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Gestão de Instalações Desportivas

Ambiente, Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho

Módulo 10 – sessão 4
ÍNDICE

2. Segurança e saúde no trabalho

2.1. Conceitos básicos

2.2. Enquadramento legal

2.3. Regras básicas de higiene

2.4. Sinalização de segurança nos espaços desportivos


Gestão de Instalações Desportivas

2. Segurança e saúde no trabalho

Ambiente, Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho


2. Segurança e saúde no trabalho

2.1. Conceitos básicos

Ambiente, Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho


Vários conceitos são utilizados em matéria de segurança, higiene e saúde no trabalho,
pelo que nesta sessão são apresentadas algumas definições de alguns termos que são
utilizados com mais frequência.
A segurança do trabalho propõe-se combater, de um ponto de vista não médico, os
acidentes de trabalho, quer eliminando as condições inseguras do ambiente, quer
educando os trabalhadores a utilizarem medidas preventivas.
ACIDENTE DE TRABALHO

Acontecimento ocasional e imprevisto, ocorrido no local e no tempo de trabalho, que


provoca, direta ou indiretamente, lesões no trabalhador, da qual resulta a morte ou a
redução da capacidade de ganho.
AVALIAÇÃO DE RISCOS

Análise sistemática de identificação de perigos e estimativa do nível de riscos a que os


trabalhadores estão expostos no local de trabalho.
COMPONENTES MATERIAIS DE TRABALHO

Fatores que podem afetar a segurança e saúde dos trabalhadores, nomeadamente os


locais de trabalho, o ambiente de trabalho, as ferramentas, as máquinas, as matérias, as
substâncias e agentes químicos, físicos e biológicos, os processos de trabalho e a
organização de trabalho.
EMPREGADOR OU ENTIDADE EMPREGADORA

Pessoa singular ou coletiva com um ou mais trabalhadores ao seu serviço e responsável


pela empresa ou estabelecimento.
EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

Dispositivos que protegem individualmente quem os utiliza contra os riscos específicos


para a segurança e saúde no trabalho.
ERGONOMIA

Estudo dos postos de trabalho e dos locais de trabalho, com o objetivo de os adaptar aos
trabalhadores e com a finalidade de garantir o conforto e bem-estar para a otimização do
rendimento do trabalho.
HIGIENE DO TRABALHO

Conjunto de metodologias, não médicas, necessárias à prevenção de doenças


profissionais, tendo como principal campo de ação o controlo de exposição aos agentes
físicos, químicos e biológicos presentes nas componentes materiais do trabalho.
LOCAL DE TRABALHO

Todo o lugar em que o trabalhador se encontra, ou donde ou para onde deve dirigir-se em
virtude do seu trabalho, e em que esteja, direta ou indiretamente, sujeito ao controlo do
empregador.
PERIGO

A propriedade ou capacidade intrínseca de um componente do trabalho (materiais,


equipamentos, métodos e práticas de trabalho), potencialmente causadora de danos.
PREVENÇÃO

Ação de evitar ou diminuir os riscos profissionais através de um conjunto de disposições


ou medidas que devem ser tomadas em todas as fases da atividade da empresa.
PROTEÇÃO

Conjunto de meios e técnicas para controlar os riscos através da adaptação de dispositivos


de segurança, equipamentos de proteção individual, normas de segurança e sinalização
de riscos, disciplina e incentivos.
RISCO

A probabilidade do potencial danificador ser atingido nas condições de uso e/ou de


exposição, bem como a possível gravidade do dano.
RISCO PROFISSIONAL

Probabilidade de que um trabalhador sofra um dano provocado pelo trabalho.


SAÚDE NO TRABALHO

Conjunto de metodologias que tem por objectivo a prevenção de doenças profissionais e


o acompanhamento da saúde dos trabalhadores face à influência dos componentes
materiais do trabalho.
SEGURANÇA NO TRABALHO

Conjunto de metodologias adequadas à prevenção de acidentes de trabalho, tendo como


principal campo de ação o reconhecimento e o controlo de riscos associados aos
componentes materiais de trabalho.
TRABALHADOR

Pessoa singular que mediante retribuição se obriga a prestar serviço a um empregador,


incluindo estagiários e aprendizes e os que estejam na dependência económica do
empregador em razão dos meios de trabalho e do resultado da sua atividade.
TAREFA

Elaborar cartões separados com os termos e com as definições.

