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1. INTRODUÇÃO
Até meados do século XX, as condições de trabalho nunca foram levadas em consideração,
importando apenas a produtividade, mesmo que tal implicasse riscos de saúde ou mesmo morte
para o trabalhador. Com o evoluir dos tempos e com o aparecimento dos sindicatos de trabalho,
actualmente existem legislações que protegem os trabalhadores, cuja aplicação beneficia não só
ao trabalhador, como também as empresas, no concernente à segurança e higiene no trabalho.
Segurança no trabalho pode ser entendida como o conjunto de medidas que são adoptadas
visando minimizar os acidentes de trabalho, doenças ocupacionais, bem como proteger a
integridade e a capacidade de trabalho do trabalhador.
Durante o desempenho das tarefas
Com a actividade de higiene no trabalho propõe-se profissionais, nunca se deve perder de
combater, do ponto de vista não médico, as doenças vista o factor segurança e higiene no
profissionais, identificando os factores que podem trabalho, com o risco de não só afectar
afectar o ambiente do trabalho e o trabalhador, apenas o rendimento da empresa, mas
visando eliminar ou reduzir os riscos profissionais. também a saúde dos trabalhadores.
São tarefas da segurança, o estudo, avaliação e controlo dos riscos de operação e da Higiene
identificar e controlar as condições de trabalho que possam prejudicar a saúde do trabalhador.
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O sucesso de um sistema produtivo passa inevitavelmente pela qualidade das condições de trabalho
que proporciona aos recursos humanos que nele colaboram. Nesta perspectiva, a melhoria da
produtividade e da competitividade das empresas passa necessariamente, por uma intervenção no
sentido da melhoria das condições de trabalho.
Por outro lado, as condições de segurança, higiene e saúde no trabalho, constituem um factor
importante na prevenção de riscos profissionais, contribuindo para o aumento da produtividade na
empresa e diminuição dos acidentes de trabalho. Para tal, Sempre que o conceito de
qualquer que seja a empresa, deve investir na informação segurança no trabalho está
e formação dos trabalhadores em segurança e higiene no presente na mente do trabalhador,
trabalho, por forma a dotar seus trabalhadores de este não efectua suas tarefas sem
capacidades de prevenção de riscos. cumprir com as normas de
segurança e higiene no trabalho.
1.2. As condições de trabalho, a produtividade e a
qualidade
As condições de segurança e higiene no trabalho, são regulamentadas pela lei de uma maneira
geral, mas estas regras gerais devem concretizar-se e especificar-se em cada posto de trabalho para
se chegar até ao mais ínfimo pormenor de aplicação, que elimine qualquer causa de risco.
Foi necessário muito tempo para que se reconhecesse até que ponto as condições de trabalho e a
produtividade se encontram ligadas. Numa primeira fase, houve a percepção da incidência
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económica dos acidentes de trabalho onde só eram considerados inicialmente os custos directos
(assistência médica e indeminizações) e só mais tarde se consideraram as doenças profissionais.
Na actividade corrente de uma empresa, compreendeu-se que os custos indirectos dos acidentes
de trabalho são bem mais importantes que os custos directos, através de factores de perda como os
seguintes:
Perda de horas de trabalho pela vítima;
Perda de horas de trabalho pelas testemunhas e responsáveis;
Interrupções da produção;
Danos materiais;
Atraso na execução do trabalho;
Custos inerentes às peritagens e acções legais eventuais;
Diminuição do rendimento durante a substituição.
Estas perdas podem ser muito elevadas, podendo mesmo representar quatro vezes os custos
directos do acidente de trabalho.
Com efeito, existem muitos casos em que é possível aumentar a produtividade simplesmente com
a melhoria das condições de trabalho. De uma forma geral, a gestão das empresas não explora
suficientemente a melhoria das condições de higiene e a segurança do trabalho nem mesmo a
ergonomia dos postos de trabalho como forma de aumentar a produtividade e a qualidade.
Desta forma pode-se afirmar que na maior parte dos casos a produtividade é afectada pela
conjugação de dois aspectos importantes:
a) Um meio ambiente de trabalho que exponha os trabalhadores a riscos profissionais graves
(causa directa de acidentes de trabalho e de doenças profissionais);
b) A insatisfação dos trabalhadores face a condições de trabalho que não estejam em harmonia
com as suas características físicas e psicológicas.
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2. ACIDENTES DE TRABALHO
Os acidentes, em geral, são o resultado de uma combinação de factores, entre os quais se destacam
as falhas humanas e falhas materiais. Vale a pena lembrar que os acidentes não escolhem hora
nem lugar. Quanto aos acidentes de trabalho o que se pode dizer é que grande parte deles ocorrem
porque os trabalhadores se encontram mal preparados ou não utilizam meios adequados para
enfrentar certos riscos.
Muitas vezes, pior que o acidente em si, são as suas consequências, pois, todos sofrem:
A vítima, que fica incapacitada de forma total ou parcial, temporária ou permanente para o
trabalho;
A família, que tem seu padrão de vida afectado pela falta dos ganhos normais;
As empresas, com a perda de mão-de-obra, de material, de equipamentos, tempo, etc., e,
consequentemente, elevação dos custos operacionais;
A sociedade, com o número crescente de inválidos e dependentes da Segurança Social;
O país, com todo o conjunto de efeitos negativos dos acidentes de trabalho.
Lesão corporal - é qualquer dano produzido no corpo humano, seja ele leve, como, por exemplo,
um corte no dedo, ou grave, como a perda de um membro.
A incapacidade parcial e permanente - é a diminuição, por toda vida, da capacidade física total
para o trabalho. É o que acontece, por exemplo, quando ocorre a perda de um dedo ou de uma vista
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Incapacidade total e permanente - é a invalidez incurável para o trabalho.
Neste último caso, o trabalhador não reúne condições para trabalhar o que acontece, por exemplo,
se um trabalhador perde as duas vistas num acidente de trabalho. Nos casos extremos, o acidente
resulta na morte do trabalhador.
