Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
São Paulo
2009
ROBSON DOS SANTOS
Orientador:
Prof. Dr. Clovis Alvarenga Netto
São Paulo
2009
FICHA CATALOGRÁFICA
Aos meus amigos e família por sempre me apoiarem e estarem ao meu lado.
RESUMO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 14
1.1 OBJETIVO DO TRABALHO .................................................................................................... 14
1.2 ETAPAS DO TRABALHO ....................................................................................................... 14
1.3 A EMPRESA ......................................................................................................................... 15
1.3.1 Descrição da empresa .................................................................................................... 15
1.3.2 Histórico ........................................................................................................................ 16
1.3.3 Característica do Mercado ............................................................................................. 16
1.3.4 Processo produtivo ........................................................................................................ 16
1.3.5 Produtos ......................................................................................................................... 17
1.3.6 Contribuição do autor .................................................................................................... 18
1.4 RELEVÂNCIA DO TRABALHO PARA A EMPRESA ................................................................... 19
1.5 INÍCIO E ESTRUTURA DO TRABALHO ................................................................................... 20
Gráfico 1 - Curva média de desconto sobre preço inicial para uma coleção ...................... 25
Gráfico 2 - Diagrama de Pareto da quantidade produzida em cada linha. .......................... 29
Gráfico 3 - Diagrama de Pareto da representatividade do faturamento por linha. .............. 29
Gráfico 4 - Gráfico de Pareto dos tempos médios por processos ....................................... 83
Gráfico 5 - Gráfico de evolução do “leadtime” total do macroprocesso .......................... 103
Gráfico 6 - Gráfico de evolução de tempo de execução por processo .............................. 105
LISTA DE ABREVIATURAS
1 INTRODUÇÃO
Para garantir o alinhamento com tema proposto foi utilizado o modelo de gestão por
processos. O modelo foi aplicado nos processos de desenvolvimento de produtos e produção
da empresa, onde se procurou, a partir do mapeamento e análises realizadas, propor melhorias
a serem implementadas.
Introdução 15
1.3 A EMPRESA
A empresa na qual o trabalho foi realizado, bem como as suas principais características
são apresentadas a seguir.
A organização alvo desse trabalho, solicitou a não divulgação de seus dados reais e
informações por motivos estratégicos. Portanto atribuiremos um nome fictício para a empresa,
bem como para as suas marcas. Os dados serão multiplicados por um fator fixo, para camuflar
os números reais e ao mesmo tempo não descaracterizar os mesmos.
A empresa M (como será tratada nesse trabalho) é um grupo varejista do mercado de
moda nacional e internacional. A empresa tem as marcas comerciais M1, M2 e M3,
representadas por lojas próprias e franqueadas. Ela está presente no Brasil , Estados Unidos,
Inglaterra e França.
Introdução 16
1.3.2 HISTÓRICO
A empresa M foi fundada em 1985 pelo seu atual controlador. Desde sua fundação, tem
como carro chefe a linha de produtos de calça jeans. Possui cerca de 100 lojas próprias em
todo Brasil, 3 lojas no exterior e diversos franqueados e representantes no Brasil e no exterior.
A empresa tem três principais formas para concretizar os produtos de cada coleção:
Introdução 17
1.3.5 PRODUTOS
O potencial de impacto desse trabalho na empresa era significativo, uma vez que tratou
de um assunto estratégico para a mesma, assim como para todo o mercado de moda: o “time-
to-market”.
Os produtos de moda têxtil têm ciclo de vida rentável reduzido, dado que representam as
tendências vigentes num período e design inovadores que rapidamente se espalham no
mercado e são copiadas pelos concorrentes (formais e informais).
A empresa, assim como a maior parte do mercado no ramo de confecção e moda,
trabalha por coleções. Ao todo são quatro coleções por ano: verão (de julho a novembro), alto
verão (de outubro a fevereiro), inverno (de janeiro a maio) e alto inverno (de abril a agosto).
Cada coleção dura em média três meses com rentabilidade saudável (margens de contribuição
por produto, positivas) e um mês de liquidação (margens de contribuição por produto,
negativas).
Um dos fatores críticos de sucesso nesse mercado é acertar os parâmetros (design,
preço, volumes, etc.) para que a maior parte da venda dos produtos de uma determinada
coleção aconteça no período saudável (três primeiros meses), onde de fato os produtos são
lucrativos. Quanto maior o percentual de produtos de cada coleção vendidos nos três
primeiros meses (margens positivas), maior a eficácia e rentabilidade da empresa.
No período de liquidação, o preço final ao consumidor é costumeiramente regra menor
ou igual ao custo total do produto, o que não gera margem de contribuição positiva para a
empresa e conseqüentemente não é interessante. Mas a liquidação é necessária para regular o
estoque, capital de giro e fluxo de caixa da empresa.
Segundos os dirigentes da empresa M, no plano de negócio ideal, uma empresa de moda
não teria liquidação.
Introdução 20
Abaixo está apresentada a estrutura deste trabalho. Os passos que foram tomados para
concretizar a proposta deste trabalho, a seqüência que foi seguida e decisões tomadas.
O trabalho está estruturado em seis capítulos. No primeiro, é feita a introdução, onde
temos uma apresentação do tema do trabalho e qual o objetivo que ele se propõe a alcançar,
mostrando os possíveis impactos do mesmo para a empresa. Ainda nesse capítulo é realizada
uma breve descrição do mercado e da empresa onde o trabalho foi realizado, mostrando as
linhas de produtos, os meios de produção utilizados e alguns dados da empresa.
O segundo capítulo é dedicado à motivação para a abordagem específica do trabalho.
Nele é descrita a situação atual da empresa através de informações relativas à logística de
produção e produtos. Por fim nesse capítulo o problema a ser tratado é identificado e são
apresentados os dados de entrada necessários para a aplicação das metodologias propostas
para as melhorias de processo.
No capítulo seguinte, é feita a revisão bibliográfica, onde há análises e discussões sobre
as ferramentas possíveis para abordar o problema. Nele busca-se a base teórica que permitirá
o desenvolvimento do trabalho nos problemas e oportunidades identificados. Para isso são
discutidas as seguintes metodologias: gestão por processos, qualidade total e redesenho de
processos.
O quarto capítulo é caracterizado pela aplicação da metodologia de gestão por processos
e redesenho de processo e análises. Esse capítulo inicia com o mapeamento da situação atual
(“as is”) e da escolha das ferramentas que serão utilizadas, chega o momento de realizar as
análises sobre os processos críticos no macroprocesso mapeado, utilizando a teoria estudada.
Nesta parte do trabalho são realizadas análises e aplicação da metodologia de gestão de
processos e redesenho de processos. Com isso é possível propor as alternativas de melhoria,
que são descritas na próxima parte do trabalho.
Após analisar os processos e estudar como melhorá-los, foram elaboradas propostas de
melhorias para serem sugeridas e implementadas na empresa. Nesta parte do trabalho as
propostas de soluções são detalhadas e analisadas do ponto de vista dos benefícios e riscos
inerentes às mesmas.
Ainda no quarto capítulo, é descrita a implementação das soluções propostas. O capítulo
termina com a implantação do acompanhamento dos resultados obtidos no projeto e com a
disseminação da metodologia na empresa.
No quinto e último capitulo é realizada uma avaliação dos resultados obtidos no trabalho
e a redução alcançada no “time-to-market” da empresa. Também nesse capitulo são relatados
os benefícios gerados através do trabalho para empresa e seus colaboradores.
