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A preocupação com a saúde do trabalhador vem ganhando mais força a cada ano,
visto que acidentes de trabalho podem trazer várias consequências, primeiramente pelo
prejuízo humano do acidentado mas também para a empresa pela reputação e até
mesmo pelo medo dos funcionários que o mesmo ocorra com eles, assim diminuindo a
produção. (ZAVOROCHUKA, 2015)
Essa norma estabelece que as empresas que possuem funcionários regidos pela
CLT, devem organizar e manter serviços especializados em engenharia de segurança e
em medicina do trabalho afim de proteger e manter a saúde do colaborador. Sendo que o
dimensionamento dos serviços depende do número de empregados e do grau de risco da
empresa. Para o caso de uma indústria de cloro e álcalis esse valor corresponde a 3. (NR
4, 2016; MARQUES et al, 2018)
Sendo importante lembrar que a Soda Caustica é um material corrosivo, que têm
um efeito de decomposição nas proteínas, que podem penetrar gradualmente os tecidos
profundos, a menos que o álcali aderido seja completamente removido. Se forem
expostos a região dos olhos, o álcali pode causar uma diminuição ou perda de visão. Até
mesmo uma solução diluída pode afetar o tecido da pele se entrar rapidamente em
contato com a pele, podendo causar dermatite ou eczema crónico. Já se a concentração
da solução for elevada, o tecido afetado decompõe-se rapidamente. (FISPQ UNIPAR,
2020; Japan Soda Industry Association, [s.d])
Dessa forma as medidas de primeiros socorros em caso de contato com a pele são
remover as roupas contaminadas e lavar antes de reutilizar. Também lavar apele exposta
com quantidade suficiente de água para remoção do material. Já no caso de irritação
cutânea deve se consultar um médico. E por fim em contato com os olhos: é necessário
enxaguar cuidadosamente com água durante vários minutos. (FISPQ UNIPAR, 2020)
Sendo que tal material só deve ser manuseado em uma área ventilada ou com um
sistema de exaustão local afim de evitar a formação de partículas, poeiras ou nevoas,
assim evitando a exposição do produto já que este pode causar danos à saúde. Também
é necessário o uso de EPIs como óculos de segurança com proteção lateral, proteção da
pele e do corpo: luvas de segurança, avental em PVC, vestimenta de proteção contra
produtos corrosivos (PVC ou outro material equivalente) e botas em PVC, neoprene ou
borracha butílica. Além de uma proteção respiratória. (FISPQ UNIPAR, 2020)
De forma geral, são apresentados alguns EPIs que devem ser utilizados na
produção de Soda Caustica: (MARQUES et al, 2018; SOLEDISPA PISCO, 2014)
Além disso planta deve conter um sistema de proteção coletiva, como um sistema
de contenção de incêndio para o caso de emergência, contendo mangueiras e extintores
de incêndio de CO2 e extintores de espuma, e do tipo ABC. Também deve haver um
sistema de para-raios e proteção contra circuitos elétricos para o caso de uma descarga
elétrica, afim de proteger os funcionários e os equipamentos. E além disso é de extrema
importância o uso de um sistema de comunicação rápida como radio dentro da planta
para relatar possíveis emergências e também um kit de primeiros socorros em caso de
acidentes. (MARQUES et al, 2018; SOLEDISPA PISCO, 2014)
NR 8 – Edificações
Essa norma fala sobre como as edificações dentro da planta devem ser. Por via de
regra, os locais de trabalho devem ter a altura do piso ao teto, pé direito, de acordo com
as posturas municipais, atendidas as condições de conforto, segurança e salubridade.
Além disso os pisos devem ter nem saliências nem depressões que possam prejudicar a
circulação de pessoas ou a movimentação de materiais. (NR8, 2011)
A seguir se encontra uma tabela com alguns possíveis riscos de uma planta de
Produção de Soda baseada no documento “Chlorine manufacturing plant operator”
disponibilizado pela International Labour Organization.
Segundo esta norma, em atividades perigosas que venham a causar risco de vida
ao trabalhador, o mesmo deverá ter um adicional de 30% sobre o seu salário base.
