que poucos empregadores entendem que não se trata unicamente de
um benefício para a segurança física do trabalhador, mas também é possível poupar uma
demanda financeira que um acidente pode trazer, se houver uma implementação de sistemas
eficazes capaz de evitá-lo.
No entanto, com o passar do tempo, a legislação tem se tornado mais rigorosa,
fazendo com que os empregadores pensem duas vezes antes de não aplicar o que é obrigatório.
Em seu guia para gestão da segurança nos canteiros de obra, a CBIC (2017) ressalta
que os programas de prevenção exigidos pelas normas regulamentadoras, exigem do
empregador a responsabilidade sobre a eficácia de suas implementações.
Diante disso, garantir a segurança do trabalho através de EPI e sistemas de gestão,
deve ser visto como investimento, uma vez que, quanto melhores os equipamentos e sistemas,
menor a chance de ter alto prejuízo decorrente de acidentes, além de evitar queda na produção
e impacto em outros custos.

2.2 NORMAS REGULAMENTADORAS

De acordo com Oliveira (2009) em 1919, surgiu no Brasil a Lei n° 3.725, a qual
abordava a definição de acidente de trabalho, a declaração de acidentes e a ação judicial. Em
1934, decretou-se a terceira constituição do Brasil, a qual considerou medidas
25

regulamentadoras em relação à proteção do trabalhador, do trabalho da mulher e do menor, da


jornada de trabalho de oito horas diárias, da instituição do salário mínimo, do reconhecimento
dos sindicatos e da centralização dos serviços médicos.
Em 1940, o Decreto Lei n° 2.848 trouxe o Código Penal, que em seu Art. 132
ressalta que a exposição de qualquer pessoa a uma situação de perigo, seja empregado ou não,
é capitulável como crime.
Em 01 de maio de 1943, houve a regulamentação do Capítulo V do Título II da
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que trata da Segurança e Medicina do Trabalho,
através do Decreto-Lei n° 5.452 (REIS, 2010).
Segundo Alves (2003), posteriormente, no ano de 1972, o governo brasileiro
publicou a Portaria nº. 3.237, a qual regia as determinações previstas anteriormente na CLT,
como instituir os serviços médicos e de higiene e segurança em empresas que possuíssem mais
de cem empregados. Tendo em vista a evolução dos estudos relacionados à Segurança e Saúde
do Trabalho (SST), a legislação passou a considerar também o grau de risco da atividade
exercida e não somente o número de empregados da empresa. Ainda de acordo com o autor,
em maio de 1941, a fim de difundir as práticas de prevenção de acidentes para trabalhadores e
empresários, fundou-se a Associação Brasileira para Prevenção de Acidentes (ABPA), fato este
que contribuiu para o avanço do campo da prevenção de acidentes do trabalho no Brasil.
Em 1977, a Lei nº 6.514, deu início às Normas Regulamentadoras (NRs) do
Ministério do Trabalho e Previdência. Além destas, algumas normas da Associação Brasileira
de Normas Técnicas (ABNT) também abordam a segurança do trabalho.
Em 1978, a Portaria n° 3.214 aprovou as NRs do Capítulo V, Título II, da CLT, as
quais são relativas à segurança e medicina do trabalho.
Mesmo que a aplicação das leis e NRs não seja a única forma de prevenir acidentes,
sabe-se que elas são extremamente necessárias pois regulamentam e definem os padrões de
cumprimento obrigatório. Sob esta ótica, destaca-se a relevância dessas normas, bem como a
necessidade de revisá-las e atualizá-las constantemente, a fim de melhor adequá-las e reduzir
os impasses encontrados para o seu cumprimento. Dessa forma, é essencial o cuidado e
responsabilidade das empresas, pois serão altos os riscos de sanções penais caso ocorra um
acidente ou exposição de trabalhadores ou terceiros dentro de um canteiro de obras.
A segurança do trabalho no setor da construção civil baseia-se nas normas
regulamentadoras, sendo a mais importante para as atividades exercidas em canteiro de obras a
NR 18, a qual tem a finalidade de determinar diretrizes, traçar medidas de controle e sistema de
prevenção de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente.
26

O presente estudo se delimita a análise da NR-06, que dispõe sobre a execução do


trabalho com uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), e da NR-28, que estabelece
as medidas a serem adotadas pela fiscalização do trabalho, bem como a aplicação de multas
sobre trabalho em altura.

2.3 NR-06

A Norma Regulamentadora NR-06 dispõe sobre o uso dos equipamentos de


proteção individual (EPI). O uso do EPI está previsto também em legislação, conforme artigo
n° 166 da Lei n° 6.514/1977:
A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, equipamentos de
proteção individual adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e
funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa
proteção contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos empregados.

A referida NR define EPI como todo dispositivo ou produto, de utilização particular


do trabalhador, designado à proteção de riscos que possam comprometer a saúde e a segurança
no trabalho.
Com o passar dos anos, a NR-06 teve algumas atualizações, são elas:
 Portaria SSMT n.º 05, de 07 de maio de 1982;
 Portaria SSMT n.º 06, de 09 de março de 1983;
 Portaria DSST n.º 05, de 28 de outubro de 1991;
 Portaria DSST n.º 03, de 20 de fevereiro de 1992;
 Portaria DNSST n.º 02, de 20 de maio de 1992;
 Portaria SSST n.º 26, de 29 de dezembro de 1994;
 Portaria SIT n.º 25, de 15 de outubro de 2001;
 Portaria SIT n.º 48, de 25 de março de 2003;
 Portaria SIT n.º 108, de 30 de dezembro de 2004;
 Portaria SIT n.º 191, de 04 de dezembro de 2006;
 Portaria SIT n.º 194, de 22 de dezembro de 2006;
 Portaria SIT n.º 107, de 25 de agosto de 2009;
 Portaria SIT n.º 125, de 12 de novembro de 2009;
 Portaria SIT n.º 194, de 07 de dezembro de 2010;
 Portaria SIT n.º 292, de 08 de dezembro de 2011;
 Portaria MTE n.º 1.134, de 23 de julho de 2014;
27

 Portaria MTE n.º 505, de 16 de abril de 2015;


 Portaria MTb n.º 870, de 06 de julho de 2017;
 Portaria MTb n.º 877, de 24 de outubro de 2018.

A referida NR descreve as responsabilidades da empresa para com o empregado


quanto ao uso dos EPI, de modo a garantir a saúde e segurança deste:
Cabe ao empregador quanto ao EPI:
a) adquirir o adequado ao risco de cada atividade;
b) exigir seu uso;
c) fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional competente em
matéria de segurança e saúde no trabalho;
d) orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação;
e) substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;
f) responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica;
g) comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada; e
h) registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados livros, fichas ou
sistema eletrônico.

Além disso, a NR elenca também as responsabilidades do empregado quanto ao uso


dos equipamentos de proteção individual:
Cabe ao empregado quanto ao EPI:
a) usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina;
b) responsabilizar-se pela guarda e conservação;
c) comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso; e,
d) cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.

