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Última atualização jurisprudencial: 30/05/2020 - Info 741 (art. 54); Súmula 633-STJ (art. 54); Info 956
(art. 54); Info 959 (art. 54)
2) Siglas utilizadas:
MP (concursos do Ministério Público); M ou TJPR (concursos da Magistratura); BL (base
legal, etc.
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1o Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da
Administração Federal direta e indireta [obs.: Autarquia, Fundação Pública, Empresa Pública,
Sociedade de Economia Mista], visando, em especial, à proteção dos direitos dos administrados e ao
melhor cumprimento dos fins da Administração. (TJMS-2012)
##Atenção: Conforme Maria Sylvia Zannela Di Pietro: “Ao contrário do Direito Penal, em que a
tipicidade é um dos princípios fundamentais, decorrente do postulado segundo o qual não há crime sem lei
que o preveja, no Direito Administrativo prevalece a atipicidade; são muito poucas as infrações descritas na
lei, como ocorre com o abandono de cargo. A maior parte delas fica sujeita à discricionariedade
administrativa diante de cada caso concreto; é a autoridade julgadora que vai enquadrar o ilícito como ‘falta
grave’, ‘procedimento irregular’, ‘ineficiência no serviço’, ‘incontinência pública’, ou outras infrações
previstas de modo indefinido na legislação estatutária. Para esse fim, deve ser levada em consideração a
gravidade do ilícito e as conseqüências para o serviço público."
§ 1o Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da
União, quando no desempenho de função administrativa. (TJMS-2012)
(TJSC-2010): Além dos princípios gerais do processo judicial, o processo administrativo possui
princípios típicos e próprios. BL: art. 2º da Lei 9784.
VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão; (TRF1-2015)
VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados;
(TJAP-2014)
IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e
respeito aos direitos dos administrados; (TJRJ-2013) (MPMG-2013) (TJAP-2014)
CAPÍTULO II
DOS DIREITOS DOS ADMINISTRADOS
I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão facilitar o exercício de
seus direitos e o cumprimento de suas obrigações;
1
Art. 24. A revisão, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, quanto à validade de ato,
contrato, ajuste, processo ou norma administrativa cuja produção já se houver completado levará em conta
as orientações gerais da época, sendo vedado que, com base em mudança posterior de orientação geral,
se declarem inválidas situações plenamente constituídas. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) Parágrafo
único. Consideram-se orientações gerais as interpretações e especificações contidas em atos públicos de
caráter geral ou em jurisprudência judicial ou administrativa majoritária, e ainda as adotadas por prática
administrativa reiterada e de amplo conhecimento público. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
II - ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de
interessado, TER vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as decisões
proferidas; (TJAP-2014)
III - formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de
consideração pelo órgão competente; (TJPB-2015)
CAPÍTULO III
DOS DEVERES DO ADMINISTRADO
Art. 4o São deveres do administrado perante a Administração, sem prejuízo de outros previstos
em ato normativo:
IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o esclarecimento dos fatos.
CAPÍTULO IV
DO INÍCIO DO PROCESSO
I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de direitos ou interesses individuais
ou no exercício do direito de representação; (MPCE-2011)
II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses que possam ser
afetados pela decisão a ser adotada;
Art. 10. São capazes, para fins de processo administrativo, os maiores de dezoito anos,
ressalvada previsão especial em ato normativo próprio. (TJDFT-2014)
CAPÍTULO VI
DA COMPETÊNCIA
(TJRS-2012): A competência para a prática de atos administrativos pode ser objeto de delegação,
desde que não se trate de competência atribuída a determinado órgão ou agente de modo
exclusivo. BL: art. 11 c/c art. 13, III da Lei.
OBS: "Observe-se, todavia, que o ato de delegação não retira a competência da autoridade
delegante, que continua competente cumulativamente com a autoridade delegada, conforme bem
assinala MARCELO CAETANO." (Fonte: Carvalho Filho).
Art. 13. NÃO PODEM SER objeto DE DELEGAÇÃO: [DICA: CE-NO-RA] [obs.: Atos
indelegáveis] (MPSP-2017)
(TJCE-2018-CESPE): À luz da Lei 9.784/99, assinale a opção correta com relação à competência
administrativa e à relação hierárquica existente no âmbito da administração pública: A delegação
de competência de órgãos colegiados é possível, desde que não se trate de matéria de competência
exclusiva, de decisão de recursos administrativos ou de edição de atos de caráter normativo. BL:
art. 13, Lei 9784.
