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SEGURANÇA

LABORATORIAL
Conceitos básicos
de segurança
laboratorial
Laís de Carvalho Vicente

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

>> Descrever o conceito e as características de segurança do trabalho labo-


ratorial.
>> Identificar as boas práticas e as normas de uso dos laboratórios.
>> Reconhecer a importância das práticas de limpeza e de descontaminação
do laboratório.

Introdução
Laboratórios são considerados locais de risco porque expõem os pesquisado-
res, os técnicos e as demais pessoas que neles trabalham a diferentes agentes
potenciais causadores de danos à saúde, como produtos químicos, ruídos e va-
por de substâncias que podem ser tóxicas, além de microrganismos que podem
apresentar algum grau de patogenicidade. Nesse contexto, conhecer os preceitos
de segurança laboratorial é imprescindível para evitar qualquer acidente e/ou
doença ocupacional que possa vir a ocorrer. De fato, a chance de ocorrência de
acidentes, na maioria dos casos, pode ser minimizada ou, até mesmo, eliminada
quando as medidas preventivas corretas são tomadas.
Neste capítulo, vamos apresentar as características da segurança laboratorial.
Especificamente, vamos tratar das boas práticas e das normas que precisam
ser seguidas, bem como dos procedimentos de higienização e descontaminação
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que precisam ser realizados para garantir a segurança de quem trabalha nesse
ambiente.

Segurança do trabalho laboratorial


Em diferentes estabelecimentos ou empreendimentos, seja em universidades
ou indústrias, os laboratórios são locais de importância indiscutível, visto
que, neles, são realizadas análises fundamentais para o desenvolvimento de
pesquisas e de avaliações de matérias-primas ou de produtos. No entanto, há
uma série de riscos associados a esse ambiente de trabalho, sobretudo pela
exposição excessiva a agentes tóxicos causadores de doenças ocupacionais
e pelos agentes causadores de queimaduras e incêndios.
A maioria dos acidentes, porém, ocorre por falta de conhecimento, por ne-
gligência ou por imprudência do colaborador que está utilizando o laboratório
(AZZI, 2011). Dessa forma, é imprescindível conhecer os riscos e os perigos
inerentes ao trabalho em laboratório, bem como as medidas mitigatórias
que podem ser adotadas para garantir a segurança dos colaboradores que
nele atuam.

Riscos e perigos
Antes de mais nada, precisamos diferenciar risco de perigo. Apesar de serem,
muitas vezes, tratados como sinônimos, esses termos indicam condições
distintas (VIEIRA; SANTOS; MARTINS, 2008). Risco pode ser definido como a
chance de um efeito adverso trazer consequências ou danos, como lesão ou
morte — ou seja, indica uma probabilidade de ocorrência. Outra definição de
risco seria um resultado do efeito do perigo. Perigo é a condição que apresenta
potencial de causar ou promover algum tipo de lesão, dano ou levar à morte.
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Um bom exemplo para explicar risco e perigo no ambiente laboratorial


seria um reagente químico. O reagente consiste no perigo, visto
que, guardado em um armário no laboratório, não tem condição de provocar
qualquer tipo de dano à saúde. No entanto, a exposição de um colaborador a
esse reagente químico pode trazer riscos a sua saúde. Ou seja, o risco é o contato
ou longos períodos de exposição do colaborador ao reagente químico. Consiste
em um risco porque apresenta a chance de trazer consequências, como doença
ocupacional, por exemplo.
Entretanto, é necessário observar que o exemplo do reagente como perigo
só se aplica a reagentes que são armazenados adequadamente. Dependendo
do reagente, o acondicionamento incorreto pode torná-lo um risco iminente, a
exemplo de ácidos e de produtos inflamáveis.

Segundo a Norma Regulamentadora (NR) nº 9 (BRASIL, 1978), existem três


tipos de riscos ambientais:

1. físicos, como ruído, iluminação/cores, temperatura/umidade,


ventilação;
2. biológicos, que são os microrganismos em geral (bactérias, fungos,
vírus, bacilos, protozoários, parasitas);
3. químicos, reagentes, produtos químicos, produtos de limpeza.