O professor baralha os cartões e, individualmente ou em equipas, ver qual o aluno ou a


equipa que consegue mais rapidamente fazer coincidir os termos com as respetivas
definições.
TAREFA

Colocar as definições em powerpoints ou numa ficha de trabalho e os alunos têm de


escrever o termo a que diz respeito cada definição.
TAREFA

Descreve a importância da segurança no trabalho e dos procedimentos que devem ser


tomados nesta área.
2. Segurança e saúde no trabalho

2.2. Enquadramento legal

Ambiente, Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho


A legislação nacional e comunitária, bem como o conjunto de normas técnicas no domínio
da segurança higiene e saúde no trabalho, é muito vasta e atende sobretudo à natureza e
caraterísticas dos riscos ou dos trabalhadores envolvidos, ou às atividades desenvolvidas
pelo que não se pode identifrcar exclusivamente legislação para micro ou pequenas
empresas.

Assim, nesta sessão são referidos alguns diplomas legais que se aplicam a todas as
empresas e que têm a ver com o enquadramento geral da segurança, higiene e saúde no
trabalho, a organização dos serviços de prevenção, a regulamentação dos acidentes de
trabalho e doenças profissionais.
Em anexo (pp_1, pp_2, pp_3 e pp_4) são referenciados diplomas que, não sendo uma lista
exaustiva, se consideram mais importantes, porque permitem a identificação dos fatores
de risco mais significativos nas pequenas empresas e porque enquadram e fundamentam
a conformidade legal a avaliação de riscos.

A informação indicada fornece um conjunto de referenciais normativos que se aplicam a


todas as empresas independentemente da sua dimensão.
Dependendo do tempo disponível o professor pode optar por analisar alguns dos
diplomas referenciados nos anexos.
2. Segurança e saúde no trabalho

2.3. Regras básicas de higiene

Ambiente, Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho


A higiene está intimamente ligada ao meio ambiente em que o Homem vive, e este inclui
o ambiente de trabalho que é um conjunto de fatores físicos, climáticos ou quaisquer
outros que interligados ou não, estão presentes e envolvem o local de trabalho de uma
pessoa.

Um meio ambiente sadio é um direito transindividual por ser um direito de cada indivíduo
e é reconhecido como uma obrigação social do Estado, ou no caso do ambiente de
trabalho, uma obrigação da entidade patronal.
Ambiente Térmico

O ambiente térmico pode ser definido como o conjunto das variáveis térmicas ou
meteorológicas no local em questão, que influenciam as trocas de calor entre o meio e o
organismo humano, sendo assim um fator que intervém, de forma direta ou indireta na
saúde e bem-estar dos indivíduos, e na realização das suas tarefas diárias.
Ambiente Térmico

Nos ambientes em que existem fontes de energia, como fornos, ou maçaricos, ou pelo
tipo de material utilizado e caraterísticas da construção (insuficiência de janelas ou
portas), as altas temperaturas podem ser prejudiciais para a saúde dos trabalhadores.

A sensação de calor é proveniente da temperatura ambiente e de esforço físico que


fazemos para executar um trabalho.
Ambiente Térmico

A temperatura efetiva admissível situa-se entre os 21 e os 26ºC, enquanto que a


humidade relativa do ar deve estar entre os 55% a 65%, e a velocidade do ar deve ser
cerca de 0,12 m/s.

Contudo, o conforto térmico é flexível e deve ser analisado através de fatores, como:

- o nível de actividade do individuo;


- a resistência térmica das suas roupas;
- as relações temperatura e humidade relativa do ambiente.
- a velocidade do ar.
Ambiente Térmico

Os ambientes térmicos podem ser classificados como:

• Quentes (fundições, cerâmicas, padarias);


• Frios (armazéns frigoríficos, actividades piscatórias);
• Neutros (escritórios).