(MPPR-2017): Segundo a Lei nº 9.784/99 (Lei do Processo Administrativo), não pode ser objeto de
delegação a edição de atos de caráter normativo, as decisões de recurso administrativo e os atos de
competência exclusiva. BL: art. 13, Lei 9784.
(TJAM-2016-CESPE): Conforme a Lei n.º 9.784/99, que trata dos atos administrativos, são
indelegáveis a edição de atos normativos e as matérias de competência exclusiva do órgão. BL: art.
13, Lei 9784.
Art. 14. O ATO DE DELEGAÇÃO e SUA REVOGAÇÃO DEVERÃO SER publicados no meio
oficial. (TJPI-2012) (TJPR-2017) (MPPR-2017) (TJCE-2018)
Art. 15. SERÁ PERMITIDA, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente
justificados, a AVOCAÇÃO TEMPORÁRIA DE COMPETÊNCIA ATRIBUÍDA a órgão
hierarquicamente inferior. (TJDFT-2014) (TRF1-2015) (MPSP-2017) (TJCE-2012/2018) (TJSP-2018)
(Anal. Judic./STJ-2018-CESPE): No que se refere aos poderes administrativos, julgue o item que
se segue: A legislação autoriza a avocação de competência atribuída a órgão hierarquicamente
inferior, desde que tal avocação seja excepcional, temporária e esteja fundada em motivos
relevantes devidamente justificados. BL: art. 15, Lei 9784.
2) DELEGAÇÃO:
- não precisa haver hierarquia/subordinação;
- pode delegar para órgãos inferiores ou não.
- Atos indelegáveis: [Macete: CE.NO.RA]
De Competência Exclusiva
Atos normativos
Decisão de recursos Administrativos
##Atenção: A avocação somente poderá ser realizada dentro de uma mesma linha hierárquica,
situação denominada pela doutrina como avocação vertical, pois no direito brasileiro não existe a
avocação horizontal, aquela realizada entre órgãos ou agentes que não possuem subordinação
hierárquica.
Art. 16. Os órgãos e entidades administrativas divulgarão publicamente os locais das respectivas
sedes e, quando conveniente, a unidade fundacional competente em matéria de interesse especial.
CAPÍTULO VII
DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO
Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer em impedimento DEVE COMUNICAR o fato à
autoridade competente, abstendo-se de atuar. (TJCE-2012)
Parágrafo único. A omissão do dever de comunicar o impedimento constitui falta grave, para
efeitos disciplinares. (TJCE-2012)
Art. 20. PODE SER ARGUIDA a SUSPEIÇÃO de autoridade ou servidor que TENHA
amizade íntima ou inimizade notória com algum dos interessados ou com os respectivos cônjuges,
companheiros, parentes e afins até o terceiro grau. (MPSE-2010)
Art. 21. O indeferimento de alegação de suspeição poderá ser objeto de recurso, sem efeito
suspensivo. (TJDFT-2012) (TJPB-2015)
CAPÍTULO VIII
DA FORMA, TEMPO E LUGAR DOS ATOS DO PROCESSO
Art. 22. Os atos do processo administrativo NÃO DEPENDEM de forma determinada senão
quando a lei expressamente a exigir [obs.: princípio do formalismo moderado]. (TJAC-2012)
(DPESP-2013) (TJAP-2014) (TJPE-2015) (TJDFT-2015)
(TJCE-2018-CESPE): Com relação aos princípios que regem os processos administrativos, assinale
a opção correta: Conforme o princípio do formalismo moderado, os atos do processo
administrativo não dependem de forma determinada, salvo por exigência legal. BL: art. 22, Lei
9784/99.
§ 1o Os atos do processo devem ser produzidos por escrito, em vernáculo, com a data e o local de
sua realização e a assinatura da autoridade responsável.
§ 2o Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma somente será exigido quando houver
dúvida de autenticidade.
Art. 23. Os atos do processo devem realizar-se em dias úteis, no horário normal de
funcionamento da repartição na qual tramitar o processo.
