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Regime jurídico-administrativo.

Conceito. Princípios expressos e


implícitos da Administração Pública.

  o regime jurídico-administrativo, sistema que dá


identidade ao Direito Administrativo, repousa sobre dois princípios
básicos: o da supremacia e o da indisponibilidade do
interesse público, os quais fundamentam a bipolaridade desse
ramo do direito: as prerrogativas e restrições concedidas à
Administração. 

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos


Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios obedecerá aos princípios
de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade 
e eficiência e, também, ao seguinte: (...)

A doutrina cita a exoneração dos ocupantes de cargos em


comissão como uma exceção ao princípio da motivação,
uma vez que a Constituição (art. 37, II) afirma que esses
cargos são de livre nomeação e exoneração.

Assim, a autoridade competente pode, livremente, tanto


nomear como exonerar pessoas para os cargos em
comissão, sem que para tanto tenha que apresentar os
motivos que fundamentaram a escolha. 
A Administração pode anular atos ilegais ou revogar atos inoportunos e
inconvenientes.

No caso de atuação vinculada, o administrador deve agir exatamente


como prescreve a lei, sem espaço para escolhas; na hipótese de atuação
discricionária, a escolha é possível, mas deve observar
os termos, condições e limites impostos pela lei.

 A administração pública deve ter total respaldo nas leis e


na CF de 1988, protegendo, assim, a supremacia do interesse
público. Enquanto que, na administração privada, é lícito

fazer tudo que a lei não proíbe.

a
Conforme ensinamento de Celso Antônio Bandeira de Mello,
medida provisória, o estado de defesa e o estado de sítio
são exceções ao princípio da legalidade.

Art 1º É proibido, em todo o território nacional, atribuir nome de


pessoa viva a bem público, de qualquer natureza, pertecente à
União ou às pessoas jurídicas da Administração indireta.

A doutrina enfatiza que a moralidade administrativa independe da


concepção subjetiva, isto é, da moral comum, da ideia pessoal do agente sobre
o que é certo ou errado em termos éticos. Na verdade, o que importa é a
noção objetiva do conceito, ou seja, a moralidade administrativa

A publicidade  não é elemento de formação do ato administrativo, e


sim  requisito de sua eficácia.

não se convalidam com a


“os atos irregulares
publicação, nem os regulares a dispensam para sua
exequibilidade, quando a lei ou o regulamento a exige”

“O atendimento ao princípio da eficiência administrativa NÃO


autoriza a atuação de servidor público em desconformidade com a
regra legal, MESMO que haja a comprovação do atingimento da eficácia
na prestação do
 o cumprimento dos princípios constitucionais, mais que um dever do
administrador, constitui um direito subjetivo de cada cidadão.

Tanto os atos administrativos vinculados como


os discricionários devem ser motivados.
Constitui exteriorização do princípio da autotutela a súmula do STF que
enuncia que “A administração pode anular seus próprios atos,
quando eivados dos vícios que os tornam ilegais, porque
deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de
conveniência e oportunidade, respeitados os direitos
adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a
apreciação judicial”.

04 - Organização administrativa. (1 Noções de


organização administrativa. 1.1 Centralização,
descentralização, concentração e desconcentração.
1.2 Administração direta e indireta. 1.3 Autarquias,
fundações, empresas públicas e sociedades de
economia mista.)
AUTARQUIA
↳ Tipo de entidade da administração pública indireta, criados por lei
personalidade jurídica de direito público
específica, com
interno, patrimônio próprio e atribuições estatais específicas.

•Gozam de autonomia administrativa e financeira;

•Por isso possuem patrimônio e receita própria

•Quando na questão houver relação entre


descentralização com órgão está errado.
Descentralização - entidade.
Desconcentração - órgão.

