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UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA

CURSOS DE ENGENHARIA ELÉTRICA E ELETRÔNICA

1080 - HIGIENE E SEGURANÇA NO TRABALHO

Eng o. / Prof. Valneo Pileggi

Santos, julho de 2.004

Apontamentos de Classe:

Trata-se aqui dos Apontamentos de Classe, elaborados com base em consultas a livros,
artigos e pesquisa a “sites” da Internet referentes a Higiene, Segurança e Medicina do
Trabalho, com a finalidade de facilitar a consulta aos principais temas abordados nesta
matéria, 1080 - Higiene e Segurança no Trabalho. Nestes apontamentos encontramos
um resumo dos principais tópicos, além de diversas informações complementares, tais
como, estatísticas, entidades governamentais e não governamentais, leis e artigos
técnicos, “links” e demais assuntos úteis incluídos na forma de anexos.

Para facilidade do estudo e consultas necessárias aos alunos recomendamos acessar o


“Site” da UNISANTA, bem como, a nossa Página “Higiene e Segurança no Trabalho” , de
onde é possível fazer os “downloads” deste Apontamento de Classe, das NR´s e dos
demais conteúdos de natureza técnica e informativa.

1 ) - Objetivos; – pg. 02

2 ) - Programação do Curso; - pg. 03

3 ) - Introdução a Matéria, dados históricos; - pg. 04

4 ) – Segurança no Trabalho, Aspectos Políticos, Sociais,


Educativos, Econômico e Estatísticas; - pg. 08

5 ) - Higiene e Segurança do Trabalho em Geral, inclusive


Segurança em Instalações Elétricas; - pg. 15

6 ) - Aspectos complementares, Fatos e Procedimentos


utilizados na Segurança do Trabalho; - pg. 34

7 ) - Leis, Portarias e Normas – pg. 35

8 ) - Normas Regulamentadoras – pg. 38

9 ) - Normas Técnicas aplicadas em Instalações Industriais,


Comerciais, Residenciais e outras - pg. 48

10 ) - Gestão de Riscos e de Emergências e Metodologias


utilizadas - pg. 53

11 ) - Técnicas de identificação de Perigos, Análise e


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Avaliação de Riscos - pg. 59

12 ) - PPRA - Programa de Prevenção de Riscos


Ambientais (NR – 09) - pg. 72

13 ) - PCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde


Ocupacional - (NR – 07) pg. 73

14 ) - Bibliografia - pg. 73

15 ) - Anexos diversos - pg. 74

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1 ) - Objetivos:

O objetivo principal desta matéria 1080 - Higiene e Segurança do Trabalho é o de transmitir e


ensinar as principais noções básicas e fundamentais relativas a Higiene e Segurança do
Trabalho, bem como, o de motivar a todos os alunos a engajarem-se na busca de melhorias
contínuas, visando melhores resultados nesta área tão relevante ao desenvolvimento técnico e
social de nosso país.

Para isto, dentro do período de tempo previsto e disponível do calendário escolar, daremos
uma visão global deste assunto, de modo a alicerçarmos uma base para atuação responsável
e construtiva nesta especialidade de maior importância em nossa vida profissional.

Obs.: - Para atingirmos estes objetivos, além da exposição em aulas, utilizaremos também
métodos participativos tais como:

 Trabalhos de pesquisa individuais e coletivos;


 Consultas a literatura técnica específica;
 Consultas e Pesquisas na Internet;
 Demais meios didáticos possíveis.
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2 ) – Programação do Curso:

Para atingirmos os objetivos anteriormente colocados, dentro do prazo e do tempo


disponível, abordaremos os seguintes principais temas da Segurança, Higiene e Medicina
do Trabalho:

 Visão Histórica e holística da Segurança do Trabalho;

 Principais Leis que regem a Higiene e Segurança do Trabalho no Brasil;

 Estatísticas de Acidentes do Trabalho no Brasil e no Mundo;

 Panorama da Situação da Segurança do Trabalho no Brasil e no Mundo;

 Normas Regulamentadoras;

 Normas Técnicas;

 Órgãos Oficiais existentes relacionados a Segurança do Trabalho;

 Entidades não Governamentais;

 Termos técnicos, siglas e abreviações mais utilizadas;

 Riscos Ambientais e Profissionais;

 Análises de Riscos e principais Técnicas Utilizadas;

 Situações de Emergências;

 Gestão de Riscos e Emergências;

 Combate a Incêndio;

 Segurança em Instalações Elétricas;

 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes -CIPA;

 Equipamentos de Proteção Individual - EPIs;

 PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais;

 SESMT – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do


Trabalho;

 PCMSO – Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional;

 Estrutura e Organização da Área de Segurança do Trabalho;

 Gestão de SST conf. OHSAS 18001 e BS 8800;

 Demais aspectos importantes relativos a matéria.


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Serão também abordadas as principais Normas relativas a Engenharia Elétrica que envolvem a
Segurança do Trabalho.

3 ) – Introdução a Matéria, visão histórica e holística:

3.1 ) – Resumo Histórico: - Origem, nascimento e oficialização da Segurança e a Higiene no


Trabalho:

Muito embora o trabalho organizado no mundo civilizado tenha surgido a milhares de anos,
como podemos ver testemunhado em diversas obras históricas, tais como, as Pirâmides do
Egito antigo, a Acrópole de Atenas, o Coliseu de Roma, a Muralha da China, além de muitas
outras Construções Medievais de grande porte, tais como as Catedrais, Castelos, Monumentos
e Túmulos, verificamos contudo que ao longo da história parece não ter havido uma
organização e preocupação maior das Nações e Povos daquelas épocas, com os aspectos
referentes a Segurança de todos estes trabalhadores anônimos e desconhecidos que
empenharam-se em promover toda a construção do nosso Mundo Civilizado.

Cumpre ainda lembrar que grande parte destas obras monumentais utilizou Mão de Obra
escrava.

Em continuidade, a partir das épocas remotas e ao longo da história, nos séculos XVIII e XIX,
ocorreram importantes eventos que culminaram com o surgimento da consagrada Revolução
Industrial, a qual, apoiando-se na evolução decorrente do advento de Novas Tecnologias,
(como por exemplo, as Máquinas a Vapor, os Motores de Combustão Interna e os Motores
Elétricos, além das Máquinas de Tecelagem e diversas outras), imprimiu um desenvolvimento
acelerado da Tecnologia em nossa Civilização, modernizando e modificando todo o mundo.

Entretanto todo este desenvolvimento tecnológico não se fez acompanhar do correspondente


desenvolvimento social, ocasionando desequilíbrios, além do agravamento da situação social,
devido principalmente ao deslocamento em massa das populações e trabalhadores que,
moviam-se do trabalho na agricultura e no campo para o trabalho nas diversas Indústrias que
surgiram, tais como, as Indústrias de Tecelagem, Confecções, de Bebidas e Alimentícias, de
Veículos de transporte terrestre e naval, Indústrias Químicas e Metalúrgicas, Construções e
etc. Nesta época conseqüentemente as condições de trabalho tornaram-se em larga escala
bastante inseguras e precárias.

Documentários antigos focalizando as condições de trabalho existentes nos EUA, Inglaterra e


demais países da Europa, no final do século XIX e início do século XX, como os recentemente
exibidos no GNT, Discovery e outros canais de TV a Cabo, além de diversos artigos publicados
em Enciclopédias, impressionam pelas cenas onde podem ser vistas as precárias condições de
trabalho que existiram naquela época.

Além disto, respeitáveis obras literárias publicadas (*) atestaram também as precárias e
desumanas condições de trabalho a que eram submetidos os trabalhadores, como os que
trabalhavam nas minas de carvão na Inglaterra, nas Fábricas e Usinas, nos Portos e Estaleiros
e na Construção Civil.

Recentemente, na TV Globo, a novela “Esperança”, líder em audiência, romanticamente


também abordou estas questões ocorridas aqui no Brasil.

Infelizmente não faltam exemplos das deploráveis condições de trabalho que existiam nas
épocas passadas, como também as que ainda ocorrem na época atual, pois apesar de
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avanços tecnológicos e sociais alcançados, continuam a ocorrer casos de displicência, abusos
e situações ilegais relativas ao Trabalho, como provam as estatísticas de Acidentes do
Trabalho que ocorrem no mundo, além dos casos de Trabalho Infantil e Trabalho Escravo.

Acontecimentos desastrosos ocorridos naquela época, bem como, a decorrente pressão da


opinião pública, certamente contribuíram bastante para que medidas de proteção ao
trabalhador finalmente fossem tomadas.

Assim sendo, cronológica e resumidamente destacamos os seguintes acontecimentos de


relevância no que se refere ao tema da Segurança do Trabalho:

Ano de 1911

Começa-se a implementar com maior amplitude o tratamento médico industrial;

Ano de 1919

Historicamente, por incrível que pareça, o surgimento oficial de Ações Coordenadas e


abrangentes ligadas a Segurança e Higiene do Trabalho ocorreu somente no ano de
1.921, quando a Organização Internacional do Trabalho - OIT, a qual havia sido fundada
em Genebra, na Suíça, em 1.919 , organizou um Comitê para o Estudo de Assuntos
referentes a Segurança e a Higiene no Trabalho.

Nesta época o Comitê da OIT estabelecido em Genebra na Suíça, estudando as condições de


trabalho e vida dos trabalhadores no mundo, tornou obrigatória a constituição de
Comissões, compostas de representantes do empregador e dos empregados, com o
objetivo de zelar pela prevenção dos acidentes do trabalho, quando as empresas
tivessem 25 ou mais empregados.

No Brasil simultaneamente surge a primeira Lei sobre Acidentes do Trabalho, a de n o


3.724 de 15 de janeiro de 1919.

Ano de 1934

Tempos depois, em 10 de julho de 1934 foi promulgada a segunda Lei de Acidentes do


Trabalho através do Decreto n o 24.637

Ano de 1943

Criação da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT

Ano de 1944

Oficialmente instituída a criação da CIPA - Comissão Interna Para Prevenção de Acidentes,


no Brasil:

Getúlio Vargas, um dos políticos de maior expressão em nossa História, conhecido como o
“Pai dos Trabalhadores”, 21 anos após a recomendação feita pela OIT, promulgou em
10.11.1944, o Decreto –Lei n o 7.036 , fixando a obrigatoriedade da criação de Comitês de
Segurança em Empresas que tivessem 100 ou mais empregados.

O decreto acima ficou conhecido como Nova Lei de Prevenção de Acidentes.


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Em 27.11.1953 a Portaria 155 oficializava a sigla CIPA – Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes.

3.2 ) – Etapas intermediárias ocorridas no Brasil:

Em 26.02.1967 , no Governo do Presidente Costa e Silva, o Decreto-Lei n o 229 modificou o


texto do Capítulo V , título II , da CLT, o qual dispunha de assuntos de Segurança e de Higiene
no Trabalho.

Com esta modificação, o artigo 164 da CLT que tratava de assuntos referentes a CIPA foi
alterado e ficou conforme o seguinte texto:

Art. 164 – As empresas que, a critério da autoridade competente em matéria de Segurança e


Higiene no Trabalho, estiverem enquadradas em condições estabelecidas nas normas
expedidas pelo Departamento Nacional de Segurança e Higiene do Trabalho,
deverão manter obrigatoriamente, o Serviço Especializado em Segurança e em Higiene do
Trabalho e constituir Comissões Internas de Prevenção de Acidentes – CIPAs.

§ 1. 0 O Departamento Nacional de Segurança e Higiene do Trabalho definirá as


características do pessoal especializado em Segurança e Higiene do Trabalho, quanto as
atribuições , à qualificação e a proporção relacionada ao número de empregados das
empresas compreendidas no presente artigo.

§ 2. 0 As Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (CIPAS) serão compostas de


representantes de empregadores e empregados e funcionarão segundo normas fixadas pelo
Departamento Nacional de Segurança e Higiene do Trabalho.

Portaria 3.456: - Em 29 de novembro de 1968, a Portaria 3.456 reduziu o número de 100 para
50 empregados como o limite em que torna-se obrigatório a criação das CIPA s em
cada Empresa.

3.3 ) – Situação Atual em termos das Leis, Normas, Portarias e Regulamentações:

- A regulamentação referente a Segurança e Medicina do Trabalho atualmente é regida pelas


seguintes Leis, Normas e Portarias abaixo colocadas, entre outras:

 Constituição Federal de 1988;

 Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, Capítulo V - Segurança e Medicina do


Trabalho, (Decreto Lei n o 5.452 de 01.05.1943, atualizada pela Lei Lei n. 0 6.514,
de 22 de janeiro de 1977)

 Lei n. 0 6.514, de 22 de janeiro de 1977 (D.O.U. 23.12.1977);

 Normas Regulamentadoras (NRs) , aprovadas pela Portaria n. 0 3.214 , de 08 de


junho de 1978;

 Normas Regulamentadoras Rurais (NRRs) , aprovadas pela Portaria


n. 0 3.067 , de 12 de abril de 1988.

 Decreto n o 4.085 de 15 de janeiro de 2002 o qual promulgou a Convenção n o 174


da OIT , bem como, a Recomendação n o 181 sobre a Prevenção de Acidentes
Industriais Maiores.
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Responsabilidades Civil e Criminal por Acidente do Trabalho:

Sob o aspecto das Responsabilidades Civil e Criminal por Acidente do Trabalho temos,
( vide em anexo):

 Responsabilidade Civil;

♦ Art. 30, da Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro;


♦ Art. 157 da CLT;
♦ Arts. 159, 1521, 1522, 1524 do Código Civil;
♦ Súmula 229 do Supremo Tribunal Federal;
♦ Decreto n 0 2172/97 , art. 160

 Responsabilidade Criminal;

♦ Arts. 15, 121, 129, 132, do Código Penal;


Decreto n 0 2172/97 , art. 157 , § 1

Apesar de toda a legislação criada e existente, nos tempos atuais o desenvolvimento


tecnológico continua ainda dissociado do desenvolvimento econômico e social, afetando a
distribuição da mão de obra e da renda, atingindo principalmente as classes sociais menos
favorecidas.

Assim o grande desafio a ser vencido é o de conseguirmos harmonizar e equilibrar o


desenvolvimento tecnológico, com desenvolvimento social e econômico das nações,
melhorando as condições de educação e trabalho no Brasil e no mundo.
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4 ) – Segurança no Trabalho, aspectos Políticos, Sociais, Educativos, Econômicos - Dados


Estatísticos:

4.1 ) - Instituições Governamentais ligadas a Segurança e Medicina do Trabalho e


demais Entidades não Governamentais:

Antes de tudo, precisamos ter uma visão global das diversas Instituições Governamentais e
não Governamentais que atuam nas questões relacionadas a Segurança do Trabalho, além
das demais Entidades ligadas a Segurança e Medicina do Trabalho no Brasil.

Para isto recomendamos o acesso aos seguintes sites:

 Ministério do Trabalho e Emprego – MTE (http://www.mte.gov.br/) e seus Órgãos


Regionais do MTb;

 Previdência Social;

 Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho - SSST órgão de âmbito nacional


competente para coordenar, orientar, controlar e supervisionar as atividades
relacionadas com a segurança e medicina do trabalho;

 Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho - SSMT

 Delegacias Regionais do Trabalho - DRT, nos limites de sua jurisdição, órgão regional
competente para executar as atividades relacionadas com a segurança e medicina do
trabalho;

 Órgãos Federais, Estaduais e Municipais: - Podem ainda ser delegadas a outros Órgãos
Federais, estaduais e municipais, mediante convênio autorizado pelo Ministro do
Trabalho, atribuições de fiscalização e/ou orientação às empresas, quanto ao
cumprimento dos preceitos legais e regulamentares sobre segurança e medicina do
trabalho.

 Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho;

 Fundacentro – Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Medicina e Segurança do Trabalho


(http://www.fundacentro.gov.br/);

 SOBES – Sociedade Brasileira de Engenharia de Segurança (www.sobes.org.br);

 ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas (http://www.abnt.org.br);

 ANAMT – Associação Nacional de Medicina do Trabalho (http://www.anamt.org.br/);

 ABMT – Associação Brasileira de Medicina do Trabalho;

 ABPA – Associação Brasileira para Prevenção de Acidentes ((http://www.abpa.org.br);

 ABHO - Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais (http://www.abho.com.br/);

 FENATEST - Federação Nacional dos Técnicos de Segurança do Trabalho;


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 CREA – SP (http://www.creasp.org);

 OMS/OPAS - Organização Mundial da Saúde (http://www.opas.org.br/)

 OIT – Organização Internacional do Trabalho (http://www.oitbrasil.org.br/);

 Abraphiset - Associação Brasileira dos Profissionais de Higiene e Seg. do Trabalho -


http://www.abraphiset.com.br/

 Anent - Associação Nacional de Enfermagem do Trabalho -


http://www.anent.org.br/

 Anest - Associação Nacional de Engenharia de Segurança do Trabalho -


http://www.anest.cjb.net/

 IBGE http://www.ibge.gov.br/ Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Brasil

 Vários Outros “Links” Nacionais e Internacionais.

4.2 ) – Dados Estatísticos relativos aos Acidentes do Trabalho no Brasil e no mundo:

O Acompanhamento periódico dos dados Estatísticos referente a Segurança do Trabalho é da


máxima importância para analisarmos e verificarmos sempre o melhor rumo a ser tomado, no
que se refere as medidas e ações dirigidas à melhoria da condições de Segurança no
Trabalho.

A título de exemplos, abaixo transcrevemos algumas informações pesquisadas:

Ano de 1965:

Conforme pgs. 946 e 947 do livro “Instalações Elétricas, Antonio Bossi e Ezio Sesto, Hemus
Editora Ltda” em 1965 , conforme dados Instituto Nacional para Seguros contra Acidentes do
Trabalho – INAIL, foram denunciados 1.084.886 acidentes do trabalho, dos quais 2.657
foram mortais, acidentes estes ocorridos nos diversos setores industriais.

Destes acidentes ocorridos, 1189 se referiam a acidentes em Instalações Elétricas.

Os dados acima não incluem acidentes domésticos.


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Período de 1970 até 1999 (29 anos):

Conforme estatísticas da Previdência Social, no período de 1 ano, os acidentes com lesão


foram da ordem de 400.000, sendo que dentre estes, 400 referem-se a acidentes fatais.

A B C= Bx100/A D E= Dx1000 / B
Empregados Acidentes Incidência Número Coeficiente
Ano Segurados Registrados (%) de de Letalidade
Öbitos ( por 1000 )
1970 7.284.022 1.220.110 16,75 2.232 1,83
1975 12.996.187 1.916.187 14,74 4.001 2,09
1980 18.686.355 1.464.211 7,84 4.824 3,29
1985 20.106.355 1.077.861 5,36 4.384 4,06
1990 22.755.875 693.672 3,05 5.355 7,72
1991 22.792.858 640.790 2,81 4.523 7,06
1992 22.272.843 532.514 2,40 3.666 6,88
1993 23.165.027 426.960 1,84 3.689 8,64
1994 23.667.241 388.304 1,71 3.129 8,05
1995 23.755.736 424.137 1,79 3.967 9,35
1996 23.838.312 395.455 1,66 4.488 11,35
1997 24.140.428 421.343 1,75 3.469 8,23
1998 24.491.635 414.341 1,69 3.793 9,15
1999 24.993.265 387.820 1,55 3.896 10,05
2000 (*) 26.228.629 363.868 1,39 3.094 8,5
2001 (*) 26.966.897 340.251 1,26 2.753 8,1
2002 (**) 28.683.913 387.905 1,35 2.898 7,5
2003

Obs.:

- Os dados indicados na Tabela supra são retirados de estatísticas oficiais.