Esses riscos podem trazer danos à saúde do trabalhador em função de


sua natureza, de sua concentração/intensidade e do tempo de exposição. No
entanto, no ambiente laboratorial, há os riscos listados na NR nº 9 somados
aos seguintes riscos (VIEIRA; SANTOS; MARTINS, 2008):

1. situacionais, como instalações, ferramentas, utensílios, máquinas,


equipamentos, operações;
2. ergonômicos, como postura inadequada, repetitividade, imposição de
rotina intensa e longos períodos em uma mesma posição;
3. humano e comportamental, decorrentes de falha humana, de
negligência.

Medidas de controle ou mitigatórias


Como os perigos e os riscos são inúmeros no ambiente laboratorial, é im-
prescindível conhecer as medidas necessárias para conter ou mitigar as
consequências danosas à saúde. Além disso, as atividades que são realizadas
demandam que o profissional tenha uma série de cuidados e boas práticas.
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Nesse contexto, as medidas de controle ou mitigatórias devem ser rea-


lizadas tanto para proteção individual quanto coletiva. Os equipamentos
de proteção individual (EPIs) incluem jaleco ou avental, luvas, calçados de
segurança, protetores para a cabeça, máscaras e óculos (Figura 1). Já os equi-
pamentos de proteção coletiva (EPCs) incluem capela de segurança química,
cabines de segurança biológica, lava-olhos, salas com isolamento acústico,
chuveiro de emergência e extintores (Figura 2) (ESPÍRITO SANTO, 2019; UNIDADE
DE SAÚDE OCUPACIONAL E ACESSIBILIDADE [USOA], 2015).

Figura 1. Profissional em laboratório fazendo uso de diversos EPIs, como luvas, jaleco,
máscara, óculos e touca.
Fonte: Pressmaster/Shutterstock.com.
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(a)

(b) (c)

Figura 2. Alguns EPCs utilizados em laboratório: (a) lava-olhos, (b) cabine de segurança com
exaustor e (c) cabine de segurança biológica.
Fonte: (a) mr.1/Freepick.com.; (b) Capela... (c2019, documento on-line); (c) SLBIIA2… ([2020?], do-
cumento on-line).

Além disso, todas as medidas devem ser alinhadas e determinadas desde o


início da organização do trabalho, perfazendo todas as atividades realizadas
no ambiente laboratorial, até a parte de higiene e conforto. Portanto, as me-
didas a serem tomadas vão depender da natureza do risco, mas geralmente
incluem as seguintes (FONSECA, 2012).

„„ Substituição por matéria-prima, insumos ou reagentes que promovam


menos danos à saúde do colaborador, como reagentes menos tóxicos ou
voláteis, evitando-se reagentes com cromo, cádmio ou organoclorados.
„„ Isolamento do risco, como isolar acusticamente equipamentos ruidosos.
„„ Investimento em tecnologias, equipamentos e utensílios que promovam
a redução dos ricos associados.
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„„ Utilização de todos os equipamentos adequados para o manuseio de


componentes biológicos e químicos, como, por exemplo, cabines de
segurança com exaustor (Figura 2b).
„„ Opção sempre pela utilização de equipamentos que não promovam
dispersão de riscos ambientais ou contaminantes no ambiente labo-
ratorial, como a cabine de segurança biológica, a capela (Figura 2c), e
a cabine de segurança com exaustor (Figura 2b).
„„ Respeito aos requisitos ergonômicos para os diferentes tipos de tra-
balhos laboratoriais, como olhar no microscópio (Figura 3).

Figura 3. Postura correta para a utilização do microscópio no ambiente laboratorial visando


evitar problemas ergonômicos.
Fonte: Leica Microsystems.

„„ Fomento de ambientes mais cooperativos e mais conscientes sobre


a segurança no ambiente laboratorial, ou seja, de ambientes com
colaboradores que trabalham juntos tanto nas análises quanto nas
boas práticas e normas, sempre colocando a segurança de todos em
primeiro lugar.
„„ Ajustes na estrutura organizacional e nas jornadas de trabalho, visando
à adequação a à capacidade laboral do colaborador, ajustando tanto o
ambiente, em relação às disposição de bancadas e de equipamentos,
quanto o tempo de realização das atividades, visto que longas jornadas
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de trabalho trazem inúmeros malefícios à saúde (como, por exemplo,


lesões por esforço repetitivo).
„„ Redução do tempo durante o qual os colaboradores ficam expostos aos
riscos, promovendo sistemas de escalas e rodízios sempre que possível.

