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PROCESSO ADMINISTRATIVO – Lei 9.784/99.

MATERIAL COM QUESTÕES DE CONCURSO e ALGUMAS REFERÊNCIAS À SÚMULAS E


JULGADOS DOS TRIBUNAIS SUPERIORES

Material confeccionado por Eduardo B. S. Teixeira.

Última atualização legislativa: nenhuma.

Última atualização jurisprudencial: 30/05/2020 - Info 741 (art. 54); Súmula 633-STJ (art. 54); Info 956
(art. 54); Info 959 (art. 54)

Última atualização questões de concurso: 29/12/2020.

Observações quanto à compreensão do material:


1) Cores utilizadas:
 EM VERDE: destaque aos títulos, capítulos, bem como outras informações relevantes, etc.
 EM ROXO: artigos que já foram cobrados em provas de concurso.
 EM AZUL: Parte importante do dispositivo (ex.: questão cobrou exatamente a informação,
especialmente quando a afirmação da questão dizia respeito à situação contrária ao que dispõe
na Lei 9.784/99).
 EM AMARELO: destaques importantes (ex.: critério pessoal)

2) Siglas utilizadas:
 MP (concursos do Ministério Público); M ou TJPR (concursos da Magistratura); BL (base
legal, etc.

LEI Nº 9.784 , DE 29 DE JANEIRO DE 1999.

Regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública


Federal.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono


a seguinte Lei:

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1o Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da
Administração Federal direta e indireta [obs.: Autarquia, Fundação Pública, Empresa Pública,
Sociedade de Economia Mista], visando, em especial, à proteção dos direitos dos administrados e ao
melhor cumprimento dos fins da Administração. (TJMS-2012)

(TJSC-2010): O procedimento administrativo é constituído de fases, sob o domínio da legalidade,


isto é, atendendo ao princípio do devido processo legal.

(TJMG-2006): No processo administrativo prevalece o princípio da atipicidade.

##Atenção: Conforme Maria Sylvia Zannela Di Pietro: “Ao contrário do Direito Penal, em que a
tipicidade é um dos princípios fundamentais, decorrente do postulado segundo o qual não há crime sem lei
que o preveja, no Direito Administrativo prevalece a atipicidade; são muito poucas as infrações descritas na
lei, como ocorre com o abandono de cargo. A maior parte delas fica sujeita à discricionariedade
administrativa diante de cada caso concreto; é a autoridade julgadora que vai enquadrar o ilícito como ‘falta
grave’, ‘procedimento irregular’, ‘ineficiência no serviço’, ‘incontinência pública’, ou outras infrações
previstas de modo indefinido na legislação estatutária. Para esse fim, deve ser levada em consideração a
gravidade do ilícito e as conseqüências para o serviço público."

§ 1o Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da
União, quando no desempenho de função administrativa. (TJMS-2012)

§ 2o Para os fins desta Lei, CONSIDERAM-SE:

I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura


da Administração indireta; (Anal. Judic./STJ-2004)
II - entidade - a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica; (Anal. Judic./TJMS-
2017)

(Administrador/DPERR-2015-FCC): As competências na Administração pública podem ser


atribuídas para órgãos públicos e para entidades administrativas, por meio do que
doutrinariamente se denomina, respectivamente, desconcentração e descentralização.
Considerando a natureza jurídica dos órgãos e entidades, os órgãos são partes integrantes da
estrutura da Administração pública direta e da Administração pública indireta, não possuindo
personalidade jurídica própria, ao contrário das entidades, que possuem personalidade jurídica
própria, distinta das pessoas que lhes deram vida. BL: art. 4º, Dec. 200/67 e art. 1º, §2º, I e II da
Lei 9784.

III - autoridade - o servidor ou agente público dotado de poder de decisão.

Art. 2o A Administração Pública OBEDECERÁ, dentre outros, aos PRINCÍPIOS da legalidade,


finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório,
segurança jurídica, interesse público e eficiência. (DPEMG-2009) (TRF1-2009) (TRF4-2009/2010)
(TJDFT-2012) (MPRR-2012) (TRF1-2015) (TJAM-2016) (MPSC-2016) (TJSC-2013/2017) (TJSP-2018)

(TJSP-2014-VUNESP): No que diz respeito ao princípio da razoabilidade, é correto afirmar que


demanda que o administrador escolha sempre a maneira mais correta de atender ao interesse
público, descabendo a utilização de critérios subjetivos e pessoais.

##Atenção: ##DPEMG-2009: ##TJAM-2016: ##CESPE: ##TJSC-2017: ##FCC: Matheus Carvalho


explica que “Não é possível a aplicação de quaisquer penalidades administrativas, sem que haja o prévio
processo administrativo, não existindo a figura da "’verdade sabida’”. (Fonte: Matheus Carvalho.
Manual de Direito Administrativo, 2015. p. 916)

##Atenção: ##TRF4-2009/2010: O princípio da razoabilidade, bem como o da proporcionalidade,


previstos na Lei de Processo Administrativo, são imprescindíveis na atuação administrativa.

(TJBA-2012-CESPE): Após a edição da CF, havia controvérsia sobre a obrigatoriedade de concurso


público para o provimento de cargos nas empresas públicas e sociedades de economia mista. A
questão foi pacificada pelo STF, no ano de 1993, em decisão que confirmou a obrigatoriedade do
concurso público. Posteriormente, avaliando contratações sem concurso público ocorridas no
período entre 1988 e 1993, o STF assim decidiu: “(…) A existência de controvérsia, à época das
contratações, quanto à exigência de concurso público no âmbito das empresas públicas e
sociedades de economia mista, questão dirimida somente após a concretização dos contratos, não
tem o condão de afastar a legitimidade dos provimentos, realizados em conformidade com a
legislação então vigente.” Nessa decisão, fica evidenciada a aplicação do princípio da segurança
jurídica.

(TJSC-2010): Além dos princípios gerais do processo judicial, o processo administrativo possui
princípios típicos e próprios. BL: art. 2º da Lei 9784.

Parágrafo único. Nos processos administrativos SERÃO OBSERVADOS, entre outros, os


critérios de:

I - atuação conforme a lei e o Direito;

II - atendimento a fins de interesse geral, VEDADA a renúncia total ou parcial de poderes ou


competências, salvo autorização em lei; (Anal. Legisl.-Valinhos/SP-2017) (TJSP-2018)

III - objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de agentes


ou autoridades;

IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé;

V - divulgação oficial dos atos administrativos, RESSALVADAS as hipóteses de sigilo


previstas na Constituição; (MPMG-2013) (TJAP-2014)
VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em
medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público;

VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão; (TRF1-2015)

VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados;
(TJAP-2014)

IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e
respeito aos direitos dos administrados; (TJRJ-2013) (MPMG-2013) (TJAP-2014)

X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais, à produção de


provas e à interposição de recursos, nos processos de que possam resultar sanções e nas situações
de litígio; (DPEMG-2009)

(TJMS-2015-VUNESP): Determinado servidor público da Administração Pública Estadual requer


sua aposentadoria. O pedido tramita regularmente e a aposentadoria é concedida em junho de
2014. Em abril de 2015, durante verificação de rotina, a Administração Pública Estadual constata
que a concessão inicial foi indevida, pois o servidor não preenchia os requisitos legais para a
aposentação. Nesse caso, deve a Administração Pública com base no seu poder de autotutela sobre
os próprios atos, anular o ato de concessão inicial da aposentadoria, mediante processo em que
sejam assegurados o contraditório e a ampla defesa ao servidor público interessado. BL: art. 2º, §
único, X da Lei 9784 e Súmula 473, STF.

XI - proibição de cobrança de despesas processuais, RESSALVADAS as previstas em lei;


(MPMG-2013) (TJAP-2014)

(Anal.Téc. Legisl.-Valinhos/SP-2017-VUNESP): No processo administrativo, aplica-se o princípio


da gratuidade, sendo vedada à Administração Pública a cobrança de despesas processuais,
ressalvadas as previstas em lei. BL: art. 2º, § único, XI da Lei 9784.

XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos


interessados; (MPMG-2013)

XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do


fim público a que se dirige, VEDADA APLICAÇÃO RETROATIVA de nova interpretação.
(TJTO-2007) (MPRO-2008) (TRF1-2009) (TCEPE-2017)

(TJMS-2020-FCC): No tocante ao exercício do poder de autotutela pela Administração Pública, é


correto afirmar: É vedada a aplicação retroativa de nova orientação geral, para invalidação de
situações plenamente constituídas com base em orientação geral vigente à época do
aperfeiçoamento do ato administrativo que as gerou. BL: art. 2º, § único, XIII da Lei 9784 e art. 24
da LINDB.1

CAPÍTULO II
DOS DIREITOS DOS ADMINISTRADOS

Art. 3o O ADMINISTRADO TEM os seguintes direitos perante a ADMINISTRAÇÃO, sem


prejuízo de outros que lhe sejam assegurados:

I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão facilitar o exercício de
seus direitos e o cumprimento de suas obrigações;

1
Art. 24. A revisão, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, quanto à validade de ato,
contrato, ajuste, processo ou norma administrativa cuja produção já se houver completado levará em conta
as orientações gerais da época, sendo vedado que, com base em mudança posterior de orientação geral,
se declarem inválidas situações plenamente constituídas. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) Parágrafo
único. Consideram-se orientações gerais as interpretações e especificações contidas em atos públicos de
caráter geral ou em jurisprudência judicial ou administrativa majoritária, e ainda as adotadas por prática
administrativa reiterada e de amplo conhecimento público. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
II - ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de
interessado, TER vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as decisões
proferidas; (TJAP-2014)

III - formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de
consideração pelo órgão competente; (TJPB-2015)

IV - FAZER-SE ASSISTIR, facultativamente, por advogado, SALVO quando obrigatória a


REPRESENTAÇÃO, por força de lei. (TJDFT-2011) (TJCE-2018)

CAPÍTULO III
DOS DEVERES DO ADMINISTRADO

Art. 4o São deveres do administrado perante a Administração, sem prejuízo de outros previstos
em ato normativo:

I - expor os fatos conforme a verdade; (TJDFT-2014)

II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé;

III - não agir de modo temerário;

IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o esclarecimento dos fatos.

CAPÍTULO IV
DO INÍCIO DO PROCESSO

Art. 5o O PROCESSO ADMINISTRATIVO PODE INICIAR-SE de ofício ou a pedido de


interessado. (TJTO-2007) (MPSE-2010) (TJPI-2012) (TJRJ-2013) (TJAP-2014)

Art. 6o O REQUERIMENTO INICIAL DO INTERESSADO, SALVO casos em que FOR


ADMITIDA solicitação oral, DEVE SER FORMULADO por escrito e CONTER os seguintes
dados: (TJRJ-2013)

I - órgão ou autoridade administrativa a que se dirige;

II - identificação do interessado ou de quem o represente;

III - domicílio do requerente ou local para recebimento de comunicações;

IV - formulação do pedido, com exposição dos fatos e de seus fundamentos;

V - data e assinatura do requerente ou de seu representante.

(Analista Processual/MEC-2014-CESPE): A respeito do processo administrativo, julgue o item


que se segue. Embora estabelecido na legislação brasileira o dever de a administração adotar
formas mais simples para instauração de processos administrativos, determinadas informações
são necessárias para o requerimento escrito inicial do interessado na abertura do processo
administrativo, como, por exemplo, a obrigatoriedade de indicação do domicílio do requerente ou
do local para recebimento de comunicações. BL: art. 6º, III, Lei 9784.

Parágrafo único. É VEDADA à Administração a RECUSA IMOTIVADA de recebimento de


documentos, devendo o servidor orientar o interessado quanto ao suprimento de eventuais falhas.
(MPCE-2011)

Art. 7o Os órgãos e entidades administrativas deverão elaborar modelos ou formulários


padronizados para assuntos que importem pretensões equivalentes.

Art. 8o Quando os pedidos de uma pluralidade de interessados tiverem conteúdo e fundamentos


idênticos, poderão ser formulados em um único requerimento, salvo preceito legal em contrário.
CAPÍTULO V
DOS INTERESSADOS

Art. 9o SÃO legitimados como INTERESSADOS no processo administrativo:

I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de direitos ou interesses individuais
ou no exercício do direito de representação; (MPCE-2011)

II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses que possam ser
afetados pela decisão a ser adotada;

III - as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos;


(TJPI-2007) (TJDFT-2007)

IV - as pessoas ou as associações legalmente constituídas quanto a direitos ou interesses


difusos. (TJPI-2007)

(TJTO-2007-CESPE): Acerca do processo administrativo, assinale a opção correta: O processo


administrativo em geral, no âmbito da União, pode ser instaurado de ofício ou por iniciativa dos
interessados, entre os quais se incluem as pessoas e associações legalmente constituídas quanto a
direitos ou interesses difusos. BL: arts. 5º e 9º, inciso IV da Lei 9784.

Art. 10. São capazes, para fins de processo administrativo, os maiores de dezoito anos,
ressalvada previsão especial em ato normativo próprio. (TJDFT-2014)

CAPÍTULO VI
DA COMPETÊNCIA

Art. 11. A COMPETÊNCIA É IRRENUNCIÁVEL e SE EXERCE pelos órgãos administrativos a


que foi atribuída como própria, SALVO os casos de DELEGAÇÃO e AVOCAÇÃO legalmente
admitidos. (TJDFT-2011) (MPCE-2011) (TJRS-2012) (TJCE-2012/2018) (TJSP-2018)

(TJRS-2012): A competência para a prática de atos administrativos pode ser objeto de delegação,
desde que não se trate de competência atribuída a determinado órgão ou agente de modo
exclusivo. BL: art. 11 c/c art. 13, III da Lei.

(AGU-2010-CESPE): O ato de delegação não retira a atribuição da autoridade delegante, que


continua competente cumulativamente com a autoridade delegada para o exercício da função. BL:
art. 11, Lei 9784/99.

OBS: "Observe-se, todavia, que o ato de delegação não retira a competência da autoridade
delegante, que continua competente cumulativamente com a autoridade delegada, conforme bem
assinala MARCELO CAETANO." (Fonte: Carvalho Filho).

Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular PODERÃO, SE NÃO HOUVER


IMPEDIMENTO LEGAL, DELEGAR parte da sua competência a outros órgãos ou titulares,
AINDA QUE ESTES NÃO LHE SEJAM hierarquicamente subordinados, quando FOR
CONVENIENTE [obs.: discricionariedade], em razão de circunstâncias de índole técnica, social,
econômica, jurídica ou territorial. (MPCE-2011) (TJPI-2012) (STM-2013) (TJDFT-2014) (TJPB-2015)
(TJCE-2012/2018) (TJSP-2018) (MPSC-2019)

(TJPR-2019-CESPE): De acordo com a Lei 9.784/99, que regula processos administrativos no


âmbito federal, um órgão administrativo ou o seu titular poderá delegar parte da sua competência
a outros órgãos ou titulares, desde que não haja impedimento legal, e que a delegação seja feita
com base na conveniência. BL: art. 12 da Lei 9784.

##Atenção: Portanto, além da ausência de impedimento legal, exige-se a presença de


circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial, a serem aferidas pela
autoridade delegante (natureza discricionária). Cumpre destacar que a delegação poderá ocorrer
tanto dentro quanto fora da estrutura hierárquica do delegante. Cumpre ressaltar, ainda, o agente
delegado pode ser tanto subordinado do delegante (delegação vertical) quanto não subordinado,
estando, neste último caso, em outra estrutura administrativa sem relação de subordinação com o
delegante (delegação horizontal).

##Atenção: A delegação é a extensão de competência efetivada de um agente competente para


outro de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior, conforme prevê o art. 12, caput, da Lei
9.784/99.

(TJPI-2012-CESPE): Os órgãos administrativos e seus titulares podem delegar parte de sua


competência a outros órgãos ou agentes, mesmo que não lhes sejam hierarquicamente
subordinados, por conveniência de ordem técnica, social, econômica, jurídica ou territorial e desde
que não haja impedimento legal. BL: art. 12 da Lei 9784.

Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo APLICA-SE à DELEGAÇÃO DE


COMPETÊNCIA dos órgãos colegiados aos respectivos presidentes. (TJCE-2012)

Art. 13. NÃO PODEM SER objeto DE DELEGAÇÃO: [DICA: CE-NO-RA] [obs.: Atos
indelegáveis] (MPSP-2017)

I - a edição de atos de caráter NOrmativo; (TRF1-2009) (TJBA-2012) (STM-2013) (TJDFT-2015)

II - a decisão de Recursos Administrativos; (TRF1-2009) (TJDFT-2015) (TJPR-2019)

(MPRR-2012-CESPE): De acordo com a legislação aplicável à matéria, a decisão de recursos


administrativos pela autoridade competente não pode ser objeto de delegação. BL: art. 13, II, da
Lei 9784.

III - as matérias de Competência Exclusiva do órgão ou autoridade. (TJRS-2012)

(TJCE-2018-CESPE): À luz da Lei 9.784/99, assinale a opção correta com relação à competência
administrativa e à relação hierárquica existente no âmbito da administração pública: A delegação
de competência de órgãos colegiados é possível, desde que não se trate de matéria de competência
exclusiva, de decisão de recursos administrativos ou de edição de atos de caráter normativo. BL:
art. 13, Lei 9784.

(MPPR-2017): Segundo a Lei nº 9.784/99 (Lei do Processo Administrativo), não pode ser objeto de
delegação a edição de atos de caráter normativo, as decisões de recurso administrativo e os atos de
competência exclusiva. BL: art. 13, Lei 9784.

(TJAM-2016-CESPE): Conforme a Lei n.º 9.784/99, que trata dos atos administrativos, são
indelegáveis a edição de atos normativos e as matérias de competência exclusiva do órgão. BL: art.
13, Lei 9784.

(TJAC-2012-CESPE): É possível a convalidação de ato administrativo praticado por sujeito que


não disponha de competência para praticá-lo, desde que não se trate de competência outorgada
com exclusividade. BL: art. 13, III c/c art. 55, da Lei 9784/99.