- Nota-se haver uma incoerência de resultados no que se refere as curvas dos índices de
Incidência e o do Coeficiente de Letalidade.
- (*) Sujeito a revisões.
- (**) Dados preliminares
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Ano de 1.995
Mortos por 1.000 Acidentes de Trabalho
(Coeficiente de Letalidade, E = Dx1000/B)

EUA = 0,95
Portugal = 1,10
Espanha = 2,07
México = 2,97
Brasil = 3.967*1000/424.137 = 9,35
Nicarágua = 9,81

Dados mais recentes:

Conforme artigo recentemente publicado em “A TRIBUNA”, por ocasião do IX Encontro


Nacional de Segurança, Saúde e Meio Ambiente, realizado em 2002 em Santos no Mendes
Convention Center, no Brasil de 1971 até 2000 (período de 30 anos), tivemos o seguinte
quadro:

- Perderam a Vida mais de 120.000 trabalhadores, ou seja, em média


4.000 trabalhadores / ano ;

- Cerca de 300.000 ficaram inválidos, com uma média de


10.000 trabalhadores inválidos / ano

- Ocorrência de mais de 30.000.000 de acidentes do trabalho registrados neste


período de período 30 anos, ou seja, em média
1.000.000 de acidentes / ano;

- Com um índice de 12,6 acidentes para cada 100.000 trabalhadores, índice este
comparativamente bastante acima dos índices dos demais países, tais como os
seguintes;

- 7,6 registrados na França;

- 5,5 na Alemanha;

- 4,2 na Finlândia;

- 2,7 na Suécia.
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4.3 ) – Principais Indicadores de Desempenho utilizados na Segurança do Trabalho, Taxa de


Frequência e Taxa de Gravidade:

Relativamente aos dados estatísticos é muito importante que se determine, analise e


acompanhe periodicamente as Taxas de Freqüência, e Taxas de Gravidade.

Observação:

A NB 18 (ABNT, 1975), sugere a elaboração e acompanhamento dos seguintes Indicadores:

- Taxas de Freqüência (total, com perda de tempo e sem perda de tempo);

Número total de acidentes


If = *1.000.000
Número total de homens - hora trabalhadas

- Taxa de Gravidade;

Número total de dias perdidos


Ig = * 1.000
Número total de homens - hora trabalhadas

Obs.:

- O numerador da Taxa de Freqüência é expresso pelo Número Total de Acidentes ocorridos


no período de avaliação;

- O numerador da Taxa de Gravidade é expresso pelo Número Total de Dias Perdidos mais
os Dias Computados devido aos acidentes no período de avaliação;

- O denominador das duas expressões anteriores, Taxas de Frequência e de Gravidade é


expresso em horas trabalhadas em um determinado período de tempo, ou seja,
mensalmente, anualmente, etc.

Veja exemplo dado nas pgs. 58,59 e 60 do livro “Prevenção de Acidentes nas Indústrias”, W. R.
Peixoto, Ediouro.

- Outras medidas de avaliação da gravidade (número médio de dias perdidos em conseqüência


de incapacidade temporária total, número médio de dias perdidos em conseqüência de
incapacidade permanente e tempo médio computado).

Sob este aspecto é interessante que se consulte as estatísticas e dados do Ministério da


Previdência e Assistência Social – MPAS, bem como, do Ministério do Trabalho e Emprego –
MTE - (http://www.mte.gov.br/);

(Ver em anexo)
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4.4 ) - Caracterização dos tipos de acidentes e suas principais causas:

E´ importante de se estabelecer uma relação entre causas e efeitos, entre os vários tipos de
acidentes ocorridos, inclusive no que se refere a suas instalações e as substâncias perigosas
envolvidas.

Nas duas tabelas abaixo colocadas encontramos dados de Acidentes de Grande Porte
ocorridos, envolvendo Produtos Químicos diversos, inclusive combustíveis e explosivos, bem
como, suas principais causas e perdas de vidas decorrentes ( foram registrados acidentes com
mais de 20 mortes).

E´ importante conhecer este tipo de estatística para que haja uma conscientização do
alto poder de destruição revelado por estes acidentes.

Semelhantemente aos acidentes ocorridos no ramo Químico, abaixo indicados, ocorreram


também acidentes de gravidade e conseqüências em diversos outros ramos de atividades
perigosas existentes, os quais precisam ser conhecidos.

ANEXO I: - Tabela 1 - Acidentes químicos ampliados em nível global com mais de 20


óbitos do início do século até 1969.

Data País Tipo de Acidente / Substância Mortes


1917 Escócia Explosão de Navio / Explosivos militares 1.800
1921 Alemanha Explosão em Fábrica / de Nitrato e >500
1926 EUA Explosão em Depósito de Munições / Trinitrotoluol 21
EUA Vazamento de Tanques / Cloro 40
1929 EUA Incêndio com gases Tóxicos em / Nitrogênio, e Monóxido
de Carbono 119
1930 Bélgica Gases Tóxicos na Atmosfera / Fluoreto de Hidrogênio,
Ácido e Dióxido Sulfúrico 92
1933 Alemanha Explosão em Fundição / Gás 65
1934 China Incêndio em Gasômetro / Gás 42
1935 Alemanha Explosão em Fábrica de Explosivos / Dinitroluok,
Trinitrotoluol
1939 Romênia Vazamento em Indústria Química / Cloro 60
1942 Bélgica Explosão / Nitrato de Amônia 60-80
1943 Alemanha Explosão de Caminhão em ind. / Butadieno e 60-80
1944 EUA Explosão de Nuvem de Gás / GLN 130
1947 França Explosão de Navio Cargueiro / Nitrato de Amônia 21
EUA Explosão de Caminhão em Ind. / Éter Dimetílio 209
Alemanha Explosão em Metalúrgica / Poeira de Carvão 50
1950 México Vazamento em Fábrica / Sulfeto de Hidrogênio 22
1959 EUA Explosão de Caminhão em Rod. / Gás Líquido de Petróleo 26
1966 França Explosão em Refinaria / Propano e Butano 21
1968 Alemanha Explosão em Indústria / Cloreto de 24
Japão Contaminação da água por uma / Cádmio 100

Fonte: Freita; C. M. de et al [1995]


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Tabela 2 - Acidentes químicos ampliados em nível global com mais de 20 óbitos de 1970
até 1984.

Data País Tipo de Acidente / Substância Mortes


1970 Japão Explosão / Gás 92
1972 EUA Explosão de Coqueria / Propano 21
Japão Vazamento em 6 indústrias / Desconhecido 76
Brasil Explosão em Refinaria / Propano e 38
1973 EUA Incêndio em / GLP 40
1974 Inglaterra Flixborough / Vazamento seguido de Explosão
em / Ciclohexano 28
1976 Finlândia Explosão / Explosivos 43
1977 Coréia Sul Explosão de Trem / Explosivos 56
Colômbia Vazamento em Indústria de / Amônia, Nitrato e carbamide
1978 Espanha Acidente de Transporte Rodoviário / Propileno 216
México Explosão / Butano 100
México Explosão de Gasoduto / Gás 58
Explosão de um Vagão Tanque / GLP 25
1979 U.R.S.S. Acidente em Fábrica Prod. Químico 300
Irlanda Explosão de tanque de Óleo / Óleo 55
China Naufrágio de um Navio de / Óleo 72
EUA Explosão e Incêndio em Tanque / Óleo Cru 32
1980 Índia Explosão em 2 Fábricas / Explosivos 40+80
Irã Explosão em Depósito de Explosivos / Nitroglicerina 80
Espanha Explosão / Explosivos 51
Tailândia Explosão de Armamentos / Explosivos 54
1981 Venezuela Explosão / Hidrocarbureto 145
México Descarrilamento de Trem / Cloro 28
1982 Canadá Naufrágio em Navio de Óleo / Óleo 84
EUA Incêndio em Navio de Óleo / Óleo 51
Noruega Naufrágio de Navio de / Óleo 123
Espanha Explosão / Explosivos 51
Tailândia Explosão de Munições / Explosivos 54
Venezuela Explosão / Hidrocarbonos 145
1983 Brasil Explosão de Trem / Diesel e 45
1984 Brasil Explosão de Oleoduto / Petróleo (Vila Socó - Cubatão) 508
Brasil Explosão em Plataforma de Petróleo / Petróleo 40
México Explosão de Reservatório / Gás Líquido de 550
Índia Bophal / Vazamento em Indústria Química / Isocianato
de Metila >2.500
Paquistão Explosão de Gasoduto / Gás Natural 60
Romênia Explosão em Fábrica 100
Índia Transporte Rodoviário / Petróleo 60

Fonte: Freita; C. M. de et al [1995]


15

HISTÓRICO DE ACIDENTES AMPLIADOS / MAIORES ( * ):

1921 - Alemanha, Oppau, explosão, 561 mortes

1943 – Alemanha, Ludwigshaffen, explosão, 245 mortes

1944 - EUA, Cleveland, incêndio, 136 mortes

1947 - EUA, Texas, explosão barco, 552 mortes e 3.000 feridos

1966 - França, Feyzin, bola de fogo, 18 mortes e 81 feridos

1972 - Brasil, Duque de Caxias, bola de fogo, 39 mortes e 53 feridos

1974 - Inglaterra, Flixborough, explosão, 28 mortes e 104 feridos

1975 - Holanda, Beek, explosão, 14 mortes

1976 - Itália, Seveso, vazamento, intoxicação e dano ao meio ambiente

1978 - Espanha, San Carlos, explosão, 206 mortos e 200 feridos

1983 - Egito, rio Nilo, explosão de carga de GLP, 317 mortos

1984 - Brasil, Cubatão, fogo, 93 mortos e 500 evacuados

1984 - Índia, Bhopal, explosão, 4.000 mortos e 200.000 intoxicados e agressão meio ambiente

1984 - México, cidade do México, explosão, 650 mortos e 6.400 feridos

1984 - México, San Juan, explosão de tanque de GLP, 550 mortes

1986 - URSS, Chernobyl URSS, Chernobyl

1987 - Seul, Correa, explosão, 9 mortos e 59 feridos

1988 - EUA, Houston, explosão, 23 mortes

1989 - EUA, Alaska, vazamento de 40 ton de petróleo, 100.000 aves mortas

1990 - Nagothane, Índia, explosão, 35 mortos e 35 feridos

1991 - Sungei Buloh, Malásia, incêndio, 40 mortes e 60 feridos

1991 - Dhaka, Bangladesh, explosão, 7 mortes e 39 feridos

1991 - Bagkok, Thailandia, explosão, 5 mortes e + de 200 feridos

1993 - Hubei, China, explosão, 63 mortes e 52 feridos

1993 - Taylandia, fogo em fábrica de foguetes

2000 - Guizhou, China, explosão de gás Metano em um mina de carvão


16

2001 - Brasil, plataforma de petróleo, incêndio e dano ao meio ambiente, com 11 mortes

2001 - Zasiadko, Ucrânia, explosão em mina de carvão, 36 mortes e + de 17 feridos

5 ) - Higiene e Segurança do Trabalho em Geral, inclusive em Instalações Elétricas:

5.1 ) - Conhecimentos envolvidos:

A Higiene e Segurança do Trabalho inclui uma gama de conhecimentos bastante extensa, pois
envolve atividades relacionadas a diversas especializações e demais áreas existentes na
Sociedade, tais como as seguintes:

 Administração;
 Biologia;
 Construção e Montagem;
 Direito;
 Economia;
 Educação;
 Energia;
 Enfermagem;
 Engenharia;
 Ergonomia;
 Estatística;
 Família;
 Finanças;
 Física;
 Medicina;
 Organização;
 Pesquisas;
 Planejamento;
 Política;
 Processos Industriais;
 Psicologia;
 Química;
 Recursos Humanos;
 Saúde;
 Sociologia;
 Tecnologia;
17
 Transporte;
 E diversos outros ramos de atividade na
existentes na Sociedade.

5.2 ) - Classificação Nacional de Atividades Econômicas – CNAE

Além dos conhecimentos acima relacionados é bastante importante que tenhamos também
uma visão e conhecimento dos diversos e diferentes ramos de atividades sociais e econômicas
os quais demandam e utilizam o trabalho das pessoas, ou seja, os diversos campos de
trabalho existentes em nossa sociedade.

Para isto é muito útil que consultemos o Quadro I - Classificação Nacional de Atividades
Econômicas – CNAE da Norma Regulamentadora – NR 4 – Serviços Especializados em
Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho.

Quadro I – CNAE ( PARCIAL – RESUMIDO) )


Classificação Nacional das Atividades Econômicas

A – AGRICULTURA, PECUÁRIA, SILVICULTURA E EXPLORAÇÃO FLORESTAL

01 AGRICULTURA, PECUÁRIA E SERVIÇOS RELACIONADOS COM ESSAS


ATIVIDADES

Código Atividades Grau de Risco

01.1 Produção de Lavouras Temporárias

01.13-9 cultivo de cana-de-açúcar 3


01.15-5 cultivo de soja 3

01.2 Horticultura e Produtos de Viveiro


01.21-0 cultivo de hortaliças, legumes e especiarias hortícolas 3

01.3 Produção de Lavouras Permanentes


01.31-7 cultivo de frutas cítricas 3
01.32-5 cultivo de café 3

01.4 Pecuária
01.41-4 criação de bovinos 3
01.44-9 criação de suínos 3
01.45-7 criação de aves 3

01.5 Produção Mista: Lavoura e Pecuária


01.50-3 produção mista: lavoura e pecuária 3

01.6 Atividades de Serviços Relacionados com a Agricultura e Pecuária, Exceto


Atividades Veterinárias

01.61-9 atividades de serviços relacionados com a agricultura 3


01.62-7 atividades de serviços relacionados com a pecuária, 3
exceto atividades veterinárias

2 SILVICULTURA, EXPLORAÇÃO FLORESTAL


E SERVIÇOS RELACIONADOS COM ESTAS ATIVIDADES
18

02.1 Silvicultura, Exploração Florestal e Serviços Relacionados com estas


Atividades

02.11-9 silvicultura 3
02.12-7 exploração florestal 3

B- PESCA

5 PESCA, AQÜICULTURA E ATIVIDADE DOS SERVIÇOS


RELACIONADOS COM ESTAS ATIVIDADES

05.1 Pesca, Aqüicultura e Atividades dos Serviços Relacionados com estas


Atividades

05.11-8 pesca 3

C- INDÚSTRIAS EXTRATIVAS

10 EXTRAÇÃO DE CARVÃO MINERAL 4

10.0 4 Extração De Carvão Mineral 4

11 EXTRAÇÃO DE PETRÓLEO E SERVIÇOS


CORRELATOS

11.1 Extração de Petróleo e Gás Natural


11.10-0 4 extração de petróleo e gás natural 4

11.2 Serviços Relacionados com a Extração de Petróleo e Gás - Exceto a


Prospecção Realizada por
Terceiros
11.20-7 serviços relacionados com a extração de petróleo e gás - 4
exceto a prospecção realizada por terceiros

13 EXTRAÇÃO DE MINERAIS METÁLICOS

13.1 Extração de Minério de Ferro


13.10-2 extração de minério de ferro 4

13.2 Extração de Minérios Metálicos Não-Ferrosos


13.21-8 extração de minério de alumínio 4
13.23-4 extração de minério de manganês 4
13.25-0 extração de minerais radioativos 4

14 EXTRAÇÃO DE MINERAIS NÃO-METÁLICOS

14.1 Extração de Pedra, Areia e Argila


14.10-9 extração de pedra, areia e argila 4

14.2 Extração De Outros Minerais Não-Metálicos


14.22-2 extração e refino de sal marinho e sal-gema 4
19
14.29-0 Extração de outros minerais não-metálicos 4

D- INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO

15 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS ALIMENTÍCIOS E


BEBIDAS

15.1 Abate e Preparação de Produtos de Carne e de Pescado


15.11-3 abate de reses, preparação de produtos de carne 3
15.12-1 abate de aves e outros pequenos animais e preparação 3
de produtos de carne

15.14-8 preparação e preservação do pescado e fabricação de


conservas de peixes, crustáceos e moluscos 3

15.2 Processamento, Preservação e Produção de Conservas


de
Frutas, Legumes e Outros Vegetais
15.23-7 produção de sucos de frutas e de legumes 3

15.3 Produção de Óleos e Gorduras Vegetais e Animais


15.31-8 produção de óleos vegetais em bruto 3
15.32-6 refino de óleos vegetais 3

15.4 Laticínios
15.41-5 preparação do leite 3
15.42-3 fabricação de produtos do laticínio 3

15.51-2 beneficiamento de arroz e fabricação de produtos do 3


arroz
15.52-0 moagem de trigo e fabricação de derivados 3
15.53-9 fabricação de farinha de mandioca e derivados 3

15.6 Fabricação e Refino de Açúcar


15.61-0 usinas de açúcar 3
15.62-8 refino e moagem de açúcar 3

15.7 Torrefação e Moagem de Café


15.71-7 3 torrefação e moagem de café 3

15.8 Fabricação de Outros Produtos Alimentícios


15.81-4 fabricação de produtos de padaria, confeitaria e 3
pastelaria
15.82-2 fabricação de biscoitos e bolachas 3

15.84-9 fabricação de massas alimentícias 3

15.89-0 fabricação de outros produtos alimentícios 3

15.9 Fabricação de Bebidas


15.92-0 fabricação de vinho 3
15.93-8 fabricação de malte, cervejas e chopes 3
15.95-4 fabricação de refrigerantes e refrescos 3

16 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DO FUMO


20

16.0 Fabricação de Produtos do Fumo


16.00-4 fabricação de produtos do fumo 3

17 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS TÊXTEIS

17.1 Beneficiamento de Fibras Têxteis Naturais


17.11-6 beneficiamento de algodão 3
17.19-1 beneficiamento de outras fibras têxteis naturais 3

17.2 Fiação
17.21-6 fiação de algodão 3
17.22-1 fiação de outras fibras têxteis naturais 3
17.23-0 fiação de fibras artificiais ou sintéticas 3

17.3 Tecelagem - Inclusive Fiação e Tecelagem


17.31-0 tecelagem de algodão 3
17.32-9 tecelagem de fios de fibras têxteis naturais 3

17.5 Serviços de Acabamento em Fios, Tecidos e Artigos


Têxteis
17.6 Fabricação de Artefatos Têxteis a Partir de Tecidos - Exclusive
Vestuário - e de Outros Artigos
Têxteis

No Quadro I acima referido encontramos uma listagem completa de todos os ramos de


Atividades Econômicas e inclusive com o seu respectivo Grau de Risco em uma escala de 1
(um) a 4 (quatro).

Observação:

- Por isto é que se diz que a Segurança do Trabalho tem uma natureza multifacetada.

Isto fica bastante evidenciado quando realizamos uma Pesquisa Bibliográfica ou uma busca na
Internet sobre o tema da Segurança do Trabalho.

5.3 ) - Acidentes no Trabalho:

Através dos mais diversos meios de comunicação, freqüentemente encontramos notícias,


umas abrangentes, com estatísticas da situação em geral, outras mais específicas, relatando
ocorrências de Acidentes no Trabalho no Brasil.

