Você está na página 1de 46

INSTITUTO SUPERIOR DOM BOSCO

CURSO: Administração de redes de informática

MÓDULO: Higiene, Segurança no Trabalho

1
1. INTRODUÇÃO

Até meados do século XX, as condições de trabalho nunca foram levadas em consideração,
importando apenas a produtividade, mesmo que tal implicasse riscos de saúde ou mesmo morte
para o trabalhador. Com o evoluir dos tempos e com o aparecimento dos sindicatos de trabalho,
actualmente existem legislações que protegem os trabalhadores, cuja aplicação beneficia não só
ao trabalhador, como também as empresas, no concernente à segurança e higiene no trabalho.

A Higiene e Segurança são duas actividades intimamente relacionadas, com o objectivo de


garantir condições de trabalho capazes de manter o nível de saúde dos trabalhadores numa
indústria. As actividades de segurança, higiene e saúde no trabalho constituem, ao nível da
empresa, um elemento determinante de prevenção de riscos profissionais e de promoção e
vigilância da saúde dos trabalhadores.

Segurança no trabalho pode ser entendida como o conjunto de medidas que são adoptadas
visando minimizar os acidentes de trabalho, doenças ocupacionais, bem como proteger a
integridade e a capacidade de trabalho do trabalhador.
Durante o desempenho das tarefas
Com a actividade de higiene no trabalho propõe-se profissionais, nunca se deve perder de
combater, do ponto de vista não médico, as doenças vista o factor segurança e higiene no
profissionais, identificando os factores que podem trabalho, com o risco de não só afectar
afectar o ambiente do trabalho e o trabalhador, apenas o rendimento da empresa, mas
visando eliminar ou reduzir os riscos profissionais. também a saúde dos trabalhadores.

Os protagonistas de uma boa segurança e higiene no trabalho são as empresas e o trabalhador.


Como vê, você é importante no plano de segurança da empresa. Portanto, são objectivos
primordiais da aprendizagem da segurança e higiene no trabalho a sensibilização dos trabalhadores
e patronato sobre as questões da Higiene e Segurança no Trabalho.

São tarefas da segurança, o estudo, avaliação e controlo dos riscos de operação e da Higiene
identificar e controlar as condições de trabalho que possam prejudicar a saúde do trabalhador.

1.1. A importância da segurança e higiene no trabalho

As perfeitas condições de segurança e higiene no trabalho constituem um factor de primordial


importância, pelo que nunca são demasiados os cuidados a ter. É absolutamente necessário que
cada pessoa que intervenha na actividade laboral, tenha plena consciência de que, tanto o acidente
de trabalho, como a enfermidade laboral (doença profissional), podem e devem evitar-se tomando
as medidas e seguindo as regras de segurança e higiene no trabalho.

2
O sucesso de um sistema produtivo passa inevitavelmente pela qualidade das condições de trabalho
que proporciona aos recursos humanos que nele colaboram. Nesta perspectiva, a melhoria da
produtividade e da competitividade das empresas passa necessariamente, por uma intervenção no
sentido da melhoria das condições de trabalho.

Por outro lado, as condições de segurança, higiene e saúde no trabalho, constituem um factor
importante na prevenção de riscos profissionais, contribuindo para o aumento da produtividade na
empresa e diminuição dos acidentes de trabalho. Para tal, Sempre que o conceito de
qualquer que seja a empresa, deve investir na informação segurança no trabalho está
e formação dos trabalhadores em segurança e higiene no presente na mente do trabalhador,
trabalho, por forma a dotar seus trabalhadores de este não efectua suas tarefas sem
capacidades de prevenção de riscos. cumprir com as normas de
segurança e higiene no trabalho.
1.2. As condições de trabalho, a produtividade e a
qualidade

As condições de segurança e higiene no trabalho, são regulamentadas pela lei de uma maneira
geral, mas estas regras gerais devem concretizar-se e especificar-se em cada posto de trabalho para
se chegar até ao mais ínfimo pormenor de aplicação, que elimine qualquer causa de risco.

O graduado em administração de redes é um profissional polivalente que participa de todo o


processo relacionado com a administração de redes de informática e não só, como também e
outras actividades relacionadas com a s tecnologias e informação e comunicação.

Na actividade de administração de redes, dada a variedade de trabalhos que se podem efectuar,


assim como a diversidade de meios empregues para sua execução, as medidas de segurança a tomar
são também muito complexas. Não obstante, como condições mínimas de segurança e higiene no
trabalho, pode citar-se:
 A manutenção do local de trabalho em perfeita ordem e limpeza;
 Estado dos equipamentos em perfeito estado de uso e funcionamento;
 Utilização sem excepção dos meios específicos de segurança e higiene para cada trabalho;
 Vias de circulação e saídas de emergência sinalizadas, sem obstrução e adaptadas às suas
utilizações;
 Iluminação e ventilação adequada nos locais e postos de trabalho.

1.3. As perdas de produtividade e qualidade

Foi necessário muito tempo para que se reconhecesse até que ponto as condições de trabalho e a
produtividade se encontram ligadas. Numa primeira fase, houve a percepção da incidência

3
económica dos acidentes de trabalho onde só eram considerados inicialmente os custos directos
(assistência médica e indeminizações) e só mais tarde se consideraram as doenças profissionais.

Na actividade corrente de uma empresa, compreendeu-se que os custos indirectos dos acidentes
de trabalho são bem mais importantes que os custos directos, através de factores de perda como os
seguintes:
 Perda de horas de trabalho pela vítima;
 Perda de horas de trabalho pelas testemunhas e responsáveis;
 Interrupções da produção;
 Danos materiais;
 Atraso na execução do trabalho;
 Custos inerentes às peritagens e acções legais eventuais;
 Diminuição do rendimento durante a substituição.

Estas perdas podem ser muito elevadas, podendo mesmo representar quatro vezes os custos
directos do acidente de trabalho.

A diminuição de produtividade imputáveis à fadiga provocada por horários de trabalho excessivos


e por más condições de trabalho, nomeadamente no que se refere à iluminação e à ventilação,
demonstram que o corpo humano, apesar da sua imensa capacidade de adaptação, tem um
rendimento muito maior quando o trabalho decorre em condições óptimas.

Com efeito, existem muitos casos em que é possível aumentar a produtividade simplesmente com
a melhoria das condições de trabalho. De uma forma geral, a gestão das empresas não explora
suficientemente a melhoria das condições de higiene e a segurança do trabalho nem mesmo a
ergonomia dos postos de trabalho como forma de aumentar a produtividade e a qualidade.

Desta forma pode-se afirmar que na maior parte dos casos a produtividade é afectada pela
conjugação de dois aspectos importantes:
a) Um meio ambiente de trabalho que exponha os trabalhadores a riscos profissionais graves
(causa directa de acidentes de trabalho e de doenças profissionais);
b) A insatisfação dos trabalhadores face a condições de trabalho que não estejam em harmonia
com as suas características físicas e psicológicas.

Fica assim explicado que as condições de trabalho e as regras de segurança e higiene


correspondentes, constituem um factor da maior importância para a melhoria de desempenho das
empresas, através do aumento da sua produtividade obtida em condições de menor absentismo e
sinistralidade.

4
2. ACIDENTES DE TRABALHO

Os acidentes são a causa da perda de um grande número de horas de trabalho e produzem, em


muitos casos, a perda da habilidade ou capacidade de trabalho nos operários, e por vezes à morte.
A segurança no trabalho para evitar acidentes, representa a necessidade de manter uma vigilância
permanente dos meios de trabalho, do ambiente e dos sistemas de protecção empregues, devendo
respeitar-se rigorosamente as normas de segurança Acidente do trabalho é o que ocorre pelo
estabelecidas. exercício do trabalho a serviço da
empresa, provocando lesão corporal ou
O ACIDENTE pode definir-se como perturbação funcional que cause a morte,
“Acontecimento imprevisto, casual, que resulta em a perda ou redução da capacidade para o
ferimento, dano, estrago, prejuízo, avaria, ruína, trabalho, permanente ou temporária.
etc.”

Os acidentes, em geral, são o resultado de uma combinação de factores, entre os quais se destacam
as falhas humanas e falhas materiais. Vale a pena lembrar que os acidentes não escolhem hora
nem lugar. Quanto aos acidentes de trabalho o que se pode dizer é que grande parte deles ocorrem
porque os trabalhadores se encontram mal preparados ou não utilizam meios adequados para
enfrentar certos riscos.

Muitas vezes, pior que o acidente em si, são as suas consequências, pois, todos sofrem:
 A vítima, que fica incapacitada de forma total ou parcial, temporária ou permanente para o
trabalho;
 A família, que tem seu padrão de vida afectado pela falta dos ganhos normais;
 As empresas, com a perda de mão-de-obra, de material, de equipamentos, tempo, etc., e,
consequentemente, elevação dos custos operacionais;
 A sociedade, com o número crescente de inválidos e dependentes da Segurança Social;
 O país, com todo o conjunto de efeitos negativos dos acidentes de trabalho.

Lesão corporal - é qualquer dano produzido no corpo humano, seja ele leve, como, por exemplo,
um corte no dedo, ou grave, como a perda de um membro.

Perturbação funcional - é o prejuízo do funcionamento de qualquer órgão ou sentido. Por


exemplo, a perda da visão provocada por uma pancada na cabeça, caracteriza uma perturbação
funcional.

