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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO

FRANCISCO CUSRO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO CAMPUS


SALGUEIRO
Rua Antônio Figueira Sampaio, 134 - Nossa Sra. de
Graças, Salgueiro - PE, CEP. 56000-000

Curso: Engenharia de Produção


Disciplina: Evolução das Técnicas de Gestão 2022.1
Professor:Everton Cristian 27/06/22
Aluna: Izabela Viana de Jesus

Durante o período da primeira revolução industrial, houve o surgimento de


diversas atividades econômicas e com isso influenciou de maneira significativa
o aparecimento de diversos modelos econômicos. Ao analisarmos o contexto do
filme “A classe operária vai ao paraíso" podemos observar diversos pontos
importantes sobre o contexto social, a forma de organização da sociedade e
sobre a forma de trabalho da época. Percebemos que a forma de organização
do trabalho não era a mesma que nos tempos de hoje, havia características bem
semelhantes a um dos modelos de gestão que surgiu na época, o taylorismo.

Em uma fala do filme em que o protagonista cita a seguinte frase: “O


indivíduo é como uma fábrica: uma fábrica de merda”, compara-se a uma
diversas características do taylorismo, onde o trabalhador se via obrigado a
trabalhar para aumentar a produtividade acima de tudo, tinha que executar o seu
trabalho em um tempo hábil, o qual era controlado e vigiado excessivamente por
um “gerente” que a todo momento cobrava do funcionário o seu melhor
rendimento, e muitas vezes não recebiam a quantia equivalente ao seu trabalho,
o que acaba sendo mostrado também em uma outra fala do personagem em que
o indivíduo trabalhava somente para se alimentar.

Outras frases citadas no filme como: “Para vocês hoje o sol não brilhará”,
“Vocês sairão velhos e vazios, convencidos de terem ganho seu dia, e em vez
disso, terão sido roubados” em cenas onde os operários entravam na fábrica
para trabalhar, mostram o quanto o trabalhador naquela época, não possuía
condições favoráveis no trabalho, não tinham segurança e nem instruções
adequadas para o manuseio das máquinas, para que consequentemente não
afetassem as suas condições físicas. Então, fica claro que dentro daquela
situação do filme o trabalhador não estava em um ambiente adequado que o
valorizava, o trabalhador naquela situação estava abaixo de qualquer coisa, para
eles o trabalhador era um nada.

Nesse contexto, em defesa dos seus interesses, como condições de


trabalho mais dignas e salários adequados, os operários pensaram na abertura
de sindicatos, no que consistia em um agrupamento de pessoas em prol de uma
causa. No filme, tal prática também é bastante evidenciada e teve um papel
fundamental na vida do protagonista do filme, ou seja, acabou abrindo os seus
olhos e o alertando das péssimas condições em que ele trabalhava, pois o
mesmo durante todo o seu tempo de trabalho acostumou-se com tais condições,
e nunca se deu conta que isso não era bom para ele, acabou sendo exposto a
uma alienação mental no trabalho.

Portanto, por trabalhar durante muitos anos (15 anos) naquela fábrica e nunca
ter tido qualidade no trabalho, o mesmo acabou adquirindo no decorrer do tempo,
diversos problemas de saúde como: 2 intoxicações por tinta a qual era presente
na sua tarefa de produção e uma úlcera que é uma doença do sistema
gastrointestinal, geralmente sendo causado por inúmeros fatores como
infecções e também o estresse.

Com relação ao controle do tempo, podemos citar também uma situação


que ocorreu no filme, onde mostra um dos funcionários da fábrica sentado
realizando sua função, ao ser questionado por seu superior, o gerente, o
funcionário respondeu que estava realizando aquilo sentado porque tinha um
problema na próstata, se ficasse em pé teria que ir ao banheiro a todo momento,
o que por ordens da fábrica não era permitido estar deixando o seu posto por
muito tempo, pois cada segundo desperdiçado era uma redução na produção.
Ou seja, o superior havia respondido que se o funcionário estivesse em pé, ele
produziria mais, se estivesse sentado iria produzir somente a metade e
consequentemente seria multado se caso continuasse. Desse modo, é retratado
como as condições e a preocupação com o funcionário não importavam,
somente a maximização da produção.

Podemos citar também a questão da alienação mental, onde o trabalhador


não possui nenhum conhecimento do que esteja fazendo, não sabia o que estava
produzindo e consequentemente o valor agregado ao bem a partir de seu
trabalho. No filme esse problema é evidenciado por um dos personagens
chamado “Militina”, que inclusive está em uma clínica para “loucos” por conta do
seu trabalho, o mesmo cita que “O homem tem o direito de saber o que faz, o
produto que faz e para que serve”, inclusive citou também que ameaçou um dos
trabalhadores de cargos mais altos forçando-o a falar sobre os produtos que
eram produzidos naquela fábrica. Ademais, o mesmo acaba citando que
trabalhava para a produtividade e que com isso acabou tornando-se um
“animal”.

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