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ANÁLISE DA GESTÃO DE HIGIENE E SEGURANÇA

NO TRABALHO NA INDÚSTRIA PETROLÍFERA:


ESTUDO DE CASO: PETROMOC, SA

Nome: Beneficio Vasco Monjane

Supervisor:
Prof. MSc Gil Aníbal
 A indústria petrolífera é um dos sectores mais propícios a acidentes fatais
dos últimos tempos, causando consequências catastróficas, atingindo
tanto os trabalhadores desse meio, como a comunidade ao redor, sem
contar nos danos imediatos sofridos pelo meio ambiente quando um
acidente ocorre. Moçambique registou entre 2015 e 2018, um total de
2.044 acidentes de trabalho que resultaram em 42 mortes sendo que 26
trabalhadores ficaram permanentemente incapacitados, 201 parcialmente
e 1.775 temporariamente incapacitados para trabalhar (INSS, 2018) e em
2021 registou 6.002 acidentes de trabalho causando 22 mortes.
(Domingos Sambo, Inspector-geral de Trabalho, 2021).
 Em Moçambique não existe uma legislação específica sobre a Higiene e
Segurança no Trabalho no Sector Petrolífero. Pois, existem leis que
asseguram a protecção no ambiente de trabalho e estabelecem o direito à
assistência médica, protecção, higiene, segurança e saúde no trabalho.
Por exemplo a Lei nº 23/2007 de 1 de Agosto (Lei de trabalho) e
Decreto nº 62/2013 de 04 de Dezembro (Jurídico de Acidentes de
Trabalho e Doenças Profissionais). Diante deste cenário ficou em mim a
seguinte questão de pesquisa:
1. Que métodos estão a ser aplicados para gerir o grau de implementação
dos sistemas de gestão da Segurança, higiene e Saúde no trabalho na
PETROMOC?
2. O que a empresa, trabalhadores e o governo fazem, dizem ou pensam
sobre a Higiene e Segurança no Trabalho e que estratégias
desenvolvem para mitigar os riscos no contexto da indústria de petróleo
e gás?
 Este trabalho visa demonstrar a importância que deve ser dada às normas
regulamentadoras de trabalho, em particular sobre os acidentes de trabalho e
doenças profissionais, bem como a forma como as entidades de tutela se
organizam para o cumprimento das leis e para os casos de invalidez ou morte,
pois o emprego destas normas unido ao desempenho responsável das
actividades pode reduzir os riscos à saúde do trabalhador da indústria
petrolífera. Adicionalmente, os resultados desta pesquisa proporcionarão novos
conhecimentos sobre normas de Higiene e Segurança no Trabalho e medidas de
prevenção de acidentes do trabalho no sector industrial, e as recomendações
poderão ser usados como manual de prevenção de riscos, formação,
planificação e organização do trabalho na indústria petrolífera no País.
Geral
Analisar a Gestão de Higiene e Segurança no Trabalho na Indústria
Petrolífera: estudo do caso PETROMOC, período 2023
Específicos
Descrever os instrumentos específicos que regulamentam e orientam
Higiene, Segurança e Saúde no ambiente do trabalho na indústria
petrolífera;
Verificar o funcionamento do quadro legal e sua aplicação na área higiene
e segurança no trabalho aplicáveis na PETROMOC;
Analisar as formas de tratamento de casos de doenças e acidentes de
trabalho causados no decurso das actividades laborais na PETROMOC;
Propor um conjunto de critérios e itens do método de avaliação de
sistemas de gestão de higiene e segurança no trabalho na PETROMOC.
 Que estratégias de prevenção e protecção de risco à saúde dos
trabalhares na indústria petrolífera são adoptados pelo MITESS e o
MIREME?
 Quais condições de higiene e segurança no trabalho a PETROMOC
propicia aos trabalhadores/funcionários para o decurso das suas
actividades?
 Como são tratados os casos de acidentes de trabalho e doenças
