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Universidade Federal de Goiás

Escola de Engenharia Civil


Graduação em Engenharia Ambiental

Disciplina: Engenharia de Segurança


Prof. Dr. Ulisses Guimarães Ulhoa

APLICAÇÃO DE NR’s EM UM ATERRO SANITÁRIO

Brenda Vitória de Sousa Fonseca (Matrícula n. 201602215)

Bruna Araújo Cerqueira (Matrícula n. 201607015)

Paulo Sério Alves Lopes Filho (Matrícula n. 201607029)

Goiânia
Novembro de 2019
Universidade Federal de Goiás
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Sumário
1. INTRODUÇÃO..................................................................................................................2
2. METODOLOGIA..............................................................................................................2
3. REFERENCIAL TEÓRICO.............................................................................................2
4. RESULTADOS...................................................................................................................4
4.1. Caracterização dos Trabalhadores...........................................................................4
4.2. Tipos de resíduos presentes no aterro.......................................................................5
4.3. Riscos ocupacionais presentes no aterro...................................................................5
4.4. Uso de Equipamentos de Proteção Individual e capacitação dos profissionais....10
5. CONCLUSÃO..................................................................................................................12
Referências bibliográficas........................................................................................................13
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1. INTRODUÇÃO
O gerenciamento dos resíduos sólidos é um tema que vem sendo bastante debatido no
âmbito nacional e internacional, em razão do crescimento considerável da preocupação
da sociedade com o meio ambiente e a forma com que suas ações são recebidas por ele.
A criação da Política Nacional de Resíduos Sólidos foi de extrema importância para a
união dos órgãos nacionais, estaduais e municipais, o setor de produção e a comunidade
em geral no desenvolvimento de soluções para as deficiências do sistema de gestão de
resíduos sólidos que impactam diretamente o bem-estar e a saúde da população
brasileira.
Aterro sanitários é um método de disposição dos resíduos sólidos no solo, impedindo
que esses resíduos possam acarretar problemas de saúde pública e impactos negativos
ao meio ambiente. Essa técnica se baseia em princípios da engenharia para que os
resíduos ocupem a menor área e volume possível, sobre um solo impermeável e coberto
por material também impermeável.
Os profissionais que têm domínio sobre o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos,
e faz essa gestão de forma eficaz, reduzindo as taxas de resíduos destinadas ao aterro,
tem esse aspecto como um diferencial no mercado de trabalho, a qualificação desses
profissionais baseada em países desenvolvidos onde práticas importantes de gestão de
resíduos já são utilizadas contribui consideravelmente para um destaque no mercado.
As normas regulamentadoras são de extrema importância para a gestão de resíduos
sólidos urbanos, nelas estão descritas o manuseio correto dos resíduos, as orientações
sobre o uso de EPI’s, sobre o gerenciamento de risco e outros aspectos que regem a
segurança dentro de uma obra e no caso deste estudo, um aterro sanitário de resíduos
sólidos urbanos. O presente estudo visa analisar a forma que essas normas de segurança
são compreendidas e aplicadas dentro do aterro sanitário da Metropolitana Serviços
Ambientais Ltda.

2. METODOLOGIA
O estudo trata-se de um aterro sanitário do município de Aparecida de Goiânia/GO, esse
aterro pertence a Metropolitana Serviços Ambientais Ltda.
O município de Aparecida de Goiânia está localizado na região metropolitana de
Goiânia, a estimativa populacional para 2018 era de 565.957 habitantes. É o segundo
município mais populoso de Goiás e possui uma área de 288,4 km² e um PIB de
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11.980.984 bilhões de reais. O clima do município é tropical semiúmido, é quente na


maior parte do tempo e no inverno pode cair até 9 ºC.
O estudo foi realizado no dia oito de novembro de 2019. Os dados obtidos foram obtidos
por meio de entrevista com os funcionários da empresa e observação livre “in loco” no
aterro sanitário, com o objetivo de analisar a aplicação das NR’s apresentadas em aula,
como as que definem informações sobre EPI’s, sinalizações e riscos.
A partir dos dados levantadas foi sabido que a empresa possui Programa de Prevenção
de Riscos Ambientais, cumprindo a Norma regulamentadora 09, além de Programa de
Controle Médico de Saúde Ocupacional conforme está descrito na Norma
regulamentadora 07.
Os dados obtidos foram divididos em quatro classes, caracterização dos trabalhadores,
tipos de resíduos, riscos ocupacionais e uso de EPI’s e capacitação dos funcionários.

