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O que é a segurança do trabalho na

indústria?
A expressão segurança do trabalho na indústria diz respeito a toda e qualquer medida
que visa promover a saúde e a segurança do colaborador em meio a execução de
atividades consideradas como de risco ocupacional. Em outras palavras, é um conjunto de
parâmetros que reúne diferentes metodologias de aplicação e que resultam em ambientes
de trabalho mais confortáveis e que oferecem menos riscos.

Cabe ressaltarmos que, mesmo sendo aplicada da maneira mais correta possível,
a segurança do trabalho jamais representará situações com nenhuma chance de ocorrer
um acidente de trabalho. Isso porque ela é uma ferramenta que permite controlar e reduzir
ao máximo os riscos ocupacionais. Entretanto, eles sempre existirão (mesmo que com
possibilidades remotas).

Principais riscos ocupacionais na indústria


Veja a seguir quais são os principais riscos ocupacionais que os colaboradores
comumente enfrentam em um meio industrial.

Risco físico
Como o próprio nome sugere, é qualquer tipo de ameaça física contra o corpo humano,
tais como os seguintes:

 ruídos excessivos — gerado pela elevada intensidade sonora, os ruídos


excessivos, quando não atenuados por um protetor auricular, podem acarretar a
perda progressiva da audição humana, bem como a confusão mental e a perda da
concentração;
 cortes — existem várias atividades industriais que expõem os colaboradores ao
risco de corte. Entre elas, podemos destacar os serviços realizados em frigoríficos
e em serralherias, em que o contato com peças e ferramentas cortantes é rotineiro;
 choque elétrico — o choque elétrico é, talvez, um dos riscos físicos mais severos,
já que a porcentagem de fatalidades quando ele ocorre é altíssima. Em vista disso,
a utilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) em ambientes onde há
possibilidades de haver fontes e fios desencapados é imprescindível.

Risco químico
Já o risco químico está relacionado com todas as substâncias classificadas como tóxicas.
Ao ser exposto a uma delas, os colaboradores estão sujeitos a sofrerem:

 asfixia — o risco de asfixia é bastante comum em ambientes confinados (galerias,


vasos de pressão, tubulações e entre outros), os quais têm baixa ventilação natural
e elevada concentração de gases nocivos (principalmente o dióxido de carbono
(CO2));
 irritações nos olhos e no nariz — um exemplo clássico de substância química
que tem potencial para causar muita irritação nos olhos e no nariz (quando não são
utilizados os EPIs) é o cromo (muito comum de ser aplicado na superfície de peças
metálicas para o aumento da dureza do material). Em vista disso, se há processos
químicos na indústria que envolvem a utilização do cromo e de outros elementos
similares, o risco de irritação na face precisa de ser controlado.

Risco biológico
O risco biológico é mais comum de ser verificado nas indústrias hospitalar e alimentícia e
também precisa de medidas que visam o seu gerenciamento. A contaminação (seja por
bactérias, seja por vírus) é um dos principais riscos de origem biológica.

Deste modo, tanto para colaboradores que atuam em frigoríficos quanto para aqueles que
manuseiam lixo hospitalar, a utilização de luvas de proteção e máscaras são
equipamentos de proteção indispensáveis.

Diferença entre risco e perigo no trabalho


Por mais que possam aparentar ideias semelhantes, as palavras “risco” e “perigo” têm
diferenças enormes quando estamos tratando de segurança do trabalho. Isso porque,
quando falamos que uma tarefa representa um perigo, estamos dizendo que os riscos
atrelados a ela não foram controlados da maneira correta, o que implica em situações de
vulnerabilidade do colaborador.

Simplificando, há perigo em um ambiente ocupacional quando os riscos de trabalho estão


fora de controle (ou que até mesmo nem chegaram a ser previamente identificados e
posteriormente controlados). Dessa forma, seja qual for a natureza da tarefa industrial, o
cenário ideal é que um colaborador jamais tenha que passar por uma situação de perigo.

Por que se preocupar com isso?


Existem vários fatores industriais importantes e que se relacionam diretamente com a
garantia de locais de trabalho mais seguros.