profissionais na PETROMOC?
 Que estratégias de formação, divulgação, implementação e controlo
dos trabalhadores em matérias de HST utilizado em Moçambique no
sector petrolífero?
 Doenças Profissionais: Doenças profissionais são as que são causadas
pelo exercício de trabalho (EMPREENDEDOR, 2016).
 Acidente de Trabalho: são eventos imprevisíveis ligado a componente
social, o qual, quer a sua ocorrência, quer os possíveis impactos são férteis
objectos da análise sociológica porque ocorrem em qualquer lugar
geográfico ou contexto social e geram sempre múltiplas perturbações e
interpretações com relação às noções de perigo, risco, segurança e saúde.
Com o efeito, apresentam uma variante de continuidade dinâmica, em
função ao avanço tecnológico que implanta sobre o homem, novos
horizontes no espaço de laboração industrial e serviços, (Areosa & Dwyer,
2010:2).
 risco manifesta-se em perigo eminente num meio laboral é uma ameaça
directa à vida e a integridade física do próprio trabalhador inerente ao
exercício de actividade laboral (Diploma Legislativo, n°120/71).
 A indústria petroquímica é o local onde a segurança é
imperativamente um factor elementar, dada a severidade dos
processos executados na mesma e os equipamentos presentes, daí, a
exigência do controlo do risco assumir-se como factor preponderante
na gestão da empresa. Existe legislação aplicada a empresas desta
natureza, que visa a segurança da vizinhança, bem como, a dos
próprios trabalhadores (Qinqin et al., 2014). Para criar um novo
modelo de Sistema de Gestão da Segurança no contexto
moçambicano, há a necessidade de se conhecer a legislação
internacional aplicável e os diferentes modelos propostos. Que são:
OHSAS 18001/NP 4397- Sistema de Gestão da Saúde e Segurança do
Trabalho; SEVESO - Decreto-Lei n.º 150/2015 e ATEX
 OHSAS 18001/NP 4397- Sistema de Gestão da Saúde e Segurança do
Trabalho: Esta norma tem como finalidade desenvolver e implementar um
sistema que permita uma gestão eficaz da saúde e segurança dos trabalhadores
estabelecendo procedimentos de identificação de perigos, avaliação de riscos, e a
implementação de medidas de controlo de forma a eliminar ou minimizar o risco
para os trabalhadores. A presente Norma baseia-se no modelo de sistema de
gestão do tipo “Plan”, “Do”, “Check”, “Act” – PDCA (CERTITECNA, 2008).
 SEVESO - Decreto-Lei n.º 150/2015: consiste na protecção do homem e
ambiente contra os eventuais efeitos transfronteiriços de acidentes industriais e
promoção de cooperação internacional entre as Partes antes, durante e após tais
acidentes. (Calmeiro & Calmeiro, 2008).
 ATEX: tem como objectivo a protecção de trabalhadores e instalações sujeitas a
atmosferas explosivas. A directiva tem em conta as prescrições mínimas para
obter a melhoria da proteção da segurança e da saúde dos trabalhadores
susceptíveis de exposição a atmosferas explosivas (Indusmelec, 2014).
Para concretização da presente pesquisa recorreu-se a uma abordagem
qualitativa com a finalidade descritiva-exploratória, isto é, na medida em que
ela irá analisar a gestão de higiene e segurança no trabalho na indústria
petrolífera.
A pesquisa foi desenvolvido na província de Maputo, concretamente na
PETROMOC abrangido um total de 552 funcionários, com idade
compreendida entre 25 à 55 anos. Da população ou universo acima descrita
12 foram seleccionados para a pesquisa, sendo 1 do Departamento de
Recursos Humanos, 2 Departamento de Operações, 2 Departamento de
Manutenção, 2 Departamento de Protecção, Segurança e Meio Ambiente e
por fim 5 Bombeiros (Técnicos).