Art. 14. O ATO DE DELEGAÇÃO e SUA REVOGAÇÃO DEVERÃO SER publicados no meio
oficial. (TJPI-2012) (TJPR-2017) (MPPR-2017) (TJCE-2018)

§ 1o O ATO DE DELEGAÇÃO ESPECIFICARÁ as matérias e poderes transferidos, os limites


da atuação do delegado, a duração e os objetivos da delegação e o recurso cabível, PODENDO
CONTER ressalva de exercício da atribuição delegada. (TJPI-2012) (STM-2013) (TJCE-2012) (TJSP-
2018) (DPERS-2018)

§ 2o O ATO DE DELEGAÇÃO É REVOGÁVEL a qualquer tempo pela autoridade delegante.


(TJPI-2012) (STM-2013) (TJPR-2017) (TJCE-2018) (TJSP-2018)

§ 3o As decisões adotadas POR DELEGAÇÃO DEVEM MENCIONAR explicitamente esta


qualidade e considerar-se-ão editadas pelo delegado. (STM-2013) (TJSP-2018)
(Anal. Legisl.-Valinhos/SP-2017-VUNESP): Assinale a alternativa correta quanto à delegação de
competência de agentes públicos: As decisões adotadas por delegação devem mencionar
explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão editadas pelo delegado. BL: art. 14, §3º Lei 9784.

Art. 15. SERÁ PERMITIDA, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente
justificados, a AVOCAÇÃO TEMPORÁRIA DE COMPETÊNCIA ATRIBUÍDA a órgão
hierarquicamente inferior. (TJDFT-2014) (TRF1-2015) (MPSP-2017) (TJCE-2012/2018) (TJSP-2018)

(Anal. Judic./STJ-2018-CESPE): No que se refere aos poderes administrativos, julgue o item que
se segue: A legislação autoriza a avocação de competência atribuída a órgão hierarquicamente
inferior, desde que tal avocação seja excepcional, temporária e esteja fundada em motivos
relevantes devidamente justificados. BL: art. 15, Lei 9784.

##Atenção: Dica: AVOCAÇÃO X DELEGAÇÃO:


1) AVOCAÇÃO:
- deve haver hierarquia/subordinação;
- somente há avocação de órgãos hierarquicamente inferiores.
- caráter excepcional e temporário

2) DELEGAÇÃO:
- não precisa haver hierarquia/subordinação;
- pode delegar para órgãos inferiores ou não.
- Atos indelegáveis: [Macete: CE.NO.RA]
 De Competência Exclusiva
 Atos normativos
 Decisão de recursos Administrativos

##Atenção: ##TJSP-2018: ##VUNESP: A avocação nunca é obrigatória, tendo em vista que a


competência é instrumental à consecução do interesse público, bem como o único capaz de avocar
é o superior hierárquico, e não o detentor de mesma competência. Portanto, na avocação
pressupõe, sempre, que o agente que avoca seja superior hierarquicamente àquele que tem sua
competência avocada.

(TJPA-2012-CESPE): A avocação de atribuições, decorrente do poder hierárquico da


administração pública, é admitida desde que estas não sejam de competência exclusiva do órgão
subordinado. BL: art. 15, Lei 9784.

##Atenção: A avocação assim como a delegação, é instituto relacionado ao poder hierárquico,


conforme previsão da Lei 9784/99. Em seu art. 15 prevê expressamente a avocação, dispondo que
é “permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a
avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior”.

##Atenção: A avocação somente poderá ser realizada dentro de uma mesma linha hierárquica,
situação denominada pela doutrina como avocação vertical, pois no direito brasileiro não existe a
avocação horizontal, aquela realizada entre órgãos ou agentes que não possuem subordinação
hierárquica.

Art. 16. Os órgãos e entidades administrativas divulgarão publicamente os locais das respectivas
sedes e, quando conveniente, a unidade fundacional competente em matéria de interesse especial.

Art. 17. INEXISTINDO COMPETÊNCIA LEGAL ESPECÍFICA, o processo administrativo


DEVERÁ SER INICIADO perante a autoridade de menor grau hierárquico para decidir. (TJPI-
2012) (MPRR-2012) (TJPA-2019)

(DPESP-2013-FCC): Os atos do processo administrativo devem ser iniciados perante a autoridade


de menor grau hierárquico para decidir, salvo disposição em contrário. BL: art. 17 da Lei.

CAPÍTULO VII
DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO

Art. 18. É IMPEDIDO de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade que:

I - TENHA interesse direto ou indireto na matéria; (MPSE-2010) (MPCE-2011)


II - tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou representante, ou se tais
situações ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro ou parente e afins até o terceiro grau; (MPCE-
2011)

III - ESTEJA LITIGANDO judicial ou administrativamente com o interessado ou respectivo


cônjuge ou companheiro. (MPSE-2010)

Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer em impedimento DEVE COMUNICAR o fato à
autoridade competente, abstendo-se de atuar. (TJCE-2012)

Parágrafo único. A omissão do dever de comunicar o impedimento constitui falta grave, para
efeitos disciplinares. (TJCE-2012)

(Téc. Minist./MPPB-2015-FCC): Juscelino, servidor público estadual e responsável pela condução


de determinado processo administrativo, de caráter litigioso, constata causa de impedimento que
o inviabiliza de conduzir o citado processo. No entanto, Juscelino queda-se silente e não comunica
a causa de impedimento, continuando à frente do processo administrativo. Neste caso, configura
violação ao princípio da impessoalidade. BL: art. 19, § único, Lei 9784/99.

Art. 20. PODE SER ARGUIDA a SUSPEIÇÃO de autoridade ou servidor que TENHA
amizade íntima ou inimizade notória com algum dos interessados ou com os respectivos cônjuges,
companheiros, parentes e afins até o terceiro grau. (MPSE-2010)

Art. 21. O indeferimento de alegação de suspeição poderá ser objeto de recurso, sem efeito
suspensivo. (TJDFT-2012) (TJPB-2015)

CAPÍTULO VIII
DA FORMA, TEMPO E LUGAR DOS ATOS DO PROCESSO

Art. 22. Os atos do processo administrativo NÃO DEPENDEM de forma determinada senão
quando a lei expressamente a exigir [obs.: princípio do formalismo moderado]. (TJAC-2012)
(DPESP-2013) (TJAP-2014) (TJPE-2015) (TJDFT-2015)

(TJCE-2018-CESPE): Com relação aos princípios que regem os processos administrativos, assinale
a opção correta: Conforme o princípio do formalismo moderado, os atos do processo
administrativo não dependem de forma determinada, salvo por exigência legal. BL: art. 22, Lei
9784/99.

##Atenção: ##TJAP-2014: ##TJPE-2015: ##FCC: O processo administrativo rege-se pelo princípio


do informalismo ou pelo formalismo mitigado ou moderado, cuja aplicação ao processo
administrativo traduz-se na não exigência de formas rígidas. Segundo o Professor Romeu Bacella
“o formalismo moderado, no processo administrativo disciplinar, corresponde à instrumentalidade das
formas, em sede de processo jurisdicional, frisando-se a relação é de correspondência e não igualdade. É a
ideia de que forma deve ser adequada ao alcance do fim colimado pela lei: o exercício da competência
disciplinar dentro dos quadrantes da legalidade” (Comentários à Lei Federal de Processo
Administrativo (Lei 9.784/99), Coordenação de Lúcia Valle Figueiredo, 2º Edição, Belo Horizonte,
Editora Fórum, 2008, p. 32 e 33). Dessa forma, procedimentos rígidos e as formalidades solenes
são dispensáveis, exceto se forem determinados por norma específica.

(TJRJ-2013-VUNESP): No Processo Administrativo, aplica-se o princípio do formalismo


moderado. BL: art. 22, Lei 9784/99.

§ 1o Os atos do processo devem ser produzidos por escrito, em vernáculo, com a data e o local de
sua realização e a assinatura da autoridade responsável.

§ 2o Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma somente será exigido quando houver
dúvida de autenticidade.

§ 3o A autenticação de documentos exigidos em cópia PODERÁ SER FEITA pelo órgão


administrativo. (TJAC-2012)
§ 4o O processo deverá ter suas páginas numeradas sequencialmente e rubricadas. (TJAC-2012)

Art. 23. Os atos do processo devem realizar-se em dias úteis, no horário normal de
funcionamento da repartição na qual tramitar o processo.

Parágrafo único. Serão concluídos depois do horário normal os atos já iniciados, cujo adiamento
prejudique o curso regular do procedimento ou cause dano ao interessado ou à Administração.

Art. 24. Inexistindo disposição específica, os atos do órgão ou autoridade responsável pelo
processo e dos administrados que dele participem devem ser praticados no prazo de cinco dias,
salvo motivo de força maior.

Parágrafo único. O prazo previsto neste artigo pode ser dilatado até o dobro, mediante
comprovada justificação.

Art. 25. Os atos do processo devem realizar-se preferencialmente na sede do órgão,


cientificando-se o interessado se outro for o local de realização.

