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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JUAZEIRO DO NORTE

CURSO DE TECNOLOGIA EM SEGURANÇA NO TRABALHO


ESTUDO DIRIGIDO

ALUNO Sandy Araújo da Silva MATRÍCULA 37017337

DISCIPLINA Gestão e Análise de Risco na Segurança do Trabalho

Segurança do Trabalho: Integração, Agentes químicos e vias de


contaminação:

Integração:

De acordo com a NR 01, é dever de todo empregador informar aos


trabalhadores sobre os riscos ocupacionais presentes no ambiente de trabalho,
bem como formas de mitigar ou eliminar esses riscos. Nesse sentido, a
integração em segurança do trabalho se torna um instrumento de fundamental
importância para preservar a saúde, o bem-estar e a integridade física dos
trabalhadores.

Trata-se, na verdade, de um treinamento introdutório ministrado ao profissional


quando este é admitido pela empresa. Seu principal objetivo é apresentar ao
colaborador a rotina, os procedimentos e as exigências com relação à saúde e
segurança do trabalho em todas as áreas da organização.

Mas não apenas isso. A integração em segurança do trabalho também


contribui para melhorar o clima organizacional, pois estimula o engajamento
entre equipes e facilita o entendimento das atividades a serem realizadas por
parte do empregado. Tamanha a sua importância, o treinamento é previsto em
diversas normas regulamentadoras, conforme os riscos a que estarão
submetidos o profissional.

O treinamento de integração em segurança do trabalho é feito assim que o


colaborador é admitido pela empresa, no início de suas atividades e dentro do
seu horário de expediente.

Embora seja personalizável, ou seja, ministrado conforme cada setor, função e


risco envolvido, alguns temas são comuns nos treinamentos de integração, a
saber:

 Noções de Segurança e Saúde do Trabalho e a importância do exame


médico admissional;
 Apresentação da empresa, setores e riscos ambientais;
 Acidente do trabalho e formas de prevenção;
 Medidas de proteção coletiva e uso de EPC (Equipamentos de Proteção
Coletiva);
 Importância do uso adequado de EPI (Equipamento de Proteção
Individual);
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 Ordem de serviço;
 Doenças ocupacionais e formas de prevenção;
 Informações sobre máquinas e equipamentos;
 Restrições e proibições legais na empresa.

Caso a empresa não disponha de um técnico em segurança do trabalho para


realizar o treinamento, este poderá ser ministrado pelo representante da CIPA
ou por uma empresa especializada.

Sem dúvida alguma o principal benefício desse treinamento introdutório é


informar aos colaboradores sobre as políticas da empresa, principalmente as
que dizem respeito à saúde e segurança no ambiente de trabalho. Tal
compreensão ajuda a preservar o bem-estar e a integridade física dos
colaboradores da organização.

Além disso, a prática também oferece outros benefícios importantes:

Adequação às leis trabalhistas: O treinamento de integração em segurança


do trabalho é obrigatório para alguns setores, conforme previsto
na NR18 e NR20, normas que tratam respectivamente da segurança do
trabalho na construção civil e segurança do trabalho com inflamáveis e
combustíveis. Para outras atividades, a prática apenas é recomendada, mas de
igual forma de extrema importância, pois é uma forma de integrar o colaborador
à empresa.

Redução de custos: Informar aos colaboradores sobre os riscos envolvidos na


realização das suas atividades e sobre formas de preveni-los reduz
consideravelmente os índices de acidentes e doenças ocupacionais. Isso, por
sua vez, gera mais economia e produtividade para as empresas, pois não
precisam arcar com custos de afastamentos, licenças e processos trabalhistas.

Retenção de talentos: Por fim, vale a pena destacar que os treinamentos de


integração também contribuem para reduzir o turno ver, ou seja, a taxa de
rotatividade da empresa. Isso porque com eles, os colaboradores se adaptam
melhor à organização, aos colegas de trabalho e às suas atividades. Sendo
assim, tais práticas podem ser consideradas poderosas ferramentas de
retenção de talentos.