O acidente que ocorre quando você está prestando serviços por ordem da empresa, fora do
local de trabalho;
O acidente que acontece quando você estiver em viagem em serviço da empresa;
O acidente que ocorre fora do local ou tempo de trabalho, quando em execução de serviços
determinados pela entidade empregadora ou por esta consentidos;
O acidente que acontece no local de trabalho ou fora deste, quando em frequência de cursos
de formação profissional autorizados pela entidade empregadora;
O acidente que ocorre no trajecto entre a casa e o trabalho ou do trabalho para casa, quando
utilizado meio de transporte da empresa;
Doença profissional, que é a doença provocada pelo tipo de trabalho;
Doença do trabalho, que é a doença causada pelas condições de trabalho.
Há muito tempo, que especialistas se vêm a dedicar ao estudo dos acidentes e de suas causas e um
dos factos já comprovados é que, quando um acidente acontece, vários factores entraram em acção
anteriormente por forma a permitir o acidente. Um acidente laboral, pode muitas vezes ser
comparado com o que acontece quando enfileiramos pedras de um dominó e depois damos um
empurrãozinho numa delas. Em resultado, as pedras acabam por se derrubarem umas às outras, até
que a ultima pedra caía por terra. Podemos imaginar que algo semelhante acontece quando um
acidente ocorre, considerando que se podem conjugar cinco factores que se complementam da
seguinte forma:
Ambiente social
Causa pessoal
Causa mecânica
Acidente
Lesão
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O Ambiente Social do trabalhador relaciona-se com dois factores principais a saber:
Hereditariedade e Influencia Social. As características físicas e psicológicas do individuo são
determinadas pela hereditariedade transmitida pelos Pais. Por outro lado o comportamento de cada
um é muitas vezes influenciado pelo ambiente social em que cada um vive.
A causa pessoal está relacionada com o conjunto de conhecimentos e habilidades que cada um
possui para desempenhar uma tarefa num dado momento. A probabilidade de envolvimento em
acidentes aumenta quando as condições psicológicas não são as melhores (depressão), ou quando
não existe preparação e treino suficiente.
Numa sociedade democrática, as leis existem para delimitar os direitos e os deveres dos cidadãos.
Qualquer pessoa que sentir que seus direitos foram desrespeitados pode recorrer à Justiça para
tentar obter reparação, por perdas e danos sofridos em consequência de actos ou omissões de
terceiros.
a) Acto inseguro – é o acto praticado pelo homem, em geral consciente do que está fazendo,
que está contra as normas de segurança.
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Figura – Acto inseguro
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Os actos inseguros e as condições inseguras são as causas frequentes dos acidentes de trabalho.
Eliminando-se as condições inseguras e os actos inseguros é possível reduzir os acidentes e as
doenças ocupacionais. Esse é o papel da segurança do trabalho.
Se você perder a audição por ficar longo tempo sem protecção auditiva adequada, submetendo-se
ao excesso de ruído gerado pelo trabalho executado junto a uma grande prensa, isso caracteriza
uma doença de trabalho.
Numa outra situação, se você contrair uma doença ou lesão por contaminação acidental, no
exercício de sua actividade, temos aí um caso equiparado a um acidente de trabalho. Por exemplo,
sendo você um operador de um banho de decapagem, se queimar-se com ácido ao encher a tina do
banho ácido isso é um acidente do trabalho.
Em qualquer tipo de trabalho existe um certo perigo de acidente, por isso, a prevenção deve
abranger todos os trabalhadores e todos os lugares da oficina mecânica. No entanto, existe um
certo número de meios de trabalho que implicam um perigo mais frequente e sobre os quais se
deve prestar atenção para evitar o acidente.
a) Manejo de objectos/equipamentos;
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O manejo de objectos ou cargas mais ou menos pesadas em más condições ou de forma
inadequada, constitui uma causa frequente de acidentes, tais como entorses, pancadas, feridas nas
mãos e nos pés etc. Estes acidentes produzem-se ao empilhar, levantar, carregar ou descarregar
objectos e resultam, muita das vezes, da falta de instrução adequada de como se deve realizar o
trabalho.
Por exemplo, quando você pretende levantar um peso, deve realizar o esforço com os músculos
das pernas, como se mostra na fig. 2.5 e não com os músculos das costas, como se mostra na fig.
2.6.
b) Queda de pessoas;
A queda de pessoas é outra das causas mais frequentes de acidentes. A sua consequência é muitas
vezes a produção de fracturas de diferentes membros do corpo, não sendo raros os acidentes
mortais por esta causa. A maior parte desses acidentes podem evitar-se utilizando meios seguros
quando se trabalha em altura e mantendo os solos em bom estado.
c) Entaladelas;
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O trabalho em máquinas causa frequentemente acidentes tais como feridas, cortes e esmagamento.
A frequência destes acidentes mostra claramente como se despreza o perigo quando este existe em
permanência no tipo de trabalho que se realiza.
Com o objectivo de eliminar este tipo de acidente montam-se coberturas de protecção nas
máquinas, para ocultar os órgãos em movimento. Em algumas máquinas colocam-se para além das
coberturas, dispositivos de segurança para paragem automática, que devem estar sempre em bom
estado de funcionamento.
d) Queda de objectos;
Os objectos ou partículas lançados com força, tais como aparas e graus de material abrasivo ou
faíscas, também constituem uma causa frequente de acidentes. Quando você está exposto a estas
partículas, devem utilizar meios de protecção adequados, como por exemplo, óculos de protecção,
gorros, capacetes, luvas e factos apropriados para cada caso.
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e) Substâncias perigosas ou prejudiciais à saúde;
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a) Tal como se verifica no domínio da segurança, a prevenção mais eficaz em matéria de
higiene industrial exerce-se, também, no momento da concepção do edifício, das instalações
e dos processos de trabalho, pois, todo o melhoramento ou alteração posterior já não terá a
eficácia desejada para proteger a saúde dos trabalhadores e será certamente muito mais
dispendiosa.
d) Quando as medidas técnicas colectivas e as medidas administrativas não são suficientes para
reduzir a exposição a um nível aceitável, deverá fornecer-se aos trabalhadores um
equipamento de protecção individual (EPI) apropriado.