O controle externo não é adotado pela própria empresa,


mas vem de fora. Ex. Tomada de contas pelo Tribunal de contas.
Mnemônico (Administração Indireta):

FASE: Fundações públicas, Autarquias, Sociedades de Economia


Mista e Empresas Públicas.(F.A.S.E)

Art. 6º O estatuto da empresa pública, da sociedade de economia mista


e de suas subsidiárias deverá observar regras de :
1. Governança corporativa, 
2.de transparência e de estruturas,
3.práticas de gestão de riscos e de controle interno,
4.composição da administração e,
5.havendo acionistas, mecanismos para sua proteção, todos constantes
desta Lei.

Art. 3º Empresa pública é a entidade dotada de personalidade


jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei e com
patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente detido
pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios.

Parágrafo único. Desde que a maioria do capital votante


permaneça em propriedade da União, do Estado, do Distrito
Federal ou do Município, será admitida, no capital da empresa
pública, a participação de outras pessoas jurídicas de direito
público interno, bem como de entidades da administração indireta da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
§ 2º É vedada a indicação, para o Conselho de Administração e para a
diretoria:
I - de representante do órgão regulador ao qual a empresa pública ou a
sociedade de economia mista está sujeita, de Ministro de Estado, de
Secretário de Estado, de Secretário Municipal, de titular de cargo, sem
vínculo permanente com o serviço público, de natureza especial ou de
direção e assessoramento superior na administração pública, de
dirigente estatutário de partido político e de titular de mandato no Poder
Legislativo de qualquer ente da federação, ainda que licenciados do
cargo;

L. 13.303. Art. 69. São cláusulas necessárias nos contratos disciplinados


por esta Lei: X - matriz de riscos.
Art. 42. X - matriz de riscos: cláusula contratual definidora de riscos e
responsabilidades entre as partes e caracterizadora do equilíbrio econômico-
financeiro inicial do contrato, em termos de ônus financeiro decorrente de
eventos supervenientes à contratação, contendo, no mínimo, as seguintes
informações: (...)

ADMINISTRAÇÃO DIRETA:
Administração centralizada.

Conjunto de órgãos ligados diretamente às pessoas politicas

Exemplos: Presidência da Republica, ministérios e órgãos


subordinados.

Governos, prefeituras, secretarias, legislativo, etc.

ADMINISTRAÇÃO INDIRETA:

Administração descentralizada 

Pessoas jurídicas SEM autonomia política.

Personalidade jurídica própria.


Criação e extinção condicionada a previsão legal.

Finalidade específica (princ. especialidade).

Ausência de subordinação, mas sujeita a tutela controle finalístico.

Dever de licitar e fazer concurso público.

Entidades da administração indireta: (Autarquias ̇ Fundações


publicas ̇ Empresas publicas ̇ Sociedades de economia mista).
(FASE)

Nos termos do art. 2º da Lei 13.019/2014, temos as seguintes


definições:
Acordo de cooperação: instrumento por meio do qual são formalizadas as
parcerias estabelecidas pela administração pública com organizações da
sociedade civil para a consecução de finalidades de interesse público e
que não envolvam a transferência de recursos
recíproco
financeiros.

Termo de colaboração: instrumento por meio do qual são formalizadas as


parcerias estabelecidas pela administração pública com organizações da
sociedade civil para a consecução de finalidades de interesse público e
recíproco propostas pela administração pública que envolvam a
transferência de recursos financeiros.

Termo de fomento: instrumento por meio do qual são formalizadas as


parcerias estabelecidas pela administração pública com organizações da
sociedade civil para a consecução de finalidades de interesse público e
recíproco propostas pelas organizações da sociedade civil, que envolvam a
transferência de recursos financeiros.

 A função típica do Poder Executivo é a função administrativa. De


fato, a função administrativa possui caráter infralegal, pois deve
ser sempre exercida com submissão à lei, ou seja, dentro dos
limites legais.
• Autarquia:
- Pessoa jurídica de direito público;

- Integrante da Administração Indireta;

- "Criada por lei para desempenhar funções que, despidas de


caráter econômico, sejam próprias e típicas do Estado"

 A atribuição de competências a órgãos públicos subalternos é


fruto de um movimento de desconcentração de poder, e não de
descentralização. A descentralização é o processo de distribuir
tarefas a entidades diversas dotadas de personalidade jurídica
própria.