A NR-06 aponta ainda as responsabilidades dos fabricantes ou importadores no que


se refere aos equipamentos, destacando a necessidade de possuírem cadastro junto ao órgão
nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho. Além disso, é dever dos
fabricantes ou importadores, solicitar a emissão do Certificado de Aprovação – CA para cada
equipamento e, quando houver alterações nas especificações do equipamento, devem requerer
um novo CA, bem como renová-lo quando o prazo de validade do equipamento expirar. Ainda,
de acordo com a NR, é dever dos fabricantes e importadores, produzir EPI devidamente
acompanhado de orientações, manutenção, higienização, restrições e demais referências quanto
ao uso, de modo que o equipamento mantenha as características de proteção original. Além
disso, é obrigatório que contenha o número de lote de fabricação do produto.
Ainda nesta NR, o Ministério do Trabalho e Previdência relaciona uma lista de
equipamentos de proteção individual que precisam ser fornecidos aos trabalhadores, como por
exemplo, calçados, capacetes, cinturões, luvas, macacões, óculos, protetores auriculares,
faciais, respiradores, entre outros. A norma classifica os EPI em nove grupos, de acordo com a
parte do corpo a ser protegida e a atividade exercida, conforme Tabela 02.
28

Tabela 02 – Classificação dos equipamentos de proteção individual conforme a NR-06 – 2018


CLASSIFICAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL DE
ACORDO COM O ANEXO I DA NR-06 - 2018
GRUPO E REGIÃO A PROTEGER EPI

A – EPI para proteção da cabeça A.1 – Capacete


A.2 – Capuz ou balaclava
B.1 – Óculos
B – EPI para proteção dos olhos e face B.2 – Protetor facial
B.3 – Máscara de solda
C – EPI para proteção auditiva C.1 – Protetor auditivo
D.1 – Respirador purificador de ar
D – EPI para proteção respiratória D.2 – Respirador de adução de ar
D.3 – Respirador de fuga
E.1 - Vestimentas de segurança que ofereçam
proteção ao tronco contra riscos de origem
térmica, mecânica, química, radioativa e
meteorológica e umidade proveniente de
E – EPI para proteção do tronco operações com uso de água
E.2 – Colete à prova de balas de uso
permitido para vigilantes que trabalhem
portando arma de fogo, para proteção do
tronco contra riscos de origem mecânica
F.1 - Luva
F.2 - Creme protetor
F – EPI para proteção dos membros
F.3 - Manga
superiores
F.4 - Braçadeira
F.5 – Dedeira
G.1 - Calçado
G – EPI para proteção dos membros G.2 - Meia
inferiores G.3 - Perneira
G.4 – Calça
H.1 – Macacão
H – EPI para proteção do corpo inteiro H.2 – Conjunto
H.3 – Vestimenta de corpo inteiro
I – EPI para proteção contra quedas de I.1 – Dispositivo trava-quedas
diferença de nível I.2 – Cinturão
Fonte: Adaptado de NR-06, (2018).

A Figura 01 ilustra os principais EPI utilizados na construção civil, como capacete,


óculos de policarbonato, protetor auricular do tipo plug e/ou do tipo concha, luvas, botinas ou
sapatões e cinto de segurança do tipo paraquedista. De acordo com a NR-06, classificam-se
como A, B, C, F, G e I, respectivamente.
29

Figura 01 – Principais EPI usados na construção civil

Fonte: Adaptado de Tem Sustentável, (2022).

Na Figura 01, é possível observar o capacete, que tem a função de proteger o crânio
do trabalhador contra impactos de objetos e choques elétricos; os óculos que servem para
proteger os olhos de partículas ou objetos perfurantes; os protetores auriculares que protegem
o sistema auditivo contra os altos níveis de ruído provenientes de máquinas e ferramentas; as
luvas que protegem as mãos contra riscos de origem mecânica e elétrica, como cortes ou lesões
e as botinas que protegem os pés de quedas de objetos e materiais cortantes.
Em alguns casos, utiliza-se também máscaras, para proteger da poeira ou até mesmo
solda. Para Silva (2009, apud CISZ, 2015) as máscaras mais usadas neste setor, são máscara
para proteção respiratória dos trabalhadores contra poeiras incômodas, como a cal e o calcário,
cuja concentração é desconfortável para o trabalho; máscara semifacial com filtro para vapores
orgânicos, a qual é utilizada nas atividades de pintura e a máscara para soldadores quando
necessário trabalhar com soldas. De acordo com a NR-06, a máscara de solda assegura a
proteção da face contra impactos de partículas volantes, radiação ultravioleta, radiação
infravermelha e luminosidade intensa.
Os EPI citados são necessários devido ao risco de acidentes de maior gravidade
nessa indústria, como desmoronamentos, soterramentos, queda de materiais pesados e trabalhos
em altura.
Para Oliveira e Pilon (2003), os EPI não impedem a ocorrência de acidentes, no
entanto, reduzem significativamente os riscos ou pelo menos, minimizam sua gravidade. Para
30

os autores, os EPI possibilitam minorar os acidentes que têm potencial para provocar lesões ao
trabalhador, protegendo-o assim, de iminentes danos à saúde, decorrentes das condições
laborais.
De acordo com Nascimento et al (2009, apud CISZ, 2015), o uso dos EPI
juntamente a outros recursos de segurança do trabalho é fundamental para proteger o
trabalhador contra os mais diversos riscos do ambiente de trabalho.
Sabe-se que é alto o índice de trabalhadores que recebem os EPI. Porém, é possível
identificar que nem todos fazem uso dos equipamentos regularmente. De acordo com Oliveira
e Pilon (2003), este é um dos principais fatores geradores de acidentes do trabalho, mesmo que
existam incontáveis riscos relacionados ao ambiente laboral.
Ainda, conforme a NR-06, cabe ao órgão regional do Ministério do Trabalho e
Previdência:
a) fiscalizar e orientar quanto ao uso adequado e a qualidade do EPI;
b) recolher amostras de EPI; e,
c)aplicar, na sua esfera de competência, as penalidades cabíveis pelo descumpriment
o desta NR.

Diante disso, verifica-se que o descumprimento da NR-06 implica em penalidades


como multas previstas pela NR-28.

