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1 ORGANIZAÇÕES E NORMAS

Material de Consulta para o Aluno

4º Tópico - Segurança e Saúde no Trabalho.

1 – Segurança e Saúde no Trabalho.

 O que é SST?

É um conjunto de normas e procedimentos


legalmente exigidos às empresas e funcionários visando
prevenir doenças ocupacionais, acidentes de trabalho e
proteger a integridade física do trabalhador.

Existem, no Brasil, profissionais específicos


responsáveis por garantir que as normas sobre saúde e segurança do trabalho sejam
devidamente aplicadas nas organizações.

No âmbito do Ministério da Economia, é a Coordenação-Geral de Segurança e


Saúde no Trabalho – CGSST, vinculada à Secretaria Especial de Previdência e Trabalho,
a responsável pela gestão no Brasil das atividades relacionadas à segurança e saúde no
trabalho no âmbito do Poder Executivo.

No entanto, outros órgãos e instituições também atuam na matéria, embora não


possuam a atribuição de editar NRs. Como exemplo, pode-se citar a Justiça do Trabalho,
a qual lidera o Programa Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho (Trabalho
Seguro).

As empresas entendem a importância de atuar em prol da segurança e da saúde de


seus colaboradores. No âmbito do conjunto de requisitos que precisam ser implementados,
é possível citar ações como a criação de políticas de SST, organização, planejamento e
avaliações periódicas dos colaboradores.

 Qual a importância da saúde e segurança no trabalho?

As acões que promovem saúde e segurança no trabalho criam ambientes seguros e


saudáveis oferecem condições adequadas aos trabalhadores o que contribui para o
aumento da produtividade.

 Qual a relação entre segurança e saúde no trabalho?

Programas de Segurança e Saúde no Trabalho nas organizações contribui para a


manutenção da saúde do trabalhador e capacidade de dar sua contribuição social no
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trabalho, na comunidade e na família. Ações de SST também potencializam os resultados,


reduzindo afastamentos de longo prazo e contribuindo para manutenção da capacidade
laboral do trabalhador.

Dessa forma, a Saúde e Segurança no Trabalho pode ser entendida também como
fator crítico de produtividade e competitividade na indústria brasileira.

Também é importante destacar que as empresas, ao atuarem proativamente para a


promoção de segurança e saúde no trabalho vinculam-se ao bem-estar dos seus
trabalhadores, atuando de acordo com as modernas atitudes de responsabilidade social
corporativa.

Trata-se de práticas que aliam interesses e benefícios não só para os colaboradores,


como para as empresas.

Em sentido oposto, a ocorrência de acidentes de trabalho acarreta danos sociais


imediatos. O mais importante é o comprometimento da saúde e integridade física do
trabalhador.

Mas também deve-se mencionar o impacto nos seus dependentes , e custos para a
sociedade, tanto no sistema de saúde como na Previdência, além do próprio absenteísmo
e aumento de custos da empresa com a seguridade (FAP, ações regressivas, por exemplo).

 Saúde e segurança do trabalho no Brasil

Conforme disposto na CLT sobre saude e seguranca do trabalho no brasil, as


empresas têm a obrigação de cumprir e fazer cumprir as normas de segurança do trabalho
e de instruir os empregados sobre as precauções para evitar acidentes. Aos empregados,
também cabe observar os requisitos das normas de segurança. Assim, todos têm parcela
de responsabilidade na prevenção. Ações preventivas em saúde e segurança do trabalho
aumentam a produtividade

Caso as medidas de eliminação ou mitigação de riscos ocupacionais de


agentes insalubres químicos, físicos e biológicos ou de agentes periculosos, por
exemplo, não sejam suficientes para adequar o ambiente aos níveis de
segurança previstos na legislação, as empresas deverão pagar os empregados
expostos à condição de risco o adicional de insalubridade ou de periculosidade
respectivo.

São consideradas atividades perigosas aquelas em que o trabalhador tem contato


com fatores de riscos de acidentes tais como inflamáveis, explosivos, energia elétrica,
radiação ionizante ou exposição a roubos e outras violências físicas.
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Já atividades insalubres são as que expõem os empregados a agentes nocivos à


saúde acima dos limites de tolerância, fixados em razão da natureza e da intensidade do
agente e do tempo de exposição aos seus efeitos. Entre eles podem ser citados ruído, calor,
frio, umidade, radiações ionizantes e não ionizantes, agentes químicos e agentes
biológicos.

Os constantes investimentos da indústria em segurança e saúde no trabalho


reduzem, ao longo dos anos, o número de acidentes e as doenças ocupacionais.

 O que é classificação de riscos ocupacionais?

As empresas são classificadas quanto ao risco das atividades econômicas que


desempenham. O nível do risco das suas atividades são proporcionais às características
de produção de bens e serviços de cada ramo de atividade econômica.

Conhecer os fatores de riscos no trabalho que são mais comuns é o primeiro passo
para garantir ambientes mais seguros.

Os colaboradores de cada ramo econômico estão


diariamente expostos a riscos que podem ser de caráter físico,
químico, biológico, ergonômico e de acidente.

