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005-29
administrativo, à pena de demissão? NÃO. Os membros do mente pode ocorrer após o trânsito em julgado de ação civil
MP gozam de vitaliciedade e somente podem perder o proposta para esse fim. Em outras palavras, o art. 92, I, “a”,
cargo por sentença judicial transitada em julgado (art. 128, do CP não se aplica para membros do Ministério Público.
§ 5º, I, “a”, da CF/88). Além da CF/88, essa vitaliciedade foi re- STJ. 5ª Turma. REsp 1251621-AM, Rel. Min. Laurita Vaz, julga-
gulamentada pelo art. 38, § 1º da Lei nº 8.625/93 (Lei Orgânica do em 16/10/2014 (Info 552).
Nacional do MP) e pelo art. 57, XX, da LC 75/93 (Estatuto do
MPU). Essas leis preveem que é necessária a propositura de Em caso de falta disciplinar que também é crime, o prazo
uma ação civil para a decretação da perda do cargo contra prescricional será regido pela pena em concreto que foi
o membro do Ministério Público que tiver praticado uma aplicada? NÃO.O prazo prescricional deve ser contado com
infração disciplinar grave. base na pena máxima em abstrato do crime imputado.
Nesse sentido: (...) 3. Quando o promotor comete uma infra-
Lei nº 8.625/93 ção administrativa, a prescrição é aquela disciplinada em um
O § 2º do art. 38 da Lei nº 8.625/93 (que trata sobre os mem- dos incisos do art. 244 da Lei Complementar nº 75/93; já
bros do MP estadual) exige que a ação para perda do cargo quando a infração cometida é prevista também na lei penal, o
seja proposta contra o Promotor de Justiça pelo Procurador- prazo prescricional é aquele referente ao crime praticado. 4. A
Geral de Justiça, após autorização do Colégio de Procurado- disposição da lei de que a falta administrativa prescreverá no
res: mesmo prazo da lei penal, leva a uma única interpretação
Art. 38. (…) § 1º O membro vitalício do Ministério Público so- possível, qual seja, a de que este prazo será o mesmo da pena
mente perderá o cargo por sentença judicial transitada em jul- em abstrato, pois este, por definição originária, é o prazo pró-
gado, proferida em ação civil própria, nos seguintes casos: prio prescricional dos crimes em espécie. (…) STJ. 6ª Turma.
I - prática de crime incompatível com o exercício do cargo, REsp 379276/SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, jul-
após decisão judicial transitada em julgado; gado em 14/12/2006.
II - exercício da advocacia;
III - abandono do cargo por prazo superior a trinta dias corri- É inconstitucional dispositivo de CE que permita a recon-
dos. dução ao cargo de Procurador-Geral de Justiça sem limi-
§ 2º A ação civil para a decretação da perda do cargo será te de mandatos. Essa previsão contraria o art. 128, § 3º da
proposta pelo Procurador-Geral de Justiça perante o Tribunal CF/88, que autoriza uma única recondução. STF. Plenário.
de Justiça local, após autorização do Colégio de Procurado- ADI 3077/SE, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 16/11/2016
res, na forma da Lei Orgânica. (Info 847).
LC 75/93
Cuidado para não confundir:
O inciso XX do art. 57 da LC 75/93 (que versa sobre os mem-
· Chefe do MPU: Procurador-Geral da República. Não há
bros do MPU) afirma que a ação para perda do cargo deve
limites de recondução (art. 128, § 1º).
ser proposta pelo PGR, após autorização do Conselho Su-
· Chefe do MPE: Procurador-Geral de Justiça. Só é permi-
perior do MPF:
tida uma recondução (art. 128, § 3º).
Art. 57. Compete ao Conselho Superior do Ministério Público
Federal:
XX - autorizar, pela maioria absoluta de seus membros, que o Determinado Promotor de Justiça foi considerado aprovado
Procurador-Geral da República ajuíze a ação de perda de car- no estágio probatório pelo Colégio de Procuradores do MP.
go contra membro vitalício do Ministério Público Federal, nos O CNMP, de ofício, reformou esta decisão e negou o vitalici-
casos previstos nesta lei; amento do Promotor, determinando a sua exoneração. O
(...) STF considerou legítima a atuação do CNMP. O ato de vita-
Art. 242. As infrações disciplinares serão apuradas em proces- liciamento tem natureza de ato administrativo, e, assim,
so administrativo; quando lhes forem cominadas penas de de- se sujeita ao controle de legalidade do CNMP, por força
missão, de cassação de aposentadoria ou de disponibilidade, do art. 130-A, § 2º, II, da CF/88, cuja previsão se harmoniza
a imposição destas dependerá, também, de decisão judicial perfeitamente com o art. 128, § 5º, I, "a", do texto constituci-
com trânsito em julgado. onal. Vale ressaltar que, quando o CNMP tomou esta deci-
são, o referido Promotor já estava suspenso do exercício de
suas funções e não chegou a completar 2 anos de efetivo
O Tribunal de Justiça poderá determinar a perda do cargo, exercício. Logo, como o Promotor ainda não havia acabado
com base no art. 92, I, “a”, do CP (São também efeitos da seu estágio probatório, poderia perder o cargo por decisão
condenação: a perda do cargoquando aplicada pena priva- administrativa, não sendo necessária sentença judicial transi-
tiva de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, tada em julgado (art. 128, § 5º, I, "a", da CF/88). STF. 2ª Tur -
nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de ma. MS 27542/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em
dever para com a Administração Pública)? 04/10/2016 (Info 842).
NÃO. As regras sobre a perda do cargo de membro do Mi-
nistério Público estadual estão previstas em norma especi- O Procurador-Geral da República não possui legitimida-
al, qual seja, Lei nº 8.625/93 (Lei Orgânica Nacional do Minis- de ativa para impetrar mandado de segurança com o ob-
tério Público), que dispõe que a perda do referido cargo so -
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jetivo de questionar decisão que reconheça a prescrição MPE do Estado 1 x MPE Procurador-Geral da República
da pretensão punitiva em processo administrativo disci- do Estado 2
plinar. A legitimidade para impetrar mandado de segurança
pressupõe a titularidade do direito pretensamente lesado ou
O acesso do MPF às informações inseridas em procedi-
ameaçado de lesão por ato de autoridade pública. O Procu-
mentos disciplinares conduzidos pela OAB depende de
rador-Geral da República não tem legitimidade para a
prévia autorização judicial. O fundamento para esta deci-
impetração, pois não é o titular do direito líquido e certo
são encontra-se no § 2º do art. 72 da Lei nº 8.906/94, que
que afirmara ultrajado. Para a impetração do MS não bas-
estabelece que a obtenção de cópia dos processos ético-dis-
ta a demonstração do simples interesse ou atuação como
ciplinares é matéria submetida à reserva de jurisdição, de
custos legis, uma vez que os direitos à ordem democrática e
modo que somente mediante autorização judicial poderá ser
à ordem jurídica não são de titularidade do Ministério Públi-
dado acesso a terceiros. STJ. Corte Especial. REsp 1217271-
co, mas de toda a sociedade. STF. 2ª Turma. MS 33736/DF,
PR, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 18/5/2016 (Info
Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 21/6/2016 (Info 831).
589).
Conflito de Atribuições
Ramos do Ministério Público
"O conflito de atribuições não se confunde com o conflito de
A CF/88 organiza o Ministério Público brasileiro em dois seg-
competência. Cuidando-se de ato de natureza jurisdicional,
mentos:
o conflito será de competência; tratando-se de controvér-
sia entre órgãos do Ministério Público sobre ato que caiba Ministério Público da União Ministérios Públicos dos Es-
a um deles praticar, ter-se-á um conflito de atribuições." (MPU) tados (MPE)
(LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de Processo Penal. 3ª ed., O chefe do Ministério Público O chefe de cada Ministério
Salvador: Juspodivm, 2015, p. 1113). da União é o Procurador-Geral Público estadual é o seu
Obs: só existe conflito de atribuições se a divergência ficar da República (art. 128, § 1º, da Procurador-Geral de Justiça
restrita aos membros do Ministério Público. Se os juízes CF/88). (art. 128, § 3º).
encamparem as teses dos membros do MP, aí eles estarão Existem 26 MPEs, um em
discordando entre si e teremos, no caso, um "falso conflito de cada Estado-membro.
atribuições" (expressão cunhada por Guilherme de Souza
Nucci). Diz-se que há um falso conflito de atribuições porque, O MPU é regido pela LC 75/93. O MPE é regido pela Lei nº
na verdade, o que temos é um conflito entre dois juízes, ou 8.625/93 e por Leis comple-
seja, um conflito de competência. mentares estaduais (art. 128,
§ 5º, da CF/88).
d) Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). O Ministério Público Eleitoral é exercido pelo MPF. Apesar dis-
so, a função de Promotor Eleitoral é exercida por um Promo-
Quem exerce as funções de Ministério Público Eleitoral? tor de Justiça. A LC 75/93 estabelece a forma como ele será
Compete ao Ministério Público Federal exercer junto à Justiça escolhido:
Eleitoral as funções do Ministério Público. Art. 79. O Promotor Eleitoral será o membro do Ministério Pú-
blico local que oficie junto ao Juízo incumbido do serviço elei-
Estrutura do Ministério Público eleitoral: toral de cada Zona.
Procurador-Geral Procurador Regio- Promotores
Eleitoral (PGE) nal Eleitoral (PRE) eleitorais E se não houver Promotor de Justiça atuando naquele juí-
zo, como ficará a questão? Ex: na comarca "X" não existe
· Essa função é · Essa função é de- · Essa função é Promotor de Justiça (por falta de membros). Neste caso,
desempenhada pelo sempenhada por um desempenhada quem será o Promotor Eleitoral nesta localidade?
Procurador-Geral da Procurador Regional por um Promo- A resposta para esta questão está no parágrafo único do art.
República. da República no Es- tor de Justiça. 79 da LC 75/93:
· O Procurador- tado (ou DF). · Desse modo, Art. 79 (...) Parágrafo único. Na inexistência de Promotor que
Geral designará um · Se não houver ao exercer a fun- oficie perante a Zona Eleitoral, ou havendo impedimento ou
Vice-Procurador- Procurador Regional ção de Promotor recusa justificada, o Chefe do Ministério Público local indicará
Geral Eleitoral e ou- da República no Es- eleitoral, o Pro- ao Procurador Regional Eleitoral o substituto a ser designado.
tros membros que tado, a função po- motor de Justiça
poderão substituí-lo derá ser realizada atua por delega- Apesar de haver a participação do Ministério Público dos Esta-
em seus impedi- por um Procurador ção do MPF (du- dos na composição do Ministério Público Eleitoral, cumulando
mentos e em caso da República, desde rante o exercício o membro da instituição as duas funções, elas não se confun-
de necessidade de que vitalício. da função eleito- dem, haja vista possuírem conjuntos diversos de atribuições,
serviço. · Exerce um man- ral, o Promotor inclusive, de remuneração.