A incapacidade temporária - é a perda da capacidade para o trabalho por um período limitado


de tempo, após o qual o trabalhador retorna às suas actividades normais.

A incapacidade parcial e permanente - é a diminuição, por toda vida, da capacidade física total
para o trabalho. É o que acontece, por exemplo, quando ocorre a perda de um dedo ou de uma vista

5
Incapacidade total e permanente - é a invalidez incurável para o trabalho.

Neste último caso, o trabalhador não reúne condições para trabalhar o que acontece, por exemplo,
se um trabalhador perde as duas vistas num acidente de trabalho. Nos casos extremos, o acidente
resulta na morte do trabalhador.

Equipara-se ao acidente de trabalho:

 O acidente que ocorre quando você está prestando serviços por ordem da empresa, fora do
local de trabalho;
 O acidente que acontece quando você estiver em viagem em serviço da empresa;
 O acidente que ocorre fora do local ou tempo de trabalho, quando em execução de serviços
determinados pela entidade empregadora ou por esta consentidos;
 O acidente que acontece no local de trabalho ou fora deste, quando em frequência de cursos
de formação profissional autorizados pela entidade empregadora;
 O acidente que ocorre no trajecto entre a casa e o trabalho ou do trabalho para casa, quando
utilizado meio de transporte da empresa;
 Doença profissional, que é a doença provocada pelo tipo de trabalho;
 Doença do trabalho, que é a doença causada pelas condições de trabalho.

2.1. O efeito dominó e os acidentes de trabalho

Há muito tempo, que especialistas se vêm a dedicar ao estudo dos acidentes e de suas causas e um
dos factos já comprovados é que, quando um acidente acontece, vários factores entraram em acção
anteriormente por forma a permitir o acidente. Um acidente laboral, pode muitas vezes ser
comparado com o que acontece quando enfileiramos pedras de um dominó e depois damos um
empurrãozinho numa delas. Em resultado, as pedras acabam por se derrubarem umas às outras, até
que a ultima pedra caía por terra. Podemos imaginar que algo semelhante acontece quando um
acidente ocorre, considerando que se podem conjugar cinco factores que se complementam da
seguinte forma:
 Ambiente social
 Causa pessoal
 Causa mecânica
 Acidente
 Lesão

6
O Ambiente Social do trabalhador relaciona-se com dois factores principais a saber:
Hereditariedade e Influencia Social. As características físicas e psicológicas do individuo são
determinadas pela hereditariedade transmitida pelos Pais. Por outro lado o comportamento de cada
um é muitas vezes influenciado pelo ambiente social em que cada um vive.

A causa pessoal está relacionada com o conjunto de conhecimentos e habilidades que cada um
possui para desempenhar uma tarefa num dado momento. A probabilidade de envolvimento em
acidentes aumenta quando as condições psicológicas não são as melhores (depressão), ou quando
não existe preparação e treino suficiente.

Numa sociedade democrática, as leis existem para delimitar os direitos e os deveres dos cidadãos.
Qualquer pessoa que sentir que seus direitos foram desrespeitados pode recorrer à Justiça para
tentar obter reparação, por perdas e danos sofridos em consequência de actos ou omissões de
terceiros.

O acidente de trabalho deve-se geralmente a dois factores:

a) Acto inseguro – é o acto praticado pelo homem, em geral consciente do que está fazendo,
que está contra as normas de segurança.

7
Figura – Acto inseguro

São exemplos de actos inseguros:


 Subir em alturas sem cinto de segurança contra quedas;
 Ligar tomadas de aparelhos eléctricos com as mãos molhadas;
 Imprimir excesso de velocidades ou sobrecarga;
 Ficar junto ou sob cargas suspensas;
 Usar máquinas sem habilitação ou permissão;
 Improvisar ou fazer mau uso de ferramentas manuais;
 Usar dispositivos de segurança inutilizados;
 Não usar equipamento de segurança individual;
 Manusear incorrectamente produtos químicos;
 Transportar ou empilhar inseguramente;
 Fumar ou usar chamas em lugares indevidos;
 Fazer brincadeiras ou exibicionismo com equipamentos.

b) Condições inseguras - é a condição do ambiente de trabalho que oferece perigo e ou risco


ao trabalhador. São exemplos de condições inseguras:
 Instalação eléctrica com fios desencapados;
 Máquinas em estado precário de manutenção;
 Andaime de obras de construção civil feitos com materiais inadequados;
 Falta de protecção em máquinas e equipamentos;
 Passagens perigosas;
 Iluminação inadequada;
 Ventilação inadequada;
 Escassez de espaço;
 Má arrumação;
 Chão sujo e escorregadio;
 Falta de protectores individuais.

8
Os actos inseguros e as condições inseguras são as causas frequentes dos acidentes de trabalho.
Eliminando-se as condições inseguras e os actos inseguros é possível reduzir os acidentes e as
doenças ocupacionais. Esse é o papel da segurança do trabalho.

2.2. Doenças profissionais

Após longo período de execução de um certo trabalho ou de exposição a certos ambientes de


trabalho, o trabalhador pode apresentar problemas de saúde (doença profissional).
Doenças profissionais são aquelas que são adquiridas na
Um trabalhador exposto
sequência do exercício do trabalho em si. Doenças do
continuamente a poeiras ou
trabalho são aquelas decorrentes das condições especiais
fumos resultantes do processo de
em que o trabalho é realizado. Ambas são consideradas
produção pode contrair doenças
como acidentes do trabalho, quando delas decorrer a
respiratórias.
incapacidade para o trabalho.

Se você perder a audição por ficar longo tempo sem protecção auditiva adequada, submetendo-se
ao excesso de ruído gerado pelo trabalho executado junto a uma grande prensa, isso caracteriza
uma doença de trabalho.

Contudo, se você apanhar uma gripe, por contágio com colegas de


Contrair uma doença
trabalho, essa doença, embora possa ter sido adquirida no ambiente
profissional é um
de trabalho, não é considerada doença profissional nem do trabalho,
acidente de trabalho?
porque não é ocasionada pelos meios de produção.

Numa outra situação, se você contrair uma doença ou lesão por contaminação acidental, no
exercício de sua actividade, temos aí um caso equiparado a um acidente de trabalho. Por exemplo,
sendo você um operador de um banho de decapagem, se queimar-se com ácido ao encher a tina do
banho ácido isso é um acidente do trabalho.

2.3.Causas frequentes de acidentes de trabalho e sua prevenção

Em qualquer tipo de trabalho existe um certo perigo de acidente, por isso, a prevenção deve
abranger todos os trabalhadores e todos os lugares da oficina mecânica. No entanto, existe um
certo número de meios de trabalho que implicam um perigo mais frequente e sobre os quais se
deve prestar atenção para evitar o acidente.

As causas mais frequentes de acidentes de trabalho que se podem citar são:

a) Manejo de objectos/equipamentos;

9
O manejo de objectos ou cargas mais ou menos pesadas em más condições ou de forma
inadequada, constitui uma causa frequente de acidentes, tais como entorses, pancadas, feridas nas
mãos e nos pés etc. Estes acidentes produzem-se ao empilhar, levantar, carregar ou descarregar
objectos e resultam, muita das vezes, da falta de instrução adequada de como se deve realizar o
trabalho.
Por exemplo, quando você pretende levantar um peso, deve realizar o esforço com os músculos
das pernas, como se mostra na fig. 2.5 e não com os músculos das costas, como se mostra na fig.
2.6.

Figura – Procedimento adequado no levantamento de objectos

Figura – Procedimento não adequado no levantamento de objectos

b) Queda de pessoas;

A queda de pessoas é outra das causas mais frequentes de acidentes. A sua consequência é muitas
vezes a produção de fracturas de diferentes membros do corpo, não sendo raros os acidentes
mortais por esta causa. A maior parte desses acidentes podem evitar-se utilizando meios seguros
quando se trabalha em altura e mantendo os solos em bom estado.

Figura – Queda de pessoa

c) Entaladelas;

10
O trabalho em máquinas causa frequentemente acidentes tais como feridas, cortes e esmagamento.
A frequência destes acidentes mostra claramente como se despreza o perigo quando este existe em
permanência no tipo de trabalho que se realiza.

Figura – Entalada da mão (prensagem entre objectos)

Com o objectivo de eliminar este tipo de acidente montam-se coberturas de protecção nas
máquinas, para ocultar os órgãos em movimento. Em algumas máquinas colocam-se para além das
coberturas, dispositivos de segurança para paragem automática, que devem estar sempre em bom
estado de funcionamento.

Algumas normas a seguir para evitar este tipo de acidentes são:


 Não manobrar as partes móveis, estando a máquina em funcionamento;
 Não tentar parar uma peça móvel com as mãos;
 As roupas devem ajustar-se ao corpo, braços e pernas;
 O cabelo comprido deverá ser recolhido debaixo de uma boina ajustada;
 Deve evitar-se qualquer motivo de distracção do operário que esteja a trabalhar com uma
máquina. Quando seja necessário falar com ele, deverá parar-se primeiro a máquina.

d) Queda de objectos;

A queda de objectos é outra causa frequente de acidentes de trabalho. As ferramentas ou materiais


colocados em estantes ou plataformas devem colocar-se ou retirar-se com cuidado. Você não deve
permanecer debaixo de uma carga suspensa, tanto móvel como em movimento.