Os riscos ocupacionais devem ser devidamente gerenciados por meio da


identificação, classificação, priorização, prevenção e controle dos perigos. Esses perigos
estão associados, por exemplo a fontes geradoras de ruídos, vibrações, aerodispersóides,
calor, levantamento de peso, queda por diferença de nível, queimaduras, dentre várias
outras possibilidades.

Pensando nisso, em 2021, entrou em vigor a revisão das Normas


Regulamentadoras, em especial, a nova NR 01 que incorporou o Gerenciamento de Riscos
Ocupacionais (GRO). GRO é uma prática reconhecida internacionalmente e está alinhada
com a ABNT NBR ISO 31000 (Gestão de riscos — Princípios e diretrizes), bem como com
a ISO 45001 (Sistemas de Gestão para Saúde e Segurança Ocupacional).

 Qual a importância da proteção coletiva e individual?

Por meio do inventário de riscos ocupacionais previsto na nova NR 01 é possível


descobrir quais locais de trabalho exigem o uso de equipamentos de proteção. A
elaboração do inventário é fundamental para que os riscos ocupacionais sejam
corretamente avaliados e controlados.
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Os equipamentos de segurança são itens indispensáveis e devem ser usados


corretamente pelo trabalhador, com a devida orientação da empresa para prevenir doenças
e acidentes no local de trabalho.

A implementação de proteção é dividida seguindo essa ordem de prioridade:


Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC), Medidas de Controle Administrativas ou
Organizacionais e Equipamentos de Proteção Individual (EPI), ambos com o objetivo de
proteger o trabalhador dos riscos ambientais.

Eles são implementados e sugeridos por


profissionais da segurança no trabalho.
Os EPC’s são utilizados no ambiente de
desenvolvimento de atividades para proteger todos os
funcionários de algum risco inerentes aos processos,
ou seja, risco que o conjunto está exposto.

Sinalização, sensores de presença, sistema de ventilação e exaustão, sistema de


iluminação de emergência, entre outros, são exemplos de medidas coletivas tomadas para
diminuição algum risco de um grupo de funcionários de uma empresa.

Uma vez realizados, os efeitos são válidos para várias pessoas por um determinado
tempo, geralmente longos períodos, com necessidade de manutenção preventiva até que
seja necessária a manutenção corretiva ou implementação de novas medidas.

Os EPIs são utensílios disponibilizados individualmente para cada funcionário da


empresa.

O colaborador, recebe capacitação, fica responsável pelo


correto o uso, higienização, manutenção e solicitações de troca ou
reparos dos equipamentos.

Utilizar estes equipamentos se faz necessário quando não é possível tomar medidas
que permitem eliminar completamente os riscos do ambiente em que a atividade
desempenhada está envolvida. Alguns exemplos de EPI são: capacete de segurança,
protetor auricular, coletes, luvas de segurança, braçadeiras, calçados de segurança etc.
Conhecidos os perigos a que algumas atividades econômicas estão sujeitas, como
evitar que tragédias aconteçam? Por meio de medidas de prevenção a acidentes de
trabalho, sendo o Equipamento de Proteção Individual (EPI) um dos meios mais básicos e
conhecidos instrumentos para tal.
De acordo com a Norma Regulamentadora nº 6 do Ministério do Trabalho, considera-
se Equipamento de Proteção Individual (EPI) “todo dispositivo ou produto, de uso individual
utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a
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segurança e a saúde no trabalho”. O normativo traz ainda a obrigação da empresa de


fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado de
conservação e funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam
completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e
do trabalho; enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas; e
para atender a situações de emergência.
Na legislação federal, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) dispõe, no artigo 166,
que “a empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, equipamento de
proteção individual adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e
funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção
contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos empregados”. Assim, o EPI não apenas
deve ser fornecido de forma gratuita como também deve ser adequado à atividade
desempenhada.
Os EPIs são classificados a partir da parte do corpo a ser protegida e da atividade
desempenhada, divididos pela NR 6 em nove categorias:
1. proteção da cabeça: capacete, capuz ou balaclava;
2. proteção dos olhos e face: óculos, protetor facial, máscara de solda;
3. proteção auditiva: protetor auditivo circum-auricular, de inserção, ou semi-auricular;
4. proteção respiratória: respirador purificador de ar não motorizado ou motorizado; de
adução de ar, ou de fuga;
5. proteção do tronco: vestimentas para proteção, colete à prova de balas;
6. proteção dos membros superiores: luvas, creme protetor, manga, braçadeira, dedeira;
7. proteção dos membros inferiores: calçados para proteção, meia, perneira, calça;
8. proteção do corpo inteiro: macacão; vestimentas de corpo inteiro;
9. proteção contra quedas com diferença de nível: cinturão de segurança com dispositivo
trava-queda, cinturão de segurança com talabarte.

Garantir a saúde dos colaboradores é um grande desafio das empresas. Nesse


sentido, as práticas de saúde ocupacional são de extrema importância. Além de lidar com
a gestão dos exames ocupacionais, a gestão integrada em saúde se faz necessária para
garantir a prevenção de doenças e agravos.