Caracterização do problema 22
2 CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA
O mercado no qual a empresa atua é movido por tendências e novidades, afinal trata-se
do mercado de moda. Fairchild e Abrahamson (1999) refletem que nesse mercado as linhas de
posicionamento estratégico são três:
• Os inovadores: São empresas que lançam tendências de moda e modelos
exclusivos, os quais são rejeitados ou aceitos pelo mercado. Essas empresas têm clara
identidade e são remuneradas com altas margens de rentabilidade por produto devido a sua
inovação e exclusividade. Em geral são representadas por grandes marcas estrangeiras (Marc
Jacobs, True Religion, Dolce Gabbana, etc.)
• Os seguidores: São empresas que seguem as tendências de moda e os modelos
bem aceitos no mercado de moda, lançados pelas empresas inovadoras. Em geral essas
empresas não só copiam, mas também incrementam os produtos de sucesso das empresas
inovadoras. Afim de não sofrerem retaliações do mercado e continuar mantendo sua
identidade como marca de moda, essas empresas tem alguma inovação em termos de
produtos, mas é muito baixa quando comparada ao total do seu portfólio.
As margens de rentabilidade por produto para essas empresas são significativamente
menores quando comparada com as dos inovadores, porém probabilidade de sucesso para
cada produto lançado é significativamente maior em uma mesma comparação. Desde que
ambos os produtos estejam no mercado ao mesmo tempo ou em períodos não muito afastados.
• Os básicos: Essa linha estratégica é seguida pelos produtores de roupas básicas,
commodities, que competem por preço, qualidade e volume no mercado (ex. camiseta branca,
camiseta pólo, meias, etc). Nesse alinhamento estratégico, as margens de rentabilidade por
Caracterização do problema 24
97% 95%
88%
60%
53%
2º mês da
3º mês da
4º mês da
5º mês da
coleção
coleção
coleção
coleção
coleção
Gráfico 1 - Curva média de desconto sobre preço inicial para uma coleção
retornasse às prateleiras das lojas. Esse período era justamente o período saudável (rentável)
de uma coleção, como podemos observar no gráfico 1.
O benchmark de mercado para os indicadores de velocidade de reação da cadeia
produtiva e “time-to-market” é o “player” espanhol Zara, uma empresa do grupo Inditex. O
“time-to-market” da Zara para todas as linhas de produtos é de quinze dias.
A Zara, não faz um repique simples de produtos “best-sellers”. Ela desenvolve um
produto similar num prazo muito curto (quinze dias) e o coloca de volta nas prateleiras. Desse
modo os clientes que adquiriram o produto original esgotado nas lojas, também sejam
elegíveis e candidatos a comprar o novo produto baseado no anterior (FERDOWS, LEWIS e
MACHUCA, 2004).
Para verificar a relevância das linhas de produtos escolhidas para a empresa, foram
levantados os volumes de vendas anuais das mesmas e respectivas representatividades no
faturamento anual da empresa, conforme apresentado na tabela 3.
33% 100%
83% 86%
77%
25% 70% 80%
% acum ulado
Volume anual de peças 60%
Volume acumulado
12% 40%
7% 6%
3% 20%
3% 2% 2% 2% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 0% 0% 0% 0%
0%
UNDERWEAR
TRICOT
ACESSORIO S
CINTO S
O UTRO S
COURO
BERMUDAS
FASHIO N
FASHIO N
FASHIO N
FASHIO N
FASHIO N
FASHIO N
FASHIO N
JAQ UETAS
TRICO T
CALCADOS
ARTESANAIS
CAMISAS
CALÇAS
MALHA
BASICA
CAMISA
MALHA
CALCA
J EANS
Linha
40,8% 100%
77% 80%
71% 80%
64%
% acum ulado
54%
Receita anual 60%
Receita Acumulada
13,3% 40%
10,1%
6,8% 6,3% 20%
3,2% 3,1% 2,8% 2,7% 2,3% 2,1%
1,4% 1,2% 1,1% 1,0% 0,8% 0,6% 0,3% 0,0% 0,0%
0%
TRICO T
UNDERWEAR
ACESSO RIO S
CINTO S
O UTRO S
CO URO
BERMUDAS
FASHIO N
FASHIO N
FASHIO N
FASHIO N
FASHIO N
FASHIO N
FASHIO N
J AQ UETAS
TRICO T
CALCADO S
ARTESANAIS
CAMISAS
CALÇAS
MALHA
BASICA
CAMISA
MALHA
CALCA
J EANS
Linha
Baseado nas maiores necessidades e relevância para a empresa, bem como tempo e
recursos disponíveis para esse projeto, foi definido em comum acordo com a empresa que o
escopo do trabalho ficaria restrito ao processo de terceirização da produção (produtos
faccionados) na linha 01 (calças jeans).
Desde o desenvolvimento de um produto, até seu envio às lojas, são executados
diversos processos e atividades. O mapeamento de todas essas atividades e processos levaria a
um nível de detalhes muito além do necessário para o tratamento do problema definido.
Considerando que os processos e atividades envolvidas no “time-to-market” são
bastante definidas em etapas, e que não teremos autonomia para grandes intervenções no
processo produtivo do faccionista (terceiro contratado para produzir as peças), o trabalho
ficou focado no macroprocesso desde o desenvolvimento do produto até a disponibilização
desses nas prateleiras das lojas.
Revisão bibliográfica 30
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Têm-se observado grandes mudanças nas empresas em nível mundial nos últimos vinte
anos. Na década passada, iniciou-se o processo de internacionalização de muitos mercados e
indústrias. Há, porém, um número crescente de empresas atuando no cenário internacional,
aumentando a rivalidade direta entre as mesmas.
Esta emergente internacionalização dos mercados e indústrias, acelerada pela formação
de blocos geo-econômicos (Japão e Tigres Asiáticos, NAFTA - Estados Unidos, Canadá e
México, União Européia, Mercosul, etc.), tem alterado a importância de alguns dos fatores de
produção na obtenção de vantagens competitivas.
Porter (1990) ressalta que, cada vez mais, fatores básicos, como recursos naturais e mão-
de-obra não-especializada, passam a ter uma influência reduzida, uma vez que as empresas
podem suprir tais fatores através de compra direta de outros países ou localizando as suas
atividades em áreas com tais recursos. Por outro lado, os fatores avançados de produção,
como conhecimento, tecnologia e capital, assumem, neste contexto, o principal papel na
obtenção de vantagens competitivas reais e sustentáveis.
Sobre a relação de vantagens competitiva e tecnologia, Porter (1989) postula que a
explosão tecno-científica da era pós-industrial, principalmente a emergência de tecnologias
avançadas de manufatura, tem alterado as bases de competição entre as empresas,
proporcionando vantagens competitivas através de custos mais baixos e de produtos
diferenciados advindos do uso racional de tais tecnologias. Por outro lado, observa-se que a
facilidade de comunicação e a rápida difusão do conhecimento tornam o uso de novas
tecnologias uma condição necessária, mas não suficiente, para o sucesso de uma empresa.
Outro corolário do rápido desenvolvimento tecnológico e científico é a redução do ciclo
de vida dos produtos e serviços. Tal redução pressiona as empresas a lançarem novos
produtos e serviços mais freqüentemente. Este fato faz com que as empresas se tornem mais
Revisão bibliográfica 31
ágeis, pois com a redução do ciclo de vida dos seus produtos e serviços, reduz, também, o
tempo disponível para desenvolvê-los e introduzi-los no mercado (Hammer & Champy,
1994).