Agentes químicos e vias de contaminação:

O risco químico é a probabilidade de sofrer agravo a que determinado indivíduo


está exposto ao manipular produtos químicos que podem causar-lhe danos
físicos ou prejudicar lhe a saúde.
Consideram-se agentes de risco químico as substâncias, compostos ou
produtos que possam penetrar no organismo do trabalhador principalmente
pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos gases, neblinas, nevoas ou
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vapores, ou pela natureza da atividade, de exposição, possam ter contato ou


ser absorvido pelo organismo através da pele ou por ingestão.
Os agentes químicos podem apresentar-se nos diversos estados físicos nos
ambientes de trabalho, e durante os processos podem sofrer mudanças. A
possibilidade de uma substância química entrar no organismo está associada
ao seu estado físico.
Danos físicos e a saúde:
Os danos físicos relacionados à exposição química incluem, desde irritação na
pele e olhos, passando por queimaduras leves, indo até aqueles de maior
severidade, causados por incêndio ou explosão. Os danos à saúde podem
advir de exposição de curta e/ou longa duração, relacionadas ao contato de
produtos químicos tóxicos com a pele e olhos, bem como a inalação de seus
vapores, resultando em doenças respiratórias crônicas, doenças do sistema
nervoso, doenças nos rins e fígado, e até mesmo alguns tipos de câncer.
Efeitos causados:
Efeitos irritantes: são causados, por exemplo, por ácido clorídrico, ácido
sulfúrico, amônia, soda cáustica, cloro, que provocam irritação das vias aéreas
superiores.
Efeitos asfixiantes: são causados, por exemplo, por gases como hidrogênio,
nitrogênio, hélio, metano, acetileno, dióxido de carbono, monóxido de carbono
e outros causam dor de cabeça, náuseas, sonolência, convulsões, coma e até
a morte.
Efeitos anestésicos: a maioria dos solventes orgânicos assim como o butano,
propano, aldeídos, acetona, cloreto de carbono, benzeno, xileno, álcoois,
tolueno, tem ação depressiva sobre o sistema nervoso central, provocando
danos aos diversos órgãos. O benzeno especialmente é responsável por danos
ao sistema formador do sangue.
Poeiras minerais: provêm de diversos minerais, como sílica, asbesto, carvão
mineral, e provocam silicose (quartzo), asbestose (asbesto), pneumoconioses
(ex.: carvão mineral, minerais em geral).
Poeiras vegetais: são produzidas pelo tratamento industrial, por exemplo, de
bagaço de cana-de-açúcar e de algodão, que causam bagaçose e bissinose,
respectivamente.
Poeiras alcalinas: provêm em especial do calcário, causando doenças
pulmonares obstrutivas crônicas, como enfisema pulmonar.
Poeiras incômodas: podem interagir com outros agentes agressivos
presentes no ambiente de trabalho, tornando-os mais nocivos à saúde.
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Fumos metálicos: provenientes do uso industrial de metais, como chumbo,


manganês, ferro, etc., causando doença pulmonar obstrutiva crônica, febre de
fumos metálicos, intoxicações específicas, de acordo com o metal.

Limites de tolerância e dose letal:

Diversos trabalhadores, principalmente os do setor industrial, desenvolvem


suas atividades em situações de risco, pois lidam com componentes químicos
de diversas naturezas constantemente. O trabalho deles é regido pela NR 15,
norma regulamentadora criada em prol da integridade física de tais
empregados. Essa exposição a agentes intoxicantes, irritantes e corrosivos,
entre outros, pode ser prejudicial à saúde do funcionário. Consequentemente,
representa um grave risco para a produtividade e o crescimento da empresa
como um todo. A exposição a produtos e outros agentes dessa natureza é o
gatilho para riscos ocupacionais mais graves em vários segmentos industriais
— imagine, por exemplo, uma fábrica de pesticidas. Os perigos causados por
absorção cutânea, inalação ou contato com certas substâncias da categoria
pode gerar mal-estar, reações alérgicas e danos a órgãos vitais, como o fígado.