Tais notícias, entre os vários aspectos, nos revelam os altos índices de Acidentes do Trabalho
ocorridos no Brasil, índices estes bastante acima dos índices dos demais países evoluídos do
mundo.

Estes acidentes além de vitimarem a parte mais fraca da cadeia produtiva, ou seja, os
trabalhadores e suas famílias, causam prejuízos de grande monta à Previdência Social e ao
nosso país.
21

DEFINIÇÃO LEGAL DO ACIDENTE NO TRABALHO:

Lei n 0 8.213, de 24 de julho de 1991;

Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras providências.

Art.19
Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo
exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando
lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente
ou temporária, da capacidade para o trabalho.

Art.20
Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo anterior, as seguintes entidades
mórbidas:

I - Doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do


trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo
Ministério do Trabalho e da Previdência Social;

II - Doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de


condições especiais, em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente,
constante da relação mencionada no inciso I.

§1o Não são consideradas como doença do trabalho:

a) a doença degenerativa;

b) a inerente a grupo etário;

c ) a que não produza incapacidade laborativa;

d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se


desenvolva, salvo comprovação de que resultante de exposição ou contato direto
determinado pela natureza do trabalho.

§2o Em caso excepcional constatando-se que a doença não incluída na relação prevista nos
incisos I e II deste o artigo resultou das condições especiais em que o trabalho executado e
com ele se relaciona diretamente, a Previdência Social deve considerá-la acidente do trabalho.

Art.21 Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei:

I - O acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído
diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o
trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação;

II - O acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em conseqüência de:

a ) - Ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de


trabalho;
22

b ) - Ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada


com o trabalho;

c ) - Ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro


de trabalho;

d ) - Ato de pessoa privada do uso da razão;

e ) - Desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força


maior;

III - A doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua


atividade;

IV - O acidente sofrido pelo segurado, ainda que fora do local e horário de trabalho:

a ) - Na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa;

b ) - Na prestação espontânea de qualquer serviço a empresa para Ihe evitar prejuízo ou


proporcionar proveito;

c ) - Em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta
dentro de seus plenos para melhor capacitação da mão-de-obra, independentemente do
meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado;

d ) - No percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer


que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado.

§1o Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras
necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado é considerado no
exercício do trabalho.

§2o Não é considerada agravamento ou complicação de acidente do trabalho a lesão que,


resultante de acidente de outra origem, se associe ou se superponha às conseqüências do
anterior.

CAUSAS VERIFICADAS, ANÁLISE DAS CAUSAS E CLASSIFICAÇÃO DAS CAUSAS DOS


ACIDENTES DO TRABALHO:

A Análise das Causas dos acidentes constitui e no estudo que leva ao conhecimento de como
e por que elas surgem. E isso facilita o estudo das medidas preventivas, isto é, o estudo das
medidas que impedem o surgimento das causas e portanto, a ocorrência dos acidentes.

I ) - ATOS INSEGUROS:

Os atos inseguros são geralmente definidos como causas de acidentes do trabalho que
residem exclusivamente no fator humano, isto é, aqueles que decorrem da execução de tarefas
de forma contrária as normas de segurança.
23
Como por exemplo:

- Falta de atenção;

- Autoconfiança, etc

Causas:

As causas dos atos inseguros podem ser:

A ) - Inadaptaçäo entre o Homem e a Função

B ) - Fatores Constitucionais

• Idade, Sexo, Percepção, etc

C ) - Fatores Circunstanciais

• Problemas familiares, abalos emocionais


• Discussão com colegas, alcoolismo, doenças,etc.

D ) - Desconhecimento dos Riscos da Função e/ou Formas de Evitá-los

É comum um operário praticar atos inseguros simplesmente por não saber


outra forma de realizar a operação ou mesmo desconhecer os riscos a que
está se expondo. Cabe ao encarregado também orientá-lo sobre as formas
mais seguras de se realizar determinadas tarefas.

II ) - CONDIÇÕES INSEGURAS:

São aquelas que, presente no local de trabalho, colocam em risco a integridade física e mental
do trabalhador, devido à possibilidade de o mesmo acidentar e. Tais condições apresentam e
como deficiências técnicas.

Ex: Máquinas sem proteção, fiação elétrica exposta, piso defeituoso, etc.

Demais causas da ocorrência dos acidentes do trabalho:

Relativamente as causas primárias das ocorrências ligadas aos Acidentes do Trabalho, entre
tantas existentes, basicamente podemos identificar entre tantas 4 causas básicas principais,
as quais contribuem para a ocorrência destes altos índices de acidentes do trabalho:

 Condições Inseguras do Trabalho causadas por instalações irregulares e/ou obsoletas em


termos da obediência às normas de instalações vigentes, bem como, procedimentos
operacionais e de manutenção impróprios relativamente as recomendações das Normas
Técnicas existentes.

 Falta de uma fiscalização mais intensa , severa , contínua, preventiva e efetiva por parte
dos Orgãos Públicos e Privados e o conseqüente descaso e desrespeito às leis
específicas relativas Segurança no Trabalho.
24
Costuma-se atuar mais nas conseqüências do que na prevenção e na eliminação das
causas dos Acidentes do Trabalho;

 Despreparo educacional e profissional que atinge a maioria dos Trabalhadores,


principalmente os de menor qualificação e renda, despreparo este, causado por uma
conjuntura política, econômica, social, trabalhista, educacional e da saúde bastante
deficiente no país, deficiência esta que favorece e gera os denominados Atos Inseguros;

 Morosidade da Justiça no Brasil no que se refere a apuração, julgamento, e punição dos


responsáveis pelos acidentes ocorridos, bem como, no que se refere a indenização de
direito a ser recebida pelos trabalhadores e suas famílias, no caso da ocorrência dos
acidentes do trabalho. As leis demoram demais em seu cumprimento.

Além disto ,no Brasil atualmente, estas causas primárias são agravadas ainda mais por uma
Conjuntura Econômica Internacional bastante desfavorável, a qual tem repercutido
negativamente em nossa economia, estimulando o emprego de políticas econômicas não
adequadas ao país, as quais são impostas por nossos credores internacionais.

Como exemplo temos os casos das diversas privatizações ocorridas, as quais foram bastante
desvantajosas para o nosso país, como nos casos da Cia. Vale do Rio Doce, das
Concessionárias de Telefonia, de Energia Elétrica e de Gás e diversos outros casos mais.

Estas privatizações, além de causarem o desemprego em massa, causaram também o advento


precário da política de terceirização da mão de obra, acompanhada da perda dos direitos por
parte dos trabalhadores, bem como, dos seus Sindicatos, os quais tinham antes condições de
lutar e defender os direitos dos trabalhadores e agora encontram-se enfraquecidos dado aos
elevados índices de desemprego existentes no pais.

Esta política da “globalização” dos mercados, tida como o “supra sumo” da economia mundial,
revela-se hoje em sua face mais cruel, a da competividade desigual, a qual favorece sobretudo
as potências economicamente mais fortes, em detrimento dos povos e das economias das
Nações emergentes e em desenvolvimento, agravando o quadro econômico e social com a
estagnação da economia, o desemprego, a violência, a falta de moradias, a crise da saúde
pública, educação, além de toda infraestrutura.

5.4 ) – NORMAS E PRINCÍPIOS BÁSICOS DA SEGURANÇA DO TRABALHO:

No Brasil os princípios básicos da Segurança do Trabalho são ditados e orientados pelas


Normas Regulamentadoras – NRs.

A partir das NRs poderemos nos guiar e verificar as situações de risco de uma determinada
instalação.

Por sua vez, estas Normas Regulamentadoras – NRs apoiam-se e se relacionam com Normas
Técnicas oficiais estabelecidas pelos orgãos competentes, inclusive Normas Técnicas
Internacionais.

No que tange a Eletricidade, a Norma Regulamentadora a ser seguida é a NR – 10 –


Instalações e Serviços em Eletricidade, a qual deve ser complementada com diversas outras
tantas Normas de Eletricidade mais específicas.

É muito importante também que sejam seguidas as recomendações técnicas relativas a


Segurança da Instalação e a Segurança do Trabalhador encontradas nos livros técnicos que
25
regem o assunto, nos manuais técnicos das instalações e de seus componentes, nos
treinamentos específicos, etc.

A experiência acumulada das pessoas, das firmas que trabalham com seriedade e
competência e das técnicas utilizadas em Concessionárias de Serviço Público é de suma
importância também.

Outro meio atual e de extrema valia que deve ser levado em conta são as informações diversas
obtidas em Páginas e Endereços da INTERNET relativamente as diversas Tecnologias
envolvidas, particularmente as que se referem a SEGURANÇA, HIGIENE e MEDICINA do
TRABALHO.

PRINCIPAIS CONCEITOS E OBJETIVOS EM HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO:

As Funções Básicas da Saúde Ocupacional:

Essencialmente, a vida do Homem transcorre, na sua maior parte, em dois tipos de ambientes:
o ambiente ocupacional ou local de trabalho e o ambiente de sua comunidade.
Cada um desse ambientes, com suas características próprias, atua sobre o organismo
humano, que se adapta constantemente às forças, aos agentes e às tensões.
Este processo de adaptação é muito lento e limitado, diante das rápidas e constantes
mudanças do meio físico e do sistema de vida, o que provoca o aparecimento das doenças.
Os ambientes ocupacionais, onde o trabalhador permanece, praticamente 1/3 de cada um de
seus dias, têm sido sempre considerados como potencialmente mais nocivo a saúde, do que o
ambiente da comunidade. O ambiente industrial, por exemplo é na sua grande maioria
intensamente artificial, e nele são operadas máquinas perigosas; estão presentes agentes
químicos potencialmente tóxicos; pode haver ruído excessivo; temperaturas elevadas e fontes
de radiação, etc. e em muitas ocasiões muitas destas exposições tem atingido também a
comunidade, através de poluição da água, do ar e do solo; criando se problemas de saúde
pública.

Por elementar direito de sua condição humana, tal como foi reconhecido pela ONU
(Organização das Nações Unidas), os governos de cada país tem o dever de zelar pela saúde
dos trabalhadores.

A responsabilidade pela vida e saúde de um trabalhador deve recair sobre o trinômio ESTADO
– EMPRESA – TRABALHADOR, seja porque o estado terá gastos para a recuperação do
indivíduo (quando possível) ou para a sua manutenção ou de seus dependentes quando de
morte ou invalidez, seja porque a empresa perde o investido em qualificação e material ou
porque o próprio trabalhador incapacitado terá seu futuro (e de seus dependentes)
muitas vezes comprometido.

Conceitos:

 Saúde Ocupacional (OIT-OMS) é o ramo da saúde que tem por objetivo:

• A Promoção e Manutenção, no mais alto grau do bem-estar físico, mental e social dos
trabalhadores em todas as ocupações;
26
• A Prevenção, entre os trabalhadores, de doenças ocupacionais causadas por suas
condições de trabalho;

• A Proteção dos trabalhadores em seus labores, dos riscos resultantes de fatores


adversos à saúde;

• A Colocação e Conservação dos trabalhadores nos ambientes ocupacionais adaptados


a suas aptidões fisiológicas e psicológicas;

Em resumo:

• A Adaptação do Trabalho ao Homem e de cada Homem ao seu próprio Trabalho.

Medicina Ocupacional é o campo da Medicina relacionado com:

 A avaliação, manutenção, recuperação e melhoria da saúde do trabalhador, através da


aplicação de princípios da Medicina Preventiva, de Medicina de Emergência , de
Reabilitação e Medicina do Ambiente;

 A promoção de uma produtiva e satisfatória interação do trabalhador com seu trabalho,


através de aplicação de princípios do comportamento humano;

 A ativa apreciação das necessidades e responsabilidades sociais, econômicas e


administrativas do trabalhador e da Comunidade trabalhadora.

Higiene Industrial (segundo a American Industrial Hygiene Association)

“É´ a ciência e a arte devotadas ao reconhecimento, avaliação e controle daqueles fatores ou


condicionantes ambientais, provenientes no e do ambiente de trabalho, que podem causar
doenças, danos à saúde e ao bem-estar, ou significante desconforto e ineficiência entre
trabalhadores ou entres os habitantes da Comunidade".

Segurança Ocupacional (segundo o National Safety Council)

“A Segurança Ocupacional visa à Prevenção de Acidentes".

Funções Básicas Da Saúde Ocupacional:

Em Higiene do Trabalho:

1. Adoção das características físicas dos ambientes no que se refere à iluminação, ventilação,
conforto térmico e conforto acústico, radiação, etc.

2. Adoção de normas higiênicas sobre os poluentes do ambiente atmosférico, encontrados na


empresa.
27
3. Estabelecimento das características toxicológicas de todos os materiais, produtos químicos,
subprodutos e resíduos da empresa, assinalando a classe de proteção necessária que deve
ser utilizada.

4. Estudo das condições da empresa, e de cada processo ou operação que apresentem risco
para a saúde dos trabalhadores.

5. Determinação quantitativa e qualitativa dos poluentes e outros agentes de doenças


profissionais.

6. Estabelecimento da relação que poderia haver entre o ambiente de trabalho e seus efeitos
sobre a saúde do trabalhador.

7. Estabelecimento de sistemas ou métodos de controle para eliminar ou minimizar as


condições perigosas conhecidas.

8. Estabelecimento de medidas que conduzam a uma periódica avaliação da efetividade dos


métodos de controle utilizados.

9. Participação nas Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (CIPA).

10. Estabelecimento e manutenção dos sistemas de controle para evitar a poluição das águas,
do ar e do solo da comunidade.

11. Estabelecimento das medidas que concorrem a uma melhor manutenção, ampliação e
modificação das facilidades sanitárias em uso pelos trabalhadores.

Em Segurança do Trabalho:

1. Manutenção de um registro de acidentes com as estatísticas atualizadas, adotando um tipo


de relatório dos acidentes que ocorrem, calculando os respectivos índices de freqüência e
gravidade.

2. Estabelecimento de um sistema de inspeção para a execução das recomendações.

3. Investigação, discussão e informação dos acidentes ocorridos, para evitar a repetição.

4. Estudo permanente das condições de trabalho que oferecem maior risco de acidentes, para
decidir de que forma devem corrigir.

5. Programação educativa para criação de uma consciência de segurança entre os


trabalhadores.

6. Estabelecimento de um programa preventivo e de controle no caso de incêndio.

7. Programa de treinamento dos trabalhadores em primeiros socorros.

8. Estabelecimento das medidas para realizar a administração e manutenção dos


equipamentos de proteção individual (EPI).

9. Estabelecimento dos programas de sinalização, dinâmica de cores e manutenção (Ordem e


Limpeza).
28
10. Estímulos aos trabalhadores para a apresentação de sugestões para melhoramento da
segurança, premiando as idéias práticas, estabelecendo, além disso, um programa de prêmios
de incentivo por recordes de segurança, e castigos, se houver recorrência de violação a
determinada norma.

11. Divulgação, através de literatura, painéis, cartazes, avisos, etc sobre segurança.

12. Participação nas comissões internas de prevenção de acidentes (CIPA).

13. Estabelecimento de regulamentos de segurança de acordo com o tipo de industria, e


adequados às exigências legais.

Em Medicina do Trabalho:

1. Exames Médicos Ocupacionais.

2. Seleção e colocação dos trabalhadores de acordo com suas aptidões físicas e emocionais.

3. Supervisão das facilidades de primeiros socorros e normas para o ensinamento dos


mesmos.

4. Participação no programa de educação sanitária.

5. Manipulação dos casos de compensação segundo a lei.

6. Diagnóstico e tratamento de casos de acidentes ocupacionais e não ocupacionais.

7. Programas de imunização, e alimentação.

8. Manutenção e estudos das estatísticas de absenteísmo e outras.

9. Participação das comissões internas de prevenção de acidentes.

10. Aconselhamentos à gerência da empresa em todo assunto relacionando com a saúde dos
trabalhadores.

5.4 ) - Ergonomia:

Este tema é tratado pela NR-17

Além disto no Capítulo 2, Conhecimentos Técnicos, pgs. 36 até 41 do livro Segurança do


Trabalho & Gestão Ambiental, Editora Atlas, Antonio Nunes Barbosa Filho, 2001, referenciado
em nossa Bibliografia, temos colocado os principais conceitos envolvidos neste termo.

Etimologicamente Ergonomia deriva da lingua Grega “Ergos” significando Trabalho e “Nomos”


significando Leis, sendo portanto Ergonomia o Estudo das Leis que regem o Trabalho.

Conforme o livro supra este termo foi utilizado pela primeira vez em1.857 na publicação
intitulada “Ensaios de Ergonomia” escrito por Woitej Yastembowky, de nacionalidade Polonesa.
29

Em 1.949 na Inglaterra foi criada uma entidade pioneira nesta área denominada “Ergonomics
ResearchSociety com o propósito de estudar o relacionamento entre o Homem e seu Trabalho,
bem como, a solução dos problemas resultantes dessa relação.

Em 1.957 nos EUA foi criada a “Human Factors Society”.

Em 1.961 ainda nos EUA foi criada ainda a “International Ergonomics Association - IEA”.

Em 1.970, em Estrasburgo, na Áustria, realizou-se o I Congresso Internacional de Ergonomia,


no qual foi definido o objeto da mesma como sendo o seguinte:

“Elaborar, com a contribuição das diversas disciplinas científicas que a compõem, um corpo de
conhecimentos que, com uma perspectiva de aplicação, deve desembocar em uma melhor
adaptação ao homem dos meios tecnológicos de produção e dos ambientes de trabalho”

No Brasil em 1.983 foi criada a Associação Brasileira de Ergonomia – ABERGO, entidade


congregando profissionais com interesse na temática a qual bienalmente realiza Encontros
para promoção da Ergonomia em todo Brasil.

Também no Brasil em 1.998 foi lançado o Núcleo de Ergonomia Aplicada do Recife (NEAR)
cujo site na Internet é encontrado no endereço (www.ufpe.br/near).

