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INFORMAÇÕES SOBRE SEGURANÇA, SAÚDE E MEIO AMBIENTE

(HAZARD ANALYSIS E HAZARD AND OPERABILITY)

A preocupação com a saúde do trabalhador vem ganhando mais força a cada ano,
visto que acidentes de trabalho podem trazer várias consequências, primeiramente pelo
prejuízo humano do acidentado mas também para a empresa pela reputação e até
mesmo pelo medo dos funcionários que o mesmo ocorra com eles, assim diminuindo a
produção. (ZAVOROCHUKA, 2015)

A indústria de Soda Caustica trabalha diretamente com produtos tóxicos e


corrosivos que podem causar danos ao entrar em contato direto com o corpo humano,
como queimaduras, problemas respiratórios entre outros. Além disso, como toda
empresa possui equipamentos que se mal utilizados podem causar dano ao colaborador.
(CROOK; MOUSAVI, 2016; ZAVOROCHUKA, 2015)

Para mais, é importante lembrar que em um processo de produção dos produtos


altera o ambiente, dessa forma podendo polui-lo e trazer prejuízos ambientais e para a
sociedade. Deste modo torna-se necessário trazer informações sobre segurança, saúde e
meio ambiente da planta industrial afim de proteger a integridade tanto dos
funcionários, da empresa e do meio ambiente. (KRAFTA, 2008; MARQUES et al,
2018)

Informações sobre Segurança e Saúde

Em geral, no Brasil, detalhes envolvendo a segurança e saúde dos colaboradores


são estabelecidos pelas Normas Regulamentadoras (NRs), as quais são orientações
trabalhistas sobre procedimentos obrigatórios a serem cumpridos pela empresa afim de
promover e preservar a saúde e segurança do empregado, prevenindo a ocorrência de
doenças e acidentes de trabalho (MARQUES et al, 2018, Governo Federal, 2020)

Pela NR-1, onde se encontram as disposições gerais, fica estabelecido que é


função do empregador “evitar os riscos ocupacionais que possam ser originados no
trabalho; identificar os perigos e possíveis lesões ou agravos à saúde; avaliar os riscos
ocupacionais indicando o nível de risco; classificar os riscos ocupacionais para
determinar a necessidade de adoção de medidas de prevenção; implementar medidas de
prevenção, de acordo com a classificação de risco e na ordem de prioridade além de
acompanhar o controle dos riscos ocupacionais.”. (NR-1, 2020)
Além disso, cabe a empresa informar aos trabalhadores sobre os riscos
ocupacionais existentes nos locais de trabalho; quais as medidas de prevenção que são
adotadas para eliminar ou reduzir tais riscos; os resultados dos exames médicos e de
exames complementares de diagnóstico aos quais os próprios trabalhadores forem
submetidos; e os resultados das avaliações ambientais realizadas nos locais de trabalho.
E também elaborar ordens de serviço sobre segurança e saúde no trabalho, dando
ciência aos trabalhadores; permitir que representantes dos trabalhadores acompanhem a
fiscalização dos preceitos legais e regulamentares sobre segurança e saúde no trabalho;
determinar procedimentos que devem ser adotados em caso de acidente ou doença
relacionada ao trabalho, incluindo a análise de suas causas; entre outras
responsabilidades. (NR-1, 2020)

De forma geral, atualmente, são 35 Normas Reguladoras em vigor em todo o


território brasileiro, assim, no presente trabalho serão relatados apenas as normas mais
importantes e condizentes com a indústria de Soda Caustica. (MARQUES et al, 2018,
Governo Federal, 2020)

NR-4: Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina


do Trabalho

Essa norma estabelece que as empresas que possuem funcionários regidos pela
CLT, devem organizar e manter serviços especializados em engenharia de segurança e
em medicina do trabalho afim de proteger e manter a saúde do colaborador. Sendo que o
dimensionamento dos serviços depende do número de empregados e do grau de risco da
empresa. Para o caso de uma indústria de cloro e álcalis esse valor corresponde a 3. (NR
4, 2016; MARQUES et al, 2018)

NR 5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA)


A Comissão interna de prevenção de acidentes (CIPA) apresenta como função a
prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível
permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do
funcionário (NR5, 2015).