Parágrafo único. Serão concluídos depois do horário normal os atos já iniciados, cujo adiamento
prejudique o curso regular do procedimento ou cause dano ao interessado ou à Administração.
Art. 24. Inexistindo disposição específica, os atos do órgão ou autoridade responsável pelo
processo e dos administrados que dele participem devem ser praticados no prazo de cinco dias,
salvo motivo de força maior.
Parágrafo único. O prazo previsto neste artigo pode ser dilatado até o dobro, mediante
comprovada justificação.
CAPÍTULO IX
DA COMUNICAÇÃO DOS ATOS
Art. 26. O órgão competente perante o qual tramita o processo administrativo determinará a
intimação do interessado para ciência de decisão ou a efetivação de diligências.
II - finalidade da intimação;
§ 3o A intimação pode ser efetuada por ciência no processo, por via postal com aviso de
recebimento, por telegrama ou outro meio que assegure a certeza da ciência do interessado.
§ 5o As intimações serão nulas quando feitas sem observância das prescrições legais, mas o
comparecimento do administrado supre sua falta ou irregularidade. (STM-2013)
Art. 28. DEVEM SER OBJETO DE INTIMAÇÃO os atos do processo que RESULTEM para o
interessado em imposição de deveres, ônus, sanções ou restrição ao exercício de direitos e
atividades e os atos de outra natureza, de seu interesse. (TJPI-2012)
CAPÍTULO X
DA INSTRUÇÃO
§ 1o O órgão competente para a instrução fará constar dos autos os dados necessários à decisão
do processo.
§ 2o Os atos de instrução que exijam a atuação dos interessados devem realizar-se do modo
menos oneroso para estes.
Art. 30. SÃO INADMISSÍVEIS no processo administrativo as provas obtidas POR MEIOS
ILÍCITOS. (TJCE-2018)
##Atenção: ##DICA:
Art. 31: inTeresse geral --> consulTa pública
Art. 32: relevâNCIA da questão --> audiêNCIA pública
Art. 33. Os órgãos e entidades administrativas, em matéria relevante, poderão estabelecer outros
meios de participação de administrados, diretamente ou por meio de organizações e associações
legalmente reconhecidas.
Art. 35. Quando necessária à instrução do processo, a audiência de outros órgãos ou entidades
administrativas poderá ser realizada em reunião conjunta, com a participação de titulares ou
representantes dos órgãos competentes, lavrando-se a respectiva ata, a ser juntada aos autos.
Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever
atribuído ao órgão competente para a instrução e do disposto no art. 37 desta Lei.
Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e dados estão registrados em documentos
existentes na própria Administração responsável pelo processo ou em outro órgão administrativo, o
órgão competente para a instrução PROVERÁ, de ofício, à obtenção dos documentos ou das
respectivas cópias. (TJBA-2012)
Art. 38. O interessado poderá, na fase instrutória e antes da tomada da decisão, juntar
documentos e pareceres, requerer diligências e perícias, bem como aduzir alegações referentes à
matéria objeto do processo.
§ 2o Somente poderão ser recusadas, mediante decisão fundamentada, as provas propostas pelos
interessados quando sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias. (TJCE-2018)
Art. 39. Quando for necessária a prestação de informações ou a apresentação de provas pelos
interessados ou terceiros, serão expedidas intimações para esse fim, mencionando-se data, prazo,
forma e condições de atendimento.
Parágrafo único. Não sendo atendida a intimação, poderá o órgão competente, se entender
relevante a matéria, suprir de ofício a omissão, não se eximindo de proferir a decisão.
Art. 40. Quando dados, atuações ou documentos solicitados ao interessado forem necessários à
apreciação de pedido formulado, o não atendimento no prazo fixado pela Administração para a
respectiva apresentação implicará arquivamento do processo.
Art. 41. Os interessados serão intimados de prova ou diligência ordenada, com antecedência
mínima de três dias úteis, mencionando-se data, hora e local de realização.
Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um órgão consultivo, o parecer deverá ser
emitido no prazo máximo de quinze dias, salvo norma especial ou comprovada necessidade de
maior prazo.