2.4 NR-28

A Norma Regulamentadora NR-28 - Fiscalização e Penalidades, reúne algumas


medidas a serem adotadas pela fiscalização do trabalho, bem como a aplicação de penalidades
e multas. A inspeção do fiscal ao ambiente laboral definirá se a empresa e seus trabalhadores
estão atendendo aos requisitos de segurança e medicina do trabalho dispostas nas Normas
Regulamentadoras, propostas pelo Ministério do Trabalho e Previdência.
Esta NR foi criada através da Portaria n° 3.214 em 8 de junho de 1978 e passou por
algumas atualizações e revisões com o decorrer do tempo, são elas:
 Portaria SSMT n.º 07, de 15 de março de 1983;
 Portaria SSMT n.º 12, de 12 de junho de 1983;
 Portaria SSMT n.º 18, de 26 de julho de 1983;
 Portaria SSMT n.º 19, de 26 de julho de 1983;
 Portaria SSMT n.º 08, de 07 de março de 1985;
 Portaria MTb n.º 3.032, de 15 de fevereiro de 1990;
31

 Portaria DNSST n.º 03, de 01 de julho de 1992;


 Portaria DNSST n.º 07, de 05 de outubro de 1992;
 Portaria SSST n.º 13, de 17 de setembro de 1993;
 Portaria SSST n.º 23, de 27 de dezembro de 1994;
 Portaria SSST n.º 24, de 29 de dezembro de 1994;
 Portaria SSST n.º 06, de 14 de agosto de 1995;
 Portaria SSST n.º 08, de 08 de maio de 1996;
 Portaria SSST n.º 17, de 25 de junho de 1996;
 Portaria SSST n.º 08, de 24 de março de 1997;
 Portaria SSST n.º 12, de 06 de maio de 1997;
 Portaria SSST n.º 18, de 30 de março de 1998;
 Portaria SSST n.º 20, de 17 de abril de 1998;
 Portaria SSST n.º 26, de 06 de maio de 1998;
 Portaria SIT n.º 04, de 06 de outubro de 1999;
 Portaria SIT n.º 35, de 26 de dezembro de 2000;
 Portaria SIT n.º 08, de 21 de fevereiro de 2001;
 Portaria SIT n.º 31, de 20 de dezembro de 2001;
 Portaria SIT n.º 01, de 17 de janeiro de 2002;
 Portaria SIT n.º 18, de 12 de julho de 2002;
 Portaria SIT n.º 70, de 12 de março de 2004;
 Portaria SIT n.º 82, de 01 de junho de 2004;
 Portaria SIT n.º 94, de 17 de agosto de 2004;
 Portaria SIT n.º 114, de 17 de janeiro de 2005;
 Portaria SIT n.º 126, de 03 de junho de 2005;
 Portaria SIT n.º 127, de 16 de junho de 2005;
 Portaria SIT n.º 160, de 19 de abril de 2006;
 Portaria SIT n.º 166, de 30 de maio de 2006;
 Portaria SIT n.º 178, de 21 de setembro de 2006;
 Portaria SIT n.º 38, de 21 de fevereiro de 2008;
 Portaria SIT n.º 44, de 09 de abril de 2008;
 Portaria MTE n.º 191, de 15 de abril de 2008;
 Portaria SIT n.º 277, de 06 de outubro de 2011;
32

 Portaria SIT n.º 298, de 11 de janeiro de 2012;


 Portaria SIT n.º 319, de 15 de maio de 2012;
 Portaria SIT n.º 2.033, de 07 de dezembro de 2012;
 Portaria MTE n.º 591, de 28 de abril de 2014;
 Portaria MTE n.º 11, de 09 de janeiro de 2015;
 Portaria MTE n.º 882, de 1º de julho de 2015;
 Portaria MTPS n.º 507, de 29 de abril de 2016;
 Portaria MTb n.º 167, de 20 de fevereiro de 2017;
 Portaria SEPRT n.º 1.067, de 23 de setembro de 2019;
 Portaria SEPRT n.º 1.358, de 09 de dezembro de 2019;
 Portaria SEPRT n.º 1.359, de 09 de dezembro de 2019;
 Portaria SEPRT n.º 1.360, de 09 de dezembro de 2019; e
 Portaria SEPRT n.º 9.384, de 06 de abril de 2020.

Um dos principais objetivos da NR-28 é padronizar os procedimentos de segurança


e saúde do trabalho nos ambientes laborais, aplicando para isso, as medidas punitivas e
corretivas caso haja irregularidades e desrespeito às demais normas.
A norma é dividida em três itens, o primeiro se refere à fiscalização, o segundo
aborda sobre embargo ou interdição e o terceiro trata sobre penalidades.
No item que se refere à fiscalização, a norma estabelece que quando o agente de
inspeção constatar situação de grave e iminente risco à saúde e/ou integridade física do
trabalhador, com embasamento em critérios técnicos, ele deverá propor à autoridade regional
competente a interdição do estabelecimento, setor de serviço, máquina ou equipamento, ou o
embargo parcial ou total da obra, quando necessário, determinando as medidas que deverão ser
adotadas para a correção das situações de risco.
Esta Norma Regulamentadora ainda estabelece prazos para que haja correção das
irregularidades apontadas pela fiscalização, além de valores de multas e procedimentos de
autuação por infração das NRs.
Lima (2019) aponta que cabe ao fiscal do trabalho identificar as condições de
trabalho, verificar as irregularidades e impor multas à empresa caso esta não atenda às
determinações das Normas Regulamentadoras. O autor afirma ainda que o fiscal do trabalho
poderá estabelecer o prazo para que sejam corrigidas as infrações registradas, caso contrário, as
penalidades necessárias serão aplicadas.
33

A NR-28 determina que o prazo máximo para regularizar os itens notificados pela
fiscalização não deve ultrapassar 60 dias. A empresa notificada pode recorrer ou solicitar um
adiamento de prazo até 10 dias após a data da fiscalização, prorrogando para 120 dias o prazo
para cumprir às exigências apontadas.
No que se refere ao embargo e interdição, a referida norma traz algumas
orientações. Caso o fiscal do trabalho identifique a ocorrência de situação grave e que coloque
em risco a saúde ou integridade física do trabalhador, com base em critérios técnicos, esse pode
propor embargo ou interdição. A NR-28 estabelece que o fiscal poderá propor interdição do
estabelecimento, setor de serviço, máquina ou equipamento, ou ainda, embargo parcial ou
totalmente, indicando assim as medidas que devem ser tomadas para correção das situações
consideradas de risco.
Lima (2019) destaca algumas irregularidades mais comuns na construção civil e
que podem vir a ser notificadas ou até mesmo motivos de embargo ou interdição. Segundo o
autor, os erros podem ser em máquinas e equipamentos, EPC e EPI e nas ações de segurança
dentro do local de trabalho. No tocante às máquinas e equipamentos, as irregularidades podem
ser constatadas quando envolvem falta de manutenção, aparelhos operando parcialmente devido
a algum defeito, operadores sem treinamento ou com treinamento desatualizados, máquinas
sem proteção ao redor, operadores realizando serviços de manutenção corretiva e ainda,
equipamento utilizado de forma divergente ao estabelecido no manual. No que se refere aos
equipamentos de proteção coletiva e individual, os erros podem decorrer da falta de inspeções
periódicas e de proteções coletivas feitas sem projeto e/ou orientação. Quanto às ações de
segurança no local de trabalho, o autor aponta que a falta de controle e análise dos riscos pode
gerar agravantes, bem como a falta de treinamento do trabalhador e ausência de
acompanhamento por parte dos responsáveis pelo controle da saúde e segurança dos
trabalhadores.
Quanto às penalidades, a NR-28 estabelece que estas devem ser aplicadas conforme
o disposto no Anexo I da referida norma, o qual apresenta um quadro de gradação de multas
(Tabela 03), baseado no grau das infrações, dispostas no Anexo II da norma em questão (Anexo
B).
34