Neste novo cenário competitivo muda, também, a abordagem de formação de preços. A
abordagem tradicional, onde o lucro é a variável chave, cede espaço ao custo, que passa a ser
a variável imperativa na formação dos preços de venda dos produtos e serviços (Hammer &
Champy, 1994).
Schonberger (1992) afirma que uma das estratégias empresariais de classe mundial é
alcançar e manter-se além dos preços de mercado através da contínua e rápida redução dos
custos de materiais e serviços. Ele complementa que as melhores empresas vêm adotando ou
inclinando-se a adotar a definição de preços com base no mercado, sendo o lucro um
resultado, e não o ponto de partida.
Outro aspecto fundamental do processo de transformação industrial é a evolução dos
consumidores e clientes que, a partir dos anos 90, deixam a condição de elementos passivos
para assumirem um papel preponderante no balizamento estratégico das empresas e
organizações. Os clientes atuais são mais exigentes e diversificados, requerendo produtos e
soluções a preços inferiores, excelentes características de desempenho, duráveis, prontamente
disponíveis, etc. (Garvin, 1992).
Garvin (1992) ainda destaca que o atendimento das necessidades e a satisfação das
expectativas dos clientes passam a ser visto, por um número crescente de empresas, como
uma arma de concorrência. Segundo este autor o enfoque industrial muda do “product out”
para o “market driven”.
Outros fatores, como redução de subsídios governamentais em determinados setores,
Código de Defesa do Consumidor, barreiras técnicas na Europa unificada, certificação ISO
9001, Mercosul, desregulamentações, pressões contra monopólios e a própria recessão vêm
influenciando e pressionando as indústrias na busca de maior eficiência, qualidade,
produtividade, capacitação tecnológica e competitividade.
Em suma, o ambiente mundial de negócios está sofrendo profundas alterações,
provocando o acirramento da competição empresarial. A maioria das companhias já
reconheceu a necessidade de melhorar o seu desempenho em todas as áreas, objetivando o
sucesso ou mesmo a própria sobrevivência. Tais alterações no cenário de negócios possuem
implicações diretas na maneira pela qual as empresas são conduzidas, fazendo com que
mudanças estruturais façam parte da vida da organização.
Revisão bibliográfica 32
3.2.1 PROCESSO
Pall (1987) define processo como “a organização lógica de pessoas, materiais, energia,
equipamentos, informações e procedimentos em atividades de trabalho orientadas a produzir
um determinado resultado final (produto do trabalho)”.
Em outras palavras, um processo pode ser visto como um conjunto de atividades que
recebe entradas, utiliza recursos, agrega valor a estas entradas e fornece um resultado final
cujo valor é superior ao das entradas, permitindo controle durante a transformação através de
indicadores ou apontamentos.
Esta visão de processo é normalmente conhecida como o modelo IPO (input-process-
output). Podemos observar uma ilustração de processo na figura 3.
Revisão bibliográfica 33
Organização
Departamentos
A B C D
1
2
ENTRADAS SAÍDAS
Processos
Fluxo de Agregação de Valor
Revisão bibliográfica 34
Estas características também são ressaltadas por Almeida (1993), que afirma existir a
relação fornecedor-cliente em todas as áreas da empresa, mesmo nas áreas administrativas.
Este autor, na sua definição de processo, também destaca a independência dos mesmos com
relação à hierarquia da organização.
Harrington (1993) define processo como qualquer atividade que recebe uma entrada,
agrega-lhe valor e gera uma saída para o cliente interno ou externo. Além disso, este autor
classifica processos em duas categorias:
(a) processo produtivo, que é definido como “qualquer processo que entra em contato
físico com o produto ou serviço que será fornecido a um cliente externo, até o ponto em que o
produto é embalado (por exemplo, a manufatura de computadores, preparação de alimento
para consumo em massa, refinação de petróleo, conversão de minério de ferro em aço). Não
se inclui aqui os processos de transporte e distribuição”.
(b) processo empresarial, definido como “todos os processos que geram serviço e os
que dão apoio aos processos produtivos (por exemplo, processos de atendimento de pedido,
de mudança de engenharia, da folha de pagamento, planejamento de processo de manufatura).
Um processo empresarial consiste num grupo de tarefas interligadas logicamente, que
fazem uso dos recursos da organização, para gerar resultados definidos, em apoio aos
objetivos da organização”.
Outra definição a considerar é da Xerox (1983). Aqui considera-se que o processo é
uma série de atividades de trabalho correlacionadas que se caracterizam por uma série
específica de inputs e tarefas que agregam valor. Principalmente, busca-se a participação em
vários processos de trabalho para produzir outputs para os clientes.
Embora existam outras definições para processos encontradas na literatura, estas não
divergem fundamentalmente das definições apresentadas. Ao contrário, são muito similares
entre si.
3.2.2 MACROPROCESSO
3.2.3 ORGANIZAÇÃO
3.2.4 QUALIDADE
3.3.1 BRAINSTORMING
Existem diversas interpretações sobre o que é Análise de Pareto, mas julgou-se mais
adequada a definição de Trevisan (1993) que diz, “Análise de Pareto é uma técnica usada na
solução de problemas para exibir os dados sobre um problema, permitindo que seus aspectos
mais significativos sejam facilmente identificados. Isto é feito através de um diagrama de
barras. Os dados, agrupados de acordo com os aspectos mais significativos, são dispostos em
ordem decrescente do tamanho da barra, começando com o maior. Podem ser valores reais,
percentagens ou dados convertidos em custos. A partir do diagrama é possível determinar
quais as causas que, ao serem eliminadas, trarão maiores benefícios, merecendo por isso uma
investigação mais profunda”.
Portanto, quando se quer expressar graficamente dados por prioridade ou importância,
com a finalidade de uma melhor visualização, deve-se utilizar o Pareto, pois este consegue
expressar, gráfica e numericamente, a disposição dos dados coletados.
Segundo Campos V. F. (1992), a Análise de Pareto permite:
a) Dividir um problema grande num grande número de problemas menores e que são
mais fáceis de serem resolvidos com o envolvimento das pessoas da empresa.
b) Como o método é baseado sempre em fatos e dados, ele permite priorizar projetos.
c) O método permite o estabelecimento de metas concretas e atingíveis.
Portanto, a utilização que se pode dar aos Gráficos de Pareto pode ser pela:
- Identificação de problemas sob os seguintes aspectos:
* Qualidade: defeitos, falhas, reclamações;
* Custo: perdas, despesas;
* Segurança: acidentes, quebras;
* Atendimento: atrasos, liberações e faltas de estoque.
- Identificação de causas dos problemas sob os seguintes aspectos:
* Operariado: grupo, período, pessoa;
* Equipamentos: máquinas, ferramentas, instrumentos;
Revisão bibliográfica 41
Causa 1
Hipótese para causa 5
Causa 6 Causa 5
Efeito
Causa 4
Causa 7
Hipótese 2 para causa 4
Causa 3
O método CPM (Critical Path Method) é muito utilizado na área de construção civil
para o planejamento e controle de obras, mas na verdade este método não tem limitações de
uso. Ele pode ser utilizado em programas de pesquisas, problemas de manutenção, problemas
nos processos industriais e até na promoção de vendas.
Revisão bibliográfica 43
Esta abordagem é uma forma estruturada de analisar custos e valor associados a vários
processos. Ele envolve o estudo dos componentes e atividades do processo, de forma a se
obter o seu fluxo, e assim Csillag (1991) define a análise do valor como:
* Um esforço sistemático e criativo para identificar e resolver problemas gerenciais
através da análise e intervenção nas atividades e processos. O objetivo dessa abordagem é
obter o mínimo custo possível, garantindo o cumprimento dos requisitos necessários para
desempenho, programação e qualidade dos produtos ou serviços finais.
