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IARA SANTOS FERNANDES

SEGURANÇA DO TRABALHO: A IMPORTÂNCIA DO EPI

BELO HORIZONTE
2018
IARA SANTOS FERNANDES

SEGURANÇA DO TRABALHO: A IMPORTÂNCIA DO EPI

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


à Faculdade Pitágoras como requisito parcial
para a obtenção do título de graduado em
Engenharia de Produção.

Orientador:

BELO HORIZONTE
2018
IARA SANTOS FERNANDES

SEGURANÇA DO TRABALHO: A IMPORTÂNCIA DO EPI

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


à Faculdade Pitágoras como requisito parcial
para a obtenção do título de graduado em
Engenharia de Produção.

BANCA EXAMINADORA

Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a)

Belo Horizonte, de junho de 2018


Dedico este trabalho à minha família,

que sempre me apoiou e forneceu

suporte para a realização dos

meus objetivos.
AGRADECIMENTOS

Aos colegas e professores da Faculdade Pitágoras, pela amizade, pelas


alegrias e pelo compartilhamento de conhecimentos. Que esse processo continue.
Aos amigos que me apoiaram e me compreenderam nos momentos difíceis de
estudo. A minha família, por ser o pilar que sustenta toda a minha jornada.
FERNANDES, Iara Santos. Segurança do Trabalho: a importância do EPI. 2018.
27 páginas. Trabalho de Conclusão de Curso Engenharia de Produção – Faculdade
Pitágoras, Belo Horizonte, 2018.

RESUMO

Este trabalho visa apresentar informações relevantes no âmbito da segurança do


trabalho com foco na importância do EPI para evitar acidentes do trabalho,
apresentando uma breve história, sua evolução, a importância de gerenciar riscos no
ambiente do trabalho, ter uma visão holística sobre a segurança e abranger as
normas regulamentadoras a fim de embasar o conhecimento sobre segurança do
trabalho e melhorar os aspectos conceituais do uso de EPI. A Segurança e Saúde
no Trabalho, é considerado uma ferramenta muito eficaz e produtiva para a melhoria
das condições do ambiente de trabalho e uma melhoria na produtividade do trabalho
do colaborador, é uma alternativa para a evolução da gestão nas empresas dos
mais variados segmentos e traz também uma visão holística, uma visão mais
abrangente da segurança e também aprendendo um pouco sobre a certificação. Os
sistemas de gerenciamento têm como principais características aperfeiçoar o
desenvolvimento do trabalho nas organizações e diminuir riscos de acidentes e
incidentes, além dos incômodos e inconvenientes causados por estes, a falta de
utilização dos equipamentos de proteção individual ainda prevalece sendo um dos
principais indicadores que causam maior número a estatística acidentes de trabalho
nas organizações, por isso a divulgação e o uso contínuo de EPI são importantes.

Palavras-chaves: Equipamento; Segurança; Riscos; Proteção.


FERNANDES, Iara Santos. Segurança do Trabalho: a importância do EPI. 2018.
27páginas. Trabalho de Conclusão de Curso Engenharia de Produção – Faculdade
Pitágoras, Belo Horizonte, 2018.

ABSTRACT

This paper aims to present relevant information in the field of work safety with a focus
on the importance of PPE to prevent work accidents, presenting a brief history, its
evolution, the importance of managing risks in the work environment, having a
holistic view on safety and regulatory standards to build knowledge on workplace
safety and improve the conceptual aspects of PPE use. Safety and Health at Work is
considered to be a very effective and productive tool for improving working
environment conditions and improving worker productivity. It is an alternative to the
evolution of management in companies of the most varied segments and brings also
a holistic view, a more comprehensive view of safety and also learning a bit about
certification. Management systems have as main characteristics to improve the
development of work in organizations and to reduce risks of accidents and incidents,
besides the annoyances and inconveniences caused by them, the lack of use of
personal protective equipment still prevails being one of the main indicators that
cause the greater the number of accidents at work in organizations, so the
dissemination and continuous use of PPE are important.