Fundações públicas:
● Se forem de direito privado, terão a criação autorizada por
lei (devendo o Poder Público providenciar concretamente a sua
criação, elaborando os seus atos constitutivos e os inscrevendo
nos registros competentes) – essa é a forma prevista na CF/88;

● Se forem de direito público, terão a criação diretamente pela


lei, de forma análoga às autarquias.
Agência Reguladora -> Autarquia sob regime especial -> cria-se uma
nova entidade.
•Agência Executiva -> título ou qualificação atribuída à autarquia
ou a fundações públicas cujo objetivo seja exercer atividade
estatal.
Diferenças Básicas:

•Agências Reguladoras: São autarquias em regime especial,


criadas para disciplinar e controlar atividades determinadas.
Elas foram instituídas em razão do fim do monopólio estatal,
sendo responsáveis pela regulamentação, controle e fiscalização
de serviços públicos, atividades e bens transferidos ao setor
privado.
•Agências Executivas: São autarquias ou fundações públicas
que, por iniciativa da Administração Direta, recebem o status de
Agência, desde que preenchidas alguns requisitos, que visam
uma maior eficiência e redução de custos. São diferentes das
agências reguladoras, porque estas têm como função precípua
exercer controle sobre os particulares, o que não é o caso
de agências executivas, que se destinam a exercer atividade
estatal, com melhor desenvoltura e operacionalidade, não
tendo nada de inovador nisso.

Os órgãos da administração direta são fruto do processo


de DESCONCENTRAÇÃO administrativa, ou seja, de distribuição de
competências dentro da mesma pessoa jurídica.
Macete clássico dos colegas do QC:

•DesCOncentração: cria órgãos;

•DesCEntralização: cria entidades.


Algumas características do Princípio da Impessoalidade:

  → Tratar todos de maneira igual

  → Atuar de acordo com a Finalidade Pública

  → Administrador deve realizar o interesse público, mesmo que vá


contra suas convicções particulares

  → O ato NÃO é do agente, e sim da pessoa jurídica (teoria da


imputação ou do órgão). 

Legalidade > Lei em sentido estrito/formal (exigir ou proibir)

Impessoalidade > Visa o interesse público, sem distinção.

Moralidade > Agir com ética, probidade, razoabilidade e boa-
fé. (Complementa a legalidade)

Publicidade > Dar a conhecer o ato administrativo (transparência).

Eficiência > Agir com presteza e rendimento profissional.

 PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE (PROIBIÇÃO DE


EXCESSOS): exige que o ato, ALÉM DE SER LEGÍTIMO, CONTE
COM O EMPREGO DOS MEIOS NECESSÁRIOS E ADEQUADOS
PARA CHEGAR A DETERMINADO FIM.
06 - Ato administrativo: conceito, requisitos,
atributos. (2 Ato administrativo. 2.1 Conceito,
requisitos, atributos, classificação e espécies.)

A presunção de veracidade diz respeito aos fatos; em decorrência


presumem-se verdadeiros os fatos
desse atributo,
alegados pela Administração. Assim ocorre com relação às
certidões, atestados, declarações, informações por ela fornecidos,
todos dotados de fé pública”

Espécies de Convalidação:consiste na faculdade que a
administração tem de corrigir e regularizar os vícios sanáveis dos atos
administrativos.

Ratificação >> Correção da Competência ou Forma se não for


Competência exclusiva ou em relação à matéria ou desde q a Forma não for
essencial à validade do ato.

Reforma >> retira a parte ilegal e mantém a legal

Conversão >> retira a inválida e acrescenta uma outra válida.

Execução imediata -> Atributo da Autoexecutoriedade


Possibilidade de criar obrigações para o
particular, independentemente de sua anuência -> Atributo
da Imperatividade

Elementos de validade do ato: CoFiFoMOb --->


Competência, Finalidade, Forma, Motivo e Objeto
Motivo ---> situação real/concreta e jurídica

Vícios de motivo

* Situação falsa ou inexistente.

