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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ

PRÓ-REITORIA DE ENSINO E GRADUAÇÃO – PROGRAD


DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS - DFCH
COORDENAÇÃO DO CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO

PEDRO DANIEL MOREIRA DE SOUSA 2020011702

FICHAMENTO DA AULA 3

MACAPÁ-AP 2022
PEDRO DANIEL MOREIRA DE SOUSA

FICHAMENTO REFERENTE A AULA 3 DE DIREITO ADMINISTRATIVO I

Este trabalho tem como objetivo expor,


acentuar e materializar todas as minúcias
acerca da terceira aula de Direito
Administrativo I, descrevendo seus conceitos,
funções entre outros tópicos.

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1. PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE
De forma bem lógica, significa que o serviço da administração pública deve prosseguir de
forma ininterrupta, sem pausas sem motivos. Isso acontece pelo motivo de que tal serviço
ocorre para que o Estado atenda o interesse coletivo, o bem comum, dessa forma, tem o
interesse de evitar que o objetivo particular prevaleça sobre o bem comum, o que
correlaciona tal princípio ao Princípio da Supremacia do Interesse Público.
As consequências desse princípio são:
- Proibição de greve dos servidores públicos, com exceção do disposto no art. 37, VII da
CFRB;
- Necessita de institutos que supram, mesmo que temporariamente, a suplência, delegação
e a substituição;
- Impossibilidade de invocar o exceptio non adimpleti, para quem contrasta através da
administração pública
Conforme jurisprudência atual do STF sobre esse tema os servidores têm direito a greve
nos termos da lei que se aplica aos trabalhadores, os militares continuam sem direito à
greve, como estipula a CFRB no seu art. 142, IV, e que os policiais civis também se
equiparam aos militares.
EXCEÇÕES:
A lei 8.987/95 diz que não se aplica como interrupção do serviço público em motivo de
emergência e com aviso prévio quando for motivado por motivo técnico ou falta de
segurança nas instalações, ou por inadimplemento do usuário, considerando o interesse
coletivo.
2. PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA
A administração pública tem a possibilidade de rever seus atos, quando inconvenientes,
pode revogá-los, e quando ilegais, podem ser anulados, com fulcro no art. 53 da lei nº
9.784/99 e as súmulas 346 e 473 do STF.
3. PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE
Significa que os entes e entidades não podem abandonar aquilo para que foram
constituídos, e devem sempre atuar direcionados para suas devidas atribuições. Conforme
o art. 37, incisos XIX e XX da CFRB.
4. PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE

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Significa que os atos da administração pública devem ser verdadeiros quanto aos fatos
que forem indicados e adequados quanto à legalidade e princípios. Significa também que
a lei considera o ato administrativo verdadeiro até que se prove o contrário, a isso, se dá o
nome de FÉ PÚBLICA, sendo a responsabilidade e a obrigação de provar a ilegalidade
da administração pública de quem fez a denúncia.
5. PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE
A administração pública deve atuar de forma racional, sensata e coerente.
6. PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE
Este princípio veda à administração pública atos ou ações que abusem ou tenham
interesse superior ao necessário para o seu funcionamento, atendendo, dessa forma,
segundo José dos Santos Carvalho, aos requisitos de exigibilidade/necessidade,
adequação e proporcionalidade em sentido estrito.
7. PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO
O administrador público tem como obrigação demonstrar fatidicamente e juridicamente
as razões pelas quais toma decisão de fazer determinado ato, demonstrando a
compatibilidade entre eles.
8. PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA
O administrador não deve invalidar nem modificar atos administrativos sem justificativa,
para não desfazer relações ou situações jurídicas consolidadas, conforme o artigo 2º,
parágrafo único, da Lei nº 9.784/99.
9. PRINCÍPIO DA FINALIDADE
O devido princípio diz respeito à necessidade de existir exata medida do necessário para
cumprir o fim público previsto em Lei que lhe outorgou a competência ou previu a
prática de determinado ato administrativo. Sobre isso, ainda vale ressaltar que o desvio
de poder é uma espécie de abuso de poder. Tal princípio correlaciona-se com o princípio
da impessoalidade, no sentido de que o descumprimento de um implica diretamente no
do outro e vice-versa.
10. PRINCÍPIO DO INTERESSE PÚBLICO
O interesse público é a expressão dos direitos individuais, vistos através de uma ótica
coletiva.
11. ESTRUTURA ADMINISTRATIVA DO ESTADO