Key-words: Equipment; Safety; Scratchs; Protection.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Segurança Concreta e Abstrata. ............................................................ 12


Figura 2 – Causa de acidentes ................................................................................ 12
Figura 3 – Tipos de EPI. .......................................................................................... 16
Figura 4 – Obrigações do empregador e empregado. ............................................. 17
Figura 5 – Obrigações do Fabricante. ..................................................................... 18
Figura 6 – Obrigações do Fabricante. ..................................................................... 18
Figura 7 – Proteção da cabeça................................................................................ 19
Figura 8 – Óculos de segurança.............................................................................. 20
Figura 9 – O modelo de protetor auricular. .............................................................. 21
Figura 10 – Proteção respiratória. ........................................................................... 22
Figura 11 – Exemplo de EPI de proteção do tronco ................................................ 23
Figura 12 – Luvas de segurança. ............................................................................ 23
Figura 13 – Calçado de segurança .......................................................................... 24
Figura 14 – Dispositivos trava-queda e cinturão de segurança. .............................. 24
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas


EPI Equipamento de proteção Individual
NR Norma Regulamentadora
OIT Organização Internacional do Trabalho
SESMT Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina
do Trabalho
SST Segurança e Saúde do Trabalho
MTE Ministério do Trabalho e Emprego
CA Certificado de Aprovação
OSHAS Occupational Health and Safety Assessment Series (Saúde
Ocupacional e Séries de Avaliação de Segurança)
Sumário
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 8
2. SEGURANÇA DO TRABALHO E SUA HISTÓRIA ............................................... 9
3. EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDUSTRIAL (NR6) ...................................... 14
4. MEDIDAS DE PROTEÇÃO .................................................................................. 19
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 25
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 26
8

1. INTRODUÇÃO

O trabalho tem como propósito apresentar a relevância do conceito de


Segurança e Saúde no Trabalho e uma visão mais ampla com o estudo das NR e
aplicação do uso de EPI pelo trabalhador, levantar seus benefícios para as
organizações em implantar um sistema de segurança, além de uma visão normativa,
conseguir apresentar a segurança do trabalho de uma maneira mais simples e
objetiva.
O uso do EPI está relacionado com a segurança comportamental e individual
dos colaboradores, sendo que a resistência quanto ao uso do EPI e cultural por
parte dos trabalhadores. Realizar conscientização e treinamentos de segurança
possibilita a melhoria no relacionamento pessoal e interpessoal.
O tema abordado neste trabalho foi escolhido devido ao número de acidentes
recorrentes a falta de EPI, esses acidentes poderiam ser evitados se as empresas
possam desenvolver em seu ambiente de trabalho programas de segurança do
trabalho, além de dar treinamento a seus operários e acompanhá-los em seus
serviços. Por isso a importância de um sistema de segurança cujo objetivo é mitigar
os riscos de acidente melhorando os resultados das empresas, evitando possíveis
gastos e custos com perda e indenização da mão de obra.
Observar alguns dos principais fatores determinantes quanto ao uso de EPI,
como a rotatividade da mão de obra, falta de qualificação e treinamento de
segurança, é considerado um dos principais fatores e a falta de cultura e treinamento
dos funcionários quanto à utilização e treinamento do uso correto dos EPI’s?
O objetivo do trabalho visa identificar a real importância do uso de
equipamentos de proteção individual e adequação a (NR 6) proporcionando maior
segurança aos trabalhadores e cumprindo a legislação trabalhista. Sendo o objetivo
específico explicar sobre os equipamentos de proteção individual (EPI), sua
importância e necessidade, quem deve fornecer.
O presente trabalho envolve levantamento de revisão bibliográfica de artigos
e textos da internet, e também livros, sobre os seguintes temas abordados sobre EPI
e Segurança do trabalho, requisitos e os principais autores como Barbosa, Barsano,
Zocchio e Paoleschi, entre outros.
9

