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RESUMO DE AULA

Turma/Turno: DPF – Preparação Final / Manhã

Data: 05/07/2012

Disciplina: Direito Administrativo

Professor: André Uchoa

Assunto e nº da aula: Ato administrativo – Aula 2

Agência Reguladora

Características deste regime autárquico especial:

Capacidade “quase legislativa” – processo de deslegalização, deslegiferação, é a


possibilidade da agência reguladora legislar, inovar no ordenamento jurídico. É
capacidade de inovação dentro do aspecto técnico por meio de resolução desde que
não fira matéria de reserva legal absoluta ou matéria política.

Capacidade “quase jurisdicional” – Dirimir conflitos por meio de análise


administrativa. Faz coisa julgada administrativa, mas o judiciário pode reexaminar
essas decisões, art. 5º XXXV CF/88.

Recurso hierárquico impróprio – Por conta de relação de vinculação, caberia ou não


recurso das decisões tomadas pelas mais altas autoridades no âmbito da
administração pública indireta ao ministério supervisor? Entretanto, o titular do
órgão ministerial não está autorizado a analisar o mérito, apenas a legalidade.

Cabe observar que a lei de processo administrativo federal não faz alusão expressa
a este recurso, é uma construção doutrinária. Contudo a lei 5427/09 (RJ) faz
previsão expressa a este recurso hierárquico impróprio.

1ª corrente – majoritária na doutrina, não há cabimento de recurso hierárquico


impróprio, pois as agências reguladoras são entidades técnicas; e o ministério,
político.
2ª corrente – parecer da AGU admite recurso hierárquico impróprio com fundamento
no art. 84,II CF/88, pois se o presidente da república exerce a direção superior,
assim poderia reexaminar qualquer ato. (subsiste com muitas críticas)

3ª corrente – Marcos Vieira Souto diz que caberia recurso hierárquico impróprio se a
análise fosse apenas administrativa, legalidade; jamais do mérito.

Não cabe recurso hierárquico próprio em face de decisão de agência reguladora

O judiciário pode rever qualquer ato, inclusive os técnicos. O judiciário poderá,


também, analisar o mérito se houver ausência de razoabilidade no ato.

Autonomia financeira art. 47e 49 Lei 9472/97 (ANATEL)

Os recursos das agências reguladoras vêm previstos na legislação


orçamentária

Instituir taxas de regulação – pelo exercício do poder de polícia ou pela


prestação de serviço público indivisível. Quando a fiscalização for oriunda do poder
de polícia e não houver contrato específico, a taxa terá natureza tributária. Ao passo
que numa situação de agência reguladora de vínculo específico delegando serviço
público por meio de concessão, esta taxa terá natureza de preço contratual, não
será tributo.

Estatais

Empresas Públicas e Sociedade de economia mista

1ª fase - Lei autoriza sua criação. É chamada de lei de efeitos concretos (ato
material), por ter conteúdo concreto, não sendo considerada, pelo supremo, ato
normativo, pois falta-lhe abstratividade característica de lei. Sendo assim, o STF não
admite controle de constitucionalidade. Entretanto, na apreciação da LDO, o STF
mitigou este entendimento.

2ª fase – decreto do presidente da república

3ª fase – registro , aquisição da personalidade jurídica. Art. 45 CC/2002

Art. 37, XX CF/88 - haverá necessidade de autorização legislativa para criação de


subsidiária. No entanto, a lei 9478/97 ANP – autoriza, de modo genérico, que
Petrobrás crie suas subsidiárias .

Imperativo de segurança nacional e relevante interesse coletivo são os


pressupostos para que o Estado atue na atividade econômica (Petrobrás, BB, Caixa
econômica.)

A estatal pode ser prestadora de serviço público ou exploradora da atividade


econômica.
Correios, serviço postal, é exemplo de estatal, empresa pública prestadora de
serviço público.

4 - Prerrogativa - Imunidade tributária recíproca, art. 150 CF/88. O art. 173, §2º diz
que as empresas públicas e prestadoras de serviço público não gozarão de
privilégios fiscais não extensíveis às demais do mercado privado. O INF 502 e INF
524 tratam de imunidade do IPVA aos veículos dos correios e imunidade do ISS na
INFRAERO, tendo em vista que os mesmo eram prestadores de serviço público
exercendo atividade exclusiva (monopólio). A prerrogativa processual de prazos
mais dilatados também não se aplicam as Estatais.

Os bens das estatais são privados, portanto não gozam das prerrogativas de
inalienabilidade, imprescritibilidade e impenhorabilidade características dos bens
públicos. Entretanto, no caso dos correios que uma prestadora de serviço público
com monopólio da atividade. Os correios terá seus imóveis afetados ao serviço
público pelo princípio da continuidade do serviço público.

Segundo a interpretação conforme a constituição, salvarguardando o presunção de


constitucionalidade da norma, a lei de falência não se aplica às empresas públicas e
às sociedades de economia mista quando prestadoras de serviço público, pelo
princípio da continuidade do serviço.

5 – Regime jurídico de pessoal

As estatais se submetem ao mesmo regime jurídico das pessoas jurídicas de direito


privado. Com as mesmas obrigações trabalhistas (CLT), cíveis, tributárias.

Concurso público, como regra, é obrigatório para cargo ou emprego. Há uma


exceção, em que não há cargo e não há emprego, mas haverá o desempenho de
uma função publica. É o caso dos notários art. 236, §3º CF/88 com provas e
títulos.

Os empregados das estatais não gozam de estabilidade, mas sua dispensa tem de
ser motivada para não lesar o critério da impessoalidade.. No TST há entendimento
que esta dispensa poder ser imotivada, todavia esta posição não prevalece no STF
sequer na doutrina.

O art. 1º, pú, lei 8666/93 – Quem deve licitar?

Órgãos da administração direta, fundos especiais (recursos públicos destinados a


atividade específica), mas em tese, só as estatais prestadoras de serviço público é
que deveriam licitar com base na Lei 8666/93. As estatais econômicas, por
concorrerem com o mercado privado necessitam de um mecanismo mais célere art.
173, §1º, III CF

Ausência de subordinação hierárquica

Independência administrativa

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