Logicamente, os problemas ocorrem em ambientes térmicos frios ou quentes, ou


agudizam-se quando os dois se combinam.
Stress Térmico

Em geral está relacionado com o desconforto do trabalhador em condições de trabalho,


em que a temperatura ambiente é muito elevada, podendo-se conjugar uma baixa
humidade e uma circulação de ar deficiente.

Mas, acontece também em ambientes com baixas temperaturas.


Ventilação

O organismo humano é uma máquina térmica de baixo rendimento (10% a 20%).

Os 80% ou 90% transformam-se em calor.

O conforto térmico permite que o individuo perca para o ambiente o calor compatível
com a atividade que está a praticar. Mas, para isto é indispensável que exista ventilação.

A deficiência de oxigénio, aliada à concentração de dióxido de carbono torna-se um risco


no interior de um espaço confinado.
Ventilação

O sistema respiratório constitui uma interface muito importante do organismo humano


com o meio ambiente, particularmente com o ar e seus constituintes, gases e aerossóis,
sob a forma líquida ou sólida.

A poluição do ar nos ambientes de trabalho associa-se a uma extensa gama de doenças


do foro respiratório, que acometem desde o nariz até o espaço pleural.

Entre os fatores que influenciam os efeitos da exposição a esses agentes estão as


propriedades químicas e físicas dos gases e aerossóis, e as caraterísticas próprias do
indivíduo como herança genética, hábitos de vida, como tabagismo e doenças
pré-existentes.
Ventilação

O ar puro é essencial para a saúde, mais do que remédios e alimentos.

A respiração, que nos dá vida, precisa de ar puro, renovado continuamente. O ar puro


proporciona o oxigénio ideal para ser levado a todo o organismo, especialmente para o
sistema nervoso, o cérebro e todos os demais órgãos.

Até o processo digestivo é grandemente beneficiado pela boa oxigenação do organismo.


As funções intelectuais, a memória, os sentidos de uma forma geral, ficam mais
desenvolvidos.

Muitos trabalhadores sofrem de doenças respiratórias por se encontrarem


permanentemente em ambientes deficientemente ventilados, sem ar puro. O ar que
respiram não vitaliza e por vezes até intoxica.
Iluminação

Falar da importância da visão humana pode parecer grande redundância.

No entanto observando-se muitos locais de trabalho nas mais variadas empresas, nota-se
que nem todos captaram ainda o quanto este sentido é essencial para a execução dos
trabalhos.

Tal facto na verdade não causa grande admiração, até porque outros itens mais evidentes
no que diz respeito à falta de condições adequadas no ambiente de trabalho são
abundantes, e nem mesmo para estes são feitos esforços mais sérios.
Iluminação

Na verdade o olho humano é o receptor mais importante de informações.

Alguns estudos mostram que de 80% a 90% de todas as nossas perceções ocorrem através
da visão o que não é muito diferente em muitos trabalhos que o homem realiza.

Supostamente pode-se então acreditar que grande parte da fadiga relativa ao trabalho
passe pela sobrecarga dos olhos.
Visão, Iluminação e Trabalho

O processo da visão é bastante complexo e implica em uma série de fatores.

Por isso mesmo é de grande importância tanto para a segurança das pessoas como para a
qualidade do produto, que a iluminação do posto de trabalho seja adequada às exigências
da tarefa.

Iluminação insuficiente implica diretamente a perda de desempenho e o aumento do


número de acidentes.
Ruído

O Que é o Ruído?

O ruído é, por definição, um som indesejável.

Varia a sua composição em termos de frequência, intensidade e duração.

Sons que são agradáveis para algumas pessoas podem ser desagradáveis para outras.

Por exemplo, os sons de uma música podem ser divertidos para alguns, mas outros já os
consideram lesivos.

Então, para um som ser classificado como "ruído", deve ser julgado pelo ouvinte.
Vibrações

Vibração é um movimento periódico, ou aleatório, de um elemento estrutural ou peça de


uma máquina: movimento repetitivo a partir de uma posição de repouso.