2. SEGURANÇA DO TRABALHO E SUA HISTÓRIA

A segurança do trabalho como alternativa de proteção à vida sempre


acompanhou a evolução do homem, até mesmo nos momentos mais difíceis. Os
princípios da segurança do trabalho remontam, praticamente, desde os primórdios.
Segundo Barsano; Barbosa (2014, p.17) “apesar de o homem ainda não
saber denominar os equipamentos e os procedimentos de segurança, os quais
tinham por objetivo resguardar sua integridade física e psíquica durante os períodos
de caça, ele já os utilizava”. Por exemplo, as vestimentas de couro para sua
proteção contra mordidas de animais peçonhentos e contra as fortes intempéries da
época.
[...] Na Antiguidade, por exemplo, a relação entre o trabalho e o processo
saúde doença foi encontrada em papiros egípcios, no Império Babilônico e
em textos da civilização greco-romana. Naquela época, predominava
inicialmente o paradigma mágico-religioso e, posteriormente, o naturalista.
No Egito há registros que datam de 2360 a.C., como o Papiro Seler II (que
relaciona o ambiente de trabalho e os riscos a ele inerentes) e o Papiro
Anastasi V, mais conhecido como Sátira dos Ofícios, de 1800 a.C. (que
descreve os problemas de insalubridade, periculosidade e penosidade das
profissões) (MATTOS e MÁSCULO, 2011).

Por volta de 1750 a.C., o Império Babilônico criou o Código de Hamurábi.


Dele, foram traduzidos 281 artigos a respeito de relações de trabalho, família,
propriedade e escravidão. (BARSANO; BARBOSA, 2014, p.17).
[...] O Código de Hamurábi representa o conjunto de leis escritas que trata
de temas cotidianos, abrangendo matérias de ordem, civil, penal e
administrativa. Seus pontos mais relevantes são: lei de talião; falso
testemunho; roubo e receptação; estupro; família; escravos; ajuda de
fugitivos; etc. Por exemplo, no artigo que trata da responsabilidade
profissional, o imperador Hamurábi sentencia com pena de morte o arquiteto
que construir uma casa que se desmorone e cause a morte de seus
ocupantes.

Durante o período compreendido entre o apogeu do Império Romano até o


final da Idade Média não foram encontrados estudos ou discussões documentadas
sobre as doenças. Para alguns autores, tal fato se deve a imposições de ordem
econômica. (RODRIGUES, 1982).
O que significava, além de uma revolução econômica e social, também o
início dos primeiros acidentes de trabalho e as doenças profissionais, que se
alastravam e tomavam proporções alarmantes. (RODRIGUES, 1982).
No início da Revolução Industrial segundo Alberton (1996), a invenção da
máquina a vapor por James Watts em 1776 e do regulador automático de velocidade
10