3. REFERENCIAL TEÓRICO
No ambiente de trabalho, existem riscos nas diversas formas de atividade e que podem
interferir na saúde do trabalhador. Segundo Rychlewski Gomes (2019), as condições de
trabalho não são estáticas, pois sofrem transformações sob a influência da evolução das
forças produtivas. Entende-se por forças produtivas a técnica, a organização do trabalho
e a força de trabalho humana. Desse modo, é válido considerar que os agravos à saúde
do trabalhador podem decorrer da aplicação de novas técnicas introduzidas no processo
de trabalho.
Segundo o engenheiro e fiscal do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Antônio
Pereira Nascimento, antes do estabelecimento das NRs, era comum a ocorrência de
acidentes, doenças e óbitos decorrentes da falta de segurança nos diversos tipos de
trabalho. De acordo com o também engenheiro e fiscal do MTE, Gianfranco Pampalon,
na década de 1970, a cada sete empregados, um sofria acidente de trabalho. Segundo
ele, o grande crescimento econômico motivou a realização de obras de infraestrutura,
causando diversos acidentes e mortes motivadas pela falta de segurança.
Neste período, a informalidade nos contratos laborais era grande, principalmente nos
canteiros de obra, e foi em virtude deste quadro que o governo brasileiro, signatário de
várias resoluções da organização Internacional do Trabalho (OIT), se viu obrigado a
tomar uma iniciativa para reduzir os altos números de acidentes. Desta forma, fez-se
necessário um norteamento legal e parâmetros regulatórios para delimitar ações de
melhorias nestes ambientes, reduzindo tal índice.
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Para garantir o trabalho seguro e sadio, prevenindo ocorrência de doenças e acidentes de


trabalho, o Ministério do Trabalho (MTb) elaborou e revisou diversas Normas
Regulamentadoras (NR). Com estas diretrizes, foram estabelecidos padrões a serem
seguidos por empreendimentos de forma a prevenir problemas que poderiam ser
provocados devido a determinadas atividades profissionais.
A NR-06: Equipamento de Proteção Individual – EPI estabelece as normas e exigências
sobre o uso dos EPIs durante atividades exercidas no empreendimento, de modo a
proteger os profissionais individualmente, reduzindo assim qualquer tipo de ameaça ou
risco ao trabalhador. De acordo com a Norma, é considerado EPI todo uniforme que
apresente objetivo de proteção especial ao trabalhador, seja proteção contra chama,
ácidos e outros produtos químicos.
Os EPIs apenas podem ser colocados à venda ou utilizados pelos trabalhadores sob
indicação do Certificado de Aprovação (CA), expedida pelo MTE. O fornecimento de
EPIs é gratuito e de responsabilidade do empreendimento, sendo selecionado o mais
adequado de acordo com o risco da atividade. O empregador deve orientar e treinar os
trabalhadores de modo a garantir o uso e conservação corretos; em caso de danificação
do equipamento, o mesmo deve ser imediatamente substituído. Caso haja alguma
irregularidade observada, o MTE deve ser comunicado pelo empreendimento.
Os empregados também possuem obrigatoriedades, como o uso do equipamento
exclusivamente para a finalidade a que se destina, a responsabilidade pelo cuidado no
armazenamento e conservação do produto e, caso seja observada irregularidades que
tornem o EPI impróprio para uso, cabe ao empregado comunicar ao empregador.
A NR-09 estabelece a obrigatoriedade da elaboração e da implementação do Programa
de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), permitindo um reconhecimento,
antecipação, avaliação e controle da ocorrência de riscos ambientais que venham a
existir no ambiente de trabalho, considerando a proteção do meio ambiente e dos
recursos naturais. O PPRA compõe, ainda, um conjunto mais amplo de iniciativas do
empreendimento no campo da preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores,
devendo estar articulado com o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional
(PCMSO).
A NR-07 estabelece a obrigatoriedade que os empreendimentos possuem de elaborar e
implementar um Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) para
os trabalhadores da empresa. O Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional
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(PCMSO) é elaborado por médico do Trabalho e seu objetivo é mais voltado para o
controle da saúde física e mental do trabalhador, em função de suas atividades, e obriga
a realização de exames médicos admissionais, de mudança de função e de retorno ao
trabalho, estabelecendo, ainda, a obrigatoriedade de um exame médico periódico.
Desta forma, o PCMSO tem, entre outros objetivos: (a) rastrear através do exame
médico ocupacional, da análise do posto de trabalho e juntamente com o PPRA, riscos
danosos à saúde do trabalhador (colaborador) para intervir, prevenir e melhorar a
qualidade de vida dos colaboradores; (b) introduzir e manter uma conscientização entre
os colaboradores das medidas eficazes no combate e prevenção de riscos e acidentes no
posto de trabalho; (c) reduzir os índices de possíveis acidentes de trabalho, doenças
ocupacionais/profissionais e danos à saúde de todos os colaboradores; (d) fazer parte de
um conjunto de ações que a EMPRESA adota para melhorar a saúde e qualidade de vida
de seus colaboradores, cumprindo assim a sua responsabilidade social perante a
comunidade em que está inserida; (e) atuar na prevenção e diagnóstico precoce dos
agravos à saúde relacionadas a ocupação do trabalhador; (f) cumprir com as
responsabilidades da legislação trabalhista vigente no tocante à saúde no trabalho.
O Programa de Prevenção de Riscos Ambiental (PPRA) é elaborado por engenheiro do
Trabalho ou técnico de Segurança do Trabalho e seu objetivo é mais voltado para, como
já mencionado, a existência de riscos ambientais. A Norma considera riscos ambientais
os agentes físicos, químicos e biológicos.