· Incumbe ao dato de 2 anos, per- de Justiça Eleito- O Promotor de Justiça, ao exercer as funções de Promotor Elei-
PGE, dentre outras mitida uma recondu- ral é como se toral, não atua como membro do Ministério Público estadual,
atribuições: acom- ção. fosse um servi- mas sim como se fosse membro do Ministério Público Federal.
panhar os procedi- · Cada Estado/DF dor público fede- Desse modo, o Promotor de Justiça, ao ser designado Promotor
mentos do Correge- possui um Procura- ral, inclusive para Eleitoral, passa a desempenhar duas funções completamente
dor-Geral Eleitoral, dor Regional Eleito- fins penais). distintas:
dirimir conflitos de ral. · O Promotor
Função de Promotor de Justiça Função de Promotor Eleito-
atribuições, requisi- · O PRE é designa- eleitoral é indica-
ral
tar servidores da do pelo PGE. do pelo Procura-
União e de suas au- · O PRE poderá ser dor-Geral de Jus- Atua normalmente nas atribui- Atua perante a Justiça Elei-
tarquias, quando o destituído, antes do tiça e nomeado ções do Ministério Público es- toral de 1ª instância, com
exigir a necessidade término do manda- pelo Procurador tadual previstas na Constitui- as atribuições do Ministério
do serviço. to, por iniciativa do Regional Eleito- ção e nas leis (ex: ação penal Público Eleitoral previstas
PGE, desde que a ral. nos crimes estaduais, atuação na lei.
maioria absoluta do nas causas de direito de família
Conselho Superior etc.).
do MPF concorde.
Pelo exercício desta função, o Pelo exercício desta função,
Atua nas causas de Atua nas causas de Atua nas causas Promotor continuará receben- o Promotor Eleitoral recebe
competência do competência do TRE de competência do seu subsídio, que é pago uma gratificação que é
TSE. e dirige as ativida- dos Juízes e Jun- pelo Tesouro Estadual (recur- paga pelo Tesouro Federal.
des do MP eleitoral tas Eleitorais. sos estaduais que estão no or-
no Estado. çamento do MPE).
No exercício desta função, ele No exercício desta função,
Obs: se o membro do MP tiver sido filiado a partido político se encontra subordinado admi- ele se encontra subordina-
antes de ingressar na Instituição ele deverá ficar 2 anos sem nistrativamente ao PGJ. do administrativamente ao
poder atuar na funções eleitorais. Este prazo de 2 anos é con- PRE.
tado da data de desfiliação da agremiação partidária. Veja o
que diz a LC 75/93:
Desse modo, o Promotor Eleitoral, no exercício desta função,
Art. 80. A filiação a partido político impede o exercício de fun-
possui uma subordinação hierárquico-administrativa não fun-
ções eleitorais por membro do Ministério Público até dois
cional estabelecida em relação ao Procurador Regional Eleito-
anos do seu cancelamento.
ral. Diante de tal fato, nada mais lógico que o ato formal de
designação do promotor eleitoral para a função eleitoral seja
Como o Promotor Eleitoral é escolhido?
feito pelo Ministério Público Federal, e não pelo Ministério Pú-
blico local.
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A Constituição Federal exige, como requisito para ingres- O Ministério Público exercerá o direito de ação em conformi-
so na carreira da Magistratura, do Ministério Público e dade com suas atribuições constitucionais (art. 177 do CPC
da Defensoria Pública, além da aprovação em concurso 2015).
público, que o bacharel em direito possua, no mínimo, No processo civil, o Ministério Público poderá atuar como:
três anos de atividade jurídica (art. 93, I e art. 129, § 3º). A • parte (ex: propondo uma ACP); ou
referência a “três anos de atividade jurídica”, contida na CF/ • como fiscal da ordem jurídica (custos legis).
88, não se limita à atividade privativa de bacharel em Direito.
Em outras palavras, os três anos de atividade jurídica não Obs: o CPC 1973 falava em "fiscal da lei"; já o CPC 2015 prefe-
precisam ter sido exercidos em um cargo privativo de riu a expressão "fiscal da ordem jurídica".
bacharel em Direito. Assim, por exemplo, se uma pessoa
desempenhou por mais de três anos o cargo de técnico judi- Prazo em dobro
ciário (nível médio), mas nele realizava atividades de cunho O Ministério Público gozará de prazo em dobro para manifes-
jurídico, ele terá cumprido o referido requisito. STF. 1ª Tur- tar-se nos autos, que terá início a partir de sua intimação pes-
ma. MS 27601/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em soal, que pode ser feita por carga, remessa ou meio eletrôni-
22/9/2015 (Info 800). co.
Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei
estabelecer, de forma expressa, prazo próprio para o Ministé-
Determinado banco ajuizou ação de reintegração de posse rio Público.
contra Maria pedindo que o imóvel onde ela reside com
seus dois filhos menores fosse desocupado, já que ela não Responsabilidade
teria pago as prestações do financiamento realizado. O juiz O membro do Ministério Público será civil e regressivamente
julgou o pedido procedente, tendo ocorrido a reintegração. responsável quando agir com dolo ou fraude no exercício de
O Ministério Público alegou que houve a nulidade do pro- suas funções (art. 181 do CPC 2015).
cesso considerando que o feito envolveria interesse de inca-
pazes (pessoas menores de 18 anos) e não houve intimação MP como custos legis
do Parquet para atuar como fiscal da ordem jurídica. O pedi-
do do MP deve ser aceito? O fato de morarem menores de Hipóteses
idade no imóvel faz com que seja obrigatória a intervenção O CPC prevê as hipóteses em que o Ministério Público deverá
do MP na ação reintegração de posse? NÃO. O fato de a ré atuar mesmo não sendo o autor:
residir com seus filhos menores no imóvel não torna, por
CPC 1973 CPC 2015
si só, obrigatória a intervenção do Ministério Público
(MP) em ação de reintegração de posse. Segundo prevê Art. 82. Compete ao Ministério Art. 178. O Ministério Pú-
o CPC, o MP deve intervir nas causas em que houver in- Público intervir: blico será intimado para,
teresse de incapazes, hipótese em que deve diligenciar I — nas causas em que há inte- no prazo de 30 (trinta)
pelos direitos daqueles que não podem agir sozinhos em resses de incapazes; dias, intervir como fiscal da
juízo. Logo, o que legitima a intervenção do MP nessas situ- II — nas causas concernentes ordem jurídica nas hipóte-
ações é a possibilidade de desequilíbrio da relação jurídica e ao estado da pessoa, pátrio po- ses previstas em lei ou na
eventual comprometimento do contraditório em função da der, tutela, curatela, interdição, Constituição Federal e nos
existência de parte absoluta ou relativamente incapaz. Nes- casamento, declaração de au- processos que envolvam:
ses casos, cabe ao MP aferir se os interesses do incapaz es- sência e disposições de última I - interesse público ou so-
tão sendo assegurados e respeitados a contento, seja do vontade; cial;
ponto de vista processual ou material. Na hipótese em tela, III — nas ações que envolvam II - interesse de incapaz;
a ação de reintegração de posse foi ajuizada tão somente litígios coletivos pela posse da III - litígios coletivos pela
contra a genitora dos menores, não veiculando, portan- terra rural e nas demais causas posse de terra rural ou ur-
to, pretensão em desfavor dos incapazes. A simples pos- em que há interesse público bana.
sibilidade de os filhos virem a ser atingidos pelas conse- evidenciado pela natureza da Parágrafo único. A partici-
quências fáticas oriundas da ação de reintegração de lide ou qualidade da parte. pação da Fazenda Pública
posse não justifica a intervenção do MP no processo não configura, por si só,
como custos legis. STJ. 3ª Turma. REsp 1243425-RS, Rel. hipótese de intervenção
Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 18/8/2015 (Info do Ministério Público.
567).
Atuação
Atuação do MP no processo civil Nos casos de intervenção como fiscal da ordem jurídica, o Mi-
Noções gerais nistério Público:
O Ministério Público atuará na defesa da ordem jurídica, do I - terá vista dos autos depois das partes, sendo intimado de
regime democrático e dos interesses e direitos sociais e indivi- todos os atos do processo;
duais indisponíveis (art. 176 do CPC 2015). II - poderá produzir provas, requerer as medidas processuais
pertinentes e recorrer.
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Obs: findo o prazo para manifestação do Ministério Público nem subordinados, no plano processual, administrativo
sem o oferecimento de parecer, o juiz requisitará os autos e e/ou institucional, à Chefia do Ministério Público da Uni-
dará andamento ao processo (art. 180, § 1º do CPC 2015). ão, o que lhes confere ampla possibilidade de atuação
autônoma nos processos em que forem partes, inclusive
Consequência caso o MP não tenha sido intimado perante os Tribunais Superiores. Assim, por exemplo, o Mi-
É NULO o processo quando o membro do Ministério Pú- nistério Público Estadual possui legitimidade para o ajuiza-
blico não for intimado a acompanhar o feito em que deva mento de ação rescisória perante o STJ para impugnar acór-
intervir (art. 279 do CPC 2015 / art. 246 do CPC 1973). dão daquela Corte que julgou processo no qual o parquet
Se o processo tiver tramitado sem conhecimento do membro estadual era parte. STJ. Corte Especial. EREsp 1.236.822-PR,
do Ministério Público, o juiz invalidará os atos praticados a Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 16/12/2015
partir do momento em que ele deveria ter sido intimado. (Info 576). STF. 1ª Turma. ACO 2351 AgR, Rel. Min. Luiz Fux,
A nulidade só pode ser decretada após a intimação do Mi- julgado em 10/02/2015.
nistério Público, que se manifestará sobre a existência ou
a inexistência de prejuízo.
Argumentos que fundamentam a atuação do MP Estadual
no STF e STJ:
A competência para julgar mandados de segurança impetra- 1) Inexistência de hierarquia entre MPU e MPE
dos contra o CNJ e o CNMP é do STF (art. 102, I, “r”, da CF/ A CF/88 organiza o Ministério Público brasileiro em dois seg-
88). mentos:
Algumas vezes o interessado provoca o CNJ ou o CNMP, I – o Ministério Público da União, que compreende:
mas tais órgãos recusam-se a tomar alguma providência no a) o Ministério Público Federal;
caso concreto porque alegam que não tem competência b) o Ministério Público do Trabalho;
para aquela situação ou que não é hipótese de intervenção. c) o Ministério Público Militar;
Nessas hipóteses, dizemos que a decisão do CNJ ou CNMP d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios;
foi “NEGATIVA” porque ela nada determina, nada aplica, II – os Ministérios Públicos dos Estados.
nada ordena, nada invalida. Nesses casos, a parte interessa-
da poderá impetrar MS contra o CNJ/CNMP no STF? NÃO. O Desse modo, conclui-se que o Ministério Público é dividido
STF não tem competência para processar e julgar ações de- em dois ramos distintos (MPE e MPU), não havendo qual-
correntes de decisões negativas do CNMP e do CNJ. Segun- quer relação de hierarquia ou subordinação entre eles.
do entende o STF, como o conteúdo da decisão do CNJ/ O chefe do Ministério Público da União é o Procurador-Geral
CNMP foi “negativo”, ele não decidiu nada. Se não deci- da República (art. 128, § 1º da CF/88). Por sua vez, o chefe de
diu nada, não praticou nenhum ato. Se não praticou ne- cada Ministério Público estadual é o seu respectivo Procura-
nhum ato, não existe ato do CNJ/CNMP a ser atacado no dor-Geral de Justiça (art. 128, § 3º).
STF. STF. 1ª Turma. MS 33163/DF, rel. orig. Min. Marco Auré- Logo, não há qualquer sentido em se permitir que o MPF atue
lio, red. p/ o acórdão Min. Roberto Barroso, julgado em diretamente nas Cortes Superiores e negar esse poder aos Mi-
5/5/2015 (Info 784). nistérios Públicos Estaduais.