em 1785, trouxeram profundas alterações tecnológicas em todo o mundo, permitindo


assim a organização das primeiras fábricas e indústrias.
Ainda Alberton (1996), exatamente quatro anos depois da Revolução de
1930, que levou Getúlio Vargas ao poder como presidente da República foi
promulgada a terceira Constituição do País.
A CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidente) “foi a primeira grande
manifestação de atividades preventivas de acidentes do trabalho no Brasil, assim
como o primeiro movimento de âmbito nacional e de caráter prático”. (PAOLESCHI,
2009, p.15).
Ainda Paoleschi (2009, p.15) tanto da parte das autoridades que criaram
dispositivos legais para o funcionamento das CIPAs como da parte de empresas
privadas que passaram a organizá-las em seus estabelecimentos.
Para Paoleschi (2009, p.15) “a prevenção de acidentes do trabalho no Brasil
ficou institucionalizada a partir da cipa, pois até então, a ideia da prevenção de
acidentes era embrionária e disseminada por algumas pessoas preocupadas com os
problemas de acidentes”.
“A denominação original dos EPI foi Equipamentos Individuais de Proteção –
EIP –, dada pela Portaria do MTIC, no 319, de 30 de dezembro de 1960. Foi o
primeiro documento oficial a tratar da obrigatoriedade de Certificado de Aprovação
para os EPI”. (ZOCCHIO, 2002, p.29).
Além de cuidar do fornecimento e uso dos equipamentos. Foi o documento
precursor da Norma Regulamentadora NR – 6, que trata de EPI.
Em 8 de junho de 1978, foi baixada a Portaria 3214, que revogou todas as
portarias anteriores em vigor sobre assuntos de segurança. A Portaria 3214 ainda
aprovou e expediu 28 novas Normas Regulamentadoras. (PAOLESCHI, 2009, p.16).
“A Lei no 7.410, de 27 de novembro de 1985, criou a categoria profissional de
técnicos de segurança do trabalho, que até então eram os únicos profissionais
prevencionistas que não tinham a categoria reconhecida legalmente”. (ZOCCHIO,
2002, p.31)
Pois assim foram esses profissionais que já́ na década de 50, com o título de
inspetor de segurança, assumiram a árdua tarefa da prevenção de acidentes do
trabalho no Brasil.
11

O título de técnico de segurança do trabalho é o mais correto, porque constitui


a extensão técnica da engenharia de segurança do trabalho, como acontece em
todos os ramos de engenharia.
Para Zocchio (2002, p.32) o desafio para esses profissionais é consolidar sua
importância no contexto das atividades destinadas a prevenir acidentes do trabalho
e doenças ocupacionais.
É comum as normas serem atualizadas visando melhores condições no
ambiente organizacional e também mais segurança, além de atualizadas as normas
também são ampliadas visando melhor atender as necessidades de segurança do
trabalho.

2.1. ENTENDENDO A SEGURANÇA DO TRABALHO

No século XX, muitos se envolveram no início e no desenvolvimento das


atividades prevencionistas no Brasil, sem que essas atividades chegassem a
alcançar um patamar desejável. No século XXI, existem alguns desafios para a
continuação da caminhada na busca de melhores condições de trabalho para
garantir, de uma vez por todas, segurança do trabalho.

Figura 1: Segurança Concreta e Abstrata.

Fonte: adaptada de Zocchio (2002).


12

Segundo Zocchio (2002, p.35) “quando se pensa em prevenir acidentes do


trabalho, deve-se ter em mente também a prevenção de doenças ocupacionais, dois
males com alguns pontos comuns que preocupam igualmente”.
A segurança do trabalho, como proposta no ambiente de trabalho, para
prevenção desses dois males deve ser entendida em seus lados concreto e abstrato.
É preciso perceber pontos comuns entre os acidentes do trabalho e as
doenças ocupacionais em suas causas fundamentais e em suas consequências
socioeconômicas indesejáveis, duas indiscutíveis razões para os assuntos serem
tratados simultaneamente.
Para Zocchio (2002, p.36) “as causas fundamentais dos dois citados males
concentram-se nas condições de trabalho que comprometem a segurança e a saúde
dos trabalhadores”, como:

Figura 2: Causa de acidentes

Fonte: adaptada de Zocchio (2002, p.36).

A abordagem holística da segurança do trabalho é outra forma em que a


segurança do trabalho. “A segurança do trabalho e acidentes teve uma única e
exclusiva origem, mas foi gerado pela interação simultânea de diversos fatores
(físicos, biológicos, psicológicos, sociais e culturais), e que um desencadeou o outro,
gerando o acidente”. (BARSANO; BARBOSA; 2014, p.18)
Segundo Cardella (2010), a preservação de acidentes requer o estudo de
fenômenos que causam danos e perdas ás pessoas, ao patrimônio e ao meio
ambiente, este estudo requer uma ciência multidisciplinar.
13