CAPÍTULO IX
DA COMUNICAÇÃO DOS ATOS

Art. 26. O órgão competente perante o qual tramita o processo administrativo determinará a
intimação do interessado para ciência de decisão ou a efetivação de diligências.

§ 1o A intimação deverá conter:

I - identificação do intimado e nome do órgão ou entidade administrativa;

II - finalidade da intimação;

III - data, hora e local em que deve comparecer;

IV - se o intimado deve comparecer pessoalmente, ou fazer-se representar;

V - informação da continuidade do processo independentemente do seu comparecimento;

VI - indicação dos fatos e fundamentos legais pertinentes.

§ 2o A intimação observará a antecedência mínima de três dias úteis quanto à data de


comparecimento.

§ 3o A intimação pode ser efetuada por ciência no processo, por via postal com aviso de
recebimento, por telegrama ou outro meio que assegure a certeza da ciência do interessado.

§ 4o No caso de interessados indeterminados, desconhecidos ou com domicílio indefinido, a


intimação deve ser efetuada por meio de publicação oficial.

§ 5o As intimações serão nulas quando feitas sem observância das prescrições legais, mas o
comparecimento do administrado supre sua falta ou irregularidade. (STM-2013)

Art. 27. O DESATENDIMENTO DA INTIMAÇÃO NÃO IMPORTA o reconhecimento da


verdade dos fatos, NEM a renúncia a direito pelo administrado. (TJBA-2012)

Parágrafo único. No prosseguimento do processo, será garantido direito de ampla defesa ao


interessado.

Art. 28. DEVEM SER OBJETO DE INTIMAÇÃO os atos do processo que RESULTEM para o
interessado em imposição de deveres, ônus, sanções ou restrição ao exercício de direitos e
atividades e os atos de outra natureza, de seu interesse. (TJPI-2012)
CAPÍTULO X
DA INSTRUÇÃO

Art. 29. As atividades de instrução destinadas a averiguar e comprovar os dados necessários à


tomada de decisão realizam-se de ofício ou mediante impulsão do órgão responsável pelo processo,
sem prejuízo do direito dos interessados de propor atuações probatórias.

§ 1o O órgão competente para a instrução fará constar dos autos os dados necessários à decisão
do processo.

§ 2o Os atos de instrução que exijam a atuação dos interessados devem realizar-se do modo
menos oneroso para estes.

Art. 30. SÃO INADMISSÍVEIS no processo administrativo as provas obtidas POR MEIOS
ILÍCITOS. (TJCE-2018)

Art. 31. Quando a matéria do processo ENVOLVER ASSUNTO DE INTERESSE GERAL, o


órgão competente PODERÁ, mediante despacho motivado, abrir período de consulta pública para
manifestação de terceiros, ANTES DA DECISÃO DO PEDIDO, SE NÃO HOUVER prejuízo para
a parte interessada. (TJTO-2007)

(TJDFT-2015-CESPE): Acerca do processo administrativo, assinale a opção correta conforme a Lei


9.784/1999: Se a matéria do processo envolver assunto de interesse geral e não houver prejuízo
para a parte interessada, o órgão competente poderá abrir período de consulta pública para a
manifestação de terceiros, mediante despacho motivado, antes de decidir o pedido. BL: art. 31,
caput, Lei 9784/99.

§ 1o A ABERTURA DA CONSULTA PÚBLICA SERÁ objeto de divulgação pelos meios


oficiais, a fim de que pessoas físicas ou jurídicas POSSAM EXAMINAR os autos, FIXANDO-SE
prazo para oferecimento de ALEGAÇÕES ESCRITAS.

(TJPI-2012-CESPE): A respeito da disciplina referente ao processo administrativo, assinale a opção


correta de acordo com a Lei 9.784/99: Na instrução do processo, a administração pública pode,
quando a matéria envolver assunto de interesse geral, antes da decisão do pedido e desde que não
haja prejuízo para a parte interessada, abrir consulta pública para que pessoas físicas ou jurídicas
possam examinar os autos e apresentar alegações escritas. BL: art. 31, caput e § 1º, Lei 9784/99.

§ 2o O comparecimento à consulta pública não confere, por si, a condição de interessado do


processo, mas confere o direito de obter da Administração resposta fundamentada, que poderá ser
comum a todas as alegações substancialmente iguais.

Art. 32. Antes da tomada de decisão, a juízo da autoridade, diante da RELEVÂNCIA DA


QUESTÃO, poderá ser realizada audiência pública para debates sobre a matéria do processo.

##Atenção: ##DICA:
 Art. 31: inTeresse geral --> consulTa pública
 Art. 32: relevâNCIA da questão --> audiêNCIA pública

Art. 33. Os órgãos e entidades administrativas, em matéria relevante, poderão estabelecer outros
meios de participação de administrados, diretamente ou por meio de organizações e associações
legalmente reconhecidas.

Art. 34. Os resultados da consulta e audiência pública e de outros meios de participação de


administrados deverão ser apresentados com a indicação do procedimento adotado.

Art. 35. Quando necessária à instrução do processo, a audiência de outros órgãos ou entidades
administrativas poderá ser realizada em reunião conjunta, com a participação de titulares ou
representantes dos órgãos competentes, lavrando-se a respectiva ata, a ser juntada aos autos.

Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever
atribuído ao órgão competente para a instrução e do disposto no art. 37 desta Lei.
Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e dados estão registrados em documentos
existentes na própria Administração responsável pelo processo ou em outro órgão administrativo, o
órgão competente para a instrução PROVERÁ, de ofício, à obtenção dos documentos ou das
respectivas cópias. (TJBA-2012)

Art. 38. O interessado poderá, na fase instrutória e antes da tomada da decisão, juntar
documentos e pareceres, requerer diligências e perícias, bem como aduzir alegações referentes à
matéria objeto do processo.

§ 1o Os elementos probatórios deverão ser considerados na motivação do relatório e da decisão.

§ 2o Somente poderão ser recusadas, mediante decisão fundamentada, as provas propostas pelos
interessados quando sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias. (TJCE-2018)

Art. 39. Quando for necessária a prestação de informações ou a apresentação de provas pelos
interessados ou terceiros, serão expedidas intimações para esse fim, mencionando-se data, prazo,
forma e condições de atendimento.

Parágrafo único. Não sendo atendida a intimação, poderá o órgão competente, se entender
relevante a matéria, suprir de ofício a omissão, não se eximindo de proferir a decisão.

Art. 40. Quando dados, atuações ou documentos solicitados ao interessado forem necessários à
apreciação de pedido formulado, o não atendimento no prazo fixado pela Administração para a
respectiva apresentação implicará arquivamento do processo.

Art. 41. Os interessados serão intimados de prova ou diligência ordenada, com antecedência
mínima de três dias úteis, mencionando-se data, hora e local de realização.

Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um órgão consultivo, o parecer deverá ser
emitido no prazo máximo de quinze dias, salvo norma especial ou comprovada necessidade de
maior prazo.

§ 1o Se um parecer OBRIGATÓRIO e VINCULANTE deixar de ser emitido no prazo fixado, o


processo não terá seguimento até a respectiva apresentação, responsabilizando-se quem der causa ao
atraso.

§ 2o Se um parecer OBRIGATÓRIO e NÃO VINCULANTE deixar de ser emitido no prazo


fixado, o processo PODERÁ TER prosseguimento e ser decidido com sua dispensa, sem prejuízo da
responsabilidade de quem se omitiu no atendimento.

(TJPE-2015-FCC): Acerca do processo administrativo, tal como disciplinado na Lei nº 9.784/99, é


correto afirmar que a ausência de parecer obrigatório nem sempre impedirá o prosseguimento do
processo administrativo até final decisão. BL: art. 42, §2º, Lei 9784/99.

##Atenção: A questão está certa, já que não especifica qual o tipo de parecer. Apenas se ele fosse
obrigatório e vinculante é que o processo não poderia ter prosseguimento.

##Atenção:
- Parecer obrigatório e vinculante → a autoridade não pode contrariar o parecer. O
processo tem que parar esperando o parecer obrigatório vinculante.
- Parecer obrigatório e não vinculante → a autoridade pode contrariar o parecer. O
processo tem que parar por 15 dias e esperar o parecer obrigatório não vinculante, se
passado o tempo e não for apresentado o processo segue inclusive com decisão final.

Art. 43. Quando por disposição de ato normativo devam ser previamente obtidos laudos
técnicos de órgãos administrativos e estes não cumprirem o encargo no prazo assinalado, o órgão
responsável pela instrução deverá solicitar laudo técnico de outro órgão dotado de qualificação e
capacidade técnica equivalentes.

Art. 44. ENCERRADA a instrução, o interessado TERÁ o DIREITO DE MANIFESTAR-SE no


prazo máximo de dez dias, salvo se outro prazo for legalmente fixado. (TJDFT-2015)
Art. 45. Em caso de RISCO IMINENTE, a Administração Pública PODERÁ
MOTIVADAMENTE ADOTAR PROVIDÊNCIAS ACAUTELADORAS sem a prévia
manifestação do interessado. (TJDFT-2015)

Art. 46. Os interessados têm direito à vista do processo e a obter certidões ou cópias
reprográficas dos dados e documentos que o integram, ressalvados os dados e documentos de
terceiros protegidos por sigilo ou pelo direito à privacidade, à honra e à imagem.