Considerando uma empresa entre 51 a 80 trabalhadores, e que o grau de risco da


empresa é 3, então se deve ter 2 integrantes efetivos da CIPA e 1 suplente. Cabendo a
organização proporcionar a esses membros todos os meios necessários para o
cumprimento de suas funções além de permitir a colaboração dos trabalhadores nas
ações da CIPA. (NR5, 2015).

NR-6: Equipamentos de Proteção Individual (EPI)

Segundo a NR-6, um equipamento de proteção é “todo dispositivo ou produto, de


uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de
ameaçar a segurança e a saúde no trabalho”. Nessa norma também é definido o
Equipamento Conjugado de Proteção Individual, sendo este “todo aquele composto por
vários dispositivos, que o fabricante tenha associado contra um ou mais riscos que
possam ocorrer simultaneamente e que sejam suscetíveis de ameaçar a segurança e a
saúde no trabalho”. (NR-6, 2018)

É importante salientar que todo o equipamento de proteção só poderá ser utilizado


com a indicação do Certificado de Aprovação - CA, expedido pelo órgão nacional
competente em matéria de segurança e saúde no trabalho do Ministério do Trabalho e
Emprego. Sendo responsabilidade da empresa fornece tais equipamentos em perfeito
estado, de forma gratuita aos funcionários. (NR-6, 2018)

Sendo responsabilidade da empresa adquirir o EPI adequado ao risco de cada


atividade além exigir seu uso e orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado,
guardar e conservar. Sendo que deve higienizar e realizar uma manutenção periódica
sobre o equipamento, e caso ele esteja danificado ou extraviado deve se substituir
imediatamente o equipamento quando danificado ou extraviado; também se deve
comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada e registrar o fornecimento do EPI
ao trabalhador, podendo ser adotados livros, fichas ou sistema eletrônico (NR-6, 2018)

Sendo importante lembrar que a Soda Caustica é um material corrosivo, que têm
um efeito de decomposição nas proteínas, que podem penetrar gradualmente os tecidos
profundos, a menos que o álcali aderido seja completamente removido. Se forem
expostos a região dos olhos, o álcali pode causar uma diminuição ou perda de visão. Até
mesmo uma solução diluída pode afetar o tecido da pele se entrar rapidamente em
contato com a pele, podendo causar dermatite ou eczema crónico. Já se a concentração
da solução for elevada, o tecido afetado decompõe-se rapidamente. (FISPQ UNIPAR,
2020; Japan Soda Industry Association, [s.d])
Dessa forma as medidas de primeiros socorros em caso de contato com a pele são
remover as roupas contaminadas e lavar antes de reutilizar. Também lavar apele exposta
com quantidade suficiente de água para remoção do material. Já no caso de irritação
cutânea deve se consultar um médico. E por fim em contato com os olhos: é necessário
enxaguar cuidadosamente com água durante vários minutos. (FISPQ UNIPAR, 2020)

Sendo que tal material só deve ser manuseado em uma área ventilada ou com um
sistema de exaustão local afim de evitar a formação de partículas, poeiras ou nevoas,
assim evitando a exposição do produto já que este pode causar danos à saúde. Também
é necessário o uso de EPIs como óculos de segurança com proteção lateral, proteção da
pele e do corpo: luvas de segurança, avental em PVC, vestimenta de proteção contra
produtos corrosivos (PVC ou outro material equivalente) e botas em PVC, neoprene ou
borracha butílica. Além de uma proteção respiratória. (FISPQ UNIPAR, 2020)

De forma geral, são apresentados alguns EPIs que devem ser utilizados na
produção de Soda Caustica: (MARQUES et al, 2018; SOLEDISPA PISCO, 2014)