Entre os riscos químicos, está inclusive o desenvolvimento de consequências


mais sérias. Casos de câncer, distúrbios reprodutivos, insuficiência respiratória
e até o óbito do trabalhador entram na lista.

Nesse cenário, a tolerância a agentes químicos serve para estabelecer um


limite relacionado à natureza do agente e ao seu tempo de contato direto ou
indireto com o funcionário. Assim, há a garantia de que não serão
desenvolvidos problemas de saúde futuros devido à sua atividade laboral.

Critérios
As questões acima são pensadas a longo prazo, pois nem toda exposição
breve caracteriza insalubridade. Se uma pessoa está de frente para a bomba
de gasolina em um posto, por exemplo, pode sentir um cheiro forte por alguns
minutos sem que isso afete ou coloque em risco sua saúde. No entanto, o
funcionário que desempenha suas atividades nesse ambiente de trabalho inala
as mesmas substâncias por oito horas diárias ou mais, o que é suficiente para
caracterizar uma situação de risco. Mas como definir o nível tolerável, afinal?

Conforme exibido na NR 15, a tolerância é fixada em razão da natureza do


agente químico, de sua intensidade e do tempo de exposição aos seus efeitos.
A quebra desse limite de tempo ou a concentração do elemento em questão
exigem a adoção de medidas protetivas, a exemplo do uso de equipamentos
de proteção individual ou coletiva.
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Em alguns casos, luvas, uniformes, aventais, máscaras, óculos e botas


são imprescindíveis para o desempenho das atividades. É possível até mesmo
a exigência de que os itens sejam feitos de determinado material.

Aerodispersóides: Os aerodispersóides são definidos como uma reunião de


partículas, sólidas ou líquidas, suspensas em um meio gasoso pelo tempo suficiente
para permitir a observação ou medição. O tamanho das partículas presentes em um
aerodispersóide varia na faixa de 0,001 a 100 um (micra). Os aerodispersóides
são tratados como agentes químicos e recebem atenção especial na higiene
ocupacional, pois dependendo de sua concentração e tamanho das partículas, eles
representam sérios riscos à saúde dos trabalhadores. Os aerodispersóides podem ser
classificados em névoas, neblinas, fumos e poeiras.

Gases e vapores corrosivos e inflamáveis:

Gases e vapores são agentes químicos que podem penetrar no organismo pela
via respiratória, digestiva, parenteral e também pelo contato com a pele.

Outra característica de gases e vapores é a sua capacidade de criar uma


atmosfera inflamável e explosiva.

Gases são agentes químicos que se encontram no estado gasoso, em


condições ambientais de temperatura e de pressão. Exemplos: hidrogênio,
nitrogênio e oxigênio.

Vapores são agentes químicos que se encontram no estado gasoso, mas que,
em condições ambientais de temperatura e pressão, se encontram sob o
estado líquido ou sólido. Exemplo: vapor de gasolina e vapor de água.

As ações de controle de gases e vapores devem ser capazes de reduzir ou


eliminar a concentração desses agentes químicos no ambiente de trabalho.

A concentração dos respectivos contaminantes deve ser reduzida ou eliminada


até alcançar níveis considerados adequados pela higiene ocupacional.

As medidas de controle de gases e vapores podem ser adotadas:

- No ambiente de trabalho (fonte de produção dos gases e vapores ou no meio


de difusão);

- No trabalhador (receptor dos gases e vapores).

As medidas de controle no trabalhador só poderão ser aplicadas, quando as


medidas de controle no ambiente de trabalho forem consideradas inviáveis.

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