Art. 47. O órgão de instrução que não for competente para emitir a decisão final elaborará
relatório indicando o pedido inicial, o conteúdo das fases do procedimento e formulará proposta de
decisão, objetivamente justificada, encaminhando o processo à autoridade competente. (TJPE-2015)

CAPÍTULO XI
DO DEVER DE DECIDIR

Art. 48. A Administração TEM o DEVER DE EXPLICITAMENTE EMITIR DECISÃO nos


processos administrativos e sobre solicitações ou reclamações, em matéria de sua competência.
(TJPR-2010) (TJAP-2014)

Art. 49. CONCLUÍDA a instrução de processo administrativo, a Administração TEM o prazo


de até trinta dias para decidir, SALVO PRORROGAÇÃO por igual período expressamente
motivada. (TJPR-2010) (TJRS-2012)

CAPÍTULO XII
DA MOTIVAÇÃO

Art. 50. Os atos administrativos DEVERÃO SER MOTIVADOS, com indicação dos fatos e
dos fundamentos jurídicos, quando: (TJPE-2011) (TJPI-2012) (TJPA-2012)

I - NEGUEM, LIMITEM ou AFETEM direitos ou interesses; (TJPE-2011) (TJPI-2012)

(Secretaria da Criança/DF-2015-FUNIVERSA): Nem todos os atos administrativos devem ser


motivados, mas os atos administrativos que neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses,
entre outros, devem ser obrigatoriamente motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos
jurídicos. BL: art. 50, I da Lei.

II - IMPONHAM ou AGRAVEM deveres, encargos ou sanções; (DPEMG-2009) (TJPE-2011)


(TJSP-2011) (TJSC-2017)

(TRF1-2015-CESPE): Com relação ao ato administrativo, assinale a opção correta: Há


formalidades que são essenciais ao ato administrativo; assim, a ausência de ampla defesa e
contraditório acarreta a invalidade da imposição de sanções administrativas, do mesmo modo que
a ausência de motivação causa a nulidade da demissão de servidor público. BL: art. 50, II da Lei.

##Atenção: De fato, os exemplos mencionados na questão representam casos de formalidades


que, se não forem observadas, conduzem à invalidade do ato. Afinal, ninguém pode ser punido se
a observância do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa (art. 5º, LIV e LV,
CF/88). Igualmente, atos punitivos precisam ser fundamentados, em ordem a que o apenado
possa conhecer as razões de sua sanção e, inclusive, possa dela recorrer, caso assim entenda. O
tema tem fundamento expresso no teor do art. 50, II, da Lei 9.784/99.

III - DECIDAM processos administrativos de concurso ou seleção pública; (TJPE-2011) (TJRS-


2012)

IV - DISPENSEM ou DECLAREM a inexigibilidade de processo licitatório; (TJPI-2007) (TJPE-


2011) (MPPR-2016)

V - decidam recursos administrativos;

VI - DECORRAM de reexame de ofício; (TJPE-2011) (DPESP-2013)


VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres,
laudos, propostas e relatórios oficiais;

VIII - IMPORTEM anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.


(TJPI-2012) (TJRS-2012)

(DPERS-2018-FCC): Em relação aos atos administrativos: A motivação não é obrigatória em todos


os atos administrativos.

(TJPR-2017-CESPE): A revogação de um ato administrativo deve apresentar os seus motivos


devidamente externados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos. BL: art. 50, VIII da
Lei.

§ 1o A MOTIVAÇÃO DEVE SER EXPLÍCITA, CLARA e CONGRUENTE, PODENDO


CONSISTIR em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres,
informações, decisões ou propostas, que, neste caso, SERÃO PARTE INTEGRANTE DO ATO.
(MPGO-2012) (TJPA-2012) (TJPE-2013) (TJPB-2015) (AGU-2015) (TJDFT-2016) (TJCE-2012/2018)

(Anal. Judic./TJAL-2018-FGV): Pelo princípio da motivação, o Administrador Público deve


motivar as suas decisões, expondo os fundamentos de fato e de direito que embasaram a prática
daquele ato administrativo. Quando o agente público motiva seu ato mediante declaração de
concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas,
como parte integrante do ato, de acordo com a jurisprudência e com a Lei 9.784/99, sua conduta é
lícita, pois é possível a utilização da motivação aliunde dos atos administrativos, quando a
motivação do ato remete a de ato anterior que embasa sua edição. BL: art. 50, §1º, Lei 9784/99.

(MPRO-2008-CESPE): Maria, servidora pública federal, requereu a sua aposentadoria, que foi
inicialmente deferida pelo órgão de origem, após emissão de dois pareceres da respectiva
consultoria jurídica, um negando e outro concedendo a aposentadoria. Seis anos depois, o TCU
negou esse registro, determinando ainda o imediato retorno de Maria ao serviço público e a
restituição das quantias recebidas a título de aposentadoria. Considerando a situação hipotética
apresentada no texto, assinale a opção correta acerca dos atos administrativos e dos princípios de
direito administrativo. O ato inicial de concessão de aposentadoria não será considerado ilegal,
por falta de motivação, se apenas fizer referência a anterior parecer jurídico que fundamente esse
entendimento. BL: art. 50, §1º da Lei 9784/99.

§ 2o Na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode ser utilizado meio mecânico que
reproduza os fundamentos das decisões, desde que não prejudique direito ou garantia dos
interessados.

§ 3o A motivação das decisões de órgãos colegiados e comissões ou de decisões orais constará da


respectiva ata ou de termo escrito.

CAPÍTULO XIII
DA DESISTÊNCIA E OUTROS CASOS DE EXTINÇÃO DO PROCESSO

Art. 51. O interessado PODERÁ, mediante manifestação escrita, DESISTIR total ou


parcialmente do pedido formulado ou, ainda, RENUNCIAR a direitos disponíveis. (TJPE-2015)

§ 1o Havendo vários interessados, a desistência ou renúncia atinge somente quem a tenha


formulado.

§ 2o A desistência ou renúncia do interessado, conforme o caso, NÃO PREJUDICA o


prosseguimento do processo, se a Administração considerar que o interesse público assim o exige.
(MPCE-2011)

Art. 52. O órgão competente poderá declarar extinto o processo quando exaurida sua finalidade
ou o objeto da decisão se tornar impossível, inútil ou prejudicado por fato superveniente.

CAPÍTULO XIV
DA ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO E CONVALIDAÇÃO
Art. 53. A Administração DEVE ANULAR seus próprios atos, quando eivados de vício de
legalidade, e PODE REVOGÁ-LOS por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os
direitos adquiridos. (TJPI-2007) (TJRR-2008) (DPEMG-2009) (TRF1-2009) (TJSC-2010) (MPGO-
2010) (TRF4-2010) (MPSC-2010/2012) (TJAC-2012) (TJPA-2012) (TJMA-2013) (TJDFT-2015/2016)
(TJRS-2016) (MPPR-2016) (TJPR-2017) (TJMG-2018) (TJMT-2018) (TJSP-2018) (DPEAM-2018)

(TJCE-2012-CESPE): Assinale a opção correta com relação aos atos administrativos, com base na
Lei 9.784/99, que regula o processo administrativo no âmbito da administração pública federal: A
revogação é ato discricionário pelo qual a administração extingue um ato válido, por razões de
oportunidade e conveniência; entretanto, não podem ser revogados, entre outros, os atos
administrativos que gerem direitos adquiridos. BL: art. 53, Lei 9784/99.

(TJPA-2009-FGV): Na revogação, a Administração Pública atua com discricionariedade,


exercendo o poder de autotutela quanto a motivos de mérito, avaliando a conveniência e a
oportunidade de suprimir o ato administrativo. BL: art. 53, Lei 9784/99.

Art. 54. O direito da Administração DE ANULAR os atos administrativos de que


DECORRAM EFEITOS FAVORÁVEIS para os destinatários DECAI EM CINCO ANOS,
CONTADOS da data em que foram praticados, SALVO COMPROVADA MÁ-FÉ. (TJRR-2008)
(MPRO-2008) (TJAP-2009) (TRF1-2009) (TRF4-2009) (TRF5-2009) (TJSC-2010) (TJPE-2011) (TJRJ-
2011) (TJPI-2012) (TJBA-2012) (TJAC-2012) (TJMA-2013) (TJRN-2013) (MPAC-2014) (MPBA-2015)
(TJDFT-2007/2014/2015/2016) (TJRS-2016) (TJPR-2010/2017) (TJMT-2018) (TJSP-2018) (TJPA-2019)
(TJMS-2020)

Súmula 633-STJ: A Lei nº 9.784/99, especialmente no que diz respeito ao prazo decadencial para a
revisão de atos administrativos no âmbito da Administração Pública federal, pode ser aplicada, de
forma subsidiária, aos estados e municípios, se inexistente norma local e específica que regule a
matéria.
Súmula 346-STF: A administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.
Súmula 473-STF: A administração pode anular os seus próprios atos, quando eivados de vícios
que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos,
a apreciação judicial.