Figura – Queda de objecto suspenso

Os objectos ou partículas lançados com força, tais como aparas e graus de material abrasivo ou
faíscas, também constituem uma causa frequente de acidentes. Quando você está exposto a estas
partículas, devem utilizar meios de protecção adequados, como por exemplo, óculos de protecção,
gorros, capacetes, luvas e factos apropriados para cada caso.

11
e) Substâncias perigosas ou prejudiciais à saúde;

Figura – Pancada contra objectos

As substâncias perigosas ou prejudiciais são várias e ocasionam diversos perigos. Como


substâncias perigosas pode-se citar os produtos inflamáveis, os produtos tóxicos e as substâncias
corrosivas. A protecção contra estes riscos exige em cada caso, o estudo de medidas de
precaução a tomar para evitar acidentes.
Algumas das medidas são:
 Utilização de instalações eléctricas especiais e bem conservadas;
 Manuseamento adequado e emprego de meios e precauções no transporte das substâncias;
 Adequada utilização por parte do pessoal, de um equipamento de protecção especial, como por
exemplo, factos incombustíveis ou resistentes aos ácidos, óculos e máscaras de protecção etc.

f) Pancadas com objectos.

Figura – Pancada contra objectos


As pancadas contra objectos fixos também são causa de um certo número de acidentes. Na oficina
deve manter-se uma boa visibilidade e arrumação dos materiais. As passagens devem ser claras,
amplas e sem obstrução, devendo-se evitar o armazenamento de materiais em locais indevidos.

2.4.Segurança no posto de trabalho. Significado e importância da prevenção

A Prevenção é certamente o melhor processo de reduzir ou eliminar as possibilidades de ocorrerem


problemas de segurança com o trabalhador. A prevenção consiste na adopção de um conjunto de
medidas de protecção, na previsão de que a segurança física do operador possa ser colocada em
risco durante a realização do seu trabalho. Nestes termos, pode-se acrescentar que as medidas a
tomar no domínio da higiene industrial não diferem das usadas na prevenção dos acidentes de
trabalho.

Alguns princípios de prevenção na área da Higiene e Segurança industrial, são:

12
a) Tal como se verifica no domínio da segurança, a prevenção mais eficaz em matéria de
higiene industrial exerce-se, também, no momento da concepção do edifício, das instalações
e dos processos de trabalho, pois, todo o melhoramento ou alteração posterior já não terá a
eficácia desejada para proteger a saúde dos trabalhadores e será certamente muito mais
dispendiosa.

b) As operações perigosas as que originam a poluição do meio ambiente ou causam ruído ou


vibrações e as substâncias nocivas, susceptíveis de contaminar a atmosfera do local de
trabalho devem ser substituídas por operações e substâncias inofensivas ou menos nocivas.

c) Quando se torna impossível instalar um equipamento de segurança colectivo, é necessário


recorrer a medidas complementares de organização do trabalho, que, em certos casos,
podem comportar a redução dos tempos de exposição ao risco.

d) Quando as medidas técnicas colectivas e as medidas administrativas não são suficientes para
reduzir a exposição a um nível aceitável, deverá fornecer-se aos trabalhadores um
equipamento de protecção individual (EPI) apropriado.

e) Salvo casos excepcionais ou específicos de trabalho, não deve considerar-se o equipamento


de protecção individual como o método de segurança fundamental, não só por razões
fisiológicas mas também por princípio, porque o trabalhador pode, por diversas razões,
deixar de utilizar o seu equipamento.

O posto de trabalho representa o ponto onde se juntam os diversos meios de produção (Homem,
Máquina, Energia, Matéria-prima, etc.) que vão dar origem a uma operação de transformação, daí
resultando um produto ou um serviço.

Para a devida avaliação das condições de segurança de um posto de trabalho é necessário


considerar um conjunto de factores de produção e ambientais em que se insere esse mesmo posto
de trabalho. Para que a actividade de um operador decorra com o mínimo de risco, têm que se criar
diferentes condições passivas ou activas de prevenção da sua segurança.

Os principais aspectos a levar em contas num diagnóstico das condições de segurança (ou de risco)
de um posto de trabalho, podem ser avaliados pelas seguintes questões:

I. O local de trabalho
 Tem acesso fácil e rápido?
 É bem iluminado?
 O piso é aderente e sem irregularidades?
 É suficientemente afastado dos outros postos de trabalho?
 As escadas têm corrimão ou protecção lateral?

II. Movimentação de cargas


 As cargas a movimentar são grandes ou pesadas?
 Existem e estão disponíveis equipamentos de transporte auxiliar?
 Existem passagens e corredores com largura compatível?

13
 Existem marcações no solo delimitando zonas de movimentação?
 Existe carga exclusivamente manual?

III. Posições de trabalho


 O trabalhador trabalha de pé muito tempo?
 O trabalhador gira ou baixa-se frequentemente?
 O trabalhador tem que afastar para dar passagem a veículos ou outros trabalhadores?
 A altura e a posição dos meios de trabalho são adequadas?
 A distância entre a vista e o trabalho é correcta?

IV. Condições psicológicas do trabalho


 O trabalho é em turnos ou normal?
 O trabalhador realiza muitas horas extras?
 A tarefa é de alta cadência de produção?
 É exigida muita concentração dados os riscos de operação?

V. Equipamentos
 As engrenagens e partes móveis estão protegidas?
 Estão devidamente identificados os dispositivos de segurança?
 A formação do operador é suficiente?
 A operação é rotineira e repetitiva?

VI. Ruídos e vibrações


 No posto de trabalho sentem-se vibrações ou ruído intenso?
 A máquina a operar oferece trepidação?
 Existem dispositivos que minimizem vibrações e ruído?

VII. Iluminação
 A iluminação é natural?
 Está bem orientada relativamente ao posto de trabalho?
 Existe alguma iluminação intermitente nas imediações do posto de trabalho?

VIII. Riscos químicos


 O ar circundante tem poeiras ou fumos?
 Existe algum cheiro persistente?
 Existem ventilação ou exaustão de ar do local?
 Os produtos químicos estão bem embalados?
 Os produtos químicos estão bem identificados?
 Existem resíduos de produtos no chão ou no posto de trabalho?

IX. Riscos biológicos


 Há contacto directo com animais?
 Há contacto com sangue ou resíduos animais?
 Existem meios de desinfecção no posto de trabalho?

14
X. Pessoal de socorro
 Existe alguém com formação em primeiros socorros?
 Os números de alerta estão visíveis e actualizados?
 Existem caixas de primeiros socorros e Macas?
 Existe um plano de prevenção de segurança e higiene?

Com a redução dos acidentes poderão ser eliminados problemas que afectam o homem e a
produção.

2.5. Redução dos riscos de acidente

Como já se viu, os acidentes são evitados com a aplicação de medidas específicas de segurança,
seleccionadas de forma a estabelecer maior eficácia na prevenção da segurança.

Na redução dos riscos de acidente de trabalho, as prioridades são:

a) Eliminação do risco - significa torná-lo definitivamente inexistente, o que poucas vezes se


consegue.

Exemplo
Uma escada com piso escorregadio representa um sério risco de acidente. Esse risco poderá ser
eliminado com um piso antiderrapante.

b) Neutralização do risco - o risco existe, mas está controlado. Esta opção é utilizada na
impossibilidade temporária ou definitiva da eliminação de um risco.

Exemplo:
No jardim zoológico, animais ferozes devem ser isolados através de utilização de cercas ou
vedações para não atacarem as pessoas.

c) Sinalização do risco - é a medida que deve ser tomada quando não for possível eliminar ou
isolar o risco.

Exemplo:
Máquinas em manutenção devem ser sinalizadas com placas de advertência; locais onde é proibido
fumar ou existem substâncias explosivas devem ser devidamente sinalizados.

3. EQUIPAMENTOS DE PROTECÇÃO

Já foi dito anteriormente que a prevenção é o melhor processo de reduzir ou eliminar as


possibilidades de ocorrência de acidentes de trabalho e essa prevenção consiste na adopção de um
conjunto de medidas de protecção, na previsão de que a segurança física do trabalhador possa ser
colocada em risco durante a realização do seu trabalho. É no contexto da prevenção dos acidentes
de trabalho e das doenças profissionais que as leis de segurança e higiene no trabalho obrigam as
empresas a utilizarem equipamentos de protecção individual e colectiva para salvaguardar a
integridade física do trabalhador e a sua saúde.

15
As medidas de protecção colectiva, através dos equipamentos de protecção colectiva, devem ter
prioridade, conforme determina a legislação uma vez que beneficiam todos os trabalhadores,
indistintamente. Quando não for possível adoptar medidas de segurança de ordem geral, para
garantir a protecção contra os riscos de acidentes e doenças profissionais, devem-se utilizar os
equipamentos de protecção individual (EPI).

A função dos equipamentos de protecção individual é de neutralizar ou atenuar a acção do agente


agressivo contra o trabalhador que usa o equipamento. Por exemplo, ao cair uma ferramenta do
alto de um andaime, esta atinge o capacete do trabalhador, que fica danificado, mas o trabalhador
não sofre nenhuma lesão. Neste contexto, o acidente ocorreu mas a lesão foi prevenida.

Os equipamentos de protecção são de grande importância na Quando usa capacete, protege


prevenção dos acidentes de trabalho. A conservação dos a cabeça contra queda de
equipamentos é um ponto chave para a segurança do objectos e pancadas.
trabalhador e para a economia da empresa.

Os serviços de segurança devem ter autoridade para determinar o uso dos equipamentos de
protecção adequados, que os diversos riscos requerem, instruindo os trabalhadores e supervisores
quanto ao uso adequado dos equipamentos de protecção.