Embora praticamente inevitável e algumas vezes até necessária, ela pode causar
problemas de saúde a quem sofre os seus efeitos.

Estes problemas podem ir desde a sensação de enjoo (quando se viaja de barco ou avião),
até à trepidação incómoda de uma britadeira a ar-comprimido.
2. Segurança e saúde no trabalho

2.4. Sinalização de segurança nos espaços


desportivos

Ambiente, Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho


A sinalização pretende condicionar e orientação a atuação do indivíduo perante situações
de risco para as quais se pretende chamar a atenção.
TIPOS DE SINAIS

Sinal de proibição – proibe um comportamento suscetível de provocar ou expôr a um


perigo.

Sinal de aviso – adverte sobre um perigo ou um risco

Sinal de obrigação – impõe um determinado comportamento.

Sinal de salvamento ou socorro – dá indicações de saídas de emergência ou meios de


socorro ou salvamento.

Sinal de indicação – fornece indicações não abrangidas por sinais de proibição, aviso,
obrigação e de salvamento ou socorro.
TAREFA:

Indica um sinal de cada um dos tipos referidos anteriormente e que já tenhas visto numa
instalação desportiva.

Procura imagens para ilustrar a resposta.


Os dispositivos de sinalização devem:

- Atrair a atenção
- Dar a conhecer o risco com atecedência suficiente
- Ter uma única e clara interpretação
- Indicar a forma correta de atuar em cada caso
- Estar instalados em local bem iluminado, a uma altura e posição adequadas
- Ser de materiais resistentes a choques, intempéries e agressões do meio ambiente
- Ser retirados sempre que a situação que os justificava deixe de se verificar.l
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA DO DESPORTO
Decreto-Lei n.º 52/2013, de 17 de Abril de 2013

Procede à primeira alteração ao Decreto-Lei n.º 216/2012, de 9 de outubro,


determinando a obrigatoriedade de policiamento nos espetáculos desportivos integrados
em competições desportivas de natureza profissional.

Decreto-lei n.º 216/2012, de 09 de Outubro de 2012

Define o regime de policiamento de espetáculos desportivos realizados em recinto


desportivo e de satisfação dos encargos com o policiamento de espetáculos desportivos
em geral.
Lei n.º 39/2009, de 30 de Julho de 2009

Estabelece o regime jurídico do combate à violência, ao racismo, à xenofobia e à


intolerância nos espectáculos desportivos, de forma a possibilitar a realização dos
mesmos com segurança.

Decreto-Lei n.º 119/2009, de 19 de Maio de 2009

Estabelece as condições de segurança a observar na localização, implantação, concepção


e organização funcional dos espaços de jogo e recreio, respectivo equipamento e
superfícies de impacto.
Lei n.º 28/2004, de 16 de Julho de 2004

Segunda alteração ao Decreto-Lei n.º 422/89, de 2 de Dezembro (reformula a Lei do Jogo),


na redacção dada pelo Decreto-Lei n.º 10/95, de 19 de Janeiro, introduzindo normas de
licenciamento e de utilização de equipamentos electrónicos de vigilância.

Decreto Regulamentar nº 5/97, de 31 de Março de 1997

Aprova o Regulamento das Condições Técnicas e de Segurança dos Recintos com


Diversões Aquáticas.
Decreto regulamentar n.º 34/1995, de 16 de Dezembro 1995

Regulamento das condições técnicas e de segurança dos recintos de espectáculos e


divertimentos públicos. Estão em vigor apenas os artigos artigos 1.º a 4.º, dos n.os 1 e 2
do artigo 6.º, do artigo 13.º, do artigo 15.º, dos n.os 1, 2 e 4 do artigo 24.º, dos artigos
53.º a 60.º, dos artigos 64.º a 66.º (...)
TAREFA

De acordo com o tempo disponível analisar com os alunos a legislação específica indicada
anteriormente.
Gestão de Instalações Desportivas

Ambiente, Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho

Módulo 10 – sessão 4

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