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1 – AGENTES PÚBLICOS
2.1 – Agentes Políticos: titulares dos cargos estruturais à organização política do País,
ou seja, aqueles que integram o arcabouço constitucional do Estado, o esquema
fundamental de Poder. Por isso diz-se que são os formadores da vontade superior do
Estado. Guardam vínculo com o Estado de natureza política, não de natureza
profissional. Para Celso Antonio Bandeira de Mello, o que os liga ao Estado não é a
atividade profissional, mas a qualidade de cidadãos. Ex: deputados, senadores,
vereadores, Presidente da República.
Embora com vozes dissonantes, há uma tendência doutrinária em incluir os membros do
Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Tribunais de Contas da União como
agentes políticos.
Podem ser: (a) titulares de cargo público – antes denominados funcionários públicos; ou
(b) empregados sob vínculo celetista (funções materiais subalternas, contratação
temporária, remanescentes do regime anterior).
OBS1: FUNCIONÁRIO DE FATO: aquele cuja investidura foi irregular, mas cuja
situação tem a aparência de legalidade. Em nome do princípio da aparência, da boa-fé,
da segurança jurídica e da presunção de legalidade dos atos administrativos, seus atos
são reputados válidos, se por outra razão não forem viciados.
3.1 – CARGOS - São as mais simples unidades de competência a serem expressadas por
um agente, previstas em número certo, com denominação própria, retribuídas por
pessoas jurídicas de Direito Público e criadas por lei. Submetem-se ao regime
estatutário ou institucional, ou seja, não contratual.
OBS:
A CF tem inúmeros dispositivos que o admitem: 51, IV; 52, XIII; 61, par. 1º, II, a;
A Lei 8745/93 regulamenta. Embora não exija concurso, a lei exige processo seletivo
simplificado com ampla divulgação.
REGIME JURÍDICO ÚNICO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA,
AUTARQUIAS E FUNDAÇÕES PÚBLICAS
O STF, por ocasião do julgamento da medida cautelar na ADIN 2135/DF, com efeito ex
nunc, reestabeleceu a exigência de adoção do regime jurídico único para os entes
federados, suas autarquias e fundações públicas, prevista no caput do art. 39, CF. A decisão
tem efeitos ex nunc, ou seja, ficam convalidadas as contratações sob vínculo empregatício
efetivadas pela Administração anteriores à decisão da ADI.
Na esfera federal, o regime é o estatutário, por força do art. 2º da Lei nº 8112/90, que
acolheu para a Administração Direta, autárquica e fundacional exclusivamente o regime de
cargo, vale dizer, não há possibilidade de contratação por vínculo de emprego.
Nos Estados e Municípios, o regime jurídico único adotado dependerá do que determinar a
lei ou a Constituição de cada ente, mas como o regime jurídico é único, deve-se optar entre
o celetista ou estatutário. No entanto, embora o STF tenha reestabelecido a exigência de
regime jurídico único, na prática verifica-se que muitos Estados e Municípios ainda
contratam servidores com vínculo estatutário e celetista, a depender da natureza da função a
ser exercida.
No Estado de São Paulo, o art. 124 da Constituição do Estado de São Paulo determina que
“os servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações instituídas ou
mantidas pelo Poder Público terão regime jurídico único e planos de carreira”. A Lei
estadual nº 10.261, de 28 de outubro de 1968, instituiu o regime jurídico dos servidores
públicos do Estado de São Paulo, excluindo de seu âmbito de incidência (art. 2º), contudo,
os empregados das autarquias (como Universidades estaduais, por exemplo), o que parece
violar o art. 39 da CF e o art. 124 da Constituição Estadual, que exigem, repise-se, regime
jurídico único.
OBS: A Lei nº 8745/93 permite a contratação por tempo determinado nos casos ali
especificados.
8 – CARGOS PÚBLICOS
- CRIAÇÃO: Criados por lei, salvo quando concernentes aos serviços auxiliares do
Legislativo, caso em que se criam por resolução, da Câmara ou do Senado, conforme se
trate de serviços de uma ou de outra destas Casas.