Os Ministérios Públicos dos Estados e do Distrito Federal 4) MPU e MPE não são unos entre si
têm legitimidade para propor e atuar em recursos e mei- O Ministério Público, de fato, é uno (art. 127, § 1º, CF/88). No
os de impugnação de decisões judiciais em trâmite no entanto, a unidade institucional é princípio aplicável ape-
STF e no STJ, oriundos de processos de sua atribuição, nas no âmbito de cada Ministério Público. Não é possível
sem prejuízo da atuação do Ministério Público Federal. dizer, por exemplo, que entre o Ministério Público estadual e
STF. Plenário Virtual. RE 985392/RS, Rel. Min. Gilmar Mendes, o Ministério Público federal exista unidade. Desse modo,
julgado em 26/05/2017 (repercussão geral). quando houver necessidade de atuação do Ministério Público
Estadual nos processos que tramitam no STF e STJ, esta deve-
Os Ministérios Públicos estaduais não estão vinculados, rá ocorrer por meio do seu Procurador-Geral de Justiça, não
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suprindo isso o fato de haver a intervenção do Procurador- em que há interesse público. Segundo a doutrina e juris-
Geral da República. prudência, o inciso refere-se ao interesse público primá-
rio. Assim, o Ministério Público não deve obrigatoriamen-
5) Os interesses defendidos pelo MPE podem, eventualmen- te intervir em todas as ações de ressarcimento ao erário
te, ser conflitantes com os do MPU propostas por entes públicos. STJ. 1ª Seção. EREsp
Poderia acontecer de os Ministérios Públicos Estaduais dedu- 1151639-GO, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em
zirem pretensão no STF e STJ com a qual não concorde, even- 10/9/2014 (Info 548).
tualmente, a chefia do Ministério Público da União, o que obs-
taria o acesso do Parquet estadual aos Tribunais Superiores
O MP deverá intervir obrigatoriamente na ação por meio
(STF Rcl 7358/SP).
da qual a Fazenda Pública pede o ressarcimento de valores
ao erário?
6) Paridade de armas
NÃO. O Ministério Público não deve obrigatoriamente intervir
Fazer com que o Ministério Público estadual ficasse na depen-
em todas as ações de ressarcimento ao erário propostas por
dência do que viesse a entender o Ministério Público Federal
entes públicos.
seria incompatível, dentre outros princípios, com o da parida-
Em regra, nas ações de ressarcimento está sendo discutido
de de armas, considerando que, em eventual conflito entre o
apenas o interesse patrimonial do ente público (interesse pú-
MPE e o MPU, o chefe do MPU (PGR) poderia atuar direta-
blico secundário ou interesse da Administração). Sendo esse o
mente no STF, mas não o MPE (STF Rcl 7358/SP).
caso, não haverá intervenção do MP.
Nesse sentido, o novo CPC veio reforçar esta conclusão:
Qual órgão do Ministério Público participa no STF e STJ
Art. 178 (...) Parágrafo único. A participação da Fazenda Públi-
como custos legis?
ca não configura, por si só, hipótese de intervenção do Minis-
MPF. É importante ressaltar que a atuação do Ministério Públi-
tério Público.
co como custos legis no STF e STJ continua sendo feita sem-
pre pelo Procurador-Geral da República ou pelos Subprocura-
Veja outro exemplo julgado pelo STJ no mesmo sentido:
dores da República (por delegação ou designação).
AÇÃO DE DESAPROPRIAÇÃO
A ação de desapropriação indireta tem conteúdo patrimo-
Nos casos de ação penal de competência originária do STF
nial que a vincula ao chamado interesse público secundá-
e do STJ, qual órgão do Ministério Público oferecerá a de-
rio, cuja titularidade é atribuída à Fazenda Pública, devida-
núncia e atuará no processo criminal?
mente representada em juízo por seus órgãos de procuradoria
MPF. Em tais hipóteses, a atribuição continua sendo do MPF,
judicial. Ao Ministério Público, em regra, cabe a defesa do in-
por meio do Procurador-Geral da República (ou um Subpro-
teresse público primário (art. 82, inciso III, do CPC/1973).
curador-Geral, mediante delegação do Procurador-Geral).
A natureza patrimonial da ação, especialmente ligada a in-
Nesse sentido: STJ Corte Especial. APn 689-BA, Rel. Min. Eliana
teresses econômicos, faz com que a intervenção do Minis-
Calmon, julgada em 17/12/2012.
tério Público não seja obrigatória.
Trata-se de previsão legal do art. 46, parágrafo único, III e 48,
Assim, em regra, a ação de desapropriação direta ou indi-
II, da LC n.° 75/93.
reta não exige a intervenção obrigatória do MP, exceto
quando envolver, frontal ou reflexamente, proteção ao
O Ministério Público do Trabalho tem legitimidade para
meio ambiente, interesse urbanístico ou improbidade ad-
atuar diretamente no STF e STJ?
ministrativa.
NÃO. A jurisprudência continua entendendo que o MPT não
(STJ. 1ª Seção. EREsp 506.226/DF, Rel. Min. Humberto Martins,
pode atuar diretamente no STF e STJ. Nesse sentido: STF.
julgado em 24/04/2013)
Plenário. RE 789874/DF, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em
17/9/2014 (repercussão geral) (Info 759).
É obrigatória a intervenção do MP em qualquer processo
que envolva IDOSO?
O MPT não pode atuar diretamente no STF. O exercício NÃO. A intervenção do Ministério Público nas ações em
das funções do MPU (dentre os quais se inclui o MPT) junto que envolva o interesse do idoso não é obrigatória, de-
ao STF cabe privativamente ao Procurador-Geral da Repúbli- vendo ficar comprovada a situação de risco de que trata o
ca. Quando se diz que o MPT não pode atuar diretamente art. 43 da Lei nº 10.741/2003 (STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp
no STF isso significa que não pode ajuizar ações originá- 1182212/PR, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 09/08/2011).
rias no STF nem pode recorrer contra decisões proferidas
por essa Corte. Importante esclarecer, no entanto, que o
O Ministério Público tem legitimidade ativa para ajuizar
membro do MPT pode interpor recurso extraordinário, a
ação de alimentos em proveito de criança ou adolescen-
ser julgado pelo STF, contra uma decisão proferida pelo
te, independentemente do exercício do poder familiar
TST. STF. Plenário. RE 789874/DF, Rel. Min. Teori Zavascki,
dos pais, ou de o infante se encontrar nas situações de
julgado em 17/9/2014 (repercussão geral) (Info 759).
risco descritas no art. 98 do Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA), ou de quaisquer outros questiona-
O art. 82, III, do CPC/1973 (art. 178, I, do CPC/2015) estabele- mentos acerca da existência ou eficiência da Defensoria
ce que o MP deverá intervir obrigatoriamente nas causas Pública na comarca. STJ. 2ª Seção. REsp 1265821-BA e REsp
ÍCARO OLIVEIRA AVELAR COSTA - 033.542.005-29
1.327.471-MT, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgados em do princípio da autotutela. STF. 1ª Turma. MS 32176/DF, rel.
14/5/2014 (recurso repetitivo) (Info 541). Min. Dias Toffoli, julgado em 18/3/2014 (Info 739).
Quais são os fundamentos para que se reconheça a legiti- Os membros do Ministério Público possuem a prerrogativa
midade ativa do MP na ação de alimentos em favor das institucional de se sentarem à direita dos juízes ou dos
crianças e adolescentes? presidentes dos Tribunais perante os quais oficiem, inde-
Fundamentos constitucionais pendentemente de estarem atuando como parte ou fiscal
• O direito das crianças e adolescentes aos alimentos pode ser da lei. Trata-se de previsão do art. 41, XI, da Lei nº 8.625/93
classificado como sendo um interesse individual indisponí- e do art. 18, I, “a”, da LC 75/93. STJ. 2ª Turma. RMS 23919-SP,
vel, o que se insere nas atribuições do MP, conforme previsto Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 5/9/2013
no art. 127 da CF/88. (Info 529).
• É dever não apenas da família, como também da sociedade
e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem,
com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimenta- O CNMP não tem competência para examinar a decisão
ção, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dig - do Conselho Superior do Ministério Público Estadual que
nidade entre outros (art. 227). homologa ou não Termo de Ajustamento de Conduta
Fundamento legal (TAC), considerando que essa discussão envolve a ativi-
• Compete ao Ministério Público promover e acompanhar as dade-fim do órgão, aspecto que não deve ser submetido à
ações de alimentos em favor de crianças e adolescentes (art. fiscalização do CNMP. STF. 2ª Turma. MS 28028/ES, Rel. Min.
201, III, do ECA). Cármen Lúcia, julgado em 30/10/2012 (Info 686).
O Ministério Público pode ajuizar ação de alimentos em O CNMP não possui competência para rever processos
favor de criança ou adolescente mesmo que na localidade disciplinares instaurados e julgados contra servidores do
exista Defensoria Pública instalada e funcionando? Ministério Público pela Corregedoria local. A competên-
SIM. O Ministério Público tem legitimidade ativa para ajuizar cia revisora conferida ao CNMP limita-se aos processos
ação de alimentos em proveito de criança ou adolescente in- disciplinares instaurados contra os membros do Ministé-
dependentemente de existir ou não Defensoria Pública no lo- rio Público da União ou dos Estados (inciso IV do § 2º do art.
cal. Isso porque as atuações dos órgãos não se confundem, 130-A da CF), não sendo possível a revisão de processo dis-
não sendo idênticas. ciplinar contra servidores. STF. 1ª Turma. MS 28827/SP, rel.
Min. Cármen Lúcia, julgado em 28/8/2012 (Info 677).
Ação de alimentos proposta Ação de alimentos pro-
pelo MP posta pela O CNMP possui competência para rever condenações ad-
Defensoria ministrativas impostas a servidores do Ministério Público?
Na ação de alimentos, o MP Na ação de alimentos, a NÃO. O CNMP possui competência revisora apenas para os
atua como substituto proces- Defensoria Pública atua processos disciplinares instaurados contra os membros do Mi-
sual, pleiteando, em nome como representante pro- nistério Público (Promotores, Procuradores da República etc.),
próprio, o direito do infante cessual, pleiteando, em não sendo possível a revisão de processo disciplinar instaura-
aos alimentos. Para isso, em nome da criança ou do do contra servidores. Essa é a redação do inciso IV do § 2º do
tese, o Parquet não precisa adolescente, o seu direito art. 130-A da CF.
que a mãe ou o responsável aos alimentos.
pela criança ou adolescente Para tanto, a Defensoria só O CNMP possui competência para julgar originariamente
procure o órgão em busca de pode ajuizar a ação de ali- servidores do Ministério Público?
assistência. O MP pode atuar mentos se for provocada SIM. Essa possibilidade está prevista no inciso III do § 2º e no
de ofício. Aliás, na maioria das pelos responsáveis pela cri- inciso I do § 3º, ambos do art. 130-A da CF
vezes o MP atua quando há a ança ou adolescente.
omissão dos pais ou responsá- *Material retirado do site https://www.dizerodireito.com.br
veis na satisfação dos direitos
mínimos da criança e do ado-
LC 72/08- LOMPCE
lescente, notadamente o direi-
to à alimentação.