O posto de trabalho representa o ponto onde se juntam os diversos meios de produção (Homem,
Máquina, Energia, Matéria-prima, etc.) que vão dar origem a uma operação de transformação, daí
resultando um produto ou um serviço.
Os principais aspectos a levar em contas num diagnóstico das condições de segurança (ou de risco)
de um posto de trabalho, podem ser avaliados pelas seguintes questões:
I. O local de trabalho
Tem acesso fácil e rápido?
É bem iluminado?
O piso é aderente e sem irregularidades?
É suficientemente afastado dos outros postos de trabalho?
As escadas têm corrimão ou protecção lateral?
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Existem marcações no solo delimitando zonas de movimentação?
Existe carga exclusivamente manual?
V. Equipamentos
As engrenagens e partes móveis estão protegidas?
Estão devidamente identificados os dispositivos de segurança?
A formação do operador é suficiente?
A operação é rotineira e repetitiva?
VII. Iluminação
A iluminação é natural?
Está bem orientada relativamente ao posto de trabalho?
Existe alguma iluminação intermitente nas imediações do posto de trabalho?
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X. Pessoal de socorro
Existe alguém com formação em primeiros socorros?
Os números de alerta estão visíveis e actualizados?
Existem caixas de primeiros socorros e Macas?
Existe um plano de prevenção de segurança e higiene?
Com a redução dos acidentes poderão ser eliminados problemas que afectam o homem e a
produção.
Como já se viu, os acidentes são evitados com a aplicação de medidas específicas de segurança,
seleccionadas de forma a estabelecer maior eficácia na prevenção da segurança.
Exemplo
Uma escada com piso escorregadio representa um sério risco de acidente. Esse risco poderá ser
eliminado com um piso antiderrapante.
b) Neutralização do risco - o risco existe, mas está controlado. Esta opção é utilizada na
impossibilidade temporária ou definitiva da eliminação de um risco.
Exemplo:
No jardim zoológico, animais ferozes devem ser isolados através de utilização de cercas ou
vedações para não atacarem as pessoas.
c) Sinalização do risco - é a medida que deve ser tomada quando não for possível eliminar ou
isolar o risco.
Exemplo:
Máquinas em manutenção devem ser sinalizadas com placas de advertência; locais onde é proibido
fumar ou existem substâncias explosivas devem ser devidamente sinalizados.
3. EQUIPAMENTOS DE PROTECÇÃO
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As medidas de protecção colectiva, através dos equipamentos de protecção colectiva, devem ter
prioridade, conforme determina a legislação uma vez que beneficiam todos os trabalhadores,
indistintamente. Quando não for possível adoptar medidas de segurança de ordem geral, para
garantir a protecção contra os riscos de acidentes e doenças profissionais, devem-se utilizar os
equipamentos de protecção individual (EPI).
Os serviços de segurança devem ter autoridade para determinar o uso dos equipamentos de
protecção adequados, que os diversos riscos requerem, instruindo os trabalhadores e supervisores
quanto ao uso adequado dos equipamentos de protecção.
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Os equipamentos de protecção colectiva devem ser mantidos nas condições que os especialistas
em segurança estabelecerem, devendo ser reparados sempre que apresentarem qualquer
deficiência.
Muitos riscos peculiares a diversas actividades, não são totalmente controláveis por recursos de
engenharia. No caso específico e para isentar-se de ferimentos, o trabalhador precisa resguardar-
se, usando protectores específicos para a parte do corpo que poderá vir a ser atingida. Estes são os
chamados equipamentos de protecção individual, tais como óculos de segurança, luvas, máscaras
etc. Portanto, quando o risco requer, os equipamentos de protecção individual devem ser usados.
c) Como único recurso em caso de emergência, isto é, quando a quebra de rotina de trabalho,
por motivo de acontecimentos anormais, cria riscos para o trabalhador. Por exemplo, quando
utilizando meios mecânicos se manipula materiais agressivos e temporariamente o trabalho
passa a ser realizado em regime manual. Neste caso, serão necessárias luvas, aventais e
outros protectores que normalmente não se usam na actividade, quando mecanicamente
executada.
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3.2.1. Aspectos técnicos dos equipamentos de protecção individual
Vários aspectos técnicos devem ser levados em consideração na aplicação dos equipamentos de
protecção individual. É necessário determinar o tipo de equipamento de protecção individual em
face do risco que se pretende neutralizar.
Para um mesmo tipo de equipamento de protecção, podem-se encontrar vários modelos, com
diversas características, acabamento, material etc. Tecnicamente deve-se escolher o modelo
adequado, isto é, o que melhor satisfaz os aspectos de segurança: a capacidade de neutralização da
agressividade; o tempo de vida útil do equipamento e o conforto que deve proporcionar ao usuário.
A verificação do modelo adequado de equipamento faz-se por meio de ensaios técnicos e de
experiência no próprio trabalho. A determinação sensata do equipamento a ser adquirido para
protecção individual dos trabalhadores, favorece tanto ao trabalhador, que terá melhor segurança,
como à empresa, que atenderá melhor os seus objectivos de prevenção de acidentes.
Um dos meios mais usados para classificar os equipamentos de protecção individual é agrupá-los
segundo as partes do corpo que se destinam a proteger. Assim têm-se:
Para protecção do crânio usam-se capacetes, que protegem a cabeça contra impactos em geral, mas
principalmente contra a queda de objectos. Portanto, a função do capacete é de neutralizar a acção
agressiva nos casos de batida contra objectos ou por objectos e queda de objectos.
Este meio de protecção tem larga aplicação nas actividades onde há trabalhos em níveis diferentes,
onde objectos elevados podem cair acidentalmente ou onde o próprio meio em que a pessoa se
movimenta possibilita batidas da cabeça.
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Plásticos e resinas são materiais usualmente empregues na fabricação de capacetes. Para os
electricistas, os capacetes devem ser isentos de qualquer peça metálica.
Para protecção do rosto usam-se protectores faciais que proporcionam protecção contra impactos
contundentes de estilhaços e outros corpos estranhos arremessados, centelhas, queimaduras
químicas e acção de radiação calorífica ou luminosa.