Os equipamentos de protecção podem ser:


 De protecção colectiva;
 De protecção individual.

Figura - Um alpinista usa EPI para escalar uma montanha

3.1. Equipamentos de protecção colectiva

As medidas de protecção colectiva, através dos equipamentos de protecção colectiva (EPC),


devem ter prioridade, conforme determina a legislação uma vez que beneficiam todos os
trabalhadores, indistintamente.

16
Os equipamentos de protecção colectiva devem ser mantidos nas condições que os especialistas
em segurança estabelecerem, devendo ser reparados sempre que apresentarem qualquer
deficiência.

São exemplos de aplicação de equipamentos de protecção colectiva:


 sistema de exaustão que elimina gases, vapores ou poeiras contaminantes do local de
trabalho;
 enclausuramento de máquina ruidosa para livrar o ambiente do ruído excessivo;
 comando bimanual, que mantém as mãos ocupadas, fora da zona de perigo, durante o ciclo
de uma máquina;
 cabo de segurança para conter equipamentos suspensos sujeitos a esforços, caso venham a
se desprender;

3.2. Equipamentos de protecção individual

Muitos riscos peculiares a diversas actividades, não são totalmente controláveis por recursos de
engenharia. No caso específico e para isentar-se de ferimentos, o trabalhador precisa resguardar-
se, usando protectores específicos para a parte do corpo que poderá vir a ser atingida. Estes são os
chamados equipamentos de protecção individual, tais como óculos de segurança, luvas, máscaras
etc. Portanto, quando o risco requer, os equipamentos de protecção individual devem ser usados.

Os equipamentos de protecção individual são empregues nas seguintes situações:


a) Como o único meio capaz de proporcionar protecção ao trabalhador que se expõe
directamente ao risco, como por exemplo, o uso de luvas para o manuseio de produtos que
sejam mecânica, física ou quimicamente agressivos; uso de botas impermeáveis contra
humidade; o uso de máscaras apropriadas para entrar em compartimentos nos quais o ar é
contaminado por concentração de produtos tóxicos ou outras substâncias.

b) Como protecção complementar quando outros recursos não preencham totalmente a


protecção do trabalhador, como por exemplo, nos casos em que a máquina seja provida de
protectores convencionais, mas que não oferecem toda a necessária protecção ao seu
operador.

c) Como único recurso em caso de emergência, isto é, quando a quebra de rotina de trabalho,
por motivo de acontecimentos anormais, cria riscos para o trabalhador. Por exemplo, quando
utilizando meios mecânicos se manipula materiais agressivos e temporariamente o trabalho
passa a ser realizado em regime manual. Neste caso, serão necessárias luvas, aventais e
outros protectores que normalmente não se usam na actividade, quando mecanicamente
executada.

d) Como recurso temporário, até que se estabeleçam os meios gerais de protecção. É


tecnicamente lícito usar-se protectores individuais enquanto se providenciam os meios
adequados de segurança que evitaram o uso de equipamentos de protecção individual. Por
exemplo, usar um respiradouro contra poeira enquanto se espera que entre em
funcionamento os exaustores.

17
3.2.1. Aspectos técnicos dos equipamentos de protecção individual

Vários aspectos técnicos devem ser levados em consideração na aplicação dos equipamentos de
protecção individual. É necessário determinar o tipo de equipamento de protecção individual em
face do risco que se pretende neutralizar.

Para um mesmo tipo de equipamento de protecção, podem-se encontrar vários modelos, com
diversas características, acabamento, material etc. Tecnicamente deve-se escolher o modelo
adequado, isto é, o que melhor satisfaz os aspectos de segurança: a capacidade de neutralização da
agressividade; o tempo de vida útil do equipamento e o conforto que deve proporcionar ao usuário.
A verificação do modelo adequado de equipamento faz-se por meio de ensaios técnicos e de
experiência no próprio trabalho. A determinação sensata do equipamento a ser adquirido para
protecção individual dos trabalhadores, favorece tanto ao trabalhador, que terá melhor segurança,
como à empresa, que atenderá melhor os seus objectivos de prevenção de acidentes.

3.2.2. Classificação dos equipamentos de protecção individual

Um dos meios mais usados para classificar os equipamentos de protecção individual é agrupá-los
segundo as partes do corpo que se destinam a proteger. Assim têm-se:

a) Protecção para a cabeça

Os equipamentos de protecção para a cabeça podem ser:


 Protectores da cabeça em si, para protecção para o crânio e para o rosto;
 Protectores dos órgãos nele localizados, para protecção para os órgãos da visão e da audição.

Para protecção do crânio usam-se capacetes, que protegem a cabeça contra impactos em geral, mas
principalmente contra a queda de objectos. Portanto, a função do capacete é de neutralizar a acção
agressiva nos casos de batida contra objectos ou por objectos e queda de objectos.

Este meio de protecção tem larga aplicação nas actividades onde há trabalhos em níveis diferentes,
onde objectos elevados podem cair acidentalmente ou onde o próprio meio em que a pessoa se
movimenta possibilita batidas da cabeça.

Figura – Protectores para a cabeça

18
Plásticos e resinas são materiais usualmente empregues na fabricação de capacetes. Para os
electricistas, os capacetes devem ser isentos de qualquer peça metálica.

Para protecção do rosto usam-se protectores faciais que proporcionam protecção contra impactos
contundentes de estilhaços e outros corpos estranhos arremessados, centelhas, queimaduras
químicas e acção de radiação calorífica ou luminosa.

De certa forma, protegem também os olhos, mas não são protectores específicos para esses órgãos.
Existem vários tipos de protectores faciais. A maioria dos modelos consiste de um anteparo
específico, articulado numa coroa regulável que se ajuste à cabeça.

Para a protecção dos olhos utilizam-se óculos de diversos tipos. De referir que a protecção dos
olhos é um dos pontos mais importantes de prevenção de acidentes. Estes órgãos preciosos e
frágeis devem ser protegidos contra impactos de estilhaços, partículas volantes, fagulhas,
respingos de produtos químicos e metais fundentes, assim como contra efeitos perniciosos de
radiações luminosas e caloríficas.

Figura – Protectores para a face e os olhos

Figura – Um soldador protegendo os olhos e a face contra acidentes

Outros órgão que requerem protecção são os ouvidos, os quais podem ser afectados de forma
irreversível por ruídos intensos. Existem muitos meios de protecção para os ouvidos, sendo os
mais usuais os dispositivos tipo tampão, que se introduzem na parte inicial do canal auditivo e que

19
reduzem bastante a intensidade das vibrações sonoras que atingem os tímpanos. Os protectores
tipo fone são mais eficientes para ruídos mais intensos e principalmente de alta frequência.

Figura – Protectores para os ouvidos

Além de protegerem a entrada do canal auditivo, isolam também a parte óssea junto à orelha,
evitando que transmitam vibração à parte interna do ouvido. De referir que todos os recursos para
eliminação ou redução do ruído na fonte devem ser tentados antes da decisão de aplicação de
protectores individuais.

b) Protecção para os membros superiores

Os membros superiores estão sujeitos a sofrer lesões no trabalho, mais que as outras partes do
corpo. As mão são, no entanto, as partes mais frequentemente afectadas por acidentes, em virtude
da participação constante e obrigatória no preparo e execução de trabalho.

Esse uso compulsivo das mãos faz com que elas se exponham a uma larga gama de agressividades
contundentes, abrasivas, cortantes, perfurantes, térmicas, químicas etc.

A neutralização dessas agressividades deve ser feita com recurso ao uso de luvas adequadas e
específicas para cada actividade. No trabalho com produtos venenosos, as luvas não devem ter
qualquer perfuração, para não permitir a entrada do produto ou contacto com a pele.

Figura – Protectores para os membros superiores

c) Protecção para os membros inferiores

20
Os membros inferiores também necessitam de protecção contra condições ou agentes agressivos
do trabalho. Os protectores para os pés são os mais comuns por serem essas as partes dos membros
inferiores mais atingidas por acidentes.

Para protecção dos pés usam-se calçados de vários tipos, que os protegem contra impactos e quedas
de objectos, desconforto térmico, contra produtos químicos, humidade etc.

Contra queda de objectos pesados, o tipo de calçado recomendado é o conhecido por calçado de
segurança, que possui uma biqueira de aço capaz de resistir a fortes impactos.

Figura – Protectores para os membros inferiores

Contra efeitos térmicos nocivos, também existem calçados apropriados. Tratando-se de químicos
agressivos, tais como ácidos, solução de soda cáustica etc., as botas impermeáveis são os
protectores mais adequados.

Figura - Botas impermeáveis

Para protecção das pernas usam-se perneiras. De acordo com o risco, as perneiras cobrem só a
perna ou chegam até a coxa. As longas são empregues em trabalhos com produtos químicos
líquidos e corrosivos. Em trabalhos em que as pernas estejam sujeitas a impactos, como certos
trabalhos em pedreiras, cortes de cana etc., as perneiras devem ser providas de reforços adequados.

d) Protecção para o tronco

A protecção externa do tronco é feita por equipamentos que muitas das vezes estendem a acção
protectora para todo o corpo, e se resumem em aventais, fato-macaco, capas etc., empregues nas
mais variadas tarefas para prevenção contra agentes agressivos.