LIVRO I
DA AUTONOMIA, DA ORGANIZAÇÃO E DAS ATRIBUIÇÕES DO
É válido recurso contra a decisão da comissão examina- MINISTÉRIO PÚBLICO
dora do concurso de Promotor de Justiça, mesmo que TÍTULO I
não tenha previsão no edital, desde que seja previsto na DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E DA AUTONOMIA DO
Lei Orgânica da carreira. O julgamento do recurso pelos ór- MINISTÉRIO PÚBLICO
gãos internos do MP é válido mesmo sem a participação da CAPÍTULO II
OAB. Isso porque tal decisão nada mais é do que o exercício DA AUTONOMIA DO MINISTÉRIO PÚBLICO
ÍCARO OLIVEIRA AVELAR COSTA - 033.542.005-29
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Art. 2º Ao Ministério Público é assegurada autonomia Art. 7º São órgãos de Execução do Ministério Público:
funcional, administrativa, orçamentária e financeira, cabendo- I - o Procurador-Geral de Justiça (PGJ);
lhe, especialmente: II - o Conselho Superior do Ministério Público;
§ 1º As decisões do Ministério Público fundadas na sua III - os Procuradores de Justiça;
autonomia funcional, administrativa e financeira, IV - os Promotores de Justiça;
obedecidas as formalidades legais, TÊM EFICÁCIA PLENA V - Junta Recursal do Programa Estadual de Proteção ao
E EXECUTORIEDADE IMEDIATA, ressalvada a competência Consumidor – JURDECON.
constitucional do Poder Judiciário e do Tribunal de Contas.
PROCURADORIA-GERAL DE ADMINISTRAÇÃO SUPERIOR
Art. 3º O Ministério Público elaborará a sua proposta JUSTIÇA
orçamentária, dentro dos limites estabelecidos na Lei de Diretrizes
Orçamentárias, encaminhando-a diretamente ao Governador do PGJ ÓRGÃO DE EXECUÇÃO
Estado, que a submeterá ao Poder Legislativo. CONSELHO SUPERIOR ADMINISTRAÇÃO SUPERIOR E
§ 1º Os recursos correspondentes às suas dotações orçamentárias ÓRGÃO DE EXECUÇÃO
próprias e globais, compreendidos os créditos suplementares e
especiais, ser-lhe-ão entregues até o dia 20 de cada mês, sem PROCURADORIAS DE JUSTIÇA ÓRGÃO DE ADMINISTRAÇÃO
vinculação a qualquer tipo de despesa.
PROCURADORES DE JUSTIÇA ÓRGÃO DE EXECUÇÃO
§ 2º O atraso no repasse das dotações orçamentárias
constitui-se no desatendimento às garantias constitucionais PROMOTORIAS DE JUSTIÇA ÓRGÃO DE ADMINISTRAÇÃO
do Ministério Público, sujeitando-se o agente público
PROMOTORES DE JUSTIÇA ÓRGÃO DE EXECUÇÃO
responsável às sanções cabíveis.
§ 4º A fiscalização contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial do Ministério Público, quanto à SEÇÃO V
legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação de dotações e DOS ÓRGÃOS AUXILIARES
recursos próprios, bem como renúncia de receitas, será exercida Art. 8º São órgãos Auxiliares do Ministério Público:
pelo Poder Legislativo, mediante controle externo e, pelo I - os Centros de Apoio Operacional;
sistema de controle interno, através de órgão próprio da II - os órgãos de Assessoramento;
Procuradoria Geral de Justiça. III - o Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional;
IV - a Comissão de Concurso;
TÍTULO II V - os órgãos de Apoio Técnico e Administrativo;
DA ORGANIZAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO VI - o órgão de Estágio.
CAPÍTULO I
DA ESTRUTURA DO MINISTÉRIO PÚBLICO CAPÍTULO II
SEÇÃO I DOS ÓRGÃOS DE ADMINISTRAÇÃO SUPERIOR
DOS ÓRGÃOS DO MINISTÉRIO PÚBLICO SEÇÃO I
Art. 4º O Ministério Público compreende: DA PROCURADORIA GERAL DE JUSTIÇA
I - órgãos de Administração Superior; SUBSEÇÃO II
II - órgãos de Administração; DA ELEIÇÃO, NOMEAÇÃO E POSSE DO PROCURADOR-GERAL
III - órgãos de Execução; DE JUSTIÇA. DA VACÂNCIA
IV - órgãos Auxiliares. Art. 10. O PGJ será nomeado pelo Governador do Estado, para
mandato de 2 anos, dentre os integrantes de lista tríplice,
SEÇÃO II permitida 1 recondução, observado o mesmo procedimento.
DOS ÓRGÃOS DE ADMINISTRAÇÃO SUPERIOR § 1º A formação da lista tríplice de que trata este artigo far-se-á
Art. 5º São órgãos de Administração Superior do Ministério mediante eleição por voto secreto e plurinominal dos
Público: integrantes da carreira em atividade, que poderão votar em
I - a Procuradoria-Geral de Justiça; até 3 candidatos.
II - o Colégio de Procuradores de Justiça; § 2º Será admitido o voto por via postal, desde que
III - o Conselho Superior do Ministério Público; protocolizado na Procuradoria Geral de Justiça e recebido pela
IV - a Corregedoria-Geral do Ministério Público. Comissão Eleitoral até o encerramento dos trabalhos de coleta de
votos:
SEÇÃO III I - dos Promotores de Justiça em exercício nas Comarcas do
DOS ÓRGÃOS DE ADMINISTRAÇÃO Interior, onde postarão o seu voto;
Art. 6º São órgãos de Administração do Ministério II - dos membros do Ministério Público que, a serviço da
Público: Instituição ou no gozo de direitos, estejam ausentes da
I - as Procuradorias de Justiça; Capital, do Estado ou da Comarca onde exerçam as suas
II - as Promotorias de Justiça; atribuições.
III - PROCON – Programa Estadual de Proteção e Defesa do § 3º Se o Chefe do Poder Executivo não efetuar a nomeação do
Consumidor; Procurador-Geral de Justiça nos 20 dias que se seguirem ao
IV - Ouvidoria Geral do Ministério Público. recebimento da lista tríplice, será investido automaticamente
no cargo, para o exercício do mandato, perante o Colégio de
SEÇÃO IV Procuradores de Justiça, reunido em sessão extraordinária e
DOS ÓRGÃOS DE EXECUÇÃO solene, aquele que ocupar o primeiro lugar na votação.
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Art. 13. São elegíveis para a formação da lista tríplice os iniciativa da maioria absoluta
membros do Ministério Público em atividade, que estejam no do Colégio de Procuradores,
exercício pleno das funções do seu cargo, maiores de 35 anos dependerá de aprovação de
e com mais de 10 anos de exercício na carreira. DESTITUIÇÃO DO PGJ 2/3 dos seus integrantes
Parágrafo único. No caso de não haver número suficiente de
candidatos à formação da lista tríplice, serão considerados Caso o Colégio de
como tais todos os membros do Colégio de Procuradores, em Procuradores delibere pela
efetivo exercício, que não manifestarem recusa expressa até destituição, remeterá à
30 dias antes da eleição, ressalvadas as hipóteses de Assembleia Legislativa, no
inelegibilidades. prazo de 48 hs e o PGJ ficará
afastado provisoriamente do
Art. 14. É inelegível para o cargo de Procurador-Geral de Justiça, cargo por 90 dias (prazo para a
o membro do Ministério Público que tenha exercido, no Assembleia concluir o processo
período de 120 dias anteriores à eleição, qualquer dos de destituição)
seguintes cargos: A Assembleia Legislativa, por
I - Procurador-Geral de Justiça, salvo se postulando maioria absoluta, poderá
recondução; destituir o PGJ em caso de
II - Corregedor-Geral do Ministério Público; abuso de poder, conduta
III - Presidente de entidade de classe que represente os incompatível ou grave
membros do Ministério Público; omissão no cumprimento dos
IV - Ouvidor-Geral do Ministério Público. deveres inerentes ao cargo.
Parágrafo único. Os membros do Ministério Público nomeados
para cargos de confiança, na estrutura administrativa,
deverão se desincompatibilizar de seus respectivos cargos, Art. 22. O PGJ poderá ser destituído por deliberação da
dentro do período de 24 horas após a publicação do edital de maioria absoluta dos membros do Poder Legislativo, na forma
inscrição para o certame. do seu Regimento Interno, e mediante proposta do Colégio de
Procuradores de Justiça, em caso de abuso de poder, conduta
Art. 18. Das decisões da Comissão Eleitoral caberá recurso, incompatível ou grave omissão no cumprimento dos deveres
COM EFEITO SUSPENSIVO, no prazo de 24 horas a contar da inerentes ao cargo.
respectiva publicação, ao Órgão Especial que, com a presença da
Comissão Eleitoral, reunir-se-á no primeiro dia útil seguinte ao Art. 23. A proposta de destituição do Procurador-Geral de
seu recebimento, em sessão especial, com quorum mínimo de Justiça, por iniciativa da maioria absoluta do Colégio de
1/4 dos seus integrantes em exercício, para sortear o relator, e Procuradores de Justiça, formulada por escrito, dependerá de
o julgará, também em sessão especial, com a presença da aprovação de 2/3 dos seus integrantes, mediante voto aberto,
Comissão Eleitoral e com o mesmo quorum, no primeiro dia útil assegurada ampla defesa.
após o sorteio. § 1º Encaminhada a proposta, através da Secretaria dos Órgãos
Parágrafo único. No caso de recurso contra decisão prolatada Colegiados, o Secretário promoverá, dentro de 48 horas, a
durante os trabalhos de coleta de votos, aquele prazo será ciência pessoal ao Procurador-Geral de Justiça, mediante
contado da proclamação do resultado da votação, pela Junta entrega de cópia integral do requerimento e de documentos que
Eleitoral. a acompanhem.
§ 2º No prazo de 10 dias, o Procurador-Geral poderá oferecer
Art. 19. O PGJ prestará compromisso, tomará posse e entrará defesa e requerer produção de provas.
em exercício perante o Pleno do Colégio de Procuradores de § 4º Presidirá à sessão o mais antigo Procurador de Justiça,
Justiça, em sessão pública e solene, fazendo declaração aberta figurando como relator do processo aquele a quem, por
de bens, no período de 15 dias subseqüente à nomeação. distribuição, couber conhecer da matéria.
§ 5º A proposta de destituição, se aprovada, será
Art. 20. Nos afastamentos, impedimentos e suspeições, o PGJ encaminhada com os respectivos autos à Assembléia
será substituído sucessivamente, pelo Vice-Procurador-Geral Legislativa, no prazo de 48 horas, ou, se rejeitada, será
de Justiça ou pelo Procurador de Justiça mais antigo na arquivada.
carreira.
SUBSEÇÃO IV
Art. 21. Ocorrendo vacância no cargo de Procurador-Geral de DO PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA
Justiça, o Órgão Especial convocará nova eleição dentro de 10 ATRIBUIÇÕES
dias, que será realizada no prazo de 30 dias, na forma desta Lei Art. 26. Compete ao PGJ:
Complementar, assumindo interinamente o Vice-Procurador- II - integrar, como membro nato, o Colégio de Procuradores de
Geral de Justiça e, no eventual impedimento, o Procurador de Justiça, o Órgão Especial e o Conselho Superior do Ministério
Justiça mais antigo no cargo. Público;
III - submeter à consideração do Órgão Especial as propostas
SUBSEÇÃO III de criação, transformação e extinção de cargos e serviços
DA DESTITUIÇÃO DO PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA auxiliares, do orçamento anual e a de realização de concurso
de ingresso na carreira;
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Art. 33. O Conselho Superior do Ministério Público será Art. 44. O Conselho Superior do Ministério Público reunir-se-á,
composto pelo PGJ, seu Presidente, pelo Corregedor-Geral, ordinariamente, com maioria absoluta dos seus integrantes, 4
membros natos, e por 7 Procuradores de Justiça, não vezes ao mês, em dia previamente estabelecido, e,
afastados da carreira, escolhidos através de extraordinariamente, quando convocado pelo seu Presidente
eleição plurinominal e secreta dos membros da Instituição, em ou por proposta de, no mínimo, 1/3 dos seus membros.
exercício, todos com direito a voto.