De certa forma, protegem também os olhos, mas não são protectores específicos para esses órgãos.
Existem vários tipos de protectores faciais. A maioria dos modelos consiste de um anteparo
específico, articulado numa coroa regulável que se ajuste à cabeça.
Para a protecção dos olhos utilizam-se óculos de diversos tipos. De referir que a protecção dos
olhos é um dos pontos mais importantes de prevenção de acidentes. Estes órgãos preciosos e
frágeis devem ser protegidos contra impactos de estilhaços, partículas volantes, fagulhas,
respingos de produtos químicos e metais fundentes, assim como contra efeitos perniciosos de
radiações luminosas e caloríficas.
Outros órgão que requerem protecção são os ouvidos, os quais podem ser afectados de forma
irreversível por ruídos intensos. Existem muitos meios de protecção para os ouvidos, sendo os
mais usuais os dispositivos tipo tampão, que se introduzem na parte inicial do canal auditivo e que
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reduzem bastante a intensidade das vibrações sonoras que atingem os tímpanos. Os protectores
tipo fone são mais eficientes para ruídos mais intensos e principalmente de alta frequência.
Além de protegerem a entrada do canal auditivo, isolam também a parte óssea junto à orelha,
evitando que transmitam vibração à parte interna do ouvido. De referir que todos os recursos para
eliminação ou redução do ruído na fonte devem ser tentados antes da decisão de aplicação de
protectores individuais.
Os membros superiores estão sujeitos a sofrer lesões no trabalho, mais que as outras partes do
corpo. As mão são, no entanto, as partes mais frequentemente afectadas por acidentes, em virtude
da participação constante e obrigatória no preparo e execução de trabalho.
Esse uso compulsivo das mãos faz com que elas se exponham a uma larga gama de agressividades
contundentes, abrasivas, cortantes, perfurantes, térmicas, químicas etc.
A neutralização dessas agressividades deve ser feita com recurso ao uso de luvas adequadas e
específicas para cada actividade. No trabalho com produtos venenosos, as luvas não devem ter
qualquer perfuração, para não permitir a entrada do produto ou contacto com a pele.
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Os membros inferiores também necessitam de protecção contra condições ou agentes agressivos
do trabalho. Os protectores para os pés são os mais comuns por serem essas as partes dos membros
inferiores mais atingidas por acidentes.
Para protecção dos pés usam-se calçados de vários tipos, que os protegem contra impactos e quedas
de objectos, desconforto térmico, contra produtos químicos, humidade etc.
Contra queda de objectos pesados, o tipo de calçado recomendado é o conhecido por calçado de
segurança, que possui uma biqueira de aço capaz de resistir a fortes impactos.
Contra efeitos térmicos nocivos, também existem calçados apropriados. Tratando-se de químicos
agressivos, tais como ácidos, solução de soda cáustica etc., as botas impermeáveis são os
protectores mais adequados.
Para protecção das pernas usam-se perneiras. De acordo com o risco, as perneiras cobrem só a
perna ou chegam até a coxa. As longas são empregues em trabalhos com produtos químicos
líquidos e corrosivos. Em trabalhos em que as pernas estejam sujeitas a impactos, como certos
trabalhos em pedreiras, cortes de cana etc., as perneiras devem ser providas de reforços adequados.
A protecção externa do tronco é feita por equipamentos que muitas das vezes estendem a acção
protectora para todo o corpo, e se resumem em aventais, fato-macaco, capas etc., empregues nas
mais variadas tarefas para prevenção contra agentes agressivos.
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Figura – Protectores para o tronco
Contra riscos leves de cortes e atrito são usados aventais de lona. Contra riscos mais sérios de
cortes e atrito, tais como manuseio de chapas grandes com arestas cortantes são usados aventais
de raspa de couro que são mais resistentes ao atrito.
Roupa resistente deve ser usada contra atrito e possíveis cortes. Roupas térmicas ou em forma de
casaco são usados contra riscos de altas temperaturas. Quando aluminizadas, essas roupas são mais
eficientes para isolação do calor radiante.
Contra riscos de produtos químicos corrosivos, as roupas devem ser impermeáveis. Essas roupas
requerem, às vezes, algum treinamento e preparo do indivíduo para que as use de maneira
adequada, sem criar problemas para si ou para o desenvolvimento do trabalho.
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Figura – Trabalhador usando máscara
Outras vezes é facial, cobrindo todo o rosto. Neste caso, a máscara é provida de um visor
panorâmico ou um tipo de óculo ampla visão. É o tipo mais frequentemente usado quando o risco
pode causar danos também ao rosto e aos olhos.
Qualquer tipo de máscara deve permitir vedação perfeita nas áreas de contacto com o rosto. O
modelo característico de moldagem do material e as dimensões da máscara são factores que em
muito favorecem a boa adaptação ao rosto. O sistema de sustentação na cabeça, com elástico,
presilhas e fivelas também é muito importante para a boa vedação.
f) Cinturão de segurança
O cinturão de segurança não tem a finalidade de proteger esta ou aquela parte do corpo em
particular. É usado para prevenir a queda de pessoas que trabalham em lugares altos, quando, por
desequilíbrio ou outra ocorrência acidental, podem precipitar-se ao solo ou ao outro nível inferior
se não tiverem usado esse equipamento de protecção individual.
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Outros equipamentos de protecção individual poderiam ser citados. Muitos detalhes deixam de ser
aqui relatados, pois, este não é um trabalho que
pretende esgotar o assunto. Entretanto, os Deixar de usar o equipamento de protecção
principais foram apresentados e o conhecimento individual adequado e de maneira correcta
dos equipamentos que foram aqui apresentados, é um acto inseguro dos mais perigosos,
aliado ao bom senso de quem irá determinar o uso principalmente quando se expõem os olhos
dos equipamentos de protecção, é suficiente para e as vias respiratórias aos riscos a que estão
que se consigam resultados satisfatórios contra a sujeitos.
agressividade dos acidentes, por isso...