 Capacete para proteção contra impactos


 Óculos para proteção contra impactos de partículas volantes
 Protetor auricular tipo concha
 Luva vaqueta
 Calçado de segurança com biqueira de aço
 Uniforme
 Tyvec para proteção corpo
 Máscara facial inteira
 Máscara semifacial
 Avental em PVC
 Conjunto autônomo de ar respirável
 Luva de PVC;
 Máscara semifacial com filtro para poeiras

Além disso planta deve conter um sistema de proteção coletiva, como um sistema
de contenção de incêndio para o caso de emergência, contendo mangueiras e extintores
de incêndio de CO2 e extintores de espuma, e do tipo ABC. Também deve haver um
sistema de para-raios e proteção contra circuitos elétricos para o caso de uma descarga
elétrica, afim de proteger os funcionários e os equipamentos. E além disso é de extrema
importância o uso de um sistema de comunicação rápida como radio dentro da planta
para relatar possíveis emergências e também um kit de primeiros socorros em caso de
acidentes. (MARQUES et al, 2018; SOLEDISPA PISCO, 2014)

NR 7 - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO

Esta Norma estabelece diretrizes para o desenvolvimento do Programa de


Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO nas organizações, com o objetivo de
proteger e preservar a saúde dos funcionários em relação aos riscos ocupacionais,
conforme avaliação de riscos do Programa de Gerenciamento de Risco – PGR, o qual é
baseado nas outras normas. Na PCMSO deve se incluir a avaliação de estado de saúde
dos empregados em atividades críticas. (NR7, 2020)

É de responsabilidade do empregador de garantir a elaboração e efetiva


implantação do PCMSO, além de custear sem ônus para o empregado todos os
procedimentos relacionados ao processo e indicar qual médico do trabalho será
responsável pelo PCMSO. Desde modo a empresa deve custear todos os procedimentos
realizados pelos colaboradores na admissão, periódicos, retorno ao trabalho, mudança
de função interna e também em caso demissional (NR 7, 2020; MARQUES et al, 2018)

Em cada exame clinico os funcionários devem ser informados as razões da


realização dos procedimentos e do significado dos resultados de tais exames. Além
disso, o médico deverá emitir um atestado de Saúde Ocupacional (ASO), em duas vias
para manter nos documentos da empresa. (NR 7, 2020; MARQUES et al, 2018)

NR 8 – Edificações

Essa norma fala sobre como as edificações dentro da planta devem ser. Por via de
regra, os locais de trabalho devem ter a altura do piso ao teto, pé direito, de acordo com
as posturas municipais, atendidas as condições de conforto, segurança e salubridade.
Além disso os pisos devem ter nem saliências nem depressões que possam prejudicar a
circulação de pessoas ou a movimentação de materiais. (NR8, 2011)

De forma geral a edificação deve garantir a segurança, conforto e a locomoção das


pessoas e materiais, sendo construídas de acordo com as normas técnicas e mantidas em
perfeito estado de conservação. (NR8, 2011)

É importante que planta tenha um piso antiderrapante em locais onde se pode


haver risco de escorregamento, como pisos e escadas. Além disso também são
essenciais um corrimão e um chuveiro lava-olhos para evitar ou remediar possíveis
acidentes. (MARQUES et al, 2018)

NR 9 – Avaliação e Controle das Exposições Ocupacionais a Agentes Físicos,


Químicos e Biológicos

Esta NR estabelece os requisitos para a avaliação das exposições ocupacionais a


agentes físicos, químicos e biológicos quando identificados no Programa de
Gerenciamento de Riscos – PGR. Para realizar uma análise de possíveis riscos, capazes
de acarretar em danos à saúde do funcionário, como também doenças e acidentes de
trabalho o presente trabalho apresentará um mapa de risco. (NR-9, 2020; MARQUES et
al, 2018)

Um mapa de risco é uma representação gráfica que demonstra um conjunto de


fatores que podem causar riscos à saúde do trabalhador. Esses fatores podem ser
divididos em 5 grupos: agentes físicos, agentes químicos, agentes biológicos, agentes
ergonômicos e agentes mecânicos. (MARQUES et al, 2018)

A seguir se encontra uma tabela com alguns possíveis riscos de uma planta de
Produção de Soda baseada no documento “Chlorine manufacturing plant operator”
disponibilizado pela International Labour Organization.