Art. 48. São atribuições do Conselho Superior do Ministério
MEMBROS NATOS MEMBROS ELEITOS Público:
III - indicar ao PGJ o mais antigo membro do Ministério
PGJ (será o Presidente do 7 PROCURADORES DE JUSTIÇA Público, na entrância, para remoção ou promoção por
CSMP) antiguidade;
CORREGEDOR-GERAL IV - aprovar os pedidos de remoção por permuta entre
membros do Ministério Público;
VI - decidir sobre vitaliciamento de membro do Ministério
Art. 34. Os membros eleitos do Conselho Superior do Ministério Público;
Público terão mandato de 1 ano, permitida uma recondução. VII - decidir, por voto de 2/3 dos seus integrantes, a
disponibilidade ou remoção de membros do Ministério Público,
Art. 35. § 2º No caso de não existência de número suficiente por interesse público, assegurada ampla defesa;
de candidatos à formação do Conselho Superior do Ministério XVIII - deliberar sobre prorrogação de prazo para posse ou
Público, incluindo-se os respectivos suplentes, serão exercício no cargo de membro do Ministério Público;
considerados como tais todos os membros do Colégio de XXI - deliberar sobre realização de sindicância ou processo
Procuradores de Justiça em efetivo exercício, que não administrativo-disciplinar contra membro da Instituição e
manifestarem recusa expressa no prazo de 30 dias antes da sobre a aplicação da pena de perda do mandato nas hipóteses
eleição, ressalvadas as hipóteses de inelegibilidades. previstas no art. 43 desta Lei;
XXII - provocar apuração da responsabilidade criminal de
Art. 36. Será admitido o voto por via postal, nos termos do § membro do Ministério Público quando, em processo
2º, do art. 10, desta Lei. administrativo, verificar a existência de crime de ação pública;
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XXIII – decidir sobre a aplicação de penas disciplinares ao I - realizar, nas Procuradorias e Promotorias de Justiça,
membro do Ministério Público, quando for identificada a inspeções, correições ordinárias e extraordinárias, remetendo
existência de infração disciplinar, nos casos previstos no art. o Relatório ao Conselho Superior do Ministério Público ou ao
225 desta Lei. Órgão Especial, conforme o caso;
XXIV - propor ao PGJ o afastamento temporário de membro III - propor ao Conselho Superior do Ministério Público, na
do Ministério Público sujeito a procedimento criminal ou forma desta Lei Complementar, o não vitaliciamento de
administrativo-disciplinar, neste caso, quando constatado membro do Ministério Público;
motivo relevante, assegurados os efeitos financeiros do IV - fazer recomendações, sem caráter vinculativo, a Órgão de
cargo; Execução;
XXIX - julgar as correições e inspeções adotando as medidas V - acompanhar o estágio probatório;
cabíveis; VI - instaurar e presidir, de ofício ou por provocação dos
XXX - examinar e deliberar sobre arquivamento ou não de demais Órgãos da Administração Superior, sindicância contra
inquérito civil, na forma da Lei; membro da Instituição, remetendo ao Conselho Superior do
§ 2º Na indicação, por antiguidade, o Conselho Superior Ministério Público para decidir sobre a aplicação de pena, nos
somente poderá recusar o membro do Ministério Público mais casos previstos no art. 225, incisos I, II e III, ou pela instauração
antigo pelo voto de 2/3 dos seus integrantes, em decisão de processo administrativo disciplinar nos casos previstos nos
motivada, conforme procedimento próprio, assegurada ampla incisos IV, V, VI e VII do mesmo dispositivo;
defesa. XIV – atender às reclamações de membros do Ministério
Público a respeito de quaisquer órgãos administrativos que
Art. 49. Das decisões do Conselho Superior caberá recurso, no tenham relação, de algum modo, com os seus serviços,
prazo de 5 dias, para o Órgão Especial do Colégio de procedendo-se ao respectivo encaminhamento, de forma
Procuradores, a contar da intimação pessoal ou editalícia do fundamentada, ao órgão a quem competir o seu
interessado, salvo aquelas proferidas em processo administrativo conhecimento, quando não o for a própria Corregedoria;
disciplinar, em que será observado o prazo do art. 273 desta Lei XV - fiscalizar a permanência de membro do Ministério Público
na respectiva Comarca;
SEÇÃO IV
DA CORREGEDORIA-GERAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO CAPÍTULO III
ELEIÇÃO E COMPETÊNCIA DOS ÓRGÃOS DE ADMINISTRAÇÃO DO MINISTÉRIO
Art. 50. A Corregedoria-Geral do Ministério Público é o órgão PÚBLICO
orientador e fiscalizador das atividades funcionais e da SEÇÃO I
conduta dos membros do Ministério Público. DAS PROCURADORIAS DE JUSTIÇA
§ 1º A Corregedoria-Geral é exercida pelo Corregedor-Geral do Art. 60. As Procuradorias de Justiça são Órgãos da
Ministério Público, eleito por voto uninominal, pelo Colégio de Administração do Ministério Público, com cargos de
Procuradores de Justiça, em votação aberta. Procurador de Justiça, assessores e serviços auxiliares
necessários ao desempenho das funções que lhes forem
Art. 52. É inelegível, para o cargo de Corregedor-Geral, o cometidas por esta Lei Complementar.
Procurador de Justiça que tenha exercido, no período de 120
dias anteriores à eleição, os seguintes cargos. § 2º É obrigatória a presença de Procurador de Justiça nas
I - PGJ; sessões de julgamento dos processos da respectiva Procuradoria
II - Vice-PGJ; de Justiça.
III - Corregedor-Geral do Ministério Público, salvo hipótese de § 3º Os Procuradores de Justiça exercerão inspeção permanente
recondução; nos serviços dos Promotores de Justiça, nos autos em que
IV - Vice-Corregedor-Geral do Ministério Público; oficiem, remetendo, obrigatoriamente, relatório
V - Ouvidor-Geral do Ministério Público; circunstanciado à Corregedoria-Geral, quando encontrarem
VI - Vice-Ouvidor-Geral do Ministério Público. irregularidades.
Art. 55. O Corregedor-Geral do Ministério Público terá mandato Art. 62. Os Procuradores, integrantes das Procuradorias que
de 2 anos, permitida 1 recondução, observado o mesmo oficiem junto ao Tribunal de Justiça, reunir-se-ão, 1 vez ao
procedimento eleitoral. mês, para fixar teses jurídicas em suas respectivas áreas de
atuação, sem caráter vinculativo, inclusive para a interposição
Vacância antes do último Nova eleição de recursos aos Tribunais Superiores, encaminhando-as ao
trimestre do mandato Procurador-Geral de Justiça para conhecimento e publicidade.
Vacância no último trimestre Assumirá interinamente o Art. 63. Compete às Procuradorias de Justiça, na forma desta
do mandato cargo, o Vice-Corregedor-Geral Lei Complementar, dentre outras atribuições:
do Ministério Público e, no seu VI - distribuir os processos, eqüitativamente, mediante
eventual impedimento, o sorteio, observados para esse fim, os critérios de
Procurador de Justiça mais proporcionalidade e alternância, fixada esta, em função da
antigo natureza, volume e espécie dos feitos, nos termos de Ato
baixado pelo Órgão Especial do Colégio de Procuradores.
Art. 58. Incumbe ao Corregedor-Geral do Ministério Público,
dentre outras atribuições previstas em lei: SEÇÃO II
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I - impetrar “habeas corpus”, Mandado de Segurança e de Estado ou de Município, das suas administrações indiretas
Injunção e requerer Correição Parcial, inclusive perante os ou fundacionais ou de entidades privadas de que participem;
Tribunais estaduais; V - manifestar-se nos processos em que a sua presença seja
II - atender a qualquer do povo, adotando providências cabíveis obrigatória por lei e, ainda, sempre que cabível a intervenção,
ou prestando os esclarecimentos necessários; para assegurar o exercício das suas funções institucionais, não
III - oficiar perante a Justiça Eleitoral de primeira instância, importando a fase ou grau de jurisdição em que se encontrem os
com as atribuições previstas na Lei Orgânica Nacional do processos;
Ministério Público, além de outras estabelecidas na legislação VI - exercer a fiscalização dos estabelecimentos que abriguem
eleitoral e partidária; idosos, crianças e adolescentes, incapazes ou pessoas
IV - oficiar nas correições procedidas pelos Juízes; portadoras de deficiência, supervisionando-lhes a assistência,
V - requisitar diligências investigatórias e a instauração de pelo menos uma vez ao mês;
inquérito policial civil ou militar, quando necessário à VIII - ingressar em juízo, de ofício, para responsabilizar
propositura de ação penal pública; penalmente os gestores do dinheiro público condenados por
VI - requisitar à autoridade competente a instauração de Tribunais e diligenciar, junto ao Órgão competente, sobre a
sindicância ou procedimento administrativo cabível; inscrição na dívida ativa dos Estados ou Municípios a
VII - requisitar informações e documentos a entidades imputação de débito ou aplicação de multa;
privadas, para instruir procedimentos ou processo em que IX - interpor recursos perante os Tribunais;
oficie; X - exercer a fiscalização dos estabelecimentos penais e
IX - remeter ao Ministro da Justiça, de oficio, até 30 dias após prisionais;
o trânsito em julgado, cópia de sentença condenatória de XII - exercer o controle externo da atividade policial, por meio
estrangeiro, autor de crime doloso, bem como a folha de de medidas administrativas e judiciais, visando a assegurar a
antecedentes criminais constantes dos autos; indisponibilidade, moralidade e legalidade da persecução
criminal, bem como a prevenção ou correção de ilegalidades
SEÇÃO V penais, civis e administrativas, ou abuso de poder.
DOS ÓRGÃOS AUXILIARES
SUBSECÃO II Art. 115. O controle externo da atividade policial será
DOS ÓRGÃOS DE ASSESSORAMENTO exercido, de forma ordinária, por todos os membros do
Art. 80. São órgãos de assessoramento do Ministério Público, Ministério Público e, de forma regular, pela Promotoria
além de outros a serem definidos pelo Colégio de Procuradores, Especializada, consistindo, especialmente, em atos de:
através de Resolução: I - fiscalização das atividades de investigação da polícia civil e
I - Procuradoria Geral de Justiça; militar, em relação à averiguação de infrações penais;
II - Gabinete do Procurador-Geral de Justiça; II - realizar inspeções e diligências investigatórias, nos
III - Secretaria-Geral; procedimentos de sua competência;
IV - Assessoria do Procurador-Geral de Justiça; III - livre ingresso e realização de inspeções em todos os
V - Assessoria de Planejamento e Coordenação; estabelecimentos policiais e prisionais, civis ou militares, em
VI - Secretaria dos Órgãos Colegiados. qualquer horário;
Parágrafo único. A Ouvidoria-Geral do Ministério Público ficará IV - ter acesso a quaisquer documentos relativos à atividade
vinculada ao Gabinete do Procurador-Geral de Justiça, com as fim policial;
respectivas atribuições e investidura definidas em lei. VII - requisição de providências, inclusive instauração de
inquérito, sobre a omissão ou fato ilícito ocorrido no
TÍTULO III exercício da atividade policial, promovendo o seu
DAS ATRIBUIÇÕES DO MINISTÉRIO PÚBLICO acompanhamento;
CAPÍTULO ÚNICO IX - promoção da ação penal por abuso de poder.