Assim sendo o problema dos acidentes de trabalho é considerada como um


dos casos que integram a responsabilidade social das organizações.
Segundo Tavares Jr. (2001) os elementos de um sistema de segurança exigem um
processo contínuo de revisão e avaliação, dentro do conceito de melhoria contínua.
De modo que, os fenômenos gerados nas outras áreas de ação, são
avaliados, para que medidas de segurança sejam implantadas pelas organizações,
afim de buscar melhorias e minimizar o impacto de acidentes e doenças
ocupacionais.
“A OIT(Organização Internacional do Trabalho) é responsável pela formulação
e pela aplicação das normas internacionais do trabalho (convenções e
recomendações). O Brasil está entre os membros fundadores da OIT”. (BARSANO;
BARBOSA; 2014, p.18)
Embora reconhecendo os benefícios da prevenção de acidentes, nem sempre
os empresários conseguem alcançá-los plenamente, pela carência de serviços
especializados mais atuantes ou pela indecisão da própria empresa em definir uma
política adequada ao assunto.
Embora seja uma imposição legal, os serviços de segurança e medicina do
trabalho – SESMT – são mantidos em muitas empresas por convicção conceitual e
administrativa.
14

3. EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDUSTRIAL (NR6)

Em Segurança e Saúde no Trabalho (SST), a prioridade é prever a


possibilidade de ocorrência de situações potencialmente perigosas à integridade
física do trabalhador, procurando ao máximo eliminá-las logo em sua origem.
Segundo Barsano; Barbosa (2014, pag.96) “a decisão sobre a utilização de
equipamentos de proteção individual (EPI) em qualquer situação de trabalho deve
ser o passo final de um processo iniciado anteriormente”. O passo inicial é a
determinação dos riscos dos quais o trabalhador deve ser protegido.
Segundo Paoleschi (2009, pag.74), sobre o uso do equipamento de proteção,
[...] “Seu uso está especificado na NR-6, aprovada pela Lei 6.514 de 22 de
dezembro de 1977, da Portaria 3.214 de 8 de junho de 1978 que elenca as
condições de funcionamento de um EPI como instrumento neutralizador da
insalubridade, levando em conta o fator da adequabilidade ao risco,
garantindo uma escolha com critérios, os quais devem ser especificados por
um profissional competente (engenheiro, técnico em saúde e segurança do
trabalho e outros). Os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) devem ser
fornecidos pelo empregador ao empregado que, pela função exercida na
empresa, necessita para se proteger”.

Para Barsano; Barbosa (2014, pag.96) “é importante salientar que as medidas
de proteção individual, como os EPI (capacetes, calçados de segurança, óculos de
proteção, luvas etc.), devem ser adotadas em último caso”.
Ainda Barsano; Barbosa (2014, pag.96) “após serem esgotadas todas as
outras medidas de proteção e, mesmo assim, persistir o risco acima dos limites
toleráveis de segurança, colocando em perigo a integridade física e psíquica do
trabalhador”.
Feitas a avaliação e a caracterização do risco, ele deve ser enfrentado em
sua origem, tentando- se eliminá-lo ou neutralizá-lo. Continuando a situação de
risco, a próxima etapa para os membros do SESMT será uma ação colocada entre a
zona de risco e os trabalhadores - as chamadas proteções coletivas.
Segundo Zocchio (2002, pag.248) “quando as medidas de segurança de
ordem geral não são suficientemente eficazes contra os riscos de acidentes, ou não
são aplicáveis, lança-se mão do recurso da proteção individual: luvas, óculos,
calçados, máscaras, capacetes, roupas especiais etc”.
Para Zocchio (2002, pag.248) Como a própria lei o define: “Equipamento de
Proteção Individual – EPI – todo dispositivo ou produto de uso individual utilizado
pelo trabalhador, destinado a proteção... do trabalhador.”
15