(Ver artigo em anexo)

5.5 ) – TERMOS TECNICOS ESPECÍFICOS, ENTIDADES, SIGLAS E ABREVIATURAS


UTILIZADAS EM SEGURANÇA:

Em Segurança, além de diversos termos técnicos específicos, é muito comum o uso de


abreviaturas e siglas, como algumas das principais abaixo exemplificadas:

 ASO: - Atestado de Saúde Ocupacional


 APA: - Área de Proteção Ambiental;
 BS 8800: - A Norma BS 8800, é uma norma de origem inglesa (British Standards), que
originalmente era numerada como BS 8750.
Trata-se de uma norma direcionada para os Sistemas de Gestão da Segurança e Saúde no
Trabalho, sendo considerada o que há de mais atual em todo o mundo para a implantação de
um sistema eficaz de gerenciamento das questões relacionadas à prevenção de acidentes e
doenças ocupacionais.
Tem esta norma para a área prevencionista a mesma importância que as
Normas ISO 9.000 para a área de Qualidade Total e ISO 14.000 para a área de
Gestão Ambiental.
 CA: - Certificado de Aprovação de Equipamentos de Proteção Individual.(Secretaria de
Inspeção do trabalho)
 CAI: - Certificado de Aprovação de Instalação cf. NR-2
 CAT: - Comunicado de Acidente do Trabalho.
Obs. : - Deve ser emitido e encaminhado no prazo de 1 (um) dia útil;
 Causa – É a origem de caracter humano ou material relacionado com o evento catastrófico
(acidente ou falha), resultante da materialização de um risco, provocando danos.
30
 CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes:
- A CIPA originou-se de uma recomendação da OIT(Organização Internacional do Trabalho) em
1921 e transformando-se em determinação legal no Brasil em 1944 (Decreto-Lei n°7.036,artigo
82). Os empregadores,cujo número de empregados seja superior a 100,deverão providenciar a
organização em seus estabelecimentos de comissões internas,com representantes dos
empregados,para o fim de estimular o interesse pelas questões de prevenção de
acidentes,apresentar sugestões quanto à orientação e fiscalização das medidas de proteção ao
trabalhador,realizar palestras instrutivas,propor a instituição de concursos e prêmios e tomar
outras providências tendentes a educar o empregado na prática de prevenir acidentes

 CNAE - Classificação Nacional de Atividades Econômicas cf. NR´s 4 e 5


 Convenção n o 174 da OIT complementada pela Recomendação n o 181, conf. Decreto
 n o 4.085 de 15 de janeiro de 2002: - Trata da Prevenção de Acidentes Industriais Masiores

 Dano:

- Lesão Física e/ou prejuízo que provoca prejuízo à saúde,ao meio ambiente ou à propriedade.
 Danos (Damage) - É a gravidade (severidade) da perda-humana, material, ambiental ou
financeira - que pode resultar, caso o controle sobre um risco seja perdido.
Um operário desprotegido pode cair de uma viga a 3 m de altura, e sofrer um dano físico, por
exemplo, uma fratura na perna. Se a viga estivesse a 90 m de altura, ele, com certeza, estaria
morto. O risco (possibilidade) e o perigo (exposição) de queda são os mesmos. Entretanto, a
diferença reside na gravidade do dano que poderia ocorrer com a queda.

 DI - Declaração de Instalações cf. NR-2


 Dort: - Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho;
 E.P.C. - Equipamento de Proteção Coletiva.

- São exemplos de EPC´s:

- Chuveiros de Emergências, etc


 E.P.I. - Equipamento de Proteção Individual:

- São exemplos de EPI´s:


- Capacete;
- Óculos de segurança,
- Luvas(raspa,latex,hexanol,...),
- Avental (PVC,vaqueta,...),
- Bota e /ou sapato de segurança com biqueira de aço,
- Protetor auricular,
- Máscara (Combitox),...
 Efeito Aditivo:

- De acordo com a NBR 14725,é o efeito quantitativamente igual a soma dos efeitos produzidos
individualmente de dois au mais agentes tóxicos.
 Efeito de Potenciação:

- De acordo com a NBR 14725,é o efeito que ocorre quando um agente tóxico tem seus efeito
aumentado por agir simultaneamente com um agente não tóxico.
31
 Efeito Toxicologicamente Sinérgico:

- De acordo com a NBR 14725:2001, é o efeito quantitativamente maior que a soma dos efeitos
produzidos individualmente de dois ou mais agentes tóxicos.O efeito é maior que o efeito
adititivo.
 Emergência:

- Sinistro ou risco iminente que requeira ação imediata.


 Ergonomia:

Este tema é tratado pela NR-17

Etimologicamente Ergonomia deriva da lingua Grega “Ergos” significando Trabalho e “Nomos”


significando Leis, sendo portanto Ergonomia o Estudo das Leis que regem o Trabalho.

 FICHA DE EMERGÊNCIA:

Esta ficha informa sobre as características físico-químicas básicas do produto químico e/ou
resíduo e as providências que devem ser tomadas em caso de
acidente,derramamento,envolvimento de pessoas,etc.A mesma deve sempre acompanhar o
transporte de produtos químicos conforme Decreto Lei 96.044 de 18 de maio de 1988,Capítulo
II,Seção VI (Da Documentação)-Artigo 22 ,e deve ser confeccionada de acordo com as NBR-
7503/7504 e 8285.
 FISPQ – Ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos:

- De acordo com a NBR 14725,esta ficha fornece informações sobre vários aspectos desses
produtos químicos ( substâncias ou preparados) quanto à proteção, à segurança, à saúde e ao
meio ambiente. A FISPQ fornece, para esses aspectos, conhecimento básicos sobre os
produtos químicos, recomendações sobre medidas de proteção e ações em situação de
emergência. Em alguns países a mesma é denominada de Material Safety data Sheet - MSDS.
 FMEA:

- Esta técnica permite analisar como podem ocorrer as falhas de um equipamento ou sistema,
estimando as taxas de falha, determinar os efeitos recorrentes e estabelecer mudanças para
aumentar sua confiabilidade operacional de modo adequado e seguro. FMEA é uma abreviação
do nome inglês,"Fail Mode & Effect Analysis" ou AMFE ( Análise de Modos de Falhas e Efeitos)
e deve ser aplicada para sistemas ou falhas simples.
 FUNDACENTRO:

- Fundação Jorge Duprat de Segurança e Medicina do Trabalho.


 HAZOP:

- Técnica destinada a estudar as possíveis maneiras de ocorrências de perigos e problemas


operacionais através da utilização de grupos de trabalho.HAZOP é uma abreviação do nome
inglês,"Hazard and Operability Study".Os principais objetivos são identificar todos os desvios
operacionais possíveis do processo e também identificar todos os perigos e/ou riscos
associados a esses desvios operacionais.
 LER: - Lesão por Esforços Repetitivos;
 Mapa de Riscos:

Documento explicitado na NR – 5, Das Atribuições, conf. o item 5.16, bem como, pela
Portaria Número 25 de 29/12/1994. (Ver pgs. 60 e 575 do livro Segurança e Medicina do
Trabalho da Editora Atlas.
32
O Mapa de Risco quando bem executado é um instrumento de grande valia

 NFPA – National Fire Protection Association (www.nfpa.org/portugues) – Associação


Nacional de Proteção a Incêndios sediada nos U. S. A.
 NR: - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho

 OIT: - Organização Internacional do Trabalho (http://www.oitbrasil.org.br/);


 OSHA – “Occupational Safety and Health Administration”: - Organização Americana de
Segurança e Saúde do Trabalho. A OSHA dedica-se a prevenir acidentes, doenças e mortes
relacionadas ao trabalho. Foi criada em 1971, está vinculada ao U.S. Department of Labor e
tem sua sede em Washington, DC
 OSHAS 18001 – “Occupational Safety and Health Assessment Series”: - “Norma” publicada
pela BSI – British Standards Institution que entrou em vigor em 15/04/1999 com a finalidade
da certificação de Sistemas de Gestão da SST

 PAINEL DE SEGURANÇA:

- São placas retangulares (dimensões: 30 cm de altura x 40 cm de comprimento),na cor


laranja onde são alocados os números de identificação de risco (4 campos na cor preta) na
parte superior e o número da ONU (Organização das Nações Unidas) na parte inferior com 4
algarismos na cor preta. Líquido Inflamável que em contato com a água libera gases
inflamáveis Metildiclorossilano
 PAIR: - Perda Auditiva Induzida pelo Ruído;
 PCA:

- Programa de Conservação Auditiva.


 PCA: - Programa de Conservação Auditiva;
 PCMAT:

- Programa das Condições de Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção Civil


( NR 18).
 PCMSO:

- Plano de Controle Médico e Saúde Ocupacional.


 Perigo (Danger) - Expressa uma exposição relativa a um risco, que favorece a sua
materilização em danos.
 POO: - Programa de Prevenção Oftalmológico-Ocupacional;
 PPAI: - Programa de Prevenção à AIDS;
 PPAL: - Programa de Prevenção ao Alcoolismo;
 PPD: - Programa de Prevenção às Drogas;
 PPR:

- Programa de Proteção Respiratória.


 PPRA:

- Plano de Prevenção de Riscos Ambientais.


 PPS: - Programa de Prevenção do “Stress”;
 Preparado:

- De acordo com a NBR 14725, é uma mistura ou solução composta de duas ou mais
substâncias.
33
 RAO: - Registro e Análise de Ocorrências;
 RIMA - Relatório de Impacto Ambiental;
 Risco (Hazard) - Uma ou mais condições de uma variável com o potencial necessário para
causar danos. Esses danos podem ser entendidos como lesões as pessoas, danos a
equipamentos e instalações, danos ao meio ambiente, perda de material em processo, ou
redução da capacidade de produção. Havendo um risco, persistem as possibilidades de
efeitos adversos.
 Risco:

- Possibilidade de perda material ou humana.


 RÓTULOS DE RISCO:

- Estes são etiquetas, na forma de losango, que estampam os símbolos e/ou expressões
emolduradas, referentes à natureza, manuseio ou identificação do produto.Devem ser afixados
em local de fácil visualização,no lado externo do caminhão, conjuntamente com o respectivo
painel de segurança.
 SESMT:

- Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (NRs 4 e 27).


 SEST: - Serviço Especializado em Segurança e Saúde no Trabalho Coletivo;
 Sinistro:

- Ocorrência de prejuízo ou dano,causado por incêndio ou acidente,em algum bem.


 SIPAT:

- Semana Interna de Prevenção de Acidentes no Trabalho.Uma das atribuições da CIPA é


promovê-la anualmente,em conjunto com o SESMT( Serviços Especializados em Segurança e
Medicina do Trabalho).
 SIT:

- Secretaria de Inspeção do Trabalho.

 Segurança - É freqüentemente definida como isenção de riscos. Entretanto, é praticamente


impossível a eliminação completa de todos os riscos. Segurança é, portanto, um
compromisso acerca de uma relativa proteção de exposição a riscos. É o antônimo de
perigo.
 SSO – Segurança e Saúde Ocupacional
 SST – Segurança e Saúde no Trabalho
 Risco (Risk) - Expressa uma probabilidade de possíveis danos dentro de um período
específico de tempo ou número de ciclos operacionais.
• Incerteza quanta à ocorrência de um determinado evento.
• Chance de perda que uma empresa pode sofrer por causa de um acidente ou série de
acidentes.

 Perdas - É o prejuízo sofrido por uma organização, sem garantia de ressarciamento por
Seguro ou outros meios.

 Sinistro - É o prejuízo sofrido por uma organização, sem garantia de ressarciamento por
Seguro ou outros meios.
34
 Incidente - Qualquer evento ou fato negativo com potencial para provocar danos. É também
chamado de quase-acidente.

6 ) - Aspectos complementares, Fatos e Procedimentos utilizados na Segurança do Trabalho:

 Acidente do Trabalho;

 Causas dos Acidentes do Trabalho;

 Inspeção de Segurança;

 Gestão de Riscos;

 Gestão de Emergências;

 Investigações do Acidente do Trabalho;

 Riscos Ambientais e Profissionais;

 Técnicas de Análise de Riscos de Acidente do Trabalho;

 Calculos relativos a Taxa Frequência – T F e da Taxa de Gravidade T G;

 Treinamento de pessoal;

 Campanhas de Segurança;

 EPIs – Equipamentos de Proteção Individual;

 Primeiros Socorros;

 Prevenção e Combate a Incêndios;

 Segurança em Instalações Elétricas;

 PPRA - Programas de Prevenção de Riscos Ambientais;

 Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho – SESMT;

 PCMSO – Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional;

Etc.
35

7 ) - Leis, Portarias e Normas:

Seguindo a programação do curso anteriormente referida, ( Ver item 3.3 – Situação


Atual em termos das Leis, Normas, Portarias e Regulamentações), vejamos aqui algumas
informações básicas sobre Leis, Portarias e Normas.

Obs.:

- Transcreveremos somente os títulos e sub-títulos, o texto integral será colocado


em anexo.

Lei n. 0 6.514, de 22 de janeiro de 1977 - (D.O.U. 23.12.1977):

Esta lei altera o Capítulo V do Título I I da Consolidação das Leis do


Trabalho - CLT , relativo à Segurança e Medicina do trabalho e dá outras providências.

O Presidente da república . Faço saber que o Congresso Nacional decreta e


eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1 0 O Capítulo V do Título II da Consolidação das Leis do Trabalho -


CLT, aprovada pelo Decreto-lei n 0 5.452 , de 1 0 de maio de 1943 , passa a vigorar com a
seguinte redação (simplificada):

Capítulo V
DA SEGURANÇA E DA MEDICINA DO TRABALHO

Seção I
Disposições Gerais

Art. 154 até art. 159

Seção I I
Da Inspeção Prévia e do Embargo ou Interdição

Art. 160 e 161

Seção I I I
Dos Órgãos de Segurança e da Medicina do trabalho nas empresas

Art. 162 até art. 165

Seção I V
Do Equipamento de Proteção Individual

Art. 166 e 167

Seção V
Das Medidas Preventivas de Medicina do Trabalho
36
Art. 168 e 169

Seção VI
Das Edificações

Art. 170 até art. 174

Seção VII
Da Iluminação

Art. 175

Seção VIII
Do Conforto Térmico

Art. 176 até art. 178

Seção IX
Das Instalações Elétricas

Art. 179 - O Ministério do Trabalho disporá sobre as condições de


segurança e as medidas especiais a serem observadas relativamente as instalações
elétricas, em qualquer das fases de produção, transmissão, distribuição ou consumo de
energia,

Art. 180 - Somente profissional qualificado poderá instalar, operar,


inspecionar ou reparar instalações elétricas.

Art. 181 - Os que trabalharem em serviços de eletricidade ou instalações


elétricas devem estar familiarizados com os métodos de socorro a acidentados por choque
elétrico.

Seção X

Da Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais

Art. 182 e art. 183

Seção XI
Das Máquinas e Equipamenros

Art. 184 até art. 186

Seção XII
Das Caldeiras, Fornos e recipientes sob Pressão

Art. 187 e art. 188

Seção XIII
Das Atividades Insalubres ou Perigosas

Art. 189 até art. 197


37
Seção XIV
Da Prevenção da fadiga

Art. 198 e art. 199

Seção XV
Das Outras Medidas Especiais de Proteção

Art. 200

Seção XVI
Das Penalidades

Art. 201 e art. 2 até art. 5

.
.
.

Ernesto Geisel

Observação: - Vejam os textos completos nas pgs. em anexo ou nas pgs. 11 até 19
do livro Segurança e Medicina do Trabalho – São Paulo - Editora Atlas S. A. - 2001 ou em
demais obras já publicadas.
38

8 ) - Normas Regulamentadoras – N R

As Normas Regulamentadoras – NR são fundamentais para execução e o exercício da


Higiene e Segurança do Trabalho.

As Normas Regulamentadoras – NR complementadas com a aplicação das Normas


Técnicas correspondentes servem para nortear as principais ações preventivas e de
fiscalização indicadas de serem tomadas nas mais diversas áreas que formam o Universo
da Higiene e Segurança do Trabalho nas Empresas.

8.1 ) - Transcrição da Portaria n o 3.214 de 08.06.1978 a qual regulamenta as Normas


Regulamentadoras – N R:

Ministério do Trabalho – Gabinete do Ministro

Portaria n o 3.214 de 8 .06.1978:

Aprova as Normas Regulamentadoras – N R - do Capítulo V , Título II , da


Consolidação das Leis do Trabalho , relativas à Segurança e Medicina do Trabalho

O MINISTRO DO ESTADO, no uso de suas atribuições legais, considerando o


disposto no artigo 200, da Consolidação das Leis do Trabalho, com redação dada pela
Lei n 0 6.514 , de 22 de dezembro de 1977,

RESOLVE:

Art. 1 0 Aprovar as Normas Regulamentadoras - N R - do Capítulo V , Título II , da


Consolidação das Leis do Trabalho , relativas à Segurança e Medicina do Trabalho:

Normas regulamentadoras:

- NR – 1 / Disposições gerais;

- NR - 2 / Inspeção prévia ;

- NR - 3 / Embargo e interdição;

- NR – 4 / Serviço Especializado em Segurança e Medicina do


Trabalho - SESMT;

- NR – 5 / Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA;

- NR – 6 / Equipamento de Proteção Individual – EPI;

- NR – 7 / Exames Médicos;

- NR – 8 / Edificações;
39

- NR – 9 / Riscos Ambientais;

- NR – 10 / Instalações e Serviços de Eletricidade;

- NR – 11 / Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de


Materiais;

- NR – 12 / Máquinas e Equipamentos;

- NR – 13 / Vasos sob Pressão;

- NR – 14 / Fornos;

- NR – 15 / Atividades e Operações Insalubres;

- NR – 16/ Atividades e Operações Perigosas;

- NR – 17 / Ergonomia;

- NR – 18 / Obras de Construção, Demolição e Reparos;

- NR – 19 / Explosivos;

- NR – 20 / Combustíveis Líquidos e Inflamáveis;

- NR – 21 / Trabalho a Céu Aberto;

- NR – 22 / Trabalho Subterrâneos;

- NR – 23 / Proteção contrra Incêndios;

- NR – 24 / Condições Sanitárias dos Locais de Trabalho;

- NR – 25 / Resíduos Industriais;

- NR – 26/ Sinalização de Segurança;

- NR – 27 / Registro de Profissionais;

- NR – 28 / Fiscalização e Penalidades;

- NR - 29 / Segurança e Saúde no Trabalho Portuário ( Elaborada posteriormente conf.


Port. n o 53 de 17.12.1997).

Art. 2 0 As alterações posteriores, decorrentes da experiência e necessidade, serão


baixadas pela Secretaria de Segurança e Medicina do trabalho.

- Art. 2 0 revigorado pela Portaria n 0 3.144 , de 2 – 5 - 1989 .

Art. 3 0 Ficam revogadas as Portarias MTIC . . . ... ...

Art. 4 0 As dúvidas suscitadas e os casos omissos serão decididos pela Secretaria de


Segurança e Medicina do Trabalho.
40
0 0
- Art. 4 revigorado pela Portaria n 3.144 de 2 – 5 – 1989

Art. 5 0 Esta Portaria entrará em vigor na data de sua publicação.

Arnaldo Prieto

8.2 ) – Resumo das Normas Regulamentadoras - NR´s:

A seguir, de uma forma introdutória, colocamos um resumo geral das NR´s , as quais
posteriormente devem ser estudadas uma a uma mais detalhadamente.

Outro ponto a salientar é de que estas normas periodicamente são revisadas e colocadas para
consulta pública antes de uma nova publicação.

NR1 - Disposições Gerais


Determina que as Normas Regulamentadoras, relativas à Segurança e Medicina do Trabalho,
obrigatoriamente, deverão ser cumpridas por todas as empresas privadas e públicas, desde
que possuam empregados celetistas.
Determina, também, que o Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho é o órgão
competente para coordenar, orientar, controlar e supervisionar todas as atividades inerentes.
Dá competência às DRT´s regionais, determina as responsabilidades do empregador e a
responsabilidade dos empregados.

NR2 - Inspeção Prévia


Determina que todo estabelecimento novo deverá solicitar aprovação de suas instalações ao
órgão regional do Ministério do Trabalho e Emprego, que emitirá o CAI - Certificado de
Aprovação de Instalações, por meio de modelo pré-estabelecido.

NR3 - Embargo ou Interdição


A DRT poderá interditar/embargar o estabelecimento, as máquinas, setor de serviços se os
mesmos demonstrarem grave e iminente risco para o trabalhador, mediante laudo técnico, e/ou
exigir providências a serem adotadas para prevenção de acidentes do trabalho e doenças
profissionais.
Caso haja interdição ou embargo em um determinado setor, os empregados receberão os
salários como se estivessem trabalhando.