Tabela 03 – Gradação de multas de acordo com o Anexo I da NR-28 – 2020


GRADAÇÃO DE MULTAS (EM BTN) DE ACORDO COM O ANEXO I DA NR-28 -
2020
NÚMERO DE SEGURANÇA DO TRABALHO MEDICINA DO TRABALHO
EMPREGADOS I1 I2 I3 I4 I1 I2 I3 I4
630 - 1129 - 1691 - 2252 – 378 – 676 – 1015 – 1350 –
01 - 10
729 1393 2091 2792 482 839 1254 1680
730 - 1394 – 2092 – 2793 – 429 – 840 – 1255 – 1681 –
11 - 25
830 1664 2495 3334 498 1002 1500 1998
831 - 1665 – 2496 - 3335 – 499 – 1003 – 1501 – 1999 –
26 – 50
936 1935 2898 3876 580 1166 1746 2320
964 - 1936 – 2899 – 3877 – 581 – 1176 – 1747 – 2321 -
51 – 100
1104 2200 3302 4418 662 1324 1986 2648
1105 - 2201 – 3303 – 4419 - 663 – 1325 – 1987 – 2649 –
101 – 250
1241 2471 3717 4948 744 1482 2225 2976
1242 - 2472 – 3719 – 4949 – 745 - 1483 – 2226 - 2977 –
251 – 500
1374 2748 4121 5490 826 1646 2471 3297
1375 - 2749 – 4122 – 5491 – 827 – 1647 – 2472 – 3298 –
501 – 1000
1507 3020 4525 6033 906 1810 2717 3618
1508 - 3021 - 4526 - 6034 - 907 - 1811 - 2718 - 3619 –
Mais de 1000
1646 3284 4929 6304 990 1973 2957 3782
Fonte: Adaptado de NR-28, (2020).

Lima (2019) aponta que, quanto maior a empresa e mais prejudicial aos códigos a
sua violação, maior a multa a ser aplicada.
A NR-28 determina ainda que caso haja reincidência, embaraço ou resistência à
fiscalização, emprego de artificio ou simulação a fim de fraudar a lei, a multa a ser aplicada
será conforme determinado no Art.201, parágrafo único, da CLT, conforme os valores
estabelecidos na Tabela 04.

Tabela 04 – Valores da multa de acordo com a NR-28 – 2020


VALORES (EM UFIR) DA MULTA DE ACORDO COM A NR-28 - 2020
SEGURANÇA DO TRABALHO MEDICINA DO TRABALHO

6.304 3.782
Fonte: Adaptado de NR-28, (2020).

Os valores são apresentados em Unidade Fiscal de Referência – UFIR, o qual


equivale a R$ 1,064, valor este que está congelado desde o ano 2000, por força do §3° do Artigo
29 da Medida Provisória 2095-76.
35

Dentre os anexos da NR-28, tem-se também o Anexo IA, no qual consta um quadro,
semelhante ao do Anexo I da NR, porém, apresenta valores das multas específicas de trabalho
portuário (NR - 29), que não se aplicam ao presente estudo.
O Anexo II da NR-28 apresenta uma relação com os demais parâmetros que
auxiliam na obtenção dos valores das multas constantes no Anexo I da NR. Os quadros do
Anexo II apresentam item e subitem da NR que estando irregular gerará a penalidade, o código
da infração, sua classificação, que pode variar de 1 a 4 dependendo da gravidade, e o tipo de
infração, que pode ser segurança ou medicina do trabalho.
Para obter o valor da multa é necessário cruzar os dados do Anexo I e do Anexo II
da NR-28, aplicar os valores na fórmula e, através do cálculo, chegar ao valor final da multa
correspondente à infração identificada. Os valores constantes no Anexo I da norma são em BTN
(Bônus do Tesouro Nacional).
No Anexo I, o método proposto pela NR-28 considera os valores mínimos e
máximos das penalidades. Porém, a referida NR não possui uma gradação específica sobre as
infrações nela apresentadas, ou seja, a determinação do valor da multa fica atrelado à
irregularidade identificada e a concepção da fiscalização ao aplicar a penalidade.
Diante disso, Araújo (2018) aponta que este cenário pode dar margem para diversas
interpretações e fragilizar a aplicabilidade coerente da norma, visto que se trata de normas
antigas e com raras atualizações. Logo, o autor sugere a aplicabilidade da interpolação
matemática, a fim de aprimorar o cálculo das penalidades previstas na NR-28, que possibilita
obter de maneira mais determinada o valor das multas. No entanto, este estudo se limitará
apenas à apresentação dos valores mínimos e máximos das multas.
36

3 ESTUDO DE CASO

O presente estudo de caso consiste em apresentar os dados do empreendimento de


pequeno porte, em reforma, na cidade de Florianópolis, bem como, a estimativa de custos de
aquisição de EPI para os funcionários desse canteiro de obras e simular os possíveis custos com
multas decorrentes de notificações pelos fiscais do trabalho de acordo com o disposto na NR-
28, em caso de descumprimento das diretrizes estabelecidas na NR-06.
Dada a importância da segurança no trabalho e considerando as consequências do
não uso de EPI, este capítulo se propõe a analisar a aplicação das referidas NR-06 em um
canteiro de obras, bem como os impactos econômicos que o descumprimento de seus itens pode
trazer para a microempresa. Foi realizada uma inspeção no local de trabalho para verificar se
os itens da NR-06 estavam sendo atendidos. Em seguida, foi feita uma análise baseada na NR-
28, para o cálculo das multas e penalidades sofridas caso haja o descumprimento da NR-06.
Além disso, realizou-se pesquisa de mercado na região da Grande Florianópolis, a fim de
levantar os custos para aquisição dos EPI necessários para cada funcionário da obra.

3.1 CAMPO DE PESQUISA

O empreendimento localiza-se no município de Florianópolis/SC, é do tipo


comercial, térreo e possui aproximadamente 70 m². Passou por uma obra de reforma durante 90
dias, para implantação de uma clínica odontológica e atualmente está concluída. O custo da
intervenção no empreendimento foi de R$59.831,64. Nesse estudo, o nome da empresa
responsável pela obra e do empreendimento são fictícios, a fim de preservar a identidade
original destes.

3.2 MÉTODO

Para esse estudo foi realizada visita in loco para registros fotográficos e
levantamentos de dados para preenchimento de ficha de inspeção. Além disso, realizou-se
orçamentos de EPI em três lojas da região para análise de custos. Utilizou-se ainda, o Excel
para elaboração de planilhas a fim de facilitar a análise dos dados obtidos in loco e informações
dispostas nas NR-06 e 28.
37

Os dados levantados foram e os custos encontrados foram transferidos para


planilhas e serão utilizados para verificar o cumprimento ou não da NR-06 e relacionados com
as multas e penalidades estabelecidas na NR-28.

3.3 RESULTADOS

Para determinar os EPI a serem utilizados, de acordo com a NR-06, a Tabela 05


relaciona o número de funcionários da obra, bem como suas funções.