O FOGO
O termo geral FOGO é aplicado para definir um fenómeno físico, resultante da rápida combinação
do oxigénio com uma substância (combustível) caracterizado pelo desprendimento de calor, luz e,
usualmente, chama. O fogo é formado por três entidades distintas, que compõem o "triângulo do
fogo". São eles o combustível (aquilo que queima, como a madeira), o comburente (que permite a
queima, como o oxigénio) e o calor. Sem uma dessas entidades, não pode haver fogo. Nisso se
baseiam os extintores. O extintor de CO2 além de expulsar o oxigénio do meio, já que o CO2 é
mais pesado que o ar, resfria consideravelmente o meio, ou seja, retira o calor do ambiente.
Portanto, existem três factores essenciais para a obtenção de fogo. Primeiro, naturalmente, deve
haver algo para queimar, um combustível de qualquer espécie; depois esse combustível precisa ser
aquecido suficientemente para queimar; e finalmente deve haver um contínuo suprimento de
oxigénio para alimentar a combustão.
Combustível
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O combustível é toda substância capaz de queimar e alimentar a combustão. Os combustíveis
dividem-se em três grupos, de acordo com o estado físico em que se apresentam:
b) Combustíveis líquidos - tem algumas propriedades físicas que dificultam a extinção do calor,
aumentando o perigo. É importante notar também que a maioria dos líquidos inflamáveis são mais
leves que a água, e portanto, flutuam sobre esta.
Outra propriedade a ser considerada é a sua volatilidade, que é a facilidade com que os líquidos
libertam vapores, que também é de grande importância, porque quanto mais volátil for o líquido,
maior a possibilidade de haver fogo ou mesmo explosão.
c) Combustíveis gasosos - os gases não tem volume definido, tendendo rapidamente, a ocupar
todo o recipiente em que estão contidos.
A fonte de calor é uma forma de energia que eleva a temperatura, gerada da transformação de
outra energia, através de processo físico ou químico. Pode ser descrito como uma condição da
matéria em movimento, isto é, movimentação ou vibração das moléculas que compõem a matéria.
Ponto de ignição é a temperatura na qual um combustível desprende vapores (gases) que com o
simples contacto com o oxigénio existente no ar queime até que o combustível acabe.
Causas de incêndios
Do ponto de vista científico o fogo ocorre quando estão presentes os três factores: combustível,
oxigénio e calor suficiente para levar o combustível ao ponto de ignição. Por trás desses três
factores está o próprio homem, responsável por três quartos dos incêndios destruidores, devido à
falta de precaução ou descuido. A quarta parte restante tem causas diversas, possivelmente
estáveis.
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Cerca de quarenta incêndios domésticos diários são causados pelo esquecimento de ferros
eléctricos ligados. A falta de cuidado no uso de fósforo e hábitos descuidados de fumar são as
principais causas de incêndios. Outras causas comuns são fios eléctricos em mau estado, defeitos
da ignição dos automóveis, esquecimento de desligar o fogão eléctrico ou a gás, defeitos nos
fornos, falta de cuidado com a gasolina ou qualquer outro líquido inflamável.
Classes de incêndios
Classe A - são materiais de fácil combustão com a propriedade de queimarem em sua superfície e
profundidade, e que deixam resíduos, como: tecidos, madeira, papel, fibras, etc.
Classe B - são considerados os inflamáveis os produtos que queimem somente em sua superfície,
não deixando resíduos, como óleo, graxas, vernizes, tintas, gasolina, etc.
Combate ao fogo
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A extinção de incêndios baseia-se na eliminação de um ou mais dos três factores essenciais à
combustão. Assim, para apagar o fogo impedimos o suprimento de oxigénio, retiramos o
combustível e colocamos a temperatura do material queimado abaixo do ponto de ignição. A
exclusão do oxigénio e a redução da temperatura são os métodos de extinção mais usados.
Dependendo do componente removido podemos falar em extinção da combustão por:
A retirada do material inflamável produz efeito no caso de incêndios pequenos, como depósitos de
carvão, pilhas de madeira, cestos de papéis. Entre os meios prontamente disponíveis para eliminar
o oxigénio estão o de cobrir o fogo com lama ou outro material não inflamável ou o de jogar um
cobertor pesado sobre o fogo.
Agentes extintores - são substâncias que, devido às suas características, quando lançados sobre
um fogo o extinguem.
Os extintores de incêndio são aparelhos de primeiros socorros, que carregam em seu interior um
dos tipos de agente extintor acima citados, que deverá ser usado em princípios de incêndio. Os
extintores de incêndio atingem seu objectivo pelo resfriamento ou pelo abafamento (que significa
afastar o oxigénio do fogo).
Portátil - Quando seu peso total for igual ou inferior a 25kg., e operado por uma única pessoa;
Carreta - Sobre rodas e quando seu peso total passar de 25kg, ou sua operação exigir mais de uma
pessoa.
Após instalado, um extintor nunca poderá ser removido, a não ser quando para uso em combate ao
fogo, recarga, teste ou instrução; estar sempre sinalizado e seu acesso desobstruído.
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Figura – Extintores de incêndio
a) Extintor de água
Pode ser do tipo pressurizado ou do tipo pressão injectada. O do tipo pressurizado, não e provido
de cilindro de gás propelente, visto que a água permanece sob pressão dentro do aparelho. Para
funcionar, necessita apenas da abertura do registo de passagem do líquido extintor. Indicado com
óptimo resultado para incêndios de classe "A". Contra-indicado para as classes "B" e "C". O
processo de extinção que este tipo de extintor utiliza é o resfriamento.
O extintor de água tipo pressão injectada, tem fixado na parte externa do aparelho um pequeno
cilindro contendo o gás propelente, cuja válvula deve ser aberta no acto da utilização do extintor,
a fim de pressurizar o ambiente interno do cilindro permitindo o seu funcionamento. O elemento
extintor é a água, que actua através do resfriamento da área do material em combustão. O agente
propulsor (propelente) é o gás carbónico (CO2)
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Figura – Utilização do extintor
O agente extintor pode ser o bicarbonato de sódio ou de potássio que recebem um tratamento para
torná-los em absorvente de humidade. O agente propulsor pode ser o gás carbónico ou nitrogénio.