* Um esforço organizado dirigido à análise das funções de sistemas, produtos,
especificações, padrões, práticas e procedimentos com a finalidade de satisfazer às funções
requeridas ao menor custo.
De acordo com Davenport (1994), a principal limitação desta técnica é o fato de ser
uma solução do tipo discreta (não contínua) para o problema, ocorrendo geralmente na forma
Revisão bibliográfica 45
de projeto. Isto faz com que, freqüentemente, as empresas retornem às antigas práticas dentro
de pouco tempo (um ou dois anos).
Davenport complementa que tal técnica não considera determinados elementos
alavancadores de mudanças (como o uso da tecnologia da informação e novas formas de
organização da empresa e do trabalho), capazes de proporcionar dramáticas melhorias.
Portanto, aperfeiçoamentos incrementais são muito mais prováveis de serem obtidos.
3.4.4.1 CONCEITO
Fase 3. Otimização
Objetivo: melhorar a eficiência, eficácia e adaptabilidade do processo empresarial
Atividades:
1. prover treinamento ao time de melhoria;
2. identificar oportunidades de melhorias (erros, retrabalhos, alto custo, atrasos, má
Qualidade)
3. eliminar a burocracia;
4. eliminar tarefas que não agregam valor;
5. simplificar o processo;
6. reduzir o ciclo de tempo;
7. tornar o processo robusto a erros;
8. atualizar equipamentos utilizados/envolvidos;
9. padronizar;
10.automatizar;
11.documentar o processo;
12.selecionar os funcionários;
13.treinar os funcionários.
Harrington (1988 e 1993) afirma que a automação (tecnologia de informação) deve ser
considerada somente após a otimização do processo. Tal autor também observa que, durante a
otimização dos processos, ferramentas adicionais mais sofisticadas podem ser necessárias.
São elas:
• desdobramento da função qualidade - QFD (Quality Function Deployment)
• técnica PERT - CPM (Critical Path Method)
• planejamento dos sistemas empresariais - BSP (Business System Planning)
• técnica para análise de processos - PAT (Process Analysis Technique)
• projeto ou análise estruturada SA/SD (Structured Analysis/Structured Design) e
análise de valor do processo e controle de valor - VC (Value Control)
• análise de atividades departamentais - DAA (Department Activity Analysis)
• engenharia de sistemas de informação
• benchmarking
• custos da má-qualidade
Estas ferramentas analíticas foram projetadas para serem usadas em ambientes
específicos. Por exemplo, PERT e BSP são mais indicados para sistemas complexos que
cruzam várias funções; o PAT é efetivo para processos que cruzam vários departamentos; o
DAA é indicado para análise de um departamento apenas.
Maiores detalhes sobre as ferramentas BSP, SA/SD e controle de valor (VC) são
encontrados em (Harrington, 1988).
É importante considerar que a seleção do processo crítico é uma das principais etapas
da metodologia e, praticamente, dela depende a continuidade do programa ou o seu abandono,
se os processos forem mal selecionados.
Os processos a serem selecionados devem ser aqueles com que a gerência ou os
clientes não estejam satisfeitos. Geralmente, os motivos pelos quais um determinado processo
é escolhido para o aperfeiçoamento pode ser: problemas e/ou reclamações de clientes
externos; problemas e/ou reclamações de clientes internos; processos de alto custo; processos
com longo ciclo de execução; um meio melhor de executar um processo (benchmarking);
disponibilidade de novas tecnologias, etc.
Portanto, segundo Harrington (1993) é recomendado que a análise não ultrapasse a
vinte processos simultaneamente.
Além disso, os membros da equipe devem estar familiarizados (caso contrário, deve-se
treiná-los) com o uso de ferramentas básicas de solução de problemas, como:
* Brainstorming.
* Folhas de verificação.
* Histogramas (distribuição de freqüências).
* Diagramas de Pareto.
* Diagramas de causa-efeito.
* Controle estatístico de processos.
Considere-se que esta metodologia constitui uma sistemática de administrar a empresa
para a prevenção. Resolver problemas pode melhorar as coisas, mas não provoca uma
mudança cultural de longo prazo. Para fazer isso, é precisa mudar os processos que, antes de
tudo, permitem que ocorram erros (Harrington, 1993).
Fase 2 - Entender o processo
Antes de lançar um empreendimento, é muito importante entendê-lo em profundidade,
sem se precipitar para chegar à fase de implementação, pois segundo Harrington “quanto mais
nós entendemos os processos, mais capazes nos tornamos de aperfeiçoá-los”.
O entendimento do processo é a análise do processo produtivo, é um plano de ação e
avaliação das informações obtidas na fase anterior para a melhoria do processo. Aqui a equipe
tenta compreender o processo e identificar onde estão as melhores oportunidades para
introduzir aperfeiçoamentos.
Segundo Harrington um requisito fundamental para entender o processo é
compreender claramente várias características dele como:
Revisão bibliográfica 52
f)Tornar o processo à prova de erros: é tão fácil cometer erros, que é importante
aplicar toda a atenção e descobrir métodos para diminuí-los, dificultando assim a execução
errônea de uma atividade.
g)Modernizar: esta deve ser feita não só no layout dos escritórios ou maquinarias, mas
também na parte humana, treinando e educando o pessoal.
h)Simplificar a linguagem: é preciso avaliar os documentos em uso no processo,, para
assegurar que eles estejam escritos para o usuário.
i)Padronizar: quando cada pessoa realiza tarefas de modo diferente, fica difícil realizar
melhoramentos significativos no processo. Assim, deve-se buscar a forma de selecionar uma
única maneira de fazer uma atividade.
Deve-se salientar que para facilitar o desenvolvimento desses pontos, poder-se-ia
recorrer à tecnologia da informação, mas, isso já deve ter sido considerado no começo do
programa.
Fase 4 - Medir e controlar
Medir é entender; entender é adquirir conhecimento; adquirir conhecimento é
conquistar poder (Harrington, 1993).
Na fase anterior analisou-se a importância da utilização de ferramentas para a agilizar
a melhoria no processo com o objetivo de atender as necessidades do cliente. Mas, nesta fase,
precisa-se sondar o processo mais a fundo, para assegurar que a saída final será útil e que
todas as partes do processo estejam melhorando.
Através do controle, os processos podem ser observados e monitorados. Porém, tais
controles devem ser confiáveis e fornecer uma visão contínua do processo (Burlton, 2001).
Assim, as medições são críticas por que através dela chega-se a: entender o que está
acontecendo; avaliar as necessidades de mudança; assegurar que os ganhos realizados não
sejam perdidos; corrigir situações fora de controle; estabelecer prioridades; decidir quando
aumentar as responsabilidades; determinar quando providenciar treinamento adicional;
planejar para atender novas expectativas do cliente; e estabelecer cronogramas realistas.
O problema da maioria dos processos empresariais é que o desempenho só é medido
ao final do mesmo. Isto fornece muito pouco feedback sobre as atividades individuais, dentro
dele, ou, quando fornece, já é muito tarde.
O ideal é estabelecer pontos de medição próximos a cada atividade, de modo que os
que realizam cada uma delas, recebam feedback direto, imediato e relevante, como se pode
observar na figura 8 (vide figura neste capítulo na seção 3.4.4.2).
Revisão bibliográfica 55
3.4.5.1 CONCEITO
De acordo com Hammer & Champy (l994), a maioria das companhias, não
importando o ramo de negócio em que elas atuam, que tem significativa sofisticação
tecnológica dos seus processos, tem organizado o seu estilo de trabalho baseado na idéia
central do economista Adam Smith, desenvolvida em 1776: a divisão ou especialização do
trabalho e a conseqüente fragmentação das atividades.