##Atenção: A questão está certa, já que não especifica qual o tipo de parecer. Apenas se ele fosse
obrigatório e vinculante é que o processo não poderia ter prosseguimento.
##Atenção:
- Parecer obrigatório e vinculante → a autoridade não pode contrariar o parecer. O
processo tem que parar esperando o parecer obrigatório vinculante.
- Parecer obrigatório e não vinculante → a autoridade pode contrariar o parecer. O
processo tem que parar por 15 dias e esperar o parecer obrigatório não vinculante, se
passado o tempo e não for apresentado o processo segue inclusive com decisão final.
Art. 43. Quando por disposição de ato normativo devam ser previamente obtidos laudos
técnicos de órgãos administrativos e estes não cumprirem o encargo no prazo assinalado, o órgão
responsável pela instrução deverá solicitar laudo técnico de outro órgão dotado de qualificação e
capacidade técnica equivalentes.
Art. 46. Os interessados têm direito à vista do processo e a obter certidões ou cópias
reprográficas dos dados e documentos que o integram, ressalvados os dados e documentos de
terceiros protegidos por sigilo ou pelo direito à privacidade, à honra e à imagem.
Art. 47. O órgão de instrução que não for competente para emitir a decisão final elaborará
relatório indicando o pedido inicial, o conteúdo das fases do procedimento e formulará proposta de
decisão, objetivamente justificada, encaminhando o processo à autoridade competente. (TJPE-2015)
CAPÍTULO XI
DO DEVER DE DECIDIR
CAPÍTULO XII
DA MOTIVAÇÃO
Art. 50. Os atos administrativos DEVERÃO SER MOTIVADOS, com indicação dos fatos e
dos fundamentos jurídicos, quando: (TJPE-2011) (TJPI-2012) (TJPA-2012)
(MPRO-2008-CESPE): Maria, servidora pública federal, requereu a sua aposentadoria, que foi
inicialmente deferida pelo órgão de origem, após emissão de dois pareceres da respectiva
consultoria jurídica, um negando e outro concedendo a aposentadoria. Seis anos depois, o TCU
negou esse registro, determinando ainda o imediato retorno de Maria ao serviço público e a
restituição das quantias recebidas a título de aposentadoria. Considerando a situação hipotética
apresentada no texto, assinale a opção correta acerca dos atos administrativos e dos princípios de
direito administrativo. O ato inicial de concessão de aposentadoria não será considerado ilegal,
por falta de motivação, se apenas fizer referência a anterior parecer jurídico que fundamente esse
entendimento. BL: art. 50, §1º da Lei 9784/99.
§ 2o Na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode ser utilizado meio mecânico que
reproduza os fundamentos das decisões, desde que não prejudique direito ou garantia dos
interessados.
CAPÍTULO XIII
DA DESISTÊNCIA E OUTROS CASOS DE EXTINÇÃO DO PROCESSO
Art. 52. O órgão competente poderá declarar extinto o processo quando exaurida sua finalidade
ou o objeto da decisão se tornar impossível, inútil ou prejudicado por fato superveniente.
CAPÍTULO XIV
DA ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO E CONVALIDAÇÃO
Art. 53. A Administração DEVE ANULAR seus próprios atos, quando eivados de vício de
legalidade, e PODE REVOGÁ-LOS por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os
direitos adquiridos. (TJPI-2007) (TJRR-2008) (DPEMG-2009) (TRF1-2009) (TJSC-2010) (MPGO-
2010) (TRF4-2010) (MPSC-2010/2012) (TJAC-2012) (TJPA-2012) (TJMA-2013) (TJDFT-2015/2016)
(TJRS-2016) (MPPR-2016) (TJPR-2017) (TJMG-2018) (TJMT-2018) (TJSP-2018) (DPEAM-2018)
(TJCE-2012-CESPE): Assinale a opção correta com relação aos atos administrativos, com base na
Lei 9.784/99, que regula o processo administrativo no âmbito da administração pública federal: A
revogação é ato discricionário pelo qual a administração extingue um ato válido, por razões de
oportunidade e conveniência; entretanto, não podem ser revogados, entre outros, os atos
administrativos que gerem direitos adquiridos. BL: art. 53, Lei 9784/99.