21
Figura – Protectores para o tronco

Contra riscos leves de cortes e atrito são usados aventais de lona. Contra riscos mais sérios de
cortes e atrito, tais como manuseio de chapas grandes com arestas cortantes são usados aventais
de raspa de couro que são mais resistentes ao atrito.

Roupa resistente deve ser usada contra atrito e possíveis cortes. Roupas térmicas ou em forma de
casaco são usados contra riscos de altas temperaturas. Quando aluminizadas, essas roupas são mais
eficientes para isolação do calor radiante.

Contra riscos de produtos químicos corrosivos, as roupas devem ser impermeáveis. Essas roupas
requerem, às vezes, algum treinamento e preparo do indivíduo para que as use de maneira
adequada, sem criar problemas para si ou para o desenvolvimento do trabalho.

e) Protecção para as vias respiratórias

Os equipamentos de protecção das vias respiratórias são, entre os equipamentos de protecção


individual, os que assumem maior responsabilidade na preservação da integridade física do
trabalhador. A finalidade destes equipamentos nem sempre é evitar que o aparelho respiratório
sofra qualquer lesão. Muitas vezes, eles evitam que outros aparelhos ou órgãos sejam afectados,
impedindo que o aparelho respiratório seja o veículo de introdução de substâncias tóxicas no
organismo.

Figura – Protector para as vias respiratórias

22
Figura – Trabalhador usando máscara

A máscara é a peça básica do protector respiratório. Geralmente a máscara é semifacial, isto é,


cobre apenas parcialmente o rosto, mais precisamente a região das vias respiratórias, envolvendo
totalmente a boca e o nariz.

Outras vezes é facial, cobrindo todo o rosto. Neste caso, a máscara é provida de um visor
panorâmico ou um tipo de óculo ampla visão. É o tipo mais frequentemente usado quando o risco
pode causar danos também ao rosto e aos olhos.

Qualquer tipo de máscara deve permitir vedação perfeita nas áreas de contacto com o rosto. O
modelo característico de moldagem do material e as dimensões da máscara são factores que em
muito favorecem a boa adaptação ao rosto. O sistema de sustentação na cabeça, com elástico,
presilhas e fivelas também é muito importante para a boa vedação.

f) Cinturão de segurança

O cinturão de segurança não tem a finalidade de proteger esta ou aquela parte do corpo em
particular. É usado para prevenir a queda de pessoas que trabalham em lugares altos, quando, por
desequilíbrio ou outra ocorrência acidental, podem precipitar-se ao solo ou ao outro nível inferior
se não tiverem usado esse equipamento de protecção individual.

Figura – Cinturão de segurança para evitar quedas

23
Outros equipamentos de protecção individual poderiam ser citados. Muitos detalhes deixam de ser
aqui relatados, pois, este não é um trabalho que
pretende esgotar o assunto. Entretanto, os Deixar de usar o equipamento de protecção
principais foram apresentados e o conhecimento individual adequado e de maneira correcta
dos equipamentos que foram aqui apresentados, é um acto inseguro dos mais perigosos,
aliado ao bom senso de quem irá determinar o uso principalmente quando se expõem os olhos
dos equipamentos de protecção, é suficiente para e as vias respiratórias aos riscos a que estão
que se consigam resultados satisfatórios contra a sujeitos.
agressividade dos acidentes, por isso...

O FOGO

O termo geral FOGO é aplicado para definir um fenómeno físico, resultante da rápida combinação
do oxigénio com uma substância (combustível) caracterizado pelo desprendimento de calor, luz e,
usualmente, chama. O fogo é formado por três entidades distintas, que compõem o "triângulo do
fogo". São eles o combustível (aquilo que queima, como a madeira), o comburente (que permite a
queima, como o oxigénio) e o calor. Sem uma dessas entidades, não pode haver fogo. Nisso se
baseiam os extintores. O extintor de CO2 além de expulsar o oxigénio do meio, já que o CO2 é
mais pesado que o ar, resfria consideravelmente o meio, ou seja, retira o calor do ambiente.

Figura – Triângulo do fogo

Portanto, existem três factores essenciais para a obtenção de fogo. Primeiro, naturalmente, deve
haver algo para queimar, um combustível de qualquer espécie; depois esse combustível precisa ser
aquecido suficientemente para queimar; e finalmente deve haver um contínuo suprimento de
oxigénio para alimentar a combustão.

Modernamente, foi acrescentado ao triângulo do fogo mais um elemento: a reacção em cadeia,


formando assim o tetraedro ou quadrado de fogo. Os combustíveis após iniciar a combustão geram
mais calor libertando mais gases ou vapores combustíveis, sendo que os átomos livres são os
responsáveis pela libertação de toda a energia necessária para a reacção em cadeia.

Combustível

24
O combustível é toda substância capaz de queimar e alimentar a combustão. Os combustíveis
dividem-se em três grupos, de acordo com o estado físico em que se apresentam:

a) Combustíveis sólidos - a maioria dos combustíveis sólidos transforma-se em vapores e então,


reagem com o oxigénio. Exemplos: madeira, papel, plástico, ferro etc.

b) Combustíveis líquidos - tem algumas propriedades físicas que dificultam a extinção do calor,
aumentando o perigo. É importante notar também que a maioria dos líquidos inflamáveis são mais
leves que a água, e portanto, flutuam sobre esta.

Outra propriedade a ser considerada é a sua volatilidade, que é a facilidade com que os líquidos
libertam vapores, que também é de grande importância, porque quanto mais volátil for o líquido,
maior a possibilidade de haver fogo ou mesmo explosão.

c) Combustíveis gasosos - os gases não tem volume definido, tendendo rapidamente, a ocupar
todo o recipiente em que estão contidos.

O Comburente é o elemento que possibilita vida às chamas e intensifica a combustão. O mais


comum na natureza é o oxigénio, encontrado na atmosfera a 21%.

A fonte de calor é uma forma de energia que eleva a temperatura, gerada da transformação de
outra energia, através de processo físico ou químico. Pode ser descrito como uma condição da
matéria em movimento, isto é, movimentação ou vibração das moléculas que compõem a matéria.

A reacção em cadeia torna a queima auto-sustentável. O calor irradiado da chama atinge o


combustível e este é decomposto em partículas menores, que se combinam com o oxigénio e
queimam, irradiando outra vez calor para o combustível, formando um círculo constante.

Ponto de ignição é a temperatura na qual um combustível desprende vapores (gases) que com o
simples contacto com o oxigénio existente no ar queime até que o combustível acabe.

Causas de incêndios

Do ponto de vista científico o fogo ocorre quando estão presentes os três factores: combustível,
oxigénio e calor suficiente para levar o combustível ao ponto de ignição. Por trás desses três
factores está o próprio homem, responsável por três quartos dos incêndios destruidores, devido à
falta de precaução ou descuido. A quarta parte restante tem causas diversas, possivelmente
estáveis.

25
Cerca de quarenta incêndios domésticos diários são causados pelo esquecimento de ferros
eléctricos ligados. A falta de cuidado no uso de fósforo e hábitos descuidados de fumar são as
principais causas de incêndios. Outras causas comuns são fios eléctricos em mau estado, defeitos
da ignição dos automóveis, esquecimento de desligar o fogão eléctrico ou a gás, defeitos nos
fornos, falta de cuidado com a gasolina ou qualquer outro líquido inflamável.

O melhor projecto de segurança contra incêndio é realizado pela implantação de um conjunto de


sistemas de protecção activa (detecção do fogo, combate ao incêndio, etc.) e de protecção passiva
(resistência ao fogo das estruturas, compartimentação etc.).

Na prevenção activa do incêndio, as possibilidades de desenvolvimento de um incêndio são


fortemente reduzidas se forem instalados detectores de fumaça e chuveiros automáticos. A
selecção de um sistema de segurança deve ser determinada pela probabilidade de ocorrência do
incêndio e o consequente risco à segurança das vidas. Adicionalmente, é necessário identificar a
extensão do dano à propriedade que pode ser considerada tolerável.

Classes de incêndios

Classe A - são materiais de fácil combustão com a propriedade de queimarem em sua superfície e
profundidade, e que deixam resíduos, como: tecidos, madeira, papel, fibras, etc.

Classe B - são considerados os inflamáveis os produtos que queimem somente em sua superfície,
não deixando resíduos, como óleo, graxas, vernizes, tintas, gasolina, etc.

Classe C - quando ocorrem em equipamentos eléctricos energizados como motores,


transformadores, quadros de distribuição, fios, etc.

Classe D - elementos pirofóricos como magnésio, zircônio, titânio.

Combate ao fogo

Figura – Extinguindo o fogo

O efectivo controlo e extinção do incêndio requerem um entendimento da natureza química e física


do fogo. Isso inclui informações sobre fontes de calor, composição e características dos
combustíveis e as condições necessárias para combustão.

26
A extinção de incêndios baseia-se na eliminação de um ou mais dos três factores essenciais à
combustão. Assim, para apagar o fogo impedimos o suprimento de oxigénio, retiramos o
combustível e colocamos a temperatura do material queimado abaixo do ponto de ignição. A
exclusão do oxigénio e a redução da temperatura são os métodos de extinção mais usados.
Dependendo do componente removido podemos falar em extinção da combustão por:

 Desalimentação (supressão do combustível) - retirando a matéria combustível próxima


ou isolando o objecto em chama;
 Abafamento - impedindo o contacto do oxigénio com a matéria em chama;
 Arrefecimento - fazendo baixar a temperatura do combustível

Portanto, para apagar o fogo impedimos o suprimento de oxigénio, retiramos o combustível e


colocamos a temperatura do material queimado abaixo do ponto de ignição. A exclusão do
oxigénio e a redução da temperatura são os métodos de extinção mais usados.

