CHAPLIN, Charlie. Tempos Modernos. Telecine, 1936.

Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=3tL3E5fIZis.

TEMPOS MODERNOS, O QUANTO REFLETEM A REALIDADE ATUAL?

O filme Tempos Modernos representa a vida de um operário que se encontra no período

da 4º Revolução Industrial, apesar de não haver linguagem verbal presente no filme, é
possível compreender o que o autor do filme tenta transferir.

Vivendo durante um período de revolução, onde havia ocorrido uma mudança drástica
no modo em que se enxergava o dinheiro e principalmente o trabalho, o ator principal estava
empregado em uma fábrica de metalúrgica.

A empresa em que trabalhava adotava o método taylorista-fordista, método este que se

inicia com a teoria de NEFFA (1990)1, tendo como objetivo controlar a qualidade e reduzir
custos, posteriormente Ford e Taylor atualizam seu método para um modelo de trabalho que
especializa os trabalhadores em uma única função para diminuir os custos e aumentar a
produção, os empregados permaneciam realizando durante todo o dia.

O ator do filme tinha o emprego de apertar parafusos constantemente, em virtude desse

esgotamento mental desenvolveu o que se era visto como uma “loucura”, mas hoje se entende
como uma Síndrome de BurnOut, que tem como sintomas exaustão extrema, estresse e
esgotamento físico.

A síndrome foi primeiramente citada pelo médico alemão Hebert Freudenberg em 1970,
que utiliza o termo para definir o esgotamento físico e mental causado pela vida profissional.

Através do surgimento do capitalismo, em conjunto com a Revolução Industrial, o

mundo apresentou mudanças constantes, uns que subsistiam com a agricultura, passaram a
almejar mais e mais o capital. Nessa extrema mudança é possível compreender como essa
síndrome se inicia e afeta na vida dos indivíduos, em seu filme, Chaplin, representa de forma
clara o quanto a inclusão capitalista e os métodos de manufatura sobrecarregam o homem.

Esta obra não só reflete o passado, como também, nos faz refletir sobre nossa realidade
atual. Apesar de tantos anos terem passado, o BurnOut é relativamente frequente, ainda que
buscando por seus direitos trabalhistas, 93%2 dos Recursos Humanos de empresas no Brasil
ignoram a saúde mental.

Com isso, entende-se que apesar de inúmeras mudanças, ainda há muito o que ser
discutido, diante da resistência dos Recursos Humanos de introduzir uma assistência mental
em suas empresas.
BIBLIOGRAFIA

1. ZANELLI, J. C. BORGES-ANDRADE, J. E. BASTOS. A. V. B. Psicologia,

organizações e trabalho no Brasil. Artmed, 2ª Edição, 2014.
2. GRANATO, L. Saúde Mental: RH se preocupa, mas o investimento não chega.
Exame, 2021. Disponível em: https://exame.com/carreira/saude-mental-rh-se-
preocupa-mas-investimento-nao-chega/.
3. ALVES, G. A batalha de Carlitos: trabalho e estranhamento em Tempos modernos,
de Charlie Chaplin. Revista ArtCultura, V. 07, Uberlândia, 2005.