##Atenção: ##STF: ##DOD: O prazo decadencial quinquenal, previsto no art. 54 da Lei 9.784/99,
não se aplica para a atuação do TCU em processo de tomada de contas, considerando que se
trata de procedimento regido pela Lei nº 8.443/92, que se constitui em norma especial. Em
suma, o prazo decadencial de 5 anos, previsto no art. 54 da Lei 9.784/99, não se aplica aos
processos de tomada de contas conduzidos pelo TCU considerando que existe uma lei
específica que rege o tema, que é a Lei 8.443/92. STF. 1ª T. MS 35038 AgR/DF, Rel. Min. Rosa
Weber, j. 12/11/19 (Info 959).

##Atenção: ##STF – Repercussão Geral – Tema 839: ##DOD: No exercício do seu poder de
autotutela, poderá a Administração Pública rever os atos de concessão de anistia a cabos da
Aeronáutica com fundamento na Portaria 1.104/1964, quando se comprovar a ausência de ato
com motivação exclusivamente política, assegurando-se ao anistiado, em procedimento
administrativo, o devido processo legal e a não devolução das verbas já recebidas. Exemplo:
2003, João, ex-militar da Aeronáutica, recebeu anistia política, concedida por meio de portaria
do Ministro da Justiça. Em 2006, a AGU emitiu nota técnica fazendo alguns questionamentos
sobre a forma indevida pela qual estavam sendo concedidas anistias políticas, dentre elas a que
foi outorgada a João. Em 2011, o Ministro da Justiça determinou que fossem revistas as
concessões de anistia de inúmeros militares, inclusive a de João. Em 2012, foi aberto processo
administrativo para examinar a situação de João e, ao final, determinou-se a anulação da anistia
política. Mesmo tendo-se passado mais de 5 anos, a anulação do ato foi possível, seja por força
da parte final do art. 54 da Lei 9.784/99, seja porque o prazo decadencial do art. 54 da Lei
9.784/99 não se aplica quando o ato a ser anulado afronta diretamente a Constituição Federal.
STF. Plenário. RE 817338/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, j. 16/10/19 (Info 956).

##Atenção: ##STF: A orientação jurisprudencial do STF firmou-se no sentido de que o prazo


decadencial previsto no art. 54 da Lei 9.784/99 não alcança situações flagrantemente
inconstitucionais, sob pena de subversão das determinações insertas na CF/1988. (STF. 1ª T., MS
30294, Rel. Min. Marco Aurélio, Rel. p/ Ac. Alexandre de Moraes, j. 28/05/19).

##Atenção: ##STJ: ##TRF5-2009: ##CESPE: I. O acórdão recorrido encontra-se em dissonância


com a jurisprudência desta Corte, consolidada no sentido de que o prazo decadencial para que a
Administração promova a autotutela, previsto no art. 54 da Lei 9.784/99, aplica-se tanto aos atos
nulos, quanto aos anuláveis. Com efeito, “a autotutela administrativa dos atos - anuláveis ou nulos -
de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários está sujeita ao prazo de decadência quinquenal,
previsto no art. 54 da Lei 9.784/99. A regra não se aplica de forma retroativa, e, nos atos anteriores à
citada norma, o termo a quo é o dia 1º.2.1999, data em que a lei entrou em vigor”. (STJ. 2ª T., REsp
1.157.831/SC, Rel. Min. Herman Benjamin, DJe 24/4/12). II. Nesse sentido, "o poder-dever da
Administração rever seus próprios atos, mesmo quando eivados de ilegalidade, encontra-se
sujeito ao prazo decadencial de cinco anos, ressalvada a comprovação de má-fé, nos termos do
previsto no art. 54, caput, da Lei 9.784/99 combinado com o art. 37, § 5º, da CF/1988” (STJ. 5ª T., AgRg
no REsp 1.133.471/PE, Rel. Min. Regina Helena Costa, DJe de 25/06/14). (STJ. 2ª T., AgRg no
AREsp 586.448/RJ, Rel. Min. Assusete Magalhães, j. 17/03/16).

##Atenção: ##STF: ##DOD: Não existe direito adquirido à efetivação na titularidade de cartório
quando a vacância do cargo ocorre na vigência da CF/88, que exige a submissão a concurso
público (art. 236, § 3º). O prazo decadencial do art. 54 da Lei 9.784/99 não se aplica quando o ato
a ser anulado afronta diretamente a Constituição Federal. O art. 236, § 3º, da CF é uma norma
constitucional autoaplicável. Logo, mesmo antes da edição da Lei 8.935/1994 ela já tinha plena
eficácia e o concurso público era obrigatório como condição para o ingresso na atividade
notarial e de registro. STF. Plenário. MS 26860/DF, Rel. Min. Luiz Fux, j. 2/4/14 (Info 741).

(TJAL-2019-FCC): No que concerne aos institutos da prescrição e decadência, quando aplicados às


relações jurídicas que envolvem a Administração pública, tem-se que o poder de autotutela
conferido à Administração encontra limites temporais pela ação da decadência, inclusive em
relação ao dever de anular atos eivados de ilegalidade. BL: art. 54, Lei 9784.

(TJRS-2018-VUNESP): Considerando a disciplina legal e jurisprudencial da invalidação dos atos


administrativos e, em especial, o previsto na Lei federal 9.784/99, a anulação de ato
administrativo ampliativo de direitos só pode se dar no prazo de até cinco anos, pela própria
Administração Pública. BL: art. 54, caput, da Lei.

##Atenção: ##TJSP-2018: ##VUNESP: A anulação de atos administrativos dos quais decorram


efeitos favoráveis a terceiros, isto é, atos ampliativos de direitos, pode ser realizada pela própria
Administração Pública, fundada em seu poder de autotutela, desde que observado o prazo
decadencial de cincos anos, contado da prática do ato, salvo a demonstração de má-fé de seus
beneficiários. É nesse sentido o art. 54 da Lei 9784 e as Súmulas 346 e 473 do STF. Sem embargo do
acima exposto, a jurisprudência do STF também é firme no sentido de que, para que a
Administração possa proceder a anulação de ato ampliativo da esfera de direitos de particular, é
necessário que instaure regular processo administrativo, no âmbito do qual seja assegurado o
contraditório e a ampla defesa a todos os interessados (RE 594.296/MG, rel. Min. Dias Toffoli, em
21.9.2011 - Info 641 do STF).

(TCEPE-2017-CESPE): O prazo decadencial para tornar sem efeito ato de aposentadoria serve
para garantir o princípio da segurança jurídica. BL: art. 54 da Lei.

##Atenção: O passar do tempo sem a adoção de medidas tendentes a anular o ato viciado
aumenta a confiança nutrida pelo particular no sentido de que a administração agiu em
consonância com o direito [presunção de legalidade dos atos administrativos]. Sendo assim, seria
manifestamente desrespeitoso à segurança jurídica e à proteção à confiança, que o Poder
Público mantivesse por tempo indeterminado a prerrogativa de, fundado no poder de
autotutela, anular ato considerado viciado que tenha repercutido positivamente sobre o
patrimônio jurídico do administrado. Foi esse o raciocínio que presidiu a elaboração da regra
constante do art. 54 da Lei 9.784/99. De maneira tecnicamente correta, o legislador apontou a
natureza do prazo extintivo como decadencial, tendo em vista estabelecer limite temporal para
o exercício de um direito potestativo da administração (o de anular ato administrativo). Em
resumo, o prazo decadencial serve para evitar que a Administração anule, após o transcurso de
longo período de tempo, atos administrativos que gerem efeitos favoráveis ao destinatário,
homenageando, assim, o princípio da segurança jurídica.

(TJPR-2017-CESPE): De acordo com o art. 54 da Lei 9.784/99, o direito da administração de anular


os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco
anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé. Trata-se de hipótese
em que o legislador, em detrimento da legalidade, prestigiou outros valores. Tais valores têm por
fundamento o princípio administrativo da segurança jurídica.
##Atenção: ##TJMS-2020: ##FCC: A segurança jurídica é um dos princípios fundamentais do
direito e tem por funções garantir a estabilidade das relações jurídicas consolidadas e a certeza das
consequências jurídicas dos atos praticados pelos indivíduos nas suas relações sociais. (...) É
também como decorrência da segurança jurídica que há a limitação temporal para que a
Administração, no exercício da autotutela, anule atos administrativos do qual advêm efeitos
favoráveis para os destinatários, salvo comprovada má-fé (na esfera federal, o prazo é de cinco
anos, conforme art. 54 da Lei 9.784/1999). (Fonte: Direito Administrativo. Ricardo Alexandre).

(MPRJ-2012): Ato administrativo foi praticado com vício de legalidade há sete anos. Nesse caso, a
Administração Pública: está impedida de anular o ato em virtude da decadência, desde que não
tenha havido comprovada má-fé. BL: art. 54 da Lei.