Grupo Risco Cor Exemplos


01 Físicos Exposição a ambientes de trabalho adversos (alta
temperatura e umidade, vapores de substâncias
corrosivas.)
02 Químicos A soda cáustica é corrosiva e a exposição a ela
pode causar queimaduras graves, perda de visão e
danos ao trato respiratório; e em alguns casos
inflamação grave do pulmão; os principais
sintomas são: espirros, dores de garganta e coriza.
03 Biológicos Em caso de mau cuidado dos banheiros e da
cozinha pode haver a contaminação por fungos e
bactérias
04 Ergonômicos Problemas musculoesqueléticos relacionados a
posturas de trabalho permanentes (ficar em pé por
longos períodos), além de desconforto e problemas
psicológicos relacionados ao uso prolongado de
roupas de proteção (como botas pesadas, avental e
outras peças impermeáveis)
05 Mecânicos Risco de eletrocussão, que pode ser causado pelo
contato com instalações ou equipamentos elétricos
defeituosos (como as células de eletrólise) ou
quando o trabalho é realizado em um ambiente
úmido onde eletricidade, produtos químicos,
soluções e água estão presentes. Além de possível
lesões nos olhos e outras partes do corpo causadas
por respingos de líquidos de células de eletrólise,
reações químicas descontroladas, durante a adição
de soluções e/ou substâncias em uma célula de
eletrólise e durante a drenagem de soda cáustica de
uma célula de eletrólise.
Desse modo, com estas informações e SE baseando no trabalho de MARQUES et al,
2018, foi realizado um mapa de risco para a planta.

Figura: Mapa de risco da planta


Fonte: Autores
NR 12 – Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos
Esta Norma define as medidas de proteção que devem ser adotadas para proteger a
saúde e a integridade física dos funcionários além de estabelecer requisitos mínimos
para a prevenção de acidentes e doenças do trabalho em relação a projeto e utilização de
máquinas e equipamentos. Para o funcionamento da empresa é imprescindível seguir
esta norma. (NR 12, 2021)

De forma geral, as máquinas compradas para o funcionamento da empresa, sejam


elas nacionais ou importadas, devem ter sido fabricadas de acordo com a NBR ISO
13849, já os sistemas robóticos devem obedecer às prescrições das normas ABNT ISO
10218-1, ABNT ISO 10218-2, da ISO/TS 15066. (NR 12, 2021)

Os dispositivos também devem ter zona de parada, sinalização e um sistema de


segurança, caracterizados por proteções fixas, proteções móveis e dispositivos de
segurança interligados. Além disso devem ser submetidos a manutenções, inspeções,
preparações, ajustes, reparos e limpeza, na forma e periodicidade determinada pelo
fabricante, por profissional legalmente habilitado ou por profissional qualificado,
conforme as normas. Sendo que deve ser feito o registro das manutenções e estes devem
disponível aos trabalhadores envolvidos na operação, manutenção e reparos, bem como
à Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA, ao Serviço de Segurança e
Medicina do Trabalho - SESMT e à Auditoria Fiscal do Trabalho. (NR 12, 2021)

NR 16 – Atividades e Operações perigosas

Segundo esta norma, em atividades perigosas que venham a causar risco de vida
ao trabalhador, o mesmo deverá ter um adicional de 30% sobre o seu salário base.
Sendo de responsabilidade da empresa a caracterização ou a descaracterização da
periculosidade, mediante laudo técnico elaborado por Médico do Trabalho ou
Engenheiro de Segurança do Trabalho, nos termos do artigo 195 da CLT. (NR 16, 2019)

NR 17 – Ergonomia

Estabelece as diretrizes que permitam a adaptação das condições de trabalho às


características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar conforto,
segurança, saúde e desempenho eficiente no trabalho. (NR 17, 2021)