O agente extintor forma uma nuvem de pó sobre a chama que visa a exclusão do oxigénio;
posteriormente são acrescidos à nuvem, gás carbónico e o vapor de água devido a queima do pó.
Indicado com óptimo resultado para incêndios de classe "C" e sem grande eficiência para a classe
"A". Não possui contra-indicação. O processo de extinção que este tipo de extintor utiliza é o
abafamento.
O gás carbónico é um material não condutor de energia eléctrica. O mesmo actua sobre o fogo
onde este elemento (electricidade) esta presente. Ao ser accionado o extintor, o gás é libertado
formando uma nuvem que abafa e resfria. É empregue para extinguir pequenos focos de fogo em
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líquidos inflamáveis (classe B) e em pequenos equipamentos energizados (classe C). O processo
de extinção que este tipo de extintor utiliza é o abafamento.
Incêndios de classe "D" requerem extintores específicos, podendo em alguns casos serem
utilizados o de Gás Carbónico (CO2) ou o Pó Químico Seco (PQS).
EXINTOR DE ESPUMA
VERIFICAR
PERÍODO
Semanal Verificar o acesso ao extintor
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Descarregar completamente o extintor (usar durante instrução), verificar o estado geral do
aparelho. Em caso de qualquer avaria mecânica, deve ser submetido ao teste hidrostático.
Anual
Usar carga sempre nova
Por ocasião da recarga, submeter o extintor ao ensaio previsto pelas normas EB-14
(espuma química-portáteis), EB-52 (espuma química-carretas) e EB-1002 (espuma
Cada 5 anos
mecânica) da ABNT no próprio fabricante autorizado, esse teste revalida o extintor por
mais 5 anos.
VERIFICAR
PERÍODO
EXINTOR DE ÁGUA
VERIFICAR
PERÍODO
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EXINTOR DE PÓ QUÍMICO
VERIFICAR
PERÍODO
EXINTOR DE HALON
VERIFICAR
PERÍODO
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SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA
No interior e exterior das instalações da Empresa, devem existir formas de aviso e informação
rápida , que possam auxiliar os elementos da Empresa a actuar em conformidade com os
procedimentos de segurança .
Com este objectivo, existe m conjunto de símbolos e sinais especificamente criados para garantir
a fácil compreensão dos riscos ou dos procedimentos a cumprir nas diversas situações laborais que
podem ocorrer no interior de uma empresa ou em lugares públicos. Em seguida dão-se alguns
exemplos do tipo de sinalização existente e a ser aplicada nas Empresas.
Sinais de Perigo
Indicam situações de risco potencial de acordo com o pictograma inserido no sinal. São utilizados
em instalação, acessos, aparelhos, instruções e procedimentos, etc. Têm forma triangular, o
contorno e pictograma a preto e o fundo amarelo.
Indicam comportamentos proibidos de acordo com o pictograma inserido no sinal. São utilizados
em instalação, acessos, aparelhos, instruções e procedimentos, etc. Têm forma circular, o contorno
vermelho, pictograma a preto e o fundo branco.
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Figura - Sinais de indicação de proibição
Sinais de Obrigação
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Figura – Sinais de indicação de emergência
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1.1. Os riscos que rodeiam o posto de trabalho
Há vários factores de risco que afectam o trabalhador no desenvolvimento das suas tarefas diárias.
Alguns destes riscos atingem grupos específicos de profissionais, como é o caso, dos
mergulhadores, que trabalham submetidos a altas pressões e a baixas temperaturas. Por esse facto,
são obrigados a usar roupas especiais, para conservar a temperatura do corpo, e passam por cabines
de compressão e descompressão, cada vez que mergulham ou sobem à superfície.
Outros factores de risco não escolhem profissão. Agridem trabalhadores de diferentes áreas e
níveis ocupacionais, de maneira subtil, praticamente imperceptível. Esses últimos são os mais
perigosos, porque são os mais ignorados. Os principais tipos de risco ambiental que afectam os
trabalhadores de um modo geral, estão separados em :
Riscos físicos
Riscos químicos
Riscos Biológicos
Riscos Ergonómicos
Riscos de acidentes
Todo o trabalhador, ao desenvolver o seu trabalho, gasta uma certa quantidade de energia para
produzir um determinado resultado. Em geral, quando dispõe de boas condições físicas do
ambiente, como, por exemplo, quando o nível de ruído e a temperatura são aceitáveis, produz mais
com menor esforço.
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Mas, quando essas condições fogem muito dos limites de tolerância, atinge-se facilmente o
incómodo e a irritação determinando muitas vezes o aparecimento de cansaço, a queda de
produção, falta de motivação e desconcentração. Por outras palavras, os factores físicos do
ambiente de trabalho interferem directamente no desempenho de cada trabalhador e na produção
obtida, pelo que se justifica a sua analise com o maior cuidado. Os riscos no posto de trabalho se
classificam segundo a figura abaixo. Ao estudar cada um dos factores apresentados a seguir, pense
no seu próprio local de trabalho. Identifique os problemas, liste-os e proponha uma medida de
correcção para esse problema.
a) Ruído
Quando um trabalhador se encontra num ambiente de trabalho e não consegue ouvir perfeitamente
a fala das pessoas no mesmo recinto, isso é uma primeira indicação de que o local é demasiado
ruidoso. Os especialistas no assunto definem o ruído como todo som que causa sensação
desagradável ao homem.
As perdas de audição são derivadas da frequência e intensidade do ruído. A fadiga evidencia-se
por uma menor acuidade auditiva. As ondas sonoras transmitem-se tanto pelo ar como por
materiais sólidos. Quanto maior for a densidade do meio condutor, menor será a velocidade de
propagação do ruído. O ruído é pois um agente físico que pode afectar de modo significativo a
qualidade de vida. Sem medidas de controlo ou protecção, o excesso de intensidade do ruído, acaba
por afectar o cérebro e o sistema nervoso.