NR4 - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho -


SESMT
A implantação do SESMT depende da gradação do risco da atividade principal da empresa
41
conforme os dados da Classificação Nacional de Atividades Econômicas - CNAE e do número
total de empregados do estabelecimento (Quadro II ).

Dependendo desses elementos o SESMT deverá ser composto por um Engenheiro de


Segurança do Trabalho, um Médico do Trabalho, Enfermeiro do Trabalho, Auxiliar de
Enfermagem do Trabalho, Técnico de Segurança do Trabalho, todos empregados da empresa.
Atualmente, esta Norma está sendo revista pela Comissão Tripartite Paritária Permanente. A
nova NR4 - Sistema Integrado de Prevenção de Riscos do Trabalho, pela Portaria nº 10, de 6
de abril de 2000.
As novidades são os serviços terceirizados, o SEST próprio, o SEST coletivo e a
obrigatoriedade de todo estabelecimento, mesmo com um empregado, ser obrigado a participar
do programa.
NR5 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA
Todas empresas privadas, públicas, sociedades de economia mista, instituições beneficentes,
cooperativas, clubes, desde que possuam empregados celetistas, dependendo do grau de
risco da empresa e do número mínimo de 20 empregados são obrigadas a manter a CIPA.

Este dimensionamento depende da Classificação Nacional de Atividades Econômicas - CNAE,


que remete a outra listagem de número de empregados.
Seu objetivo é a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, tornando
compatível o trabalho com a preservação da saúde do trabalhador.

A CIPA é composta de um representante da empresa - Presidente (designado) e


representantes dos empregados, eleitos em escrutínio secreto, com mandato de um ano e
direito a uma reeleição e mais um ano de estabilidade.

NR6 - Equipamentos de Proteção Individual – EPI´s


As empresas são obrigadas a fornecer aos seus empregados Equipamentos de Proteção
Individual – EPI´s, destinados a proteger a saúde e a integridade física do trabalhador.
Todo equipamento deve ter o CA - Certificado de Aprovação do Ministério do Trabalho e
Emprego e a Empresa que importa EPIs também deverá ser registrada junto ao Departamento
de Segurança e Saúde do Trabalho, existindo para esse fim todo um processo administrativo.

NR7 - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO


Este programa trata dos exames médicos obrigatórios para as empresas.
São eles exame admisisional, exame periódico, de retorno ao trabalho, de mudança de função,
demissional e exames complementares, dependendo do grau de risco da empresa, ou
empresas que trabalhem com agentes químicos, ruídos, radiações ionizantes, benzeno etc., a
critério do médico do trabalho e dependendo dos quadros na própria NR7 , bem como, na
NR15, existirão exames específicos para cada risco que o trabalho possa gerar.

NR8 - Edificações
Esta norma define os parâmetros para as edificações, observando-se a proteção contra a
42
chuva, insolação excessiva ou falta de insolação. Deve-se observar as legislações pertinentes
nos níveis federal, estadual e municipal.

NR9 - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA


Esta norma objetiva a preservação da saúde e integridade do trabalhador, através da
antecipação, avaliação e controle dos riscos ambientais existentes, ou que venham a existir no
ambiente de trabalho, tendo em vista a proteção ao Meio Ambiente e aos Recursos Naturais.
Leva-se em conta os Agentes FÍSICOS, QUÍMICOS e BIOLÓGICOS, além desses agentes,
destacamos também, os Riscos Ergonômicos e os Riscos Mecânicos.
É importante manter esses dados no PPRA, a fim de as empresas não sofrerem ações de
natureza civil por danos causados ao trabalhador, mantendo-se atualizados os Laudos
Técnicos e o Perfil Profissiográfico Previdenciário.

NR10 - Instalações e Serviços de Eletricidade


Trata das condições mínimas para garantir a segurança daqueles que trabalham em
instalações elétricas, em suas diversas etapas, incluindo projeto, execução, operação,
manutenção, reforma e ampliação, incluindo terceiros e usuários.
Esta Norma encontra-se atualmente sob consulta pública para efeito da sua revisão.

NR11 - Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais


Destina-se a Operação de Elevadores, Guindastes, Transportadores Industriais e Máquinas
Transportadoras.

NR12 - Máquinas e Equipamentos


Determina as instalações e áreas de trabalho; distâncias mínimas entre as máquinas e os
equipamentos; dispositivos de acionamento, partida e parada das máquinas e equipamentos.
Contém Anexos para o uso de Moto-serras, Cilindros de Massa etc.
No Estado de São Paulo, as empresas devem observar a Convenção Coletiva para Melhoria
das Condições de Trabalho em Prensas e Equipamentos Similares, Injetoras de Plásticos e
Tratamento Galvânico de Superfícies nas Indústrias Metalúrgicas no Estado de São Paulo,
assinada em 29.11.02, em vigência a partir de 28.01.03.

NR13 - Caldeiras e Vasos de Pressão


É de competência do Engenheiro especializado nas atividades referentes a projeto de
construção, acompanhamento de operação e manutenção, inspeção e supervisão de inspeção
de caldeiras e vasos de pressão.
Norma que exige treinamento específico para os seus operadores, contendo várias
classificações e categorias, nas especialidades, devido, principalmente, ao seu elevado grau
de risco.
43
NR14 - Fornos
Define os parâmetros para a instalação de fornos; cuidados com gases, chamas, líquidos.
Deve-se observar as legislações pertinentes nos níveis federal, estadual e municipal.

NR15 - Atividades e Operações Insalubres


Considerada atividade insalubre, a exemplo da NR16-Atividades Perigosas, quando ocorre
além dos limites de tolerância, isto é intensidade, natureza e tempo de exposição ao agente,
que não causará dano a saúde do trabalhador, durante a sua vida laboral.
As atividades insalubres estão contidas nos anexos da Norma e são considerados os agentes:
Ruído contínuo ou permanente; Ruído de Impacto; Tolerância para Exposição ao Calor;
Radiações Ionizantes; Agentes Químicos e Poeiras Minerais.
Tanto a NR15 quanto a NR16 dependem de perícia, a cargo do médico ou do engenheiro do
trabalho, devidamente credenciado junto ao Ministério do Trabalho e Emprego.

NR16 - Atividades e Operações Perigosas


Também considerada quando ocorre além dos limites de tolerância.
São as atividades perigosas aquelas ligadas a Explosivos, Inflamáveis e Energia Elétrica.

NR17 - Ergonomia
Esta norma estabelece os parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às
características psicofisiológicas, máquinas, ambiente, comunicações dos elementos do
sistema, informações, processamento, tomada de decisões, organização e conseqüências do
trabalho.
Observe-se que as LER - Lesões por Esforços Repetitivos, hoje denominada DORT - Doença
Osteomuscular, relacionada ao trabalho constituem o principal grupo de problemas à saúde,
reconhecidos pela sua relação laboral. O termo DORT é muito mais abrangente que o termo
LER, constante hoje das relações de doenças profissionais da Previdência.

NR18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção - PCMAT


O Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção - PCMAT
eqüivale ao “PPRA” da Construção Civil.
Resume-se no elenco de providências a serem executadas, em função do cronograma de uma
obra, levando-se em conta os riscos de acidentes e doenças do trabalho e as suas respectivas
medidas de segurança.

NR19 - Explosivos
Determina parâmetros para o depósito, manuseio e armazenagem de explosivos.
44
NR20 - Líquidos Combustíveis e Inflamáveis
Define os parâmetros para o armazenamento de combustíveis e inflamáveis.

NR21 - Trabalho a céu aberto


Define o tipo de proteção aos trabalhadores que trabalham sem abrigo, contra intempéries
(insolação, condições sanitárias, água etc.).

NR22 - Trabalhos subterrâneos


Destina-se aos trabalhos em minerações subterrâneas ou a céu aberto, garimpos,
beneficiamento de minerais e pesquisa mineral.
Nesses trabalhos é necessário ter um médico especialista em condições hiperbáricas. Esta
atividade possui várias outras legislações complementares.

NR23 - Proteção contra Incêndios


Todas as empresas devem possuir proteção contra incêndio; saídas para retirada de pessoal
em serviço e/ou público; pessoal treinado e equipamentos. As empresas devem observar as
normas do Corpo de Bombeiros sobre o assunto.

NR24 - Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais do Trabalho


Todo estabelecimento deve atender as denominações desta norma, que o próprio nome
contempla. Cabe a CIPA e/ou ao SESMT, se houver, a observância desta norma. Deve-se
observar, também, nas Convenções Coletivas de Trabalho de sua categoria se existe algum
item sobre o assunto.

NR25 - Resíduos Industriais


Trata da eliminação dos resíduos gasosos, sólidos, líquidos de alta toxidade, periculosidade,
risco biológico, radioativo, a exemplo do césio em Goiás. Remete às disposições contidas na
NR15 e legislações pertinentes nos níveis federal, estadual e municipal.

NR26 - Sinalização de Segurança


Determina as cores na segurança do trabalho como forma de prevenção evitando a distração,
confusão e fadiga do trabalhador, bem como cuidados especiais quanto a produtos e locais
perigosos.

NR27 - Registro Profissional do Técnico de Segurança no Ministério do Trabalho e


Emprego
Todo técnico de segurança deve ser portador de certificado de conclusão do 2º grau de Técnico
de Segurança e Saúde no Trabalho, com currículo do Ministério do Trabalho e Emprego,
devidamente registrado através das DRT´s regionais.
45
NR28 - Fiscalização e Penalidades
Toda norma regulamentadora possui uma gradação de multas, para cada item das normas.
Estas gradações são divididas por número de empregados, risco na segurança e risco em
medicina do trabalho.
O agente da fiscalização, baseado em critérios técnicos, autua o estabelecimento, faz a
notificação, concede prazo para a regularização e/ou defesa.
Quando constatar situações graves e/ou iminentes ao risco à saúde e à integridade física do
trabalhador propõe à autoridade regional a imediata interdição do estabelecimento.

NR29 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Portuário:


Tem por objetivo Regular a proteção obrigatória contra acidentes e doenças profissionais,
facilitar os primeiro socorros a acidentados e alcançar as melhores condições possíveis de
segurança e saúde aos trabalhadores portuários. As disposições contidas nesta NR aplicam-se
aos trabalhadores portuários em operações tanto a bordo como em terra, assim como aos
demais trabalhadores que exerçam atividades nos portos organizados e instalações portuárias
de uso privativo e retroportuárias, situadas dentro ou fora da área do porto organizado. A sua
existência jurídica está assegurada em nível de legislação ordinária, através da Medida
Provisória n° 1.575-6, de 27/11/97, do artigo 200 da CLT, o Decreto n° 99.534, de 19/09/90 que
promulga a Convenção n° 152 da OIT.

NR30 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário (consulta


pública):
Aplica-se aos trabalhadores de toda embarcação comercial utilizada no transporte de
mercadorias ou de passageiros, na navegação marítima de longo curso, na cabotagem, na
navegação interior, no serviço de reboque em alto-mar, bem como em plataformas marítimas e
fluviais, quando em deslocamento, e embarcações de apoio marítimo e portuário. A
observância desta Norma Regulamentadora não desobriga as empresas do cumprimento de
outras disposições legais com relação à matéria e outras oriundas de convenções, acordos e
contratos coletivos de trabalho.

NR31 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços


Confinados (consulta pública):
Tem como objetivo estabelecer os requisitos mínimos para identificação de espaços
confinados, seu reconhecimento, monitoramento e controle dos riscos existentes, de forma a
garantir permanentemente a segurança e saúde dos trabalhadores.
46
Espaço confinado é qualquer área não projetada para ocupação humana que possua
ventilação deficiente para remover contaminantes, bem como a falta de controle da
concentração de oxigênio presente no ambiente.

NR32 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho em


Estabelecimentos de Assistência à Saúde. (consulta pública):
Tem por finalidade estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de medidas de
proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores em estabelecimentos de assistência à
saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em
geral.

Normas Regulamentadoras Rurais:

NRR1 - Disposições Gerais:


Estabelece os deveres dos empregados e empregadores rurais no tocante à prevenção de
acidentes do trabalho e doenças ocupacionais. A sua existência jurídica é assegurada por
meio do artigo 13 da Lei nº. 5.889, de 8 de junho de 1973.

NRR2 - Serviço Especializado em Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural -


SEPATR:
Estabelece a obrigatoriedade para que as empresas rurais, em função do número de
empregados que possuam, organizem e mantenham em funcionamento serviços
especializados em Segurança e Medicina do Trabalho, visando à prevenção de acidentes
do trabalho e doenças ocupacionais no meio rural. A sua existência jurídica é assegurada
por meio do artigo 13 da Lei nº. 5.889, de 8 de junho de 1973.

NRR3 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural - CIPATR:


Estabelece para o empregador rural, a obrigatoriedade de organizar e manter em
funcionamento uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes. A sua existência jurídica
é assegurada por meio do artigo 13 da Lei nº. 5.889, de 8 de junho de 1973.

NRR4 - Equipamento de Proteção Individual - EPI:


Estabelece a obrigatoriedade para que os empregadores rurais forneçam, gratuitamente, a
seus empregados Equipamentos de Proteção Individual adequados ao risco e em perfeito
estado de conservação, a fim de protege-los dos infortúnios laborais. A sua existência
jurídica é assegurada por meio do artigo 13 da Lei nº. 5.889, de 8 de junho de 1973.
47

NRR5 - Produtos Químicos:


Estabelece os preceitos de Segurança e Medicina do Trabalho rural a serem observados
no manuseio de produtos químicos, visando à prevenção de acidentes do trabalho e
doenças ocupacionais. A sua existência jurídica é assegurada por meio do artigo 13 da Lei
nº. 5.889, de 8 de junho de 1973.

8.3 ) - Estrutura de pessoal necessária para compor a Gerência de Segurança em uma


Empresa:

A estrutura de pessoal de um Departamento ou de uma Gerência de Segurança em uma


Empresa varia de uma empresa para outra de acordo com as características e padrões
internos e políticos de cada empresa.

Contudo a obrigatoriedade do cumprimento ao estabelecido nas diversas Normas


Regulamentadoras acima mencionadas, direta ou indiretamente impõem uma estrutura mínima
de pessoal qualificado.

Exemplos:

 A NR-4 / Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho – SESMT,


conforme as características e condições da Empresa, exige o emprego do seguinte quadro
de pessoal:

a) Engenheiro de Segurança do Trabalho - engenheiro ou arquiteto portador de


certificado de conclusão de curso de especialização em Engenharia de Segurança do
Trabalho, em nível de pós-graduação;
b) Médico do Trabalho - médico portador de certificado de conclusão de curso de
especialização em Medicina do Trabalho, em nível de pós-graduação, ou portador de
certificado de residência médica em área de concentração em saúde do trabalhador ou
denominação equivalente, reconhecida pela Comissão Nacional de Residência Médica,
do Ministério da Educação, ambos ministrados por universidade ou faculdade que
mantenha curso de graduação em Medicina;
c) Enfermeiro do Trabalho - enfermeiro portador de certificado de conclusão de curso de
especialização em Enfermagem do Trabalho, em nível de pós-graduação, ministrado por
universidade ou faculdade que mantenha curso de graduação em enfermagem;
d) Auxiliar de Enfermagem do Trabalho - auxiliar de enfermagem ou técnico de
enfermagem portador de certificado de conclusão de curso de qualificação de auxiliar de
enfermagem do trabalho, ministrado por instituição especializada reconhecida e
autorizada pelo Ministério da Educação;
e) Técnico de Segurança do Trabalho: técnico portador de comprovação de registro
profissional expedido pelo Ministério do Trabalho.

 De outro lado a NR-5 / Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA exige a


constituição de uma comissão formada por representantes dos empregadores e
representantes dos empregados, dimensionada de acordo com as características das
empresas.
48

 A NR – 23 / Proteção contra Incêndios por sua vez, exige que hajam pessoas adestradas
no uso correto dos equipamentos de combate a incêndios.

Em geral o atendimento as exigências das diversas Normas Regulamentadoras demanda o


emprego de um pessoal técnico e qualificado numa vasta gama de especialidades
profissionais, como por exemplo, o caso da NR – 13 Caldeiras e Vasos de Pressão.

9 ) - Normas Técnicas aplicadas em Instalações e Serviços de Eletricidade:

As Normas Regulamentadoras apontadas no item anterior aplicam-se ao exercício legal


da matéria no que se refere a Segurança e Medicina do Trabalho, todavia para sua aplicação,
conforme seu próprio conteúdo demonstra, faz-se necessário a consulta de Normas Técnicas
específicas, nacionais ou estrangeiras, de acordo com os diversos itens e matérias indicadas.

9.1 ) - Aspectos técnicos ligados aos novos Projetos, a Fabricação, a Montagem, a Operação
e a Manutenção ou seja ao ciclo de vida de uma instalação:

Relacionamos abaixo algumas das principais Normas Técnicas, e procedimentos utilizados


nos Projetos, nas Instalações, na Operação e na Manutenção de Instalações Elétricas em
geral, especificamente os ligados a Segurança e Proteção das pessoas e das Instalações, tais
como:

– NB - 3 / Execução de Instalações Elétricas de Baixa Tensão;

– NBR – 5410 / 1990 / Instalações Elétricas de Baixa Tensão;

– NB - 79 / Execução de Instalações Elétricas de Alta Tensão;

– NBR – 5414 / Instalações Elétricas de Alta Tensão;

- NBR 14039 / Instalações Elétricas de Alta Tensão;

- NBR – 5418 / Instalações Elétricas em Atmosferas Explosivas;

- NBR – 5419 / Proteção de Edificações contra Descargas Elétricas


Atmosféricas;

- NBR 5363 – Equipamentos Elétricos para Atmosferas Explosivas –


Invólucros à prova de explosão – Tipo de Proteção “d ” - Especificação;

- NBR 5420 – Equipamentos Elétricos para Atmosferas Explosivas – Invólucros


com Pressurização ou Diluição Contínua – Tipo de Proteção “p ” Especificação;

- NBR 8370 - Equipamentos Elétricos para Atmosferas Explosivas -


Terminologia;

- NBR 8447 - Equipamentos Elétricos para Atmosferas Explosivas de


Segurança Intrínsica – Tipo de Proteção “i “ - Especificação;

- NBR 9883 - Equipamentos Elétricos para Atmosferas Explosivas


de Segurança Aumentada – Tipo de Proteção “e “ - Especificação;
49

- NBR 14153 – Segurança Humana em Máquinas.

Além das normas acima referidas faz-se necessário também a consulta a diversas outras
Normas Técnicas existentes, tais como as relacionadas nos diversos livros técnicos publicados,
entre eles, o de Instalações Elétricas, Antonio Bossi e Ezio Sesto, Hemus Editora Ltda, nas
pgs. de Apresentação à Edição Brasileira;

O conhecimento técnico e a tecnologia utilizada por Fornecedores de Equipamentos, Empresas


de Engenharia e de Segurança do Trabalho, Medicina do Trabalho, Concessionárias de
Serviços Públicos e outros também deve ser considerado e assimilado, ou seja, trata-se aqui
do “know now” e do conhecimento acumulado da mais alta valia.

Por exemplo:

9.2 ) - GUIA DE SEGURANÇA NAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS CONF.