Súmula 633-STJ: A Lei nº 9.784/99, especialmente no que diz respeito ao prazo decadencial para a
revisão de atos administrativos no âmbito da Administração Pública federal, pode ser aplicada, de
forma subsidiária, aos estados e municípios, se inexistente norma local e específica que regule a
matéria.
Súmula 346-STF: A administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.
Súmula 473-STF: A administração pode anular os seus próprios atos, quando eivados de vícios
que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos,
a apreciação judicial.
##Atenção: ##STF: ##DOD: O prazo decadencial quinquenal, previsto no art. 54 da Lei 9.784/99,
não se aplica para a atuação do TCU em processo de tomada de contas, considerando que se
trata de procedimento regido pela Lei nº 8.443/92, que se constitui em norma especial. Em
suma, o prazo decadencial de 5 anos, previsto no art. 54 da Lei 9.784/99, não se aplica aos
processos de tomada de contas conduzidos pelo TCU considerando que existe uma lei
específica que rege o tema, que é a Lei 8.443/92. STF. 1ª T. MS 35038 AgR/DF, Rel. Min. Rosa
Weber, j. 12/11/19 (Info 959).
##Atenção: ##STF – Repercussão Geral – Tema 839: ##DOD: No exercício do seu poder de
autotutela, poderá a Administração Pública rever os atos de concessão de anistia a cabos da
Aeronáutica com fundamento na Portaria 1.104/1964, quando se comprovar a ausência de ato
com motivação exclusivamente política, assegurando-se ao anistiado, em procedimento
administrativo, o devido processo legal e a não devolução das verbas já recebidas. Exemplo:
2003, João, ex-militar da Aeronáutica, recebeu anistia política, concedida por meio de portaria
do Ministro da Justiça. Em 2006, a AGU emitiu nota técnica fazendo alguns questionamentos
sobre a forma indevida pela qual estavam sendo concedidas anistias políticas, dentre elas a que
foi outorgada a João. Em 2011, o Ministro da Justiça determinou que fossem revistas as
concessões de anistia de inúmeros militares, inclusive a de João. Em 2012, foi aberto processo
administrativo para examinar a situação de João e, ao final, determinou-se a anulação da anistia
política. Mesmo tendo-se passado mais de 5 anos, a anulação do ato foi possível, seja por força
da parte final do art. 54 da Lei 9.784/99, seja porque o prazo decadencial do art. 54 da Lei
9.784/99 não se aplica quando o ato a ser anulado afronta diretamente a Constituição Federal.
STF. Plenário. RE 817338/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, j. 16/10/19 (Info 956).
##Atenção: ##STF: ##DOD: Não existe direito adquirido à efetivação na titularidade de cartório
quando a vacância do cargo ocorre na vigência da CF/88, que exige a submissão a concurso
público (art. 236, § 3º). O prazo decadencial do art. 54 da Lei 9.784/99 não se aplica quando o ato
a ser anulado afronta diretamente a Constituição Federal. O art. 236, § 3º, da CF é uma norma
constitucional autoaplicável. Logo, mesmo antes da edição da Lei 8.935/1994 ela já tinha plena
eficácia e o concurso público era obrigatório como condição para o ingresso na atividade
notarial e de registro. STF. Plenário. MS 26860/DF, Rel. Min. Luiz Fux, j. 2/4/14 (Info 741).
(TCEPE-2017-CESPE): O prazo decadencial para tornar sem efeito ato de aposentadoria serve
para garantir o princípio da segurança jurídica. BL: art. 54 da Lei.
##Atenção: O passar do tempo sem a adoção de medidas tendentes a anular o ato viciado
aumenta a confiança nutrida pelo particular no sentido de que a administração agiu em
consonância com o direito [presunção de legalidade dos atos administrativos]. Sendo assim, seria
manifestamente desrespeitoso à segurança jurídica e à proteção à confiança, que o Poder
Público mantivesse por tempo indeterminado a prerrogativa de, fundado no poder de
autotutela, anular ato considerado viciado que tenha repercutido positivamente sobre o
patrimônio jurídico do administrado. Foi esse o raciocínio que presidiu a elaboração da regra
constante do art. 54 da Lei 9.784/99. De maneira tecnicamente correta, o legislador apontou a
natureza do prazo extintivo como decadencial, tendo em vista estabelecer limite temporal para
o exercício de um direito potestativo da administração (o de anular ato administrativo). Em
resumo, o prazo decadencial serve para evitar que a Administração anule, após o transcurso de
longo período de tempo, atos administrativos que gerem efeitos favoráveis ao destinatário,
homenageando, assim, o princípio da segurança jurídica.