Sendo importante que a empresa tenha sido construída com uma boa iluminação,
sem grandes ruídos, ou que forneça equipamento necessário além de que tanto a
construção quanto o local dos equipamentos devem garantir uma boa ergonomia para os
funcionários. (NR 17, 2021)

Também são necessárias algumas medidas de prevenção que devem incluir pausas
para propiciar a recuperação psicofisiológica dos trabalhadores, e estas precisam ser
computadas como tempo de trabalho efetivo e também a alternância de atividades com
outras tarefas que permitam variar as posturas, os grupos musculares utilizados ou o
ritmo de trabalho; ou até mesmo uma alteração da forma de execução ou organização da
tarefa. (NR 17, 2021)

NR 23 – Proteção contra Incêndios

Segundo essa norma os empregadores devem adotar medidas de prevenção de


incêndios, em conformidade com a legislação estadual e as normas técnicas aplicáveis.
A empresa deve providenciar para todos os funcionários as informações sobre:
utilização dos equipamentos de combate ao incêndio; procedimentos para evacuação
dos locais de trabalho com segurança; e os dispositivos de alarme existentes. (NR 23,
2011)

Além disso todos os locais de trabalho deverão dispor de saídas, em número


suficiente e dispostas de modo que aqueles que se encontrem nesses locais possam
abandoná-los com rapidez e segurança, em caso de emergência. Além disso as
aberturas, saídas e vias de passagem devem ser claramente assinaladas por meio de
placas ou sinais luminosos, indicando a direção da saída. (NR 23, 2011)

Segundo a FISPQ em caso de um incêndio contendo soda caustica os meios de


extinção apropriados são compatíveis com pó químico seco, dióxido de carbono,
neblina d’água e espuma resistente ao álcool. Sendo que jamais se deve usar jatos
d’água de forma direta. Sendo que a combustão desse produto químico ou de sua
embalagem pode formar gases irritantes e tóxicos como monóxido e dióxido de carbono
logo também é necessário utilizar um equipamento de proteção respiratória do tipo
autônomo (SCBA) com pressão positiva e vestuário protetor completo. Já possíveis
contêineres e tanques envolvidos no incêndio devem ser resfriados com neblina d’água.
(FISPQ UNIPAR, 2020)

NR 24 - Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho


Estabelece as condições mínimas de higiene e de conforto a serem garantidas
pelas organizações. No caso da instalação sanitária, esta deve ser constituída por uma
bacia sanitária sifonada, dotada de assento com tampo, e por lavatório, sendo necessária
uma separação por gênero, e as masculinas devem ser dotadas de mictório. (NR 24,
2019)

Sendo que essas instalações devem: ser mantidas em condição de conservação,


limpeza e higiene ter piso e parede revestidos por material impermeável e lavável;
possuir recipientes para descarte; ser ventiladas para o exterior ou com sistema de
exaustão forçada; além de dispor de água canalizada e esgoto ligados à rede geral ou a
outro sistema que não gere risco à saúde. (NR 24, 2019)

Já no caso dos refeitórios, a empresa deve oferecer aos seus trabalhadores


condições de conforto e higiene para tomada das refeições por ocasião dos intervalos
concedidos durante a jornada de trabalho, dessa forma deve ter meios para conservação
e aquecimento das refeições; um local e material para lavagem de utensílios usados na
refeição; e água potável. (NR 24, 2019)

Enquanto nas cozinhas é necessário que estas fiquem anexas ao refeitório e com
ligação com estes; além de possuir pisos e paredes revestidos com material impermeável
e lavável; dispor de aberturas para ventilação protegidas com telas ou ventilação
exautora; possuir lavatório para uso dos funcionários do serviço de alimentação,
dispondo de material ou dispositivo para a limpeza, enxugo ou secagem das mãos,
proibindo-se o uso de toalhas coletivas; também ter condições para acondicionamento e
disposição do lixo; e dispor de sanitário próprio para uso exclusivo dos trabalhadores
que manipulam gêneros alimentícios, separados por sexo. (NR 24, 2019)