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A União, os Entes Federativos e seus municípios dizem respeito à administração direta,
os quais são regidos por Órgãos e Agentes Públicos, e estes, funcionam com o trabalho
dos agentes políticos, servidores estatais e particulares em colaboração com o poder
público.
Enquanto isso, a administração indireta engloba as autarquias, fundações públicas,
empresas públicas, sociedades de economia mista e consórcios públicos.
12. CAPACIDADES CONSTITUCIONAIS DOS ENTES FEDERATIVOS
- AUTO-ORGANIZAÇÃO: É a capacidade de editar suas próprias Leis e Constituições;
- AUTOGOVERNO: É a capacidade de eleger seus próprios representantes políticos;
- AUTOADMINISTRAÇÃO: É a capacidade de gerir e administrar
autonomamente seus próprios bens, direitos serviços e interesses.
Obs: Importante mencionar que os entes federativos são criados por norma constitucional,
enquanto que as entidades administrativas são criadas por normas infraconstitucionais.
13. ENTES PÚBLICOS DIFERENCIADOS
TJDFT e MPDFT: São órgãos integrantes da Administração Direta da União criados e
organizados por Lei da União, conforme os arts. 22, XVII e 48, IX, da CFRB, além
disso, são mantidos com recursos da União como defende o art. 21, XIII, da referida
constituição.
DEFENSORIA PÚBLICA DO DF: Integra a administração direta do Distrito Federal, criada
e organizada pela lei EC nº 69/2012 e mantida com o recurso EC nº 69/2012.
PMDF, CBMDF e PCDF: Órgãos integrantes da Administração Direta do DF, criados e
organizados por Lei da União (art. 21, XIV, CF) e mantidos com recursos da União (art.
Art. 21, XIV, CF).
DESCONCENTRAÇÃO: É o fenômeno administrativo por meio do qual uma pessoa
jurídica integrante do Estado cria seus próprios órgãos e a eles redistribui internamente
parcela de suas competências.
DESCENTRALIZAÇÃO: É o fenômeno administrativo por meio do qual um ente federativo
cria uma entidade da Administração indireta e a ela transfere parcela de suas
competências.
14. SOBRE A DESCENTRALIZAÇÃO
Existem alguns tipos, a Descentralização Política, por exemplo, é responsável por criar
Entes Federativos, a Descentralização Administrativa se divide em geográfica ou

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territorial, técnica, por serviços ou funcional e por colaboração. A Descentralização
Geográfica ou Territorial é a criação de uma entidade com personalidade de direito
público e capacidade exclusivamente administrativa (genérica) para exercer a totalidade
ou a maior parte dos serviços públicos de interesse da coletividade de um local
geograficamente delimitado dentro do Estado. A Técnica por Serviço Funcional ocorre
para criar entidades da administração indireta. Por Colaboração consiste na transferência
de determinado serviço públicoa uma pessoa jurídica de direito privado já existente.
Importa dizer que esses órgãos todos têm como característica não possuírem
personalidade jurídica, nem patrimônio próprio e também não respondem pelos seus atos,
com exceção daqueles que possuem capacidade processual conforme decisão do STF.
Eles também têm a chamada Personalidade Judiciária.
15. CLASSIFICAÇÃO DOS ÓRGÃOS PÚBLICOS
1- Quanto sua posição estatal:
- Órgãos INDEPENDENTES: Exercem função de governo, e se sujeitam apenas ao
controle de outro Poder do Estado, tem origem constitucional, representados pelo poder
do estado, através de seus agentes públicos;

- Órgãos AUTÔNOMOS: Também exercem função de governo e representam a cúpula da


administração, imediatamente abaixo dos órgãos independentes e subordinados a seus
chefes;

- Órgãos SUPERIORES: Exercem função administrativa e possuem poder de direção,


controle, decisão e comando dos assuntos de sua competência específica e estão sempre
sujeitos à subordinação ao poder hierárquico de uma chefia;

- Órgãos SUBALTERNOS: Sempre subordinam-se aos órgãos mais elevados, sendo, dessa
forma, o órgão administrativo mais baixo quando se trata de hierarquia.

2- Quanto à sua estrutura:

- Órgãos Simples/Unitários: não se desintegram em órgãos menores;


- Órgãos Compostos: Subdivide-se em outros órgãos diferentes.

3- Quanto à atuação funcional:

- Singulares: Atuam e decidem por um único agente competente, com um único titular da
competência para tomar as decisões em nome do órgão e chefiados por um único agente;

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- Colegiados: Decisões tomadas por mais de um agente. decisões são tomadas por maioria
ou à unanimidade de seus membros titulares do poder de deliberação e voto.

4- Quanto às funções:

- Órgãos Ativos: São responsáveis pela execução de serviços públicos ou atividades


administrativas do Estado;
- Órgãos Consultivos: Responsabilizam-se por assessorar, aconselhar, subsidiar e prestar
consultoria técnica a outros órgãos e autoridades, para que possam agir e tomar decisões;
- Órgãos de Controle: controlam e a fiscalização de outros órgãos e agentes públicos
16. TEORIAS SOBRE A NATUREZA JURÍDICA DA
RELAÇÃO ENTRE O ESTADO E SEUS AGENTES
a) Teoria do Mandato: Agentes públicos investidos em uma função do Estado devem
receber, mediante um instrumento ou contrato de mandato, poderes para praticar atos
jurídicos em nome dele perante terceiros;
b) Teoria da Representação: Os agentes públicos, ao serem investidos em uma função do
Estado, recebem a incumbência de representá-lo na prática de atos jurídicos perante
terceiros, suprindo a falta de capacidade jurídica, como ocorre na tutela e na curatela;
c) Teoria do Órgão: Os agentes públicos, ao serem investidos legitimamente numa função
do Estado, passariam a ser partes integrantes dele, de maneira que ao atuarem é o próprio
Estado que o faz. Regrado pelo Princípio da Imputação Volitiva.

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