Segundo Barsano; Barbosa (2014, pag.96) “devem ser adotadas medidas de


proteção individual relativas ao trabalhador, como seleção de EPI apropriados aos
agentes de riscos e à natureza antropométrica do trabalhador”.
Para Zocchio (2002, pag.248) “a lei determina que os EPI sejam fornecidos
gratuitamente pelas empresas. Determina, também, que cumpre aos empregados
usar obrigatoriamente os equipamentos de proteção individual”.
“A empresa está obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente,
Equipamento de Proteção Individual adequado ao risco e em perfeito estado de
conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias”:(Paoleschi (2009,
pag.74).
– Sempre que as medidas de proteção coletiva forem tecnicamente
inviáveis ou não oferecerem completa proteção contra os riscos de acidentes do
trabalho e/ou doenças profissionais;
– Enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo
implantadas e para atender a situações de emergência. A melhor maneira de
sensibilizar e informar o uso correto de EPI é através de palestras, cursos e,
principalmente, pela SIPAT.
Barsano; Barbosa (2014, pag.97) “ainda de acordo com essa NR, os EPI, de
fabricação nacional ou importada, só podem ser postos à venda ou utilizados com a
indicação do Certificado de Aprovação (CA)”.
Segundo Zocchio (2002, pag.248) “este é um ponto da segurança que requer
ação técnica, educacional e psicológica para sua efetiva aplicação”:
· técnica, porque determina o tipo adequado de EPI em face do perigo que irá
neutralizar;
· educacional, para que o empregado saiba como usá-lo,de modo a oferecer o
melhor rendimento possível;
· psicológica, para o usuário convencer-se da necessidade de usar o
equipamento como parte de sua atividade e sentir-se bem com ele.
16

Figura 3: Tipos de EPI.

Fonte: Adaptado de Barsano; Barbosa (2014).

Para Barsano; Barbosa (2014, pag.98) “compete ao SESMT (mas também


ouvidos a CIPA e os trabalhadores usuários) recomendar ao empregador, o EPI
adequado ao risco existente em determinada atividade”. Na qual é obrigatório
fornecer aos empregados, gratuitamente, o EPI adequado ao risco, em perfeito
estado de conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias:
» sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa
proteção contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e do
trabalho;
» enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo
implantadas;
» para atender a situações de emergência.
17

Figura 4: Obrigações do empregador e empregado.

Fonte: adaptado Barsano; Barbosa (2014).

Segundo Paoleschi (2009, pag.75) “cabe aos empregados se preocuparem


com a saúde e integridade física, para protegerem a sua principal fonte de renda,
que é a capacidade de trabalho”.
E não se esquecerem de que devem contribuir mais do que com a utilização
adequada dos EPIs, com a manutenção de um ambiente de trabalho adequado às
funções e aos riscos inerentes a elas.
“É importante lembrar que o uso do EPI, além de ser obrigatório, é também
um recurso de proteção ao empregado e não o último”.(PAOLESCHI, 2009, pag.75).
Essa proteção é usada para resguardar a cabeça, o tronco, os membros superiores,
inferiores, a pele e o aparelho respiratório do indivíduo.
18

Figura 5: Obrigações do Fabricante.

Fonte: adaptado Barsano; Barbosa (2014).

Figura 6: Obrigações do Fabricante.

Fonte: adaptado Barsano; Barbosa (2014).


19

4. MEDIDAS DE PROTEÇÃO

A classificação de EPI surpreende pela diversidade dos equipamentos de


proteção em sua relação, e os profissionais de segurança do trabalho ou
responsáveis designados devem atentar ao fornecimento do equipamento de
proteção mais adequado para os trabalhadores. Para isso, é importante observar
alguns critérios, como a atividade laboral exercida ou o tipo de risco, entre outros
fatores, para o alcance do resultado de prevenção que se espera.
Segundo Paoleschi (2009, pag.76) “EPI, é definido pela legislação como
Equipamento de Proteção Individual (EPI) todo meio ou dispositivo de uso pessoal
destinado a proteger a integridade física do trabalhador durante a atividade de
trabalho”.
A função do EPI é neutralizar ou atenuar um possível agente agressivo contra
o corpo do trabalhador que o usa.
EPI para proteção da cabeça. (BARSANO; BARBOSA, 2014, pag.100)
» capacete de segurança para proteção contra impactos de objetos sobre
o crânio;
» capacete de segurança para proteção contra choques elétricos;
» capuz de segurança para proteção do crânio e pescoço contra riscos
de origem térmica;
» capuz de segurança para proteção do crânio e pescoço contra
respingos de produtos químicos.