Tabela 05 – Quadro funcional do canteiro de obras – 2022


QUADRO FUNCIONAL DO CANTEIRO DE OBRAS – 2022
FUNÇÃO N° DE FUNCIONÁRIOS
Engenheiro Civil 1
Pedreiro 2
Servente 2
Gesseiro 1
Ajudante de gesseiro 1
Pintor 1
Ajudante de pintor 1
Fonte: Da autora, (2022).

A partir da NR-06 e da NR-28, realizou-se a elaboração de uma ficha de inspeção


com check-list a fim de verificar se os requisitos da NR-06, que estão sujeitos à multa caso não
atendidos, estão sendo obedecidos no canteiro de obras em questão.
A Tabela 06, que é parte do Anexo II da NR-28, traz os itens da NR-06 que podem
gerar multas e penalidades, bem como seus códigos, grau de infração e seu tipo se é de
segurança ou medicina do trabalho.
38

Tabela 06 – Itens da NR-06 passíveis de multas e penalidades de acordo com a NR-28- 2020
ITENS DA NR-06 PASSÍVEIS DE MULTAS E PENALIDADES
ITEM/SUBITEM CÓDIGO INFRAÇÃO TIPO
6.2 206023-0 4 S
6.3 206024-8 4 S
6.6.1, alínea a 206005-1 3 S
6.6.1, alínea b 206025-6 4 S
6.6.1, alínea c 206026-4 4 S
6.6.1, alínea d 206008-6 3 S
6.6.1, alínea e 206009-4 3 S
6.6.1, alínea f 206027-2 2 S
6.6.1, alínea h 206033-7 2 S
6.8.1, alíneas "a", "b",
"c", "d", "e", "f", "g", 206047-7 4 S
"h", "i", "j", "k" e "l"
6.9.1 206039-6 4 S
6.9.3 206032-9 3 S
Fonte: Adaptado de NR-28, (2020).

A partir dos dados constantes nas Tabelas 05 e Tabela 06, realizou-se uma visita in
loco a fim de averiguar se a NR-06 estava sendo atendida no canteiro de obras desse estudo.
Nas Figuras 02-10 são apresentadas algumas situações encontradas na obra. Salienta-se que os
rostos dos empregados foram desfocados, a fim de preservar a imagem dos mesmos.

Figura 02 – Empregado sem EPI instalando revestimento

Fonte: Da Autora, (2022).


39

Na Figura 02 é possível verificar o empregado instalando revestimentos na fachada


externa, sem equipamento de proteção para a cabeça, olhos, nariz, ouvido, mãos e pés. Ainda,
este encontra-se de chinelo e sem nenhum dispositivo que o proteja em caso de quedas,
considerando que a altura é superior a 2 metros.

Figura 03 – Empregado sem EPI executando demolição de piso

Fonte: Da Autora, (2022).

Na Figura 03 é o empregado está realizando demolição do piso, atividade que gera


poeira e resíduos, no entanto percebe-se que não há proteção para a face (nariz e olhos). Além
disso, as mãos estão desprotegidas, sem luvas, bem como a cabeça, sem a presença de um
capacete e os ouvidos sem um protetor, apesar da ferramenta utilizada produzir ruídos altos.
40

Figura 04 – Empregado sem EPI executando abertura de vala

Fonte: Da Autora, (2022).

Na Figura 04, o funcionário está abrindo valas no interior da obra. No entanto,


apesar de estar com alguns EPI, sabe-se que não são os adequados. Na cabeça, o boné deveria
ser trocado pelo capacete de segurança, a máscara que protege o nariz e a boca deveria ser
específica contra poeiras e resíduos, o sapato não atende o exigido em norma, visto que é um
calçado de uso cotidiano e não específico para a atividade. Verifica-se o uso de abafador de
ruídos, um protetor tipo fone, visto que o equipamento em uso produz bastante ruído e de óculos
de proteção contra a poeira e possíveis partículas de materiais. Por fim, o funcionário está sem
luvas para proteção das mãos, deixando os membros sujeitos à altos riscos.
41

Figura 05 – Empregado sem EPI instalando piso

Fonte: Da Autora, (2022).

Na Figura 05, o funcionário está instalado revestimento no piso do interior do


imóvel. Verifica-se somente o uso de calçado adequado, protegendo os pés. Porém, as mãos do
funcionário estão em contato direto com produtos químicos utilizados para assentar o piso. Ele
não utiliza luvas para proteção das mãos, capacete para proteção da cabeça, óculos para
proteção da face, máscara para proteção da face e nem protetor para os ouvidos, considerando
os ruídos dentro da obra.

Figura 06 – Empregado sem EPI executando aberturas na parede

Fonte: Da Autora, (2022).


42

Na Figura 06, o funcionário está fazendo aberturas na parede. Verifica-se somente


o uso de máscara para proteção do nariz e boca e uso de luvas para proteção das mãos. Porém,
o funcionário utiliza um boné na cabeça, onde o correto seria utilizar um capacete de proteção.
Os olhos também estão desprotegidos da poeira ou possíveis partículas provenientes da
atividade executada. Para proteger os ouvidos o funcionário utiliza fones de ouvido comuns, no
entanto, não substituem os protetores contra ruídos determinados por norma.

Figura 07 – Empregado sem EPI executando aberturas na parede

Fonte: Da Autora, (2022).

Na Figura 07, o funcionário está fazendo atividade semelhante ao funcionário da


Figura 06, no entanto, com ferramentas diferentes. Verifica-se somente o uso de calçado
correto. O funcionário utiliza um fone de ouvido para abafar os ruídos da atividade, porém, não
substitui o equipamento exigido pela NR-06. É possível verificar também a ausência de
proteção para o tronco, visto que o funcionário está sem camiseta, aumentando à exposição aos
43

riscos. Além disso, este não utiliza proteção para a cabeça, para os olhos, para nariz e boca e
nem para as mãos, mesmo que sua atividade exija devido ao contato com diversos agentes.

Figura 08 - Empregado sem EPI recolhendo entulho

Fonte: Da Autora, (2022).

Na Figura 08, o funcionário está recolhendo entulho proveniente de demolição de


parede. Verifica-se somente o uso de calçado, luvas e respirador corretos. Porém, o funcionário
está sem proteção para a cabeça, olhos e ouvidos. Considerando que é uma atividade que gera
bastante poeira e partículas de tamanhos variáveis e altos ruídos, o funcionário não está com
todos os EPI necessários.
Na Figura 09, o funcionário está passando massa corrida na parede. Ele utiliza
somente máscara que protege nariz e boca. No entanto, sua cabeça, seus ouvidos, olhos e mãos
estão totalmente desprotegidos, visto que ele não utiliza equipamento algum. Além disso, o
funcionário está utilizando chinelo, o que não protege seus pés e dedos de cortes ou perfurações
decorrentes de resíduos da obra ou até mesmo de sua atividade.
44

Figura 09 – Empregado sem EPI aplicando massa na parede

Fonte: Da Autora, (2022).

Figura 10 – Empregado sem EPI preparando a parede para pintura

Fonte: Da Autora, (2022).