(MPRJ-2012): Ato administrativo foi praticado com vício de legalidade há sete anos. Nesse caso, a
Administração Pública: está impedida de anular o ato em virtude da decadência, desde que não
tenha havido comprovada má-fé. BL: art. 54 da Lei.
Art. 55. Em decisão na qual se evidencie NÃO ACARRETAREM LESÃO ao interesse público
NEM PREJUÍZO a terceiros, os atos que APRESENTAREM DEFEITOS SANÁVEIS PODERÃO
SER CONVALIDADOS pela própria Administração. (AGU-2004) (TJRR-2008) (MPGO-2010)
(MPSC-2010) (TJPA-2012) (TJCE-2012) (TRF1-2015) (TJMS-2020)
##Atenção: O art. 55 da Lei 9.784/99 dispõe quais são as condições cumulativas para que um ato
possa ser convalidado: a) defeito sanável; b) o ato não acarretar lesão ao interesse público; c) o
ato não acarretar prejuízo a terceiros; d) decisão discricionária da administração acerca da
conveniência e oportunidade de convalidar o ato (em vez de anulá-lo).
##Atenção: Por outro lado, o ato inexistente caracteriza-se pela total ausência de alguns dos
elementos do ato administrativo, razão pela qual não produz efeitos de qualquer natureza, em
devido a vício tão grave que é como se o ato nunca tivesse sido praticado. Cumpre ressaltar que,
mesmo o ato nulo, resguarda os efeitos já produzidos em relação ao terceiro de boa-fé, o que não
ocorre com o ato inexistente.
##Atenção: ##TJMS-2020: ##FCC: Nos termos do art. 55 da Lei 9.784/99, a convalidação consiste
na correção do vício do ato administrativo consequente manutenção do ato no ordenamento
jurídico. O ato administrativo de convalidação possui efeitos ex tunc, retroagindo seus efeitos no
momento em que foi originariamente praticado o ato convalidado, assim, nada impedimento
para convalidar ato administrativo cujos efeitos já tenham se exaurido. Diferentemente da
revogação, que não poderá atingir atos de efeitos já exauridos, a convalidação pode ter tais atos
como objeto. Logo, a convalidação envolve a sanatória de um vício de legalidade, com efeitos
retroativos à edição do ato, não havendo qualquer empecilho em se tratando de atos de efeitos
exauridos.
(TJPI-2012-CESPE): O ato de convalidação, pelo qual é suprido vício existente em ato ilegal, opera
efeitos ex tunc, retroagindo em seus efeitos ao momento em que foi praticado o ato originário. BL:
art. 55, da Lei.
(MPDFT-2009): Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem
prejuízos a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela
própria administração. BL: art. 55, da Lei.
CAPÍTULO XV
DO RECURSO ADMINISTRATIVO E DA REVISÃO
Art. 56. Das decisões administrativas CABE RECURSO, em face de razões de legalidade e de
mérito. (TJTO-2007) (MPRR-2008) (MPMG-2012) (TJAM-2016)
(TJPA-2019-CESPE): De acordo com a Lei 9.784/99, o recurso administrativo deve ser dirigido à
autoridade que tiver proferido a decisão, a qual, se não a reconsiderar, deverá encaminhá-lo à
autoridade superior. BL: art. 56, §1º, Lei 9784/99.
(TJMG-2005): Aquele que maneja pedido de modificação de ato administrativo para anulá-lo, sob
a invocação do autocontrole da Administração Pública, dirigindo-se à autoridade superior dentro
do órgão em que foi editado o ato, está realizando Recurso hierárquico próprio.
##Atenção: Assim, se a autoridade que proferiu a decisão não a reconsiderar no prazo de 5 dias,
encaminhará o recurso para a autoridade superior. Este recurso hierárquico pode ser classificado
em próprio ou impróprio. O recurso hierárquico próprio assim é chamado quando a autoridade
superior estiver dentro do mesmo órgão mesma estrutura da autoridade que proferiu a decisão.