Em condições de exposição prolongada ao ruído por parte do aparelho auditivo, os efeitos podem
resultar na surdez profissional cuja cura é impossível, deixando o trabalhador com dificuldades
para se relacionar com os colegas e família, assim como dificuldades acrescidas em se aperceber
da movimentação de veículos ou máquinas, agravando as suas condições de risco por acidente
físico.
b) Vibrações
As vibrações caracterizam-se pela sua amplitude e frequência. Apresentam geralmente baixas
frequências e conduzem-se por materiais sólidos. Consoante a posição do corpo humano, (de pé,
sentado ou deitado), a sua resposta às vibrações será diferente sendo igualmente importante o ponto
de aplicação da força vibratória.
Os efeitos no homem das forças vibratórias podem ser resumidos nos seguintes casos :
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Complicações nos vasos sanguíneos e articulações e a diminuição na circulação sanguínea.
Estas lesões podem ser permanentes.
Efeito a nível da epiderme (danos em células e efeitos térmicos). Com o passar do tempo,
afecções a nível das articulações e da coluna.
c) Amplitudes Térmicas
Frio ou calor em excesso, ou a brusca mudança de um ambiente quente para um ambiente frio ou
vice-versa, também são prejudiciais à saúde. Em certos ambientes de trabalho ou dependentemente
das características das construções (insuficiência de janelas, portas ou outras aberturas necessárias
a uma boa ventilação), pode-se gerar alta temperatura, prejudicial à saúde do trabalhador. A
sensação de calor que se sente é proveniente da temperatura resultante existente no local e do
esforço físico que se faz para executar um trabalho.
Os ambientes térmicos podem ser classificados como:
Quentes (Fundições, Cerâmicas , Padarias);
Frios (armazéns frigoríficos, actividades pescatórias);
Neutros (escritórios).
Logicamente que as situações mais preocupantes ocorrem em ambientes térmicos frios e quentes
ou sobretudo quando as duas possibilidades existem na mesma empresa ou no mesmo posto de
trabalho.
d) Stress Térmico
Em geral está relacionado com o desconforto do trabalhador às condições de trabalho em que a
temperatura ambiente é muito elevada, podendo-se conjugar uma humidade baixa e uma circulação
de ar deficiente. Os sintomas de exposição a ambientes térmicos hostís podem ser descritos por:
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Ambientes Térmicos Frios:
Frieiras, localizadas nos dedos das mãos e dos pés;
Alteração circulatória do sangue leva a que as extremidades do corpo humano adquiram uma
coloração vermelho-azulada;
Pé-das trincheiras, surge em situações de grande humidade, os pés ficam extremamente frios
e com cor violácea;
Enregelamento, que é a congelação de tecidos devido a exposição a temperaturas muito
baixas ou por contacto com superfícies muito frias.
As medidas a tomar para minimizar os efeitos do stress térmico podem passar por:
Em primeiro lugar uma correcta dieta alimentar de modo a fortalecer o organismo;
Ingerir bastante água à temperatura ambiente. Não beber alcoól;
Evitar alimentação rica em gorduras visto que estas retêm os líquidos no organismo, moderar
o consumo de cafeína.
Em situações de elevadas temperaturas, como por exemplo uma siderurgia a água a ingerir deve
conter uma pequena porção de sal de modo a compensar as perdas devido á transpiração.
Devem ser tomadas a nível de layout medidas de ventilação.
Implementar turnos com menor carga horária em situações onde ocorre exposição a
ambientes hostís.
Contra o Calor Radiante - O uso de viseiras é essencial, pois a radiação emitida por
materiais em fusão levam ao surgimento de cataratas a nível ocular.
Certas substâncias químicas, utilizadas nos processos de produção industrial, são lançadas no
ambiente de trabalho através de processos de pulverização, fragmentação ou emanações gasosas.
Essas substâncias podem apresentar-se nos estados sólido, líquido e gasoso.
No estado sólido, tem-se poeiras de origem animal, mineral e vegetal. No estado gasoso, como
exemplo, tem-se o gás liquefeito de petróleo, usado como combustível, ou gases libertados nas
queimas ou nos processos de transformação das matérias primas.
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Quanto aos agentes líquidos, eles apresentam-se sob a forma de solventes, tintas, vernizes ou
esmaltes. Esses agentes químicos ficam em suspensão no ar e podem penetrar no organismo do
trabalhador por:
Via respiratória - essa é a principal porta de entrada dos agentes químicos, porque se respira
continuadamente, e tudo o que está no ar acaba por passar nos pulmões.
Via digestiva - se o trabalhador comer ou beber algo com as mãos sujas, ou que ficaram muito
tempo expostas a produtos químicos, parte das substâncias químicas serão ingeridas com o
alimento, atingindo o estômago e podendo provocar sérios riscos à saúde.
Epiderme - essa via de penetração é a mais difícil, mas se o trabalhador estiver desprotegido e
tiver contacto com substâncias químicas, havendo deposição no corpo, serão absorvidas pela
pele.
Via ocular - alguns produtos químicos que permanecem no ar causam irritação nos olhos e
conjuntivite, o que mostra que a penetração dos agentes químicos pode ocorrer também pela
vista.
As medidas ou avaliações dos agentes químicos em suspensão no ar são obtidas por meio de
aparelhos especiais que medem a concentração, ou seja, percentagem existente em relação ao ar
atmosférico. Os limites máximos de concentração de cada um dos produtos diferem de acordo com
o seu grau de perigo para a saúde.
Efeitos dos poluentes químicos
Sensibilizantes - produtos que levam a reacções alérgicas. Manifestam-se por afecções da
pele ou respiratórias.
Irritantes - produtos que levam a inflamações no tecido onde actuam. Também nesta
situação os produtos inaláveis são os que levantam mais preocupação (ácido clorídrico
,óxidos de azoto etc).
Anestésicos ou narcóticos - produtos que actuam sobre o sistema nervoso central, tais
como os solventes usados na indústria das colas ou tintas, (acetato butilo, hexano, etc.).
Asfixiantes - produtos que dificultam o transporte de oxigénio a nível sanguíneo.
(Monóxido de Carbono).
Cancerígenos - substâncias que podem provocar o cancro.