Evitar acidentes de trabalho


Naturalmente, evitar acidentes de trabalho é um dos principais pontos quando nos
referimos à garantia da segurança ocupacional. Isso porque, ao executar as adequadas
medidas preventivas nos locais em que há riscos de trabalho, automaticamente o
empregador está reduzindo as chances de ocorrer algum acidente na empresa. Assim, é
possível que as tarefas sejam efetuadas com qualidade e com a melhor ergonomia
possível.

Promoção da saúde do colaborador


A preocupação em manter locais de trabalho seguros reflete automaticamente na
promoção da saúde dos colaboradores, o que é de extrema importância em qualquer
contexto.

Evitar penalidades
Engana-se quem acha que negligenciar a segurança do trabalho em uma
indústria remete “apenas” no aumento dos índices de acidentes. Isso porque empresas
que não cumprem com as normas regulamentadoras de segurança são passíveis de
multas, embargos financeiros, processos judiciais e, até mesmo, processos criminais.

Garantir a produtividade
Trabalhar sem EPIs, além de ser perigoso, pode resultar em baixos níveis
de produtividade. Basta imaginar um colaborador que atua em um canteiro de obras e
que não utiliza uma botina — certamente o seu desempenho será bastante
comprometido.

Quais os maiores desafios?


Por mais que possa parecer simples, organizar e implementar a segurança do trabalho
em uma indústria carrega muitos desafios. A seguir, veja quais são eles.

Garantir que os colaboradores usem EPIs


Um desses desafios é assegurar que todos os colaboradores usem os EPIs durante o
expediente, já que não é raro encontrar profissionais no chão de fábrica que fiquem alguns
minutos sem utilizar os EPI. Nesse sentido, a atuação de fiscalização por parte do setor
de segurança do trabalho é essencial.

Investir no setor de segurança do trabalho


Todo o planejamento que envolve o controle de riscos ocupacionais em uma indústria é
feito preferencialmente pelos colaboradores que integram o setor de segurança do
trabalho. Desse modo, uma vez que esse setor conta com uma maior infraestrutura, os
serviços desses profissionais ficam mais acessíveis.

Identificar todos os riscos ocupacionais na


empresa
Como já destacamos acima, em ocasiões em que o risco de trabalho não é previamente
identificado, há potencial para ocasionar situações de perigo. É por esse motivo que a
identificação de todos os riscos ocupacionais presentes em uma empresa é
imprescindível. Dessa forma, torna-se possível traçar medidas que visam o seu controle.

Como formar a equipe de segurança do


trabalho?
A escolha de colaboradores especializados no assunto é o primeiro passo para uma
empresa que deseja montar uma equipe competente. Nesse contexto, é interessante dar
prioridade para a contratação de técnicos e engenheiros em segurança do trabalho; até
porque são eles os profissionais responsáveis por elaborar toda a gestão e o controle dos
riscos na empresa.

Essa dica pode parecer meio óbvia, mas é comum encontrarmos empresas que não têm
profissionais especialistas nessa área e que realocam outros colaboradores para o setor.
Desse modo, essa prática representa um enorme equívoco, já que se trata de uma
improvisação.

Quais as melhores práticas de segurança


do trabalho?
Entre as melhores práticas de segurança do trabalho em uma indústria podemos
destacar as seguintes.

Disponibilizar equipamentos de proteção


individual
Uma das medidas mais importantes nesse assunto certamente é a de disponibilizar para
os colaboradores toda a linha de EPIs necessária, garantindo, assim, que a equipe
execute as tarefas de forma confortável e segura.

Comprar bons Equipamentos de Proteção


Individual
Mais do que disponibilizar todos os EPIs para a equipe de trabalho, garantir que os
equipamentos estejam em boas condições de uso é extremamente importante. Por isso, a
atenção com a qualidade dos EPIs que são adquiridos é fundamental, uma vez que
equipamentos de proteção ruins também podem ser motivo para um acidente de trabalho.