A retirada do material inflamável produz efeito no caso de incêndios pequenos, como depósitos de
carvão, pilhas de madeira, cestos de papéis. Entre os meios prontamente disponíveis para eliminar
o oxigénio estão o de cobrir o fogo com lama ou outro material não inflamável ou o de jogar um
cobertor pesado sobre o fogo.

Agentes extintores - são substâncias que, devido às suas características, quando lançados sobre
um fogo o extinguem.

Os extintores de incêndio são aparelhos de primeiros socorros, que carregam em seu interior um
dos tipos de agente extintor acima citados, que deverá ser usado em princípios de incêndio. Os
extintores de incêndio atingem seu objectivo pelo resfriamento ou pelo abafamento (que significa
afastar o oxigénio do fogo).

Portátil - Quando seu peso total for igual ou inferior a 25kg., e operado por uma única pessoa;

Carreta - Sobre rodas e quando seu peso total passar de 25kg, ou sua operação exigir mais de uma
pessoa.

Após instalado, um extintor nunca poderá ser removido, a não ser quando para uso em combate ao
fogo, recarga, teste ou instrução; estar sempre sinalizado e seu acesso desobstruído.

27
Figura – Extintores de incêndio

Classificação e aplicação dos extintores

a) Extintor de água

Pode ser do tipo pressurizado ou do tipo pressão injectada. O do tipo pressurizado, não e provido
de cilindro de gás propelente, visto que a água permanece sob pressão dentro do aparelho. Para
funcionar, necessita apenas da abertura do registo de passagem do líquido extintor. Indicado com
óptimo resultado para incêndios de classe "A". Contra-indicado para as classes "B" e "C". O
processo de extinção que este tipo de extintor utiliza é o resfriamento.

O extintor de água tipo pressão injectada, tem fixado na parte externa do aparelho um pequeno
cilindro contendo o gás propelente, cuja válvula deve ser aberta no acto da utilização do extintor,
a fim de pressurizar o ambiente interno do cilindro permitindo o seu funcionamento. O elemento
extintor é a água, que actua através do resfriamento da área do material em combustão. O agente
propulsor (propelente) é o gás carbónico (CO2)

28
Figura – Utilização do extintor

Como cuidados a serem observados no uso de extintores de água salienta-se:


 Não tentar reparar defeitos nos extintores, encaminhá-los a uma firma especializada;
 Não recolocar o extintor no suporte sem antes recarregá-lo;
 Não utilizar em equipamentos eléctricos com energia eléctrica.

b) Extintor de pó químico seco

O agente extintor pode ser o bicarbonato de sódio ou de potássio que recebem um tratamento para
torná-los em absorvente de humidade. O agente propulsor pode ser o gás carbónico ou nitrogénio.
O agente extintor forma uma nuvem de pó sobre a chama que visa a exclusão do oxigénio;
posteriormente são acrescidos à nuvem, gás carbónico e o vapor de água devido a queima do pó.

Indicado com óptimo resultado para incêndios de classe "C" e sem grande eficiência para a classe
"A". Não possui contra-indicação. O processo de extinção que este tipo de extintor utiliza é o
abafamento.

Como cuidados a observar na utilização deste tipo de extintores temos:


 Não tentar reparar os aparelhos defeituosos; encaminha-los a uma firma especializada;
 Não recolocar o aparelho no seu local costumeiro, sem antes recarregá-lo.

c) Extintor de gás carbónico (CO2)

O gás carbónico é um material não condutor de energia eléctrica. O mesmo actua sobre o fogo
onde este elemento (electricidade) esta presente. Ao ser accionado o extintor, o gás é libertado
formando uma nuvem que abafa e resfria. É empregue para extinguir pequenos focos de fogo em

29
líquidos inflamáveis (classe B) e em pequenos equipamentos energizados (classe C). O processo
de extinção que este tipo de extintor utiliza é o abafamento.

Que cuidados devem ser observados na utilização do extintor de gás carbónico?


 Não tentar reparar aparelhos defeituosos, encaminhe-os à uma firma especializada;
 Não recolocar no suporte os aparelhos usados, sem antes recarregá-los;
 Não conservar os extintores de Gás Carbónico (CO2) em locais de temperatura elevada
(acima de 40º C).

d) Extintor de espuma química

Indicado para incêndios da classe “A” e “B”.


Como utilizar este extintor?

Os cuidados a observar na utilização do extintor de espuma química são:


 Não inverter o extintor fora do local de uso;
 Não usa-lo em instalações eléctricas com energia ligada;
 Não dirigir o jato directamente sobre o líquido em chamas, pois haverá risco de espalhar o
fogo;
 Se após a inversão para o uso, o aparelho não funcionar. Abandone-o em local afastado pois
o aparelho defeituoso ou entupido apresentam risco de explosão;
 Não tente reparar defeitos dos aparelhos, encaminhe-os a uma firma especializada;
 Não recoloque o aparelho no seu local costumeiro, sem antes carrega-lo.

Incêndios de classe "D" requerem extintores específicos, podendo em alguns casos serem
utilizados o de Gás Carbónico (CO2) ou o Pó Químico Seco (PQS).

Manutenção e revisão de extintores

EXINTOR DE ESPUMA

VERIFICAR
PERÍODO
Semanal Verificar o acesso ao extintor

Verificar se o extintor está com carga e se o bico está desobstruído


(usar em estilete)
Mensal

30
Descarregar completamente o extintor (usar durante instrução), verificar o estado geral do
aparelho. Em caso de qualquer avaria mecânica, deve ser submetido ao teste hidrostático.
Anual
Usar carga sempre nova
Por ocasião da recarga, submeter o extintor ao ensaio previsto pelas normas EB-14
(espuma química-portáteis), EB-52 (espuma química-carretas) e EB-1002 (espuma
Cada 5 anos
mecânica) da ABNT no próprio fabricante autorizado, esse teste revalida o extintor por
mais 5 anos.

EXINTOR DE GÁS CARBÔNICO

VERIFICAR
PERÍODO

Semanal Verificar o acesso ao extintor ao lacre e pino de segurança


Verificar o peso total do extintor, conferindo com o peso marcado na válvula. Havendo
uma diferença de 10% para menos, é preciso fazer a inspecção e o recarregamento.
Semestral
Usar o aparelho para instrução e submete-lo ao teste de conformidade com a norma EB-
150-NBR 11716.
Cada 5 anos

EXINTOR DE ÁGUA

VERIFICAR
PERÍODO

Semanal Verificar o acesso ao extintor


Verificar se o extintor está carregado e se o lacre da ampola está em ordem
Mensal
Verificar o peso da ampola lateral e se a diferença for maior que 10% deve ser substituída.
Semestral
Examinar o aparelho, e havendo qualquer avaria mecânica, submeter o extintor ao teste
hidrostático.
Anual
Enviar o extintor à empresa autorizada, para teste hidrostático de conformidade com a
norma EB-149-NBR 11715.
Cada 5 anos

31
EXINTOR DE PÓ QUÍMICO

VERIFICAR
PERÍODO

Semanal Verificar o acesso ao extintor e os lacres


Verificar o peso do cilindro de gás, se for constatado um peso de 10% para menos, é
necessário recarregá-lo e conferir o ponteiro do manómetro está na faixa verde.
Semestral
Examinar o estado do pó químico e se houver empedramento, o extintor deve ser
recarregado
Anual
Descarregar o extintor, usando-o para instrução
Cada 3 anos
Enviar o extintor à empresa autorizada, para teste hidrostático de conformidade com a
norma EB-148-NBR 10721.
Cada 5 anos

EXINTOR DE HALON

VERIFICAR
PERÍODO

Semanal Verificar o acesso ao extintor


Conferir se o ponteiro do manómetro está na faixa verde.
Semestral
Examinar o aparelho, e havendo qualquer avaria mecânica, submeter o extintor ao teste
hidrostático.
Anual
Recarga obrigatória e teste hidrostático, norma EB-1232.
Cada 5 anos

32
SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA

No interior e exterior das instalações da Empresa, devem existir formas de aviso e informação
rápida , que possam auxiliar os elementos da Empresa a actuar em conformidade com os
procedimentos de segurança .

Figura – Sinalização indicando a existência de um extintor

Com este objectivo, existe m conjunto de símbolos e sinais especificamente criados para garantir
a fácil compreensão dos riscos ou dos procedimentos a cumprir nas diversas situações laborais que
podem ocorrer no interior de uma empresa ou em lugares públicos. Em seguida dão-se alguns
exemplos do tipo de sinalização existente e a ser aplicada nas Empresas.

Sinais de Perigo

Indicam situações de risco potencial de acordo com o pictograma inserido no sinal. São utilizados
em instalação, acessos, aparelhos, instruções e procedimentos, etc. Têm forma triangular, o
contorno e pictograma a preto e o fundo amarelo.

Figura – Sinais de indicação de perigo


Sinais de Proibição

Indicam comportamentos proibidos de acordo com o pictograma inserido no sinal. São utilizados
em instalação, acessos, aparelhos, instruções e procedimentos, etc. Têm forma circular, o contorno
vermelho, pictograma a preto e o fundo branco.