NR 33 - Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados

Essa norma estabelece os requisitos para a identificação, reconhecimento,


avaliação, monitoramento e controle de riscos em espaços confinados. Pela definição
um espaço confinado é aquela área ou ambiente não projetado para ocupação humana
continua que venha a possuir meios limitados de entrada e saída e cuja a ventilação é
insuficiente para remover contaminantes. (NR 33, 2019)

Desse modo algumas das responsabilidades do empregador são identificar os


espaços confinados existentes no estabelecimento; identificar os riscos específicos de
cada espaço; implementar a gestão em segurança e saúde no trabalho, por medidas
técnicas de prevenção, administrativas, pessoais e de emergência e salvamento; garantir
a capacitação continuada dos trabalhadores sobre os riscos, as medidas de controle, de
emergência e salvamento; garantir que o acesso ao espaço confinado somente ocorra
após a emissão, por escrito, da Permissão de Entrada e Trabalho; acompanhar a
implementação das medidas de segurança e saúde dos trabalhadores das empresas
contratadas provendo os meios e condições para que eles possam atuar e interromper
todo e qualquer tipo de trabalho em caso de suspeição de condição de risco grave e
iminente, procedendo ao imediato abandono do local. (NR 33, 2019)

Sendo assim a empresa deve implementar a gestão de segurança e saúde no


trabalho para garantir as condições adequadas, além de promover cursos sobre medidas
de segurança e esta norma reguladora. Esses trabalhos confinados podem ocorrer
quando a empresa passar por períodos de revisão de unidade ou manutenção de
equipamentos. (NR 33, 2019; MARQUES et al, 2018)

Controle e Fiscalização de Produtos Químicos

No Brasil, há o controle e a fiscalização de alguns produtos químicos como a


Soda Caustica exercidos pela Policia Federal, essa fiscalização costuma acontecer nas
variadas etapas de processo, como fabricação, produção, armazenamento, compra e
venda, dentro outros já que tais produtos podem ser utilizados na fabricação de drogas
ilícitas. (MARQUES et al, 2018)

Assim é necessário realizar o cadastramento da empresa junto a polícia federal e


também o licenciamento, sendo que deve ser informado todo mês qual a entrada e saída
de soda caustica dentro da empresa. (MARQUES et al, 2018)

INFORMAÇÕES SOBRE O MEIO AMBIENTE

Atualmente a preocupação ambiental é uma questão de grande importância dentro


de uma organização, visto que a escassez e a poluição do meio ambiente trazem
preocupações a toda a população mundial. Desse modo, torna-se necessário analisar
informações sobre o meio ambiente a fim de analisar quais os possíveis impactos
causados pelo Setor de Soda Caustica. (PALMEIRA, 2014; KRAFTA, 2008)

Além disso também é preciso que a empresa esteja de acordo com a legislação
brasileira, sendo que para qualquer nova instalação ou ampliação é necessário a
elaboração de EIA/RIMA, e para a realização da operação, é preciso de uma licença de
operação emitida pelo órgão ambiental governamental. (MIRANDA, 2008)

Licenciamento Ambiental

A Política Nacional do Meio Ambiente dá competência ao Conselho Nacional do


Meio Ambiente (CONAMA) para estabelecer normas e critérios para o licenciamento
de atividades possivelmente poluidoras. Dessa forma, a resolução CONAMA n. 237/97,
irá dispor sobre os procedimentos e critérios que devem ser utilizados para o licenciamento
ambiental, sendo o poder público o responsável, no exercício de sua competência de
controle, de expedir as seguintes licenças para o funcionamento de uma instalação:
(OLIVEIRA; MEDEIROS, 2007; MARQUES et al, 2018; RESOLUÇÃO CONAMA n.
237, 1997)

I - Licença Prévia (LP) - concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou


atividade aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os
requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua implementação;

II - Licença de Instalação (LI) - autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo


com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de
controle ambiental e demais condicionantes, da qual constituem motivo determinante;

III - Licença de Operação (LO) - autoriza a operação da atividade ou empreendimento, após a


verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de controle

ambiental e condicionantes determinados para a operação.