Na Figura 10, o funcionário está lixando a parede e preparando para pintura. Sabe-
se que é uma atividade que gera muita poeira e requer proteção. No entanto, o único EPI que o
funcionário utiliza é o calçado adequado, os demais membros estão desprotegidos. A cabeça,
olhos, nariz, boca, ouvidos e mãos estão sujeitos a inúmeros riscos, considerando que não há
45

uso de EPI algum para proteger essas regiões, mesmo a atividade, e principalmente a norma,
exigindo essa proteção.
Após vistoria no local e registros da situação dos empregados, elaborou-se um
modelo de check-list (Apêndice A) a fim de levantar quais situações estavam em desacordo
com os itens e subitens dispostos na NR-06, passíveis de multas e penalidades, simulando
assim, uma ficha de inspeção, conforme demonstrado nas Figuras 11-12.

Figura 11 – Ficha de inspeção no canteiro de obras


46

Fonte: Da Autora, (2022).


47

Figura 12 – Ficha de inspeção no canteiro de obras

Fonte: Da Autora, (2022).


48

Considerando os funcionários que trabalham no canteiro de obras, suas funções,


riscos envolvidos e determinações da NR-06, elaborou-se uma relação de EPI necessários para
a obra em questão.
A partir disso, realizou-se uma pesquisa de mercado em três fornecedores do ramo,
na região da Grande Florianópolis, a fim de orçar valores dos referidos EPI. Após isso, foi
calculada a média dos valores unitários (Apêndice B) constantes nos orçamentos obtidos,
correspondente a cada EPI, para adotar como referencial de preço no cálculo de custos de
aquisição.
A Figura 13 apresenta os custos de aquisição dos EPI necessários para os
empregados relacionados no item 3.3, de acordo com a NR-6, relacionando o número de
funcionários que utilizam o EPI, unidade, quantidade total, valor unitário e valor total para a
obra em questão.
49

Figura 13 – Custos de aquisição dos EPI

Fonte: Da autora, (2022).


50

Após o levantamento, verificou-se que o valor estimado para a aquisição dos EPI é
de R$1.559,96. Conforme citado anteriormente, o custo total investido pela empresa no
empreendimento foi de R$59.831,60. Ou seja, o custo com EPI representa aproximadamente
2,61% do custo total investido no empreendimento.
A seguir, são apresentadas situações de irregularidades encontradas no canteiro de
obras, ou seja, em desacordo com a NR-06, bem como as multas e penalidades financeiras que
poderiam ser impostas por um agente de inspeção do trabalho, previstas na NR-28.
Considerando que a NR-28 estabelece as multas com valores mínimos e máximos, neste estudo
adotou-se os valores mínimos como parâmetro de cálculo, conforme demonstrado na Tabela
07.

Tabela 07 – Situações em desacordo com a NR-06 e multas conforme NR-28 - 2022


SITUAÇÕES EM DESACORDO COM A NR-06 E MULTAS CONFORME NR-28
ITEM VALOR
DESCRIÇÃO CÓDIGO TIPO GRAU
NR-06 (R$)

6.6.1, Cabe ao empregador quanto ao EPI: R$


206025-6 S 4
alínea b exigir seu uso. 2.396,35

Cabe ao empregador quanto ao EPI:


6.6.1, R$
orientar e treinar o trabalhador sobre o 206008-6 S 3
alínea d 1.799,39
uso adequado, guarda e conservação.
Cabe ao empregador quanto ao EPI:
6.6.1, R$
substituir imediatamente, quando 206009-4 S 3
alínea e 1.799,39
danificado ou extraviado.
Cabe ao empregador quanto ao EPI:
6.6.1, responsabilizar- R$
206027-2 S 2
alínea f se pela higienização e manutenção 1.201,37
periódica.
Cabe ao empregador quanto ao EPI:
6.6.1, registrar o seu fornecimento ao R$
206033-7 S 2
alínea h trabalhador, podendo ser adotados 1.201,37
livros, fichas ou sistema eletrônico.
Fonte: Da autora, (2022).

O descumprimento dos itens relacionados na Tabela 07 totaliza R$ 8.397,87,


adotando o UFIR como R$ 1,0641 e os valores mínimos de multa estabelecidos na NR-28. Ao
fazer a proporção, verifica-se que o valor total de penalidades corresponde a aproximadamente
14,03% do valor total investido no empreendimento.
51

Caso fossem utilizados os valores máximos de multas dispostos na NR-28, o valor


total seria de R$10.385,62, o que representaria cerca de 17,36% do valor investido no
empreendimento.

3.4 ANÁLISES

A partir das determinações contidas na NR-06, verificou-se no canteiro de obras


várias infrações, que compreendem desde as responsabilidades do empregador até do
empregado. Considerando que a empresa se enquadra na faixa de 1 a 10 funcionários, tem-se
que a responsabilidade de definir os EPI adequados para cada funcionário, conforme disposto
no subitem 6.5.1 da NR-06:

Nas empresas desobrigadas a constituir Serviço Especializado em Engenharia de


Segurança e em Medicina do Trabalho – SESMT, cabe ao empregador selecionar o
EPI adequado ao risco, mediante orientação de profissional tecnicamente habilitado,
ouvida a CIPA ou, na falta desta, o designado e trabalhadores usuários.

No canteiro de obras visitado foi possível verificar que o empregador adquire os


EPI necessários e adequados ao risco de cada função exercida pelos respectivos empregados.
Foram constatados vários EPI em desuso espalhados pela obra, além de notas fiscais arquivadas
das compras referentes aos equipamentos, que foram apresentadas pelo empregador ao
responsável pela inspeção. Porém, sabe-se que de nada adianta somente o fornecimento de EPI,
mas é de extrema importância e necessidade orientar e treinar os usuários quanto ao seu uso
adequado, guarda e conservação, bem como tornar seu uso obrigatório e conferir o
cumprimento de tal determinação.
Considerando as infrações presenciadas e registradas na ficha de inspeção, notou-
se a falta de preocupação e desconhecimento dos empregados para com o uso dos EPI,
decorrentes da ausência de informações primordiais sobre a importância de utilizá-los, além da
ausência de obrigatoriedade quanto ao seu uso, infringindo assim as alíneas b e d do subitem
6.6.1 da NR-6.
Ainda na vistoria, apontou-se que havia EPI bem desgastados e alguns até com
defeitos, não servindo para o uso, visto que podem comprometer a segurança do usuário,
caracterizando assim uma irregularidade, que vai contra o disposto na alínea e do subitem 6.6.1
da NR-06.
52