A iniciativa da lei ocorre por ato do Presidente da República (art. 61, par. 1º, CF). No
âmbito do Judiciário, pelo Presidente do Tribunal interessado e, no Ministério Público,
através de seu Procurador-Geral.
Para Hely Lopes Meirelles, a exigência de lei decorre do princípio da organização legal
do serviço público.
C – cargo vitalício: designação utilizada para abarcar os servidores que somente podem
ser desligado mediante processo judicial. Para magistrados, Ministros do TCU e
Membro do MP.
OBS: art. 198, par. 4º, CF – Estabeleceu processo seletivo público para agentes
comunitários de saúde e agentes de combate às endemias (lei 11.350/06 regulamentou).
Não há distinção de acesso entre brasileiros natos e naturalizados, salvo em relação aos
cargos arrolados no art. 12, par. 3º, CF, privativos de brasileiro nato.
OBS2: art. 39, par. 3º, CF - Admite requisitos diferenciados para admissão no cargo
quando a natureza o exigir, desde que por meio de lei.
Sobre o tema, o recente julgamento RE nº 600.885/RS, que exige a edição de lei para
estabelecimento de requisitos diferenciados no concurso público.
STF: após publicado edital de concurso, somente se admite a modificação se por meio
da superveniência de lei.
- Art. 37, III – Concurso público tem validade de 2 (dois) anos, prorrogável por mais
dois. Contagem a partir da homologação. Inciso IV: dentro do prazo de validade não
pode chamar aprovados de novo concurso.
- Art. 12, par. 2º, Lei 8112: não abrirá novo concurso enquanto houver candidato
aprovado em concurso anterior com prazo de validade não expirado.
- DESVIO DE FUNÇÃO
Demissão é o desligamento do cargo com caráter sancionatório, punição por falta grave.
Sempre tem caráter punitivo, razão pela qual a perda do cargo por insuficiência de
desempenho é considerada hipótese de exoneração, nada obstante se revestir, de certa
forma, do caráter de punição.
A perda do cargo efetivo pode ocorrer em quatro hipóteses (art. 41, par. 1º, CF): (a)
sentença judicial transitada em julgado; (b) processo administrativo com ampla defesa;
(c) insuficiência de desempenho, verificada mediante avaliação periódica, na forma de
lei complementar, assegurada ampla defesa; (d) excesso de despesa com pessoal, nos
termos do art. 169, par. 4º, CF.
Estabilidade: o direito de não ser demitido do serviço público, salvo se incidir em falta
funcional grave, apurada em processo judicial ou administrativo em que lhe seja
assegurada ampla defesa ou em consequência de avaliação periódica de desempenho,
igualmente assegurada ampla defesa. Adquirida após o período de estágio probatório, de
3 anos.
Como já referido, há apenas 04 (quatro) modos do servidor estável perder o cargo: (a)
sentença transitada em julgado; (b) processo administrativo em que seja assegurada
ampla defesa ou (c) mediante processo de avaliação periódica de desempenho, na forma
de lei complementar; (d) para ajustar corte necessário ao limite orçamentário, conforme
art. 169, par. 4º, CF.
Art. 169, CF determina que a despesa com pessoal ativo e inativo em cada um dos
níveis de governo não poderá exceder o limite estabelecido em Lei Complementar.
Enquanto não editada, vigorou o limite do art. 38 do ADCT, de 65% das receitas
correntes.
Art. 20 da Lei de Responsabilidade Fiscal traz limites de gasto de pessoal para cada
Poder.
SÚMULA VINCULANTE Nº 16
- SUBSÍDIO
C - DIREITO DE GREVE
Reconhecido pela CF, na forma da lei (37, VI e VII, CF). EXCEÇÃO: Militares (art.
142, IV) não têm direito à sindicalização e greve.