4. RESULTADOS
4.1. Caracterização dos Trabalhadores
A equipe do Aterro Sanitário é composta por 14 funcionários: Um diretor, dois
auxiliares administrativos, um coordenador comercial, um estagiário, um balanceiro, um
auxiliar de limpeza, um engenheiro civil, um encarregado, dois motoristas, um operador
de máquina e dois auxiliares gerais. No gráfico abaixo, é possível observar a
porcentagem de homens e mulheres que trabalham na empresa.
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Gráfico 1: Funcionário da empre.sa Fonte: Autores, 2019.

Funcionários da empresa

29%

71%

Mulheres Homens

Todos os profissionais possuem jornada diária de 9 horas por dia, exceto na sexta-feira,
onde o expediente é até as 16 horas. A jornada de trabalho se inicia as 7:00 horas até às
12:00 com uma hora para o almoço e retorna as 13:00, indo até as 17:00 horas. Apenas
a estagiária possui uma jornada de 6 horas diárias.

4.2. Tipos de resíduos presentes no aterro.


O Aterro Sanitário recebe apenas resíduos sólidos urbanos, que são resíduos orgânicos,
papel, papelão, plástico, resíduos de varrição e resíduos hospitalares que foram
autoclavados, ou seja, desinfectados. Esses resíduos são enviados por shoppings,
condomínios e algumas empresas privadas, como por exemplo a Heinz.

4.3. Riscos ocupacionais presentes no aterro


A Norma Regulamentadora 09 que faz referência aos riscos ambientais determina que
as empresas devem ter o PPRA – Programa de Prevenção dos Riscos Ambientais. Na
figura 1 pode ser observado a capa do PPRA do empreendimento.
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Figura 1: Capa do PPRA do empreendimento. Fonte: Englabor, 2018.

Os riscos ocupacionais que podem estar presentes em um aterro podem ser


observados no quadro 1.
Quadro 1: Riscos ambientais. Fonte: Autores, 2019.
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Os trabalhadores foram questionados sobre o odor presente no ambiente de trabalho e


100% dos entrevistados afirmaram que não se incomodam com o odor. Na visita in loco
é possível verificar que realmente não há um forte odor, já que a operação do aterro se
iniciou a pouco tempo, cerca de 6 meses, e além disso, é feita a cobertura do lixo velho
diariamente, conforme é determinado pelo órgão ambiental, como pode ser observado
na figura 2.

Figura 2: Cobertura do resíduo feita diariamente. Fonte: Autores, 2019.

Dentre os riscos físicos que estão presentes no aterro destaca-se a poeira, os gases e
vapores, calor e ruídos que são decorrentes do processo de manuseio, armazenagem e
decomposição dos resíduos. O aterro busca minimizar o contato diário dos trabalhadores
com o material particulado em suspensão no ar, especialmente a poeira, através do uso
do caminhão pipa que fica durante o dia umidificando as vias. Na figura 3 é possível
observar uma das vias de acesso do aterro.
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Figura 3: Vias de acesso do aterro sanitário. Fonte: Autores, 2019.