Os EPI não passam por higienização ou manutenção e na obra inexiste controle ou


registros de tais processos. Diante disso, observou-se mais uma irregularidade, visto que a
alínea f do subitem 6.6.1 da NR-06 determina que haja periodicamente higienização ou
manutenção dos EPI.
Outro ponto analisado foi quanto ao controle dos EPI fornecidos aos empregados.
Não há livros, fichas ou sistemas eletrônicos, como determina a alínea h do subitem 6.6.1 da
NR-06. O registro do fornecimento dos EPI, que também é usado como controle, são as notas
fiscais das compras destes. No entanto, somente com as notas não é possível distinguir para
quem se destina o EPI e nem mesmo se será o primeiro ou se está sendo substituído. Além
disso, é inexistente registro de quando e qual EPI cada empregado recebeu, bem como os
tamanhos e quantidades, tornando o controle do fornecimento dos EPI inexistente.
Diante das irregularidades apontadas e dos valores para estas calculados, conforme
estabelecidos na NR-28, observa-se um valor significativo, principalmente quando comparado
ao custo do empreendimento. O não atendimento à NR-06 em sua totalidade, gera não somente
impactos econômicos, mas também sociais e na saúde dos trabalhadores, podendo acarretar
ainda mais gastos caso estes sejam acometidos por algum acidente ou doença decorrente da
falta de uso dos EPI adequados. Ou seja, é mais viável economicamente ao empregador, investir
nos EPI necessários do que arcar com multas decorrentes do descumprimento das disposições
na NR-06.
Logo, entende-se que a maneira mais segura e econômica de se gerir uma
construtora é atendendo às disposições das normas, pois por mais que algumas exigências
pareçam caras ao serem aplicadas individualmente, a junção de todas elas traz estabilidade para
o canteiro de obras e garante a saúde e segurança do trabalhador. Assim, a longo prazo, esses
custos acabam sendo recuperados com a produtividade e bem-estar dos colaboradores,
tornando-se então investimentos.

3.5 SUGESTÕES

A fim de sanar as infrações encontradas algumas medidas podem ser tomadas


partindo do princípio do planejamento, controle e organização. Inicialmente, a empresa deve
continuar fornecendo os EPI para todos os empregados e adequados a cada função. Além disso,
sugere-se que o uso do EPI seja obrigatório e sujeito à fiscalização e cobrança, por parte do
53

empregador ou um responsável designado por este, estabelecendo, se possível, advertências,


caso as ordens sejam desrespeitadas.
Recomenda-se ainda ao empregador, que seja fornecido um treinamento que aborde
orientações quanto ao uso, guarda, conservação e importância dos EPI, considerando que é
fundamental para conscientizar os funcionários, de modo que estes entendam as sérias
consequências que o desuso dos EPI pode acarretar a eles, a empresa e ao empregador.
A presença de EPI desgastados ou com algum defeito que os torne impróprios para
uso também deve ser observada, daí a importância de um controle manual ou eletrônico que
contenha informações quanto à higienização, manutenção e fornecimento dos EPI. É importante
atentar-se com frequência às condições dos EPI, monitorando sempre os prazos de higienização
e manutenção. A utilização de planilhas é uma alternativa que pode auxiliar no controle e
organização quanto ao uso dos EPI. Desta forma é possível reunir informações, sobre os EPI e
seus usuários, que possibilitem observar se as disposições estabelecidas na norma estão sendo
atendidas integralmente.
54

4 CONSIDERAÇÕES GERAIS

O presente estudo propôs abordar as Normas Regulamentadoras 06 e 28, que visam a


segurança do trabalho, bem como o uso de EPI e possíveis multas previstas na NR-28, no caso
de seu descumprimento. Para tal, realizou-se uma análise das referidas normas, relacionando-
as com outros estudos e então, uma vistoria a um canteiro de uma obra de pequeno porte, a fim
de observar a ocorrência de infrações relativas à NR-06 e assim efetuar o cálculo das multas
previstas na NR-28.

Conforme apontado no decorrer deste estudo, há diversas leis e normas que


regulamentam sobre a Segurança no Trabalho. No entanto, os altos índices de ocorrência de
acidentes no setor da construção civil refletem o grande déficit no cumprimento dessas normas
e leis tanto por parte dos empregadores quanto dos colaboradores.

Os trabalhadores do canteiro de obras em questão não utilizavam os EPI adequados e


não eram supervisionados por um responsável por exigir o uso destes. Os resultados das análises
deste estudo demonstram a falta de conhecimento, organização e preparo no canteiro de obras
analisado, fatores estes que são decorrentes da inexistência de treinamento e controle quanto ao
uso de EPI, além de serem também agravantes de risco de acidentes de trabalho. Tendo em vista
as situações presenciadas, buscou-se criar um modelo que simulasse uma ficha de inspeção com
maiores detalhes, utilizada por um fiscal do trabalho para adequar e melhorar o ambiente
laboral, como também, apresentar ao empregador a proporção dos possíveis impactos
financeiros gerados pelas penalidades da NR-28. Os valores que compõem os custos com as
penalidades foram calculados com base nas penalidades impostas nos anexos da NR-28 nas
infrações de itens da NR-06. Foram elencadas as irregularidades verificadas no canteiro e
registradas na ficha de inspeção e então, foi feito o cálculo das multas.

A metodologia utilizada para alcançar os objetivos propostos no trabalho foi propício


ao desenvolvimento do mesmo, visto que, elencado a um completo referencial teórico, foi
possível ter uma visão mais abrangente de alguns fatores envolvidos na aplicação das Normas
Regulamentadoras, permitindo atentar-se para as precauções no momento da aquisição,
fornecimento, utilização e manutenção dos EPI no canteiro de obras, bem como, a importância
de atender integralmente às disposições, a fim de evitar problemas.
55

Diante disso, verifica-se que é necessário implantar medidas efetivas e que envolvam
não somente o empregador, mas também os empregados. Para isso, é imprescindível
organização e planejamento das empresas, de modo que sejam identificados previamente os
riscos aos quais os colaboradores estão expostos em cada ambiente, de acordo com suas
atividades, a fim de implantar medidas de segurança para prevenir tais riscos. Além disso, os
empregados devem ser capacitados acerca dessas medidas, para então poder ser cobrados ou
penalizados pelo responsável quanto ao cumprimento das obrigatoriedades no canteiro de obras.
Dessa forma, caso seja identificado irregularidade quanto ao disposto na NR-06, por exemplo,
além das multas com valores consideráveis que podem ser impostas aos empregadores, estes
ainda estão sujeitos a sofrerem outros prejuízos além dos financeiros, como processos civis,
trabalhistas e até mesmo criminais. Daí a importância de possuir sempre registros e controles
do fornecimento dos EPI, para que, nessas situações os documentos sirvam de provas e o
empregador esteja resguardado. Portanto, entende-se que a adequação e atendimento às Normas
Regulamentadoras proporcionam garantia para a saúde e integridade física dos empregados,
além de melhor desempenho produtivo da empresa e evita grandes impactos financeiros ao
empregador.

Por fim, é concebível dizer que os objetivos propostos neste trabalho de investigar os
impactos econômicos decorrentes do descumprimento da NR-06, por parte do empregador e do
empregado, de acordo com as penalidades estabelecidas na NR-28 foram alcançados.

Para futuros trabalhos, sugere-se a análise das medidas tomadas pelo empregador e
penalidades aplicadas ao empregado quando este descumprir as normativas internas de uma
empresa da construção civil quanto à exigência do uso de EPI, de forma a ampliar a discussão
sobre o tema.
56

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61

APÊNDICES
62

APÊNDICE A – Ficha de inspeção no canteiro de obras

CHECK-LIST MODELO DE INSPEÇÃO DOS REQUISITOS DA NR-06


(COM PENALIDADES DA NR-28)

EMPREENDIMENTO/OBRA: C.B.D. Estreito LOCAL: Florianópolis-SC .