Figura 7: Proteção da cabeça.

Fonte: adaptado Barsano; Barbosa (2014).


20

EPI para proteção dos olhos e da face:


» óculos de segurança para proteção dos olhos contra impactos de
partículas volantes;
» óculos de segurança para proteção dos olhos contra luminosidade
intensa;
» protetor facial de segurança contra respingos de produtos químicos;
» protetor facial de segurança contra radiação infravermelha;
» máscara de solda de segurança para proteção dos olhos e da face
contra radiação ultravioleta;
» máscara de solda de segurança para proteção dos olhos e da face
contra radiação infravermelha.

Figura 8: Óculos de segurança.

Fonte: adaptado Barsano; Barbosa (2014).

EPI para proteção auditiva. (BARSANO; BARBOSA, 2014, pag.100)


» protetor auditivo auricular contra níveis de pressão sonora superiores
ao estabelecido na NR 15;
» protetor auditivo de inserção contra níveis de pressão sonora
superiores ao estabelecido na NR 15;
» protetor auditivo semiauricular contra níveis de pressão sonora
superiores ao estabelecido na NR 15.
21

Figura 9: O modelo de protetor auricular.

Fonte: adaptado Paoleschi (2009).

Os protetores auriculares do tipo espuma e concha para trabalhos ruidosos


que necessitam atenuação do nível de pressão sonoro para garantir a salubridade
ocupacional.
EPI para proteção respiratória. (BARSANO; BARBOSA, 2014, pag.102)
» respirador purificador de ar contra poeiras e névoas;
» respirador purificador de ar contra gases de produtos químicos;
» respirador de adução de ar tipo linha de ar comprimido para proteção
em atmosferas com concentração imediatamente perigosa à vida e à saúde, e em
ambientes confinados.
Para escolha do EPI de proteção respiratória, a análise do grau de risco é
muito importante, em virtude das inúmeras substâncias a que o trabalhador pode se
expor.
22

Figura 10: Proteção respiratória.

Fonte: adaptado Paoleschi (2009).

Para exposições a agentes ambientais em concentrações prejudiciais à saúde


do trabalhador, respiradores contra poeiras, para trabalhos que impliquem produção
de poeiras, respiradores e máscaras de filtro químico para exposição a agentes
químicos prejudiciais à saúde. (PAOLESCHI, 2009, pag.2009).
EPI para proteção do tronco. (BARSANO; BARBOSA, 2014, pag.103)
» vestimentas de segurança que ofereçam proteção contra riscos de
origem térmica, mecânica, química, radioativa e meteorológica, bem como umidade
proveniente de operações com uso de água;
» colete à prova de balas de uso permitido para vigilantes que trabalhem
portando arma de fogo, para proteção contra riscos de origem mecânica.
Demais exemplos: aventais, capas, jaquetas e outras vestimentas especiais
de proteção para trabalhos em que haja perigo de lesões provocadas por riscos de
origem radioativa, riscos de origem biológica e riscos de origem química.
23

Figura 11: Exemplo de EPI de proteção do tronco.

Fonte: adaptado Paoleschi (2009).

EPI para proteção dos membros superiores. (BARSANO; BARBOSA, 2014,


pag.103)
» luva de segurança para proteção das mãos contra choques elétricos;
» luva de segurança para proteção das mãos contra agentes térmicos;
» luva de segurança para proteção das mãos contra agentes biológicos;
» manga de segurança para proteção do braço e do antebraço contra
umidade;
» manga de segurança para proteção do braço e do antebraço contra
agentes térmicos.
» braçadeira de segurança para proteção do antebraço contra agentes
cortantes.
» dedeira de segurança para proteção dos dedos contra agentes
abrasivos e escoriantes.
Figura 12: Luvas de segurança.