A promoção e preservação da saúde do trabalhador é um fator-chave para o sucesso


de uma empresa. Quando o trabalhador atua em um ambiente seguro e saudável, com
condições adequadas, seu desempenho cresce e, com ele, os resultados do negócio. Além
de aumentar a produtividade e fortalecer a imagem da empresa, diminui o presenteísmo, o
absenteísmo e evitam-se doenças e acidentes do trabalho.
Para saber: Presenteísmo é a ação de estar presente em seu local de trabalho, dentro da jornada
estabelecida pelo contrato com a organização, mas com pensamentos em outro lugar.
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O absenteísmo ou absentismo é um padrão habitual de ausências no processo


de trabalho, dever ou obrigação, seja por falta ou atraso, falta de motivação ou devido a algum
motivo interveniente.

2 – Acidentes de trabalho.
Dados do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho da Plataforma SmartLab,
iniciativa conjunta do MPT e da Organização Internacional do Trabalho (OIT), indicam que,
apenas em 2020, foram registrados 46,9 mil acidentes de trabalho no Brasil da população
com vínculo de emprego regular. Contudo, estima-se que esse número seja ainda maior
devido à quantidade de subnotificações.
No período de 2012 a 2020, a lesão mais frequentemente presente em
comunicações de acidentes de trabalho (CAT), considerando o universo de trabalhadores
com vínculo de emprego, foi de corte, laceração, ferida contusa ou punctura (21%),
seguidos de fratura (17%) e contusão/esmagamento (15%). Quanto às partes do corpo, as
mais atingidas foram dedo (24%), pé (8%), mão (7%) e joelho (5%). Máquinas e
equipamentos (15%), agentes químicos (14%), queda do mesmo nível (13%), veículos de
transporte (12%) e agentes biológicos (12%) compõem os cinco agentes causadores mais
frequentemente citados em notificações de acidentes de trabalho. Por fim, as ocupações
citadas com maior frequência são alimentador de linha de produção (6%), técnico de
enfermagem (6%) e faxineiro (3%).
Quando considerado o perfil a partir dos afastamentos concedidos pelo INSS,
observa-se que os tipos de doenças mais frequentes são fraturas (40%), osteomuscular e
tecido conjuntivo (23%), traumatismos (8%), luxações (7%) e ferimentos (5%).

 Como prevenir os acidentes de trabalhos mais comuns?


A prevenção de acidentes de trabalho envolve esforços na área de gestão, previsão,
planejamento e empenho, com foco em avaliar riscos e implementar ações.
O Ministério da Defesa do governo brasileiro, em notícia sobre prevenção de
acidentes no ambiente do trabalho, trouxe ainda 15 dicas para evitar acidentes:
1) Utilize os Equipamentos de Proteção Individual (EPI);
2) Mantenha áreas de circulação desobstruídas;
3) Não obstrua o acesso aos equipamentos de emergências (macas, extintores, etc.);
4) Informe ao superior imediato sobre a ocorrência de incidentes, para que se possa
corrigir o problema e evitar futuros acidentes;
5) Não execute atividade para a qual não esteja habilitado;
6) Não improvise ferramentas. Solicite a compra de ferramentas adequadas à
atividade;
7) Não faça brincadeiras durante o trabalho. Sua atenção deve ser voltada apenas
para a atividade que está executando;
8) Oriente os novos colaboradores sobre os riscos das atividades;
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9) Cuidado com tapetes em áreas de circulação;


10) Não retire os equipamentos de proteção coletiva das máquinas e equipamentos.
Eles protegem você e demais trabalhadores simultaneamente;
11) Não fume em locais proibidos. Procure os locais destinados para tal;
12) Evite a pressa, ela é “inimiga da perfeição”. Além de se expor ao nível de risco
maior, seu trabalho não terá uma boa qualidade;
13) Confira sua máquina ou equipamento de trabalho antes de iniciar suas
atividades, através do check list;
14) Ao sentar-se, verifique a firmeza e a posição das cadeiras;
15) Não deixe objetos caídos no chão.
No âmbito da empresa, a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (NR 5) é o
órgão encarregado da prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo
a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção
da saúde do trabalhador. Deve ser instalado em empresas com mais de 20 trabalhadores
e tem por atribuição identificar os riscos do processo de trabalho, elaborar plano que
possibilite a ação preventiva, realizar verificações nos ambientes e condições de trabalho,
visando a identificação de situações que venham a trazer riscos, além de divulgar aos
trabalhadores informações relativas à segurança e saúde no trabalho, entre outros.

Bibliografia

 https://www.portaldaindustria.com.br/industria-de-a-z/seguranca-saude-trabalho/
 https://www.tst.jus.br/saude-e-seguranca-do-trabalho
 https://www.ilo.org/wcmsp5/groups/public/---europe/---ro-geneva/---ilo-
lisbon/documents/publication/wcms_718134.pdf
 https://www.marinha.mil.br/saudenaval/prevencao-de-acidentes-de-trabalho
 https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-
especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/ctpp-
nrs/norma-regulamentadora-no-5-nr-5

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