§ 1o No caso de EFEITOS PATRIMONIAIS CONTÍNUOS, o prazo de decadência CONTAR-


SE-Á da percepção do primeiro pagamento. (DPU-2007) (TJMT-2018)

(TJPA-2009-FGV): O prazo de decadência, na hipótese de efeitos patrimoniais contínuos, será


contado a partir da percepção do primeiro pagamento. BL: art. 54, §1º, Lei 9784/99.

§ 2o Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de autoridade administrativa


que importe impugnação à validade do ato.

Art. 55. Em decisão na qual se evidencie NÃO ACARRETAREM LESÃO ao interesse público
NEM PREJUÍZO a terceiros, os atos que APRESENTAREM DEFEITOS SANÁVEIS PODERÃO
SER CONVALIDADOS pela própria Administração. (AGU-2004) (TJRR-2008) (MPGO-2010)
(MPSC-2010) (TJPA-2012) (TJCE-2012) (TRF1-2015) (TJMS-2020)

##Atenção: A convalidação é o saneamento de ato administrativo anulável "corrigindo" o vício


do mesmo segundo um juízo de oportunidade e conveniência realizado pela administração
pública. De modo que, tais atos, antes anuláveis passam a ser válidos.

##Atenção: O art. 55 da Lei 9.784/99 dispõe quais são as condições cumulativas para que um ato
possa ser convalidado: a) defeito sanável; b) o ato não acarretar lesão ao interesse público; c) o
ato não acarretar prejuízo a terceiros; d) decisão discricionária da administração acerca da
conveniência e oportunidade de convalidar o ato (em vez de anulá-lo).

##Atenção: Por outro lado, o ato inexistente caracteriza-se pela total ausência de alguns dos
elementos do ato administrativo, razão pela qual não produz efeitos de qualquer natureza, em
devido a vício tão grave que é como se o ato nunca tivesse sido praticado. Cumpre ressaltar que,
mesmo o ato nulo, resguarda os efeitos já produzidos em relação ao terceiro de boa-fé, o que não
ocorre com o ato inexistente.

##Atenção: ##TJMS-2020: ##FCC: Nos termos do art. 55 da Lei 9.784/99, a convalidação consiste
na correção do vício do ato administrativo consequente manutenção do ato no ordenamento
jurídico. O ato administrativo de convalidação possui efeitos ex tunc, retroagindo seus efeitos no
momento em que foi originariamente praticado o ato convalidado, assim, nada impedimento
para convalidar ato administrativo cujos efeitos já tenham se exaurido. Diferentemente da
revogação, que não poderá atingir atos de efeitos já exauridos, a convalidação pode ter tais atos
como objeto. Logo, a convalidação envolve a sanatória de um vício de legalidade, com efeitos
retroativos à edição do ato, não havendo qualquer empecilho em se tratando de atos de efeitos
exauridos.

##Atenção: ##TRF1-2015: ##CESPE: Há consenso na doutrina acerca da impossibilidade de


convalidação de atos que apresentem vícios nos elementos finalidade e motivo. Quanto a este
último, por se tratar de antecedente fático que legitima a prática do ato, ou o fato respectivo
aconteceu ou não aconteceu. Logo, é inviável a convalidação, em vista da impossibilidade material
de se modificar o passado.

(TJDFT-2012): De acordo com a lei federal de processo administrativo, os atos administrativos


eivados de defeitos sanáveis podem ser convalidados pela própria Administração, desde que não
acarretem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros. BL: art. 55, da Lei.

(TJPI-2012-CESPE): O ato de convalidação, pelo qual é suprido vício existente em ato ilegal, opera
efeitos ex tunc, retroagindo em seus efeitos ao momento em que foi praticado o ato originário. BL:
art. 55, da Lei.

(TJAC-2012-CESPE): É possível a convalidação de ato administrativo praticado por sujeito que


não disponha de competência para praticá-lo, desde que não se trate de competência outorgada
com exclusividade. BL: art. 13, III c/c art. 55, da Lei 9784/99.

(MPDFT-2009): Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem
prejuízos a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela
própria administração. BL: art. 55, da Lei.

(TJPA-2009-FGV): A convalidação é da competência privativa da própria Administração, logo, é


incabível que o órgão jurisdicional pratique a convalidação de atos administrativos, a menos que
se trate de seus próprios atos administrativos (função atípica). BL: art. 55, Lei.

(TJDFT-2007): Em matéria concernente a processo administrativo no âmbito da Administração


Federal, à vista do disposto na Lei nº 9.784/99: Nem sempre se admite a convalidação de atos que
apresentem defeitos sanáveis. BL: art. 55, Lei.

CAPÍTULO XV
DO RECURSO ADMINISTRATIVO E DA REVISÃO

Art. 56. Das decisões administrativas CABE RECURSO, em face de razões de legalidade e de
mérito. (TJTO-2007) (MPRR-2008) (MPMG-2012) (TJAM-2016)

§ 1o O RECURSO SERÁ DIRIGIDO à autoridade que proferiu a decisão, a qual, SE NÃO A


RECONSIDERAR no prazo de cinco dias, o ENCAMINHARÁ à autoridade superior. (DPESP-
2006) (MPRR-2008) (MPMG-2012) (TJAC-2012) (TJAM-2016)

(TJPA-2019-CESPE): De acordo com a Lei 9.784/99, o recurso administrativo deve ser dirigido à
autoridade que tiver proferido a decisão, a qual, se não a reconsiderar, deverá encaminhá-lo à
autoridade superior. BL: art. 56, §1º, Lei 9784/99.

(TJMG-2005): Aquele que maneja pedido de modificação de ato administrativo para anulá-lo, sob
a invocação do autocontrole da Administração Pública, dirigindo-se à autoridade superior dentro
do órgão em que foi editado o ato, está realizando Recurso hierárquico próprio.

##Atenção: Assim, se a autoridade que proferiu a decisão não a reconsiderar no prazo de 5 dias,
encaminhará o recurso para a autoridade superior. Este recurso hierárquico pode ser classificado
em próprio ou impróprio. O recurso hierárquico próprio assim é chamado quando a autoridade
superior estiver dentro do mesmo órgão mesma estrutura da autoridade que proferiu a decisão.
Porém, se a autoridade superior estiver em outra estrutura da Administração, o recurso recebe o
nome de recurso hierárquico impróprio.

§ 2o Salvo exigência legal, a interposição de recurso administrativo INDEPENDE DE


CAUÇÃO. (TJCE-2018)

§ 3o Se o recorrente alegar que a decisão administrativa contraria enunciado da súmula


vinculante, caberá à autoridade prolatora da decisão impugnada, se não a reconsiderar, explicitar,
antes de encaminhar o recurso à autoridade superior, as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade
da súmula, conforme o caso. (Incluído pela Lei nº 11.417, de 2006).

Art. 57. O RECURSO ADMINISTRATIVO TRAMITARÁ no máximo por três instâncias


administrativas, SALVO disposição legal diversa. (MPGO-2010)

Art. 58. Têm LEGITIMIDADE para interpor RECURSO ADMINISTRATIVO: (Téc./MPU-


2018)

I - os titulares de direitos e interesses que forem parte no processo;


II - aqueles cujos direitos ou interesses FOREM indiretamente afetados pela decisão recorrida;
(TJAC-2012)

III - as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos;


(TJDFT-2011) (TJAC-2012)

IV - os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou interesses difusos. (TJDFT-2011/2014)

Art. 59. Salvo disposição legal específica, é de dez dias o prazo para interposição de recurso
administrativo, contado a partir da ciência ou divulgação oficial da decisão recorrida. (TJAM-2016)

§ 1o Quando a lei não fixar prazo diferente, o recurso administrativo deverá ser decidido no
prazo máximo de trinta dias, a partir do recebimento dos autos pelo órgão competente.

§ 2o O prazo mencionado no parágrafo anterior poderá ser prorrogado por igual período, ante
justificativa explícita.

Art. 60. O recurso interpõe-se por meio de requerimento no qual o recorrente deverá expor os
fundamentos do pedido de reexame, podendo juntar os documentos que julgar convenientes.

Art. 61. Salvo disposição legal em contrário, o recurso NÃO TEM EFEITO SUSPENSIVO.
(TJPI-2007) (MPRR-2008) (TJDFT-2014)

Parágrafo único. Havendo justo receio de prejuízo de difícil ou incerta reparação decorrente da
execução, a autoridade recorrida ou a imediatamente superior poderá, de ofício ou a pedido, dar
efeito suspensivo ao recurso. (MPRR-2008) (TJDFT-2014)

(TJDFT-2007): Em matéria concernente a processo administrativo no âmbito da Administração


Federal, à vista do disposto na Lei nº 9.784/99: O recurso não terá efeito suspensivo, salvo
disposição legal em contrário, admitindo-se, todavia, que a autoridade recorrida, observados os
requisitos legais, venha a conferir efeito suspensivo ao recurso. BL: art. 61 da Lei 9784.

##Atenção: Em regra, o recurso da decisão proferida em processo administrativo não tem efeito
suspensivo. Isso significa, salvo disposição legal em contrário, que a decisão proferida pela
autoridade pode ser imediatamente cumprida, mesmo quando houver recurso pendente de
julgamento da parte que teve seus interesses afetados.