Segundo a NR nº 6 do Ministério do Trabalho (BRASIL, 1978), que trata


sobre os EPIs e dá outras providências, a utilização de EPI é uma importante
medida de prevenção. Seu uso contribui para mitigar as chances de danos à
saúde, como a contaminação por material biológico, queimaduras por contato
com reagentes ou equipamentos de chamas e a inalação de qualquer tipo de
produto químico. No entanto, os EPIs não são capazes de eliminar os riscos.
Portanto, as medidas de controle ou mitigatórias visando proteger o indivíduo
são indicadas, obrigatoriamente, quando (FONSECA, 2012):

„„ a proteção coletiva não for suficiente ou viável (como, por exemplo,


trabalho realizado em bancada do laboratório);
„„ houver necessidade de complementação e de aumento da proteção
do indivíduo (ex.: casos de manuseio de material tóxico ou infectante);
„„ em trabalhos que demandam pouco tempo de realização.

O ideal é que os laboratórios tenham manuais de segurança, identificando


os riscos e os procedimentos e práticas indicadas para os mitigar ou eliminar,
se possível, assim como as medidas de controle a serem adotadas em caso
de acidentes. Nesses manuais, devem constar as instruções, as normas e
regras gerais, bem como condutas a serem adotadas, além de instruções
para uso de EPIs e EPCs. O uso desses equipamentos deve ser constante, e
os colaboradores devem ser orientados a respeito de sua correta utilização,
visando evitar acidentes, visto que a falta de conhecimento pode colocar a
vida de todos em risco (BRASIL, 1978; OLIVEIRA; SILVA, 2020).

Boas práticas e normas gerais


As boas práticas em laboratório (BPL) podem ser definidas como o conjunto
de ações realizadas visando promover a redução dos riscos inerentes ao
trabalho em laboratório. As boas práticas gerais incluem as seguintes (AZZI,
2011; FERREIRA et al., 2017; HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA
DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO [HC-FMUSP], 2015).
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1. Todos os produtos químicos devem estar devidamente identificados


e armazenados (Figura 4).
2. Os EPIs devem ser utilizados apenas dentro do laboratório.
3. Os objetos pessoais devem ser guardados em armários próprios para
esse fim, não misturados com os demais materiais, equipamentos e
utensílios do laboratório.
4. Deve-se identificar todas as tomadas com a voltagem.
5. Deve-se evitar a circulação de pessoas estranhas, que não têm conhe-
cimento sobre as práticas de segurança laboratoriais.
6. Deve-se evitar o uso de celulares, de aparelhos de som, de televisão
ou de qualquer outro equipamento que possa desviar a atenção do
colaborador da tarefa a ser realizada.
7. Equipamentos de risco (como autoclaves, por exemplo) devem ser
acondicionados em locais seguros (Figura 5).
8. Deve-se utilizar corretamente os equipamentos e utensílios. Se não
souber manusear, leia o manual antes ou procure um colaborador
para auxílio.
9. É estritamente proibido fumar dentro do ambiente laboratorial, con-
forme legislação vigente.

Figura 4. Produtos químicos devidamente identificados e armazenados.


Fonte: Organização... (2017, documento on-line).
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Figura 5. Autoclave: equipamento de risco.


Fonte: Autoclave... ([2020?], documento on-line).

Além das boas práticas gerais, é importante frisar que as BPL englobam,
também, as boas práticas em higiene pessoal do colaborador que atua no
ambiente laboratorial (HC-FMUSP, 2015).

Boas práticas e normas de higiene


Boas práticas em higiene são imprescindíveis para todos os estabelecimentos,
incluindo os laboratórios. Nesse contexto, como boas práticas e normas
relativas à higiene, podemos citar as seguintes (OLIVEIRA; SILVA, 2020).