Fonte: adaptado Paoleschi (2009).


24

EPI para proteção dos membros inferiores. (BARSANO; BARBOSA 2014,


pag.103)
» calçado de segurança para proteção contra impactos de quedas de
objetos;
» calçado de segurança para proteção dos pés contra choques elétricos;
» perneira de segurança para proteção da perna contra respingos de
produtos químicos;
» perneira de segurança para proteção da perna contra agentes
cortantes e perfurantes;
Figura 13: Calçado de segurança.

Fonte: adaptado Barsano; Barbosa (2014).

EPI para proteção contra quedas com diferença de nível. (BARSANO;


BARBOSA, 2014, pag.104)
» dispositivo trava-queda de segurança para proteção do usuário contra
quedas em operações com movimentação vertical ou horizontal, quando utilizado
com cinturão de segurança para proteção contra quedas;
» cinturão de segurança para proteção do usuário contra riscos de queda
em trabalhos em altura.
Figura 14: Dispositivos trava-queda e cinturão de segurança.

Fonte: adaptado Barsano; Barbosa (2014).


25

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

No trabalho realizado foi verificado através das pesquisas bibliográficas, com


o objetivo de compreender a segurança do trabalho e a importância do uso de
equipamento de proteção individual, as dificuldades para implantar e até mesmo
entender de fato como a segurança do trabalho pode contribuir para empresa e
deixar de ser apenas algo visto como obrigatório pelas empresas.
A segurança do trabalho não pode ser algo imposto, tem que ser algo
transformado e deve funcionar em conjunto com os demais departamentos, afim de
identificar soluções mais adequadas ao ambiente de trabalho, e a conscientização
dos riscos para que se consiga fazer a prevenção dos acidentes.
Assim, as organizações tenham uma visão mais holística sobre a segurança e
tomar medidas mais efetivas quanto ao uso de EPI, pois ainda há uma resistência
grande por parte dos colaboradores quanto ao seu uso, que as pessoas dentro das
organizações possam entender que o uso do EPI é benefício e pode minimizar e
evitar acidentes do trabalho, melhorando assim a qualidade de vida do trabalhador.
Este trabalho apresenta algumas normas de segurança do trabalho, que são
importantes como diretrizes para entender a segurança do trabalho, mas a
segurança do trabalho não deve ser somente um conjunto de normas impostas pela
empresa para os colaboradores, deve ser um sistema que integra os trabalhadores
de forma que eles sejam responsáveis pela segurança deles e saber que a empresa
quer o melhor de cada funcionário, entendendo que em um sistema todos são
importante e juntos podem transformar o ambiente de trabalho em lugar melhor e
mais seguro.
Do ponto de vista acadêmico, esta pesquisa possibilitou à oportunidade de ter
um envolvimento mais próximo com a realidade e suas práticas voltadas a
segurança do trabalho, permitindo fazer uma análise dos conhecimentos adquiridos
em sala de aula e assim externa-los.
Podemos concluir com este trabalho que o uso de EPI é uma ferramenta
importante dentro da segurança do trabalho, podendo expandir para um processo de
sistema de gestão em segurança do trabalho, aplicabilidade de uma norma OSHAS
18000 para ampliar a visão sobre a saúde e segurança do trabalhador.
26

REFERÊNCIAS

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seleção de alternativas de investimentos de segurança. Florianópolis,1996.
Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) - Programa de Pós-Graduação
em Engenharia de Produção, Universidade Federal de Santa Catarina.

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gestão da segurança e saúde no trabalho - Requisitos: Rio de Janeiro, 2011.

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ZOCCHIO, Álvaro. Prática da Prevenção de Acidentes: ABC da Segurança do


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