Tratando-se de uma pesquisa de natureza qualitativa e baseados na natureza


do problema e os objectivos do estudo, foi usada questionário e entrevista
semi-estruturada como instrumentos de recolha de dados. As entrevistas
foram agendadas mediante a disponibilidade dos participantes e serão
realizadas individualmente pela pesquisadora, no local em alusão.
Composição da amostra da pesquisa
A pesquisa foi desenvolvido na província de Maputo, concretamente na
PETROMOC abrangido um total de 552 funcionários, com idade
compreendida entre 25 à 55 anos. Da população ou universo acima descrita
12 foram seleccionados para a pesquisa, sendo 1 do Departamento de
Recursos Humanos, 2 Departamento de Operações, 2 Departamento de
Manutenção, 2 Departamento de Protecção, Segurança e Meio Ambiente e
por fim 5 Bombeiros (Técnicos).
De acordo com a amostra, a maior parte da amostra é do sexo masculino
corresponde a 8 igual a 67% e as restantes 33% do sexo feminino. A maior
idade da mesma amostra está compreendida entre 30-40 anos de idade
correspondente a 50% seguidamente por 25% entre a faixa etária de 20-30 e
25% entre a 50-60 anos de idade. Quanto a formação o maior número
apresenta o ensino superior (licenciatura) que corresponde a 67% e 33%
correspondente a formação médio ou técnico profissional, e relativamente
aos anos de serviços a maior parte da amostra está no intervalo de 0-10 anos
de serviço correspondente a 59%, seguidamente por 25%, 8% e 8%.
 Como estratégias de formação, divulgação, implementação e controlo dos
trabalhadores em matérias de HST utilizado em Moçambique no sector
petrolífero, os inquiridos sugerem que as empresas devem ter um plano de
formação com base nas necessidades detectadas pelo próprio responsável
da área de formação e superação técnica, por forma a permitir seleccionar
as acções de formação mais adequadas, e deve preparar no inicio do ano,
um repertório de formação, que é um catálogo de todas as acções de
formação e superação técnica programadas para esse ano e ministradas por
entidades que sejam consideradas idónea, onde, para além do titulo da
acção de formação figuram: os seus objectivos, data, duração e o local da
realização. Ademais, as empresas devem facultar que todos os funcionários
participem na formação em matéria de higiene e segurança no trabalho e
que as mesmas elaborassem um plano de formação juntamente com horário
em que os funcionários estão a trabalhar, isto para os funcionários que estão
de folga possam participar da formação.
O gráfico 2, demonstra-nos que 83% dos funcionários inqueridos
usam o Equipamento de Protecção Individual (EPI) que a empresa
disponibiliza dentro do local do trabalho, 17% não e 17% talvez.
Igualmente 83% dos funcionários inqueridos usam Equipamento de
Protecção Colectiva (EPC) disponibilizados pela empresa, 17% não
e 17% talvez. Diante destes dados, importante salientar que as
empresas desenhem normas ou um guião de procedimentos que
devem ser cumpridas obrigatoriamente pelos funcionários, com
intuito de prevenir e/ou mitigar riscos ou ocorrência acidente no
trabalho. De salientar que no recinto do porto de matola é
obrigatório que se use os equipamentos de protecção individual
tanto para os funcionários, assim como para os visitantes, está é a
regra básica para minimizar algum tipo acidente que possa originar
no local de trabalho.
Questionados os funcionários se a empresa disponibiliza Plano
Estratégico de prevenção de Acidente de Trabalho aos funcionários,
50% responderam que sim a empresa disponibiliza, 33% não e 17%
talvez.
 A pesquisa atingiu os objectivos previsto para o estudo. Das questões apresentada para
responder ao problema da pesquisa, foi confirmada a maior parte.
 Relativamente a questão 1 e 4, Como estratégias de formação, divulgação,
implementação e controlo dos trabalhadores em matérias de HST utilizado em
Moçambique no sector petrolífero, os inquiridos sugerem que as empresas devem ter
um plano de formação com base nas necessidades detectadas pelo próprio responsável
da área de formação e superação técnica, por forma a permitir seleccionar as acções de
formação mais adequadas, e deve preparar no inicio do ano, um repertório de formação,
que é um catálogo de todas as acções de formação e superação técnica programadas
para esse ano e ministradas por entidades que sejam consideradas idónea, onde, para
além do titulo da acção de formação figuram: os seus objectivos, data, duração e o local
da realização. Ademais, as empresas devem facultar que todos os funcionários
participem na formação em matéria de higiene e segurança no trabalho e que as
mesmas elaborassem um plano de formação juntamente com horário em que os
funcionários estão a trabalhar, isto para os funcionários que estão de folga possam
participar da formação.
 No que concerne a questão 2, A PETROMOC, com o objectivo de proteger
os trabalhadores dos riscos inerentes aos processos, tais como o incêndio,
vazamento de gases, exposição solar e a produtos químicos (pintura,
pulverização, soldadura) durante as actividades diárias dos trabalhadores e
explosões, dentre outros, tem facultado aos funcionários Equipamento de
Protecção Individual (EPI) e Equipamento de Protecção Colectiva (EPC).
 Relativamente a questão 3, a PETROMOC tem desenvolvido várias acções
prudenciais e de monitoria em conformidade com os parâmetros de higiene e
segurança no trabalho que a Lei impõe, através da Lei do Trabalho, Lei nº
23/2007 de 1 de Agosto, Decreto nº 53/05 de 15 de Agosto, relativa ao
regime jurídico de acidentes de trabalho e doenças profissionais e o Plano
interno de prevenção e combate a acidente de trabalho. De salientar que a
empresa mensalmente sofre uma inspecção feita pelas autoridades
competentes (INP, IGT, INNOQ e INAE).
 Uso de detectores de toxidade no ambiente, uso de equipamentos de segurança
específicos, utilização de equipamentos e sensores que detectem níveis de
toxidade, treinamento específico para trabalhadores de áreas de riscos potenciais;
 Mapeamento dos principais riscos de doenças associados à actividade mineira no
país;
 Atenção privilegiada de pacientes com doenças ocupacionais porque exige
grandes investimentos em termos de tratamento;
 Incluir na legislação do sector a obrigatoriedade de indeminização aos
trabalhadores e às comuni¬dades, em caso de doenças causadas pela actividade
mineira assim como a obrigatoriedade de instalação de unidades hospitalares
adequadas para tratar doenças respiratórias, visto tratar-se de um sector que
contribui bastante para a degradação de problemas de saúde à volta das
comunidades.
 A PETROMOC deve colocar em prática a regra dos 5S na sala dos técnicos de
segurança;
 A PETROMOC deve colocar um hidrante em um ponto na escada do edifício
administrativo com vista a potenciar a agilidade e caso de um incidente ou
acidente como incêndio uma vez que só se tem hidrantes para o combate a
incêndio na parte frontal do edificio.

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