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Hoje as máquinas parecem estar em todo lugar, trazendo progresso e conforto, cada vez mais
sofisticadas e seguras, dispondo de procedimentos operacionais detalhados, contando ainda com
profissionais mais especializados e com maior grau de escolaridade na sua operação e
manutenção. Mas por que, mesmo assim, ainda temos que conviver com elevadas taxas de
acidentes de trabalho? É consenso entre a comunidade de Engenharia de Segurança que se
quisermos alcançar um estado de excelência, é fundamental fazer uma abordagem científica e
multidisciplinar do comportamento humano, conjugando diversos campos do conhecimento.
Os mecânicos de veículos automóveis estão sujeitos a riscos ocupacionais, tais como: os riscos
químicos; riscos físicos; os riscos ergonómicos e psicossociais; e por último, os riscos de
acidentes. É importante ressaltar, que o desconhecimento dos riscos à qual estão expostos
configura um factor causal significativo na ocorrência dos acidentes.
A segurança nos locais de trabalho constitui a primeira preocupação social que impulsionou a
criação da legislação laboral, no entanto, a focalização na prevenção, no que diz respeito à
proteção dos trabalhadores, da sua vida e integridade física e moral é muito posterior, pois só
após a intervenção da Organização Internacional do Trabalho (OIT), se atribuiu prioridade ao
tema de Higiene e Segurança no Trabalho, tanto no plano de medidas gerais, como nas condições
específicas adaptadas a cada profissão, ramo de actividade e produtos manuseados ou fabricados
(Miguel citado por Quintas, 2014).
Logo, para se proceder à prevenção, deverão ser aplicadas metodologias de identificação, análise
e avaliação de riscos, no sentido de adotar medidas que visem eliminar ou diminuir os riscos a
que o trabalhador se encontra sujeito (Quintas, 2014).
Para a identificação de perigos devem verificar-se as fontes possíveis de causar danos, bem como
as áreas que poderão ser afectadas e as potenciais consequências dos perigos identificados,
estabelecendo uma ordem decrescente das fontes suscetíveis de causar danos mais graves para os
menos graves (ISO/FDIS 31000 citado por Quintas, 2014).
Objectivos
1.4.1. Objectivos Gerais
Analisar procedimentos usados na higiene e saúde ocupacional na manunteção de automóveis
na oficina da empresa TSG.
O sector automotivo tem necessidade de prevenir estes riscos e estas doenças, pois impactam
directamente na produtividade e na competitividade das empresas (Graciano, 2013). Binder
(2001) afirma que as oficinas de reparação de veículos automotores constituem ramo de
actividade que requer estratégias de intervenção voltada à prevenção de acidentes e de doenças.
As medidas de segurança do trabalho são essenciais para integrar a qualidade de vida dos
colaboradores e devem ser metodicamente integradas na gestão organizacional, actuando-se de
forma proactiva e não reactiva (Perez, 2017).
O sector de Segurança no Trabalho tem como objectivo principal a prevenção dos riscos
profissionais. Diante desses fatos, muitas dúvidas têm sido levantadas sobre os riscos de
acidentes. Isso se faz, no caso das empresas, com uma política de segurança e saúde dos
trabalhadores que tenha por base a acção de profissionais especializados, antecipando,
reconhecendo, avaliando e controlando os riscos de acidentes no trabalho.
Em um ambiente de trabalho existem diversas situações que podem ocasionar acidentes, entre
eles, máquinas e equipamentos, ferramentas manuais, eletricidade e manuseio de produtos
perigosos. Os riscos de acidentes variam conforme a natureza de atividade e as medidas de
controle existentes e dessa maneira é de suma importância a análise de fatores de risco em todas
as tarefas e em todas as operações
Com o aumento do número de acidentes em máquinas e equipamentos no início do século XXI a
NR-12 (Norma Regulamentadora de segurança em máquinas e equipamentos) teve atualização
mais criteriosa no ano de 2010 obrigando as empresas a adotarem um prazo para adequação de
suas máquinas (SOUZA, 2014).
Com o aparecimento da primeira máquina de fiar, a Revolução Industrial Inglesa entre 1760 e
1830 veio a mudar profundamente toda a história da humanidade transformando o trabalho em
emprego. Os trabalhadores passaram a trabalhar por salários e afirma-se que o direito do trabalho
e o contrato de trabalho passaram a desenvolver nesta fase. O advento das máquinas, que fiavam
em ritmo muitíssimo superior ao do mais hábil artífice, a improvisação das fábricas e a mão-de-
obra destreinada, constituída principalmente de mulheres e crianças, resultou em problemas
ocupacionais extremamente sérios. Os acidentes de trabalho passaram a ser numerosos, quer pela
falta de proteção das máquinas, pela falta de treinamento para sua operação, pela inexistência da
jornada de trabalho, pelo ruído das máquinas monstruosas ou pelas más condições do ambiente
de trabalho.