Corrosivas - substâncias que actuam quimicamente sobre os tecidos quando em contacto
com estes.
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Pneumoconióticas - apresentam-se sob a forma de poeiras ou fumo.
Poluentes sólidos
Poeiras - Partículas esferoidais de pequeno tamanho que se encontram em suspensão no
ar.
Fibras - Partículas não esféricas, geralmente o seu comprimento excede em 3 vezes o seu
diâmetro.
Fumos - partículas esféricas em suspensão, geralmente têm origem em combustões.
Aerossol - suspensão em meio gasoso de partículas esféricas e líquidas, em conjunto ou
não.
Os poluentes químicos são uma presença constante nos processos produtivos. Com o fim de
proteger o trabalhador os Valores Limite de Exposição, referenciados na legislação devem ser
cumpridos . Deve ser feita igualmente a identificação dos contaminantes para de seguida se
efectuar a respectiva medição da sua concentração.
Mediante os valores obtidos há que tomar medidas, devendo-se recorrer a equipamento de
protecção pessoal sempre que possível, bem como a alterações no processo produtivo que
permitam a redução dos emissões de poluentes. Estas alterações podem ser ao nível do
equipamento ou de matérias-primas.
Estes tipo de riscos relaciona-se com a presença no ambiente de trabalho de microrganismos como
bactérias, vírus, fungos, bacilos etc., normalmente presentes em alguns ambientes de trabalho,
como:
Hospitais;
Laboratórios de análises clínicas;
Recolha de lixo;
Indústria do couro;
Tratamento de efluentes líquidos.
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Penetrando no organismo do homem por via digestiva, respiratória, olhos e pele, são responsáveis
por algumas doenças profissionais, podendo dar origem a doenças menos graves como infecções
intestinais ou a simples gripe, ou mais graves como a hepatite, meningite ou Sida.
Como estes microrganismos se adaptam melhor e se reproduzem mais em ambientes sujos, as
medidas preventivas a tomar terão de ser relacionadas com:
A rigorosa higiene de locais de trabalho;
A rigorosa higiene de corpo e das roupas;
Destruição por processos de elevação da temperatura (esterilização) ou uso de cloro;
Uso de equipamentos individuais para evitar contacto directo com os microrganismos;
Ventilação permanente e adequada;
Controle médico constante;
Vacinação sempre que possível.
Verifica-se algumas vezes que os postos de trabalho não estão bem adaptados ás características do
operador, quer quanto à posição da máquina com que trabalha, quer no espaço disponível ou na
posição das ferramentas e materiais que utiliza nas suas funções. Para estudar as implicações destes
problemas existe uma ciência que avalia as condições de trabalho do operador, quanto ao esforço
que o mesmo realiza para executar as suas tarefas.
Ergonomia é a ciência que procura alcançar o ajustamento mútuo ideal entre o homem e o seu
ambiente de trabalho. Por outras palavras, a ergonomia é o domínio científico e tecnológico
interdisciplinar, que se ocupa da optimização das condições de trabalho visando de uma forma
integrada, o conforto do trabalhador, a sua segurança e o aumento da sua produtividade. Segundo
um conceito Ergonómico a execução de tarefas deve ser feita com o mínimo de consumo
energético de modo a sobrar "atenção" para o controlo das tarefas e dos produtos, assim como para
a protecção do próprio trabalhador.
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Figura 3.2: Levantamento inadequado de pesos pesados
Um dos aspectos mais fundamentais da Ergonomia está relacionado com a indústria de produção
em que muitas vezes o dimensionamento dos produtos deve ajustar-se à postura do Homem.
Entretanto, se não existir esse ajuste, teremos a presença de agentes ergonómicos que causam
doenças e lesões no trabalhador.
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Movimentos repetitivos dos dedos, das mãos, dos pés, da cabeça e do tronco produzem monotonia
muscular e levam ao desenvolvimento de doenças inflamatórias, curáveis em estágios iniciais,
mas complicadas quando não tratadas a tempo, chamadas genericamente de lesões por esforços
repetitivos. As doenças que se enquadram nesse grupo caracterizam-se por causar fadiga
muscular, que gera fortes dores e dificuldade de movimentar os músculos atingidos.
Há registros de que essas doenças já atacavam os escribas e notários, há séculos. Hoje afectam
diversas categorias de profissionais como funcionários bancários, metalúrgicos, costureiras,
pianistas, telefonistas, operadores informáticos, empacotadores, enfim, todos os profissionais que
realizam movimentos automáticos e repetitivos.
Contra os males provocados pelos agentes ergonómicos, a melhor arma, como sempre, é a
prevenção, o que pode ser conseguido a partir de:
Rotação do pessoal;
Intervalos mais frequentes;
Exercícios compensatórios frequentes para trabalhos repetitivos;
Exames médicos periódicos;
Evitar esforços superiores a 25 kg para homens e 12 kg para mulheres;
Postura correcta sentado, em pé, ou carregando e levantando pesos.
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Figura 3.4: Altura da bancada de acordo com as exigência do trabalho
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A: Mapa de riscos
Mapa de Risco é uma representação gráfica de um conjunto de factores presentes nos locais de
trabalho, capazes de acarretar prejuízos à saúde dos trabalhadores: acidentes e doenças de trabalho.
Tais factores têm origem nos diversos elementos do processo de trabalho (materiais,
equipamentos, instalações, suprimentos e espaços de trabalho) e a forma de organização do
trabalho (arranjo físico, ritmo de trabalho, método de trabalho, postura de trabalho, jornada de
trabalho, turnos de trabalho, treinamento, etc.)
O mapa é um levantamento dos pontos de risco nos diferentes sectores das empresas. Trata-se de
identificar situações e locais potencialmente perigosos. Estes tipos são agrupados em cinco grupos
classificados pelas cores vermelho, verde, marrom, amarelo e azul. Cada grupo corresponde a um
tipo de agente: químico, físico, biológico, ergonômico e mecânico. A partir de uma planta baixa
de cada secção são levantados todos os tipos de riscos, classificando-os por grau de perigo:
pequeno, médio e grande.
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