33
Figura - Sinais de indicação de proibição

Sinais de Obrigação

Indicam comportamentos obrigatórios de acordo com o pictograma inserido no sinal. São


utilizados em instalação, acessos, aparelhos, instruções e procedimentos, etc.. Têm forma circular,
fundo azul e pictograma a branco

Figura – Sinais de indicação de obrigação


Sinais de Emergência

Fornecem informações de salvamento de acordo com o pictograma inserido no sinal. São


utilizados em instalação, acessos e equipamentos, etc.. Têm forma rectangular, fundo verde e
pictograma a branco.

34
*
Figura – Sinais de indicação de emergência

35
1.1. Os riscos que rodeiam o posto de trabalho

Há vários factores de risco que afectam o trabalhador no desenvolvimento das suas tarefas diárias.
Alguns destes riscos atingem grupos específicos de profissionais, como é o caso, dos
mergulhadores, que trabalham submetidos a altas pressões e a baixas temperaturas. Por esse facto,
são obrigados a usar roupas especiais, para conservar a temperatura do corpo, e passam por cabines
de compressão e descompressão, cada vez que mergulham ou sobem à superfície.
Outros factores de risco não escolhem profissão. Agridem trabalhadores de diferentes áreas e
níveis ocupacionais, de maneira subtil, praticamente imperceptível. Esses últimos são os mais
perigosos, porque são os mais ignorados. Os principais tipos de risco ambiental que afectam os
trabalhadores de um modo geral, estão separados em :
 Riscos físicos
 Riscos químicos
 Riscos Biológicos
 Riscos Ergonómicos
 Riscos de acidentes

Figura 3.1: Riscos no posto de trabalho

1.2. Riscos físicos

Todo o trabalhador, ao desenvolver o seu trabalho, gasta uma certa quantidade de energia para
produzir um determinado resultado. Em geral, quando dispõe de boas condições físicas do
ambiente, como, por exemplo, quando o nível de ruído e a temperatura são aceitáveis, produz mais
com menor esforço.

36
Mas, quando essas condições fogem muito dos limites de tolerância, atinge-se facilmente o
incómodo e a irritação determinando muitas vezes o aparecimento de cansaço, a queda de
produção, falta de motivação e desconcentração. Por outras palavras, os factores físicos do
ambiente de trabalho interferem directamente no desempenho de cada trabalhador e na produção
obtida, pelo que se justifica a sua analise com o maior cuidado. Os riscos no posto de trabalho se
classificam segundo a figura abaixo. Ao estudar cada um dos factores apresentados a seguir, pense
no seu próprio local de trabalho. Identifique os problemas, liste-os e proponha uma medida de
correcção para esse problema.
a) Ruído
Quando um trabalhador se encontra num ambiente de trabalho e não consegue ouvir perfeitamente
a fala das pessoas no mesmo recinto, isso é uma primeira indicação de que o local é demasiado
ruidoso. Os especialistas no assunto definem o ruído como todo som que causa sensação
desagradável ao homem.
As perdas de audição são derivadas da frequência e intensidade do ruído. A fadiga evidencia-se
por uma menor acuidade auditiva. As ondas sonoras transmitem-se tanto pelo ar como por
materiais sólidos. Quanto maior for a densidade do meio condutor, menor será a velocidade de
propagação do ruído. O ruído é pois um agente físico que pode afectar de modo significativo a
qualidade de vida. Sem medidas de controlo ou protecção, o excesso de intensidade do ruído, acaba
por afectar o cérebro e o sistema nervoso.
Em condições de exposição prolongada ao ruído por parte do aparelho auditivo, os efeitos podem
resultar na surdez profissional cuja cura é impossível, deixando o trabalhador com dificuldades
para se relacionar com os colegas e família, assim como dificuldades acrescidas em se aperceber
da movimentação de veículos ou máquinas, agravando as suas condições de risco por acidente
físico.

b) Vibrações
As vibrações caracterizam-se pela sua amplitude e frequência. Apresentam geralmente baixas
frequências e conduzem-se por materiais sólidos. Consoante a posição do corpo humano, (de pé,
sentado ou deitado), a sua resposta às vibrações será diferente sendo igualmente importante o ponto
de aplicação da força vibratória.
Os efeitos no homem das forças vibratórias podem ser resumidos nos seguintes casos :

37
 Complicações nos vasos sanguíneos e articulações e a diminuição na circulação sanguínea.
Estas lesões podem ser permanentes.
 Efeito a nível da epiderme (danos em células e efeitos térmicos). Com o passar do tempo,
afecções a nível das articulações e da coluna.

c) Amplitudes Térmicas
Frio ou calor em excesso, ou a brusca mudança de um ambiente quente para um ambiente frio ou
vice-versa, também são prejudiciais à saúde. Em certos ambientes de trabalho ou dependentemente
das características das construções (insuficiência de janelas, portas ou outras aberturas necessárias
a uma boa ventilação), pode-se gerar alta temperatura, prejudicial à saúde do trabalhador. A
sensação de calor que se sente é proveniente da temperatura resultante existente no local e do
esforço físico que se faz para executar um trabalho.
Os ambientes térmicos podem ser classificados como:
 Quentes (Fundições, Cerâmicas , Padarias);
 Frios (armazéns frigoríficos, actividades pescatórias);
 Neutros (escritórios).

Logicamente que as situações mais preocupantes ocorrem em ambientes térmicos frios e quentes
ou sobretudo quando as duas possibilidades existem na mesma empresa ou no mesmo posto de
trabalho.
d) Stress Térmico
Em geral está relacionado com o desconforto do trabalhador às condições de trabalho em que a
temperatura ambiente é muito elevada, podendo-se conjugar uma humidade baixa e uma circulação
de ar deficiente. Os sintomas de exposição a ambientes térmicos hostís podem ser descritos por:

Ambiente Térmico Quente :


 Temperatura superficial da pele aumenta (vasodilatação dos capilares);
 Temperatura interna aumenta ligeiramente;
 Sudação e mal estar generalizado;
 Tonturas e desmaios;
 Esgotamento e morte.

38
Ambientes Térmicos Frios:
 Frieiras, localizadas nos dedos das mãos e dos pés;
 Alteração circulatória do sangue leva a que as extremidades do corpo humano adquiram uma
coloração vermelho-azulada;
 Pé-das trincheiras, surge em situações de grande humidade, os pés ficam extremamente frios
e com cor violácea;
 Enregelamento, que é a congelação de tecidos devido a exposição a temperaturas muito
baixas ou por contacto com superfícies muito frias.

As medidas a tomar para minimizar os efeitos do stress térmico podem passar por:
 Em primeiro lugar uma correcta dieta alimentar de modo a fortalecer o organismo;
 Ingerir bastante água à temperatura ambiente. Não beber alcoól;
 Evitar alimentação rica em gorduras visto que estas retêm os líquidos no organismo, moderar
o consumo de cafeína.

Em situações de elevadas temperaturas, como por exemplo uma siderurgia a água a ingerir deve
conter uma pequena porção de sal de modo a compensar as perdas devido á transpiração.
 Devem ser tomadas a nível de layout medidas de ventilação.
 Implementar turnos com menor carga horária em situações onde ocorre exposição a
ambientes hostís.
 Contra o Calor Radiante - O uso de viseiras é essencial, pois a radiação emitida por
materiais em fusão levam ao surgimento de cataratas a nível ocular.

1.3. Riscos químicos

Certas substâncias químicas, utilizadas nos processos de produção industrial, são lançadas no
ambiente de trabalho através de processos de pulverização, fragmentação ou emanações gasosas.
Essas substâncias podem apresentar-se nos estados sólido, líquido e gasoso.
No estado sólido, tem-se poeiras de origem animal, mineral e vegetal. No estado gasoso, como
exemplo, tem-se o gás liquefeito de petróleo, usado como combustível, ou gases libertados nas
queimas ou nos processos de transformação das matérias primas.

39
Quanto aos agentes líquidos, eles apresentam-se sob a forma de solventes, tintas, vernizes ou
esmaltes. Esses agentes químicos ficam em suspensão no ar e podem penetrar no organismo do
trabalhador por:
Via respiratória - essa é a principal porta de entrada dos agentes químicos, porque se respira
continuadamente, e tudo o que está no ar acaba por passar nos pulmões.
Via digestiva - se o trabalhador comer ou beber algo com as mãos sujas, ou que ficaram muito
tempo expostas a produtos químicos, parte das substâncias químicas serão ingeridas com o
alimento, atingindo o estômago e podendo provocar sérios riscos à saúde.
Epiderme - essa via de penetração é a mais difícil, mas se o trabalhador estiver desprotegido e
tiver contacto com substâncias químicas, havendo deposição no corpo, serão absorvidas pela
pele.
Via ocular - alguns produtos químicos que permanecem no ar causam irritação nos olhos e
conjuntivite, o que mostra que a penetração dos agentes químicos pode ocorrer também pela
vista.
As medidas ou avaliações dos agentes químicos em suspensão no ar são obtidas por meio de
aparelhos especiais que medem a concentração, ou seja, percentagem existente em relação ao ar
atmosférico. Os limites máximos de concentração de cada um dos produtos diferem de acordo com
o seu grau de perigo para a saúde.
Efeitos dos poluentes químicos
 Sensibilizantes - produtos que levam a reacções alérgicas. Manifestam-se por afecções da
pele ou respiratórias.
 Irritantes - produtos que levam a inflamações no tecido onde actuam. Também nesta
situação os produtos inaláveis são os que levantam mais preocupação (ácido clorídrico
,óxidos de azoto etc).
 Anestésicos ou narcóticos - produtos que actuam sobre o sistema nervoso central, tais
como os solventes usados na indústria das colas ou tintas, (acetato butilo, hexano, etc.).
 Asfixiantes - produtos que dificultam o transporte de oxigénio a nível sanguíneo.
(Monóxido de Carbono).
 Cancerígenos - substâncias que podem provocar o cancro.
 Corrosivas - substâncias que actuam quimicamente sobre os tecidos quando em contacto
com estes.