RECOMENDAÇÕES DA COPEL

Nas recomendações da COPEL abaixo colocadas temos os procedimentos de segurança para


manutenção em sistemas elétricos em baixa tensão (BT) e alta tensão (AT) .

I. NORMAS ABNT, NR´s e COPEL:

Normas Brasileiras que regulamentam a segurança no trabalho, em instalações elétricas:

Associação Brasileira de Normas Técnicas - www.abnt.org.br

Ministério do Trabalho e Emprego - www.mte.gov.br

Normas Técnicas da COPEL - www.copel.com.br

NR 6 Equipamento de Proteção Individual - EPI (1006.000-7)

Para os fins de aplicação desta norma, considera-se Equipamento de Proteção Individual - EPI
todo dispositivo de uso individual, de fabricação nacional ou estrangeira, destinado a proteger a
saúde e a integridade física do trabalhador.

NR 10 Instalações e Serviços em Eletricidade

Esta norma fixa as condições mínimas exigíveis para garantir a segurança dos empregados
que trabalham em instalações elétricas, em suas diversas etapas, incluindo projeto, execução,
operação, manutenção, reforma, ampliação e a segurança de usuários e terceiros.

NBR 5410 Instalações Elétricas de Baixa Tensão

Esta norma fixa as condições a que devem satisfazer as instalações elétricas de baixa tensão,
a fim de garantir seu funcionamento adequado, a segurança de pessoas e animais domésticos
e a conservação dos bens.

NBR 14039 Instalações Elétricas de Alta Tensão


50
Esta norma fixa as condições exigíveis para o projeto e a execução de instalações elétricas de
altatensão, com tensão nominal de 1,0 kV a 36,2 kV, à frequência industrial, de modo a garantir
segurança e continuidade de serviço

II . EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA RECOMENDADOS

Para garantia de segurança dos profissionais envolvidos no projeto, a COPEL recomenda a


aquisição dos seguintes equipamentos:

EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA INDIVIDUAL (EPI)

· Capacete de segurança com isolamento para eletricidade

. Meia bota isolada

· Óculos de segurança incolor e com proteção contra raios ultravioletas

. Roupas de algodão

· Luvas de borracha isolantes BT e AT

· Luvas de pelica para proteção das luvas de borracha

· Luvas de raspa para trabalhos rústicos

· Cinturão de segurança com talabarte para trabalhos em grandes alturas

EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA COLETIVOS (EPC)

· Vara de manobra isolada

· Conjunto de aterramento temporário

· Detector de tensão

· Cones e banderiolas de sinalização

· Escadas com isolamento próprias para trabalho com eletricidade

Saiba mais sobre equipamentos de segurança:

Associação Brasileira da Industria Elétrica Eletrônica - www.abinee.org.br

Associação Nacional da Industria de Materiais de Segurança e Proteção ao


Trabalho - www.animaseg.com.br
51

III . PROCEDIMENTOS RECOMENDADOS PARA MANUTENÇÃO

INTRODUÇÃO:

Execute as manutenções somente com pessoal capacitado

Efetue a análise de risco da tarefa com os envolvidos e exija a utilização de equipamentos de


proteção e ferramentas adequadas

Nos desligamentos programados ou não programados, o responsável pelo trabalho deve tomar
as providências necessárias à segurança da equipe e de terceiros.

Sempre registre as alterações implementadas no sistema e mantenha os operadores dos


equipamentos informados

Evite adaptações ou alterações das características originais dos equipamentos elétricos

PROCEDIMENTOS:

A COPEL recomenda os seguintes procedimentos para isolamento da área na qual será


executada a intervenção:

PROCEDIMENTOS PRELIMINARES EXECUÇÃO DA TAREFA

1. Quando necessário solicite à COPEL que a COPEL faça o desligamento da unidade (a


ligação telefônica é gratuita)

2. Trave mecanicamente, através de cadeado, as chaves seccionadoras

3. Retire dos cartuchos das chaves fusíveis

4. Bloqueie o religamento remoto de disjuntores

5. Sinalize o poste com placas de advertência: "ATENÇÃO NÃO OPERE ESTE


EQUIPAMENTO"

6. Isole o local com cordas, bandeirolas e cones para delimitar a área

7. Delimite as distâncias mínimas de segurança entre os locais de trabalho e partes


energizadas com sinalização apropriada, levando em consideração o quadro abaixo:

Tensão Nominal (kV) Distância Mínima (metros)

13,8 0,60

34,5 1,00

69,0 1,10

138,0 1,80
52

230,0 2,00

8. Teste a linha ou rede com o uso de detetor de tensão

Obs.: - Antes de efetuar testes elétricos ou abertura de equipamentos elétricos para


manutenção, verifique que a umidade relativa do ar esteja inferior a 70%

9. Instale o conjunto de aterramento temporário na BT e na AT

10. Esteja certo de que todos compreendam o planejamento, e saibam exatamente seu papel
dentro do processo

11. Utilize ferramentas em perfeitas condições de uso e em quantidade suficientes

12. Evite improvisações. Lembre-se que o planejamento serve para evitar problemas durante a
execução do trabalho

13. Faça supervisão constante

14. Faça uma inspeção nas instalações

CONCLUSÃO DOS SERVIÇOS

15. Afaste todas as pessoas das partes que deverão ser energizadas

16. Retire os aterramentos temporários

17. Retire placas de sinalização

18. Recoloque os cartuchos

19. Faça o religamento, ou solicite que a COPEL o faça

20. Retire a sinalização

21. Após a conclusão dos serviços, recolha sobras de materiais que ficarem pelo chão,
evitando que outras pessoas os utilizem inadvertidamente

IV. DICAS

Saiba mais sobre equipamentos de segurança:

Para saber mais sobre segurança na manutenção de instalações elétricas, acesse o Site
www.copel.com.br ou entre em contato com o COPEL
53

10 ) - Perigos, Riscos e Emergências :

10.1 ) – Conceito de Risco:

Ao considerarmos os diversos aspectos abrangidos pela Segurança do Trabalho


imediatamente nos lembramos dos conceitos dos Perigos existentes, dos Riscos, e das
Emergências que ocorrem.

Além disto, não podemos esquecer também da extrema valia que tem o Instinto de
Conservação das Pessoas, o qual adquirimos e trazemos desde as mais remotas épocas da
existência humana.

E´ muito importante também que exerçamos o Espírito de Cidadania, o Profissionalismo e


a Auto-Estima.

No mundo atual somente uma parte dos riscos existentes já foi assimilada e absorvida pelo
Instinto de Conservação das pessoas.

Por exemplo:

Sabemos dos riscos e perigos envolvendo os seguintes casos:

 O risco do Trabalho nas alturas e o risco da queda;

 Os riscos de incêndios e de explosões;

 O perigo de lesões por objetos ou ferramentas de corte;

 O risco do afogamento das pessoas;

 Riscos de Inundações e dos deslizamento de terras;

 Avalanches;

 Terremotos;

 Naufrágios;

 O risco dos raios nas tempestades;

 E muitas diversas outras situações da vida.

Ocorre porém que, ao lado destes riscos e perigos mais conhecidos, existem riscos menos
conhecidos e dominados, principalmente os relativos as novas e mais recentes tecnologias, os
quais devem ser estudados e aprofundados.

Só como exemplo, podemos nos lembrar aqui das seguintes casos:


54

 Da Eletricidade;

 Dos Combustíveis;

 Dos Meios de Transporte;

 Da Aviação;

 Da Energia Atômica;

 Da Bio – Tecnologia;

 E demais outras tantas Tecnologias historicamente recentes.

Relativamente a estas Tecnologias historicamente mais recentes, sob o ponto de vista racional,
até podemos ter informações atualizadas a respeito, mas mesmo assim, o desenvolvimento de
um instinto de auto conservação e segurança, na maioria das pessoas, pode ainda não ter sido
assimilada por completo, no que se refere aos riscos derivados destas novas tecnologias, de
modo que, ficasse estabelecida uma auto defesa primária, natural e instintiva com reações de
conservação rápidas e instantâneas.

Assim, é de máxima importância que se proporcione e execute um Programa de Treinamento,


bem como, o aperfeiçoamento contínuo dos trabalhadores e de todos profissionais que atuam
nas Empresas existentes, de modo que, haja uma grande conscientização de todo o trabalho e
dos meios de proteção necessários, no que se refere a execução do trabalho com Segurança
e Qualidade.

PRINCÍPIOS DE GESTÃO DE RISCOS:

Relativamente a ocorrência dos acidentes, existe um consenso com base na experiência


acumulada dos especialistas quanto a validade dos seguintes princípios:

1 ) – Nas organizações e sociedades, o acidente é um fenômeno de natureza


multifacetada, que resulta de interações complexas entre fatores físicos, químicos,
biológicos, ergonômicos, psicológicos, sociais e culturais;

2 ) – Todos os acidentes podem ser evitados;

3 ) – Um indivíduo sozinho não consegue controlar os riscos envolvidos na sua


atividade;

4 ) – Os acidentes ocorrem porque a mente se envolve tanto com o trabalho que se


esquece do corpo.

Aspectos humanos, técnicos, educacionais e sociais:

Para os que já vivenciaram de perto alguma situação real envolvendo Acidentes do Trabalho
de maior gravidade, não é difícil a compreensão das conseqüências tristes e adversas que
ocorrem com a perda de vida do trabalhador e o sofrimento para seus filhos, esposa e toda a
sua família.
55
No que se refere a Eletricidade, por exemplo, numa Instalação Industrial, em contrapartida com
a movimentação mecânica e dos ruídos diversos presentes nos processos industriais, os quais
estimulam a ficar de alerta, nas Instalações Elétricas, o que mais desperta a nossa atenção é a
movimentação relativamente silenciosa dos motores elétricos.

No entanto, apesar do silêncio, o perigo de choques elétricos, curto-circuitos, incêndios e


explosões está bastante presente nas Subestações, nas Salas de Despacho, nas Cabines de
Distribuição, nos CCMs, nos Painéis Elétricos, nos Quadros de Força, etc.

Aos visitantes ou a alguém que não conheça ou trabalhe numa determinada instalação, que
com a permissão e acompanhado de técnicos habilitados, visitar estas partes de uma
Instalação Elétrica, além do uso dos EPI´s necessários, recomenda-se a manter-se sempre a
distância dos diversos componentes e até a mesmo colocar as duas mãos no bolso, de modo a
não tocar em nada.

E´ muito útil também o efeito provocado pelo Cartaz Admoestador bastante utilizado em
Instalações Elétricas, que é aquele da Caveira com as duas Tíbias cruzadas, com os dizeres
“PERIGO DE MORTE” , o qual normalmente está colocado nas portas dos diversos painéis
elétricos e cabines de força.

Consideremos também os demais avisos e alertas por escrito, como “Proibido a Entrada de
Pessoas não Autorizadas” ou aquele utilizando o símbolo de um Raio, para chamar a atenção
das pessoas que se aproximam das partes de uma Instalação Elétrica, bem como, as
demarcações de área, as quais servem para nos alertar dos perigos que rondam aquela
instalação.

Mesmo com todo o treinamento, o impacto emocional destes símbolos é bastante profundo.

Mais especificamente, o que pretendo colocar é aqui é que em Instalações Elétricas,


comparativamente as demais partes das instalações industriais, seus componentes são
bastante silenciosos e estáticos, de modo que, o risco de certa forma pode passar
despercebido para o trabalhador comum sem um treinamento específico, daí a importância do
uso dos EPI´s e o emprego dos símbolos acima referidos, dos avisos colocados e de toda a
precaução envolvida.

Naturalmente isto só não basta, é preciso também que as instalações sejam executadas
seguindo-se os preceitos recomendados nas Normas Técnicas e das Normas
Regulamentadoras existentes

Em qualquer caso, seja os de Instalações Elétricas mais simples até os de Instalações


Elétricas mais complexas, é da maior importância um enfoque especial de todos os aspectos
ligados a Segurança das Trabalhadores e de todas pessoas ao redor.

Para que tenhamos sucesso nos assuntos ligados a Segurança além de todo o estudo e
formação envolvido necessita-se que haja um grande apoio por parte da hierarquia, além de
uma dedicação e motivação bastante significativa.

Testemunhos dados em reuniões e congressos sempre relatam e enfocam este lado da


questão.

Um risco poderá estar presente, mas deverá haver um baixo nível de perigo, devido às
precauções tomadas.

Assim, um banco de transformadores de alta voltagem possui um risco inerente de


eletrocussão, uma vez que esteja energizado. Há um alto nível de perigo se o banco estiver
56
desprotegido, no meio de uma área de pessoas. O mesmo risco estará presente quando os
transformadores estiverem trancados num cubículo sob o piso. Entretanto, o perigo agora será
mínimo para o pessoal.

Vários outros exemplos poderiam ser citados, para mostrar como os níveis de perigo diferem,
ainda que o risco se mantenha o mesmo.

Incidente

Risco
Exposição(perigo)
Causa Fato Efeitos

Origem: Humana Acidente ou Danos: Humanos,


Material Falha Materiais e
financeiros.

RISCO Uma condição (de uma variável) com potencial para causar danos -
“HAZARD”.

SITUAÇÃO RISCO VARIÁVEL CONDIÇÃO


Trabalho com Queimaduras Temperatura da Temperatura da
chapas aquecidas Chapa chapa muito maior
que a temperatura da
pele.
Trabalho em altura Queda Fatal Altura de Trabalho Altura de trabalho
muito maior que a
altura do indivíduo.

Trabalho em Redução da Dose de Ruído Dose maior que 1 ou


ambiente ruidoso Capacidade Auditiva Diária 100%

Probabilidade de possíveis danos dentro de um período de tempo


RISCO
definido ou ciclos operacionais - “RISK”

PERIGO Parâmetro que caracteriza uma relativa exposição a um risco. É a


exposição que favorece a “materialização”do risco como causa de um
fato catastrófico (acidente) e dos danos resultantes - “DANGER”

PERIGO = ________________
MEDIDAS DE
CONTROLE
57
RISCO
De maneiras figurativa:

Exemplo:

 Situação: Trabalho em desengraxamento de peças com solventes.

 Risco: Intoxicação.

MEDIDAS DE CONTROLE QUANTO À EXPOSIÇÃO AO RISCO: PERÍGO:


 Nenhuma  Alto
 Uso de máscara filtrante ( EPI)  Moderado a
baixo
 Limitação do Tempo de exposição (se viável)  Baixo
 Automatização do processo ( não há necessidade do operador  Praticamente
no recinto). nulo

Resumidamente:

Risco ≡ Perigo ou Possibilidade de perigo;

O Risco de eventos perigosos resulta de 2 fatores:

 Da Frequência com que estes eventos ocorrem e

 Das Consequências destes eventos, tais como:

- Ocorrência de Danos materiais e

- Ocorrência de vítimas, com lesões e/ou mortes.

As ações para minimização dos riscos demandam tempo e portanto exigem estudos e
planejamento.

Portanto temos:

- Risco = Frequência x Consequência


58

10.2 ) - Emergência ≡ Ocorrência de qualquer Situação perigosa ou Situação crítica;

Nestas situações de emergência os fatores de riscos emergem do campo virtual passando para
a situação real e gerando danos e perdas, algumas vezes fatais.

Quando ocorre uma Emergência geralmente temos a ocorrência de uma cadeia de eventos
indesejáveis.

O primeiro evento desta cadeia é chamado evento iniciador ou demanda.

O Controle da emergência compreende das seguintes etapas:

 Detecção;

 Mobilização;

 Intervenção,

ou seja;

 Recomposição da contenção;

 Combate;

 e Defesa

Todas estas ações demandam preparativos, treinamentos, testes ou provas anteriormente


realizados.

O sucesso do combate e do contrôle das emergências dependem da precisão das ações


tomadas e da rapidez com que as mesmas são executadas.

10.3 ) - Segurança ≡ Situação livre de perigo

Segurança = f unção inversamente proporcional ao Risco = f (1 / Risco)


59

11 ) - Técnicas de Identificação de Perigos, Análise e Avaliação de Riscos:

“A classificação do risco é um fator crítico em qualquer situação de Gerenciamento da


Segurança, mas as técnicas que agora estão sendo disponibilizadas, auxiliadas pela crescente
disponibilidade dos Bancos de Dados, permitirão, de agora em diante, a determinação dos
riscos com uma exatidão cada vez maior. Qualquer risco poderá então ser calculado e
otimizado para o bem da comunidade”.

A.J. Herbert (1976)

11.1) – INTRODUÇÃO

11.2 ) - TÉCNICAS DE IDENTIFICAÇÃO DE PERIGOS

 11.2.1. TÉCNICA DE INCIDENTES CRÍTICOS - TIC

 11.2.2. WHAT-IF (WI)

 11.2.3 “BRAINSTORMING”

 11.2.4 “CHECK LIST” – Lista de verificações

11.3 ) – TÉCNICAS DE ANÁLISE DE RISCOS

 11.3.1. ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCOS - APR

 11.3.2. ANÁLISE DE MODOS DE FALHA E EFEITOS - AMFE

 11.3.3. ANÁLISE DE OPERABILIDADE DE PERIGOS - HAZOP

11.4 ) – TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO DE RISCOS

 11.4.1. ANÁLISE DE ÁRVORE DE EVENTOS - AAE

 11.4.2. ANÁLISE POR DIAGRAMA DE BLOCOS - ADB

 11.4.3. ANÁLISE DE CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS - ACC

 11.4.4. ANÁLISE DE ÁRVORE DE FALHAS - AAF

 11.4.5. MANAGEMENT OVERSIGHT AND RISK TREE - MORT

 11.4.6. ANÁLISE COMPARATIVA

 11.4.7. ANÁLISE PELA MATRIZ DAS INTERAÇÕES


60
 11.4.8. INSPEÇÃO PLANEJADA

 11.4.9. REGISTRO E ANÁLISE DE OCORRÊNCIAS - RAO

11.5 ) - INTRODUÇÃO:

Conforme descrito anteriormente, o conforto e desenvolvimento trazidos pela industrialização


produziram também um aumento considerável no número de acidentes, ou ainda das
anormalidades durante um processo devido a obsolescência de equipamentos, máquinas cada
vez mais sofisticadas, etc.

Da preocupação e a necessidade de dar maior atenção ao ser humano, principal bem de uma
organização, além da busca de uma maior eficiência, nasceram primeiramente:

 Controle de Danos;

 Controle Total de Perdas;

E por último,

 A Engenharia de Segurança de Sistemas.

Esta última, surgida com o crescimento e necessidade de segurança total em áreas como
aeronáutica, aeroespacial e nuclear, trouxe valiosos instrumentos para a solução de problemas
ligados à segurança. Com a difusão dos conceitos de perigo, risco e confiabilidade, as
metodologias e técnicas aplicadas pela Segurança de Sistemas, inicialmente utilizadas
somente nas áreas militar e espacial, tiveram a partir da década de 70 uma aplicação quase
que universal na solução de problemas de engenharia em geral.

As principais técnicas difundidas pela Engenharia de Segurança de Sistemas classificadas


segundo a finalidade a que se propõem, são descritas neste capítulo.