Oferecer treinamentos para a utilização de EPIs


É comum encontrar colaboradores no chão de fábrica que apresentam dificuldades quanto
à utilização correta de um equipamento de proteção. Em vista disso, a oferta de
treinamentos e capacitações internas com o intuito de educar a equipe de trabalho acerca
da correta utilização de EPIs passa a ser útil.

Como evitar acidentes e promover a


saúde ocupacional?
Reduzir as chances de um acidente de trabalho na indústria é algo que reúne uma série de
fatores. Além daqueles que se relacionam com os EPIs (já mencionados acima), também é
importante ficar atento com as seguintes diretrizes.

Implementar programas de prevenção


Por se tratar de um tema que contém diferentes metodologias, foi preciso criar várias
frentes de atuação que adotam distintas abordagens na hora de gerir os riscos
ocupacionais em uma indústria. Estamos falando dos programas de segurança no
trabalho. Veja só.

Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional –


PCMSO
Elaborado para complementar as outras medidas preventivas, o PCMSO é a ferramenta
responsável pelo mapeamento e pela descrição de todos os ambientes de risco da
empresa, bem como as suas possíveis consequências.

Tipos de EPI

Máscara facial com insuflamento de ar

Os EPI podem dividir-se em termos da zona corporal a proteger:

 Proteção da cabeça
o Capacete
 Proteção auditiva
o Abafadores de ruído (ou protetores auriculares) e tampões
o Abafadores de ruído de alta eficiência Thunder Honeywel
Os protetores auriculares, conhecidos também por dispositivo de proteção auditiva, têm
por finalidade diminuir os riscos existentes no ambiente e prevenir possíveis doenças
ocupacionais, protegendo o indivíduo, externamente, de elementos como frio, intrusão
por água e outras condições ambientais, detritos ou especificamente contra ruído,
[3]
 utilizado nesse aspecto, na prevenção da perda auditiva induzida por ruído (PAIR) que
ocorre devido a exposição a elevados níveis de pressão sonora, como é o caso da
exposição ocupacional.[4][5]

 Proteção respiratória
o Máscaras; aparelhos filtrantes próprios contra cada tipo de contaminante do ar:
gases, aerossóis por exemplo.
o Respiradores faciais completo
o Respiradores semifaciais
o Respiradores descartáveis dobráveis
o Respiradores semi-descartáveis
 Proteção ocular e facial
o Óculos e máscaras
 Proteção de mãos e braços
o Luvas, feitas em diversos materiais e tamanhos conforme os riscos contra os
quais se quer proteger: mecânicos, químicos, biológicos, térmicos ou elétricos.
 Proteção de pés e pernas
o Sapatos, coturnos, botas, tênis, apropriados para os riscos contra os quais se quer
proteger: mecânicos, químicos, elétricos e de queda
 Proteção contra quedas
o Cinto de segurança, sistema anti-queda, arnês, cinturão, mosquetão.
 Proteção do tronco
o Avental
o Mangotes

Referências
1. ↑ Ministério do Trabalho e Previdência Social.  «Equipamentos de Proteção Individual».
República Federativa do Brasil. Consultado em 9 de junho de 2016
2. ↑ Ministério do Trabalho e Previdência Social.  «Legislação». República Federativa do
Brasil. Consultado em 9 de junho de 2016
3. ↑ «Personal Protective Equipment for Reducing Noise Exposure | NIOSH |
CDC». www.cdc.gov (em inglês). 22 de junho de 2020. Consultado em 2 de julho de 2020
4. ↑ Sułkowski, Wiesław; Owczarek, Kalina; Olszewski, Jurek (31 de agosto de
2017).  «Contemporary noise-induced hearing loss (NIHL) prevention». Otolaryngologia
Polska.  71  (4): 1–7. ISSN 0030-6657.  doi:10.5604/01.3001.0010.2241
5. ↑ Sonego, Marília Trevisan; Santos Filha, Valdete Alves Valentins dos; Moraes, Anaelena
Bragança de (junho de 2016). «Equipamento de proteção individual auricular: avaliação da
efetividade em trabalhadores expostos a ruído».  Revista CEFAC.  18  (3): 667–
676. ISSN 1516-1846.  doi:10.1590/1982-0216201618317115

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