DAS FUNÇÕES GERAIS E INSTITUCIONAIS DO Parágrafo único. A prisão de qualquer pessoa, por parte de
MINISTÉRIO PÚBLICO autoridade policial, deverá ser comunicada imediatamente ao
Art. 114. Além das funções previstas nas Constituições Federal e órgão competente do Ministério Público, com indicação do lugar
Estadual, na Lei Orgânica Nacional do Ministério Público e onde se encontra o preso e cópia dos documentos
noutras leis, incumbe, ainda, ao Ministério Público: comprobatórios da prisão.
I - propor ação de inconstitucionalidade de leis ou Atos
Normativos estaduais ou municipais, em face da Constituição Art. 116. No exercício das suas funções, o Ministério Público
Estadual; poderá:
II - promover a representação de inconstitucionalidade para I - instaurar inquéritos civis e outras medidas e procedimentos
efeito de intervenção do Estado nos Municípios; administrativos pertinentes e, para instruí-los:
III - promover privativamente ação penal pública; a) expedir notificações no sentido de colher depoimento ou
IV - promover o inquérito civil e a ação civil pública: esclarecimentos e, em caso de não comparecimento
a) para proteção, prevenção e reparação dos danos causados injustificado, requisitar condução coercitiva pela Polícia Civil ou
ao meio ambiente, ao consumidor, aos bens e direitos de Militar, ressalvadas as prerrogativas previstas em lei;
valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico e a b) requisitar informações, exames periciais e documentos às
outros interesses difusos, coletivos e individuais indisponíveis autoridades federais, estaduais e municipais, bem como aos
e homogêneos; Órgãos e entidades da administração direta, indireta
b) para a anulação ou declaração de nulidade de atos lesivos ou fundacional, de quaisquer dos Poderes da União, dos Estados,
ao patrimônio público ou à moralidade administrativa do do Distrito Federal e dos Municípios;
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c) promover inspeções e diligências investigatórias junto às Art. 118. Será admitida a atuação conjunta de membros do
autoridades, órgãos e entidades a que se refere a alínea anterior; Ministério Público na propositura de ações, interposição de
II - requisitar informações e documentos à entidade privada, recursos, além de outras situações em que se verificar
para instruir procedimentos ou processo em que oficie; oportunidade ou necessidade.
III - requisitar à autoridade competente a instauração de
sindicância ou procedimento administrativo cabível, LIVRO II
acompanhá-los e produzir provas; DO ESTATUTO DO MINISTÉRIO PÚBLICO
IV - requisitar diligências investigatórias e a instauração de TÍTULO I
inquérito policial, inquérito policial militar, observado o DA CARREIRA
disposto no art. 129, inciso VIII, da Constituição Federal, podendo CAPÍTULO I
acompanhá-los; DO CONCURSO DE INGRESSO
XII - ter livre acesso a qualquer local público ou privado, Art. 120. § 1º É obrigatória a abertura do concurso, quando o
respeitadas as normas constitucionais pertinentes à número de vagas atingir a 1/5 dos cargos iniciais da carreira.
inviolabilidade do domicílio; § 3º A abertura do concurso, ouvido o Órgão Especial do
XIII - fiscalizar o cumprimento de mandados de prisão e de Colégio de Procuradores, será determinada pelo Procurador-
requisições, assim como de outras medidas requeridas pelo Geral, através de edital publicado no Órgão Oficial do Estado, e
Ministério Público e deferidas pelo Poder Judiciário; em jornal de grande circulação, que contenha o prazo de
§ 1º As notificações e requisições previstas neste artigo, quando inscrição, número de vagas existentes, bem como outros
tiverem como destinatários o Governador do Estado, os requisitos previstos nesta Lei e no Regulamento do certame.
membros do Poder Legislativo, os Desembargadores e os
membros dos Tribunais de Contas serão encaminhadas pelo Art. 122. Salvo motivo justificado, a juízo do Conselho Superior
PGJ e a este, através de seu substituto legal. do Ministério Público, o prazo máximo de conclusão do
§ 3º Serão cumpridas gratuitamente as requisições feitas pelo concurso é de 1 ano, contado da publicação do edital das
Ministério Público às autoridades, órgãos e entidades da inscrições definitivas.
Administração Pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Art. 123. Observados os requisitos previstos nesta Lei, o concurso
Municípios. de ingresso na carreira do Ministério Público será, ainda,
§ 4º A falta ao trabalho, em virtude de atendimento a notificação disciplinado em Regulamento específico, aprovado pelo Órgão
ou requisição do Ministério Público não autoriza desconto de Especial do Colégio de Procuradores, que reservará às pessoas
vencimentos ou salário, considerando-se de efetivo exercício, com deficiência física o percentual de 5% das vagas ofertadas.
para todos os efeitos, mediante a devida comprovação.
§ 7º As requisições do Ministério Público, salvo disposição legal, CAPÍTULO II
serão feitas fixando-se prazo razoável para o seu DA NOMEAÇÃO E POSSE
atendimento, prorrogável mediante solicitação justificada. Art. 125. O candidato nomeado deverá apresentar, no ato da
sua posse, declaração de bens relativa aos 2 últimos
Art. 117. Cabe ao Ministério Público exercer a defesa dos exercícios fiscais, e prestar o seguinte compromisso:
direitos assegurados nas Constituições Federal e Estadual, “AO ASSUMIR O CARGO DE PROMOTOR DE JUSTIÇA DO
sempre que se cuidar de garantir-lhe o respeito: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO CEARÁ, PROMETO, PELA
I - pelos Poderes Estaduais e Municipais; MINHA DIGNIDADE E HONRA, DESEMPENHAR COM RETIDÃO,
II - pelos Órgãos da Administração Pública Estadual e AS FUNÇÕES DO CARGO E CUMPRIR A CONSTITUIÇÃO E AS
Municipal, direta ou indireta e fundacional vinculada ao Poder LEIS”.
Público;
III - pelos concessionários e permissionários do serviço público Art. 126. O candidato nomeado prestará compromisso e tomará
estadual ou municipal; posse em Sessão Solene do Órgão Especial do Colégio de
IV - por entidades que exerçam outra função delegada do Procuradores de Justiça no prazo de 30 dias, contado da
Estado ou do Município ou executem serviço de relevância publicação do ato de nomeação.
pública. § 1º Não podendo comparecer à Sessão Solene, por motivo
Parágrafo único. No exercício das atribuições a que se refere justificado, o nomeado poderá tomar posse perante o Órgão
este artigo, cabe ao Ministério Público, entre outras providências: Especial do Colégio de Procuradores, no prazo do caput.
a) receber notícias de irregularidades, petições ou reclamações de § 2º Provando o nomeado motivo justo, antes de expirar o
qualquer natureza, promover as apurações cabíveis ou que lhe prazo previsto, poderá, a seu requerimento, ser concedida
sejam próprias e dar-lhes a solução adequada; prorrogação pelo PGJ, por tempo igual ao estabelecido neste
b) zelar pela celeridade e racionalização dos procedimentos artigo (30 + 30).
administrativos; § 3º A nomeação perderá seu efeito se o nomeado não tomar
c) dar andamento, no prazo de 30 dias, às notícias de posse e entrar em exercício no prazo e forma legais.
irregularidades, petições ou reclamações referidas na alínea
“a” deste artigo; CAPÍTULO III
d) promover audiências públicas e emitir relatórios anual ou DO EXERCÍCIO
especial e recomendações dirigidas aos órgãos e entidades Art. 127. O membro do Ministério Público, salvo motivo
mencionados neste artigo, requisitando ao destinatário a sua justificado, deverá entrar em exercício no prazo de 30 dias, a
divulgação adequada e imediata, assim como resposta escrita. contar:
I - do compromisso e posse;
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II - da publicação do ato de promoção ou remoção, ou das § 5º Na primeira reunião ordinária subseqüente, o Conselho
demais formas de provimento derivado, independentemente Superior do Ministério Público, presente a totalidade dos seus
de novo compromisso. membros, decidirá sobre a impugnação, por voto de 2/3 dos
§ 1º Fica isento desta exigência: seus integrantes, em escrutínio secreto.
I - o membro do Ministério Público promovido por § 6º Da decisão contrária ao vitaliciamento caberá recurso ao
antiguidade que esteja afastado do seu cargo, cumprindo Órgão Especial do Colégio de Procuradores, na forma do seu
mandato eletivo ou exercendo cargo de confiança nas esferas Regimento Interno, no prazo de 5 dias, contados da intimação
Federal, Estadual ou Municipal, considerando-se como de pessoal do interessado.
efetivo exercício o dia da publicação do ato no órgão oficial; § 7º Da decisão favorável ao vitaliciamento, proferida em
II - o membro do Ministério Público promovido ou removido, processo de impugnação, caberá recurso do impugnante ao
que esteja afastado do exercício das funções de seu cargo Órgão Especial do Colégio de Procuradores, no mesmo prazo
em razão de licença por período superior a 30 dias, contados previsto no parágrafo anterior (prazo de 5 dias).
da publicação do ato no órgão oficial. § 8º Os recursos serão decididos no prazo máximo de 30 dias.
§ 2º A posse se completa, para todos os efeitos legais, com a § 9º Acatado o recurso do Promotor interessado, o período de
entrada em exercício. suspensão do exercício funcional ser-lhe-á devolvido para todos
os efeitos.
Art. 129. O Promotor de Justiça, promovido ou removido de
uma comarca para outra, terá direito a um período de 10 dias CAPÍTULO V
de trânsito, a partir do exercício. DAS FORMAS DE PROVIMENTO DERIVADO
SEÇÃO II
CAPÍTULO IV DA PROMOÇÃO
DO ESTÁGIO PROBATÓRIO E VITALICIAMENTO SUBSECÃO I
Art. 130. Nos 2 primeiros anos de exercício no cargo, o DISPOSIÇÕES GERAIS
Promotor de Justiça terá o seu trabalho examinado Art. 134. A promoção será voluntária e far-se-á,
pelo Conselho Superior do Ministério Público, para fins alternadamente, por antiguidade e merecimento, de uma
de vitaliciamento, mediante verificação dos seguintes para outra Entrância imediata e da mais elevada Entrância para o
requisitos; cargo de Procurador de Justiça, pressupondo, em qualquer caso,
I - idoneidade moral; manifestação antecipada do interessado.
II - disciplina; § 1º Ao membro do Ministério Público já promovido e antes
III - dedicação, equilíbrio e eficiência no trabalho; de findo o prazo para assunção do exercício do novo cargo, é
IV - pontualidade e assiduidade no exercício das suas funções; assegurada a remoção para o cargo que ocupava na comarca
V - residência na Comarca; anterior, se esta tiver sido elevada de Entrância,
VI - pontualidade na prestação de informações aos Órgãos manifestando a opção junto ao Conselho Superior do
da Administração Superior do Ministério Público; Ministério Público, no prazo de 5 dias.
VII – aptidão psicológica e ou psiquiátrica para o exercício das § 3º A elevação ou rebaixamento da Promotoria de Justiça
funções. não altera a situação funcional do seu titular, que
§ 3º Não será permitido o afastamento das funções do cargo permanecerá nas respectivas funções até ser promovido ou
de Promotor de Justiça durante o estágio probatório. removido, não lhe conferindo direito preferencial à
promoção, se não preencher os requisitos legais.
Art. 131. Até 90 dias antes da implementação do biênio do § 4º No prazo correspondente à entrada em exercício, é
estágio probatório, o Corregedor-Geral apresentará relatório facultada a renúncia à promoção, ficando o Promotor
circunstanciado ao Conselho Superior do Ministério Público, que renunciante impedido de concorrer à nova promoção, pelo
apreciará os requisitos estabelecidos nesta Lei, decidindo período de 1 ano, mantendo-se o critério de preenchimento da
fundamentadamente pela permanência ou não do Promotor de vaga recusada.