* Situação juridicamente inadequada.

É importante diferenciar AUTOEXECUTORIEDADE de


IMPERATIVIDADE.
AUTOEXECUTORIEDADE - Prerrogativa de que certos atos
administrativos sejam executados imediata e diretamente pela
própria Administração, independentemente de ordem ou
autorização judicial.

IMPERATIVIDADE - É a característica pela qual os atos


administrativos se impõem como obrigatórios a terceiros,
independentemente da anuência destes, que, assim, sujeitam-se à
imposição estatal. É uma aplicação direta do princípio da supremacia
do interesse público.

IMPERATIVIDADE: É o poder que tem a Administração de impor o ato


ao administrado, independentemente de sua concordância. Não está
presente em todos os atos. Decorre do poder extroverso do Estado,
poder de impor obrigações de modo unilateral na esfera do
administrado.
AUTOEXECUTORIEDADE: A execução direta do ato administrativo pela
própria Administração independentemente de ordem judicial. Dispensa
controle prévio do Poder Judiciário, mas se um ato administrativo for
praticado e for ilegal, o particular pode provocar o Judiciário para
anular o ato. Nem todos os atos são dotados de autoexecutoriedade
(cobrança de multa, tributos, desapropriação, servidão administrativa).

Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos


administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de
delegação e avocação legalmente admitidos.

A presunção de veracidade significa que, até prova em


contrário, a ato administrativo reflete uma situação de fato
real.
A presunção de legitimidade  significa que, até prova em
contrário, o ato foi editado em conformidade com a lei e o
ordenamento jurídico.

MULTA  para o CESPE:


➣ CESPE  ⇒ Se tiver   MULTA +  AUTOEXECUTORIEDADE na mesma
frase  =  ERRADO

➣ MULTA NÃO tem AUTOEXECUTORIEDADE

➣ Goza de EXIGIBILIDADE -  meios indiretos de coação, sempre previstos


em lei

➣ NÃO tem EXECUTORIEDADE.

➣ A imposição da multa é um ato imperativo e decorre do exercício do


poder de polícia,

➣ Sua execução (obrigar pagamento) caso não paga pelo particular, só


poderá ser efetuada por meio de uma ação judicial de
execução.  Necessita da intervenção do Poder Judiciário no caso do
seu não pagamento.
execução de ofício = AUTOEXECUTORIEDADE

execução de ofício = AUTOEXECUTORIEDADE

execução de ofício = AUTOEXECUTORIEDADE

execução de ofício = AUTOEXECUTORIEDADE

VÍCIO NO PROFOCO.  

São passíveis de convalidação os atos que contenham vícios:

No PROcedimento;

Na FOrma; e

Na COmpetência.

O motivo é a causa legalmente prevista; ao passo que


a finalidade é caracterizado pela consequência visada pelo
ato.

O FIM não convalida


O - objeto

FI - finalidade

M - motivo

FOCO na convalidação
FO - forma* (não pode ser quando violar regra essencial)
CO - competência* (não pode ser quando for competência
exclusiva e competência material)

Caveira, os entes da Administração Indireta são:


. Autarquias (AT),
. Fundações Públicas (FP),
. Empresas Públicas (EP) e
. Sociedades de Economia Mista (SEM).

Alguns autores inserem os consórcios públicos


também.

As ATsão criadas diretamente por lei . As FP, EP e


SEM são criadas mediante autorização em lei.
No caso das fundações, deverá ser editada uma lei
complementar definindo suas áreas de atuação. Em qualquer
caso, deverá haver lei, seja para criar ou autorizar a criação.
Dessa forma, decorre do princípio da reserva legal (lei formal)
a exigência de lei para a criação das entidades da
administração Indireta, bem como para a definição das áreas
de atuação das fundações.

Art. 37, XIX, CF – somente por lei específica poderá ser


criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública,
de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei
complementar, neste último caso, definir as áreas de sua
atuação .

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