Sendo de responsabilidade da empresa a caracterização ou a descaracterização da
periculosidade, mediante laudo técnico elaborado por Médico do Trabalho ou
Engenheiro de Segurança do Trabalho, nos termos do artigo 195 da CLT. (NR 16, 2019)
NR 17 – Ergonomia
Sendo importante que a empresa tenha sido construída com uma boa iluminação,
sem grandes ruídos, ou que forneça equipamento necessário além de que tanto a
construção quanto o local dos equipamentos devem garantir uma boa ergonomia para os
funcionários. (NR 17, 2021)
Também são necessárias algumas medidas de prevenção que devem incluir pausas
para propiciar a recuperação psicofisiológica dos trabalhadores, e estas precisam ser
computadas como tempo de trabalho efetivo e também a alternância de atividades com
outras tarefas que permitam variar as posturas, os grupos musculares utilizados ou o
ritmo de trabalho; ou até mesmo uma alteração da forma de execução ou organização da
tarefa. (NR 17, 2021)
Enquanto nas cozinhas é necessário que estas fiquem anexas ao refeitório e com
ligação com estes; além de possuir pisos e paredes revestidos com material impermeável
e lavável; dispor de aberturas para ventilação protegidas com telas ou ventilação
exautora; possuir lavatório para uso dos funcionários do serviço de alimentação,
dispondo de material ou dispositivo para a limpeza, enxugo ou secagem das mãos,
proibindo-se o uso de toalhas coletivas; também ter condições para acondicionamento e
disposição do lixo; e dispor de sanitário próprio para uso exclusivo dos trabalhadores
que manipulam gêneros alimentícios, separados por sexo. (NR 24, 2019)
Além disso também é preciso que a empresa esteja de acordo com a legislação
brasileira, sendo que para qualquer nova instalação ou ampliação é necessário a
elaboração de EIA/RIMA, e para a realização da operação, é preciso de uma licença de
operação emitida pelo órgão ambiental governamental. (MIRANDA, 2008)
Licenciamento Ambiental
Sendo que estes devem ter um destino adequado, sendo proibido o lançamento ou
a liberação no ambiente de trabalho de quaisquer contaminantes que possam
comprometer a segurança e saúde dos trabalhadores. (NR 25, 2011)
Os principais resíduos de uma fábrica de Soda Caustica podem ser divididos em:
resíduos sólidos e efluentes líquidos. Alguns exemplos de lixos orgânicos são o plástico,
papelão, embalagens contaminadas com soda, lâmpadas, vidros, e etc. Já de efluentes
os exemplos são da lavagem de piso e máquinas (podendo conter soda, terra ou algum
resíduo orgânico), e salmoura resultante do processo. (KRAFTA, 2008)
Resíduos Sólidos
Segundo a NBR 10.004/2004, os resíduos sólidos são aqueles nos estados sólido e
semissólido, que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar,
comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Sendo que estes podem ser divididos em
2 classes, sendo os de classe I: os perigosos e os de classe II: não perigosos. Ainda
podendo ser subdivididos em dois grupos, os de classe IIA: não inertes e os de classe
IIB: inertes. (ABNT NBR 10004/2004)
Os resíduos classe I são aqueles que tem periculosidade, ou seja, apresentam risco
a saúde pulica ou ao meio ambiente e além disso tem características de inflamabilidade,
corrosividade, reatividade, toxidade ou patogenidade. Já os resíduos classe IIB são
aqueles não perigosos que não tiveram nenhum dos seus constituintes solubilizados a
concentrações de potabilidade de água, enquanto a classe IIA são aqueles que não se
enquadram nem na classe I nem na classe IIB. (MARQUES et al, 2018; ABNT NBR
10004/2004)
Figura: Classificação de Resíduos Sólidos
Fonte: ABNT NBR 10004/2004
Aqueles efluentes que podem ser efluentes tratados na indústria de Soda Caustica
são os de drenagem da unidade de regeneração de água desmineralizante, as purgas da
ingestão de amostra de salmoura, efluentes da regeneração de colunas de troca iônica, e
a purga de eletrolisadores com salmoura pobre. (SOLEDISPA PISCO, 2014)
Sendo assim, em geral os efluentes podem ser classificados em: ácidos, alcalinos e
neutros e devem ser levados a uma estação de tratamento, sendo que nessa estação
devem chegar todos os efluentes, incluindo águas pluviais e derramamentos acidentais.
Entretanto é responsabilidade da empresa tentar evitar ao máximo o desperdício de
perdas ou derramamentos acidentais, seja fazendo o controle e medição das maquinas,
como um treinamento com os funcionários. (SOLEDISPA PISCO, 2014; KRAFTA,
2008)
Para que ocorra a neutralização, esse efluente deve ser recirculado através de uma
bomba que aspira e descarrega o fluido na mesma piscina, e um sensor instalado na
tubulação de descarga da bomba informará o pH, ao mesmo tempo, este fluido deve ser
agitado através do ar de um soprador, a fim de homogeneizá-lo. O pH inicial e o final
devem ser anotados para manter o registro do tratamento de efluentes. (SOLEDISPA
PISCO, 2014)
Por fim se tem os efluentes que podem ser tratados pela própria unidade de esgoto
do município que se encontra a instalação industrial, como aqueles provenientes da
cozinha e dos banheiros. (PALMEIRA, 2014)
REFERENCIAS
Japan Soda Industry Association. Safe Handling of Caustic Soda. [s.d]. Disponível
em:
https://www.academia.edu/6475132/Safe_Handling_of_Caustic_Soda_Sodium_Hydrox
ide_Japan_Soda_Industry_Association_Contents