Justiça na carreira. Art. 136. A remoção, por antiguidade ou merecimento, precede
§ 1º Caberá ao Corregedor-Geral, até a implementação do ao provimento do cargo inicial e à promoção, quando o
biênio do estágio probatório, impugnar, fundamentadamente, critério for o de merecimento.
por meio de relatório circunstanciado sobre a atuação pessoal e Parágrafo único. O cargo vago, decorrente de remoção, será
funcional do Promotor de Justiça, a permanência do membro na obrigatoriamente provido por promoção, observado o mesmo
carreira. critério.
§ 2º Antes de apreciada a impugnação, o Conselho Superior
do Ministério Público ouvirá o Promotor de Justiça por um Art. 137. Não poderá concorrer à promoção por antiguidade
prazo de até 10 dias. ou merecimento, o membro do Ministério Público:
§ 3º Recebida a impugnação prevista no parágrafo anterior, o I - em disponibilidade cautelar ou decorrente de punição;
Conselho Superior do Ministério Público suspenderá o II - que tenha sofrido nos últimos 12 meses anteriores à
exercício funcional do Promotor de Justiça em estágio publicação do edital de inscrição, punição disciplinar;
probatório, até definitivo julgamento, assegurados os efeitos III - que esteja cumprindo pena decorrente de infração penal;
financeiros do cargo. IV - afastado das funções nos 2 últimos anos, salvo se, no
§ 4º Encerrada a instrução, que se fará dentro de 15 dias, o gozo de férias, licenças, em trânsito ou participando de
interessado terá vista dos autos, pelo prazo de 10 dias, para cursos, treinamentos, ou atividade assemelhada,
oferecer alegações finais, contados da sua intimação pessoal. devidamente autorizada pelo Conselho Superior do
Ministério Público, ou exercendo cargos ou funções de
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confiança do Procurador-Geral de Justiça ou na chefia da IV - a eficiência no desempenho das suas funções, verificada
Entidade de Classe; através das referências dos Procuradores de Justiça na sua
V - que retiver, injustificadamente, autos em seu poder além inspeção permanente, da publicação de trabalhos jurídicos da sua
do prazo legal, não podendo devolvê-los ao Juízo sem a autoria e das observações feitas em correições e visitas de
devida manifestação. inspeção;
Parágrafo único. O membro do Ministério Público afastado V - o número de vezes que já tenha participado de listas de
das funções, somente poderá ser promovido por antiguidade. promoção e remoção;
VI - a freqüência e o aproveitamento em cursos oficiais ou
Art. 138. O membro do Ministério Público, mesmo em estágio reconhecidos de aperfeiçoamento;
probatório, poderá ser promovido, desde que, VII - o aprimoramento da sua cultura jurídica relacionado com
expressamente, não aceitem promoção os que a sua atividade funcional;
tenham implementado os requisitos legais. VIII - a atuação em Comarca que apresente particular
dificuldade para o exercício das funções;
Art. 139. Será considerado promovido o membro do
Ministério Público que falecer no período de 30 dias SEÇÃO III
reservados ao início do exercício. DA REMOÇÃO
Art. 147. A remoção far-se-á sempre para cargo de igual
SUBSECÇÃO II entrância ou categoria, podendo ser voluntária, compulsória
DA ANTIGUIDADE ou mediante permuta.
Art. 140. A antiguidade será apurada pelo efetivo exercício na § 1º A remoção, a qualquer título, não confere direito à ajuda
entrância ou cargo. de custo.
Parágrafo único. Ocorrendo empate, a antiguidade será § 2º Poderá ocorrer remoção compulsória em situação
decidida em favor: excepcional, devidamente justificada, quando inviabilizada a
I - do mais antigo na Entrância; permanência do membro do Ministério Público no respectivo
II - do mais antigo na carreira; órgão de execução e não caracterizada a hipótese anterior.
III - do mais antigo no serviço público;
IV - do mais idoso; SUBSEÇÃO I
V - do que tiver maior número de filhos. DA REMOÇÃO VOLUNTÁRIA
Art. 148. A remoção voluntária dar-se-á por antiguidade ou
Art. 141. O membro do Ministério Público somente terá o seu merecimento, obedecido o mesmo procedimento adotado
nome recusado à promoção ou à remoção por antiguidade, quanto às promoções, segundo os mesmos critérios.
mediante deliberação fundamentada do Conselho Superior, § 1º Na hipótese deste artigo, é exigido o interstício de 1 ano
garantida ampla defesa, admitido recurso COM EFEITO de efetivo exercício na entrância ou categoria, salvo se ocorrer
DEVOLUTIVO junto ao Órgão Especial do Colégio de motivo de conveniência de serviço ou se não houver
Procuradores. interessado com o interstício fixado.
§ 2º A remoção voluntária somente se dará em hipótese de
SUBSEÇÃO III provimento de cargo inicial da carreira ou de promoção pelo
DO MERECIMENTO critério de merecimento.
Art. 142. A promoção por merecimento pressupõe 2 anos de
exercício na entrância e integrar o interessado à primeira SUBSEÇÃO II
quinta parte da lista de antiguidade, salvo se não houver, DA REMOÇÃO COMPULSÓRIA
com tais requisitos, quem aceite o cargo vago ou quando o Art. 149. A remoção compulsória somente poderá ser efetuada
número limitado de membros do Ministério Público inviabilizar a com fundamento na conveniência do serviço e será processada
formação da lista tríplice, observado o disposto nas Subseções I mediante representação do Procurador-Geral ou do
e II, desta Seção. Corregedor-Geral ao Conselho Superior do Ministério Público,
assegurada ampla defesa, na forma do seu Regimento Interno.
Art. 143. Para a promoção por merecimento, será organizada § 1º Para fins deste artigo, entende-se que ocorre conveniência
lista tríplice pelo Conselho Superior do Ministério Público, de serviço quando a permanência do membro do Ministério
resultante dos 3 nomes mais votados, observado o quorum da Público nas funções o tornar manifestamente incompatível
maioria absoluta, procedendo-se a votação tantas vezes com os interesses da Justiça e da própria Instituição.
quantas necessárias, examinando-se, prioritariamente, os nomes § 2º Poderá ocorrer remoção compulsória em situação
contidos na lista anterior. excepcional, devidamente justificada, quando inviabilizada a
permanência do membro do Ministério Público no respectivo
Art. 146. Na apuração do merecimento levar-se-á em conta a órgão de execução e não caracterizada a hipótese anterior.
atuação do membro do Ministério Público em toda a carreira,
com prevalência de critérios de ordem objetiva e para a sua SUBSEÇÃO III
aferição o Conselho Superior do Ministério Público levará em DA REMOÇÃO POR PERMUTA
conta: Art. 150. A remoção por permuta dependerá de pedido
I - a conduta do membro de Ministério Público na sua vida escrito e conjunto formulado pelos interessados, encaminhado
pública ou particular e o conceito de que goza na comarca; ao Conselho Superior do Ministério Público, e somente será
II - a produtividade e a dedicação no exercício da carreira; admitida diante de comprovação da regularidade do serviço.
III - presteza e segurança nas suas manifestações processuais;
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§ 1º Na remoção por permuta será exigido o interstício de 1 ano VI - exercício de atividades em organismos estatais afetos à
de efetivo exercício na entrância ou Promotoria pelos seus área de atuação do Ministério Público, em cargos de confiança e
pretendentes. funções na sua administração e nos seus órgãos auxiliares;
§ 2º A renovação da remoção por permuta somente será VII – convocação para o serviço militar e outros obrigatórios
permitida após o decurso de 2 (dois) anos. por Lei;
ue teria direito, acaso efetivada a reintegração. VIII - exercício de mandato eletivo, federal, estadual ou
municipal, EXCETO PARA PROMOÇÃO POR MERECIMENTO;
CAPÍTULO VII IX - disposição a outros órgãos, observados o art. 29 § 3º do
DA PERDA DO CARGO, DA CASSAÇÃO DE APOSENTADORIA E Ato das Disposições Transitórias da Constituição Federal, EXCETO
DE DISPONIBILIDADE PARA PROMOÇÃO POR MERECIMENTO;
SEÇÃO I X - afastamento cautelar em hipótese de procedimento
DA PERDA DO CARGO E DA CASSAÇÃO DE APOSENTADORIA administrativo ou judicial em que seja absolvido;
E DE DISPONIBILIDADE XI - atividades junto ao Ministério Público Eleitoral;
Art. 167. O membro vitalício do Ministério Público somente XII - outras hipóteses previstas em lei.
perderá o cargo ou terá cassada a aposentadoria ou a § 1º O período de licença particular de que cuida o art. 192, inciso
disponibilidade, por sentença judicial transitada em julgado, V será considerado apenas para efeito de promoção.
proferida em ação civil própria, nos seguintes casos: § 2º Computar-se-á, para efeito de aposentadoria, desde que
I - prática de crime doloso, incompatível com o exercício do tenha ocorrido contribuição ao Regime Geral de
cargo; Previdência Social,e para efeito de disponibilidade, o tempo
II - exercício da advocacia, salvo se aposentado há mais de 3 de exercício efetivo da advocacia, até o máximo de 15 anos,
anos; na forma da Constituição Federal.
III - abandono de cargo por prazo superior a 30 dias corridos
ou 60 dias intercalados, nos últimos 12 meses. TÍTULO II
DAS SUBSTITUIÇÕES
Art. 168. O PGJ, autorizado pela maioria absoluta dos Art. 176. Os membros do Ministério Público serão substituídos:
membros do Colégio de Procuradores, proporá a ação civil I - uns pelos outros, automaticamente, conforme escala elaborada
referida no artigo anterior, perante o Tribunal de Justiça do pelo Procurador-Geral de Justiça e homologada pelo Órgão
Estado do Ceará, assegurada ampla defesa. Especial do Colégio de Procuradores de Justiça;
Parágrafo único. No curso da ação, o Colégio de Procuradores II - por Promotor de Justiça de igual Entrância ou imediatamente
poderá determinar por voto de 2/3 dos seus integrantes, o inferior, mediante convocação regular;
afastamento cautelar de membro do Ministério Público que III - por Promotor de Justiça, designado pelo Procurador-Geral de
esteja sub judice, sem prejuízo dos seus vencimentos e Justiça para exercício cumulativo de atribuições, quando a
vantagens. substituição não puder ser feita de outra forma.
Art. 169. O membro do Ministério Público em estágio Art. 177. O Procurador de Justiça afastado das funções por mais
probatório estará sujeito à perda do cargo nas mesmas de 30 dias será substituído, mediante convocação, por
hipóteses do art. 167, imposta em razão de processo Promotor de Justiça da mais elevada Entrância, que atuará na
administrativo no qual lhe será assegurada ampla defesa. plenitude das funções do cargo.
Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, o Colégio de Parágrafo único. A convocação será feita pelo Procurador-
Procuradores, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, Geral de Justiça, após indicação do Conselho Superior do
poderá determinar a suspensão do exercício funcional Ministério Público, observando-se a lista de antiguidade.
durante o curso do processo administrativo, até definitivo
julgamento, sem prejuízo do respectivo subsídio. TÍTULO III
DOS DIREITOS, GARANTIAS E PRERROGATIVAS ESPECÍFICAS
CAPÍTULO IX DO MINISTÉRIO PÚBLICO
DO TEMPO DE SERVIÇO CAPÍTULO I
Art. 175. Será considerado de efetivo exercício, computando- DOS DIREITOS
se integralmente para todos os efeitos, os dias em que o SEÇÃO I
membro do Ministério Público estiver afastado das suas funções DA REMUNERAÇÃO
em razão de: Art. 178. Os membros do Ministério Público serão remunerados
I - férias; por subsídios fixados em parcela única, obedecidas, em qualquer
II - cursos ou seminários de aperfeiçoamento e estudos, no caso, as disposições constitucionais.