Além disso, aqueles empreendimentos que são considerados efetivos ou


potencialmente causadoras de significativos impactos ambientais devem realizar o
estudo de impacto ambiental e respectivo relatório de impacto sobre o meio ambiente
(EIA/RIMA). (RESOLUÇÃO CONAMA n. 237, 1997)

O Estudo de Impactos Ambientais (EIA) e o Relatório de Impacto sobre o Meio


Ambiente (RIMA) são instrumentos legais de gestão ambiental afim de promover um
diagnóstico sobre as possíveis alterações que a implantação de uma indústria pode
causar avaliando meios socioeconômicos e biofísicas do projeto. (OLIVEIRA;
MEDEIROS, 2007)

O EIA deve abordar a caracterização técnica do empreendimento, qual a área será


afetada e os impactos, tanto positivos quanto negativos, de sua implantação, além de
quais formas de acompanhamento, monitoramento e controle ambiental, assim visando
assegurar desde do início do projeto a realização de um exame sistemático dos possíveis
impactos ambientais da implantação proposta. (OLIVEIRA; MEDEIROS, 2007;
MARQUES et al, 2018)

Já o RIMA refletira as conclusões do EIA, sendo este apresentado de forma


acessível, seja através de mapas, gráficos ou outras técnicas de comunicação visual, de
modo a apresentar todas as vantagens e desvantagens do projeto nos seus aspectos
sociais e ambiental, sendo que no final desse estudo, o órgão estadual competente
deverá fornecer as instruções para a iniciação da implantação do projeto. (MARQUES
et al, 2018)

Sendo assim, torna-se necessário analisar quais os possíveis resíduos serão


providos da indústria de Soda Caustica. Pela NR 25, considera-se um resíduo industrial
“aqueles provenientes dos processos industriais, na forma sólida, líquida ou gasosa ou
combinação dessas, e que por suas características físicas, químicas ou microbiológicas
não se assemelham aos resíduos domésticos, como cinzas, lodos, óleos, materiais
alcalinos ou ácidos, escórias, poeiras, borras, substâncias lixiviadas e aqueles gerados
em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como demais efluentes
líquidos e emissões gasosas contaminantes atmosféricos.”. (NR 25, 2011)

Sendo que estes devem ter um destino adequado, sendo proibido o lançamento ou
a liberação no ambiente de trabalho de quaisquer contaminantes que possam
comprometer a segurança e saúde dos trabalhadores. (NR 25, 2011)

Os principais resíduos de uma fábrica de Soda Caustica podem ser divididos em:
resíduos sólidos e efluentes líquidos. Alguns exemplos de lixos orgânicos são o plástico,
papelão, embalagens contaminadas com soda, lâmpadas, vidros, e etc. Já de efluentes
os exemplos são da lavagem de piso e máquinas (podendo conter soda, terra ou algum
resíduo orgânico), e salmoura resultante do processo. (KRAFTA, 2008)

Resíduos Sólidos

Segundo a NBR 10.004/2004, os resíduos sólidos são aqueles nos estados sólido e
semissólido, que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar,
comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Sendo que estes podem ser divididos em
2 classes, sendo os de classe I: os perigosos e os de classe II: não perigosos. Ainda
podendo ser subdivididos em dois grupos, os de classe IIA: não inertes e os de classe
IIB: inertes. (ABNT NBR 10004/2004)

Os resíduos classe I são aqueles que tem periculosidade, ou seja, apresentam risco
a saúde pulica ou ao meio ambiente e além disso tem características de inflamabilidade,
corrosividade, reatividade, toxidade ou patogenidade. Já os resíduos classe IIB são
aqueles não perigosos que não tiveram nenhum dos seus constituintes solubilizados a
concentrações de potabilidade de água, enquanto a classe IIA são aqueles que não se
enquadram nem na classe I nem na classe IIB. (MARQUES et al, 2018; ABNT NBR
10004/2004)
Figura: Classificação de Resíduos Sólidos
Fonte: ABNT NBR 10004/2004