40
 Pneumoconióticas - apresentam-se sob a forma de poeiras ou fumo.

Poluentes sólidos
 Poeiras - Partículas esferoidais de pequeno tamanho que se encontram em suspensão no
ar.
 Fibras - Partículas não esféricas, geralmente o seu comprimento excede em 3 vezes o seu
diâmetro.
 Fumos - partículas esféricas em suspensão, geralmente têm origem em combustões.
 Aerossol - suspensão em meio gasoso de partículas esféricas e líquidas, em conjunto ou
não.

Os poluentes químicos são uma presença constante nos processos produtivos. Com o fim de
proteger o trabalhador os Valores Limite de Exposição, referenciados na legislação devem ser
cumpridos . Deve ser feita igualmente a identificação dos contaminantes para de seguida se
efectuar a respectiva medição da sua concentração.
Mediante os valores obtidos há que tomar medidas, devendo-se recorrer a equipamento de
protecção pessoal sempre que possível, bem como a alterações no processo produtivo que
permitam a redução dos emissões de poluentes. Estas alterações podem ser ao nível do
equipamento ou de matérias-primas.

1.4. Riscos biológicos

Estes tipo de riscos relaciona-se com a presença no ambiente de trabalho de microrganismos como
bactérias, vírus, fungos, bacilos etc., normalmente presentes em alguns ambientes de trabalho,
como:
 Hospitais;
 Laboratórios de análises clínicas;
 Recolha de lixo;
 Indústria do couro;
 Tratamento de efluentes líquidos.

41
Penetrando no organismo do homem por via digestiva, respiratória, olhos e pele, são responsáveis
por algumas doenças profissionais, podendo dar origem a doenças menos graves como infecções
intestinais ou a simples gripe, ou mais graves como a hepatite, meningite ou Sida.
Como estes microrganismos se adaptam melhor e se reproduzem mais em ambientes sujos, as
medidas preventivas a tomar terão de ser relacionadas com:
 A rigorosa higiene de locais de trabalho;
 A rigorosa higiene de corpo e das roupas;
 Destruição por processos de elevação da temperatura (esterilização) ou uso de cloro;
 Uso de equipamentos individuais para evitar contacto directo com os microrganismos;
 Ventilação permanente e adequada;
 Controle médico constante;
 Vacinação sempre que possível.

A verificação da presença de agentes biológicos em ambientes de trabalho é feita por meio de


recolha de amostras de ar e de água, que serão analisadas em laboratórios especializados.

1.5. Os riscos ergonómicos

Verifica-se algumas vezes que os postos de trabalho não estão bem adaptados ás características do
operador, quer quanto à posição da máquina com que trabalha, quer no espaço disponível ou na
posição das ferramentas e materiais que utiliza nas suas funções. Para estudar as implicações destes
problemas existe uma ciência que avalia as condições de trabalho do operador, quanto ao esforço
que o mesmo realiza para executar as suas tarefas.
Ergonomia é a ciência que procura alcançar o ajustamento mútuo ideal entre o homem e o seu
ambiente de trabalho. Por outras palavras, a ergonomia é o domínio científico e tecnológico
interdisciplinar, que se ocupa da optimização das condições de trabalho visando de uma forma
integrada, o conforto do trabalhador, a sua segurança e o aumento da sua produtividade. Segundo
um conceito Ergonómico a execução de tarefas deve ser feita com o mínimo de consumo
energético de modo a sobrar "atenção" para o controlo das tarefas e dos produtos, assim como para
a protecção do próprio trabalhador.

42
Figura 3.2: Levantamento inadequado de pesos pesados

Um dos aspectos mais fundamentais da Ergonomia está relacionado com a indústria de produção
em que muitas vezes o dimensionamento dos produtos deve ajustar-se à postura do Homem.
Entretanto, se não existir esse ajuste, teremos a presença de agentes ergonómicos que causam
doenças e lesões no trabalhador.

Figura 3.3: Posição inadequado no exercício do trabalho

Os agentes ergonómicos presentes nos ambientes de trabalho estão relacionados com:


 Exigência de esforço físico intenso;
 Levantamento e transporte manual de pesos;
 Postura inadequada no exercício das actividade;
 Exigências rigorosas de produtividade;
 Períodos de trabalho prolongadas ou em turnos;
 Actividades monótonas ou repetitivas.

43
Movimentos repetitivos dos dedos, das mãos, dos pés, da cabeça e do tronco produzem monotonia
muscular e levam ao desenvolvimento de doenças inflamatórias, curáveis em estágios iniciais,
mas complicadas quando não tratadas a tempo, chamadas genericamente de lesões por esforços
repetitivos. As doenças que se enquadram nesse grupo caracterizam-se por causar fadiga
muscular, que gera fortes dores e dificuldade de movimentar os músculos atingidos.
Há registros de que essas doenças já atacavam os escribas e notários, há séculos. Hoje afectam
diversas categorias de profissionais como funcionários bancários, metalúrgicos, costureiras,
pianistas, telefonistas, operadores informáticos, empacotadores, enfim, todos os profissionais que
realizam movimentos automáticos e repetitivos.
Contra os males provocados pelos agentes ergonómicos, a melhor arma, como sempre, é a
prevenção, o que pode ser conseguido a partir de:
 Rotação do pessoal;
 Intervalos mais frequentes;
 Exercícios compensatórios frequentes para trabalhos repetitivos;
 Exames médicos periódicos;
 Evitar esforços superiores a 25 kg para homens e 12 kg para mulheres;
 Postura correcta sentado, em pé, ou carregando e levantando pesos.

Outros factores de risco ergonómico podem ser encontrados em circunstâncias aparentemente


impensáveis, como:
 Falhas de projecto de máquinas;
 Equipamentos, ferramentas, veículos e prédios;
 Deficiências de layout ;
 Iluminação excessiva ou deficiente;
 Uso inadequado de cores.

A ergonomia é assim uma forma de adaptar o meio envolvente ás dimensões e capacidades


humanas onde máquinas, dispositivos, utensílios e o ambiente físico sejam utilizados com o
máximo de conforto, segurança e eficácia. O espaço de trabalho deve ser planeado na fase de
concepção do projecto, tendo em consideração as actividades e tarefas a executar, os processos de
laboração, as dimensões do corpo humano e as suas posturas, esforços musculares e movimentos.

44
Figura 3.4: Altura da bancada de acordo com as exigência do trabalho

A análise e intervenção ergonómica traduz-se em:


 Melhores condições de trabalho;
 Menores riscos de incidente e acidente;
 Menores custos humanos;
 Formação com o objectivo de prevenir;
 Maior produtividade;
 Optimizar o sistema homem / máquina.

Algumas medidas da Ergonomia


 Corpo em movimento – tornar os movimentos compatíveis com a acção. Reduzir o
esforço de músculos e tendões.
 Precisão de movimentos – ter em atenção a sua amplitude, posição e quais os membros a
utilizar.
 Esforço estático – uma cadeira deve fornecer vários pontos de apoio no corpo humano.
Altura do assento regulável. A cadeira deve ter 5 apoios no chão. Deve ter apoio para os
pés sempre que necessário, etc...
 Rampas e escadas – para rampas a inclinação deve ser entre 0 e 20 º. Para escadas a
inclinação deve ser entre 20 e 50º. Altura mínima do degrau entre 13 e 20 Cm. Largura
mínima do degrau de 51 cm etc.
 Portas e tectos – Altura mínima de uma portas e tectos de cerca de 200 cm. Corredor com
passagem para 3 pessoas deve ter largura mínima de 152 cm.

45
A: Mapa de riscos

Mapa de Risco é uma representação gráfica de um conjunto de factores presentes nos locais de
trabalho, capazes de acarretar prejuízos à saúde dos trabalhadores: acidentes e doenças de trabalho.
Tais factores têm origem nos diversos elementos do processo de trabalho (materiais,
equipamentos, instalações, suprimentos e espaços de trabalho) e a forma de organização do
trabalho (arranjo físico, ritmo de trabalho, método de trabalho, postura de trabalho, jornada de
trabalho, turnos de trabalho, treinamento, etc.)

O mapa é um levantamento dos pontos de risco nos diferentes sectores das empresas. Trata-se de
identificar situações e locais potencialmente perigosos. Estes tipos são agrupados em cinco grupos
classificados pelas cores vermelho, verde, marrom, amarelo e azul. Cada grupo corresponde a um
tipo de agente: químico, físico, biológico, ergonômico e mecânico. A partir de uma planta baixa
de cada secção são levantados todos os tipos de riscos, classificando-os por grau de perigo:
pequeno, médio e grande.

Simbologia de cores: No mapa de risco, os riscos são representados e indicados por


círculos coloridos de três tamanhos diferentes a saber:
Risco de mecânico Leve Médio Elevado

Risco físico Leve Médio Elevado

Risco químico Leve Médio Elevado

Risco biológico Leve Médio Elevado

Risco ergonómico Leve Médio Elevado

46

Você também pode gostar