Esta idéia foi reforçada no início do século vinte por Frederick Taylor considerado o
pai da administração científica, que também pregava a racionalização das operações e a
especialização dos operários e supervisares.
Estas idéias resultam num grande aumento da produtividade e crescimento, num
ambiente relativamente estável, focado na produção em massa e na oferta de um número
limitado de produtos. Todavia, as empresas e organizações estão operando em um novo
ambiente, em constante mudança, onde variáveis como crescimento de mercado, demanda,
ciclo de vida dos produtos, tecnologia e a natureza da competição são imprevisíveis.
Assim, emerge a abordagem da reengenharia, que faz com que a empresa abandone os
princípios operacionais e organizacionais e os procedimentos pelos quais ela vem operando,
de forma a atingir melhorias dramáticas no desempenho dos seus processos críticos. Para tal,
a empresa necessita operar sob paradigmas completamente novos, sem as restrições impostas
pelos procedimentos e regras presentes na organização corrente.
Estes novos paradigmas englobam valores de ordem tecnológica, organizacional e
humana. Uma breve comparação entre os valores tradicionais e os novos paradigmas
necessários à reengenharia (Hammer & Champy, 1994), é apresentada na tabela 4.
Revisão bibliográfica 57
Uma vez que as companhias tenham constatado que seus processos precisam ser
totalmente reprojetados, uma metodologia que as oriente no desenvolvimento de novos
processos se faz necessária, principalmente devido à importância e complexidade das
mudanças a serem implementadas.
Baseando-se em alguns autores, entre eles Davenport & Short(1990), Walker(1992),
Morris & Brandon(1994), Hammer & Champy(1994), a reengenharia é como uma abordagem
constituída de cinco fases: (1) desenvolvimento da visão do negócio e dos objetivos dos
Revisão bibliográfica 59
processos; (2) identificação dos processos que serão reprojetados; (3) entendimento e
avaliação do processo atual; (4) identificação dos alavancadores de melhorias do processo e;
(5) projeto e construção de protótipos do novo processo. Estas fases são detalhadas a seguir:
Fase 1: desenvolvimento da visão de processos
No passado, a melhoria dos processos estava limitada à racionalização destes
processos. Tal racionalização envolvia a eliminação de gargalos e ineficiência, não
envolvendo qualquer visão de negócio. Davenport & Short (1990) sugerem que esta
racionalização, além de ser insuficiente como um objetivo de reprojeto (reengenharia), pode
levar a um processo altamente fragmentado e possivelmente menos eficiente. Portanto, para o
reprojeto radical dos processos é necessário haver uma visão do negócio da companhia e dos
objetivos (dos processos) a serem atingidos.
Estes autores relatam que os exemplos mais bem sucedidos de reengenharia ocorrem
em companhias onde a alta administração desenvolveu uma visão estratégica ampla, na qual a
reengenharia de processos se inseriu.
Esta visão estratégica, por sua vez, implica em objetivos específicos. Stow (1993)
afirma que o “estabelecimento dos objetivos dos projetos de reengenharia é a atividade mais
vital que se pode fazer”. A definição dos objetivos do projeto de reengenharia fornece,
segundo este autor, “um caminho a ser seguido”.
Os objetivos mais freqüentes são: redução de custo, redução de ciclos operacionais
(tempo), melhoria de qualidade/produtividade, etc.
Walker (1992) afirma que tais objetivos devem ser estabelecidos de forma ambiciosa,
com indicadores altamente desejáveis, mas freqüentemente impossíveis de serem alcançados
com os sistemas e processos atuais. Para o estabelecimento destes objetivos é geralmente
necessária uma avaliação da infra-estrutura interna da empresa, assim como do mercado
externo e da concorrência.
Fase 2: identificação dos processos a serem reprojetados
Davenport & Short (1990) sugerem duas abordagens para a escolha dos processos a
serem reprojetados.
*abordagem exaustiva, que consiste, inicialmente, na identificação de todos os
processos de uma organização e, posteriormente, na priorização destes processos por ordem
de urgência de reengenharia;
*abordagem de alto impacto, que identifica apenas os processos mais importantes ou
aqueles em conflito com a visão do negócio e os objetivos estabelecidos.
Revisão bibliográfica 60
Estes autores afirmam que esta última abordagem tem sido suficiente; a abordagem
exaustiva, embora mais completa, consome muito mais tempo da organização. A maioria das
empresas possui algum sentimento sobre quais processos são mais críticos ao seu sucesso ou
os mais problemáticos.
Hammer & Champy (1994) também reportam três critérios que são freqüentemente
utilizados pelas empresas para a seleção de candidatos à reengenharia.
• O primeiro critério é disfunção: quais processos estão com os maiores problemas?.
• O segundo é importância: quais processos têm o maior impacto sobre os clientes?
• O terceiro é praticidade: quais processos são, no momento, mais suscetíveis ao
reprojeto radical de forma satisfatória?
Independentemente da abordagem escolhida, é útil que sejam definidos o escopo do
processo, suas interfaces e as unidades organizacionais envolvidas (em particular, a unidade
cliente).
Entretanto, Parker (1993) aponta que é problemática a identificação do processo como
um todo. Ele afirma que os processos possuem uma parte superficial visível e uma parte
interna oculta, usualmente causada por uma interface com outra parte da organização. Esta
parte interna oculta é tipicamente indefinida e não controlada.
Os processos selecionados para reengenharia devem possuir como proprietários
pessoas que possuem nível hierárquico suficientemente alto para compromissar mudanças.
Hammer (1994) afirma que os proprietários do processo são as pessoas com posições
gerenciais chaves para o futuro no longo prazo da companhia. Ele complementa que estes
proprietários não devem ser escolhidos apenas com o objetivo de liderar um esforço de
reengenharia.
Entretanto, o trabalho real da reengenharia é realizado por um time, composto de
pessoas que produzem as idéias e planos, e que os transformam em realidade. Estas são as
pessoas que desenvolvem o novo processo e concretizam a reengenharia.
Hammer & Champy (1994) sugerem que este time seja pequeno, entre cinco e dez
pessoas, composto tanto de pessoas que conhecem o processo atual como aquelas que pouco
(ou nenhum) conhecimento possuem sobre o processo sendo reprojetado.
Fase 3: entendimento e avaliação do processo atual
Davenport & Short (1990) afirmam haver duas razões básicas para o entendimento e
avaliação do processo atual antes de reprojetá-los:
• os problemas são compreendidos, de forma a não se repetirem no novo processo;
Revisão bibliográfica 61
Também o TQM identifica áreas potenciais para a reengenharia, havendo uma ligação
entre as metodologias. Como afirma Walker(1992), “as oportunidades de melhoria
identificadas durante a simplificação dos processos (através de técnicas de TQM) fornecem
metas e especificações para projetos de reengenharia”.
Mas de acordo com Hammer & Champy (1994), o TQM e a reengenharia diferem nos
fundamentos básicos. Para eles, os programas de qualidade visam melhorias fundamentais e
contínuas no desempenho dos processos existentes na organização, as melhorias ocorrem sem
haver um maior questionamento sobre os pressupostos presentes nos processos ou nas
empresas.
Davenport (1994) complementa afirmando que as melhorias de processo baseada no
TQM visam a “realização do mesmo processo apenas de uma maneira ligeiramente mais
efetiva ou eficiente”.