1. Optar sempre por sapatos fechados e cabelos presos (se necessário,


usar touca) (Figura 1).
2. Não comer, beber ou utilizar qualquer tipo de cosmético no ambiente
laboratorial.
3. Evitar adornos, como pulseiras, anéis, brincos, colares e relógios.
4. Evitar levar as mãos à boca ou aos olhos quando estiver manipulando
qualquer tipo de produto.
5. Manter sempre as unhas curtas e limpas.
6. Sempre higienizar as mãos antes de entrar no laboratório e após a
finalização da manipulação dos materiais, seguindo as normas de
biossegurança (Figura 6).
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Figura 6. Higienização adequada seguindo as normas de biossegurança.


Fonte: HC-FMUSP (2015).

Boas práticas e normas na área analítica


Assim como para higiene pessoal, existem boas práticas para a realização das
análises nos laboratórios. Entre elas, podemos citar as seguintes (FERREIRA
et al., 2017; OLIVEIRA; SILVA, 2020).

1. Não colocar vidrarias quentes sobre bancadas ou estruturas frias.


2. Não tocar em maçanetas, utensílios de uso comum ou telefones quando
estiver de luvas.
3. Utilizar pipetador (Figura 7) apropriado para a análise. Nunca, em
hipótese alguma, utilizar a boca.
4. Nunca agitar produtos químicos voláteis com o recipiente voltado
para si.
5. Jamais sair com o jaleco ou avental para áreas comuns (sala de aula,
refeitório, escritório, etc.).
6. Usar carrinhos adequados (Figura 8) para o transporte de materiais
que possam oferecer algum risco.
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(a) (b)

Figura 7. Exemplos de pipetadores: (a) pipetador manual e (b) automático.


Fonte: (a) Nana_studio/Shutterstock.com; (b) PHATCHARADA DUEANDAO/Shutterstock.com.

Figura 8. Exemplo de carrinho para transporte de material.


Fonte: Carrinho… ([2020?], documento on-line).

Todas essas boas práticas e normas devem ser seguidas no ambiente


laboratorial para evitar que os riscos existentes tragam qualquer tipo de lesão
ou dano à saúde dos colaboradores que atuam nesse ambiente de trabalho.

Limpeza e descontaminação do laboratório


O processo de limpeza e de descontaminação do laboratório visa remover os
agentes de risco e seus efeitos adversos. Em outras palavras, a limpeza e a
descontaminação propiciam inúmeros benefícios à saúde e à segurança dos
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colaboradores que trabalham no ambiente laboratorial, contribuindo para a


produtividade e a qualidade dos trabalhos e análises realizados (FERREIRA
et al., 2017).
O processo de limpeza e de descontaminação deve ser realizado sempre
seguindo as seguintes orientações (ESPÍRITO SANTO, 2019; FERREIRA et al.,
2017; OLIVEIRA; SILVA, 2020).

„„ Superfícies das bancadas: limpar utilizando álcool 70%. Quando? An-


tes de iniciar o trabalho, após a finalização do trabalho e sempre
que houver algum respingo ou derramamento de produto químico ou
material biológico.
„„ Equipamentos: limpar com álcool 70%. Quando? Antes de iniciar o
trabalho, todo o equipamento deve ser limpo e desinfetado, seguindo
sempre os procedimentos e/ou manuais.
„„ Utensílios não descartáveis (como vidrarias): lavar com água e sabão
ou álcool 70%. Quando? Ao final do trabalho. Dependendo do material
que foi analisado e se for vidraria, pode-se optar pela higienização
com hipoclorito.
„„ Pisos, portas, corredores, áreas comuns do laboratório: podem ser
limpas com álcool 70%, desinfetante ou água e sabão. Quando? De
preferência, pelo menos de duas a três vezes por semana.

A Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 11, de 2012, dispõe sobre a


necessidade de que instalações laboratoriais sejam projetadas, construídas e
adaptadas em condições adequadas para facilitar a limpeza e a desinfestação,
no intuito de que as atividades realizadas estejam em consonância com a
proteção da saúde (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012).