Dessa forma é possível classificar os resíduos e dar a destinação correta a estes,


como exemplo do trabalho de MARQUES et al, 2018

Resíduo Classe Acondicionamento Tratamento


Industrial
Embalagens de IIA Caçamba Reciclagem
papel e papelão
Embalagens II B Caçamba Reciclagem
plásticas
Galão de produtos I Granel Devolução
Químico
Lâmpadas II B Caixa Devolução
Eletrônicos II A Caçamba Reciclagem
Resíduos II A Caçamba Compostagem
Orgânicos
Sólidos I Caçamba Aterro
Contaminados Industrial
Sólidos sem II B Caçamba Aterro
contaminação Sanitário
Tambores de I Granel Devolução
produtos
químicos
Tabela: Classificação dos Resíduos Sólidos
Fonte: MARQUES et al, 2018
Tratamento de Efluentes

Aqueles efluentes que podem ser efluentes tratados na indústria de Soda Caustica
são os de drenagem da unidade de regeneração de água desmineralizante, as purgas da
ingestão de amostra de salmoura, efluentes da regeneração de colunas de troca iônica, e
a purga de eletrolisadores com salmoura pobre. (SOLEDISPA PISCO, 2014)

Sendo assim, em geral os efluentes podem ser classificados em: ácidos, alcalinos e
neutros e devem ser levados a uma estação de tratamento, sendo que nessa estação
devem chegar todos os efluentes, incluindo águas pluviais e derramamentos acidentais.
Entretanto é responsabilidade da empresa tentar evitar ao máximo o desperdício de
perdas ou derramamentos acidentais, seja fazendo o controle e medição das maquinas,
como um treinamento com os funcionários. (SOLEDISPA PISCO, 2014; KRAFTA,
2008)

A Resolução nº 357 do CONAMA, de 17 de março de 2005 estabelece parâmetros


sobre classificação de água e quais as diretrizes ambientais para o seu enquadramento,
além de determinar as condições e padrões de lançamento de efluentes, estabelecendo a
faixa de pH de 5 a 9 para efluentes lançados. No caso da salmoura, para que seja
realizado a neutralização primeiro deve-se considerar o pH. Sendo um neutro pH de 7,
efluente ácido na faixa de 1 a 6, efluente alcalino na faixa de 8 a 14. Se o efluente for
ácido, deve-se adicionar soda cáustica (alcalina) para elevar o PH e neutralizá-lo. Se o
efluente for alcalino (como a soda cáustica), se adiciona ácido clorídrico para
neutralizá-lo. (SOLEDISPA PISCO, 2014; KRAFTA, 2008)

Para que ocorra a neutralização, esse efluente deve ser recirculado através de uma
bomba que aspira e descarrega o fluido na mesma piscina, e um sensor instalado na
tubulação de descarga da bomba informará o pH, ao mesmo tempo, este fluido deve ser
agitado através do ar de um soprador, a fim de homogeneizá-lo. O pH inicial e o final
devem ser anotados para manter o registro do tratamento de efluentes. (SOLEDISPA
PISCO, 2014)

Já a dureza da água se refere a concentração existente, de minerais, em gerais sais


alcalinos, sendo que quanto maior essa concentração, mais dura é a agua. Para que
ocorra essa retirada de dureza podem ser utilizadas a técnica de precipitação química ou
troca-iônica. Sendo esse último, o de maior eficiência, eliminando totalmente a dureza
da água, entretanto os processos a base de precipitação química são os mais baratos,
porém produzem lodo, que pode ser destinado a aterro industrial. Geralmente se utiliza
o processo de centrifugação no Iodo para diminuição do volume deste assim reduzindo
custos com armazenamento e transporte além de facilitar o tratamento. (MARQUES et
al, 2018, PALMEIRA, 2014)

Por fim se tem os efluentes que podem ser tratados pela própria unidade de esgoto
do município que se encontra a instalação industrial, como aqueles provenientes da
cozinha e dos banheiros. (PALMEIRA, 2014)
REFERENCIAS

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