Morris & Brandon (1994) complementam a distinção apresentada acima observando que
os pressupostos básicos do negócio não são geralmente substituídos pela implementação do
TQM, uma vez que este é um método de melhorar o desempenho dos processos através de
uma série de ações incrementais dirigidas.
Eles afirmam: “com o TQM, estes pressupostos básicos são normalmente reforçados”.
Como afirma Davenport (1994), a principal diferença entre a inovação e o TQM está no
fato de este último rejeitar o uso de determinadas ferramentas entre elas, a tecnologia de
informação, durante as atividades de aprimoramento dos processos.
Harrington (1988), que é uns dos fortes proponentes das técnicas de melhoria de
processos baseados no TQM, afirma, enfaticamente, que a tecnologia de informação (que ele
chama de automação) deve ser considerada somente após um esforço de melhoria do processo
em questão. Assim ele diz “... para obter os melhores resultados, simplifique: e somente então
automatize”.
Já a reengenharia deseja grandes melhorias no desempenho dos processos empresariais,
que provavelmente não seriam atingidas através do aperfeiçoamento dos processos vigentes
na maioria das empresas.
Para a obtenção destas melhorias dramáticas, deve-se descartar os processos atuais e
projetar novos processos que pouco (ou nada) têm em comum com as estruturas correntes.
Hammer & Champy (1994) complementam: “a reengenharia é recomeçar com uma folha
limpa de papel. É rejeitar a sabedoria convencional e os pressupostos recebidos do passado”.
Revisão bibliográfica 65
Em outras palavras, uma das principais diferenças entre o TQM e a reengenharia reside
no fato de que esta última é um novo começo, de uma outra maneira, enquanto que o TQM
visa a melhoria contínua sob a ótica existente na organização.
Existem outras importantes diferenças entre estas duas abordagens para o melhoramento
dos processos. Entre elas, destacam-se:
(a) freqüência de mudanças/melhorias;
(b) tempo necessário para a realização de melhorias;
(c) nível de participação dos funcionários;
(d) escopo de melhorias;
(e) risco;
(f) alavancadores das melhorias.
Baseando-se em Davenport (1994), e em Walker (1992), estas características são
discutidas a seguir:
a) Freqüência de mudanças: as técnicas e melhorias baseadas no TQM postulam
melhorias contínuas e constantes, referenciadas como um processo de melhoria. Por sua vez,
reengenharia é um evento discreto, realizado através de projetos, com inícios e fins
determinados;
b) Tempo necessário à realização de melhorias: um estudo de processos através das
técnicas de qualidade total produz resultados, embora certamente incrementais, em questão de
poucos meses. Já a reengenharia, por realizar grandes mudanças organizacionais, requer
geralmente, um tempo superior (vários meses ou mesmo anos...);
c) Ela baseia-se no pressuposto de que todos os funcionários, a partir da base da
hierarquia organizacional, estão dispostos a recomendar melhorias no trabalho que realizam.
Por sua vez, a reengenharia requer uma orientação mais abrangente, englobando várias áreas
da organização e níveis de mudanças estruturais mais significativos. Por estas razões, ela
requer uma orientação estratégica, originária da alta direção;
d) Escopo de melhorias: a melhoria continua de processos, como enfatizada pelo TQM,
é tipicamente aplicada a processos pouco abrangentes. Estes geralmente estão confinados a
um número limitado de departamentos ou funções. Já a reengenharia visa melhorias sob o
ponto de vista integral do processo, ou seja, cruzando várias fronteiras organizacionais; risco:
a implementação de melhorias contínuas, embora requeira mudanças organizacionais e
culturais, não implica necessariamente na adoção de novas estruturas, ou seja, a melhoria
contínua é factível sem a realização de grandes mudanças estruturais. Já a inovação de
Revisão bibliográfica 66
Análise de performance
em vendas por linha das
coleções anteriores
Especificação dos
Expectativa de Planejamento da
produtos por linha e faixa
crescimento de vendas coleção
de preço
Pesquisa de mercado e
concorrentes (preços,
produtos, perfil de compra
dos clientes)
Este processo é responsável pelo recebimento dos produtos entregues pelos fornecedores
(matérias-primas e produtos acabados) e envio dos produtos às lojas, bem como a logística
reversa de cabides, devoluções, transferências e “bags” de distribuição.
Para facilitar o entendimento da divisão dos processos e atividades nas áreas e
departamentos da empresa, bem como os seus respectivos envolvimentos no “time-to-
market”, foi elaborado um organograma da empresa, apresentado na figura 11.
abastecimento das lojas de um produto já apresentado ao mercado não é contado como “time-
to-market”. Esse intervalo é conhecido como tempo médio de reposição de estoques.
Nesse trabalho, para abordagem do macroprocesso, foi definido um número mínimo
de peças (chamado de lote mínimo) de mil peças o qual, na primeira produção de um
determinado produto desenvolvido, deveria ser respeitado ou superado. Esses produtos seriam
enviados para comercialização nas lojas, como primeiros exemplares de um determinado
SKU.
O lote mínimo foi definido com base no volume de contratação mínima da grande
maioria dos faccionistas, estabelecida em contratos e negociações prévias entre os mesmos e a
empresa. Para quantidades abaixo do lote mínimo a empresa perderia as vantagens de
desconto de preço por escala, de entrega de produto sob responsabilidade do faccionista, entre
outras.
Resolvido o impasse com o lote mínimo, o próximo passo foi a elaboração de
indicadores para o estudo e análise do macroprocesso.
Os indicadores elaborados para estudo foram: tempo de ciclo de cada processo, volume
de itens que passavam pelo processo e qualidade das atividades. O estudo e a implantação dos
indicadores do processo causaram um atraso significativo no cronograma do trabalho, devido
ao desenvolvimento de métodos e “checkpoints” para mensuração do desempenho dos
processos do macroprocesso.
A empresa possui um sistema para controle e seqüenciamento das atividades e processos
(módulo adicional do sistema MRP utilizado). Esse é um sistema de “workflow” customizado
para indústria têxtil. Apesar da enorme quantidade de funcionalidades disponíveis no sistema,
a empresa utilizava apenas a regra de seqüenciamento para indicação de conclusão das
atividades e liberação da próxima atividade. Os dados para avaliação do processo foram
extraídos desse sistema.
Originalmente havia alguns indicadores no processo, porém ao tentar utilizá-los,
percebemos a grande dificuldade na coleta dos dados, inconsistências, e a baixa
confiabilidade dos mesmos. A baixa qualidade dos indicadores originais se devia a falhas no
sistema que nunca foram corrigidas, pois essas informações não eram utilizadas de forma
freqüente.
No desenvolvimento desse trabalho, as falhas existentes nos indicadores vigentes foram
corrigidas ao longo da coleta de dados, quando os dados coletados eram julgados
inconsistentes ou irreais. Também foram criados novos indicadores para que o desempenho de
cada processo pudesse ser medido individualmente.
Aplicação da metodologia para solução do problema 81
O resultado dessa etapa do trabalho pode ser analisado na figura 13, onde é apresentado
graficamente o macroprocesso com os tempos médios por processo e respectivos desvios
padrões.
A partir dos dados levantados, foi elaborado um gráfico de Pareto para avaliar quais os
principais processos na formação do alto “time-to-market” da empresa. No gráfico 4,
apresentado a seguir, podemos observar que, sete dos vinte e dois processos no
macroprocesso, são responsáveis por setenta e três por cento do “leadtime” total do mesmo.
De acordo com metodologia proposta, as maiores oportunidades de melhoria (maiores
impactos no “time-to-market”) estão nesses processos.