Porém, se a autoridade superior estiver em outra estrutura da Administração, o recurso recebe o
nome de recurso hierárquico impróprio.
Art. 59. Salvo disposição legal específica, é de dez dias o prazo para interposição de recurso
administrativo, contado a partir da ciência ou divulgação oficial da decisão recorrida. (TJAM-2016)
§ 1o Quando a lei não fixar prazo diferente, o recurso administrativo deverá ser decidido no
prazo máximo de trinta dias, a partir do recebimento dos autos pelo órgão competente.
§ 2o O prazo mencionado no parágrafo anterior poderá ser prorrogado por igual período, ante
justificativa explícita.
Art. 60. O recurso interpõe-se por meio de requerimento no qual o recorrente deverá expor os
fundamentos do pedido de reexame, podendo juntar os documentos que julgar convenientes.
Art. 61. Salvo disposição legal em contrário, o recurso NÃO TEM EFEITO SUSPENSIVO.
(TJPI-2007) (MPRR-2008) (TJDFT-2014)
Parágrafo único. Havendo justo receio de prejuízo de difícil ou incerta reparação decorrente da
execução, a autoridade recorrida ou a imediatamente superior poderá, de ofício ou a pedido, dar
efeito suspensivo ao recurso. (MPRR-2008) (TJDFT-2014)
##Atenção: Em regra, o recurso da decisão proferida em processo administrativo não tem efeito
suspensivo. Isso significa, salvo disposição legal em contrário, que a decisão proferida pela
autoridade pode ser imediatamente cumprida, mesmo quando houver recurso pendente de
julgamento da parte que teve seus interesses afetados.
Art. 62. Interposto o recurso, o órgão competente para dele conhecer deverá intimar os demais
interessados para que, no prazo de cinco dias úteis, apresentem alegações.
##Atenção: Vale registrar que, na esfera administrativa, inexiste proibição da reformatio in pejus,
podendo uma decisão de recurso administrativo piorar a situação do recorrente, em respeito ao
princípio da verdade material e da legalidade estrita da atuação administrativa. Em tais situações,
se, do julgamento do recurso, puder decorrer gravame à situação do recorrente, este deverá ser
cientificado para que formule suas alegações antes da decisão. Este é o raciocínio trazido pela Lei
9784/99.
Art. 64-B. Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a reclamação fundada em violação de
enunciado da súmula vinculante, dar-se-á ciência à autoridade prolatora e ao órgão competente para
o julgamento do recurso, que DEVERÃO ADEQUAR as futuras decisões administrativas em casos
semelhantes, sob pena de responsabilização pessoal nas esferas cível, administrativa e penal.
(Incluído pela Lei nº 11.417, de 2006). (MPDFT-2009) (TJDFT-2011) (TJBA-2012) (STM-2013)
##Atenção: Dica:
RECURSO - PODE acarretar agravamento da situação do recorrente (há reformatio in
pejus);
REVISÃO - NÃO pode acarretar agravamento da situação do recorrente (não há
reformatio in pejus).
CAPÍTULO XVI
DOS PRAZOS
Art. 66. Os prazos começam a correr a partir da data da cientificação oficial, excluindo-se da
contagem o dia do começo e incluindo-se o do vencimento.
§ 1o Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil seguinte se o vencimento cair em
dia em que não houver expediente ou este for encerrado antes da hora normal.
Art. 67. Salvo motivo de força maior devidamente comprovado, os prazos processuais NÃO
SE SUSPENDEM.
CAPÍTULO XVII
DAS SANÇÕES
Art. 68. As sanções, a serem aplicadas por autoridade competente, terão natureza pecuniária ou
consistirão em obrigação de fazer ou de não fazer, assegurado sempre o direito de defesa. (TJPI-
2012)
CAPÍTULO XVIII
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 69. Os processos administrativos específicos continuarão a reger-se por lei própria,
APLICANDO-SE-LHES apenas subsidiariamente os preceitos desta Lei. (TJMS-2012) (TJPB-2015)
I - pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos; (Incluído pela Lei nº 12.008, de
2009).
II - pessoa portadora de deficiência, física ou mental; (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).