País ou no Exterior, com duração máxima de 2 anos e mediante
prévia autorização do Conselho Superior do Ministério Público; Art. 179. O subsídio dos Procuradores de Justiça, para efeito do
III - disponibilidade remunerada, EXCETO PARA PROMOÇÃO, disposto no § 1º, do art. 39, da Constituição Federal, guardará
em caso de afastamento decorrente de punição; equivalência com o subsídio dos Desembargadores do
IV - designação do PGJ para: Tribunal de Justiça do Ceará.
a) realização de atividades de relevância para a instituição;
b) direção de Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Art. 180. Os subsídios dos membros do Ministério Público serão
Funcional; fixados com diferença de 5% de uma Entrância para outra,
V - exercício de cargo ou função de direção de entidade de atribuindo-se aos Promotores de Justiça de Entrância Final
classe ministerial; 95% dos subsídios dos Procuradores de Justiça.
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IV - exercer cargo de Presidente de entidade classista Art. 209. Os membros do Ministério Público terão carteira
ministerial local ou nacional. funcional, com validade em todo o território nacional, como
§ 1º Os afastamentos somente ocorrerão com a expedição de ato cédula de identidade e porte permanente de arma,
do Procurador-Geral, após prévia deliberação do Conselho independentemente de qualquer ato formal de licença ou
Superior do Ministério Público. autorização.
§ 2º Os afastamentos dar-se-ão sem prejuízo do subsídio, salvo
no caso dos incisos I (exercer cargo eletivo, nos termos da Art. 210. Constituem PRERROGATIVAS de membro do
legislação pertinente) e II (exercer outro cargo, emprego ou Ministério Público, além de outras asseguradas pela Constituição
função de nível equivalente ou superior, observado o art. 29, § 3º, e por outras leis:
do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da I - ser ouvido, COMO TESTEMUNHA OU OFENDIDO, em
Constituição Federal), quando o membro do Ministério Público qualquer processo ou inquérito, em dia, hora e local
optar pela remuneração do cargo, emprego ou função que venha previamente ajustados com o Juiz ou a autoridade
a exercer. competente;
§ 3º O período de afastamento será considerado de efetivo III - ser preso somente por ordem escrita e fundamentada do
exercício para todos os efeitos legais, exceto para remoção ou Tribunal competente, salvo em flagrante por crime
promoção por merecimento, nos casos dos incisos I (exercer inafiançável, caso em que a autoridade, sob pena de
cargo eletivo, nos termos da legislação pertinente) e II (exercer responsabilidade, fará, de imediato, a comunicação e a
outro cargo, emprego ou função de nível equivalente ou superior, apresentação do membro do Ministério Público ao Procurador-
observado o art. 29, § 3º, do Ato das Disposições Constitucionais Geral de Justiça;
Transitórias da Constituição Federal) deste artigo. IV - ser custodiado ou recolhido à prisão domiciliar ou à sala
§ 4º O afastamento na hipótese do inciso I (exercer cargo eletivo, especial do Estado Maior, por ordem e à disposição do Tribunal
nos termos da legislação pertinente), dar-se-á na forma do art. 38 competente, quando sujeito à prisão antes do julgamento final e,
da Constituição Federal. em dependência separada, no estabelecimento em que houver de
§ 5º O afastamento na hipótese do inciso II (exercer outro cargo, cumprir pena;
emprego ou função de nível equivalente ou superior, observado o IX - tomar assento contíguo à direita e no mesmo plano, dos
art. 29, § 3º, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias Juízes de Primeira Instância ou do Presidente do Tribunal, Seção,
da Constituição Federal) dar-se á com prejuízo do subsídio, Grupo, Câmara ou Turma, perante quem oficie;
podendo o membro do Ministério Público optar por sua XI - receber intimação pessoal em qualquer processo e grau
percepção. de jurisdição, através dos autos com vista;
XII - examinar em qualquer Juízo ou Tribunal, autos de processos
Art. 205. Ao membro do Ministério Público que se afastar de findos ou em andamento, ainda que conclusos a Magistrado,
suas funções para o fim previsto no artigo anterior (freqüentar podendo copiar peças e tomar apontamentos, sendo inviolável
curso, seminário, congresso ou similar, fora do Estado ou no pelas opiniões que externar ou pelo teor das suas
exterior), não será concedida exoneração ou licença para tratar manifestações processuais ou procedimentais, nos limites da
de interesse particular antes de decorrido período igual ao de sua independência funcional;
afastamento, ressalvada a hipótese de ressarcimento do que XIII - examinar, em qualquer repartição policial, autos de
houver recebido a título de subsídios em virtude do afastamento. flagrante ou inquérito, findos ou em andamento, ainda que
Parágrafo único. Excetua-se da previsão do caput o membro do conclusos à autoridade policial, podendo copiar peças e tomar
Ministério Público que se exonerar para os fins previstos no art. apontamentos;
94 da Constituição Federal. XIV - ter acesso a qualquer indiciado preso e a qualquer
tempo;
CAPÍTULO IV XVIII - NÃO SER INDICIADO em inquérito policial, observado o
DAS GARANTIAS E PRERROGATIVAS disposto neste Capítulo.
Art. 206. Os membros do Ministério Público sujeitam-se a Art. 211. Nenhum membro do Ministério Público poderá ser
regime jurídico especial, gozam de independência no exercício afastado do desempenho das suas atribuições ou
das suas funções e têm as seguintes garantias: procedimentos em que oficie ou deva oficiar, exceto por
I - vitaliciedade, após 2 anos de exercício, não podendo impedimento ou por motivo de interesse público, observado o
perder o cargo senão por decisão judicial transitada em disposto nesta Lei.
julgado; § 1º No caso de afastamento por motivo de interesse público,
II - inamovibilidade no cargo ou nas funções, salvo por motivo a designação do PGJ deverá recair em membro do Ministério
de interesse público, mediante decisão do Conselho Superior do Público que tenha as mesmas atribuições do afastado.
Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta de seus
membros, assegurada ampla defesa; TÍTULO IV
III - irredutibilidade de subsídios, observado, quanto à DO REGIME DISCIPLINAR
remuneração, o disposto na Constituição Federal. CAPÍTULO I
DOS DEVERES - DAS VEDAÇÕES - DOS IMPEDIMENTOS – DA
Art. 207. Os membros do Ministério Público, ainda que ÉTICA
afastados das funções, nas infrações penais comuns e de SEÇÃO I
responsabilidade, serão processados e julgados DOS DEVERES
originariamente pelo Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, Art. 212. São DEVERES FUNCIONAIS dos membros do
ressalvada a competência da Justiça Eleitoral. Ministério Público, além de outros previstos na Constituição e nas
leis:
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§ 1º A citação proceder-se-á por edital, com prazo de 10 dias, Parágrafo único. Não será admitida reiteração do pedido pelo
no Órgão Oficial ou por meio de diário eletrônico, se o acusado mesmo fundamento.
estiver em lugar incerto e não sabido.
§ 5º Na defesa prévia, poderá o acusado requerer a produção SEÇÃO VI
de provas orais, documentais e periciais, inclusive pedir a DOS RECURSOS
repetição daquelas já produzidas na sindicância. Art. 272. Das decisões, condenatórias ou absolutórias, caberá
§ 6º É ADMISSÍVEL A PROVA EMPRESTADA, de qualquer recurso, no prazo de 10 dias, contados da intimação pessoal ou
natureza, produzida em processo administrativo ou judicial, editalícia do membro do Ministério Público, com efeito
inclusive sigilosa. suspensivo, ao Órgão Especial do Colégio de Procuradores, que
§ 8º A prova sigilosa, inclusive a emprestada, deverá ser não poderá agravar a pena imposta.
autuada em autos apartados, com acesso restrito ao sindicado, Parágrafo único. O recurso terá efeito meramente devolutivo,
ao seu defensor ou a representante de sua associação de classe, nas hipóteses de:
se autorizado. a) suspensão cautelar decorrente de instauração de processo
administrativo ou ação civil;
Art. 264. Havendo mais de um acusado, os prazos para defesa b) afastamento cautelar decorrente de instauração de
serão comuns. sindicância ou inquérito administrativo.
Art. 266. Decorrido o prazo para razões finais, a Comissão Art. 273. O recurso será interposto pelo interessado ou seu
remeterá o processo, dentro do prazo de 10 dias, ao Conselho defensor, no prazo de 10 dias contados da intimação pessoal da
Superior do Ministério Público, instruído com o relatório decisão, encaminhado ao Órgão recorrido:
conclusivo dos seus trabalhos, propondo a aplicação de I - através da Secretaria Geral da Procuradoria Geral de Justiça,
sanção cabível ao imputado ou sugestão de arquivamento. quando a inconformação decorrer de ato do Procurador-Geral ou
do Corregedor-Geral;
Art. 267. O Conselho Superior, apreciando o processo II - através da Secretaria dos Órgãos Colegiados quando versar
administrativo, poderá adotar uma das seguintes providências: sobre decisão do Conselho Superior do Ministério Público.
I – determinar a realização de novas diligências; Parágrafo único. A petição recursal será acompanhada das
II – deliberar pela aplicação da sanção disciplinar cabível, razões de sustentação.
dando-se ciência ao Procurador-Geral de Justiça para fins de
cumprimento da decisão; Art. 274. Os recursos serão encaminhados ao Órgão Especial
III – deliberar pelo arquivamento dos autos, encaminhando-os à do Colégio de Procuradores, que procederá nos termos desta Lei
Corregedoria-Geral para arquivamento; e do respectivo Regimento Interno, observado o sigilo, o
IV - deliberar pela demissão de Promotor de Justiça em estágio contraditório e a ampla defesa, intimando-se pessoalmente o
probatório, dando-se ciência ao Procurador-Geral de Justiça para interessado das decisões proferidas.
fins de cumprimento da decisão; Parágrafo único. Os recursos deverão ser apreciados no prazo
V – deliberar sobre o ajuizamento de ação civil para: de 30 dias, prorrogável por igual período, se houver justo
a) demissão de membro vitalício; motivo.
b) cassação de aposentadoria ou de disponibilidade.
§ 1º Não participará da deliberação do Conselho Superior,
quem haja, de qualquer forma, participado da Sindicância ou
do Processo Administrativo Disciplinar.
§ 2º Em caso de empate na deliberação do colegiado, o
Presidente do órgão proferirá o voto decisivo.
SEÇÃO V
DA REVISÃO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO
Art. 268. Admitir-se-á, a qualquer tempo, a revisão de
processo disciplinar de que tenha resultado imposição de pena,
que possam justificar, respectivamente, nova decisão ou anulação,
perante o Órgão Especial do Colégio de Procuradores nas
seguintes hipóteses: :
I - quando se aduzam fatos ou circunstâncias não
apreciadas, suscetíveis de provar inocência ou de justificar a
imposição de sanção mais branda;
II - quando a condenação fundar-se em prova falsa;
III - quando constatados vícios insanáveis no procedimento.
Parágrafo único. A revisão NÃO COMPORTA MERO REEXAME
DE PROVAS.