O foco de melhoria do trabalho nas próximas etapas foi sobre os processos identificados
com os maiores tempos médios de execução, visto que pequenas melhorias nas mesmas
poderiam trazer uma redução significativa no tempo total do macroprocesso.
Aplicação da metodologia para solução do problema 82
Macro processo produtivo empresa M – Processo Antes – Linha 01 - Jeans
Entrega de MP
Total empresa M
Recebimento Média 55,2 dias
Aguarda
Compra de MP e Desvio 18,4 dias
Liberação PCP
Inspeção de MP
Planejamento Envio de MP
de coleção para faccionista
Empresa M
Média 14 dias
Desvio 16 dias
e produto
Confecção
Média 16 dias Jeans Desvio 12,8 dias de Apliques Desvio 4,1 dias
Inspeção de MP acabado
Desvio 20 dias Média 1,0 dias
Desvio 1,3 dias
Média 1,2 dias
Desvio 3,1 dias
Total Lavanderia
Média 12,3 dias
Fornecedor 2
0
5
10
15
20
P r o d u ç ã o d a s p e ç a s je a n s 25
E la b o r a ç ã o d e C o n tr a A m o s tr a 19,2
16,0
P la n e ja m e n to d e C o le ç ã o 14,0
D e s e n v o lv im e n to d e p r o d u to
13,4
L a v a g e m , e s to n a g e m e lix a m e n to
12,2
Processos críticos
7,2
F in a liz a ç ã o e a p liq u e s
69%
Gráfico 4 -
5,4
C o m p r a d e fa c c io n is ta e P C P
73%
Aplicação da metodologia para solução do problema
5,2
E n tr e g a d e p r o d u to a c a b a d o
78%
4,4
C om pra de M P
81%
4,3
E n v io d e M P p a r a o fa c c io n is ta
85%
4,1
A g u a r d a lib e r a ç ã o d e P C P
4,0
E n tr e g a d e M P
P la n e ja m e n to d e d is tr ib u iç ã o e e n v io a o
2,5
PD V
83
1,6
A p r o v a ç ã o d e C o n tr a A m o s tr a
1,5
R e c e b im e n to e In s p e ç ã o d e M P
Gráfico de Pareto dos tempos médios por processos
R e c e b im e n to e In s p e ç ã o d e M P n o
1,2
fa c c io n is ta
R e c e b im e n to d e p r o d u to a c a b a d o e
1,2
in s p e ç ã o d e q u a lid a d e
F in a liz a ç ã o d a v e n d a p e lo fa c c io n is ta e
1,0
p r o g r a m a ç ã o d a fá b r ic a
0,2
E n v io d e s e m i- a c a b a d o p a r a la v a n d e r ia
R e c e b im e n to d e s e m i- a c a b a d o p e la
0,2
Tempo Médio
% Acumulado
la v a n d e r ia
0%
20%
40%
60%
80%
100%
% A c u m u la d o
Aplicação da metodologia para solução do problema 84
Com base no levantamento de dados realizado, foi realizada uma reunião com o grupo
de trabalho para discutir as possíveis causas para o alto “leadtime” do macroprocesso. Essa
discussão foi direcionada, pelo autor, para os moldes propostos por Ishikawa (1993), no
diagrama causa e efeito.
Na figura 14 podemos analisar o resultado da discussão no diagrama causa e efeito.
A seguir é descrita brevemente cada uma das hipóteses para as causas do alto “time-
to-market” no macroprocesso.
• Falta de indicadores de controle nos processos (medição): Não há
indicadores de tempo claramente estabelecidos ou acompanhados na maioria
dos processos do macroprocesso. O controle em termos gerais é feito pela data
de entrega e estimativa de prazos em cada processo. Isso impossibilita o
estabelecimento de “SLAs” (Service Level Agreement) nos processos e que por
Aplicação da metodologia para solução do problema 85
Meta
Tempo Desvio Tempo Desvio
proposta % Redução
Médio Padrão médio Padrão
Processo (redução no tempo
antes antes depois depois
de 10%) médio
(dias) (dias) (dias) (dias)
(dias)
Elaboração de Contra Amostra 16,0 20,0 14,4 9,3 3,6 42%
Aprovação de Contra Amostra 1,6 1,4 1,4 1,2 1,0 25%
Compra de faccionista e PCP 5,4 3,6 4,9 3,3 3,0 39%
Produção das peças jeans 19,2 12,8 17,3 15,6 8,0 19%
Lavagem, estonagem e
lixamento 12,2 8,3 11,0 10,9 8,1 11%
Finalização e apliques 7,2 1,8 6,5 6,5 1,9 10%
Entrega de produto acabado 5,2 4,1 4,7 4,6 3,9 12%
Com base nas análises realizadas, pudemos perceber que havia um grande potencial de
melhoria no processo a partir da intervenção em poucos processos.
Com base na melhoria de desempenho observada na maioria dos processos do
macroprocesso (vide tabela 7), o grupo de trabalho concluiu que poderia ser alcançada uma
redução significativa no tempo de execução de alguns processos, se houvesse SLA e
indicadores de desempenho para os mesmos.
Outra grande oportunidade de melhoria no “time-to-market” é racionalização de alguns
processos com baixo valor agregado ao macroprocesso. Esses processos além de afetar
diretamente aumentando o tempo médio de execução do macroprocesso, possivelmente
representavam custos que poderiam ser evitados (pessoas, espaço físico, transporte, etc).
Conforme visto nas análises anteriores, o processo tem três inspeções de qualidade para um
mesmo lote de matéria-prima e dois transportes das mesmas para produção. Essas inspeções
de qualidade na matéria-prima, normalmente são necessárias uma única vez em cada
macroprocesso produtivo, logo há oportunidade clara para racionalização de processos no
macroprocesso.
Aplicação da metodologia para solução do problema 90
Tabela 9 - Evolução dos tempos médios e proposta de SLA para os processos críticos
Meta
Tempo
Tempo proposta SLA
Processo médio
Médio antes (redução de proposto
depois
10%)
Elaboração de Contra Amostra 16,0 14,4 9,3 5,0
Aprovação de Contra Amostra 1,6 1,4 1,2 1,0
Compra de faccionista e PCP 5,4 4,9 3,3 4,0
Produção das peças jeans 19,2 17,3 15,6 15,0
Lavagem, estonagem e lixamento 12,2 11,0 10,9 10,0
Finalização e apliques 7,2 6,5 6,5 7,0
Entrega de produto acabado 5,2 4,7 4,6 3,0
Para viabilizar essa proposta foi necessário exigir do fornecedor primário uma garantia
contratual mínima de qualidade, para evitar atrasos no processo devido à devolução ou
substituição de matéria-prima. Os endereços de entrega e notas fiscais foram direcionados aos
faccionistas, que por sua vez firmaram contrato com a empresa M assumindo
responsabilidade pela matéria-prima até o processamento da mesma.
O volume de matéria-prima armazenada nos faccionistas tenderia a aumentar
significativamente. Por motivo de precaução, a empresa M decidiu que na implantação, a
apólice de seguro para esse volume maior de matéria prima em trânsito seria revista. Essa
decisão provavelmente aumentaria o custo da empresa M com seguros.
Outro custo necessário para implantação dessa proposta era o aumento de
coordenadores de produção (técnicos da empresa M que acompanham a produção no
faccionista para analisar o andamento, possíveis falhas e coordenar a seqüência de produção
de acordo com a necessidade da empresa). Com um maior volume de matéria prima em
trânsito, um maior e melhor acompanhamento da destinação da mesma seria necessário.