Gestão de resíduos no laboratório


Todos os resíduos gerados devem ser recolhidos e acondicionados em reci-
pientes adequados, conforme a legislação vigente (como a Lei nº 12.305, de
2 de agosto de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos) e
as recomendações da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Para cada tipo de material (biológico, perfurocortante ou químico), há um
determinado procedimento de descarte (Quadro 1).
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Quadro 1. Tipos de materiais e procedimentos adequados de descarte

Material Procedimentos

Biológico „„ Resíduo contaminado: colocar em saco plástico branco,


com capacidade máxima de 100 L.
„„ Os sacos plásticos devem ser totalmente vedados, para
que não haja vazamentos ou derramamentos.
„„ Se houver qualquer tipo de vazamento, o resíduo deve
ser limpo com solução desinfetante, sendo realizada
uma lavagem do local logo após.
„„ Os sacos devem ser devidamente identificados
(laboratório, sala, pessoa responsável pelo descarte e
data).
„„ Lixeiras para esse resíduo: devem ter tampa e
acionamento para abertura com os pés (Figura 9a). Elas
devem ser higienizadas, no mínimo, uma vez por semana,
ou sempre que ocorrer um vazamento.

Perfurocortante „„ São resíduos com potencial risco de acidentes (acidentes


físicos ou contaminação).
„„ O descarte deve ser realizado em recipientes adequados,
de material rígido e com tampa (Figura 9b).
„„ As caixas de descarte devem ficar próximas ao local de
utilização dos materiais perfurocortantes.
„„ As caixas devem estar devidamente identificadas.
„„ Se houver tratamento dos resíduos para
descontaminação, os materiais podem ser
acondicionados em sacos adequados para esse tipo de
material e descartados como perfurocortantes, a partir
do descarte adequado, conforme indicação da Anvisa e
dos órgãos ambientais de fiscalização e controle.
„„ Dependendo do material, pode ser incinerado.

Químico „„ Para o descarte, é necessário avaliar o nível de


toxicidade do resíduo.
„„ Nunca misturar resíduos de diferentes naturezas
químicas e/ou composições.
„„ Antes do descarte, esses resíduos devem ser tratados.
„„ Todas as informações necessárias para o descarte
constam na Ficha de Informação de Segurança do
Produto Químico (FISPQs) e devem ser seguidas.
„„ Sempre prestar atenção se houver necessidade
de armazenamento antes do descarte: pode haver
incompatibilidade entre os produtos químicos.

Fonte: Adaptado de HC-FMUSP (2015).


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(a) (b)

Figura 9. Locais adequados de descarte de materiais: (a) lixo com material contaminado e
(b) lixo proveniente de materiais perfurocortantes.
Fonte: (a) Lixeira... (2020, documento on-line); (b) Resíduos… (2019, documento on-line).

Segundo o Ministério da Saúde (2018), todos os resíduos devem ser se-


gregados, tratados e/ou armazenados e, por fim, destinados para a etapa
final. Os recipientes nos quais são acondicionados os resíduos devem ser
identificados de acordo as normas e legislação vigentes, para facilitar a
visualização e evitar misturas de materiais.

A incompatibilidade entre produtos químicos, se não for observada,


pode acarretar inúmeros danos. Para evitar possíveis acidentes, é
necessário verificar a incompatibilidade. Acesse seu motor de busca preferido
e busque pelos termos “Lista de substâncias incompatíveis” para verificar a
incompatibilidade entre produtos químicos.

A retirada dos resíduos deve ocorrer com frequência, para que os agen-
tes de riscos a eles associados sejam totalmente eliminados do ambiente
laboratorial. Assim, evita-se quaisquer eventuais acidentes provenientes do
contato dos usuários do laboratório com esses resíduos.
Neste capítulo, verificamos a importância de todo o processo de limpeza,
desinfecção, descontaminação e gestão de resíduos para a segurança labora-
torial. Se as normas e procedimentos não forem realizados, há um aumento
na probabilidade de acidentes em decorrência dos riscos associados.
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Referências
AUTOCLAVE do laboratório. In: Coordenadoria do Campus de São Carlos (CCSC) —
Universidade de São Paulo, Laboratório de Resíduos Químicos. São Paulo, [2020?].
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