EMPRESA INSPECIONADA: ABC Engenharia DATA: 10/06/2022 .
FISCAL RESPONSÁVEL: Roberta Duarte de Oliveira .

FAIXA
ELEMENTOS N° FAIXA
ITEM SIM NÃO N.A TIPO GRAU MULTA UFIR MULTA (R$)
INSPECIONADOS EMP. EMP.
(BTN)
Os EPI possuem CA R$ 2.396,35
2252-
6.2 expedido pelo órgão X S 9 4 1-10 R$1,0641 –
2792
competente? R$ 2.970,97
A empresa fornece
R$ 2.396,35
gratuitamente aos 2252-
6.3 X S 9 4 1-10 R$1,0641 –
empregados os EPI 2792
R$ 2.970,97
adequados ao risco?
São fornecidos em perfeito R$ 2.396,35
2252-
6.3 estado de conservação e X S 9 4 1-10 R$1,0641 –
2792
funcionamento? R$ 2.970,97
Os EPI são fornecidos após
R$ 2.396,35
análise onde as medidas de 2252-
6.3 X S 9 4 1-10 R$1,0641 –
proteção coletiva foram 2792
R$ 2.970,97
tecnicamente inviáveis?
Os EPI são fornecidos
quando as proteções
coletivas não oferecerem R$ 2.396,35
2252-
6.3 completa proteção contra os X S 9 4 1-10 R$1,0641 –
2792
riscos de acidentes do R$ 2.970,97
trabalho ou doenças
profissionais?
Os EPI são fornecidos R$ 2.396,35
2252-
6.3 quando ocorrem situações de X S 9 4 1-10 R$1,0641 –
2792
emergência? R$ 2.970,97
Existe na obra EPI que visem
6.4 X - - - - - - -
a proteção da cabeça?
Existe na obra EPI que visem
6.4 a proteção dos membros X - - - - - - -
superiores?
Existe na obra EPI que visem
6.4 a proteção dos membros X - - - - - - -
inferiores?
Existe na obra EPI contra
6.4 quedas com diferença de X - - - - - - -
nível?
Existe na obra EPI que visem
6.4 X - - - - - - -
a proteção auditiva?
Existe na obra EPI que visem
a proteção respiratória para
exposições a agentes
ambientais em concentrações
6.4 X - - - - - - -
prejudiciais à saúde do
trabalhador de acordo com os
limites estabelecidos na NR-
15?
63

Existe na obra EPI que visem


6.4 X - - - - - - -
a proteção do tronco?
Existe na obra EPI que visem
6.4 X - - - - - - -
a proteção do corpo inteiro?
Existe na obra EPI que visem
6.4 X - - - - - - -
a proteção da pele?
Os empregados trabalham
6.4 X - - - - - - -
calçados?
Há proibição quanto ao uso
6.4 de tamancos, sandálias e X - - - - - - -
chinelos?
O SESMT recomenda ao
6.5/6.
empregador o EPI adequado X S 9 - - - - -
5.1
ao risco existente?
O empregador fornece os EPI R$ 1.799,39
6.6.1 1691-
adequados ao risco de cada X S 9 3 1-10 R$1,0641 –
a 2091
atividade? R$ 2.225,03
R$ 2.396,35
6.6.1 O empregador torna o uso 2252-
X S 9 4 1-10 R$1,0641 –
b dos EPI obrigatório? 2792
R$ 2.970,97
Os EPI fornecidos pelo
R$ 2.396,35
6.6.1 empregador possuem CA e 2252-
X S 9 4 1-10 R$1,0641 –
c são aprovados pelo órgão 2792
R$ 2.970,97
nacional competente?
Os empregados são
R$ 1.799,39
6.6.1 orientados e treinados sobre 1691-
X S 9 3 1-10 R$1,0641 –
d o uso adequado, guarda e 2091
R$ 2.225,03
conservação dos EPI?
R$ 1.799,39
6.6.1 Os EPI em uso estão 1691-
X S 9 3 1-10 R$1,0641 –
e extraviados ou danificados? 2091
R$ 2.225,03
O empregador possui
controle ou registros da R$ 1.201,37
6.6.1 1129-
realização de higienização e X S 9 2 1-10 1-10 –
f 1393
manutenção periódica dos R$ 1.482,29
EPI?
Há evidência do R$ 1.201,37
6.6.1 1129-
fornecimento e controle dos X S 9 2 1-10 1-10 –
h 1393
EPI aos empregados? R$ 1.482,29
Os EPI possuem instruções
R$ 2.396,35
técnicas, quanto ao uso, 2252-
6.8.1 X S 9 4 1-10 1-10 –
manutenção e higienização 2792
R$ 2.970,97
restrição ?
R$ 2.396,35
O CA tem validade de 05 2252-
6.9.1 X S 9 4 1-10 1-10 –
anos? 2792
R$ 2.970,97
R$ 2.396,35
2252-
6.9.1 O CA está vigente? X S 9 4 1-10 1-10 –
2792
R$ 2.970,97
Os EPI apresentam em
caracteres indeléveis e bem R$ 1.799,39
1691-
6.9.3 visíveis o nome comercial da X S 9 3 1-10 1-10 –
2091
fabricante ou importador, R$ 2.225,03
lote e o nº do CA?

Legenda: (ITEM) da NR, (NA) Não se aplica, (TIPO) Segurança ou Medicina, (N° EMP.) Número de
empregados, (GRAU) Grau de Infração, (FAIXA EMP.) Faixa de empregados.
64

Observações:

- A empresa fornece todos os EPI necessários, porém os funcionários não querem utilizar;
- A empresa não constitui Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho – SESMT, logo, cabe ao
empregador selecionar o EPI adequado ao risco.
- Não há responsável por fiscalização/cobrança do uso de EPI;
- Não há treinamento e orientações aos funcionários sobre uso, guarda e conservação dos EPI;
- Há EPI desgastados ou com algum defeito de uso;
- Não há controle de higienização e manutenção dos EPI;
- A evidência de fornecimento e controle dos EPI são as notas fiscais das compras, porém, não há um controle manual ou eletrônico
sobre qual EPI foi fornecido a cada empregado, bem como datas, tamanhos e quantidades;
- Os EPI necessários são todos fornecidos, no entanto, observou-se vários EPI espalhados pela obra, visto que não há um controle ou
vistoria do responsável sobre a obrigação de uso destes.

- Foram encontrados vários EPI novos, fornecidos pela empresa, espalhados pela obra; e
- A evidência de fornecimento e controle dos EPI são as notas fiscais das compras.

________________________________
Assinatura responsável pela inspeção

________________________________
Assinatura responsável pela empresa
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APÊNDICE B – Pesquisa de mercado dos custos unitários dos EPI
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ANEXOS
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ANEXO A – ANEXO I NR-06


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ANEXO B – ANEXO II NR-28 EM RELAÇÃO A NR-06

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