Discute-se se a norma do art. 37, VII, CF, seria de eficácia contida ou limitada, na
classificação propugnada por José Afonso da Silva, já que o dispositivo constitucional
assegura o direito de greve “nos termos e no limite definidos em lei específica”.
STF, no julgamento de três mandados de injunção (MI 670), determinou a aplicação da
lei geral de greve aos servidores (Lei 7783/89), até que o legislador edite norma
específica.
IMPORTANTE: Jurisprudência recente do STF e do STJ tem considerado legal o
desconto pela Administração na remuneração do servidor público referente aos dias
parados durante o movimento grevista, sob o fundamento de que haveria suspensão do
vínculo de trabalho.
13 - APOSENTADORIA E PROVENTOS
1
Art. 61 – Iniciativa do Chefe do Poder Executivo para aumento. No Judiciário, incumbe ao STF ou
Tribunais Superiores (96, II, b), propor projeto para remuneração de servidores e juízes. O Ministério
Público também tem a iniciativa para propor projeto remuneratório de servidores e membros (art. 127 e
§§ da CF). EXCEÇÃO: Não são criadas por lei, mas por decreto-legislativo, remuneração do Presidente
da República, Ministros, senadores e deputados. Deputados estaduais e vereadores também.
- Hipóteses de aposentadoria no Regime Próprio do Servidor Público (após EC
103/2019):
Enquanto não existir lei específica que defina forma de cálculo dos proventos, deverão
ser observadas as regras do art. 26 da EC 103/2019.
O regime tem caráter contributivo (EC 20) e solidário (EC 41). Não basta apenas o
tempo de serviço, tem que haver contribuição. Está vedada a contagem de tempo de
contribuição ficto.
2
A alteração no texto constitucional foi promovida pela Emenda Constitucional nº 88/2015. Referida
emenda ainda acrescentou o art. 100 ao Ato das Disposições Constitucionais Transitórias: “"Art. 100. Até
que entre em vigor a lei complementar de que trata o inciso II do § 1º do art. 40 da Constituição Federal,
os Ministros do Supremo Tribunal Federal, dos Tribunais Superiores e do Tribunal de Contas da União
aposentar-se-ão, compulsoriamente, aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, nas condições do art. 52 da
Constituição Federal.”
Servidor contribuirá com alíquota de 14%, podendo ser reduzida em até 6,5 por cento
(hipótese que será de 7,5%) ou aumentar em 8º (quando será de 22%).
O art. 40, par. 14, CF, previu que os entes políticos deverão fixar, para o valor das
aposentadorias e pensões, o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime
geral de previdência social, instituindo regime de previdência complementar, por meio
de lei ordinária de iniciativa do Poder Executivo.
art. 40, par. 6º, CRFB: “Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos
acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a percepção de mais de uma
aposentadoria à conta de regime próprio de previdência social, aplicando-se outras
vedações, regras e condições para a acumulação de benefícios previdenciários
estabelecidas no Regime Geral de Previdência Social.”
14 - A LEI 8112/90
Posse: não basta a nomeação, deve haver posse, ou seja, o ato do candidato aprovado de
aceitação e compromisso de bem-servir. Com a posse ocorre a INVESTIDURA no
cargo, que é o travamento da relação funcional.
Recondução: retorno do servidor estável ao cargo que dantes ocupava, por ter sido
inabilitado no estágio probatório relativo a outro cargo para o qual fora nomeado, ou por
ter sido desalojado dele em decorrência de reintegração do precedente ocupante.
- promoção;
- readaptação;
- aposentadoria;
- falecimento.
- Revisão geral anual (art. 37, X). ADI 2061/DF. Reconheceu a mora legislativa, de
responsabilidade do Presidente da República.
1 – Civil
2 - Administrativa
Processo administrativo tem início apenas se a sanção aplicável for suspensão superior a
30 dias. Se não, basta a instauração de sindicância.
Ambos interrompem a prescrição.
3 – Penal
OBS2: Art. 37, par. 5, in fine, CF. As ações de ressarcimento ao erário em decorrência
da prática de ilícitos administrativo são imprescritíveis.