11.6 ) - TÉCNICAS DE IDENTIFICAÇÃO DE PERIGOS:

11.6.1. TÉCNICA DE INCIDENTES CRÍTICOS (TIC)

A Técnica de Incidentes Críticos, também conhecida em português como "Confissionário" e em


inglês como "Incident Recall", é uma análise operacional, qualitativa, de aplicação na fase
operacional de sistemas, cujos procedimentos envolvem o fator humano em qualquer grau.
E´ um método para identificar erros e condições inseguras que contribuem para a ocorrência
de acidentes com lesões reais e potenciais, onde se utiliza uma amostra aleatória estratificada
de observadores-participantes, selecionados dentro de uma população.

A TIC possui grande potencial, principalmente naquelas situações em que deseja-se identificar
perigos sem a utilização de técnicas mais sofisticadas e ainda, quando o tempo é restrito. A
técnica têm como objetivo a detecção de incidentes críticos e o tratamento dos riscos que os
mesmos representam.

Os observadores-participantes são selecionados dentre os principais departamentos da


empresa, procurando representar as diversas operações da mesma dentro das diferentes
categorias de risco. Um entrevistador os interroga e os incita a recordar e descrever os
61
incidentes críticos, ou seja, os atos inseguros que tenham cometido ou observado, e ainda
condições inseguras que tenham lhes chamado a atenção. Os observadores-participantes
devem ser estimulados a descrever tantos incidentes críticos quantos possam recordar, sendo
necessário para tal colocar a pessoa à vontade procurando, entretanto, controlar as
divagações. A existência de um setor de apoio psicológico seria de grande utilidade durante a
aplicação da técnica.

Os incidentes pertinentes, descritos pelos entrevistados, devem ser transcritos e classificados


em categorias de risco, definindo a partir daí as áreas-problema, bem como a priorização das
ações para a posterior distribuição dos recursos disponíveis, tanto para a correção das
situações existentes como para prevenção de problemas futuros.

Esta técnica deve ser aplicada periodicamente, reciclando os observadores - participantes a fim
de detectar novas áreas - problemas, e ainda para aferir a eficiência das medidas já
implementadas.

Estudos realizados por William E. Tarrants apud DE CICCO e FANTAZZINI (1994c) revelam
que a TIC detecta fatores causais, em termos de erros e condições inseguras, que conduzem
tanto a acidentes com lesão como a acidentes sem lesão e ainda, identifica as origens de
acidentes potencialmente com lesão.

Assim sendo, a técnica descrita, por analisar os incidentes críticos, permite a identificação e
exame dos possíveis problemas de acidentes antes de que o mesmo ocorra, ao invés de após
a ocorrência do mesmo, tanto em termos das consequências com danos à propriedade como
na produção de lesões.

11.6.2.” WHAT-IF” (WI)

O procedimento “What-If” é uma técnica de análise geral, qualitativa, cuja aplicação é bastante
simples e útil para uma abordagem em primeira instância na detecção exaustiva de riscos,
tanto na fase de processo, projeto ou pré - operacional, não sendo sua utilização unicamente
limitada às empresas de processo.

A finalidade do “What-If” é testar possíveis omissões em projetos, procedimentos e normas e


ainda aferir comportamento, capacitação pessoal e etc. nos ambientes de trabalho, com o
objetivo de proceder a identificação e tratamento de riscos.

A técnica se desenvolve através de Reuniões de Questionamento entre duas equipes. Os


questionamentos englobam procedimentos, instalações, processo da situação analisada.
A equipe questionadora é a conhecedora e familiarizada com o sistema a ser analisado,
devendo a mesma formular uma série de quesitos com antecedência, com a simples finalidade
de guia para a discussão.

Para a aplicação o “What-If” utiliza-se de uma sistemática técnico -administrativa que inclui
princípios de dinâmica de grupo, devendo ser utilizado periodicamente. A utilização periódica
do procedimento é o que garante o bom resultado do mesmo no que se refere à revisão de
riscos do processo.

Da aplicação do “What-If” resultam uma revisão de um largo espectro de riscos, bem como a
geração de possíveis soluções para os problemas levantados, além disso, estabelece um
consenso entre as áreas de atuação como produção, processo e segurança quanto à forma
mais segura de operacionalizar a planta. O relatório do procedimento fornece também um
material de fácil entendimento que serve como fonte de treinamento e base para revisões
futuras.
62

Segundo DE CICCO e FANTAZZINI (1994b), nas culturas empresarias mais eficientes no


controle de riscos, os procedimentos dos departamentos técnicos e as equipes de análise
produzem revisões rápida e eficientemente. Os mesmos autores sugerem, ainda, alguns
passos básicos quando da sua aplicação:

a) Formação do comitê de revisão: montagens das equipes e seus integrantes;

b) Planejamento prévio: planejamento das atividades e pontos a serem abordados na aplicação


da técnica;

c) Reunião Organizacional: com a finalidade de discutir procedimentos, programação de novas


reuniões, definição de metas para as tarefas e informação aos integrantes sobre o
funcionamento do sistema sob análise;

d) Reunião de revisão de processo: para os integrantes ainda não familiarizados com o sistema
em estudo;

e) Reunião de formulação de questões: formulação de questões "O QUE - SE...", começando


do início do processo e continuando ao longo do mesmo, passo a passo, até o produto
acabado colocado na planta do cliente;

f) Reunião de respostas às questões (formulação consensual): em sequência à reunião de


formulação das questões, cabe a responsabilidade individual para o desenvolvimento de
respostas escritas às questões. As respostas serão analisadas durante a reunião de resposta
às questões, sendo cada resposta categorizada como: - resposta aceita pelo grupo tal como
submetida; - resposta aceita após discussão e/ou modificação; - aceitação postergada, em
dependência de investigação adicional. O consenso grupal é o ponta chave desta etapa, onde
a análise de riscos tende a se fortalecer;

g) Relatório de revisão dos riscos do processo: o objetivo é documentar os riscos identificados


na revisão, bem como
registrar as ações recomendadas para eliminação ou controle dos mesmos.

11.7 ) - TÉCNICAS DE ANÁLISE DE RISCOS:

11.7.1. ) - ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCOS (APR) – “Preliminary Hazard Analysis” (PHA)

Também chamada de Análise Preliminar de Perigos (APP).

De acordo com DE CICCO e FANTAZZINI (1994b), a Análise Preliminar de Riscos (APR)


consiste do estudo, durante a fase de concepção ou desenvolvimento prematuro de um novo
sistema, com o fim de se determinar os riscos que poderão estar presentes na sua fase
operacional.

A APR é, portanto, uma análise inicial "qualitativa", desenvolvida na fase de projeto e


desenvolvimento de qualquer processo, produto ou sistema, possuindo especial importância na
investigação de sistemas novos de alta inovação e/ou pouco conhecidos, ou seja, quando a
experiência em riscos na sua operação é carente ou deficiente. Apesar das características
básicas de análise inicial, é muito útil como ferramenta de revisão geral de segurança em
sistemas já operacionais, revelando aspectos que às vezes passam desapercebidos.
63

A APR teve seu desenvolvimento na área militar, sendo aplicada primeiramente como revisão
nos novos sistemas de mísseis. A necessidade, neste caso, era o fato de que tais sistemas
possuíam características de alto risco, já que os mísseis haviam sido desenvolvidos para
operarem com combustíveis líquidos perigosos. Assim, a APR foi aplicada com o intuito de
verificar a possibilidade de não utilização de materiais e procedimentos de alto risco ou, no
caso de tais materiais e procedimentos serem inevitáveis, no mínimo estudar e implantar
medidas preventivas.

Para ter-se uma idéia da necessidade de segurança, na época, de 72 silos de lançamento do


míssil intercontinental Atlas, 4 deles foram destruídos quase que sucessivamente, sem contar
as perdas com o fator humano, as perdas financeiras estimadas eram de US$ 12 milhões para
cada uma destas unidades perdidas.

A APR não é uma técnica aprofundada de análise de riscos e geralmente precede outras
técnicas mais detalhadas de análise, já que seu objetivo é determinar os riscos e as medidas
preventivas antes da fase operacional. No estágio em que é desenvolvida podem existir ainda
poucos detalhes finais de projeto e, neste caso, a falta de informações quanto aos
procedimentos é ainda maior, já que os mesmos são geralmente definidos mais tarde.

Os princípios e metodologias da APR podem ser observados no quadro 5.1. e consistem em


proceder-se uma revisão geral dos aspectos de segurança de forma padronizada, descrevendo
todos os riscos e fazendo sua categorização de acordo com a MIL-STD-882 descrita no quadro
4.1. A partir da descrição dos riscos são identificadas as causas (agentes) e efeitos
(consequências) dos mesmos, o que permitirá a busca e elaboração de ações e medidas de
prevenção ou correção das possíveis falhas detectadas.

A priorização das ações é determinada pela categorização dos riscos, ou seja, quanto mais
prejudicial ou maior for o risco, mais rapidamente deve ser solucionado.

Desta forma, a APR tem sua importância maior no que se refere à determinação de uma série
de medidas de controle e prevenção de riscos desde o início operacional do sistema, o que
permite revisões de projeto em tempo hábil, no sentido de dar maior segurança, além de definir
responsabilidades no que se refere ao controle de riscos.

Quadro 5.1. - Modelo de ficha para Análise Preliminar de Riscos

Segundo DE CICCO e FANTAZZINI (1994b), o desenvolvimento de uma APR passa por


algumas etapas básicas, a saber:

a) Revisão de problemas conhecidos: Consiste na busca de analogia ou similaridade com


outros sistemas, para determinação de riscos que poderão estar presentes no sistema que está
sendo desenvolvido, tomando como base a experiência passada.

b) Revisão da missão a que se destina: Atentar para os objetivos, exigências de desempenho,


principais funções e procedimentos, ambientes onde se darão as operações, etc.. Enfim,
consiste em estabelecer os limites de atuação e delimitar o sistema que a missão irá abranger:
a que se destina, o que e quem envolve e como será desenvolvida.

c) Determinação dos riscos principais: Identificar os riscos potenciais com potencialidade para
causar lesões diretas e imediatas, perda de função (valor), danos à equipamentos e perda de
materiais.

d) Determinação dos riscos iniciais e contribuintes: Elaborar séries de riscos, determinando


para cada risco principal detectado, os riscos iniciais e contribuintes associados.
64

e) Revisão dos meios de eliminação ou controle de riscos: Elaborar um “brainstorming” dos


meios passíveis de eliminação e controle de riscos, a fim de estabelecer as melhores opções,
desde que compatíveis com as exigências do sistema.

f) Analisar os métodos de restrição de danos: Pesquisar os métodos possíveis que sejam mais
eficientes para restrição geral, ou seja, para a limitação dos danos gerados caso ocorra perda
de controle sobre os riscos.

g) Indicação de quem levará a cabo as ações corretivas e/ou preventivas: Indicar claramente
os responsáveis pela execução de ações preventivas e/ou corretivas, designando também,
para cada unidade, as atividades a desenvolver.

A APR tem grande utilidade no seu campo de atuação, porém, como já foi enfatizado, necessita
ser complementada por técnicas mais detalhadas e apuradas. Em sistemas que sejam já
bastante conhecidos, cuja experiência acumulada conduz a um grande número de informações
sobre riscos, esta técnica pode ser colocada em by-pass e, neste caso, partir-se diretamente
para aplicação de outras técnicas mais específicas.

11.7.2 ) - ANÁLISE DE MODOS DE FALHA E EFEITOS (AMFE) – “Failure Modes and Effects
Analysis” (FMEA)

A Análise de Modos de Falha e Efeitos é uma análise detalhada, podendo ser qualitativa ou
quantitativa, que permite analisar as maneiras pelas quais um equipamento ou sistema pode
falhar e os efeitos que poderão advir, estimando ainda as taxas de falha e propiciado o
estabelecimento de mudanças e alternativas que possibilitem uma diminuição das
probabilidades de falha, aumentando a confiabilidade do sistema.

De acordo com HAMMER (1993), a confiabilidade é definida como a probabilidade de uma


missão ser concluída com sucesso dentro de um tempo específico e sob condições
específicas. A AMFE foi desenvolvida por engenheiros de confiabilidade para permitir aos
mesmos, determinar a confiabilidade de produtos complexos. Para isto é necessário o
estabelecimento de como e quão freqüentemente os componentes do produto podem falhar,
sendo então a análise estendida para avaliar os efeitos de tais falhas.

Apesar de sua utilização ser geral, a AMFE é mais aplicável às Indústrias de Processos,
principalmente quando o sistema em estudo possui instrumentos de controle, levantando
necessidades adicionais e defeitos de projeto, definindo configurações
seguras para os mesmos quando ocorrem falhas de componentes críticos ou suprimentos.

A técnica auxilia ainda na determinação e encadeamento dos procedimentos para


contingências operacionais, quando o sistema é colocado em risco e a probabilidade de erro
devido à ações não estruturadas é alta, dependendo da ação correta dos operadores.

A AMFE é realizada primeiramente de forma qualitativa, quer na revisão sistemática dos modos
de falha do componente, na determinação de seus efeitos em outros componentes e ainda na
determinação dos componentes cujas falhas têm efeito crítico na operação do sistema, sempre
procurando garantir danos mínimos ao sistema como um todo. Posteriormente, pode-se
proceder à análise quantitativa para estabelecer a confiabilidade ou probabilidade de falha do
sistema ou subsistema, através do cálculo de probabilidades de falhas de montagens,
subsistemas e sistemas, a partir das probabilidades individuais de falha de seus componentes,
bem como na determinação de como poderiam ser reduzidas estas probabilidades, inclusive
65
pelo uso de componentes com confiabilidade alta ou pela verificação de redundâncias de
projeto.

Para proceder ao desenvolvimento da AMFE ou de qualquer outra técnica, é primordial que se


conheça e compreenda o sistema em que se está atuando e qual a função e objetivos do
mesmo, as restrições sob as quais irá operar, além dos limites que podem representar sucesso
ou falha. O bom conhecimento do sistema em que se atua é o primeiro passo para o sucesso
na aplicação de qualquer técnica, seja ela de identificação de perigos, análise ou avaliação de
riscos.

Conhecido o sistema e suas especificidades, pode-se dar seguimento a análise, cabendo à


empresa idealizar o modelo que melhor se adapte a ela. O quadro 5.2. mostra
esquematicamente um modelo para aplicação da AMFE.

Quadro 5.2. - Modelo de aplicação de uma AMFE

De acordo com DE CICCO e FANTAZZINI (1994c), um procedimento proposto para o


preenchimento das várias colunasé o seguinte:

a) Dividir o sistema em subsistemas que podem ser efetivamente controlados;

b) Traçar diagramas de blocos funcionais do sistema e subsistemas, para determinar os inter


relacionamentos existentes;

c) Preparar um “Chek list” dos componentes de cada subsistema e sua função específica;

d) Determinar através da análise de projetos e diagramas, os modos possíveis de falha que


possam afetar outros componentes. Os modos básicos de falha devem ser agrupados em
quatro categorias:

I- Falha em operar no instante prescrito;

II- Falha em cessar de operar no instante prescrito; III- operação prematura; IV- falha em
operação;

e) Indicar os efeitos de cada falha sobre outros componentes e como esta afeta a operação do
mesmo;

f) Estimar a gravidade de cada falha específica de acordo com as categorias de risco, conforme
o quadro 4.1., para possibilitar a priorização de alternativas;

g) Indicar os métodos usados para detecção de cada falha específica;

h) Formular possíveis ações de compensação e reparos que podem ser adotadas para eliminar
ou controlar cada falha específica e seus efeitos;

i) Determinar as probabilidades de ocorrência de cada falha específica para possibilitar a


análise quantitativa.

Como descrito, a AMFE analisa de forma geral os modos de falha de um produto. Porém, em
um produto podem existir certos componentes ou conjunto deles que sejam especificamente
críticos para a missão a que se destina o produto ou para a segurança do operador. Portanto,
de acordo com HAMMER (1993), a estes componentes críticos deve ser dada especial
66
atenção, sendo mais completamente analisados do que outros. A análise, similar a AMFE, que
se preocupa com a análise detalhada destes componentes críticos é conhecida como Análise
de Criticalidade e Modos de Falha (FMECA – Failure Modes an Criticality Analysis).

Tanto a AMFE como a FMECA são bastante eficientes quando aplicadas a sistemas mais
simples e de falhas mais singelas, porém, quando a complexidade é maior, recomenda-se o
uso de outras técnicas, como por exemplo a Análise de Árvore de Falhas.

11.7.3 ) - ANÁLISE DE OPERABILIDADE DE PERIGOS – “HAZard and OPerability Studies”


(HAZOP)

O estudo de identificação de perigos e operabilidade conhecido como HAZOP é uma técnica de


análise qualitativa desenvolvida com o intuito de examinar as linhas de processo, identificando
perigos e prevenindo problemas.
Porém, atualmente, a metodologia é aplicada também para equipamentos do processo e até
para sistemas.

O método HAZOP é principalmente indicado quando da implantação de novos processos na


fase de projeto ou na modificaçãos de processos já existentes. O ideal na realização do
HAZOP é que o estudo seja desenvolvido antes mesmo da fase de detalhamento e construção
do projeto, evitando com isso que modificações tenham que ser feitas, quer no
detalhamento ou ainda nas instalações, quando o resultado do HAZOP for conhecido. Vale
ressaltar que o HAZOP é conveniente para projetos e modificações tanto grandes quanto
pequenas. Às vezes, muitos acidentes ocorrem porque subestima-se os efeitos secundários de
pequenos detalhes ou modificações, que à primeira vista parecem insignificantes e é
impossível, antes de se fazer uma análise completa, saber se existem efeitos secundários
graves e difíceis de prever. Além disso, o caráter de trabalho em equipe que o HAZOP
apresenta, onde pessoas de funções diferentes dentro da organização trabalham em conjunto,
faz com que a criatividade individual seja estimulada, os esquecimentos evitados e a
compreensão dos problemas das diferentes áreas e interfaces do sistema seja atingida. Uma
pessoa, mesmo competente, trabalhando sozinha, freqüentemente está sujeita a erros por
desconhecer os aspectos alheios a sua área de trabalho. Assim, o desenvolvimento do
HAZOP alia a experiência e competência individuais às vantagens indiscutíveis do trabalho em
equipe.

Em termos gerais, pode-se dizer que o HAZOP é bastante semelhante a AMFE, contudo, a
análise realizada pelo primeiro método é feita através de palavras-chaves que guiam o
raciocínio dos grupos de estudo multidisciplinares, fixando a atenção nos perigos mais
significativos para o sistema. As palavras-chaves ou palavras-guias são aplicadas às variáveis
identificadas no processo (pressão, temperatura, fluxo, composição, nível, etc.) gerando os
desvios, que nada mais são do que os perigos a serem examinados.

A técnica HAZOP permite que as pessoas liberem sua imaginação, pensando em todos os
modos pelos quais um evento indesejado ou problema operacional possa ocorrer. Para evitar
que algum detalhe seja omitido, a reflexão deve ser executada de maneira sistemática,
analisando cada circuito, linha por linha, para cada tipo de desvio passível de ocorrer nos
parâmetros de funcionamento. Para cada linha analisada são aplicadas a série de palavras-
guias, identificando os desvios que podem ocorrer caso a condição proposta pela palavra-guia
ocorra.

O quadro 5.3. apresenta uma série de palavras-guias utilizadas e os possíveis desvios


gerados.
67
Identificadas as palavras - guias e os desvios respectivos, pode-se partir para a elaboração das
alternativas cabíveis para que o problema não ocorra ou seja mínimo. Convém, no entanto,
analisar as alternativas quanto a seu custo e operacionalidade.