Como os locais de concentração de produção são geograficamente dispersos, não foi possível
transferir coordenadores de produção para um acompanhamento mais intenso in-loco. Logo
novos coordenadores deveriam ser contratados e colocados em campo.
Aplicação da metodologia para solução do problema 93
Tempo médio
Processo Tempo Médio SLA proposto
esperado
Planejamento de Coleção 14,0 12,6
Compra de MP 4,4 4,0
Desenvolvimento de produto 13,4 12,1
Entrega de MP 4,0 3,6
Elaboração de Contra Amostra 16,0 5,0 5,0
Recebimento e Inspeção de MP 1,5 1,4
Aprovação de Contra Amostra 1,6 1,0 1,0
Aguarda liberação de PCP 4,1 3,7
Compra de faccionista e PCP 5,4 4,0 4,0
Finalização da venda pelo faccionista e programação da fábrica 1,0 0,9
Envio de MP para o faccionista 4,3 3,9
Recebimento e Inspeção de MP no faccionista 1,2 1,1
Produção das peças jeans 19,2 15,0 15,0
Envio de semi-acabado para lavanderia 0,2 0,2
Recebimento de semi-acabado pela lavanderia 0,2 0,2
Lavagem, estonagem e lixamento 12,2 10,0 10,0
Envio de semi-acababo para finalização e apliques 0,2 0,2
Recebimento de semi-acabado pelo faccionista 0,2 0,2
Finalização e apliques 7,2 7,0 7,0
Entrega de produto acabado 5,2 3,0 3,0
Recebimento de produto acabado e inspeção de qualidade 1,2 1,1
Planejamento de distribuição e envio ao PDV 2,5 2,3
Time-to-market antes 121,3 Time-to-market esperado 92,2
Redução -24%
No memorial de cálculo na figura 17, podemos observar que esse ajuste no quadro
funcional geraria uma economia anual para empresa M de aproximadamente noventa e dois
mil reais.
Salário do
inspetor de
qualidade de MP
X 12 meses
R$ 951,43
Custo anual por
inspetor de
qualidade de MP X 3 Inspetores
R$ 20.555,21
R$ 91.873,40
Salário do auxiliar
de distribuição
R$ 790,88 X 12 meses
= Custo anual por
auxiliar de
R$ 17.083,01 distribuição
R$ 632,70 R$ 19.930,18
+ Encargos + R$ 2.847,17
Benefícios
+ 13º + Férias
xis vermelho, os processos, para os quais seriam implantados SLAs, estão destacados na cor
laranja e as principais observações da intervenção proposta estão sinalizadas ao lado de cada
etapa do processo.
Podemos ainda analisar na figura 20, que as duas propostas combinadas, poderiam
gerar uma economia anual de aproximadamente setenta e um mil reais além da redução do
“time-to-market” de 121 para 85 dias, o que representa 30% de melhoria.
Aplicação da metodologia para solução do problema 101
140
121,3 Time-to-market
120
- 45%
103,6
100
Tempo Médio (# dias)
83,2
80 74,3
69,5 67,1
60
40
20
0
1ª medição
2ª medição
3ª medição
4ª medição
5ª medição
6ª medição
0
5
10
15
20
25
14
8
P la n e ja m e n to d e C o le ç ã o
4
3
C om p ra d e M P 13
6
D e s e n v o lv im e n to d e p r o d u to
0
E n tr e g a d e M P
16
5
E la b o r a ç ã o d e C o n tr a A m o s tr a
2
0
R e c e b im e n to e In s p e ç ã o d e M P
Gráfico 6 -
21
A p r o v a ç ã o d e C o n tr a A m o s tr a
4
Aplicação da metodologia para solução do problema
A g u a r d a lib e r a ç ã o d e P C P
5
2
C o m p r a d e fa c c io n is ta e P C P
F in a liz a ç ã o d a v e n d a p e lo fa c c io n is ta e
11
p r o g r a m a ç ã o d a fá b r ic a
44
E n v io d e M P p a r a o fa c c io n is ta
R e c e b im e n to e In s p e ç ã o d e M P n o
11
fa c c io n is ta
19
P r o d u ç ã o d a s p e ç a s je a n s
14
00
E n v io d e s e m i- a c a b a d o p a r a la v a n d e r ia
R e c e b im e n to d e s e m i- a c a b a d o p e la
105
00
la v a n d e r ia
12
L a v a g e m , e s to n a g e m e lix a m e n to
E n v io d e s e m i- a c a b a b o p a r a fin a liz a ç ã o
Gráfico de evolução de tempo de execução por processo
00
e a p liq u e s
R e c e b im e n to d e s e m i- a c a b a d o p e lo
00
fa c c io n is ta
7
Antes
F in a liz a ç ã o e a p liq u e s
Tempo Médio
55
E n tr e g a d e p r o d u to a c a b a d o
R e c e b im e n to d e p r o d u to a c a b a d o e
11
Depois
in s p e ç ã o d e q u a lid a d e
P la n e ja m e n to d e d is tr ib u iç ã o e e n v io a o
Tempo médio
33
PDV
Aplicação da metodologia para solução do problema 106
5 RESULTADOS E CONCLUSÕES
Nesse capítulo será feita uma análise dos resultados obtidos no projeto, os benefícios
gerados pelo trabalho para a empresa e a conclusão do autor sobre o mesmo.
5.3 CONCLUSÃO
A realização deste trabalho de formatura foi de grande contribuição para o autor, para a
empresa e seus colaboradores, tanto para o crescimento e amadurecimento profissional quanto
para atingir os objetivos propostos através de uma metodologia estruturada.
Através das análises e estudos realizados, foi possível elaborar propostas de melhoria
relevantes para a empresa foco deste trabalho. Estas propostas possibilitaram uma redução
significativa do “time-to-market” da empresa nos produtos que passam pelo macroprocesso
trabalhado.
Como efeito secundário do projeto, foi conquistado uma redução de custos no
macroprocesso. Atualmente menos recursos são utilizados para gerar o mesmo produto final
que era gerado antes.
A redução do “leadtime” total do macroprocesso possibilitou a redução de custos,
aumentou a competitividade dos produtos, dado que os mesmos representam uma tendência
de moda mais atual nas prateleiras. Essa redução permitiu também um rápido repique, ainda
na mesma coleção, dos produtos best-sellers no início do período de vendas.
Os objetivos propostos no início do trabalho foram não só alcançados, mas superados,
pois a expectativa de todos os envolvidos no trabalho, inclusive do autor, era menor do que as
melhorias conquistadas.
Referências bibliográficas 111
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, L. G. Qualidade: Introdução ao processo de Melhoria. Rio de Janeiro: Editora
José Olympio, 1987.
CAMPOS, V. F. Controle da Qualidade Total (no estilo japonês). Rio de Janeiro: Editora
Bloch, 1992.
FERDOWS, K. & LEWIS, M. A. & MACHUCA, J. A.D. Cadeia rápida no gatilho. Harvard
Business Review. novembro de 2004, p. 88-93
HIRSCHFELD, Henrique Planejamento com PERT-CPM. São Paulo: Editora Atlas S.A.,
1991.
MEYER, C. Fast Cycle Time. New York, The free press, 1993
PORTER, M. E. The Competitive Advantage of Nations, New York: The Free Press, 1990.
RADUCZINER, M. Gestão por processos: 5 passos para o sucesso. São Paulo.: HSM
Global, www.hsmglobal.com/notas/41748 acesso em maio de 2009.
WALKER, R. Rank Xerox - Management Revolution. Long Range Planning. Volume 25 (n,
1), 1992, 9 - 21.