A exposição ao sol e elevadas temperaturas causa o risco de insolação e desidratação


nos trabalhadores. Por isso os trabalhadores sempre utilizam blusas com mangas
compridas e chapéus, visando protegê-los, como pode ser observado na figura 4.

Figura 4: Trabalhador utilizando uniforme para proteção contra o sol. Fonte: Autore, 2019.

Na avaliação do risco ergonômico é possível observar má postura dos funcionários no


trabalho recorrente do manuseio do maquinário e retirada e manuseio dos resíduos. Na
figura 5 é possível observar a postura de um dos trabalhadores durante o exercício de
sua atividade.
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Figura 5: Postura de um trabalhador no exercício de suas atividades. Fonte: Autores, 2019.

Verificou-se também a frequência com que ocorrem acidentes de trabalho no aterro.


Desde o início da operação, que foi em maio, não foi registrado nenhum acidente.

4.4. Uso de Equipamentos de Proteção Individual e capacitação dos


profissionais
A Norma Regulamentadora 06 faz referência ao uso de Equipamentos de Proteção
Individual (EPI).
Durante o estudo foi observado que os funcionários utilizavam o EPI, como pode ser
observado na figura 4, mostrada acima. Na figura 6 e 7 também pode ser observado os
funcionários utilizando EPI. Os trabalhadores utilizam botas, luvas, colete, capacete,
uniforme e protetor auricular.
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Figura 6: Trabalhadores utilizando EPI. Fonte: Autores, 2019.

Figura 7: Trabalhadores utilizando EPI. Fonte: Autores, 2019.

Na figura 8 pode ser observado uma das placas próximo a entrada da operação
indicando os equipamentos necessários para poder transitar no local.
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Figura 8: Placa indicativa de equipamentos necessários para proteção individual. Fonte: Autores, 2019.

5. CONCLUSÃO
A partir do trabalho realizado verificou-se que os trabalhadores de um aterro sanitário
são expostos a diversos riscos ocupacionais no ambiente de trabalho, entre eles estão
riscos biológicos, físicos, ergonômicos e de acidentes, que são riscos típicos da
atividade exercida no local.
Esses riscos podem ser minimizados ou agravados, de acordo com as atitudes tomadas
tanto pelos trabalhadores quanto pelos responsáveis pelo empreendimento. Foi possível
observar que o empreendimento toma as medidas necessárias para minimizar esses
riscos, seguindo o que é recomendado na NR.
Um dos indicadores da eficiência dessas medidas são os acidentes, no qual não houve
registros de nenhum acidente desde o início da operação do aterro.
Sendo assim, pode-se concluir que o empreendimento se preocupa em fornecer para o
trabalhador um ambiente de trabalho adequado, seguindo todas as recomendações das
normas regulamentadoras.

Referências bibliográficas
ENIT. SST Normatização. Disponível em:
<https://enit.trabalho.gov.br/portal/index.php/seguranca-e-saude-no-trabalho/sst-menu/
sst-normatizacao?view=default>. Acesso em 19 nov 2019.
NR, Norma Regulamentadora Ministério do Trabalho e Emprego. NR-6 - Equipamento
de Proteção Individual. 2009.
NR, Norma Regulamentadora Ministério do Trabalho e Emprego. NR-7 - Programa de
Controle Médico de Saúde Ocupacional. 2009.
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NR, Norma Regulamentadora Ministério do Trabalho e Emprego. NR-9 - Programa de


Prevenção de Riscos Ambientais. 2009.
RYCHLEWSKI GOMES, C. A Importância dos Equipamentos de Segurança
Contra Incêndio nas Empresas. In: Colloquium Exactarum. 2010. Disponível em:
<http://revistas.unoeste.br/index.php/ce/article/download/401/826>. Acesso em 19 nov
2019.
G1: NASCIMENTO, A. P; PAMPALON, G. NRs: Conheça as normas criadas na
década de 1970. Disponível em: < https://g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao/especial-
publicitario/casa-do-construtor/portal-do-construtor/noticia/nrs-conheca-as-normas-
criadas-na-decada-de-1970.ghtml>. Acesso em 19 nov 2019.

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