Art. 62. Interposto o recurso, o órgão competente para dele conhecer deverá intimar os demais
interessados para que, no prazo de cinco dias úteis, apresentem alegações.

Art. 63. O RECURSO NÃO SERÁ CONHECIDO quando interposto:

I - fora do prazo; (TJDFT-2012)

II - perante órgão incompetente;

III - por quem não seja legitimado;

IV - após exaurida a esfera administrativa.

§ 1o Na hipótese do inciso II, será indicada ao recorrente a autoridade competente, sendo-lhe


devolvido o prazo para recurso.

§ 2o O não conhecimento do recurso NÃO IMPEDE a Administração de rever de ofício o ato


ilegal, DESDE QUE NÃO OCORRIDA PRECLUSÃO ADMINISTRATIVA. (MPDFT-2009)
(TJDFT-2012)

##Atenção: Dica: A ocorrência da preclusão administrativa impede a revisão de ofício do ato.


Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso poderá confirmar, modificar, anular ou
revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de sua competência. (TJDFT-
2007) (MPDFT-2009) (TJPI-2012) (TJPE-2015)

Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste artigo PUDER DECORRER GRAVAME À


SITUAÇÃO DO RECORRENTE, este DEVERÁ SER CIENTIFICADO para que formule suas
alegações antes da decisão. (TJDFT-2007) (TJTO-2007) (MPDFT-2009) (TJPI-2012) (TJPE-2015)

(TJPB-2015-CESPE): No que concerne aos bens públicos e ao processo administrativo, assinale a


opção correta: O órgão competente para apreciar recurso administrativo em processo disciplinar
está autorizado a modificar a decisão recorrida, inclusive para agravar a situação do recorrente.
BL: art. 64, Lei 9784.

##Atenção: Vale registrar que, na esfera administrativa, inexiste proibição da reformatio in pejus,
podendo uma decisão de recurso administrativo piorar a situação do recorrente, em respeito ao
princípio da verdade material e da legalidade estrita da atuação administrativa. Em tais situações,
se, do julgamento do recurso, puder decorrer gravame à situação do recorrente, este deverá ser
cientificado para que formule suas alegações antes da decisão. Este é o raciocínio trazido pela Lei
9784/99.

Art. 64-A. Se o recorrente alegar violação de enunciado da súmula vinculante, o órgão


competente para decidir o recurso explicitará as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da
súmula, conforme o caso. (Incluído pela Lei nº 11.417, de 2006).

Art. 64-B. Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a reclamação fundada em violação de
enunciado da súmula vinculante, dar-se-á ciência à autoridade prolatora e ao órgão competente para
o julgamento do recurso, que DEVERÃO ADEQUAR as futuras decisões administrativas em casos
semelhantes, sob pena de responsabilização pessoal nas esferas cível, administrativa e penal.
(Incluído pela Lei nº 11.417, de 2006). (MPDFT-2009) (TJDFT-2011) (TJBA-2012) (STM-2013)

Art. 65. Os processos administrativos de que RESULTEM SANÇÕES PODERÃO SER


REVISTOS, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou
circunstâncias relevantes suscetíveis de justificar a inadequação da sanção aplicada. (TJTO-2007)
(MPDFT-2009) (TJPR-2010) (TJPI-2012) (MPMG-2012) (TJDFT-2014) (TJPE-2015) (TJRR-2015)

(Escrivão de Polícia/MA-2018-CESPE): A revisão, de ofício, pela administração pública, de


decisões sancionatórias aplicadas a servidor público por meio de regular processo administrativo
é permitida, em decorrência do princípio da oficialidade. BL: art. 65, Lei 9784.

##Atenção: De acordo com o Princípio da Oficialidade (Impulso Oficial), a administração


pública pode atuar, de ofício, na condução de todas as fases do processo, inclusive com iniciativa
de investigação dos fatos, podendo produzir provas de ofício e proteger os direitos dos cidadãos
interessados na regular condução do processo. Isso decorre do entendimento de que o processo
tem finalidade pública, mesmo nas situações em que o particular dá início a sua tramitação (fonte:
Matheus Carvalho, Manual do Direito Administrativo).

Parágrafo único. DA REVISÃO do processo NÃO PODERÁ RESULTAR agravamento da


sanção. (MPDFT-2009) (TJPR-2010) (TJPI-2012) (MPMG-2012) (TJDFT-2007/2014) (TJPE-2015)
(TJRR-2015) (TJPA-2019)

(TJDFT-2012): Em tema de processo administrativo, no regime específico da Lei nº 9.784/99, é


correto afirmar: Os processos administrativos de que resultem sanções poderão ser revistos, a
qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes
suscetíveis de justificar a inadequação da sanção aplicada, mas da revisão do processo não poderá
resultar agravamento da sanção. BL: art. 65 e § único, Lei 9784.

##Atenção: Dica:
 RECURSO - PODE acarretar agravamento da situação do recorrente (há reformatio in
pejus);
 REVISÃO - NÃO pode acarretar agravamento da situação do recorrente (não há
reformatio in pejus).
CAPÍTULO XVI
DOS PRAZOS

Art. 66. Os prazos começam a correr a partir da data da cientificação oficial, excluindo-se da
contagem o dia do começo e incluindo-se o do vencimento.

§ 1o Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil seguinte se o vencimento cair em
dia em que não houver expediente ou este for encerrado antes da hora normal.

§ 2o Os prazos expressos em dias contam-se de modo contínuo.

§ 3o Os prazos fixados em meses ou anos contam-se de data a data. Se no mês do vencimento


não houver o dia equivalente àquele do início do prazo, tem-se como termo o último dia do mês.

Art. 67. Salvo motivo de força maior devidamente comprovado, os prazos processuais NÃO
SE SUSPENDEM.

CAPÍTULO XVII
DAS SANÇÕES

Art. 68. As sanções, a serem aplicadas por autoridade competente, terão natureza pecuniária ou
consistirão em obrigação de fazer ou de não fazer, assegurado sempre o direito de defesa. (TJPI-
2012)

CAPÍTULO XVIII
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 69. Os processos administrativos específicos continuarão a reger-se por lei própria,
APLICANDO-SE-LHES apenas subsidiariamente os preceitos desta Lei. (TJMS-2012) (TJPB-2015)

##Atenção: ##TJDFT-2016: ##TJPA-2019: ##CESPE: RECURSO ESPECIAL. LEI N.º 9.784/99.


APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA. ESTADOS E MUNICÍPIOS. PRAZO DECADENCIAL.
SUSPENSÃO. INTERRUPÇÃO. NÃO-OCORRÊNCIA. REVISÃO. FATOS. NÃO-CABIMENTO.
SÚMULA 07/STJ. [...] 10. A Lei 9.784/99 pode ser aplicada de forma subsidiária no âmbito dos
demais Estados-Membros, se ausente lei própria regulando o processo administrativo no
âmbito local. Precedentes do STJ. 11. Recurso especial conhecido em parte e não provido.
(REsp1.148.460/PR, Rel. Min. Castro Meira, Segunda Turma, DJe de 28.10.2010).
(TJPA-2019-CESPE): A respeito da revisão de atos administrativos, assinale a opção correta: Se
inexistente norma estadual sobre o prazo decadencial para a anulação de ato, pode o administrador,
subsidiariamente, utilizar norma federal que trate do assunto. BL: art. 69, Lei 9784, Súmula 633, STJ
e Entend. Jurisprud.
##Atenção: Conquanto os Estados, o Distrito Federal e os Municípios possam disciplinar, em seu
âmbito, o processo administrativo, o STJ entende que a Lei Federal 9.784/99 tem aplicação
subsidiária aos processos administrativos estaduais, distritais e municipais, incidindo nas lacunas na
lei e naquilo que não contrastar com a disciplina local. Ainda de acordo do STJ, caso a pessoa política
não edite lei própria de processo administrativo, a Lei Federal 9.784/99 terá aplicabilidade integral.

Art. 69-A. Terão prioridade na tramitação, em qualquer órgão ou instância, os procedimentos


administrativos em que figure como parte ou interessado: (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).
(STM-2013)

I - pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos; (Incluído pela Lei nº 12.008, de
2009).

II - pessoa portadora de deficiência, física ou mental; (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).

III – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).

IV - pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose múltipla, neoplasia maligna, hanseníase,


paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose
anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte
deformante), contaminação por radiação, síndrome de imunodeficiência adquirida, ou outra doença
grave, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída
após o início do processo. (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).

§ 1o A pessoa interessada na obtenção do benefício, juntando prova de sua condição, deverá


requerê-lo à autoridade administrativa competente, que determinará as providências a serem
cumpridas. (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).

§ 2o Deferida a prioridade, os autos receberão identificação própria que evidencie o regime de


tramitação prioritária. (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).

§ 3o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).

§ 4o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).

Art. 70. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília 29 de janeiro de 1999; 178o da Independência e 111o da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO


Renan Calheiros
Paulo Paiva

Este texto não substitui o publicado no DOU de 1.2.1999 e retificado em 11.3.1999

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