O quadro 5.4. mostra um modelo de relatório para o estudo HAZOP.

O Quadro 5.3. – Palavras - guias do estudo HAZOP e respectivos desvios

Fonte: KLETZ (1984?)

Quadro 5.4. - Modelo de relatório para um estudo HAZOP

Fonte: KLETZ (1984?)

De acordo com KLETZ (1984?), no HAZOP "A operabilidade é tão importante quanto a
identificação de perigos".

Geralmente neste tipo de estudo são detectados mais problemas operacionais do que
identificados perigos. Este não é um ponto negativo, muito pelo contrário, aumenta sua
importância, pois a diminuição dos riscos está muito ligada a eliminação de
problemas operacionais. A eliminação dos problemas operacionais recai numa conseqüente
diminuição do erro humano, decrescendo assim o nível de risco, porém, é impossível eliminar
qualquer perigo que seja, sem antes ter conhecimento do mesmo, o que pode ser detectado
pelo HAZOP.

11.8 ) - TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO DE RISCOS

11.8.1 ) - ANÁLISE DE ÁRVORE DE EVENTOS (AAE) – “Event Tree Analysis” (ETA)

A Análise da Árvore de Eventos (AAE) é um método lógico-indutivo para identificar as várias e


possíveis conseqüências resultantes de um certo evento inicial.

Conforme ESTEVES (198-?), a técnica busca determinar as freqüências das conseqüências


decorrentes dos eventos indesejáveis, utilizando encadeamentos lógicos a cada etapa de
atuação do sistema.

Nas aplicações de análise de risco, o evento inicial da árvore de eventos é, em geral, a falha de
um componente ou subsistema, sendo os eventos subsequentes determinados pelas
características do sistema.

Para o traçado da árvore de eventos as seguintes etapas devem ser seguidas:

a) Definir o evento inicial que pode conduzir ao acidente;

b) Definir os sistemas de segurança (ações) que podem amortecer o efeito do evento inicial;

c) Combinar em uma árvore lógica de decisões as várias sequências de acontecimentos que


podem surgir a partir do evento inicial;

d) Uma vez construída a árvore de eventos, calcular as probabilidades associadas a cada ramo
do sistema que conduz a alguma falha (acidente).
68
A árvore de eventos deve ser lida da esquerda para a direita. Na esquerda começa-se com o
evento inicial e segue-se com os demais eventos seqüenciais. A linha superior é NÃO e
significa que o evento não ocorre, a linha inferior é SIM e significa que o evento realmente
ocorre.

O exemplo genérico do quadro 5.5. representa esquematicamente o funcionamento da técnica


de AAE

Um exemplo fictício para proceder a análise quantitativa pode ser tomado como o esquema do
quadro 5.6., que investiga a probabilidade de descarrilhamento de vagões ou locomotivas,
dado que existe um defeito nos trilhos.

Quadro 5.5. - Esquema de funcionamento da AAE

Como pode-se observar no quadro 5.6., o descarrilhamento pode ser causado por qualquer
uma das três falhas assinaladas e, portanto, a probabilidade de que um defeito nos trilhos
produza descarrilhamento é a soma simples das três possibilidades,
ou seja, 0,6%.

Quadro 5.6. - Exemplo fictício da aplicação da AAE

11.8.2 ) - ANÁLISE POR DIAGRAMA DE BLOCOS (ADB)

A análise por diagrama de blocos se utiliza de um fluxograma em blocos do sistema,


calculando as probabilidades de sucesso ou falha do mesmo, pela análise das probabilidades
de sucesso ou falha de cada bloco. A técnica é útil para identificar o
comportamento lógico de um sistema constituído por poucos componentes.

Dependendo do sistema a análise pode ser feita em série ou em paralelo.

a) Exemplo de uma ADB para um sistema em série:

Figura 5.1. - Exemplo da ADB em série

Os valores P(A), P(B) e P(C) da figura 5.1., representam as probabilidades de sucesso, ou


seja, a confiabilidade de cada componente (bloco) do sistema.

Desta forma, a probabilidade de sucesso ou a confiabilidade do sistema como um todo é dada


por:

Na ilustração:

P = P(A) x P(B) x P(C)

Por conseqüência, a probabilidade de falha (insucesso) é:

Q = (1- P) = (1 - ) = 1 - P(A) x P(B) x P(C)

b) Exemplo de uma ADB para um sistema em paralelo:

Figura 5.2. - Exemplo da ADB em paralelo


69
A probabilidade de sucesso para o esquema da figura 5.2. será dada por:

Na ilustração:

P = 1 - [(1 - P(A)) x (1 - P(B))]

A probabilidade de falha para um sistema em paralelo é, então, representada por:

Q = (1 - P) = = [(1 - P(A)) x (1 - P(B))]

Definidas as probabilidades de falha, pode-se determinar o risco de cada sistema, juntando


com estas, as perdas previstas devido a ocorrência das mesmas.

11.8.3 ) - ANÁLISE DE CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS (ACC)

A Análise das Causas e Conseqüências (AAC) de falhas se utiliza das mesmas técnicas de
construção da AAE e da Análise da Árvore de Falhas(AAF) que será vista detalhadamente a
seguir.

Como descrito em HENLEY e KUMAMOTO (1981), o procedimento para construção de um


diagrama de conseqüências inicia por um evento inicial, posteriormente cada evento
desenvolvido é questionado: - Em que condições o evento induz a outros eventos?; - Quais as
alternativas ou condições que levam a diferentes eventos?; - Que outro componentes o evento
afeta? Ele afeta mais do que um componente?; - Quais os outros eventos que este evento
causa?. De acordo com estes autores, "a tecnologia causa-conseqüência é um casamento da
árvore de falhas (mostra as causas) e a árvore de eventos (mostra as conseqüências), todas
elas tendo sua seqüência natural de ocorrência".

Conforme DE CICCO (1989), trata-se de uma técnica que permite avaliar qualitativa e
quantitativamente as conseqüências dos eventos catastróficos de ampla repercussão e
verificar a vulnerabilidade do meio ambiente, da comunidade e de terceiros em geral.

O processo consiste, suscintamente, em escolher um evento crítico, partindo-se para um lado,


com a discretização das consequências e para outro, determinando as causas. A estruturação,
a exemplo da árvore de falhas, também é feita através
de símbolos.

11.8.4 ) - ANÁLISE DE ÁRVORE DE FALHAS (AAF) – “Fault Tree Analysis” (FTA)

A Ánálise de Árvore de Falhas - AAF foi primeiramente concebida por H.A.Watson dos
Laboratórios Bell Telephone em 1961, a pedido da Força Aérea Americana para avaliação do
sistema de controle do Míssil Balístico Minuteman.

A AAF é um método excelente para o estudo dos fatores que poderiam causar um evento
indesejável (falha) e encontra sua melhor aplicação no estudo de situações complexas. Ela
determina as freqüências de eventos indesejáveis (topo) a partir da combinação lógica das
falhas dos diversos componentes do sistema.

Segundo LEE et alli (1985), o principal conceito na AAF é a transformação de um sistema físico
em um diagrama lógico estruturado (a árvore de falhas), onde são especificados as causas que
levam a ocorrência de um específico evento indesejado de interesse, chamado evento topo.
70

O evento indesejado recebe o nome de evento topo por uma razão bem lógica, já que na
montagem da árvore de falhas o mesmo é colocado no nível mais alto. A partir deste nível o
sistema é dissecado de cima para baixo, enumerando todas as causas ou combinações delas
que levam ao evento indesejado. Os eventos do nível inferior recebem o nome de eventos
básicos ou primários, pois são eles que dão origem a todos os eventos de nível mais alto.

De acordo com OLIVEIRA e MAKARON (1987), a AAF é uma técnica dedutiva que se focaliza
em um acidente particular e fornece um método para determinar as causas deste acidente, é
um modelo gráfico que dispõe várias combinações de falhas de equipamentos e erros
humanos que possam resultar em um acidente. Consideram o método como "uma técnica de
pensamento-reverso, ou seja, o analista começa com um acidente ou evento indesejável que
deve ser evitado e identifica as causas imediatas do evento, cada uma examinada até que o
analista tenha identificado as causas básicas de cada evento".
Portanto, é certo supor que a árvore de falhas é um diagrama que mostra a interrelação lógica
entre estas causas básicas e o acidente.

A diagramação lógica da árvore de falhas é feita utilizando-se símbolos e comportas lógicas,


indicando o relacionamento entre os eventos considerados. As duas unidades básicas ou
comportas lógicas envolvidas são os operadores "E" e "OU", que indicam o relacionamento
casual entre eventos dos níveis inferiores que levam ao evento topo. As combinações
sequenciais destes eventos formam os diversos ramos da árvore.

De acordo com DE CICCO e FANTAZZINI (1994d) a estrutura básica de construção de uma


árvore de falhas pode ser sintetizada conforme a figura 5.3.

Figura 5.3 - Estrutura fundamental de uma árvore de falhas

A AAF pode ser executada em quatro etapas básicas:

 definição do sistema;
 construção da árvore de falhas;
 avaliação qualitativa e
 avaliação quantitativa.

Embora tenha sido desenvolvida com o principal intuito de determinar probabilidades, como
técnica quantitativa, é muito comumente usada também por seu aspecto qualitativo porque,
desta forma e de maneira sistemática, os vários fatores, em qualquer situação a ser
investigada, podem ser visualizados. Segundo HAMMER (1993), os resultados da análise
quantitativa são desejáveis para muitos usos, contudo, para proceder à análise quantitativa,
deve ser realizada primeiramente a análise qualitativa, sendo que muitos analistas crêem que
deste modo, obter resultados quantitativos não requer muitos esforços
adicionais.

Assim, a avaliação qualitativa pode ser usada para analisar e determinar que combinações de
falhas de componentes, erros operacionais ou outros defeitos podem causar o evento topo. Já
a avaliação quantitativa é utilizada para determinar a probabilidade de falha no sistema pelo
conhecimento das probabilidades de ocorrência de cada evento em particular.

Desta forma, o método de AAF pode ser desenvolvido através das seguintes etapas:

a) Seleção do evento indesejável ou falha, cuja probabilidade de ocorrência deve ser


determinada;
71
b) Revisão dos fatores intervenientes: ambiente, dados do projeto, exigências do sistema, etc.,
determinando as condições, eventos particulares ou falhas que possam vir a contribuir para
ocorrência do evento topo selecionado;

c) Montagem, através da diagramação sistemática, dos eventos contribuintes e falhas


levantados na etapa anterior, mostrando o inter relacionamento entre estes eventos e falhas,
em relação ao evento topo. O processo inicia com os eventos que
poderiam, diretamente, causar tal fato, formando o primeiro nível - o nível básico. A medida que
se retrocede, passo a passo, até o evento topo, são adicionadas as combinações de eventos e
falhas contribuintes. Desenhada a árvore de falhas, o relacionamento entre os eventos é feito
através das comportas lógicas;

d) Através de Álgebra Booleana são desenvolvidas as expressões matemáticas adequadas,


que representam as entradas da árvore de falhas. Cada comporta lógica tem implícita uma
operação matemática, podendo ser traduzidas, em última análise, por ações de adição ou
multiplicação;

e) Determinação da probabilidade de falha de cada componente, ou seja, a probabilidade de


ocorrência do evento topo será investigada pela combinação das probabilidades de ocorrência
dos eventos que lhe deram origem.

A simbologia lógica de uma árvore de falhas é descrita no quadro 5.7.

Quadro 5.7 - Simbologia lógica de uma árvore de falhas

Para proceder ao estudo quantitativo da AAF, é necessário conhecer e relembrar algumas


definições da Álgebra de Boole. A Álgebra Booleana foi desenvolvida pelo matemático George
Boole para o estudo da lógica. Suas regras e expressões em símbolos matemáticos permitem
simplificar problemas complexos. É principalmente usada em áreas de computadores e outras
montagens eletromecânicas e também em análise de probabilidades, em estudos que
envolvem decisões e mais recentemente, em segurança de sistemas.

O quadro 5.8. transcrito de HAMMER (1993), representa algumas das definições de álgebra
Booleana associadas aos símbolos usados na análise quantitativa da árvore de falhas. Em
complemento,

O quadro 5.9. apresenta as leis e fundamentos matemáticos da Álgebra de Boole.

Quadro 5.8. - Álgebra Booleana e simbologia usada na árvore de falhas

Quadro 5.9. - Relacionamento e leis representativas da Álgebra de Boole

Desta forma, para a árvore de falhas representada na figura 5.4. as probabilidades dos
eventos, calculadas obedecendo-se às determinações das comportas lógicas, resultam em:

E = A intersec. D

D = B união C

E = A intersec. B união C

P(E) = P(A intersec. B união C)

Figura 5.4 - Esquema de uma árvore de falhas


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A AAF não necessariamente precisa ser levada até a análise quantitativa, entretanto, mesmo
ao se aplicar o procedimento de simples diagramação da árvore, é possível a obtenção de um
grande número de informações e conhecimento muito mais completo do sistema ou situação
em estudo, propiciando uma visão bastante clara da questão e das possibilidades imediatas de
ação no que se refere à correção e prevenção de condições indesejadas.

O uso da árvore de falhas pode trazer, ainda, outras vantagens e facilidades, quais sejam: a
determinação da sequência mais crítica ou provável de eventos, dentre os ramos da árvore,
que levam ao evento topo; a identificação de falhas singulares ou localizadas importantes no
processo; o descobrimento de elementos sensores (alternativas de solução) cujo
desenvolvimento possa reduzir a probabilidade do contratempo em estudo. Geralmente,
existem certas sequências de eventos centenas de vezes mais prováveis na ocorrência do
evento topo do que outras e, portanto, é relativamente fácil encontrar a principal
combinação ou combinações de eventos que precisam ser prevenidas, para que a
probabilidade de ocorrência do evento topo diminua.

Além dos aspectos citados, a AAF encontra aplicação para inúmeros outros usos, como:
solução de problemas diversos de manutenção, cálculo de confiabilidade, investigação de
acidentes, decisões administrativas, estimativas de riscos, etc.

11.8.5 ) - “MANAGEMENT OVERSIGHT AND RISK TREE” (MORT)

O método conhecido como MORT é uma técnica que usa um raciocínio semelhante ao da AAF,
desenvolvendo uma árvore lógica, só que com a particularidade de ser aplicado à estrutura
organizacional e gerencial da empresa, ilustrando erros ou ações inadequadas de
administração.

Segundo HAMMER (1993), o método pode ser também usado para esquematizar ações
administrativas que possam ter contribuído para um acidente, o qual já tenha ocorrido. Nesta
árvore cada evento é uma ação do operador ou administrador, sendo que as falhas de
equipamentos ou condições ambientais não são consideradas.

A figura 5.5. mostra um ramo de um estudo MORT, publicado por W.G. Johnson apud
OLIVEIRA(1991).

Figura 5.5. - Esquema de um estudo MORT

12 ) - PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais:

Fundamenta-se na NR – 9, Norma Regulamentadora que trata dos Riscos Ambientais.

Para um melhor conhecimento da matéria, no curso incluímos a NR – 9 , bem como, alguns


artigos e apresentações havidas sobre o tema.

(Ver em anexo)
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13 ) - PCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional:

Fundamenta-se na NR – 7, Norma Regulamentadora que estabelece a obrigatoriedade da


elaboração e implementação, por parte dos empregadores e instituições que admitam
trabalhadores como empregados, do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional –
PCMSO, com o objetivo de promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus
trabalhadores.

14 ) – Bibliografia;

Em termos de fontes de informação a bibliografia existente é bastante extensa.

Abaixo indicamos algumas das obras principais:

 Segurança e Medicina do Trabalho, Editora Atlas S.A., 2001

 Segurança no Trabalho e Prevenção de Acidentes, Editora Atlas S.A. , Benedito


Cardella, 1.999

 Segurança do Trabalho & Gestão Ambiental, Editora Atlas, Antonio Nunes Barbosa Filho,
2001

 Normas Regulamentadoras Comentadas, Giovanni Moraes de Araujo, 4 a edição - 2003

 Prevenção de Acidentes nas Indústrias, W. R. Peixoto, Ediouro.

 Instalações Elétricas Industriais, João Mamede Filho, Livros Técnicos e Científicos


Editora S.A.;

 Instalações Elétricas, Antonio Bossi e Ezio Sesto, Hemus Editora Ltda;

 Manual de Instalações Elétricas em Indústrias Químicas, Petroquímicas e de Petróleo,


Dácio de Miranda Jordão, Qualitymark Editora;

 Manual de Higiene e Segurança do Trabalho – Ed. Ateneu;

 Curso de Eletrotécnica, Chester L. Dawes, Editora Globo;

 Segurança em Eletricidade – Jorge Santos Reis & Roberto de Freitas – Fundacentro;

Também é da máxima importância e utilidade que periodicamente se consulte informações


divulgadas na Internet., na qual encontramos vários artigos disponíveis e publicados em
diversos endereços, contendo uma vasta gama de trabalhos e testemunhos sobre os mais
diversos temas relacionadas com a Segurança do Trabalho, os quais devem ser consultados,
pois muito contribuem para um conhecimento mais profundo e real desta matéria, sendo
portanto fundamental a sua consulta.
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15 ) - Anexos diversos:

15.1 ) - Lei n. 0 6.514, de 22 de janeiro de 1977 (D.O.U. 23.12.1977);

15.2 ) - Normas Regulamentadoras (NRs) , aprovadas pela Portaria n. 0 3.214 , de 08


de junho de 1978, particularmente as seguintes:

- NR – 1 / Disposições gerais;

- NR - 2 / Inspeção prévia ;

- NR - 3 / Embargo e interdição;

- NR – 4 / Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do


Trabalho - SESMT;

- NR – 5 / Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA;

- NR – 6 / Equipamento de Proteção Individual – EPI;

- NR - 9 / Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA;

- NR – 10 / Instalações e Serviços em Eletricidade;

- NR – 23 / Proteção contra Incêndios;

15.3 ) - Responsabilidades Civil e Criminal por Acidente do Trabalho:

Sob o aspecto das Responsabilidades Civil e Criminal por Acidente do


Trabalho temos:

 Responsabilidade Civil;

♦ Art. 30, da Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro;

♦ Art. 157 da CLT;

♦ Arts. 159, 1521, 1522, 1524 do Código Civil;

♦ Súmula 229 do Supremo Tribunal Federal;

♦ Decreto n 0 2172/97 , art. 160

 Responsabilidade Criminal;

♦ Arts. 15, 121, 129, 132, do Código Penal;


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♦ Decreto n 0
2172/97 , art. 157 , § 1 0

15.4 ) – Documentos diversos extraídos de Sites da Internet que abordam especificamente


assuntos de Segurança e Higiene do Trabalho, tais como:

 Instituições Nacionais ligadas a Segurança do Trabalho;

 Laudo de Instalações Elétricas;

 Segurança em Eletricidade;

 Articulação dos Programas de Qualidade e de Saúde do trabalhador.

 Segurança e Saúde no Trabalho – Legislação, Visão Geral, Instituições Nacionais;

 Responsabilidade Civil e Criminal por Acidente do Trabalho – Tópicos;

 Técnicas de Identificação dos Perigos, Análise e Avaliação de Riscos e Gestão de


Riscos e de Emergências;

 E muitos outros tópicos importantes relativos a matéria, que encontramos em pesquisas


feitas durante o Curso.

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